analise da situação do córrego agua vermelha, sp

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Intervenção na Cidade Existente FAUUSP 2015-10

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OBJETIVOAnalisar a questão socioambiental da subprefeitura de Itaim Paulista, focando na ocupação ao longo das mar-

gens dos rios e verificar o conflito entre o discurso do poder público e suas intervenções. Escolhemos como estudo de caso o córrego Água Vermelha.

JUSTIFICATIVAConforme as outras áreas periféricas da cidade de São Paulo, o Itaim Paulista foi ocupado, em boa parte, por uma

população carente que não tinha a possibilidade de morar nas áreas de melhor infraestrutura da cidade. Essa ocupação , seja ela feita através de favelas ou loteamentos irregulares, ocorreu em terras baratas, desvaloriza-

das, como as várzeas dos córregos. Vale destacar que a desconsideração aos rios aconteceu por toda cidade, inclusive pela formal, para criar eixos viários e terras especuláveis, além de não tratar boa parte de seu esgoto,

apesar de pagar por isso. Nesse cenário, quem mais sofre as consequências disso tudo são aqueles com menos acesso à infraestrutura, ou seja, a cidade informal.

Desde o Plano Diretor de 2004 estava proposta a reconciliação da rede hídrica estrutural e a cidade. No caso do Itaim Paulista, o Plano Regional Estratégico focou-se no combate a enchentes (melhoria da drenagem), na oferta de saneamento básico e na regularização de moradia. Dentre os instrumentos urbanísticos utilizados

com esse intuito, os parques lineares tem tido destaque, ao cumprir várias funções: articulação do tecido urba-no, drenagem, áreas verdes e lazer. Ao olhar pelo Google Earth, chamou-nos a atenção a grande área verde nas

margens do córrego Água Vermelha - parte dessa área um parque linear - , em comparação aos outros córregos do Itaim Paulista, cujos leitos encontram-se quase totalmente ocupados por habitações. Por isso resolvemos nos debruçar sobre ele porque acreditamos que o Água Vermelha oferece possibilidades múltiplas de análise.

Desde o inicio da investigação, o grupo mostrou interesse no desenvolvimento das questões relacionadas com a estrutura verde nas áreas de estudo. Para a primeira fase da investigação o grupo pesquisou na informação disponibilizada pela prefeitu-ra da cidade a través dos mapas de divulgação do Plano Diretor Estratégico (PDE) de 2014. Neste ponto, encontrou-se dados das

redes de esgoto, de abastecimento de agua, áreas de risco (com a limitação de não conhecer a definição certa de “risco” dada pela prefeitura), entre outros dados. Ali apareceram as primeiras surpresas para ás teses que o grupo estava se planteando.

Por exemplo, os coletores das redes de esgoto vão de maneira paralela aos córregos, e não diretamente sobre estes; razão pela qual, em teoria, o esgoto não desagua diretamente no rio Tietê. Pela forma de divulgação dos mapas realizados pela prefeitura,

encontrou-se limitações para interpretar os dados ali apresentados. Por exemplo no caso das redes de esgoto, é difícil con-hecer qual é a direção que este segue, igual que é impossível conhecer se todas as vivendas, tanto formais como informais

estão conectadas á red.Dali o grupo decidiu expandir as fontes dos dados para conseguir criar uma problematização para analisar. Neste momento,

encontrou-se o mapeamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica sobre alguns dos córregos de agua da cidade. Este ma-peamento foi um elemento de filtro, puis se decidiu então selecionar só a subprefeitura de Itaim Paulista para profundir nas

questões ambientais. Já que nesta estão três dos seis córregos que estavam sendo monitorados.Utilizando os dados proporcionados pelos mapas do PDE, e a nova informação revelada pelo mapeamento da Fundação. De-

DESENVOLVIMENTO DAS ANÁLISEScide-se então observar o motivo pelo qual o estes córregos estão num estado “ruim”. Procurou-se então informações numa escala muito menor, como o são a ocupação do terreno nas áreas de influencia dos córregos, e dados de condiciones especiais comuns na

metrópole de São Paulo, como é a presença de favelas em áreas de risco e em contato direto com a infraestrutura verde.Observando cada córrego em detalhe, encontraram-se elementos comuns entre todos, por exemplo a presença de áreas de risco

nas várzeas dos córregos, a presencia de favelas nestas áreas e a alta densidade de ocupação. Então o córrego de Agua Vermelha apareceu entre os três córregos mapeados, como o mais interessante, al ter este uma baixa ocupação em numa grande parte de sua várzea. Por dados obtidos em investigações previas, tenha-se a hipóteses de que em esta subprefeitura tenha-se realizado

remoções de favelas. Por esta razão o grupo procuro as imagens de satélite dos últimos 15 anos para observar a possível aparição y desaparição de assentamentos informais.

Para surpresa do grupo, as favelas presentes na atualidade estão ali sem câmbios desde antes do 2001 (data até a que a gen-te possuía disponibilidade de dados), por o contrario, eram conjuntos habitacionais de HIS os que empezavam a ocupar a grande

várzea libre do córrego. Encontrou-se que a várzea do córrego ficou livre de ocupação, a causa dum uso agrícola de grande escala nesta zona. Al igual que a presencia dum parque ao longo da parte norte do córrego, onde contaram-se pelo menos sete quadras

de futebol. Neste ponto, o grupo queria conhecer com um maior nível de detalhe, a relação entre as novas ocupações e o córrego, já poderiam ser estas, um fator que empiore a qualidade do mesmo por sua pouca relação com seu entorno natural.

CONCLUSOESOs usos pontuais no espaço são os que tem logrado que o córrego de Agua Vermelha mantenha-se com uma melhor qualidade ambiental que os outros córregos da zona. Sem ser necessariamente esta boa, puis a pre-sença de favelas perto á nascente, afeta a qualidade do mesmo desde o começo do caminho da agua até o

Tietê. Por elo o grupo deixa a questão aberta, de que tão útil pode chegar a ser conservar usos como o agrícola em procura duma preservação do espaço natural da várzea.

Também aparece a questão, de que se em essência a relação da cidade informal e a formal com o córrego não termina sendo a mesma. Em ambos casos com efeitos negativos sobre a infraestrutura verde. No pri-

meiro caso, ocupando toda a área de várzea y desaguando o esgoto diretamente no córrego; e no segundo, se fechando ao córrego com um muro, justo no limite do córrego, ignorando assim a sua presencia e sua im-

portância como eixo natural da zona

REDE HIDROGRÂFICA

SUBPREFEITURA DE ITAIM PAULISTA

CÓRREGO AGUA VERMELHA

REFERENCIAS