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    UNIVERSIDADE COMUNITRIA DA REGIO DE CHAPECREA DE CINCIAS EXATAS E AMBIENTAIS

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    ANLISE DA SEGURANA DO TRABALHO EM EMPRESA

    DE PR-MOLDADOS NA CIDADE DE CHAPEC

    Ana Cristina Ogliari

    Chapec

    Julho 2012.

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    ANA CRISTINA OGLIARI

    ANLISE DA SEGURANA DO TRABALHO EM EMPRESADE PR-MOLDADOS NA CIDADE DE CHAPEC

    Trabalho de Monografia apresentado ao Curso de Engenharia Civilda Universidade Comunitria da Regio de Chapec, como parte

    dos requisitos para obteno do ttulo de Engenheiro Civil.

    Orientador (a): Prof. Dr. Marcelo Fabiano Costella

    Chapec

    Julho 2012.

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    Dedico este trabalho a minha famlia, amigos, cunhado e

    ao meu namorado.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo ao Professor Marcelo Fabiano Costella, orientador deste trabalho pela dedicao,

    compreenso e auxlio durante toda sua realizao.

    Agradeo a minha famlia e aos meus amigos pelo apoio e principalmente a minha me Neusa

    Ogliari pela disponibilidade, pronta a ajudar e apoiar em todos os momentos.

    Aos amigos do Curso de Engenharia civil, pelo apoio prestado e pelos momentos

    compartilhados, proporcionando assim crescimento intelectual, pessoal e a superao de todos

    os obstculos.

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    Mesmo que parea insignificante, muito importante quevoc o faa.

    Mahatma Gandhi

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    RESUMO

    OGLIARI A.C. Anlise da segurana do trabalho em empresa de pr-moldados na

    cidade de Chapec.2012. Trabalho de Concluso (Graduao em Engenharia) Curso deEngenharia Civil, Universidade Comunitria da Regio de Chapec, Unochapec, Chapec,2012.

    A segurana na construo civil um assunto muitas vezes deixado de lado, o que acaba

    ocasionando maior nmero de acidentes e situaes perigosas. Para a montagem de estruturas

    pr-moldadas necessria mo-de-obra especializada e qualificada, o que complicado de

    encontrar nos dias atuais. Por isso a importncia de uma anlise, a fim de diagnosticar e

    propor medidas que devem ser implementadas e fiscalizadas para reduzir os acidentes detrabalho e eliminar os riscos presentes nessa atividade. Este trabalho caracteriza um estudo de

    caso em empresa de Chapec (SC) para buscar uma melhoria na segurana do trabalho na

    rea da construo civil e incentivar os trabalhadores a seguirem as recomendaes,

    melhorando sua prpria segurana. O trabalho inicia com a pesquisa bibliogrfica na rea de

    segurana do trabalho em pr-moldados, tema que se mostrou bastante escasso,

    caracterizando um ponto negativo. Em seguida atravs de observao em canteiros

    desenvolveu-se a lista de verificao, buscando analisar as atividades de maior risco na

    montagem de estruturas pr-moldadas. A utilizao do guincho precisa de cuidados, o

    guincheiro deve possuir curso para operar a mquina, estabiliz-la corretamente, isolar a rea

    da montagem e no transportar pessoas no guincho. As quedas de altura so um risco muito

    grande, assim a utilizao do cinto de segurana se torna indispensvel, bem como a

    utilizao de todos os equipamentos de proteo individual necessrios. Como j era

    esperado, as situaes de maior risco estavam na montagem de estruturas a mais de 2,00

    metros de altura e no transporte de pessoas pelo guincho. Porm foram propostas solues

    para todas as no conformidades analisadas nas listas de verificao, sendo as principais:

    utilizao da linha de vida horizontal ou vertical com cinto de segurana, utilizao de cesto

    areo suspenso para o transporte de pessoas no guincho e isolamento da rea durante a

    montagem. Todas as solues atendem as normas estudadas e so viveis para serem

    implantadas na empresa. Espera-se que com os resultados obtidos as empresas de pr-

    moldados se comprometam com disposio e fora de vontade para colocar as solues em

    prtica.

    Palavras-chave: segurana do trabalho; pr-moldados; construo civil.

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    __________________________________________________________________________________________Ana Cristina Ogliari. Chapec: ACEA/UNOCHAPEC, 2012.

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Classificao dos riscos. Fonte: Segurana na Construo Civil..., 2011. .............. 19

    Figura 2 - Dispositivo trava-quedas. Fonte: Razente, 2007. .................................................... 20Figura 3 - Luvas de raspa. Fonte: Construo Civil... 2011. .................................................... 23Figura 4 - Mscara para solda em polipropileno, com visor fixo. Fonte: Construo Civil...2011. ......................................................................................................................................... 24Figura 5 - Cesto areo acoplado. Fonte: NR-12, 2010. ............................................................ 27Figura 6 - Barraco pr-moldado de concreto. Fonte: Premoart. ............................................. 28Figura 7 - Necessidade de treinamento dos funcionrios. Fonte: SINPROCIM-BA, 2003. .... 30Figura 8 - Situao de montagem inadequada. ......................................................................... 33Figura 9 - Utilizao correta do cinto de segurana. ................................................................ 34Figura 10 - Lista de verificao: Utilizao do guincho. ......................................................... 38Figura 11 - Estabilizao do guincho. ...................................................................................... 39

    Figura 12 - Lista de verificao: proteo contra quedas de altura. ......................................... 40Figura 13 - Lista de verificao: utilizao da solda. ............................................................... 41Figura 14 - Lista de verificao: outros equipamentos. ........................................................... 42Figura 15 - Estabilizao dos guinchos (Obra 01). .................................................................. 43Figura 16 - Guincho estabilizado j fazendo a montagem do pilar (Obra 02). ........................ 43Figura 17 - Movimentao do funcionrio pelo guincho (Obra 02)......................................... 44Figura 18 - Movimentao de pessoa e material no guincho (Obra 03)................................... 45Figura 19 - Movimentao do funcionrio pelo guincho. ........................................................ 45Figura 20 - Funcionrio fazendo a fixao da viga no pilar. .................................................... 46Figura 21 - Montador utilizando o sistema de montar a cavalo............................................ 47Figura 22 - Retirada da cinta que segura a pea ao guincho. ................................................... 47

    Figura 23 - Montador distrado com o celular no ponto mais alto da estrutura. ...................... 48Figura 24 - Utilizao da solda. ................................................................................................ 49Figura 25 - Sinalizao para utilizao dos epi's. ..................................................................... 50Figura 26 - Sinalizao de proibio. ....................................................................................... 50Figura 27 - Talabarte em Y....................................................................................................... 52Figura 28 - Exemplo de linha de vida horizontal. .................................................................... 53

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Confronto entre a utilizao de pr-moldados e a produo in loco. Fonte:SINPROCIM-BA, 2003. .......................................................................................................... 29

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ..................................................................................................................... 11

    1.1 DELIMITAO DO PROBLEMA ............................................................................ 121.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 12

    1.2.1 Geral .......................................................................................................................... 121.2.2 Especficos ................................................................................................................ 12

    1.3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 12

    2 REVI SO BI BL IOGRFICA ............................................................................................. 14

    2.1 SEGURANA DO TRABALHO ................................................................................. 142.1.1 Importncia da Segurana do Trabalho na Construo Civil ................................... 14

    2.2 ACIDENTES DE TRABALHO E PREVENO ..................................................... 152.2.1 Definio de Acidente de Trabalho .......................................................................... 152.2.2 Preveno de Acidentes ............................................................................................ 16

    2.3 IDENTIFICAO DE PERIGOS NA CONSTRUO CIVIL .............................. 182.3.1 Quedas de altura ........................................................................................................ 192.3.2 Utilizao de equipamentos de proteo individual (EPIs)..................................... 222.3.3 Utilizao da solda .................................................................................................... 232.3.4 Utilizao do guincho ............................................................................................... 25

    2.4 OS PR-MOLDADOS E A SEGURANA ................................................................ 28

    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ......................................................................... 35

    3.1 TIPO DE PESQUISA.................................................................................................... 35

    3.2 AMOSTRA .................................................................................................................... 35

    3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ............................................................................. 363.3.1 Lista de verificao: elaborao ............................................................................... 363.3.2 Lista de verificao: aplicao .................................................................................. 363.3.3 Proposio de solues ............................................................................................. 37

    4 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS ................................................. 38

    4.1 LISTA DE VERIFICAO ......................................................................................... 38

    4.1.1 Utilizao do guincho ............................................................................................... 384.1.2 Proteo contra quedas de altura............................................................................... 404.1.3 Utilizao da solda .................................................................................................... 414.1.4 Outros equipamentos ................................................................................................ 42

    4.2RESULTADOS DOS ESTUDOS DE CASO .............................................................. 424.2.1 Utilizao do guincho ............................................................................................... 424.2.2 Proteo contra quedas de altura............................................................................... 464.2.3 Utilizao da solda .................................................................................................... 484.2.4 Outros equipamentos ................................................................................................ 49

    4.3 SOLUES ................................................................................................................... 49

    4.3.1 Utilizao do guincho ............................................................................................... 494.3.2 Proteo contra quedas de altura............................................................................... 51

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    4.3.3 Utilizao da solda .................................................................................................... 53

    5CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................... 55

    5.1 SUGESTES PARA NOVOS TRABALHOS ............................................................ 56

    REFERNCI AS ...................................................................................................................... 57ANEXO 1LISTA DE VERIFICAO ......................................................................... 61

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    1 INTRODUO

    A construo civil um setor que absorve mo-de-obra no especializada e pouco qualificada,

    gerando uma reduo nos gastos e um aumento na produo buscando lucros maiores,

    deixando de lado muitas vezes a segurana e a sade dos funcionrios.

    Contudo, a montagem de estruturas pr-moldadas necessita de servio qualificado, com

    funcionrios especializados e devidamente treinados para garantir a total segurana e um bom

    desempenho nas suas atividades.

    Segundo REN (2009) a movimentao de cargas pesadas, principalmente elementos pr-

    fabricados em concreto, assumem riscos particulares, devido a sua dimenso, complexidade e

    peso por pea. Sendo assim a montagem das peas pr-fabricadas deve ser planejada e

    executada com rigor.

    preciso ter mais conhecimento dos riscos que esta atividade esta exposta para propor as

    medidas que devem ser tomadas e praticadas visando a maior segurana para os trabalhadores

    e para empresa.

    De acordo com Reis (2009), mesmo com todos esses riscos j encontrados existem algumas

    vantagens das estruturas pr-moldadas em relao s convencionais: menos mo-de-obra,

    menor nmero de atividades e menor risco de colapso da estrutura. O que de certa forma

    torna-se positivo para a segurana do trabalho, tendo em vista que esses riscos possam ser

    melhor trabalhados e o resultado venha a ser alcanado com maior rapidez.

    Visando diminuir os riscos de acidentes na montagem de estruturas pr-moldadas, ou at

    elimin-los, a seguinte pesquisa busca analisar a segurana em uma empresa de pr-moldados,

    e propor solues necessrias e viveis, gerando qualidade no servio e melhoria contnua

    para empresa.

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    1.1 DELIMITAO DO PROBLEMA

    O descaso com a segurana por parte dos empregadores e trabalhadores na montagem de

    estruturas pr-moldadas necessita de mudana. preciso observar e analisar os principaisriscos que envolvem essa atividade, indicando quais as medidas necessrias que viabilizam

    essa melhoria.

    1.2 OBJETIVOS

    1.2.1 Geral

    Desenvolver uma lista de verificao dos principais riscos na montagem de estruturas pr-

    moldadas e propor solues para reduzir a ocorrncia de acidentes.

    1.2.2 Especficos

    a) Elaborar uma lista de verificao atravs da observao da montagem de estruturas pr-

    moldadas;

    b) Identificar os principais riscos atravs de uma avaliao na atividade de pr-moldados,

    com a aplicao da lista de verificao desenvolvida;

    c) Propor solues adequadas e viveis que venham a reduzir os problemas encontrados.

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Os acidentes acontecem geralmente pela falta de controle no ambiente de trabalho, pela falta

    de orientao que os operrios tm e tambm pelo processo produtivo. De acordo com Voos

    (2009), a implantao de sistemas de segurana no trabalho deve fazer parte da poltica das

    empresas de construo civil, com programas preventivos tendo como vantagens a

    minimizao dos riscos, agregao de auto-estima, melhoria da produtividade e da

    competitividade das empresas, sendo capaz de criar uma imagem de responsabilidade para

    com seus funcionrios.

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    Muitas vezes os responsveis pelas obras no esto preocupados com a qualidade de vida dos

    funcionrios, mas sim apenas em cumprir as leis necessrias e garantir o sucesso da obra

    tornando as condies de trabalho inseguras, no percebendo que a qualidade da segurana

    poderia melhorar o desempenho de seus funcionrios e ocasionalmente aumentar o lucro da

    empresa.

    Segundo Zocchio (2002) em algumas empresas a segurana do trabalho no passa de

    atividade simblica por despreparo e falta de percepo de dirigentes empresariais, que no

    percebem o valor real das atividades preventivas dos acidentes do trabalho no contexto

    tcnico, administrativo e econmico da empresa.

    Devido grande demanda na rea da construo, inclusive na montagem de pr-moldados, os

    riscos de acidentes so maiores e por isso de fundamental importncia a implantao de

    programas de segurana, j que a ocorrncia de acidentes gera perdas na produo e

    problemas na qualidade e no custo da obra.

    A anlise da segurana na montagem de pr-moldados se torna importante para diagnosticar

    os riscos pertinentes nessa atividade e propor solues viveis e legais para que sejam

    minimizados ou at eliminados dos canteiros.

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    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 SEGURANA DO TRABALHO

    Segundo Cardella (1999), a funo segurana o conjunto das aes que tm por finalidade

    reduzir a freqncia e a intensidade da manifestao dos perigos.

    Segurana do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que so adotadas

    visando minimizar os acidentes de trabalho, doenas ocupacionais, bem como proteger a

    integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador (MARAGON, 2001).

    De acordo com Vieira (2005 apudLorenzetti, 2009) a segurana do trabalho a preveno

    de perdas. Perdas s quais se devem antecipar pelas aes tcnicas ou humanas . Ressalta

    ainda, que a segurana do trabalho so os meios preventivos (recursos), e a preveno dos

    acidentes o fim a que se deseja chegar.

    Conforme Zocchio (2002) tem-se dois tipos de segurana:

    A Segurana Concreta caracterizada pelas condies seguras de trabalho e pelo

    ambiente de trabalho, que as empresas tm obrigao legal de oferecer a seus empregados

    para prevenir acidentes do trabalho e doenas ocupacionais.

    A Segurana Abstrata caracterizada pela sensao e sentimento dos trabalhadores

    quanto proteo que lhes propiciada contra acidentes e doenas ocupacionais.

    2.1.1 Importncia da Segurana do Trabalho na Construo Civil

    A segurana no trabalho um tema hoje de grande preocupao que leva a maiores estudos e

    debates, principalmente na rea da construo civil, que segundo Silveira et al. (2005)

    apresenta um dos maiores ndices de ocorrncia de acidentes de trabalho. Dessa forma deve-

    se garantir um trabalho coletivo junto aos operrios a fim de reduzir esse ndice e mudar a

    realidade da segurana do trabalho na construo civil.

    A busca pela minimizao dos riscos deve ser contnua. Lorenzetti (2009) confirma que

    apesar de todo avano tecnolgico, qualquer atividade envolve certo grau de insegurana.

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    A falta de eficaz sistema de segurana acaba causando problemas de relacionamento humano,

    produtividade, qualidade dos produtos e/ou servios prestados e o aumento de custos

    (GROHMANN, 2007).

    De acordo com Zochio (2002) alm de ser uma obrigao legal para a empresa, a segurana

    do trabalho tambm uma atividade de valor tcnico, administrativo e econmico para a

    organizao e de inestimvel benefcio para os empregados, suas famlias e para a sociedade.

    Segundo Grohmann (2007), pela importncia do assunto o Ministrio do Trabalho est

    tomando medidas que, de forma lenta e gradativa, vem provocando uma melhoria nas aes

    preventivas, fundamentais para a diminuio dos acidentes no trabalho, atravs da realizao

    da Campanha Nacional Contra os Acidentes do Trabalho. Esta campanha, num primeiro

    momento, tem como principal objetivo fiscalizar as empresas que foram responsveis por

    mortes, invalidez permanente e parcial.

    Devido a tudo isso muito importante que as empresas construtoras continuem cumprindo

    seu papel buscando sempre o avano no sentido da segurana, atualizando seus sistemas,

    instruindo de maneira clara seus funcionrios e proporcionando os meios necessrios para que

    se protejam.

    2.2 ACIDENTES DE TRABALHO E PREVENO

    2.2.1 Definio de Acidente de Trabalho

    De acordo com a Lei 8.213 de 1991 e com o Decreto 3.048 de 1999, ambos do Ministrio daPrevidncia e Assistncia Social (MPAS), em termos legais:

    Acidente do trabalho todo aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho, aservio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados especiais,

    provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou aperda ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.

    Segundo a NBR 14280, acidente do trabalho a ocorrncia imprevista e indesejvel,

    instantnea ou no, relacionada com o exerccio do trabalho, que provoca leso pessoal ou de

    que decorre risco prximo ou remoto dessa leso(2001, p.01).

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    Segundo o conceito social, o acidente do trabalho s caracterizado pelaleso corporal, perturbao funcional ou morte de algum empregado; emoutras palavras, quando houver vtima. A preveno de acidentes do trabalhono pode restringir-se a esse conceito, pois o acidente, para fins preventivos,tem de ser encarado em toda extenso de causa e efeito (ZOCCHIO, 2002, p.

    59).

    So considerados acidentes de trabalho todos os ocorridos no local e no perodo de trabalho,

    os ocorridos fora do local e no perodo de trabalho, os ocorridos fora do local de trabalho se o

    empregado estiver a servio do empregador, mesmo que voluntariamente.

    Os acidentes que ocorrem da residncia para o local de trabalho, ou deste para aquele, so

    chamados acidentes de percurso ou de trajeto.

    O acidente do trabalho nas construes, ainda nos tempos atuais, com todo o conhecimento

    adquirido pela espcie humana, capaz de causar grande quantidade de vtimas. Esses

    acidentes no ocorrem por acaso, e podem ser evitados, em quase sua totalidade. H sempre

    uma ou mais causas que podem ser prevenidas com planejamento, organizao, mtodos

    adequados e aperfeioamento profissional (ROUSSELET, 1999).

    2.2.2 Preveno de Acidentes

    O melhor ou o pior resultado de um trabalho est sempre relacionado qualificao de quem

    o executa (ZOCCHIO, 2002, p. 116).

    Segundo Zocchio (2002) os atributos individuais que tm grande influncia na prtica da

    preveno de acidentes que, quando positivos, favorecem e quando negativos dificultam o

    desempenho das atividades so:

    Educao, ou a maneira como as pessoas so educadas para a vida social, tanto na

    escola como pela prpria convivncia na sociedade influenciam no comportamento

    quanto segurana do trabalho. Os ensinos formais no tm contribudo para o

    aperfeioamento do aluno, de que sua vida tem um grande valor e merece ser tratada

    com respeito e cuidado. E dentre estes est a prtica da preveno de acidentes. A

    conscientizao precisa iniciar desde cedo, evoluindo juntamente com a educao.

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    Carter das pessoas o conjunto de traos psicolgicos que diferem uma das outras,

    que moldam o comportamento de cada um. percebido na pessoa em seu modo de

    ser, de sentir e de agir. Isso influi no desempenho das pessoas, na execuo de suas

    tarefas e tambm na segurana do trabalho.

    Aptido para o trabalho importante para a produtividade e para a segurana do

    trabalho, buscando sempre a qualidade total na funo desempenhada, para garantia de

    um bom emprego.

    Condies fsicas compatveis com a atividade e o estado emocional equilibrado so

    importantes para um trabalho produtivo e seguro.

    Habilitao significa que a pessoa esta preparada e treinada para a execuo correta de

    suas atividades. algo imprescindvel, mas na prtica nem sempre merecedor de

    destaque.

    Para a prtica da preveno de acidentes tambm de grande importncia a realizao de

    cursos e palestras que, segundo Razente (2007), podem ser ministradas para cada especialista

    de acordo com as caractersticas e necessidades da empresa.

    Ainda afirma:

    Os assuntos especficos podem ser tratados em conferncia, com os gruposinteressados e da maneira mais ilustrativa possvel, com apresentao dedados, cartazes, filmes e slides, de preferncia com debates, levando o grupoa uma concluso satisfatria do assunto tratado, em favor dos objetivos desegurana do trabalho (RAZENTE, 2007, p. 26).

    De acordo com Zocchio (2002) nesses cursos deve estar includo o conceito correto de

    acidente de trabalho, suas consequncias danosas, medidas preventivas gerais e asresponsabilidades dos supervisores na execuo do programa de segurana.

    Ainda ele afirma que a integrao de novos funcionrios um ponto positivo para a

    preveno. O servio de segurana deve passar as informaes e os ensinamentos gerais,

    enquanto os supervisores que recebem os novos trabalhadores passar os ensinamentos

    especficos de segurana do trabalho na tarefa que iro executar.

    Ele aborda tambm um instrumento de eficcia incontestvel das atividades prevencionistas:

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    Os supervisores podero exercer grande influencia educacional de seguranasobre os subordinados por meio do dilogo. O chefe que tem por hbitodialogar com os subordinados sobre segurana do trabalho, corrigindo falhase ensinando a maneira segura de executar as tarefas, alm de preveniracidentes, promove, ao mesmo tempo, o equilbrio da produtividade nas

    atividades sob sua responsabilidade (ZOCCHIO, 2002, p. 121).

    2.3 IDENTIFICAO DE PERIGOS NA CONSTRUO CIVIL

    De acordo com Zocchio (2002), tudo comea com a existncia dos perigos e riscos de

    acidentes. muito importante saber identificar e avaliar os perigos empregados nas atividades

    dos homens com possibilidade de causar acidentes so eles: caractersticas agressivas latentes

    em mquinas, equipamento, energias, matrias-primas etc.

    Ele ainda explica que os perigos quando no controlados representam riscos para as pessoas e

    para os prprios componentes materiais dos locais de trabalho. Os perigos existem como

    decorrncia da prpria atividade e as condies inseguras so caracterizadas pela ameaa dos

    perigos s pessoas.

    Segundo Rousselet (1997), a identificao dos riscos dever ser feita pelos prprios

    empregados da obra, e, ao serem identificados, devero ser listados e, posteriormente, asmedidas preventivas devem ser tomadas.

    Zocchio (2002) classifica os riscos em cinco categorias: qumicos, fsicos, mecnicos,

    biolgicos e ergonmicos.

    Na figura 1 podem-se observar as cinco classes de riscos, divididas conforme seus agentes.

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    Figura 1 - Classificao dos riscos. Fonte: Segurana na Construo Civil..., 2011.

    Para que esses riscos e perigos sejam eliminados ou, pelo menos, minimizados devem-se

    cumprir as determinaes elementares contidas em disposies normativas especficas da

    norma regulamentadora preventiva para as atividades da construo civil.

    So listados ao longo do texto os principais perigos encontrados na montagem de estruturas

    pr-moldadas e as respectivas medidas preventivas que devem ser seguidas de acordo com as

    normas a fim de minimizar os acidentes nessa rea da construo civil.

    2.3.1 Quedas de altura

    Vrias atividades na construo civil envolvem riscos de quedas de altura, a montagem de

    estruturas pr-moldadas est entre estas. Para estes riscos a norma define as medidas de

    proteo contra queda de altura.

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    Segundo a FUNDACENTRO (1983), uma das principais fontes de acidentes em todas as

    empresas so as quedas.

    As medidas coletivas de proteo contra quedas de altura so obrigatrias no s ondehouver risco de queda de operrios, mas tambm quando existir perigo de projeo de

    materiais, ferramentas, entulho, peas, equipamentos etc (RAZENTE, 2007, p. 33).

    A NR-6 classifica como EPI (equipamento de proteo individual) para proteo contra

    quedas com diferena de nvel o dispositivo trava-quedas (Figura 2) e o cinto. O primeiro para

    proteo do usurio contra quedas em operaes com movimentao vertical ou horizontal; e

    o segundo para proteo do usurio contra riscos de queda em trabalhos em altura e contra

    riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura.

    De acordo com a NR-18 o cinto de segurana tipo pra-quedista deve ser utilizado em

    atividades a mais de 2,00m (dois metros) de altura do piso, nas quais haja risco de queda do

    trabalhador e deve ser dotado de dispositivo trava-quedas e estar ligado a cabo de segurana

    independente da estrutura do andaime.

    Os cintos de segurana tipo abdominal e tipo pra-quedista devem possuir argolas e

    mosquetes de ao forjado, ilhoses de material no-ferroso e fivela de ao forjado ou material

    de resistncia e durabilidade equivalentes (NR-18).

    Figura 2 - Dispositivo trava-quedas. Fonte: Razente, 2007.

    Foi aprovada no dia 27/03/2012 a norma regulamentadora n 35 Trabalho em Altura, que

    entra em vigor seis meses aps essa data. Segundo Alves (2011) a necessidade de criao de

    uma norma mais ampla que atendesse a todos os ramos de atividade se fazia necessria para

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    que estes trabalhos fossem realizados de forma segura, no poderiam ficar de fora o meio

    ambiente de trabalho das atividades de telefonia, do transporte de cargas por veculos, da

    transmisso e distribuio de energia eltrica, da montagem e desmontagem de estruturas,

    plantas industriais, armazenamento de materiais.

    A NR-35 (2012) apresenta como responsabilidades do empregador: assegurar a realizao da

    Anlise de Risco - AR e, quando aplicvel, a emisso da Permisso de Trabalho - PT;

    desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;

    assegurar a realizao de avaliao prvia das condies no local do trabalho em altura;

    garantir aos trabalhadores informaes atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle;

    garantir que qualquer trabalho em altura s se inicie depois de adotadas as medidas de

    proteo definidas nesta Norma; assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob

    superviso.

    So citadas tambm na NR-35 (2012) as responsabilidades do trabalhador: cumprir as

    disposies legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os procedimentos

    expedidos pelo empregador; colaborar com o empregador na implementao das disposies

    contidas nesta Norma; zelar pela sua segurana e sade e a de outras pessoas que possam ser

    afetadas por suas aes ou omisses no trabalho.

    De acordo com Alves (2011) a empresa deve promover a capacitao dos trabalhadores

    atravs de programa de treinamento terico e prtico, com carga horria mnima de oito horas,

    incluindo questes gerais de sade e segurana especficas do trabalho, o uso de

    equipamentos de proteo individual, de ferramentas e outros equipamentos do trabalho e o

    manuseio de materiais.

    Todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e executado portrabalhador capacitado e autorizado. Considera-se trabalhador autorizado

    para trabalho em altura aquele capacitado, cujo estado de sade foi avaliado,tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possuaanuncia formal da empresa (NR-35, 2012, p. 2).

    Alm de capacitado o trabalhador precisa utilizar adequadamente os EPIs necessrios. Os

    Equipamentos de Proteo Individual - EPI, acessrios e sistemas de ancoragem devem ser

    especificados e selecionados considerando-se a sua eficincia, o conforto, a carga aplicada aos

    mesmos e o respectivo fator de segurana, em caso de eventual queda (NR-35, 2012, p.4).

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    O principal EPI para trabalhos em altura o cinto de segurana que, segundo a NR-35 deve

    ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo para conexo em sistema de ancoragem

    (2012, p.4).

    Alves (2011) explica que o ponto de ancoragem um local para fixao de um dispositivo

    contra queda. Pode ser um simples gancho de metal, talha de viga, ou outro elemento

    estrutural com capacidade suficiente. importante destacar que o trabalhador deve

    permanecer conectado ao sistema de ancoragem durante todo o perodo de exposio ao risco

    de queda (NR-35, 2012, p.4).

    2.3.2 Utilizao de equipamentos de proteo individual (EPIs)

    A NR-6 define Equipamento de Proteo Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de

    uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado proteo de riscos suscetveis de

    ameaar a segurana e a sade no trabalho.

    Segundo Silva et al. (2004), os EPIs s podem ser vendidos ou utilizados se possurem o CA

    Certificado de Aprovaoexpedido pelo Ministrio do Trabalho e Emprego.

    De acordo com Silva et al. (2004) de obrigao da empresa exigir o uso dos EPIs, orientare

    treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda, conservao e substituir imediatamente,

    quando danificados ou extraviados e higienizao e manuteno peridicas. Tambm

    obrigao da empresa fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em

    perfeito estado de conservao e funcionamento (NR-6).

    Os trabalhadores devem ser informados sobre o uso dos EPIs mais adequados em funo dos

    agentes de risco presentes, assim como as atividades e ocasies em que se deve utiliz- los

    (COSTA e COSTA, 2004 apudVOOS, 2009).

    Ao receberem o EPI, os trabalhadores devem assumir algumas responsabilidades, segundo a

    NR-6 so: usar apenas para a finalidade a que se destina responsabilizar-se pela guarda e

    conservao, e comunicar ao empregador qualquer alterao que o torne imprprio para uso.

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    2.3.3 Utilizao da solda

    Segundo Braguim (2000), a solda utilizada nas estruturas de concreto pr-moldado, para

    execuo de detalhes construtivos especiais. Ou tambm, as ligaes por soldas podem serempregadas para conectar diretamente os insertos e barras metlicas que esto salientes nos

    elementos de concreto, como por exemplo as barras de armadura que esto traspassando

    (Ligaes entre Elementos Pr-Moldados..., 2011, p. 12). Sendo assim a utilizao do

    equipamento para solda deve seguir algumas recomendaes a fim de garantir a segurana na

    execuo da atividade.

    O soldador dever proteger-se com luvas e mangas contra a agressividade do calor e contra

    respingos incandescentes. So usadas, geralmente, luvas de raspa de couro ou de outro

    material que apresente isolao trmica(CONSTRUO CIVIL... 2011, p. 33). Observa-se

    na figura 3 a luva para proteo dos trabalhos em solda.

    Figura 3 - Luvas de raspa. Fonte: Construo Civil... 2011.

    Construo Civil... (2011), afirma que se deve utilizar como proteo para o rosto a mscara

    para soldador (Figura 4), especfica para essa atividade. Ela protege contra radiao calorfica

    e luminosa produzidas durante a soldagem, protege tambm contra respingos do metal

    fundente e das fagulhas da solda.

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    Figura 4 - Mscara para solda em polipropileno, com visor fixo. Fonte: Construo Civil... 2011.

    De acordo com ESAB (2004) algumas regras de segurana relativas aos equipamentos de

    solda devem ser seguidas:

    sempre instalar e operar um equipamento de soldar ou cortar de acordo com a

    orientao do seu Manual de Instrues;

    o aterramento constitui uma proteo fundamental dos equipamentos;

    operar os equipamentos estritamente dentro das caractersticas anunciadas pelo

    fabricante, nunca sobrecarreg-los;

    nunca usar uma mquina de soldar com parte do seu gabinete removida ou mesmo

    aberta, Alm de tal situao ser potencialmente perigosa para o soldador, a falta de

    refrigerao pode resultar em danos a componentes internos;

    nunca operar equipamentos defeituosos, todos os dispositivos de segurana

    incorporados a um equipamento devem ser mantidos em boas condies de trabalho;

    mquinas de soldar no devem ser utilizados em locais alagados ou poas de gua;

    depois de usar um equipamento de soldar ou cortar, sempre deslig-lo e isol-lo da sua

    linha de alimentao.

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    2.3.4 Utilizao do guincho

    Para montagem de estruturas pr-moldadas, segundo Brumatti (2008), normalmente

    utilizado o guindaste com capacidade de carga de 30 toneladas, suportando assim peas de, nomximo, 10 toneladas.

    Sendo assim alguns cuidados especiais em relao segurana do trabalho precisam de

    ateno durante a utilizao do guindaste.

    Segundo FUNDACENTRO (1983), mquinas e equipamentos sem proteo so causas de

    acidentes graves, mas trabalhar apenas em mquinas com proteo, no significa evitar os

    acidentes. Por isso muito importante que o manuseio das mquinas seja feito porprofissional devidamente treinado e preparado para essa atividade.

    A execuo dos servios feita por operadores de guindastes, que passarampor um treinamento antes de estarem em um canteiro de obras. Em face disso, fundamental contratar equipes que sejam especializadas e contem comfuncionrios qualificados na operao do equipamento (NRLIR, 2011).

    O CPR (Comit Permanente Regional-SP) informa como deve ser realizada a movimentao

    dos pr-moldados com segurana:

    as inspees e manutenes dos equipamentos devem obedecer s especificaes dos

    fabricantes quanto ao intervalo entre elas e aos itens a serem verificados;

    o operador antes do incio da jornada de trabalho deve verificar as condies de

    funcionamento e conservao do guindaste;

    o equipamento de guindar deve estar devidamente estabilizado antes da movimentao

    das peas pr-moldadas;

    toda movimentao de carga deve ser feita com o acompanhamento de um profissional

    qualificado;

    a rea onde houver movimentao de peas pr-moldadas deve ser isolada e

    devidamente sinalizada, proibindo-se a permanncia de pessoas que no estejam

    envolvidas no processo;

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    durante a movimentao das peas pr-moldadas o equipamento de guindar no

    poder transportar pessoas ou ferramentas;

    toda a movimentao de cargas deve ser feita longe de linhas de transmisso deenergia, quando energizadas;

    proibido o iamento de pessoas com as peas pr-moldadas.

    A movimentao de pessoas no guincho durante as montagens proibida, como j citado

    anteriormente, porm durante a execuo das estruturas o trabalhador iado para retirar a

    cinta que prende a pea ao guincho.

    Segundo a NR-12 (2010), Segurana no Trabalho em Mquinas e Equipamentos as solues

    esto disponveis no Anexo III, Equipamentos de Guindar para Elevao de Pessoas e

    Realizao de Trabalho em Altura: cesta area, cesto acoplado e cesto suspenso.

    Cesta Area: Equipamento veicular destinado elevao de pessoas para execuo

    de trabalho em altura, dotado de brao mvel, articulado, telescpico ou misto, com

    caamba ou plataforma, com ou sem isolamento eltrico, podendo, desde que

    projetado para este fim, tambm elevar material por meio de guincho e de lanacomplementar (JIB), respeitadas as especificaes do fabricante.

    Cesto Acoplado (figura 5): Caamba ou plataforma acoplada a um guindaste

    veicular para elevao de pessoas e execuo de trabalho em altura, com ou sem

    isolamento eltrico, podendo tambm elevar material de apoio indispensvel para

    realizao do servio.

    Cesto Suspenso: Conjunto formado pelo sistema de suspenso e a Caamba ouplataforma suspensa por equipamento de guindar que atenda aos requisitos de

    segurana deste anexo, para utilizao em trabalhos em altura.

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    Figura 5 - Cesto areo acoplado. Fonte: NR-12, 2010.

    Para a situao em questo o cesto que poderia ser utilizado, com mais praticidade e

    facilidade seria o cesto suspenso.

    Nas atividades onde tecnicamente for invivel o uso de Plataforma detrabalho areo - PTA, cesta area ou cesto acoplado, e em que no haja

    possibilidade de contato ou proximidade com redes energizadas ou compossibilidade de energizao, poder ser utilizado cesto suspenso iado porequipamento de guindar que atenda aos requisitos mnimos previstos nesteanexo, sem prejuzo do disposto nas demais Normas Regulamentadoras e

    normas tcnicas oficiais vigentes pertinentes a tarefa (NR 12, 2010).

    De acordo com a NR-12 (2010) proibida a movimentao de pessoas simultaneamente com

    carga, exceto as ferramentas, equipamentos e materiais para a execuo da tarefa

    acondicionados de forma segura, esses materiais no devem ter dimenses que possam trazer

    riscos ou desconforto aos trabalhadores.

    Para garantir a segurana na movimentao todos os trabalhadores no cesto areo devem

    utilizar cinto de segurana tipo pra-quedista ligado ao guarda-corpo do equipamento ou a

    outro dispositivo especfico previsto pelo fabricante (NR-18 CPN, 2010).

    Outra regra que deve ser seguida para que o transporte seja realizado de forma segura nos

    cestos suspensos o peso total da carga iada, incluindo o moito, conjunto de cabos,

    caamba, trabalhadores, ferramentas e material no deve exceder 50% da capacidade de carga

    nominal do equipamento de guindar (NR-12, 2010).

    Segundo a NR-12 (2010) antes de iar os trabalhadores nos cestos suspensos devem ser

    realizados testes operacionais de iamento com a caamba. Os testes de iamento devem ser

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    executados para avaliar a correta instalao dos equipamentos, o funcionamento dos sistemas

    de segurana, as capacidades de carga e a existncia de qualquer interferncia perigosa.

    No iamento de teste, a caamba deve ser carregada com a carga prevista para o iamentodos trabalhadores e deslocada at a posio em que ocorre o momento de carga mximo da

    operao planejada (NR-12, 2010).

    proibida a utilizao de cabos de fibras naturais ou artificiais no iamento e/ou sustentao

    do cesto areo suspenso (NR-18 CPN, 2010).

    A NR-12 (2010) afirma que o iamento do cesto suspenso deve ser feito por cabo de ao com

    fitilho de identificao ou sistema para identificao e rastreamento previsto pelo INMETRO- Regulamento de Avaliao da Conformidade para Cabos de Ao de Uso Geral.

    Os trabalhadores que operem e ou sejam transportados pelos equipamentos de guindar em

    operaes assistidas, devem portar rdio comunicador ou equipamento de telefonia similar e

    possuir treinamento especfico para utilizar este equipamento devidamente registrado (NR-

    18 CPN, 2010).

    2.4 OS PR-MOLDADOS E A SEGURANA

    cada vez maior a utilizao de peas pr-fabricadas de concreto na construo civil, pois

    representa um razovel progresso em termos construtivos, permitindo a racionalizao e o

    aperfeioamento tcnico das obras (SINPROCIM-BA, 2003, p. 3).

    Figura 6 - Barraco pr-moldado de concreto. Fonte: Premoart.

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    Segundo SINPROCIM-BA (2003), devido relao custo/beneficio, rapidez, praticidade,

    como tambm em funo da viabilidade, modernidade e leveza, uma grande parte das

    empresas especificam produtos pr-moldados nos projetos que realizam.

    A SINPROCIM-BA (2003) coloca na tabela 1 o resultado do confronto entre a utilizao de

    produtos pr-moldados e a produo in loconos servios listados. A maioria afirma que a

    segurana em pr-moldados maior do que na produo in loco, mas mesmo assim possvel

    perceber que ela no nula, j que 20% afirmam que a segurana diminui no pr-moldado.

    Tabela 1 - Confronto entre a utilizao de pr-moldados e a produo in loco. Fonte:

    SINPROCIM-BA, 2003.

    A pesquisa realizada pela SIMPROCIM-BA em 2003 com empresas construtoras de vrias

    reas, predominando a habitao popular, sobre a utilizao de pr-moldados tanto leves

    como pesados, traz alguns resultados bastante interessantes.

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    A necessidade de treinamento da mo-de-obra foi uma caracterstica marcante das empresas

    pesquisadas, conforme pode-se observar na figura 7, onde 75% das empresas apresentaram

    carncia nesse quesito (SINPROCIM-BA, 2003, p. 12).

    Figura 7 - Necessidade de treinamento dos funcionrios. Fonte: SINPROCIM-BA, 2003.

    Portanto de suma importncia que os funcionrios que trabalhem com atividades no pr-

    moldado recebam treinamentos para que desempenhem suas funes da maneira mais

    adequada possvel, evitando assim a ocorrncia de acidentes de trabalho.

    Os treinamentos especficos de segurana no trabalho tambm precisam ser desenvolvidos em

    todas empresas na rea da construo civil, garantido a qualidade e segurana de seus

    funcionrios.

    De acordo com SINPROCIM-BA (2003), cerca de 36% dos pesquisados acham que o uso de

    pr-moldados ainda insatisfatrio e culpam, em grande parte, a falta de informao das

    construtoras e grande parte considera ineficaz a fiscalizao tcnica realizada pelos rgos

    competentes: IBAMETRO/CREA/outros.

    Se a fiscalizao fosse mais intensa por parte desses rgos as empresas se sentiriam na

    obrigao de cumprir seus deveres, garantindo assim a segurana e a qualidade na sua

    construtora.

    Ainda SINPROCIM-BA (2003) afirma que as principais dificuldades do sistema citadas

    foram a falta de critrio das exigncias do CREA para fabricao e montagem de produtos

    Necessidade de treinamento dos funcionrios

    Sim

    75%

    No

    25%

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    Com os resultados obtidos Quintana (2003) concluiu que nem sempre os aspectos objetivos

    apontados pelas Normas Regulamentadoras so os mais relevantes e preocupantes para os

    trabalhadores. Segundo os dados coletados, a maioria dos trabalhadores apontaram postura

    inadequada e esforo fsico intenso como sendo itens fundamentais em um Programa de

    Segurana para o Setor.

    Porm para a elaborao do PPRA (Programa de Preveno de Riscos Ambientais) os fatores

    ergonmicos ou mesmo os fatores subjetivos dos trabalhadores no so levados em

    considerao, por no apresentarem riscos eminentes ou quantificveis (QUINTANA, 2003,

    p. 60).

    A DOMUS pode ser considerada como empresa referncia no Brasil por seguir rigorosamente

    os procedimentos para garantir a segurana na montagem de pr-moldados:

    Uso dos EPIs (Capacete, cinto de segurana, protetor auricular);

    Utilizao de linha de vida;

    Isolamento das reas em montagem;

    Sinalizao precisa ao operador do guindaste;

    Fiscalizao rigorosa de toda atividade de montagem;

    Utilizao efetiva de cabos guia junto s peas em movimento;

    Exames mdicos peridicos de toda equipe de montagem.

    Segundo REN (2009) a movimentao de cargas pesadas, principalmente elementos pr-

    fabricados em concreto, assumem riscos particulares, devido a sua dimenso, complexidade e

    peso por pea. Sendo assim a montagem das peas pr-fabricadas deve ser planejada e

    executada com rigor.

    Ainda REN (2009) cita os riscos mais frequentes encontrados durante a montagem de peas

    pr-moldadas: assentamento das paiolas do equipamento, desequilbrio sem ruptura e queda

    dos elementos ou da carga, queda da carga por ruptura dos cabos ou outro elemento,

    desequilbrio e queda da carga por m acomodao dos materiais, quedas em altura, choque

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    com objetos, choque da carga com objetos, rotao das peas pr-fabricadas, esmagamento e

    cortes.

    Sampaio (2009) coloca algumas medidas que precisam e devem ser tomadas com relao aosriscos nos pr-moldados para reduo e preveno dos acidentes de trabalho:

    Todas as etapas da montagem devem ser planejadas antes de comear o servio;

    EPIs: Capacete, cinturo, botas, culos, macaco, protetor auricular e luvas;

    Para a movimentao de pessoas entre dois nveis imediatos, tanto de subida, quanto

    de descida, devem ser instaladas escadas de mo com degraus antiderrapantes e presas

    a estrutura.

    Os elementos pr-moldados devem estar o mais prximo possvel dos equipamentos

    de elevao;

    necessria uma perfeita coordenao entre os trabalhadores responsveis pelas

    manobras para evitar choques e golpes durante o iamento.

    Na figura 8 onde est sendo efetuada a montagem da cobertura o trabalhador em cima da

    pea no est utilizando cinto de segurana e muitos trabalhadores circulam pelo local que

    deveria estar isolado e sinalizado.

    Figura 8 - Situao de montagem inadequada.

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    J na figura 9 os funcionrios nos servios de altura esto utilizando cinto de segurana

    adequadamente.

    Figura 9 - Utilizao correta do cinto de segurana.

    O operador deve utilizar o sistema de montar cavalo, quando no for mais possvel

    nenhuma medida preventiva.

    A NR 18 tambm cita algumas medidas que merecem ateno:

    Durante as operaes de protenso dos cabos, no ser permitida a permanncia de

    trabalhadores atrs dos macacos hidrulicos ou sobre estes e outros equipamentos de

    protenso;

    A rea em torno deve ser isolada com barreiras e cartazes de alerta para evitar o acesso

    de pessoas;

    O transporte de peas protendidas s deve ser feito usando-se guindastes apropriados,

    presos nos pontos de iamento predeterminados.

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    3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    3.1 TIPO DE PESQUISA

    De acordo com Chizotti (1991 apud Barros 2000), o estudo de caso se volta a coleta e ao

    registro de informaes sobre um ou vrios casos particularizados, elaborando relatrios

    crticos organizados e avaliados, dando margem a decises e intervenes sobre o objeto

    escolhido para investigao (uma comunidade, uma organizao, uma empresa, etc.).

    Nesta pesquisa o estudo de caso se classifica conforme Barros (2000) como observacional

    ligado pesquisa qualitativa e participante, utilizando em alta escala a observao.

    Ser utilizado para o desenvolvimento desta pesquisa um estudo de caso na cidade de

    Chapec (SC), para anlise da segurana do trabalho em empresas construtoras de pr-

    moldados.

    O trabalho ser baseado nas principais normas de segurana relacionadas a construo civil,

    que possam ser aplicadas para estruturas pr-moldadas de concreto, a Norma

    Regulamentadora 18-NR 18: Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da

    Construo, a Norma Regulamentadora 6-NR 6: Equipamento de Proteo Individual-EPI, a

    Norma Regulamentadora 12-NR 12: Segurana no Trabalho em Mquinas e Equipamentos, a

    Norma Regulamentadora 35-NR 35: Trabalho em Altura.

    3.2 AMOSTRA

    A pesquisa inicia com a anlise da empresa selecionada para obteno dos riscos que

    realmente causam maior nmero de acidentes ou que de alguma forma colocam em risco a

    vida dos funcionrios em estudo.

    A empresa escolhida j atua na rea de pr-moldados desde 1986, desenvolvendo obras

    variadas como edifcios residenciais, residncias de 2 pavimentos e barraces que so os mais

    procurados e executados. Neste ano de 2012, at a presente data, foram realizadas 16 obras,

    sendo 2 prdios e 14 barraces.

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    O quadro de funcionrios na parte da indstria de 30, destes 6 esto na parte de montagem.

    A empresa conta tambm com 2 equipes terceirizadas para o servio de montagem.

    A preocupao da empresa com a segurana visvel, que busca orientar e exigir de seusmontadores e demais funcionrios os cuidados necessrios. Em 2011 foi registrado um

    acidente em montagem, e neste ano de 2012 at o momento tambm um acidente de queda de

    um funcionrio durante a montagem de vigas de cobertura. Por isso a necessidade de mais

    ateno para evoluo e melhoria da segurana e da prpria empresa.

    3.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

    3.3.1 Lista de verificao: elaborao

    Foi elaborada uma lista de verificao (Anexo I) a partir das normas vigentes, principalmente

    a NR-18 j que no existe ainda uma norma de segurana especfica para pr-moldados. Esse

    instrumento foi aplicado nas trs obras escolhidas a fim de quantificar os riscos existentes. A

    lista de verificao ser apresentada no captulo 4.

    Durante a aplicao desta lista de verificao foram percebidos o comportamento, o

    conhecimento e os hbitos dos operrios em relao segurana. Qual a preocupao da

    empresa e o que tem feito para garantir a segurana em suas obras.

    3.3.2 Lista de verificao: aplicao

    A lista foi aplicada nas obras selecionadas, contemplando trs fases distintas de montagem:

    Obra 01: A primeira obra visitada foi na cidade de Chapec, um barraco nos fundos

    de um terreno, atrs de um prdio, o barraco era de 191,11 m e estava na fase de

    montagem das vigas da cobertura. No momento da visita 5 trabalhadores executavam

    a montagem da estrutura.

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    Obra 02: A segunda obra tambm estava sendo executada no municpio de Chapec,

    um barraco de aproximadamente 437,50 m, a fase observada foi a montagem dos

    pilares. Havia 3 funcionrios trabalhando no local durante a aplicao da lista.

    Obra 03: A terceira lista de verificao foi aplicada na obra de um barraco com

    213,89 m na cidade de Chapec, a fase da obra era a montagem das vigas do

    reservatrio, que tambm precisam de ateno pela sua altura. Durante a observao 3

    funcionrios executavam a montagem.

    3.3.3 Proposio de solues

    A partir dos resultados encontrados com a aplicao da lista de verificao foi possvel

    verificar em que pontos existem mais dificuldade na preveno, em quais situaes o perigo

    se torna evidente, deixando claro assim onde preciso agir para melhorar este quadro.

    A partir das informaes obtidas e dos riscos quantificados foram propostas solues

    adequadas para prevenir cada um dos problemas encontrados. Todas as medidas seguem as

    normas j citadas, a fim de garantir a segurana da obra e dos trabalhadores mantendo-se de

    acordo com a legislao. As solues tambm sero apresentadas no captulo 4.

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    4 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS

    4.1 LISTA DE VERIFICAO

    A partir do acompanhamento em obras da empresa selecionada, foi desenvolvida a lista de

    verificao, foi analisada toda a fase de montagem de estruturas como pilares e vigas de

    barraces, observando as situaes que demonstravam claramente os riscos envolvidos na

    atividade. Tambm atravs da reviso bibliogrfica e das normas j citadas anteriormente

    pode-se perceber em que pontos a montagem se mostrava mais perigosa.

    Atravs destes pontos a lista de verificao (Anexo 1) foi elaborada buscando enfatizar a

    segurana nas atividades de execuo da montagem que mais colocam em risco a vida do

    trabalhador. Por isso os itens principais da lista so:

    4.1.1 Utilizao do guincho

    O guincho a principal mquina utilizada na montagem de estruturas pr-moldadas, por isso

    merece cuidado e ateno durante sua utilizao, os itens mais importantes esto descritos na

    figura 10.

    Figura 10 - Lista de verificao: Utilizao do guincho.

    O item A.1 (figura10) afirma que o equipamento de guindar deve estar devidamente

    estabilizado antes da movimentao das peas pr-moldadas. Ao chegar ao local da

    montagem, o veculo deve ser estacionado prximo ao local no qual as peas sero montadas,

    de acordo com o alcance de cada caminho.

    A.4 Durante a movimentao das peas o guincho no est transportando pessoas ou ferramentas.

    A. UTILIZAO DO GUINCHO SIM

    A.1 O guincho est devidamente estabilizado antes da movimentao das peas.

    A.2 O guincheiro possui certificado de treinamento para movimentao de cargas.

    A.3 A rea est isolada e sinalizada proibindo a permanncia de pessoas que no esto envolvidas no processo.

    NONO SEAPLICA

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    Em seguida o guincheiro deve estabilizar o caminho para que no tombe durante o iamento,

    em seu posto manuseia as alavancas fazendo com que as patolas sejam firmadas no solo

    permitindo que o guincho fique totalmente estabilizado.

    Ao fim desta etapa ele verifica os dois lados para conferir o servio e ento inicia o iamento

    das peas. A figura 11 mostra o caminho j estabilizado.

    importante que o guincheiro execute um trabalho de qualidade para garantir a segurana do

    guincho durante o iamento. Com o veculo devidamente estabilizado no existe possibilidade

    de tombamento que possa gerar transtornos como esmagamentos, fissuras e lascas no concreto

    das peas, danificando o material ou atingindo os funcionrios.

    Figura 11 - Estabilizao do guincho.

    O item A.2 da figura 10 exige treinamento e certificado para todos os operadores de

    guindaste, antes de iniciarem as atividades como guincheiros. Eles precisam de aulas tericas

    e prticas, para dominar com preciso e segurana o guincho. A carga horria do curso varia

    entre 16 e 40 horas, com o certificado o guincheiro est apto para trabalhar com o guincho,

    com conhecimento necessrio para agir em situaes perigosas e garantir a segurana de todos

    os envolvidos no processo.

    Item A.3 (figura 10): proibida a entrada e permanncia de pessoas no autorizadas no local

    enquanto houver movimentao das peas pr-moldadas, a fim de garantir uma boa execuo

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    da montagem e tambm a segurana tanto dos trabalhadores como das pessoas no envolvidas

    no processo.

    O maior guincho da empresa tem um alcance de 21 metros, nesse raio de iamento deve haverisolamento, para que no ocorram acidentes com pessoas no autorizadas a estarem na obra.

    Existe perigo de queda de peas, tombamento do guincho e tambm materiais cortantes ou

    perigosos que estejam expostos no canteiro.

    O item A.4 da figura 10 afirma que enquanto o guincho estiver iando e fazendo a montagem

    das peas pr-moldadas proibido que este transporte pessoas, tanto sozinhas como junto

    com as peas.

    O equipamento de guindar foi feito para o transporte de materiais e no de pessoas, como

    define a NR 12 para o transporte de pessoas preciso utilizar o cesto areo juntamente com

    um cinto de segurana. No transporte de pessoas com materiais ou sozinhas existe risco de

    queda, esmagamento e tombamento do guincho, podendo gerar danos graves aos montadores.

    4.1.2 Proteo contra quedas de altura

    Figura 12 - Lista de verificao: proteo contra quedas de altura.

    Quando o trabalhador estiver realizando servios a mais de dois metros de altura obrigatrioo uso do cinto de segurana. Na montagem das estruturas pr-moldadas so analisadas duas

    situaes mais crticas de trabalho em altura:

    No item B.1 (figura 12) durante a montagem das vigas da cobertura, ou de vigas do

    reservatrio, j que para a montagem de vigas o funcionrio precisa estar sobre a estrutura

    para fazer o encaixe e a fixao das peas. A dificuldade de o montador se movimentar

    evidente, pois ele precisa estar dos dois lados da viga, sendo assim ele caminha sobre a viga

    para fazer a montagem. Esse o principal risco de queda dessa atividade, j que muitas vezes

    B. PROTEO CONTRA QUEDAS DE ALTURA SIM NONO SEAPLICA

    B.1 O montador esta utilizando cinto de segurana tipo para-quedista dotado de dispositivo trava-quedascom cabo guia devidamente fixado estrutura,durante a montagem das peas.

    B.2 Durante a retirada da cinta, que segura a pea juntamente com o guindaste, o montador utiliza cinto desegurana tipo para-quedista dotado de dispositivo trava-quedaspara movimentar-se sobre a estrutura.

    B.3 Existe sinalizao de advertncia e isolamento da rea capaz de evitar acidentes

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    a altura dessas vigas superior a 10 metros. Por isso a necessidade de uma soluo que

    possibilite a movimentao do trabalhador, porm com a utilizao de um cinto de segurana

    preso a estrutura como exige a NR 35.

    No item B.2 (figura 12) durante a retirada da cinta que segura a pea ao guindaste. Tanto na

    montagem dos pilares quanto das vigas o montador precisa fazer a retirada da cinta, para isso

    ele se desloca novamente sobre a estrutura ou levado pelo guindaste. Como j comentado

    proibido a movimentao de pessoas pelo guindaste, e sobre a estrutura proibido estar a

    mais de dois metros sem cinto de segurana. Esta atividade oferece risco de queda da

    estrutura, queda do guindaste e tombamento do guindaste.

    4.1.3 Utilizao da solda

    Figura 13 - Lista de verificao: utilizao da solda.

    O aparelho de soldar tambm expe o trabalhador a alguns riscos durante a sua utilizao,

    sendo assim algumas medidas devem ser seguidas para evit-los:

    O item C.1 da figura 13 afirma que o aterramento constitui uma proteo fundamental dos

    equipamentos.

    Os itens C.2 e C.3 da figura 13 salientam os equipamentos de proteo individuais que devem

    ser utilizados, as luvas e mangas compridas protegem contra o calor e contra respingos

    incandescentes, e a mscara tambm evita respingos no rosto.

    C.1 O equipamento de soldar est devidamente aterrado.

    C. UTILIZAO DA SOLDA SIM NONO SEAPLICA

    C.2 O soldador est utilizando luvas e mangas contra a agressividade do calor e contra respingos

    incandescentes.

    C.3 O soldador est utilizando a mscara como proteo para o rosto.

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    4.1.4 Outros equipamentos

    Figura 14 - Lista de verificao: outros equipamentos.

    Como visto anteriormente na NR-6 obrigao da empresa fornecer, exigir e orientar o uso

    dos equipamentos de proteo individual necessrios em qualquer canteiro de obra. Os itens

    D.1 e D.2 da figura 14 exigem os equipamentos indispensveis: botinas, capacete e uniforme

    da empresa.

    4.2RESULTADOS DOS ESTUDOS DE CASO

    4.2.1 Utilizao do guincho

    Nas trs obras verificadas os guinchos foram estacionados em locais apropriados, prximo a

    estrutura e foram devidamente estabilizados para depois dar incio as montagens. Na obra 01

    foram necessrios dois guinchos, na figura 15 pode-se observar os dois j estabilizados

    executando a montagem. Nas obras 02 e 03 foram utilizados apenas um caminho para cada

    montagem, na figura 16 observa-se o guincho estabilizado na obra 02.

    Na obra 01, dos dois guincheiros que operavam apenas um deles possua o curso e ocertificado para operador de guincho. O guincheiro que executava o servio na obra 02

    possua o treinamento e o certificado do curso, ele comentou que a empresa sugeriu o curso,

    mas no ajudou financeiramente. J na obra 03 o guincheiro no possua curso com

    certificado para desempenhar tal atividade.

    D.1 Todo trabalhador est usando botinas e capacetes, independente da funo.

    D. OUTROS EQUIPAMENTOS SIM NONO SEAPLICA

    D.2 Os trabalhadores esto usando uniforme cedido pela empresa.

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    Figura 15 - Estabilizao dos guinchos (Obra 01).

    Figura 16 - Guincho estabilizado j fazendo a montagem do pilar (Obra 02).

    A rea dos trs canteiros no foi isolada, ou seja, nas trs obras era permitida a entrada de

    qualquer pessoa, mesmo as no envolvidas no processo. Na obra 01 o prdio na frente do

    terreno tinha uma loja de materiais de construo e prximo a montagem ficava o depsito

    desses materiais. A todo o momento passavam por perto pessoas sem equipamentos de

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    segurana para buscar os materiais, se expondo aos riscos que envolviam o processo, como

    queda de materiais ou peas, respingos durante a utilizao do equipamento de soldar.

    Na obra 03 o guincho estava estacionado muito prximo da estrada, mesmo sendo um bairromais retirado deveria haver sinalizao e isolamento para chamar a ateno tanto dos carros

    como pedestres que passavam pelo local.

    Outra situao de risco que a norma probe a movimentao de pessoas pelo guincho, tanto

    sozinhas como junto com materiais, e esta no foi seguida na obra 02 e 03. Para a retirada da

    cinta que fica envolta no pilar (obra 02), o montador se prende a outra cinta e o guincho o

    leva, como mostra a figura 17, ele passa uma das pernas pela cinta e com as mos se segura na

    prpria cinta. Ele tambm deveria estar utilizando um cinto de segurana, j que a altura

    maior que 2 metros.

    Figura 17 - Movimentao do funcionrio pelo guincho (Obra 02).Logo ao prender a primeira pea ao guincho na obra 03, o montador colocou o cinto de

    segurana e subiu na pea para ser iado at o local juntamente com o guincho. O cinto estava

    preso a uma corda que foi amarrada ao gancho do guincho, novamente deixando de seguir a

    norma (figura 18).

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    Figura 18 - Movimentao de pessoa e material no guincho (Obra 03).

    Novamente ao trmino da montagem das vigas (obra 03) o montador se prendeu com a cinta

    no guincho e desceu at o cho conforme a figura 19.

    Figura 19 - Movimentao do funcionrio pelo guincho.

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    4.2.2 Proteo contra quedas de altura

    As duas visitas, obra 01 e 03, que envolviam riscos de quedas de altura foram verificadas

    situaes irregulares e perigosas.

    Durante a montagem das vigas, na obra 01, o montador usava o cinto de segurana, mas no

    prendia na estrutura. Como os pilares j estavam montados, ele apoiava uma escada de mo

    de aproximadamente 4 metros nesses pilares e subia at a ponta do pilar, o guincheiro

    aproximava a pea guiado pelo montador, quando a pea estava no local o montador fazia o

    encaixe (figura 20), algumas vezes ele precisou ficar montado em cima da pea para

    conseguir fix-la no lugar correto como mostra a figura 21.

    Como tambm pode ser observado na figura 20, a escada de mo no est fixada na estrutura

    como prope a NR-18, optou-se no incluir este item na lista de verificao, j que a escada

    utilizada uma vez em cada pilar. O montador coloca a escada, sobe, fixa a viga no pilar, desce

    da escada e parte para outro pilar. Observou-se que se ele fosse fixar a escada, ele utilizaria

    mais vezes a escada para prend-la a estrutura do que para fazer a montagem das peas do

    barraco.

    Figura 20 - Funcionrio fazendo a fixao da viga no pilar.

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    Figura 21 - Montador utilizando o sistema de montar a cavalo.

    Depois da viga devidamente encaixada no pilar, o montador precisa dirigir-se at a cinta que

    segura a pea ao guincho, retirar o gancho e ainda retirar a cinta que envolve a pea. No caso

    da viga da cobertura ele fica de p sobre a viga e caminha em direo a cinta totalmente solto,

    com um pedao de madeira ou ferro faz a retirada da cinta e volta novamente de p sem

    nenhuma segurana at a escada e desce, esse procedimento pode ser observado na figura 22,o montador utilizando ainda o cinto de segurana, mas sem prender na estrutura.

    Figura 22 - Retirada da cinta que segura a pea ao guincho.

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    Na obra 03 o montador ficou o tempo inteiro sobre a estrutura, apenas descia e subia, com o

    guincho quando a viga a ser colocada mudava de nvel. Ele no ficou sempre preso com o

    cinto na estrutura, algumas vezes ele se incomodava e se enrolava na corda e nas cintas, e

    ficava solto. Em todos os momentos que ele aguardava o guincho trazer outra pea ele estava

    distrado com o celular (figura 23), outro risco de queda, j que estava desatento.

    Figura 23 - Montador distrado com o celular no ponto mais alto da estrutura.

    4.2.3 Utilizao da solda

    A utilizao da solda pode ser observada em uma das trs obras visitadas. Na obra 01, na

    colocao dos tirantes foi preciso soldar uma barra com a outra para que o tamanho fosse

    suficiente, j que eles cruzavam todo o comprimento do barraco. Durante a soldagem o

    funcionrio utilizou a mscara para proteger o rosto contra os respingos do metal fundente e

    das fagulhas de solda. Porm ele no estava usando as luvas de raspa de couro e mangacomprida para proteger as mos dos mesmos riscos do rosto, conforme a figura 24.

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    Figura 24 - Utilizao da solda.

    4.2.4 Outros equipamentos

    Quanto a utilizao dos equipamentos de proteo individual, que devem ser utilizados em

    qualquer obra, todos os funcionrios apresentaram-se de forma positiva. Utilizavam capacete

    e botinas, independente da funo, e uniforme cedido pela empresa.

    4.3 SOLUES

    Atravs das listas de verificao aplicadas pode-se chegar aos riscos discutidos no item acima,

    e assim ento sugerir solues para resolv-los.

    4.3.1 Utilizao do guincho

    Nas trs obras visitadas observou-se a falta de sinalizao e isolamento da rea onde estava

    sendo executada a montagem. Uma maneira de garantir esse isolamento utilizando

    sinalizao com placas na entrada da obra informando a proibio e tambm a devida

    utilizao dos EPIs necessrios para quem entrar na obra, conforme figuras 25 e 26.

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    Figura 25 - Sinalizao para utilizao dos epi's.

    Figura 26 - Sinalizao de proibio.

    Outra forma o fechamento da parte do canteiro onde os guindastes estiverem fazendo o

    iamento das peas, este pode ser feito com fita zebrada a qual sinalizar o acesso impedido

    s pessoas. A colocao de cones na entrada do canteiro tambm pode ser uma soluo vivel,

    j que no possui um custo alto e sinaliza o impedimento de entrada.

    Outro ponto que necessita ateno o treinamento dos operadores de guindaste. Um deles

    tinha o curso e o certificado, j o outro no, apenas recebera um treinamento pelos prprios

    colegas de trabalho, pois estava em falta o servio na empresa.

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    preciso que a empresa exija e fornea o curso para seus funcionrios como forma de

    incentivar a qualidade do servio e a segurana do trabalho.

    Existem inmeras empresas de especializao que oferecem o curso, a carga horria do cursodepende do local de realizao, mas geralmente fica entre 16 e 40 horas com aulas tericas e

    prticas. O operador recebe certificado e a cada 12 meses deve fazer a reciclagem para

    renovar a sua validade.

    A movimentao de pessoas no guincho tanto junto com materiais como sozinhas proibida.

    Como pde ser observado na obra 02 o montador transportado pelo guincho na retirada da

    cinta, j na obra 03 o montador transportado sozinho e tambm junto com as peas para

    subir at a altura da montagem.

    Esse um problema complicado j que escadas de mo, segundo a NR-18, no podem ter

    mais de 7,00 metros de extenso e as alturas de pilares e das vigas do reservatrio geralmente

    so maiores. Sendo assim necessria outra forma para movimentar os trabalhadores at as

    alturas desejadas.

    A NR-12 (2010) cita como soluo equipamentos de guindar para elevao de pessoas e

    realizao de trabalho em altura, os cestos areos. Como j comentado para a situao em

    questo, o mais apropriado seria o cesto suspenso. Esse cesto ser utilizado no prprio

    guincho, e o trabalhador levar consigo apenas ferramentas necessrias para o servio. Deve

    ser utilizado cinto de segurana preso ao guarda-corpo do cesto.

    O cesto oferece mais segurana ao trabalhador, j que ele no ficar apenas iado pela cinta

    utilizada nas peas. preciso que as empresas invistam um pouco, mas garantam a segurana

    em suas obras para seus funcionrios, seguindo as normas descritas.

    4.3.2 Proteo contra quedas de altura

    O risco de queda de altura na montagem de estruturas pr-moldadas o principal e mais

    preocupante. A dificuldade para prender o cinto e mant-lo preso durante toda a montagem a

    mais de 2 metros de altura precisa ser solucionada.

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    Segundo Lozano (2007), as linhas de vida so consideradas, pela maioria, solues

    complicadas, que atrasam e atrapalham a vida do trabalhador. Porm ele as apresenta como a

    nica situao possvel para reduzir ou eliminar os riscos de queda de altura.

    Existemlinhas de vida do tipo vertical ou horizontal, instaladas de forma fixa ou temporria

    e em relao s quais so ancorados os Equipamentos de Proteo Individual Anti-Queda,

    como bloqueadores automticos, mosquetes, cintas e cordas (LOZANO, 2007).Para o caso

    dos pr-moldados sugere-se o uso de forma temporria, somente enquanto ocorre a montagem

    das peas.

    De acordo com Lozano (2007), a linha de vida temporria vertical realizada com cordas e

    apenas um trabalhador pode usar, cada um com sua corda, j a horizontal que tambm

    executada com cordas ou cintas, que permitem o travamento da queda, pode ser utilizada

    simultaneamente por at dois trabalhadores.

    Ento para a montagem das vigas da cobertura interessante realizar a linha de vida

    horizontal, prendendo as cordas nos pilares, podendo o trabalhador se movimentar para a

    montagem e para a retirada da cinta da pea sem se soltar em nenhum momento da corda.

    Para as vigas do reservatrio pode ser utilizada a linha de vida vertical, porm o trabalhador

    precisa prender a corda em um ponto estratgico para no precisar se soltar durante a

    montagem, por isso talvez em algumas situaes a horizontal seja melhor aplicada. Nessa

    situao tambm interessante a utilizao do cinto em Y, com dois ganchos, conforme

    figura 27, assim o trabalhador no fica solto, quando troca um gancho de lugar o outro est

    preso.

    Figura 27 - Talabarte em Y.

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    Na figura 28 pode-se observar um exemplo simples de linha de vida horizontal, aps a

    montagem dos pilares colocada a corda no sentido da montagem das vigas da cobertura,

    sendo assim os montadores podem fazer a montagem com segurana de cada linha horizontal

    de pilares.

    Figura 28 - Exemplo de linha de vida horizontal.

    4.3.3 Utilizao da solda

    Foi observada apenas em uma das obras a utilizao da solda, e a nica situao que precisa

    ser melhorada a utilizao dos equipamentos de proteo individual. Como j citado

    anteriormente preciso proteger-se contra a radiao calorfica e contra os respingos

    incandescentes, por isso a utilizao da mscara de soldador, das luvas de raspa de couro e o

    uniforme com mangas compridas.

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    obrigao da empresa fornecer esses equipamentos e do funcionrio usar adequadamente.

    So equipamentos com custo baixo e devem ser trocados quando estiverem danificados,

    porm o trabalhador deve responsabilizar-se pela sua guarda e conservao.

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    5 CONSIDERAES FINAIS

    A lista de verificao foi elaborada, de acordo com o esperado, envolvendo as atividades que

    merecem mais ateno na montagem das estruturas pr-moldadas, bem como sua aplicao

    mostrou os riscos evidentes e aonde se deve agir com maior rigidez para mudar essa

    realidade. Sendo assim os objetivos propostos foram cumpridos, obtendo resultados

    satisfatrios, as solues foram sugeridas, e podem ser implantadas a fim de reduzir ou at

    eliminar os riscos de acidentes.

    A segurana do trabalho est diretamente relacionada com a educao dos empregados, a

    orientao e treinamento por parte dos empregadores, e filosofia de trabalho da empresa.Atravs da pesquisa realizada percebeu-se a falta de preocupao dos montadores de pr-

    moldados em relao a sua segurana, tanto na utilizao dos equipamentos de proteo

    individual como coletiva.

    Os riscos encontrados so evidentes e mostraram-se em todas as montagens acompanhadas.

    Isso significa que preciso uma conscientizao de todas as partes interessadas para mudar

    essa realidade e melhorar a segurana e consequentemente o servio.

    Nas obras visitadas em que o dono ou responsvel da empresa se fazia presente o cuidado era

    maior, e mesmo assim em algumas situaes o risco aparecia claramente. Por isso, se faz

    necessria a fiscalizao diria, o dilogo entre os responsveis e os empregados, a orientao

    atravs de treinamentos e demonstraes de utilizao de sistemas e equipamentos.

    Durante as visitas na empresa, os responsveis mostravam dificuldade de dilogo com os

    funcionrios, j que muitos se opunham a utilizar os equipamentos, e at ameaavam pedir

    demisso. Nas montagens em altura, a reclamao estava na dificuldade em manter-se preso,

    e na movimentao, pois afirmavam se enrolar nas cordas que prendiam o cinto.

    As solues indicadas para as quedas de altura e para a movimentao de pessoas no guincho

    so a utilizao da linha horizontal ou vertical de vida e do cesto areo suspenso,

    respectivamente. So formas de garantir a segurana dos trabalhadores bem como o bom

    andamento da obra, j que com a linha de vida horizontal o montador pode se movimentar

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    sobre a estrutura sempre preso ao cinto de segurana e a corda e na movimentao do cesto

    areo ele tambm fica sobre estrutura segura e utilizando o cinto.

    fcil compreender que as solues existem e esto a nossa disposio, basta fora devontade e iniciativa para serem colocadas em prtica. Algumas demandam alguns gastos para

    a empresa, mas comparando com as perdas que um acidente pode gerar, devem ser encarados

    como investimento.

    Espera-se a partir dos resultados obtidos que as solues propostas sejam de fato

    implementadas pela empresa e gerem melhoria da segurana do trabalho na montagem de

    estruturas pr-moldadas.

    5.1 SUGESTES PARA NOVOS TRABALHOS

    Implementao das solues propostas nesta pesquisa para avaliao da sua eficincia;

    Elaborao de uma nova lista de verificao, incluindo a fabricao e o transporte das

    peas pr-moldadas, bem como, sugestes para as solues dos riscos encontrados

    nessas atividades.

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    REFERNCIAS

    ALVES, Gilson Gilvan Conejo. Manual de auxlio na interpretao e aplicao da normaregulamentadora 35 trabalhos em altura. Ministrio do Trabalho e Emprego, 2011.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS (ABNT). Cadastro de acidentes(NBR 14280). Disponvel em:http://xa.yimg.com/kq/groups/1217392/917403278/name/NBR-14.280 Acess