anÁlise de modo e efeitos de falha de um projeto de...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FABIANO FRANZ MARANGONI ANÁLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHA DE UM PROJETO DE SISTEMA DE QUALIDADE AUTOMOTIVA. MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA AGOSTO/2013

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

FABIANO FRANZ MARANGONI

ANÁLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHA DE UM PROJETO

DE SISTEMA DE QUALIDADE AUTOMOTIVA.

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

AGOSTO/2013

2

FABIANO FRANZ MARANGONI

ANÁLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHA DE UM PROJETO

DE SISTEMA DE QUALIDADE AUTOMOTIVA.

Monografia de especialização apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Gestão da

Tecnologia da Informação e Comunicação da

Universidade Tecnológica do Paraná como

requisito parcial para obtenção do título de

“Especialista em Gestão da Tecnologia da

Informação e Comunicação“

Orientador: Prof. Dr. Kleber Kendy Horikawa

Nabas

CURITIBA AGOSTO/2013

3

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tabela de Severidade ...................................................................... 24 Tabela 2: Tabela de Ocorrência ....................................................................... 25 Tabela 3: Tabela de Detecção ......................................................................... 26 Tabela 4: Severidade SQF1 ............................................................................. 48

Tabela 5: Ocorrência SQF1.............................................................................. 48 Tabela 6: Detecção SQF1 ................................................................................ 49 Tabela 7: FMEA SQF1 ..................................................................................... 49

4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: O modelo dos 5S............................................................................... 35 Figura 2: Quadro de Plano de Ação ................................................................. 37 Figura 3 : Diagrama de Causa e Efeito ............................................................ 38 Figura 4 : Exemplo de Diagrama de Pareto ..................................................... 39

Figura 5 : Ciclo PDCA ...................................................................................... 40 Figura 6 : Cabeçalho da tela principal .............................................................. 44 Figura 7 : Significado de cada painel. .............................................................. 45 Figura 8 : Significado dos códigos de Baugruppen .......................................... 46

5

6

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11

1.1. PROBLEMA ........................................................................................ 12

1.2. JUSTIFICATIVA .................................................................................. 12

1.3. OBJETIVOS ........................................................................................ 13

1.3.1. Objetivo Geral................................................................................. 13

1.3.2. Objetivos Específicos ..................................................................... 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................. 15

2.1. GERENCIAMENTO DE PROJETOS .................................................. 15

2.1.1. Processos de um projeto. ............................................................... 15

2.1.1.1. Inicialização .................................................................................. 16

2.1.1.2. Planejamento ................................................................................ 16

2.1.1.3. Execução ...................................................................................... 17

2.1.1.4. Controle / Monitoramento ............................................................. 18

2.1.1.5. Encerramento ............................................................................... 18

2.2. GERENCIAMENTO DE RISCO EM PROJETOS ................................ 19

2.2.1. Planejamento do gerenciamento de riscos ..................................... 19

2.2.2. Identificação de riscos .................................................................... 20

2.2.3. Analise qualitativa de riscos ........................................................... 20

2.2.4. Analise quantitativa de riscos ......................................................... 20

2.2.5. Planejamento de respostas a riscos. .............................................. 21

2.2.6. Monitoramento e controle de riscos ................................................ 21

2.3. FMEA .................................................................................................. 22

2.3.1. Tipos de FMEA ............................................................................... 22

2.3.2. Funcionamento Básico ................................................................... 23

2.3.3. Avaliação dos Riscos ..................................................................... 24

2.3.3.1. Severidade ................................................................................... 24

2.3.3.2. Ocorrência .................................................................................... 25

2.3.3.3. Detecção ...................................................................................... 26

3. QUALIDADE ............................................................................................. 27

3.1. DEFINIÇÕES ...................................................................................... 27

3.2. HISTÓRICO DA QUALIDADE ............................................................. 27

3.2.1. A Qualidade no Japão .................................................................... 29

3.2.2. Sistema Toyota de Produção ......................................................... 30

8

3.2.3. Total Quality Control ....................................................................... 32

3.2.4. O modelo dos 5S ............................................................................ 33

3.3. FERRAMENTAS DE QUALIDADE...................................................... 35

3.3.1. Brainstorming ................................................................................. 35

3.3.2. Plano de Ação (4Q1POC) .............................................................. 36

3.3.3. Diagrama de Causa e Efeito .......................................................... 37

3.3.4. Diagrama de Pareto ....................................................................... 38

3.3.5. PDCA ............................................................................................. 39

3.3.6. Planilhas de Verificação (Check-Lists) ........................................... 40

3.4. A QUALIDADE E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ...................... 41

4. Sistema de Qualidade F1 (SQF1) ............................................................. 43

4.1. CONCEITO SQF1 ............................................................................... 43

4.1.1. HandHeld ....................................................................................... 43

4.1.2. Estação .......................................................................................... 43

4.2. Pricipais Objetivos do Sistema SQF1. ................................................. 43

4.3. SISTEMA SQF1 .................................................................................. 44

4.3.1. Estrutura da tela principal. .............................................................. 44

4.3.1.1. Cabeçalho. ................................................................................... 44

4.3.1.2. Resumo. ....................................................................................... 45

4.3.1.3. EFS. .............................................................................................. 45

4.3.1.4. Componentes. .............................................................................. 46

4.3.1.5. Testes. .......................................................................................... 47

4.3.1.6. Bloqueios. ..................................................................................... 47

4.3.1.7. Resultados. ................................................................................... 47

5. RESULTADOS .......................................................................................... 48

5.1. Severidade. ......................................................................................... 48

5.2. Ocorrência. .......................................................................................... 48

5.3. Detecção. ............................................................................................ 49

5.4. FMEA - SQF1. ..................................................................................... 49

5.4.1. Função ........................................................................................... 50

5.4.2. Modo de Falha................................................................................ 50

5.4.3. Causa Potencial ............................................................................. 50

5.4.4. Efeito Potencial............................................................................... 50

5.4.5. Metodo de detecção ....................................................................... 50

6. CONCLUSÃO ........................................................................................... 52

7. REFERENCIAS ......................................................................................... 53

9

RESUMO

MARANGONI, Fabiano; ANÁLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHA DE UM PROJETO DE SISTEMA DE QUALIDADE AUTOMOTIVA. 2013 53 p. Monografia Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação, UTFPR, Curitiba.

Este trabalho tem como finalidade a criação de uma Análise do

Tipo e Efeito de Falha, do inglês Failure Mode and Effect Analysis,

(FMEA) voltado à instalação de um sistema de qualidade automotiva.

Essa demanda tornou-se necessária devido ao menor tempo

disponível para a execução dos projetos ocasionada pelo aumento

agressivo na competitividade e necessidade de qualidade vivenciada no

atual cenário econômico mundial.

Palavras-chave: FMEA, Gerenciamento de Risco, Qualidade

automotiva.

10

ABSTRACT

MARANGONI, Fabiano; FAILURE MODE AND EFFECTS ANALYSIS OF AN AUTOMOTIVE QUALITY PROJECT. 2013 53 p. Monografia Especialização em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação, UTFPR, Curitiba.

This work aims to create a Failure Mode and Effect Analysis

(FMEA) regarding the installation of an automotive quality system.

This demand has become necessary due to the short time

available for the execution of projects caused by the aggressive increase

in competitiveness and need for quality experienced in the current global

economic scenario.

Key Words: FMEA, Risk Management, Quality Automotive.

11

1. INTRODUÇÃO

A indústria automobilística, ao longo dos últimos anos, mais

precisamente nesta última década, vem vivenciando as grandes

transformações ocorridas no cenário econômico mundial. Como

resultado observa-se um aumento agressivo na competitividade e

conseqüentemente na demanda por qualidade, nesse novo cenário

perdas de produção por falhas sistêmicas se tornaram inadmissíveis.

Diante desta nova realidade, surge à necessidade de adotar

mecanismos preventivos que eliminem ou mitiguem possíveis perdas de

produção ou paradas de linhas ocasionadas por falhas em projetos.

No setor industrial habitualmente utiliza-se a Análise dos modos de

falhas e efeitos, do inglês Failure Mode and Effect Analysis (FMEA),

como ferramenta de análise de risco

Essa ferramenta possibilita tomar ações corretivas além de

mensurar a probabilidade de detecção e a gravidade das falhas.

A empresa estudada nessa monografia atual com tecnologia de

informação e comunicação, do inglês Information and communications

technology (ICT) é responsável pelo suporte e principalmente pela

instalação de Sistemas Integrados de Controle de Produção, do inglês

Manufacturing Execution Systems (MES) em uma grande indústria

automobilística alemã.

Por motivos de confidencialidade a empresa estudada será

denominada E-ICT.

Atualmente a E-ICT conta com quatro grupos focados no

atendimento ao cliente:

Service Desk

Global Support Center.

12

BackOffice da Alemanha.

BackOffice do Brasil.

O Service Desk é responsável pelo atendimento direto ao cliente,

recebendo ligações e registrando as solicitações nas ferramentas, de

acordo com as boas práticas sugeridas pelo Information Technology

Infrastructure Library (ITIL)

O Global Support Center é responsável pelo monitoramento dos

sistemas e resolução de incidentes simples

Os BackOffice’s trabalham em regime de turno follow the sun e

recebem os chamados não atendidos pelo Service Desk. Como se trata

de equipes com grande experiência resolvem a maioria dos incidentes

que recebem além de realizarem projetos de instalação dos sistemas

integrados de controle de produção e qualidade.

1.1. PROBLEMA

Costumeiramente uma instalação de sistemas de produção exigia

várias semanas, porém a grande demanda do setor automobilístico

vivenciada nos últimos anos transformou esse cenário, atualmente é

comum existirem projetos onde todo o sistema precisa ser instalado em

apenas um final de semana.

As equipes responsáveis precisam se adequar a essa nova

realidade e encontrar uma forma de garantir a entrega do projeto em

tempo hábil e principalmente evitar falhas que possam causar grandes

impactos ao objetivo final.

1.2. JUSTIFICATIVA

Para o ano de 2013 a E-ICT planeja mudar a estratégia global. O

BackOffice da Alemanha focará somente ao suporte das fábricas da

Europa, enquanto o BackOffice do Brasil será responsável pela grande

maioria dos projetos de instalação dos sistemas de controle de produção.

13

Para isso se tornar realidade os integrantes do BackOffice do

Brasil devem utilizar ferramentas que permitam a análise e mitigação de

riscos além de determinar ações a serem tomadas quando esses são

inevitáveis, a fim de garantir o sucesso dos projetos de instalação de

sistema.

O primeiro desafio será a instalação do sistema de produção e de

qualidade da principal e maior fábrica do grupo, que por motivos de

confidencialidade nesse estudo será chamada de “F1”.

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

Visando a continuidade na excelência dos projetos realizados pela

E-ICT, será feita uma análise de risco utilizando a metodologia FMEA,

voltada a atualização do sistema de qualidade da fábrica “F1”.

1.3.2. Objetivos Específicos

Para levantar os dados básicos para a realização do FMEA serão

realizadas reuniões com os especialistas e gerentes envolvidos no

projeto.

Os objetivos específicos podem ser classificados como a

consolidação dos tópicos abordados nas reuniões, entre eles destaca-se:

Realizar a análise dos principais processos do sistema de

qualidade..

Verificar quais as falhas potenciais para cada função.

Analisar os efeitos dos tipos de falha.

Determinar as causas das possíveis falhas.

Definir os índices de Severidade, Ocorrência, e Detecção.

Listar ações para diminuir os ricos.

Criar um framework que possa ser utilizado em projetos

semelhantes.

14

Além de definir os processos, as reuniões realizadas com recurso

e com os gerentes têm por objetivo criar tabelas de severidade,

ocorrência e detecção as quais serão usadas para o cálculo da medida

de risco (Risk priority number)

O próximo passo será a criação de uma tabela de FMEA onde

todos os dados serão inseridos e tabulados.

Após a finalização do FMEA o mesmo será posto a prova durante

a execução do projeto “F1”, os resultados obtidos serão exibidos nesse

estudo.

15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica pode ser dividida nos vários

conceitos utilizados no estudo:

2.1. GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Segundo CANDIDO o Gerenciamento de Projetos é um conjunto

de mecanismos organizados de acompanhamento de processos que

precisam ser desenvolvidos com qualidade, preço e prazo competitivo,

visando a satisfação dos clientes.

O ambiente competitivo e globalizado de nosso tempo tem exigido

um novo posicionamento das empresas perante seus clientes, pois a

concorrência está presente em todo o mundo. Essa visão de mercado

tem exigido a aplicação dos conceitos de Gerenciamento de Projetos.

O Project Management Institute (PMI) define gerenciamento de

projetos como “a aplicação de conhecimento, habilidades, de

ferramentas e técnicas a uma ampla gama de atividades para atender

aos requisitos de um determinado projeto” (PMI,2008). apud CANDIDO.

O gerenciamento de Projetos, até poucos anos era uma

prerrogativa apenas de grandes corporações; hoje é acessível as

pequenas e médias empresas, podendo ser o diferencial entre o sucesso

e o fracasso. Sua adoção não pode ser feita de forma impetuosa e

desmedida; a alta direção da empresa precisa avaliar se seu

produto/serviço permite essa forma de gestão.

2.1.1. Processos de um projeto.

Um projeto envolve sempre cinco processos de extrema

importância para sua conclusão, são eles:

16

2.1.1.1. Inicialização

Fase em que é realizado o levantamento de todas as

necessidades físicas, financeiras e de pessoal para a concretização do

projeto. As análises são feitas pela alta gerência da organização, que

deve autorizar ou não a execução do projeto, balizada por um criterioso

estudo de viabilidade.

Devem ser autorizados somente projetos sincronizados com as

estratégias da organização e com altos índices de viabilidade para serem

executados com qualidade, prazos e custo competitivos.

São atividades típicas desse processo:

Elaboração da proposta do projeto e aprovação da gerência.

Seleção de projetos.

Aprovação dos clientes.

Autorização para realização do projeto.

No desenvolvimento dessas atividades, a documentação é a peça

fundamental para o sucesso. Devem ficar evidentes os rumos e objetivos do

projeto; também precisam ser definidos seu escopo, recursos e prazos.

2.1.1.2. Planejamento

Esse processo define os caminhos para que os objetivos do

projeto sejam alcançados. Nessa etapa é elaborado o Plano de

Gerenciamento de Projetos, documento que deve contemplar todos os

processos desse gerenciamento. A profundidade e a complexidade do

planejamento estão diretamente ligadas ao tamanho do projeto:

São atividades desse processo:

Identificação das partes interessadas.

Formação da equipe de planejamento.

Definição do escopo do cliente.

17

Definição da estratégia do projeto.

Elaboração de cronogramas e cálculos de custos.

Planejamento de compras.

Planejamento de comunicações

Planejamento de respostas a riscos.

Planejamento de qualidade do projeto.

Planejamento de recursos humanos.

O planejamento é um elemento dinâmico que pode sofrer

modificações no decorrer do ciclo de vida do projeto Por isso, gesto e

equipe devem estar sempre atentos as documentações e suas

atualizações. Nessa fase, todos os envolvidos (stakeholders) precisam

ser considerados, principalmente o cliente.

2.1.1.3. Execução

Nessa etapa ocorre a realização e conclusão dos produtos ou

serviços. Portanto a ela está associada grande parte do orçamento:

São atividades típicas desse processo:

Gerenciamento da execução.

Distribuição de informações.

Garantia da qualidade.

Solicitação das propostas de fornecedores.

Controle de fornecedores.

Controle ou mobilização da equipe.

Desenvolvimento da equipe de projeto.

Alterações podem acontecer, mas devem ser evitadas ao máximo,

pois representam prejuízos. Contudo, se forem necessárias, precisam

ser documentadas e aprovadas, realimentando o planejamento.

18

2.1.1.4. Controle / Monitoramento

Etapa vital para o sucesso do projeto, pois permite a percepção de

problemas em tempo hábil para solucioná-los.

Esse procedimento deve possibilitar medições regulares do projeto

para a avaliação de desempenho.

São atividades típicas desse processo:

Controle de desempenho do projeto

Realização do controle integrado de mudanças.

Monitoramento e controle de riscos.

Obtenção e aceitação do escopo.

Administração de contratos.

Controle de qualidade

Gerenciamento de partes interessadas.

Gerenciamento da equipe de projeto.

O controle garante a qualidade do projeto e a sua conformidade

com o planejamento durante a execução. Quanto mais tarde forem

detectados os problemas, mais dispendiosas serão as correções.

2.1.1.5. Encerramento

O encerramento do projeto pressupõe que todos os contratos

firmados durante a execução sejam encerrados formalmente, gerando

imediatamente condições para a avaliação do desempenho, realizada de

acordo com métricas preestabelecidas.

Os registros das ocorrências vivenciadas no projeto permitem a

elaboração de um histórico que contribui para ampliar o know-how da

organização. Esse procedimento viabiliza a atuação dos sistemas

gerenciais e administrativos para fortalecer futuros projetos.

19

2.2. GERENCIAMENTO DE RISCO EM PROJETOS

Segundo CANDIDO o gerenciamento dos riscos ocorre durante

todo o ciclo de vida de um projeto e tem por objetivo aumentar a

probabilidade e o impacto dos eventos positivos e reduzir os adversos.

Esse gerenciamento dispõe de técnicas e ferramentas específicas para a

identificação do maior número de riscos possíveis e para a administração

de maneira consistente e proativa desses riscos.

Além das condições externas ao projeto, há as internas que podem

ser fontes de risco:

Característica do ambiente da organização ou do projeto.

Gerenciamento com práticas ineficazes.

Inexistência de sistemas integrados de gerenciamento para

projetos simultâneos.

Falta de controle de desempenho dos participantes externos.

Há riscos que podem ser considerados como oportunidades, por

exemplo, a contratação de uma equipe adicional ao projeto para otimizar

o trabalho e antecipar a data de término.

Os processos da área do gerenciamento de riscos são:

Planejamento do gerenciamento de riscos.

Identificação de riscos.

Análise qualitativa de riscos.

Análise quantitativa de riscos.

Planejamento de respostas a riscos.

Monitoramento e controle de riscos.

2.2.1. Planejamento do gerenciamento de riscos

Descreve, no documento Plano de Gerenciamento de Riscos, as

abordagens a serem adotadas nas atividades desse gerenciamento.

20

Esse plano deve ser inserido no Plano de Gerenciamento do Projeto

estabelecido na etapa inicial do ciclo de vida do projeto.

2.2.2. Identificação de riscos

Visa realizar o levantamento e o detalhamento dos riscos e de

suas características.

Como novos riscos podem surgir durante o ciclo de vida do projeto,

esse processo é executado constantemente. A freqüência e os

responsáveis por essa atividade podem variar conforme a característica

do projeto e devem ser detalhados no Plano de Gerenciamento de

Riscos. A equipe precisa apresentar um alto nível de comprometimento e

responsabilidade em relação aos riscos e as ações de resposta

associadas a eles.

2.2.3. Analise qualitativa de riscos

Por meio de métodos e ferramentas, visa analisar as prioridades

entre os riscos identificados. Para a determinação das prioridades é

considerada a relação entre a probabilidade de concretização do risco e

seu impacto nas diferentes áreas do projeto (custo, tempo, escopo e

qualidade). Essa analise deve ser reavaliada constantemente para

acompanhar as atualizações do Plano de Gerenciamento de Riscos.

2.2.4. Analise quantitativa de riscos

Com base nos riscos priorizados pela análise qualitativa, é

realizada a análise quantitativa por meio da avaliação e classificação

numérica dos efeitos deles decorrentes. As técnicas utilizadas nesse

processo fornecem informações importantes para tomada de decisões

diante de incertezas ou acontecimentos de risco, entre elas, a

identificação de riscos com alto índice de prioridade e quantificação de

sua contribuição para o risco total do projeto; a definição de metas de

21

custo, tempo ou escopo, para o caso de os riscos se concretizarem; e

determinação das melhores decisões de gerenciamento diante de

incerteza ou riscos.

2.2.5. Planejamento de respostas a riscos.

Após a análise qualitativa e a quantitativa, é feito o planejamento

das respostas a riscos. Esse processo desenvolve alternativas e

especifica ações para aumentar as oportunidades e reduzir os riscos aos

objetivos desse projeto.

As atividades desse planejamento incluem: identificação e

designação dos responsáveis pelas respostas a cada risco, recursos

para a efetivação das respostas e ações relativas ao orçamento,

cronograma e Plano de Gerenciamento do Projeto.

2.2.6. Monitoramento e controle de riscos

Os riscos mapeados, qualificados e quantificados no Plano de

Gerenciamento de Riscos e suas respectivas respostas são gerenciais

por todo o ciclo de vida do projeto. Durante a execução do projeto,

podem surgir novos riscos ou ocorrer mudanças nos já identificados; por

isso, o monitoramento contínuo e o controle sobre eles são necessários.

Esse processo envolve a tonada de decisão entre estratégias

alternativas planejadas, execução de planos de contingência, aplicação

de ações corretivas e atualização constante no Plano de Gerenciamento

de Riscos.

Os objetivos desse processo são:

Verificação das premissas do projeto e confirmação da validade

delas.

Análise e planejamento dos riscos recém-surgidos.

Acompanhamento dos riscos identificados e monitoramento dos

que se concretizam.

Reavaliação da probabilidade e impacto dos riscos identificados.

22

Monitoramento das situações para acionamento de planos e

contingência.

Monitoramento de riscos residuais.

Revisão do planejamento de respostas a riscos.

Garantia do cumprimento dos procedimentos e políticas de

gerenciamento de riscos.

Revisão das reservas para contingências de custos.

Revisão do cronograma de acordo com alterações nos riscos do

projeto.

O monitoramento e controle de riscos requerem um relatório

periódico dos responsáveis pelas respostas sobre a eficácia do plano e o

registro das lições aprendidas e dos modelos de gerenciamento de riscos

utilizados, que servirão de base inclusive para projetos futuros.

2.3. FMEA

A Análise do Modo e Efeitos de Falha do inglês Failure Mode

and Effects Analysis (FMEA) é uma técnica usada para definir,

identificar, e eliminar falhas conhecidas ou em potencial antes que

alcancem o cliente. (STAMATIS, 2003).

2.3.1. Tipos de FMEA

Segundo Stamatis (2003) são aceitos quatro tipos de FMEA:

FMEA de Sistema – Utilizado na análise de sistemas e sub-

sistemas no estágio inicial do projeto. Esse tipo de FMEA

foca nos potenciais modos de falhas causados por

deficiências do sistema, incluindo as interações entre o

sistema e seus elementos.

23

FMEA de Produto – Usado para analisar os produtos antes

de sua liberação para a produção

FMEA de Processo – Usado para analisar processos de

fabricação e montagem .

FMEA de Serviço – Utilizado para analisar serviços antes

que esses cheguem ao consumidor.

2.3.2. Funcionamento Básico

O princípio da metodologia é o mesmo independente do tipo de

FMEA e a aplicação, ou seja, se é FMEA de produto, processo ou

procedimento e se é aplicado para produtos/processos novos ou já em

operação. A análise consiste basicamente na formação de um grupo de

pessoas que identificam para o produto/processo em questão suas

funções, os tipos de falhas que podem ocorrer, os efeitos e as possíveis

causas desta falha. Em seguida são avaliados os riscos de cada causa

de falha por meio de índices e, com base nesta avaliação, são tomadas

as ações necessárias para diminuir estes riscos, aumentando a

confiabilidade do produto/processo.

Para aplicar-se a análise FMEA em um determinado

produto/processo, portanto, forma-se um grupo de trabalho que irá definir

a função ou característica daquele produto/processo, irá relacionar todos

os tipos de falhas que possam ocorrer, descrever, para cada tipo de falha

suas possíveis causas e efeitos, relacionar as medidas de detecção e

prevenção de falhas que estão sendo, ou já foram tomadas, e, para cada

causa de falha, atribuir índices para avaliar os riscos e, por meio destes

riscos, discutir medidas de melhoria.

24

2.3.3. Avaliação dos Riscos

Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de severidade (S),

ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com

critérios previamente definidos.

Abaixo pode ser visto exemplos das tabelas relatadas, porém para

esse estudo diferentes tabelas foram desenvolvidas para condizerem

com a realidade da empresa:

2.3.3.1. Severidade

Tabela 1: Tabela de Severidade Fonte: Manual do FMEA da AIAG, 4ª Edição

25

2.3.3.2. Ocorrência

Tabela 2: Tabela de Ocorrência Fonte: Manual do FMEA da AIAG, 4ª Edição

26

2.3.3.3. Detecção

Tabela 3: Tabela de Detecção Fonte: Manual do FMEA da AIAG, 4ª Edição

O produto da Severidade pela Ocorrência pela Detecção irá

resultar no índice Risk Priority Number, RPN, que é uma avaliação

numérica do risco atribuído a um processo, ou as etapas de um processo

27

3. QUALIDADE

3.1. DEFINIÇÕES

Para realizar toda uma análise histórica da Qualidade, devemos

partir de sua origem, e seguir por sua evolução com o passar do tempo e

suas aplicabilidades.

Podemos tomar como definição de Qualidade, o seguinte:

“Totalidade de características de uma entidade que lhe confere

a capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas... em

algumas referências a qualidade é definida como 'adequação ao uso'

ou 'adequação ao propósito' ou 'satisfação do cliente' ou 'conformidade

aos requisitos'”, (ABNT, 1994, p. 3-4)

3.2. HISTÓRICO DA QUALIDADE

Foi com o início da revolução industrial que realmente começamos

a ter indícios da qualidade aplicada. Houve a necessidade da divisão das

tarefas dentro da indústria, fazendo com que cada área fizesse

especificamente a mesma ação, gerando aumento de produção, porém

prejudicando ao cliente que buscava algo mais personalizado. No século

XX, a indústria já desenvolvida até certo ponto, passou a possibilitar que

pessoas de níveis sociais inferiores pudessem adquirir produtos que

anteriormente era muito caros, devido ao grande processo de produção

dos mesmos, acarretando em valores exorbitantes, tudo isso graças aos

conceitos criados por Henry Ford que introduziu na produção da Ford

Motor Company a linha de montagem em movimento, que transformou

ações complexas e de grande mão de obra, em ações rápidas e de fácil

repetição, o que, conseqüentemente, fazia com que a produção

aumentasse e seu preço fosse menor. Uma parte de todo esse processo

revolucionário, era chamada de inspeção, em que a peça em questão era

avaliada, e verificada se estava de acordo com os padrões, ou não,

sendo assim descartada em caso de não conformidade (FARIA, 2008).

28

Apesar de já existir de certa forma um controle, da qualidade do

produto, ficava explícito, que o foco principal era a produção em larga

escala, e não a verificação aprofundada do produto, isso se devia, pelo

fato da responsabilidade sobre a produção e a inspeção, ser atribuída a

uma mesma área, assim, a área se preocupava muito mais em produzir e

atingir suas metas, do que validar se o produto estava de acordo, ou não.

Assim, eventualmente, a alta direção das indústrias percebeu que, focar

apenas na grande produtividade não era o correto, e sim encontrar um

equilíbrio entre a produtividade e qualidade, pois, apesar do grande

índice de produção, grandes lotes sofriam devoluções ou reclamações

por defeitos que poderiam ser evitados com um controle de qualidade

mais rígido, e após essas constatações, foi criado um cargo de inspetor

chefe, o qual deveria se preocupar exclusivamente com a qualidade do

produto produzido.

Entre 1920 e 1940 a tecnologia industrial teve uma grande margem

de evolução, em que, a Bell System e sua subsidiária Western Electric

estiveram à frente no controle de qualidade. A empresa criou um

departamento de engenharia de inspeção, que era responsável por todos

os problemas gerados pelos defeitos de seus produtos, buscando assim,

solucioná-los, e em seguida, repassar as áreas responsáveis para que

não houvesse reincidência do problema, esse grupo contava com os

matemáticos especializados W. E. Deming e Shewhart. Em 1924 o

matemático Walter Shewhart introduziu o Controle Da Qualidade

Estatístico, o qual proporcionou um método para controlar

economicamente a qualidade em meios de produção em massa.

Shewhart interessou-se em muitos aspectos do controle da qualidade.

Ainda que seu interesse primordial fosse os métodos estatísticos,

também estava muito consciente os princípios da ciência da

administração e do comportamento, sendo ele a primeira pessoa em falar

dos aspectos filosóficos da qualidade (FARIA, 2008).

29

A Segunda Guerra Mundial apressou as indústrias em melhorar

significativamente seus processos de qualidade. Foi nessa época em que

as indústrias passaram a investir mais em programas de certificação de

vendedores, foi também nessa época, que os já profissionais

responsáveis pela qualidade passaram a desenvolver técnicas de análise

para solucionar os problemas em seus produtos, e esses mesmos

profissionais, passaram a fazer parte também da fase de

desenvolvimento do produto, buscando assim já definir pontos críticos de

análise da qualidade referente ao produto a ser implementado, (FARIA,

2008).

3.2.1. A Qualidade no Japão

Após a Segunda Guerra mundial, o Japão, derrotado, com uma

dívida de Guerra a pagar, e paralelamente manter seu país, iniciou um

processo de recuperação, com o auxílio do Plano Colombo, implantado

pelos americanos para auxiliar a economia japonesa, por serem um povo

tradicionalmente valorizador da educação, e da disciplina, os japoneses

receberam uma série de engenheiros e especialistas americanos, como

Shewhart e Deming, para ensiná-los os princípios da qualidade na

industrialização moderna. Porém os japoneses mostraram seu

verdadeiro potencial ao não se limitar em apenas imitar as técnica de

controle produtivo e qualidade vinda dos americanos e europeus, e sim

aperfeiçoá-las de tal modo, que suas técnicas passaram a se tornar

referência de qualidade mundial, passaram a não se preocupar em

consertar os erros e defeitos, e sim a evitá-los (DEMING, 1990).

Tudo isso teve início após alguns programas de capacitação dos

administradores japoneses criados pelo JUSE (Union of Japanese

Scientists and Engineers), em que os capacitadores eram todos

americanos, alguns funcionários de empresas como a Bell System.

Esses especialistas viram o enorme potencial dos japonêses em termos

de inovação, tanto que muitos deles ao retornarem aos seus países após

30

todo o processo, afirmavam que não demoraria para que os japoneses

se tornassem ícones em qualidade. Dentre as grandes revoluções

japonesas nos processos de qualidade, podemos citar grandes

processos como o Sistema Toyota de Produção, o Controle de Qualidade

Total e o modelo 5S (DEMING, 1990).

3.2.2. Sistema Toyota de Produção

Também conhecido como Produção Enxuta ou Lean

Manufacturing , surgiu no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, na

fábrica da Toyota. A criação desse sistema deve-se a três pessoas:

Toyoda Sakichi (fundador da Toyota e mestre de invenções), seu filho

Toyoda Kiichiro, e o principal executivo e engenheiro da empresa Taiichi

Ohno.

Os sistemas de produção em massa, desenvolvidos no século XX

por Henry Ford e Frederick Taylor, predominaram até a década de 90,

buscando reduzir os preços dos produtos, através de uma produção em

larga escala, especialização e divisão do trabalho. Porém para o

funcionamento adequado desse sistema, se trabalhava com estoques

elevados, sem controle do se comprava e se retirava, e

conseqüentemente afetava na qualidade do produto final, o que, a

princípio não gerava grandes preocupações. No sistema Toyota se

trabalha de maneira diferente, nele, buscam-se pequenos lotes de

produtos variados, trabalhando com estoques baixos e meticulosamente

controlados para evitar desperdícios e gastos excessivos, por exemplo:

em vez de produzir um lote de 50 sedans brancos, produz-se 10 lotes

com 5 veículos cada, com cores e modelos variados. Os trabalhadores

são multifuncionais, ou seja, conhecem outras tarefas além de sua

própria e sabem operar mais que uma única máquina (OHNO, 1997).

No Sistema Toyota de Produção a preocupação com a qualidade

do produto é extrema. Foram desenvolvidas diversas técnicas simples,

31

mas extremamente eficientes para proporcionar os resultados esperados

(OHNO, 1997).

Uma das grandes virtudes não só do sistema Toyota, como da

cultura Japonesa, é a preocupação extrema com o que o cliente quer, o

que ele precisa, e o que ele pode adquirir, assim, seu processo de

qualidade não é apenas interno, em controle de peças e outros, como

também externo, buscando o melhor para quem adquire seus produtos.

De acordo com Ohno,1988:

“Os valores sociais mudaram. Agora, não podemos vender

nossos produtos a não ser que nos coloquemos dentro dos corações

de nossos consumidores, cada um dos quais tem conceitos e gostos

diferentes. Hoje, o mundo industrial foi forçado a dominar de verdade o

sistema de produção múltiplo, em pequenas quantidades.”

Com base nos seus conceitos, o Sistema Toyota visa eliminar em

específico 7(sete) disperdícios básicos, são eles:

Superprodução.

Tempo de espera.

Transporte.

Processamento.

Estoque.

Movimentação

Defeitos.

Seguindo esses princípios a Toyota atingiu o posto de a maior

montadora do mundo, superando em número de carros produzidos sua

principal concorrente, porém o fato não foi tão comemorado, pois

segundo o presidente atual da companhia Katsuaki Watanabe, "Nossa

maior luta é para ser a número 1 em termos de qualidade, não em

quantidade". Todo esse pensamento voltado para a qualidade e a

satisfação do cliente é aplicado diretamente aos funcionários da

empresa, em que um recém-contratado passa 5 meses apenas

32

estudando e conhecendo os princípios da empresa, 30 dias dedicados à

cultura Toyota, dois meses numa fábrica, para ver de perto como os

carros são produzidos, e o restante dentro de uma concessionária,

porque é preciso saber o que quer o consumidor. A sensação de que

todos estão remando juntos por um objetivo comum é reforçada pela

política salarial, que busca o maior equilíbrio entre cargos e funcionários.

Toda essa política interna e externa de qualidade faz da Toyota

merecedora do título de uma das maiores montadoras do mundo (OHNO,

1997).

3.2.3. Total Quality Control

Criados originalmente Armand V. Feigenbaum, os conceitos de

Controle Total de Qualidade foram posteriormente adaptados à cultura

japonesa, e utilizados em larga escala em suas indústrias.

O objetivo principal de qualquer empresa é a satisfação completa

das necessidades de seus consumidores, funcionários, acionistas, e toda

e qualquer pessoal envolvida, direta ou indiretamente aos negócios da

empresa. Esse objetivo pode ser alcançado, utilizando os conceitos

básicos de Controle Total da Qualidade, são eles (FEIGENBAUN, 1994):

Orientação pelo cliente: Produzir e fornecer serviços e produtos

que sejam definitivamente requisitados pelo consumidor.

Qualidade em primeiro lugar: Conseguir a sobrevivência através

do lucro continuo pelo domínio da qualidade.

Ações orientadas pôr prioridades: Identificar o problema mais

critico e solucioná-lo pela mais alta prioridade.

Ação orientada pôr fatos e dados: Falar, raciocinar e decidir com

dados e com base em fatos.

33

Controle de processos: Uma empresa não pode ser controlada

pôr resultados, mas durante o processo. O resultado final é tardio para se

tomar ações corretivas.

Controle da dispersão: Observar cuidadosamente a dispersão dos

dados e isolar a causa fundamental da dispersão.

Próximo processo é seu cliente: O cliente é um rei ou uma rainha

com quem não se deve discutir, mas satisfazer os desejos desde que

razoáveis. Não deixe passar produto/serviço defeituoso.

Controle de monte: A satisfação do cliente se baseia

exclusivamente em funções a montante. As contribuições à jusante são

pequenas. [Identificar as necessidades verdadeiras dos clientes, assegurar a

qualidade em cada estagio, prevê falhas, preparar padrão técnico, etc.]

Ação de bloqueio: Não permita o mesmo engano ou erro. Não

tropece na mesma pedra. Tome ação preventiva de bloqueio para que o

mesmo problema não ocorra outra vez pela mesma causa. [utilizando FEMA-

failure mode and effect analysis, FTA- falt tree analysis, etc] .

Respeito pelo empregado como ser humano: Respeitar os

empregados como seres humanos independentes. [padronizar tarefa individual;

educar e treinar, delegar tarefas, usar sua criatividade, fornecer programa de

desenvolvimento pessoal, etc.]

Comprometimento da alta direção: Entender a definição da

missão da empresa e a visão e estratégia da alta direção e executar as

diretrizes e metas aravas de todas as chefias. [Publicar definição da missão da

empresa, visão e estratégia de alta direção, diretrizes de longo e médio prazo,

metais anuais, etc.]

3.2.4. O modelo dos 5S

Com surgimento no Japão, nas décadas de 50 a 60, após a

Segunda Guerra Mundial, numa época onde o país passava por

dificuldades, e certa crise de competitividade. Além do fato de nas

34

empresas japonesas haver muita “sujeira”, sendo assim, era necessária

uma espécie de limpeza em todos os sentidos, especialmente na

maneira de agir dentro do ambiente da empresa (GOMES, 2010).

O modelo possui esse nome, pois se baseia em cinco princípios,

que na língua japonesa, começam com “S”, em que é possível eliminar o

desperdício, em cinco fases. A utilização desse sistema foi responsável

pela reestruturação das indústrias japonesas, hoje, ícones em qualidade,

os cinco princípios do modelo são (BADKE, 2004):

Seiri : Senso de utilização. Refere-se à prática de verificar todas

as ferramentas, materiais, etc. na área de trabalho e manter somente os itens

essenciais para o trabalho que está sendo realizado. Tudo o mais é guardado

ou descartado. Este processo conduz a uma diminuição dos obstáculos à

produtividade do trabalho.

Seiton: Senso de ordenação. Enfoca a necessidade de um

espaço organizado. A organização, neste sentido, refere-se à disposição das

ferramentas e equipamentos em uma ordem que permita o fluxo do trabalho.

Ferramentas e equipamentos deverão ser deixados nos lugares onde serão

posteriormente usados. O processo deve ser feito de forma a eliminar os

movimentos desnecessários.

Seisō: Senso de limpeza. Designa a necessidade de manter o

mais limpo possível o espaço de trabalho. A limpeza, nas empresas japonesas,

é uma atividade diária. Ao fim de cada dia de trabalho, o ambiente é limpo e

tudo é recolocado em seus lugares, tornando fácil saber o que vai aonde, e

saber onde está aquilo o que é essencial. O foco deste procedimento é lembrar

que a limpeza deve ser parte do trabalho diário, e não uma mera atividade

ocasional quando os objetos estão muito desordenados.

Seiketsu: Senso de Normalização. Criar normas e sistemáticas

em que todos devem cumprir. Tudo deve ser devidamente documentado. A

gestão visual é fundamental para fácil entendimento de cada norma.

35

Shitsuke: Senso de autodisciplina. Refere-se à manutenção e

revisão dos padrões. Uma vez que os 4 S’s anteriores tenham sido

estabelecidos, transformam-se numa nova maneira de trabalhar, não

permitindo um regresso às antigas práticas. Entretanto, quando surge uma

nova melhoria, ou uma nova ferramenta de trabalho, ou a decisão de

implantação de novas práticas, pode ser aconselhável a revisão dos quatro

princípios anteriores.

O modelo dos 5S é exibido na figura 1:

Figura 1: O modelo dos 5S

Fonte : GOMES, 2010

3.3. FERRAMENTAS DE QUALIDADE

3.3.1. Brainstorming

Consiste em uma técnica de geração de idéias, desenvolvida por

Osborn, em 1938, que em inglês, quer dizer “Tempestade Cerebral”. É

basicamente um conceito de geração de idéias em grupo, onde toda e

qualquer idéia é considerável, possuindo assim, um grande potencial de

inovação, pois em um brainstorming, paradigmas estabelecidos não são

considerados, não existe má idéia, toda contribuição é válida. O

envolvimento gerado em uma reunião com Brainstorming assegura

36

melhor decisões tomadas pelo grupo, maior comprometimento com a

ação em si.

Qualquer pessoa da empresa pode participar de um Brainstorming,

devido a simplicidade do processo, porém para o sucesso da técnica, é

recomendado que sejam seguidas certas regras, especialmente a

condução do processo, que deve ser realizada por uma única pessoa.

O Brainstorming é utilizado para gerar um grande número de

idéias, em um curto espaço de tempo, podendo ser utilizado em qualquer

etapa de um processo de solução de problemas, sendo fundamental na

identificação das questões a serem tratadas e na geração de possíveis

soluções.

Abaixo seguem alguns princípios de um Brainstorming, segundo o

Manual de Ferramentas da Qualidade do Sebrae (2005):

Enfatizar a quantidade, e não necessariamente a qualidade das

idéias.

Evitar críticas, julgamentos ou avaliações sobre as idéias dadas.

Apresentar as idéias tal como elas surgem em sua cabeça, sem

precisar estruturá-las ou pensar se é uma boa idéia, ou não, sem medo se que

sua idéia seja considerada inadequada, pois idéias a princípio inadequadas,

podem dar início a idéias que podem solucionar o problema em questão.

“Pegar carona” nas idéias dos outros, buscando o

desenvolvimento de um raciocínio, ou criando algo a partir delas.

Escrever as palavras dos participantes exatamente como foi dito

não buscar interpretá-las.

3.3.2. Plano de Ação (4Q1POC)

Auxilia no planejamento das ações a serem desenvolvidas, é uma

ferramenta utilizada para planejar a implementação de uma solução,

essa solução, segundo o Manual de ferramentas da Qualidade do

Sebrae (2005), se dá a partir das respostas das seguintes questões:

O QUE – Qual ação vai ser desenvolvida.

37

QUANDO – Quando a ação será realizada.

POR QUE – Por que foi definida essa solução (resultado

esperado)?

ONDE – Onde a ação será desenvolvida (abrangência)?

COMO – Como a ação vai ser implementada (passos da ação)?

QUEM – Quem será o responsável pela sua implementação?

QUANTO – Quanto será gasto?

Com a utilização desse quadro, é possível visualizar a solução

adequada para o problema, podendo assim acompanhar a execução de

uma ação.

Para utilizar o quadro corretamente é necessário antes, definir qual

ação será implementada, seu responsável geral, e destacá-las, conforme

mostrado na Figura 2:

Figura 2: Quadro de Plano de Ação

Fonte : PALUCCI, 2008

3.3.3. Diagrama de Causa e Efeito

Técnica que mostra um efeito, e todas as possíveis causas que

podem estar contribuindo para sua ocorrência.

Um diagrama de Causa e Efeito tem sua estrutura semelhante a

de uma espinha de peixe, conforme a Figura 3, e foi aplicada pela

primeira vez, em 1953, no Japão, pelo professor da Universidade de

Tóquio, Kaoru Ishikawa, com a intenção de sintetizar as opiniões dos

engenheiros de uma fábrica, quando estes discutem problemas

relacionados a qualidade (ISHIKAWA, 1982).

38

Com base nas informações do Manual de Ferramentas da

Qualidade do Sebrae (2005), a utilidade básica do diagrama é para:

Visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um

problema.

Analisar processos em busca de melhorias.

Ampliar a visão dentro do processo, e suas falhas, podendo

detectar com mais facilidade a raiz do problema.

Figura 3 : Diagrama de Causa e Efeito

Fonte : PINHO, 2003

3.3.4. Diagrama de Pareto

Segundo Nunes (2008), “o Diagrama de Pareto é uma ferramenta

utilizada no controle de qualidade e foi inicialmente definido pelo guru da

qualidade Joseph Juran em 1950. Na sua base está o Princípio de

Pareto que refere que um pequeno número de causas (geralmente 20%)

é responsável pela maioria dos problemas (80%)”.

Durante a identificação dessas perdas, pode-se verificar que

existem poucos tipos de defeitos no processo, porém, esses defeitos

podem ser atribuídos a pequenos números de causas. Portanto, ao se

indentificar as causas desses poucos defeitos (defeitos que influenciam

diretamente na qualidade do produto, portanto defeitos VITAIS), pode-se

eliminar quase todas as perdas nos concentrando nessas causas em

específico, deixando um pouco de lado, defeitos considerados triviais,

39

que podem ser sanados posteriormente, para isso foi criada por Vilfredo

Pareto (1848-1923) essa ferramenta muito utilizada nos dias de hoje.

Para essa identificação utilizamos o Diagrama de Pareto, como

mostrado na Figura 4.

Figura 4 : Exemplo de Diagrama de Pareto

Fonte : ROVIRA, 2010

3.3.5. PDCA

Conforme o Manual de Ferramentas da Qualidade do Sebrae

(2005), PDCA é uma ferramenta utilizada para realizar planejamento e

melhoria de processos, e consiste em “detectar um problema, ou uma

possibilidade de melhoria, buscando suas causas, montando assim, um

plano de ação, funcionando basicamente em 4 fases, são elas:”

Plan (Planejamento) – Consiste em identificar o problema, ou a

meta a ser atingida, analisar suas características e traçar uma estratégia para

atingí-la, ou solucionar o problema em questão.

Do (Fazer) – Colocar o plano de ação (estratégia traçada) em

prática (treinamento e implantação das fases).

Check (Checar/Avaliar) – Verificar se os resultados esperados

foram atingidos e por que.

40

Action (Ação Corretiva) – Normatizar o que estiver funcionando,

revisar as atividades e planejamento, para rabalho futuro e caso ainda não

esteja em um nível aceitável, seguir para o Plan.

As 4 fases do ciclo PDCA é exida na Figura 5.

Figura 5 : Ciclo PDCA

Fonte : CAMPOS, 2010

3.3.6. Planilhas de Verificação (Check-Lists)

Segundo o Manual de Ferramentas da Qualidade do Sebrae

(2005), uma planilha de verificação consiste em uma listagem de itens

pré-estabelecidos que serão marcados a partir do momento em que

forem realizados, ou verificados. São utilizadas para se certificar de que

um item de suma importância seja verificado, e marcado se está de

acordo ou não, para a partir daí, serem tomadas medidas corretivas, e

posteriormente, criar medidas preventivas para o mesmo .

Para se utilizar adequadamente um Check-List, segundo o Manual

de Ferramentas da Qualidade do Sebrae (2005),antes devemos

estabelecer os itens a serem verificados, com uma certa ordem, seja ela

por área de verificação, ou como o desenvolvedor do Check-List achar

interessante. É também de suma importância, que a equipe responsável

pelo desenvolvimento do Check-List, conheça a fundo o processo

41

produtivo da empresa, e o que cada área faz, assim, evitamos

acrescentar itens desnecessários.

3.4. A QUALIDADE E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Até recentemente, a preocupação com a qualidade da informação

era mínima, as empresas tinham foco apenas em produção, deixando de

lado problemas de organização e apresentação de resultados com base

em seus sistemas, assim, em alguns casos, existiam divergências dos

dados apresentados de uma área para outra, justamente por não haver o

controle necessário nos sistema de programação e controle de produção,

muitos dos problemas apresentados a seguir, contribuíam para a falta de

qualidade e confiabilidade na informação (VASCONCELOS, 1998):

Múltiplas origens de informações produzem valores diferentes,

trazendo problemas de consistência, e alertando para os diferentes sistemas

desenvolvidos para propósitos distintos que requer a informação.

Informação é produzida de forma subjetiva levando a inclinações

(tendências),afetando a objetividade da informação.

Erros sistemáticos na produção da informação conduzem a

informações perdidas.

Grande volume de informações armazenadas implica em

dificuldade de acesso da informação, podendo acarretar em representações

concisas, e como conseqüência um grande acumulo de informações

operacionais com necessidade de estratégias de análise dessas informações.

Sistemas heterogêneos distribuídos levando a inconsistência em

definição,formato e valores.

Informação não numérica é difícil para indexar (catalogar), muitas

vezes sendo necessário a adição de valores para facilitar o acesso.

42

Análise automática de conteúdo através de coleção de

informações ainda não são realizada, isso é, não são realizadas análises de

requisitos relevantes da informação.

Fácil acesso a informações podem conflitar com requisitos de

segurança e privacidade, para contornar esse problema deve se desenvolver

políticas consistentes e procedimentos de segurança de informações.

Falta de recursos computacionais suficientes e acesso limitado,

prejudicando o acesso da informação, isso pode ser resolvido utilizando-se de

uma política para a tecnologia de upgrade

A busca constante por qualidade nas empresas é algo comum nos

dias de hoje. Grandes empresas investem milhões em novas soluções e

aplicações para melhoras em seus produtos, e a qualidade é peça

fundamental para que uma empresa seja respeitada no mercado

mundial. Se analisarmos friamente, uma grande empresa com uma

equipe de controle qualidade bem estruturada, é capaz de trabalhar mais

e melhor, pois com qualidade no serviço aplicado, não é necessário

retrabalhar, pois, retrabalho é custo e tempo perdido em dobro, com

qualidade não há reclamações, seu produto será bem conceituado pelo

consumidor, conseqüentemente, será mais consumido, o que gera mais

lucro e mais produtividade, portanto fica fácil perceber, que com

qualidade só temos a ganhar (VASCONCELOS, 1998).

Os conceitos de qualidade são aplicáveis a toda e qualquer área, desde

ao processo produtivo de um agricultor, por exemplo, até uma indústria

automobilística. Com base nessas idéias, a área de Tecnologia da Informação

passou a ser utilizada com o intuito de aplicar essas idéias e juntá-las ao

mundo da informática, mas, como isso seria possível? Após anos controlando a

qualidade de indústrias manualmente, surgiu a idéia de criar sistemas de

controle de qualidade, em que com esses sistemas seria dispensável uso de

papel, caneta, carimbos e qualquer sistema de marcação, além de

43

facilitar o armazenamento em larga escala de informação

(VASCONCELOS, 1998).

4. Sistema de Qualidade F1 (SQF1)

4.1. CONCEITO SQF1

O crescente número de variações de equipamentos, e a grande

variedade de tipos, conduzem a novas exigências por parte da garantia

de qualidade.

Para satisfazer essas exigências, o sistema de qualidade SQF1foi

desenvolvido.

4.1.1. HandHeld

São equipamentos portáteis, que permitem ao usuário se deslocar

até o carro para entrar com os dados de qualidade. Nesse equipamento

é instalado todas as funcionalidades do SQF1, porém em uma versão

que se adequada aos equipamentos portáteis.

4.1.2. Estação

São equipamentos fixos, do tipo Personal Computer (PC) onde os

usuários cadastram todos os tipos de ocorrências que acontecem

durante o processo produtivo.

A comunicação das estações e dos HandHeld com o banco de

dados ocorre via o middleware DAE.

4.2. Pricipais Objetivos do Sistema SQF1.

Registrar as ocorrências no seu local de origem.

Manter uma lista de defeitos em aberto.

Manter uma lista de histórico de defeitos por veículo.

Registrar e avaliar os resultados dos testes.

Realizar sugestões para locais retrabalho.

44

Bloquear veículos específicos.

Fornecer relatórios de defeitos para executivos.

Exibir e corrigir dados inconsistentes.

Apoio ao processo de solução de defeitos, por meio de relatórios.

Registro eletrônico de número de série de componentes.

Provisão de dados de qualidade de produção.

Documentação das horas de re-trabalho por funcionário.

Reconhecimento e a quantidade de erros no processo.

Identificação de usuários responsáveis pelo conserto de defeitos.

Liberação do veículo para ser transportado até a concessionária.

Recebimento de testes realizados por outras interfaces.

Estruturação de hierarquias entre grupos de usuários.

4.3. SISTEMA SQF1

A tela do sistema SQF1 aonde acontecerá o inicio da interação

com o usuário é chamada de tela principal.

Nessa tela, o veículo é identificado, o ultimo status e demais

informações poderão se acessadas.

4.3.1. Estrutura da tela principal.

4.3.1.1. Cabeçalho.

Pressionando os botões no cabeçalho é exibido os detalhes de

cada painel, conforme Figura 6.

Figura 6 : Cabeçalho da tela principal

Fonte: Autoria Própria

Na Figura 7 é exibido o significado de cada painel.

45

Figura 7 : Significado de cada painel.

Fonte: Autoria Própria

4.3.1.2. Resumo.

A principal função da tela resumo é mostrar a situação atual do

carro e se existe algum defeito ou informação faltante. Quando clicado no

painel resumo, é exibida uma série de informações referente ao carro

identificado.

Os dados que estão OK são exibidos em verde, os dados com

problemas são exibidos em vermelho.

4.3.1.3. EFS.

O registro EFS é um código de 4 dígitos pré-definido, o qual é

atribuído após a confirmação de uma descrição de seu significado. O

código EFS pode ser atribuído para indicar partes faltantes, bloqueios ou

atividades de retrabalho.

46

4.3.1.4. Componentes.

Os componentes ou baugruppen são códigos únicos utilizados

para identificar partes importantes do veículo, como motor, caixa de

câmbio e sistema de rastreamento. Esses códigos são capturados nas

estações por scanner ou manualmente, além disso, é possível receber os

dados automaticamente de outros sistemas. (baugruppens eletrônicos).

Após a inserção do código do baugruppen, o sistema SQF1 fará

uma validação, verificando entre outros, o tamanho e se não há

duplicidade no código inserido.

O campo status exibe a situação atual do baugruppen, de acordo

com a Figura 8:

Figura 8 : Significado dos códigos de Baugruppen

Fonte: Autoria Própria

Quando o campo status exibe a cor vermelha significa que o

baugruppen está incorreto, verde está OK, amarelo estava incorreto, mas

no momento está OK.

47

4.3.1.5. Testes.

O painel testes é de fundamental importância ao sistema de

qualidade da fábrica, pois nesse momento os equipamentos de

automação da linha de montagem enviam informações que podem ser

utilizadas para executar eventuais recall.

Quando o carro entra na linha montagem um programa interno no

SQF1 estabelece e define quais e quantos testes serão solicitados, bem

como em quais pontos da linha (estações) aparecerão.

4.3.1.6. Bloqueios.

Bloqueios é uma funcionalidade que permite bloquear o carro em

qualquer ponto da linha de montagem através de um software específico

(locks).

Através do software locks, o usuário pode inserir o motivo do

bloqueio, bem como o grupo de usuários que poderá liberar o carro.

4.3.1.7. Resultados.

O painel resultados exibe resultados enviados por equipamentos

ao longo da linha de montagem, como parafusadeiras e bombas de

combustível.

Se o resultado estiver de acordo com padrões pré-estabelecidos

será exibido em verde, senão em vermelho.

48

5. RESULTADOS

Como parte fundamental para a realização do FMEA, foi

necessária a criação das tabelas de Severidade, Ocorrência e Detecção.

Objetivando padronização interna, as tabelas foram baseadas em

documentos internos aliadas aos princípios do FMEA.

5.1. Severidade.

Severidade

Rank Critério

10 Sistema totalmente inoperante com impacto em outras áreas.

9 Sistema totalmente inoperante.

8 Sistema operando com perda da maior parte da funcionalidade.

7 Sistema operando com perda de parte da funcionalidade.

6 Sistema operando com perda de pequena parte da funcionalidade.

5 Sistema operando com performance muito reduzida.

4 Sistema operando com performance reduzida.

3 Pequenos erros no log.

2 Avisos no log

1 Nenhum efeito

Tabela 4: Severidade SQF1 Fonte: Autoria própria

5.2. Ocorrência.

PROBABILIDADE OCORRÊNCIA

Rank Critério

10 Muito Alta:

9 Falha é praticamente inevitável.

8 Alta:

7 Falhas repetidas.

6 Moderado:

5 Falhas ocasionais.

4

3 Baixo:

2 Relativamente poucas falhas.

1 Remoto: Falha é improvável.

Tabela 5: Ocorrência SQF1 Fonte: Autoria própria

49

5.3. Detecção.

DETECÇÃO

Rank Possibilidade de Detecção Critério

1 Muito Grande

Certamente será detectado.

2

3 Grande

Grande probabilidade de ser detectado.

4

5 Moderada

Provavelmente será detectado.

6

7 Pequena

Provavelmente não será detectado.

8

9 Muito Pequena

Certamente não será detectado.

10

Tabela 6: Detecção SQF1 Fonte: Autoria própria

5.4. FMEA - SQF1.

Após diversas reuniões com gerentes de projetos e especialistas

voltados ao sistema SQF1, chegou-se a seguinte tabela:

Tabela 7: FMEA SQF1 Fonte: Autoria própria

A tabela completa pode ser encontrada no APENDICE A e é

composta pelos itens abaixo.

50

5.4.1. Função

Nesse item é listada uma função generalista do sistema de

qualidade, a função pode ter vários modos de falhas.

5.4.2. Modo de Falha

Lista de falhas em potencial. Essas falhas foram listadas de acordo

com as experiências vividas pelos especialistas do sistema SQF1,

5.4.3. Causa Potencial

Nesse item são exibidas as possíveis causas para as falhas. Para

a consolidação desse item além da experiência dos especialistas alguns

manuais internos foram consultados.

5.4.4. Efeito Potencial

Lista de efeitos caso as falhas se tornem realidade. A experiência

dos especialistas e dos gerentes de projetos foi utilizada para a

consolidação desse item.

5.4.5. Metodo de detecção

Técnicas que devem ser utilizadas para se detectar as causas das

falhas.

Além disso, os seguintes itens podem ser visualizados:

SEV: Severidade do Efeito

PROB: Probabilidade da falha ocorrer.

DET: Possibilidade de detecção.

RPN: Avaliação numérica do risco atribuído.

O FMEA desenvolvido foi utilizado no projeto F1, e foi de grande

utilidade visto que ajudou a encontrar a solução para uma falha

51

generalizada no sistema devido a falta de memória alocada para o

sistema SQF1.

52

6. CONCLUSÃO

Com vista nos resultados apresentados conclui-se que a

realização do FMEA para o projeto do sistema de qualidade foi

condizente com os objetivos propostos.

O FMEA mostrou-se uma ferramenta importante para a análise dos

possíveis modos de falha além de identificar a severidade, probabilidade

de ocorrência e identificar possíveis soluções.

A realização desse trabalho proporcionou interação com os

especialistas e gerentes resultando num confiável mapeamento do

processo, além disso, abriu a possibilidade de se usar a mesma estrutura

do FMEA para outros projetos semelhantes.

53

7. REFERENCIAS

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APÊNDICE A – FMEA SQF1