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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Felipe de Souza Tiago Lucinéia Duarte Alves Tatiana Antevere ANÁLISE DAS PRESSÕES INTRACUFF NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA ABORDAGEM QUANTITATIVA LINS - SP 2017

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UniSALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Felipe de Souza Tiago

Lucinéia Duarte Alves

Tatiana Antevere

ANÁLISE DAS PRESSÕES INTRACUFF NA

PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM: UMA ABORDAGEM

QUANTITATIVA

LINS - SP

2017

FELIPE DE SOUZA TIAGO

LUCINÉIA DUARTE ALVES

TATIANA ANTEVERE

ANÁLISE DAS PRESSÕES INTRACUFF NA PERSPECTIVA DOS

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA ABORDAGEM QUANTITATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação do Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS - SP

2017

Tiago, Felipe de Souza; Alves, Lucinéia Duarte; Antevere, Tatiana

Análise das pressões intracuff na perspectiva dos profissionais de enfermagem: uma abordagem quantitativa / Felipe de Souza Tiago; Lucinéia Duarte Alves; Tatiana Antevere – – Lins, 2017.

68p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2017.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Paulo Fernando Barcelos Borges

1. Conhecimento. 2.Equipe de enfermagem. 3.Pressão de cuff. I Título.

CDU 658

P49g

FELIPE DE SOUZA TIAGO

LUCINÉIA DUARTE ALVES

TATIANA ANTEVERE

ANÁLISE DAS PRESSÕES INTRACUFF NA PERSPECTIVA DOS

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM: UMA ABORDAGEM QUANTITATIVA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: 12/12/2017

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Me. Paulo Fernando Barcelos Borges

Titulação: Mestre em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista “Júlio

de Mesquita Filho” – UNESP Botucatu.

Assinatura: _____________________________

1º Prof. (a): Me. Antonio Henrique Semençato Junior

Titulação: Mestre em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia

Intensiva da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – IBRATI.

Assinatura: ______________________________

2º Prof. (a): Esp. Ana Paula Dantas de Carvalho

Titulação: Especialista em Administração Hospitalar e Saúde Mental pelo

Instituto de Ensino Capacitação e Pós-Graduação – INDEP.

Assinatura: ______________________________

Dedicamos esta conquista a Deus que iluminou nossos caminhos durante esta trajetória

e aos nossos pais pelo carinho, apoio e dedicação. As maravilhas de Deus estão a

nosso dispor por toda a vida, basta que lutemos para conquistar o espaço que é nosso

no mundo. Obrigado a todos que fizeram parte dessa caminhada.

Fê, Lu e Tati.

Queridos Mestres, Palavra alguma pode descrever a gratidão que sentimos pela devota

dedicação empenhada para nos passar o devido ensinamento. Foram tantos

planejamentos, noites mal dormidas e quanta paciência para explicar várias

vezes o mesmo conteúdo. Salário algum pode recompensar o bem que

executaram em nossas jornadas, ao trazer conhecimento à nossa existência.

Os caminhos que seguiremos terão traços dos ensinamentos que recebemos

em sala de aula. Tais evidências mostram quão preciosas é esta profissão em

nossas vidas.

Obrigado queridos mestres!

Ao Mestre, Paulo Fernando Barcelos Borges,

Nem sempre é por meio das palavras que aprendemos...

Ética, generosidade, amizade e humildade são atitudes e qualidades que

se veem nas ações e que ficam de exemplo e inspiração.

Professor, você foi uma das pessoas mais marcantes em toda a nossa

formação...

Obrigado por nos direcionar brilhantemente como verdadeiro mestre e se

dedicar ao nosso trabalho com tanto entusiasmo e verdade.

As lições que aprendemos com você estarão sempre conosco!

Fê, Lu e Tati.

Agradecimentos

A Deus...

A expressão de minha vida se inicia com o seu exímio amor! Deus, o meu Criador, que de

forma incondicional me protege, cuida e me guarda... Não poderia viver cada momento desta

trajetória se não estivesse a guiar meus passos e me ensinar!

A minha família...

Base, estrutura, amor...

A minha mãe Elizabeth e meu pai Antônio, meus guerreiros que deram a mim o melhor de

suas vidas, todo o meu amor e dedicação! Vocês são o motivo para que eu sonhe e nunca desista!

Tenho em vocês o amor mais sincero, o melhor abrigo!

Minha adorável irmã Eloiza não existe palavras para expressar o cuidado que a mim dedicas

desde o meu nascimento! Só tenho que agradecer e me orgulhar de ter a melhor irmã do mundo! Minha

melhor parceira... Amo você!

Meus sobrinhos! O presente e alegria mais sincera encontro ao contemplá-los! Diogo, meu

parceiro de games (risos) e Ana Luiza, minha filha tagarela, por vocês romperia qualquer obstáculo só

para ver a alegria brilhar em seus olhos. Amo infinitamente cada um...

Minha querida avó Iraci (in memoriam), minha segunda mãe. A arte de cuidar se tornou viva

em meio aos momentos que passei ao seu lado. Cuidar de você até o final de seus dias foi a melhor

honra que poderia receber em toda a minha vida! Amo-te eternamente!

Minhas amigas...

Lu e Tati a vocês o melhor deste mundo! Ao me acolherem pude encontrar o mais sincero

achado, raríssimo por sinal: a verdadeira amizade. Não chegaria até aqui sem o apoio de vocês! Cada

momento nosso foi ímpar e incomparável! Sem dúvidas, até onde exista fôlego em mim, existe morada

em meu coração pra vocês. Com certeza, parceiros para sempre... Amo vocês minhas meninas...

A todos aqui declarados e aqueles que direta ou indiretamente partilharam sua dedicação para essa

conquista, minha eterna gratidão. Que a prata de minhas palavras consiga representar o ouro de

vossos corações.

“A felicidade deveria ser assim mesmo, sem data, sem encomenda, medo de existir. Os dias mais felizes

são aqueles com menos planos na agenda”.

Caio Fernando Abreu.

Felipe de Souza Tiago

Agradecimentos

Nenhuma batalha é vencida sozinha e no decorrer desta caminhada algumas pessoas

contribuíram para realização deste sonho...

Deus detentor de minha existência que me ouviu e confortou nos momentos difíceis, deu-me

forças para persistir e não desistir. Quando pensei que estava sozinha, foi Ele que me ergueu.

Agradeço ao meu Vítor, pela oportunidade de experimentar a mais pura forma de amor, que

muito compreendeu minha ausência, por ser meu maior motivador, por ter me acompanhado com

paciência, no decorrer deste curso, te amo!

Aos meus pais Laudelino e Leonilda que sempre acreditaram em mim, forneceram apoio,

compreensão e estímulos em todos os momentos. Ensinaram-me a importância do conhecimento, a ter

caráter, gentileza, coragem e dignidade para enfrentar a vida. Foram a base para tudo isso tornar-se

possível. Obrigada, pelo apoio constante em todas as etapas de minha vida. A vocês não tenho e

nunca terei palavras o suficiente para agradecer tudo que fizeram e fazem por mim e por nossa

família. Amo vocês.

Agradeço a minha amiga e parceira, Tatiana por ser uma mulher de mente brilhante e

criativa, que sempre me convidou a correr riscos e ousar, diante das dúvidas e incerteza, encontradas

em nosso caminho.

Ao meu amigo Felipe pessoa maravilhosa e especial que Deus me deu a oportunidade de

conhecer. Obrigada pela amizade incondicional, pelas conversas e acima de tudo por ter apostado

neste trabalho e nunca se esqueça eu acredito e torço pela concretização de seus sonhos.

A minha amiga, Luci Neida que durante esta caminhada, muitas vezes compartilhei

momentos de tristezas, alegrias, angústias e ansiedade, mas que sempre esteve ao meu lado me

apoiando e me ajudando com o seu brilho tornando tudo mais leve. Obrigada!

“Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e

nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa pela nossa vida passa sozinha, não nos

deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela

responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso. ”

-Charles Chaplin.

Lucinéia Duarte Alves

Agradecimentos

Obrigada Deus, por me sustentar e iluminar a minha trajetória, sem a Tua graça nada seria possível.

Quando Deus quer o homem sonha e a obra realiza (Fernando Pessoa).

Família onde o amor começa, a vida nunca termina.

Ao meu pai homem honesto obrigada pela sua dedicação em se transformar e não desistir de nós

depois das percas, sua fé e coragem, nos guiou para o caminho do bem. Obrigada por suportar todos

meus altos e baixos.

A minha filha amada Ana Laura pela paciência mesmo tão pequena soube colaborar para o êxito da

minha conquista, te amo.

A minha mãe (in memoriam) que sempre me incentivou e dizia “nunca desista de seus sonhos”, hoje

um anjo que abençoa e protege as nossas vidas. Se hoje cheguei até aqui é também mérito seu, por me

fazer acreditar que tudo posso, basta querer e lutar por isso. Obrigada, sua falta se faz presente mais

creio que sua luz nos ajuda a superar cada obstáculo

Aos meus amigos, desavenças acontecem, mas estamos aqui por um objetivo único o amor ao cuidar,

obrigada por cada momento bom ou ruim compartilhado.

A um ser de alto astral que me incentivou a voltar a estudar, entre tantos coisas ruins, aconteceu uma

boa ganhei uma irmã de coração Claudia Rodrigues, valeu por cada empurrão que me deste.

Nesses cinco anos de caminhada fiz amigos que levarei para o resto da vida aos seres iluminados,

Luci e Taty, agradecimentos são poucos para retribuir tudo que vocês fizeram por mim.

Aos meus parceiros de TCC Lucinéia e Felipe, obrigado por acreditarem em mim e não me deixarem

desistir que a nossa amizade permeie por toda vida.

Tatiana Antevere

RESUMO

A cânula endotraqueal ou traqueostomia são dispositivos utilizados no suporte ventilatório para pacientes em uso de ventilação mecânica invasiva. Em sua extremidade distal possuem um balonete denominado cuff que é responsável por impedir o escape de ar, assim como dificultar a passagem de líquidos e secreções para o trato respiratório inferior. A avaliação da mensuração do cuff é necessária para se verificar o nível de pressão existente no balonete, constituindo-se um procedimento que deve ser monitorado diariamente com a participação da equipe de enfermagem, apresentando uma condução adequada e segura a terapêutica do paciente. Diante deste fato, o objetivo deste estudo foi identificar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca das pressões intracuff. Neste sentido, realizou-se um estudo exploratório, descritivo, com enfoque quantitativo, onde utilizou-se como instrumento de coleta de dados, um questionário estruturado com 11 questões objetivas, divididas em caracteres do perfil sócio-demográfico da população estudada e sobre a temática deste estudo. Os dados foram coletados em um período de uma semana nas unidades de terapia intensiva e pronto socorro de um hospital público do interior do Estado de São Paulo. Participaram da pesquisa 33 profissionais de enfermagem, sendo 10 de nível superior, totalizando 30,3% dos pesquisados, dos quais 100% eram do sexo feminino e 23 de nível médio, que totalizaram a parcela de 69,7% dos pesquisados dos quais 69,6% eram do sexo feminino e 30,4% do sexo masculino. A coleta de dados possibilitou identificar o déficit de conhecimento dos profissionais de enfermagem em relação às pressões de cuff. Frente a essas comprovações, ressalta-se a necessidade de educação continuada e permanente, bem como a implementação de um procedimento operacional padrão (POP) e um pacote de intervenções em forma de bundle, objetivando a seguridade da assistência terapêutica ao paciente.

Palavras-chave: Conhecimento. Equipe de enfermagem. Pressão de cuff.

ABSTRACT

The endotracheal tube or tracheotomy are devices used in the breathing support of patients who are under invasive mechanical ventilation. There is a cuff at its distal end that is responsible for denying the air to escape, as much as preventing the flux of liquids and secretions into the lower respiratory tract. The estimation of the measurement of the cuff is necessary for verifying the level of pressure in the cuff, thus this procedure must be monitored with the participation of the nursing staff on a daily basis, resulting in an adequate and safe conduct towards the patient therapy. Due to this fact, the objective of this study was to identify the knowledge of nursing professionals towards intracuff pressure. Therefore, an exploratory and descriptive study, with a quantitative approach has been carried out, of which the data collection consisted in a questionnaire containing ten objective questions divided in characters according to the sociodemographic profile of the population observed and about the subject of this research. The data were collected during a one-week period in the intensive care units and emergency room of a public hospital in the countryside of the state of São Paulo. Thirteen nursing professionals participated in this research, being 10 of them graduates with a higher education degree, totaling 30,3 % of the surveyed, of which 100% were females and 23 were medium level professionals, which totaled a portion of 69,7% of the surveyed, of which 69,6% were females and 30,4% were males. The data collection allowed the identification of lack of knowledge of nursing professionals about intracuff pressure. Given these proofs, it must be observed the necessity of a continuous and permanent education, as much as the implementation of a standard operating procedure (SOP) and a package of interventions as bundles, in order to assure the security of the therapy assistance towards the patient.

Keywords: Knowledge. Nursing Team. Cuff pressure.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura da cavidade nasal .............................................................. 19

Figura 2: Divisão anatômica da faringe ............................................................. 21

Figura 3: Tubo endotraqueal em PVC com cuff ................................................ 31

Figura 4: Cânula de traqueostomia em PVC com cuff ...................................... 32

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição dos profissionais de enfermagem (n=33) segundo as

variáveis, gênero, faixa etária, local e tempo de atuação, independente da

categoria profissional ........................................................................................ 37

Tabela 2: Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo as variáveis,

gênero e categoria profissional ......................................................................... 38

Tabela 3: Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo as variáveis,

categoria profissional e local de atuação .......................................................... 38

Tabela 4: Quantitativo de acertos dos profissionais de enfermagem, por

categoria profissional ........................................................................................ 39

Tabela 5: Análise do escore de pontuação geral dos profissionais de

enfermagem ...................................................................................................... 42

Tabela 6: Análise do escore de pontuação dos profissionais enfermeiros ....... 43

Tabela 7: Análise do escore de pontuação dos técnicos de enfermagem ........ 43

Tabela 8 – Características referentes à atuação prática dos profissionais de

enfermagem em relação à mensuração da pressão de cuff e registro em

prontuário .......................................................................................................... 43

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

COFEN: Conselho Federal de Enfermagem

COREN: Conselho Regional de Enfermagem

CTI: Centro de Terapia Intensiva

DRS VI: Departamento Regional de Saúde de Bauru

IOT: Intubação Orotraqueal

PAV: Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica

Pcuff: Pressão Intracuff

POP: Procedimento Operacional Padrão

PVC: Policloreto de Polivinila

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TOT: Tubo Orotraqueal

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

VM: Ventilação Mecânica

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 16

CAPÍTULO I – CONCEITOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO TRATO

RESPIRATÓRIO: UMA REVISÃO TEÓRICA .................................................. 17

1 ANATOMIA RESPIRATÓRIA ................................................................ 17

1.1 Estrutura do sistema respiratório ........................................................... 17

1.1.1 Nariz....................................................................................................... 18

1.1.2 Faringe ................................................................................................... 21

1.1.3 Laringe ................................................................................................... 22

1.1.4 Traqueia ................................................................................................. 23

1.1.5 Brônquios e bronquíolos ........................................................................ 23

1.1.6 Alvéolos ................................................................................................. 24

1.1.7 Pulmões ................................................................................................. 25

1.2 Fisiologia respiratória ............................................................................. 25

CAPÍTULO II – CONTEXTUALIZANDO O SETOR DE TERAPIA INTENSIVA

COM ATENÇÃO NA ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA .................................... 27

1 CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ..................................................... 27

1.1 Paciente crítico ...................................................................................... 28

1.2 Ventilação mecânica .............................................................................. 28

1.3 Intubação orotraqueal ............................................................................ 30

1.3.1 Cânula orotraqueal ................................................................................ 31

1.3.2 Cânula traqueal ...................................................................................... 32

1.4 Pressão intracuff .................................................................................... 32

CAPÍTULO III – A PESQUISA .......................................................................... 34

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 34

1.2 Métodos e técnicas ................................................................................ 35

1.3 Local da pesquisa .................................................................................. 35

1.4 Sujeitos da pesquisa .............................................................................. 35

1.5 Procedimentos éticos ............................................................................. 36

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 36

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 47

CONCLUSÃO ................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49

APÊNDICES ..................................................................................................... 57

ANEXOS ........................................................................................................... 65

16

INTRODUÇÃO

Atualmente, há vários estudos que ressaltam uma atenção redobrada

com a pressão intracuff. Dentro de uma unidade de terapia intensiva é comum

encontrar pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva, suporte este

oferecido aos pacientes cuja função ventilatória está comprometida (JULIANO

et al., 2007). O tubo orotraqueal (TOT) e/ou cânula de traqueostomia são os

principais instrumentos que comportam a manutenção da ventilação,

permitindo a instalação de oxigênio, remoção de secreções e ventilação

mecânica.

A inadequada pressão de cuff pode trazer várias complicações ao

paciente durante o período de intubação e após extubação algumas delas

irreversíveis (COELHO, PAIVA, MATHIAS; 2016), por isso se faz essencial

uma cuidadosa assistência de enfermagem. Vale ressaltar que para uma

verificação eficaz faz-se necessário o uso de aparelho analógico denominado

cuffômetro, que oferece um método simples, seguro e rápido para a medição e

calibração da pressão do cuff que demonstra os valores da pressão mais

fidedigno (BARBOSA, 2011).

Diante do cenário apresentado realizou-se uma pesquisa descritiva com

abordagem quantitativa que objetivou avaliar o conhecimento dos profissionais

de enfermagem dos setores de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e Pronto

Socorro diante dos aspectos referentes a pressão intracuff.

Para tanto, este estudo surge diante do seguinte questionamento:

Mediante a problemática, acredita-se que pela complexidade que

envolve o cuidar de pacientes em unidades críticas, os profissionais de

enfermagem possuem conhecimento satisfatório em relação a pressão de cuff.

A temática apresentada nesta pesquisa está dividida em três capítulos

no primeiro foi discutido a definição da anatomia e fisiologia respiratória. O

segundo contextualiza sobre a unidade de terapia intensiva e o terceiro exibe a

pesquisa que foi realizada, resultados e discussão e finaliza com a proposta de

intervenção e conclusão.

17

CAPÍTULO I

CONCEITOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS DO TRATO REPIRATÓRIO:

UMA REVISÃO TEÓRICA

1 ANATOMIA RESPIRATÓRIA

O conhecimento específico anatômico mostra funções importantes do

sistema orgânico humano. A anatomia é definida como o estudo das estruturas

externas e internas e a ligação das estruturas corpóreas. Para que haja o

funcionamento perfeito de cada sistema do corpo humano é necessário que

todos os sistemas funcionem juntos, de forma rítmica e funcional (MARTINI;

TIMMONS; TALLITSCH, 2009).

A anatomia do sistema respiratório é composta pelas vias respiratória e

pulmonar. O sistema respiratório fornece oxigênio para o organismo para

acontecer a respiração celular e retirar do organismo o dióxido de carbono,

metabólito final da respiração celular (MOORE, 2014).

Quando o ar inspirado penetra pela cavidade nasal, desloca-se pela

faringe, laringe e glote, dirige-se pela traqueia, percorrendo todos os brônquios

para então atingir os alvéolos. A anatomia respiratória é ligada por estruturas

do sistema digestório antes de chegar às vias aéreas inferiores. Esta região

fica entre a boca e a laringe, cuja área tem a anatomia e a fisiologia adequadas

para comportar as funções de deglutição e respiração (ÍSOLA, 2013).

1.1 Estrutura do sistema respiratório

Os principais órgãos do sistema respiratório localizam-se no tórax. O

tórax é ocupado em maior parte pelos pulmões que realizam a troca de

oxigênio e dióxido de carbono entre o ar inspirado e o sangue. O espaço

remanescente da cavidade é ocupado pelo coração e pelas estruturas

pertencentes à condução do ar e do sangue que entram e deixam os pulmões

(MOORE, 2014).

A respiração é uma característica vital dos seres humanos que consiste

18

na absorção de oxigênio e eliminação do gás carbônico pelo organismo

(DANGELO; FATTINI, 2005). O sistema respiratório tem como função

primordial a absorção do oxigênio para os tecidos e remoção do gás carbônico.

O ar inspirado que penetra pelas narinas é aquecido e umedecido pelo contato

com a mucosa, filtrado pela ação dos cílios para remoção das impurezas em

suspensão e levado até os pulmões onde acontece a troca gasosa a nível

celular (SANTIAGO, 1994).

O sistema respiratório é dividido entre porção condutora, que conduz o

ar inspirado para os locais onde ocorrem as trocas gasosas e porção

respiratória onde acontece a troca de gases entre o ar e o sangue. A porção

condutora é constituída pelos órgãos tubulares que são: cavidades nasais,

faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos terminais. A porção

respiratória consiste em: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos

alveolares e alvéolos (LOWE; ANDERSON, 2015).

1.1.1 Nariz

A respiração nasal é uma característica essencial do ser humano. Para

que ocorra é fundamental que as vias aéreas estejam íntegras e funcionais. O

nariz é o órgão da olfação, visualizado externamente no homem na área medial

da face. Apresenta-se de forma triangular que funciona como uma estrutura

que condiciona, filtra, aquece e umidifica o ar inspirado. A cavidade nasal é a

principal via de entrada de ar no organismo humano, composta pela pirâmide

nasal e fossas nasais. A estrutura externa é composta por lâminas

cartilaginosas divididas por um septo, em duas fossas iguais sendo estas as

partes mais altas das vias respiratórias que contêm os receptores olfativos

(DANGELO; FATTINI, 2005).

As narinas são dois orifícios ovais na porção inferior do nariz que

constituem as aberturas que antecedem as cavidades nasais, são mantidas

abertas pelas cartilagens alares, cartilagem do septo, espinha nasal inferior e

margens adjuntas da maxila. Os orifícios internos posteriores têm um formato

oval em contraste com as narinas, são rígidos e envolvidos somente pelo osso

denominado coana que faz ligação com a faringe (SEELEY; STEPHENS;

TATE, 2007).

19

A entrada de ar no sistema respiratório humano ocorre principalmente

pelo nariz que desempenha a função inicial do processo de aquecimento,

umidificação e filtração do ar inspirado. As conchas nasais (figura 1) têm a

finalidade de expandir a área da superfície da cavidade nasal gerando

turbulência, distribuindo o ar inspirado e potencializando o aquecimento,

umidificação e filtração decorrente de sua estruturação anatômica (GUYTON;

HALL, 2011).

Figura 1: Estrutura da cavidade nasal

Fonte: Sobotta, 2012, p. 176.

O mecanismo de precipitação turbulenta nasal para remoção de

partículas do ar é extremamente efetivo e quase nenhuma partícula maior que

6 micrômetros de diâmetro entra no pulmão pelo nariz. Quando o ar passa

pelas vias nasais, choca-se com estruturas de defesa obstrutivas (as conchas,

o septo e a parede da faringe). O ar inspirado colide com essas estruturas

obstrutivas e muda a direção de seu movimento. As partículas maiores em

20

suspensão não conseguem mudar de direção e continuam em frente,

chocando-se com as superfícies das estruturas obstrutivas quando são

capturadas pelo revestimento mucoso e transportadas pelos cílios à faringe

para serem deglutidas (GUYTON; HALL, 2011).

A divisão central das cavidades nasais é formada pelo septo nasal. As

paredes laterais são formadas pela maxila, osso etmoide e concha nasal

inferior ou corneto inferior e a estrutura posterior é formada pela parede da

faringe. O espaço antecedente do septo nasal é constituído por cartilagem

hialina, o segmento ósseo posterior é composto pela lâmina vertical do osso

etmoide e vômer. O limite superior da cavidade nasal é formado pela lâmina

cribriforme do osso etmoide e pelos ossos esfenoide, frontal e nasal. A área

inferior abrange o palato duro e a porção posterior do palato mole (SEELEY;

STEPHENS; TATE, 2007).

Cada cavidade nasal é dividida em metades simétricas pelo septo nasal,

composta pelo vestíbulo do nariz, uma área pequena e dilatada revestida por

pele e folículos pilosos. A cavidade nasal é a maior parte da região respiratória

tem bom suprimento neurovascular é revestida pelo epitélio respiratório, células

ciliadas e mucosas e região olfativa um local pequeno, localizado no ápice de

cada cavidade nasal revestida pelo epitélio e receptores olfativos

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).

As cavidades nasais exercem funções respiratórias distintas. As funções

são:

a) aquecimento do ar inspirado;

b) umidificação do oxigênio inspirado e

c) filtração parcial do ar.

Estas funções em conjunto são denominadas condicionamento do ar das

vias respiratórias superiores. A temperatura do ar inspirado se eleva em

aproximadamente 1o F (0,50o C) superior à temperatura corpórea e entre 2-3%

da saturação total com vapor d’agua antes de alcançar a traqueia (GUYTON;

HALL, 2011).

Através da rede vascular presente na superfície mucosa, o ar inspirado

sofre um processo de aquecimento de modo a alcançar a temperatura corporal.

Na sequência, é umedecido pela mucosa nasal transformando-se em vapor de

água e finalmente, o ar é filtrado com auxílio dos cílios e muco existentes na

21

região, vedando a entrada de partículas de atingirem as vias aéreas inferiores.

Este conjunto protege o epitélio subjacente de agressões e irritações, evitando

também a desidratação da mucosa nasal (SEELEY; STEPHENS; TATE, 2007).

Após o ar inspirado pelas narinas ser filtrado, umidificado e aquecido, ele

é direcionado para a faringe, um órgão tubular e com dupla função orgânica.

1.1.2 Faringe

É um canal musculomenbranáceo, dividido anatomicamente em três

regiões: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe (figura 2). A faringe está

localizada diante da coluna vertebral, atrás da fossa nasal, boca e laringe,

abaixo da porção basilar do osso occipital (SANTOS; OLIVEIRA;

TUCUNDUVA, 2014).

Figura 2: Divisão anatômica da faringe

Fonte: Tortora, 2010, p. 872.

A faringe é uma via que funciona para condução dos alimentos, dos

líquidos e do ar inspirado (SILVERTHORN, 2010). A contração dos músculos

esqueléticos auxilia na deglutição. Ela também fornece uma câmara de

22

ressonância para os sons da fala e aloja as tonsilas, que atuam nas reações

imunológicas contra invasores estranhos (TORTORA, 2010).

O aparelho digestório e a via respiratória cruzam-se em forma de X, já

que o conduto esofágico localiza-se atrás do conduto laringotraqueal. A faringe,

para os anatomistas, não possui uma individualidade topográfica isolável e bem

definida. Ela está ligada à cavidade nasal pelas estruturas denominadas

coanos (SANTOS; OLIVEIRA; TUCUNDUVA, 2014).

A região faríngea é continuada pela laringe, que é um órgão curto,

cônico, constituído de cartilagens, músculos e ligamentos, localizado na região

do pescoço entre a quarta e sexta vértebra cervical, conectando a faringe à

traqueia.

1.1.3 Laringe

Durante o processo de inspiração, o ar passa pelo nariz ou da boca para

faringe, sendo um trajeto comum tanto para o ar quanto para os alimentos. A

faringe se ramifica em dois tubos: o esôfago, para levar alimentos até o

estômago e a laringe, que é parte das vias aéreas e também o órgão que

abriga as cordas vocais. Quando o fluxo do ar passa pelas cordas causa

vibração, o que produz os sons (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).

A laringe é um órgão tubiforme localizado no plano medial anterior do

pescoço, constituído de cartilagem, músculo e ligamento. Possui peças

cartilaginosas como a cartilagem tireoide, sendo essa a maior parte, epiglote,

cartilagem cricóide, cartilagem cuneiforme, corniculada e aritenoide. A

cartilagem tireoide integra as duas lâminas que se unem em formato de V. A

cartilagem cricóide tem formato de um anel de sinete inferior à cartilagem

tireoide e a cartilagem aritenoide é parecida com uma pequena pirâmide de

ápice superior. Sua base está conectada com a cartilagem cricóide. A

cartilagem epiglótica, ímpar e medial, é fina e lembra um pecíolo, localizada

posteriormente à raiz da língua e à cartilagem tireoide (DANGELO; FATTINI,

2005).

No eixo sagital, a presença de uma fenda anteroposterior que leva a

uma pequena invaginacão chama atenção. O ventrículo da laringe está

delimitado por duas pregas: prega vestibular na parte superior e prega vocal de

23

tecidos elásticos alongados horizontalmente através da luz, na parte inferior

(DANGELO; FATTINI, 2005).

Abaixo da estrutura da laringe está localizada a traqueia que, ao

contrário da laringe que se localiza na região cervical, tem sua porção inferior

localizada no tórax.

1.1.4 Traqueia

A traqueia é um órgão tubular por onde o ar passa, medindo

aproximadamente 12 centímetros de comprimento e 2,5 de diâmetro. Localiza–

se anteriormente ao esôfago e vai da laringe até a quinta vértebra torácica,

onde se divide em brônquios principais direito e esquerdo (TORTORA, 2010).

Ela é constituída por vários anéis cartilagíneos rígidos que impedem o

colabamento de sua estrutura. Os anéis são incompletos em formato de C,

sobrepostos e ligados entre si pela ligação anular. (DANGELO; FATTINI,

2005).

A compreensão da estrutura e composição da traqueia é importante

devido ao procedimento de intubação endotraqueal, que é a introdução de uma

cânula dentro da traqueia com a finalidade de manter a permeabilidade das

vias aéreas (BARBOSA; SANTOS, 2003).

1.1.5 Brônquios e Bronquíolos

Em continuidade à traqueia, geralmente ao nível entre a quarta ou quinta

vértebra dorsal, inicia-se uma bifurcação (direita e esquerda), a qual dá origem

aos brônquios. Cada um deles se direciona ao pulmão específico de sua

localidade, penetrando e se ramificando, constituindo uma árvore brônquica

(INEM, 2012).

A área de desmembramento da traqueia permite caracterizar o início dos

brônquios primários (ou principais) que, ao entrarem na região pulmonar,

ramificam-se em três no lado direito e dois no lado esquerdo, dando origem aos

brônquios secundários (ou lobares). O seguimento do processo acarreta no

advento dos brônquios terciários (ou segmentares) que, na quantidade de dez

e oito, estende-se ao lado direito e esquerdo, respectivamente (MONTANARI,

24

2016).

Os aspectos histológicos permitem caracterizar o tecido em

pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. Nos brônquios

extrapulmonares, a cartilagem hialina apresenta-se em formato de C e o

músculo liso está localizado posteriormente, entre as extremidades da

cartilagem. Nos intrapulmonares, a apresentação da cartilagem é irregular e o

músculo liso está disposto internamente à cartilagem (JUNQUEIRA;

CARNEIRO, 2013).

Os bronquíolos surgem na ramificação dos brônquios segmentares, na

região intrapulmonar. Cada cadeia principal ramifica-se entre cinco e sete

bronquíolos terminais e cada um desse, por sua vez, origina dois bronquíolos

respiratórios. Eles possuem menos do que um milímetro de diâmetro, sendo

que os terminais não ultrapassam meio milímetro. O epitélio dos bronquíolos é

simples colunar ou cúbico ciliado (MONTANARI, 2016).

1.1.6 Alvéolos

A árvore brônquica estende-se no interior do pulmão, abrangendo todas

as suas partes, reduzindo seu calibre progressivamente desde os brônquios

até os bronquíolos respiratórios, terminando em formações saculares

denominadas de alvéolos pulmonares. Nestas formações terminais, após ter

percorrido todo o trato respiratório, efetuam-se as trocas gasosas de oxigênio e

dióxido de carbono (INEM, 2012).

O alvéolo é constituído por epitélio simples pavimentoso formado por

pneumócitos I e II. Os pneumócitos do tipo I são células pavimentosas onde

ocorre a difusão de oxigênio para o sangue. Os pneumócitos do tipo II são

constituídos por células cúbicas, com núcleo esférico e presença de surfactante

pulmonar, que diminui a tensão e evita o colabamento na expiração. Os do tipo

II ainda são capazes de se diferenciar para os do tipo I, como fator importante

para recuperação do parênquima pulmonar em caso de algum dano

(MONTANARI, 2016).

1.1.7 Pulmões

25

Situados na cavidade torácica, os pulmões são definidos por serem

órgãos pares, grandes, com coloração acastanhada e aspecto esponjoso.

Encontram-se separados pelo coração e mediastino e todas as estruturas do

sistema respiratório após os brônquios principais estão contidas em seu

interior.

O pulmão esquerdo é subdividido em lobo inferior e superior separados

por uma única fissura. Anatomicamente apresenta-se com tamanho menor que

o direito e possui uma impressão cardíaca em seu mediastino para alocar o

coração. O pulmão direito é divido em três lobos (superior, médio e inferior)

segmentados por duas fissuras. Cada lobo pulmonar é fracionado em

pequenos lobos que contêm alvéolos pulmonares, dando formação aos

segmentos broncopulmonares que, por sua vez, possuem seu próprio

suprimento sanguíneo (GRAAFF, 2013).

O volume dos pulmões pode variar de indivíduo para indivíduo. É

característico que o lado direito seja mais volumoso que o esquerdo devido sua

apresentação anatômica ser mais satisfatória em relação à posição do coração.

A capacidade total após uma inspiração forçada é em média de cinco litros

(INEM, 2012).

1.2 Fisiologia Respiratória

A mecânica respiratória é executada pelos órgãos do trato respiratório e

músculos acessórios da respiração. Sua ação requer que a caixa torácica seja

flexível, a fim de promover a dinâmica respiratória durante o ciclo ventilatório. O

processo consiste em duas fases: inspiração e expiração. Na inspiração a

pressão no interior do pulmão é menor que a atmosférica, já a expiração

acontece quando a pressão pulmonar interna se consagra superior comparada

com a atmosférica. A respiração é auxiliada pelos músculos diafragma,

intercostal interno e externo pela musculatura abdominal (GRAAFF, 2013).

A ventilação inicia-se com a entrada de ar nos pulmões por intermédio

das fossas nasais ou da boca, atravessa a faringe, laringe e toda árvore

brônquica penetrando em seu interior. O sangue venoso perfunde-se para os

capilares atingindo por um lado a membrana alvéolo-capilar, sendo a mesma

atingida por outro lado pelo ar proveniente das vias aéreas, onde ocorre a

26

difusão dos gases. A troca se processa através da parede do alvéolo em

conjunto com o líquido intersticial do espaço alvéolo-capilar da parede do

alvéolo, plasma sanguíneo e da membrana dos glóbulos da série vermelha

(WEST, 2013).

Diversos mecanismos fisiológicos permitem que os variáveis fluxos da

ventilação pulmonar não ocasionem agravos ao ser humano. O espaço pleural,

por exemplo, mantém uma pressão negativa permanente que objetiva o

impedimento do colapso pulmonar. A pressão oscila em torno de 4 mmHg,

podendo atingir valores próximos a 18 mmHg na inspiração profunda. Por sua

vez, o surfactante (constituído por uma porção lipídica e outra proteíca)

existente no interior dos alvéolos permite que, em uma expiração forçada, se

interpondo de modo dinamizado entre as moléculas de água presentes na

superfície alveolar, não aconteça colabamento alveolar (GUYTON; HALL,

2011).

A presença de ajuste entre a ventilação e a perfusão é fator

imprescindível para manter as trocas gasosas satisfatoriamente ideais, dentro

dos limites necessários para suprimento corporal. A ventilação alveolar

remessa oxigênio para o interior pulmonar e arreda o dióxido de carbono,

assim como o sangue venoso leva o dióxido de carbono para os pulmões em

comuta do oxigênio alveolar. Em níveis normais, a ventilação alveolar tem

variância em torno de 4 a 6 l/min, enquanto o fluxo sanguíneo gira aos

arredores de 5 l/min (ROCCO; ZIN, 2009).

27

CAPÍTULO II

CONTEXTUALIZANDO O SETOR DE TERAPIA INTENSIVA COM ATENÇÃO

NA ASSISTÊNCIA RESPIRATÓRIA

1 CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA

O centro de terapia intensiva (CTI) é um ambiente destinado ao

atendimento de pacientes graves ou com alto risco, potencialmente

recuperáveis que exijam uma assistência ininterrupta, além de equipamentos e

recursos especializados. A preocupação por um ambiente com estas

características se deu com Florence Nightingale, durante a Guerra da Criméia,

no século XIX, que procurava selecionar os pacientes graves dos demais

prestando um cuidado imediato (BIONDI, 2013).

As unidades de terapia intensiva (UTI) surgiram no Brasil nos anos 1970.

São unidades hospitalares que realizam assistência ao paciente em estado

crítico, que precisam de maior cuidado na assistência médica, tecnológica e

terapêutica.

A classificação de paciente tem sido realizada desde o período de Florence Nightingale, no ano de 1963, quando atuou no cuidado a soldados feridos na Guerra da Crimeia (1854-1856), revelando a ideia de reunir pacientes graves que necessitassem de mais assistência e maior vigilância próximo a área de trabalho das enfermeiras (PADILHA, 2010, p.1147).

Estas unidades foram criadas vista a real necessidade do atendimento

ao paciente que exigia total assistência de enfermagem (RIBEIRO; ANJOS;

OLIVEIRA, 2016).

A UTI é um serviço de internamento que fornece suporte e tratamento

intensivo com monitorização eficaz e contínua aos pacientes em estado crítico.

O enfermeiro que atua nesse setor deve possuir grande conhecimento, com

domínio para identificar alterações de forma precoce. As atualizações

constantes desses profissionais são fundamentais na tentativa de contribuir na

evolução clínica desse paciente (MELO et al.,2017).

28

1.1 Paciente crítico

Levando em conta a gravidade e instabilidade do paciente crítico

internado em UTI, deve-se redobrar a atenção do enfermeiro nas atividades

diárias destes pacientes. Alguns procedimentos pelos quais são submetidos

requerem maior cuidado e necessidade de controle rigoroso. Esses pacientes

apresentam diferentes graus de comprometimento, o que exige do enfermeiro

aguçada capacidade de observação, sensibilidade e conhecimento (PADILHA

et al.,2010).

O paciente crítico, em casos potencialmente graves que necessitam de

cuidado contínuo e especializado como suporte de medicação e monitorização

dos sinais vitais, é dividido em:

a) Grave: pacientes que estão instáveis de um ou mais sistema, com

risco de morte e;

b) De risco: pacientes que têm alguma condição determinante de

instabilidade.

O paciente internado em CTI está em situação de estresse, cuja

situação bio-psico-socio-espiritual está afetada, consequentemente, suas

necessidades básicas ficam abaladas e refletem no bem-estar geral do mesmo.

Esses pacientes graves têm grau dependência maior em relação à

satisfação de suas necessidades básicas. A preocupação com estes pacientes

é a recuperação da estabilidade hemodinâmica corpórea, sendo que a maioria

destes apresentam pior condição clínica e maiores gravidades. No entanto,

muitos necessitam do emprego da ventilação mecânica para estabilização da

oxigenação corpórea (KNOBEL, 2006).

1.2 Ventilação Mecânica

O emprego da ventilação mecânica (VM) é um dos recursos mais

utilizados nos centros de terapia intensiva. Trata-se de um suporte respiratório

de grande impacto para a estabilização da saúde dos pacientes críticos. A VM

é realizada por uma máquina que substitui parcialmente ou totalmente a

respiração fisiológica espontânea, tendo por finalidade equilibrar a oferta de

oxigênio do organismo (MELO et al., 2017).

29

A ventilação mecânica é realizada por uma máquina que insufla as vias

aéreas com volume de ar corrente. A entrada do ar para dentro das vias

respiratórias acontece devido ao gradiente de pressão entre as vias aéreas

superiores e os alvéolos. A entrada dos gases do respirador gera uma pressão

intratorácica positiva diferente da inspiração fisiologia espontânea

(CARVALHO; TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007).

O ventilador mecânico proporciona ventilação pulmonar artificial para o

paciente em estado crítico, promovendo suporte ventilatório temporário ou

completo aos pacientes que não respiram de forma espontânea em razão de

patologias ou cirurgias que necessitem de anestesia geral. O respirador

mecânico é utilizado também para permitir o descanso dos músculos

respiratórios até a completa estabilização da respiração espontânea do

paciente (CUNHA; SANTANA; FORTES, 2008).

O suporte ventilatório mecânico se divide em ventilação mecânica não

invasiva e invasiva. O que as difere é a forma que a pressão é liberada. Na

ventilação invasiva, é necessário o uso de uma prótese introduzida na via

aérea como o tubo orotraqueal ou cânula de traqueostomia e, no suporte de

ventilação não invasiva, utiliza-se máscaras nasais ou oronasais (CARVALHO;

TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007).

A ventilação mecânica invasiva é essencial para os pacientes que

desenvolvem alterações da função respiratória que os incapacitam de realizar

troca gasosa e fornecer oxigênio para as células. Ela tem por finalidade

restabelecer as trocas gasosas do organismo e melhorar o estado clínico do

paciente, normalizando os valores de oxigênio e do organismo (MELO et al.,

2015).

O emprego do suporte ventilatório mecânico é indicado nos casos de

hipoventilação, proteção das vias aéreas, apneia, falência cardiorrespiratória,

redução do movimento da musculatura respiratória, fadiga respiratória e quadro

de insuficiência respiratória aguda. Nestas condições, o organismo não

mantém a regulação do aporte de O2 e eliminação do CO2 sanguíneos

adequados (CARVALHO; TOUFEN JUNIOR; FRANCA, 2007).

Na ventilação mecânica controlada, o paciente não participa ativamente da ventilação. Este modo de ventilação deve ser

30

reservado para pacientes em apneia por sedação, bloqueio neuromuscular ou mesmo em doenças neurológicas (AMORIN; GOMES, 2015, p.75).

A utilização da ventilação mecânica em terapia intensiva e o adequado

manejo dos respiradores são essenciais para a recuperação dos pacientes

críticos. Devido ao elevado quantitativo de pacientes hospitalizados em uso de

VM é fundamental que os profissionais de enfermagem sejam capacitados a

prestar assistência direcionada a monitorização dos aparelhos respiratórios.

Para a prestação efetiva dos cuidados a estes pacientes é essencial que os

enfermeiros tenham conhecimento a respeito da VM e funcionamento

fisiológico de cada paciente (RODRIGUES et al., 2012).

O profissional enfermeiro, ao proporcionar assistência ao paciente com

uso de VM, deve ter conhecimento da patologia e correlacionar com os mais

diversos cuidados como: monitorização e controle dos sinais vitais, avaliação

do nível de consciência, aspiração de secreções pulmonares, higienização oral,

cuidados com tubo orotraqueal (TOT) e traqueostomia, monitorização do

balanço hídrico, sincronismo entre paciente e respirador mecânico e controle

de infecções. Apesar da assistência de enfermagem estar focada no paciente,

é de responsabilidade da equipe de enfermagem o manuseio dos recursos

materiais disponíveis na instituição de saúde (PASSOS; CASTILHO, 2000).

1.3 Intubação orotraqueal

A intubação orotraqueal (IOT) é um procedimento comumente utilizado

nos centros de terapia intensiva (CTI), indicado em circunstâncias onde o

paciente hospitalizado necessita manter a permeabilidade das vias aéreas.

Este procedimento é de incumbência médica, sendo necessário conhecimento

técnico-cientifico para sua execução. O procedimento é realizado com a

introdução de um tubo dentro da traqueia pela via oral, estando o paciente

sujeito a riscos e complicações durante o procedimento ou permanência

prolongada do tubo (YAMANAKA, et al., 2010).

Devido ao tempo prolongado, a IOT pode causar lesões ulcerativas e

isquêmicas na mucosa da laringe e traqueia relacionadas à presença do tubo e

do balonete insuflado na proximidade distal do tubo. É recomendado

31

traqueostomia precoce aos pacientes avaliados para o uso de IOT por mais de

vinte e um dias. Esta intervenção resulta na melhora do estado clínico do

paciente, redução de permanência hospitalar, diminuição de pneumonias

aspirativas e redução da duração da ventilação mecânica (CARDOSO et al.,

2014).

A permanência prolongada do tubo orotraqueal pode favorecer o

aparecimento de leões na cavidade orofaríngea, ocorrendo diminuição da

sensibilidade local, comprometendo o processo da deglutição ocasionando

disfagias orofaríngeas, desencadeando desnutrição e casos de pneumonia

aspirativa (KUNIGK; CHEHTER, 2007).

A ventilação mecânica através da intubação traqueal não utiliza as vias

aéreas superiores. O ar é insuflado para dentro dos pulmões e não sofre o

processo de condicionamento das vias aéreas superiores. O condicionamento

do ar tem a função de manter a integridade da via aérea. O oxigênio ofertado

pelo respirador pode provocar lesões relacionadas à produção de muco e

diminuição do movimento mucociliar, favorecendo a ocorrência de infecções

pulmonares (MATSUMOTO; CARVALHO, 2007).

1.3.1 Cânula orotraqueal

A cânula orotraqueal garante a permeabilidade da via aérea

possibilitando a aspiração, remoção de secreções, proteção contra

broncoaspiração, administração de medicamentos e realização da ventilação

mecânica por pressão positiva, controlada e/ou com pressão expiratória final

positiva (JACOBS; GRABINSKY, 2014).

Figura 3: Tubo endotraqueal em PVC com cuff.

Fonte: Fibra Cirúrgica, 2017.

32

1.3.2 Cânula traqueal

No cenário do cuidado ao paciente crítico, o suporte ventilatório por

mecânica invasiva é um processo auxiliador no manejo que visa a

reestabelecer a oxigenação pulmonar, fornecendo aporte de oxigênio por

pressão positiva por meio de próteses artificiais. Essas próteses podem ser do

tipo tubo endotraqueal ou cânula de traqueostomia (COSTA et al., 2013).

Os tubos endotraqueais geralmente são constituídos em policloreto de

polivinila (mais conhecido pelo acrônimo PVC). Diferentemente, as cânulas

para realização de traqueostomia podem ser constituídas, além do PVC, por

material metálico. Ambas possuem um balonete em sua porção distal,

denominado cuff, cuja função é selar a via aérea, evitando escape de ar

(LOPES, 2012).

Figura 4: Cânula de traqueostomia em PVC com cuff.

Fonte: Fibra Cirúrgica, 2017.

1.4 Pressão intracuff

O procedimento de intubação traqueal é bastante comum no cenário de

cuidados ao paciente crítico nos centros de emergência e em cirurgias,

podendo ser realizado tanto em caráter eletivo quanto emergencial, sendo sua

principal indicação a manutenção da permeabilidade das vias aéreas

(BORGES; OLIVEIRA, 2016).

33

Uma intubação prolongada pode causar lesões secundárias na mucosa

laríngea e formar granulomas nas pregas vocais que, futuramente, podem ser

responsáveis por disfonia do paciente com difícil resolução cirúrgica. O tempo

de intubação é indicador importante para estenose, sendo que tais

problemáticas poderiam ser resolvidas por uma traqueostomia precoce.

É importante ressaltar que ambos os casos podem ser causadores de

danos ao epitélio, edema nas mucosas, discinesia ciliar e estase de secreções.

O tempo para traqueostomia precoce é ainda controverso, porém, demonstra

benefícios significativos em termos de melhora dos resultados clínicos e

prognóstico satisfatório (CARDOSO et al., 2014).

O balonete (ou cuff) inserido no contexto dos tubos e cânulas tem por

funcionalidade vedar e proteger as vias aéreas, impedindo a aspiração de

secreções, além de promover pressão ventilatória positiva. O cuff exerce

determinada pressão na parede traqueal, sendo que essa não pode ser

demasiadamente elevada, pois, deste modo, impedirá o fluxo sanguíneo

causando lesões isquêmicas no órgão (SANTOS; OLIVEIRA; TUCUNDUVA,

2014).

Em outro ponto, as hipoinsuflações podem ocasionar escape aéreo,

além de ocasionar aspirações de secreção e extubações acidentais. Deste

modo, é importante a constante monitorização das pressões de cuff em centros

e unidades de terapia intensiva, a fim de prevenir tais ocorrências, as quais

podem interferir diretamente no sucesso do tratamento do paciente. É

aconselhável que os níveis pressóricos estejam entre 20 a 30 cmH2O e sejam

aferidos a cada oito horas (COSTA et al., 2013; SANTOS; OLIVEIRA;

TUCUNDUVA, 2014).

34

CAPÍTULO III

A PESQUISA

1 INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho vem exigindo que o profissional de enfermagem

tenha um bom nível de conhecimento técnico-científico e esteja em contínuo

processo de aperfeiçoamento que o capacite a compreender e agir em um

mundo globalizado e competitivo (CAMELO et al., 2013).

A enfermagem como ciência, propagou uma mudança na perspectiva da

competência técnica e deu lugar à preocupação em implementar uma prática

baseada em evidências. A pesquisa científica de forma organizada e

sistemática possibilita a formação e o preparo destes conhecedores do saber

(OLIVEIRA; SILVA; ALBUQUERQUE, 2016).

O interesse em compreender as vertentes de atuação dos profissionais

de enfermagem no contexto da análise das pressões intracuff, motivou o

desenvolvimento do tema.

A presente pesquisa está fundamentada na Resolução 196/96 a qual

incorpora sob a ótica do indivíduo e da coletividade quatro referenciais básicos

da bioética, a autonomia, não maleficência, benefício e justiça (BRASIL, 1996).

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório com abordagem

quantitativa de amostragem intencional.

A pesquisa do tipo descritivo pretende descrever os fatos e fenômenos

de determinada realidade, já a exploratória proporciona maior familiaridade

com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses

(GIL, 2008). O estudo quantitativo se centra na objetividade. Considera-se que

a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos,

recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros (GERHARDT;

SILVEIRA, 2009).

A temática escolhida como base idealizadora, teve como objetivo avaliar

o conhecimento de profissionais de enfermagem dos setores de terapia

intensiva e pronto socorro, diante dos aspectos referentes à pressão intracuff.

35

1.2 Métodos e técnicas

Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, foi elaborado um

instrumento de coleta de dados por meio de consultas de fontes diretas e

indiretas que estavam relacionadas ao tema. Utilizou-se um questionário

estruturado elaborado pelos autores, com base no Consenso Brasileiro de

Ventilação Mecânica (2007), composto por onze questões divididas em perfil

sociodemográfico e conhecimento sobre a temática, mediante levantamento

literário específico direcionado a avaliar o conhecimento dos colaboradores

acerca da pressão intracuff (APÊNDICE A).

Para atender os critérios de inclusão, os participantes da pesquisa

deveriam ser maiores de 18 anos, atuantes nos setores de terapia intensiva ou

pronto socorro, com no mínimo seis meses na área da enfermagem.

Vale ressaltar que alguns colaboradores não participaram pois

encontravam-se de férias ou recusaram-se a responder.

A coleta de dados discorreu em uma semana, no último trimestre do ano

vigente. Inicialmente, os colaboradores da instituição de saúde foram

orientados sobre o objetivo deste estudo e a necessidade de aceitação

mediante a apresentação da Carta de Informação ao Participante (APÊNDICE

B) e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE

(APÊNDICE C). Após a coleta de dados os resultados foram apresentados

mediante o uso de estatística descritiva, acompanhada de tabelas

representativas.

1.3 Local da pesquisa

Coleta de dados é definida por um registro, uma medida a observação

do objeto de estudo, para que se possa realizar uma análise de um indivíduo,

ou de uma população (BERGAMASCHI; SOUZA; HINNING, 2010).

A pesquisa foi realizada em um hospital público, situado no interior do

estado de São Paulo, inserido na DRS VI – Bauru-SP, que se enquadrava nos

critérios propostos por este estudo.

1.4 Sujeitos da pesquisa

36

Conforme apresentado, os participantes do estudo foram convidados a

responder o questionário mediante a leitura da carta de informação ao

participante e assinatura do TCLE. Os colaboradores da pesquisa foram 33

profissionais da equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos de

enfermagem) atuantes nos setores de terapia intensiva e pronto socorro. A

faixa etária correspondente variou de 21 a 62 anos, de ambos os gêneros,

atingindo o objetivo do trabalho em conseguir dados concretos e verídicos

sobre a temática.

1.5 Procedimentos Éticos

Para realização da pesquisa, o projeto foi encaminhado para autorização

do hospital participante e posteriormente submetido na Plataforma Brasil para

ser apreciado pelo comitê de ética do Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UniSALESIANO de Araçatuba-SP, obtendo parecer favorável sob o

nº 2.358.231 (ANEXO A).

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados foram coletados com a finalidade de avaliar o conhecimento

destes profissionais supracitados sobre a pressão intracuff. A aplicação do

instrumento aconteceu durante os respectivos plantões (ímpares e pares,

diurnos e noturnos), não permitindo aos participantes ter acesso à internet ou

manuais para responderem o mesmo. Isto foi determinado para que pudesse

ser compreendido de forma fidedigna o conhecimento que os mesmos

possuíam.

A análise dos dados foi categorizada em planilha eletrônica do sistema

Microsoft Excel®, representadas estatisticamente por tabelas, caracterizando a

amostra estudada quanto ao conhecimento da pressão intracuff.

A caracterização sociodemográfica desse estudo evidenciou um total de

33 participantes, dos quais 21,2% (n=07) são do gênero masculino e 78,8%

(n=26) do gênero feminino. Compreendendo as variáveis referentes à atuação

profissional, evidenciou-se um quantitativo de 10 enfermeiros e 23 técnicos de

enfermagem. A idade dos pesquisados variou entre 21 a 62 anos. A

37

abordagem foi realizada com profissionais dos setores de pronto socorro que

compreenderam o quantitativo de 57,6% (n=19) e da unidade de terapia

intensiva 42,4% (n=14). O tempo de atuação profissional variou entre 01 a 28

anos, conforme ilustrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição dos profissionais de enfermagem (n=33) segundo as

variáveis, gênero, faixa etária, local e tempo de atuação, independente da

categoria profissional.

Variáveis ƒ %

Gênero

Masculino 07 21,2

Feminino 26 78,8

Total 33 100,0

Faixa Etária (anos)

20 a 30 15 45,5

31 a 40 12 36,4

41 a 50 05 15,1

≥ 51 01 3,0

Total 33 100,0

Local de Atuação Profissional

Pronto Socorro 19 57,6

Unidade de Terapia Intensiva – Adulto 14 42,4

Total 33 100,0

Tempo de Atuação Profissional

01 a 05 14 42,5

06 a 10 07 21,2

11 a 15 04 12,1

16 a 20 07 21,2

≥ 21 01 3,0

Total 33 100,0

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

A distribuição dos componentes dessa pesquisa explicitou que do

montante dos profissionais de enfermagem, 10 possuem nível acadêmico

38

superior, totalizando 30,3% do geral dos pesquisados, sendo 100% destes do

sexo feminino. A respeito dos profissionais de nível médio, totalizaram a

parcela de 69,7% (n=23) dos pesquisados dos quais 69,6% (n=16) eram do

sexo feminino e 30,4% (n=07) do sexo masculino (Tabela 2).

Tabela 2 – Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo as variáveis,

gênero e categoria profissional.

Variáveis ƒ %

Enfermeiros (n=10)

Feminino 10 100,0

Masculino 00 0,0

Técnicos de Enfermagem (n=23)

Feminino 16 69,6

Masculino 07 30,4

Total Geral 33 100%

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Esta evidencia entra em concordância com a pesquisa do Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN) onde consta que a equipe de enfermagem é

predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. É

importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria

preeminentemente feminina, o percentual de 15,4% de indivíduos do sexo

masculino, não pode ser ignorado (COFEN, 2015).

A Tabela 3 elucida a distribuição de profissionais quanto ao local de

atuação. Observa-se, que o percentual de enfermeiros que participaram da

pesquisa, atuantes na unidade de pronto socorro são 60,0% (n=06) e a parcela

restante de 40,0% (n=04), atuava ativamente na unidade de terapia intensiva.

Dos profissionais de nível médio 56,5% (n=13) operavam nas unidades de

pronto socorro e 43,5% (n=10) na terapia intensiva.

Tabela 3 – Distribuição dos profissionais de enfermagem segundo as variáveis,

categoria profissional e local de atuação.

39

Variáveis ƒ %

Enfermeiros (n=10)

Pronto Socorro 06 60,0

Unidade de Terapia Intensiva – Adulto 04 40,0

Técnicos de Enfermagem (n=23)

Pronto Socorro 13 56,5

Unidade de Terapia Intensiva – Adulto 10 43,5

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Para avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem acerca

das pressões de cuff, foi aplicado um instrumento de coleta de dados em forma

de questionário estruturado contendo 11 questões objetivas, das quais 05 eram

a respeito dos caracteres sócio-demográficos da população estudada e 06

acerca da temática abordada, conforme elucidado na Tabela 4.

Tabela 4 – Quantitativo de acertos dos profissionais de enfermagem, por

categoria profissional.

Enfermeiros

(n = 10)

Técnicos de

Enfermagem

(n = 23)

Geral

(n = 33)

QUESTÃO N % n % N %

Método de mensuração da

pressão de cuff

04 40,0 14 60,9 18 54,5

Parâmetro da pressão intracuff 03 30,0 02 8,7 05 15,1

Frequência de aferições diárias 02 20,0 05 21,7 07 21,2

Complicações relacionadas a

valores inadequados das

pressões de cuff

05 50,0 09 39,1 14 42,4

Função do cuff 05 50,0 09 39,1 14 42,4

Alteração no posicionamento e suas implicâncias nos níveis pressórico do cuff

01 10,0 04 17,4 05 15,1

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

40

Referente à questão do método da mensuração da pressão de cuff,

obteve-se um total geral de 54,5% (n=18) de acertos, sendo que o quantitativo

de 40,0% (n=04) dos enfermeiros e 60,9% (n=14) dos técnicos de enfermagem

acertou a questão.

O método de medição com uso do medidor de cuff analógico universal

(cufômetro) é considerado padrão ouro para controle da pcuff. Consiste no uso

de manômetros calibrados, permitindo a medição contínua ou intermitente da

pressão em tempo real, com a possibilidade de ajustá-la sem a interrupção da

medição. Porém, este método teve pouca disseminação entre os profissionais

de saúde, não sendo utilizado rotineiramente após ou durante a manutenção

da intubação orotraqueal (GALINSKI et al., 2006).

A questão sobre o parâmetro da pressão intracuff pode-se observar um

total de acertos de 15,1% (n=05), quando questionados. Quando analisados

por categoria profissional, notou-se que 30,0% (n=03) dos profissionais de nível

superior acertaram o quesito e 8,7% (n=02) dos profissionais de nível médio

positivaram o item.

A pressão do cuff deve ser menor do que a pressão de perfusão capilar

traqueal, que é em torno de 25 a 35 mmHg (PENITENTI et al., 2010). Este

parâmetro é suficiente para obliterar os capilares da mucosa, impedir o micro

gotejamento e vazamento de ar, contribuindo para a redução do risco de

pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV).

A avaliação da questão sobre o valor adequado da pressão foi baseada

no Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica (2007), porem estudos sobre a

temática não determinam um valor dito como ideal para a pressão do cuff. O

Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica determina que a pressão do cuff

deva ser a mais baixa necessária para impedir a aspiração e prevenir o

vazamento de ar, o mesmo recomenda que seja utilizado valores entre 25 a 34

cmH2O (18 a 25 mmHg) ou entre 20 e 30 cmH2O (15 a 22 mmHg). Já o

Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo - COREN-SP

(2013), recomenda que os valores estejam entre 20 a 30 cmH2O

(aproximadamente 18 a 22 mmHg) havendo uma discreta discrepância nos

valores preconizados, tendo assim por objetivo evitar a distensão excessiva e o

excesso de pressão sobre a mucosa da parede traqueal.

Alusivo à questão sobre a frequência de aferições diárias, a pesquisa

41

trouxe o total de 21,2% (n=07) de acertos. Dissociados por categoria, 20,0%

(n=02) dos enfermeiros e 21,7% (n=05) dos técnicos de enfermagem,

correlacionou corretamente à questão.

A implantação de uma rotina de mensurações pelo menos três vezes ao

dia torna-se indispensável para uma vigilância e cuidado maior às pressões do

balonete, como forma profilática, contribuindo para prevenir lesões isquêmicas

e estenose traqueal (VIANA; WHITAKER, 2011).

Pertinente às complicações dos valores inadequados das pressões de

cuff, evidenciou-se que no geral das categorias, 42,4% (n=14) acertaram o

tópico. Relacionados aos enfermeiros, 50,0% (n=05) obtiveram pontuação

efetiva e os técnicos de enfermagem pontuaram 39,1% (n=09) da questão

referida.

No que permeiam os cuidados com esses dispositivos a segurança do

paciente relaciona-se às ações destinadas à garantia da integridade das

pessoas, prevenindo os eventos adversos e a prevenção da ocorrência de

erros, promovendo assim, a assistência ao paciente mais segura (PINTO et al.,

2015).

Os balonetes quando insuflados exercem pressão sobre a parede

traqueal, podendo levar à isquemia da mucosa, que tem relação direta com a

ocorrência de complicações em até 90% dos pacientes, desde desconforto até

complicações graves como paralisia de nervo laríngeo, expectoração

sanguinolenta, fístula traqueoesofágica e rotura traqueal (COELHO; PAIVA;

MATHIAS, 2016).

Relativo à função do cuff concerne ao global de participantes 42,4%

(n=14) de assertivas. Corresponde a 50,0% (n=05) o universo de enfermeiros

que positivaram o questionamento e 39,1% (n=09) os técnicos de enfermagem.

O cuff tem como função selar a via aérea evitando o escape de ar,

mantendo uma ventilação adequada e diminuindo a incidência de

broncoaspiração (CAMARGO et al., 2006).

Relacionado a questão alteração no posicionamento no leito e suas

implicâncias nos níveis pressóricos totalizaram 15,1% (n=05) de acertos, sendo

que o quantitativo de 20,0% (n=02) de enfermeiros e 21,7% (n=05) dos

técnicos de enfermagem obteve a resposta correta.

A utilização do posicionamento da cabeceira a 30º, facilita o retorno

42

venoso do sistema nervoso e ajuda na prevenção de pneumonia associada à

VM invasiva. Estudos científicos experimentais como de Ono e seus

colaboradores (2008), demonstram que alterações nas angulações da

cabeceira do leito, alteram os níveis pressóricos do balonete. Evidenciou-se

que tanto a elevação quanto à diminuição do nível da cabeceira modifica a

pressão do cuff. Contudo, quando comparados, observou-se que níveis acima

de 30º resultam em maiores variações, ocasionando maiores ocorrências de

eventos adversos relacionados à assistência inadequada ao paciente em VM.

Ao analisar os dados obtidos sobre os aspectos do conhecimento que

envolve a prática profissional no que concerne a assistência ao paciente em

VM invasiva, observou-se algumas lacunas nos quesitos essenciais para uma

atuação eficaz. Notou-se aproveitamento inferior a 50% na maioria dos

assuntos abordados, evidenciando um fator preocupante, visto que a equipe de

enfermagem deve estar preparada e capacitada nas diversas esferas de

atuação, a fim de promover um cuidado integral, individualizado e com

menores riscos.

Para critérios de pontuação foram considerados neste estudo apenas as

questões que avaliam o conhecimento, excluindo os caracteres sócio-

demográficos. Para maior elucidação, optou-se pontuar cada questão com

valor equivalente a 10,0 pontos, sendo a pontuação mínima possível

correspondente a 0,0 pontos e máxima possível equivalente a 60,0 pontos.

Os dados colhidos foram analisados por meio da análise estatística

descritiva, sendo representados pela média aritmética, mediana, valores

mínimos e máximos encontrados, desvio padrão e variância.

Tabela 5 – Análise do escore de pontuação geral dos profissionais de

enfermagem.

N MÉDIA MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO VARIÂNCIA DESVIO

PADRÃO

33 20,0 20,0 0,0 30,0 1,03 1,01

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Os participantes da pesquisa (n=33) responderam todos os itens (n=06)

43

referentes à área de conhecimento do estudo, apresentando média e mediana

de 20,0 pontos, com variância de 1,03 pontos e desvio padrão de 1,01,

conforme ilustra a Tabela 5. A pontuação mínima da equipe de enfermagem foi

de 0,0 pontos e máxima de 30,0 pontos.

Tabela 6 – Análise do escore de pontuação dos profissionais enfermeiros

N MÉDIA MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO VARIÂNCIA DESVIO

PADRÃO

10 20,0 20,0 10,0 30,0 0,66 0,82

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Averiguando os níveis de formação, atribuições profissionais e

conhecimento técnico cientifico, optou-se por avaliar os dados de forma

individualizada. O grupo de enfermeiros (n=10) apresentou uma média de

acertos de 20,0 pontos, valor equivalente à mediana. Em relação ao número de

acertos a pesquisa apontou resultado mínimo igual a 10,0 pontos e máximo de

30,0 pontos. A variância dos pontos foi de 0,66 e desvio padrão de 0,82,

conforme a Tabela 6.

Tabela 7 – Análise do escore de pontuação dos técnicos de enfermagem

N MÉDIA MEDIANA MÍNIMO MÁXIMO VARIÂNCIA DESVIO

PADRÃO

23 20,0 20,0 0,0 30,0 1,18 1,09

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Em referência aos profissionais de enfermagem de nível médio,

representados pelo grupo de técnicos de enfermagem (n=23), observou-se

escore mínimo de 0,0 pontos e máximo de 30,0 pontos. A pontuação média

equivaleu-se a mediana enquadrando-se em 20,0 pontos. A variância

correspondeu a 1,18 e desvio padrão a 1,09.

Tabela 8 – Características referentes à atuação prática dos profissionais de

enfermagem em relação à mensuração da pressão de cuff e registro em

44

prontuário.

n %

Mensuram e anotam em prontuário 04 12,1

Mensuram e não anotam em prontuário 15 45,4

Não realiza a mensuração 09 27,3

Respostas Inconsistentes 05 15,2

Total 33 100,0

Fonte: Tiago; Alves; Antevere (2017).

Com relação a prática diária e as anotações de enfermagem referente as

mensurações da pressão de cuff, percebeu-se que apenas a diminuta parcela

de 12,1% dos pesquisados realizam a mensuração e respectiva anotação em

prontuário. A fração correspondente a 45,4% dos partícipes declarou que

realizam a prática, porém não registra a ação. A avaliação dos dados também

permitiu elucidar que 27,3% dos componentes do estudo mencionaram não

realizar o ato de aferir a pressão intracuff (Tabela 8).

O artigo 6° da Resolução COFEN 358/2009 que dispõe sobre a

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a implementação do

Processo de Enfermagem, refere que “a execução do processo de enfermagem

deve ser registrada formalmente”. A anotação de enfermagem além de servir

para defesa ou incriminação do profissional de saúde traz maior visibilidade a

profissão, permite planejamento da assistência e reflete a produtividade da

equipe (COFEN, 2012).

Relacionado as respostas inconsistentes, representadas por 15,2% do

quantitativo, corresponde aos que referiram realizar a prática ao mesmo tempo

que afirmavam não mensurar os níveis pressóricos do cuff. Somado ao

discorde anterior, os participantes expuseram que não desempenhavam a

atividade, porém à anotavam em prontuário, fazendo com que tais afirmativas

se comportassem de forma divergente. Ressalta-se ainda, que tais dados

foram analisados de acordo com as respostas dos participantes mediante as

questões presentes no instrumento de coleta de dados, não considerando a

observação dos aspectos de atuação profissional e análise de prontuários,

fatores quais não são objetos deste estudo.

Ao considerar os resultados globais do teste, nenhum dos grupos

45

apresentou conhecimento superior a 50%. Os profissionais de nível superior

demonstraram menor variância e desvio padrão em seus testes quando

comparados aos profissionais de nível médio. Com relação à pontuação

mínima apresentada, os enfermeiros demonstraram escore superior aos

técnicos de enfermagem, no entanto, quando comparadas as pontuações

máximas, os pesquisados se equivaleram. Não houve diferença entre as

médias e medianas encontradas.

Estes dados preocupam, visto que o enfermeiro é o responsável pelo

gerenciamento do cuidado, coordena a equipe de enfermagem, executa

procedimentos de alta complexidade e o técnico de enfermagem executa

cuidados de média complexidade e realiza atividades de rotina. Neste

pensamento, para que o cuidado seja efetivo, exige-se que a equipe de

enfermagem possua conhecimento teórico-científico suficiente para direcionar

uma melhor assistência com apoio científico (COREN, 2015).

A prática baseada em evidências melhora a qualidade do cuidado

prestado e intensifica o julgamento clínico, tornando as intervenções efetivas e

seus resultados proporcionam a melhora na assistência. Os profissionais de

saúde necessitam aprender a adquirir e interpretar dados para embasar sua

prática na melhor evidência disponível (GALVÃO; SAWADA; MENDES, 2003).

Além das perspectivas apresentadas, o discreto número de integrantes

da equipe de enfermagem que realizam a prática e anotação conjunta,

promove certa inquietação, partindo do pressuposto de que tais condutas

deviam ser integrantes da prática profissional de forma permanente. Outro fator

a ser citado é que neste quesito, a maioria dos componentes de ambas as

categorias apenas mensuram e não registram, consagrando desvio das boas

práticas profissionais. Isso demonstra que o estudo forneceu evidências de que

a equipe de enfermagem apresenta conhecimento sobre a temática, porém

ainda existem lacunas a serem preenchidas.

Neste ínterim, a segurança dos pacientes ganha relevância visto que a

prática realizada de forma coesa, permite viabilizar a redução de desfechos

indesejados. Um estudo realizado por Lucero, Lake e Aiken (2010),

demonstrou que há uma associação significativa quando se refere a qualidade

dos cuidados da equipe de enfermagem em relação aos eventos adversos

ocorridos em pacientes, evidenciando que a assistência de enfermagem não

46

realizada, possa ocasionar danos ao enfermo.

Entretanto, o manejo de estratégias simples, porém eficientes podem

prevenir e reduzir riscos e danos ao cliente, por meio do seguimento de

protocolos específicos, associadas às barreiras de segurança nos sistemas e à

educação permanente.

Frente à necessidade de garantir a qualidade do cuidado, com menores

riscos ao paciente, torna-se premente articular as práticas seguras a fim de

assegurar uma assistência livre de imprecisões e de caráter incontroverso,

carregando consigo impacto positivista em relação a terapêutica geradora de

bom prognóstico.

Pode-se inferir que os resultados da análise temática da presente

pesquisa demonstraram que os níveis de conhecimento se comportam de

forma variável, e os profissionais apresentam conhecer o significado e a

aplicabilidade do tema, mesmo existindo estreitas lacunas de conhecimento,

sendo imprescindível especial atenção aos treinamentos por parte dos

gestores, no sentido de aprimorar as práticas de enfermagem em prol do

paciente.

47

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Perante os resultados obtidos nessa pesquisa, fica evidente que nas

unidades pesquisadas, parte dos pacientes acaba por necessitar da utilização

da ventilação mecânica invasiva, de forma a dar suporte à função ventilatória

comprometida. Neste contexto, para sua aplicabilidade, é necessária à

utilização de via aérea artificial, cujas próteses são o tubo orotraqueal ou a

cânula de traqueostomia. Estes tipos de próteses possuem na sua parte distal

um balonete, também chamado de “cuff”, e o cuidado com as pressões deste

seguimento têm sido cientificamente recomendadas, a fim de promover uma

terapêutica adequada livre de complicações de alta severidade ao prognóstico

do paciente.

Visando assim aperfeiçoar as práticas da enfermagem e promover o

desenvolvimento de um cuidado mais seguro, recomenda-se a construção de

um bundle de intervenções de enfermagem para o paciente em uso de

ventilação mecânica invasiva, com enfoque nas pressões de cuff, tendo como

referência as intervenções descritas na literatura com nível de evidência

científico satisfatório.

Sugere-se conjuntamente, a implementação de um Procedimento

Operacional Padrão (POP) que envolva os caracteres para uma prática

baseada em evidências, referente ao manejo das mensurações das pressões

intracuff, proporcionando uma linha de cuidado mais eficaz e com maior

coesão.

Baseados nas evidências encontradas destaca-se ainda, a necessidade

do estabelecimento e/ou intensificação das estratégias educativas que perfaça

não apenas o conhecimento tecnológico, mas que tenha como base a

valorização do relacionamento humano, semeando o cuidado em busca de

indicadores, para ampliação do conhecimento das equipes de enfermagem,

referente à mensuração das pressões intracuff.

48

CONCLUSÃO

A gênese deste estudo provém do anseio em desvendar o conhecimento

da equipe de enfermagem, diante das mensurações intracuff. A pergunta que

fundamentou esse projeto e propagou a coleta de dados, ‘Como se caracteriza

o conhecimento da equipe de enfermagem de unidades críticas diante da

análise de pressões intracuff?’, possibilitou a elaboração de um questionário

estruturado, norteador da pesquisa.

No cenário estudado, os resultados mostraram que, de maneira geral, os

profissionais de enfermagem apresentam deficiência no domínio de conteúdos

para mensuração das pressões intracuff.

A análise evidenciou que os enfermeiros e técnicos de enfermagem

enfrentam limitações em conceitos que abrangem a temática, que podem estar

associadas à falta de capacitação e às deficiências do processo formativo.

Ficou evidenciado que o conhecimento sobre os temas abordados

necessita ser ampliados a fim de capacitar os profissionais de enfermagem no

desenvolvimento de ações pertinentes à prevenção de complicações

associadas a níveis pressóricos inadequados do cuff aplicados a traqueia.

Espera-se que este estudo venha a contribuir para que os enfermeiros e

técnicos de enfermagem continuem a exercer com excelência o seu papel na

prevenção, manutenção e recuperação da saúde.

49

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57

APÊNDICES

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APÊNDICE A – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM

TCC: “Análise das pressões intracuff na perspectiva dos profissionais de

enfermagem: uma abordagem quantitativa”

Pesquisadores: Felipe de Souza Tiago, Lucinéia Duarte Alves e Tatiana

Antevere

Orientador: Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO PARA COLETA DE PESQUISA

CIENTÍFICA

Categoria profissional: Enfermeiro Técnico de

Enfermagem Auxiliar de Enfermagem

Setor: Pronto Socorro UTI Adulto

1) Qual a sua idade?

|__|__| anos

2) Qual o seu gênero?

a) Masculino

b) Feminino

3) Há quanto tempo você atua na sua área profissional:

|__|__| - dia(s) mês (es) ano(s)

59

4) No seu dia-a-dia você realiza a mensuração da pressão de cuff?

a) Sim

b) Não

5) A mensuração quando realizada é registrada em prontuário?

a) Sim

b) Não

c) Não se mensura

6) A mensuração da pressão intracuff deve ser realizada através de:

a) Palpação digital em região laríngea e válvula de inflação do balão.

b) Medidor de cuff analógico universal.

c) Seringa na válvula de inflação do balão, palpação digital em região

traqueal e medidor de cuff analógico universal.

d) Palpação digital em região laríngea.

7) A pressão do cuff é transmitida de forma direta para a mucosa. Diante

de seus conhecimentos sobre a temática, assinale a alternativa

correspondente ao nível de pressão intracuff adequada:

a) 10 a 15 mmHg.

b) 15 a 20 mmHg.

c) 18 a 25 mmHg.

d) 25 a 30 mmHg.

8) De acordo com o Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica é

recomendado à mensuração da pressão de cuff a ser realizada:

a) Uma vez ao dia

b) Duas vezes ao dia

c) Três vezes ao dia

d) Quatro vezes ao dia

9) Dentre as complicações relacionadas a padrões inadequados da

pressão de cuff, pode-se citar:

a) Broncoaspiração e lesão da laringe.

60

b) PAV, broncoaspiração e lesão da traqueia.

c) Edema Pulmonar, PAV, broncoaspiração.

d) SARA, necrose tecidual e PAV.

10) Dentro de uma UTI e em Unidades de Atendimento em Urgência e

Emergência, é comum encontrar pacientes submetidos à ventilação

mecânica invasiva, tendo como principal objetivo manter a ventilação

pulmonar adequada através de uma prótese artificial. Estes tipos de

próteses possuem na sua parte distal um balonete, denominado “cuff”.

Sobre a função do cuff, assinale a alternativa CORRETA:

a) Permite fixar o dispositivo na laringe, selar a via aérea evitando o

escape de ar, mantendo uma ventilação adequada e diminuindo a

incidência de broncoaspiração.

b) Permite fixar o dispositivo na traqueia, selar a via aérea reduzindo o

escape de ar, mantendo uma ventilação adequada e diminuindo a

incidência de broncoaspiração.

c) Permite fixar o dispositivo na traqueia, selar a via aérea evitando o

escape de ar, mantendo uma ventilação adequada e diminuindo a

incidência de broncoaspiração.

d) Permite fixar o dispositivo na laringe, selar a via aérea reduzindo o

escape de ar, mantendo uma ventilação adequada e diminuindo a

incidência de broncoaspiração.

11) Considerando os aspectos do paciente crítico em uso de ventilação

mecânica invasiva com restrição plena ao leito hospitalar sob cuidado

integral de enfermagem, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Elevações da cabeceira do leito podem produzir alterações da pressão

intracuff.

b) A diminuição da angulação da cabeceira do leito quando comparado ao

seu aumento, produz maiores alterações nos níveis da pressão intracuff.

c) Após a mobilização, manipulação, mudança da posição corporal do

paciente a pressão intracuff deve ser sempre verificada.

61

d) Mover paciente sob ventilação mecânica da posição semi-fowler para a

posição de decúbito lateral, pode resultar em variações significativas da

pressão intracuff.

62

APÊNDICE B – CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE

CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DE PESQUISA

Você está sendo convidada (o) a participar da pesquisa intitulada

“Analise das pressões intracuff na perspectiva dos profissionais de

enfermagem: uma abordagem quantitativa”. O objetivo deste estudo será

avaliar o conhecimento de profissionais de enfermagem dos setores de

urgência e emergência e unidade de terapia intensiva, diante da pressão

intracuff. Para tanto, será aplicado um questionário estruturado contendo

registro de identificação do participante (idade, sexo e categoria profissional),

tempo de atuação na área e conhecimentos dos aspectos referentes à temática

da pesquisa. Esta pesquisa não lhe trará nenhum risco, sendo sua execução

de extrema importância para identificar as lacunas do conhecimento referente

ao tema a ser abordado junto às habilidades envolvidas para com o mesmo, a

fim de despertar a conscientização profissional perante a necessidade da

equipe de enfermagem em se aperfeiçoar e se capacitar, minimizando assim,

erros cometidos diante dos níveis inadequados das pressões intracuff.

Faça a leitura atenciosa desta carta e das instruções oferecidas pela

Equipe e/ou pesquisador e, caso concorde com os termos e condições

apresentadas, uma vez que os dados obtidos serão utilizados para pesquisa e

ensino (respeitando sempre sua identidade), você ou seu representante legal

deve assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e esta Carta de

Informação ao Participante da Pesquisa, ressaltando que você tem total

liberdade para solicitar sua exclusão da pesquisa a qualquer momento, sem

ônus ou prejuízo algum.

Por estarem entendidos, assinam o presente termo.

Lins, ............. de .................................................... de 2017.

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

63

.....................................................................

Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges

Endereço: Rua Dom Pedro II, 640 – Centro – Getulina-SP – CEP: 16450-000

Telefone: (14) 99640-0795

64

APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(T.C.L.E)

Eu..............................................................................................................,

portador do RG n°............................................................., atualmente com

............. anos, residindo na ..................................................................................,

após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA

PESQUISA, devidamente explicada pela equipe de pesquisadores, Paulo

Fernando Barcelos Borges, Felipe de Souza Tiago, Lucinéia Duarte Alves e

Tatiana Antevere, apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO em participar da pesquisa proposta, e concordo com os

procedimentos a serem realizados para alcançar os objetivos da pesquisa.

Concordo também com o uso científico e didático dos dados,

preservando a minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou

ciente de que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial

guardada por força do sigilo profissional e que a qualquer momento, posso

solicitar a minha exclusão da pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ............. de ......................................... de 2017.

............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

.....................................................................

Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges

Endereço: Rua Dom Pedro II, 640 – Centro – Getulina-SP – CEP: 16450-000

Telefone: (14) 99640-0795

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ANEXOS

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