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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013
ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DE PROGRAMAS E INSTRUMENTOS DE CONTROLE NO MUNICÍPIO DE PIRAÍ
Heloisa Maria de Araújo Caldas Carvalhêdo
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Painel 50/191 Novos formatos organizacionais: análise de casos
ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DE PROGRAMAS E INSTRUMENTOS
DE CONTROLE NO MUNICÍPIO DE PIRAÍ
Heloisa Maria de Araújo Caldas Carvalhêdo
RESUMO O objeto deste trabalho é analisar o cumprimento de programas pelos agentes públicos da Administração Direta, observando as normas constitucionais e doutrinárias, especialmente sobre saúde pública, se delegado pelo poder público e exercido por particular, nos contratos de gestão com entidades não estatais, e as cláusulas de controle e resultado. O estudo utiliza como metodologia a pesquisa qualitativa e quantitativa, abrangendo consulta a doutrinas, legislação e levantamento de dados. O Contrato de Gestão é um importante instrumento de supervisão e avaliação de desempenho, tendo como pontos fortes os indicadores de desempenho, os mecanismos de acompanhamento e monitoramento das ações de saúde: controle social. Pretende-se demonstrar quais são os instrumentos de controle que estão sendo, efetivamente, utilizados além da análise do cumprimento de programas. O Município de Piraí pactuou em 1997 o primeiro instrumento de Contrato-Parceria entre a Prefeitura de Piraí e o Hospital Flávio Leal, único hospital do Município, pertencente à Casa de Caridade de Piraí, entidade filantrópica, que em decorrência de um processo de adequação em 2007 celebrou um Contrato-Convênio. Para tanto, o Hospital assumiu a missão de suprir as necessidades de oferta e de qualidade de serviços de saúde à população do município, enquanto gestor do Sistema Único de Saúde – SUS.
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Foto: Hospital Flávio Leal
1 INTRODUÇÃO
A prestação de serviços de saúde à população brasileira desde a sua
formação sempre contou com a participação de entidades públicas e privadas nas
atividades de medicina. Para Sonia Barone (2007, p. 47) o advento do Sistema
Único de Saúde (SUS) no Brasil, definiu de forma clara a participação das esferas
pública e privada na prestação e controle dos serviços de saúde, de modo que
instituições privadas conveniadas com a rede pública executam os serviços
finalísticos de atendimento à população.
Os Contratos de Parceria feitos pela Administração Pública com entidades
não estatais devem conter a submissão da entidade ao cumprimento dos programas
ou objetivos governamentais, sujeitando-se ao controle de resultados, para identificar
o êxito das atividades planejadas, corrigir precocemente as ações, medindo sua
eficácia que é a única maneira de se verificar a consecução de tais objetivos, atender
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aos princípios da legalidade e da eficiência. Na definição de Maria Sylvia Zanella Di
Pietro (2002, p. 7), “entidade é dita não estatal porque a ideia é que ela não pertença
ao Estado, nem se enquadre entre as entidades da Administração Indireta”.
Na consulta à legislação, a Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988 (CF/88) estabelece em seus artigos 196 a 199, que o Estado garante a todo
brasileiro, saúde por meio de políticas sociais e econômicas, com acesso universal e
igualitário. E, permite, de forma complementar, que instituições privadas participem,
de acordo com suas diretrizes, do Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
convênio e contratos com entidades filantrópicas. Tal participação complementar
também está prevista nos artigos 24 e 26 da Lei nº. 8.080 de 19 de setembro de
1990, que disciplina o SUS.
Para o cumprimento de seus objetivos na área social e cultural, duas
modalidades institucionais de direito privado podem ser associadas ao Estado,
ambas com o mesmo objetivo: instituir parceria entre o poder público e uma
organização não governamental qualificada pelo poder público. O primeiro instituto
denominado pelo Projeto de Lei nº 4.690/98, as Organizações Sociais (OS), e o
segundo instituto depois convertido na Lei nº 9.790/99, as Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
Ainda segundo Di Pietro (2011, p.252) entende-se por organizações
sociais as entidades de direito privado que por iniciativa do Poder Executivo, obtêm
autorização legislativa para celebrar contrato de gestão. Os teóricos da Reforma do
Estado incluem as organizações sociais, no que denominam de terceiro setor, como
entidade da sociedade civil que exercem atividades de interesse público e não
lucrativas, com direito à dotação orçamentária, autonomia financeira e administrativa
respeitadas, as condições descritas em lei específica.
Nesse contexto, há a necessidade de uma prévia habilitação legal dessas
entidades, e formalização com o poder executivo do contrato de gestão para a OS
ou do Termo de Parceria para OSCIP1, documentos de planejamento que definem
objetivos e metas a serem alcançados no campo de atuação de cada entidade, de
acordo com a natureza da política pública.
Citando como exemplo a experiência do Município de Piraí, para o
desenvolvimento desse estudo foi feito um levantamento de estudos
socioeconômicos de órgãos fiscalizadores e de controle social e documentos que
fazem parte do arquivo da Prefeitura Municipal.
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1.1 Do Município de Piraí – Breve histórico
O território que hoje se ergue o município de Piraí, que em tupi significa
“rio dos peixes”, faz parte do vale do médio Paraíba do Sul. No local havia duas
tribos indígenas: a dos índios puris e a dos coroados.
A região foi desbravada pelo movimento de tropeiros realizado entre os
estados de Minas Gerais e o Rio de Janeiro. Em 27 de novembro de 1751, foi
concedida uma sesmaria a José da Costa Bandeira, num local chamado sertão da
Paraíba, no caminho de São Paulo.
No final do século XVII os colonos já passavam por ali em busca do
sertão das Minas Gerais. Esse trajeto fora utilizado para abastecer os viajantes de
suas necessidades, bem como, para servir de local de descanso.
Em 1772, os habitantes resolveram construir uma capela, próxima ao rio
Piraí. Seu fundador, José Luiz Urbano, dedicou-a a Santana, de quem era devoto.
Nascia o povoado de Sant’Ana do Piraí.
Em 1817, a região foi elevada à categoria de freguesia, proporcionando
um desenvolvimento apoiado na economia cafeeira, em consequência o governo
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concedeu-lhe autonomia, dada pela Lei Provincial nº 96, de 6 de dezembro de 1837,
elevando-a à categoria de vila e instalando o município em 11 de novembro de 1838.
Somente em 17 de outubro de 1870 recebeu o status de cidade e, seguindo a
divisão administrativa de 1911, o município passou a chamar-se apenas Piraí.
O território, que tinha sua economia baseada na agricultura, sofre baixas
de produtividade ante a ausência de mão-de-obra, devido à abolição da escravatura.
Ao final do século XIX, a implantação da estrada de ferro D. Pedro II
provocou a transferência da polarização para os núcleos vizinhos de Santana de
Barra e Barra do Piraí. Durante as primeiras décadas do século XX, dois influxos
econômicos importantes foram implantados com o objetivo de reativar a economia
municipal: a represa Nilo Peçanha e a fábrica de papéis Pirahy.
Destaque para o Município Piraí no século XXI com a implementação do
projeto do Pólo de Piscicultura e Pólo Industrial com a criação de três Condomínios
Industriais, alavancando o Programa de Geração de Trabalho e Renda. Segundo
dados de 2011, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE/RJ, 89%
dos tributos pagos retornaram como investimentos públicos, abaixo gráfico da
evolução do PIB per capita da região do Médio Paraíba que Piraí faz parte:
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A Região Médio-Paraíba, com uma área de 6.203.4 km², é composta por
12 municípios, quais sejam: Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí,
Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda.
A cidade de Piraí, localizada no Estado do Rio de Janeiro, com uma
população aproximada de 26 mil habitantes, possui um único hospital, Hospital
Flávio Leal, estrutura da instituição filantrópica chamada Casa de Caridade de Piraí
(OSCIP), fundada em 1928. Atualmente, o Hospital é mantido, majoritariamente,
pelo poder público municipal.
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2 OBJETIVOS
2 1 A instituição hospitalar pública e privada
A proposta é trazer uma síntese do contexto do município de Piraí na
gestão das políticas públicas, tendo como eixo as questões relativas à sua realidade,
com a finalidade de apresentar o Contrato firmado com o Hospital Flávio Leal.
A administração e a viabilidade de um hospital seja público ou privado,
não se confunde e nem se limita à rentabilidade financeira, mas a obtenção
maximizada do objetivo fundamental que lhe deu origem e lhe garante sua
legitimidade social: o atendimento com qualidade às necessidades da comunidade.
Vê-se aí, que a viabilidade não é uma característica ou condição natural, intrínseca
ou própria da instituição hospitalar, mas o resultado da sua ação que, por sua vez,
deve monitorar sua atuação e julgar seu desempenho a fim de garantir, pela
competência a sobrevivência da própria instituição.
O espaço hospitalar deve ter mais bem caracterizada sua missão, melhor
definida sua inserção no sistema de saúde, melhor conhecida sua atividade e mais
desenvolvida sua capacidade para acompanhar a evolução da demanda e o
processo da ciência e da técnica.
Na concepção da atual administração do município de Piraí é prioridade
a saúde e a educação. Conforme CF/88, art. 77, III, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, os recursos mínimos a serem aplicados nas ações e
serviços de saúde serão equivalentes a “no caso dos Municípios e do DF, quinze
por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I b e §3º”. Nota-se, portanto, que o
Município estudado cumpre o que determina a Constituição nos serviços e ações
de saúde.
2.2 Contrato-convênio e contrato-parceria
Segundo HOUAISS (2004, p. 189 e 549) convênio significa contrato de
prestação de serviços entre entidades públicas ou privadas e parceria, por outro lado,
é conceituada como uma reunião de esforços com objetivo comum.
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A lei 8.080, que institui o Sistema Único de Saúde, em seu artigo 10, trata
de aspectos da gestão, permite a constituição de consórcios municipais e, nos
limites municipais, a criação de distritos de saúde. No Título III, Capítulo II – Da
Participação Complementar, esta lei normatiza a relação – através de contratos e
convênios – com a iniciativa privada e hospitais filantrópicos. A rede privada é
sempre tratada de forma a suplementar os recursos públicos existentes, e os
hospitais filantrópicos têm prioridade sobre os privados na pactuação.
Esta lei reformula a gestão da saúde pública nacional, estabelecendo a
construção de novas estruturas e modelos executivos baseados na pactuação
gerencial, baseado numa nova forma de contratualização, que passa a ser
fundamental na relação entre os entes federativos e suas novas funções.
O Ministério da Saúde - MS, entre 2004 e 2005, edita portarias que visam
normatizar os processos de contratualização dos Hospitais de Pequeno Porte,
Filantrópicos e Universitários, com foco na regionalização, na descentralização, na
resolutividade, na humanização e na integração com a rede de serviços existentes.
A Portaria 1.044/GM/MS de junho de 2004 institui a Política Nacional de
Hospitais de pequeno porte, sendo regulamentada ainda pelas portarias SAS/87 MS
de junho de 2004 e 852/GM MS de junho de 2005. Esta portaria determina que os
repasses de recursos de custeio sejam efetuados por orçamento global, mediante o
estabelecimento do Contrato de Metas, criando uma mudança na dinâmica histórica
do pagamento por faturamento, estabelecendo metas e determinando o
gerenciamento e acompanhamento das metas estabelecidas, por meio de um
conselho gestor instituído pelo respectivo Conselho de Saúde.
“Art. 12. Definir que o acompanhamento do Contrato de Metas será realizado por Conselho Gestor a ser instituído pelo respectivo Conselho de Saúde ou por Comissão de Acompanhamento do Contrato de Metas no âmbito do respectivo Conselho de Saúde.
Parágrafo único. O Órgão Colegiado de Acompanhamento de que trata o caput deste artigo deverá efetuar o acompanhamento mensal do Contrato de Metas e avaliar os relatórios semestrais das atividades desenvolvidas pelo estabelecimento de saúde, incluindo a análise de documentos contábeis, balancetes e outros julgados cabíveis.
Art. 13. Estabelecer que a Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS definirá, em portaria complementar, os parâmetros e indicadores para acompanhamento e avaliação de desempenho dos estabelecimentos de saúde, visando à manutenção do repasse de recursos financeiros.”
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Em 2005 é editada a Portaria nº 1.721/GM, criando o Programa de
Reestruturação e Contratualização dos Hospitais Filantrópicos no Sistema Único de
Saúde – SUS, dando ênfase aos Hospitais Filantrópicos na estrutura do SUS,
determinando os fatores relacionados à política de financiamento, ao perfil
assistencial e de gestão, bem como ao processo de inserção no sistema de
regionalização da saúde.
A portaria 635 de novembro de 2005 do MS define a forma de
contratualização dos Hospitais Filantrópicos de acordo com a orçamentação mista,
na qual os procedimentos de alta complexidade são custeados com base na
produção de serviços. Os serviços de média complexidade são custeados por parte
fixa e o cumprimento de metas de gestão e as ações da atenção básica são
remunerados por componente fixo.
Continuando o processo de aperfeiçoamento do SUS, em fevereiro de
2006 é editada a portaria 399/GM/MS que divulga o Pacto pela Saúde 2006 como
Consolidação do SUS e aprova suas Diretrizes Operacionais, metas e indicadores
como referenciais para a gestão do SUS. Dentre as metas estabelecidas pelo pacto
temos a contratualização de todos os prestadores de serviço e colocação de todos
os leitos e serviços contratualizados sob regulação.
O conjunto de leis aqui expostas representa um marco no processo
evolutivo da atenção à saúde no País, no que concerne à questão hospitalar,
influenciando a relação da contratualização hospitalar e sua inserção nos processos
de novos modelos de contratualização
A partir de 1997 no Município de Piraí pactuou-se o primeiro instrumento
de Contrato-Parceria entre a Prefeitura de Piraí e o Hospital Flávio Leal, pertencente
à Casa de Caridade de Piraí, entidade filantrópica. Para tanto, o Hospital assumiu a
missão de suprir as necessidades de oferta e de qualidade de serviços de saúde à
população do município, enquanto gestor do Sistema Único de Saúde – SUS.
Com a finalidade de atender a Constituição Federal suas
regulamentações e demais normas aplicáveis à espécie, e em decorrência de um
processo de adequação, a Prefeitura de Piraí celebrou em 2007, um Contrato-
Convênio. O Plano Operativo Anual – POA e seus anexos são parte integrante do
Contrato-Convênio e nele constam outras obrigações, tais como, definições de
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metas físicas e de qualidade, encargos comuns e específicos do convenente e do
conveniado, repasses e utilização de recursos financeiros, assim como,
instrumentos de controle e transparência de informação.
A parceria na busca do lucro empresarial e o lucro do bem estar social
são valores agregados aos contratos. Torna-se imprescindível o entendimento de
dois gerenciamentos de serviços, um para o público que tem condições de pagar e
outro para o público que não dispõe de recursos financeiros para pagar pelo serviço
de saúde. Nas diversas formas de delegação dos serviços exclusivos e não
exclusivos do Estado, as atividades públicas e privadas são divididas num mesmo
espaço, ou seja, também, definido por Di Pietro (2002, p.10), uma atividade por
delegação do Poder Público outra por mera autorização do Poder Público.
2.3 Desempenho e análise dos contratos e resultados
Nas organizações públicas, o Controle Interno é orientado para realizar a
auto-avaliação da administração abrangendo a eficiência das ações de ordem
gerencial, a eficácia programática e todos os aspectos administrativo-legais.
Segundo Cavalheiro e Flores (2007, p.15), o procedimento para a execução das
atividades em cada órgão sofre influência direta das crenças e valores implícitos nas
regras, atitudes, comportamentos, hábitos e costumes que caracterizam as relações
humanas, necessitando de instrumentos de controle capazes de aferir tais
responsabilidades, coexistindo com uma cultura organizacional facilmente
identificável, adequada, moderna e transparente. A Constituição Federal em seus
artigos 31, 70, 71 e 74 estabelece que o Controle Interno Municipal seja exercido
pelos Poderes Executivo e Legislativo.
2.3.1 Metas
As metas e indicadores estabelecidos no contrato de gestão abrangem
para os seguintes processos:
Metas físicas e de qualidade;
Encargos comuns e específicos do convenente e do conveniado;
Repasses e utilização de recursos financeiros;
Instrumentos de controle e transparência de informação.
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2.3.2 Acompanhamento
O contrato de gestão estabelece um procedimento para fiscalização
regular dos compromissos estabelecidos. Uma Comissão de Acompanhamento e
Avaliação, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, foi composta para
fiscalizar os resultados obtidos pelo Hospital Flávio Leal, de acordo com o que foi
contratado. O foco do trabalho dessa comissão é o acompanhamento e análise dos
resultados relativos aos indicadores e metas, que visam ao alcance dos objetivos
gerais e estratégicos para os quais este instrumento foi assinado.
Há, ainda, a análise da gestão da organização. Ela é executada por uma
comissão especializada no assunto, criada pela Coordenação de Controle Interno da
Prefeitura. Esse trabalho se baseia no Relatório de Gestão elaborado pela
Secretaria Municipal de Saúde, onde é feita uma análise segundo os critérios de
avaliação na Administração Pública.
2.3.3 Relatório de Gestão
Elaborado pelo Hospital e visando uma constante melhoria na qualidade
da gestão, o Relatório de Gestão é editado mensalmente. É uma avaliação da
produção e dos serviços prestados assim como das inconsistências e não
conformidades apresentadas.
No documento estão descritos os resultados e as ações, voltados ao
cumprimento dos objetivos institucionais, dentre eles a execução das metas ao
longo do exercício com indicadores de desempenho, atuação, resultados
alcançados, análises e perspectivas da organização hospitalar.
São duas as dimensões de contexto que informam a avaliação e análise
dos Programas e Instrumentos de Controle no Município de Piraí: a) a
contratualização da Parceria feita pela Prefeitura Municipal de Piraí e o Hospital
Flávio Leal; b) avaliação do desempenho do Hospital Flávio Leal.
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3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi realizada com base na coleta e análise de
dados, resultando da pesquisa documental de diversos registros e fontes oficiais de
informação.
3.1 Indicadores: referencial teórico
Um indicador é uma unidade de medida de uma atividade que pode ser
usada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade de cuidados importantes
providos ao cliente, dentro de uma organização de saúde, que devem ser motivo de
uma revisão. Um indicador pode ser uma taxa ou coeficiente, um índice, um número
absoluto ou um fato.
Taxa/coeficiente é o número de vezes que um fato ocorreu dividido pelo
número de vezes que ele poderia ter ocorrido, multiplicado por uma base e definido
no tempo e no espaço. Por exemplo, para mortalidade geral a base é 1.000, para
indicadores específicos de mortalidade é 100.000, bem como para outras situações
pode ser 100, como para infecção hospitalar e letalidade.
Índice é a relação entre dois números ou a razão entre determinados
valores, tendo como exemplo o índice de giro ou de rotatividade dos leitos e camas.
Números absolutos podem ser indicadores, à medida que se comparam
valores iguais, maiores ou menores a ele, resultantes de atividades, ações ou
estudos de processos, resultados, estrutura ou meio ambiente.
Fatos, por sua vez, demonstram a ocorrência de um resultado benéfico ou
não, como por exemplo, um sangramento inesperado, uma reação alérgica, uma
não conformidade ou outro resultado qualquer adverso ou não (MOTA et al, 2007, p.
12); (DUARTE e FERREIRA, 2006, p. 65/66); (TEIXEIRA ET AL, 2006).
Na gestão pela qualidade total, indicadores também são chamados de
itens de controle (10). Além de serem utilizados nos programas de qualidade, são
importantes na condução de outros processos como os de Acreditação Hospitalar,
Seis Sigma e nas Certificações pela ISO 9000 (BITTAR, 2001).
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3.2 Tipos de Indicadores
Os indicadores medem aspectos qualitativos e/ou quantitativos relativos
ao meio ambiente, à estrutura, aos processos e aos resultados.
Os de meio ambiente ou meio externo, de acordo com Bittar (1), são
aqueles relacionados às condições de saúde de uma determinada população, a
fatores demográficos, geográficos, educacionais, socioculturais, econômicos,
políticos, legais e tecnológicos e existência ou não de instituições de saúde.
Estrutura é definida por autores como Donabedian e Fleming, citados por
Bittar (1), como a parte física de uma instituição, os seus funcionários, instrumentais,
equipamentos, móveis, aspectos relativos à organização, entre outros.
Processos são as atividades de cuidados realizadas para um paciente,
frequentemente ligadas a um resultado, assim como atividades ligadas à
infraestrutura para prover meios para atividades-fins como ambulatório/emergência,
serviços complementares de diagnóstico e terapêutico e internação clínica cirúrgica
para atingirem suas metas. São técnicas operacionais.
Resultados são demonstrações dos efeitos consequentes da combinação
de fatores do meio ambiente, estrutura e processos acontecidos ao paciente depois
que algo é feito (ou não) a ele, ou efeitos de operações técnicas e administrativas
entre as áreas e subáreas de uma instituição.
Indicadores para eventos sentinela – um instrumento que mede o quanto
é sério, indesejável, e frequentemente o quanto pode ser evitável um resultado nos
cuidados prestados ao paciente: revisão de casos individuais dirigida para cada
ocorrência.
3.3 Atributos Necessários Para Os Indicadores
Validade – o grau no qual o indicador cumpre o propósito de
identificação de situações nas quais as qualidades dos cuidados
devem ser melhoradas.
Sensibilidade – o grau no qual o indicador é capaz de identificar todos
os casos de cuidados nos quais existem problemas na atual qualidade
dos cuidados.
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Especificidade – o grau no qual o indicador é capaz de identificar
somente aqueles casos nos quais existem problemas na qualidade
atual dos cuidados.
Simplicidade – quanto mais simples de buscar, calcular e analisar,
maiores são as chances e oportunidades de utilização.
Objetividade – todo indicador deve ter um objetivo claro, aumentando a
fidedignidade do que se busca.
Baixo custo – indicadores cujo valor financeiro é alto inviabilizam sua
utilização rotineira, sendo deixados de lado.
3.4 Montagem dos Indicadores
A montagem de indicadores obedece a uma sequência lógica de acordo
com os nove itens seguintes:
Nome do indicador (ou item de controle)
Fórmula (maneira de expressão, dependendo do tipo)
Tipo (taxa, coeficiente, índice, percentual, número absoluto, fato)
Fonte de informação (local de onde será extraída a informação)
Método (retrospectivo, prospectivo, transversal)
Amostra
Responsável (pela elaboração)
Frequência (número de vezes que será medido em determinado
período)
Objetivo/meta (motivo, valor, tempo, prazo do item que se quer medir)
É importante conhecer o(s) cliente(s) a quem o mesmo se destina,
interno ou externo, quais as necessidades (qualidade intrínseca, custo,
atendimento, moral, segurança, outras), para a elaboração de indicadores com os
atributos citados acima.
3.5 Indicadores de saúde da comunidade
Taxa de incidência
Taxa de prevalência
Taxa de letalidade
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Taxa de mortalidade geral
Taxa de mortalidade infantil
Taxa de mortalidade infantil tardia
Taxa de mortalidade neonatal precoce
Taxa de mortalidade materna
Taxa de natimortalidade
Taxa de mortalidade por causa específica
Indicadores econômicos e de política
Indicadores demográficos e geográficos
Indicadores epidemiológicos
Indicadores educacionais, psicossociais, culturais
Indicadores tecnológicos
3.6 Indicadores de estrutura
Capacidade planejada (leitos e camas)
Capacidade operacional (leitos e camas)
Capacidade ociosa
Número de consultórios
Número de salas cirúrgicas
Consultas/consultório/dia
Cirurgias/sala cirúrgica/dia
Exames/equipamento/dia
Kg roupa lavada/máquina/dia
3.7 Indicadores de produção
Número de atendimentos
Número de internações
Lista de espera e tempo de espera
Pacientes-dias
Taxa de ocupação hospitalar
Taxa de necropsia
Número de cirurgias e partos
Rendimento/concentração
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3.8 Indicadores de produtividade
Índice de produção por funcionário da área/subárea
Índice de renovação ou giro de rotatividade
Índice intervalo de substituição
Média de permanência
Funcionários/Leitos e camas
3.9 Indicadores Econômico-Financeiros
3.9.1 Indicadores de liquidez
Índice de liquidez imediata
Índice de liquidez corrente
Índice de liquidez seco
Índice de liquidez global
3.9.2 Indicadores de atividade
Período médio de cobrança
Prazo médio de pagamento
Posição relativa
Rotação de estoques
• Período médio de estocagem
3.9.3 Indicadores de rentabilidade
Margem operacional
Giro do ativo
Retorno sobre o total do ativo ou investimento
Retorno sobre o patrimônio líquido
3.9.4 Indicadores de alavancagem
Grau de alavancagem
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3.9.5 Indicadores de viabilidade econômica
Índice de viabilidade
3.9.6 Outros
Ponto de equilíbrio
Balanço/balancetes
Orçamento
Contabilidade de custos
3.10 Indicadores de economia da saúde
Análise de minimização de custos
Análise de custo-efetividade
Análise de custo-benefício
Análise de custo-utilidade
QALY (quality-adjusted life year)
Índice de eficácia
Índice de efetividade
Índice de eficiência
Eficiência clínica
Eficiência na produção
Eficiência na distribuição
3.11 Indicadores hospitalares de qualidade
Taxa bruta de infecções
Taxa de cesáreas
Taxa de cirurgias desnecessárias
Taxa de complicações ou intercorrências
Taxa de infecção hospitalar (geral/sistêmica/topográfica, respiratória,
urinária...)
Taxa de mortalidade geral hospitalar
Taxa de mortalidade institucional
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Taxa de mortalidade materna hospitalar
Taxa de mortalidade operatória
Taxa de mortalidade pós-operatória
Taxa de mortalidade por anestesia
Taxa de mortalidade transoperatória
Taxa de remoção de tecidos normais
3.12 Indicadores de imagem
Resultados de pesquisas sobre:
Satisfação do paciente
Satisfação do fornecedor
Satisfação do visitante
Satisfação do acompanhante
Satisfação do funcionário
Satisfação do corpo clínico
Imagem perante o público
Fidelidade dos clientes
Inserções na mídia
Balanço social
3.13 Indicadores de recursos humanos
Taxa de absenteísmo
Índice de rotatividade
Número de cursos/treinamentos realizados
Horas de treinamento/funcionário/ano
Orçamento para treinamento
Satisfação do funcionário
Idade média dos funcionários
Anos de escolaridade dos funcionários
Facilidade para lidar com a tecnologia existente
Facilidade para lidar com a tecnologia emergente
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Número e categoria profissional pelas diversas subáreas/áreas
Salários/benefícios
Capacidade de inovação
Planejamento para novos desafios
A seguir os Indicadores de produção do Hospital Flávio Leal tabela 1.
Tabela 1: Indicadores de produção dos serviços ambulatoriais em relação ao número de pessoas do Hospital Flávio Leal.
Atividades Hospital
Ambulatório 126.925
Internações 1.724
Partos 378
Nascidos vivos 262
Óbitos 82
Fonte: Demonstrações Contábeis/2011do Hospital Flávio Leal.
O Hospital Flávio Leal mantido principalmente pelo poder público recebeu
da Prefeitura Municipal de Piraí, em 2010, o montante de R$ 6.788.599,09 (seis
milhões, setecentos e oitenta e oito mil, quinhentos e noventa e nove reais e nove
centavos). A administração é realizada em parceria através de um Conselho de
Administração composto por representantes do hospital e da prefeitura. A estrutura
administrativa e gerencial é verticalizada. E, supre em 90% as necessidades de
internação da população de Piraí de Média Complexidade e Atenção Básica.
As ações de saúde oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
apresentam-se caracterizadas de acordo com a complexidade. A baixa
complexidade tem como principal ação a prevenção, devendo ser oferecida na rede
de assistência básica; já a média complexidade compreende um conjunto de ações
e serviços ambulatoriais e hospitalares que visam atender os principais problemas
de saúde da população, cuja prática clínica demande a disponibilidade de
profissionais especializados e a utilização de recursos tecnológicos de apoio
diagnóstico e terapêutico.
A estrutura funciona com 248 (duzentos e quarenta e oito) funcionários
regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT e contratados por empresas
terceirizadas. A taxa de mortalidade no ambiente hospitalar, em 2010, ficou em 4,60%
do total de atendimentos ambulatoriais e internações.
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Tabela 2: Capacidade de internação instalada no Hospital Flávio Leal
Leitos existentes Parâmetro Pt GM/MS 1101/02 Leitos necessários
52 2,5 leitos/1000 hab 60
Fonte: CNES/MS
Mais de 60% do total de seus atendimentos são aos usuários do SUS
como preconiza a Lei nº 12.101/09 e Decreto 7237/2010. A cobertura de serviço de
atenção básica é de 100%. São estratégias mínimas da Atenção Básica: controle da
tuberculose, eliminação da hanseníase, controle de hipertensão e da Diabetes
Mellitus, Ações de Saúde Bucal, da Saúde da Criança e da Saúde da Mulher.
Tabela 3: Despesas totais e per capita de 2010 do Município de Piraí
Município Valor da Despesa Total
Valor da Despesa per capita em 2010
Ranking de Piraí no total de 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro em despesa total per capita
Piraí 114.161,00 4.338,42 10º lugar
Fonte: Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
O Município de Piraí investe, atualmente, em saúde 29,8% do orçamento,
o dobro do exigido pela Constituição Federal, que é de 15%, e o investimento per
capita é de R$ 1.117,89. Deste total 76% provêm dos cofres da Prefeitura e 24% de
transferências da União e do Estado.
A cidade de Piraí foi reconhecida pelo Ministério da Saúde e UNICEF,
pelo trabalho desenvolvido na área da Saúde, com os títulos na rede básica Amiga
da Amamentação e Hospital Amigo da Criança. Estiveram reforçadas as ações
intersetoriais para assegurar qualificação e o impacto das ações sobre a saúde da
nossa população, especialmente junto às Secretarias de Promoção Social,
Educação, Meio Ambiente e Esportes. Para o Controle Social a implantação dos
Conselhos Gestores em praticamente todas as unidades de Saúde, na Educação e
na Assistência Social.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O novo modelo de Gestão Pública constitui um desafio à administração
pública tradicional construída pelos burocratas. Enfatiza Rodrigues (2005, p.1 e 2),
uma gestão pública voltada para a eficiência.
A forma de negociação do contrato de gestão tem permitido um alto grau
de autonomia gerencial às unidades. Para a atual negociação e encaminhamento
dos contratos de gestão, Ibanez (2001: p.17) faz algumas sugestões para aprimorar
o modelo já existente: Fórum de acompanhamento das OSCIPS/SUS; gestão de
pacientes; gestão financeira; gestão de recursos humanos; e gerência clínica.
Esta análise utilizou os dados e informações do ano de 2010/2011,
considerado como um dos aspectos limitadores da pesquisa, deixando de
demonstrar os ajustes e adaptações detectadas numa fase inicial de implementação,
mas que não ameaça o êxito alcançado pelo Contrato de Gestão.
Com o levantamento de dados foi possível observar que os pontos e
parâmetros apontados nos programas e instrumentos de controle foram alcançados
de forma satisfatória pelo Hospital.
Observou-se que, apesar das 13 (treze) unidades do Programa Estratégia
de Saúde da Família estar se consolidando como modelo de atenção à saúde, ainda
não impactou no quantitativo de consultas de urgência prestadas à população,
dentro da unidade hospitalar.
Como contribuição sugere-se a implementação do Projeto de Avaliação e
Monitoramento da Gestão Pública de Piraí, bem como, no Relatório Anual constem
as considerações de Contingências Fiscais, Trabalhistas e Civis, e ainda, que o
Hospital considere como fator de oportunidade a divulgação dos trabalhos
realizados, criando a possibilidade de diversificação das suas experiências de
gestão adequadas às realidades locais e reforçando os pilares da Descentralização,
Universalidade e Integralidade.
23
5.1 Projeto de Avaliação e Monitoramento da Gestão Pública de Piraí – ProgesP
O Projeto de Avaliação e Monitoramento da Gestão Pública de Piraí –
ProgesP visa ampliar e fortalecer os processo de melhoria da informação na gestão
pública, objetivando o atingimento de metas de controle no gasto público, tendo
como resultados melhor qualidade na prestação do serviços de saúde e no
atendimento da população da cidade de Piraí.
O objetivo do desenvolvimento desse projeto ProgesP, cuja coordenação
é responsabilidade da Coordenadoria de Controle Interno - CCI da Prefeitura de
Piraí, concentra-se na área de gestão visando (racionalizar a aplicação dos recursos
públicos) à melhoria da eficácia e efetividade do Município através da
implementação de atividades inovadoras voltadas para o acompanhamento dos
resultados e ações do programa de governo. Esse projeto busca melhorar a gestão
dos serviços públicos e apoiará o CCI a realizar os objetivos propostos.
O ProgesP pretende gerar impactos de ordem econômica e institucional,
que serão medidos e acompanhados sistematicamente, visando verificar a eficiência
e eficácia das ações propostas, bem como gerar informações para a correção de
rumo em tempo hábil para os gerentes, executores, e demais envolvidos em
processos de tomada de decisão. Tais resultados serão avaliados através de um
sistema de indicadores identificados na matriz lógica a seguir:
Tabela 4 – Marco Lógico
Atividade Indicadores de Resultado
do Programa Uso de Informações sobre o
Projeto Final
Introduzir uma gestão baseada no desempenho para impulsionar a melhoria de prestação de serviços em serviços públicos essenciais, incluindo a educação e saúde.
1. Redução de despesas operacionais por unidade de produto (enquanto providencia níveis de serviços semelhantes ou superiores):
2. Qualidade da prestação de serviços:
(a) Número de setores saúde implantados com “protocolos de atendimento” internalizados
(b) Tempo de espera para conclusão dos processos
1. Determinar a efetividade dessas ferramentas informacionais para melhorar a eficiência do gasto público
2. Disciplinar a formação de políticas baseadas em evidência e controle social
3. Promover a divulgação do melhor resultado para melhorar a qualidade; pesquisa de mercado para averiguar o desempenho do atendimento na prestação de serviços
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Resultados intermediários Resultados dos Produtos
Intermediários
Uso dos Resultados dos
Produtos Intermediários
Sistemas de gestão da informação contribuem para aumentar a eficiência administrativa e capacidade de resposta.
Unidades de Serviços informam o custo total dos serviços por Centrais de Custo através dos Relatórios Anuais
Utilizar a informação de forma a conduzir a decisões mais eficientes de alocação de recursos e aumentar o acesso dos cidadãos ao custo dos serviços recebidos através do sistema público e gratuito
Maior atenção à qualidade da prestação de serviços
Unidades que completaram o programa de Capacitação de qualidade fornecida por especialistas no assunto
Controle social para incrementar a qualidade dos serviços prestados
Informação disponível para tomada de decisões baseadas em evidência de forma a melhorar a relação custo benefício dos serviços prestados
Setores que informam o custo total dos serviços por Centrais de Custo através de Relatórios Anuais
Unidades de Saúde informam o custo total dos serviços médicos por Centrais de Custo através dos Relatórios Anuais
Tabela 5 - Arranjos para o Monitoramento de Resultados
Indicadores de resultados do projeto
Linha de Base
Metas/Ano Coleta de Dados e Relatórios
1 2 3 4
Frequência
de relatórios
Instrumentos de coleta de
dados
Responsável pela coleta dos dados
Serviços baseados em “protocolos de atendimento” internalizados
Semestral
Avaliação pela Coordenação Controle Interno
Setor do Controle Interno
Tempo de espera para conclusão dos processos
Anual
Sistemas utilizados pela nas Unidades de Serviços
Setor de Tecnologia da Informação
Unidades de Serviços que completaram o programa de Capacitação de qualidade fornecida por especialistas no assunto
Anual
Projeto “RHAE” de capacitação para os profissionais de serviços públicos
Unidades de Serviços informam o custo total dos serviços realizados por Centrais de Custo através dos Relatórios Anuais
Anual Sistemas gerenciais
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Vale ainda dizer, que existe a necessidade de realizar e divulgar
pesquisas com frequência anual entre os usuários do hospital, internação,
atendimento de pronto-socorro e ambulatorial, para estabelecer parâmetros do nível
de atendimento prestado.
Por fim, conclui-se que o Contrato de Gestão é um importante instrumento
de supervisão e avaliação de desempenho, tendo como pontos fortes os indicadores
de desempenho, os mecanismos de acompanhamento e monitoramento das ações
de saúde: controle social. Mais do que avaliação de resultados, que já demonstra
nesta fase com tendências de ampliação das melhorias de eficiência, eficácia e
efetividade, é necessária a ampliação da percepção institucional hospitalar junto à
população da cidade de Piraí.
Vê-se que a viabilidade não é uma característica ou condição natural,
intrínseca ou própria da instituição hospitalar, mas o resultado da sua ação que, por
sua vez, deve monitorar seus atos e julgar seu desempenho a fim de garantir, pela
competência e sobrevivência da própria instituição que dirige.
A avaliação do trabalho, no hospital, pelos gestores públicos no espaço
público/privado se torna ainda maior e devem fazê-lo por três razões: Ética -
oferecer os melhores cuidados a todos, Científica - oferecer cuidados com
qualidade e de acordo com o progresso terapêutico e econômico - cuidar melhor
com o custo menor.
Também conclui Di Pietro (2011, p.266) que, as metas que se obrigam a
cumprir já correspondem àquelas que estão obrigados a cumprir por força da própria
lei que define as atribuições do órgão público. Trata-se, portanto, de em fim último
dos contratos de gestão, alcançar o princípio constitucional da eficiência.
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REFERÊNCIAS
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AUTORIA
Heloisa Maria de Araújo Caldas Carvalhêdo – Prefeitura Municipal de Piraí.
Endereço eletrônico: [email protected]
COLABORADORES
Professora Mestre da Universidade Federal Fluminense - Aparecida Veloso Pereira
Coordenadora de Controle Interno – Lenilda Braga Rodrigues Porto da Silva
Equipe de Funcionários do Controle Interno – Cláudia Theodoro de Moraes, Vera Lúcia Correia Alves, Regis Pierre da Silva, Geovane Machado Scardino, Luana de Melo Ribeiro, José Armando Rodrigues Ferreira e Thatiane de Oliveira Domingos.