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1 Análise de impacto de edifícios em altura, através de uso de Heliodon, no balneário Cassino, Rio Grande, RS. IFRS Campus Rio Grande – Núcleo de Arquitetura Tecnologia em Construção de Edifícios. Autores: André Viana Antunes Amaral. Juliana Tibinkowski Costa Farias Orientador: Prof. Me. Arq. Urb. Christiano Piccioni Toralles.

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Análise de impacto de edifícios em altura, através de uso de Heliodon, no

balneário Cassino, Rio Grande, RS.

IFRS Campus Rio Grande – Núcleo de Arquitetura

Tecnologia em Construção de Edifícios.

Autores: André Viana Antunes Amaral.

Juliana Tibinkowski Costa Farias

Orientador: Prof. Me. Arq. Urb. Christiano Piccioni Toralles.

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Introdução

O crescimento da verticalização das edificações nas cidades tem impactos na

insolação e iluminação natural na vizinhança dos empreendimentos (ASSIS,2002).

O acesso ao Sol é de grande importância tanto para questões sanitárias e de

habitabilidade quanto para o valor imobiliário e a sustentabilidade econômica e

eficiência energética do imóvel.

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ObjetivosNeste trabalho está delineado um estudo de caso com o objetivo de analisar o

impacto, na iluminação natural do entorno edificado, da construção de 5

edifícios (com 14 e 17 pavimentos) no balneário Cassino, através de um estudo

de sombras simulado com uso de um Heliodon e maquetes físicas.

Figura 1 - Localização da área de estudo no Bairro Cassino. Fonte: Rio Grande.

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Referencial legal

O Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV – é um instrumento de política urbana,

instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal 10257/2001), e que deve ser

elaborado de modo a contemplar os efeitos positivos e negativos dos grandes

empreendimentos na qualidade de vida dos usuários e do entorno.

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Referencial legal

Art. 37. [Lei Federal 10257/2011] O EIV será executado de forma a contemplar

os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à

qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades,

incluindo a análise no mínimo das seguintes questões:

I. adensamento populacional;

II. equipamentos urbanos e comunitários;

III. uso e ocupação do solo;

IV. valorização imobiliária;

V. geração de tráfego e demanda por transporte público;

VI. ventilação e iluminação;

VII. paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

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metodologia

• Considerou-se empiricamente o direito a um mínimo de 2 horas de Sol no

solstício de inverno (data de menor insolação no ano) (FARIAS, 2015).

• Foi analisado, através de uso do Heliodon, o período compreendido nos

horários das 10h as 14h no dia 22 de Junho.

• A plotagem usada como base esta na escala de 1:400 e representa a vista

aérea dos lotes estudados.

• A maquete física foi construída utilizando blocos plásticos, onde na escala

adotada de 1:400, cada bloco representa um pavimento.

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metodologia

Figura 2 – Simulação solar em maquete física 10h(vista do foco de luz).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 10h.

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metodologia

Figura 3 – Simulação solar em maquete física 10h(vista superior).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 10h.

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metodologia

Figura 4 – Simulação solar em maquete física 11h (vista do foco de luz).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial,horário 11h.

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metodologia

Figura 5 – Simulação solar em maquete física 11h(vista superior).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial,horário 11h.

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metodologia

Figura 6 – Simulação solar em maquete física 12h (vista do foco de luz).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 12h.

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metodologia

Figura 7 – Simulação solar em maquete física 12h(vista superior).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 12h.

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metodologia

Figura 8 – Simulação solar em maquete física 13h (vista do foco de luz).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 13h.

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metodologia

Figura 9 – Simulação solar em maquete física 13h(vista superior).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 13h.

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metodologia

Figura 10 – Simulação solar em maquete física 14h (vista do foco de luz).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 13h.

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metodologia

Figura 11 – Simulação solar em maquete física 14h(vista superior).

Balneário Cassino, solstício de inverno.Dia 22 de Junho, referencial, horário 13h.

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ResultadosNa Tabela 1, considerando a área de plotagem, observa-se o comprimento das

projeções das sombras, na região, no intervalo de tempo estudado.

  HorárioEdifício 10h 11h 12h 13h 14h

A 123,2m 136,4m 156m 173,2m 202mB a 192m 166m b 225,2m*C 168m 178m c d 184mD 104,8m 96m 97,2m 104m 104m**E 153,2m 124m 126m 120m* 112,8m**

Tabela 1. Comprimento da projeção das sombras.

Legenda tabela:a: Edifício B projeta sombra até o 12º pavimento de A.b: Edifício B projeta sombra até o 13º pavimento de C e 7º andar de D.c: Edifício C projeta sombra até o 10º pavimento de D.d: Edifício C projeta sombra até o 9º pavimento de D.*:A sombra projeta pelo edifício B atinge o 2º pavimento de E e segue.**: Sombra projetada segue avançando rumo a praia.

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Resultados

Os resultados demonstram um baixo impacto negativo no atual entorno

edificado, todavia geram forte sombreamento em áreas públicas, de lazer e em

lotes vazio da vizinhança.

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Considerações finais

Este trabalho, além de usar um método de estudo de fácil aplicação didática

em estudos sobre iluminação e conforto, também mostra que as edificações

não podem ser projetadas apenas considerando a escala do próprio lote,

devendo ser entendidas com parte de um conjunto e contexto urbano ou

natural, proporcionando o bem estar coletivo.

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Perspectivas futuras

• Analisar a influência da luz do sol em outras estações do ano.

• Identificar outros possíveis impactos à vizinhança causados por um

empreendimento semelhante na comunidade do balneário Cassino.

• Debater, em conjunto com o poder público, a influência desses impactos

para questionar se as alturas das edificações, permitidas pela legislação

municipal, são adequadas para manter condições sanitárias, urbanas, da

paisagem local e de conforto para a população do balneário.

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referencialASSIS, E. S. Critérios de acessibilidade ao Sol e à luz natural para conservação de energia em escala de planejamento urbano. In: Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 9°, 2002, Foz do Iguaçu, PR. Anais... Foz do Iguaçu: ANTAC, 2002.

BRASIL, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Diário Oficial da União, Congresso Nacional, Brasília, DF.

FARIAS, J.T.C. Direito ao Sol: avaliação de índices urbanísticos e do impacto de edifícios em altura no balneário Cassino, Rio Grande, RS. 2015. 78f. Monografia: (Curso Superior de Tecnologia em Construção de Edifícios) – Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Rio Grande, 2015.