anÁlise da estrutura de mercado de mÁquinas agrÍcolas

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  XLV CONGRESSO DA SOB ER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro "  Londrina, 22 a 25 de julh o de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1  ANÁLISE DA ESTRUTURA DE MERCADO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NO BRASIL MARIUSA MOMENTI PITELLI (1) ; RICARDO MENDONÇA DA FONSECA (2) ; CASSIANO BRAGAGNOLO (3) . 1,2.ESALQ/USP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.OCEPAR, CURITIBA, PR, BRASIL. [email protected] APRESENTAÇÃO ORAL SISTEMAS AGROALIMENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANÁLISE DA ESTRUTURA DE MERCADO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES NO BRASIL Grupo de Pesquisa: Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais Resumo O objetivo principal deste trabalho é analisar a concentração de mercado do setor de máquinas agrícolas automotrizes, com ênfase em trator de rodas e colheitadeiras, para os anos de 2001, 2003 e 2005, utilizando os dados do Anuário Estatístico da Indústria Automobilística Brasileira (ANFAVEA). Os resultados obtidos demonstram que o índice de concentração 4 CR  para o mercado de tratores diminui de 0,96 em 2001 e 2003 para 0,95 em 2005. Dentre as empresas do setor de tratores, a AGCO é a que possuiu a maior parcela de mercado e também a única que teve essa parcela aumentada nos anos analisados. Quanto ao índice HHI para os tratores em 2001 e 2003 foi de 0,28, aumentado para 0,31 em 2005, indicando que houve uma maior desigualdade entre as empresas. Para os cálculos de razões de concentração n CR  e HHI, baseada na produção de colheitadeiras apenas as empresas AGCO, CNH e John Deere fabricam este produto no Brasil, tendo um 3 CR de 1,00 nos anos analisados e HHI de 0,37 em 2005. Outro ponto analisado foi a existência de barreiras à entrada e a possibilidade de importação, uma vez que a simples ocorrência de concentração não significa que as empresas estejam fazendo uso do seu poder de mercado. Neste sentido observou-se que tanto as taxas de importação quanto a taxas de internação são elevadas, o que dificulta a importação de tratores e colheitadeiras, e, além disso, notou- se existir fortes barreiras a entrada nesse setor. Palavras-chaves: Máquinas agrícolas, Concentração de mercado, Poder de mercado

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ANÁLISE DA ESTRUTURA DE MERCADO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

AUTOMOTRIZES NO BRASIL

MARIUSA MOMENTI PITELLI (1) ; RICARDO MENDONÇA DA FONSECA (2) ;CASSIANO BRAGAGNOLO (3) .

1,2.ESALQ/USP, PIRACICABA, SP, BRASIL; 3.OCEPAR, CURITIBA, PR,BRASIL.

[email protected]

APRESENTAÇÃO ORAL

SISTEMAS AGROALIMENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS

ANÁLISE DA ESTRUTURA DE MERCADO DE MÁQUINAS AGRÍCOLASAUTOMOTRIZES NO BRASIL

Grupo de Pesquisa: Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais

ResumoO objetivo principal deste trabalho é analisar a concentração de mercado do setor demáquinas agrícolas automotrizes, com ênfase em trator de rodas e colheitadeiras, para osanos de 2001, 2003 e 2005, utilizando os dados do Anuário Estatístico da IndústriaAutomobilística Brasileira (ANFAVEA). Os resultados obtidos demonstram que o índice deconcentração 4CR para o mercado de tratores diminui de 0,96 em 2001 e 2003 para 0,95em 2005. Dentre as empresas do setor de tratores, a AGCO é a que possuiu a maior parcelade mercado e também a única que teve essa parcela aumentada nos anos analisados.Quanto ao índice HHI para os tratores em 2001 e 2003 foi de 0,28, aumentado para 0,31

em 2005, indicando que houve uma maior desigualdade entre as empresas. Para os cálculosde razões de concentração nCR e HHI, baseada na produção de colheitadeiras apenas as

empresas AGCO, CNH e John Deere fabricam este produto no Brasil, tendo um 3CR de

1,00 nos anos analisados e HHI de 0,37 em 2005. Outro ponto analisado foi a existência debarreiras à entrada e a possibilidade de importação, uma vez que a simples ocorrência deconcentração não significa que as empresas estejam fazendo uso do seu poder de mercado.Neste sentido observou-se que tanto as taxas de importação quanto a taxas de internaçãosão elevadas, o que dificulta a importação de tratores e colheitadeiras, e, além disso, notou-se existir fortes barreiras a entrada nesse setor.Palavras-chaves: Máquinas agrícolas, Concentração de mercado, Poder de mercado

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AbstractThe main objective of this paper is to analyze the concentration of market of automotiveagricultural machine’s sector, with emphasis in tractor of wheels and Harvest Machines,for the years of 2001, 2003 and 2005, using the data of the Statistical Yearbook of Indústria

Automobilística Brasileira (ANFAVEA). The results demonstrate that the concentrationindex 4CR for the tractor’s market diminishes of 0.96 in 2001 and 2003 for 0.95 in 2005.Amongst the companies of the tractor’s sector, the AGCO is the one that possessed thebiggest parcel of market and the only one that it had this parcel increased in the analyzedyears. Their HHI for tractors in 2001 and 2003 was 0.28, it was increased to 0.31 in 2005,indicating that it had a bigger inequality between the companies. The concentration index

nCR and HHI, based on the production of Harvest Machines, was calculated based on the

only companies that manufactured this product. The companies AGCO, CNH and JohnDeere obtained 1.00 in the analyzed years HHI, having of 0.37 in 2005. Another analyzedpoint was the existence of barriers to the entrance and possibility of importation. Only the

occurrence of concentration does not mean that the companies are making use of its powerof market. In this direction it was observed that as the importation taxes as the internmenttaxes are raised, what complicated the importation of tractors and combine, moreover, wasnoticed to exist strong barriers the entrance in this sector.Key Words: Agriculture machines, Market concentration, Power of market

1. Introdução Vegro, Ferreira e Carvalho (1997) mostram que, no ano de 1995 a produção de

cada um dos diferentes segmentos produtores de máquinas agrícolas − cultivadoresmotorizados, colheitadeiras e tratores − era concentrada em, no máximo, três empresas,

que representavam ao menos 88% da produção interna para cada um dos segmentos. Estesaspectos indicam que a oferta interna de máquinas agrícolas no Brasil em meados dadécada de 90 estaria sujeita aos ajustes da transição de uma estrutura produtiva ineficiente,conseqüência da política de substituição de importações, para outra relativamente exposta àconcorrência externa, implicando em estrutura produtiva oligopolizada.

Segundo Kon (1999), as teorias neoclássicas sugerem que uma indústriaconcentrada prejudica a competição pelo fato das firmas agirem de forma interdependenteuma da outra quanto a preços e produção. Aborda que essa concentração de mercado podeser analisada de uma forma estática, em um determinado ponto no tempo, ou na formadinâmica, observando o crescimento ou decréscimo no tempo.Dessa forma, a autora afirma que:

“os efeitos sobre a competição em um mercado podem ser observados eavaliados não apenas com relação ao número de firmas envolvido e nosimpactos sobre a formação de preços e nos níveis de produção, mas tambémsobre a desigualdade nos tamanhos das firmas, sobre a capacidade deinovação e sobre as barreiras ä entrada de novas firmas” (KON, 1999, p.56).

Kon (1999) também afirma que umas das conseqüências desfavoráveis resultantes dafalta de competição é a ineficiente alocação dos recursos, desde que os preços tendem a sersuperiores e a produção inferior quando comparado às situações competitivas. Outrasconseqüências referem-se à possibilidade de ocorrer uma falta de estímulo para as

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inovações e melhoria dos processos de produção e dos produtos, e busca pela eficiênciaorganizacional e gerencial. Porém, a elevada concentração pode refletir no crescimento dasfirmas até um tamanho suficiente a fim de garantir o nível mais eficiente de produção. Istoreflete em economias de escala, geradas principalmente devido ao desenvolvimento

tecnológico que proporcione menores custos e preços com um nível mais alto de produção.Como o setor de máquinas agrícolas automotrizes possui uma relação direta com osetor produtivo, é importante analisar a estrutura de mercado a qual está inserido.

1.1. ObjetivosO Objetivo geral é analisar a concentração de mercado do setor de máquinas

agrícolas automotrizes, com ênfase em trator de rodas e colheitadeiras, para os anos de2001, 2003 e 2005. Foram utilizados os dados do Anuário Estatístico da IndústriaAutomobilística Brasileira (ANFAVEA).

Como objetivos específicos, têm-se:

a) analisar a evolução da produção, das vendas internas no atacado e das exportações, do setorde máquinas agrícolas automotrizes e das principais empresas participantes desse mercado.b) caracterizar o setor de produção, enfatizando concentração de mercado e barreiras àentrada.

2. O mercado de máquinas agrícolas no BrasilNa atividade agrícola existe um elevado grau de risco, razão pela qual muitas das

atividades ligadas ao setor sofrem com os efeitos dos ciclos experimentados pelaagricultura. No setor de máquinas e equipamentos agrícolas automotrizes esta relaçãodireta com o setor produtivo não é diferente.

A produção total de máquinas agrícolas automotrizes no Brasil cresceu 95,5% entreos anos de 2000 e 2004. Porém no ano de 2005 houve forte retração do mercado e umaqueda de 37,3% na produção de máquinas. Em 2005 foram produzidas ao todo 52.871máquinas agrícolas automotrizes no Brasil.

As vendas de máquinas no mercado interno também tiveram um crescimentoexpressivo no período entre 2000 e 2004, com crescimento de 21,7%. Com a crise que seinstalou em alguns segmentos do setor agrícola nas últimas safras, os reflexos foramsentidos no setor de máquinas agrícolas. As vendas diminuíram em 41,0% de 2004 para2005. As vendas totais no Brasil no ano de 2005, somando-se as nacionais e as importadas,foram de 23.222 máquinas agrícolas automotrizes.

Quanto ao número de máquinas exportadas a retração do setor em relação a perda

no mercado nacional foi muito menor. O que ocorreu em 2005 foi uma pequenadiminuição no número de máquinas exportadas e consequentemente uma inversão naconsistente trajetória de crescimento que o setor vinha experimentando desde 1999. Ocrescimento das exportações brasileiras de máquinas automotrizes no período entre 2000 e2005 atingiu incríveis 488,7%. Por outro lado, as exportações de 2004 comparadas com2005 diminuíram em 4,2%. O Brasil exportou em 2005 um total de 30.678 máquinasagrícolas automotrizes. A valorização cambial foi o principal responsável pela perda decompetitividade do setor, sendo responsável por parcela considerável desta inversão natrajetória de crescimento. O resultado das exportações em 2005 foi de cerca de US$ 2bilhões.

O mercado de tratores, principal item de produção, vendas e exportação do

segmento de máquinas agrícolas automotrizes, apresentou cenário negativo no ano de

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2005, com queda de 39,3% nas vendas e 34,2% na produção e pequeno aumento de 7,1%na quantidade exportada. A expectativa para 2006 e 2007 é de recuperação das vendas,tanto para os tratores com menor potência, utilizados na cafeicultura e na fruticultura,quanto para os de maior potência, principalmente devido às áreas ocupadas com cana-de-

açúcar (Instituto de Economia Agrícola -IEA, 2006) também por meio da recuperação dospreços dos grãos.No segmento de colheitadeiras, o quadro é muito mais grave. Em 2005 houve

queda na produção, na venda e na quantidade exportada da ordem de respectivamente119,6%, 99,3% e 127,1%. Este decréscimo nos números do segmento reflete a criseenfrentada pelo setor de grãos neste ano, uma vez que, este tipo de equipamento tem comoprincipais consumidores os produtores de grãos.

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Tabela 1 - Produção, vendas e exportações de máquinas agrícolas automotrizes, Brasil,2000 a 2005.

2000 2001 2002 2003 2004 2005Tratores de rodas

Produção 27.546 34.781 40.352 47.109 52.768 40.871Vendas de tratores nacionais 24.291 28.090 33.186 29.405 28.636 17.543Vendas de tratores importados 300 113 31 71 167 186Total de vendas no mercado interno 24.591 28.203 33.217 29.476 28.803 17.729Exportações 3.455 5.814 7.945 16.589 23.553 23.968ColheitadeirasProdução 4.296 5.196 6.851 9.195 10.443 4.229Vendas de colheitadeiras nacionais 3.628 4.054 5.616 5.434 5.598 1.533Vendas de colheitadeiras importadas 152 44 32 6 7 1Total de vendas no mercado interno 3.780 4.098 5.648 5.440 5.605 1.534Exportações 683 1.202 1.199 3.232 4.533 3.001

Total de máquinas agrícolas automotrizes1 Produção 35.501 44.339 52.010 61.026 69.418 52.871Vendas de máquinas nacionais 30.536 35.252 42.474 37.918 37.616 23.035Vendas de máquinas importadas 526 271 94 77 174 187Total de vendas no mercado interno 31.062 35.523 42.568 37.995 37.790 23.222Exportações 5.270 8.246 10.443 21.422 31.022 30.678¹ compreende a soma de cultivadores motorizados, tratores de rodas, tratores de esteira,colheitadeiras e retroescavadeiras.Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário da Associação dos Fabricantes de VeículosAutomotores (ANFAVEA), 2006.

Parte do crescimento das vendas no mercado interno pelo setor de máquinas,experimentado nos últimos, deve-se a criação do programa MODERFROTA por parte doMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com taxa de juros que hoje são de8,75% a.a. para os beneficiários com até R$ 250 mil de renda bruta, e de 10,75% a.a. paraos demais beneficiários, o programa possui taxas de juros atrativas para o padrãobrasileiro, constituindo-se em um incentivo à renovação do parque de máquinas peloprodutor e ao conseqüente aumento da produção industrial.

Conforme pode ser visualizado no Gráfico 1, a Unidade da Federação que maisproduzia máquinas agrícolas automotrizes em 1990 era São Paulo. Nos anos de 2003, 2004e 2005 o maior estado fabricante de máquinas do Brasil foi o Rio Grande do Sul.

No ano de 2005, 54,8% das máquinas agrícolas automotrizes fabricadas no Brasilforam feitas no Rio Grande do Sul. No mesmo ano São Paulo representou 28,0% daprodução nacional, o Paraná 14,5% e Minas Gerais 2,7%.

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0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1990 2003 2004 2005

Rio de Janeiro Minas Gerais Paraná São Paulo Rio Grande do Sul  Gráfico 1 – Participação das Unidades da Federação na fabricação de máquinas agrícolasautomotrizes – 1990, 2003, 2004 e 2005.Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário da Associação dos Fabricantes de VeículosAutomotores (ANFAVEA), 2006.

3. Metodologia

3.1. Índice de concentração

As medidas de concentração de mercado são utilizadas para indicar previamente ossetores em que se espera que o poder de mercado seja significativo.Segundo Kon (1999) e Kupfer e Hasenclever (2002), existem as medidas de

concentração parciais, por não usarem a totalidade das empresas do mercado ( nCR – Razão

de Concentração), e as medidas sumárias, por requerer dados de todas as empresas domercado (HHI - Herfindahl-Hirschman).

A nCR é definida como a parcela de mercado de um determinado número de firmas

(n); por exemplo, a 4CR   refere-se à parcela de mercado das quatro maiores firmas. Onúmero de firmas escolhido para tal cálculo é arbitrário. Na maioria das vezes este númerocorresponde às quatro, oito ou vinte maiores empresas do setor. Para o cálculo de nCR ,

pode-se usar as variáveis correspondentes à participação nas vendas, na produção física, nacapacidade produtiva instalada, no em prego, no valor adicionado, entre outras.

A nCR é calculada pela equação (1):

∑=

=

n

i

in sCR1

  (1) 

is é a parcela de mercado da firma i, e i varia de 1 a n, sendo que n representa o número

de firmas escolhido.Os resultados de nCR podem ser expressos em forma percentual e permitem

descrever como as parcelas de mercado estão distribuídas entre as firmas. Se a maior

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parcela de mercado pertence a um reduzido número de firmas, significa que háconcentração nesse mercado ou setor.

Porém, o nCR possui algumas deficiências por não captar desigualdade entre as

firmas, pois o 4CR , por exemplo, é igual para as 4 firmas, mesmo caso as estruturas dessas

firmas sejam muito distintas. Alem disso, fusões e transferências de mercado que ocorremcom estas empresas não alteram o valor do índice se a participação da nova empresaestiver abaixo da n-ésima posição. Desta forma, é fundamental saber quais as empresas quecompõem o grupo em cada período, ou seja, as empresas sobre as quais estaria baseado oresultado de nCR poderiam ter mudado.

O HHI fornece outras informações para avaliar o grau de concentração do setor.Este índice é calculado pela soma dos quadrados das parcelas de mercado de cada firma,em determinada indústria ou setor, como descreve a equação (2).

∑=

=

 N 

i

is HHI 1

2   (2)

 N é o número total de firmas do setor, is é a parcela de mercado da firma i e, i varia de

1,2,3,.......até  N .Considerando N firmas iguais, um valor de HHI próximo de zero indicaria maior

número de empresas que atendem o mercado, e, portanto menor concentração. HHIpróximo de um indicaria reduzido número de empresas, tornando esse mercado maisconcentrado.

De acordo com a equação (2), o efeito das firmas muito pequenas no índice éreduzido já que as parcelas são elevadas ao quadrado. Isto permite que sejam consideradassomente as parcelas de mercado das maiores firmas, sem que isso ocasione grandes perdasdos resultados e das características deste indicador. Esta característica do índice tem

grande importância prática, uma vez que nem sempre há disponibilidade de dados de todasas firmas do mercado.

4. Análise da estrutura de mercado do setor máquinas agrícolas automotrizesSegundo recente parecer da Secretaria de Acompanhamento Econômico (BRASIL,

2004), a indústria de máquinas agrícolas é caracterizada por uma estrutura de mercadomuito heterogênea com empresas de diferentes tamanhos, podendo ser segmentada em trêsmercados: a) tratores de rodas, que se diferenciam conforme fonte de potência que tracionaos implementos agrícolas; b) colheitadeiras, utilizadas na última etapa agrícola; e c)implementos de tração mecânica, que participam de diversas etapas da agricultura, desde apreparação do solo até a colheita, sendo acoplados aos tratores e motocultivadores.

São seis os principais produtores de tratores no mercado nacional: John Deere, NewHolland, Massey-Ferguson (Agco), Valtra (Kone), Agrale e Yanmar, sendo que os quatroprimeiros estão presentes em diversos países (Brasil, 2004). Isto reforça a posição deVegro, Ferreira e Carvalho (1997), de uma estrutura de mercado oligopolística.

A situação de oligopólio, segundo Pindick e Rubinfeld (2002), é a prática demercado em que a oferta de um produto ou serviço com vários compradores é controladapor um pequeno grupo de vendedores. Essa estrutura com alto grau de concentração localou de poder de mercado pode apresentar produtos homogêneos ou diferenciados, combarreiras à entrada de novas empresas.

A Figura 1 ilustra diferentes estruturas de mercado. Numa situação monopolística,o equilíbrio se estabelece quando a receita marginal se iguala ao custo marginal; a

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quantidade e preço de oferta são obtidos a partir da projeção vertical deste cruzamento nacurva de demanda (ver o ponto A). A quantidade produzida tende a ser menor e o preçomaior em relação à situação de competição perfeita (ver ponto B). O mercadooligopolizado se situa entre os casos extremos A (monopólio) e B (concorrência perfeita).

A quantidade produzida pelo oligopólio ficarem em um nível mais abaixo do que em umaestrutura de competição perfeita, o que gera uma ineficiente alocação dos recursos, geradopelo “peso morto”.

Figura 1 − Equilíbrio em um mercado

De acordo com Brasil (2004), no mercado de tratores nacional, os principais fatoresde concorrência são preço (principalmente no caso de tratores menores), qualidade e redede distribuição. Algumas empresas estão introduzindo novas formas de comercialização seassociando a bancos e operando através de cooperativas de agricultores, usando aequivalência entre preço da máquina e o preço do produto agrícola como base nanegociação.

Comparando a área arável por trator entre diversos países, a agricultura brasileira émenos mecanizada que a dos países europeus e da América do Norte, tendo, dessa forma,potencial de crescimento do mercado interno uma vez que o setor agrícola cresça de formasustentada e que haja crédito suficiente a taxas razoáveis (Centro Gestor de Inovação apudBrasil, 2004).

IPARDES (2005) caracteriza como oligopolística a estrutura mercado de máquinase equipamentos agrícolas. Além dessa caracterização, aborda que nessa estruturaoligopolística há firmas progressistas (líderes de mercado que introduzem inovações

redutoras de custo) que obtêm lucros extraordinários, caracterizando-se como oligopóliosconcentrado-diferenciados. Esse estudo mostra que as firmas progressistas seriam asfabricantes de tratores, colheitadeiras, equipamentos de irrigação de grande porte edeterminados implementos. A origem do capital é predominantemente multinacional e sãointensivas absorvedoras das inovações por meio de adaptações, ou seja, são firmas queinovam dentro do novo padrão tecnológico.

Segundos Possas (1987), no oligopólio concentrado-diferenciado a diferenciação deprodutos é a forma de competição por excelência, mas com uma escala mínima elevada. Osíndices de concentração destes mercados são mais elevados que no oligopólio diferenciado,havendo esforço de ampliar o mercado pela diferenciação e inovação de produto.

Receita Marginal

A

B

q

Custo Marginal

Demanda

qo

po

pc

qc

p

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4.1 Análise de concentraçãoUma determinação das parcelas de mercado das empresas será feita a fim de avaliar

a concentração das empresas no setor de máquinas agrícolas automotrizes. A concentraçãode mercado será analisada através do cálculo do CR4 para produção de tratores de rodas, e

do CR3, para produção de colheitadeira, que foram escolhidos pela disponibilidade dosdados obtidos buscando verificar o comportamento do setor par os anos de 2001, 2003 e2005.

Para esta análise, é necessário definir o mercado relevante do ponto de vistageográfico das empresas. Valendo-se de Brasil (2004), o mercado geográfico de trator foidefinido como nacional, uma vez que: a) as importações no mercado brasileiro sãoreduzidas e quando há importações elas são feitas por subsidiárias brasileiras ourepresentantes das empresas exportadoras; b) os serviços pós-venda e de assistência técnicaestão implícitos na venda destes produtos; c) o governo brasileiro oferece subsídios para aaquisição de tratores por meio de programas oficiais d) baixos custos de transporte interno,existência de alíquotas de importação e custos de internação altos.

Dessa forma, o mesmo mercado geográfico pode ser definido para colheitadeiras,uma vez que são produzidas pelas mesmas empresas fabricantes de tratores.

Os dados da Tabela 2 apresentam os cálculos de razões de concentração nCR e

HHI, baseada na produção de tratores. Em relação ao índice de concentração 4CR ,observa-se que a produção de tratores de rodas é praticamente dominado pelas 4 empresas,em que o índice diminui de 0,96 em 2001 e 2003 para 0,95 em 2005. Dentre as empresasdo setor, a AGCO é a que possui maior parcela de mercado e também a única que teve essaparcela aumentada nos anos analisados. Entre 2001 e 2003, essa participação de mercadopassou de 0,40 para 0,41, e passou a ser de 0,49 em 2005. Percebe-se que há umacompetitividade entre as empresas participantes, pois as parcelas entre as 4 empresas

variam nos anos analisados.Quanto ao índice HHI, devido a não disponibilidade de dados das outras empresasdo setor e como o efeito das firmas muito pequenas no índice seria reduzido, já que asparcelas são elevadas ao quadrado, foi possível considerar apenas as parcelas de mercadodas maiores empresas. Esse índice em 2001 e 2003 foi de 0,28, aumentado para 0,31 em2005, indicando que houve uma maior desigualdade entre as empresas.

Tabela 2 – Índice de concentração ( 4CR ) e de Herfindahl Hirshman (HHI) da produção(unidades) de tratores de rodas por empresa no Brasil – anos de 2001, 2003 e 2005.Empresa 2001 2003 2005

Índice de concentração ( 4CR ) 0,96 0,96 0,95AGCO do Brasil Com. & Ind. Ltda. 0,40 0,41 0,49CASE New Holland (CNH) 0,24 0,24 0,16Valtra 0,21 0,19 0,19John Deere 0,10 0,12 0,11Índice (HHI) 0,28 0,28 0,31Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário da Associação dos Fabricantes de VeículosAutomotores (ANFAVEA), 2006.

Os dados da Tabela 3 apresentam os cálculos de razões de concentração nCR e

HHI, baseada na produção de colheitadeiras. Nota-se através dos dados da ANFAVEA

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(2006), que apenas as empresas AGCO, CNH e John Deere fabricam colheitadeiras noBrasil, tendo um 3CR de 100% nos anos analisados e um HHI de 0,37 em 2005.

Tabela 3- Índice de concentração ( 3CR ) e de Herfindahl Hirshman (HHI) da produção

(unidades) de colheitadeiras por empresa no Brasil – anos de 2001, 2003 e 2005.Empresa 2001 2003 2005Índice de concentração ( 3CR ) 1,00 1,00 1,00AGCO do Brasil Com. & Ind. Ltda. 0,21 0,24 0,25CASE New Holland (CNH) 0,39 0,40 0,26John Deere 0,40 0,37 0,49Índice (HHI) 0,36 0,35 0,37Fonte: Elaborada a partir de dados do Anuário da Associação dos Fabricantes de VeículosAutomotores, 2006 (ANFAVEA).

4.2. Possibilidade de exercício do poder de mercadoRessalta-se que o fato de uma concentração envolver uma parcela de mercado alta

não necessariamente significa que as empresas estão exercendo poder de mercado.Segundo Brasil (2006), a possibilidade de exercício de poder de mercado pelas empresasatuantes no setor depende:

•  importações: as importações e a possibilidade de importar são fatores que inibem oexercício do poder de mercado das empresas concentradas. Quanto maior é aparticipação das importações e/ou a possibilidade de importar, menor aprobabilidade de que o poder de mercado seja exercido. A possibilidade deimportar pode ser inferida com base em: informações de que os produtos

importados tenham exercido uma disciplina efetiva nos preços domésticos, grau deestabilidade cambial, tarifas de importações atuais e futuras, os custos deinternalização dos importados, existência de barreiras não-tarifárias, elasticidade daoferta de importações;

•  entrada: a possibilidade de entrada de novos competidores no mercado é outro fatorque inibe o exercício de poder de mercado das empresas concentradas. Quanto maiselevadas as barreiras à entrada, menor é a probabilidade de entrada de novasempresas no mercado. Segundo Fagunde e Ponde (2006), a literatura de organização industrial desenvolve

uma análise dos fatores determinantes da existência e magnitude das barreiras à entrada,permitindo classificá-las em quatro tipos básicos:

•  diferenciação de produto (controle do acesso à tecnologia, gastos com propaganda evendas, etc): fidelidade dos consumidores às marcas estabelecida;

•  vantagens absolutas de custo: uma firma estabelecida pode apresentar custos maisbaixos (acesso privilegiado a tecnologia, fontes de matérias-primas, etc);

•  economias de escala: consiste na queda do custo médio de longo prazo à medidaque se expande a produção ou no pagamento de preços menores na aquisição deinsumos, incluindo aqui menores custos com transporte, propaganda e outros gastosrelacionados às vendas;

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•  investimentos iniciais elevados: um entrante potencial que não possua uma base denegócios significativa em outros setores pode encontrar dificuldades em obter ocapital necessário

No estudo feito em Brasil (2004) a empresa CNH apresentou um estudo sobre ascondições de entrada no mercado brasileiro de tratores agrícolas de roda: a) barreiras àentrada de natureza tecnológica relacionadas à diferenciação de produto: o entrante teriadificuldades em obter os conhecimentos técnicos necessários para projetar e desenvolveruma linha de produtos com características de desempenho e qualidade comparáveis às dosprodutores que já estão no mercado; b) o processo produtivo baseado em plantascomplexas e que existem uma competência técnica que só é plenamente dominada com aexperiência, o que gera vantagens absolutas de custo para as empresas já estabelecidas; c) apresença de economias de escala e de escopo (principalmente em atividades de pesquisa edesenvolvimento, fabricação e compras) faz com que o entrante tenha que iniciar suasatividades com um porte elevado e deva conquistar rapidamente um significativo market 

share (parcela de mercado) para viabilizar sua operação e influenciar a dinâmica de preços.Porém, seria improvável no contexto do mercado nacional de tratores agrícolas e

nos seus diversos segmentos; d) a necessidade de montar redes de distribuição e assistênciatécnica em escala nacional, que demandam investimentos expressivos (milhões de Reais) eelevado período de tempo para sua formação; e) o elevado volume de investimento, daordem de R$ 1,5 bilhão, com prazo superior a 2 anos, sem contar com o investimento emdiversificação da linha de produção.

A empresa Agrale também relatou no estudo Brasil (2004) que:

“A capacidade produtiva brasileira, já instalada, é suficiente para atender àsnecessidades dos consumidores locais e também de dispor de expressivaparcela ao mercado externo (...) aliadas à necessidade de financiamento oficialpara a comercialização de tratores agrícolas de rodas, financiamento estevinculado à necessidade de atingimento de índices mínimos de nacionalizaçãodos produtos, e a ociosidade atual da indústria nacional, não vemos apossibilidade de novos entrantes ocuparem um espaço expressivo de mercado eque consigam a remuneração adequada do capital investido, tanto nodesenvolvimento do produto local como na constituição de uma ampla rede dedistribuição e assistência técnica, necessários para atender ao mercado nacional,salvo surgimento de novas tecnologias que possam influenciar decisivamente asopções de compra do mercado”.

Essas barreiras de entrada tecnológica e de capital também podem ser notadas noestudo do IPARDES (2005).

Segundo ANFAVEA (2006), a capacidade ociosa de máquinas agrícolas em 2003 foide 29%, que é um índice significativo, sendo, portanto, um fator evidente de barreira àentrada.

Quanto às importações, na própria definição de mercado geográfico ser nacionalpode-se notar que tanto as taxas de importação quanto a taxas de internação são elevadas, oque dificulta a importação de tratores e colheitadeiras, além disso, o histórico deimportação desses produtos é baixo.

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5. Conclusão

A produção e vendas de colheitadeiras e tratores de rodas estão bastante relacionadasaos ciclos que a agricultura passa. Crises em alguns setores da agricultura são prontamente

sentidos na indústria de máquinas agrícolas automotrizes.A exemplo dos resultados obtidos em estudos anteriores, o setor se caracteriza comoum mercado de estrutura produtiva oligopolizada.

O mercado de tratores e colheitadeiras ficou caracterizado como sendo extremamenteconcentrado, e a concentração da produção não impediu que ocorressem modificações nasparcelas de mercado obtidas por cada empresa.Concomitantemente, identificou-se a possibilidade de exercício do poder de mercadoatravés da análise de barreiras a entrada e da possibilidade de importação no mercadonacional. Neste sentido observou-se que tanto as taxas de importação quanto a taxas deinternação são elevadas, o que dificulta a importação de tratores e colheitadeiras, e, alémdisso, notou-se existir fortes barreiras a entrada nesse setor.

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