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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS FERNANDA NUNES DANTAS ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS NATAL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FERNANDA NUNES DANTAS

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS

COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS

NATAL

2017

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FERNANDA NUNES DANTAS

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS

COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.

NATAL

2017

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Dantas, Fernanda Nunes.

Análise da sustentabilidade empresarial nas Companhias Docas brasileiras/

Fernanda Nunes Dantas. - Natal, 2017.

97f: il.

Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho.

Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Programa de Pós-graduação

em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Sustentabilidade Empresarial – Dissertação. 2. Indicadores de Desempenho –

Dissertação. 3. Análise Multicritério – Dissertação. 4. Companhias Docas –

Dissertação. 6. Gestão Estratégica – Dissertação. I. Carvalho, José Ribamar Marques

de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 005.216.1:657.1

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FERNANDA NUNES DANTAS

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL NAS

COMPANHIAS DOCAS BRASILEIRAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Ciências Contábeis.

_______________________________________

Prof. Dr. José Ribamar Marques de Carvalho

Orientador

(Universidade Federal de Campina Grande)

_______________________________________

Prof. Dra. Aneide Oliveira Araújo

Membro Examinador Interno

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

_______________________________________

Prof. Dr. Rodolfo Jakov Saraiva Lobo

Membro Examinador Externo

(Universidade Federal de Campina Grande)

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Aos meus pais, Hermes (in memorian) e

Neide, e a minha filha, Luísa.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por toda força, fé e coragem que tem me dado ao longo da minha caminhada

pessoal, acadêmica e profissional. Com Deus, tudo. Sem Deus, nada.

Aos meus pais, Hermes (in memorian) e Neide, que, com muito esforço, priorizaram

nossos estudos e nossa formação pessoal, ensinando os verdadeiros valores da vida.

A minha filha, Luísa, minha fonte maior de inspiração e coragem. Por ela e para ela,

sigo em frente, sempre.

Ao meu namorado, Rodolfo, pelo imenso carinho durante esta caminhada, pela ajuda

constante, me incentivando e me fazendo acreditar que era possível. A você, todo meu amor,

amizade e admiração. Obrigada por tudo!

As minhas irmãs, Fabiana e Fabíola, as minhas sobrinhas, Ana Beatriz e Cecília, e aos

meus cunhados, Erivando e Jorge, pela constante torcida, incentivo e apoio.

Aos meus tios, tias, primos e primas, especialmente minhas tias Neire e Nalba, que

vibram comigo a cada sucesso, me motivando a alcançar e trilhar novos caminhos, sempre.

Ao meu orientador, Professor Dr. José Ribamar Marques de Carvalho, pela atenção,

disposição e cordialidade. Pela partilha dos conhecimentos, ideias e, especialmente, pelas suas

conclusões e comentários desde o início da orientação desta dissertação.

Aos meus amigos da batalha acadêmica Cecília, Tahiana, Daniel, Felipe, Hedson,

Jislene, Joyce e Alessandra, meu muito obrigada pelos momentos inesquecíveis ao longo de

todo o mestrado.

Aos meus professores, pelos ensinamentos e discussões que tanto contribuíram para

meu desenvolvimento enquanto Mestre. Em especial, aos professores Dr. Diogo Henrique Silva

de Lima e Dra. Aneide Oliveira Araújo, que muito me inspiraram a buscar a seara acadêmica.

A todos que compõem o Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, em especial, ao Professor Dr. Erivan Ferreira Borges e a

secretária do programa, Marileila Cavalcante, pela colaboração e disponibilidade.

Ao Diretor Presidente da CODERN, Emerson Fernandes Daniel Júnior, que me

concedeu a oportunidade de realização deste curso.

Aos meus colegas da CODERN, que muito me ajudaram na coleta das informações

necessárias para a execução desta pesquisa, em especial ao meu gerente, Manoel Alves, pela

paciência e compreensão, e a minha amiga Rejane, pela solicitude e apoio nessa etapa.

Agradeço, ainda, de forma especial, aos amigos Gisele, Mariana, Renato, Júnior, Lorenna, Anna

Cláudia e Reneide, que me incentivaram bastante nessa empreitada.

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Ao assessor do Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, então conselheiro na

Companhia Docas do Rio Grande do Norte, Eduardo Rocha Praça; aos colegas auditores

internos nas Companhias Docas, Rebeca (CDC), Giselly (CODEBA) e Marcos Roriz (CDRJ);

às secretárias dos Diretores Financeiros das Companhias Docas, Andreia (CDC), Kalina (CDP),

Roseni (CDRJ), Rita (CODEBA), Conceição (CODERN) e Edna (CODESP); aos Diretores

Administrativo-Financeiros que participaram do presente estudo, Jose Luciano Castelo Branco

Filho (CDC), Raimundo Rodrigues do Espírito Santo Júnior (CDP), Hélio Szmajser (CDRJ),

Erianísio dos Anjos Borges (CODEBA), José Adécio Costa Filho (CODERN), Roberto Carlos

Teles Braga (CODESA) e ao assessor da Diretoria Administrativa-Financeira da Companhia

Docas do Estado de São Paulo, Antônio Carlos da Costa, meu agradecimento pela colaboração.

Aos funcionários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Marcos

Maia Porto, Luiza Almeida Gusmão e Liz Vale Bentes, pela cordialidade e disponibilidade em

me ajudar a compreender e coletar os dados acerca do projeto Índice de Desenvolvimento

Ambiental que a agência realiza.

A todos que, de alguma forma, me apoiaram nessa caminhada e torceram pelo meu

êxito. Muito obrigada!

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A terra não é uma herança dos nossos

pais, mas sim um empréstimo de nossos filhos.

Provérbio Índio

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RESUMO

As questões sociais e ambientais têm impulsionado a sociedade moderna na busca por um novo

modelo de gestão no qual as empresas procurem definir estratégias que estejam alinhadas a

aspectos de sustentabilidade empresarial que não sejam meramente financeiros. Associado a

esta nova realidade, o Governo Federal editou em 2016 a Lei nº 13.303 que torna obrigatória a

adoção de práticas de sustentabilidade empresarial e Responsabilidade Social Corporativa pelas

empresas estatais brasileiras, situação que deve ser implantada pelos Portos Públicos no Brasil.

Face ao exposto, a presente pesquisa busca contribuir neste sentido, objetivando avaliar o

desempenho empresarial das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que

permeiam a sustentabilidade empresarial. Para tanto, foram selecionados indicadores de

desempenho que permitem avaliar a performance das Companhias Docas brasileiras em relação

a esses aspectos, que foram analisados através do método multicritério PROMETHEE II, aos

quais foram atribuídos pesos de importância pelos gestores das Companhias investigadas, de

forma a agregar menos subjetividade à análise dos dados. Os resultados encontrados sugerem

que empresas com melhores indicadores econômico-financeiros não necessariamente possuem

os melhores índices sociais e ambientais, o que permite inferir que, no geral, as companhias

necessitam implantar um sistema de acompanhamento voltado para a gestão da sustentabilidade

alicerçada na tríade ambiental, social e econômico-financeira. Os achados da pesquisam

apontam, ainda, que a Companhia Docas do Pará possui a gestão mais sustentável, apresentando

boa colocação para as três vertentes de sustentabilidade. Em seguida, tem-se a Companhia

Docas do Ceará, que obteve um ótimo desempenho ambiental, ocupando a primeira posição

para esse aspecto no período analisado. Por outro lado, a Companhia Docas do Rio Grande do

Norte ocupou a última posição no ranking final influenciada pelos fracos desempenhos nas

gestões social e econômico-financeira.

Palavras-chave: Sustentabilidade Empresarial. Indicadores de Desempenho. Análise

Multicritério. Companhias Docas Brasileiras.

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ABSTRACT

Social and environmental issues have driven modern society to seek a new management model

in which companies look for strategies that join aspects related to Managerial Sustaintability.

The Law 13303/16 makes practices of corporate sustainability and Corporate Social

Responsibility mandatory by Brazilian state-owned companies, including Brazilian Public

Ports. The present research aims to evaluate the business performance of Brazilian Docks

Companies in relation to the aspects that permeate the area of business sustainability. We

selected performance indicators that allow us to evaluate the performance of the Brazilian

Docks Companies in relation to these aspects, to which weightings were assigned by the

managers of the Companies investigated, in order to add less subjectivity in the data analysis.

The results suggest that companies with better economic and financial indicators do not

necessarily have the best social and environmental indexes, which makes it possible to infer

that, in general, companies need to implement a monitoring system focused on sustainability

management based on the environmental, social and financial triad. The findings also point out

that Para Dock Company has the most sustainable management, presenting a good placement

for the three sustainability strands. Next, we have Ceara Dock Company, which have obtained

a good environmental performance, occupying the first position for this aspect in the analyzed

period. On the other hand, Rio Grande do Norte Dock Company has occupied the last position

in the final ranking influenced by the poor performance in social and financial management.

Keywords: Business sustaintability. Performance rations. Multicriteria analysis. Brazilian

Docks Companies.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Percurso metodológico da pesquisa ..................................................................... 35

Figura 2 – Ranking cenário 2012 ........................................................................................... 63

Figura 3 – Ranking cenário 2013 ........................................................................................... 64

Figura 4 – Ranking cenário 2014 ........................................................................................... 65

Figura 5 – Ranking cenário 2015 ........................................................................................... 66

Figura 6 – Ranking final ........................................................................................................ 67

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características dos indicadores ........................................................................... 29

Quadro 2 – Indicadores utilizados no presente estudo .......................................................... 37

Quadro 3 – Características dos indicadores ambientais ........................................................ 38

Quadro 4 – Características dos indicadores sociais ............................................................... 39

Quadro 5 – Características dos indicadores econômico-financeiros ..................................... 40

Quadro 6 – Portos Públicos brasileiros – Amostra ................................................................ 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Teste Alpha de Crombach ................................................................................... 41

Tabela 2 – Caracterização dos especialistas .......................................................................... 42

Tabela 3 – Funções de preferência – Método PROMETHEE ............................................... 43

Tabela 4 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2012 ....................................... 46

Tabela 5 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2013 ....................................... 47

Tabela 6 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2014 ....................................... 47

Tabela 7 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2015 ....................................... 48

Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 ............................................. 48

Tabela 9 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2013 ............................................. 49

Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 ........................................... 49

Tabela 11 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2015 ........................................... 50

Tabela 12 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2012.................. 51

Tabela 13 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2013.................. 52

Tabela 14 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2014.................. 52

Tabela 15 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2015.................. 53

Tabela 16 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2012 ................................... 54

Tabela 17 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2013 ................................... 54

Tabela 18 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2014 ................................... 55

Tabela 19 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2015 ................................... 55

Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) ..................................... 55

Tabela 21 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2012 ......................................... 56

Tabela 22 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2013 ......................................... 57

Tabela 23 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2014 ......................................... 57

Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 ......................................... 57

Tabela 25 – Ranking geral das funções sociais (IMSE parcial) ........................................... 58

Tabela 26 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2012 ................ 59

Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 ................ 59

Tabela 28 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2014 ................ 60

Tabela 29 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2015 ................ 61

Tabela 30 – Ranking geral das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) .................. 62

Tabela 31 – Ranking cenário 2012 – (IMSE global) ............................................................ 63

Tabela 32 – Ranking cenário 2013 – (IMSE global) ............................................................ 64

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Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) ............................................................ 64

Tabela 34 – Ranking cenário 2015 – (IMSE global) ............................................................ 66

Tabela 35 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas – (IMSE global) ......... 67

Tabela 36 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas...................................... 69

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AET Auxílio em Educação e Treinamento

AL Alagoas

AMD Auxílio Multicritério à Decisão

ANTAQ Agência de Transportes Aquaviários

AT Acidentes de Trabalho

ATF Acidentes de Trabalho Fatais

AuA Auditoria Ambiental

AInt Auditoria Interna

APS Ações de Promoção de Saúde

BA Bahia

CDC Companhia Docas do Ceará

CDP Companhia Docas do Pará

CDPe Comprometimento das Despesas com Pessoal

CDO Comprometimento das Despesas Operacionais

CE Ceará

CEUE Consumo e Eficiência no Uso de Energia

CMR Consumo de Matérias Reciclados e Matérias Primas

CDRJ Companhia Docas do Rio de Janeiro

CODEBA Companhia das Docas do Estado da Bahia

CODERN Companhia Docas do Rio Grande do Norte

CODESA Companhia Docas do Espírito Santos

CODESP Companhia Docas do Estado de São Paulo

CODOMAR Companhia Docas do Maranhão

DO Doenças Ocupacionais

DS Discriminação Salarial

DVA Demonstração do Valor Adicionado

ES Espírito Santo

ESQ Existência de Selos de Qualidade

GRI Global Reporting Initiative

IDA Índice de Desenvolvimento Ambiental

IDS Índice de Desenvolvimento Sustentável

IGRS Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial

InSE Indicadores de Sustentabilidade Empresarial

ISocI Indicadores Sociais Internos

ISocE Indicadores Sociais Externos

LA Licenciamento Ambiental

MCDA Multicriteria Decision Aid

ME Margem EBITDA

NE Nível de Endividamento

OAA Ocorrência de Acidentes Ambientais

PA Pará

PAEA Promoção de Ações de Educação Ambiental

PAmb Passivo Ambiental

PDIA Processos Decorrentes de Infrações Ambientais

PFEAC Percentual de Funcionários e Empregados Abrangidos por Acordo Coletivo

PLR Política de Distribuição de Lucros e Resultados entre Funcionários

PR Prevenção de Riscos

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PROMETHEE Preference Ranking Method for Enrichment Evaluation

QF Quantidade de Funcionários

QFNE Quantidade de Funcionários com Necessidades Especiais

RE Receita por Empregado

RJ Rio de Janeiro

RL Receita Líquida

RN Rio Grande do Norte

ROA Retorno sobre o Ativo

ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido

RSC Responsabilidade Social Corporativa

SIGA Sistema Integrado de Gestão Ambiental Portuária

SC Santa Catarina

SEP Secretaria de Portos

SP São Paulo

TBL Triple Bottom Line

VCE Violações do Código de Ética

VV Volume de Vendas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17

1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 20

1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 20

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 22

2.1 Gestão estratégica ....................................................................................................... 22

2.2 Sustentabilidade empresarial .................................................................................... 24

2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial................................. 25

2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial ......................... 27

2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial ........................................................... 28

2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ........ 31

2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial ............32

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 34

3.1 Classificação metodológica da pesquisa ................................................................... 34

3.1.1 Percurso metodológico ................................................................................................. 35

3.1.2 População e Amostra do Estudo ................................................................................... 44

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 46

4.1 Estatística descritiva ................................................................................................... 46

4.1.1 Estatística descritiva para a função ambiental .............................................................. 46

4.1.2 Estatística descritiva para a função social .................................................................... 48

4.1.3 Estatística descritiva para a função econômico-financeira ........................................... 50

4.2 Modelo Multicritério PROMETHEE II para classificação das Companhias Docas

brasileiras ................................................................................................................... 53

4.2.1 Resultado PROMETHEE II para funções ambientais .................................................. 53

4.2.2 Resultado PROMETHEE II para funções sociais ........................................................ 56

4.2.3 Resultado PROMETHEE II para funções econômico-financeiras ............................... 59

4.3 Comparação obtida nos quatro cenários .................................................................. 62

4.4 Ranking final de desempenho das Companhias Docas brasileiras ......................... 67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 71

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REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 74

APÊNDICE A – INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DO MODELO:

CARACTERÍSTICAS ................................................................................................ 79

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS .......... 87

APÊNDICE C – TELAS VISUAL PROMETHEE ................................................. 89

APÊNDICE D – PLANILHA DADOS NO EXCEL ................................................ 97

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17

1 INTRODUÇÃO

As questões ambientais têm tido cada vez mais importância para o segmento

empresarial, situação que ocorre para atender as novas exigências legais, de mercado e da

sociedade em geral. A abordagem econômico-financeira, antes preponderante no planejamento,

vem sendo substituída por um conceito mais amplo de desenvolvimento sustentável, no qual as

metas de crescimento estão conexas aos esforços de minimização dos efeitos nocivos ao meio

ambiente e à sociedade como um todo (LAMEIRA et al, 2013; SACHS, 2012; SILVA;

QUELHAS, 2006).

Esse conceito de desenvolvimento sustentável envolve questões complexas e dinâmicas

da inter-relação da sociedade com o meio ambiente. A preocupação ambiental, somada à social,

passam então a figurar como temática importante, dada a real necessidade de mudanças na

forma como os recursos naturais estão sendo explorados e na maneira como as empresas estão

conduzindo seus negócios, posto que a preocupação focada apenas na maximização de lucros

empresariais apresenta limitações que não se alinham às necessidades das várias partes

interessadas no processo de gestão organizacional. Portanto, a sustentabilidade empresarial,

envolvendo os aspectos ambientais, sociais e econômico-financeiros, objetiva lucro e

desenvolvimento sustentável, um coexistindo com o outro. (LAMEIRA et al, 2013; RUFINO

et al, 2014; SACHS, 2012; SILVA; QUELHAS, 2006).

De acordo com Epstein e Roy (2003), a avaliação do desempenho sustentável surge

como uma forma de avaliar a performance empresarial em todas as dimensões, que busca

estabelecer a ligação entre gestão ambiental e social com negócio e estratégia competitiva, além

de integrar informação ambiental e social com informação econômico-financeira da empresa.

Proporcionar a tomada de decisões no contexto das organizações levando em

consideração aspectos meramente econômico-financeiros pode gerar muitas vezes decisões

conflituosas e subjetivas. Diversas empresas, possivelmente conduzidas pela avidez em

apresentar bons relatórios trimestrais aos acionistas, têm sido administradas com excessivo foco

nos indicadores econômico-financeiros, dando pouca importância aos indicadores não

econômico-financeiros. Assim, a busca pela maximização apenas desses indicadores apresenta

limitações, já que estimula a tomada de decisão orientada ao curto-prazo, que nem sempre é

sustentável no médio e longo-prazo (DIETSCHI; NASCIMENTO, 2008).

Essa forma como as organizações atuam no mercado, potencializando sinergias e

estratégias alinhadas à maximização de seus lucros, vem sendo aos poucos modificadas por

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18

posturas mais “responsáveis” em relação a aspectos sociais e ambientais (CHIH; CHIH; CHEN,

2010; LOURENÇO et al, 2012; ORSATO et al, 2015).

Um dos principais questionamentos vigentes diz respeito ao retorno financeiro

proporcionado pelos investimentos de empresas que lastreiam suas práticas alinhadas à

sustentabilidade empresarial (LEVY; SZEJNWALD-BROWN; DE JONG, 2010). Nesse

sentido, entende-se que toda e qualquer empresa deve tentar equilibrar as questões econômico-

financeiras, ambientais e sociais, já que dessa forma podem contribuir para a continuidade de

suas atividades e assim alinhar melhor os anseios empresariais à capacidade de atender as

necessidades das gerações futuras. Para algumas empresas, no entanto, os impactos ambientais

e sociais que suas atividades podem impelir são mais desastrosos, potencialmente mais custosos

e, por esta razão, entende-se que precisam gerir criteriosamente seus negócios levando em

consideração as questões relacionadas à gestão sustentável.

Acrescente-se a isso, o fato de que a tomada de decisões estratégicas, em ambientes

assinalados por rápidas mudanças, característica da conjuntura mercadológica atual, exige dos

seus decisores melhores julgamentos, que possam iluminar a escolha das alternativas em jogo

(ARAÚJO; ALMEIDA, 2009; SAATY, 1991; WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000).

No segmento portuário, esse argumento se torna ainda mais imperativo, vez que a gestão

deve pesar diversos aspectos, haja vista que essas empresas se encontram localizadas

geograficamente em áreas de preservação ambiental, à beira-mar ou às margens de rios,

necessitando, portanto, de maior atenção junto a suas atividades, ao considerar aspectos

ambientais, além dos sociais e econômico-financeiros dentro de seu processo decisório.

No contexto brasileiro, os portos são responsáveis por mais de 80% das importações e

exportações transacionadas, o que permite definir o modal marítimo como o principal meio de

transporte utilizado para o escoamento das produções nacionais e para a entrada de mercadorias

internacionais (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – BRASIL,

2017), configurando-se como um ramo que ganha relevância acadêmica.

No Brasil, dezenove dos trinta e sete portos públicos organizados são administrados por

empresas estatais, as chamadas Companhias Docas. Assim, cabe ao governo fomentar medidas

de estimulo à atividade portuária, contribuindo para a geração de emprego e renda, o que

possibilita aumentar o desempenho dos portos. Ademais, o volume de investimentos nesse

segmento é bastante elevado, o que requer um conhecimento mais aprofundado das reais

necessidades dos portos de forma a direcionar o planejamento estratégico das ações de governo

para o setor (SECRETARIA DE PORTOS, 2017).

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Com esse objetivo, os gestores, os usuários, os colaboradores e o Governo como

proprietário e como fiscalizador do segmento, necessitam de indicadores de gestão que realizem

um acompanhamento da conjuntura organizacional e possibilitem uma melhor tomada de

decisão. A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República editou em 2008 a Portaria

nº 214, instituindo indicadores de desempenho econômico-financeiros, operacionais,

administrativos, comerciais, de segurança, meio-ambiente, dragagem e de logística como forma

de subsidiar o monitoramento e, consequentemente, a avaliação do desempenho empresarial

portuário sustentável.

Nesse contexto, e objetivando contribuir para o processo de implantação de padrões de

sustentabilidade, o Governo Federal editou o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei nº

13.303/2016, conhecida como a nova Lei das Estatais, que dispõe, no seu parágrafo 2º do Art.

44, acerca da obrigatoriedade de as empresas estatais adotarem práticas de sustentabilidade

ambiental e de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), compatíveis com o mercado em

que atua, configurando-se como um fator relevante para a instituição de indicadores de

sustentabilidade pelos portos públicos e que vem fundamentar a relevância desse estudo.

Até 2014, de acordo com Dutra et al (2014), grande parte das pesquisas acadêmicas

realizadas sobre os portos centravam-se em seus aspectos operacionais. Nesse estudo, os autores

analisaram quais os indicadores que possuem maior frequência de utilização para avaliação do

desempenho, utilizando a ferramenta ProKnow-C. O resultado apontou que a maioria dos

indicadores têm como foco a avaliação da eficiência dos portos em uma perspectiva

operacional. No entanto, considerando que há uma relevância cada vez maior das questões de

caráter social e ambiental, aliadas a obrigatoriedade da implantação de práticas ambientais e

sociais impostas pela nova legislação das empresas estatais, o desenvolvimento de pesquisas na

temática da sustentabilidade empresarial ganha espaço no âmbito da pesquisa científica sobre

portos.

Dessa maneira, e seguindo esse entendimento da importância da avaliação do

desempenho sustentável organizacional, percebe-se que as empresas portuárias devem traçar

políticas de desenvolvimento alinhadas à sustentabilidade, uma vez que se tratam de empresas

cujas atividades geram problemas, sejam de cunho social ou ambiental e que impactam (positiva

ou negativamente) o entorno no qual elas se encontram.

Partindo do pressuposto de que o uso de indicadores de gestão empresarial combinado

a partir da junção de informações econômico-financeiras e não econômico-financeiras,

alicerçadas ao tripé da sustentabilidade (dimensões econômico-financeira, social e ambiental)

pode contribuir para a melhoria da gestão e processo de decisão organizacional, considera-se

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que um estudo desta natureza no setor portuário pode trazer argumentos interessantes à temática

da sustentabilidade empresarial. Acrescente-se a isso a abordagem gerencial, que pode adotar

técnicas de Auxílio Multicritério à Decisão (AMD), em inglês Multicriteria Decision Aid

(MCDA), especialmente do Método PROMETHEE II (Preference Ranking Method for

Enrichment Evaluation) pertence à escola francesa de Análise Multicritério a Decisão,

configurando-se como fator relevante na melhoria do processo decisório deste setor.

Isto posto, compreende-se que para atender a nova demanda trazida pela legislação, bem

como para cumprir com os novos padrões do mercado que consideram importantes os aspectos

socioambientais para as empresas, torna-se necessário o entendimento da real situação dos

portos públicos em relação a esses aspectos, de forma a subsidiar o Governo e os órgãos

reguladores na tomada de decisão. Dessa forma, o presente estudo torna-se relevante ao buscar

contribuir para identificação da sustentabilidade empresarial junto aos portos públicos

brasileiros e, considerando a importância da temática desse estudo, a pesquisa objetiva

responder ao seguinte questionamento: Qual o desempenho das Companhias Docas

brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade empresarial?

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Avaliar o desempenho das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que

permeiam a sustentabilidade empresarial.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para alcançar os objetivos gerais, foram definidos os seguintes objetivos específicos:

a) selecionar os indicadores relacionados à gestão portuária em termos ambientais, sociais

e econômico-financeiros;

b) analisar o comportamento dos indicadores do modelo através da análise descritiva com

o objetivo de identificar se estes sinalizam possíveis condições de sustentabilidade

empresarial (ambiental, social e econômico-financeira);

c) quantificar o grau de importância dos indicadores a partir da percepção dos vários

decisores das Companhias Docas brasileiras;

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d) propor um Índice Multicritério de Sustentabilidade Empresarial (IMSE) capaz de avaliar

a performance organizacional a partir do uso do Método PROMETHEE II;

e) construir um ranking final que permita identificar e comparar a performance da

sustentabilidade empresarial dos portos públicos brasileiros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Gestão estratégica

Na visão tradicional da gestão empresarial, a alocação dos recursos para os investidores

e proprietários objetiva aumentar sua riqueza, e a eficiência desta alocação pode ser mensurada

pela intensidade dos fluxos de caixa gerados numa perspectiva de curto prazo (ARAÚJO,

2001). Com mercados cada vez mais competitivos, a continuidade das empresas requer um

planejamento de suas operações capaz de conciliar os diversos aspectos de interesse da

organização, na qual a definição de objetivos, com foco na otimização dos resultados no longo

prazo, possa contribuir para a continuidade das atividades da entidade.

A mudança ocorrida na concepção e na atuação empresarial, que ocorre face às pressões

da sociedade moderna, ocasionou uma transformação das entidades que adotavam práticas

puramente econômicas para aquelas que se inter-relacionam com suas partes interessadas. Esse

cenário alterou a forma como os gestores “enxergam” e se relacionam com seus acionistas,

empregados, fornecedores, financiadores, governo, impactando diretamente nas políticas de

gestão adotadas que agora visam conciliar diversos interesses (DENG; KANG; LOW, 2013;

WELZEL; HAUPT; MARTINS, 2015).

Freeman e Mc Vea (2001) defendem que as pesquisas em administração seguem quatro

linhas distintas: planejamento corporativo; teoria de sistemas; responsabilidade social

corporativa e teoria organizacional. Segundo os autores, as pesquisas apontavam que uma

estratégia considerada de sucesso é aquela que integra os interesses de todas as partes

relacionadas, sem privilegiar um grupo em detrimento dos demais. No tocante às linhas da

teoria de sistemas e da teoria organizacional, os autores enfatizam a ideia de que a empresa é

um sistema aberto que se relaciona com grupos externos, havendo, portanto, a necessidade de

elaboração de estratégias coletivas que aperfeiçoem e garantam a sobrevivência da empresa a

longo prazo.

A gestão estratégica de uma organização que se alinhe à teoria da responsabilidade

social corporativa passa pela concatenação das metas empresariais em consonância aos anseios

de suas partes interessadas. Nesse sentido, ao considerar aspectos ambientais, sociais, dentre

outros, que são importantes para vários segmentos adjacentes, a organização incube em práticas

de sustentabilidade empresarial, que aborda aspectos para além dos econômico-financeiros.

Engert, Rauter e Baumgartner (2016) versam que o compromisso com a sustentabilidade

empresarial exige uma abordagem estratégica para garantir que ela é parte integrante da

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estratégia de negócios e processos da empresa. Para os referidos autores, vem ocorrendo um

aumento no número de pesquisas acerca da temática da sustentabilidade dentro da gestão

estratégica da empresa, corroborando o entendimento de que deve haver uma administração

direcionada às questões sociais e ambientais numa instituição.

Assim, para haver um planejamento estratégico congruente dentro de uma companhia,

deve-se conhecer como a empresa se relaciona com seus stakeholders, visto que uma das

atribuições do gestor é identificar e trabalhar com a maior parte possível de stakeholders,

considerando aspectos sociais e ambientais, além dos econômico-financeiros (COUTINHO;

MACEDO-SOARES, 2002; MITCHELL; AGLE; WOOD, 1997).

A teoria dos stakeholders, aliada à Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

condicionam uma nova visão de gestão estratégica para a organização, na qual, ao desenvolver

ações de responsabilidade social e ambiental, as empresas objetivam respaldar a racionalidade

econômica, atender aos requisitos para financiamento, às expectativas da sociedade, atrair

fundos de investimentos, bem como cumprir as exigências do setor (DEEGAN, 2002).

Ademais, ao se aproximar dos stakeholders e divulgar seu desempenho com metas de

melhorias, as empresas assumem compromissos públicos que agregam valor à imagem

institucional, cujo descumprimento pode ser oneroso em termos reputacionais (BELINKY,

2016). Essa melhoria da imagem corporativa, aliada à conquista de vantagens competitivas,

justificam a aproximação com as partes relacionadas que conduzem a uma responsabilidade

ambiental e social maior por parte da empresa.

Até 2013, cada porto no Brasil era responsável, de forma individualizada, pelo seu

respectivo planejamento estratégico. Após a edição da nova Lei dos Portos (12.815/2013), ficou

a cargo da Secretaria de Portos (SEP) a missão de elaborar o planejamento setorial em

conformidade com as políticas e diretrizes de logística integrada, abrangendo tanto acessos

portuários quanto infraestrutura e desenvolvimento urbano. O objetivo dessa integração,

segundo a SEP (2017), foi criar um modelo de gestão capaz de tornar os portos rentáveis,

competitivos, autossustentáveis, menos dependentes de fundos externos e mais autônomos.

Importa, assim, que sejam considerados aspectos no planejamento estratégico do setor

pertinentes às suas partes interessadas, o que se alinha com a teoria dos stakeholders,

contribuindo, assim, para uma boa inter-relação, bem como para que sejam evitados desgastes

quando os interesses são conflitantes entre essas áreas. Dessa forma, a presente análise busca

contribuir nesse sentido, já que trata de um aspecto importante a ser considerado no processo

de planejamento estratégico dos portos, o da sustentabilidade portuária. Considera-se, nesse

estudo, que uma gestão estratégica pautada nas vertentes ambientais, sociais e econômico-

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financeiras agrega uma mais valia à empresa e a torna detentora de atributos que a conduzem à

chamada sustentabilidade empresarial.

2.2 Sustentabilidade empresarial

O desenvolvimento sustentável é um novo conceito ético que busca reduzir a pobreza e

proteger o meio ambiente. Quando as empresas incorporam esse conceito em suas atividades,

espera-se que estejam alinhadas à sustentabilidade empresarial, que contempla, dentre outros

aspectos, os fatores econômico-financeiro, o social e o ambiental (LACY et al, 2010).

Dentro desse contexto, surge o conceito de Triple Bottom Line (TBL) que considera a

empresa sustentável como aquela que adota uma postura empresarial focada na inter-relação

entre os três pilares – econômico-financeiro, ambiental e social – no seu processo de tomada de

decisão (ALHADDI, 2015; CALLADO, 2010). Considerando essas três vertentes, o gestor

incumbe em práticas de gestão sustentável, que, segundo Lloret (2016), fazem com que as

empresas apresentem um melhor desempenho de longo prazo, uma vez que baseiam suas

estratégias de negócios em ações mais duradouras capazes de adquirir vantagens competitivas.

A sustentabilidade representa, para o setor empresarial, um novo conceito de se fazer

negócios que promove a responsabilidade social, com uso racional dos recursos naturais,

diminuindo, por conseguinte, os impactos negativos sobre o meio ambiente, resguardando a

integridade do planeta para as futuras gerações, sem deixar de lado a rentabilidade econômico-

financeira do empreendimento. Dessa maneira, as empresas passam a ter um foco maior na sua

existência futura, contribuindo para a preservação dos recursos existentes e para a continuidade

de suas atividades (SILVA et al, 2009; SILVA; PIRES, 2013).

Buscando alcançar esse fim, algumas organizações sociais surgem para acompanhar,

direcionar e fomentar ações de sustentabilidade, como é o caso, por exemplo, do Global

Reporting Initiative (GRI)1 e do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da

BM&FBOVESPA2, ferramentas que nasceram no intuito de permitir a comparabilidade e o

monitoramento das questões de sustentabilidade empresarial (MACHADO et al, 2012; ORO;

RENNER; BRAUN, 2013; TANNURI; VAN BELLEN, 2014). Dentro desse contexto, Belinky

(2016) cita a ISO 260000, cujas disposições consolidaram muitas das perspectivas de

sustentabilidade trazidas por esses organismos. Esses novos critérios trazidos por essas

1 Dados disponíveis em: www.globalreporting.org. Acesso em: 15 jan. 2017. 2 Dados disponíveis em: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-de-sustentabilidade/

indice-de-sustentabilidade-empresarial-ise.htm. Acesso em: 15 jan. 2017.

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ferramentas pautam-se em extensas listas de aspectos que devem ser gerenciados

voluntariamente por organizações interessadas em se destacar pelo compromisso com a

sustentabilidade.

Oliveira (2008) já defendia que muitas empresas enxergam oportunidades de mercado

quando se posicionam frente às questões socioambientais, as quais acrescentam valor à empresa

ou aos produtos. Assim, pode-se afirmar que o planejamento por parte das empresas, no que se

refere à interiorização das variáveis ambientais e sociais, pode trazer-lhes vantagem

competitiva, o que converge com as questões econômicas da instituição que têm, como foco, o

lucro nas suas atividades.

Belinky (2016) aponta que o crescimento das iniciativas destinadas ao meio ambiente,

à sociedade e aos stakeholders fez surgir a terceira geração desse movimento sustentável,

caracterizada pela busca da integração da sustentabilidade ao negócio, que deve conceber e

planejar o futuro da empresa considerando um amplo conjunto de fatores voltados à

sustentabilidade.

Nesse sentido, diante do fato de que os portos são empresas que possuem grande

importância dentro do contexto logístico de um país – posto que trabalha com as mais variáveis

empresas e com grandes volumes financeiros de transações de mercadorias – a adoção de

práticas de sustentabilidade empresarial surge como uma condição necessária de adaptação às

novas demandas que a sociedade requer, sem comprometer as gerações futuras. Assim, a

presente pesquisa objetiva dar um contributo à temática da sustentabilidade, valendo-se da

análise dessa questão na área dos portos.

2.2.1 Estudos correlatos nacionais sobre sustentabilidade empresarial

As pesquisas acerca da temática da sustentabilidade empresarial estão em pleno

desenvolvimento. Tal situação se justifica pela importância do tema, que ganha cada vez mais

notoriedade no contexto empresarial, em função da necessidade de as empresas garantirem uma

imagem institucional positiva, bem como a sua continuidade no mercado, que passa pela

administração das situações sociais e ambientais, além das econômico-financeiras.

Observa-se, pelo exame da literatura (MACHADO et al, 2012; ORO, RENNER;

BRAUN, 2013; LAMEIRA et al, 2013) que, no Brasil, grande parte dos estudos acerca da

sustentabilidade empresarial analisa diversos assuntos nas empresas integrantes do ISE da

BM&FBOVESPA. Sob esta ótica, compreende-se que existe uma grande preocupação em

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analisar se as empresas possuem características diferenciadas, que poderiam, ou não, ser

explicadas pela adoção de práticas sustentáveis.

O trabalho de Silva e Quelhas (2006) apresenta o impacto no custo de capital próprio

para as empresas brasileiras de capital aberto face à adoção dos princípios de sustentabilidade.

O resultado da pesquisa confirma a expectativa de que, ao aderir aos padrões de

sustentabilidade, a empresa reduz o risco corporativo medido pelo risco sistemático,

determinando a redução do custo de capital e aumento do valor econômico.

Machado et al (2012) verificaram a relação entre investimentos socioambientais e a

inclusão das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, por

meio da aplicação de regressão logística. Os pesquisadores puderam concluir que existe relação

entre os investimentos socioambientais e o ingresso das empresas na carteira ISE da

BM&FBOVESPA. As inferências obtidas por esses autores sinalizam que os investimentos das

empresas realizados e evidenciados em questões socioambientais são entendidos como indício

de comprometimento real com a responsabilidade social e sustentabilidade e não simplesmente

uma forma de prestação de contas dos recursos aplicados.

Lameira et al (2013) testaram o possível relacionamento entre a participação no ISE,

utilizada como proxy de melhores práticas de sustentabilidade, e a concomitante prática de

melhores regras de sustentabilidade com os indicadores da qualidade da gestão dessas

companhias. Os resultados apontaram que as melhores práticas de sustentabilidade se

encontram associadas a melhores desempenhos, maiores valores e menores riscos.

Oro, Renner e Braun (2013), por sua vez, investigaram a relação entre a Receita Líquida

e os Indicadores Socioambientais extraídos dos Balanços Sociais publicados pelas empresas

integrantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA, no período de

2007 a 2010. Os resultados apontaram que as empresas apresentam correlação positiva entre a

Receita Líquida (RL) e os Indicadores Sociais Internos (ISocI) e Externos (ISocE), os

Indicadores Ambientais (IA), a Quantidade de Funcionários (QF) e a Quantidade de

Funcionários com Necessidades Especiais (QFNE), sinalizando que, quanto maior o valor da

Receita Líquida, maior a participação em valor desses indicadores.

Do exposto, este trabalho busca se diferenciar das produções acadêmicas acima listadas

por não enfatizar nenhum índice de sustentabilidade previamente definido, focando no estudo

de um ramo de negócio específico, que possui grande importância econômica, inserido em áreas

de relevância ambiental e social, situação essa também verificada em outros países com

potencial portuário. Verifica-se, ainda, que os estudos e aplicações com o foco na temática da

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sustentabilidade não têm se restringido somente ao cenário nacional. Nesse sentido, é possível

identificar diversas publicações sobre essa temática em periódicos internacionais.

2.2.2 Estudos correlatos internacionais sobre sustentabilidade empresarial

A seguir, são elencados alguns estudos internacionais que abordam a temática da

sustentabilidade. Observa-se, de forma análoga ao que ocorre no Brasil, que se trata de um

assunto que possui notável interesse pela classe acadêmica.

A pesquisa realizada por Lourenço et al (2012) objetivou analisar como o desempenho

sustentável corporativo se associa com o índice Dow Jones, refletindo no valor de mercado das

ações. Utilizando uma análise teórica combinando perspectivas institucionais, teoria das partes

interessadas, e perspectivas baseadas em recursos, foi desenvolvido um conjunto de hipóteses

que relacionam o valor de mercado da empresa com o desempenho sustentável corporativo. Os

resultados sugerem que os investidores realmente penalizam as grandes empresas rentáveis com

baixo nível de sustentabilidade corporativa.

Já Hahn et al (2015) buscaram propor uma estrutura sistemática para a análise de

problemas relacionados às questões da sustentabilidade corporativa. Essa estrutura é baseada

na visão integrada sobre sustentabilidade corporativa, o que sublinha a necessidade de uma

integração simultânea das dimensões econômica, ambiental e social, sem, a priori, enfatizar

uma dimensão sobre qualquer outra. A pesquisa foi eminentemente bibliográfica e busca

embasar os gerentes para uma melhor compreensão dos problemas relacionados à

sustentabilidade empresarial, auxiliando-os na tomada de decisão.

Lloret, por sua vez, (2016) analisou um modelo de sustentabilidade empresarial com as

cinco principais empresas mexicanas. O estudo apontou que a existência de uma linha

estratégica sustentável agrega e gera valor às empresas. Assim, as práticas sustentáveis

mostram-se fundamentais para o modelo de negócio adotado, proporcionando uma maior

sobrevivência à companhia, haja vista que essa estratégia competitiva se pauta em ações

duradouras e específicas.

Nesse sentido, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016) demonstram que empresas

com forte performance em questões materiais de sustentabilidade apresentam melhor

desempenho que empresas com baixa performance nesses tópicos, assim como firmas com boa

performance em itens imateriais de sustentabilidade não superam o desempenho de empresas

que têm baixos índices em questões imateriais, indicando que os investimentos em

sustentabilidade não destroem valor para os investidores.

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Formentini e Taticchi (2016) realizaram um trabalho com o objetivo de compreender

como as abordagens de sustentabilidade corporativa são implementadas e alinhadas com os

mecanismos de governança no nível da cadeia de abastecimento. Compreendendo que há uma

lacuna na literatura acerca dessa correlação sustentabilidade versus governança, os autores

buscaram caracterizar três perfis de sustentabilidade para a compreensão do nível de

governança existente nas empresas: líderes em sustentabilidade; profissionais de

sustentabilidade e tradicionalistas. O entendimento acerca do nível em que se encontra,

possibilita às empresas e profissionais da cadeia de abastecimento tratar metas a serem

alcançadas para melhorar a governança da sustentabilidade.

Pela análise dos trabalhos internacionais, observou-se que estes se diferenciam da

produção nacional pela maior diversidade de temas, bem como pelo fato de não focar em um

índice ou ranking empresarial, o que torna a produção científica mais diversificada.

2.3 Indicadores de sustentabilidade empresarial

Através da análise dos trabalhos publicados, tanto em nível nacional, quanto

internacional, observou-se que muitos pesquisadores, para mensurar a sustentabilidade

empresarial, fazem uso de indicadores que atestem, ou não, a adoção de práticas sustentáveis.

Assim, para aferir essa sustentabilidade, torna-se importante a instituição de índices que

possibilitem o acompanhamento dos fatores ligados às questões econômico-financeiras, sociais

e ambientais, e funcionem como guia para uma gestão pautada na sustentabilidade,

protagonizando, portanto, a implantação da chamada gestão sustentável.

Um conjunto de indicadores pode ser definido como uma ferramenta central que permite

um acompanhamento das principais variáveis de interesse de uma empresa, possibilitando o

planejamento de ações que visam a melhorias de desempenho, auxiliando, dessa forma, a

melhor tomada de decisão (CALLADO, 2010).

Para Van Bellen (2002), os indicadores objetivam comunicar o progresso em direção a

uma meta de forma simples e objetiva o suficiente para retratarem a situação o mais próximo

possível da realidade, dando ênfase aos fenômenos que tenham ligações entre a ação humana e

suas consequências.

De forma a atingir o objetivo a que se propõe, os indicadores devem possuir algumas

características comuns, apresentadas no Quadro 1:

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Quadro 1: Características dos indicadores

Seletividade Os indicadores necessitam estar relacionados a fatores essenciais ou críticos do processo a

ser avaliado.

Representatividade Os indicadores devem ser escolhidos ou formulados de forma que possa representar

satisfatoriamente o processo ou produto a que se refere.

Simplicidade

Devem ser de fácil compreensão e aplicação, principalmente para aquelas pessoas

diretamente envolvidas com a coleta, processamento e avaliação dos dados, requerendo o

mínimo de esforço adicional para sua implementação.

Baixo custo Devem ser gerados a um custo baixo.

Disponibilidade de

dados

Devem estar disponíveis no decorrer do tempo para permitir realizar comparações e o

monitoramento contínuo.

Estabilidade

Devem ser coletados com base em procedimentos padronizados incorporados às

atividades da empresa e que permitam sua comparação ou a análise de tendências ao

longo do tempo.

Comparação

externa

Alguns indicadores devem ser desenvolvidos para permitir a comparação do desempenho

da empresa com outras empresas do mesmo setor ou empresas de diferentes setores.

Melhoria contínua

Os indicadores devem ser periodicamente avaliados e, quando necessário, devem ser

modificados ou ajustados para atender às mudanças no ambiente organizacional e não

perderem seu propósito e validade

Fonte: Callado (2010).

As características apontadas devem ser representativas de todo e qualquer indicador,

sendo, portanto, imprescindíveis também na seleção dos indicadores de sustentabilidade

empresarial, que devem ser escolhidos para atender à necessidade de monitoramento da gestão

sustentável, sem com isso dispender muito tempo dos gestores ou recursos da instituição.

Monitorar as atividades de uma empresa requer, por parte dos gestores, um

conhecimento profundo das atividades desenvolvidas pela companhia. Na atual conjuntura da

sociedade, que possui múltiplas demandas, muitas vezes conflituosas, o ato de gerir tornou-se

uma tarefa complexa. A criação e o acompanhamento de indicadores de desempenho figuram-

se como uma alternativa para embasar a tomada de decisão. Nessa seara, a instituição de

indicadores de gestão da sustentabilidade empresarial possibilita analisar e acompanhar as

mudanças que ocorram no processo laboral, identificando até que ponto as mudanças ocorridas

são eficazes, norteando a continuidade ou não de determinadas atividades (CALLADO, 2010).

Para Claro e Claro (2004), a função dos indicadores de sustentabilidade é avaliar se um

sistema está se tornando sustentável em termos ambientais, econômico-financeiros e sociais,

orientando a tomada de decisão acerca das medidas corretivas que cada setor pode implementar

para redirecionar as ações necessárias de forma a corrigir as falhas apontadas. Assim sendo,

esses medidores direcionam a empresa para uma gestão centrada na sustentabilidade, sendo,

portanto, atores principais na implantação da gestão sustentável.

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Uma das grandes dificuldades na implantação de um sistema de indicadores de

sustentabilidade é que o seu conceito não é unívoco, podendo ser interpretado de diversas

formas. Mesmo assim, a implantação desse tipo de ferramenta fornece uma base de informações

que permite ações de planejamento voltadas aos resultados e à promoção da aprendizagem

(MASCARENHAS; NUNES; RAMOS, 2015).

Como os indicadores de sustentabilidade empresarial (InSE) integram as vertentes

econômica, social e ambiental, eles demonstram as tendências específicas que auxiliam na

gestão da empresa e informam, às partes interessadas, os supostos impactos corporativos sobre

o meio ambiente e a sociedade em geral. É importante frisar que o apoio dos grupos externos a

uma empresa muitas vezes condiciona a continuidade das atividades do empreendimento e,

portanto, a informação a estas partes interessadas torna-se não só importante como

condicionante. No entanto, não é interessante que ocorra apenas a comunicação das

informações acerca de fatores sociais e ambientais, mas que haja um acompanhamento por parte

da gestão que possibilite avaliar, medir e gerenciar os impactos que a sustentabilidade propicia

(LODHIA; MARTIN, 2014).

Para Van Bellen (2002), o objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar

informações de uma maneira que sua significância fique mais aparente. Outra característica é a

de simplificar as informações sobre fenômenos complexos tentando melhorar, com isso, a

comunicação das informações. O autor traz, ainda, que os indicadores são modelos da realidade,

não podendo se confundir com a própria realidade, que devem ser legítimos e construídos

dentro de uma metodologia coerente de mensuração. Assim, para que os indicadores sejam

seguros e retratem a realidade de forma a poder subsidiar a tomada de decisão devem ter

legitimidade e confiabilidade.

Portanto, a instituição de indicadores de sustentabilidade empresarial deve objetivar a

simplificação das informações, de forma que sejam potencialmente relevadoras e a embasar a

tomada de decisão do gestor, direcionando o andamento das atividades da instituição.

Seguindo esse raciocínio, no presente estudo se buscou adotar indicadores que apontem

fatores relevantes e importantes ligados aos aspectos das empresas portuárias a partir do

contexto da gestão sustentável. Além disso, essa escolha seguiu a premissa de disponibilidade

de dados, seletividade, representatividade, simplicidade e baixo custo dos indicadores,

características importantes que devem ser preponderantemente consideradas.

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2.3.1 Estudos correlatos nacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial

A busca pelo entendimento de quais são os melhores indicadores sustentáveis incentiva

a produção de estudos nessa área de pesquisa, dada a necessidade cada vez maior da adequação

dos padrões tradicionais de mensuração de desempenho à sustentabilidade.

Araújo, Carvalho e Castro (2013) analisaram a importância da prática da

sustentabilidade e de seus indicadores para a implementação e a consolidação de vantagem

competitiva nas organizações empresariais. A pesquisa apontou que empresas que se

enquadram aos desafios da economia internacional, através da preservação do meio ambiente e

da promoção social, têm maiores condições de liderar seus respectivos mercados.

Nesse sentido, Rufino et al (2014) verificaram os reflexos do desenvolvimento de ações

de sustentabilidade socioambiental no contexto empresarial, através da comparação entre os

indicadores econômico-financeiros dos bancos sustentáveis com os indicadores dos bancos não

sustentáveis. O estudo permitiu inferir que não há existência de sinergia suficiente para afirmar

decisivamente que a sustentabilidade influi nos indicadores econômico-financeiros das

empresas estudadas, contrariando, em parte, os achados de Khan, Serafeim e Yoon (2016).

Tannuri e Van Bellen (2014) analisaram quais são os indicadores de desempenho

ambiental que são evidenciados nos relatórios de sustentabilidade das empresas listadas no

Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), tendo como base os seguintes atributos de

qualidade: compreensibilidade; integridade; neutralidade e comparabilidade. Os resultados

demonstraram que os indicadores com um maior nível de qualidade foram aqueles que

informaram sobre as emissões de gases de efeito estufa; sobre a disposição dos resíduos; e sobre

o consumo de água e energia. O atributo de qualidade mais comprometido nas evidenciações

dos 30 indicadores foi a comparabilidade, principalmente em decorrência de: omissão de metas

sólidas; carência de pontos de referência externos; e falta de padronização na evidenciação dos

indicadores.

Por fim, Leoneti, Nirazawa e Oliveira (2016) objetivaram propor um índice de

sustentabilidade como um instrumento de auto avaliação para Micro e Pequenas Empresas. Os

resultados alcançados no estudo colaboram para a definição dos indicadores para cada subtema

da sustentabilidade com o objetivo de propor a mensuração quantitativa das empresas.

De maneira similar, o estudo ora proposto tem como foco principal colaborar para a

formação de um conjunto de ferramentas que permitam dimensionar a performance da

sustentabilidade dos portos públicos, possibilitando a comparabilidade dos dados, o que

fomentará as ações decisórias e o planejamento estratégico do setor como um todo.

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32

2.3.2 Estudos correlatos internacionais sobre indicadores de sustentabilidade empresarial

A realização de estudos acerca dos indicadores de sustentabilidade empresarial tem

despertado o interesse da academia também na seara internacional. Nessa linha de pesquisa,

Lirn, Wu e Chen (2013) realizaram um exame para identificar os indicadores de

sustentabilidade em portos na Ásia. Através do Analytic Hierarchy Process3, eles calcularam

17 indicadores, dos quais a precaução contra poluentes durante o manuseio da carga e

manutenção do porto, o controle de barulho, e o tratamento de esgoto se mostraram como os

mais críticos. Foi verificado, ainda, que o Porto de Xangai é o que apresenta a maior quantidade

de indicadores a serem melhorados.

Nesse sentido, na tentativa de identificar os indicadores de sustentabilidade mais

utilizados em nível corporativo no que tange à mensuração dos aspectos ambientais, sociais e

de governança, Rahdari e Rostamy (2015) examinaram governança corporativa,

responsabilidade social corporativa, normativos ligados à sustentabilidade, sistemas de gestão,

diretrizes e sistemas de classificação. Os resultados apontaram que quase metade dos

indicadores mais utilizados se relacionam aos aspectos ambientais, demonstrando uma maior

preocupação com esse enfoque pelas organizações.

Morioka e Carvalho (2016), por sua vez, objetivaram investigar a incorporação da

sustentabilidade nos sistemas de medição de desempenho empresarial, buscando explorar os

fatores que afetam a interação entre indicadores de sustentabilidade em relação à sua prioridade

relativa para a tomada de decisões. Os resultados do trabalho apontam que existem quatro

sistemas de medição de desempenho que englobam indicadores de sustentabilidade: sistema de

medição de desempenho periódica de uma área / departamento específico; avaliação de

desempenho individual; relatórios de sustentabilidade; e avaliação do projeto.

Valenzuela-Venegas, Salgado e Díaz-Alvarado (2016) realizaram uma ampla pesquisa

bibliográfica para a eleição e classificação de 249 indicadores de desempenho de

sustentabilidade empresarial, abrangendo as dimensões sociais, ambientais e econômicas. Para

tanto, os autores procederam à definição de quatro critérios para a separação dos indicadores: a

compreensão; o pragmatismo; a relevância; e a representação parcial da sustentabilidade. Os

resultados indicaram uma maior quantidade de indicadores econômicos e ambientais, em

detrimento da dimensão social. Consonante a esses achados, vale destacar que, no presente

estudo, o aspecto social também apresentou a menor quantidade de índices disponíveis. Os

3 Um dos métodos de apoio à decisão da Escola Americana.

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supracitados autores finalizam com quatro recomendações para selecionar indicadores

apropriados durante a avaliação da sustentabilidade de uma empresa: começar com um grande

conjunto de indicadores possíveis, pré-selecionar esses indicadores ligados aos objetivos da

avaliação, aplicar os quatro critérios acima listados, e dar preferência aos indicadores

comparativos.

Kwatra et al (2016) realizaram uma pesquisa para a criação de um índice para mensurar

a sustentabilidade com base nos aspectos social, econômico e do meio ambiente. Dezenove

indicadores foram selecionados com base na relevância, disponibilidade dos dados e

periodicidade. Foi realizada a análise de correlação entre esses indicadores, que se utilizou da

técnica z-score para a normalização dos dados. Os scores foram computados e usados para a

elaboração de um índice de desenvolvimento sustentável (IDS) que foi testado em diferentes

regiões da Índia. Relações significativas foram observadas entre os níveis de renda e de regiões

onde se observaram maiores índices de sustentabilidade.

Docekalová e Kocmanová (2016) apresentaram um modelo para a medição da

sustentabilidade corporativa, intitulado Indicador de Desempenho Complexo, que integra o

desempenho ambiental, social, econômico e de governança corporativa da empresa. Como

resultado do trabalho, foram elencados dezessete indicadores-chaves de desempenho, que, de

acordo com as autoras, auxiliam na avaliação complexa do desempenho corporativo ajudando

a descobrir os pontos fracos da empresa que podem se tornar uma ameaça e identificar pontos

fortes que podem ser vistos como uma oportunidade.

Importa referir que alguns indicadores propostos no trabalho supracitado,

conjuntamente com outros apresentados por Callado (2010), fazem parte da seleção proposta

na presente análise para a mensuração da sustentabilidade dos portos. A escolha dos estudos se

baseou na similaridade de objetivos com a presente pesquisa acadêmica.

Finalizando, observa-se que, em nível internacional, a realização de pesquisas acerca da

temática dos indicadores de desempenho aponta que a preocupação com o estabelecimento de

padrões de medição é uma tendência ainda não consolidada, justificando a continuidade dos

esforços da academia em respaldar a fixação de tais indicadores.

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34

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Classificação metodológica da pesquisa

A presente pesquisa pode ser classificada metodologicamente segundo os seguintes

aspectos: quanto à natureza; quanto aos objetivos; quanto aos procedimentos e quanto à

abordagem do problema.

Quanto à natureza, a pesquisa se classifica como pesquisa aplicada por buscar

desenvolver e propor uma solução prática no contexto da avaliação de desempenho empresarial

das empresas investigadas.

Quanto aos objetivos, se classifica como exploratória e descritiva (GIL, 2002). O

caráter exploratório dessa pesquisa está relacionado ao esforço de tornar mais explícito e

evidente a aplicação de metodologias multicritério (através do Método PROMETHEE II) na

avaliação de desempenho sustentável das companhias do setor portuário. Já o perfil descritivo

se mostra na busca por descrever e avaliar o desempenho sustentável empresarial do setor

quanto aos aspectos sociais, econômicos e ambientais.

Quanto aos procedimentos, pode-se classificá-la como bibliográfica, documental e ex-

post facto (GIL, 2002). O perfil bibliográfico refere-se ao fato de que foram consultadas

diversas publicações e livros, com o intuito de compreender e verificar o estado da arte sobre a

avaliação de desempenho sustentável empresarial através de técnicas multicritério. Por sua vez,

o caráter documental é identificado pela coleta de dados e informações através de relatórios e

documentos. Já o aspecto ex-post facto da pesquisa se dará pela utilização de dados e

informações concretizadas no passado. Esses dados coletados serão contemplados pelas várias

dimensões que compõem a sustentabilidade (dimensão social, econômica e ambiental) para os

anos de 2012 a 2015.

Quanto à abordagem do problema, essa pesquisa pode ser considerada quantitativa.

O perfil quantitativo desse estudo está presente pela utilização de dados quantitativos e na

aplicação de técnicas estatísticas na análise dos resultados.

Realizada a classificação metodológica da pesquisa, segue-se uma exposição dos passos

metodológicos para a obtenção dos resultados e desenvolvimento do estudo.

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3.1.1 Percurso metodológico

Os passos metodológicos aplicados na pesquisa podem ser identificados resumidamente

através da figura abaixo.

Figura 1 – Percurso metodológico da pesquisa

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Na 1ª etapa, foram selecionados os indicadores do modelo para avaliar a

sustentabilidade empresarial das companhias portuárias investigadas. Foram propostos,

inicialmente, a análise de 32 indicadores, retirados dos trabalhos de Callado (2010), Docekalová

e Kocmanová (2016), da Portaria SEP nº 214/2008 e do projeto Índice de Desenvolvimento

Ambiental (IDA) da ANTAQ, que se encontram expostos no Apêndice A desse estudo.

Nessa etapa, a ideia básica consistiu em selecionar aqueles indicadores que possam ser

adotados para o contexto da gestão portuária, bem como os que estão disponíveis nos Relatórios

de Gestão das Companhias Docas.

A Portaria 214/2008-SEP faz parte de um projeto da Agência Nacional de Transportes

Aquaviários que visa implantar uma gestão portuária por resultados, instituindo indicadores

econômico-financeiros, operacionais, administrativos, comerciais, de segurança e meio

ambiente, de dragagem, institucional e de logística. O objetivo foi constituir parâmetros que

permitam o acompanhamento e o monitoramento dos operadores portuários. Dessa maneira,

foram elencados alguns indicadores da citada portaria, também de acordo com a disponibilidade

Etapa 1

•Selecionar os indicadores relacionados à gestão portuária em termos ambientais, sociais eeconômico-financeiros (a ideia aqui é escolher os indicadores inicialmente propostosconsiderando o critério de disponibilidade de informações).

Etapa 2

•Coleta dos dados relacionados aos indicadores do modelo (que contemplam as dimensõesambiental, social e econômico-financeira). Realizar uma análise descritiva.

Etapa 3

•Quantificar o grau de importância dos indicadores a partir da percepção dos vários decisoresdas Companhias Docas brasileiras.

Etapa 4

•Definição dos parâmetros e funções de preferência para o método PROMETHEE II e realizaçãode uma análise comparativa multicritério (Método PROMETHEE II) entre o desempenho dasCompanhias Docas quanto às questões ambientais, sociais e econômico-financeiras.

Etapa 5

•Construir um ranking final que permita identificar e comparar o desempenho empresarial dasCompanhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidadeempresarial.

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das informações existentes nos Relatórios de Gestão das Companhias, bem como em seus sítios

eletrônicos na internet.

A ANTAQ, através da Resolução 2.650/2012 instituiu o Índice de Desenvolvimento

Ambiental – IDA, como instrumento de acompanhamento e controle de gestão ambiental em

instalações portuárias. Esse índice foi construído com o uso de metodologia de análise

multicritério, considerada a mais adequada para tratar problemas de avaliação de desempenho

ambiental, conforme disposto pela própria Agência. Tal afirmação vai ao encontro do exposto

na presente pesquisa, já que, em situações complexas, a análise multicritério se mostra como

uma opção satisfatória para o encontro dos melhores indicadores a avaliar. Neste estudo, optou-

se por utilizar o próprio IDA como um dos indicadores a serem considerados na análise, bem

como alguns dos indicadores que compõem o IDA: Licenciamento Ambiental; Auditoria

Ambiental; Prevenção de Riscos; Ocorrência de Acidentes Ambientais; Consumo e Eficiência

no Uso de Energia; Promoção de Ações de Educação Ambiental; Ações de Promoção de Saúde

e Passivo Ambiental.

No decorrer da execução da pesquisa, observou-se a inviabilidade da produção de um

dos indicadores, intitulado Fluxo de Caixa [(Aumento ou diminuição de caixa/valor anual

adicionada) x 100], haja vista que nem todas as Companhias Docas publicam a DVA –

Demonstração do Valor Adicionado, demonstrativo necessário para a produção do indicador.

Além disso, os Indicadores “Implantação SIGA” e “Selos de Qualidade” tratam da mesma

situação e, portanto, foram transformados em um único indicador, o qual reflete a existência de

selos de qualidade na Companhia. Com relação ao indicador Doenças Ocupacionais, foi retirado

pela ausência de informação por parte de algumas companhias. Com isso, tem-se, ao final, 29

indicadores, dos quais 11 são ambientais, 8, sociais e 10 econômico-financeiros.

A maior parte das informações utilizadas foram coletadas das demonstrações contábeis,

relatórios do Índice de Desenvolvimento Ambiental instituído pela Agência Nacional de

Transportes Aquaviários (ANTAQ), e disponibilizados no sítio eletrônico da Agência, e dos

relatórios de gestão das companhias, objetivando que o modelo final seja de fácil

implementação pelas Docas, além de permitir a comparabilidade entre as empresas do mesmo

ramo.

O Quadro 2, a seguir, apresenta os 29 indicadores utilizados no presente estudo para

mensurar a sustentabilidade das companhias, cujas características são apresentadas no

Apêndice A.

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Quadro 2: Indicadores utilizados no presente estudo DIMENSÃO INDICADORES

AMBIENTAL

• Consumo de Materiais Reciclados e Matérias Primas (CMR);

• Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

(IGRS);

• Processos decorrentes de infrações ambientais (PDIA);

• Licenciamento Ambiental (LA):

• Auditoria Ambiental (AuA);

• Prevenção de Riscos (PR);

• Ocorrência de Acidentes Ambientais (OAA);

• Consumo e Eficiência no Uso de Energia (CEUE);

• Promoção de Ações de Educação Ambiental (PAEA);

• Passivo Ambiental (PAmb); e

• Índice de Desenvolvimento Ambiental (IDA).

SOCIAL

• Ações de Promoção de Saúde (APS);

• Percentual de Funcionários e Empregados Abrangidos por Acordo

Coletivo (PFEAC);

• Discriminação Salarial (DS);

• Violações do Código de Ética (VCE);

• Política de Distribuição de Lucros e Resultados entre Funcionários

(PLR);

• Auxílio em Educação e Treinamento (AET);

• Acidentes de Trabalho Fatais (ATF); e

• Acidentes de Trabalho (AT).

ECONÔMICO-FINANCEIRA

• Auditoria Interna (AInt);

• Volume de Vendas (VV);

• Retorno sobre o Ativo (ROA);

• Receita por Empregado (RE);

• Comprometimento das Despesas com Pessoal (CDPe);

• Comprometimento das Despesas Operacionais (CDO);

• Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RPL);

• Margem EBITDA (ME);

• Existência de Selos de Qualidade (ESQ); e

• Nível de Endividamento (NE).

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

a) Indicadores – vertente ambiental

No presente estudo, foram analisados 11 (onze) indicadores da vertente ambiental. A

escolha destes se baseou na disponibilidade de dados e na relação com as atividades portuárias.

O Quadro 3 apresenta os indicadores, sua fórmula ou pergunta, objetivo ou significado, qual o

parâmetro a ser considerado na análise do indicador, bem como a base autoral que fundamenta

o indicador.

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Quadro 3: Características dos indicadores ambientais

Indicador Fórmula ou

Pergunta Objetivo ou Significado

Parâmetro

(maximizar ou

minimizar)

Autor

Consumo de Materiais

Reciclados e Matérias

Primas

A empresa opta pela

compra de produtos

reciclados?

Averiguar se a empresa

opta pela compra de

produtos sustentáveis.

Maximizar

Adaptado de

Docekalová

e

Kocmanová

(2016)

Implantação do Programa

de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos

Há programa de

gerenciamento de

resíduos sólidos?

Observar se na

companhia existe

gerenciamento dos

resíduos sólidos.

Maximizar

Adaptado de

Docekalová

e

Kocmanová

(2016)

Processos Decorrentes de

Infrações Ambientais

Existem multas ou

processos decorrentes

de infrações

ambientais?

Averiguar a gestão das

infrações ambientais. Minimizar

Callado

(2010)

Licenciamento Ambiental

Qual é a situação atual

do Licenciamento

Ambiental do porto?

Identificar se o porto

possui Licença de

Operação válida e

vigente.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Auditoria Ambiental

Qual a situação atual

da Auditoria

Ambiental do porto?

Identificar se está sendo

realizada auditoria

ambiental no porto.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Prevenção de Riscos

Quantos planos foram

elaborados e

implementados no

porto em relação à

prevenção de riscos e

atendimento a

emergência?

Identificar se há

planejamento para

prevenção de situações de

risco.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Ocorrência de Acidentes

Ambientais

Quantos acidentes

ambientais ocorreram

na Área do Porto

Organizado (APO) e

em seus arredores no

último ano?

Identificar se ocorreram

acidentes ambientais na

área do Porto Organizado

e em seus arredores no

último ano.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Consumo e Eficiência no

Uso de Energia

O porto busca reduzir

o seu consumo de

energia?

Identificar se existem

avaliação/medidas/ações/

estratégias para a redução

no consumo de energia

através do

acompanhamento de

indicadores de eficiência.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Promoção de Ações de

Educação Ambiental

Há no porto a

promoção de ações de

educação ambiental?

Identificar se há a

promoção de ações de

educação ambiental.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Passivo Ambiental

Há passivos

ambientais

relacionados no porto?

Identificar se há passivos

ambientais relacionados

no porto.

Maximizar ANTAQ

(2016)

IDA

Média do quantitativo

indicado para cada

porto administrado

por cada Companhia

Docas

Identificar se as empresas

estão cumprindo com os

parâmetros mensurados

pelo indicador.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

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b) Indicadores – vertente social

Para a vertente social, foram analisados 08 (oito) indicadores. A preferência

fundamentou-se, também, na disponibilidade de dados e na afinidade com as atividades

desenvolvidas pelos portos. O Quadro 4 dispõe sobre as informações acerca dos indicadores.

Quadro 4: Características dos indicadores sociais

Indicador Fórmula ou Pergunta Objetivo ou

Significado

Parâmetro

(maximizar ou

minimizar)

Autor

Ações de Promoção da

Saúde

A empresa realizou

ações de saúde no último

ano?

Identificar se as

companhias vêm

realizando ações

de saúde.

Maximizar ANTAQ

(2016)

Percentual de Funcionários

e Empregados Abrangidos

por Acordo Coletivo

[Número de empregados

abrangidos por um

coletivo acordo no ano /

número médio anual de

funcionários]

Mensurar a

abrangência dos

empregados

abrangidos por

acordos

coletivos.

Maximizar

Docekalová

e

Kocmanová

(2016)

Discriminação Salarial Há discriminação salarial

entre gêneros?

Detectar se há

discrepância

salarial entre

gêneros.

Minimizar

Adaptado

de

Docekalová

e

Kocmanová

(2016)

Violações do Código de

Ética

[Número de casos de

violações ao Código de

Ética / média do número

anual de funcionários] x

100

Detectar a

existência de

violações ao

código de ética.

Minimizar

Docekalová

e

Kocmanová

(2016)

Política de Distribuição de

Lucros e Resultados entre

Funcionários

Existe política para

divisão de lucros e

resultados entre

funcionários?

Objetiva detectar

a existência de

políticas voltadas

à participação

dos empregados

nos lucros da

companhia.

Maximizar

Adaptado

de Callado

(2010)

Auxílio em Educação e

Treinamento

A companhia paga

auxílio educação e

treinamento?

Objetiva verificar

política de

incentivo a

educação e

treinamento.

Maximizar

Adaptado

de Callado

(2010)

Acidentes de Trabalho

Fatais4

[Total de Trabalhadores

Acidentados/Total de

Trabalhadores] x 100

Objetiva detectar

a existência de

acidentes fatais.

Minimizar

Portaria

SEP

214/2008;

Callado

(2010)

Acidentes de Trabalho5

[Nº de Óbitos/Total de

Trabalhadores

Acidentados] x 100

Objetiva detectar

a existência de

acidentes de

trabalho.

Minimizar

Portaria

SEP

214/2008

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

4Considerado um indicador administrativo na Portaria 214/2008-SEP 5Considerado um indicador administrativo na Portaria 214/2008-SEP

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c) Indicadores – vertente econômico-financeira

Para a vertente econômico-financeira, foram analisados 10 (dez) indicadores adaptados

da Portaria 214/2008/SEP, dos trabalhos de Callado (2010) e Docekalová e Kocmanová (2016),

dispostos no Quadro 5.

Quadro 5: Características dos indicadores econômico-financeiros

Indicador Fórmula ou pergunta Objetivo ou significado

Parâmetro

(maximizar

ou

minimizar)

Autor

Auditoria Interna

[Quantidade de Auditoria

Internos / Quantitativo de

funcionários próprios]

Mensurar o quantitativo

de auditores internos

frente ao de

funcionários existentes

na companhia.

Maximizar

Adaptado de

Callado

(2010)

Volume de vendas

[Receitas com vendas do

período atual / Receitas com

vendas do período anterior]

Detectar aumento das

vendas no período

analisado.

Maximizar

Adaptado de

Callado

(2010)

Retorno sobre o

Ativo [Lucro líquido / ativo] x 100

Detectar se há retorno

sobre o ativo da

companhia.

Maximizar

Docekalová e

Kocmanová

(2016)

Receita por

Empregado

[Receita Operacional

Líquida/Nº de Empregados:

Próprios]

Apontar percentual da

receita face o

quantitativo de

empregados.

Maximizar

Adaptado da

Portaria SEP

214/2008

Comprometimento

das Despesas com

Pessoal

[Despesa com Pessoal e

Encargos/Receita

Operacional Líquida] x 100

Quantificar o

comprometimento da

receita com encargos

com pessoal próprio da

companhia.

Minimizar Portaria SEP

214/2008

Comprometimento

das Despesas

Operacionais

[Despesa

Operacional/Receita

Operacional

Líquida] x 100

Apontar o percentual do

comprometimento das

receitas.

Minimizar Portaria SEP

214/2008

Retorno sobre o

Patrimônio

Líquido

[Lucro Líquido

Contábil/Patrimônio

Líquido] x 100

Demonstrar o retorno

sobre o PL da

companhia.

Maximizar Portaria SEP

214/2008

Margem EBITDA

[EBITDA/Receita

Operacional Líquida] x

100

EBITDA = Lucro

Operacional Contábil -

Resultado Financeiro +

Depreciação/Amortização

Medir o lucro antes dos

juros, impostos,

depreciação e

amortização.

Maximizar Portaria SEP

214/2008

Existência de Selos

de Qualidade

A Companhia possui algum

selo de qualidade?

Objetiva identificar se a

companhia possui

algum selo de

qualidade.

Maximizar

Adaptado de

Portaria SEP

214/2008 e

Docekalová e

Kocmanová

(2016)

Nível de

Endividamento

[Passivo Exigível / Ativo

Total]

Mensurar o percentual

de dívidas com terceiros

frente aos ativos da

companhia.

Minimizar

Adaptado de

Docekalová e

Kocmanová

(2016)

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

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Na 2ª etapa, foram coletados os dados relacionados aos indicadores do modelo (que

contemplam as dimensões: social, econômica e ambiental) e, a partir disso, realizou-se uma

análise descritiva com o intuito de verificar o comportamento dos indicadores do modelo, na

tentativa de identificar informações que possam retratar o desempenho por dimensão e geral.

Por sua vez, na 3ª etapa, buscou-se quantificar o grau de importância dos indicadores

do modelo a partir da percepção dos vários decisores das Companhias Docas brasileiras. A ideia

central nessa fase consistiu em escolher especialistas que atuam na gestão das companhias do

setor portuário (gestores) para que possam atribuir o grau de importância dos indicadores do

modelo, com o intuito de minimizar a subjetividade existente na escolha das variáveis que

fizeram parte do modelo. Ou seja, utilizou-se a estratégia de buscar a opinião de vários

especialistas para a atribuição dos pesos dos indicadores, uma vez que a pesquisa apresenta

característica multidecisor6. Assim, pretende-se minimizar a subjetividade existente quando se

adota apenas um decisor (analista; no caso, o pesquisador do estudo). Dessa forma, será

considerado que a opinião de vários especialistas acerca da importância do(s) indicador(es) do

modelo proporciona um resultado mais alinhado à temática da sustentabilidade empresarial.

Nesta etapa, procurou-se realizar uma pesquisa primária, fazendo uso de questionários

que pudessem ser preenchidos presencialmente ou via internet e de fácil entendimento para os

especialistas que participaram da pesquisa. Foi aplicado o teste de consistência interna das

variáveis do questionário por meio do Coeficiente Alpha de Cronbach, que alcançou o valor de

0,94. Rodrigues e Paulo (2007) entendem que o valor assumido pelo Alpha está entre 0 e 1, e

quanto mais próximo de 1 estiver seu valor, maior a fidedignidade das dimensões do

questionário, sendo admitido 0,7 como mínimo ideal.

Tabela 1 – Teste Alpha de Crombach

Cronbach's Alpha Nº de variáveis avaliadas

0,9416 29

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O critério de amostragem utilizado foi por acessibilidade para obter o retorno das

respostas, bem como o conhecimento da pesquisadora que atua no setor portuário. Para tanto,

foi utilizado o questionário on-line (Survey Monkey®), enviado para os especialistas

pertencentes às Diretorias Administrativo-Financeiras das Companhias Docas. Os

6 Foi utilizado um dos métodos de apoio a decisão Método PROMETHEE II. Adotou-se a mesma estratégia

sugerida por Carvalho e Curi (2016) para ponderar os pesos dos indicadores sugeridos.

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questionários foram respondidos pelos próprios Diretores da área, exceto o da CODESP, que

foi respondido pelo Assessor do Diretor Administrativo-Financeiro, totalizando 7 respostas.

Assim, para cada indicador, o especialista atribuiu uma nota dentro de uma escala de 11

pontos, intencionando permitir maior grau de liberdade aos respondentes, variando de 0 =

nenhuma importância; e 10 = muita importância.

Tabela 2 – Caracterização dos especialistas

Área de atuação %

Diretoria Administrativa Financeira 100

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para conduzir a 4ª etapa, foram definidos os parâmetros e funções de preferência no

método multicritério PROMETHEE II. Apesar de ter sido originalmente formulado para

solucionar problemas de decisão e escolha de alternativas, o método PROMETHEE II aplica-

se, também, a problemas de avaliação de desempenho (BALALI; ZAHRAIE; ROOZBAHANI,

2014; CARVALHO; CURI, 2016; CINELLI; COLES; KIRWAN, 2014). Nesses casos, as

alternativas são as empresas avaliadas; e, os critérios de escolha, serão os indicadores de

desempenho sustentável.

Para aplicar o método PROMETHEE II, foi utilizado o software Visual Promethee® na

versão 1.4. Esse software permite processar, de forma computacional, os cálculos e as

comparações do método PROMETHEE. Além disso, o Visual Promethee® fornece diversos

gráficos capazes de resumir os resultados obtidos em uma análise multicritério.

Brans, Vincke e Mareschal (1986) consideram seis tipos de função de preferência. Braga

e Gobetti (2002, p. 398) relatam como deve ser interpretada cada uma das funções expostas a

seguir e na Tabela 3:

✓ Tipo I: Não existe preferência entre a e b, somente se f(a) = f(b). Quando esses

valores são diferentes, a preferência é toda para a alternativa com o maior valor.

✓ Tipo II: Considera-se uma área de diferença constituída de todos os desvios entre

f(a) e f(b) menores que q. Para os desvios maiores a preferência é total.

✓ Tipo III: A intensidade das preferências aumenta linearmente até o desvio entre

f(a) e f(b) alcançar p. Além deste valor, a preferência é total.

✓ Tipo IV: Não existem preferências entre a e b, quando o desvio entre f(a) e f(b)

não excede q; entre q e p, é considerado um valor de preferência médio (0,5); depois

de p a preferência é total.

✓ Tipo V: Entre q e p a intensidade das preferências aumenta linearmente. Fora deste

intervalo, as preferências são iguais ao caso anterior.

✓ Tipo VI: A intensidade das preferências aumenta continuamente e sem

descontinuidade, ao longo de x. O parâmetro s é a distância entre a origem e o ponto

de inflexão da curva.

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Tabela 3 – Funções de preferência – Método PROMETHEE

Função para o critério i Gráfico

b Pi a a Pi b

Parâmetros

necessários

Tipo I: Critério Usual

0 se xi = 0

PI(xi) =

1 se xi ≠ 0

--

Tipo II: Tipo U

0 se |xi|≤ qi

PII(xi) =

1 se |xi|> qi

qi

Tipo III: Tipo V

|xi|/pi se |xi|≤ pi

PIII(xi) =

1 se |xi|> pi

pi

Tipo IV: Tipo Escada

0 se |xi|≤ qi

PIV(xi) = ½ se qi < |xi| ≤ pi

1 se |xi|> pi

qi, pi

Tipo V: Tipo V com indiferença

0 se |xi|≤ qi

PV(xi) = (|xi|-qi)/(pi-qi) se qi < |xi|

≤ pi

1 se |xi|> pi

qi, pi

Tipo VI: Tipo Gaussiana

PVI(xi) = 1 − 𝑒−

𝑥𝑖2

2 𝑠𝑖2

si

Fonte: Braga e Gobetti (2002).

Após a comparação paritária entre as alternativas e os critérios, é necessário analisar os

fluxos positivos e negativos das avaliações. A partir do cálculo dos fluxos positivos e negativos

são obtidos os fluxos líquidos das comparações e, consequentemente, os desempenhos das

alternativas em razão dos critérios – indicadores (MORAIS; ALMEIDA, 2006).

A função de preferência adotada do método para o estudo foi a Função Tipo I, Critério

Usual que não necessita de parâmetros, ou seja, não existe preferência entre a e b, somente se

f(a) = f(b). Quando esses valores são diferentes, a preferência é toda para a alternativa com o

maior valor (BRANS; VINCKE; MARESCHAL, 1986).

Assim, o presente estudo adotou o método PROMETHEE II como maneira de avaliar a

sustentabilidade empresarial das companhias tomando como base os indicadores do modelo

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para evidenciar os fluxos líquidos para cada empresa Phii, para, posteriormente, obter um

ranking de desempenho entre as empresas estudadas. A ideia básica procurou, além de outros

pontos destacados no estudo, constituir um índice que fosse capaz de avaliar a sustentabilidade

empresarial, denominado aqui de Índice Multicritério de Sustentabilidade Empresarial (IMSE)

Por fim, na 5ª etapa, foram elaborados e analisados os rankings de desempenho das

empresas estudadas por dimensão (IMSE Parcial) e no geral (IMSE Global). Nessa etapa, as

funções do método foram analisadas de duas formas: (1) tomando como base a classificação

em dimensões ambiental, social e econômico-financeira, e (2) tomando como base uma análise

conjunta de todos os indicadores das dimensões (29 no total).

3.1.2 População e Amostra do Estudo

Quanto ao local do estudo, a viabilidade metodológica foi testada através de um estudo

particular nas 7 Companhias Docas brasileiras pertencentes ao setor portuário, de um total de 8

companhias, e administradoras de 18 portos públicos no Brasil, perfazendo um total de 37

portos organizados existentes no Sistema Portuário Nacional (SECRETARIA DE PORTOS,

2017).

A lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, tornou obrigatória a transparência e a

publicidade de informações pelas empresas estatais, dentre as quais se encontram as

Companhias Docas, e, por esta razão, facilitou-se o acesso às informações a serem analisadas,

viabilizando o estudo em questão. Ademais, importa referir que o estudo analisou os dados

constantes das Demonstrações Financeiras e Relatórios de Gestão das Companhias Docas em

questão, bem como de pedidos de acesso a informação realizados no portal do governo federal

(http://www.acessoainformacao.gov.br/), para os dados faltantes dos documentos citados.

O Quadro 6 apresenta os portos públicos administrados pelas empresas pertencentes à

amostra, que são: Companhia Docas do Ceará (CDC); Companhia Docas do Pará (CDP);

Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ); Companhia das Docas do Estado da Bahia

(CODEBA); Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN); Companhia Docas do

Espírito Santo (CODESA) e Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP).

A Companhia Docas do Maranhão (CODOMAR) foi excluída da amostra por não

administrar desde 2001 nenhum porto organizado, apenas hidrovias.

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Quadro 6 – Portos Públicos brasileiros – Amostra

Porto Estado Autoridade Portuária Tipo

Porto de LAGUNA SC CODESP Marítimo

Porto de SANTOS SP CODESP Marítimo

Porto de ANGRA DOS REIS RJ CDRJ Marítimo

Porto de ITAGUAÍ RJ CDRJ Marítimo

Porto do RIO DE JANEIRO RJ CDRJ Marítimo

Porto de NITERÓI RJ CDRJ Marítimo

Porto de VITÓRIA ES CODESA Marítimo

Porto de BARRA DO RIACHO ES CODESA Marítimo

Porto de ILHÉUS BA CODEBA Marítimo

Porto de ARATU BA CODEBA Marítimo

Porto de SALVADOR BA CODEBA Marítimo

Porto de MACEIÓ AL CODERN Marítimo

Porto de NATAL RN CODERN Marítimo

Porto de AREIA BRANCA RN CODERN Marítimo

Porto de FORTALEZA CE CDC Marítimo

Porto de VILA DO CONDE PA CDP Marítimo

Porto de BELÉM PA CDP Marítimo

Porto de SANTARÉM PA CDP Marítimo

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Estatística descritiva

Inicialmente, são demonstradas as tabelas com as estatísticas descritivas para cada

dimensão analisada da sustentabilidade empresarial das Companhias Docas, relativas aos anos

de 2012, 2013, 2014 e 2015.

4.1.1 Estatística descritiva para a função ambiental

Analisando as médias de 2012 dos indicadores da vertente ambiental, que possuem nota

de 1 a 5 (LA, PR, OAA, PAmb), dispostos na Tabela 4 abaixo, é possível observar que PR e

OAA apresentam os melhores resultados, com destaque para a CDC, CDP e CODERN que

obtiveram as máximas de 5. Em contrapartida, LA apresentou o pior resultado em relação aos

outros índices.

Dos indicadores que apresentam notas de 1 a 3 (AuA, CEUE, PAEA), PAEA e AuA

apresentaram médias de 2,43 e 2,14, respectivamente, enquanto CEUE apresentou média de

1,29. O IDA apresentou nota máxima de 71,89 da Companhia Docas do Ceará e mínima de

40,65 da Companhia Docas do Rio Grande do Norte, possuindo ainda desvio-padrão de 11,78.

Considerando que o valor máximo para o IDA é de 100 (ANTAQ, 2017), percebe-se que as

notas dos portos possuem grande oscilação e que o desempenho dos portos, no geral, precisa

melhorar.

Tabela 4 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2012

CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA

Média 0,29 1,00 0,14 3,71 2,14 4,43 4,43 1,29 2,43 4,29 57,11

Mediana 0 1 0 4 2 5 5 1 3 5 63,89

Desvio

padrão 0,49 0 0,38 1,38 0,69 0,79 0,79 0,49 0,79 1,25 11,78

Variância 0,24 0 0,14 1,90 0,48 0,62 0,62 0,24 0,62 1,57 138,75

CV 171% - 265% 37% 32% 18% 18% 38% 32% 29% 21%

Assimetria 1,23 - 2,65 -0,36 -0,17 -1,11 -1,11 1,23 -1,11 -1,45 -0,30

Intervalo 1,00 0,00 1,00 3,00 2,00 2,00 2,00 1,00 2,00 3,00 31,24

Mínimo 0,00 1,00 0,00 2,00 1,00 3,00 3,00 1,00 1,00 2,00 40,65

Máximo 1,00 1,00 1,00 5,00 3,00 5,00 5,00 2,00 3,00 5,00 71,89

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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Para o ano de 2013, Tabela 5, observou-se que PR e OAA continuaram a apresentar os

melhores resultados, somando-se nesse ano o indicador LA, com destaque para a CDC, CDP e

CODERN (PR), CDP e CODESA (OAA) e CDC, CDP e CDRJ (LA), que obtiveram as

máximas de 5 para os respectivos indicadores.

O indicador PAEA manteve a média de 2,43. Por outro lado, AUA e CEUE tiveram um

pequeno aumento em suas médias, passando, respectivamente, a 2,29 e 1,57. O IDA apresentou

nota máxima de 73,15, novamente para a Companhia Docas do Ceará e mínima de 33,95 para

a CODESA, possuindo o indicador desvio-padrão de 15,44.

Tabela 5 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2013

CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA

Média 0,14 1,00 0,00 4,14 2,29 4,14 4,00 1,57 2,43 3,86 57,47

Mediana 0,00 1,00 0,00 4,00 2,00 5,00 4,00 1,00 3,00 4,00 64,10

Desvio

padrão 0,38 0,00 0,00 0,90 0,76 1,46 0,82 0,79 0,79 0,90 15,44

Variância 0,14 0,00 0,00 0,81 0,57 2,14 0,67 0,62 0,62 0,81 238,44

CV 38% - - 460% 302% 283% 490% 200% 309% 429% 372%

Assimetria 2,65 - - -0,35 -0,60 -2,12 0,00 1,11 -1,11 0,35 -0,74

Intervalo 1,00 0,00 0,00 2,00 2,00 4,00 2,00 2,00 2,00 2,00 39,2

Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 1,00 1,00 3,00 1,00 1,00 3,00 33,95

Máximo 1,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 3,00 5,00 73,15

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Pela análise da Tabela 6, o indicador CMR apresentou uma melhora na média em 2014,

o que também foi observado para os indicadores LA, AuA, PAEA, CEUE e IDA. Por outro

lado, o indicador PAmb teve uma pequena diminuição em relação ao número observado em

2013.

Tabela 6 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2014

CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA

Média 0,43 1,00 0,00 4,43 2,57 4,14 4,00 1,86 2,57 3,71 58,41

Mediana 0,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 4,00 2,00 3,00 4,00 61,86

Desvio

padrão 0,53 0,00 0,00 0,79 0,53 1,46 0,82 0,90 0,79 1,11 14,81

Variância 0,29 0,00 0,00 0,62 0,29 2,14 0,67 0,81 0,62 1,24 219,26

CV 80% - - 563% 481% 283% 490% 206% 327% 334% 394%

Assimetria 0,37 - - -1,11 -0,37 -2,12 0 0,35 -1,76 -0,25 -0,833

Intervalo 1,00 0,00 0,00 2,00 1,00 4,00 2,00 2,00 2,00 3,00 39,92

Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 2,00 1,00 3,00 1,00 1,00 2,00 35,06

Máximo 1,00 1,00 0,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 3,00 5,00 74,98

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

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Para 2015 (Tabela 7) observou-se um crescimento considerável do indicador PAEA,

motivado pela boa pontuação obtida por todos os portos. A CDRJ foi autuada neste ano, o que

fez o PDIA aumentar, significando uma piora no indicador, já que este tem por parâmetro a

minimização dos resultados. Observa-se um crescimento constante do indicador IDA ao longo

da série analisada, com destaque para CDC que teve crescimento em todos os anos. Já a

CODEBA foi a administradora que teve a maior baixa na nota atribuída pelo indicador.

Tabela 7 – Resumo estatístico dos indicadores ambientais – 2015 CMR IGRS PDIA LA AuA PR OAA CEUE PAEA PAmb IDA

Média 0,43 1,00 0,14 4,29 2,57 3,86 4,29 1,86 4,86 3,71 59,20

Mediana 0,00 1,00 0,00 4,00 3,00 4,00 4,00 2,00 5,00 4,00 62,97

Desvio

padrão 0,53 0,00 0,38 0,76 0,53 1,35 0,76 0,90 0,38 1,11 14,56

Variância 0,29 0,00 0,14 0,57 0,29 1,81 0,57 0,81 0,14 1,24 212,10

CV 80% - 38% 567% 481% 287% 567% 206% 1285% 334% 406%

Assimetria 0,37 - 2,65 -0,60 -0,37 -1,95 -0,60 0,35 -2,65 -0,25 -0,10

Intervalo 1,00 0,00 1,00 2,00 1,00 4,00 2,00 2,00 1,00 3,00 42,33

Mínimo 0,00 1,00 0,00 3,00 2,00 1,00 3,00 1,00 4,00 2,00 39,02

Máximo 1,00 1,00 1,00 5,00 3,00 5,00 5,00 3,00 5,00 5,00 81,35

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

4.1.2 Estatística descritiva para a função social

Com relação aos indicadores sociais, percebe-se que em todas as Companhias Docas

não há discriminação salarial entre gêneros (DS), bem como que todos os empregados são

abrangidos por acordo coletivo (PFEAC), este último achado vai ao encontro do modelo trazido

por Docekalová e Kocmanová (2016) que atribuem o percentual de 100% como ideal.

Para 2012, ilustrado na Tabela 8, o indicador APS apresentou média de 4,29, apontando

que há um bom direcionamento das ações de promoção de saúde nos portos. Observou-se que

a grande maioria das companhias não possui programa de participação nos lucros (PLR), e que

apenas a CDP e CODESP possuem o referido benefício.

Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 (Continua...) APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

Média 4,29 1,00 0,00 0,00211 0,29 1,00 0,0000 0,0057

Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0041

Desvio padrão 1,25 0,00 0,00 0,00301 0,49 0,00 0,0000 0,0051

Variância 1,57 0,00 0,00 0,00001 0,24 0,00 0,0000 0,0000

CV 29% 0% - 70% 171% 0% - 1,1266

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Tabela 8 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2012 (Conclusão.) APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

Assimetria -1,45 - - 1,26398 1,23 - - 0,0572

Intervalo 3,00 0,00 0,00 0,00769 1,00 0,00 0,0000 0,0115

Mínimo 2,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000

Máximo 5,00 1,00 0,00 0,00769 1,00 1,00 0,0000 0,0115

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Dos indicadores que possuem, como balizamento, a minimização dos resultados (DS,

VCE, ATF, AT), VCE e AT tiveram aumentos em suas médias em 2013 (Tabela 9), o que

indica uma piora no desempenho social. Na CODESP, ocorreram 12 acidentes de trabalho,

100% a mais que no ano anterior, contribuindo para rebaixar o indicador.

Tabela 9 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2013

APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

Média 5,00 1,00 0,00 0,00257 0,43 1,00 0,0000 0,0086

Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0079

Desvio padrão 0,00 0,00 0,00 0,00334 0,53 0,00 0,0000 0,0041

Variância 0,00 0,00 0,00 0,00001 0,29 0,00 0,0000 0,0000

CV - - - 77% 80% - - -0,5396

Assimetria -- - - 0,66930 0,37 - - 0,4595

Intervalo 0,00 0,00 0,00 0,00763 1,00 0,00 0,0000 0,0116

Mínimo 5,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0033

Máximo 5,00 1,00 0,00 0,00763 1,00 1,00 0,0000 0,0149

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Na Tabela 10, observa-se que, em 2014, houve uma pequena melhora na média dos

indicadores AT e PLR, ao passo que APS e ATF apresentaram resultados piores em comparação

com o período anterior. O indicador APS, que até então tinha nota máxima para todos os portos,

apresentou uma redução na classificação da CODESA. Com relação ao indicador ATF, o qual

era zerado para todos os portos em anos anteriores, alterou-se em função de 1 (um) acidente

fatal ocorrido na CODERN e 2 (dois) na CODESP.

Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 (Continua...)

APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

Média 4,86 1,00 0,00 0,00329 0,57 1,00 0,0008 0,0064

Mediana 5,00 1,00 0,00 0,00000 1,00 1,00 0,0000 0,0080

Desvio padrão 0,38 0,00 0,00 0,00577 0,53 0,00 0,0015 0,0044

Variância 0,14 0,00 0,00 0,00003 0,29 0,00 0,0000 0,0000

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Tabela 10 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2014 (Conclusão.)

APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

CV 1285% - - 57% 107% - 0,5027 1,4657

Assimetria -2,65 - - 2,17326 -0,37 - 2,1664 -0,6336

Intervalo 1,00 0,00 0,00 0,01575 1,00 0,00 0,0040 0,0116

Mínimo 4,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000

Máximo 5,00 1,00 0,00 0,01575 1,00 1,00 0,0040 0,0116

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Pela análise da Tabela 11, observa-se que, de forma geral, os indicadores da dimensão

social pioraram de classificação ao final do período analisado, 2015, com destaque para a CDRJ

e CODERN. Observa-se, ainda, que, ao longo do período, a média do indicador VCE cresceu.

Considerando-se que o idealizado por Kocmanová e Docekalová (2016) é que o valor seja

próximo de zero, pode-se inferir que as companhias estão indo na contramão da melhora

esperada. Esse resultado pode indicar que as companhias minimizaram o zelo em relação às

questões sociais, o que fere o disposto por Belinky (2016) de que as empresas devem priorizar

o relacionamento com suas partes interessadas, no caso em análise, os empregados das

companhias.

Tabela 11 – Resumo estatístico dos indicadores sociais – 2015

APS PEAC DS VCE PLR AET ATF AT

Média 2,54 1,00 0,00 0,00458 0,71 1,00 0,0000 0,0072

Mediana 2,75 1,00 0,00 0,00322 1,00 1,00 0,0000 0,0060

Desvio padrão 0,51 0,00 0,00 0,00588 0,49 0,00 0,0000 0,0049

Variância 0,26 0,00 0,00 0,00003 0,24 0,00 0,0000 0,0000

CV 498% - - 78% 146% - - 1,4619

Assimetria -0,27 - - 1,50857 -1,23 - - 0,1327

Intervalo 1,00 0,00 0,00 0,01626 1,00 0,00 0,0000 0,0143

Mínimo 2,00 1,00 0,00 0,00000 0,00 1,00 0,0000 0,0000

Máximo 3,00 1,00 0,00 0,01626 1,00 1,00 0,0000 0,0143

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

4.1.3 Estatística descritiva para a função econômico-financeira

Para a dimensão econômico-financeira, observou-se que, no ano de 2012 (Tabela 12),

o percentual de crescimento do volume de vendas ficou praticamente estável entre as

companhias analisadas, com a CDRJ apresentando o maior crescimento, na ordem de 1,091718

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e a CODERN que teve o pior resultado de 0,940362, mostrando que o volume de vendas em

2012 foi inferior ao que se verificou em 2011.

Pela análise do quantitativo de auditores internos frente ao de funcionários (AInt), vê-

se que estão lotados neste setor em média 1% do quantitativo de empregados das companhias.

Embora não exista um percentual ideal de lotação para o setor de auditoria, pode-se considerar

que tal percentual seja baixo, haja vista que a referida área responde normativamente pelo

controle interno das empresas estatais. As companhias que possuem o melhor percentual são a

CODEBA e CODERN, já a CODESP possui a menor proporção de auditores internos por

funcionários.

Observou-se que tanto o ROA, quanto o ROE, apresentaram valores médios negativos,

resultado puxado pelos valores apresentados pelas companhias CDRJ, CODERN e CODEBA,

para os dois indicadores. As demais companhias apresentaram valores positivos para o

indicador, tendo a CODESP alcançado os melhores valores. Para Assaf Neto (2014), o ROA

revela o retorno produzido pelos ativos de uma empresa, portanto, a situação apontada merece

uma atenção por parte das companhias que necessitam melhorar o desempenho para este

indicador.

A média do nível de endividamento apresentou-se relativamente baixa, no entanto, a

CDRJ apresentou um NE de 97,41%. Por outro lado, a CDC apresentou o índice mais baixo,

de 9,92%.

Tabela 12 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2012

AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE

Média 0,01 1,02 -0,01 288,00 0,53 0,76 -0,54 0,07 0,00 0,37

Mediana 0,01 1,00 0,00 268,60 0,51 0,53 0,00 0,12 0,00 0,29

Desvio padrão 0,01 0,07 0,07 88,02 0,24 0,65 1,47 0,15 0,00 0,30

Variância 0,00 0,00 0,01 7747,42 0,06 0,42 2,16 0,02 0,00 0,09

CV 49% 7% -576% 31% 45% 84% -271% 205% - 82%

Assimetria 1,71 0,18 -0,43 1,10 0,72 2,39 -2,63 -2,32 - 1,65

Intervalo 0,02 0,15 0,20 286,59 0,62 1,86 4,03 0,43 0,00 0,87

Mínimo 0,01 0,94 -0,11 170,49 0,27 0,33 -3,87 -0,26 0,00 0,10

Máximo 0,02 1,09 0,09 457,08 0,89 2,19 0,16 0,18 0,00 0,97

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para o ano de 2013, percebe-se uma melhora nos indicadores VV, RE, CDPe, CDP,

ROE e ME. Para o VV, o desempenho se deve ao aumento no volume de todos os portos. No

tocante ao RE, apenas a CODERN teve redução do índice no período, passando de 170,49 em

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2012 para 148,80 em 2013. O CDPe e CDO apresentaram reduções, o que significa uma

diminuição das despesas correspondentes face à receita, motivada, principalmente, pelo

agravamento dos dois indicadores para as empresas CODEBA, CODERN e CODESA.

Tabela 13 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2013

AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE

Média 0,01 1,08 -0,01 311,64 0,51 0,51 0,23 0,15 0,00 0,37

Mediana 0,01 1,08 0,02 295,50 0,52 0,44 0,03 0,19 0,00 0,27

Desvio padrão 0,01 0,05 0,06 105,94 0,16 0,18 0,58 0,14 0,00 0,34

Variância 0,00 0,00 0,00 11223,60 0,03 0,03 0,34 0,02 0,00 0,11

CV 191% 2378% -15% 294% 315% 281% 40% 104% - 110%

Assimetria 1,69 -0,48 -0,76 0,47 0,56 0,33 2,58 -0,94 - 1,58

Intervalo 0,02 0,12 0,15 349,72 0,49 0,47 1,64 0,39 0,00 1,00

Mínimo 0,01 1,01 -0,09 148,81 0,30 0,30 -0,11 -0,09 0,00 0,05

Máximo 0,02 1,13 0,06 498,53 0,78 0,77 1,54 0,30 0,00 1,06

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

A Tabela 14 apresenta os valores dos indicadores para o ano de 2014. Verifica-se que,

de um modo geral, não ocorreram grande alterações nas médias em relação ao ano anterior. O

VV e o ROE tiveram um pequeno decréscimo de média, uma vez que CDC e CODESP

reduziram o volume de vendas em comparação com o período anterior. O ROE e a ME foram

negativos em 2014, motivados pelas notas da CDC e da CODERN, ao passo que o CDPe

demostrou uma melhora na média do período.

Tabela 14 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2014

AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE

Média 0,01 1,08 -0,02 326,90 0,48 0,61 0,09 0,07 0,00 0,37

Mediana 0,01 1,12 0,01 332,54 0,41 0,46 0,02 0,13 0,00 0,24

Desvio padrão 0,01 0,10 0,07 110,96 0,23 0,35 0,34 0,51 0,00 0,28

Variância 0,00 0,01 0,01 12313,20 0,05 0,13 0,11 0,26 0,00 0,08

CV 186% 1124% -23% 295% 207% 173% 28% 15% - 135%

Assimetria 1,92 -1,10 -1,07 0,03 0,90 1,76 2,28 -0,14 - 1,96

Intervalo 0,02 0,25 0,17 334,19 0,64 0,98 0,99 1,67 0,00 0,80

Mínimo 0,01 0,92 -0,13 157,26 0,23 0,34 -0,16 -0,77 0,00 0,15

Máximo 0,02 1,17 0,04 491,45 0,87 1,32 0,83 0,90 0,00 0,95

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Percebe-se, pela análise das médias do ano de 2015, que alguns indicadores econômico-

financeiros registram uma piora nos valores apresentados ao longo da série analisada. A média

do CDPe, ME e NE piorou no decorrer dos anos investigados. Houve melhora apenas para os

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indicadores RE, CDO e ROA, este último, embora ainda negativo, apresentou-se melhor que

em 2012.

Uma vez que o ROE demonstra a capacidade da empresa de agregar valor através de

seus recursos próprios (ASSAF NETO, 2014), pode-se perceber que as Docas não se encontram

numa situação confortável nesse aspecto, haja vista que, ao longo da análise, os valores do

indicador tiveram oscilações que culminaram na apresentação de uma média negativa ao final

do período.

A CODEBA foi a única Companhia Docas que logrou melhoras quanto a todos os

indicadores no ano de 2015, em comparação com 2012. Por outro lado, a CDC apresentou uma

queda em todos os indicadores analisados, o que chama atenção para a situação de degradação

econômico-financeira no decorrer do período estudado.

Tabela 15 – Resumo estatístico dos indicadores econômico-financeiros – 2015

AInt VV ROA RE CDPe CDO ROE ME ESQ NE

Média 0,01 1,02 -0,07 339,79 0,45 0,60 -0,24 -0,07 0,00 0,41

Mediana 0,01 1,07 -0,05 312,83 0,41 0,56 -0,06 -0,03 0,00 0,26

Desvio padrão 0,01 0,14 0,10 123,62 0,18 0,18 0,50 0,23 0,00 0,37

Variância 0,00 0,02 0,01 15282,19 0,03 0,03 0,25 0,05 0,00 0,13

CV 219% 734% -69% 275% 249% 333% -49% -32% - 111%

Assimetria 0,70 -1,55 -0,87 0,59 0,89 0,12 -2,45 -0,66 - 2,02

Intervalo 0,01 0,43 0,28 356,18 0,56 0,52 1,40 0,67 0,00 1,05

Mínimo 0,01 0,74 -0,24 186,83 0,22 0,34 -1,35 -0,47 0,00 0,13

Máximo 0,02 1,17 0,04 543,00 0,77 0,86 0,05 0,21 0,00 1,18

Contagem 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

4.2 Modelo multicritério PROMETHEE II para classificação das Companhias Docas

brasileiras

4.2.1 Resultado PROMETHEE II para funções ambientais

Considerando o ranking da vertente ambiental para o ano de 2012, demonstrado na

Tabela 16, percebe-se que a CDC apresentou o melhor fluxo líquido no valor de 0,3740.

Contribuiu, para esses resultados, as notas máximas para Licenciamento Ambiental, Auditoria

Ambiental, Prevenção de Riscos e Educação Ambiental. Em seguida no ranking, estão a CDP

e a CDRJ, com fluxos de 0,2519 e 0,0058, respectivamente.

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Em contrapartida, a CODESA apresentou o pior resultado com o fluxo líquido de -

0,3256, no qual o fluxo negativo foi de 0,4419. Convém destacar, ainda, que apenas as três

primeiras colocadas apresentaram fluxos positivos, com a CDRJ apresentando valor muito

próximo a zero. Tal fato sugere que, no geral, as Companhias Docas não apresentaram grande

preocupação com os indicadores ambientais no início da série analisada.

Tabela 16 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2012

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDC 0,3740 0,4632 0,0891

2 CDP 0,2519 0,3915 0,1395

3 CDRJ 0,0058 0,2888 0,2829

4 CODERN -0,0736 0,2519 0,3256

5 CODESP -0,0988 0,2345 0,3333

6 CODEBA -0,1337 0,2500 0,3837

7 CODESA -0,3256 0,1163 0,4419

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

A CDC permanece em primeiro lugar no ano de 2013, com phi líquido de 0,3605, o que

releva uma situação ligeiramente inferior a do ano anterior. Em contrapartida, os valores para

as empresas CODERN, CODESP e CODESA mostram-se mais positivos, o que sugere uma

melhora das questões ambientais para este ano.

Tabela 17 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2013

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDC 0,3605 0,4438 0,0833

2 CDP 0,1744 0,3585 0,1841

3 CODERN 0,1027 0,3663 0,2636

4 CDRJ 0,0233 0,2926 0,2694

5 CODESP -0,0698 0,2229 0,2926

6 CODESA -0,2151 0,2209 0,4360

7 CODEBA -0,3760 0,0950 0,4709

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para o ano de 2014, observado na Tabela 18, a empresa CDC continua despontando no

ranking apresentando Phi de 0,3953, o que demonstra que houve melhora das funções

ambientais entre os períodos, situação também evidenciada pela CDP e CDRJ que figuram,

respectivamente, no segundo e quarto lugar. Já A CODESP e CODEBA apresentaram uma

piora em relação ao ranking anterior. Por outro lado, a CODESA, subiu uma colocação, o que

atesta uma melhora na questão ambiental, mas insuficiente para cobrir as perdas verificadas, o

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que implica um Phi líquido negativo de -0,1628. Por outro lado, a CODERN, embora tenha se

mantido em terceiro lugar, apresentou uma piora no resultado em relação ao ano anterior.

Tabela 18 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2014

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDC 0,3953 0,4593 0,0640

2 CDP 0,3663 0,4438 0,0775

3 CODERN 0,0717 0,3198 0,2481

4 CDRJ 0,0581 0,2926 0,2345

5 CODESA -0,1628 0,2442 0,4070

5 CODESP -0,1628 0,2035 0,3663

7 CODEBA -0,5659 0,0484 0,6143

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para o ano de 2015, apenas a CODERN, CDRJ e CODEBA melhoraram o Phi líquido,

com fluxos de 0,1260, 0,1240 e -0,4535. A CDC, teve uma piora no resultado ambiental,

passando a segunda classificada no ranking atrás da CDP que exibe um fluxo líquido de 0,2926.

Tabela 19 – Ranking das funções ambientais (IMSE parcial) – 2015

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,2926 0,4477 0,1550

2 CDC 0,2752 0,4322 0,1570

3 CODERN 0,1260 0,3624 0,2364

4 CDRJ 0,1240 0,3702 0,2461

5 CODESA -0,1628 0,2442 0,4070

6 CODESP -0,2016 0,1996 0,4012

7 CODEBA -0,4535 0,0640 0,5174

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Pela análise da série, percebe-se que no geral as Companhias Docas sugerem não possuir

grande preocupação com os indicadores da função ambiental, situação verificada ao longo de

toda análise. Nesse sentido, esforços adicionais serão necessários por parte da SEP para que os

portos se tornem ambientalmente mais sustentáveis.

Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) (Continua...)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDC 0,3513 0,4496 0,0984

2 CDP 0,2713 0,4104 0,1391

3 CODERN 0,0567 0,3251 0,2684

4 CDRJ 0,0528 0,3110 0,2582

5 CODESP -0,1332 0,2151 0,3484

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Tabela 20 – Ranking geral das funções ambientais (IMSE parcial) (Conclusão.)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

6 CODESA -0,2166 0,2064 0,4230

7 CODEBA -0,3823 0,1143 0,4966

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

O cenário apresentado pela classificação geral das empresas permite inferir que a CDC,

embora tenha piorado os resultados para a vertente ambiental em 2015, figura como a empresa

que possui o melhor desempenho para o período analisado. De forma análoga, tem-se que a

CODEBA possui o pior resultado entre as companhias, situação constatada ao longo dos

últimos 3 anos da análise, 2013, 2014 e 2015, o que fundamenta a classificação final na sétima

posição.

4.2.2 Resultado PROMETHEE II para funções sociais

Para as funções sociais em 2012, vê-se que a Companhia Docas do Pará se destaca em

primeiro lugar, com Phi líquido de 0,2745, haja vista que alcançou o melhor resultado em todos

os indicadores comparativamente às demais empresas. Em contrapartida, a CODESA ocupou a

última colocação no ranking, com destaque para os índices de 1,08401% e 0,271003% para

Acidentes de Trabalho e Violações ao Código de Ética, respectivamente.

Tabela 21 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2012

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,2745 0,2745 0

2 CODESP 0,1642 0,2304 0,0662

3 CODERN -0,0172 0,1103 0,1275

4 CDC -0,0613 0,1103 0,1716

5 CDRJ -0,0833 0,1103 0,1936

6 CODEBA -0,1054 0,0662 0,1716

7 CODESA -0,1716 0,0662 0,2377

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Vale ressaltar que os indicadores APS, PEAC, DS, AET e ATF não influenciaram na

análise do período por apresentarem o mesmo valor para todas as empresas.

Em 2013, as empresas CDP e CODESP mantiveram as mesmas classificações, ficando

em primeiro e segundo lugar, respectivamente, com Phi líquido 0,2328 e 0,1446. Embora a

CODESP tenha apresentado o percentual de 0,78844% e a CDP de 0,51151% para o indicador

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AT, ficando os demais indicadores com os mesmos valores, as outras empresas demonstraram

piora mais acentuada.

Tabela 22 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2013

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,2328 0,2549 0,0221

2 CODESP 0,1446 0,2108 0,0662

3 CODEBA 0,1005 0,1887 0,0882

4 CDRJ 0,0294 0,1765 0,1471

5 CODERN -0,0809 0,0882 0,1691

6 CDC -0,1471 0,0882 0,2353

7 CODESA -0,2794 0,0221 0,3015

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

A CODERN, CDC e CODESA alcançaram, respectivamente, a quinta, sexta e sétima

posição, com fluxos líquidos negativos, respectivamente, de -0,0809, -0,1471 e -0,2794. Assim

como no ano anterior, os índices APS, PEAC, DS, AET e ATF não influenciaram no ranking.

Tabela 23 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2014

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,0746 0,1886 0,1140

1 CODEBA 0,0746 0,1886 0,1140

3 CDRJ 0,0351 0,2434 0,2083

4 CDC -0,0088 0,1952 0,2039

5 CODESP -0,0197 0,2171 0,2368

6 CODESA -0,0680 0,1908 0,2588

7 CODERN -0,0877 0,1557 0,2434

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Em 2014, CPD e CODEBA alcançaram a mesma nota para todos os indicadores,

classificando-se em primeiro lugar no ranking das companhias. A CODESP que estava na

segunda posição caiu para quinta posição com fluxo líquido negativo de -0,0197, influenciado

pela ocorrência de dois acidentes de trabalho fatais, o que resultou no percentual de 0,13210%

para este indicador, que também foi o principal fator causador da última posição da CODERN,

cujo índice foi de 0,40161%.

Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 (Continua...)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,1930 0,2478 0,0548

2 CDC 0,1535 0,2478 0,0943

3 CODESP 0,1009 0,2193 0,1184

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Tabela 24 – Ranking das funções sociais (IMSE parcial) – 2015 (Conclusão.)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

4 CODEBA 0,0548 0,1689 0,1140

5 CODESA 0,0154 0,1689 0,1535

6 CDRJ -0,1206 0,1447 0,2654

7 CODERN -0,3969 0,0592 0,4561

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Em 2015, o indicador Ações de Promoção de Saúde passa a ter papel importante no

ranking, visto que enquanto nos anos anteriores as empresas vinham atingindo a nota máxima

de 5, nesse ano a maior foi 3 para as empresas CDC, CDRJ, CODERN e CODESP. Entretanto,

a CDP continuou na primeira colocação mesmo possuindo nota 2 para o APS em função do

fato de não ter apresentado Violações ao Código de Ética. O péssimo desempenho da CODERN

pode ser explicado pelo alto valor dos indicadores de VCE (1,62602%) e de AT (1,21951%).

Dessa forma, confirmando os rankings intermediários, o ranking geral apresenta CDP

como líder em relação às funções sociais. A queda de rendimento da CODERN, por sua vez,

ao longo do período analisado, fez com que tal empresa figurasse na última colocação com

fluxo líquido negativo de -0,1387. De modo geral, as empresas possuem baixos valores para os

fluxos gerais, já que o maior fluxo é de 0,1672 (CDP).

Tabela 25 – Ranking geral das funções sociais (IMSE parcial)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,1672 0,2319 0,0647

2 CODESP 0,0740 0,2220 0,1480

3 CODEBA 0,0428 0,1557 0,1129

4 CDC 0,0307 0,1842 0,1535

5 CDRJ -0,0587 0,1656 0,2242

6 CODESA -0,1173 0,1140 0,2314

7 CODERN -0,1387 0,1129 0,2516

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Os baixos valores para os fluxos dos indicadores sociais sugerem uma falta de

direcionamento da gestão para a questão social, o que contraria a necessidade de uma maior

atenção às partes interessadas, conforme apregoa a teoria dos stakeholders (COUTINHO;

MACEDO-SOARES, 2002; DEEGAN, 2002; MITCHELL; ANGKE; WOOD, 1997). Os

valores encontram-se abaixo inclusive dos fluxos gerais da vertente ambiental, demonstrando

uma menor preocupação do que tal enfoque. Esses resultados são reforçados pela menor

quantidade de indicadores do aspecto social, assim como no estudo de Valenzuela-Venegas,

Salgado e Díaz-Alvarado (2016).

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59

4.2.3 Resultado PROMETHEE II para funções econômico-financeiras

Na Tabela 26, pode-se observar a colocação das companhias em relação à vertente

econômico-financeira, que traz a CDP em primeiro lugar em 2012, com fluxo líquido de 0,3728,

apresentando uma melhor performance em todos os indicadores, com exceção do Nível de

Endividamento, no qual se encontra no segundo lugar. Destaca-se, ainda, o desempenho da

CDC e da CODESP, com fluxos líquidos positivos de 0,2939 e 0,1685, respectivamente.

A CODESA, CDRJ e CODERN apresentaram fluxos líquidos negativos de -0,0394, -

0,2796 e -0,6452, na ordem sequencial em que são citados. Contribuíram, para isso, o alto

comprometimento das despesas com pessoal da primeira, o alto endividamento da segunda e a

baixa rentabilidade, representada pelo ROA, ROE e ME, associada a um elevado índice de

comprometimento das despesas operacionais da terceira.

Tabela 26 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2012

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,3728 0,6434 0,2706

2 CDC 0,2939 0,5950 0,3011

3 CODESP 0,1685 0,5412 0,3728

4 CODEBA 0,1290 0,5125 0,3835

5 CODESA -0,0394 0,4373 0,4767

6 CDRJ -0,2796 0,3172 0,5968

7 CODERN -0,6452 0,1344 0,7796

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Em 2013, a CDP foi ultrapassada pela CODESP e CODEBA, que assumiram

respectivamente a primeira e a segunda posições. Um acentuado aumento na margem EBITDA,

que saltou de 0,0726 para 0,3046 da CODESP, juntamente com uma melhoria no volume de

vendas, na receita por empregado e no comprometimento das despesas operacionais foram

responsáveis para esse salto, enquanto na CDP observam-se índices ligeiramente estáveis.

A CODERN continuou na última posição devido à deterioração da sua rentabilidade,

mesmo havendo apresentado melhora no comprometimento das despesas operacionais.

Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 (Continua...)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CODESP 0,5054 0,7097 0,2043

2 CODEBA 0,3907 0,6523 0,2616

3 CDP 0,0753 0,4946 0,4194

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Tabela 27 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2013 (Conclusão.)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

4 CDRJ -0,0179 0,4480 0,4659

5 CDC -0,0394 0,4373 0,4767

6 CODESA -0,2330 0,3405 0,5735

7 CODERN -0,6810 0,1165 0,7975

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Para 2014, a CODEBA continuou o seu crescimento na vertente econômico-financeira,

visto que subiu para segunda posição em 2013 e primeira em 2014. Surpreende a segunda

posição da CDRJ, que aparecia nas últimas posições em 2012 e na quarta posição em 2013. De

uma forma geral, observa-se uma diminuição de todos os fluxos líquidos.

A ascensão da CODEBA deve-se principalmente a uma melhoria contínua do volume

de vendas e das margens de rentabilidade, ao passo que a CDRJ demonstrou um alto

crescimento da receita por empregado, e uma grande redução dos comprometimentos das

despesas com pessoal e das despesas operacionais.

Observa-se que a CDP migrou da primeira colocação em 2012 para a quinta neste

período, com valores menores para ROA, RE, ROE e ME, bem como, piores resultados para

CDO e NE, em comparação com os alcançados no ano anterior. Esse resultado sugere a

necessidade de uma gestão voltada ao acompanhamento de indicadores e ao estabelecimento

de metas tanto econômico-financeiras, como das demais vertentes, o que poderá ocasionar o

gerenciamento dos impactos acarretados pela sustentabilidade e uma melhora na governança

corporativa (FORMENTINI; TATICCHI, 2016; LODHIA; MARTIN, 2014).

Tabela 28 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2014

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CODEBA 0,3118 0,6129 0,3011

2 CDRJ 0,2975 0,6057 0,3082

3 CODESA 0,2616 0,5878 0,3262

4 CODESP 0,0394 0,4767 0,4373

5 CDP -0,0287 0,4427 0,4713

6 CDC -0,4014 0,2563 0,6577

7 CODERN -0,4803 0,2168 0,6971

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A Companhia das Docas do Estado da Bahia manteve a posição de destaque em 2015,

com um excelente fluxo líquido de 0,7491, com 0,6129 pontos a mais que a segunda colocada,

a CODESP, tendo contribuído para isso a presença de ROA e ROE positivos, o segundo maior

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valor para RE, baixos percentuais de CDPe, CDO e NE. A CODESP, por sua vez, apresentou

ROA, ROE e ME negativos no período, no entanto, dado o baixo desempenho das demais

companhias, figura-se na segunda colocação da listagem, também em função da melhor RE

entre todas as empresas. Esse cenário é preocupante, já que a fraca performance das

Companhias Docas aumenta a demanda por recursos públicos do Governo Federal para a

manutenção da saúde financeira delas. Ou seja, uma gestão econômico-financeira

autossuficiente exige uma mudança nessa realidade, para que as empresas não demandem

recursos da União, desonerando, assim, os cofres públicos.

A CDRJ apresentou valores muito baixos em 2015, em relação às demais companhias,

com ROA, ROE e ME negativos, além de um alto índice para o Nível de Endividamento, na

ordem de 1,1816, o que ocorreu em face de a empresa estar com o passivo a descoberto, situação

que aponta uma fragilidade econômico-financeira.

Tabela 29 – Ranking das funções econômico-financeiras (IMSE parcial) – 2015

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CODEBA 0,7491 0,8315 0,0824

2 CODESP 0,1362 0,5251 0,3889

3 CODESA 0,0968 0,5054 0,4086

4 CDP 0,0681 0,4910 0,4229

5 CDC -0,2043 0,3548 0,5591

6 CODERN -0,3763 0,2688 0,6452

7 CDRJ -0,4695 0,2222 0,6918

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

De uma forma geral, ao longo da série analisada, as companhias demonstraram não

possuir indicadores econômico-financeiros muito atrativos, apresentando uma piora nos índices

de ROA, ROE e ME ao longo do período, com exceção da CODEBA que registrou uma

progressiva evolução. A CODESA manteve índices positivos ao longo de toda a análise, no

entanto, como esses não foram muito expressivos, a companhia alcançou o quarto lugar no

ranking final.

Para a Companhia Docas do Rio Grande do Norte, mesmo melhorando a produtividade

através de sua Receita por Empregado, tendo um crescimento no Volume de Vendas e uma

diminuição no Comprometimento das Despesas com Pessoal e Despesas Operacionais, esses

fatores não foram suficientes para que os indicadores de rentabilidade – ROA, ROE e Margem

EBITDA, deixassem de ser negativos para todos os anos. A diminuição geral dos índices de

rentabilidade em 2015 pode encontrar respaldo na crise econômico-financeira pela qual o Brasil

atravessa, afetando todos os setores da economia.

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Nessa linha, a CODESP apresentou uma piora nos indicadores a partir do ano de 2014,

culminando com a presença de ROA, ROE e ME negativos em 2015. Entretanto, mesmo diante

dessa situação, a manutenção de indicadores positivos ao longo dos três primeiros anos, somada

à apresentação dos melhores valores para RE ao longo de todo o período, permitiram, à

companhia aparecer na segunda colocação geral no ranking.

Tabela 30 – Ranking geral das funções econômico-financeiras (IMSE parcial)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CODEBA 0,3952 0,6523 0,2572

2 CODESP 0,2124 0,5632 0,3508

3 CDP 0,1219 0,5179 0,3961

4 CODESA 0,0215 0,4677 0,4462

5 CDC -0,0878 0,4108 0,4987

6 CDRJ -0,1174 0,3983 0,5157

7 CODERN -0,5457 0,1841 0,7298

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Os maiores valores de fluxos líquidos para a vertente econômico-financeira confirmam

a ideia tradicional (ARAÚJO, 2001; DENG; KANG; LOW, 2013; WELZEL; HAUPT;

MARTINS, 2015) de que esse é o maior foco da gestão estratégica, e que mesmo havendo um

crescimento de importância dos aspectos ambientais e sociais, ainda não é possível afirmar que

haja um equilíbrio entre os três enfoques no setor portuário.

4.3 Comparação obtida nos quatro cenários

Observa-se, abaixo, o ranking dos cenários considerando todos os indicadores de todas

as vertentes da sustentabilidade empresarial, objetivo do presente trabalho. Para o ano de 2012,

a CDP se mostrou a Companhia Docas mais sustentável, com fluxo líquido de 0,3036,

posicionando-se acima da CDC e CODESP que ocuparam, respectivamente o segundo e

terceiro lugares para o referido período, com 0,2240 e 0,0742, respectivamente. Esse resultado

se alinha ao encontrado na análise por vertente, na qual a CDP ocupou a primeira posição para

os aspectos social e econômico-financeiro e a segunda no ambiental.

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Tabela 31 – Ranking cenário 2012 – (IMSE global)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,3036 0,4541 0,1505

2 CDC 0,2240 0,4157 0,1916

3 CODESP 0,0742 0,3489 0,2746

4 CODEBA -0,0270 0,2982 0,3252

5 CDRJ -0,1262 0,2503 0,3765

6 CODESA -0,1754 0,2233 0,3988

7 CODERN -0,2733 0,1687 0,4420

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Figura 2 – Ranking cenário 2012

Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)

Para o ano de 2013, influenciado principalmente pelo aspecto econômico-financeiro, a

CODESP aparece como a companhia com melhor desempenho para a sustentabilidade

empresarial. A referida empresa ocupou o primeiro lugar para a vertente econômico-financeira,

segundo para a social e a quinta posição para os fatores ambientais analisados no presente

estudo.

A CDP, por sua vez, apresentou uma considerável redução no seu fluxo líquido, de

0,3728 para 0,0753, em relação ao aspecto econômico-financeiro, impactando assim, a queda

para a segunda posição.

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Tabela 32 – Ranking cenário 2013 – (IMSE global)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CODESP 0,2058 0,4028 0,1970

2 CDP 0,1532 0,3812 0,2281

3 CDC 0,0702 0,3435 0,2733

4 CODEBA 0,0439 0,3306 0,2868

5 CDRJ 0,0094 0,3192 0,3097

6 CODESA -0,2395 0,2112 0,4507

7 CODERN -0,2429 0,1957 0,4386

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Figura 3 – Ranking cenário 2013

Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)

Em 2014, a Companhia Docas do Pará volta a aparecer como a primeira colocada no

ranking da sustentabilidade empresarial das empresas estudadas. Embora tenha ocupado a

quinta posição para a vertente econômico-financeira, situou-se na segunda e primeira posição

para as funções ambiental e social, respectivamente.

Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) (Continua...)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,1565 0,3853 0,2287

2 CDRJ 0,1282 0,3839 0,2557

3 CODESA 0,0378 0,3711 0,3333

4 CDC -0,0175 0,3104 0,3279

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Tabela 33 – Ranking cenário 2014 – (IMSE global) (Conclusão.)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

5 CODESP -0,0506 0,3023 0,3529

6 CODEBA -0,0641 0,2996 0,3637

7 CODERN -0,1903 0,2348 0,4251

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Figura 4 – Ranking cenário 2014

Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)

Aliado a isso, as demais companhias apresentaram desempenhos muito oscilantes nos

aspectos investigados. Essa grande variabilidade sugere que, diferentemente do que a literatura

destaca como fundamental (ALHADDI, 2015; CALLADO, 2010; SILVA; PIRES, 2013), as

empresas portuárias não possuem gestão focada na sustentabilidade empresarial, considerando

os enfoques ambiental, social e econômico-financeiro.

Tal constatação ganha mais relevância, pois realça a necessidade de essas empresas

administrarem visando à promoção de responsabilidade social para futuras gerações, assim

como à obtenção de vantagens competitivas, conforme dispõem Oliveira (2008), Silva et al

(2009) e Lloret (2016), principalmente quando se considera a importância logística e econômica

do setor para o país.

Para 2015, pela terceira vez em primeiro lugar, temos a CDP com fluxo líquido de

0,1802. Uma vez mais, a referida empresa ocupou uma posição intermediária para a vertente

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econômico-financeira, quarto lugar, entretanto, situou-se na primeira posição para as funções

ambiental e social, o que garantiu a melhor colocação para a tríade em análise. A CODEBA,

por sua vez, aparece na segunda colocação, puxada pelo excelente desempenho econômico-

financeiro que obteve em 2015, com fluxo líquido de 0,7491, nota destacada em relação às

demais companhias que apresentaram índices relativamente fracos em relação a esse aspecto.

Tabela 34 – Ranking cenário 2015 – (IMSE global)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,1802 0,4055 0,2254

2 CODEBA 0,1282 0,3758 0,2476

3 CDC 0,0472 0,3428 0,2955

4 CODESP 0,0216 0,3259 0,3043

5 CODESA -0,0283 0,3158 0,3441

6 CDRJ -0,1309 0,2665 0,3974

7 CODERN -0,2179 0,2335 0,4514

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Figura 5 – Ranking cenário 2015

Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)

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4.4 Ranking final de desempenho das Companhias Docas brasileiras

Os resultados obtidos através das análises de todos os indicadores do modelo

culminaram na elaboração das Tabelas 33 e 34, com o ranking final construído com base no

desempenho das Companhias Docas em relação à sustentabilidade empresarial.

Tabela 35 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas – (IMSE global)

Ranking Empresa Phi Phi+ Phi-

1 CDP 0,1984 0,4065 0,2082

2 CDC 0,0810 0,3531 0,2721

3 CODESP 0,0628 0,3450 0,2822

4 CODEBA 0,0202 0,3261 0,3058

5 CDRJ -0,0299 0,3050 0,3349

6 CODESA -0,1014 0,2804 0,3817

7 CODERN -0,2311 0,2082 0,4393

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Figura 6 – Ranking final

Fonte: Elaborado a partir do PROMETHEE II (2017)

Em 1º lugar geral, considerando todos os anos e todos os indicadores, encontra-se a

empresa CDP. Esse resultado advém do fato de a Docas do Pará possuir a segunda melhor

gestão ambiental, a melhor gestão social e a terceira melhor gestão econômico-financeira. Na

Companhia, inexistiram processos decorrentes de infrações ambientais ao longo de todo o

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período. A empresa, também, teve nota máxima para licenciamento ambiental e para prevenção

de riscos, não tendo registrado acidentes ambientais nos quatro anos analisados. Observa-se

que, nesta empresa, não ocorreram violações ao código de ética, bem como que foi baixo o

quantitativo de acidentes de trabalho, aliados à não ocorrência de acidentes fatais, e à existência

de plano de participação nos lucros e resultados em todos os anos, fatores esses que

contribuíram para a boa classificação da CDP. No quesito econômico-financeiro, percebeu-se

que o retorno sobre o ativo, retorno sobre o PL e Margem EBITDA foram negativos apenas em

2015, fator esse que contribuiu para que não ficasse em melhor colocação para esta vertente.

A Companhia Docas do Ceará alcançou o segundo lugar no ranking da sustentabilidade.

Embora tenha alcançado apenas a quinta colocação geral para as funções social e econômico-

financeira, estabelece-se como primeira para o aspecto ambiental, em razão de possuir notas

máximas para os indicadores AuA e PAEA, bem como apresentar os melhores resultados para

o IDA.

Em seguida, tem-se a CODESP, que, mesmo não tendo grande preocupação ambiental

(5ª posição), apareceu em segundo lugar para os enfoques social e econômico-financeiro, como

resultado da política de PLR e excelente produtividade medida pela Receita por Empregado.

Semelhantemente à CODESP, a CODEBA não apresentou uma boa gestão ambiental

de seus portos, compensada por uma boa gestão social (3ª posição), mas principalmente por

uma ótima gestão voltada para as questões econômico-financeiras (1ª posição), explicada pela

crescente melhora na Receita por Empregado e pela estabilidade dos índices de rentabilidade e

de comprometimento de despesas. Diferentemente do que foi observado em Oro, Renner e

Braun (2013), Khan, Serafeim e Yoon (2016) e da estrutura proposta por Hahn et. al (2015),

mas em linha com os achados de Rufino et al (2014), não foi possível inferir que as empresas

com melhores indicadores econômico-financeiros também possuíram melhores índices

socioambientais.

A existência de processos decorrentes de infrações ambientais – conjugada com a baixa

eficiência no uso e consumo de energia – contribuíram para que a CDRJ não apresentasse uma

boa gestão ambiental, fato este que poderia ser mitigado se a companhia implantasse programas

e medidas de eficiência energética. Paralelamente a isso, a empresa necessita rever as ações de

promoção de saúde que terminaram a série analisada apontando a necessidade de revisão de

melhorias. Por fim, a gestão econômico-financeira se mostrou descompassada, pois todos os

indicadores apontam para uma piora do quadro da companhia, na qual a redução da

produtividade e do volume de vendas são acompanhados por uma majoração no nível de

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endividamento da companhia, o que requer esforços e mudanças na gestão receitas/despesas da

empresa.

A CODESA foi classificada como a segunda pior companhia na gestão da

sustentabilidade empresarial portuária, enquanto a CODERN encontra-se na última posição do

ranking. O que se percebe acerca dessas duas empresas é a necessidade de intervenção nas três

áreas de gestão: ambiental; social e econômico-financeira. A CODESA apresentou uma

melhora da gestão econômico-financeira nos três primeiros anos, tendo uma queda em 2015.

Aliado a isso, a companhia não teve significativa melhora nos outros quesitos, contribuindo

para a colocação.

A Companhia Docas do Rio Grande do Norte mostra-se a empresa portuária que mais

precisa da implantação de novas políticas de gestão social e econômico-financeira, haja vista

que apresentou resultados insatisfatórios ao longo de toda a análise.

Observa-se que a CODERN e a CDRJ apresentaram uma má gestão da dimensão social,

ficando numa posição intermediária na vertente ambiental. Esse cenário aponta uma possível

influência dos indicadores sociais sobre os aspectos econômico-financeiros das companhias.

Tabela 36 – Ranking final de desempenho das Companhias Docas

Ranking Empresa Ambiental Social Econômico-

financeiro

1 CDP 2º 1º 3º

2 CDC 1º 5º 5º

3 CODESP 5º 2º 2º

4 CODEBA 7º 3º 1º

5 CDRJ 4º 4º 6º

6 CODESA 6º 6º 4º

7 CODERN 3º 7º 7º

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Em um contexto político e econômico, no qual muito se discute acerca da privatização

dos portos públicos, e considerando a pesquisa de Lourenço et al (2012), cujos achados

sinalizam que empresas rentáveis detentoras de baixos níveis de sustentabilidade corporativa

são penalizadas, observa-se que, no geral, as companhias necessitam implantar um sistema de

acompanhamento dos aspectos aqui analisados, uma gestão da sustentabilidade focada no

andamento dos indicadores ambientais, sociais e econômico-financeiros, de forma a permitir

que as companhias maximizem valor e solidifiquem o desempenho corporativo sustentável.

Essa conclusão reforça a ideia de que, mesmo após a emissão da Portaria SEP 214/2008,

no intuito de tornar a gestão das Companhias Docas mais sustentáveis, será necessária a

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implantação de uma melhor fiscalização por parte da Secretaria, assim como serem

empreendidos esforços conjuntos entre gestores, reguladores e usuários dos portos públicos

com vistas a tornar suas administradoras verdadeiramente sustentáveis abrangendo todo o

contexto empresarial.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No intuito de se precaver e fazer sua parte na busca de uma economia de mercado mais

sustentável, as empresas têm implantado estratégias de gestão balizadas em critérios de

sustentabilidade que permitam a maximização dos lucros, sem que, com isso, venham a incorrer

em danos sociais e ambientais irreversíveis e custosos, situação extremamente acompanhada e

verificada no contexto atual, no qual a implantação de índices e organismos específicos para

este fim têm se tornado cada vez mais comum, como é o caso do índice ISE da

BM&FBOVESPA e do Global Reporting Initiative.

Esses danos – que foram causados principalmente pela ação do homem e para os quais

os governos muitas vezes não possuem solução satisfatória –, podem trazer consequências

globais, não só do ponto de vista econômico-financeiro, como também de imagem corporativa,

que atingem tanto as empresas de cunho privado, quanto as públicas.

No Brasil, o Governo Federal, com a intenção de acompanhar e mitigar fatores de risco

da sustentabilidade de suas estatais, emitiu o Decreto nº 8.945/2016, que regulamenta a Lei nº

13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que dispõe, no seu parágrafo 2º do Art. 44,

acerca da obrigatoriedade de as empresas estatais adotarem práticas de sustentabilidade

ambiental e de Responsabilidade Social Corporativa – RSC.

Nesse sentido, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar o desempenho empresarial

das Companhias Docas brasileiras em relação aos aspectos que permeiam a sustentabilidade

empresarial, contribuindo para a identificação dos fatores ligados à temática em relação aos

portos públicos no Brasil. Para tanto, foram identificados indicadores de sustentabilidade para

as Companhias Docas, empresas que administram os portos públicos no Brasil que integram

uma área de extrema importância do ponto de vista logístico, além do que, prestam serviço de

interesse nacional, na medida em que contribuem para a pesquisa acadêmica sobre portos.

Os portos públicos encontram-se em áreas de grande fragilidade ambiental, como beira-

mar ou beira-rio, sendo, portanto, empresas que possuem uma considerável importância do

ponto de vista social e ambiental. Do ponto de vista econômico-financeiro são empresas que

fomentam e viabilizam o comércio regional, haja vista que mais de 80% das mercadorias

importadas e exportadas no país passam pelos portos.

Portanto, a tríade da sustentabilidade que fundamentou o estudo ora realizado pautou-

se nesses três aspectos de grande importância para as empresas portuárias: ambiental; social e

econômico-financeiro. Para tanto, foi construído um sistema de indicadores de modo a

evidenciar a situação da eficiência dos portos nessas três dimensões.

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Assim, foram coletados dados de 29 indicadores para o período de 2012 a 2015, sendo

11 ambientais, 8 sociais e 10 econômico-financeiros, que foram escolhidos de acordo com a

disponibilidade de dados nos sítios e relatórios que as Companhias Docas publicam anualmente.

Foi atribuído peso aos indicadores segundo a percepção dos especialistas

administrativos-financeiros das Companhias Docas, através de um questionário objetivo e de

fácil entendimento, no qual os gestores escolheram o critério de importância de cada variável.

A consistência interna do instrumento se mostrou satisfatoriamente obtida pelo Alpha de

Cronbach (0,9416).

Na etapa da análise multicritério, fez-se a escolha do método PROMETHEE II, por ser

um método que vem sendo amplamente utilizado, principalmente no âmbito internacional e

figura-se como uma boa opção para a avaliação de desempenho, proporcionando o ordenamento

geral das Companhias Docas analisadas.

Os resultados apresentados revelam que as Companhias Docas que possuem os

melhores resultados do ponto de vista social e ambiental, CDP e CDC, encontram-se em uma

situação econômico-financeira mediana, apresentando ROA, ROE e ME negativos para o

último ano analisado. Por outro lado, as empresas que se posicionaram nas piores colocações

em relação às questões sociais, CODESA e CODERN, tiveram uma piora nos indicadores

econômico-financeiros. Tal fato demonstra que um melhor desempenho socioambiental não

necessariamente está relacionado a um bom desempenho econômico-financeiro e vice-versa.

Autores como Rufino et al (2014) argumentam que não há como afirmar, de forma decisiva,

que a sustentabilidade influencia os indicadores econômico-financeiros, o que se coaduna com

os achados da pesquisa.

Para os fluxos gerais dos indicadores sociais, percebeu-se que estão abaixo dos do

enfoque ambiental, o que indica que esses aspectos possuem maior relevância que aqueles.

Presume-se que o baixo quantitativo de indicadores do aspecto social tenha reflexo no resultado,

o que vai ao encontro do disposto por Valenzuela-Venegas, Salgado e Díaz-Alvarado (2016).

Observou-se que a maior parte das Companhias Docas apresentaram desempenhos

muito oscilantes quanto aos aspectos investigados. Essa grande variabilidade sugere que,

considerando os enfoques ambiental, social e econômico-financeiro, as empresas portuárias não

possuem gestão focada na sustentabilidade empresarial.

Dessa forma, considerando os achados da presente pesquisa, percebe-se que grandes

esforços serão necessários por parte do governo, reguladores, gestores, colaboradores e usuários

para que as Companhias Docas possam, verdadeiramente, tornar sustentáveis os portos que

administram, de forma que o planejamento estratégico das companhias seja concebido

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considerando um amplo conjunto de fatores voltados à sustentabilidade (Belinky, 2016), que

permitam um melhoramento da situação apontada no estudo ora realizado. Assim, a presente

pesquisa teve como foco possibilitar uma visão da sustentabilidade empresarial juntos aos

portos públicos, possibilitando uma maior adequação da realidade destas companhias ao

disposto na Lei 13.303/16 que visa, de forma clara, que haja uma maior sustentabilidade nas

empresas pertencentes ao Governo Federal.

O estudo apresenta limitações quanto ao quantitativo de indicadores sociais em função

da indisponibilidade de dados de dois deles que foram inicialmente propostos, o que contribuiu

para a ocorrência de índex desbalanceados, o que pode ter influência sobre a análise dos

resultados.

Como sugestão para trabalhos futuros, indica-se a utilização de mais parâmetros acerca

da vertente social, bem como a replicação junto aos portos privados brasileiros, de forma a

evidenciar se a mudança na tipologia da empresa, pública ou privada, influencia na

sustentabilidade empresarial existente.

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APÊNDICE A – INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DO MODELO:

CARACTERÍSTICAS

DIMENSÃO AMBIENTAL

Nome do Indicador: Consumo de Materiais Reciclados e Matérias Primas.

SIGLA: CMR.

Fórmula ou pergunta: A empresa opta pela compra de produtos reciclados?

Objetivo ou significado: Averiguar se a empresa opta pela compra de produtos sustentáveis.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: requerida a informação através do sítio de acesso a informação.

Forma de utilização do indicador: as autoras propõem que seja quantificado o percentual de

materiais e matérias primas reciclados em comparação com o total geral de materiais e matérias

primas consumidos no ano. Haja vista que essa informação não estava disponível em nenhuma

das empresas analisadas, mas que estas declaram se fazem opção ou não pela compra de

produtos e materiais reciclados, o indicador foi alterado para averiguar se as Docas fazem opção

pela compra de produtos sustentáveis. Possíveis respostas: sim ou não.

Nome do Indicador: Implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

SIGLA: IGRS.

Fórmula ou pergunta: Há programa de gerenciamento de resíduos sólidos?

Objetivo ou significado: Observar se na companhia existe gerenciamento dos resíduos sólidos.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: requerida a informação através do sítio de acesso a informação.

Forma de utilização do indicador: este indicador tem como proposta a mensuração da

produção de resíduos pela empresa. Haja vista que esse quantitativo não é contabilizado por

nenhuma das companhias, adaptou-se o indicador para que se observe se na companhia existe

programa de gerenciamento de resíduos sólidos implantado por cada empresa observada.

Nome do Indicador: Processos Decorrentes de Infrações Ambientais

SIGLA: PDIA

Fórmula ou pergunta: Existem multas ou processos decorrentes de infrações ambientais?

Objetivo ou significado: identificar se as companhias estão sendo autuadas pela ANVISA

acerca de irregularidades relacionadas ao meio ambiente.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Callado (2010).

Fonte de coleta do dado: consulta realizada no portal da Agência de Vigilância Sanitária –

ANVISA.

Forma de utilização do indicador: o indicador objetiva mensurar se as Companhias Docas

estão sendo autuadas por irregularidades ambientais, apresentando o quantitativo de infrações.

Nome do Indicador: Licenciamento Ambiental.

SIGLA: LA.

Fórmula ou pergunta: qual é a situação atual do Licenciamento Ambiental do porto?

Objetivo ou significado: identificar o porto possui Licença de Operação válida e vigente.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

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Forma de utilização do indicador: conforme o estágio de licenciamento do porto, são dadas

notas de N5 (O porto possui licença de operação válida e vigente), N4 (O porto ainda não possui

Licença de Operação, mas existe processo de licenciamento para regularização, a Autoridade

portuária já entregou ao órgão ambiental licenciador o estudo ambiental exigido e atualmente

aguarda manifestação do mesmo), N3 (O porto ainda não possui Licença de Operação, mas

existe processo de licenciamento para regularização, a Autoridade portuária já publicou o edital

para contratação de consultoria que irá elaborar o estudo ambiental exigido pelo órgão

ambiental licenciador. Também se enquadram os portos que já contrataram empresa de

consultoria e os estudos ambientais já estejam sendo elaborados), N2 [O porto ainda não possui

Licença de Operação, não entregou o estudo ambiental ao órgão ambiental licenciador e não

publicou o edital para a contratação de empresa de consultoria, porém apresenta o termo de

adesão ao Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária - PRGAP

(Portaria Interministerial MMA/SEP/PR nº425, de 26 de Outubro de 2011)] e N1 (O porto não

possui Licença de Operação e a Autoridade Portuária não desenvolve ações para promover a

sua regularização).

Nome do Indicador: Auditoria Ambiental.

SIGLA: AuA.

Fórmula ou pergunta: qual a situação atual da Auditoria Ambiental do porto?

Objetivo ou significado: identificar se está sendo realizada auditoria ambiental no porto.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: conforme a realização de auditorias ambientais no porto,

são dadas notas de N3 (A auditoria ambiental foi realizada até dois anos atrás), N2 (A auditoria

ambiental foi realizada há mais de dois anos atrás) e N1 (Nunca foi realizada auditoria

ambiental).

Nome do Indicador: Prevenção de Riscos.

SIGLA: PR.

Fórmula ou pergunta: quantos planos foram elaborados e implementados no porto em relação

à prevenção de riscos e atendimento a emergência?

Objetivo ou significado: identificar se há planejamento para prevenção de situações de risco.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ

Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (Todas as cinco opções: Plano de

Emergência individual - PEI, Plano de Área, Plano de Controle de Emergência - PCE, Plano de

Ajuda Mútua - PAM e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA), N4 (Atende

quatro das opções do N5), N3 (Atende três das opções do N5), N2 (Atende duas das opções do

N5) e N1 (Atende uma ou nenhuma das opções do N5)

Nome do Indicador: Ocorrência de Acidentes Ambientais.

SIGLA: OAA.

Fórmula ou pergunta: Quantos acidentes ambientais ocorreram na Área do Porto Organizado

(APO) e em seus arredores no último ano?

Objetivo ou significado: Identificar se ocorreram acidentes ambientais na área do Porto

Organizado e em seus arredores no último ano.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

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Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ

Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (nenhum acidente ambiental), N4

(de um a três acidentes ambientais dentro do limite da APO), N3 (acima de três acidentes

ambientais dentro do limite da APO), N2 (de um a três acidentes ambientais além dos limites

da APO) e N1 (acima de três acidentes ambientais além dos limites da APO ou não há registro

de acidentes).

Nome do Indicador: Consumo e Eficiência no Uso de Energia.

SIGLA: CEUE.

Fórmula ou pergunta: o porto busca reduzir o seu consumo de energia?

Objetivo ou significado: identificar se existem avaliação/medidas/ações/estratégias para a

redução no consumo de energia através do acompanhamento de indicadores de eficiência.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: conforme a condição da redução no consumo de energia,

são dadas notas de N3 (todas as três opções: avaliação da condição atual e definição de metas

de redução do consumo de energia, adoção de medidas/ações/estratégias para redução do

consumo de energia e acompanhamento delas através de indicadores de eficiência), N2 (atende

duas das opções do N3) e N1 (não atende qualquer das opções do N3).

Nome do Indicador: Promoção de Ações de Educação Ambiental.

SIGLA: PAEA.

Fórmula ou pergunta: há no porto a promoção de ações de educação ambiental?

Objetivo ou significado: identificar se há a promoção de ações de educação ambiental.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N3 (Todas as três opções: promove a

conscientização dos trabalhadores sobre as repercussões da atividade portuária no meio

ambiente, mantendo a educação ambiental integrada aos processos de capacitação dos

profissionais do porto, desenvolve programas de educação ambiental em parceria com as

escolas, universidades e/ou organizações não-governamentais, e os programas de educação

atingem também a comunidade externa ao porto), N2 (Atende duas das opções do N3) e N1

(Atende uma das opções do N3).

Nome do Indicador: Passivo Ambiental.

SIGLA: PAmb

Fórmula ou pergunta: há passivos ambientais relacionados no porto?

Objetivo ou significado: identificar se há passivos ambientais relacionados no porto.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: são dadas notas de N5 (o porto nunca teve passivos

ambientais), N4 (o porto teve passivos ambientais, que já foram remediados), N3 (o porto

realizou remediação parcial dos passivos existentes ou a remediação ainda está em curso), N2

(o porto realizou diagnóstico dos passivos ambientais, mas não tomou medidas de remediação)

e N1 (o porto possui passivos ambienteis, mas não fez diagnósticos e nem adotou medidas de

remediação).

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Nome do Indicador: Índice de Desenvolvimento Ambiental.

SIGLA: IDA

Fórmula ou pergunta: média do quantitativo indicado para cada porto administrado por cada

Companhia Docas.

Objetivo ou significado: identificar se as empresas estão cumprindo com os parâmetros

mensurados pelo indicador.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: a Agência de Transportes Aquaviários – ANTAQ analisou

30 portos organizados, dentro os quais estão 15 dos 18 portos públicos administrados pelas

Companhias Docas. Para a CODERN, a ANTAQ só avaliou os portos de Natal e Maceió, haja

vista que o Porto de Areia Branca se encontra em alto mar e trabalha um produto muito

diferenciado, sal marinho. Para a CODESP e CODESA foram analisados apenas o principal

porto (cada Docas administra dois portos) pois o outro não possui representatividade na

movimentação. Considerando essas peculiaridades, a nota da CODERN foi a média das notas

dos Portos de Natal e Maceió; já para CODESP e CODESA, a nota utilizada foi a nota dada ao

porto pela ANTAQ analisado. Todos os portos das demais docas fizeram parte do escopo do

projeto IDA e, portanto, a nota destes é formada pela média da nota de cada porto que a

companhia administra. A pontuação máxima obtida por cada porto é igual a 100.

DIMENSÃO SOCIAL

Nome do Indicador: Ações de Promoção de Saúde.

SIGLA: APS.

Fórmula ou pergunta: A empresa realizou ações de saúde no último ano.

Objetivo ou significado: identificar as companhias vem realizando ações de saúde.

Parâmetro: maximizar.

Autor: ANTAQ.

Fonte de coleta do dado: sítio da ANTAQ.

Forma de utilização do indicador: foram atribuídas notas de N5 (realizou quatro ou mais

ações de promoção de saúde no último ano), N4 (realizou três ações de promoção de saúde no

último ano), N3 (realizou duas ações de promoção de saúde no último ano), N2 (realizou uma

ação de promoção de saúde no último ano) e N1 (não realizou qualquer ação de promoção de

saúde no último ano).

Nome do Indicador: Percentual de Empregados Abrangidos por Acordo Coletivo.

SIGLA: PEAC

Fórmula ou pergunta: [Número de empregados abrangidos por um coletivo acordo no ano /

número médio anual de funcionários].

Objetivo ou significado: Mensurar a abrangência dos empregados abrangidos por acordos

coletivos.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.

Forma de utilização do indicador: o presente estudo faz uso do indicador conforme proposto

pelas autoras, no qual a abrangência de empregados abrangidos por acordo coletivo é

mensurada e o objetivo pretendido é que esse seja de 100%.

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Nome do Indicador: Discriminação Salarial.

SIGLA: DS.

Fórmula ou pergunta: Há discriminação salarial entre os gêneros?

Objetivo ou significado: detectar se há discrepância salarial entre gêneros.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.

Forma de utilização do indicador: Foi analisado pelo acordo coletivo das companhias se há

política de salários por tipo de cargos e funções, o que garante aplicação do piso salário

independente do sexo que o funcionário possui. Possíveis respostas: sim ou não.

Nome do Indicador: Violações ao Código de Ética.

SIGLA: VCE.

Fórmula ou pergunta: [Número de casos de violações ao Código de Ética / média do número

anual de funcionários] x 100.

Objetivo ou significado: detectar a existência de violações ao código de ética

Parâmetro: Minimizar.

Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do

acessoainformação.gov.br.

Forma de utilização do indicador: quantitativo de ocorrência de violações ao código, que,

para as autoras, deve ser igual a zero.

Nome do Indicador: Política de distribuição de Lucros e Resultados entre funcionários.

SIGLA: PLR

Fórmula ou pergunta: existe política para divisão de lucros e resultados entre funcionários?

Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de políticas voltadas à participação dos

empregados nos lucros da companhia.

Parâmetro: maximizar.

Autor: adaptado de Callado (2010).

Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.

Forma de utilização do indicador: existência ou não de programa de distribuição na

companhia. Possíveis respostas: sim ou não.

Nome do Indicador: Auxílio em Educação e Treinamento.

SIGLA: AET.

Fórmula ou pergunta: a companhia paga auxílio educação e treinamento?

Objetivo ou significado: objetiva verificar política de incentivo a educação e treinamento.

Parâmetro: maximizar.

Autor: adaptado de Callado (2010).

Fonte de coleta do dado: relatórios de gestão e informações constantes do sítio da companhia.

Forma de utilização do indicador: existência ou não de auxílio em educação e treinamento na

companhia.

Nome do Indicador: Acidentes de Trabalho Fatais.

SIGLA: ATF.

Fórmula ou pergunta: [Total de Trabalhadores Acidentados/Total de Trabalhadores] x 100.

Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de acidentes fatais.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008 e Callado (2010).

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Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do

acessoainformação.gov.br.

Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de acidentes fatais ocorridos em

relação ao quantitativo total de funcionários.

Nome do Indicador: Acidentes de Trabalho.

SIGLA: AT.

Fórmula ou pergunta: [Total de Trabalhadores Acidentados/Total de Trabalhadores] x 100.

Objetivo ou significado: objetiva detectar a existência de acidentes fatais.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008 e Callado (2010).

Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do

acessoainformação.gov.br.

Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de acidentes ocorridos em relação

ao quantitativo total de funcionários.

DIMENSÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

Nome do Indicador: Auditoria Interna.

SIGLA: AInt

Fórmula ou pergunta: [Quantidade de Auditoria Internos / Quantitativo de funcionários

próprios].

Objetivo ou significado: mensurar o quantitativo de auditores internos frente ao quantitativo

de funcionários existentes na Companhia.

Parâmetro: maximizar.

Autor: adaptador de Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do

acessoainformação.gov.br.

Forma de utilização do indicador: cálculo do quantitativo de auditores internos frente ao

quantitativo total de funcionários.

Nome do Indicador: Volume de Vendas.

SIGLA: VV

Fórmula ou pergunta: receitas com vendas do período atual / Receitas com vendas do período

anterior.

Objetivo ou significado: detectar aumento das vendas no período analisado.

Parâmetro: maximizar.

Autor: adaptado de Callado (2010)

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

Nome do Indicador: Retorno sobre o Ativo.

SIGLA: ROA

Fórmula ou pergunta: [EBIT / ativo] x 100.

Objetivo ou significado: detectar se há retorno sobre o ativo da companhia.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: para este indicador, utilizou-se a fórmula acima

apresentada.

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Nome do Indicador: Receita por Empregado.

SIGLA: RE

Fórmula ou pergunta: [Receita Operacional Líquida/Nº de Empregados: Próprios].

Objetivo ou significado: mensurar o quantitativo da receita líquida por empregado da

companhia.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Adaptado da Portaria SEP 214/2008.

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis e relatórios de gestão.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

Nome do Indicador: Comprometimento das Despesas com Pessoal.

SIGLA: CDPe

Fórmula ou pergunta: Despesa com Pessoal e Encargos/Receita Operacional Líquida) x 100.

Objetivo ou significado: quantificar o comprometimento da receita com encargos com pessoal

próprio da companhia.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008.

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

Nome do Indicador: Comprometimento das Despesas Operacionais.

SIGLA: CDO.

Fórmula ou pergunta: [Despesa Operacional/Receita Operacional Líquida] x 100.

Objetivo ou significado: apontar percentual do comprometimento das receitas.

Parâmetro: minimizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008.

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

Nome do Indicador: Retorno sobre o Patrimônio Líquido.

SIGLA: ROE.

Fórmula ou pergunta: [Lucro Líquido Contábil/Patrimônio Líquido] x 100.

Objetivo ou significado: Demonstrar o retorno sobre o PL da companhia.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008.

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

Nome do Indicador: Margem EBITDA.

SIGLA: ME

Fórmula ou pergunta: [EBITDA/Receita Operacional Líquida] x 100 EBITDA = Lucro

Operacional Contábil - Resultado Financeiro + Depreciação/Amortização.

Objetivo ou significado: medir o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Portaria SEP 214/2008.

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

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Nome do Indicador: Existência de Selos de Qualidade.

SIGLA: EQS.

Fórmula ou pergunta: a Companhia possui algum selo de qualidade.

Objetivo ou significado: identificar se os selos constantes da Portaria 214/2008 estão ou não

implantados nas companhias.

Parâmetro: maximizar.

Autor: Adaptado da Portaria SEP 214/2008 e Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: solicitada a informação às Companhias via sítio do

acessoainformação.gov.br.

Forma de utilização do indicador: o indicador propõe a confirmação da implantação de selos

de qualidades nas Companhias Docas. Possíveis respostas: sim ou não.

Nome do Indicador: Nível de Endividamento.

SIGLA: NE

Fórmula ou pergunta: [Passivo Exigível / Ativo Total].

Objetivo ou significado: Mensurar o percentual de dívidas com terceiros frente aos ativos da

companhia.

Parâmetro: minimizar.

Autor: adaptado de Docekalová e Kocmanová (2016).

Fonte de coleta do dado: demonstrações contábeis.

Forma de utilização do indicador: cálculo do indicador conforme fórmula descrita.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS

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APÊNDICE C – TELAS VISUAL PROMETHEE

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APÊNDICE D – PLANILHA DADOS NO EXCEL

CM

R

IGR

S

PD

IA

LA

Au

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OA

A

CE

UE

PA

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Pam

b

IDA

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F

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t

VV

RO

A

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CD

Pe

CD

O

RO

E

ME

ES

Q

NE

CDC 2012 N S 0 5 3 5 4 2 3 5 71,89 5 100% N 0,008 N S 0,00 0,00 0,02 1,00 0,00 268,60 0,51 0,63 0,00 0,12 N 0,099

CDC 2013 N S 0 5 3 5 4 2 3 4 73,15 5 100% N 0,008 N S 0,00 0,01 0,02 1,12 -0,01 298,71 0,61 0,68 -0,01 -0,01 N 0,054

CDC 2014 N S 0 5 3 5 5 3 3 4 74,98 5 100% N 0,016 N S 0,00 0,00 0,02 0,92 -0,11 282,35 0,72 1,32 -0,14 -0,77 N 0,238

CDC 2015 N S 0 4 3 5 4 3 3 4 81,35 5 100% N 0,007 S S 0,00 0,00 0,02 0,97 -0,05 229,50 0,77 0,86 -0,06 -0,24 N 0,133

CDP 2012 S S 0 5 1 5 5 1 3 5 64,38 5 100% N 0,000 S S 0,00 0,00 0,01 1,09 0,02 252,24 0,35 0,41 0,02 0,18 N 0,125

CDP 2013 N S 0 5 1 5 5 1 3 5 65,51 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,005 0,01 1,08 0,02 275,76 0,00 0,40 0,02 0,19 N 0,098

CDP 2014 S S 0 5 3 5 5 1 3 5 69,45 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,009 0,01 1,09 0,00 254,37 0,23 0,46 0,00 0,11 N 0,150

CDP 2015 S S 0 5 3 5 5 1 2 5 65,16 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,005 0,01 1,07 -0,05 301,81 0,22 0,56 -0,06 -0,12 N 0,164

CDRJ 2012 N S 0 5 3 4 4 1 2 5 64,31 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,003 0,01 1,09 -0,11 329,24 0,52 0,77 -3,87 0,10 N 0,974

CDRJ 2013 N S 0 5 3 4 4 1 2 5 64,10 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,003 0,01 1,13 -0,09 373,00 0,52 0,65 1,54 0,19 N 1,057

CDRJ 2014 N S 0 5 3 4 4 1 3 5 65,95 5 100% N 0,004 N S 0,000 0,001 0,01 1,16 0,04 429,65 0,32 0,46 0,83 0,90 N 0,951

CDRJ 2015 N S 1 5 3 4 5 1 3 5 66,01 5 100% N 0,003 N S 0,000 0,004 0,01 0,74 -0,24 312,83 0,49 0,77 -1,35 -0,03 N 1,182

CODEBA 2012 N S 0 3 2 4 5 2 2 2 48,05 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,011 0,01 0,95 0,00 272,63 0,36 0,33 -0,01 0,13 N 0,285

CODEBA 2013 N S 0 3 2 4 4 1 2 3 39,33 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,009 0,01 1,07 0,03 291,18 0,30 0,30 0,04 0,25 N 0,275

CODEBA 2014 N S 0 3 2 4 4 1 1 2 35,06 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,012 0,01 1,13 0,03 332,54 0,33 0,34 0,04 0,21 N 0,243

CODEBA 2015 N S 0 4 2 4 4 1 2 2 39,02 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,014 0,01 1,09 0,04 451,55 0,31 0,34 0,05 0,21 N 0,239

CODERN 2012 S S 1 2 2 5 5 1 3 5 40,65 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,010 0,01 0,94 -0,11 170,49 0,84 2,19 -0,14 -0,26 N 0,223

CODERN 2013 S S 0 3 3 5 3 3 3 3 55,05 5 100% N 0,000 N S 0,000 0,013 0,01 1,05 -0,08 148,81 0,78 0,77 -0,11 -0,09 N 0,227

CODERN 2014 S S 0 4 3 5 3 3 3 3 60,54 5 100% N 0,000 N S 0,004 0,008 0,01 1,12 -0,13 157,26 0,87 0,84 -0,16 -0,27 N 0,218

CODERN 2015 S S 0 3 3 4 5 3 3 3 57,28 4 100% N 0,016 N S 0,000 0,012 0,01 1,17 -0,18 186,83 0,39 0,66 -0,25 -0,47 N 0,255

CODESA 2012 N S 0 2 2 3 5 1 1 5 46,60 5 100% N 0,003 N S 0,000 0,011 0,01 0,96 0,03 265,75 0,89 0,49 0,04 0,17 N 0,378

CODESA 2013 N S 0 4 2 1 5 2 1 4 33,95 5 100% N 0,006 N S 0,000 0,015 0,01 1,01 0,02 295,50 0,52 0,44 0,03 0,18 N 0,446

CODESA 2014 S S 0 5 2 1 4 2 2 4 41,07 4 100% N 0,003 S S 0,000 0,006 0,01 1,17 0,04 340,70 0,49 0,43 0,05 0,21 N 0,322

CODESA 2015 S S 0 5 2 1 4 2 2 4 42,61 5 100% N 0,006 S S 0,000 0,009 0,01 1,02 0,02 353,04 0,53 0,48 0,03 0,14 N 0,338

CODESP 2012 N S 0 4 2 5 3 1 3 3 63,89 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,004 0,01 1,07 0,09 457,08 0,27 0,53 0,16 0,07 N 0,477

CODESP 2013 N S 0 4 2 5 3 1 3 3 71,19 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,008 0,01 1,13 0,06 498,53 0,36 0,35 0,10 0,30 N 0,457

CODESP 2014 N S 0 4 2 5 3 2 3 3 61,86 5 100% N 0,000 S S 0,001 0,010 0,01 0,98 0,01 491,45 0,41 0,41 0,02 0,13 N 0,477

CODESP 2015 N S 0 4 2 4 3 2 3 3 62,97 5 100% N 0,000 S S 0,000 0,006 0,01 1,09 -0,03 543,00 0,41 0,51 -0,07 0,00 N 0,529