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ANÁLISE DA QUALIDADE DO SERVIÇO DE TRANSPORTE PÚBLICO SOBRE
TRILHO - VLT NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE E CRATO NA
PERCEPÇÃO DO USUÁRIO
Ary Ferreira da Silva
Sabrina de Oliveira Nascimento
Universidade Federal do Cariri
Engenharia Civil – UFCA- CCT Oliveira Nascimento
Ary Ferreira da Silva
Engenharia Civil – UFCA
RESUMO
Com o objetivo de realizar um diagnóstico da situação do sistema de transportes urbano por VLT – Veículo Leve
sobre Trilho entre os municípios de Juazeiro do Norte e Crato no Estado do Ceará foi realizado através de estudo
de pesquisa de opinião sobre a qualidade na perspectiva dos usuários do sistema, foram avaliados o desempenho
e a importância dos principais fatores de qualidade. A análise consistiu na aplicação de um questionário junto
aos usuários, em que foram medidos o nível de satisfação e o grau de importância que os mesmos atribuem aos
itens da qualidade demandada. Desta forma, estes dados refletiram a qualidade dos serviços oferecidos pela
empresa prestadora de serviço por meio do VLT. Os resultados da pesquisa mostram a situação geral do sistema
operacional, fornecendo um diagnóstico da qualidade do serviço de transporte público que é ofertado e os
parâmetros considerados como o mais importante na percepção do usuário. Quanto ao nível de satisfação, a
maior parte dos usuários considerou o serviço como satisfatório. A análise desses resultados constitui um critério
para a avaliação de um planejamento de qualidade e para orientar medidas que levem a um sistema de transporte
público mais atrativo.
PALAVRAS CHAVES: Qualidade; Transporte público; VLT.
ABSTRACT
In order to perform a diagnosis of the situation of the urban transport system by VLT - Light Vehicle on Rail
between the cities of Juazeiro and Crato in Ceará it was conducted by opinion research study on the quality from
the perspective of users system, we evaluated the performance and the importance of key quality factors. The
analysis consisted of applying a questionnaire with the users, in which were measured the level of satisfaction
and the degree of importance that they attach to the demanded quality items. Thus, these data reflect the quality
of services offered by the service provider company through the VLT. The survey results show the overall
situation of the operating system, providing a diagnosis of the quality of public transportation service that is
offered and the parameters considered as the most important on the user's perception. Regarding the level of
satisfaction, most of the users considered the service as satisfactory. Analysis of these results is a criterion for
evaluating a quality planning and to guide measures that lead to a more attractive public transport system.
1. INTRODUÇÃO
Transporte público e coletivo é todo aquele meio de transporte que é proporcionado pelo
poder público e que atende a todos os cidadãos, sem qualquer distinção de classe, gênero, cor,
orientação sexual, procedência nacional ou outras formas de discriminação. O Estado tem
obrigação de prestar esse serviço e é responsável por ele, mesmo quando não o opera
diretamente e utiliza a prestação de serviços de empresas privadas.
Toda a sociedade se beneficia direta ou indiretamente dos serviços de transporte público e
coletivo, visto que estes meios de locomoção são essenciais para a produção econômica e o
desenvolvimento da cidade. São essenciais também para a população de baixa renda, e ao
mesmo tempo uma importante alternativa a ser utilizada, reduzindo, assim, os
congestionamentos, a poluição ambiental e o número de acidentes no trânsito.
Sem acesso aos meios de transportes público e coletivo, a maioria dos trabalhadores não teria
condições de se deslocar, e mesmo se houvesse a possibilidade de optar pelo transporte
individual, os engarrafamentos inviabilizariam a locomoção, causando um forte impacto
negativo em toda a sociedade.
O transporte público exerce papel fundamental de integração do espaço urbano, afetando
diretamente a produtividade das demais atividades econômicas, em função da sua própria
qualidade e produtividade. Assim, a qualidade do serviço prestado deve ser melhorada, já que
existe uma ligação entre o transporte coletivo urbano e a qualidade de vida de seus usuários
(FERNANDES e BODMER apud PÊGO et al., 2006).
Os indicadores de qualidade são extremamente necessários na avaliação do transporte
coletivo, pois em geral, todos os atores envolvidos no sistema são beneficiados, por exemplo,
os usuários podem atingir o local de trabalho por meio de um transporte público de adequada
qualidade e baixo custo.
De acordo com Ferraz e Torres (2004), “a facilidade de deslocamento de pessoas, que
dependem das características do sistema de transporte de passageiros, é um fator importante
na caracterização da qualidade de vida de uma sociedade e, por consequência, do seu grau de
desenvolvimento econômico e social.”
O passageiro deve ser visto como cliente do sistema e das empresas operadoras, tendo,
portanto, direito a um serviço que lhe proporcione satisfação e o motive a continuar utilizando
o sistema de transporte oferecido pelo poder público. A avaliação dos índices de satisfação
dos usuários para esta pesquisa foi realizada nas estações e no interior do Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) entre o percurso Juazeiro do Norte e Crato.
Mas o transporte público hoje em algumas regiões é extremamente defasado e com excesso de
demanda, na grande maioria de seus modais, a sua melhora influencia diretamente na fluidez
do trânsito, circulação de pessoas e mudanças de modal de transporte
(ônibus/carro/trem/metrô). A má qualidade no transporte público influencia negativamente na
qualidade de vida do usuário e impacta diretamente nos índices de satisfação e desempenho
das empresas envolvidas.
Os principais parâmetros empregados na análise da eficácia do sistema de transporte
conhecido por VLT apresentam o grau de satisfação do usuário, classificando-os como:
pouco, média e grande satisfação. A análise desses parâmetros constitui critério para a
avaliação da qualidade e para orientar medidas que levem a um sistema de transporte público
mais atrativo e eficiente.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Os transportes urbanos revestem-se de importância vital na medida em que as cidades
crescem, pois proporcionam uma série de benefícios a todos os segmentos que compõem a
sociedade, benefícios este que faz com que os trabalhadores e estudantes possam alcançar
seus locais de trabalho ou de estudo, garantindo-lhes a manutenção de necessidades de
consumo ou de recepção de conhecimentos; aos empresários, porque dispõem de mão-de-obra
na atenção de seu processo de produção, e por fim, a sociedade porque podem beneficiar-se
de todos os bens e serviços que a vida urbana oferece, através das relações econômicas e
sociais mediante o deslocamento das pessoas.
O início do século XX é marcado por profundas mudanças e trouxe importantes
transformações para os sistemas de transporte de massa: a eletrificação dos trens de subúrbio
e metrôs, o surgimento dos trólebus.
Investimentos em transporte induzem o crescimento e melhoram o acesso a determinada
região. É o acesso – a oportunidade de chegar a lugares com eficiência – que atrai novo
crescimento econômico e desenvolvimento. A presença de uma estação de trem em um bairro
central faz com que as pessoas possam com mais facilidade chegar a lojas neste bairro, seus
habitantes podem ter mais oportunidades de trabalho.
O VLT é a sigla traduzida sobre a versão de “Veículo Leve sobre Trilhos”, tradução esta da
literal do inglês Light RailVehicle (LRV). É uma modalidade de transporte sobre trilhos de
média capacidade com tração elétrica ou a diesel, cujo equipamento e infraestrutura são
tipicamente mais leve que a usada normalmente em sistemas de metrô ou trem, porém, sua
estrutura é mais pesada que a do bonde.
Esse sistema de transporte atende à oferta de transporte de massa existente entre o ônibus e o
metrô tradicional, e, geralmente, não tem a sua faixa de tráfego completamente segregada.
Atualmente, a abrangência do termo VLT é muito ampla e envolve conceitos como: leveza,
conforto e acessibilidade, além das vantagens de proporcionar menor consumo energético,
possuír piso baixo e rampa de acesso para cadeirante, e pessoas com baixa mobilidade, ter
bom desempenho operacional, roduzem menos problemas de tráfego, poluição do ar e
poluição sonora, adaptação perfeita ao meio urbano e paisagístico, é seguro, rápido e
confortável.
As desvantagens desse meio de transporte são poucas, não é flexível para circulação fora do
corredor, a operação e a manutenção de um VLT ou de um metrô leve necessitam de uma
infraestrutura organizacional complexa.
Como observado, às vantagens de implantação do VLT são muitas, sendo sempre uma
oportunidade para modernizar o ambiente urbano, podendo tornar-se a marca registrada da
cidade. Identifica-se como uma imagem positiva, facilitando o desenvolvimento urbano.
As características do VLT são parecidas com as dos antigos bondes que circularam nas
cidades brasileiras até os anos 1960. Hoje o bonde ressurge com nova tecnologia, que permite
veículos mais leves, econômicos, e silenciosos. Pode-se considerar o Veículo Leve sobre
Trilhos como solução de menor impacto na cidade.
2.1 Modais de transporte ferroviário no Brasil – breve histórico
No Brasil, a primeira linha de metropolitano foi inaugurada apenas em 1974, na cidade de São
Paulo. Cinco anos mais tarde, em 1979, foi inaugurado um sistema na cidade do Rio de
Janeiro. O Metrô de São Paulo foi eleito o melhor sistema de transporte sobre trilhos da
América Latina.
Em 1989 apareceu o Metropolitano de Teresina e um ano mais tarde um sistema de veículo
leve sobre trilhos (VLT) em Campinas/SP. Este último fechou cinco anos após ter entrado em
serviço, em 1995, devido à má localização das duas linhas constituintes da rede.
Somente em 2001 foi inaugurado o metropolitano em Brasília, que deveria ter sido
inaugurado dois anos antes, mas a obra sofreu atrasos. A rede de Brasília ainda não está
completa, pois está ainda em expansão, com a construção planejada em duas linhas, baseadas
no sistema de VLT.
O Metropolitano de Fortaleza (Metrofor) iniciou sua fase de testes em 2012. O VLT de
Sobra/CE foi inaugurado em 2014. Já o sistema de Salvador encontra-se com as obras
paradas. Há atualmente alguns projetos em negociações para começarem a operar em várias
cidades brasileiras. O Metropolitano de Curitiba, baseado num sistema de VLT está em
estudo. O metropolitano de Goiânia está a ser ponderado, assim como uma rede na cidade de
São José dos Campos.
2.2 Metodologia e Local de estudo
O VLT do Cariri está localizado entre Juazeiro do Norte e Crato no sul do Ceará, mas
conhecida como a região do Cariri. Juazeiro do Norte possui uma distância de 533km da
capital, Fortaleza. A população do município em 2013, segundo a estimativa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 261.289 habitantes, com uma taxa de
urbanização de 95,3%.
Os questionários foram aplicados nas 9 estações do VLT, cinco delas em Juazeiro do Norte
(Fátima, Juazeiro do Norte, Teatro, Antônio Vieira, Escola) e quatro no Crato (São José,
Muriti, Padre Cícero, Crato).
Pretende-se estender esta linha urbana até o aeroporto e ao município de Barbalha. As Figuras
02 e 03 ilustram respectivamente todas as estações onde foram realizadas as pesquisas e o
mapa da ferrovia existente e projetada.
Figura 02- Estações do VLT.
Fonte: METROFOR
No Brasil, o primeiro sistema de veículos leve sobre trilhos foi o VLT de Campinas -
atualmente desativado. Assim, o primeiro sistema em funcionamento, que ficou conhecido
como Metrô do Cariri, é o que liga as cidades do Crato e Juazeiro do Norte, e foi inaugurado
oficialmente em 1 de Dezembro de 2009.
O Metrô do Cariri é operado pela Metrofor, sistema metropolitano que atua na cidade de
Fortaleza, operado pela empresa de capital social, Companhia Cearense de Transportes
Metropolitanos. O Metrô do Cariri é um típico VLT, possui 9 estações e uma linha de
13,6 km de extensão. O fluxo de passageiros é de 1,2 mil pessoas por dia, mas a expectativa é
de que transporte cerca de 5 mil usuários por dia. De segunda a sexta são realizados 42
viagens (21 por sentido) e no sábado são realizados 30 viagens (15 por sentido).
Este sistema interliga as cidades do Crato e Juazeiro do Norte e vice-versa e é servido por
composições do tipo VLT. Sua implantação remodelou 13,6 km de malha ferroviária
existente, recuperando a via permanente e retificando seu traçado para que as composições
possam atingir maior velocidade entre as estações. Em Juazeiro foram construídas cinco
estações (Fátima, Juazeiro do Norte, Teatro, Antônio Vieira, Escola) e no Crato mais quatro
(São José, Muriti, Padre Cícero, Crato).
Os veículos deste sistema possuem velocidade máxima de 80 km/h e trafegam a uma
velocidade média de 60 km/h. É uma modalidade de transporte sobre trilhos de média
capacidade com tração a diesel hidráulico mecânico.
A frota é composta por duas composições. Elas são do tipo VLT com capacidade para
transportar 96 passageiros sentados, tendo uma capacidade total de 358 passageiros. As duas
composições são climatizadas com sistema de ar-condicionado. O comprimento da
composição é de 30m, a largura é de 2,85m e a altura é 3,76m. As Figuras 04, 05 ilustram
respectivamente o VLT do Cariri, a Estação de Juazeiro do Norte, o interior do VLT e a
cabine de comando.
Inicialmente um dos principais objetivos de implantação do projeto Metrô do Cariri é
interligar importantes pólos geradores de viagens, como universidades, comércio, escolas,
indústrias, atender ao crescente processo de urbanização e integração regional, prover solução
planejada em transporte de massa frente ao rápido crescimento urbano que se forma entre os
dois municípios além de atender à demanda turística gerada pelos festejos regionais, que
chegam a movimentar mais de um milhão de pessoas.
De acordo com Ferraz e Torres (2004), “a qualidade no transporte público urbano deve ser
contemplada com uma visão geral, isto é, deve considerar o nível de satisfação de todos os
atores direta ou indiretamente envolvidos no sistema: usuários, comunidade, governo,
trabalhadores do setor e empresários do ramo.”
Outro aspecto relevante é o que se pode denominar de sustentabilidade da qualidade, que é
conseguida através da satisfação racional e equilibrada dos desejos de todos os atores, pois a
insatisfação de algum grupo acaba por causar problemas no curto, médio ou longo prazo.
O passageiro deve ser visto como cliente do sistema e das empresas operadoras, tendo,
portanto, direito a um serviço que lhe proporcione satisfação e o motive a continuar utilizando
o sistema de transporte público.
Muitas vezes, para realizar a viagem por completo, o usuário é ainda obrigado a efetuar uma
ou mais transferências entre coletivos (transbordo intramodal quando se trata de veículos da
mesma modalidade ou intermodal no caso de modalidades distintas). Como todas essas ações
consomem energia e tempo, bem como expõem os usuários ao contato com diferentes
ambientes, é importante que certos requisitos quanto à comodidade e à segurança sejam
atendidos durante todas as etapas da viagem.
Segundo Ferraz e Torres (2004), “os fatores que influem na qualidade do transporte público
urbano são: acessibilidade, frequência de atendimento, tempo de viagem, lotação,
confiabilidade, segurança, características dos veículos, características dos locais de parada,
sistema de informações, comportamento dos operadores e estado das vias.”
Figura 04- VLT do Cariri.
Fonte: Companhia Cearense de Transportes
Metropolitanos – METROFOR.
Figura 05 - Estação Juazeiro do Norte.
Fonte: Companhia Cearense de Transportes
Metropolitanos – METROFOR.
2.1. 2.4 Escala Likert como modelo de avaliação de qualidade
A escala Likert é a escala mais conhecida e utilizada em pesquisa quantitativa, já que pretende
registrar o nível de concordância ou discordância com uma declaração dada, desejando saber
a opinião sobre um determinado assunto.
2.5 Tamanho da amostra mínima
Uma questão fundamental num levantamento de dados é saber qual deverá ser o
tamanho da amostra, para que essa seja representativa dentro da população estudada. Segundo
BARBETTA (2002) um primeiro cálculo do tamanho da amostra pode ser feito, mesmo sem
conhecer o tamanho da população, através da equação 1:
0 2
0
1n
E (Equação 1)
Onde:
n = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra.
E0 = erro amostral tolerável.
Admitindo-se um erro amostral tolerável de 5,5% para a pesquisa tem-se:
0 2
1330,58
0,055n
Para uma população muito grande a primeira aproximação para o número de amostras já
é suficiente. Para populações pequenas conhecendo o tamanho N da população, pode-se
corrigir o cálculo anterior, pela Equação 2:
0
0
N nn
N n
(Equação 2)
Onde:
n= tamanho da amostra corrigido.
N= tamanho da população de passageiros.
Para uma população de 25.067passageiros usuários do VLT obteve-se o tamanho da
amostra corrigido. Foi considerada uma amostra de 360 passageiros, um valor que está acima
do tamanho da amostra mínima.
2.6 Metodologia utilizada
Foi sugerido um questionário sobre a qualidade do VLT no Cariri e aplicado através de
pergunta direta ao usuário. Para não tornar cansativo, confuso e por melhor andamento e
rapidez da pesquisa, foram utilizadas três opções diferentes de respostas para cada pergunta.
As opções foram relacionadas ao grau de satisfação, referindo-se respectivamente ao usuário
que apresenta pouca, média e grande satisfação com o sistema de transporte oferecido.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quanto ao tempo de espera para os usuários que não conhecem os horários varia desde
zero até o valor do intervalo entre a passagem do veículo, sendo a espera média igual a
metade desse intervalo. Para os usuários que conhecem os horários, esses possuem
flexibilidade quanto à utilização do sistema, esperando nos pontos de parada um tempo
satisfatório. A Figura (6) ilustra o tempo de espera nos pontos de parada.
Durante a realização da pesquisa muitos entrevistados faziam uma comparação do
VLT com os outros meios de transporte coletivo, onde priorizavam o conforto, preço da
passagem e a lotação do veículo como fatores determinantes na escolha do transporte. O
gráfico da Figura (7) ilustra a vantagem da utilização do Metrô na visão do usuário.
Do total de passageiros entrevistados 141 realizam a viagem no VLT mais do que três
vezes por semana e 136 realizam apenas uma vez. A Figura (8) ilustra essas quantidades. Os
usuários cativos, ou seja, aqueles que utilizam o VLT todos os dias da semana, na sua grande
maioria realizam essa viagem com a finalidade de ir ao trabalho. A Figura (9) ilustra a
finalidade das viagens realizadas pelos usuários.
Figura: (6)
Figura: (7)
Figura: (8)
Figura: (9)
Quanto a tarifa a maioria dos entrevistados avaliou a tarifa da passagem como um
preço justo, significando que o atual valor da passagem é acessível a grande parte dos
usuários, este resultado esta ilustrado na Figura abaixo.
O primeiro parâmetro abordado na análise dos indicadores de qualidade foi o conforto
oferecido pelo sistema de transporte coletivo. Os usuários avaliaram o condicionador de ar,
as poltronas e o espaço interno do VLT como de boa qualidade em virtude de se ter um
espaço interno amplo. Mais da metade dos passageiros classificaram o condicionador de ar e
as poltronas como boas, ou seja, eles estão muito satisfeitos com os equipamentos,
correspondendo a um total de 55%, como ilustra as Figuras (10) e (11).
A Figura (12) ilustra a satisfação dos usuários com o espaço interno do VLT, nesse
fator 85% dos entrevistados estão satisfeitos com o quesito. O espaço no interior do VLT é
bem amplo, claro e arejado.
A avaliação das características do veículo, levando em consideração a idade do veículo,
a existência ou não de ruídos, a tecnologia e a aparência interna e externa pode ser visto na
Figura (13). A porcentagem de 37%, que consiste uma avaliação de média satisfação dos
usuários está relacionada ao fato de algumas janelas estarem trincadas devido ao vandalismo.
Figura: (10)
Figura: (11)
Figura: (12)
Figura: (13)
Para 88% dos entrevistados a limpeza no interior do veículo é considerada muito boa,
como ilustra a Figura (14). Quanto a segurança grande parte dos usuários está satisfeita com
os serviços de segurança, visto que tanto no interior do veículo como nos locais de parada
encontram-se vigilância. Os resultados da avaliação da segurança estão ilustrados na Figura
(15).
A freqüência de atendimento está relacionada ao número de horários disponíveis da
passagem dos veículos de transporte público. Observa-se que a metade dos passageiros está
satisfeita com o tempo de espera da passagem entre um VLT e outro, como ilustrado na
Figura (16).
Nos pontos de parada das nove estações pesquisadas foi analisada quanto a segurança,
limpeza, existência de cobertura e bancos para sentar. A Figura (17) ilustra a satisfação dos
passageiros quanto a tais aspectos, demonstrando uma grande satisfação dos usuários.
Figura: (14)
Figura: (15)
Figura: (16)
Figura: (17)
A pontualidade está relacionada ao cumprimento dos horários de saída e chegada do
VLT, com evidentemente, alguma margem de tolerância. A Figura (18) ilustra os resultados
avaliados do grau de satisfação da pontualidade. É notório perceber que os passageiros estão
satisfeitos com relação ao cumprimento dos horários do veículo na chegada em cada estação,
correspondendo a um percentual de 83% dos entrevistados. Os aspectos relacionados ao serviço de atendimento ao passageiro evidenciam o
comportamento dos operadores do VLT, dos cobradores e guardas que prestam serviço ao
transporte coletivo. Para esses funcionários foi analisado se estes tratam os passageiros com
respeito e se prestam informações e respondem a perguntas com educação e cortesia. Os
usuários apresentaram grande grau de satisfação quanto ao comportamento dos funcionários
da empresa, correspondendo a um total de 83% dos entrevistados, conforme ilustrado na
Figura (19).
A acessibilidade está associada à facilidade de chegar ao local de embarque no
transporte coletivo e de sair do local de desembarque e alcançar o destino final da viagem. A
Figura (20) ilustra essa facilidade de percurso. As reclamações que existiram foi devido ao
fato dos pontos de parada não serem próximos dos locais de destino das viagens, devendo o
usuário ainda fazer um percurso a pé ou pegar outro meio de transporte para completar a sua
viajem. O grau de satisfação dos entrevistados relativo ao número de passageiros no interior
do VLT pode ser visto na ilustração da Figura (21). A boa avaliação por parte dos usuários é
que a viagem é realizada sentada, ou seja, 76% dos passageiros relataram que sempre viajam
sentados.
Figura: (18)
Figura: (19)
Figura: (20)
Figura: (21)
3.1 Resultado geral de todos os itens de satisfação
A pontuação final da Escala Likert consiste em fazer uma soma de todas as pontuações
de cada item. Foram utilizadas três opções diferentes de respostas para cada pergunta. As
opções de respostas vão de um extremo ao outro, como são 3 opções de resposta significa que
o valor máximo é 3, expressando grande satisfação, o valor 2 significa que o usuário está
médio satisfeito e o valor mínimo 1 expressa que o usuário está pouco satisfeito. Os valores médios obtidos para cada item de fator de qualidade estão relacionados na
Figura (22). Observa-se que todos os fatores apresentam uma avaliação positiva, pois não se verifica
nenhuma média abaixo de 1. Todas as médias estão entre 2 e 3, o que mostra que na
percepção dos entrevistados o VLT do Cariri apresenta uma qualidade entre média e boa.
Figura (q): Gráfico da média de desempenho dos fatores de qualidade.
Fonte: Elaborada pelo autor.
4. CONCLUSÃO
O resultado dessa pesquisa reflete a qualidade do serviço de transporte público sobre trilhos, o
VLT, no município de Juazeiro do Norte e Crato. O VLT do Cariri apresenta uma qualidade
entre média e boa, de acordo com a visão dos usuários, que são os clientes do sistema, ao qual
tem grande importância e grande peso sua avaliação, pois a qualidade é voltada para quem o
serviço é oferecido. Quanto a frequência de viagem pode ser melhorada com a reestruturação da programação dos
itinerários, diminuindo com isso os intervalos entre as passagens do VLT. Pela importância
que é o transporte público urbano em uma cidade, é preciso ter sempre meios de medir o grau
de satisfação que o serviço está sendo oferecido aos seus usuários, de forma a transparecer
para o cliente (usuário) o estado do serviço pelo qual paga. Deixando os resultados de
atuação, do órgão gestor e da empresa prestadora de serviço, transparentes.
É importante também que se faça um estudo de Origem e Destinos (O/D) das viagens, pois
com estas informações teria como fazer um estudo de integração ônibus X Metrô e saber a
distribuição dessa viagem, isso pode ser estudado em uma pesquisa futura.
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