anÁlise dinÂmica de uma base de concreto armado

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DINÂMICA DE UMA BASE DE CONCRETO ARMADO CAMILA KLEIS BLUMENAU 2013

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ANÁLISE DINÂMICA DE UMA BASE DE CONCRETO ARMADO

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  • 0

    UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU - FURB

    CENTRO DE CINCIAS TECNOLGICAS - CCT

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    ANLISE DINMICA DE UMA BASE DE CONCRETO ARMADO

    CAMILA KLEIS

    BLUMENAU

    2013

  • 1

    CAMILA KLEIS

    ANLISE DINMICA DE UMA BASE DE CONCRETO ARMADO

    Trabalho de concluso de curso apresentado ao

    Programa de Graduao em Engenharia Civil do

    Centro Cincias Tecnolgicas da Universidade

    Regional de Blumenau, como requisito parcial para

    a obteno do grau de Bacharel em Engenharia

    Civil.

    Prof. Ralf Klein, M.Eng. Orientador

    BLUMENAU

    2013

  • 2

    CAMILA KLEIS

    ANLISE DINMICA DE UMA BASE DE CONCRETO ARMADO

    Trabalho de concluso de curso aprovado para

    obteno do grau de Bacharel em Engenharia Civil,

    pela Banca examinadora formada por:

    Aprovado em: ___/___/______.

    _________________________________________________

    Presidente: Prof. Ralf Klein,M.Eng.,- Orientador, FURB

    _________________________________________________

    Membro: Prof. Nilton Speranzini,Esp., FURB

    _________________________________________________

    Membro: Prof. Priscila Dionara Krambeck Braun,DraEng., FURB

  • 3

    Dedico este trabalho aos meus pais, ao Marcelo

    Rodacki e todos que buscam desafios.

  • 4

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, agradeo a Deus por ter a oportunidade e os meios necessrios para

    realizar esta pesquisa.

    Em segundo lugar, agradeo a todos que me deram apoio e fora para continuar e

    alcanar meu objetivo.

    E por ltimo, gostaria de agradecer algumas pessoas que tiveram uma participao

    especial nessa trajetria:

    Ao meu amor, Marcelo Rodacki, que me incentivou e clareou minhas ideias quando tudo

    parecia sem soluo;

    Ao meu grande amigo, Guilherme de Faveri, meu professor de dinmica;

    Ao meu orientador, Ralf Klein, que se dedicou e me auxiliou;

    Aos meus amigos Felipe L. Cardoso, Leandro Isensee e Marcos Cabral, que ajudaram na

    busca por solues;

    Aos engenheiros Orlando Gomes, Srgio Stolovas e Andr Lenzi, que se colocaram a

    disposio para esclarecimentos;

    E aos meus pais, que acreditaram em mim e me incentivaram a ir alm dos meus limites.

  • 5

    O controle da incerteza instrumento essencial do exerccio da engenharia.

    Mrio Rui Feliciani

  • 6

    RESUMO

    A pesquisa tem como objetivo investigar se os procedimentos empricos adotados no

    dimensionamento de bases de concreto armado so adequados para que no ocorram patologias

    decorrentes da vibrao dos equipamentos, e se o critrio adotado no gera um consumo

    excessivo de concreto. Como metodologia, adotou-se a comparao entre dois processos de

    dimensionamento para uma mesma base de uma centrfuga industrial. Foram analisados um

    mtodo emprico, largamente utilizado no meio profissional, e um mtodo terico, proposto por

    este trabalho, que tem como base a limitao da frequncia natural do sistema. Para anlise de

    patologias adotou-se como critrio de desempenho a amplitude de deslocamento e, para a anlise

    de consumo de concreto, as relaes de massa. O resultado foi uma economia de um metro

    cbico de concreto, atendendo os critrios de desempenho.

    Palavras-chave: Bases de concreto armado. Vibrao de equipamentos. Dimensionamento de

    fundaes.

  • 7

    ABSTRACT

    The research aims to investigate if the empirical procedures adopted in the scaling of

    reinforced concrete bases are suitable not to occur any pathologies resulting from vibration of the

    equipments, and if the criterion used could be generating an excessive consumption of concrete.

    The methodology adopted was to compare two processes of scaling for the same base of an

    industrial centrifuge. An empirical method, widely used in professional environment, and a

    theoretical method which is proposed by this paper and is based on the restriction of the natural

    frequency of the system, were analyzed. For analysis of pathologies was adopted as performance

    criterion the amplitude of displacement and, for the analysis of concrete consumption, the mass

    ratio. The result was a saving of one cubic meter of concrete, meeting the performance criteria .

    Key-words: Reinforced concrete bases. Vibration of equipments. Design of foundations.

  • 8

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 - Fissuras prxima a uma base de concreto armado ........................................................ 16 Figura 2 - Esborcinamento de juntas entre piso e base de concreto armado ................................. 17

    Figura 3 - Rebaixo do piso devido ao recalque ............................................................................. 17 Figura 4 - Esborcinamento de juntas entre piso e base de concreto armado ................................. 18 Figura 5 - Fundao simples .......................................................................................................... 22 Figura 6 - Fundaes complexas ................................................................................................... 23 Figura 7 - Sistema com um grau de liberdade ............................................................................... 29

    Figura 8 - Vibrao amortecida ..................................................................................................... 34

    Figura 9 - Variao da transmissibilidade em relao a ............................................................. 38 Figura 10 - Parmetros discretos equivalentes para a anlise de uma fundao circular sobre um

    semi-espao elstico ...................................................................................................................... 40 Figura 11 - Valores para Q ............................................................................................................ 42 Figura 12 Fluxograma metodolgico ......................................................................................... 45 Figura 13 - Planta baixa do equipamento ...................................................................................... 46 Figura 14 - Planta baixa da base do equipamento ......................................................................... 47 Figura 15 - Critrios para a vibrao de mquinas rotativas ......................................................... 55

    Figura 16 - Limite de amplitude de deslocamento ........................................................................ 56 Figura 17 - Possveis danos em construes ................................................................................. 57

  • 9

    LISTA DE SMBOLOS

    = frequncia adimensional

    A=rea

    A=amplitude

    A=vetor de amplitudes

    =dimenso caracterstica da base da fundao

    = fator de massa do modo i

    c= coeficiente de amortecimento

    c=matriz de amortecimento

    = coeficiente de amortecimento crtico

    C= matriz de amortecimento generalizada

    Ci= coeficiente de amortecimento generalizado do modo i

    D= fator de amplificao dinmico da resposta permanente

    e=excentricidade do rotor

    E= mdulo de elasticidade

    f= frequncia

    = frequncia de operao

    = frequncia natural

    = vetor das foras nodais de amortecimento

    = vetor das foras nodais de inrcia

    = vetor das foras nodais resistentes

    = fora transmitida

    = amplitude de fora de mquina rotativa

    G= mdulo de elasticidade transversal

    i = nmero imaginrio

    k=coeficiente de rigidez

    k=matriz de rigidez

    K=matriz de rigidez generalizada

    m=massa

    =massa do rotor

  • 10

    =massa excntrica do rotor

    m=matriz de massa

    M=matriz de massa generalizada

    = fator de amplificao dinmico do modo de vibrao i

    p = fora

    = amplitude de uma fora harmnica

    = esforo externo

    Pi=fora generalizada do modo i

    r=raio

    = raio equivalente

    R=fator dinmico

    S= coeficiente de amplificao normalizado

    t=tempo

    T=perodo

    TR= transmissibilidade

    v= deslocamento

    =velocidade

    =acelerao

    v= vetor dos deslocamentos nodais

    =vetor das velocidades nodais

    =vetor das aceleraes nodais

    = deslocamento esttico

    = deslocamento dinmico

    = deslocamento inicial

    = velocidade incial

    = velocidade da onda de distoro (onda transversal)

    = deslocamento generalizado do modo de vibrao i

    Y= vetor de coordenadas generalizadas

    = relao entre frequncias

    = ngulo de fase

    =coeficiente de Poisson

  • 11

    =taxa de amortecimento viscoso

    eq=taxa de amortecimento equivalente

    =amplitude do deslocamento

    =densidade do solo

    i=modo de vibrao i

    =frequncia angular

    = frequncia angular amortecida

    = frequncia angular natural do modo de vibrao i

    = frequncia angular natural

    = frequncia angular de operao

    =frequncia angular forada de uma excitao harmnica

  • 12

    SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................................... 14

    1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................................. 15

    1.2 HIPTESE .............................................................................................................................. 18

    1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 19

    1.3.1. Geral .............................................................................................................................. 19

    1.3.2. Especficos ..................................................................................................................... 19

    1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 19

    2 REVISO BIBLIOGRFICA .............................................................................................. 21

    2.1 BASES DE CONCRETO ARMADO ..................................................................................... 21

    2.1.1 Tipos de bases de concreto armado ............................................................................... 22

    2.1.2 Critrios de projeto ........................................................................................................ 24

    2.2 VIBRAO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO ........................................... 28

    2.2.1 Sistemas com um grau de liberdade .............................................................................. 29

    2.2.2 Sistemas com vrios graus de liberdade ........................................................................ 30

    2.2.3 Vibraes amortecidas ................................................................................................... 33

    2.3 INTERAO SOLO-ESTRUTURA ...................................................................................... 39

    3 MATERIAIS E MTODOS DE PESQUISA ...................................................................... 44

    3.1 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANLISE DE DADOS .............................................. 44

    3.2 LIMITAES DA PESQUISA .............................................................................................. 45

    4 ANLISE TERICA ............................................................................................................. 46

    4.1 ANLISE DINMICA PARA O CRITRIO DE DUPLICAO DE MASSA ................. 47

    4.1.1 Dados gerais .................................................................................................................. 47

    4.1.2 Modelo de parmetros discretos .................................................................................... 48

  • 13

    4.2 ANLISE DINMICA PARA O CRITRIO DE FREQUNCIA LIMITE ........................ 51

    4.2.1 Dados gerais .................................................................................................................. 51

    4.2.2 Modelo de parmetros discretos .................................................................................... 51

    5 AVALIAO DOS RESULTADOS OBTIDOS ................................................................. 55

    6 CONSIDERAES FINAIS ................................................................................................. 58

    REFERNCIAS ........................................................................................................................... 60

  • 14

    1 INTRODUO

    Bases de concreto armado so elementos estruturais de suma importncia nas instalaes

    industriais. So as responsveis pela absoro do impacto gerado pelas mquinas, que na sua

    maioria, apresentam elevado peso e vibrao. Estas podem ser separadas do piso atravs de juntas

    de encontro, fornecendo assim, maior estabilidade para equipamentos que exigem alta preciso.

    A vibrao se propaga pelo solo e varia de mquina para mquina. No entanto, o estudo

    do impacto gerado pela vibrao nas bases quase inexistente no Brasil, sendo assim, uma rea

    complexa para o estudo.

    Os engenheiros estruturais evitam a anlise do comportamento estrutural dinmico. Por

    essa razo adotou-se uma forma de generalizar o processo de dimensionamento. Generalizao

    esta baseada somente no comportamento esttico, sendo eficaz, at ento, em todas as situaes.

    A medida adotada, resultante desta anlise genrica, mostrou-se ser eficiente, no entanto, no

    necessariamente a melhor alternativa.

    O presente estudo visa verificar at que ponto essa medida evita patologias e

    economicamente vivel.

    Por se tratar de uma medida generalista, os resultados podem ser insatisfatrios ou

    exagerados. Insatisfatrio quando no suficiente para combater as tenses geradas pela vibrao

    das mquinas, ocasionando em patologias. Exagerado quando a vibrao da mquina to

    pequena que no h necessidade de aumentar a massa da base para preveno de anomalias,

    ocasionando em consumo excessivo de concreto.

    A primeira parte da pesquisa trata, de forma sucinta, de uma abordagem terica sobre as

    etapas de dimensionamento de uma base sujeita a cargas dinmicas, assim como as caractersticas

    relevantes para o projeto.

    Em seguida, feito o dimensionamento de uma base de concreto. Primeiramente,

    considerou-se uma base com carregamento esttico e depois com carregamento dinmico. Dessa

    forma, possvel comparar os resultados obtidos, concluindo se o parmetro emprico adotado

    cumpre com a sua finalidade.

  • 15

    1.1.PROBLEMA DE PESQUISA

    Para evitar patologias decorrentes da vibrao, os engenheiros calculistas adotaram o

    procedimento emprico onde se utiliza a massa da base duas vezes maior que a massa do

    equipamento. Alm disso, adotam medidas como o uso de juntas de encontro entre a base e o piso

    de concreto para evitar a propagao da vibrao.

    No entanto, atravs de uma pesquisa de campo, constatou-se que muitas dessas bases

    apresentam patologias, como por exemplo, esborcinamento de juntas, fissuras e recalques.

    A visita ocorreu em uma empresa da regio que possui uma quantidade elevada de

    equipamentos industriais. A maior parte desses equipamentos possui bases para suportar os

    mesmos, podendo ser resumidos em mquinas rotativas de baixa frequncia ou mquinas de

    impacto que transmitem at 400 toneladas para o solo. Esse ltimo tipo de equipamento chega a

    transmitir vibrao para at 500 metros de distncia, pois o solo argiloso facilita tal efeito. Todas

    as bases foram dimensionadas com o mesmo procedimento emprico.

    Os pisos industriais, em sua maioria, foram minuciosamente projetados considerando a

    sua finalidade. Isso diminui as chances de patologias decorrentes de falhas no projeto, como

    armadura insuficiente ou o uso de concreto de baixa resistncia para o local, porm, no

    garantia de que o piso v atender adequadamente aos esforos solicitados. Tanto pode haver

    falhas no projeto como na execuo.

    As figuras 1,2,3 e 4 mostram as principais patologias encontradas nas bases de concreto

    da empresa e que podem ter alguma relao com a vibrao dos equipamentos.

  • 16

    Figura 1 - Fissuras prxima a uma base de concreto armado

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

  • 17

    Figura 2 - Esborcinamento de juntas entre piso e base de concreto armado

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    Figura 3 - Rebaixo do piso devido ao recalque

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

  • 18

    Figura 4 - Esborcinamento de juntas entre piso e base de concreto armado

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    As fissuras encontradas podem ter diversas causas, como a retrao do concreto, o mau

    uso (excesso de sobrecarga), a m execuo, a vibrao da mquina, entre outros. O

    esborcinamento das juntas pode ser devido falta de manuteno ou a compresso de materiais

    incompressveis. O recalque que resultou no rebaixo do piso pode ter ocorrido devido a recalques

    diferenciais, m compactao do reaterro ou vibrao do equipamento.

    O problema de pesquisa resume-se em avaliar se os procedimentos empricos utilizados

    para dimensionamento de bases de concreto armado cumprem com a sua funo.

    1.2. HIPTESE

    A questo de pesquisa que direciona este trabalho a seguinte:

    O procedimento emprico de duplicao da massa do equipamento para dimensionamento

    das bases eficaz?

  • 19

    1.3. OBJETIVOS

    1.3.1. Geral

    Comparar os resultados de dois processos, emprico e terico, de dimensionamento de

    bases de concreto armado.

    1.3.2. Especficos

    a) Estudar o dimensionamento de fundaes de mquinas que consideram as cargas

    dinmicas;

    b) Selecionar uma base de concreto armado e um equipamento para anlise dinmica;

    c) Realizar anlise dinmica de uma base dimensionada pelo processo emprico;

    d) Realizar anlise dinmica de uma base dimensionada pelo processo terico;

    e) Comparar as anlises;

    f) Determinar a relevncia das cargas dinmicas para o dimensionamento de uma base de

    concreto armado.

    1.4. JUSTIFICATIVA

    A ideia surgiu durante a realizao de um projeto estrutural em que uma empresa

    solicitou que no fosse considerada junta de encontro nas bases de concreto. Por ser uma medida

    pouco adotada nos projetos industriais e a rea de estrutuas ser de grande interesse pessoal,

    questionou-se tal solicitao.

  • 20

    As tecnologias para a execuo de pisos industriais evoluram muito no Brasil nos

    ltimos anos, e junto com elas, o uso de juntas tornou-se indispensvel. Com a solicitao da

    empresa, que contrria s recomendaes da literatura tcnica de pisos industriais, surgiu a

    ideia do estudo dos efeitos das vibraes das mquinas.

    Este estudo pode afetar no s os conceitos estruturais como os conceitos para a

    execuo de pisos. As indstriais so parte fundamental no funcionamento da economia mundial

    e precisam acompanhar o mercado. O correto dimensionamento fundamental para garantir um

    desempenho ideal do processo fabril, diminuindo inclusive o tempo dedicado manuteno.

  • 21

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    As indstrias possuem uma caracterstica muito particular nos seus edifcios. So

    estruturas que fornecem a maior praticidade possvel para a sua manuteno e utilizao, alm de

    serem bem reforadas por estarem expostas a agentes agressivos. Nelas se encontram os mais

    variados tipos de estruturas e as mais variadas solues de engenharia.

    A vibrao est constantemente atuando em edifcios industriais atravs dos

    equipamentos utilizados como compressores, centrfugas, turbinas, geradores, ventiladores, entre

    outros. Ela se propaga pelo concreto e pelo solo, podendo ocasionar patologias na estrutura. Para

    evitar isto, adotam-se medidas como o uso de juntas de encontro, o emprego de bases de concreto

    armado e o preparo do solo.

    Para que seja possvel compreender o assunto, segue um embasamento terico sobre as

    bases de concreto armado e a vibrao em estruturas de concreto.

    2.1 BASES DE CONCRETO ARMADO

    As bases de concreto armado fazem parte da estrutura de um edifcio industrial. Elas so

    utilizadas quando h a necessidade de isolar a estrutura do piso. Essa necessidade pode ter origem

    em diversos motivos, como: evitar a propagao da vibrao gerada pelo equipamento para o

    restante da estrutura, necessidade de isolamento da mquina quando esta exige preciso,

    capacidade de suporte de carga insuficiente do piso, entre outros.

    No entanto, para a indstria, as bases representam um grande obstculo. A necessidade

    de alterar o layout da fbrica frequente devido alternncia de demanda exigida pelo mercado.

    Esta mudana na estrutura fabril inviabilizada pela impossibilidade de alterar a locao das

    bases.

    Mesmo que a situao ideal seja um piso industrial uniforme, sem a presena de bases

    de concreto, ainda um idealismo.

  • 22

    2.1.1 Tipos de bases de concreto armado

    H diversas classificaes para as fundaes de mquinas. Almeida Neto (1989)

    apresenta a classificao que considera as disposies construtivas da fundao. Dessa forma,

    pode-se dividir em duas partes: fundaes simples e fundaes complexas.

    As fundaes simples so caracterizadas por no terem aberturas ou quando estas

    representam at 50% do seu volume total, de acordo com a figura 5.

    Figura 5 - Fundao simples

    Fonte: Almeida Neto (1989, p.39)

    J as fundaes complexas so subdivididas em grupos de acordo com o arranjo

    estrutural das mesmas:

    a) Fundaes tipo parede, como mostra a figura 6-a;

    b) Fundaes tipo caixo, como mostra a figura 6-b;

    c) Fundaes aporticadas, como mostra a figura 6-c;

    d) Fundaes caracterizadas por uma laje ou grelha superior sustentada por aparelhos de

    apoio, como mostra a figura 6-d.

  • 23

    Figura 6 - Fundaes complexas

    Fonte: Almeida Neto (1989, p.39)

    Segundo afirma Arya, ONeill e Pincus (1979, traduo nossa) as fundaes tem suas

    dimenses determinadas por vrias questes, onde algumas delas no correspondem apenas

    absoro do impacto:

    A forma estrutural de fundaes de mquinas geralmente determinada pelas

    informaes fornecidas pelo consultor geotcnico e fabricante da mquina. No entanto,

    durante a fase de projeto, pode ser necessrio ajustar as dimenses ou a forma da

    fundao, em parte para atender o design ou para evitar a interferncia com outros

    objetos fixos, como oleodutos e fundaes do edifcio.

    H autores que classificam as fundaes de outra forma, como Stolovas. Para ele, as

    fundaes so blocos macios de concreto, lajes de fundao ou prticos. No entanto, a

    classificao de Almeida Neto(1989) apresenta-se mais completa.

    Tanto para Stolovas como para Almeida Neto, as fundaes podem ser diretas ou

    profundas. Direta quando apoiada diretamente sobre o solo e profunda quando apoiada sobre

    estacas.

    No entanto, de acordo com Almeida Neto (1989), estas classificaes no so

    interessantes para a anlise dinmica. Neste caso, ele classifica as fundaes da seguinte forma:

    a) Fundaes para mquinas que produzem esforos peridicos de baixa ou mdia

    frequncia;

  • 24

    b) Fundaes para mquinas que produzem esforos de impacto;

    c) Fundaes de turbinas;

    d) Fundaes para outros tipos de mquinas e equipamentos, como prensas, moinhos, torres

    de radar, entre outros.

    2.1.2 Critrios de projeto

    Para efeitos de projeto, necessrio verificar o tipo de mquina a ser empregado, as

    caractersticas geotcnicas, as necessidades da empresa e as condies ambientais.

    Alm disso, a troca de informaes entre os envolvidos fundamental para que as

    exigncias do equipamento sejam atendidas e a obra seja bem executada. Segundo McNeill (1969

    apud Almeida Neto, 1989, p.41) Assentamento da fundao em aterro no compactado, formas

    mal executadas, concreto pobre, juntas construtivas inadequadas e a colocao errada da

    armadura podem comprometer totalmente a fundao.

    As mquinas so classificadas de acordo com a frequncia de operao e os esforos

    dinmicos gerados(ALMEIDA NETO, 1989, p.40):

    a) Mquinas que geram esforos de impacto: martelos de forja e algumas prensas;

    b) Mquinas com frequncias de operao muito baixas: moinhos a vapor ( ;

    c) Mquinas com frequncias de operao baixas: motores alternativos ( ;

    d) Mquinas com frequncias de operao mdias: motores alternativos de tamanho mdio

    ( ;

    e) Mquinas com frequncias de operao altas: turbinas e compressores ( .

    O fabricante deve fornecer todas as caractersticas da mquina para que o projetista faa

    um projeto compatvel com as necessidades da mesma. Segundo Almeida Neto (1989), essas

    caractersticas so:

    a) Desenho da mquina com as dimenses principais e a localizao do centro de

    gravidade

  • 25

    b) Esquemas de montagem da mquina indicando carregamentos construtivos e de

    manuteno

    c) Plantas de carga e memorial dos esforos dinmicos contendo o peso da mquina, a

    intensidade, direo e ponto de aplicao das foras estticas e dinmicas, intervalo de

    variao da frequncia de operao, variao da temperatura junto aos elementos

    estruturais

    Para efeitos de clculo, muitos fabricantes fornecem esforos estticos equivalentes aos

    esforos dinmicos. Almeida Neto (1989) esclarece que deve ser verificado se esses

    carregamentos contemplam coeficientes de segurana necessrios e quais os critrios utilizados

    para encontrar o valor fornecido, como esclarecer sobre o mtodo de clculo utilizado e se a base

    rgida ou flexvel. Somado a isso, ainda afirma que em casos de esforos elevados, seria ideal

    refazer a anlise dinmica com as condies reais da fundao.

    Alm das caractersticas do equipamento a ser utilizado, deve-se considerar as

    caractersticas geotcnicas. Estas so de fundamental importncia e devem ser analisadas com

    cuidado. Dependendo das caractersticas do solo, a vibrao pode se propagar com mais

    facilidade.

    Segundo Stolovas (p.75):

    [...] existe a possibilidade que as condies do solo sejam susceptveis de ressonar

    devido a excitao, ou tambm pode que o solo esteja sintonizado com a estrutura e

    resulte em um fator de amplificao dos efeitos impulsivos.

    Alm disso, Stolovas (p.76) ainda coloca que:

    Quando as cargas transmitidas ao solo so originadas em excitaes dinmicas os

    critrios devem se adequar s caractersticas da excitao e da maquinaria. Para

  • 26

    maquinaria de massa maior e com desbalanceamentos significativos a resposta do solo

    pode ser tal que afetem seriamente o funcionamento das mesmas.

    No entanto, Almeida Neto (1989, p.43) diz que:

    Quando os esforos dinmicos no causam alteraes significativas na resistncia e na

    estrutura do solo e as amplitudes de deslocamento ficam restritas a alguns centsimos de

    milmetro, verifica-se experimentalmente que a considerao da fundao como um

    sistema elstico linear fornece resultados satisfatrios resposta dinmica da fundao.

    Para fixar a importncia do solo no dimensionamento de bases, Lambe e Whitman(1969,

    p.14,traduo nossa) afirmam que:

    Alguns solos granulares podem ser densificados pela vibrao. Edifcios apoiados sobre

    estes solos podem sofrer consequncias significativas devido vibrao de seus

    equipamentos, como grandes compressores e turbinas.

    E ainda sugerem como formas de preveno:

    [...] aumentar a massa da fundao, alterando assim a sua frequncia, ou densificar ou injetar o solo, alterando assim a sua frequncia natural e/ou compressibilidade. (LAMBE E WHITMAN, 1969, p.14, traduo nossa)

    Deve-se tambm considerar as necessidades da empresa e as condies ambientais. O

    nmero de equipamentos e a relevncia deles determinam a posio e todo o arranjo fsico do

    ambiente. Isso pode acarretar no aumento de esforos dinmicos transmitidos ao solo. Assim

    como sua posio, a funo tambm determinante, pois sua paralisao pode influenciar o

    processo industrial, acarretando em prejuzos para a empresa. Este fator exige mais cuidado e

  • 27

    preciso no projeto para que a execuo no encontre problemas, como interferncias com

    equipamentos ou construes existentes.

    Para as condies ambientais deve ser considerado o efeito que a vibrao da mquina

    pode causar s pessoas e equipamentos prximos. Geralmente, para evitar a propagao da

    vibrao na estrutura, usam-se juntas de encontro entre a base e o piso industrial.

    Na questo da geometria da fundao, deve-se atender algumas exigncias, expostas por

    Brasil e Silva (2013,p.88):

    a) Blocos rgidos sobre o solo devem ter massa de duas a trs vezes a massa da

    mquina suportada, para mquinas rotativas. Para mquinas a pisto, a massa da

    fundao deve ser trs a cinco vezes a massa da mquina;

    b) O topo do bloco deve ficar a pelo menos 30cm acima do piso em torno, para

    prevenir problemas com gua superficial;

    c) A espessura do bloco no deve ser menor que 60cm ou do comprimento dos

    chumbadores necessrios, no deve ser menor que um quinto da menor dimenso

    nem um dcimo da maior dimenso, em planta;

    d) a largura deve ser de 1 a1,5 vezes a distncia vertical da base ao eixo da

    mquina;

    e) Um vez escolhida a espessura e a largura do bloco, o comprimento deve ser

    determinado de acordo com o item a) desta relao, provendo-se rea suficiente

    para suporte da mquina mais 30cm de folga da beirada da mquina face

    externa do bloco para facilitar manuteno;

    Nessa relao, percebe-se que os autores indicam que no momento do pr-

    dimensionamento seja feito o incremento de massa para evitar a ressonncia e, em seguida, fazer

    a anlise dinmica para verificao dos resultados obtidos.

    Ainda, Einsfeld (2013, p.96) cita que a frequncia natural da estrutura suporte e a do

    equipamento em regime devem diferir de, pelo menos, 30%, para cargas dinmicas provenientes

    de equipamentos rotativos e alternativos.. Coloca tambm que, mquinas de alta frequncia de

    rotao devem ter uma base de baixa frequncia natural, assim como mquinas de baixa

    frequncia de rotao devem ter uma base de alta frequncia natural.

  • 28

    2.2 VIBRAO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

    Para Rao(2008, p.6) vibrao qualquer movimento que se repita aps um intervalo de

    tempo. Um sistema vibratrio constitudo por trs partes: um meio responsvel pela absoro

    da energia potencial, um meio responsvel pelo armazenamento da energia cintica e um meio

    responsvel pela liberao dessa energia acumulada. Eles so, respectivamente, a mola, a massa e

    o amortecedor.

    A vibrao geralmente relacionada a estruturas em casos de abalos ssmicos. Isso se

    reflete no elevado nmero de pesquisas cientficas na rea. No entanto, ela no est presente

    somente em casos de fontes naturais. H casos em que a vibrao vem de uma fonte artificial,

    como um equipamento industrial. Os estudos nessa rea so poucos e por isso no h muitos

    avanos tericos. possvel observar isso atravs das bibliografias encontradas, que, em sua

    maioria, so da dcada de 70 e 80.

    Para Stolovas(p.1):

    A soluo de um problema de dinmica estrutural pode ser muito mais complexa que a

    de um problema equivalente de esttica devido a incorporao da massa e do

    amortecimento s foras elsticas e tambm devido a que as foras e configuraes

    estruturais viram histrias de foras e deslocamentos.

    Segundo Almeida Neto (1989, p.1) um dos objetivos do projeto de uma fundao de

    mquina consiste em limitar as amplitudes de vibrao a valores admissveis para a mquina e

    tambm para pessoas e equipamentos em sua vizinhana..

    Para realizar uma anlise dinmica em uma fundao de mquina so necessrios quatro

    passos:

    a) A definio dos critrios de desempenho da fundao;

    b) A determinao dos esforos dinmicos gerados pela mquina;

    c) O levantamento do perfil do solo e a avaliao de seus parmetros;

  • 29

    d) O clculo da resposta dinmica da fundao e a verificao posterior com base nos

    critrios de desempenho.

    Este trabalho ir adotar duas linhas de estudo para a vibrao: sistemas com um grau de

    liberdade e sistemas com infinitos graus de liberdade. A maior parte dos estudos tericos de

    anlise dinmica de fundaes de mquinas adota um sistema com um grau de liberdade. Essa

    simplificao, segundo Almeida Neto (1989), tem demonstrado resultados satisfatrios at ento.

    2.2.1 Sistemas com um grau de liberdade

    Um sistema com um grau de liberdade caracterizado por necessitar de apenas uma

    varivel para delimit-lo no tempo, ou seja, apenas uma varivel capaz de informar a posio da

    massa m no tempo t. Segue um esquema exemplificando este conceito.

    Figura 7 - Sistema com um grau de liberdade

    Fonte: Almeida Neto (1989,p.4)

    Um sistema pode sofrer apenas uma perturbao inicial, denominado de oscilao livre,

    ou pode ter uma fonte de perturbao atuando sobre ele constantemente, denominado de

    excitao harmnica.

    Alm da fora externa que pode estar atuando ou no, todo sistema constitudo pela

    frequncia a que est sujeita e pela sua frequncia natural. Estas duas, quando igualadas, indicam

    que o sistema est em ressonncia, ou seja, vibrando com a mesma amplitude de oscilao. O

  • 30

    objetivo do engenheiro calculista no permitir este fenmeno. Portanto, necessrio que se

    saiba a frequncia natural do sistema em anlise, que pode ser calculada pela frmula:

    (2.1)

    O perodo de oscilao encontrado pela equao:

    (2.2)

    2.2.2 Sistemas com vrios graus de liberdade

    Definido por Boresi e Schmidt(2003) como um sistema que necessita de duas ou mais

    coordenadas para determinar seu deslocamento.

    Para compreender o desenvolvimento de um sistema com infinitos graus de liberdade,

    necessrio entender alguns conceitos novos, como a matriz de rigidez, a matriz de massa e a

    matriz de amortecimento. Trabalha-se com a ferramenta matemtica de matriz devido ao alto

    nmero de informaes adquiridas nesta anlise.

    A matriz de rigidez relaciona os deslocamentos obtidos em cada n com a sua respectiva

    fora. Ao analisar separadamente cada n, ou cada grau de liberdade, utiliza-se a nomenclatura

    nodal. Portanto, a matriz de rigidez relaciona os deslocamentos nodais com as respectivas

    foras resistentes nodais. A equao que representa tal equao :

    (2.3)

    Onde o k representa a matriz de rigidez e o e o so os vetores de fora e

    deslocamento nodais, respectivamente.

    A matriz de massa possui o mesmo raciocnio, no entanto, relaciona as aceleraes

    nodais com as foras de inrcia nodais, como mostra a equao:

  • 31

    (2.4)

    Para m sendo a matriz de massa, sendo o vetor de fora de inrcia nodal e sendo o

    vetor de acelerao nodal.

    A matriz de amortecimento relaciona as velocidades nodais com as foras de

    amortecimento nodais.

    (2.5)

    Onde c a matriz de amortecimento e e so a fora de amortecimento nodal e a

    velocidade nodal, respectivamente.

    Para a matriz de massa, pode-se encontrar a matriz de massa consistente e a matriz de

    massa discreta. A primeira interpola os valores de fora de inrcia associados massa distribuda

    e a segunda considera apenas a massa nos ns. Este mesmo procedimento pode ser aplicado na

    matriz de amortecimento, no entanto, no muito usual. O amortecimento mais avaliado por

    meio do amortecimento modal ou obtido atravs do mtodo de Rayleigh.

    Segundo Timoshenko e Young(1959, p.321), o princpio de DAlembert diz o seguinte:

    as equaes de dinmica podiam ser escritas da mesma maneira que as equaes de equilbrio da

    esttica, introduzindo, alm das foras externas dadas, as de inrcia que atuam sobre um

    sistema..

    Este princpio utilizado para a obteno das equaes de movimento de um sistema

    com vrios graus de liberdade, onde:

    ( (2.6)

    Substituindo os conceitos de matriz, tem-se:

    ( (2.7)

    Devido as condies de ortogonalidade, as matrizes de massa generalizada

    e de rigidez generalizada so matrizes diagonais.

    O vetor de deslocamento nodal escrito como:

  • 32

    (2.8)

    Introduzindo esta equao na equao 2.7 e multiplicando por , tem-se:

    ( ( ( ( (2.9)

    Aplicando as condies de ortogonalidade, chega-se em:

    ( ( (2.10)

    Admite-se ento que os modos normais tambm so ortogonais matriz de

    amortecimento:

    (2.11)

    Resultando em:

    ( (2.12)

    Para o modo de vibrao i, a equao pode ser descrita como:

    (2.13)

    De acordo com Almeida Neto(1989,p.18), desta maneira, a resposta dinmica obtida

    resolvendo cada uma das equaes nas coordenadas normais e superpondo os resultados para se

    calcular a resposta nas coordenadas originais..

    Para o clculo de uma resposta a uma excitao harmnica, usa-se como esforo

    externo:

    ( (2.14)

  • 33

    Logo,

    (2.15)

    A resposta permanente encontrada pela equao:

    (

    ( )

    (

    [(

    ) ] (2.16)

    Pelas coordenadas originais, tem-se:

    ( ( (2.17)

    ( (2.18)

    (2.19)

    A partir desse ponto, necessrio determinar as constantes A e B:

    ( (

    (2.20)

    (

    ( (

    (2.21)

    Todo o desenvolvimento matemtico encontra-se exposto em Almeida Neto (1989).

    2.2.3 Vibraes amortecidas

  • 34

    Esses sistemas apresentam um coeficiente de amortecimento diferente de zero, portanto,

    h dissipao de energia. O grfico representado na figura a seguir bastante claro quanto a

    reduo na amplitude de oscilao. Reduo esta causada devido a dissipao de energia gerada

    pelo amortecimento.

    Figura 8 - Vibrao amortecida

    Fonte: Stolovas (p.6)

    Nesse tipo de sistema, importante avaliar a taxa de amortecimento, que serve como um

    parmetro para identificar o nvel de amortecimento.

    O amortecimento crtico dado por:

    (2.22)

    A taxa de amortecimento dada por:

    (2.23)

    Aplicando essas duas equaes na equao das razes, encontra-se:

    (2.24)

  • 35

    Segundo Almeida Neto (1989, p.6), trs tipos de movimento podem ocorrer. Para:

    a) 1 movimento super-amortecido;

    c) =1 movimento criticamente amortecido.

    Para a anlise de fundaes de mquinas, adota-se sistemas subamortecidos, onde o

    movimento no tende ao equilbrio em um intervalo de tempo pequeno.

    Todo o desenvolvimento matemtico descrito por Almeida Neto (1989, p.7) partindo

    do princpio que se trata de um amortecimento viscoso. Ele afirma que:

    O amortecimento a propriedade do sistema dinmico mais difcil de ser avaliada. Ele

    possui diversas origens e nem sempre de natureza viscosa[...]. A hiptese de um

    amortecimento linear com a velocidade foi adotada mais por convenincia matemtica

    que pela representao do fenmeno fsico e se justifica, na prtica, pelos bons

    resultados apresentados quando as taxas de amortecimento so pequenas.

    A resposta para uma excitao harmnica est sujeita a uma fora de agitao.

    Geralmente, esta fora descrita como:

    ( (2. 25)

    ou,

    ( (2. 26)

    Segundo Boresi e Schmidt (2003, p.620), a equao 2.25 e 2.26 tem aplicao geral,

    visto que quase todas as foras de agitao ( podem ser representadas como a soma de

    componentes harmnicos dos tipos e ..

    Para Almeida Neto(1989), essa fora de agitao pode-se dar pela equao:

  • 36

    ( ( , (2.27)

    Onde a frequncia forada da excitao e o ngulo de fase. Substituindo este

    conceito na equao de movimento, tem-se:

    (2.28)

    A soluo para este sistema depende se este amortecido ou no. A resposta dinmica

    descrita como a relao entre o deslocamento dinmico pelo deslocamento esttico. Essa relao

    conhecida como o fator dinmico e determinado pela equao:

    (

    ( (2.29)

    Alm desse fator, tem o coeficiente D conhecido como fator de amplificao dinmico

    da resposta permanente. Ele representa, segundo Boresi e Schmidt(2003, p.622), a amplitude

    mxima da vibrao forada relativa ao deslocamento de equilbrio sob uma carga esttica

    equivalente. determinado por:

    (2.30)

    O fenmeno de ressonncia tem como caractersticas o coeficiente =1, ou seja, a

    frequncia natural e a frequncia transmitida so iguais, e consequentemente, o coeficiente D

    tendendo a zero.

    A resposta transiente se anula devido ao amortecimento, portanto, segundo Stolovas

    (p.13) , somente para efeitos de impacto o interesse se centrar na resposta transiente.

    A resposta permanente, para Almeida Neto(1989,p.9), possui a mesma frequncia da

    excitao, mas est defasada em relao a ela. Dessa forma, possvel entender que a resposta

    permanente mantida pela excitao harmnica forada. Esta pode ser descrita na forma:

  • 37

    ( ( (2.31)

    Onde:

    ( ( (2.32)

    (2.33)

    A equao 2.33 se aplica para a condio 0 180.

    O fator de amplificao dinmico da resposta permanente obtido a partir da equao

    anterior, sendo igual a:

    ( ( (2.34)

    Para Almeida Neto(1989,p.9):

    importante mencionar que quando a relao pequena, a fora equilibrada predominantemente pela fora resistente ; quando a relao aproximadamente 1, pela fora de amortecimento ; e quando grande, pela fora de inrcia .

    possvel, tambm, determinar a fora transmitida base. Essa fora transmitida

    atravs da mola e do amortecedor, portanto, pode ser expressa como:

    ( (2.35)

    Introduzindo a equao 2.31:

    ( ( ( (2.36)

    E ainda, determinar a amplitude da fora :

  • 38

    ( (2.37)

    A transmissibilidade a relao entre a amplitude da fora e a fora inicial aplicada,

    portanto, pode ser determinada por:

    ( (2.38)

    Segue um quadro exemplificando a variao da transmissibilidade em relao a .

    Figura 9 - Variao da transmissibilidade em relao a

    Fonte: Almeida Neto (1989,p.10)

    Para mquinas rotativas, a fora de excitao pode ser descrita como:

    ( (2.39)

    Onde a massa excntrica ao rotor e a excentricidade do eixo de gravidade em

    relao ao eixo geomtrico de rotao.

    A amplitude da fora e a equao do movimento para estes casos podem ser descrita

    como:

    ( ( (2.40)

    (2.41)

  • 39

    2.3 INTERAO SOLO-ESTRUTURA

    Existem diversos mtodos de clculo para determinar o deslocamento de uma base e a

    influncia que o solo tem sobre essa fundao, desde solues analticas, semi-analticas ou pelo

    mtodo dos elementos finitos.

    Neste trabalho adotou-se a teoria do semi-espao, que se trata de uma simplificao do

    macio do solo, admitindo-o homogneo. Por essa razo, faz-se uso de um pequeno nmero de

    parmetros para a determinao da interao solo-estrutura.

    Por esse mtodo ser simplificado, ele considera pequenas deformaes, para que atenda

    ao critrio de elasticidade linear do solo. Dessa forma, necessrio que se faa uma verificao

    para que seja possvel a aplicao desse modelo:

    (2.42)

    Sendo que:

    (2.43)

    Onde a frequncia angular da excitao, a dimenso caracterstica (raio para

    fundao circular e a metade da largura para uma fundao retangular) e a velocidade da

    onda de distoro.

    Atendendo essa relao, o mtodo pode ser aplicado.

    Primeiramente, deve-se obter os parmetros do solo, que so o mdulo de elasticidade

    transversal dinmico, a taxa de amortecimento geomtrico, o coeficiente de poisson e a densidade

    do solo. Para a obteno desses parmetros h vrios ensaios feitos em laboratrio e em campo.

  • 40

    Em seguida, faz-se o clculo do coeficiente de rigidez e da taxa de amortecimento

    geomtrico. Um dos grandes diferenciais desse mtodo que se a fundao for retangular (l/b >

    4), ela pode ser aproximada para uma fundao circular de raio equivalente. A tabela a seguir

    apresenta as equaes para a obteno desses parmetros para os quatro modos de vibrao

    existentes.

    Figura 10 - Parmetros discretos equivalentes para a anlise de uma fundao circular

    sobre um semi-espao elstico

    Fonte: Almeida Neto (1989,p.27)

    O segundo passo o clculo das frequncias naturais:

    (2.44)

  • 41

    Faz-se a determinao dos coeficientes de amortecimento equivalente total, onde

    primeiro calcula-se o fator de massa, encontrado tambm na tabela anterior, assim como a taxa de

    amortecimento geomtrico:

    (2.45)

    Calcula-se a amplitude de fora para uma mquina rotativa, determinada por essa

    frmula:

    (

    )

    (2.46)

    O resultado fornecido em N, para Q sendo um valor estipulado pela tabela a seguir que

    varia com o tipo de rotor, S sendo um coeficiente de amplificao normalizado, sendo a

    massa do rotor, sendo a frequncia angular natural do modo de vibrao em estudo e

    sendo a frequncia angular operacional do rotor.

  • 42

    Figura 11 - Valores para Q

    Fonte: Brasil e Silva(2013, p.87)

    Aps ser determinado a amplitude da fora que est atuando, calculam-se as respostas

    estticas de acordo com cada modo de vibrao:

    (2.47)

    Em seguida, para saber as respostas dinmicas, necessrio encontrar o coeficiente de

    amplificao para cada modo:

    [ ( ] ( ) (2.48)

  • 43

    Multiplica-se a resposta esttica pelo fator de amplificao dinmico e obtm-se a

    resposta dinmica correspondente ao modo em estudo:

    (2.49)

  • 44

    3 MATERIAIS E MTODOS DE PESQUISA

    A metodologia de pesquisa apresenta uma abordagem terica quanto a natureza,

    quantitativa quanto a metodologia, exploratria quanto aos objetivos e bibliogrfica quanto as

    fontes de dados.

    3.1 PROCEDIMENTOS DE COLETA E ANLISE DE DADOS

    No presente estudo, foi escolhida uma base de uma centrfuga industrial que possui

    projeto estrutural para piso, cujo dimensionamento foi feito com o critrio emprico: aumentar em

    at trs vezes o peso do equipamento.

    A partir da visita e da entrevista realizada com o engenheiro responsvel da empresa

    onde a mquina foi instalada, foi verificado as medidas adotadas para a preveno de patologias

    provenientes de vibrao e a incidncia das mesmas em bases de concreto armado ou pisos

    prximos a elas. Com a identificao das patologias, recorreu-se a materiais especficos sobre o

    assunto para o estudo de suas causas, consequncias e formas de preveno.

    Para a segunda etapa deste trabalho foram realizadas duas anlises dinmicas: uma para

    a base dimensionada pelo processo emprico e outra para a base dimensionada pelo processo de

    limitao da frequncia natural do sistema.

    A anlise terica adotou uma base retangular cuja funo absorver os impactos de uma

    centrfuga industrial. O fabricante do equipamento forneceu como carga dinmica vertical e

    horizontal 30KN por apoio,ou seja, 90KN no total. O equipamento possui uma frequncia de

    operao de 60,7 Hz e a base adotada possui uma rea de 1,08x1,19 metros.

    O mtodo utilizado para realizar a anlise dinmica foi o mesmo estudado

    anteriormente, ou seja, mtodo dos parmetros discretos.

  • 45

    Figura 12 Fluxograma metodolgico

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    3.2 LIMITAES DA PESQUISA

    A anlise dinmica uma rea complexa e pouco disseminada no Brasil. As

    bibliografias existentes so antigas e limitadas. Atualmente, h mais estudos e procura-se

    considerar cada vez mais as vibraes no dimensionamento, entretanto, no o suficiente para

    quantificar seus efeitos. Novos estudos so necessrios para aperfeioar o processo de

    dimensionamento, tornando-o mais criterioso e completo.

    ANLISE DINMICA

    Para mtodo emprico

    Massa base=2x massa equipamento

    Para mtodo terico

    Limitar a frequncia natural do sistema

  • 46

    4 ANLISE TERICA

    Neste captulo analisada uma base sujeita a diferentes carregamentos. A base em

    estudo deve suportar as cargas de uma centrfuga industrial, cujas dimenses apresentam-se na

    figura a seguir.

    Figura 13 - Planta baixa do equipamento

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    Adotou-se como dimenses para a base 1,19m por 1,08m, como mostra a figura 13.

  • 47

    Figura 14 - Planta baixa da base do equipamento

    Fonte: Elaborado pelo autor, 2013.

    Esta mesma base foi dimensionada a partir de dois processos diferentes. No primeiro

    caso, adotaram-se as dimenses determinadas pelo processo emprico, ou seja, uma base com

    1,19x1,08x1,89. E a partir disso, calculou-se a frequncia do sistema e o deslocamento com o

    objetivo de verificar e comparar os resultados.

    No segundo caso, adotou-se apenas a rea da base, ou seja, uma base de 1,19m por

    1,08m. A partir desse ponto, limitou-se a frequncia do sistema a 70% da frequncia da mquina,

    ou seja, 30% menor que a da mquina. Em seguida, encontrou-se a altura necessria para se obter

    tal frequncia e se fez a verificao do deslocamento.

    4.1 ANLISE DINMICA PARA O CRITRIO DE DUPLICAO DE MASSA

    4.1.1 Dados gerais

  • 48

    Com base no critrio de duplicao da massa chegou-se em uma relao de massa de 1,7

    para o comprimento igual a 1,19 metros, a largura igual a 1,08 metros e a altura igual a 1,89

    metros.

    O equipamento possui uma frequncia de operao de 60,7Hz, equivalente a frequncia

    angular de 381,39 rad/s, uma carga dinmica de 90KN e uma massa total de 3580kg, sendo

    230kg correspondentes massa do rotor.

    O solo utilizado para o exemplo possui um coeficiente de Poisson igual a 0,4, um

    mdulo de elasticidade transversal de 120Mpa, peso especfico de 18,5KN/m e uma velocidade

    de onda de 255m/s.

    4.1.2 Modelo de parmetros discretos

    Primeiramente, necessrio avaliar se esse modelo pode ser adotado para esse exemplo.

    Para isso, o (eq. 2.43) deve ser inferior a 1,5.

    Conclui-se que o mtodo pode ser aplicado a esse exemplo.

    Em seguida, calcula-se o raio equivalente:

    Segue-se ento para o clculo dos coeficientes de rigidez correspondentes a cada modo

    de vibrao:

  • 49

    (

    (

    (

    (

    E ento, pode-se calcular as taxas de amortecimento:

    (

    (

    (

    (

    (

    (

    (eq. 2.45)

    (eq. 2. 45)

    As frequncias naturais podem ser determinadas pelas equaes (eq. 2.44):

  • 50

    Ento, calcula-se a amplitude de fora atravs da frmula (eq. 2.46):

    Com essa amplitude de fora, determina-se o deslocamento esttico (eq. 2.47):

    Para determinar o deslocamento dinmico, que a multiplicao do deslocamento

    esttico pelo fator de amplificao dinmico, necessrio calcular este fator onde a relao

    entre a frequncia natural do modo de vibrao em estudo e a frequncia de operao da mquina

    (eq. 2.48 e eq. 2.49):

    ( )

    (

    ( (

    ( )

    (

    ( (

  • 51

    Dessa forma conclui-se que o dimensionamento adotado atende o deslocamento mximo

    com uma relao de massa igual a:

    4.2 ANLISE DINMICA PARA O CRITRIO DE FREQUNCIA LIMITE

    4.2.1 Dados gerais

    Como dados da base tem-se o comprimento igual a 1,19 metros e a largura igual a 1,08

    metros.

    Os dados do equipamento e as caractersticas do solo podem ser visualizados no item

    4.1.1.

    4.2.2 Modelo de parmetros discretos

    Primeiramente, necessrio avaliar se esse modelo pode ser adotado para esse exemplo.

    Para isso, o deve ser inferior a 1,5 (eq. 2.43).

    Conclui-se que o mtodo pode ser aplicado a esse exemplo.

    Em seguida, calcula-se o raio equivalente:

  • 52

    Segue-se ento para o clculo dos coeficientes de rigidez correspondentes a cada modo

    de vibrao:

    (

    (

    (

    (

    A partir desse ponto, a diferena para a anlise anterior que necessrio determinar a

    frequncia limite, para ento calcular a altura necessria e depois partir para as taxas de

    amortecimento.

    Como foi dito anteriormente, a frequncia natural do sistema deve ser 70% da

    frequncia de operao da mquina (eq. 2.44).

    No entanto, se for adotada a mesma frequncia natural para os dois modos de vibrao,

    haver duas alturas para a mesma base. Portanto, adotou-se essa frequncia limite para o modo de

    vibrao z que o modo que possui maiores amplitudes de deslocamentos. necessrio

    determinar a altura da base para que possa ser recalculada a frequncia natural do modo x.

    Primeiramente, determina-se a massa do sistema:

    (

    (

    Em seguida, encontra-se a massa da base:

  • 53

    E ento, calcula-se a altura:

    Agora possvel determinar a frequncia do modo x (eq. 2.44):

    As taxas de amortecimento so:

    (

    (

    (

    (

    (

    (

    (eq. 2.45)

    (eq. 2.45)

    E as amplitudes de fora so encontradas atravs das frmulas (eq. 2.46):

  • 54

    Com essa amplitude de fora, determina-se o deslocamento esttico (eq. 2.47):

    Para determinar o deslocamento dinmico, que a multiplicao do deslocamento

    esttico pelo fator de amplificao dinmico, necessrio calcular este fator, onde a relao

    entre a frequncia natural do modo de vibrao em estudo e a frequncia de operao da mquina

    (eq. 2.48 e eq. 2.49):

    ( )

    (

    ( (

    ( )

    (

    ( (

    Sendo assim, conclui-se que o dimensionamento adotado atende o deslocamento

    mximo com uma relao de massa igual a:

  • 55

    5 AVALIAO DOS RESULTADOS OBTIDOS

    Para avaliar os resultados necessrio fazer uso das tabelas e consideraes previstas

    por Almeida Neto(1989). De acordo com a figura 14, o limite para que no ocorram danos nos

    equipamentos entre a regio B e C. A partir disso se tem um deslocamento excessivo e defeitos

    na mquina. Considerando os possveis danos para o equipamento, o modelo de

    dimensionamento atende as exigncias. Isso se pode observar tambm nos grficos que

    demonstram os limites com relao percepo de pessoas e aos danos na edificao nas figuras

    a seguir.

    Figura 15 - Critrios para a vibrao de mquinas rotativas

    Fonte: Almeida Neto (1989, p.45)

    Nessa figura, a frequncia do equipamento de 3642 cpm (ciclos por minuto) e a

    amplitude mxima encontrada de 5,2025 mm. Entrando com esses valores no grfico, a

  • 56

    situao est entre a regio A e B, que significa que poder haver pequenos defeitos para a

    mquina e que a correo evita gastos na manuteno.

    Figura 16 - Limite de amplitude de deslocamento

    Fonte: Almeida Neto (1989,p.44)

    Com a frequncia de 3642 cpm e uma amplitude de 5,2025 mm , verifica-se que

    facilmente perceptvel a vibrao da mquina para as pessoas que estaro prximas a ela, estando

    prximo ao incmodo. No entanto, no se encontra no limite para fundaes de mquinas.

  • 57

    Figura 17 - Possveis danos em construes

    Fonte: Almeida Neto (1989,p.47)

    Esse grfico apresenta resultados para amplitudes de deslocamentos maiores ou igual a

    0,01mm. Como todos os valores encontrados deram menores que isso, e o mais elevado

    5,2025 mm, adotou-se como aproximao que a maior amplitude deu 0,01mm. Dessa

    forma, com uma frequncia de 60,7Hz a situao est na regio 2, com possibilidade de ruptura

    em revestimentos. Por ter sido um valor aproximado, conclui-se que no h danos para a estrutura

    com as amplitudes encontradas.

    Ou seja, o procedimento adotado, que tem como base a limitao da frequncia natural

    do sistema, apresentou bons resultados para o caso em estudo e pode ser considerado

    relativamente simples o seu desenvolvimento. O resultado obtido foi de uma economia de

    concreto de 1m para o exemplo exposto, se comparado ao modelo adotado pelo projetista.

  • 58

    6 CONSIDERAES FINAIS

    O estudo realizado apresentou bons resultados para o exemplo escolhido, obtendo-se

    uma economia em relao ao critrio de duplicao de massa de 1m de concreto. Por ser um

    mtodo que considera os parmetros do solo em que a estrutura ser apoiada e as caractersticas

    do equipamento a ser suportado, conclui-se que um mtodo adequado e completo.

    No entanto, segundo especialista, tal procedimento no pode ser aplicado por diversas

    razes, dentre as mais importantes:

    a) Para casos de mquinas de alta frequncia, a preocupao est no deslocamento e no na

    frequncia, portanto, a limitao desta no o foco;

    b) No vivel realizar um dimensionamento a partir de uma limitao na frequncia ou do

    deslocamento.

    Alm disso, este trabalho considerou apenas os parmetros de frequncia da estrutura e

    do deslocamento da mesma. A velocidade e a acelerao, mencionadas como aspectos

    importantes na anlise dinmica de equipamentos de alta frequncia pelo especialista, no foram

    consideradas.

    importante ressaltar que, como disse o especialista em dinmica das estruturas, cada

    caso um caso e deve ser avaliado separadamente, sem generalizaes. O intuito deste trabalho

    de mostrar que a duplicao da massa nem sempre o critrio mais adequado.

    Observa-se que limitando a frequncia natural do sistema em 70% da frequncia de

    operao obtm-se uma economia de concreto, sem deixar de atender os limites de amplitude de

    deslocamento. Este estudo no e nem pode ser considerado como um fato comprovado. H a

    necessidade do estudo de outros parmetros e a aplicao em outros casos, com diferentes cargas

    e frequncias.

    Assim, fica a sugesto de novas pesquisas e ensaios nesta rea com o intuito de

    encontrar uma forma mais simples para os engenheiros calculistas considerarem a influncia da

    vibrao que os equipamentos exercem sobre as estruturas de concreto armado. A generalizao

  • 59

    de duplicao da massa tem feito este papel, no entanto, considerando o que foi dito acerca da

    especificidade de cada caso, conclui-se que a economia de concreto possvel, basta torn-la

    acessvel aos projetistas.

  • 60

    REFERNCIAS

    ALMEIDA NETO, Edgard Sant'Anna de. Introduo a analise dinmica de fundaes de

    mquinas. 1989. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Estruturas) - Escola Politcnica,

    Universidade de So Paulo, So Paulo, 1989. Disponvel em:

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    08-21

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    Foundations for Vibrating Machines. 4th. ed. Hounston: Gulf Publishing Company, 1979. 209

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    BRASIL, Reyolando M.L.R.F.; SILVA, Marcelo Arajo. Introduo dinmica das

    estruturas: Para a engenharia civil. So Paulo: Blucher, 2013. 268 p.

    EINSFELD, Ricardo A.. Estruturas de Concreto para instalaes industriais. So Paulo: Pini,

    2013. 259 p.

    LAMBE, William T; WHITMAN, Robert V. Soil mechanics. New York : J. Wiley, 1969. ix,

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    RAO, Singeresu. Vibraes mecnicas. 4. ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 295 p.

    Traduo de: Arlete Simille Marques.

    STOLOVAS, Srgio. Dinmica aplicada em estruturas de concreto. So Paulo: Tqs, [200-?].

    283 p.

    TIMOSHENKO, Stephen; YOUNG, D. H. (Donovan Harold). Mecanica tecnica. Rio de Janeiro

    : Livros Tecnicos e Cientificos, 1959. 2v. Traducao de: Engineering mechanics.