análise de um peça de mídia

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UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA - UNIME CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA AMANDA NEVES DA SILVA ÉRICA SANTOS FERREIRA LAYANE OLIVEIRA ARAÚJO MANUELA GOMES VERA CRUZ SINTIANE CONCEIÇÃO DOS SANTOS ANÁLISE DE UM PEÇA DE MÍDIA: VÍDEO - “LAMMILY:TIME TO GET REAL”

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Análise da Peça de Mídia

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UNIO METROPOLITANA DE EDUCAO E CULTURA - UNIMECURSO DE GRADUAO EM PSICOLOGIA

AMANDA NEVES DA SILVARICA SANTOS FERREIRA LAYANE OLIVEIRA ARAJOMANUELA GOMES VERA CRUZSINTIANE CONCEIO DOS SANTOS

ANLISE DE UM PEA DE MDIA: VDEO - LAMMILY:TIME TO GET REAL

Lauro de Freitas/BA,2014AMANDA NEVES DA SILVARICA SANTOS FERREIRALAYANE OLIVEIRA ARAJOMANUELA GOMES VERA CRUZSINTIANE CONCEIO DOS SANTOS

ANLISE DE UM PEA DE MDIA: VDEO LAMMILY:TIME TO GET REAL:

Relatrio apresentado a disciplina de Psicologia Social II, do Curso de graduao em Psicologia, da Faculdade Unio Metropolitana de Educao e Cultura - Unime, como requisito de avaliao parcial do 2 bimestre.

Orientador (a): Ms. Valter da Mata.

Lauro de Freitas/BA,20141. Descrio da pea de mdiaPara este trabalho em questo utilizamos como referncia o vdeo Lammily: Time to get Real. A Boneca Lammily, criada pelo designer Nickolay Lamm, segue os padres corporais de uma menina de 19 anos com pouca maquiagem e roupas mais discretas, desafiando os padres das indstrias, e vem com uma cartela de "acessrios" que deixam a boneca ainda mais real, nela constam adesivos autocolantes que simulam: tatuagens, cicatriz, estrias, celulites, sardas, espinhas e at arranhes, e suas roupas so tradicionais como camisa, short jeans e um tnis branco. O vdeo apresentado, Lammily: Time to Get Real inicia com uma sesso de fotos e demonstra a boneca transformando-se passo-a-passo na Barbie, por meio de programas de tratamento de imagem (PhotoShop). Conhecida por ter enormes olhos azuis, cabelos lisos e louros, pernas longas, seios grandes e uma cintura fina, a Lammily aparece com o padro oposto, no to alta, cabelos e olhos castanhos, seios de tamanho padro e uma cintura no to fina, indo contra a ideia de propagao do corpo perfeito e mostrando que a realidade est longe disso, mas nem por isso significa que seja ruim. Neste curta, faz-se uma crtica disseminao da ditadura da beleza colocada pela mdia, que de uma forma ingnua afeta o pblico infantil atravs de um brinquedo, sendo influenciados desde cedo a enxergar o padro Barbie como perfeito e uma das motivaes para a busca da imagem perfeita, alm de apontar o Photoshop como recurso para alcanar tal objetivo. Futuramente, ou no momento atual da vida destas crianas, a reproduo deste padro de comportamento, quando exacerbado, pode levar a danos sade. Estes danos envolvem a obsesso pela aparncia, comportamentos sociais, transtornos alimentares, dismorfia corporal e excesso de cirurgias plsticas.A Lammily aparece para descaracterizar este absolutismo e relembrar ao pblico infantil e adulto, a importncia da beleza natural. No final do vdeo se faz uma desconstruo desse esteretipo da beleza, quando o efeito do Photoshop desfeito e mostra-se a imagem inicial da Lammily em conjunto com a frase Time do Get Real (Hora de Cair na Real).

2. Mdia, sade e subjetividadeAtualmente os padres eurocntricos estabelecidos socialmente, so os quais ditam o que so ou no um belo corpo. O corpo constitui o individualismo tornando-se elementos fundamentais constituintes de nossa identidade e principalmente subjetividade pois implica, na forma como os sentimos e principalmente como somos enxergados.O papel que a mdia exerce sobre a nossa subjetividade vai muito alm de um simples padro a ser seguido, mas, causa uma internalizao de seus objetivos podendo estruturar e construir comportamentos, cognio e afetos do sujeito o qual recebe estas informaes, em relao prpria aparncia e de outrem. Fatores estes que podem ocasionar em srias complicaes na sade fsica e psicolgica.A influencia deste tipo de padro de beleza, aumenta a proporo de pessoas que almejam alcanar este ideal esttico, o qual cultiva a magreza e faz desta como ideal de felicidade e beleza.Essa busca pela esttica perfeita tem graves implicaes, pois todo esse desejo de se tornar belo, vem aliado angstia, baixa autoestima, podendo at originar um quadro de bulimia e anorexia. Na Inglaterra o governo interferiu nas bonecas Barbie, que um modelo de beleza cobiado pelas mulheres, e que ocasionou impacto na rede de sade pblica do pas, pois foi responsabilizada por gerar problemas de anorexia e bulimia. (MORENO, 2008).Os efeitos destas, resultaram em um aumento de 20% de pessoas com transtornos alimentares, como anorexia e bulimia e com maior incidncia nas mulheres. Constrangimento que a figura corporal percebida como desfigurada ou fera dos padres implicam diretamente no funcionamento do sujeito no dia a dia, o qual tambm podem ser considerados como transtornos de ordem psiquitrica, comprometendo toda a dinmica corporal e psquica do sujeito em todas as suas relaes.

3. A influencia da mdia na infncia e juventudeEm virtude da turbulncia dos dias atuais, as crianas acabam por estarem sofrendo forte influncia em seu desenvolvimento pela mdia, mdia essa que est presente a todo o momento e de diversas formas, podendo citar, televiso, internet, dentre outras.Desta forma passa-se a observar e analisar como essas diferentes formas de mdia influencia nas vidas e no comportamento dessas crianas. Vez que, essas crianas passam a deixar de exercitar uma relao interpessoal com outras crianas de sua faixa etria, deixando de praticar atividades e brincadeiras ao ar livre, para se renderem aos encantos trazidos pela mdia.Dentre esses encantos, vale apena ressaltar a gigantesca influncia socioeconmica trazida pelos comerciais e propagandas, acerca de bens de consumo, onde as crianas ao serem seduzidas tais tentaes, acabam por interferir no poder decisrio de compra de seus pais, pois, desejam a todo momento possuir, o brinquedo mais moderno, o tnis mais descolado e assim por diante.Alm do j exposto, tambm de suma importncia apontar a facilidade de acesso a diversos temas e assuntos, sem nenhuma forma de filtragem ou adequao para um possvel publico que no o seu publico alvo. Ou seja, programas destinados a pessoas de uma faixa etria, so acessveis para crianas e jovens de outras faixas etrias.Portanto, essas crianas necessitam de constante vigilncia de pessoas maduras e responsveis, j que essa influencia miditica ir acabar por determinar de certa forma a identidade desses indivduos em formao, podendo como qualquer influencia, ser positiva ou negativa em relao aos comportamentos futuros dessa criana, para com seus prximos, com a sociedade e at consigo mesmo.Diante todo exposto, conclui-se que de grande relevncia tratar desse tema, pois, as mdias em suas diversas formas influenciam muito durante toda a formao do individuo, principalmente quando se trata de um individuo jovem e em formao de seu carter e personalidade. Devendo assim, a criana com auxilio de adultos aprenderem a lidar com tais influencias, buscando apreender as virtudes trazidas com o advento da tecnologia e consequentemente a mdia e deixando de lado todos seus malefcios.

4. Esteretipo do corpoO padro de beleza virou um assunto incessante e polmico por estar sendo motivo de excluso social e doenas graves. A mdia se tornou dominante sobre a sociedade atual. H certo tempo atrs, o padro de beleza determinava que ser bonito e normal significava estar acima do peso, mas com o passar do tempo ser bonito e ser digno de status passou a significar ser escravo de academias. A necessidade das pessoas de se enquadrarem ao que tido como normal, ou natural, s aumentou, e a fixao por medidas perfeitas tambm, facilitando a exposio de pessoas a doenas como por exemplo a anorexia, bulimia, vigorexia e manorexia.A mdia determinou um esteretipo que seguia a ideia de ser: magro(a), alto(a), bonito(a), cheio(a) de msculos, e isso, na maior parte das situaes uma realidade diversa. Como consequncia, as pessoas acabam com a sua auto estima reduzida e isso faz com que elas procurem clnicas clandestinas, tomem suplementos, sejam escravos das academias, ou at mesmo mutilam os seus corpos para a busca das medidas perfeitas. 5. Atuao do PsiclogoPara Brasil (2002) a funo de um psiclogo, para a Classificao Brasileira de Ocupaes, pesquisar, estudar e avaliar o desenvolvimento emocional e os processos mentais e sociais do sujeito, grupos e instituies, com a inteno de anlise, tratamento, orientao, educao, diagnstico e avaliao de distrbios emocionais, mentais e de adaptao social, elucidar conflitos, acompanhar as pessoas durante e depois da ao de tratamento ou cura; averiguar os fatores inconscientes do comportamento subjetivo e coletivo, tornando-os conscientes; desenvolver estudos experimentais, tericas e clnicas e coordenar equipes e atividades de rea e afins.O papel do psiclogo ajudar o sujeito a aprimorar sua autoestima, capacidades sociais, proporcionar conhecimento de si mesmo e suas reais motivaes, auxiliando na aceitao de si e desenvolvimento de bem estar como ser humano (SATO, 2010).A imagem do corpo humano uma representao mental que trazemos do nosso prprio corpo. Esta reproduo no se reduz apenas a sensaes ou fantasia, mas a aparncia do prprio corpo. A percepo da nossa imagem procede do conhecimento que temos do nosso corpo. A atitude de cada ser humano evidencia como afeta a estrutura corprea imagem que temos de ns (PORTINARI, 2000).Os autores Aimor (2010); Barbosa; Matos e Costa (2011) em suas pesquisas ressaltam que os problemas com a figura corporal esto aparecendo em ambos os sexos, pelas cobranas atribudas pela cultura e mdia.Segundo Aimor (2010), nos transtornos alimentares so muito comuns distores cognitivas em relao ao corpo, o sujeito no gosta da sua aparncia ou faz crtica em relao a ela, acreditando que as outras pessoas esto falando dele em relao ao seu padro de aparncia.Silva (2005) ressalta que o acompanhamento psicolgico preciso, embora muitos indivduos se neguem a buscar ajuda por se sentirem fracas, muitas vezes at o auxlio chegar para essas pessoas j muito tarde, por isso de suma importncia e urgncia o tratamento de transtornos alimentares, pois boa parte dessas pessoas podem chegar a falecer, sendo importante destacar que o transtorno alimentar so patologias que necessitam ser diagnosticadas e tratadas o mais rpido possvel.Nos indivduos com transtornos dismrficos corporal a psicoterapia muito importante, pois essas pessoas submetem frequentemente a processos agressivos e nunca permanecem satisfeitos. Estes vo desde cirurgias plsticas estticas at outros processos com maior risco integridade fsica, na experincia de suavizar os sinais pautados insatisfao crnica com determinadas partes do seu corpo (AIMOR, 2010).Conrado (2009) descreve que a tcnica abordada para os transtornos alimentares, dismorfias corporais e excesso em cirurgias plsticas a terapia cognitiva comportamental (TCC), que abrange o automonitoramento dos pensamentos e comportamentos imagem, quanto tempo voc gasta para se olhar no espelho; tcnicas cognitivas como desafiar os pensamentos sobre sua autoimagem; e atividades comportamentais, como por exemplo, expor o indivduo a uma circunstncia de medo e precavendo o engajamento em comportamentos compulsivos.O terapeuta comportamental deve estar atento aos sentimentos e comportamentos de vergonha e inferioridade, que so bastante comuns nesses indivduos. necessrio que ele suavize sua exibio s qualidades que promovem a alimentao imprpria. O tratamento tambm deve ser executado na presena de uma equipe multidisciplinar (GORGATI, HOLCBERG E OLIVEIRA, 2002).

6. Referencias

MAIA, Gabriela Santos. Consumo, mdia e beleza. A mdia como mediadora de padres de comportamentos femininos. Faculdade Sete de Setembro. Fortaleza. Junho,2011. Disponvel em: < http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/File/publicidade/monografia/2011/mono_gabriela.pdf > . Acesso em: 18 de Novembro de 2014.

CAMPOS, Ivanir Glria. A influncia da mdia sobre o ser humano na relao com o corpo e a auto-imagem de adolescentes. Universidade de Ribeiro Preto. So Paulo, 2004. Disponvel em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/884-4.pdf >. Acesso em: 18 de Novembro de 2014.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Editora: Artmed. Ed. 2. Porto Alegre, 2008.