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ANÁLISE DAS PRÁTICAS GERENCIAIS QUE CRIAM O AMBIENTE PROPÍCIO À INOVAÇÃO NAS EMPRESAS Joana Silva Mendes Luciana Chen Zhang Rio de Janeiro Setembro de 2017 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc.

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ANÁLISE DAS PRÁTICAS GERENCIAIS QUE CRIAM O

AMBIENTE PROPÍCIO À INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

Joana Silva Mendes

Luciana Chen Zhang

Rio de Janeiro

Setembro de 2017

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D.

Sc.

Mendes, Joana Silva

Zhang, Luciana Chen

Análise das Práticas Gerenciais que Criam o Ambiente Propício à

Inovação nas Empresas / Joana Silva Mendes e Luciana Chen Zhang –

Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2017.

VI, 91 p.: il.; 29,7 cm

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 61-67.

1. Inovação. 2. Cultura e Práticas. 3. Estudo de Caso.

I. Ferruccio, Maria Alice II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia de Produção. III. Análise das

Práticas Gerenciais que Criam o Ambiente Propício à Inovação nas

Empresas

Agradecimentos

Agradecemos aos professores da Escola Politécnica, que participaram da nossa

formação e contribuíram para o nosso crescimento e desenvolvimento.

Agradecemos à nossa orientadora, Maria Alice Ferruccio, que acolheu a nossa ideia para

este Projeto de Graduação e ajudou a concretizá-la. Foi também quem nos ajudou em vários

momentos do curso.

Agradecemos ao João Barcellos e aos funcionários da empresa Mundipagg, que nos

apoiaram para a realização desse projeto.

Eu, Luciana, gostaria de agradecer especialmente à minha família, pelo suporte,

compreensão e por terem investido e acreditado em mim. Agradeço aos meus amigos, que me

apoiaram.

Eu, Joana, gostaria de agradecer especialmente aos meus pais e meus irmãos pelo apoio

incondicional. Agradeço também a família e amigos pela paciência, compreensão e

companheirismo.

Por fim, agradecemos a todos que de alguma maneira contribuíram para a conclusão

desse projeto de graduação.

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

ANÁLISE DAS PRÁTICAS GERENCIAIS QUE CRIAM O AMBIENTE PROPÍCIO À

INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

Joana Silva Mendes

Luciana Chen Zhang

Setembro/2017

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Curso: Engenharia de Produção

A inovação se tornou um tema estratégico crítico no campo da administração, em um esforço

das organizações de assegurar sua posição de longo prazo no mercado e mitigar o impacto de

riscos do ambiente competitivo. O presente trabalho se propõe a discutir as práticas gerenciais

características de organizações inovadoras, a maneira como tais decisões se relacionam com a

inovação e ainda elaborar e testar m questionário piloto a fim de encontrar uma maneira de

identificar nas empresas se elas possuem um ambiente propicio a inovação. Diversas

perspectivas a respeito da definição de inovação foram apresentadas, e enfatizou-se a atual

importância da inovação para uma empresa. O perfil de uma empresa inovadora foi definido

por meio do estabelecimento de práticas gerenciais que conduzam à inovação, divididas em

cinco categorias: liderança e gestão de pessoas, mercado e estratégia, estrutura organizacional,

gestão de tecnologia e gestão de parcerias. Por fim, foi conduzida a elaboração e aplicação de

um questionário piloto com o objetivo de analisar se este poderia ser um meio de identificar se

empresas possuem um ambiente propício à inovação. Esse questionário foi elaborado a partir

das categorias estudadas e identificadas na fundamentação teórica. A consistência interna do

questionário piloto foi avaliada e confirmada pelo método Alfa de Cronbach.

Palavras-chave: Inovação, Práticas Gerenciais, Empresa Inovadora, Questionário piloto, Alfa

de Cronbach

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Production Engineer.

Joana Silva Mendes

Luciana Chen Zhang

September/2017

Advisor: Maria Alice Ferruccio da Rocha

Course: Production Engineering

Innovation has become a critical theme of strategy in the field of management, in accordance

with organizations’ effort to consolidate their position in the long term and mitigate the impact

of risks belonging to the competitive environment. The present work proposes to discuss

management practices characteristic of innovative organizations, the way such decisions relate

to innovation and also to create and test a pilot questionnaire to find a way to identify in

companies if they have an environment conducive to innovation. A wide range of perspectives

concerning the definition of innovation was presented, and the current importance of innovation

to a company was emphasized. The profile of an innovative company was suggested through

the establishment of management practices conducive to innovation, which were divided into

five categories: leadership and people management, market and strategy, organizational

structure, technology management and partnership management. Finally, a pilot questionnaire

was developed and applied in order to analyze if this could be a way to identify if companies

have an environment conducive to innovation. This questionnaire was elaborated from the

categories studied and identified in the theoretical basis. The internal consistency of the pilot

questionnaire was evaluated and confirmed by Cronbach’s Alpha method.

Keywords: Innovation, Management Practices, Innovative Organization, Pilot Survey,

Cronbach’s Alpha.

LISTA DE SIGLAS

B2B: Business to Business

Finep: Financiadora de Estudos e Projetos

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento

PCA: Principal Components Analysis

SPSS: Statistical Package for the Social Sciences

TEMAGUIDE: Technology Management Guide

Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 10

2 INOVAÇÃO ...................................................................................................................................... 12

2.1 DEFINIÇÃO ................................................................................................................... 12

2.2 AS FONTES DE INOVAÇÃO ....................................................................................... 15

2.3 POR QUE INOVAR ....................................................................................................... 16

2.4 A EMPRESA INOVADORA ......................................................................................... 17

3 CULTURA E PRÁTICAS ............................................................................................................... 20

3.1 EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO ................................................................. 20

3.2 CULTURA ...................................................................................................................... 21

3.3 PRÁTICAS GERENCIAIS ............................................................................................ 22

3.3.1 Gestão de Pessoas ................................................................................................................. 23

3.3.2 Mercado e Estratégia ............................................................................................................ 29

3.3.3 Estrutura Organizacional ...................................................................................................... 32

3.3.4 Gestão de Tecnologia ........................................................................................................... 36

3.3.5 Gestão de Parcerias ............................................................................................................ 41

4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................................................ 45

4.1 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................ 45

4.2 A ESCOLHA DA EMPRESA ........................................................................................ 46

4.3. A MUNDIPAGG ........................................................................................................... 46

4.4. O QUESTIONÁRIO PILOTO ....................................................................................... 48

4.4.1 Questionário ........................................................................................................................ 48

4.4.2 Cálculo da Escala Likert .................................................................................................... 49

4.5. APLICAÇÃO DO PILOTO ........................................................................................... 49

4.5.1 Caracterização da Amostra ............................................................................................... 50

4.6 VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO PILOTO ............................................................ 50

4.6.1 Teste alfa de Cronbach ...................................................................................................... 50

4.6.2 Software SPSS...................................................................................................................... 51

4.7. RESULTADOS ............................................................................................................. 51

4.8 COMENTÁRIOS RESPOSTAS QUESTIONÁRIO ...................................................... 51

4.8.1 Avaliação do quesito Gestão de Pessoas e Liderança ...................................................... 52

4.8.2 Avaliação do quesito Mercado e Estratégia ..................................................................... 53

4.8.3 Avaliação do quesito Estrutura Organizacional .............................................................. 55

4.8.4 Avaliação do quesito Gestão de Parcerias ........................................................................ 56

4.8.5 Avaliação do quesito Gestão de Tecnologia ..................................................................... 57

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 61

APÊNDICE ........................................................................................................................................... 68

APÊNDICE A – Elaboração Questionário Piloto ................................................................. 68

APÊNDICE B – Questionário Piloto .................................................................................... 71

APÊNDICE C - Inserção das Respostas no SPSS ................................................................ 74

APÊNDICE D – Caracterização das Variáveis (Perguntas) ................................................. 75

APÊNDICE E – Resultados do Teste de Alfa de Cronbach ................................................. 76

APÊNDICE F – Resultados do Questionário ....................................................................... 88

10

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa teve como objetivo geral identificar as práticas gerenciais que colaboram

para a criação de um ambiente que seja adequado e incentive a inovação, e elaborar e testar um

questionário piloto capaz de identificar a presença ou não dessas práticas em organizações. Os

objetivos específicos incluem definir o conceito de inovação sob diversos pontos de vista,

explicar brevemente a importância da inovação, elucidar o perfil de uma empresa inovadora ao

destacar as suas características. As práticas gerenciais, que incluem as escolhas culturais e

estruturais da empresa e as parcerias realizadas, foram discriminadas e poderão servir como

referência para empresas que queiram gerar o ambiente adequado à inovação.

Nas últimas duas décadas, há cada vez mais competição no mercado, consequência do

aumento de opções para o consumidor, do nível de incerteza em relação ao futuro e da maior

exigência por parte do cliente. Dessa forma, para diminuir os riscos, sustentar-se no longo prazo

e garantir a sua posição no mercado, as empresas têm buscado inovar. Para buscar vantagem

competitiva, as organizações não se limitam às inovações tecnológicas em produto, pois

entende-se que é também possível inovar em processo e criar um ambiente organizacional

favorável à geração de inovação (PORTER, 1990).

A inovação é um processo que envolve toda a organização e implica em uma série de

componentes integrados. Ela pode ser buscada por decisões que extrapolam o âmbito de

Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Foi feita pesquisa bibliográfica para levantamento do Estado da Arte sobre inovação em

livros, artigos, revistas e manuais. Para o Estudo de Caso, selecionou-se uma empresa

considerada inovadora, coletaram-se dados por meio de questionário e realizou-se uma análise

dos dados.

Não foram aprofundados os aspectos quantitativos medidores de inovação e não foi

considerada a diferenciação no tamanho da empresa.

Como contribuição, realizou-se um piloto de um questionário de práticas gerenciais

relacionadas à inovação nas empresas.

A pesquisa é apresentada em três capítulos. Os dois primeiros capítulos descrevem a

fundamentação teórica que embasa o estudo de caso.

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O capítulo um define o conceito de inovação, as fontes de inovação, a sua importância

e mostra as características gerais de uma empresa inovadora.

No capítulo dois, inicialmente, são abordados conceitos como a cultura organizacional

e empreendedorismo corporativo. Depois, são descritas as práticas gerenciais que influenciam

na geração do ambiente propício à inovação. Estas práticas foram divididas em cinco categorias:

gestão de pessoas e liderança, mercado e estratégia, estrutura organizacional, gestão de

tecnologia e gestão de parcerias.

No capítulo três, foi realizado um estudo de caso na Mundipagg, empresa que tem como

missão revolucionar o mercado de meios de pagamento.

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2 INOVAÇÃO

2.1 DEFINIÇÃO

A palavra inovação tem sua origem no latim e é derivada dos termos innovo e are, que

juntos significam “fazer algo novo”. Um dos primeiros autores a abordar a inovação foi

Schumpeter. Para ele, as transformações inventivas experimentadas sazonalmente são

classificadas em inovações radicais ou incrementais. As radicais provocam grandes mudanças

em âmbito estrutural ou mesmo revolucionário, enquanto as incrementais promovem mudanças

fluidas, de forma contínua, sem rupturas traumáticas (FERNANDES et al., 2015). De acordo

com Schumpeter (1988 apud SANTOS; FAZION; MEROE, 2011, p.2), a inovação se

diferencia de invenção:

Uma invenção é uma ideia, esboço ou modelo para um novo ou melhorado artefato,

produto, processo ou sistema. Uma inovação, no sentido econômico somente é

completa quando há uma transação comercial envolvendo uma invenção e assim

gerando riqueza.

Como disse Thomas A. Edison, não há sentido em inventar, se não irá vender. As vendas

são a prova da utilidade e, consequentemente, do sucesso (TIDD; BESSANT, 2015).

A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter (1982) diz que a inovação

provém dos seguintes casos:

i) Introdução de um novo produto;

ii) Introdução de um novo método de produção;

iii) Abertura de um novo mercado;

iv) Conquista de uma nova fonte de matéria-prima e insumos;

v) Criação de novas estruturas de mercado em uma indústria.

Segundo Schumpeter (1988 apud PEGORANO; SILVÉRIO, 2010), o processo de

inovação seria dividido em três fases: a invenção, a inovação (exploração comercial da

invenção) e a difusão (propagação do novo produto pelo mercado). Schumpeter (1942 apud

Torres, 2012) também afirma que no caso da “destruição criadora” a criação de uma nova

tecnologia levava à destruição da velha tecnologia, e que esse processo é orientado pela busca

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de novas fontes de lucratividade. Isso não ocorre bruscamente, visto que os produtos ou

métodos de produção antigos coexistem com os novos até que ocorra a completa substituição

ou que haja um reajuste da participação relativa de cada um.

Por meio dos cinco casos mencionados acima, o empresário pode oferecer novos

produtos com melhor qualidade ou custos reduzidos, o que pode permitir que ele consiga obter

lucros na empresa em comparação às outras. A inovação é vista como o motor do

desenvolvimento econômico. Entretanto, quando o inovador é imitado por outros empresários,

ocorre a difusão do novo produto e os lucros são diluídos entre os concorrentes, alcançando-se

um novo ponto de equilíbrio, até que um novo ciclo comece com a introdução de novas

inovações. Schumpeter (1988 apud PEGORANO; SILVÉRIO, 2010) defendia que os

empresários fariam uso da inovação tecnológica a fim de obter vantagem competitiva.

Michael Porter (1990) também enxergava as ações inovadoras como um meio para se

obter vantagem competitiva. Para ele, as empresas abordam a inovação em seu sentido mais

amplo, incluindo não só as novas tecnologias, como também novas maneiras de fazer as coisas.

Peter Drucker compartilhava com Schumpeter a importância do agente inovador.

Conforme Drucker (1985, p. 19): ‘’Inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o

meio pelo qual exploram as mudanças como oportunidades para um negócio ou serviço

diferente. Pode ser considerada uma disciplina, pode ser aprendida e praticada”.

Em sua obra, Drucker (1985) também trata a inovação como algo que deve estar

presente de forma sistêmica. Os funcionários das organizações precisam buscar constantemente

a inovação, aproveitando as oportunidades e as explorando. Dessa forma, através de um

constante exame do ambiente, o empreendedor busca oportunidades, ao invés de esperar

ocorrências do acaso. Ele sustenta a ideia de que os empreendedores terão a necessidade de

aprender a praticar a inovação sistemática. Esta consiste “na busca deliberada e organizada de

mudanças, e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para

a inovação econômica ou social” (DRUCKER, 1986, p. 39-45 apud BARBIERI, 2004).

Tendo em vista a grande flutuação da configuração das cadeias de valor, a inovação não

se refere apenas a produtos e serviços, mas também ao modelo de negócios (CHESBROUGH

2006). O Manual de Oslo reafirma isso na medida que considera a inovação além dos resultados

de P&D. O Manual de Oslo é um manual com diretrizes para a coleta de dados relacionados ao

processo geral de inovação, a implementação de mudanças significativas na empresa, os fatores

que influenciam as atividades de inovação e os seus resultados. Apesar da inovação ser possível

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em qualquer setor da economia, ele é focado para as inovações de empresas comerciais, o que

inclui a indústria de transformação, indústrias primárias e o setor de serviços (FINEP, 1997).

O Manual de Oslo define que, além das inovações tecnológicas de produto e de

processo, existem as inovações organizacionais e de marketing, totalizando então quatro tipos

de inovação. Estas duas últimas tornam a análise mais completa para apreender as mudanças

que interferem no desempenho da empresa e colaboram para o acúmulo de conhecimento.

Como também sugerido por Tidd, Bessant e Pavitt (2005), a inovação é um processo-chave

cuja preocupação é renovar, em termos de produtos e/ou serviços, o que a organização oferece

e como ela as gera e entrega (FINEP, 1997).

Conforme o Manual, as inovações de produto correspondem a mudanças significativas

nas potencialidades dos produtos. Incluem-se bens e serviços completamente novos e melhorias

importantes em produtos existentes. Inovações de processo referem-se a mudanças

significativas nos métodos de produção e de distribuição. As inovações organizacionais

envolvem novos métodos organizacionais, tais como mudanças na organização do local de

trabalho, nas práticas de negócios e nas relações externas da empresa. Por último, as inovações

em marketing abrangem novos métodos de marketing, que incluem alterações no produto e na

embalagem, métodos de estabelecimento de preços, na promoção e colocação do produto

(FINEP, 1997).

Além disso, o Manual considera que a inovação não precisa ser desenvolvida pela

própria empresa, pois pelo processo de difusão pode ser obtida de outras empresas ou

instituições (FINEP, 1997).

Segundo Chesbrough (2006), para acompanhar a dinâmica de mercado, as empresas

adotam práticas gerenciais para torná-las aptas a competir neste ambiente de mudanças. As

empresas passaram a firmar parcerias, estimular a inovação entre os seus colaboradores e

descentralizar as estruturas.

Por meio dessas definições, verifica-se que além das inovações tecnológicas, há as

inovações organizacionais. Estas, apesar de vistas como menos óbvias quando se pensa em

inovação, devem estar integradas às da esfera tecnológica. As inovações organizacionais

representam as novidades que influenciam nos processos administrativos, na tomada de

decisões, na alocação de recursos, nas atribuições de responsabilidades, nos relacionamentos

entre as pessoas e com outras organizações, nos sistemas de recompensas e punições, e também

de outros elementos relacionados à gestão da organização (BARBIERI; ÁLVARES, 2003).

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2.2 AS FONTES DE INOVAÇÃO

Em relação à inovação sistemática, Drucker (1985) identificou que sua origem pode vir

de sete fontes, que são divididas entre dois grupos. O primeiro grupo refere-se a fontes internas

de oportunidades inovadoras na empresa e inclui as seguintes:

- O inesperado: o sucesso, o fracasso e o evento inesperados;

- A incongruência: a diferença entre a realidade como ela é de fato, e a realidade

presumida ou como “deveria ser”. Pode ser vista nas visões diferentes do empreendedor e do

cliente em relação a determinado produto. É feita uma comparação entre o que a empresa

oferece e os valores, necessidades e desejos dos clientes.

- A inovação baseada na necessidade de processo: o empreendedor deve estar atento às

possibilidades de inovar em processos, que muitas vezes passam despercebidas.

- Mudanças na estrutura do setor industrial ou na estrutura do mercado: apesar das

estruturas de um determinado setor industrial ou mercado durarem muitos anos, elas não são

imutáveis.

Enquanto isso, as três fontes externas para oportunidades inovadoras, que ocorrem

independentemente da empresa, são:

- Mudanças demográficas: são as mudanças que ocorrem no tamanho da população, na

estrutura etária, na estrutura de emprego, na renda, na educação, etc. Todos esses fatores

influenciam no que as pessoas vão comprar.

- Mudanças de disposição, percepção e significado: são resultantes de experiências

existenciais dos indivíduos

- Conhecimento novo: pode ser científico ou não científico. Engloba as inovações com

tempo de espera longo, uma vez que para o conhecimento se tornar tecnologia acessível e

começar a ser aceito no mercado demora em média cerca de 25 a 30 anos.

Segundo Drucker (1985), essas sete fontes de oportunidades não devem ser analisadas

separadamente e devem ainda serem tratadas com o mesmo peso, pois todos esses fatores tem

igual importância no processo inovador, já que a oportunidade pode surgir tanto interna como

externamente.

16

2.3 POR QUE INOVAR

A inovação é importante não só do ponto de vista do negócio da empresa, como também

do crescimento econômico do país. Para o economista William Baumol, desde o século XVIII,

praticamente todo o crescimento econômico se deve à inovação (TIDD; BESSANT, 2015).

As empresas inovam para melhorar o seu desempenho seja, por exemplo, pelo aumento

da demanda, seja pela redução de custos. Nas inovações de processo, a empresa pode aumentar

a produtividade e, consequentemente, obter uma vantagem de custo em relação aos seus

competidores. Com isso, a margem sobre custos da firma é maior para o preço de mercado ou,

dependendo da elasticidade da demanda, podem ser combinados preço menor e margem sobre

custos maior para conquistar maior fatia de mercado e aumentar os lucros. Nos casos de

inovação de produto, a introdução de um novo produto ou a diferenciação podem atribuir

vantagem competitiva à empresa, o que confere a possibilidade de maior demanda, por meio da

obtenção de novos mercados e influência sobre a demanda de produtos existentes. Mudanças

nos métodos e práticas organizacionais podem aumentar a eficiência e a qualidade das

operações (FINEP, 1997).

Há várias pesquisas que sugerem uma correlação entre novos produtos e o desempenho

do mercado. Essas pesquisas indicam que novos produtos colaboram para que a empresa

conquiste e mantenha fatias de mercado, o que aumenta a sua lucratividade. Quando o produto

já é mais maduro e estabelecido, para aumentar as vendas, não se trata apenas de oferecer preços

baixos, mas também de oferecer um produto de qualidade, com um design diferenciado ou um

produto customizado, por exemplo (TIDD; BESSANT, 2015).

Como estudos indicam, caso uma empresa não acompanhe as mudanças de mercado e

não tenha a inovação como uma prática constante, uma inovação radical gerada por outra

empresa redefinirá as regras técnicas e econômicas do jogo, podendo tirar do mercado essa

empresa que não se preocupou com isso. Enquanto isso, empresas que estavam atentas à essa

mudança poderão se destacar nessa indústria em particular (TIDD; BESSANT; PAVITT,

2005).

A inovação é uma forma poderosa de garantir vantagem competitiva, mas é também um

processo arriscado e incerto. Entretanto, em um mercado turbulento e que está em constante

mudança, não inovar é pôr em risco as chances de sobrevivência da empresa (TIDD;

BESSANT; PAVITT, 2005)

17

2.4 A EMPRESA INOVADORA

Uma empresa inovadora pode ser considerada como a organização que é capaz de

eliminar a burocracia, estruturas mecânicas, a dificuldade de comunicação, a verticalização e

alguns outros fatores que impedem a criatividade. No entanto, nem toda empresa funciona em

ambientes orgânicos e mais informais. O desafio consiste em achar o ponto ótimo, aquele em

que as contingências operacionais e culturais são atendidas para criar um ambiente propício à

inovação (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Tidd, Bressant e Pavitt (2005) definem o que seria uma empresa considerada inovadora

e quais são seus componentes que suportam a inovação.

O primeiro deles, “Visão compartilhada, liderança e intenção de inovar”, diz que a

empresa inovadora procura sempre novas ideias e oportunidades. Para muitas empresas, e até

mesmo as consideradas inovadoras, em algum ponto, essa escolha de seguir novos caminhos

surge por causa de alguma ameaça externa. A empresa inovadora entende que as principais

competências, que no presente são suas forças, podem também bloquear a geração de novas

ideias, por já ter uma ideia fixa de excelência; assim, buscam-se maneiras com que os

funcionários tenham espaço para inovar dentro da empresa. Além disso, entende-se que

organizações inovadoras assumem riscos: inovações são incertas e podem envolver fracassos.

Portanto, é preciso aceitar os erros e entender que é uma oportunidade de aprendizagem e

desenvolvimento. Nem sempre esses processos serão criados e conduzidos pela gerência: a

figura de um líder é importante e está associada à criação de um ambiente propício à inovação,

processo este que depende da sinergia de toda a companhia.

O segundo quesito, “estrutura apropriada” defende que, para suportar a inovação, a

empresa deve possuir um contexto organizacional favorável e isso é representado, em grande

parte, pela sua estrutura organizacional. É preciso que esta esteja apta a ter um rápido fluxo de

informação e ser mais flexível para responder com mais velocidade ao ambiente incerto em que

geralmente opera. Além do contexto da inovação ser muitas vezes incerto e desconhecido, está

em constante mudança e requer insights sobre o que tem acontecido no setor. Dessa forma, é

necessária uma estrutura mais orgânica, que será discutida em mais detalhes a frente neste

trabalho.

É importante ressaltar que uma organização altamente orgânica, assim como uma

organização altamente mecanicista – termo oposto ao primeiro -, pode não ser adequada à

18

inovação. É preciso encontrar o equilíbrio de acordo com o tipo de negócio, a maturidade da

indústria e os aspectos internos da organização.

O terceiro componente, segundo Tidd, Bressant e Pavitt (2005), presente em empresas

inovadoras é o indivíduo ou indivíduos-chave. Muitas vezes, ideias promissoras não são

projetadas e executadas, e uma maneira de mitigar esse fato é através desses indivíduos, que

são pessoas motivadas, que possuem bom conhecimento técnico e senso de liderança, dominam

a cadeia de valor e a estrutura do negócio, e tem a habilidade de motivar, engajar e inspirar os

funcionários. Ademais, os autores ressaltam outra característica: a influenciadora, capaz de

atrair stakeholders e investimentos para os projetos.

O quarto componente, define que as organizações inovadoras investem no treinamento

e desenvolvimento de seus funcionários. A justificativa para tal afirmação é que, para se fazer

bom uso de tecnologias e produzir produtos com excelente design e qualidade, é preciso que os

funcionários tenham expertise para tal. Além disso, esse componente é motivador, pois as

pessoas valorizam a aquisição de mais conhecimento e se sentem mais valorizadas por estarem

recebendo esse investimento, tendo a chance de crescer profissionalmente e assumir mais

responsabilidades.

O quinto componente, “Envolvimento em Inovação”, defende que a inovação deve estar

presente na empresa como um todo. É preciso que todas as áreas como P&D, TI, marketing,

estejam engajadas e alinhadas com o objetivo de inovar. Um alto envolvimento com inovação

pode resultar em mais inovações, pois quanto mais as pessoas se envolvem com mudanças,

mais elas ficam abertas e dispostas a mudar. Isso se torna ainda mais importante quando o

ambiente em questão tem um maior nível de incerteza.

Uma efetiva equipe de trabalho é também necessária para uma empresa inovadora. O

sexto componente ressalta a importância do trabalho em equipe com indivíduos preparados.

Estudos mostraram que as equipes tiveram maior desempenho em geração de ideias quando

comparadas com o trabalho de um único indivíduo e, portanto, o trabalho em equipe é elemento

importante para o sucesso de um projeto. Elas são cada vez mais associadas à superação de

fronteiras, pois são compostas de pessoas com diferentes expertises e visões. É importante

ressaltar que equipes são criadas e que raramente um determinado grupo se une por acaso. É

dever da empresa conseguir alocar seus recursos da melhor maneira possível, combinando suas

individualidades. Além disso, as equipes substituem o controle hierárquico, criando um

mecanismo capaz de alcançar uma estrutura organizacional ágil e flexível, melhorando também

o compartilhamento de conhecimentos e ideias.

19

O sétimo componente, segundo Tidd, Bressant e Pavitt (2005), clima criativo, sustenta

a ideia de que a organização deve reforçar as normas que conduzem a criatividade, pois

ambientes mais criativos são altamente associados à inovação. Os autores explicam que

modificar um ambiente envolve uma série de modificações estruturais e culturais na

organização, não sendo, portanto, tarefa fácil. Uma das maneiras de incentivar a inovação de

maneira mais imediatista é, por exemplo, aplicando um sistema de recompensas. Os indivíduos

com boas ideias conseguem dessa forma mais incentivos para progredir. É preciso então que a

empresa trabalhe constantemente na sua estrutura e aspectos não visíveis.

O oitavo componente, foco no Ambiente Externo, afirma que empresas inovadoras bem-

sucedidas estão sempre atentas ao ambiente externo. É necessário que a organização em todos

os seus níveis entenda a necessidade - e a pratique – de estar sempre com o pensamento

orientado a fatores externos, identificando as ameaças e as oportunidades, principalmente no

que permeia a consciência sobre os clientes

A comunicação extensiva, nono componente, diz que a comunicação deve ser

multidirecional e em todos os canais possíveis. Esse quesito se relaciona ao item anterior, pois

para o primeiro estar presente em toda a organização, a comunicação deve acontecer. Com uma

comunicação interna ruim, a inovação perde forças na empresa, pois podem ocorrer falhas em

diferentes elementos funcionais durante o processo de inovação.

Por último, os autores destacam que é necessário estar constantemente aprendendo, pois

o conhecimento é a base para competição no século XXI. É preciso criar comportamentos que

estejam sempre voltados para a solução de problemas e absorção de conhecimento, pois a

inovação é vista pelos autores como um ciclo de aprendizagem, envolvendo um processo de

experiência, reflexão e consolidação, visto que tudo vivenciado é absorvido e armazenado em

forma e conhecimento tácito para a organização.

Dessa forma, as organizações inovadoras são aquelas que conseguem identificar e

trabalhar as oportunidades internas de melhoria e estão atentas ao ambiente que as cerca, de

modo que conseguem aproveitar as oportunidades que surgem no caminho de forma ágil,

inclinadas e tolerantes ao risco de falha, procurando sempre o melhor desempenho

organizacional com o tempo.

20

3 CULTURA E PRÁTICAS

3.1 EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO

Pinchot (2004) definiu que empreendedor não é só o indivíduo que começa um novo

negócio ou uma nova empresa, mas também aquele que dentro de organizações já existentes

implementa novas ideias, cria novas soluções para os desafios encontrados e se responsabiliza

pelos riscos de suas decisões.

Pinchot III e Pellman (2004), em sua pesquisa, perceberam que as organizações, ao

desestimularem os funcionários a desenvolverem novas ideias para continuar na linha de

negócios da empresa, acabavam perdendo oportunidades de negócios ou colaboradores. Por

conseguinte, o empreendedorismo corporativo surgiu como forma de evitar esse efeito

negativo. No intraempreendedorismo, o lado empreendedor dos funcionários é incentivado para

agregar valor à organização por meio do desenvolvimento de novos projetos que estimulam a

inovação dentro da própria empresa.

Longenecker e Schoen (1975 apud NUNES 2006, p.2) definiram três componentes

imprescindíveis no empreendedorismo corporativo: inovação, autonomia e propensão a correr

riscos. O primeiro componente envolve a criação de produtos, processos, mercados, negócios

e mudanças estruturais na organização. O segundo, autonomia, sustenta que o indivíduo

empreendedor deverá ter a independência para tomar decisões e ações que julgar relevantes

para o negócio. Enquanto isso, o último componente afirma que o empreendedor deve estar

disposto a tomar e assumir riscos, pois inovações são criadas em ambientes com graus de

incerteza.

McCrimmon (1995 apud FESTA, 2013, p. 46) define que uma organização que deseja

praticar o intraempreendedorismo necessita de uma cultura organizacional que dê suporte a

ações empreendedoras, e não eleger indivíduos para guiarem projetos empreendedores. Para o

autor, os colaboradores com características necessárias ao intraempreendedorismo surgirão

naturalmente, a partir do momento que o ambiente organizacional em que eles estão inseridos

incentive e apoie essas ações.

Portanto, é preciso que a organização como um todo, inclusive em seus aspectos não-

visíveis, dê suporte à ação empreendedora, permitindo a seus funcionários a oportunidade de

intraempreenderem.

21

3.2 CULTURA

A Cultura Organizacional consiste no conjunto de padrões e pressupostos que governam

o comportamento dentro de uma organização, considerado válido e ensinado aos novos

membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir. A sua importância está em

proporcionar consistência para a empresa, atribuir ordem e estruturar as atividades internas da

firma, estabelecer os padrões de relacionamento entre as pessoas, definir as condições de

premiações e punições para a efetividade dos processos, além de determinar os critérios para

entrada e permanência dos membros na organização (TOMEI; RUSSO; ANTONACCIO,

2008).

A Cultura Organizacional pode ser analisada em três níveis diferentes. São eles:

Artefatos visíveis: referem-se ao ambiente (layout, arquitetura, maneira de vestir,

tecnologia), padrões visíveis ou audíveis do comportamento. Estão inclusas as histórias, mitos,

rituais e cerimônias corporativas. Podem ser facilmente notados, mas complicados de serem

interpretados.

Valores compartilhados: são os valores que governam o comportamento das pessoas e

que servem como justificativas aceitas por todos os membros. São geralmente idealizações ou

racionalizações. Para identificá-los, a observação direta costuma ser ineficaz sendo necessárias

entrevistas com membros-chave da organização ou análises de conteúdo de documentos

formais da empresa.

Suposições comuns ou Pressupostos inconscientes: representados pelas crenças

inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes que os membros

compartilham (SCHEIN,1986, apud PAIVA; SAMPAIO, 2003, p.6).

A cultura organizacional é capaz de provocar mudanças na estrutura, nas atividades e

procedimentos, na estratégia e até mesmo no comportamento dos membros da organização

(DAMANPOUR, SZABAT, AND EVAN, 1989 apud MACHADO, 2004, p.42). Dessa

maneira, uma empresa que busca inovar deve procurar alinhar também a sua cultura para este

fim. Porém, desenvolver um ambiente organizacional que favoreça a inovação não é trivial. É

necessário que os membros da organização adotem essa prática durante todo seu trabalho,

considerando-a como um dos valores da empresa, para assim encará-la como necessária para a

sobrevivência da mesma; em paralelo, também devem ser investidos esforços em recursos e

finanças (AHMED 1998, MACHADO et al, 2013, p. 167).

22

Hogan e Coote (2014 apud SCARPIN e MACHADO, 2017 p. 149), defendem que a

cultura organizacional é precursora da inovação e cria vantagem competitiva para as empresas.

Pinochot III e Pellman (2004), definem que a cultura, quando influenciadora direta no

processo de inovação, é chamada de cultura intraempreendedora. Para eles, cabe à alta gerência

criar um clima em que todos os colaboradores se sintam motivados a trocar e compartilhar

conhecimento, gerando novas ideias para aproveitamento da mesma.

Dessa forma, a cultura em todas as suas dimensões influencia diretamente na inovação.

Porém, como já elucidado, é necessário trabalhar não só nos valores e crenças, como também

nos artefatos visíveis.

3.3 PRÁTICAS GERENCIAIS

O contexto organizacional em que as inovações são criadas e implementadas exerce

forte influência no sucesso delas. Ao criar o conjunto certo de pré-condições, a gerência pode

projetar o contexto para a inovação, e não apenas o seu conteúdo (HAMEL, 2000). Apesar das

organizações serem bastante diferentes umas das outras, em todas as empresas, há alguns

fatores que influenciam e criam um ambiente menos ou mais propício à inovação. Esses

incluem, por exemplo, a estrutura da organização, o papel desempenhado pelos indivíduos-

chave, a disposição a assumir riscos, a tolerância ao erro como parte do processo de

aprendizado, o treinamento e desenvolvimento dos funcionários, a forma como o trabalho é

organizado (projetos, trabalho em equipe, etc), o envolvimento das pessoas com a inovação,

como a organização adquire e compartilha conhecimento (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Além desses fatores, Cunha (2005) adiciona também o relacionamento com os stakeholders

(clientes, fornecedores, colaboradores, etc) no processo de inovação e os sistemas de

remuneração, reconhecimento e recompensa.

Baseado nesses e em outros autores, que serão citados ao longo desses capítulos,

elencamos algumas práticas gerenciais que acreditamos serem influenciadoras para o processo

de inovação dentro das empresas. São eles: gestão de pessoas e liderança, mercado e estratégia,

estrutura organizacional, gestão da tecnologia e gestão de parcerias. Cada categoria será descrita

melhor neste capítulo.

Uma organização inovadora implica em um conjunto de componentes que trabalham

juntos para criar e reforçar o tipo de ambiente que propicia o desenvolvimento da inovação

23

(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005). Esses componentes – que são as práticas gerenciais

elencadas - serão descritos a seguir.

3.3.1 Gestão de Pessoas

Tidd, Bessant e Pavitt (2005), ao falar sobre o papel das pessoas em uma organização,

trazem a problemática que, mesmo que nos dias de hoje o discurso das organizações esteja

alinhado com a ideia de que as pessoas são o maior recurso e o elemento-chave da empresa,

ainda existe certo cinismo em relação ao assunto. Os autores afirmam que, tratando-se de

inovação, a gestão de pessoas e sua relevância na organização é de grande importância, pois

delas podem sair comportamentos criativos.

Outros autores também defendem esse ponto de vista. Chiavenato (2002), por exemplo,

define que as pessoas são os principais recursos de suas empresas, pois a tomada de decisões e

as ações praticadas são tomadas e realizadas por essas pessoas, por trás do nome da empresa.

Pestana et al (2003) também sustenta a ideia de que a gestão de pessoas é uma função-

chave para as organizações e delega uma série de competências que são essenciais para que

esse quesito dentro das empresas tenha eficácia, são elas:

- Gerir competências: identificar os indivíduos em suas particularidades e delegar

funções para tirar o melhor proveito das competências de cada;

- Gerir relações no ambiente de trabalho: ter um ambiente que estimule o trabalho e o

senso de equipe e união;

- Gerir conhecimento: estar sempre capacitando o funcionário;

- Gerir a atratividade: buscar bons funcionários e fazer com que as pessoas tenham

interesse em trabalhar na empresa;

Amabile (1988) associa a gestão de pessoas em seu estudo à inovação e à criatividade.

É possível uma empresa se tornar inovadora no momento em que todo o processo de

criatividade individual for considerado como elemento crucial no processo de inovação

organizacional. Para isso acontecer, é necessário gerir os indivíduos que compõem a empresa

de acordo com as suas capacidades.

Nesse momento, torna-se pertinente definir os termos criatividade e inovação, já que

são conceitos distintos. Criatividade é a construção de novas ideias e abordagens e a inovação

é o processo de suporte que põe em prática a realização dessas ideias (AMABILE, 1988).

24

Amabile (1988) defende que a inovação em uma organização é feita através da

criatividade como seu elemento básico. Assim, a pessoa que assume a liderança dentro da

organização deve sempre exercê-la visando aos objetivos da empresa e à inovação. Dessa

maneira, torna-se necessário estimular a criatividade dos funcionários. Kao (1998, apud Cunha,

2005), define algumas ações que estimulam a criatividade em uma organização:

- estrutura organizacional aberta e descentralizada;

- estimular atitudes de experimentação;

- divulgar casos de ideias bem sucedidos na empresa;

- aceitar que as pessoas errem desde que estejam empreendendo esforços para criar ou

lançar produtos e processos inovadores;

- explorar ao máximo a comunicação efetiva em todos os níveis;

- disponibilizar recursos para novas iniciativas;

- assegurar que novas ideias não sejam facilmente eliminadas;

- remover a burocracia do processo de alocação de recursos;

- prover apropriadas recompensas financeiras e não financeiras para iniciativas bem

sucedidas;

- assegurar uma cultura organizacional que suporte à tomada de risco e questionamento;

- minimizar a interferência administrativa;

- eliminar vigilâncias a avaliação;

- prazos flexíveis;

- delegar responsabilidades para iniciar novas responsabilidades;

Ao definir os sistemas de recompensa, muitas organizações focam em ver o

desempenho de tarefas repetidas ou a conformidade das atividades realizadas, em vez de

incentivar o desenvolvimento de novas ideias, de mudanças no que é e como é feito. Em

contrapartida, as organizações inovadoras tendem a recompensar e a estimular o

comportamento criativo (TIDD; BESSANT, 2015).

Para que haja uma mudança bem-sucedida na organização, o treinamento deve

ser visto como muito mais do que um investimento em desenvolver habilidades específicas. O

treinamento é uma forma de gerar um tipo de organização que entende as mudanças que estão

ocorrendo e que é capaz de gerenciar os processos comportamentais envolvidos na mudança

(TIDD; BRESSAN; PAVITT, 2005).

25

Com base nos resultados de vários estudos, argumenta-se que a habilidade de

uma organização em usar os equipamentos da melhor forma ou produzir produtos ou serviços

com design, qualidade ou performance diferenciados depende em grande parte do

conhecimento e das habilidades daqueles envolvidos na produção dessas inovações. Além

disso, o treinamento e desenvolvimento são motivadores, uma vez que as pessoas valorizam a

aquisição de novas habilidades como forma de desenvolvimento pessoal e se sentem mais

valorizadas como parte da organização (TIDD; BRESSAN; PAVITT, 2005).

Amabile (1988), ao fazer um estudo com 120 funcionários de diferentes hierarquias em

20 empresas, concluiu que alguns elementos do ambiente influenciam mais a inovação que

outros, alguns deles relacionados à Gestão de Pessoas e Liderança. São eles:

A. Liberdade

Liberdade é decidir o que fazer e como fazer para que a atividade seja realizada, cada

um ter controle sobre seu próprio trabalho e suas ideias. O mais importante tipo de liberdade é

a autonomia operacional, que é a de conduzir o próprio trabalho no dia-a-dia, em decidir como

atingir os objetivos ou missões de um projeto.

B. Bom gerente de projetos

Um gerente que serve como um bom modelo, é entusiasmado, tem boas habilidades de

comunicação, protege o time de projetos de distrações e interferências, combina as demandas

de acordo com as habilidades e os interesses dos subordinados, e determina um uma direção

clara.

C. Recursos suficientes

Acesso a recursos necessários, incluindo facilidades, equipamentos, informação, fundos

e pessoas.

D. Encorajamento

Incentivam-se novas ideias, criando uma atmosfera livre de avaliações ameaçadoras.

E. Características variadas na organização

Um mecanismo para considerar novas ideias, um clima corporativo marcado por

colaboração, ainda que além de níveis e divisões, uma atmosfera onde a inovação é priorizada

e o fracasso não é fatal.

F. Reconhecimento

Um senso geral de que o trabalho criativo irá receber feedback apropriado e

reconhecimento.

26

G. Tempo suficiente

Tempo para pensar criativamente sobre o problema, explorar diferentes perspectivas ao

invés de abordar a situação sempre da mesma maneira, mais conhecida.

H. Desafio

Um sentimento de desafio decorrente da natureza intrínseca do próprio problema ou de

sua importância para a organização (internalizado pelo indivíduo como um senso pessoal de

desafio).

I. Pressão

O senso de urgência que é internamente gerado da competição com outras organizações,

ou como um desejo geral de realizar algo importante.

O primeiro deles, Liberdade, foi o que obteve o maior número de respostas. Entendemos

que esse conceito se relaciona com todos os aspectos do trabalho: como, quando e onde. As

relações de trabalho estabelecidas pela sociedade tiveram ajustes ao longo dos anos,

acompanhando as mudanças que a sociedade da época vivia. O trabalhador da classe operária

do século XVIII, por exemplo, reivindicou e conseguiu uma carga de trabalho reduzida. Vemos

que hoje, com o aumento e importância da classe criativa do trabalho, estes também esperam

mudanças, e flexibilização na carga horaria de trabalho.

Hoje, graças ao avanço dos meios de comunicação e dos sistemas de integração, é

possível que o trabalho seja realizado em lugares além do ambiente corporativo; basta ter um

computador e uma rede disponível. Lacombe e Heilborn (2003 apud Cunha, 2005), dizem que

esses avanços possibilitaram que o trabalho fosse feito em casa ou no escritório próximo da

residência, mas longe da organização para qual se trabalha.

Empresas inovadoras, dessa maneira, podem então conseguir adotar a flexibilização do

trabalho, o que permite que o trabalhador mantenha um equilíbrio das atividades dentro e fora

da empresa. Isso proporciona a liberdade de ação para o funcionário, como a pesquisa mostrou

(AMABILE, 1988).

Como elucidado nos tópicos acima, a empresa deve também se atentar ao encorajamento

e ser condescendente com alguns níveis de erros. Os funcionários devem se sentir à vontade

para criar e trazer novas ideias, sem medo de serem repreendidos caso algo de errado, pois

assim terão mais chances de inovar.

27

3.3.1.1 Liderança

Segundo Farey (1993 apud MUNDIM, MUCHSLER, 2007, p. 16), os termos líder e

gerente são usados para definir o indivíduo que detém o papel de coordenador em uma

organização, que orienta as pessoas em suas atividades através de estratégias para o

cumprimento das metas. Em suas decisões, é levada em consideração a produtividade e o

indivíduo liderado, respeitando seus sentimentos e incentivando seu comportamento através de

suas competências e talentos, visando à inovação. Além disso, é importante que o líder tenha

grandes habilidades de comunicação e conhecimento sobre a empresa e o ambiente em que

atua, sobre seus stakeholders, já que ambientes inovadores são associados ao risco (BASS e

PETRULLO, 1961 apud MUNDIM, MUCHSLER, 2007, p. 17).

A pesquisa feita por Kubo (2001, p. 19), acerca do papel da liderança nas empresas,

demonstrou que, se conduzida da maneira correta, traz benefícios às organizações. Como dito

pelo autor:

Os desafios da liderança eficaz nunca se justificaram tanto como nesta época de

transformações profundas nas condições de negócio. Isto porque, ao líder caberá o

papel não somente de inserção da organização no contexto das mudanças, mas também,

sua atuação deverá ser de tal maneira decisiva, que contribuirá para a vitalidade e o

sucesso da sua organização.

Nas últimas décadas a economia tem se baseado na informação e conhecimento e o

ambiente organizacional vem a todo momento sofrendo intensas mudanças, fazendo com que

o capital humano ganhe cada vez mais importância dentro da organização (DAFIT E MARCIC,

2004, apud CUNHA,2005). Dessa maneira, o papel do gestor não é apenas de operação e

coordenação. Cabe a ele também o de líder, devido à sua abrangência e seu caráter de poder e

influência sobre seus subordinados na obtenção de metas (KUBO, 2001).

De acordo com West e Farr (1989), a inovação nas organizações também é afetada por

fatores organizacionais e de relacionamento com o gestor. Cummings e O’Connel (1978, apud

MUCELDILI, TURANC e ERDILB 2013 p.57) também acreditam que a liderança é um dos

fatores mais importantes para a inovação organizacional.

Em uma publicação da Harvard Business School (2002, apud BURKHARDT, 2016

p.166), é dito que uma das ações a serem tomadas pelas organizações a fim de trazer inovações

para suas empresas é encorajar as pessoas a assumirem riscos, ser aberto à experimentação; e,

28

caso algo dê errado, aprender com os erros, ser passível a estes. Wang e Ahmed (2004) também

acreditam que novas oportunidades devem ser exploradas e consideram que na organização

quem deve conduzir e assumir os riscos dessa ação é o líder. Fuur e Dyer (2014), defendem que

o líder não seja apenas o tomador de decisão, mas também seja um experimentador; e ao assumir

esse papel, acaba por engajar a equipe a fazer o mesmo, executando mais e planejando menos.

Outro autor, Hill (2014 apud Burkhardt, 2016, p.166), afirma que grupos mais inovadores

focam mais no processo de ação e execução, fazendo com que surjam ideias e soluções

diferentes de qualquer expectativa de planejamento.

Hill (2014 apud Burkhardt 2016, p.168) destaca a importância do líder ao adotar as

diferentes opiniões de seus funcionários, não reprimindo o fluxo de ideias e desencorajando as

diferenças. Considerando que cada colaborador tem sua individualidade e é bom em algo, cabe

a ele identificar, dar voz e combinar essas individualidades para criar um trabalho em conjunto.

Ele chama esse processo de genialidade coletiva. É preciso então que ele crie um ambiente

motivador onde as pessoas se sintam confortáveis para compartilhar suas ideias e as mesmas

sejam confrontadas de uma maneira estimulante, para despertar novas maneiras de pensamento.

Tidd, Bressan e Pavitt (2005) também defendem essas práticas, uma vez que consideram que

um dos papéis mais importantes do líder dentro da organização é criar esse clima adequado à

inovação.

Além disso, para Hunter (2004), cabe ao líder o dever de identificar as necessidades e

os sentimentos de seus funcionários e ajustar o trabalho de forma a atendê-los, criando aos

subordinados um ambiente mais harmonioso, estabelecendo uma direção e promovendo a

convergência de diferentes percepções, interesses e objetivos.

Segundo Heifetz (2000 apud Alonso, 2005, p. 1), outro papel que o líder assume é o

compartilhamento da visão de longo prazo. É comum em algumas organizações os gestores

deterem todo o conhecimento do direcionamento estratégico da empresa e os subordinados

ficarem encarregados das atividades operacionais. Porém, ele defende que é preciso

compartilhar e reforçar aos funcionários a visão da empresa de longo prazo e o quanto o trabalho

deles tem influência para alcance dos objetivos, sua importância na organização.

Verifica-se, portanto, que cabe à liderança encontrar a melhor maneira de coordenar o

trabalho de seus funcionários, respeitando suas individualidades e os guiando para os objetivos

estratégicos da empresa. Esse indivíduo deve ser dotado de boas habilidades de comunicação

para conseguir obter um ambiente de compartilhamento de ideias, aberto e criativo, de forma a

encontrar em conjunto soluções inovadoras para sobrevivência da organização.

29

3.3.2 Mercado e Estratégia

Com a expansão da tecnologia e informação, as transformações nos critérios e objetivos

de eficiência e eficácia de uma empresa têm mudado. Além disso, existe uma crescente

demanda do mercado consumidor por produtos e serviços que tenham maior valor agregado, o

que leva as organizações a crescentes expansões de seus horizontes, numa tentativa de se

diferenciar e sobreviver no mercado. Drucker (1985) e sua teoria sobre a inovação sistêmica

defende que mais importante do que executar bem as tarefas é fazer as coisas certas. Porém,

com o dinamismo encontrado hoje no mercado, torna-se difícil decidir quais ações tomar para

ter boa performance. Essas decisões compõem a estratégia da empresa.

A palavra estratégia surgiu para descrever assuntos relacionados ao estabelecimento de

objetivos, tomadas de decisão para direcionamento e desenvolvimento e implementação de

planos. Várias definições continuam surgindo ao longo dos anos, e procuram redefinir o termo.

Muita dessa procura e evolução, deve-se ao fato já citado de que as empresas estão com

exigências cada vez maiores em decorrência de um mercado cada vez mais competitivo

(DRUCKER, 1985).

Para as empresas inovadoras, a definição de metas tem um tempo relativo. Essas

organizações estão constantemente mudando, de forma que definir objetivos no longo prazo

pode não ser tão eficaz, já que o futuro pode ser incerto. Sendo assim, é preciso com que se

tornem empresas competitivas, como explicam Haguenauer, Ferraz e Kupfer (1996). Os atores

também definem a competitividade como “capacidade de a empresa formular e implementar

estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma

posição sustentável no mercado”.

Porter (1990), elege fatores relacionados à competitividade das empresas, indicando

cinco forças atuantes no ambiente, que determinam a dinâmica no mercado. São elas: poder de

barganha dos clientes, poder de barganha de fornecedores, ameaça de novos entrantes, ameaças

de produtos substitutos e a rivalidade entre os concorrentes. A primeira delas, poder de barganha

dos clientes, é relacionada ao poder de decisão dos compradores dobre os atributos do produto,

principalmente em relação ao preço e a qualidade, quando situações como grande volume,

padronização de produtos, margem pequena de lucro do setor, entre outros. A segunda, poder

de barganha dos fornecedores, pode acontecer no fornecimento de insumos e serviços a

empresa, e tem poder quando os produtos oferecidos são exclusivos o caros para produzir, o

setor é dominado por poucas empresas fornecedoras, entre outros. A terceira força, ameaça de

novos entrantes, define que além de monitorar as atividades de novos concorrentes, é necessário

30

também observar a ameaça de novos entrantes, que depende das barreiras contra a entrada

destes no mercado, como economias de escala, acesso ao capital necessário e aos canais de

distribuição. A penúltimo força, ameaça de produtos substitutos se refere a produtos diferentes

mas que podem exercer a mesma finalidade. E a última força, rivalidade entre concorrentes,

considera-se a atividade e agressividade dos concorrentes diretos, o seja, produzem o mesmo

porto e atam no mesmo mercado.

O autor define que o desempenho competitivo é identificado por meio dessas forças

estruturais do mercado, que são influenciadas pela indústria; sendo assim, a estrutura determina

os parâmetros dentro dos quais os movimentos competitivos são feitos. Porém, não é apenas a

estrutura que determinara o que acontecerá em um mercado. Dentro desse cenário, que envolve

todos os stakeholders, cabe à gerência criar um contexto ambiental onde os recursos e

competências da organização, de maneira planejada, consigam criar vantagem competitiva.

Entende-se, dessa maneira, a importância de análise interna e externa (PORTER, 1990).

Apesar de sua grande contribuição no contexto de estratégia, Porter (1990) a explora

mais sobre a ótica da estrutura de mercado e da indústria. Há autores com definições mais

abrangentes, dando enfoque a outras abordagens. Mintzberg (2001 apud CUNHA, 2005 p. 33),

por exemplo, ressalta que a estratégia necessita ser estudada e elaborada de acordo com muitos

aspectos; e assim, propõe cinco definições de estratégia, os “5P”: plano, posição, perspectiva,

pretexto e padrão. A estratégia como plano é a que define as ações a serem seguidas. A como

posição, define o posicionamento da empresa diante do ambiente. A estratégia de pretexto

define as manobras para despistar o concorrente. A que se refere a padrão, elenca os

comportamentos assumidos ante as situações. E por último, na estratégia de perspectiva, a

empresa tem primeiro o conhecimento interno para assim expandi-lo a uma visão externa.

Para Andrews (1980 apud Cunha, 2005), a estratégia é a tomada de decisões que

determinam os objetivos, políticas, ações, segmentação de clientes e a natureza das

contribuições econômicas e não-econômicas a serem oferecidas a alguns stakeholders da

organização. Esse autor também apresenta a estratégia em um sentido mais amplo,

considerando não só os fatores externos, mas também internos e sua relação.

Segundo Porter (2005), há algumas macroestratégias que orientam as organizações em

objetivos de longo prazo, são elas:

Estratégia competitiva de Custo

31

Nesse tipo de estratégia, a empresa concentra esforços para diminuir os custos de

produção, para oferecer ao consumidor preços mais atrativos. Assim, busca-se a maior

eficiência produtiva, com o objetivo de atingir uma produção em larga escala, não investindo

tanto em diferenciação de produtos e serviços.

Estratégia de diferenciação

Na busca pela diferenciação dos concorrentes, as empresas investem mais em P&D,

imagem, tecnologia, qualidade, etc; assim, oferecem algo diferenciado e mais em linha com as

exigências dos clientes.

Essa diferenciação pode ser em produto –algo não antes visto no mercado-, serviços –

distribuição, maneira de se relacionar com o cliente-, linha de produtos, etc. Nesse modelo, a

organização busca entregar cada vez mais valor ao cliente.

Estratégia em Foco

Quando as organizações optam pela estratégia de foco, elas escolhem com qual tipo de

estratégia irão seguir: diferenciação ou custo, se especializando assim em atender nichos

específicos no mercado.

Para o processo de inovação, as organizações precisam gerenciar quatro ações. São elas:

Busca – ocorre a análise do cenário interno e externo para identificar potenciais

inovações. Estas podem ser necessidades oportunidades que foram identificadas por meio de

atividades de pesquisa, pressões para se adaptar à legislação ou resposta ao comportamento dos

competidores.

Seleção – selecionam-se estrategicamente quais oferecem melhor chance para

desenvolver vantagem competitiva.

Implementação – o potencial da ideia inicial é traduzido em algo novo e é lançado ao

mercado externo ou implementado dentro da própria organização

Captura de Valor – representa a fase em que há a adoção sustentável e difusão, e a

reflexão sobre as fases anteriores para aprender a gerenciar melhor o processo, além de construir

a base de conhecimento (TIDD; BRESSAN; PAVITT, 2005).

32

A estratégia de inovação da empresa deve ser comunicada e compartilhada com todos

os membros da organização, pois só assim eles entenderão o sentido de suas ações e se

comprometerão (TIDD; BRESSAN; PAVITT, 2005)

Envolver os usuários principais para a identificação de novos produtos ou serviços e de

alternativas de melhorias para os já existentes é uma forma poderosa de desenvolvimento de

inovações que provavelmente serão adequados para um considerável número de pessoas

(TIDD; BRESSAN; PAVITT, 2005). A Pesquisa Tecnológica e de Mercado ajuda a verificar

se a inovação é tecnicamente viável, se há demanda e quais são as suas características. Esse

processo constrói conhecimento relevante relacionado à inovação que ajudará na solução de

problemas (TIDD; BESSANT, 2015).

Como já comentado nos aspectos que compõem uma empresa inovadora, é

extremamente importante identificar as necessidades e estar em constante contato com o cliente,

construindo uma relação que permita uma comunicação clara e regular, fornecendo insumos

para a resolução de problemas e inovação compartilhada (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

3.3.3 Estrutura Organizacional

Com o objetivo de responder rapidamente a um ambiente em constante mudança e com

novas tecnologias, as organizações estão se reorganizando de forma contínua, adequando

também as práticas de gestão à sua realidade (CHOI e PRICE, 2005).

A estrutura organizacional, segundo Oliveira (2006, p.16) tem a seguinte definição:

Estrutura organizacional é o instrumento administrativo resultante da identificação,

análise, ordenação e agrupamento das atividades e dos recursos das empresas, incluindo

o estabelecimento dos níveis de alçada e dos processos decisórios, visando ao alcance

dos objetivos estabelecidos pelos planejamentos das empresas.

Dessa forma, ela determina dentro da empresa as responsabilidades e funções dos

colaboradores, que são alocados em diretorias, departamentos e seus respectivos níveis

hierárquicos, criando relações de subordinação.

Menguc e Auh (2010 apud RISA, et al,2010) afirmam que a inovação dentro da empresa

é influenciada pelo modelo de estrutura organizacional adotado.

33

A estrutura de cada empresa engloba suas funções e a relação com os agentes no

ambiente, refletindo sua construção ao longo do tempo. Diversas são as formas que ela pode

tomar, pois muitas são as variáveis e combinações possíveis. Obter a forma estrutural mais

adequada às especificidades de cada organização, de forma que seja possível permitir e

aumentar um comportamento inovador, é justamente o desafio enfrentado pela gestão no âmbito

da estrutura organizacional. Pois, como já definido, é preciso estar constantemente inovando

(TIDD, BRESSAN e PAVITT, 2005).

Estabelecendo a estrutura adequada, torna-se possível para a organização identificar as

atividades necessárias para posterior divisão de responsabilidades, organizar dados e

informações, estabelecer e gerir de recursos (OLIVEIRA, 2000).

A fim de atingir os objetivos estratégicos, é importante considerar que tipo de estrutura

permitirá a organização da melhor gestão do trabalho. É importante ressaltar que ela irá afetar

e ser afetada e influenciada pela cultura, pelas políticas e pelo comportamento informal das

pessoas que compõem a organização. Desse modo, sendo a organização composta por quatro

componentes chaves - o trabalho, as pessoas que realizam o trabalho, os arranjos formais que

fornecem estrutura e direção ao seu trabalho e os arranjos informais que refletem seus valores,

crenças padrões e comportamentos – cabe aos gestores encontrar a melhor configuração para

essa estrutura a fim de alcançar os objetivos estratégicos. (NADLER E TUSHMAN, 1997).

Para melhor explicar o conceito de estrutura organizacional, e sua relação com a

inovação, definiremos os tipos clássicos de estrutura de acordo com sua classificação. São elas:

estrutura linear, funcional, matricial.

A organização do tipo linear constitui a forma estrutural mais simples e mais antiga. É

simples, de conformação piramidal, que tem no topo seu início: a alta administração; os graus

de chefia e subordinação são elencados até a base da pirâmide, onde estão os funcionários de

cada setor. Cada subordinado responde à respectiva chefia, tendo a decisão final alcançada no

nível mais alto, onde existe maior poder decisório. Dessa forma, percebemos que cada

departamento designa uma função bem definida e que as tomadas de decisão são altamente

centralizadas. Essa estrutura, apesar de apresentar vantagens como fácil implementação e

rapidez na tomada de decisão, traz muitas desvantagens para empresas que tem a intenção de

serem inovadoras, como uma maior quantidade de burocracias e grande centralização na

tomada de decisão (ROCHA, 1987, apud RISA, et al,2010).

Já a estrutura funcional, divide a empresa em setores, onde em cada um deles as pessoas

executam funções de mesma especialidade, com atividades bem definidas. Tem como

34

vantagens o trabalho em equipe, mas por outro lado, como cada grupo executa apenas a tarefa

no setor ao qual está inserido, perde-se a visão global da empresa, o que também dificulta a

tomada de decisão (DAFT, 2008; ROCHA, 1987, apud RISA, et al,2010). Ademais, segundo

Daft (1999 apud Risa, et al,2010), não é um arranjo estrutural indicado para empresas que

passam por recorrentes mudanças.

A última, matricial, é a combinação das duas primeiras a fim de atingir maiores

resultados com uma organização mais dinâmica: une-se uma hierarquia mais dinâmica com

uma maior especialização de atividades. Dessa maneira, os funcionários ficam responsáveis por

mais funções, o que exige maior domínio em diferentes atividades (DAFT, 1999; ROCHA,

1987 apud RISA, et al,2010). Assim, é considerada uma das formas de organizações mais

recomendadas para ambientes mais complexos. As principais vantagens da estrutura matricial

são: maior especialização das pessoas, foco e mais facilidade para atingir os resultados. A

principal desvantagem é: dupla chefia para decisões e delegação de atividades (DAFT, 1999,

apud RISA, et al,2010, p.3).

Entretanto, em ambientes complexos e incertos, as estruturas organizacionais estáticas,

que são aquelas mais rígidas e com maior especialização do trabalho, tendem a não responder

com velocidade necessária às mudanças no ambiente, não conseguindo manter a

competitividade organizacional (JENSEN, JOHNSON, LORENZ e LUNDVALL, 2007, apud

GASPARY, 2014, p. 13).

Assim, nos últimos anos surgiram novas formas organizacionais, tendo como

característica principal a flexibilidade. A flexibilidade pode ser definida como uma capacidade

de se adaptar, e é um requisito para ter um melhor desempenho organizacional quando se trata

de inovaçao (GALUNIC E EISENHARDT, 2001 apud GASPARY, 2014, p25) .

Em organizaçoes hierarquicas rígidas, que tem como características comunicação top-

down e one-way e pouca integração entre funções, é improvável que tenha os fluxos de

informação adequados, sendo altamente burocratizadas (TIDD BESSANT E PAVITT, 2005).

Dessa maneira, estrutura matricial é a que mais se aproxima da estrutura de empresas

de cunho inovador, pois tem a capacidade de responder de forma mais ágil e as pessoas estão

aptas a realizar mais de uma atividade.

Contudo, estudiosos organizacionais (SIGGELKOW e RIVKIN, 2005; JANOWICZ-

ANJAITAN e CAMBRE, 2009 apud GASPARY, 2014, p27) acreditam que para se ter um

ambiente inovador é mais eficaz adotar uma fluidez orgânica, que dá ênfase à diversidade e à

capacidade de adaptação. Características encontradas em uma estrutura com fluidez orgânica

35

são: redes e não hierarquias, interação espontânea ao invés de regras de coordenação,

comunicação lateral ao invés de verticalização e projetos com equipes temporárias no lugar de

departamentos especializados.

Assim sendo, o tipo de estrutura adotado em uma empresa não é suficiente para que esta

tenha uma forma organizacional que a torne apta a inovar. É necessário que todos os

componentes dessa estrutura – formalização, centralização, integração e especialização -,

estejam alinhados para tal. Através do grau desses componentes na empresa, a estrutura é capaz

de influenciar a inovaçao, elevando a performance organizacional (CHUEBANG, 2007 apud

GASPARY, 2014, p27). Organizações com características mais organicas, como a flexibilidade

tendem a ter mais suporte a inovação; enquanto as organizações tradicionais tendem a ter um

menor grau de inovaçao pois apresentam em sua estrutura um alto grau de alguns dos

componentes citados acima, como por exemplo a formalizaçao. (NOGUEIRA e RAZ 2006,

apud RISA, et al,2010, p.3) Estudos mostram que a afirmativa feita anteiormente também tem

relação com o ambiente. As evidências sugerem que quanto maior a complexidade e incerteza

do ambiente, maior a nececessidade de flexibilidade para responder a ele. Isso justifica, em

partes, porque empresas do setor eletrônico, por exemplo, são associadas a estruturas mais

organicas e industrias mais maduras são associadas a estruturas mais mecanicistas (TIDD;

BESSANT; PAVITT, 2005).

A fim de elucidar alguns conceitos, por definição, uma estrutura orgânica é

caracterizada pela descentralização e maior comunicação horizontal. As tarefas são

constantemente redefinidas e há maior participaçao dos funcionarios, tendo uma comunicaçao

e troca de conhecimentos mais intensa e fluida; assim, tendem a ser mais propicias a inovaçao.

Já uma estrutura mecanicista tem como características uma forte hierarquia, com centralização

das tomadas de decisão, com controle e comunicação verticalizados. Essas são as estruturas

normalmente entendidas como tradicionais e não propiciam a inovaçao (STALKER E BURNS

1961 apud LAVARDA E VERHAGEM 2001, apud GASPARY, 2014, p22). Para melhor

relacionar a estrutura a inovação, é necessario entender os conceitos de formalização,

centralização e integração.

A formalização caracteriza-se pelo grau de burocracia existente na organização. Pode

ser medida pelo grau em que as regras delimitam as relações de trabalho (OLSON, SLATER e

HULT, 2005 apud GASPARY, 2014, p.29).

É de costume associá-la de maneira inversamente proporcional à inovação: quanto

maior a burocratização em uma empresa, menor a tendência a inovar. Uma estrutura com alto

36

grau de formalização, como a mecanicista, tende a ter respostas mais lentas e menor

compartilhamento de informações, enquanto organizações orgânicas tem respostas e

compartilhamento de informações mais rápidos e eficientes. Para alguns autores, a formalização

é importante pois assegura a estratégia e os objetivos (ORGAN E GREENE 1981, apud

GASPARY, 2014, p29). Porém, ao ter um grau de formalização muito elevado, com muitas

regras e procedimentos, a flexibilidade e a espontaineidade ficam reduzidos, não incentivando

a inovação. (CUMMINGS 1994, apud MUCELDILI, TURANC e ERDILB 2013).

As decisões tomadas de maneira hierárquica compõem uma maior centralização. Já

quando a tomada é feita com cada gestor e seus respectivos subordinados, não tendo apenas

poucos pontos focais de decisão, há uma maior descentralização. Desse modo, quando a

descentralização é inserida em ambientes mais dinâmicos e complexos, a resposta é mais rápida

e eficaz, pois os gestores e funcionários têm mais autonomia na tomada de decisão e visões

diferentes são levadas em consideração, criando um ambiente mais propício à inovação (VAN

DE VEN e FERRY, 1980, ULLRICH E WIELAND, 1980 apud GASPARY, 2014). A

integraçao refere-se ao instrmento da estrtra com a fnçao de integrar os colaboradores de varios

sbsistemas a fim de atingir os objetivos da organizaçao. Qanto mais integrada ma empresa, mais

apta ela estará a inovar.

Dessa forma, verifica-se que não existe um único modo de organização para uma

empresa. É preciso ajustar para um ponto ótimo entre a mecanicista e a organicista de modo a

encontrar a melhor soluçao para o ambiente em que cada uma está inserida. Para empresas

inovadoras, a tendência é sempre maior na organicidade, com maior fluxo de conhecimento e

menor centralização de decisões.

3.3.4 Gestão de Tecnologia

Cunha (2005) diz que Gestão de Tecnologia se refere a todas as práticas relacionadas a

P&D e também à aquisição e à utilização de novos equipamentos e tecnologias, e

desenvolvimento de novos produtos e serviços

De acordo com Sáenz e Capote (2002 apud Natume; Carvalho; Francisco, 2008, p.3), a

Gestão Tecnológica consiste na:

gerência sistemática de todas as atividades no interior da empresa com relação à

geração, aquisição, início da produção, aperfeiçoamento, assimilação e

37

comercialização das tecnologias requeridas pela empresa; abrange também o desenho,

promoção e administração de práticas e ferramentas para a captação e/ou produção de

informação que permita a melhoria continuada e sistemática da qualidade e da

produtividade.

A Gestão Tecnológica é relevante pois ajuda na administração de todas as operações

existentes na empresa de maneira mais eficaz, aumentando a flexibilidade e capacidade de

respostas mais rápidas diante das mudanças no mercado (TEMAGUIDE, 1999).

Segundo o método Technology Management Guide (TEMAGUIDE, 1999), a Gestão da

Tecnologia pode ser realizada antecipando sistematicamente futuros requisitos, ou de modo

flexível em resposta às necessidades urgentes ou novas necessidades. O TEMAGUIDE (1999)

propõe um modelo conceitual baseado em cinco elementos: monitoramento, focalização,

capacitação, implantação e aprendizado. Cada um dos elementos está associado a ferramentas

que podem ser adotadas como apoio para a obtenção dos resultados esperados.

Na etapa “monitoramento”, buscam-se sinais sobre a necessidade de inovação e

potenciais oportunidades. As práticas que auxiliam nessa etapa são: análise de mercado,

prospecção tecnológica, benchmarking, análise de patente, auditorias, criatividade, trabalho em

rede, gestão ambiental.

Na segunda etapa, a “focalização”, a empresa foca a atenção e os esforços em uma

estratégia em particular, que poderá trazer a solução para um problema ou resultados superiores

para o negócio. As práticas adequadas para a fase são: análise de mercado, prospecção

tecnológica, benchmarking, análise de patente, auditorias, gestão de portfólio, avaliação de

projetos, criatividade, trabalho em rede, funcionamento em equipe, funcionamento ajustado,

análise de valor, gestão ambiental.

A terceira etapa, que é a “capacitação”, é responsável pela obtenção do conhecimento

necessário para aplicar a estratégia selecionada. As práticas indicadas para essa etapa são:

avaliação de projetos, criatividade, gestão de direitos de propriedade intelectual e industrial,

gestão de interfaces, gestão de projetos, trabalho em rede, funcionamento em equipe.

Na etapa posterior, a “implantação”, ocorre a execução da alternativa escolhida. Para

isso, as práticas indicadas são: análise de mercado, criatividade, gestão de interface, gestão de

projetos, trabalho em rede, funcionamento em equipe, gestão da mudança, funcionamento

ajustado, análise de valor, melhoria contínua.

38

Na etapa de “aprendizado”, há a internalização dos conhecimentos advindos das

experiências bem-sucedidas e fracassadas. Nessa etapa, as seguintes práticas são indicadas:

análise de mercado, benchmarking, auditorias, gestão de portfólio, avaliação de projetos,

criatividade, trabalho em rede, funcionamento em equipe, funcionamento ajustado, melhoria

contínua, avaliação ambiental.

A definição de algumas ferramentas utilizadas para obter os resultados esperados do

método se encontra abaixo:

Análise de mercado- todos os aspectos de mercado são analisados, incluindo

comportamento e necessidades do cliente. Com isso, obtêm-se informações que auxiliam na

identificação de especificações de novos produtos, o que alimenta o processo de inovação. Esse

processo inclui também a análise de tendências.

Prospecção tecnológica- coleta dos desenvolvimentos tecnológicos existentes e

tendências emergentes e revisão da importância deles para o negócio da empresa. Essas

tecnologias podem fornecer oportunidades estratégicas ou ameaças à firma. Para identificar

essas tecnologias, pode ser feita a consulta a páginas na internet, visitas a conferências,

seminários, exibições e laboratórios de pesquisa de universidades e de instituições de tecnologia

(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Benchmarking- o desempenho é melhorado continuamente por meio da identificação de

práticas proeminentes e de processos existentes, que são adaptados para dentro da organização.

É feita a comparação com os competidores, com outras organizações similares (mesmo setor,

mesmo tipo de empresa, etc) ou com setores diferentes, mas que apresentam produtos ou

processos semelhantes (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Análise de patente - informações de patente são obtidas e analisadas para gerir P&D,

monitorar competidor tecnológico, adquirir tecnologia externa, gerir portfólio de patentes, etc.

Auditoria tecnológica- inclui a auditoria de competências, de tecnologia e de inovação.

Criatividade - há técnicas que podem ajudar os indivíduos a se tornarem mais criativos,

originais em pensamento ou inventivos para situações particulares.

Gestão de propriedade intelectual- auxilia na proteção e gestão de direitos.

Gestão ambiental - melhora como a firma identifica e endereça questões ambientais.

Algumas técnicas envolvidas são a minimização de lixo e recursos utilizados no processo

produtivo, design de produto sustentável, marketing ambiental, realização de relatórios

ambientais, desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental.

39

A sustentabilidade é um fator desafiador para a inovação, mas abriu significantes

oportunidades, tais como novos e mais sustentáveis produtos (sistemas de energia solar, lixo

biodegradável, comida orgânica, sistemas de transporte de baixo impacto), processos

(processos de baixo gasto de energia, operações de mínimo impacto), mercado (alimentação

limpa e verde, móveis certificados) e modelos de negócio (varejo ambientalmente responsável)

(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Gestão de projetos- consiste na aplicação inteligente de recursos para atingir metas

estabelecidas em tempo e custos restritos. Além disso, inclui o apoio à equipe e práticas para

manter todos comprometidos, e todas as partes interessadas recebem as informações que vão

auxiliar na tomada de decisões. As técnicas utilizadas como suporte são o uso de fluxogramas,

cronogramas com acompanhamento de marcos, estrutura de desmembramento do trabalho,

entre outros.

Vale ressaltar que os projetos de inovação precisam de níveis altos de flexibilidade e de

criatividade, devido à sua natureza imprevisível e inesperada. A resposta aos imprevistos pode

ser facilitada com equipes multifuncionais e por meio do uso de simulação e outras tecnologias

de exploração para antecipar possíveis problemas, o que consequentemente pode reduzir o

tempo e o gasto com recursos ao mesmo tempo que melhora a qualidade da inovação (TIDD;

BESSANT; PAVITT, 2005).

Avaliação de projetos - é feita a estimativa de custos, recursos e benefícios para a tomada

de decisão sobre prosseguir ou não com o projeto, seja um projeto em potencial, seja um

andamento.

Gestão de portfólio- observa-se um conjunto de projetos, atividades ou até áreas de

negócio para se obter um equilíbrio entre risco e retorno, estabilidade e crescimento,

atratividade e reveses, realizando o melhor uso dos recursos disponíveis. A combinação ótima

depende da cultura da empresa.

Há três abordagens para criar um portfólio estratégico: técnicas de medição de

benefício, modelos econômicos e modelos de portfólio.

A primeira abordagem é baseada normalmente em um julgamento subjetivo, com listas

de verificação, por exemplo, para verificar se atende ou não determinado critério. Outras formas

utilizam pontuações e pesos para que os projetos possam ser comparados de acordo com a sua

nota geral de atratividade. O problema é que cada projeto é considerado isoladamente.

40

A abordagem de modelos econômicos considera informações quantitativas para o

cálculo do payback ou fluxo de caixa descontado. O problema desta abordagem e das técnicas

de medição de benefício é que cada projeto é considerado isoladamente.

Os modelos de portfólio analisam um conjunto de projetos e buscam encontrar o

equilíbrio. Exemplos são a criação de matrizes de riscos e recompensas, o tempo esperado para

alcançar o mercado versus a atratividade do mercado, em que cada projeto é colocado na matriz

de acordo com a sua posição quanto aos critérios avaliados. Uma forma útil de inserir os

projetos e representá-los com círculos, dos quais os maiores representam o tamanho do projeto,

em termos de custos ou tempo, por exemplo (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Networking - engloba as alianças estratégicas, acordos e colaborações entre empresas e

entre organizações de negócios e organizações de P&D, incluindo universidades, com o

objetivo de conseguir o acesso a outros conhecimentos, habilidades e recursos.

Criação de equipes - recrutar e gerir os indivíduos para assegurar um mix adequado de

competências para as tarefas a serem cumpridas.

Gestão de mudanças - é a implementação de mudanças na empresa de forma estruturada,

com fases do processo definidas para realizar mudanças bem-sucedidas.

Gestão de interface - busca transpor possíveis barreiras entre departamentos, e fomentar

e encorajar a cooperação entre eles.

Produção enxuta- eliminação de atividades que não agregam valor por meio da análise

de todas as atividades de um processo. As técnicas utilizadas que colaboram para isso são just

in time, kanban e a escolha de um layout de produção adequado.

Melhorias contínuas - a organização baseia-se no aprendizado e aprimoramento

contínuo (Kaizen). As técnicas para auxiliar essa ferramenta são brainstorming, diagramas de

fluxo, diagramas de causa e efeito, entre outros.

É importante lembrar que a tecnologia pode ser também comercializada por meio do

licenciamento ou venda do direito de propriedade intelectual. Os potenciais benefícios disso

são a redução ou eliminação dos custos e riscos de produção e distribuição, a possibilidade de

alcançar um maior mercado e de explorar outras aplicações (TIDD BESSANT E PAVITT,

2005).

Como pode ser visto nas ferramentas acima, o desafio da Gestão de Tecnologia eficaz

não significa apenas em inserir recursos para P&D e desenvolvimento dos produtos. É

necessário um conjunto de rotinas empresariais.

41

3.3.5 Gestão de Parcerias

A gestão de parcerias contempla todas as relações da empresa com seus agentes

externos, tais como clientes, fornecedores, outras empresas, instituições de pesquisa, entre

outros (CUNHA, 2005). Em um mercado em que a capacidade de inovar é determinante para a

competitividade das empresas, as alianças estratégicas surgem como importante meio de

alcançar vantagem competitiva (MENDEL; FERREIRA, 2006).

As razões pelas quais as empresas optam por construir alianças são entre elas a

possibilidade de acesso a novos recursos e conhecimentos, a minimização de custos, o

posicionamento estratégico e as necessidades legais. As parcerias ajudam as empresas na

capacidade de responder mais rapidamente às mudanças tecnológicas e de mercado, visto que

permitem o acesso aos mais variados e inúmeros recursos. É mais difícil que as organizações

possuam dentro da própria empresa todo o conhecimento específico de cada área técnica

relevante. Dessa forma, os gerentes de produto e de P&D reconhecem que as empresas não

sobrevivem se permanecerem isoladas uma das outras. A lógica das parcerias é da

complementaridade de recursos e de capacidades para atingir metas que sem a parceria seriam

mais difíceis ou impraticáveis (MENDEL; FERREIRA, 2006).

Devido ao ambiente de negócios altamente competitivo, a função de P&D precisa obter

boa eficiência financeira e é preciso que haja a análise crítica para decidir se o desenvolvimento

na própria empresa é escolha mais eficiente – muitas vezes verifica-se que o mais indicado é

obter determinadas tecnologias externamente. Ao decidir entre produzir ou comprar uma

tecnologia, é preciso considerar os custos de transação e as implicações estratégicas (vantagem

competitiva, expansão do mercado e aumento do portfólio de produtos) (TIDD; BESSANT;

PAVITT, 2005).

Os custos de transação correspondem aos custos envolvidos nas transações, que ocorrem

quando um bem ou serviço tem a sua propriedade transferida, sendo então os custos de

realização das trocas no mercado (CORREIA, 2006). Os vendedores de know-how de

tecnologia ou de mercado são muitas vezes oportunistas, seja vendendo a um preço alto, seja

pela performance ruim. Quanto menos fontes potenciais de tecnologia, menor é o poder de

barganha do comprador e maior é o custo de transação. Ademais, quando a tecnologia é

complexa, é difícil avaliar a sua performance, o que pode fazer com que o custo de transação

42

aumente, visto que o comprador tem pouco conhecimento sobre a tecnologia (TIDD;

BESSANT; PAVITT, 2005).

As considerações estratégicas sugerem quais são as tecnologias que devem ser

desenvolvidas internamente, quais são as melhores tecnologias, enquanto o custo de transação

tem influência em como as tecnologias devem ser adquiridas. As empresas tentam diminuir o

custo de transação quando, ao adquirir tecnologias externas, favorecem os que já são parceiros

comerciais em vez de outras fontes de tecnologia. Quando lidam com empresas às quais são

familiares, é mais provável que tenham certa confiança mútua, informações técnicas e de

negócios compartilhadas e conexões sociais pessoais (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Para Doz e Hamel (2000), os novos processos competitivos não só incluem a

competição entre produtos ou serviços, como também a de concepção de negócios. Dessa

forma, a união entre as empresas é buscada por meio de relações contratuais de fornecimento,

distribuição, produção, participação de capital e cooperação em pesquisa e desenvolvimento.

A Gestão de Parcerias é decisiva para a formação de um relacionamento de valor-

duradouro e de sucesso-, que permita que as partes da aliança obtenham desempenho superior.

Alguns fatores críticos para a Gestão das Alianças são (MENDEL; FERREIRA, 2006):

3.3.5.1 Seleção do Parceiro

Ao escolher o parceiro, deve ser feita a avaliação da cultura organizacional. Essa

compatibilidade é essencial para o sucesso da parceria, visto que a cultura corporativa, os estilos

operacionais e as práticas nos negócios influenciam na habilidade dos parceiros em trabalhar

de forma conjunta, efetiva e eficientemente em relação aos resultados.

3.3.5.2 Negociação do Acordo

Conforme Zawislak (2002), na negociação de um contrato, devem ser formalizados os

critérios, objetivos e metas. Não só o conteúdo da negociação é importante, como também o

relacionamento com o parceiro (ERTEL, WEISS e VISIONI, 2001). Ademais, devem ser

especificadas as obrigações de cada parte e incentivos podem ser gerados para que atinjam os

benefícios comuns primeiro e, posteriormente, os benefícios individuais (Peng e Kellogg,

2003).

43

Com a atribuição de tarefas e responsabilidades, e procedimentos bem definidos para

alçançar as metas, é mais provável que a aliança consiga um melhor desempenho (Gomes-

Casseres, 1999).

3.3.5.3 Confiança

A confiança é essencial nas alianças, visto que pode potencializar o processo de

aprendizagem com discussões construtivas e reduzir o risco do negócio.

Das e Teng (2001) afirmam que há dois tipos de confiança que se aplicam à

situação empresarial: a confiança na capacidade e a confiança na reputação. A primeira refere-

se à competência técnica da empresa, ao seu desempenho. A última está relacionada com a

expectativa que a outra empresa tenha a obrigação moral e a responsabilidade pelos interesses

dos outros.

3.3.5.4 Gestão dedicada ao Relacionamento

Segundo Ertel, Weiss e Visioni (2001), deve existir um gerente da aliança ou gerente

do relacionamento, que é a pessoa responsável por supervisionar as atividades, os resultados,

além do relacionamento em si.

Em um estudo de Dyer, Kale e Singh (2001), as empresas que conseguiram

sistematicamente criar mais valor com as alianças adotavam uma gerência dedicada à aliança.

Doz e Hamel (2000) afirmam que deve ser feito um monitoramento contínuo dos

resultados obtidos e do processo de colaboração e interação como um todo, que inclui a

avaliação da contribuição dos parceiros.

3.3.5.5 Aprendizado e Transferência do Conhecimento

Uma das principais razões para a parceria entre empresas é a possibilidade de aquisição

e transferência de conhecimento. Para Inkpen (1998), isso ocorre em três fases, que são: a

formação da aliança com interação entre os indivíduos; a aquisição e a integração da base de

conhecimento de ambas as partes e; a aplicação do conhecimento adquirido, que é incorporado

à rotina organizacional das empresas da aliança.

44

Apesar de todos os potenciais benefícios das alianças, há também alguns riscos

associados, tais como: vazamento de informação, conflitos gerados por divergência cultural e

de objetivos, perda do controle de propriedade. Ainda assim, em um ambiente altamente

dinâmico, com mercado incerto, firmar alianças ainda é uma estratégia superior a confiar

inteiramente nas capacidades internas (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Qualquer medida de sucesso da aliança precisa ser multidimensional e dinâmica, para

conseguir acompanhar os diferentes objetivos que evoluem com o tempo. Às vezes as empresas

veem o aprendizado de novas habilidades como o objetivo principal da parceria. Quando isso

ocorre, é importante que os parceiros tenham habilidades e capacidades complementares, e que

a força deles seja equilibrada. Quanto mais semelhantes, maior é a chance de sucesso da aliança

(TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

Para que as parcerias sejam bem-sucedidas, as empresas precisam ver além das questões

legais e financeiras do acordo. É necessário selecionar um parceiro que pode contribuir com o

que é preciso, e que precisa do que lhe é oferecido, e que tenha conhecimento ou experiência

prévia suficiente para encorajar a confiança e a comunicação. Os parceiros precisam especificar

as suas expectativas mútuas das respectivas contribuições, concordar quanto ao plano de

negócio, incluindo as contingências de uma possível separação. É importante que eles

mantenham contato para que qualquer problema seja dito e resolvido prontamente (boa

qualidade e frequência de comunicação). Para amenizar o risco de conflitos, devem escolher

parceiros que tenham culturas organizacionais similares (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2005).

45

4. ESTUDO DE CASO

4.1 METODOLOGIA DA PESQUISA

Nos primeiros capítulos, foi esboçado o referencial teórico desta pesquisa. Procurou-se

definir o conceito da inovação sob diversos pontos de vista, sua evolução e o ponto do qual ela

costuma surgir em uma empresa, segundo os diferentes enfoques de estudiosos no assunto.

Além disso, explicamos de maneira breve a importância de inovar.

Em seguida, elucidamos as características gerenciais presentes em empresas

consideradas inovadoras, destacando as variáveis internas que as formam, procurando explicitar

as mais influentes no ambiente organizacional.

No capítulo anterior, finalizando o referencial teórico, procuramos definir o que é a

cultura organizacional e como esta influencia no ambiente organizacional quando se procura

torná-lo propício à inovação, descrevendo também a definição e importância do

intraempreendorismo. Assim, introduzimos as práticas gerenciais – e seus conceitos - que são

observadas em empresas consideradas inovadoras e como eles tem importância para tal. Dessa

maneira, neste capítulo apresentaremos o estudo de caso feito em uma empresa de médio porte

de base tecnológica, procurando identificar, através de um questionário com os funcionários,

se ela contém os elementos definidos como presentes em empresas consideradas inovadoras.

Como o objetivo geral é identificar as práticas gerenciais que devem ser adotadas por

uma empresa para esta ser considerada inovadora e partir delas criar e testar um questionário

piloto, após citá-las e definí-las, partimos do pressuposto que uma organização inovadora teria

todas essas características em sua estrutura e ambiente.

Dessa forma, em um primeiro momento definimos quais são as práticas gerenciais, e

decidimos que seria interessante validar esses conceitos, verificando se estes elementos estavam

de fato presentes em uma empresa de perfil inovador. Dessa maneira, neste capítulo é sugerido

um questionário como proposta pilota de um estudo de caso, para avaliar se o questionário é

consistente e pode ser utilizado para definir se uma empresa considerada inovadora possui ou

não as práticas gerenciais elucidadas nos capítulos anteriores. Esperamos propor um modelo de

questionário adequado para avaliação de identificação das práticas gerenciais que propiciam a

inovação em empresas, e que este piloto forneça resultados para que os gestores senhores da

empresa tenham uma primeira impressão de quais aspectos estão sendo adotados ou não, a partir

46

da opinião dos funcionários, ainda que a consistência externa tenha menor significância, já que

a amostra foi pequena.

Partimos da premissa que a empresa escolhida para esse estudo é inovadora.

Louzada e Nascimento (2015), em um estudo realizado, usaram a metodologia de

aplicação de um piloto a fim obter uma imagem prévia dos resultados caso a aplicação fosse do

formulário real. Realizamos um método parecido nesse estudo, ainda determinando o grau de

confiabilidade do questionário aplicado, a partir do teste de Alfa de Cronbach.

4.2 A ESCOLHA DA EMPRESA

Com o estudo de caso, objetivou-se validar se as práticas gerenciais definidas como

propícias para gerar um ambiente inovador de fato se encaixariam em uma organização

considerada inovadora.

Ainda que o questionário a ser aplicado seja um questionário piloto, os resultados para

validação do mesmo só fazem sentindo se aplicado no público alvo.

Para o estudo, escolheu-se a empresa Mundipagg, pois é considerada como inovadora

pelo mercado. É uma empresa de base tecnológica com estratégia definida de atuação no

mercado. Por oferecer um serviço de base tecnológica, entende-se que deve estar

constantemente se atualizando e reinventando para se tornar mais competitiva dado o ambiente

dinâmico em que atua.

4.3. A MUNDIPAGG

A Mundipagg é uma empresa de serviços que foi fundada em 2012 com o objetivo de

atender a demanda de pagamentos online no Brasil. Seu serviço visa facilitar o fluxo da

transação de um pagamento para lojistas em uma venda online e é feito através de um SaaS

(Software as a Service): disponibiliza a seus clientes maneiras simples de oferecer meios de

pagamento a um comprador. Desse modo, facilita a transação sob a ótica do lojista, funcionando

como um gateway de pagamentos. Hoje, ela é responsável por 40% do volume total processado

nos ecommerces brasileiros.

47

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA DO SERVIÇO DA MUNDIPAGG

Fonte: Mundipagg (2017)

Desde a sua fundação, seu objetivo foi aumentar a conversão dos pagamentos e hoje é

focada no B2B, oferecendo aos clientes a opção de carteiras digitais. Porém, a empresa está

também se inserindo no mercado do mundo físico, não querendo limitar sua área de atuação.

Dessa maneira, mudaram seu foco: desejam ser uma plataforma que gera negócios através do

cliente, e esse ano lançaram uma versão de API com novas funcionalidades tendo foco em

pagamentos recorrentes (planos e assinaturas). Assim, ela está se reposicionando e aumentando

seu ambiente de atuação.

Atrelada a sua estratégia de posicionamento, está a tecnologia desenvolvida pela

empresa. Ela investe na integração com múltiplas adquirentes, plataformas e ERPs; ainda tem

como desafios garantir um sistema anti-fraude e um armazenamento seguro de dados, além de

oferecer uma plataforma de meios de pagamento desacoplada o bastante para atender diferentes

necessidades dos clientes.

48

4.4. O QUESTIONÁRIO PILOTO

É recomendável que todo questionário seja previamente avaliado por uma etapa de

aplicação de piloto, para serem percebidas oportunidades de melhoria na sua aplicação,

estrutura e conteúdo (MARCONI E LAKATOS 2003, KOTHARI 2004, e KAUARK et al.

2010,. apud LOUZADA E NASCIMENTO, 2015).

O questionário ou teste piloto, auxilia o pesquisador a avaliar o referido instrumento de

pesquisa, pois é uma fase de contato inicial com os respondentes; Yin (apud DANNA 2016,

p.2) explica essa estratégia metodológica: “[...] o estudo de caso piloto auxilia-o na hora de

aprimorar os planos para a coleta de dados tanto em relação ao conteúdo dos dados quanto aos

procedimentos que devem ser seguidos”. Dessa maneira, após a aplicação do teste, o

pesquisador pode testar a confiabilidade do mesmo de acordo com algumas variáveis, para

entender se é preciso modifica-lo ou se o questionário pode ser utilizado como instrumental

oficial de pesquisa, sendo a metodologia para atingir os objetivos do projeto (DANNA, s/d).

Ainda que o questionário a ser aplicado seja um questionário piloto, os resultados para

validação do mesmo só fazem sentindo se aplicado no público alvo, pois existe a necessidade

de elaborar um projeto piloto com contexto semelhante da posterior coleta de dados; por esse

motivo escolhemos realiza-lo na Mundipagg.

4.4.1 Questionário

Para o questionário, selecionamos as principais características de uma empresa que tem

um ambiente propício a inovação, definidas na etapa de embasamento teórico. Então,

formulamos 30 questões, sendo a maioria afirmações, envolvendo múltipla escolha a serem

respondidas de acordo com a Escala Likert, algumas com 5 e outras com 3 elementos. As

perguntas iniciais, que são sobre o perfil do respondente, foram adicionadas ao questionário

com o objetivo de “quebra-gelo”.

De acordo com as práticas gerenciais definidas no capítulo anterior, formulamos as

perguntas em módulos:

Gestão de Pessoas e Liderança – 13 perguntas

Mercado e Estratégia – 5 perguntas

Estrutura Organizacional – 5 perguntas

49

Gestão da Tecnologia – 4 perguntas

Gestão de Parcerias - 3 perguntas

Como muitas das práticas tem aspectos muito subjetivos, acreditamos que apenas

entrevistas com gestores não seriam suficientes para validar nossa hipótese; dessa maneira, foi

preciso recolher informações vindas de toda a estrutura hierárquica da empresa, para termos

comparações de diferentes pontos de vista, pois como já citamos a inovação deve ser presente,

percebida e exercida em toda a organização (TIDD, BRESSANT e PAVITT, 2005). O

questionário completo se encontra no apêndice B.

4.4.2 Cálculo da Escala Likert

A Escala Likert tem como vantagem a facilidade de manuseio, permitindo ao

pesquisador emitir um grau de concordância sobre alguma afirmação (COSTA, 2011 apud

SILVA JÚNIOR, 2014). Rensis Likert, criou a escala em 1932 com o objetivo de mensurar

atitudes no contexto das ciências comportamentais.

Segundo Silva Júnior (2014), “a escala de verificação de Likert consiste em tomar um

construto e desenvolver um conjunto de afirmações relacionadas à sua definição, para as quais

os respondentes emitirão seu grau de concordância”

Para aplicar posteriormente o teste Alfa de Cronbach, cada resposta qualitativa da

Escala de Likert teve o seu correspondente numérico de 1 a 5.

4.5. APLICAÇÃO DO PILOTO

Ainda que a aplicação do piloto seja para validação interna do questionário, nessa fase

também é possível obter uma estimativa dos resultados que teríamos caso estivéssemos

aplicando a versão final do formulário.

A Mundipagg possui atualmente mais do que 200 funcionários, mas a amostra possuía

90 pessoas, que faziam parte de uma lista específica da empresa. Não foi dito o critério de

inclusão na lista em qustão, mas se sabe que nela há tanto gestores, quanto cargos mais baixos.

Do questionário, foram obtidas 26 respostas, que serão abordadas e discutidas na próxima

sessão.

50

4.5.1 Caracterização da Amostra

A amostra de participação era jovem - sendo mais de 60% entre 19 e 25 anos -, bem

qualificada e com pouco tempo de trabalho na empresa – mais de 80% com menos de dois anos.

Além disso, uma parte significativa declarou que o trabalho na empresa era o seu primeiro.

A amostra conteve pessoas de toda a estrutura hierárquica da empresa, desde estagiários

até gerentes seniores.

4.6 VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO PILOTO

Para validação do questionário, utilizou-se o teste de Alfa de Cronbach. O alfa não mede

a confiabilidade das respostas, mas sim do questionário, e esse teste é de grande aceitação no

meio acadêmico (DA HORA, MONTEIRO e ARICA, 2010).

4.6.1 Teste alfa de Cronbach

O coeficiente alfa de Cronbach é uma maneira de estimar a confiabilidade - a quantidade

de erros aleatórios - de um questionário aplicado a uma pesquisa, através da medida da

correlação entre respostas do mesmo, a partir da análise do perfil desta última. É, portanto, uma

correlção média entre as perguntas. O cálculo só é possível quando utilizada a mesma escala de

medição de respostas; sendo isso uma realidade, alfa é calculado partir da variância dos itens

individuais e da variância da soma dos itens de cada avaliador (DA HORA, MONTEIRO e

ARICA, 2010).

Da Hora, Monteiro e Arica (2010) ainda definem os pressupostos contemplados na

aplicação desse teste. O primeiro deles, é que o questionário tenha questões que tratem do

mesmo assunto, divididos e agrupados em dimensões. O segundo pressuposto é que o

questionário deverá ser aplicado em uma amostra heterogênea e significativa: se aplicado para

especialistas, as opiniões acabam convergindo, pois entende-se que eles têm a mesma opinião

sobre o determinado assunto em pauta. O terceiro pressuposto define que a escala deve ser

previamente validada, ou seja, devemos utilizar um instrumento que de fato meça o que

pretendemos com a aplicação do piloto.

51

4.6.2 Software SPSS

O SPSS é um software aplicativo de processamento de dados para tomada de decisão e

tem aplicação analítica, transformando dados estatísticos em informações relevantes para o

determinado objeto de estudo.

As respostas obtidas no questionário piloto foram processadas pelo software.

4.7. RESULTADOS

Para se obter o coeficiente alfa de Cronbach foi utilizado o Software SPSS.

Primeiramente, adicionaram-se as respostas das perguntas 4 a 27 e 32 a 34 , que tinham 5 níveis

de resposta, dos 26 respondentes (APÊNDICE B). Foram excluídas as perguntas de Perfil e as

que possuíam apenas 3 níveis, visto que o cálculo do coeficiente só é possível quando é utilizada

a mesma escala de medição de respostas.

Posteriormente, foi feita a caracterização das variáveis, que foram colocadas como

numéricas considerando a Escala Likert (APÊNDICE D).

O coeficiente alfa de Cronbach obtido foi de 0,868 (APÊNDICE E). Conforme sugerido

por diversos relatórios, os valores aceitáveis de alpha variam entre 0,70 e 0,95 (TAVAKOL;

DENNICK, 2011). Dessa forma, pode-se afirmar que há confiabilidade no questionário piloto.

4.8 COMENTÁRIOS RESPOSTAS QUESTIONÁRIO

Ainda que a aplicação do piloto seja para a validação interna do questionário, nessa fase

também é possível obter um indício dos resultados que teríamos caso estivéssemos aplicando o

questionário em si, e não o piloto. Portanto, foram evidenciados os principais pontos

observados.

Mesmo obtendo algumas respostas que discordassem das afirmações e, ainda que

algumas dessas práticas não atingissem na empresa o seu máximo potencial, para propiciar um

ambiente inovador, cada organização tem seu ponto ótimo em termos estruturais e

organizacionais e o que ela deve fazer é buscar sempre o equilíbrio (TIDD; BESSANT;

PAVITT, 2005).

52

A primeira pergunta em escala do nosso questionário piloto foi: “Na sua percepção, a

Mundipagg é uma empresa inovadora?”; apesar de 8% dos respondentes discordarem, a maioria

respondeu nos pontos mais altos da escala, ou seja, a maioria dos respondentes considera a

Mundipagg como uma empresa inovadora. Nos próximos tópicos serão abordados todos os

subtópicos do questionário; ao cruzar o resultado dessa pergunta com a das afirmações

seguintes, vemos que de fato a Mundipagg, a partir desse indício do piloto, contém práticas

gerenciais que propiciam a inovação e pode ser considerada inovadora.

4.8.1 Avaliação do quesito Gestão de Pessoas e Liderança

De acordo com os cálculos da escala Likert, o grau de concordância para inovação nesse

quesito foi de aproximadamente 85%, o que demonstrada uma boa gestão de pessoas e um bom

time de liderança na busca pela inovação organizacional; 100% dos respondentes concordaram

em maior ou menor grau que iniciativas inovadoras são bem vistas pela empresa, encorajadas

e possui um ambiente desafiador para o funcionário.

Um ponto de atenção, foi no fator liderança. Alguns dos respondentes não concordam

com a capacidade dos seus gestores de liderança, no que tange visão compartilhada de futuro e

visão de importância do trabalho individual, quesitos importantes ressaltados no embasamento

teórico. Podemos ver esses resultados nas figuras 2 e 3.

Podemos então inferir, de acordo com a percepção dos respondentes, que a prática

Gestão de Pessoas e Liderança – no sentido inovador – está presente na Mundipagg.

53

FIGURA 2- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: OS

GERENTES TÊM EXCELENTES HABILITADES DE COMUNICAÇÃO.

Fonte: Elaborada pelas autoras

FIGURA 3 – RESULTAS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: OS

GERENTES FAZEM COM QUE AS PESSOAS ENTENDAM A IMPORTÂNCIA DE SEU

TRABALHO PARA O SUCESSO DA EMPRESA.

Fonte: Elaborada pelas autoras

4.8.2 Avaliação do quesito Mercado e Estratégia

Apesar de todas as cinco perguntas terem as respostas concentradas acima do ponto

neutro, o que indica que em termos de “Mercado e Estratégia” os respondentes acreditam que

a empresa possui as características de uma empresa inovadora. Em relação à pergunta “Estamos

sempre em contato com os clientes-usuários para identificar oportunidades para novos produtos

54

e melhorar os já existentes”, apenas a minoria (12%) respondeu negativamente, conforme a

figura 4:

FIGURA 4- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO:

ESTAMOS SEMPRE EM CONTATO COM OS CLIENTES-USUÁRIOS PARA

IDENTIFICAR OPORTUNIDADES PARA NOVOS PRODUTOS E MELHORAR OS JÁ

EXISTENTES

Fonte: Elaborada pelas autoras

Tidd, Bressan e Pavitt (2005) destacam que o conhecimento e acompanhamento dos

clientes é algo fundamental para a inovação em uma empresa, pois cria oportunidades de

melhorias e diversificação. Ademais, os mesmos autores definiram que é também importante

difundir em toda a empresa a importância da inovação e compartilhar as visões de futuro e

estratégia. No quesito anterior “Gestão de Pessoas”, alguns respondentes discordaram da

capacidade dos gestores de difusão de objetivos e comunicação, fator importante de difusão de

objetivos na organização. É importante destacar que foi feita apenas uma inferência a partir da

percepção dos respondentes. De maneira análoga, podemos fazer a mesma inferência para as

repostas da pergunta da figura 5:

55

FIGURA 5- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: O

PLANO ESTRATÉGICO DA EMPRESA ALOCA PARTE DE SEUS RECURSOS PARA A

EXECUÇÃO DOS PROJETOS DE INOVAÇÃO

Fonte: Elaborada pelas autoras

4.8.3 Avaliação do quesito Estrutura Organizacional

Todas as cinco perguntas elaboradas para avaliação da Estrutura Organizacional da

empresa tiveram as respostas concentradas acima do ponto neutro. Com isso, há o indício que

nesse aspecto a Mundipagg adota práticas que auxiliam para que haja inovação. Entretanto,

houve uma pergunta que merece atenção especial por ter comparativamente mais respondentes

discordando do que foi afirmado. É possível identificar na figura 6:

56

FIGURA 6- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: A

COMUNICAÇÃO ENTRE AS VÁRIAS ÁREAS E NÍVEIS ORGANIZACIONAIS É

INTENSA E FLUIDA.

Fonte: Elaborada pelas autoras

Tidd, Bressan e Pavitt (2005) destacam que ter uma estrutura que possibilite a

comunicação entre os vários níveis organizacionais é importante. Pela percepção dos

respondentes, vemos que muitos discordam que a estrutura presente na empresa facilite esse

quesito, o que nos deixa dúvidas quanto a esta prática. Porém, ainda assim, para a grande

maioria dos respondentes, as afirmações iam de acordo com uma estrutura organizacional que

favorece a inovação

4.8.4 Avaliação do quesito Gestão de Parcerias

Quanto à Gestão de parcerias, nota-se que pela percepção dos respondentes, uma grande

parte não sabia opinar sobre as parcerias, mas 56% dos respondentes sabem que existe parceria

da Mundipagg com outras empresas. Da mesma forma, metade das pessoas não sabiam opinar

sobre a existência de parcerias com Universidades e Centros de Pesquisa. As figuras 7 e 8

mostram os resultados de duas perguntas referentes à categoria Gestão de Parcerias.

57

FIGURA 7- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: NÓS

TEMOS PARCERIAS COM OUTRAS EMPRESAS QUE POSSUEM RECURSOS E

CAPACIDADES COMPLEMENTARES

Fonte: Elaborada pelas autoras

FIGURA 8- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: NÓS

FIRMAMOS ALIANÇAS COM ORGANIZAÇÕES EXTERNAS DE P&D, TAIS COMO

UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA

Fonte: Elaborada pelas autoras

4.8.5 Avaliação do quesito Gestão de Tecnologia

No quesito “Gestão de Tecnologia”, pela percepção dos respondentes, verifica-se que a

Mundipagg é uma empresa que está altamente ligada às novas oportunidades de tecnologia que

podem vir a surgir no ambiente. Além disso, nota-se que, pela percepção dos respondentes, a

58

empresa está sempre em busca de qualidade e de inovações tecnológicas, pois mais de 90%

deles concordam com as afirmações, como podemos ver nas figuras 9 e 10:

FIGURA 9- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: A

EMPRESA ESTÁ ATENTA ÀS TECNOLOGIAS EMERGENTES QUE PODEM

FORNECER OPORTUNIDADES ESTRATÉFICAS OU AMEAÇAS À EMPRESA

FIGURA 9- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO: A

EMPRESA ESTÁ ATENTA ÀS TECNOLOGIAS EMERGENTES QUE PODEM

FORNECER OPORTUNIDADES ESTRATÉFICAS OU AMEAÇAS À EMPRESA

Fonte: Elaborada pelas autoras

59

FIGURA 10- RESULTADOS DA PERGUNTA DO QUESTIONÁRIO PILOTO:

NÓS BUSCAMOS GERIR O NOSSO PORTFÓLIO DE TECNOLOGIAS PARA QUE

TENHAMOS A MELHOR COMBINAÇÃO POSSÍVEL DE TECNOLOGIAS

Fonte: Elaborada pelas autoras

60

5. CONCLUSÃO

Este projeto buscou identificar e discutir as práticas gerenciais que incitam um ambiente de

inovação dentro de organizações, além de estudar a forma como tais escolhas estimulam a

inovação. Um estudo de caso foi aplicado para analisar as práticas gerenciais de uma empresa

considerada inovadora, e como estas se comparam às sugeridas pelos fundamentos teóricos.

Para tanto, elaborou-se um questionário que evidenciasse a percepção dos funcionários de tal

empresa acerca de suas práticas e do seu potencial inovador em geral.

A abordagem teórica envolveu o levantamento das diversas interpretações de inovação,

que colaboraram para salientar sua importância para empresas que procuram firmar sua posição

competitiva de longo prazo. Nota-se, em particular, que por trás de um novo produto, que é a

inovação visível, há diversos fatores subjacentes que são inerentes à cultura da organização e

fornecem as condições que tornam possível a sua criação. Os conceitos teóricos também

constituíram o fundamento para a determinação de práticas gerenciais propícias para a

inovação.

O questionário foi avaliado em uma etapa de aplicação piloto, visando verificar a sua

adequação para mensurar a percepção por parte dos funcionários de como práticas gerenciais

impulsionam a inovação de uma empresa. A estatística Alfa de Cronbach foi empregada para

esse fim, e resultou em um coeficiente de 0,868, que indica um alto nível de consistência

interna. Assim, é possível concluir que o questionário provê confiabilidade nos resultados que

se propõe a medir.

As respostas obtidas indicam que, de acordo com a percepção dos respondentes, a

empresa em questão é inovadora, e que suas práticas parecem corresponder àquelas previstas

pela literatura para propiciar a inovação.

Propostas de continuação deste trabalho incluem aplicar o questionário elaborado para

maiores amostras de funcionários e de empresas, o que constituiria um estudo de campo com

intuito de avaliar a percepção de práticas gerenciais inovadoras. A consistência interna do

questionário pode também ser testada com maior severidade por meio do emprego de outros

testes estatísticos, como por exemplo o PCA (Principal Component Analysis).

61

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2017.

68

APÊNDICE

APÊNDICE A – Elaboração Questionário Piloto

Pergunta Razão Autor

Q1.Faixa etária Pergunta de perfil -

Q2.Primeiro emprego/estágio? Pergunta de perfil -

Q3.Trabalha há muito tempo na Mundipagg? Pergunta de perfil -

Q4.Na sua percepção a Mundipagg é uma

empresa inovadora?

Pergunta para obter diretamente a percepção dos

respondentes sobre a inovação na Mundipagg. -

Q5. Os gerentes estão dispostos a assumir

riscos para aproveitar oportunidades de

crescimento.

Novas oportunidades devem ser exploradas e

consideram que na organização quem deve

conduzir e assumir os riscos dessa ação é o líder

Wang e Ahmed (2004)

Q6. Os gerentes estimulam a geração de ideias

inovadoras para a solução dos problemas

É preciso então que o lider crie um ambiente

motivador onde as pessoas se sintam confortáveis

para compartilhar suas ideias e as mesmas sejam

confrontadas de uma maneira estimulante, para

despertar novas maneiras de pensamento.

Hill (2014 apud Burkhardt 2016,

p.168)

Q7. Os gerentes têm excelentes habilidades de

comunicação.

É importante que o líder tenha grandes habilidades

de comunicação e conhecimento sobre a empresa e

o ambiente em que atua, sobre seus stakeholders ,

já que ambientes inovadores são associados ao

risco.

Bass e Petrullo (1961 apud Mundim

e Muchsler, 2007, p. 17)

Q8. Os gerentes compartilham com os

funcionários o direcionamento desejado para a

empresa.

É preciso compartilhar e reforçar aos funcionários

a visão da empresa de longo prazo e o quanto o

trabalho deles tem influência para alcance dos

objetivos, sua importância na organização.

Heifetz (2000 apud Alonso, 2005,

p. 1)

Q9. Os gerentes fazem com que as pessoas

entendam a importância de seu trabalho para o

sucesso da empresa.

É necessário que a organização em todos os seus

níveis entenda a necessidade de seu trabalho.Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q10. Erros são tolerados.

a empresa deve também se atentar ao

encorajamento e ser condescendente com alguns

níveis de erros.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

69

Q11. Na minha empresam as iniciativas

inovadoras bem-sucedidas são reconhecidas

As organizações inovadoras tendem a reconhecer

contribiçoes de funcionariosTidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q12. Na minha empresam as iniciativas

inovadoras bem-sucedidas são recompensadas.

As organizações inovadoras tendem a

recompensar o comportamento criativo.Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q13. A minha empresa oferece horário flexível

aos funcionários.

Empresas inovadoras, dessa maneira, podem

então conseguir adotar a flexibilização do trabalho,

o que permite que o trabalhador mantenha um

equilíbrio das atividades dentro e fora da empresa.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q14. Na minha empresa sou encorajado a

trazer novas ideias.

As organizações inovadoras tendem a

recompensar e a estimular o comportamento

criativo.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q15. Eu me sinto desafiado no meu trabalho.A empresa deve desafiar o funcionário para

estimular asa criatividade.Amabile (1988)

Q16. Eu tenho a liberdade para decidir como

conduzir meus projetos.

Empresas inovadoras, dessa maneira, podem

então conseguir adotar a flexibilização do trabalho,

o que permite que o trabalhador mantenha um

equilíbrio das atividades dentro e fora da empresa

Amabile (1988)

Q17. São oferecidas oportunidades de

desenvolvimento que aumentam a expertise do

funcionário.

o treinamento e desenvolvimento são motivadores,

uma vez que as pessoas valorizam a aquisição de

novas habilidades como forma de

desenvolvimento pessoal e se sentem mais

valorizadas como parte da organização

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q18. Nós conhecemos bem o mercado em que

atuamos.

Empresas inovadoras bem-sucedidas estão

sempre atentas ao ambiente externoTidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q19. Estamos sempre em contato com os

clientes-usuários para identificar oportunidades

para novos produtos e melhorar os já

Empresas inovadoras bem-sucedidas estão

sempre atentas ao clienteTidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q20. Temos uma estratégia de posicionamento

no mercado (sabemos onde queremos atuar).

É necessário que a empresa tenha bem claro o seu

público alvo para estar cada vez mais próximo ao

cliente e engajar toda a organização aos mesmos

objetivos.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q21. O plano estratégico da empresa aloca

parte de seus recursos para a execução dos

projetos de inovação

A empresa inovadora procura sempre novas ideias

e oportunidades.Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q22. Na nossa empresa, os funcionários

reconhecem a importância da inovação para o

sucesso da cia no futuro

É preciso existir envolvimento com inovação. Todas

as áreas devem estar engajadas com o objetivo de

inovar.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

70

Q23. Há forte troca de conhecimento entre as

diversas áreas e níveis organizacionais

As organizações devem procurar ter hierarquias

mais horizontais e menos burocratização, de modo a

facilitar a comunicação e ter respostas mais

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q24. Nossa estrutura organizacional facilita o

fluxo de conhecimento.

As organizações devem procurar ter hierarquias

mais horizontais e menos burocratização, de modo a

facilitar a comunicação e ter respostas mais

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q25. Na minha empresa, os funcionários têm

autonomia para tomar as decisões necessárias

para resolver os problemas que encontram no

dia-a-dia

As empresas devem procurar dar mais flexibilidade

aos funcionários e diminuir a centralização das

tomadas de decisão.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

Q26. A comunicação entre as várias áreas e

níveis organizacionais é intensa e fluida.

Com uma comunicação interna ruim, a inovação

perde forças na empresa, pois podem ocorrer

falhas em diferentes elementos funcionais durante

o processo de inovação

Tidd, Bessant e Pavitt (2005).

Q27. Na minha empresa, o trabalho em equipe

é incentivado

Estudos mostraram que as equipes tiveram maior

desempenho em geração de ideias quando

comparadas com o trabalho de um único indivíduo

e, portanto, o trabalho em equipe é elemento

importante para o sucesso de um projeto

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

28.Nós firmamos alianças com organizações

externas de P&D, tais como Universidades e

Centros de Pesquisa

É mais difícil que as organizações possuam dentro

da própria empresa todo o conhecimento específico

de cada área técnica relevante. Para adquirí-lo, as

empresas podem recorrer às Universidades e

Centros de Pesquisa.

(MENDEL; FERREIRA, 2006)

29.Nós temos parcerias com outras empresas

que possuem recursos e capacidades

complementares

A lógica das parcerias é da complementaridade de

recursos e de capacidades para atingir metas que

sem a parceria seriam mais difíceis ou

impraticáveis.

Mendel e Ferreira (2006)

30.Há na empresa um gerente de parcerias ou

gerente do relacionamento, que é a pessoa

responsável por supervisionar as atividades, os

resultados, além do relacionamento entre as

empresas parceiras.

As empresas que conseguem sistematicamente

criar mais valor com as alianças adotam uma

gerência dedicada à aliança.

Dyer, Kale e Singh (2001)

31.A minha empresa possui um time

responsável pela pesquisa e desenvolvimento

tecnológico

É importante que haja um time que cuidará da

geração, aquisição, início da produção,

aperfeiçoamento, assimilação e comercialização das

tecnologias requeridas pela empresa, assim como

do desenho, promoção e administração de práticas

e ferramentas para a captação e/ou produção de

informação.

Sáenz e Capote (2002 apud Natume;

Carvalho; Francisco, 2008, p.3)

32.A empresa está atenta às tecnologias

emergentes que podem fornecer oportunidades

estratégicas ou ameaças à empresa

A prospecção tecnológica é importante na Gestão

da Tecnologia, pois as tendências emergentes e

tecnologias existentes podem fornecer

oportunidades estratégicas ou ameaças à firma.

Temaguide (1999)

33.Nós buscamos gerir o nosso portfólio de

tecnologias para que tenhamos a melhor

combinação possível de tecnologias

A Gestão de Portfólio define o conjunto de projetos,

atividades ou até áreas de negócio para se obter um

equilíbrio entre risco e retorno, estabilidade e

crescimento, atratividade e reveses, realizando o

melhor uso dos recursos disponíveis para que

ocorra a inovação.

Temaguide (1999)

34.Nós analisamos os impactos ambientais das

nossas tecnologias para endereçar melhor as

nossas práticas

A Gestão Ambiental melhora como a firma

identifica e endereça questões ambientais. A

sustentabilidade é um fator desafiador para a

inovação, mas abriu significantes oportunidades.

Tidd, Bessant e Pavitt (2005)

71

APÊNDICE B – Questionário Piloto

Perguntas de Perfil

Q1. Faixa etária

( ) Até 18 anos

( ) 19 anos a 25 anos

( ) 26 anos a 30 anos

( ) A partir de 31 anos

Q2. É o seu primeiro emprego/estágio?

( ) Sim ( ) Não

Q3. Trabalha há quanto tempo na Mundipagg?

( ) Até 3 meses

( ) De 3 a 6 meses

( ) De 7 meses a 1 ano

( ) Mais do que 1 ano a 2 anos

( ) Mais do que 2 anos

Próximas perguntas respondidas com:

() Concordo totalmente () Concordo () Discordo () Discordo Totalmente () Não sei opinar

Q4. Na sua percepção, a Mundipagg é uma empresa inovadora?

Gestão de Pessoas e Liderança

Q5. Os gerentes estão dispostos a assumir riscos para aproveitar oportunidades de

crescimento.

Q6. Os gerentes estimulam a geração de ideias inovadoras para a solução dos problemas

Q7. Os gerentes têm excelentes habilidades de comunicação.

Q8. Os gerentes compartilham com os funcionários o direcionamento desejado para a

empresa.

72

Q9. Os gerentes fazem com que as pessoas entendam a importância de seu trabalho para o

sucesso da empresa.

Q10. Erros são tolerados.

Q11. Na minha empresam as iniciativas inovadoras bem-sucedidas são reconhecidas

Q12. Na minha empresam as iniciativas inovadoras bem-sucedidas são recompensadas.

Q13. A minha empresa oferece horário flexível aos funcionários.

Q14. Na minha empresa sou encorajado a trazer novas ideias.

Q15. Eu me sinto desafiado no meu trabalho.

Q16. Eu tenho a liberdade para decidir como conduzir meus projetos.

Q17. São oferecidas oportunidades de desenvolvimento que aumentam a expertise do

funcionário.

Mercado e Estratégia

Q18. Nós conhecemos bem o mercado em que atuamos.

Q19. Estamos sempre em contato com os clientes-usuários para identificar oportunidades para

novos produtos e melhorar os já existentes

Q20. Temos uma estratégia de posicionamento no mercado (sabemos onde queremos atuar).

Q21. O plano estratégico da empresa aloca parte de seus recursos para a execução dos

projetos de inovação

Q22. Na nossa empresa, os funcionários reconhecem a importância da inovação para o sucesso

da cia no futuro

Estrutura Organizacional

Q23. Há forte troca de conhecimento entre as diversas áreas e níveis organizacionais

Q24. Nossa estrutura organizacional facilita o fluxo de conhecimento.

Q25. Na minha empresa, os funcionários têm autonomia para tomar as decisões necessárias

para resolver os problemas que encontram no dia-a-dia

Q26. A comunicação entre as várias áreas e níveis organizacionais é intensa e fluida.

Q27. Na minha empresa, o trabalho em equipe é incentivado

Próximas perguntas respondidas com:

73

() Sim () Não () Não sei opinar

Gestão de Tecnologias

28.Nós firmamos alianças com organizações externas de P&D, tais como Universidades e

Centros de Pesquisa

29.Nós temos parcerias com outras empresas que possuem recursos e capacidades

complementares

30.Há na empresa um gerente de parcerias ou gerente do relacionamento, que é a pessoa

responsável por supervisionar as atividades, os resultados, além do relacionamento entre as empresas

parceiras.

31.A minha empresa possui um time responsável pela pesquisa e desenvolvimento tecnológico

Próximas perguntas respondidas com:

() Concordo totalmente () Concordo () Discordo () Discordo Totalmente () Não sei opinar

Gestão de Parcerias

32.A empresa está atenta às tecnologias emergentes que podem fornecer oportunidades

estratégicas ou ameaças à empresa

33.Nós buscamos gerir o nosso portfólio de tecnologias para que tenhamos a melhor

combinação possível de tecnologias

34.Nós analisamos os impactos ambientais das nossas tecnologias para endereçar melhor as

nossas práticas

74

APÊNDICE C - Inserção das Respostas no SPSS

75

APÊNDICE D – Caracterização das Variáveis (Perguntas)

76

APÊNDICE E – Resultados do Teste de Alfa de Cronbach

RELIABILITY

/VARIABLES=I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12 I13 I14 I15 I16 I17 I18

I19 I20 I21 I22 I23 I24 I29 I30 I31

/SCALE('ALL VARIABLES') ALL

/MODEL=ALPHA

/STATISTICS=DESCRIPTIVE SCALE CORR

/SUMMARY=TOTAL.

Notes

Output Created 25-Ago-2017 05h7min7s

Comments

Input Active Dataset DataSet0

Filter <none>

Weight <none>

Split File <none>

N of Rows in Working Data

File

26

Matrix Input

Missing Value Handling Definition of Missing User-defined missing values are

treated as missing.

Cases Used Statistics are based on all cases with

valid data for all variables in the

procedure.

Syntax RELIABILITY

/VARIABLES=I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9

I10 I11 I12 I13 I14 I15 I16 I17 I18 I19

I20 I21 I22 I23 I24 I29 I30 I31

/SCALE('ALL VARIABLES') ALL

/MODEL=ALPHA

/STATISTICS=DESCRIPTIVE

SCALE CORR

/SUMMARY=TOTAL.

Resources Processor Time 00 00:00:00,016

Elapsed Time 00 00:00:00,023

[DataSet0]

77

Warnings

The determinant of the covariance matrix is zero or approximately zero. Statistics based

on its inverse matrix cannot be computed and they are displayed as system missing

values.

Scale: ALL VARIABLES

Case Processing Summary

N %

Cases Valid 26 100,0

Excludeda 0 ,0

Total 26 100,0

a. Listwise deletion based on all variables in the

procedure.

Reliability Statistics

Cronbach's

Alpha

Cronbach's

Alpha Based on

Standardized

Items N of Items

,868 ,890 27

78

Inter-Item Correlation Matrix

I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8

I

1

1,

000

,3

01

,5

32

,2

55

,1

71

,3

61

,1

30

-

,204

I

2

,3

01

1,

000

,2

57

,5

13

,0

33

,2

62

,4

33

,2

56

I

3

,5

32

,2

57

1,

000

,1

87

-

,027

,4

38

-

,029

-

,101

I

4

,2

55

,5

13

,1

87

1,

000

,2

09

,3

19

,5

59

-

,046

I

5

,1

71

,0

33

-

,027

,2

09

1,

000

,3

85

,4

77

,1

22

I

6

,3

61

,2

62

,4

38

,3

19

,3

85

1,

000

,1

14

,4

00

I

7

,1

30

,4

33

-

,029

,5

59

,4

77

,1

14

1,

000

,0

53

I

8

-

,204

,2

56

-

,101

-

,046

,1

22

,4

00

,0

53

1,

000

I

9

,0

14

,5

00

,1

07

-

,157

-

,076

-

,033

,1

45

,4

41

I

10

,0

76

,0

54

,2

02

,0

17

,1

17

,0

66

,0

66

-

,104

I

11

-

,018

,3

28

,1

20

,1

69

,4

32

,3

10

,3

10

,3

91

I

12

,0

44

,0

19

,1

92

,0

88

,5

92

,3

37

,2

28

,1

58

I

13

-

,077

,3

67

,0

58

,2

13

-

,029

-

,170

,3

68

,2

66

I

14

-

,294

-

,154

-

,228

,1

02

,5

60

,2

90

,1

88

,5

02

I

15

,2

71

,0

23

,1

15

,1

02

,5

78

,2

21

,0

52

,1

83

I

16

,0

51

,2

74

,1

77

,2

32

,3

68

,3

46

,0

73

,3

11

I

17

,2

59

,0

93

-

,046

,1

10

,4

41

-

,007

,2

78

,0

11

I

18

,4

47

,2

66

,3

29

,2

12

,2

61

,5

59

,3

48

,1

17

I

19

,0

25

,0

84

,3

49

,0

50

,2

61

,4

45

,0

05

,3

86

79

I

20

,2

17

,4

57

,3

80

,7

47

,4

17

,5

66

,5

20

,0

50

I

21

,3

66

,4

64

,3

07

,2

86

,0

52

,5

27

,0

38

,2

81

I

22

-

,045

,2

82

,1

82

-

,005

,3

78

,3

09

,4

02

,5

39

I

23

,1

98

,4

83

,2

40

,6

06

,2

28

,5

11

,2

09

,0

67

I

24

,2

74

,4

18

,0

62

,1

45

,3

71

,2

88

,5

02

,3

86

I

29

,1

21

,2

78

,1

47

,2

00

,0

62

,3

90

,0

66

,4

02

I

30

,0

14

,0

46

-

,093

,0

39

,2

08

,2

79

-

,239

,3

74

I

31

,1

57

,3

88

,2

87

,5

28

,3

14

,5

13

,1

30

,1

57

80

Inter-Item Correlation Matrix

I9

I1

0

I1

1

I1

2

I1

3

I1

4

I1

5

I1

6

I

1

,0

14

,0

76

-

,018

,0

44

-

,077

-

,294

,2

71

,0

51

I

2

,5

00

,0

54

,3

28

,0

19

,3

67

-

,154

,0

23

,2

74

I

3

,1

07

,2

02

,1

20

,1

92

,0

58

-

,228

,1

15

,1

77

I

4

-

,157

,0

17

,1

69

,0

88

,2

13

,1

02

,1

02

,2

32

I

5

-

,076

,1

17

,4

32

,5

92

-

,029

,5

60

,5

78

,3

68

I

6

-

,033

,0

66

,3

10

,3

37

-

,170

,2

90

,2

21

,3

46

I

7

,1

45

,0

66

,3

10

,2

28

,3

68

,1

88

,0

52

,0

73

I

8

,4

41

-

,104

,3

91

,1

58

,2

66

,5

02

,1

83

,3

11

I

9

1,

000

,1

48

,3

53

,1

67

,4

71

-

,015

,1

72

,2

90

I

10

,1

48

1,

000

,5

09

,4

54

,2

16

-

,069

,1

79

-

,090

I

11

,3

53

,5

09

1,

000

,7

54

,2

79

,3

74

,3

60

,2

28

I

12

,1

67

,4

54

,7

54

1,

000

,2

05

,4

07

,4

05

,0

83

I

13

,4

71

,2

16

,2

79

,2

05

1,

000

,1

97

,1

69

-

,130

I

14

-

,015

-

,069

,3

74

,4

07

,1

97

1,

000

,3

54

,2

84

I

15

,1

72

,1

79

,3

60

,4

05

,1

69

,3

54

1,

000

,5

11

I

16

,2

90

-

,090

,2

28

,0

83

-

,130

,2

84

,5

11

1,

000

I

17

,0

39

,0

51

,5

00

,4

02

,0

53

,3

03

,5

19

,1

03

I

18

,0

71

,0

80

,2

96

,2

80

-

,037

-

,054

,0

33

,0

18

I

19

,2

17

,1

50

,3

85

,3

88

-

,086

,3

64

,2

69

,2

41

81

I

20

-

,053

-

,126

,3

24

,2

46

,0

46

,2

71

,1

80

,4

78

I

21

,1

94

-

,105

,2

76

,0

31

-

,054

,2

05

,1

60

,2

70

I

22

,2

98

,1

26

,5

89

,5

01

,4

72

,4

86

,2

06

-

,062

I

23

,0

56

-

,143

,1

97

,0

98

-

,097

,2

70

,0

55

,4

17

I

24

,3

81

,1

06

,4

62

,3

78

,4

13

,3

29

,2

54

,0

71

I

29

,3

24

-

,024

,2

96

,1

97

,2

15

,1

55

,2

90

,1

89

I

30

,1

44

-

,191

,1

46

,1

87

-

,005

,4

27

,3

16

,1

96

I

31

-

,078

,2

33

,3

02

,3

28

-

,014

-

,002

,2

92

,3

80

82

Inter-Item Correlation Matrix

I1

7

I1

8

I1

9

I2

0

I2

1

I2

2

I2

3

I2

4

I

1

,2

59

,4

47

,0

25

,2

17

,3

66

-

,045

,1

98

,2

74

I

2

,0

93

,2

66

,0

84

,4

57

,4

64

,2

82

,4

83

,4

18

I

3

-

,046

,3

29

,3

49

,3

80

,3

07

,1

82

,2

40

,0

62

I

4

,1

10

,2

12

,0

50

,7

47

,2

86

-

,005

,6

06

,1

45

I

5

,4

41

,2

61

,2

61

,4

17

,0

52

,3

78

,2

28

,3

71

I

6

-

,007

,5

59

,4

45

,5

66

,5

27

,3

09

,5

11

,2

88

I

7

,2

78

,3

48

,0

05

,5

20

,0

38

,4

02

,2

09

,5

02

I

8

,0

11

,1

17

,3

86

,0

50

,2

81

,5

39

,0

67

,3

86

I

9

,0

39

,0

71

,2

17

-

,053

,1

94

,2

98

,0

56

,3

81

I

10

,0

51

,0

80

,1

50

-

,126

-

,105

,1

26

-

,143

,1

06

I

11

,5

00

,2

96

,3

85

,3

24

,2

76

,5

89

,1

97

,4

62

I

12

,4

02

,2

80

,3

88

,2

46

,0

31

,5

01

,0

98

,3

78

I

13

,0

53

-

,037

-

,086

,0

46

-

,054

,4

72

-

,097

,4

13

I

14

,3

03

-

,054

,3

64

,2

71

,2

05

,4

86

,2

70

,3

29

I

15

,5

19

,0

33

,2

69

,1

80

,1

60

,2

06

,0

55

,2

54

I

16

,1

03

,0

18

,2

41

,4

78

,2

70

-

,062

,4

17

,0

71

I

17

1,

000

,3

02

,3

12

,1

41

,2

53

,4

07

,1

10

,4

98

I

18

,3

02

1,

000

,3

77

,4

17

,4

40

,3

66

,2

86

,4

99

I

19

,3

12

,3

77

1,

000

,2

39

,4

12

,3

67

,3

35

,3

99

83

I

20

,1

41

,4

17

,2

39

1,

000

,4

75

,2

01

,7

12

,1

69

I

21

,2

53

,4

40

,4

12

,4

75

1,

000

,2

43

,7

15

,3

51

I

22

,4

07

,3

66

,3

67

,2

01

,2

43

1,

000

,0

78

,6

14

I

23

,1

10

,2

86

,3

35

,7

12

,7

15

,0

78

1,

000

,2

75

I

24

,4

98

,4

99

,3

99

,1

69

,3

51

,6

14

,2

75

1,

000

I

29

,3

85

,4

13

,4

35

,1

63

,2

05

,3

99

,2

91

,4

80

I

30

,2

83

,1

18

,4

39

,0

19

,2

33

,2

02

,3

20

,2

70

I

31

,0

11

,1

82

,2

05

,4

90

,1

25

,0

04

,2

88

-

,060

84

Inter-Item Correlation Matrix

I2

9

I3

0

I3

1

I

1

,1

21

,0

14

,1

57

I

2

,2

78

,0

46

,3

88

I

3

,1

47

-

,093

,2

87

I

4

,2

00

,0

39

,5

28

I

5

,0

62

,2

08

,3

14

I

6

,3

90

,2

79

,5

13

I

7

,0

66

-

,239

,1

30

I

8

,4

02

,3

74

,1

57

I

9

,3

24

,1

44

-

,078

I

10

-

,024

-

,191

,2

33

I

11

,2

96

,1

46

,3

02

I

12

,1

97

,1

87

,3

28

I

13

,2

15

-

,005

-

,014

I

14

,1

55

,4

27

-

,002

I

15

,2

90

,3

16

,2

92

I

16

,1

89

,1

96

,3

80

I

17

,3

85

,2

83

,0

11

I

18

,4

13

,1

18

,1

82

I

19

,4

35

,4

39

,2

05

85

I

20

,1

63

,0

19

,4

90

I

21

,2

05

,2

33

,1

25

I

22

,3

99

,2

02

,0

04

I

23

,2

91

,3

20

,2

88

I

24

,4

80

,2

70

-

,060

I

29

1,

000

,6

56

,2

04

I

30

,6

56

1,

000

,0

81

I

31

,2

04

,0

81

1,

000

86

Item-Total Statistics

Scale

Mean if Item

Deleted

Scale

Variance if Item

Deleted

Correct

ed Item-Total

Correlation

Square

d Multiple

Correlation

Cronba

ch's Alpha if

Item Deleted

I

1

46,58 116,01

4

,300 . ,866

I

2

46,65 112,71

5

,588 . ,860

I

3

46,58 116,17

4

,364 . ,865

I

4

45,96 108,51

8

,480 . ,862

I

5

46,27 114,60

5

,488 . ,863

I

6

46,35 110,71

5

,634 . ,858

I

7

46,35 113,91

5

,422 . ,863

I

8

46,73 116,84

5

,394 . ,865

I

9

45,65 110,55

5

,256 . ,875

I

10

46,69 118,94

2

,127 . ,870

I

11

46,69 114,38

2

,623 . ,861

I

12

46,65 115,59

5

,491 . ,863

I

13

46,27 116,20

5

,207 . ,870

I

14

46,31 116,86

2

,341 . ,866

I

15

46,46 114,57

8

,442 . ,863

I

16

45,96 108,91

8

,429 . ,864

I

17

46,42 116,09

4

,379 . ,865

I

18

45,88 106,66

6

,480 . ,862

I

19

46,15 111,17

5

,503 . ,861

87

I

20

46,00 104,00

0

,650 . ,855

I

21

46,08 108,79

4

,541 . ,860

I

22

46,50 114,58

0

,495 . ,863

I

23

45,77 107,14

5

,572 . ,858

I

24

46,58 114,41

4

,589 . ,862

I

29

46,46 115,21

8

,518 . ,863

I

30

46,38 116,56

6

,303 . ,866

I

31

44,62 106,64

6

,424 . ,866

Scale Statistics

M

ean

V

ariance

Std.

Deviation

N

of Items

4

8,04

1

21,078

11,004 27

88

APÊNDICE F – Resultados do Questionário

Q1: Faixa Etária

Q2: É o seu primeiro emprego/estágio?

89

Q3: Trabalha há quanto tempo na Mundipagg?

Q4: Na sua percepção, a Mundipagg é uma empresa inovadora?

90

Q5: Os gerentes estão dispostos a assumir riscos para aproveitar oportunidades de crescimento.

Q6: Os gerentes estimulam a geração de ideias inovadoras para a solução dos problemas

91

Q7: Os gerentes têm excelentes habilidades de comunicação.

Q8: Os gerentes compartilham com os funcionários o direcionamento desejado para a empresa.

92

Q9: Os gerentes fazem com que as pessoas entendam a importância de seu trabalho para o

sucesso da empresa.

Q10: Erros são tolerados.

93

Q11: Na minha empresam as iniciativas inovadoras bem-sucedidas são reconhecidas

Q12: Na minha empresam as iniciativas inovadoras bem-sucedidas são recompensadas.

94

Q13: A minha empresa oferece horário flexível aos funcionários.

Q14: Na minha empresa sou encorajado a trazer novas ideias.

95

Q15: Eu me sinto desafiado no meu trabalho.

Q16: Eu tenho a liberdade para decidir como conduzir meus projetos.

96

Q17: São oferecidas oportunidades de desenvolvimento que aumentam a expertise do

funcionário.

Q18: Nós conhecemos bem o mercado em que atuamos.

97

Q19: Estamos sempre em contato com os clientes-usuários para identificar oportunidades para

novos produtos e melhorar os já existentes

Q20: Temos uma estratégia de posicionamento no mercado (sabemos onde queremos atuar).

98

Q21: O plano estratégico da empresa aloca parte de seus recursos para a execução dos projetos

de inovação

Q22: Na nossa empresa, os funcionários reconhecem a importância da inovação para o

sucesso da cia no futuro.

99

Q23: Há forte troca de conhecimento entre as diversas áreas e níveis organizacionais

Q24: Nossa estrutura organizacional facilita o fluxo de conhecimento.

100

Q25: Na minha empresa, os funcionários têm autonomia para tomar as decisões necessárias

para resolver os problemas que encontram no dia-a-dia.

Q26: A comunicação entre as várias áreas e níveis organizacionais é intensa e fluida.

101

Q27: Na minha empresa, o trabalho em equipe é incentivado

Q29: Nós temos parcerias com outras empresas que possuem recursos e capacidades

complementares

102

Q30: Há na empresa um gerente de parcerias ou gerente do relacionamento, que é a pessoa

responsável por supervisionar as atividades, os resultados, além do relacionamento entre as

empresas parceiras.

Q31: A minha empresa possui um time responsável pela pesquisa e desenvolvimento

tecnológico.

103

Q32: A empresa está atenta às tecnologias emergentes que podem fornecer oportunidades

estratégicas ou ameaças à empresa

Q33: Nós buscamos gerir o nosso portfólio de tecnologias para que tenhamos a melhor

combinação possível de tecnologias

104

Q34: Nós analisamos os impactos ambientais das nossas tecnologias para endereçar melhor as

nossas práticas.