Plataforma Vermelha

Uma proposta de esquerda para o ABCD

2013-2016

Articulação de Esquerda

Índice

Reforma Urbana e Habitação 04Transporte Público e Trânsito 06

Educação 08

Saúde 09

Desenvolvimento Sustentável 10Democracia e Defesado Serviço Público 11

Companheiros e companheiras,

As candidaturas a vereador de Wagner Lino, em São Bernardo, Aylton Affonso, em Santo André, e Rubens, em Diadema, apresentam, por meio deste documento, sua Plataforma Vermelha, uma proposta regional para ajudar na conquista de uma vida melhor para o povo do ABCD, e ligada às mobilizações e lutas sociais a serviço do fortalecimento da organização popular.

Essas candidaturas são expressões da luta por reformas estruturais e pela democratização do Estado, para que a população trabalhadora tenha vez e voz em todos os assuntos que lhe dizem respeito. Assim poderemos acumular forças para a transformação social necessária em nosso país, rumo à construção de uma sociedade mais justa, uma sociedade socialista.

Para isso, será necessário fazer funcionar o Consórcio Intermunicipal e regionalizar a prática da consulta popular que os governos petistas instituíram com o Orçamento Participativo para a construção dos Planos Plurianuais relativos ao período de 2013 a 2016, criando um planejamento integrado entre as prefeituras para que, juntas, resolvam os problemas que afetam a toda a população do ABCD e que não poderiam ser resolvidos plenamente pela ação isolada de nossas cidades. Nesse sentido, apresentamos desde já alguns compromissos para que, junto aos futuros governos de Luiz Marinho, Carlos Grana e Mario Reali, com o apoio da presidenta Dilma, possamos dar início a esse debate e consigamos garantir o compromisso pela ação regional para melhorar a vida de todos e todas.

Apresentação

Wagner Lino Aylton Affonso Rubens

REFORMA URBANA

E HABITAÇÃO

Aproximar o padrão de vida dos centros de nossas cidades com os bairros, tanto os mais privilegiados quanto os da periferia, é necessário para termos cidades mais justas e mais equilibradas. É preciso superar o modelo de cidade baseado na combinação desigual entre os condomínios fechados e shopping centers de um lado, e, de outro, as favelas e periferias desassistidas. Esse modelo reforça a segregação social e transforma as áreas e vias públicas, que deveriam ser o “espaço de todos”, na “terra de ninguém”, reforçando o sentimento de insegurança de quem vive nas cidades.

O ABCD teve grandes avanços na produção habitacional pública, fruto do trabalho conjunto entre os governos petistas da nossa região e os governos de Lula e Dilma, além da luta dos movimentos por moradia e reforma urbana. Essa luta também conseguiu avanços nas políticas urbanas, fazendo com que os Planos Diretores de nossas cidades passassem a contar com instrumentos para fazer cumprir a função social da cidade e da propriedade contidos no Estatuto das Cidades.

Fruto dos programas de urbanização, nossos municípios já têm inúmeras áreas urbanizadas e regularizadas pelas prefeituras, mas seus moradores ainda não têm os títulos de propriedade em cartório, seja porque o governo estadual insiste em não reconhecer a competência dos municípios para promover a regularização fundiária, seja porque as prefeituras não tomam atitude mais firme junto aos cartórios para fazer cumprir sua própria competência, apesar de já existir uma lei federal, sancionada por Lula em 2009, que afirma essa competência e garante gratuidade dos processos nos cartórios.

somar forças na luta pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que determina 2% do orçamento federal e 1% de estados e municípios para habitação;

propor a elaboração e implementação de um Plano Diretor Regional e de um Plano Regional de Habitação de Interesse Social, construídos de forma participativa com as representações populares;

lutar pela plena aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade previstos no plano diretor, visando fazer cumprir a função social da propriedade e combater a especulação imobiliária;

Propostas da Plataforma Vermelha

lutar pela demarcação de mais áreas vazias como Zonas Especiais de Interesse Social, aumentando o banco de terras para habitação popular, e para que as legislações municipais definam de forma clara a demanda a ser atendida pelas ZEIS;

propor e encaminhar legislações em cada cidade e no futuro Plano Regional de Habitação para incentivar e induzir o uso habitacional popular e de interesse social nas áreas centrais das cidades;

lutar pela ampliação dos investimentos em urbanização, regularização fundiária, produção habitacional e aquisição de terras e imóveis para habitação;

lutar pelo fim dos despejos e remoções forçadas como as que aconteceram no Jardim Santo André e em Diadema, por ação da Ecovias;

fazer com que as prefeituras cumpram o disposto na lei sancionada por Lula em 2009, que afirma a competência dos municípios para promover a regularização fundiária das áreas ocupadas urbanizadas, e que determina que os cartórios de imóveis façam os registros sem custos;

em conjunto com o Consórcio Intermunicipal, atuar na elaboração e implementação de programas para cumprir a Lei Federal 11.888/08, que estabelece o direito à assistência técnica gratuita em arquitetura e engenharia para a população com renda até 3 salários mínimos, na construção, reforma ou regularização de suas casas;

lutar pela implementação da tarifa social no serviço de abastecimento de água, abrangendo as residências em áreas de população de baixa renda e em conjuntos habitacionais populares;

dar início ao Planejamento de Bairro, para complementar e articulado aos Planos Diretores e ao Orçamento Participativo para discutir suas prioridades, o uso dos espaços públicos, os projetos específicos para cada local;

propor ações concretas para a recuperação das margens, da vegetação e da qualidade das águas dos rios e córregos das cidades, em compatibilidade com os programas de urbanização de assentamentos situados próximos aos mesmos;

propor projetos e programas para a revitalização dos centros de bairro, estimulando o comércio local, acuado pela concorrência desigual com os shopping centers e hipermercados;

defender a articulação de políticas de cultura, esportes e lazer, propiciando a criação de novos espaços públicos e abertos para o convívio e a sociabilidade em todas as cidades da região (exemplos: parques lineares, pistas de caminhada ao longo das vias públicas, praças e parques).

TRANSPORTE PÚBLICO

E TRÂNSITO

A mobilidade na Região Metropolitana de São Paulo está numa situação crítica: trens e metrôs saturados, congestionamentos crônicos e outros gargalos que impedem o deslocamento dos trabalhadores. Ainda assim, a abertura de corredores exclusivos de ônibus e a expansão do metrô caminham a uma velocidade menor que uma demanda que só faz crescer, e rapidamente.

Essa situação é reflexo da pouca prioridade dada ao transporte público de massa em relação ao transporte individual em nossas cidades, que continuam sendo planejadas para o automóvel, e não para o bem estar coletivo de seus cidadãos e cidadãs. Nosso trânsito caótico é reflexo dessa opção equivocada, que também tem piorado a qualidade de vida nas cidades da região.

Com a omissão do governo do estado, que opera o transporte intermunicipal, os empresários de ônibus continuam impondo preços e condições de serviço, além de impedir a criação do Bilhete Único Regional. Os empresários do setor sonegam informações sobre os custos reais do transporte público, e não há nenhuma participação da população na gestão do serviço ou na definição das linhas e trajetos, e tampouco na definição das tarifas que essa mesma população é obrigada a pagar. É uma verdadeira “caixa preta”.

É necessário reverter essa situação e lutar pelo investimento pesado na articulação de trem, metrô e Veículo Leve sobre Trilhos (tais como o previsto para ligar São Bernardo, Santo André e São Caetano até a Estação Tamanduateí), implementar mais corredores exclusivos de ônibus e planejar ciclovias coltadas para o transporte cotidiano e não apenas para o lazer. É essencial ainda construir mecanismos de participação populare de controle social nesta área.

Propostas da Plataforma Vermelhasomar forças na luta pela modernização da CPTM e sua adequação aos padrões de metrô de superfície, inclusive com atendimento da região por novas linhas do Metrô.avançar o debate pela elaboração do Plano Regional de Mobilidade, de forma a eleger como prioridade o transporte coletivo com garantia de ampla participação popular na elaboração do Plano e sua gestão;

lutar por mais corredores exclusivos de ônibus e VLTs para o ABCD;

mobilizar a população pela aprovação do Projeto de Lei Estadual 331, do deputado Carlos Grana, do PT, que institui o Bilhete Único em todo o transporte coletivo da Região Metropolitana da Grande São Paulo;

propor a criação de Empresa Pública Intermunicipal de Transportes no ABCD, em conjunto com as Prefeituras locais e o Consórcio Intermunicipal, com gestão democrática e aberta;

lutar pela criação e implementação dos Conselhos de Mobilidade Urbana em todas as cidades do ABCD e de um Conselho Regional de Mobilidade Urbana, junto ao Consórcio Intermunicipal, com participação da população, dos governos locais e dos trabalhadores no setor, com poder para planejar, definir programas e investimentos, linhas e itinerários, auferir os custos, definir subsídios e fixar tarifas. lutar para que os planos municipais e o plano regional de mobilidade incorporem planos cicloviários nas cidades, articulados e integrados aos demais meios de transporte coletivo.lutar pelo passe livre para os estudantes;

lutar pela garantia da plena acessibilidade em todos os meios de transporte coletivo de massa, bem como das vias e espaços públicos.

EDUCAÇÃO

Da creche ao ensino superior, uma educação de qualidade exige prédios equipados, profissionais valorizados, segurança e pedagogia adequada. Para isso, é necessário que os governos federal e municipal estejam afinados com um projeto transformador da sociedade.

Mas não é o que acontece hoje no estado de São Paulo. A municipalização da educação promovida pelo PSDB tem sido trágica: o número de escolas geridas pelo governo estadual diminuiu 11%, e, com isso, os municípios tiveram de reduzir os investimentos nas creches e na pré-escola para assumir o ensino fundamental I e II. Ainda assim, o estado não ampliou como poderia o ensino-médio e profissionalizante.

Nosso compromisso é por mudanças profundas na educação: investimento pesado em novas escolas, bibliotecas, computadores e laboratórios, ampliação dos períodos, valorização e qualificação dos professores, e, principalmente, a participação das famílias na gestão da educação pública e das escolas.

Propostas da Plataforma Vermelhalutar para que os municípios atinjam a meta de vagas necessárias em creches e na educação infantil;

fortalecer a luta por melhores salários, pela carreira e por condições de trabalho para o magistério, e por mais contratações;

lutar pelo fortalecimento e reconhecimento dos conselhos de escola, com poder para planejar atendimento da demanda, definir orçamento, aplicar e fiscalizar os recursos, definir uso dos espaços e etc;

lutar pela criação dos planos municipais de educação, com a participação dos pais, alunos, entidades da sociedade civil e outras organizações.

SAÚDE

Em nosso Estado, os governos tucanos e sua política de terceirização da saúde transferiram enormes recursos públicos para organizações privadas e entregaram vagas em hospitais públicos aos planos de saúde privados, num verdadeiro desmonte do que significa o Sistema Único de Saúde.

A combinação de pouco investimento público e predomínio do interesse privado reflete-se na pouca extensão dos serviços e no rebaixamento da qualidade do atendimento. Nosso compromisso é com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde e pelo financiamento conjunto entre os municípios de ações integradas para a saúde pública.

Propostas da Plataforma Vermelhalutar pelo atendimento integral de saúde para mulheres de todas as idades;

lutar pelo aprimoramento e ampliação do Programa Saúde da Família;

lutar pelo reconhecimento dos Agentes Comunitários de Saúde;

defender e fortalecer o SUS, combatendo as terceirizações, lutando por mais recursos e pela gestão pública e democrática do sistema, com o fortalecimento dos Conselhos de Saúde.

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

No ABCD, a ausência de políticas que orientem o crescimento econômico das cidades respeitando o meio-ambiente levou a uma situação em que enchentes e desmoronamentos se multiplicam, e em que não existe conexão entre municípios em serviços como coleta e disposição do lixo e saneamento. É necessário construir a integração das diversas ações e políticas do governo com a questão ambiental, a partir das regiões.

Ao mesmo tempo, os governos do PSDB em São Paulo notabilizaram-se pela ausência de uma política ampla de desenvolvimento. Pouco investimento em infra-estrutura e falta de apoio aos centros produtores de ciência e tecnologia levaram a uma situação em que o estado não conseguiu acompanhar, no que dependia da ação de seu governo, o ritmo do desenvolvimento do país.

Os governos populares do PT têm de trabalhar em um novo modelo de desenvolvimento econômico e social no ABCD, a partir do planejamento regionalizado com participação popular e da retomada do papel estratégico da região no investimento em infra-estruturae em ciência e tecnologia.

propor a construção conjunta, entre os governos municipais e a sociedade local, de uma política regional de coleta, disposição, reciclagem e tratamento do lixo no ABCD;

lutar pela participação e apoio do estado na transformação do Haras São Bernardo e do Guaraciaba, ambos em Santo André, em Parques Públicos, combinando lazer com preservação e educação ambiental;

lutar pela construção democrática de políticas e programas de desenvolvimento regional, com a meta de gerar emprego, redistribuir renda e melhorar a vida da maioria da população, e não apenas acumular capital;

propor uma Lei de Responsabilidade Social, que obrigue governantes a honrar compromissos e cumprir metas nas áreas de Educação, Saúde, Transportes,Habitação, Segurança Pública e Assistência Social;

atuar pela abertura das Universidades da região do ABCD e da Universidade Federal do ABC às demandas sociais e às políticas públicas, potencializando o caráter transformador que a universidade pode e deve ter na construção coletiva da sociedade.

Propostas da Plataforma Vermelha

DEMOCRACIA E DEFESA DO

SERVIÇO PÚBLICO

Os governos tucanos transformaram o Estado em agente de interesses privados. Privatizaram, terceirizaram, desvalorizaram os servidores e o serviço público.Fecharam-se às reivindicações populares e aos movimentos sociais, reprimidoscom brutalidade como os professores em greve, os estudantes da USP. NaAssembléia Legislativa, impediram qualquer investigação sobre atos do governo,com sua maioria impedindo a formação de todas as Comissões Parlamentares de Inquérito solicitadas pelo PT e demais partidos de oposição.

A Plataforma Vermelha propõe uma nova forma de governar, radicalizando a democracia e implantando programas de ampla participação popular nas decisões de governo, valorizando o serviço público e os servidores.

Propostas da Plataforma Vermelhalutar pela revisão de todos os contratos de terceirização de serviços públicos, visando a progressiva extinção dos mesmos;

lutar pela valorização do serviço público, por novos concursos, política salarial e plano de carreira aos servidores;

construir proposta e lutar pela instituição do Planejamento e do Orçamento Participativos;

lutar pelo fortalecimento dos canais de participação, como Conselhos e Conferências;

propor e lutar pela regulamentação de mecanismos de democracia participativa como plebiscitos municipais, iniciativa popular de projetos de lei e outros.

Plataforma Vermelha

Uma proposta de esquerda para o ABCD

2013-2016

Articulação de Esquerda