anÁlise da eficÁcia de trÊs protocolos ... retomada deste projeto e na ultrapassagem dos...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
ANÁLISE DA EFICÁCIA DE TRÊS PROTOCOLOS
TERAPÊUTICOS NO PROCESSO DE
REVITALIZAÇÃO DE CANAIS RADICULARES:
ESTUDO HISTOLÓGICO EM DENTES DE CÃES COM ÁPICES
FORMADOS, POLPA NECROSADA E LESÃO PERIAPICAL.
Piracicaba
2017
ELILTON CAVALCANTE PINHEIRO JUNIOR
ELILTON CAVALCANTE PINHEIRO JUNIOR
ANÁLISE DA EFICÁCIA DE TRÊS PROTOCOLOS
TERAPÊUTICOS NO PROCESSO DE
REVITALIZAÇÃO DE CANAIS RADICULARES:
ESTUDO HISTOLÓGICO EM DENTES DE CÃES COM ÁPICES
FORMADOS, POLPA NECROSADA E LESÃO PERIAPICAL.
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutor em Clínica Odontológica, na área de Endodontia.
ORIENTADOR: PROF. DR. ALEXANDRE AUGUSTO ZAIA
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO ELILTON CAVALVANTE PINHEIRO JUNIOR E ORIENTADA PELO PROF. DR. ALEXANDRE AUGUSTO ZAIA.
Piracicaba
2017
DEDICATÓRIAS
Aos meus pais, ELILTON CAVALCANTE PINHEIRO e RUTH MARIA SYDRIÃO
FERREIRA PINHEIRO (In memorian), pelo exemplo de integridade e pelo esforço
perene em prol da educação dos filhos, que alicerçaram minha formação pessoal e
profissional. Minha eterna manifestação de amor e gratidão.
À minha esposa, PAULA DIÓGENES PARENTE PINHEIRO, presente de Deus em
minha vida, mulher e companheira em todos os momentos, pela doçura essencial e
firmeza necessária no desafio de construir, dia a dia, a felicidade de nossa família.
Obrigado pela compreensão dos estreses e dos momentos de ausência. Te amo.
Aos frutos deste amor, meus filhos queridos e maior tesouro ALICE e LUCAS, que
com um simples sorriso fazem cada dia de minha vida, por mais difícil que seja, valer
a pena. Obrigado por fazerem de cada instante que passo com vocês um grande
momento.
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pelas oportunidades oferecidas e por ter estado sempre a meu lado nos
caminhos trilhados, ora me guiado e por tantas vezes me carregado, ensejando-me a
oportunidade não só de transformar sonhos em realidade, mas de ter minha formação
pessoal e profissional crescendo junto a Ele.
Reconhecimento aos MESTRES:
Ao meu primeiro orientador na Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP,
PROF. TITULAR FRANCISCO JOSÉ DE SOUZA FILHO (In memorian) por ter me
recebido inicialmente como aluno especial e depois como efetivo do Programa de Pós-
Graduação da FOP-UNICAMP, e que com seu exemplo de dedicação e amizade
conseguiu transformar nossas aulas, por ele chamadas de encontros, em ricas
experiências que iam muito além da ciência acadêmica e que eram aguardadas com
grande expectativa por toda a turma. Chico, meu muito obrigado por tudo.
Ao meu orientador PROF. DR. ALEXANDRE AUGUSTO ZAIA, por ter me estendido
a mão em momento tão difícil, me emprestado toda sua competência e objetividade
na retomada deste projeto e na ultrapassagem dos obstáculos surgidos, o meu mais
profundo agradecimento pela atenção, confiança e incentivo que tornaram a
conclusão deste trabalho possível. O prazer de poder desfrutar de sua amizade é uma
das maiores heranças que levo do curso.
Aos docentes da disciplina de Endodontia da FOP/ UNICAMP, PROFa. TITULAR
BRENDA PAULA FIGUEIREDO DE ALMEIDA GOMES, PROF. DR. JOSÉ FLÁVIO
AFFONSO DE ALMEIDA, PROF. DR. CAIO CEZAR RANDI FERRAZ e PROF. DRA.
ADRIANA DE JESUS SOARES, todos referências das mais reconhecidas em
Endodontia, pela oportunidade de compartilhar seus saberes e pelo estímulo e
atenção sempre dispensados. Graças a vocês a experiência adquirida durante todo
este período tornou-se ainda mais proveitosa.
Aos professores examinadores da BANCA DE QUALIFICAÇÃO,
PROF. DR. MARCOS ROBERTO DOS SANTOS FROZONI
PROF. DR. CARLOS AUGUSTO DE MORAIS SOUTO PANTOJA
e PROFA. DRA. THAÍS MAGESTE DUQUE
pelo rigor na leitura e qualidade das sugestões, colaborando sobremaneira na
construção deste trabalho.
Aos professores examinadores da BANCA DE DEFESA,
PROF. DR. ALEXANDRE AUGUSTO ZAIA
PROFA. DR. THAÍS MAGESTE DUQUE
PROF. DR. FREDERICO CAMPOS MANHÃES
PROFA. DRA. ADRIANA DE JESUS SOARES
PROF. DR. JEFFERSON JOSÉ DE CARVALHO MARION,
meu agradecimento pela contribuição inestimável de suas avaliações para o
aprimoramento deste trabalho.
A todos os professores responsáveis por minha formação profissional, em especial
aos PROFS. ILAN FERREIRA DO VALE (In memorian), SÉRGIO ARAÚJO
HOLANDA PINTO, ROBERTO PINHEIRO BORGES, MÔNICA FERREIRA DO
VALE, JAIME MAURÍCIO LEAL (In memorian), JESUS DJALMA PÉCORA e
RIVAIL ANTÔNIO SÉRGIO FIDEL que me acompanharam desde os primeiros
passos e que através do próprio exemplo me apontaram o caminho sem volta pela
busca contínua do saber, com certeza que cada um de vocês é também partícipe
desta conquista.
Aos colegas de doutorado,
JEFFERSON JOSÉ DE CARVALHO MARION, o enfático, pela disponibilidade,
solidariedade e motivação, sentimentos e atitudes sempre presentes em você e que
fundamentaram a realização deste trabalho, bem como o crescimento de nossa
amizade.
FREDERICO CAMPOS MANHÃES, o carioca, pela compreensão e companheirismo
que só fizeram aumentar a admiração e fortalecer nossa amizade. O seu jeito de ser
foi fundamental para que as dificuldades enfrentadas fossem relativizadas e logo
vencidas.
MÁRIO ZUOLO, a forma simples e sincera com a qual discutia e transferia sua
experiência clínica e de vida onde quer que nos encontrássemos me deu a certeza da
grande figura humana que você é. Além da admiração profissional, sinto-me orgulhoso
de privar de sua amizade.
THAÍS MAGESTE DUQUE, figura humana ímpar pela disponibilidade, generosidade,
amabilidade e singeleza que a todos cativa e conquista, o meu muito obrigado.
DANIEL RODRIGO HERRERA MORANTE, pela receptividade e descontração que
tornavam os encontros do grupo sempre mais agradáveis.
Aos demais amigos do doutorado, ANA CAROLINA M. R. LIMA, ANIELE LACERDA,
ANTONIO BATISTA, DANIELA CRISTINA MIYAGAKI, DANNA MOTA MOREIRA,
DOGLAS CECCHIN, EMMANUEL NOGUEIRA, ESTELA MARTA DOFFO DE
WINOCUR, FERNANDA GRAZIELA CORRÊA SIGNORETTI, FRANCISCO
MONTAGNER, FREDERICO CANATO MARTINHO, GABRIEL RONHA CAMPOS,
JULIANA MELO DA SILVA, LETÍCIA MARIA MENEZES NÓBREGA, MAÍRA DO
PRADO, NILTON VIVACQUA GOMES, RICARDO FERREIRA, THIAGO FARIAS,
TIAGO ROSA. Se a exiguidade de tempo entre as idas e vindas de Fortaleza a
Piracicaba não permitiu que desfrutássemos de uma maior interação com alguns de
vocês, saibam que a oportunidade de participar desse verdadeiro caldo multicultural
de ciência e vivência foi uma das experiências mais ricas de minha vida. Meu muito
obrigado a todos.
À Universidade de Fortaleza - UNIFOR, na pessoa de seu Chanceler AIRTON JOSÉ
VIDAL DE QUEIROZ, pelo incentivo perene à qualificação docente de seu quadro de
professores, fazendo valer para todos o lema “ENSINANDO E APRENDENDO”.
Tenho orgulho de fazer parte desta comunidade.
À Reitora PROFA. FÁTIMA MARIA FERNANDES VERAS, sempre atenta às
inovações e disposta a implementar as transformações necessárias a impulsionar a
UNIFOR em todas as suas áreas de atuação, atitude que faz desta universidade uma
referência no ensino superior brasileiro.
Ao Coordenador do Curso de Odontologia da UNIFOR PROF. FERNANDO ANDRÉ
CAMPOS VIANA, primeiro ex-aluno de nosso curso a dirigi-lo e que muito me honra
por ter sido seu professor, o meu muito obrigado pela atenção e apoio de sempre para
a realização deste projeto.
Aos colegas das disciplinas de Pré-Clínica III, Clínica Odontológica III e Clínica
Integrada I do Curso de Odontologia da UNIFOR, PROFESSORES ALDO ANGELIM
DIAS, ASSIS FILIPE MEDEIROS ALBUQUERQUE, EVELINE TURATTI, FÁBIO DE
ALMEIDA GOMES, JOSÉ RÔMULO DE MEDEIROS, MARCELO DE MORAIS
VITORIANO, MÁRLIO XIMENES CARLOS, RENATA DE ARAÚJO COELHO,
ROBERTA DALCICO, ROBERTO DIAS RÊGO, SANDRA RÉGIA A. XIMENES,
SAULO ELLERY SANTOS e SOLANE FERNANDES FREITAS, pelo aprendizado
diário compartilhado, mas em especial pelo suporte inestimável prestado a meus
orientados quando de minhas idas a Piracicaba.
Agradecimento especial aos colegas EVELINE TURATTI e SAULO ELLERY
SANTOS, pela atenção e disponibilidade especial no auxílio durante fotografia e
leitura das lâminas, bem como na formatação deste trabalho.
Aos meus alunos e ex-alunos de graduação e pós-graduação do Curso de
Odontologia da UNIFOR, pela compreensão em meus momentos de ausência na
busca de novos conhecimentos. Em nosso convívio diário tenho a perfeita consciência
que por vezes ensino, mas sempre estou a aprender com vocês.
À Associação Brasileira de Odontologia – Secção Ceará (ABO – CE), casa que
frequento desde graduando, primeiro como associado, depois como professor e por
fim contribuindo como diretor, por me abrir as portas para a experiência docente e
oferecer a oportunidade de montar a sua (e minha) primeira turma de especialização
em 1996.
Aos colegas fazem (ou fizeram) parte da equipe de Endodontia da ABO – CE, em
especial ANTÔNIO SÉRGIO TEIXEIRA DE MENEZES, BRUNO CARVALHO DE
VASCONCELOS, NILTON VIVACQUA GOMES, JOSÉ BARBOSA PORTO, FLÁVIO
MORAIS PINHEIRO (In memorian) e ILAN SAMPAIO DO VALE (In memorian),
colegas que se tornaram amigos e amigos que hoje formam uma família unida, meu
muito obrigado pelo suporte de sempre.
À Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista –
FOA/UNESP, especialmente à disciplina de Endodontia, na pessoa do seu
coordenador PROF. DR. JOÃO EDUARDO GOMES FILHO, pelo suporte oferecido
em toda a parte laboratorial deste trabalho.
À funcionária do laboratório de Endodontia da FOA/UNESP, NEUCI VIEIRA, pela
atenção dispensada durante o processamento histológico das peças.
À Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade de Campinas -
FOP/UNICAMP, na pessoa de seu diretor, PROF. DR. PROF. DR. GUILHERME
ELIAS PESSANHA HENRIQUES.
À Coordenadora Geral dos Cursos de Pós-Graduação da FOP/UNICAMP, PROFA.
DRA. CINTHIA PEREIRA MACHADO TABCHOURY.
À Coordenadora de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da FOP/UNICAMP,
PROFA. DRA. KARINA GONZALES SILVÉRIO RUIZ.
À secretária da Pós-graduação, ANA PAULA CARONE pela atenção, presteza e
gentileza a cada atendimento.
Aos funcionários do Biotério da FOP-UNICAMP, FÁBIO PADILHA e VANDERLEI,
pela disponibilidade e esmero no trato dos cães utilizados durante a realização deste
trabalho.
Aos Médicos Veterinários DR. CARLOS MADER e DRA. RITA MADER, pela
competência no amparo técnico e exemplo ético na atenção aos cães durante a
realização deste trabalho.
Aos ANIMAIS EXPERIMENTAIS, pela inestimável contribuição ao progresso da
ciência nas mais diversas áreas de conhecimento.
Aos meus familiares de sangue, representados por minha irmã DELÂNIA MARIA
SYDRIÃO RIOS, e também à família de minha esposa que me acolhe como se de
sangue fosse, por todas as palavras de incentivo e também pelos momentos de
convivência descontraída que tornam nossa vida sempre mais feliz.
Aos amigos, os novos e os de longa data, que escolheram entrar em minha vida e,
principalmente, aos que, apesar das circunstâncias, do tempo ou da distância, nela
decidiram permanecer. Vocês são todos muito importantes para mim.
E a todos aqueles que não citados aqui, mas que com ações ou orações partilharam
da realização deste trabalho.
Com a certeza de não haver exagero mais belo que a gratidão, estendo a todos
vocês o meu MUITO OBRIGADO.
RESUMO
A revitalização do canal radicular tem sido considerada uma opção para dentes com
rizogênese incompleta e polpa necrosada. Uma forma de conseguir a revitalização do
canal radicular compreende sua descontaminação e o preenchimento do mesmo com
coágulo sanguíneo visando ocupar o espaço do canal com tecido conjuntivo
invaginado. O objetivo deste estudo foi analisar histologicamente a invaginação
tecidual ocorrida em procedimentos de revitalização do canal radicular realizados em
sessão única e com o emprego de dois protocolos de medicação intracanal utilizando
clorexidina gel 2% em dentes de cães com ápices completamente formados
submetidos a ampliação foraminal, com polpa necrosada e lesão periapical. Foram
utilizados 2 cães da raça Beagle, que tiveram 48 raízes divididas em 4 grupos: G.1 –
necrose pulpar com medicação de clorexidina gel 2% por 30 dias seguida da indução
de coágulo sangüíneo; G.2 – necrose pulpar com medicação intracanal (associação
de Ca(OH)2 com clorexidina gel 2%) por 30 dias seguida da indução de coágulo
sangüíneo; G.3 – necrose pulpar com indução de coágulo sanguíneo; G.4 – grupo
controle negativo - canais radiculares vazios para indução das lesões periapicais. Os
canais radiculares foram tratados pela técnica crown-down, os forames apicais
ampliados até a lima K #60 e os animais foram sacrificados para análise
histomorfológica após 180 dias da realização dos procedimentos experimentais. Os
resultados demonstraram que no grupo G.1 houve revitalização do canal radicular,
parcial ou total, em 41,67% dos dentes. No grupo G.2 em 61,54% dos casos houve
revitalização parcial ou total do canal radicular. No grupo G.3 houve revitalização do
canal radicular, parcial ou total, em 58,33% dos casos. No grupo G.4 em 100% dos
casos houve formação de lesão periapical. Desta forma, pode-se concluir que é
possível obter a revitalização de dentes de cães com rizogênese completa e necrose
pulpar após ampliação foraminal e que a presença de intensa reação inflamatória na
região do forame apical principal não permite a organização e invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular.
Palavras-chave: Endodontia. Clorexidina. Canal radicular. Necrose da polpa
dentária. Irrigantes do canal radicular. Ápice dentário.
ABSTRACT
Root canal revitalization has been considered an option to immature permanent teeth
with pulp necrosis. A way to achieve the root canal revitalization comprises its
decontamination and filling with blood clot aiming to occupy the canal space with
invaginated connective tissue. The aim of this study was to analyze histologically the
tissue invagination occurred in pulp revitalization procedures performed in a single-
visit and with two intracanal medication protocols using 2% chlorhexidine gel in mature
permanent dogs' teeth submitted to apical foramen enlargement, with necrotic pulp
and apical periodontitis. Two Beagle dogs, who had 48 canals treated were used and
divided into groups: G.1 - pulp necrosis with chlorhexidine gel 2% intracanal dressing
for 30 days followed by a blood clot induction; G.2 - pulp necrosis dressed with calcium
hydroxide + 2% chlorhexidine gel for 30 days followed by a blood clot induction; G.3 -
pulp necrosis filling with blood clot; G.4 - negative control group - empty root canals for
induction of periapical lesions. Root canals were treated by crown-down technique,
the apical foramen expanded up to #60 file and the animals were sacrificed for
histomorphological analysis after 180 days of the experimental procedures. The results
showed that in G.1 group there was revitalization of root canal, partial or total, in
41.67% of teeth. In G.2 group in 61.54% of cases there was partial or total revitalization
of the root canal. In G.3 group there was revitalization of the root canal, partial or
total, in 58.33% of cases. In G.4 group in 100% of cases there was formation of apical
periodontitis. Thus, it can be concluded that it is possible to obtain the revitalization of
dogs teeth with complete rhizogenesis and pulp necrosis after foraminal enlargement
and the presence of intense inflammatory reaction in the region of the main apical
foramen does not allow the organization and invagination of connective tissue into the
root canal.
Key-words: Endodontics. Chlorhexidine. Root canal. Dental pulp necrosis. Root canal
irrigants. Tooth apex.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Linha do tempo para visualização das intervenções realizadas
nos cães........................................................................................
67
Figura 2. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do terceiro pré-
molar superior esquerdo (P3 SE RM) do cão 2 do Grupo 1
revelando ausência de invaginação de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento da
região apical evidenciando espessamento do ligamento
periodontal, permeado por um infiltrado inflamatório intenso e
difuso, reabsorção de cemento pré-existente com ausência de
deposição de neocemento e reabsorção de tecido ósseo. (10.0x
HE). C – Terço apical da raiz revelando a presença de
bactérias Gram negativas e Gram positivas em túbulos
dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).................................................................................................
85
Figura 3. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-
molar superior esquerdo do cão 1 (P3 SE RD) do Grupo 1
mostrando invaginação parcial de tecido conjuntivo para o interior
do canal radicular. (0,6x HE) B – Terço apical da raiz
evidenciando espessamento do ligamento periodontal com
presença de infiltrado inflamatório crônico moderado com maior
intensidade em região do forame principal e foraminas.
Invaginação parcial de tecido conjuntivo frouxo permeado por
moderado infiltrado inflamatório crônico. (2.0x HE). C – Maior
aumento da região apical mostrando deposição de neocemento
em áreas de reabsorção e, de forma insipiente, em parede lateral
do canal radicular. (10.0x HE). D – Maior aumento da região
foraminal evidenciando deposição de neocemento reparando
áreas de reabsorção cementária prévia e presença de ilhotas de
calcificação. (20.0x HE).................................................................
87
Figura 4. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-
molar inferior direito (P3 ID RD) do cão 2 do Grupo 1 invaginação
total do tecido conjuntivo para o interior do canal radicular.
Região para-apical com presença de infiltrado inflamatório mais
intenso em região de foraminas, enquanto no tecido invaginado
intracanal o infiltrado inflamatório é discreto. (0,6x HE). B – Maior
aumento em terço apical da raiz revelando pavimentação de
cementoblastos para deposição de cemento celular. (30.0x HE).
C – Região de forame apical exibindo tecido conjuntivo permeado
por infiltrado inflamatório de forma mais intensa em região de
foraminas. (10.0x HE). D – Maior aumento na região do forame
apical principal destacando áreas de reabsorção em cemento e
dentina sendo reparadas por deposição de neocemento. (40.0x
HE). E – Região apical da raiz evidenciando a presença de
bactérias Gram negativas e Gram positivas em túbulos
dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).................................................................................................
89
Figura 5. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do segundo pré-
molar inferior esquerdo do cão 1 (P2 IE RD) do Grupo 2
evidenciando invaginação total de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular. Ligamento periodontal apical
organizado, sem espessamento e com infiltrado inflamatório
discreto; Neocemento em áreas de reabsorção e em paredes
internas de dentina em toda extensão do canal radicular. (0,6x
HE), B – Maior aumento do terço cervical da raiz apresentando
tecido conjuntivo frouxo invaginando até esta região.
Neocemento recobrindo paredes laterais em toda extensão do
canal e em contato com a barreira cervical de Agregado de
Trióxido Mineral (MTA) (5.0x HE). C – Maior aumento do terço
médio da raiz apresentando deposição de neocemento sobre
paredes de dentina em toda extensão. (5.0x HE) D – Maior
aumento do terço apical da raiz apresentando invaginação de
tecido conjuntivo ricamente celularizado e vascularizado.
Neocemento celular depositado sobre paredes de cemento pré-
existente, reparando áreas de reabsorção e promovendo
selamento biológico de foraminas apicais. Pavimentação de
cementoblastos sobre paredes de dentina para deposição de
cemento celular. (5.0x HE). E – Região apical da raiz
evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e Gram
positivas em foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).................................................................................................
95
Figura 6.
A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do segundo pré-
molar inferior direito do cão 1 (P2 IE RM) do grupo 2 evidenciando
invaginação total de tecido conjuntivo para o interior do canal
radicular. Ligamento periodontal apical organizado, sem
espessamento e com infiltrado inflamatório discreo; Deposição
de neocemento em paredes internas de dentina atingindo
barreira de agregado de MTA. (0,6x HE), B – Maior aumento do
terço cervical da raiz mostrando tecido conjuntivo frouxo
ricamente celularizado e vascularizado invaginando até esta
região. Neocemento depositado sobre paredes internas de
dentina e em contato com a barreira cervical de MTA. (5.0x HE),
C – Maior aumento da região apical mostrando invaginação de
tecido conjuntivo para o interior do canal radicular com deposição
de neocemento sobre paredes internas de dentina. (5.0x HE), D
– Maior aumento da região de forame detalhando tecido
conjuntivo ricamente celularizado e vascularizado, invaginando
para o interior do canal entre deposição de neocemento celular
sobre paredes de cemento e dentina pré-existentes, reparando
áreas de reabsorção e promovendo selamento biológico de
foraminas apicais. (20.0x HE),......................................................
97
Figura 7. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-
molar inferior esquerdo do cão 2 (P3 IE RD) do Grupo 2
mostrando invaginação total de tecido conjuntivo para o interior
do canal radicular. (0,6x HE). B – Terço apical da raiz
evidenciando tecido conjuntivo frouxo permeado por discreto
infiltrado inflamatório invaginado para o interior do canal
radicular. Presença de neocemento depositado em paredes
internas de dentina e reparando áreas de reabsorção de cemento
e dentina apical. Selamento biológico com obliteração parcial do
forame apical. Presença de intenso infiltrado inflamatório em área
focal do ligamento periodontal adjacente a foramina apical. (5.0x
HE). C – Maior aumento de B, mostrando infiltrado inflamatório
mononuclear em área de reabsorção ativa adjacente a foramina
apical. (10.0x HE). D – Região apical da raiz evidenciando a
presença de bactérias Gram negativas e Gram positivas em
foraminas apicais e em lacunas do cemento. (5.0x BB)...........
99
Figura 8. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do quarto pré-molar
inferior direito do cão 2 (P4 ID RD) do Grupo 2 mostrando
invaginação parcial de tecido conjuntivo para o interior do canal
radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento dos terços médio e apical
da raiz evidenciando tecido conjuntivo frouxo permeado por
infiltrado inflamatório moderado invaginado para o interior do
canal radicular. Presença de intenso infiltrado inflamatório em
área focal do ligamento periodontal adjacente a foraminas
apicais. Deposição de neocemento em paredes internas de
dentina. (0,6x HE). C – Região apical em maior aumento,
detalhando infiltrado inflamatório em área adjacente ao forame
principal e foraminas. (5.0x HE). D – Maior aumento de C,
evidenciando presença de neocemento sendo depositado em
paredes internas de dentina e reparando áreas de reabsorção de
cemento e dentina apical. (10.0x HE).............................................
101
Figura 9. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-
molar inferior direito do cão 2 (P2 SD RD) do Grupo 2 indicando
ausência de invaginação de tecido conjuntivo para o interior do
canal radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento do terço apical da
raiz apresentando intenso infiltrado inflamatório no ligamento
periodontal e na região foraminal. Ausência de deposição de
neocemento nestas áreas. (4.0x HE). C – Área de forame apical
em maior aumento, detalhando reabsorção em paredes de
dentina e cemento, com intenso infiltrado inflamatório associado.
(20.0x HE) D - Região apical da raiz evidenciando a presença de
bactérias Gram negativas e Gram positivas em foraminas apicais
e em lacunas do cemento. (5.0x BB)............................................
103
Figura 10. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesiall do segundo pré-
molar superior esquerdo do cão 2 (P2 SE RM) do Grupo 3
mostrando ausência de invaginação de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Terço apical da raiz
exibindo reabsorção de tecido ósseo, ligamento periodontal
desorganizado e intenso infiltrado inflamatório na região, com
ausência de invaginação de tecido conjuntivo para o interior do
canal radicular. Ausência de deposição de neocemento
reparando áreas de reabsorção e sobre paredes internas de
dentina. (25x HE). (5.0x HE). C – Maior aumento da região apical
detalhando intenso infiltrado inflamatório e presença de áreas de
reabsorção em cemento e dentina pré-existentes. (10.0x HE). D
– Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias
Gram negativas e Gram positivas em túbulos dentinários,
foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB)................
109
Figura 11. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do quarto pré-
molar inferior direito do cão 1 (P4 ID RM) do Grupo 3
apresentando tecido conjuntivo invaginando parcialmente para o
interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Terços médio e apical
da raiz evidenciando invaginação de tecido conjuntivo frouxo e
organizado para o interior do canal radicular com presença de
ilhotas de calcificação. Deposição de neocemento nas paredes
internas de dentina. (2.0x HE). C – Maior aumento da região
apical evidenciando presença de invaginação de tecido
conjuntivo ricamente celularizado e vascularizado para o interior
do canal radicular com deposição de neocemento celular
recobrindo paredes de cemento e dentina. Presença de discreto
e difuso infiltrado inflamatório no ligamento periodontal. (10.0x
HE). D – Região apical da raiz evidenciando a presença de
bactérias Gram negativas e Gram positivas em túbulos
dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).................................................................................................
111
Figura 12. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do quarto pré-molar
inferior esquerdo do cão 2 (P4 IE RD) do Grupo 3 apresentando
tecido conjuntivo invaginando para o interior do canal radicular
por toda sua extensão. Espessamento do ligamento periodontal
apical com intenso infiltrado inflamatório adjacente a região de
foraminas apicais. (0,6x HE). B – Área de forame apical
evidenciando invaginação de tecido conjuntivo frouxo para o
interior do canal radicular. Presença de infiltrado inflamatório
mais intenso em área adjacente a região de foraminas apicais.
(10.0x HE). C – Maior aumento de B, evidenciando área de
reabsorção cemento-dentinária ativa. (25.0x HE). D – Região
apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram
negativas e Gram positivas em túbulos dentinários, foraminas
apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB).................................
113
Figura 13. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do segundo pré-
molar inferior direito do cão 2 (P2 ID RD) do Grupo Controle após
180 dias com o canal vazio e exposto ao meio oral para indução
de contaminação. (0,6x HE). B – Aspecto da região apical
evidenciando intenso e extenso infiltrado inflamatório. (5.0x HE).
C – Maior aumento da figura B, evidenciando áreas de
reabsorção ativa no cemento pré-existente. (20.0x HE). D –
Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram
negativas e Gram positivas em túbulos dentinários, foraminas
apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB).................................
117
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Distribuição dos espécimes dentais nos grupos experimentais
(G.1, G.2, G.3) e controle (G.4). ………………………………...
66
Quadro 2. Resumo dos procedimentos realizados nos 4 grupos…………. 68
Quadro 3. Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido
conjuntivo para o interior dos canais radiculares em cada
grupo experimental………………………………………………...
80
Quadro 4. Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 1
(CLX)….…………………………………………………………….
81
Quadro 5. Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 1 (CLX),
em casos de sucesso………………………………………………
82
Quadro 6. Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 2 (CLX
+ Ca(OH)2)………………………………………………………….
90
Quadro 7. Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 2 (CLX+
Ca(OH)2), em casos de sucesso…………………………………
91
Quadro 8. Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 3
(Coágulo)…...............................................................................
104
Quadro 9. Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 3
(Coágulo), em casos de sucesso…………………......................
105
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABO – CE – Associação Brasileira de Odontologia – Secção Ceará
BAG – Vidro bioativo
BB – Brown e Brenn
BBO – Bibliografia Brasileira de Odontologia
BD – Becton-Dickinson
BHI – Brain Heart Infusion (Caldo de infusão de cérebro e
coração)
BMP – Proteína morfo-genética óssea
C – Cemento
Ca(OH)2 – Hidróxido de cálcio
CBCT – Cone-Beam Computed Tomography
CDC – Canal dentina Canal
CEEA – Comissão de ética na experimentação animal
CIV – Cimento de inonômero de vidro
CLX – Clorexidina
COBEA – Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
CP – Cimento Portland
CRD – Comprimento real do dente
CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária
CRBM – Conselho Regional de Biomedicina
CRT – Comprimento real de trabalho
D – Dentina
DFL – Dental Filling Lab.
DSP – Sialoproteínadentinária
EDTA – Ácido etienodiaminotetracético
ELISA – EnzymeLinkedImmunoSorbentAssay
FC – Formocresol
FOA – Faculdade de Odontologia de Araçatuba
FOP – Faculdade de Odontologia de Piracicaba
FS – Sulfato férrico
G.1 – Grupo de revitalização do canal radicular com
necropulpectomia, com medicação de CLX gel 2% e
coágulo sanguineo
G.2 – Grupo de revitalização do canal radicular com
necropulpectomia, com medicação de hidróxido de
cálcio + CLX gel 2% e coágulo sanguineo
G.3 – Grupo de revitalização do canal radicular com
necropulpectomia, sem medicação intracanal e com
coágulo sanguineo
G.4 – Grupo controle negativo
h – Horas
HE – Hematoxilina e Eosina
HERS – Células da bainha epitelial de Hertwig
IRM – Material Intermediário de Restauração
Kg – Quilograma
kV – Kilovolts
LAF – Lima anatômica final
LAI – Lima anatômica inicial
LILACS – Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências
da Saúde
Lima K – Lima tipo Kerr
LP – Ligamento Periodontal
LRS – Espectroscopia em laser Raman
mA – Miliampere
Medline – Database of the U.S. National Library of Medicine
MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura
min – Minutos
mL – Mililitros
mm – Milímetro
MPC – Pasta de hidróxido de cálcio da marca Kerr
MTA – Agregado de Trióxido Mineral
nO – Número
n = – Número de amostras
NaOCl – Hipoclorito de sódio
NC – Neocemento
OZE – Óxido de zinco e eugenol
PA – Pró-análise
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase
pH – Potencial hidrogeniônico
PMC – Paramonoclorofenol
PMCC – Paramonoclorofenol canforado
PMCF – Paramonoclorofenol furacinado
PQC – Preparo químico cirurgico
PubMed – Public Medline
PVP-I – Polivinil Pirrolidona Iodado
SCAP – Célula tronco da papila apical
SciELO – Scientific Eletronic Library Online
TCFC – Tomografia computadorizada volumétrica de feixe
cônico
UNESP – Universidade Estadual Paulista
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
UNIFOR – Universidade de Fortaleza
LISTA DE SÍMBOLOS
# – Diâmetro
% – Porcento
+ – Mais ou menos
+ – positivo
< – Menor
= – Igual
> – Maior
µm – Micrometros
ºC – Graus Celsius (grandeza de temperatura)
“A mente que se abre a uma nova ideia,
jamais volatará a seu tamanho original”
Albert Einstein.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................ 33
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................... 35
2.1 REVASCULARIZAÇÃO/REVITALIZAÇÃO..................................... 35
2.2 AMPLIAÇÃO FORAMINAL.............................................................. 47
2.3 CLOREXIDINA GEL 2%…………………………....………..………. 51
2.4 HIDRÓXIDO DE CÁLCIO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL...... 54
2.5 AGREGADO DE TRIÓXIDO MINERAL (MTA)................................ 58
3 PROPOSIÇÃO................................................................................ 62
4 MATERIAL E MÉTODOS............................................................... 63
4.1 INFORMAÇÕES GERAIS............................................................... 63
4.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS........................................................... 65
4.2.1 Grupos experimentais e controle..................................................... 66
4.2.1.1 G.1 - Medicação intracanal com CLX gel 2%.................................... 68
4.2.1.2 G.2 - Medicação intracanal com pasta de Ca(OH)2 e CLX gel 2%... 68
4.2.1.3 G.3 - Coágulo.................................................................................. 68
4.2.1.4 G.4 - Grupo controle........................................................................ 68
4.3 INDUÇÃO DAS LESÕES PERIAPICAIS......................................... 69
4.4 PROCEDIMENTOS ENDODÔNTICOS.......................................... 70
4.5 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS........................................... 77
4.5.1 Processamento histológico.............................................................. 77
4.5.2 Análise histomorfológica e histomicrobiológica .............................. 78
5 RESULTADOS................................................................................ 80
5.1 GRUPO G.1..................................................................................... 81
5.2 GRUPO G.2..................................................................................... 90
5.3 GRUPO G.3..................................................................................... 104
5.4 GRUPO G.4..................................................................................... 114
6 DISCUSSÃO................................................................................... 118
7 CONCLUSÃO................................................................................. 125
REFERÊNCIAS............................................................................... 126
ANEXO 1 - Aprovação pela Comissão Ética no Uso de Animais
CEUA/UNIFOR...............................................................................
134
ANEXO 2 - Cão 1 - Microship: 350601.......................................... 135
ANEXO 3 - Cão 2 - Microship: 357087........................................... 138
33
1 INTRODUÇÃO:
A adequada limpeza e modelagem dos canais radiculares, seguida de
sua efetiva obturação e restauração coronária são considerados fatores
determinantes para o sucesso do tratamento endodôntico clássico, mormente nos
casos de necrose pulpar (Stroka, 2012).
Questões como os limites de instrumentação e de obturação há muitos
anos são objetos de interesse, podendo-se perceber uma mudança de paradigma
neste aspecto a partir do avanço na aceitação de conceitos operatórios como a
patência apical e a ampliação foraminal (Gurgel-Filho et al. 2010; Endo et al. 2011).
Tais conceitos se mostram ainda mais importantes em situações de
rizogênese incompleta e necrose pulpar, que tradicionalmente eram tratadas por meio
procedimentos que buscavam a complementamentação da formação ou apicificação
da raiz. Este tipo de tratamento tem por fim a formação de uma barreira apical induzida
após o emprego durante meses de trocas sucessivas de pasta de hidróxido de cálcio,
permitindo, a longo prazo, uma melhor condição para a obturação dos canais
(Hargreaves et al. 2008).
O emprego do Agregado de Trióxido Mineral (MTA) para a confecção de
barreira apical que permitisse uma obturação eficiente representou um avanço efetivo
para este tipo de tratamento ao reduzir substantivamente o tempo para a sua
resolução clínica, entretanto, a permanência de paredes radiculares delgadas após
sua realização continuava potencialmente acarretando fraturas dentárias mesmo após
pequenos impactos (Trope e Ray, 1992).
Mais recentemente, com o advento da Endodontia regenerativa, para
estes casos foram propostos protocolos de controle da infecção com um mínimo de
ação de instrumentos, irrigação abundante e onde após a descontaminação com
pastas bi ou tri-antiobióticas, o canal radicular era preenchido por coágulo sanguíneo
(Banchs e Trope, 2004; Chueh e Huang, 2006). Este coágulo serviria de arcabouço a
facilitar a invaginação de tecido conjuntivo, possibilitando a atuação de células-tronco
provenientes de remanescentes pulpares, papila apical, ligamento periodontal e/ou
osso alveolar, no sentido de promover a continuidade da formação radicular e/ou o
34
espessamento das paredes internas de dentina devido a deposição de tecido do
cemento-ósseo (Trope, 2008; Huang, 2008; Jung et al. 2008, Hargreaves et al. 2008;
Huang, 2009).
Visando ampliar a eficiência da descontaminação do canal radicular bem
como evitar alguns inconvenientes das pastas bi ou tri-antiobióticas, tais como o
escurecimento dental (Kim et al. 2010) e o desenvolvimento de reações alérgicas ou
resistência bacteriana (Reynolds et al. 2008), tem sido avaliadas algumas alternativas
para medicação intracanal, entre as quais pastas a base de clorexidina 2% e hidróxido
de cálcio (Nagata et al. 2014a, 2014b).
Devido aos benefícios já observados e outros potenciais ainda em
estudo comparativamente à terapia endodôntica convencional, as propostas de
tratamento endodôntico regenerativo, que inicialmente visavam atender dentes
permanentes jovens, tem se tornado também um promissor campo de estudos em
dentes com raízes totalmente formadas (Paryani e Kim, 2013).
Neste sentido, embora existam diversos protocolos propostos e
atestando o sucesso de procedimentos visando a revitalização de dentes com polpa
necrosada e rizogênese incompleta, ainda são escassos os trabalhos disponíveis na
literatura avaliando a eficiência destes protocolos em dentes com ápices
completamente formados, sobretudo com uso de clorexidina gel 2%.
Sendo assim, este estudo apresenta como proposta fazer uma análise
histológica da invaginação de tecido conjuntivo para o interior de canais radiculares
infectados em dentes de cães com ápices completamente formados e submetidos a
alargamento apical intencional, ocorrida após a realização de procedimentos de
revitalização pulpar empregando protocolos executados em única sessão ou com o
emprego de medicação intracanal utilizando clorexidina gel 2%.
35
2 REVISÃO DA LITERATURA
A retrospectiva da literatura desenvolvida para a realização deste estudo
enfocou primordialmente a evolução histórica dos conceitos que deram suporte ao
desenvolvimento dos protocolos atuais para revascularização/revitalização pulpar,
destacando também aspectos relativos à ampliação foraminal, ao emprego da
clorexidina (CLX) gel 2% e do Ca(OH)2 como medicação intracanal e do emprego do
Agregado de Trióxido Mineral (MTA), que foram apresentados por ordem cronológica
de publicação. Apesar de sua relevância, assuntos correlatos como restauração
coronária, microinfiltração coronária, desinfecção intracanal com hipoclorito de sódio
(NaOCl) e pasta tripla antibiótica, devido ao maior distanciamento dos objetivos
principais deste trabalho, não constaram desta revisão.
Como fonte para pesquisa bibliográfica foram utilizadas as bases de dados
Medline, PubMed, BBO, Lilacs, SciELO, arquivo da Biblioteca da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP e também o arquivo da disciplina de
Endodontia da FOP/UNICAMP.
2.1 REVASCULARIZAÇÃO/REVITALIZAÇÃO
Em artigo pioneiro relatando experimento realizado em animais e humanos,
Ostby (1961) descreveu suas observações quanto à indução de coágulo sanguíneo
no canal radicular. O estudo foi realizado em três cães nos quais oito dentes foram
extraídos e tiveram sua parte apical removida, sendo imediatamente reimplantados.
Em seguida foi realizado o acesso coronário para a remoção da polpa. Na parte do
experimento realizada em dentes humanos, a polpa foi removida e foi realizada a
laceração do tecido periapical via forame, até produzir sangramento. Em seguida, o
canal radicular foi parcialmente obturado, permitindo a formação de um coágulo
sanguíneo na porção apical. A análise histológica foi realizada pós um período de
observação que variou entre 13 dias a 3 anos e meio tendo sido observado que a
presença do coágulo sanguíneo no interior do canal radicular permitiu o crescimento
de tecido de granulação proveniente do periápice e que este, gradualmente, foi se
transformado em tecido conjuntivo fibroso. No interior de todos os canais radiculares
foi observado presença de tecido vivo apresentando extensão e estrutura variadas.
36
Em vários espécimes pôde-se observar sinais de reabsorção radicular após o
reimplante. Nas situações de necrose, a realização de laceração no tecido de
granulação periapical pareceu estimular o reparo, indicando que o emprego deste
procedimento em situações de necrose pulpar em dentes com rizogênese incompleta
deveria ser considerado em favor da possibilidade de um melhor fechamento apical.
Em estudo realizado em ratos, Torneck (1966) realizou implantes de tubos
de polietileno de comprimentos e diâmetros variados em tecido subcutâneo dorsal. Em
metade dos implantes, os tubos estavam abertos de ambos os lados, enquanto que
na outra metade uma das extremidades estava selada. Os ratos foram sacrificados
após 60 dias, tendo o exame microscópico revelado que nos tubos abertos de ambos
os lados o crescimento de tecido conjuntivo ocorreu naqueles de menor comprimento e
maior diâmetro, enquanto que nos tubos com uma das extremidades fechada observou-
se a invaginação de apenas 0,25 a 0,5mm nos de menor diâmetro. Tal achado indicou
diferença entre os sistemas quanto aos fatores que influenciam o crescimento do
tecido conjuntivo. Apesar da presença de um fluido seroso em todos os espécimes
estudados, parece que este não participou na indução da inflamação nas
extremidades abertas dos tubos. Concluiu-se que a obturação aquém do canal
radicular que tenha sido completamente instrumentado, limpo e desinfetado
provavelmente resultará em reparo dos tecidos periapicais ao redor, dando ao tecido
uma capacidade normal de reparo.
Ostby e Hjortdal (1971) avaliaram o processo de reparo em 47 dentes
humanos com ápices completamente formados. Os dentes foram divididos em dois
grupos experimentais, um de 35 dentes com polpas vitais e outro com 12 polpas
necrosadas. As polpas removidas e os canais radiculares foram sobreinstrumentados
de forma a induzir a formação de coágulo em sua porção apical, sendo então
obturados de forma parcial com cones de guta percha. Nos dentes do grupo controle
este sangramento não foi provocado. Após um período experimental compreendido
entre 9 dias e 3 anos, os dentes foram extraídos por razões protéticas, tendo o exame
histológico mostrado que em 28 dos 35 dentes com polpas vitais ocorreu a formação
intracanal de tecido conjuntivo fibroso, com deposição de cemento celular em 18
casos, apontando para uma reparação completa ou parcial. Entretanto, não houve
reparação nos dentes com polpa necrosada. Os autores, ressalvando o pequeno
número de espécimes no grupo com polpa necrosada, concluíram que a indução de
37
coágulo no canal radicular por si só não é fator suficiente para o reparo nos casos de
necrose pulpar, havendo também a necessidade de descontaminação efetiva.
Davis et al. (1971) avaliaram as reações do tecido periapical frente a
procedimentos endodônticos em dentes de cães com polpa vital. Os animais tiveram
as polpas de 32 canais radiculares extirpadas e todos os canais receberam preparo
até o ápice. A formação dos três grupos experimentais deu-se de acordo com o nível
de obturação: em catorze canais foi realizada 3 mm aquém do forame, em nove canais
1 mm aquém e nove canais foram sobreobturados. Foi observado que o espaço não
ocupado do canal radicular foi preenchido por tecido conjuntivo, verificando-se melhores
resultados no reparo periapical nos grupos obturados aquém do forame em relação ao
grupo com sobreobturação. Os autores concluíram que a não obturação de uma parte
do canal radicular não causa necessariamente impedimento ao restabelecimento de
um periodonto saudável e intacto.
Banchs e Trope (2004) propuseram uma nova técnica para
revascularização de dentes permanentes jovens com ápices abertos e periodontite
apical. De acordo com o caso relatado, a descontaminação do canal foi realizada com
profusa irrigação com hipoclorito de sódio 5,25% seguida pela aplicação de uma pasta
triantibiótica a base de Ciprofloxacino, Metronidazol e Minociclina como medicação
intracanal por 28 dias. Após este período procedeu-se o debridamento apical com o
objetivo de produzir sangramento para a formação de um coágulo no interior do canal
radicular até 3 mm da junção cemento-esmalte. Posteriormente foi realizado um duplo
selamento coronário com a aplicação de Agregado de Trióxido Mineral (MTA) e resina
composta. Acompanhamentos clínico-radiográficos realizados com 6, 12, 18 e 24
meses após o procedimento encontraram paciente assintomático e mostraram
desaparecimento da radioluscência apical, com fechamento do ápice e espessamento
das paredes de dentina. Os autores concluíram que esta técnica, ao combinar a
desinfecção do canal radicular, a formação de uma matriz de coágulo para o
crescimento do novo tecido e um efetivo selamento coronário, criaria um ambiente
adequado para o sucesso da revascularização, sugerindo-a como uma alternativa
prévia ao tratamento de apicificação tradicional.
Windley et al. (2005) verificaram a eficácia de uma pasta tri-antibiótica na
desinfecção de dentes imaturos de cães com periodontite apical. Após a indução
38
prévia de lesões periapicais em 30 canais radiculares foram coletadas amostras para
avaliação microbiológica em três momentos do tratamento endodôntico, antes (S1) e
após (S2) a irrigação com NaOCl 1,25% e depois da aplicação de pasta tri-antibiótica
(S3) consistindo de metronidazol, ciprofloxacino e minociclina na concentração de
20mg/ml de cada antibiótico. Os resultados mostraram que em S1 100% das amostras
estavam contaminadas, em S2 90% e enquanto que em S3 apenas 30%. Também foi
observado que a quantidade de bactérias presentes nas amostras em S3 era muito
menor que em S2 e S1. Os autores concluíram que a pasta tri-antibiótica é eficaz na
desinfecção de dentes imaturos com periodontite apical.
Chueh e Huang (2006) fizeram o relato de 4 casos clínicos realizados
dentes humanos imaturos com periodontite apical ou abscesso apical crônico,
apresentando características clínico-raradiográficas diversas e que receberam
tratamento conservador sem que fosse realizada instrumentação ativa do canal
radicular. Em todas as situações descritas foi realizada apenas a descontaminação
dos condutos por meio de abundante irrigação com NaOCl 2,5% e aplicação de pasta
de Ca(OH)2 e soro fisiológico. Verificou-se em todos os casos o desenvolvimento
apical entre 7 meses e 5 anos, tendo sido constatada radiograficamente a diminuição
da luz do canal. Com base em suas observações, os autores concluíram que os
procedimentos conservadores realizados foram efetivos para a regeneração tecidual
em dentes imaturos com periodontite apical ou abscesso apical crônico e levantaram
a hipótese de que no futuro, com o desenvolvimento de novas tecnologias, esta
regeneração tecidual também possa ser possível em tratamentos de dentes com
ápices completamente formados.
Thibodeau et al. (2007) avaliaram a capacidade de uma solução de
colágeno favorecer a revascularização de canais infectados em dentes imaturos de
cães. Sessenta dentes de 6 cães tiveram seus canais radiculares infectados, sendo
posteriormente desinfectados por meio de irrigação com solução de NaOCl 1,25% e
aplicação de pasta tri-antibiótica (metronidazol, ciprofloxacino e minociclina) por quatro
semanas. Os canais foram divididos em 5 grupos experimentais: G1 – sem nenhum
tratamento adicional; G2 – sangue no canal; G3 – solução de colágeno no canal; G4 –
solução de colágeno + sangue; e G5 – controle negativo (deixados para
desenvolvimento natural). Após 3 meses os animais foram sacrificados para avaliação
histológica. Os resultados deste estudo não mostraram diferença estatística entre os
39
grupos com relação a cicatrização das radiolucências apicais e quanto aos resultados
histológicos, sendo que o G2 mostrou maior fechamento apical que o G1. Achados
histológicos como o espessamento das paredes do canal, o fechamento apical e a
formação de tecido na luz dos canais foram encontrados nos 4 grupos experimentais.
Os autores concluíram que a revascularização do sistema de canais de dentes
imaturos de cães é possível após sua desinfecção.
Thibodeau e Trope (2007) relataram um caso de revascularização pulpar
de dente permanente com ápice aberto e polpa necrótica após a desinfecção do canal
radicular com uma pasta antibiótica e formação de um coágulo sanguíneo intracanal
induzido por estímulo mecânico dos tecidos periapicais. De acordo com os autores, o
coágulo sanguíneo, além de formar um caminho para a migração de células
provenientes da região periapical, contém vários fatores de crescimento e
diferenciação importantes no processo de reparo. Tal abordagem evitaria a
necessidade da apicificação tradicional com Ca(OH)2 ou da confecção de barreira
apical artificial com MTA, possibilitando o fortalecimento fisiológico pela deposição de
tecido neoformado nas paredes radiculares em dentes jovens infectados.
Cotti et al. (2008) fizeram o relato de uma abordagem regenerativa em
caso de dente permanente imaturo, submetido a trauma e com periodontite apical. O
tecido pulpar do terço coronário da raiz foi removido com uma colher de dentina,
realizada irrigação deste espaço alternadamente com NaOCl 5,25% e H2O2 3%, sendo
então aplicada uma medicação de Ca(OH)2. Após 15 dias, a medicação foi removida
e estimulado sangramento até formar um coágulo dentro do canal. Por fim um plug de
MTA foi confeccionado coronariamente ao coágulo sanguíneo e posteriormente
realizado vedamento com cimento de ionômero de vidro. Após um acompanhamento
de 8 meses foi observada a formação de uma barreira coronal calcificada,
espessamento da parede radicular e fechamento apical, tendo o dente permanecido
assintomático após 2 anos e meio da realização do tratamento. Os autores concluíram
que respostas biológicas apropriadas como o aumento da espessura das paredes
radiculares e o subsequente desenvolvimento apical podem ocorrer como resposta a
este tipo de tratamento regenerativo.
Shah et al. (2008), em estudo clínico piloto, avaliaram a eficácia da
revascularização em 14 casos de dentes imaturos infectados. Foi realizada discreta
40
instrumentação de forma a minimizar o desgaste e fragilização das paredes de dentina
e a desinfecção dos canais radiculares foi feita por meio de irrigação alternada com
NaOCl 5,25% e H2O2 3% e medicação intracanal com formocresol. Os casos foram
acompanhados por um período que variou entre 6 meses e 3,5 anos, com a maioria
apresentando resolução da radiolucência periradicular, diminuição da abertura apical,
espessamento da parede dentinária e aumento do comprimento radicular. Os autores
concluíram que o protocolo empregado produziu resultados favoráveis.
Bose et al. (2009) realizaram uma avaliação retrospectiva dos resultados
radiográficos em dentes imaturos com necrose pulpar tratados com procedimentos
endodônticos regenerativos. Foram analisadas 54 radiografias de casos de
regeneração endodôntica e 40 casos controle (apicificação e tratamento não-
cirúrgico). Foi utilizado um programa de imagem para corrigir alterações na angulação
entre as radiografias e também para calcular o desenvolvimento contínuo da raiz e da
espessura da parede de dentina. Os resultados demonstraram que o tratamento
endodôntico regenerativo com pasta tripla de antibiótico ou com Ca(OH)2 acarretaram
um aumento do comprimento da raiz maior que o obtido pela apicificação com MTA
ou tratamento não-cirúrgico. Foi observado que o emprego da pasta tripla de
antibiótico produziu parede de dentina de maior espessura do que nos casos de
Ca(OH)2 e formocresol e que quando o Ca(OH)2 ficava restrito à metade coronária da
raiz, havia um melhor resultado do que quando o mesmo era aplicado em maior
extensão. Os autores concluíram que nas condições analisadas, o Ca(OH)2 e a pasta
tripla antibiótica favorecem o desenvolvimento do complexo dentino-pulpar.
Chueh et al. (2009) realizaram um estudo retrospectivo incluindo 23 dentes
permanentes imaturos e com canais radiculares necróticos que haviam recebido
tratamento endodôntico conservador com irrigação de NaOCl a 2,5% sem
instrumentação e aplicação de medicação intracanal de Ca(OH)2 por curto (< 3 meses)
ou longo (> 3 meses) período. Os resultados mostraram que em todas as lesões
apicais ocorreu completa regressão entre 3 e 21 meses e que em todos os dentes foi
alcançado um desenvolvimento radicular próximo ao normal entre 10 e 29 meses. Foi
concluído que a continuação do desenvolvimento radicular em dentes permanentes
imaturos com polpa necrosada e lesão apical pode ocorrer com o emprego de
procedimentos endodônticos regenerativos de curto ou longo prazo.
41
Ding et al. (2009) avaliaram o efeito da revascularização pulpar em dentes
imaturos com canais radiculares necróticos e com periodontite apical. Uma mistura de
três antibióticos (metronidazol, ciprofloxacino e minociclina) foi empregada para
desinfecção dos canais radiculares por uma semana em 12 pacientes, sendo então
realizado um estímulo mecânico para a criação de um coágulo sanguíneo dentro do
canal e aplicado coronalmente um plug de MTA. De um grupo inicial composto por 12
pacientes, somente 3 fizeram um acompanhamento adequado, e nesses foi possível
observar um desenvolvimento radicular completo, com resposta positiva ao teste
pulpar.
Reynolds et al. (2009) relataram caso onde foi aplicado um protocolo
modificado na revascularização de 2 pré-molares bilaterais inferiores apresentando
dens invaginatus. Os autores apontam potenciais complicações clínicas e biológicas
causadas pela aplicação da pasta tripla antibiótica, tais como a alteração de cor da
coroa, desenvolvimento de resistência bacteriana ou reação alérgica à medicação
intracanal. Propõem uma modificação da técnica original, com o selamento dos
túbulos dentinários da câmara pulpar com resina flow de forma a evitar o contato da
pasta tripla antibiótica com as paredes dentinárias da região coronária e sua
consequente descoloração. Após 18 meses de acompanhamento os autores
constataram resposta biológica favorável ao tratamento e concluíram que a
modificação proposta evitou a descoloração dentária nos casos avaliados.
Silva et al. (2010) avaliaram a revascularização e o reparo apical e
periapical em dentes de cães com rizogênese incompleta e periodontite apical,
comparando 2 protocolos para a desinfecção do canal radicular: irrigação com
pressão negativa e irrigação com pressão positiva mais medicação tripla antibiótica.
Análise histológica revelou no grupo onde foi realizada irrigação com pressão negativa
formações mineralizadas mais exuberantes, tecido conjuntivo apical e periapical mais
estruturado e processo de reparo mais avançado. Os autores concluíram que a
irrigação com pressão negativa pode ser considerada um protocolo de desinfecção
promissor para dentes imaturos com periodontite apical, sugerindo que o uso de
antibióticos intracanal pode não ser necessário.
Kim et al. (2010) relataram caso em ocorreu a descoloração dentinária de
incisivo permanente imaturo associada à aplicação de pasta tripla antibiótica
42
(ciprofloxacina, metronidazol e minociclina) como medicação intracanal por 6
semanas. Os autores verificaram que apenas a minociclina causava a descoloração
dentária e apontaram que o problema estético associado ao uso deste antibiótico deve
ser considerado quando de seu emprego clínico.
Wang et al. (2010) avaliaram histologicamente os tipos de tecido
invaginado para o interior do canal radicular após procedimentos de revascularização
em dentes de cães. Os resultados do estudo mostraram um espessamento das
paredes dentinárias do canal resultante da deposição de um novo tecido semelhante
a cemento, sendo também verificado o crescimento da raiz pela deposição de novo
cemento no ápice radicular. Tecido semelhante a osso e tecido conjuntivo similar ao
ligamento periodontal também foram observados no espaço do canal radicular.
Conforme os autores, estes achados explicam em parte o motivo de vários casos
clínicos de dentes jovens com periodontite apical ou abscesso apresentarem
espessamento de suas raízes e aumento do comprimento após procedimento de
revascularização.
Lovelace et al. (2011) avaliaram a capacidade de procedimentos
regenerativos endodônticos carrear células-tronco para o interior do canal radicular de
dentes jovens, identificando a possível origem tecidual dessas células. Foram
selecionados doze pacientes com dentes permanentes jovens, com ápice aberto, e
com diagnóstico de necrose pulpar e lesão apical, nos quais foi realizado tratamento
endodôntico por meio de irrigação com NaOCl e aplicação de pasta tripla antibiótica.
Após um mês, foi estimulado sangramento apical e realizada coleta de amostras com
cones de papel absorvente para análises através da Reação em Cadeia da
Polimerase (PCR) Real-Time e imunohistoquímica. Os autores constataram que o
estímulo ao sangramento nos procedimentos regenerativos desencadeia um acúmulo
significativo de células-tronco indiferenciadas no espaço do canal (600 vezes maior
que no sangue periférico), possivelmente contribuindo para a regeneração pulpar.
Trevino et al. (2011) verificaram a sobrevivência de células-tronco da papila
apical (SCAP) frente a diferentes protocolos de irrigação. Segmentos radiculares
humanos padronizados foram irrigados com os seguintes protocolos: EDTA 17%;
NaOCl 6%/EDTA 17%/NaOCl 6%; EDTA 17%/CLX 2%; NaOCl 6%/EDTA 17%/NaOCl
6%/isopropilalcool/CLX 2%. Em seguida, SCAP foram misturadas com o plasma rico
43
em plaquetas e mantidas dentro de tubos de raízes humanas, sendo realizada a
análise imunohistoquímica após 21 dias. Os resultados demonstraram que a irrigação
com EDTA 17% mostrou melhor sobrevivência celular (89% de viabilidade), seguido
pelo NaOCl 6%/EDTA 17%/NaOCl 6% (74%), enquanto que os protocolos com CLX
falharam em manter células viáveis. Os autores concluíram que os irrigantes testados
afetaram a sobrevivência de células tronco e propõem a inclusão do EDTA nos
protocolos de irrigação em procedimentos regenerativos.
Chen et al. (2011) avaliaram a resposta a procedimentos de
revascularização em 20 dentes permanentes jovens com polpa necrótica infectada e
periodontite apical ou abscesso. Os canais foram irrigados com NaOCl 5,25%,
receberam mínima instrumentação mecânica, e medicação intracanal com Ca(OH)2
na porção coronária do canal radicular. Após resolução do abscesso e da
sintomatologia clínica, foi realizado um debridamento apical para estimulação de
sangramento intracanal. Por fim foi realizado um duplo selamento coronário com MTA
e resina composta. Os dentes foram então proservados por um período entre 6 a 26
meses. Os resultados apontaram cinco possíveis respostas: aumento da espessura
das paredes de dentina e maturação radicular; fechamento brusco do ápice sem
desenvolvimento radicular significativo; desenvolvimento radicular completo, porém
com o ápice permanecendo aberto; obliteração por calcificação do espaço do canal;
e barreira de tecido duro entre o plug coronário e o ápice radicular. Os autores
concluíram que o término do desenvolvimento radicular não é tão previsível quanto o
aumento de espessura das paredes radiculares após procedimento de
revascularização. Também apontaram que a ocorrência de calcificação pulpar severa
ou de anquilose podem representar complicações decorrentes do procedimento de
revascularização pulpar.
Gomes-Filho et al. (2012) avaliaram a resposta tecidual à pasta tripla
antibiótica usada em tratamento regenerativo endodôntico em tecido subcutâneo de
ratos. Foram implantados tubos de polietileno preenchidos com pasta triantibiótica,
Ca(OH)2, ou vazios no grupo controle, sendo os grupos avaliados histológicamente
após 7, 15, 30, 60 e 90 dias. Os autores concluíram que tanto a pasta triantibiótica
quanto a pasta de Ca(OH)2 se mostraram biocompatíveis nos períodos experimentais
testados.
44
Lenzi e Trope (2012) relataram tratamento realizado em paciente com dois
incisivos centrais superiores com ápice aberto e submetidos a traumatismo. Foram
empregandos protocolos de revitalização propostos por Banchs e Trope (2004) e após
21 meses foi observado que no dente considerado com melhor prognóstico não houve
sucesso no processo de revitalização, o que foi obtido no dente de prognóstico menos
favorável. Os autores concluíram que ainda não estão completamente estabelecidos
os critérios de previsibilidade em revitalização e apicificação.
Shah e Logani (2012) relataram estudo piloto realizado em 18 pacientes
com idade variando entre 15 e 76 anos que apresentavam dentes com ápice
completamente formado e necrose pulpar. Depois de acessados, os dentes foram
copiosamente irrigados com NaOCl 2,5% e realizada uma descontaminação
progressiva da coroa para o ápice com patência apical e ampliação foraminal. De
acordo com a necessidade dos casos foi empregada uma pasta triantibiótica
(metronidazol, ciprofloxacino e tetraciclina) como medicação intracanal. Após a
regressão dos sintomas foi estimulado o sangramento apical com uma lima K #20,
aplicada uma barreira cervical com Cavit e os dentes restaurados. Os pacientes
receberam acompanhamento clínico e radiográfico semestral por um período que
variou de 6 meses a 5 anos, sendo observado o desaparecimento dos sinais e
sintomas clínicos e a regressão das lesões periapicais. Os autores concluíram que o
tratamento endodôntico regenerativo realizado foi efetivo, destacando sua fácil
execução e melhor relação custo-benefício.
Soares et al. (2013) relataram caso de revascularização pulpar em incisivo
central superior com rizogênese incompleta onde propuseram a utilização de uma
pasta de Ca(OH)2 P.A. com clorexidina gel 2% para a descontaminação do canal
radicular. O dente apresentava luxação intrusiva com exposição pulpar. Constada
necrose pulpar, foi realizado o acesso coronário sendo utilizada CLX gel 2% como
substância química auxiliar e solução salina como irrigante. O terço apical não foi
instrumentado. A pasta de Ca(OH)2 e CLX gel 2% na proporção 1:1 foi inserida nos
terços cervical e médio e o dente restaurado com Coltosol e resina composta. Após
21 dias, o dente foi novamente acessado, reinstrumentado, e realizado o estimulo do
sangramento com o emprego de limas K. Foi aplicado uma barreira cervical de MTA
e o dente foi restaurado com resina composta. Foram realizados controles
radiográficos com 1, 3, 6, 9, 12, 15 e 24 meses após o tratamento constatando a
45
continuidade no desenvolvimento radicular e o fechamento apical, porém a vitalidade
pulpar não foi constatada. Os autores concluíram que a utilização de uma medicação
intracanal a base de Ca(OH)2 e CLX gel 2% pode ser empregada para
descontaminação em procedimentos de resvascularização de dentes com rizogênese
incompleta e necrose pulpar.
Paryani e Kim (2013) relataram tratamentos regenerativos realizados em
dois pacientes portadores de incisivos centrais superiores permanentes com formação
completa de seus ápices e apresentando periodontite apical. Em um dos casos, o
canal radicular foi instrumentado e realizada ampliação foraminal até a lima K #60. Foi
utilizado de hidróxido de cálcio como medicação intracanal e o dente selado
provisoriamente com Cavit. Após uma semana, o canal radicular foi reinstrumentado
e realizado um estímulo ao sangramento para induzir a formação de um coágulo no
interior do canal. Em seguida, foi aplicada uma membrana de colágeno no interior do
canal e realizado um duplo selamento coronário com barreira de MTA recoberta por
restauração de ionômero de vidro. No segundo caso, após instrumentação e
ampliação foraminal até a lima K #60, o canal radicular foi preenchido com pó de
ciprofloxacina e o dente selado provisoriamente com Cavit. Após 22 dias o dente foi
reinstrumentado com estímulo além do forame de forma a induzir sangramento. Foi
aplicada uma membrana de colágeno e realizado um duplo selamento coronário com
barreira de MTA e restauração de ionômero de vidro. Após 18 meses os autores
observaram a regressão clínica dos sinais e sintomas, o espessamento das paredes
de dentina, bem como o desaparecimento da radioluscência apical e concluiram que
protocolos de regeneração endodôntica podem ser uma alternativa viável para o
tratamento de dentes com ápices completamente formados e necrose pulpar.
Saoud et al. (2014) relataram o tratamento de uma grande lesão periapical
inflamatória semelhante a cisto associada a dentes necróticos maduros usando
terapia regenerativa endodôntica. Paciente de 23 anos de idade com história de
trauma nos dentes anteriores superiores quando tinha 8 anos apresentava incisivo
central superior direito com ápice ligeiramente aberto e diagnóstico de necrose pulpar
e abcesso apical agudo enquanto o incisivo lateral superior direito apresentava
periodontite apical sintomática, com ápice completamente formado. Ambos os dentes
receberam terapia regenerativa endodôntica baseada no preparo mecânico, irrigação
com NaOCl 2,5%, aplicação pasta triantibiótica (metronidazol, ciprofloxacino e
46
minociclina), indução intencional de sangramento apical com preenchimento do canal
radicular, aplicação de plug cervical de MTA e restauração com ionômero de vidro.
Acompanhamentos clínico-radiográficos foram realizados aos 6 e 12 meses,
encontrando regressão dos sinais e sintomas com espessamento das paredes do
canal e fechamento apical. A grande lesão periapical estava quase que
completamente obliterada por formação de osso trabecular. Os autores sugerem que
o preenchimento de canais radiculares desinfectados com tecido vital do próprio
hospedeiro pode apresentar melhores resultados do que quando este preenchimento
é realizado com materiais estranhos ao organismo porque o tecido vital possui defesa
imune inata e mecanismos adaptativos. Por fim solicitam a apresentação de mais
relatos e séries de casos para ajudar na formulação de hipóteses para testar a
previsibilidade da terapia endodôntica regenerativa de dentes maduros necróticos.
Chrepa et al. (2015) avaliaram a capacidade do estímulo do sangramento
nos tecidos apicais provocar o afluxo de células tronco mesenquimais para o interior
do sistema de canais radiculares em dentes maduros com lesão periapical. Foram
selecionados 20 pacientes com necessidade de tratamento endodôntico de dentes
maduros com lesões apicais. Após o preparo químico-mecânico, foi realizada a
indução do sangramento intracanal a partir do estímulo dos tecidos periapicais e
amostras de sangue intracanal e sistêmico foram recolhidas para análise por meio de
reação de transcrição de cadeia de polimerase reversa em tempo real. A presença e
distribuição de células tronco mesenquimais na lesão periapical foram examinadas
após biópsias cirúrgicas das lesões, cujas peças foram processadas para análise
imunohistoquímica e microscopia confocal. Os autores concluíram que o sangramento
estimulado dos tecidos periapicais é capaz de provocar o afluxo de células tronco
mesenquimais indiferenciadas para o sistema de canais radiculares de pacientes
adultos com dentes maduros.
Saoud et al. (2016) relataram uma série de casos clínicos envolvendo 6
pacientes com idades variando entre 8 e 21 anos, nos quais foram realizados
procedimentos endodônticos regenerativos em sete dentes permanentes, sendo 4
anteriores e 3 posteriores (molares), com polpas necróticas e periodontite apical. Os
dentes receberam preparo mecânico, irrigação com NaOCl 2,5%, aplicação pasta de
Ca(OH)2 por 4 semanas com troca aos 14 dias, indução intencional de sangramento
apical para formação de coágulo no interior do canal radicular, duplo selamento
47
coronário com plug de MTA e IRM/resina composta. Os pacientes foram
acompanhados por um período entre 8 e 26 meses e os resultados mostraram
ausência de sinais e sintomas, com regressão radiográfica completa ou parcial das
lesões periapicais. Os autores concluíram que os procedimentos endodônticos
regenerativos tem o potencial de ser utilizados para tratar dentes permanentes
maduros com necrose pulpar e periodontite apical em termos de eliminação de sinais
clínicos / sintomas e resolução de periodontite apical. Contudo, ensaios clínicos
prospectivos, randomizados, são necessários para comparar seus resultados com o
do tratamento endodôntico não-cirúrgico.
2.2 AMPLIAÇÃO FORAMINAL
Benatti et al. (1985) realizaram um estudo histológico em dentes de cães
sobre a influência do alargamento intencional do forame apical no reparo periapical
em biopulpectomias. Centro e trinta e quatro canais tiveram suas polpas removidas e
foram sobre-instrumentados 2 mm além do forame apical usando limas K #40, 60 ou
80. Os canais foram obturados de 1 a 3 mm aquém do ápice radiográfico e tiveram
seus acessos coronários selados. Os animais foram sacrificados com 3, 7, 30 e 120
dias para análise histológica que revelou proliferação de tecido conjuntivo periodontal
para o interior dos canais e sua maturação com o passar do tempo. Os autores
concluíram que o alargamento do forame apical permitiu a invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular e a deposição progressiva de uma camada
de cemento nas paredes internas da porção apical dos canais radiculares.
Souza-Filho et al. (1987) estudaram a influência do alargamento do forame
apical no reparo periapical de dentes contaminados de cães. Trinta e dois canais
tiveram suas polpas extirpadas e os canais foram sobre-instrumentados 2 mm além
do forame apical com lima K #15, sendo deixados expostos ao meio bucal por 45 dias.
Após esse período, os canais foram sobreinstrumentados até a lima K #60, obturados
entre 2 a 3mm aquém do ápice radiográfico e os acessos coronários selados. Após
um período de 90 dias, os animais foram sacrificados. Na análise histológica foi
observado que em 67,8% dos casos houve invaginação de tecido conjuntivo para o
interior do canal. Também foi verificada reparação de áreas de reabsorção por
48
cemento neoformado. Os autores concluíram que a ampliação do forame apical e a
intensidade da contaminação do canal constituem fatores determinantes para o reparo
tecidual em casos de necrose pulpar.
Gurgel-Filho et al. (2010) avaliaram a influência do alargamento do forame
apical na dor pós-operatória em biopulpectomias. Quarenta dentes vitais foram
distribuídos aleatoriamente em 2 grupos de 20. No primeiro grupo (experimental) foi
realizada a ampliação do forame com a lima K #30 sendo mantido um comprimento
de trabalho 1 a 2 mm aquém do forame. No segundo grupo (controle) o limite de
trabalho foi o mesmo, com manutenção do remanescente pulpar. Após a realização
dos tratamentos, a dor pós-operatória foi avaliada por um período de 24 e 48h, sendo
classificada de acordo com escores estabelecidos para cada nível de dor: 0- ausente;
1- suave; 2- moderada e 3- severa. No grupo teste, nenhum paciente relatou dor, em
nenhum tempo experimental. Não houve diferença estatística entre os grupos e os
autores concluíram que o alargamento do forame apical não alterou a incidência de
dor.
Endo et al. (2011) estudaram a morfologia do forame apical após a
realização do preparo dos canais radiculares com a técnica manual e rotatória, ambas
com patência e ampliação foraminal. Um grupo de vinte pré-molares uniradiculares
tiveram o terço cervical dos canais pré-alargado e em seguida receberam tratamentos
com a técnica manual escalonada com recuo anatômico (n=10) e com sistema
rotatório EasyEndo (n=10). Foram aferidos o comprimento real de trabalho e a lima
anatômica inicial (LAI) na realização da patência. No grupo da técnica manual, a lima
anatômica final (LAF) foi equivalente a quatro diâmetros acima a LAI. Enquanto no
grupo rotatório, utilizaram-se limas manuais para o registro desse valor. As imagens
dos forames antes e após o preparo foram obtidas por microscopia eletrônica de
varredura. Os resultados mostraram que houve um aumento significativo da área do
forame apical tanto do grupo manual (de 0,069mm2 para 0,186mm2) quanto no grupo
rotatório (de 0,061mm2 para 0,17mm2), sem diferença estatística significativa entre os
grupos. A maioria dos casos, em ambos os grupos, apresentou um alargamento
regular do forame.
Sonoda (2011) realizou uma análise retrospectiva da sintomatologia clínica
pós-operatória de tratamentos endodônticos realizados em sessão única com
49
patência e ampliação do forame apical. Foi feita a avaliação de 232 dentes em 179
pacientes, independentemente do diagnóstico pulpar e periapical. Decorridas 24 horas
após a realização do tratamento foi avaliada a intensidade da dor através de uma
escala verbal sendo a mesma classificada da seguinte forma: nenhum desconforto;
desconforto (sem necessidade de medicação analgésica); dor moderada (até 2 doses
de medicação analgésica); dor severa (até 2 doses de medicação analgésica ineficaz
no alívio da dor, com necessidade de reintervenção). Os resultados mostraram que
6,5% dos pacientes apresentaram dor. Os autores concluíram que, independente da
condição pulpar e periapical, o tratamento endodôntico em sessão única, com
patência e ampliação foraminal, apresenta baixa ocorrência de dor pós-operatória.
Stroka (2012) realizou estudo retrospectivo avaliando clínica e
radiograficamente 212 tratamentos endodônticos com patência e ampliação do forame
apical. Após proservação média de 24 meses, foi encontrado um índice de sucesso
de 92,9%, considerando regressão total ou parcial na radiolucidez periapical e
ausência de sintomatologia clínica. A autora observou correlação positiva entre a taxa
de sucesso e a ausência de lesões periapicais prévias; tratamentos em sessão única
e ausência de complicações trans-operatórias.
Marion (2013) avaliou histologicamente os efeitos da ampliação do forame
apical no procedimento de revitalização do canal radicular. O estudo foi realizado em
dentes de cães adultos com polpa vital ou necrosada. Os animais tiveram os canais
radiculares selecionados divididos em 5 grupos: grupo 1- necropulpectomias com
coágulo sanguíneo; grupo 2- necropulpectomias com medicação intracanal
(associação de Ca(OH)2 + CLX gel 2%); grupo 3- biopulpectomias com coágulo
sanguíneo; grupo 4- biopulpectomias com medicação intracanal (associação de
Ca(OH)2 com CLX gel 2%); grupo 5 (controle negativo) - canais radiculares com lesões
apicais induzidas. Para a indução de necrose pulpar e desenvolvimento das lesões
periapicais nos grupos 1, 2 e 5, os dentes foram mantidos abertos para contaminação
dos canais radiculares pelo período de 180 dias. Excetuando o grupo controle
negativo (G5), todos os demais grupos tiveram os canais radiculares tratados pela
técnica crown-down e os forames apicais ampliados até a lima K #40. Os resultados
mostraram que no grupo 1 ocorreu revitalização parcial ou total do canal radicular em
63,6% dos espécimes. No grupo 2, pode-se observar revitalização parcial ou total em
77,8% dos casos. No grupo G.3 houve revitalização do canal radicular, parcial ou total,
50
em 100% dos casos. No grupo G4 houve selamento biológico apical (não houve
revitalização do canal radicular em 100% dos casos). No grupo 5, em 100% dos
espécimes houve formação de lesão periapical. O autor concluiu que a revitalização
do canal radicular em dentes com necrose pulpar ocorreu em maior percentual no
grupo com medicação intracanal, enquanto que, nos dentes com polpa vital a
revitalização do canal radicular ocorreu em maior porcentagem no grupo com coágulo.
Manhães (2015) avaliou histologicamente a influência do coágulo
sanguíneo e do grau de ampliação foraminal na revitalização de canais radiculares
em dentes de cães adultos com polpas vitais. Após receberem o preparo biomecânico,
48 canais radiculares foram divididos em 4 grupos: grupo 1- ampliação foraminal até
lima Kerr #40 e indução de coágulo sanguíneo, grupo 2- ampliação foraminal até lima
Kerr #80 e indução de coágulo sanguíneo, grupo 3- ampliação foraminal até lima Kerr
#40 e sem indução de coágulo sanguíneo, e grupo 4- ampliação foraminal até lima
Kerr #80 e sem indução de coágulo sanguíneo. Após 120 dias da realização dos
procedimentos regenerativos os animais foram eutanasiados para avaliação
histomorfológica. Os quatro grupos apresentaram resultados semelhantes em relação
à invaginação de tecido conjuntivo frouxo para o interior dos canais radiculares, com
esse tecido estendendo-se desde o terço apical até o cervical em 95,8% dos
espécimes nos grupos 1 e 2 e em 100% dos espécimes nos grupos 3 e 4. Nos grupos
2 e 4, com ampliações foraminais até #80, foi verificada invaginação de tecido com
características ósseas em 50% e 41,7%, respectivamente. O autor concluiu que a
presença do coágulo sanguíneo e as ampliações foraminais testadas não interferiram
na invaginação teciadual ocorrida, entretanto no maior diâmetro de ampliação
foramanal (lima Kerr #80) ocorre maior probabilidade de invaginação de tecido com
características ósseas.
Estefan et al. (2016) avaliaram a influência da idade e do diâmetro apical
no potencial regenerativo de dentes permanentes imaturos com necrose pulpar.
Foram selecionados 40 incisivos superiores de pacientes jovens que foram divididos
em 2 grupos de 20 de acordo com a idade dos pacientes: de 9 a 13 e de 14 a 18 anos.
Posteriormente, cada grupo foi subdividido em 2 subgrupos de acordo com o diâmetro
apical: entre 0,5 e 1 mm ou maior que 1 mm. Todos os casos foram submetidos a
procedimentos endodônticos regenerativos constando de irrigação copiosa com
NaOCl 2,6%, aplicação de pasta tri-antibiótica por 3 semanas, estímulo de
51
sangramento apical com lima K #50 atuando 2 mm além do forame e aplicação de
duplo selamento cervical com barreira de MTA e resina composta. Após o tratamento,
os pacientes foram acompanhados a cada 3 meses por um período de até 1 ano. Os
resultados mostraram sucesso radiográfico na maioria dos casos, com melhores
resultados no grupo de pacientes mais jovens e no subgrupo de maior diâmetro apical.
Os autores concluíram que pacientes mais jovens respondem melhor ao tratamento
regenerativo e que maiores diâmetros apicais favorecem um maior aumento na
espessura e comprimento radicular bem como no fechamento apical.
2.3 CLOREXIDINA GEL 2%
Ferraz et al. (2001) avaliaram in vitro a ação antimicrobiana da CLX gel 2%
em canais radiculares contaminados com E. faecalis e sua capacidade de limpeza
frente a outros irrigantes comumente empregados em Endodontia, tais como NaOCl
5,25% e a CLX líquida 2%, utilizando MEV. Os resultados mostraram que a CLX gel
produziu uma superfície radicular mais limpa e teve ação antimicrobiana semelhante
a das demais soluções testadas. Os autores concluíram que a CLX gel apresenta
potencial para ser usado como irrigante endodôntico por apresentar ação lubrificante,
baixa toxicidade e largo espectro antimicrobiano.
Tanomaru-Filho et al. (2002) avaliaram a resposta inflamatória a diferentes
soluções irrigadoras injetadas na cavidade peritoneal de ratos. Sessenta animais
foram divididos em três grupos de vinte que receberam respectivamente injeções
intraperitoneais de 0,3 ml de solução de NaOCl 0,5%, CLX 2% ou solução salina
tamponada (controle). Cinco animais de cada grupo foram sacrificados com 4, 24, 48h
e 7 dias após a injeção para contagem total e diferencial de células inflamatórias e
proteínas extravasadas. Os resultados mostraram que a solução de NaOCl 0,5%
apresentou a maior migração de células inflamatórias no período de 48h a 7 dias, bem
como um maior aumento de proteínas extravasadas entre 4 e 48h em comparação
com o grupo controle. Os autores concluíram que a CLX 2% apresentou reação
inflamatória de menor intensidade que o NaOCl 0,5%.
Gomes et al. (2003b) avaliaram a efetividade da CLX gel 2% e do Ca(OH)2
atuando isoladamente e associados como medicação intracanal contra E. faecalis.
52
Foram preparados 180 tubos de dentina a partir de incisivos bovinos, infectados com
E. faecalis por 7 dias. Os tubos foram então divididos em 4 grupos de acordo com a
medicação intracanal empregada: Gluconato de CLX gel 2% (n=45); Ca(OH)2 com
polietilenoglicol (n=45); Gluconato de CLX gel 2%+ Ca(OH)2 (n=45); e Caldo de
infusão de cérebro e coração – BHI (n=45 – controle). Fragmentos de dentina foram
removidos dos canais em 1, 2, 7, 15 e 30 dias e colocados em meio BHI para
verificação do crescimento microbiano. Os resultados evidenciaram que a CLX gel 2%
atuando isoladamente foi efetiva com 1, 2, 7 e 15 dias e somente não inibiu o
crescimento do E. faecalis no dia 30; o Ca(OH)2 não inibiu o crescimento microbiano
em nenhum tempo experimental; a combinação de CLX gel 2% e Ca(OH)2 foi 100%
efetiva após 1 e 2 dias, com redução de sua atividade antimicrobiana entre 7 e 15
dias. Os autores concluíram que a CLX gel 2% atuando isoladamente foi mais efetiva
contra E. faecalis, ressaltando que esta atividade é tempo-dependente.
Zamany et al. (2003) realizaram estudo in vivo para verificar se a adição de
CLX 2% ao protocolo convencional de irrigação com NaOCl 1% aumenta o índice de
sucesso na desinfeção do sistema de canais radiculares. Foram tratados 24 dentes
com polpa necrosada contaminada e periodontite apical empregando-se NaOCl 1%
como solução irrigadora. Posteriormente, de maneira aleatória, 12 dentes tiveram uma
irrigação final com CLX 2% e os demais receberam irrigação com solução salina.
Foram coletadas amostras antes e após a realização das irrigações utilizando-se o
meio tioglicolato sendo as mesmas incubadas por 4 semanas. Os resultados
mostraram que 7 dos 12 casos irrigados apenas com NaOCl 1% apresentaram
crescimento microbiano, enquanto que somente em 1 dos 12 casos nos quais se
acrescentou a CLX 2% foi possível verificar crescimento microbiano. Os autores
ressaltaram a importância clínica desses achados.
Vianna et al. (2004) investigaram in vitro a atividade antimicrobiana da CLX
e do NaOCl em diversas concentrações. Um teste de diluição em caldo foi realizado
para testar a capacidade da CLX a 0,2%, 1% e 2% (gel e líquido) e do NaOCl a 0,5%,
1%, 2,5%, 4% e 5,25% sendo avaliados os tempos requeridos para que os irrigantes
causassem morte das células microbianas. Os resultados mostraram que todos os
irrigantes eliminaram P. endodontalis, P. gingivalis e P. intermedia em 15s, mesmo
tempo levado para as formulações de CLX gel e líquido a 2% eliminarem S. aureus e
C. albicans. A CLX 2% gel matou E. faecalis em 1 min enquanto que na concentração
53
de 0,2% levou 2 horas. O tempo requerido para eliminação de todos os
microrganismos foi o mesmo tanto para a CLX líquida a 1% e 2%, quanto para o
NaOCl a 5,25%. Desta forma, os autores concluíram que a atividade antimicrobiana
é dependente do tipo, concentração e forma de apresentação dos irrigantes e também
da suscetibilidade microbiana.
Dametto et al. (2005) avaliaram in vitro a atividade antimicrobiana da CLX
gel 2% contra E. faecalis em comparação com CLX líquida 2% e NaOCl 5,25%.
Oitenta raízes de pré-molares inferiores humanos foram instrumentados,
autoclavados e contaminados por 7 dias com E. faecalis. Os dentes foram divididos
em grupos de acordo com as soluções irrigantes utilizadas durante o tratamento.
Foram colhidas amostras para análise microbiológica por contagem de unidades
formadoras de colônias em 3 momentos: inicial (antes do preparo), imediatamente
após a instrumentação e final (7 dias após o preparo biomecânico). Os resultados
mostraram que houve uma ação significativa da CLX gel 2% e da CLX líquida 2%
tanto nas amostras colhidas imediatamente após o tratamento quanto após 7 dias de
sua realização. O NaOCl 5,25% também apresentou ação imediata, entretanto não
manteve o resultado após 7 dias de tratamento. Os autores concluíram que a CLX 2%
(gel e líquida) apresenta ação mais efetiva contra E. faecalis que o NaOCl 5,25% após
7 dias de seu emprego no preparo dos canais radiculares.
Vaghela et al. (2011) realizaram estudo in vitro avaliando a desinfeção de
túbulos dentinários contaminados com E. faecalis e C. albicans após o emprego de
Ca(OH)2 com propilenoglicol, Ca(OH)2 com iodofórmio em óleo de silicone e CLX gel
2%. Os resultados mostraram que todos as medicações empregadas apresentaram
atividade antibacteriana e antifúngica, sendo que o Ca(OH)2 com propilenoglicol e a
CLX gel 2% tiveram a maior atividade antimicrobiana, sem diferença entre eles e o
Ca(OH)2 com iodofórmio em óleo de silicone e a CLX gel 2% tiveram a maior atividade
antifúngica, sem diferença entre eles.
Hamidi et al. (2012) avaliaram in vitro o efeito da CLX gel 1% e do Ca(OH)2
no selamento apical. Setenta dentes humanos foram instrumentados com a técnica
stepback e divididos em 3 grupos (n=20) de acordo com a medicação intracanal
aplicada: Ca(OH)2; CLX 1%; e Grupo controle (sem medicação intracanal), sendo os
10 dentes remanescentes utilizados como controle positivo e negativo de infiltração.
54
Após 7 dias da realização do preparo, as medicações foram removidas e os dentes
obturados. A capacidade de selamento apical foi testada por meio de microinfiltração
e os resultados mostraram que o Ca(OH)2 teve menor infiltração apical que a CLX gel
1%, sem diferença entre esses grupos e o grupo controle. Os autores concluíram o
emprego de medicação com Ca(OH)2 pode diminuir a infiltração apical em obturações
com guta percha quando o cimento AH26 é empregado, enquanto que o uso da CLX
pode aumentar a infiltração.
Gomes et al. (2013) realizaram uma ampla revisão sobre o uso da CLX em
medicina e odontologia, abordando aspectos relativos à sua estrutura química; forma
de apresentação e armazenamento; mecanismo de ação; atividade antimicrobiana;
efeitos sobre biofilmes e endotoxinas; efeitos sobre a infiltração microbiana coronal e
apical; capacidade de dissolução de tecido; interação com irrigantes; efeitos sobre a
adesão dentinária; utilização como substância irrigadora ou medicação intracanal.
Também foram verificados seus possíveis efeitos adversos, incluindo citotoxicidade e
genotoxicidade. Os autores justificaram o emprego da CLX gel 2% como substância
irrigadora ou medicação intracanal por sua atividade antimicrobiana de amplo
expectro com ação residual (substantividade) e por apresentar citotoxicidade mais
baixa que a do NaOCl. É destacado também o eficiente desempenho clínico da
substância, especialmente no que se refere a ação lubrificante e ação reológica
(manutenção dos detritos em suspensão). Por suas propriedades gerais, a CLX foi
apontada como uma alternativa viável ao NaOCl, especialmente em casos de ápice
aberto, ampliação do forame, reabsorção radicular e perfuração de raiz.
2.4 HIDRÓXIDO DE CÁLCIO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL
Leonardo et al. (2002) avaliaram o reparo periapical após o uso de curativo
de Ca(OH)2 em dentes de cães com lesões periapicais induzidas. Foram selecionados
61 canais de 4 cães que tiveram suas polpas removidas e o canal deixado exposto ao
meio bucal para contaminação. Após 45 dias, os canais foram preparados pela técnica
coroa-ápice empregando NaOCl 5,25% como solução irrigadora. O batente apical foi
estabelecido a 2 mm aquém do ápice e forame apical foi ampliado em todos os casos.
Concluída esta fase, metade dos dentes recebeu Ca(OH)2 intracanal e outra metade
55
ficou sem medicação. A análise histopatológica foi realizada com 7, 15 e 30 dias e os
resultados mostraram um melhor reparo apical nos grupos com aplicação de curativo
de Ca(OH)2 por 15 e 30 dias. Os piores resultados ocorreram no grupo com 7 dias e
no grupo controle. Nos grupos com 7 e 15 dias foi verificada inflamação e
espessamento ligamentar severo, enquanto que nos grupos com 7 dias foram
observadas reabsorções cementária e óssea ativas. Após 30 dias pode-se observar
inflamação branda e moderado espessamento ligamentar. Os autores concluíram que
a alta alcalinidade e a atividade antibacteriana do Ca(OH)2 interferiram na redução da
reação inflamatória.
Gomes et al. (2002) estudaram a suscetibilidade de alguns microrganismos
comumente isolados em canais radiculares ao Ca(OH)2 associado a diferentes
veículos: Água estéril destilada; Soro; Anestésico sem vasoconstritor; Glicerina;
Polietilenoglicol (pasta Calen); PMCC; e PMCC + glicerina. Os resultados mostraram
que o Ca(OH)2 apresentou maior efeito antimicrobiano quando associado ao PMCC +
glicerina, seguida pelo PMCC, glicerina, anestésico, soro, água e polietilenoglicol. Os
autores concluíram que as bactérias anaeróbias Gram-negativas são mais suscetíveis
às pastas de Ca(OH)2 que as Gram-positivas facultativas e também que veículo
utilizado afeta a capacidade de difusão e a atividade antimicrobiana do Ca(OH)2.
Gomes et al. (2003a) avaliaram in vitro o tempo necessário para
recontaminação do selamento coronário de canais radiculares medicados com
Ca(OH)2, clorexidina gel 2% e de uma combinação destas 2 medicações. Foram
selecionados 80 pré-molares livres de cárie e com ápices completamente formados.
Destes dentes, 75 receberam preparo biomecânico sendo em seguida divididos
randomicamente em 9 grupos de acordo com a medicação intracanal aplicada,
recebendo posteriormente selamento coronário com IRM, da forma a seguir: grupo 1-
medicação gel de clorexidina 2%, sem selamento coronário (n=10); grupo 2-
medicação Ca(OH)2, sem selamento coronário (n=10); grupo 3- medicação Ca(OH)2
+ clorexidina gel 2%, sem selamento coronário (n=10); grupo 4- medicação gel de
clorexidina 2%, selado coronariamente (n=10); grupo 5- medicação gel de Ca(OH)2,
selado coronariamente (n=10); grupo 6- medicação de Ca(OH)2 + gel de clorexidina
2%, selado coronariamente (n=10); grupo 7- sem medicação intracanal, selado
coronariamente (n=10); grupo 8- sem medicação intracanal, sem selamento coronário,
usados como controle positivo (n=5) e grupo 9- com coroas intactas, usados como
56
controle negativo (n=5). Os dentes foram incubados e o crescimento bacteriano
checado diariamente. Os resultados mostraram haver diferença estatística
significativa entre os grupos que receberam selamento coronário e os que não
receberam, sem que houvesse diferença entre as medicações empregadas. Os
autores concluíram que o selamento coronário atrasa, mas não impede a
recontaminação dos canais radiculares.
Pacios et al. (2004) buscaram avaliar a influência do veículo no pH das
pastas de Ca(OH)2. Cento e oitenta dentes foram preparados e obturados com pastas
de Ca(OH)2 contendo água destilada, CLX, propilenoglicol, solução anestésica, PMCC
e PMCC +propilenoglicol. O pH das pastas foi mensurado in vivo e in vitro nos dias 7,
14 e 21. O pH das pastas manteve-se estável ao longo do tempo, sendo que o
Ca(OH)2 com água apresentou o maior pH in vivo, e PMCC e PMCC com
propilenoglicol os mais altos in vitro. Os autores concluíram que o tipo de veículo
influencia o pH final das pastas, porém, qualquer um dos veículos é satisfatório para
uso como medicamento intracanal.
Waltimo et al. (2005) avaliaram a eficácia clínica do emprego de Ca(OH)2
como curativo de demora no reparo de lesões periapicais. 50 dentes diagnosticados
com periodontite apical crônica foram distribuídos em 3 grupos de acordo com o
tratamento realizado: Sessão única sem uso de medicação (n=20); aplicação de
Ca(OH)2 por 7 dias (n=18); e canal mantido vazio e selados por uma semana (n=12).
No decorrer de cada atendimento foram coletadas amostras microbiológicas em dois
momentos, após a realização do acesso coronário e após o preparo biomecânico e
irrigação com NaOCl 2,5%. Foram feitos acompanhamentos radiográficos para
avaliação do reparo periapical com 4, 12, 26 e 52 semanas do término do tratamento.
A análise microbiológica mostrou que na primeira sessão todos os canais
apresentavam contaminação bacteriana após o acesso e que após irrigação com
NaOCl 2,5%, sendo que cada grupo mostrou crescimento microbiano de 20%, 22% e
33%, respectivamente. Na segunda sessão, após o acesso 33% dos canais com
Ca(OH)2 e 67% dos canais deixados vazios apresentavam bactérias, enquanto que
após a irrigação com NaOCl 2,5% somente 2 canais permaneceram contaminados. O
acompanhamento radiográfico não apontou diferença significativa entre os grupos,
entretanto a cicatrização apical observada após 52 semanas era significantemente
melhor nos casos onde não foram encontradas culturas positivas quando da
57
obturação dos canais. Os autores concluíram que a ação antimicrobiana do Ca(OH)2
não foi a esperada na desinfecção do sistema de canais radiculares e sugerem novas
investigações clínicas sobre seu uso associado à clorexidina.
Gomes et al. (2006) investigaram in vitro a ação antimicrobiana da
associação de hidróxido de cálcio e clorexidina gel 2% contra patógenos
endodônticos, comparando resultados com os alcançados pela associação do
Ca(OH)2 e água destilada e CLX gel 2% atuando isoladamente. Para tanto
empregaram os métodos de difusão em ágar e de contato direto. Os resultados
mostraram que a associação Ca(OH)2 e CLX gel 2% produziram halos inibitórios entre
2,84 e 6,5 mm e eliminaram todos os microrganismos testados entre 30 segundos e 6
horas. A CLX gel 2% apresentou os maiores halos inibitórios, entre 4,33 e 21,67 mm
e eliminou todos os microrganismos testados em menos de 1 minuto. A pasta de
Ca(OH)2 e água destilada inibiu apenas os microrganismos com os quais estava em
contato direto e levou entre 30 segundos e 24 horas para eliminar todos os
microrganismos testados. Os autores concluíram que a associação Ca(OH)2 e CLX
gel 2% apresentou melhor atividade antimicrobiana que a pasta de Ca(OH)2 e água
destilada.
Sathorn et al. (2007) realizaram uma revisão sistemática e meta-análise
sobre a eficácia antibacteriana do Ca(OH)2 como medicação intracanal. Os oito
estudos incluídos, em um total de 257 casos, comparavam as alterações
microbiológicas de canais radiculares antes e depois do uso do Ca(OH)2. Os estudos
realizaram coletas microbiológicas antes e depois do preparo do canal e após a
medicação. A neutralização do Ca(OH)2 foi feita com ácido cítrico. Somente 2 dos 8
estudos não demonstraram redução significativa no número de canais com bactérias
após a medicação. Os autores concluíram que o Ca(OH)2 tem efetividade limitada na
eliminação de bactérias dos canais radiculares quando avaliada por técnicas de
cultura.
Cehreli et al. (2011) avaliaram uma série de casos compreendendo seis
pacientes entre 8 e 11 anos, portadores de molares com ápices incompletamente
formados e apresentando necrose pulpar. Foram realizados tratamentos de
revascularização pulpar com aplicação de Ca(OH)2 como medicação intracanal por 21
dias. Após este período, a medicação era removida por copiosa irrigação com NaOCl
58
2,5%, os canais eram secos e feita a estimulação do sangramento apical com lima
tipo Kerr #15. Os dentes receberam selamento coronário com MTA e cimento de
ionômero de vidro e posteriormente foram restaurados com resina composta ou
amálgama. Após um período de 10 meses, todos os pacientes se encontravam
clinicamente assintomáticos, os dentes apresentavam continuidade do
desenvolvimento apical e reparo periapical completo evidenciados radiograficamente.
Os autores concluíram que o procedimento de revascularização pulpar com o
emprego de Ca(OH)2 como medicação intracanal apresentou resultados favoráveis
nos casos acompanhados.
2.5 AGREGADO DE TRIÓXIDO MINERAL (MTA)
Lee et al. (1993) avaliaram a capacidade de selamento do Agregado de
Trióxido Mineral (MTA) no reparo de perfurações radiculares laterais. Foram
realizadas perfurações laterais nas raízes de 50 dentes extraídos que posteriormente
foram divididos de forma aleatória em 4 grupos de acordo com o material a ser
aplicado para o vedamento das perfurações: grupo 1 – 15 dentes com amálgama,
grupo 2 – 15 dentes com IRM, grupo 3 – 15 dentes com MTA e grupo 4 – 5 dentes
sem vedamento (controle). Após a aplicação dos materiais, os dentes foram deixados
imersos em solução salina para simular condições clínicas por 4 semanas e foram
então coradas com azul de metileno durante 48 h, seccionados e examinados sob
microscopia. Os resultados mostraram que o MTA apresentou uma microinfiltração do
corante significantemente menor que o IRM ou amálgama, assim como uma menor
tendência de extravasamento em relação aos demais materiais testados.
Torabinejad e Chivian (1999) fizeram um relato das aplicações clínicas do
MTA, ressaltando seu potencial como material restaurador endodôntico por
apresentar características tais como prevenir a microinfiltração, sua
biocompatibilidade e promover a regeneração dos tecidos quando colocado em
contato com a polpa ou tecidos periapicais. Os autores concluíram que tais
características permitiriam o emprego do MTA em procedimentos clínicos como o
capeamento pulpar, plug apical, reparação de perfurações radiculares e como material
de retro-obturador.
59
Koh et al. (1998) avaliaram a resposta celular ao MTA por meio do estudo
da citomorfologia dos osteoblastos e da produção de citocinas na presença deste
material. Osteoblastos foram semeados na presença de MTA e IRM e incubados por
7 dias. Após este período, foram observados por microscopia eletrônica de varredura
quando puderam ser visualizadas células saudáveis em contato com o MTA. O teste
de ELISA mostrou níveis aumentados de interleucinas na presença do MTA, o que
não ocorreu na presença do IRM. Os autores concluíram que o MTA oferece um
substrato biologicamente ativo para células ósseas e estimula a produção de
interleucinas.
Faraco Jr e Holland (2001) avaliaram em dentes de cães a resposta ao
capeamento pulpar com o emprego de MTA e de cimento de Ca(OH)2 (Dycal). Foram
realizadas exposições pulpares em 30 dentes, sendo os mesmos divididos
aleatoriamente em dois grupos de 15 para receberam capeamentos pulpares com os
materiais estudados. A análise histopatológica após 60 dias demonstrou que o MTA
permitiu a formação de pontes completas de tecido duro em todos os dentes de seu
grupo, sem presença de infiltrado inflamatório ou microrganismos. No grupo do Dycal,
apenas cinco espécimes apresentavam pontes completas de tecido duro e 12
espécimes apresentavam reação inflamatória crônica em diferentes níveis de
intensidade e extensão. Os autores concluíram que o MTA apresenta características
semelhantes às do Ca(OH)2 entretanto apresenta vantagem sobre este último nos
procedimentos de capeamento pulpar por promover um selamento de melhor
qualidade e que impede a infiltração bacteriana.
Faraco Jr e Holland (2004) realizaram estudo em cães avaliando a resposta
pulpar ao MTA branco empregado como agente capeador. As polpas de quinze dentes
foram expostas experimentalmente e capeadas com este material. Após 60 dias os
animais foram sacrificados e a análise histomorfológica demonstrou formação
completa de ponte de tecido duro em todos os espécimes. Apenas dois espécimes
apresentaram inflamação pulpar. Os autores concluíram que o MTA branco apresenta
mecanismo de ação semelhante ao do MTA cinza, podendo ser considerado efetivo
como material para capeamento pulpar.
Parirokh et al. (2005) fizeram um estudo comparativo entre o MTA cinza e
o MTA branco como agente capeador pulpar. Foram utilizados 24 dentes de 4 cães
60
que tiveram suas polpas expostas por acesso coronário na face vestibular. Os dentes
foram divididos e cada grupo teve as cavidades preenchidas com um tipo de MTA. A
análise histológica realizada demonstrou a formação de ponte calcificada após1
semana do tratamento para os dois tipos de MTA, sem diferença significativa entre os
grupos.
Oviir et al. (2006) avaliaram in vitro os efeitos do MTA cinza e branco na
proliferação celular. Foram utilizados cementoblastos Murinos imortalizados
(OCCM.30) e queratinócitos imortalizados (OKF6/TERT1), que foram cultivados sobre
MTA branco e cinza por um período de 72h. Este cultivo foi realizado em dois
momentos após a presa do material: 24h e 12 dias. Os resultados obtidos
demonstraram que o MTA branco ocasionou um estimulo maior à proliferação dos
cementoblastos OCCM.30 do que dos queratinócitos OKF6/TERT1 e do grupo
controle (sem MTA). Foi observado um melhor crescimento para os dois tipos de
células sobre a superfície do MTA branco, assim como ambos os tipos de células
mostraram uma proliferação significativamente maior com 12 dias de presa do que
com 24h no MTA cinza. Os autores concluíram que tanto o MTA cinza quanto o branco
favorecem a regeneração de tecido após o selamento de perfuração radicular, embora
o MTA branco tenha apresentado maior biocompatibilidade.
Vanderweele et al. (2006) realizaram um estudo in vitro avaliando a
resistência ao deslocamento do MTA branco quando contaminado com sangue.
Foram utilizados 125 molares que foram divididos em 12 grupos experimentais com
10 espécimes cada e um grupo controle com 5 dentes. As perfurações realizadas nas
furcas dos dentes dos grupos experimentais foram posteriormente reparadas com
MTA branco, com e sem contaminação sanguínea, misturado à água estéril, lidocaína,
ou solução salina. Os dentes do grupo controle não foram perfurados. Os dentes foram
submetidos ao teste de Instron após 24h, 72h e 7 dias e os resultados mostraram que
a contaminação sanguínea diminuiu a resistência ao deslocamento do MTA, indicando
a necessidade do controle da hemorragia e da limpeza das paredes da perfuração
antes da inserção deste material. Também foi verificado que o veículo empregado
com o MTA não interferiu no resultado e que a realização de restauração coronária
com no mínimo 72h após a inserção do MTA diminui as chances de seu deslocamento,
devendo-se também evitar o emprego de forças excessivas diretamente sobre este
material.
61
Nandini et al. (2007) avaliaram a influência do cimento de ionômero de
vidro (CIV) no tempo de presa do MTA. Foram utilizados 40 moldes ocos de vidro,
divididos em quatro grupos de 10, nos quais o MTA foi aplicado da seguinte forma:
Grupo I - MTA recoberto por camada de CIV após 45min; Grupo II - MTA recoberto
por camada de CIV após 4h; Grupo III - MTA recoberto por camada de CIV após 3
dias; Grupo IV - MTA não foi recoberto por camada de CIV (grupo controle). Os
espécimes foram escaneados por Espectroscopia a Laser Raman (LRS), em vários
intervalos de tempo, e os resultados demonstraram que a aplicação do CIV sobre o
MTA, após 45 minutos, não afetou sua reação de presa, e também que sais de cálcio
podem ser formados na interface desses dois materiais (MTA e CIV).
Holland et al. (2007) realizaram estudo em dentes de cães sobre o efeito
do MTA no reparo de perfurações laterais na ausência ou presença de contaminação.
Foram utilizados 30 dentes de cães tratados endodonticamente que tiveram suas
raízes perfuradas lateralmente e divididos igualmente em 3 grupos experimentais:
Grupo I - Perfurações obturadas imediatamente com MTA; Grupo II - Perfurações
deixadas expostas ao meio oral por sete dias e posteriormente eram obturadas com
MTA; Grupo III - Perfurações deixadas expostas ao meio oral por sete dias, recebiam
como medicação intracanal uma pasta de Ca(OH)2 por 14 dias e posteriormente eram
obturadas com MTA. Após 90 dias os animais foram sacrificados e a análise
histopatológica demonstrou que o MTA apresentou melhor resposta quando aplicado
na ausência de contaminação. Também foi observado que a pasta de Ca(OH)2 não
melhorou o reparo das perfurações expostas à contaminação.
Mente et al. (2010) avaliaram o resultado do tratamento com MTA em 26
pacientes com dentes que haviam sofrido perfurações radiculares. Os tratamentos
foram realizados por estudantes de graduação supervisionados (29%), dentistas
clínicos gerais (52%) ou especialistas em Endodontia (19%), todos utilizando
microscopia clínica. Examinadores calibrados avaliaram os resultados clínicos e
radiográficos após um período que variou entre 12 e 65 meses da realização do
tratamento, com uma taxa de retorno de 81% dos pacientes. Dos 21 dentes
examinados, 18 apresentaram reparo (86%). Os autores concluíram que o MTA
apresenta efetividade a longo prazo no tratamento de perfurações radiculares.
62
3 PROPOSIÇÃO
O propósito deste estudo foi analisar histologicamente a invaginação
tecidual ocorrida após procedimentos de revitalização do espaço do canal radicular
realizados em sessão única e com o emprego de dois protocolos de medicação
intracanal utilizando clorexidina gel 2% pura ou associada a hidróxido de cácio,
executados em dentes de cães com ápices completamente formados submetidos a
ampliação foraminal, com polpa necrosada e lesão periapical.
63
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 INFORMAÇÕES GERAIS
A parte experimental deste trabalho foi realizada no Biotério da Faculdade
de Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP, o processamento das peças e
lâminas para análise histológica foi realizado no Laboratório de Pesquisa da disciplina
de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP e a análise e
aquisição das imagens foi realizada no Laboratório de Propedêutica da Faculdade de
Odontologia da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
Os procedimentos experimentais realizados, descritos anteriormente por
Marion (2013) e Manhães (2015), respeitaram os princípios éticos na experimentação
animal adotados pela Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório
(SBCAL), sendo aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais
CEUA/UNIFOR, sob o Parecer de número 011/2014 em 19 de novembro de 2014
(Anexo 1).
O modelo experimental utilizado foi o cão da raça Beagle, com animais
fornecidos pelo Instituto de Educação para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Tecnológica – Royal (Rod. Raposo Tavares, S/No – KM 56 – São Roque – SP – C.P.
291 – CNPJ 07.196.513/0001-69 – Fone: 11 4714-1040). Foram adquiridos 02 (dois)
animais machos de mesma ninhada, de pelagem tricolor, com idade de dois anos e
peso aproximado de 14 Kg. Cada animal havia recebido um microship subcutâneo
para identificação (Cão 1 - Microship: 350601 – Anexo 2 e Cão 2 - Microship: 357087
– Anexo 3). Os cães estavam devidamente vacinados com anti-rábica (Rai-VacR I –
FORT DODGE Animal Health, USA), vermifugados (VanguardR HTLP 5/CV-L - Pfizer
Animal Health, USA) e não apresentavam complicações sistêmicas, segundo os
laudos do biomédico Marcelo Corral – CRBM 1016 e da médica veterinária Mariana
Raposo – CRMV 24792. Após seu recebimento, os animais foram submetidos a
período de quarentena e posteriormente reavaliados, permanecendo sem apresentar
alterações sistêmicas ou dentárias perceptíveis aos exames clínico e radiográfico.
Durante o período experimental, os animais permaneceram instalados em
celas independentes, limpas e ventiladas, recebendo alimentação à base de ração
64
balanceada (Ração Max Performace – Total Alimentos – Três Corações – MG, Brasil)
e água potável à vontade.
Com o intuito de evitar acidentes e complicações transoperatórias,
aproximadamente 12 horas antes dos procedimentos de anestesia geral e operatórios
os animais foram submetidos a jejum, voltando a serem alimentados somente após
seu restabelecimento pós-operatório.
Para que houvesse a distribuição equitativa dos grupos experimentais, a
seleção dos dentes dos animais foi realizada de acordo com os critérios estabelecidos
para estudo experimental de boca dividida (Susin e Rösing, 2004) em dentes de cães,
tendo sido selecionados 28 dentes e 48 raízes.
Para avaliação inicial das condições dos canais radiculares e tecidos
periapicais dos dentes selecionados foram realizadas tomadas radiográficas
periapicais com a utilização de aparelho de raios-X odontológico (Modelo Time-X 66,
Gnatus Equipamentos Médico-Odontológicos Ltda., Ribeirão Preto – SP, Brasil) com
tempo de exposição padronizado em 0,5 segundos. O filme radiográfico utilizado foi
Ultra-Speed (Eastman Kodak, Rochester, NY – USA) e o processamento de revelação
foi realizado em câmara escura portátil (Odontologic Indústria e Comércio Ltda., São
Paulo – SP, Brasil), por meio do método de tempo x temperatura em revelador e
fixador radiográficos (Eastman Kodak Company, Rochester, NY – USA). As tomadas
radiográficas foram executadas pela Técnica da Bissetriz e serviram como
radiografias iniciais do tratamento.
Em todas as sessões, para que pudesse ser realizado o ato cirúrgico,
houve a presença do médico veterinário Carlos Gilberto Zanete Mader CRMV-SP
3898. Os animais foram anestesiados com uma injeção intramuscular constituída pela
combinação das seguintes drogas: sulfato de xilazina (Dopaser® – Laboratório Calier
S.A., Barcelona – Espanha), na dosagem de 0,05 mL/kg, e cloridrato de tiletamina
associado ao cloridrato de zolazepan (Zoletil® 50, Virbac do Brasil, Indústria e
Comércio Ltda., São Paulo – SP, Brasil), na dosagem de 0,2 mL/kg. Quando
necessário houve suplementação anestésica com ¼ da dosagem inicial,
endovenosamente, a fim de manter o efeito anestésico durante todo o período
operatório, sempre observando os sinais vitais e reflexos do animal.
65
Para se obter o vaso acessível e mantê-lo canulado utilizou-se um
dispositivo para infusão intravenosa (scalp) BD Asepto® no 21 (Becton Dickinson Ind.
Cir. Ltda, Juiz de Fora – MG, Brasil), por onde se administrou uma solução de Ringer
com Lactato de Sódio (JP Indústria Farmacêutica S.A., Ribeirão Preto – SP, Brasil)
durante todo o período operatório com o intuito de manter o animal hidratado. O
mesmo acesso também foi utilizado quando necessária a administração suplementar
do anestésico. O pós-operatório foi acompanhado da administração de cloridrato de
tramadol (Tramal® 50, Laboratórios Pfizer Ltda., Guarulhos – SP, Brasil) na dosagem
de 0,02 mL/Kg, com o propósito de evitar qualquer sintomatologia dolorosa ao cão.
Todo o instrumental clínico utilizado (limas, brocas, espelhos, pinças,
espaçadores, calcadores, etc), bem como gaze, algodão e campos de tecido de
algodão foram esterilizados em autoclave (Modelo Cristófoli H 3000 – Cristófoli
Equipamentos de Biossegurança Ltda., Campo Mourão – PR, Brasil) a 135ºC, por 20
minutos.
4.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS
De acordo com o projeto proposto, foram selecionados 28 dentes e 48
raízes sendo estas posteriormente divididas, resultando na formação de três grupos
experimentais (G.1, G.2 e G.3) com 14 canais radiculares cada e um grupo controle
(G.4) com 6 canais.
A distribuição dos espécimes dentais nos grupos experimentais foi
realizada de maneira uniforme nos 2 cães, conforme Quadro 1.
66
Grupos / Dentes G.1 G.2 G.3 G.4
Incisivo Central Superior 1 (1 canal) 1 (1 canal) 1 (1 canal) 1 (1 canal)
Incisivo Medial Superior 1 (1 canal) 1 (1 canal) 1 (1 canal) 1 (1 canal)
2 Pré-molar Superior 1 (2 canais) 2 (4 canais) 1 (2 canais) -
3 Pré-molar Superior 2 (4 canais) 1 (2 canais) 1 (2 canais) -
2 Pré-molar Inferior 1 (2 canais) 1 (2 canais) 1 (2 canais) 1 (2 canais)
3 Pré-molar Inferior 1 (2 canais) 1 (2 canais) 1 (2 canais) 1 (2 canais)
4 Pré-molar Inferior 1 (2 canais) 1 (2 canais) 2 (4 canais) -
Total 14 canais 14 canais 14 canais 6 canais
Quadro 1. Distribuição dos espécimes dentais nos grupos experimentais (G.1, G.2,
G.3) e controle (G.4).
4.2.1 Grupos experimentais e controle
Para cada grupo experimental (G.1, G.2 e G.3) ou controle (G.4) foram
determinados procedimentos específicos, realizados no decorrer de um período total
de 390 dias, sendo destes 180 dias referentes à proservação. A linha do tempo abaixo
representa a ordem de ocorrência em que foram realizados os procedimentos
experimentais em cada grupo. As intervenções realizadas nos cães podem ser melhor
visualizadas na Figura 1.
180 dias 30 dias 180 dias
Indução das lesões Procedimentos endodônticos; Indução do coágulo Eutanásia
em G.1, G.2 e G.3 aplicação da medicação em G.1 e G.2 e das dos cães
intracanal em G.1 e G.2, lesões em G.4
indução do coágulo em G.3
67
Figura 1. Linha do tempo para visualização das intervenções realizadas nos cães.
68
Desta forma, após os canais radiculares dos grupos experimentais terem
permanecido expostos ao meio oral por 180 dias para serem contaminados e
induzidas as lesões periapicais, cada grupo recebeu procedimentos descritos de
maneira resumida no Quadro 2, com toda sequência sendo detalhada a seguir.
GRUPOS CONDIÇÕES DO
TRATAMENTO
SUSBSTÂNCIA
QUÏMICA AUXILIAR
PARA O PREPARO
BIOMECÂNICO
P
PQC
TOTAL DE
CANAIS
GR
UP
OS
E
XP
ER
IME
NT
AIS
G.1 Instrumentação,
aplicação de CLX gel 2%
por 30 dias e indução de
coágulo sanguíneo nos
canais.
CLX gel 2% + Soro
Fisiológico
#
60 14 canais
G.2 Instrumentação,
aplicação de Ca (OH)2 +
CLX gel 2% por 30 dias e
indução de coágulo
sanguíneo nos canais.
CLX gel 2% + Soro
Fisiológico
#
60 14 canais
G.3 Instrumentação,
finalizada em sessão única
e indução de coágulo
sanguíneo nos canais.
CLX gel 2% + Soro
Fisiológico
#
60 14 canais
GR
UP
O
CO
NT
RO
LE
G.4 Extirpação pulpar e
canais expostos ao meio
oral para indução de
lesões apicais
Soro Fisiológico - 06 canais
48 canais
Quadro 2: Resumo dos procedimentos realizados nos 4 grupos.
69
4.3 INDUÇÃO DAS LESÕES PERIAPICAIS
Distribuídos os espécimes dentais nos grupos experimentais e controle,
deu-se início ao período experimental. Neste momento foram realizadas tomadas
radiográficas periapicais para comprovação da normalidade das estruturas dentais e
circunvizinhas e em seguida realizadas as aberturas coronárias dos dentes
selecionados em G.1, G.2 e G.3, para a indução das lesões periapicais.
Em dentes unirradiculares, o ponto de eleição para o do acesso à câmara
pulpar foi definido na parte central de suas faces incisais. Nesta localização,
empregando ponta esférica diamantada nº 1011 (KG Sorensen Ind. Com. Ltda.,
Barueri – SP, Brasil), acionada em alta rotação, sob intensa refrigeração e atuando
paralela ao longo eixo do dente, foi realizado o desgaste até atingir a polpa.
Quando o dente possuía mais de uma raiz, o acesso era iniciado com ponta
diamantada tronco-cônica nº 3082 de extremidade inativa (KG Sorensen Indústria e
Comércio Ltda. Barueri – SP, Brasil), acionada em alta rotação e refrigerada com ar e
água, com a qual removia-se a ponta da cúspide central com corte perpendicular ao
longo eixo do dente. A parte central da área dentinária exposta por este corte era
definida como o ponto de eleição para o acesso à câmara pulpar. Utilizando-se ponta
esférica diamantada nº 1011, acionada em alta rotação e sob intensa refrigeração,
atuando paralela ao longo eixo do dente, foi iniciado o desgaste em direção ao corno
pulpar mais proeminente, localizado logo abaixo desta área. Quando a polpa foi
alcançada, a ponta diamantada era substituída novamente pela de número 3082
inclinando-se esta ponta em direção aos canais mesial e distal eram realizados
movimentos pendulares neste sentido. Desta forma foi obtida a remoção do teto da
câmara pulpar, dando a conformação apropriada à cavidade, de acordo com a
anatomia interna do dente e proporcionando uma abertura oclusal. Com este protocolo
conseguiram-se aberturas padronizadas em largura mésio-distal e em profundidade
até o assoalho da câmara pulpar.
Após a abertura coronária, limas tipo Kerr #10 ou 15 (Maillefer Instruments
S.A., Ballaigues – Switzerland) foram empregadas no cateterismo dos canais
radiculares e em seguida as polpas foram removidas com o auxílio de extirpa-nervos
70
(Maillefer Instruments – S.A – Ballaigues, Switzerland) de dimensões compatíveis com
o volume das mesmas.
A seguir, com lima tipo Kerr #20 (Maillefer Instruments S.A., Ballaigues –
Switzerland), foi efetuada a exploração e a limpeza dos canais até atingir o platô apical
que não teve seu rompimento realizado nesta etapa do experimento para que restos
de ração ou outras impurezas não atingissem áreas do ligamento periapical. Os canais
permaneceram expostos nessas condições ao meio bucal por um período de 180 dias
para que, nos grupos G.1, G.2 e G.3, pudesse ser detectada radiograficamente a
presença da área radiolúcida junto ao ápice dos dentes selecionados, e ainda no
grupo Controle, histologicamente, a confirmação da presença de inflamação. Cumpre
salientar que a indução das lesões periapicais no grupo controle (G.4) foi realizada
em momento distinto dos grupos experimentais de forma que, quando do
processamento histológico das peças, seu período de exposição ao meio bucal (180
dias) coincidisse com o que os demais grupos experimentais foram submetidos até o
início dos procedimentos endodônticos.
4.4 PROCEDIMENTOS ENDODÔNTICOS
Passados os 180 dias de exposição ao meio oral dos canais radiculares
dos três grupos experimentais de necropulpectomia (G.1, G.2 e G.3) e, detectadas
radiograficamente as lesões periapicais, foi realizado o preparo químico-mecânico nos
grupos G.1 e G.2 com aplicação por 30 dias da respectiva medicação intracanal. Neste
mesmo momento, o grupo experimental G.3 recebeu todo o procedimento
experimental em sessão única, sem medicação intracanal e com preenchimento
imediato dos canais com coágulo sanguíneo. Após 30 dias, quando da remoção da
medicação intracanal e indução do coágulo nos grupos experimentais G.1 e G.2, os
canais do grupo controle também foram expostos ao meio oral para contaminação e
indução das lesões periapicais.
Nas sessões onde foram executados os tratamentos endodônticos, antes
do início dos procedimentos foi realizada a anestesia do animal e na sequência foi
feita a delimitação do campo operatório com um campo de tecido de algodão
fenestrado e estéril. Quando necessário, foi realizada a remoção do tártaro das coroas
71
clínicas dos dentes por meio de raspagem com curetas periodontais (Maxter, Marília
– SP, Brasil) e polimento com pasta profilática Herjos (Vigodent S.A. Indústria e
Comércio, Rio de Janeiro – RJ, Brasil) e taça de borracha (KG Sorensen Indústria e
Comércio Ltda., Barueri – SP, Brasil). Em seguida realizou-se a antissepsia da
cavidade oral com o auxílio de um chumaço de algodão embebido em
polivinilpirrolidona iodado (PVP-I Laboriodine Tópico – Glicolabor Indústria
Farmacêutica Ltda., Canoas – RS, Brasil).
Em seguida procedeu-se a instalação de isolamento absoluto com dique
de borracha (Madeitex Indústria e Comércio de Artefatos de Látex Ltda., São José dos
Campos – SP, Brasil) montado em arco de Young (JON – Industria e Comércio de
Produtos Odontológicos Ltda., São Paulo – SP, Brasil). Foram feitas marcações no
dique de borracha indicando a posição dos dentes a serem tratados e em seguida
essas marcações foram perfuradas por uma pinça perfuradora (Golgran Ind. Com.
Instr. Odontológicos Ltda., São Paulo – SP, Brasil). A apliacação do dique de borracha
foi realizada com o auxílio de grampos de isolamento para pré-molares humanos (SS
White – USA) e pinça porta-grampos (Golgran Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda.,
São Paulo – SP, Brasil). Quando necessário, nas margens entre a gengiva e o dique
foi aplicado o éster de cianoacrilato (Super Bonder - Henkel Ltda, Itapevi – SP, Brasil)
para prevenir a infiltração de saliva. Nos dentes anteriores (incisivos centrais e
mediais), o isolamento foi realizado sem o uso dos grampos, apenas com a aplicação
do éster de cianoacrilato entre o dique de borracha e a mucosa gengival. Uma vez
instalado o dique de borracha, quando necessário, ainda foi utilizada resina
fotopolimerizável (Top Dam – FGM Produtos Odontológicos, Joinville – SC, Brasil)
com a finalidade de melhorar a qualidade do isolamento absoluto realizado. Na
sequência procedeu-se a antissepsia do campo operatório com CLX gel 2%
(Essencial Pharma, Itapetininga – SP, Brasil).
Após esse protocolo inicial, nos dentes dos grupos G.1 e G.2 foi realizada
a remoção de detritos do interior câmara pulpar com curetas (MAXTER, Marília – SP,
Brasil), seguida de abundante irrigação com solução fisiológica (JP Industrial
Farmacêutica S.A., Ribeirão Preto – SP, Brasil).
Na seqüência iniciou-se a exploração e limpeza do canal radicular por meio
da introdução de uma lima K # 10 (Maillefer Instruments S.A. – Ballaigues, Switzerland)
72
até que por sensibilidade tátil fosse localizado o platô apical, posicionado geralmente
de 1 a 2 mm aquém do ápice radicular. Após a limpeza do canal radicular, uma lima
compatível com o seu diâmetro era introduzida até o limite do platô apical e mantida
nesta posição para que fosse feita uma tomada radiográfica periapical para confirmação
da odontometria.
A seguir, os canais radiculares foram submetidos ao preparo biomecânico
obedecendo os princípios da técnica Crown-Down. Assim, o terço cervical e médio
foram dilatados com brocas Gates Glidden (Maillefer Instruments S.A., Ballaigues –
Switzerland) nº 4, 3 e 2 em ordem decrescente e ao se chegar no terço apical
continuou-se o avanço com limas tipo K de diâmetros progressivamente decrescentes
até que fosse atingido o platô apical. Neste limite, ampliou-se o canal até a lima tipo
K #55 e procedeu-se o recuo anatômico progressivo com limas de diâmetros
compatíveis, finalizando-se a seqüência do preparo.
Concluído o preparo biomecânico do trajeto dentinário dos canais
radiculares, efetuou-se o rompimento do platô apical utilizando-se trépanos
confeccionados com brocas Gates Glidden nº 1. Rompida esta barreira, seguiu-se a
ampliação e regularização do canal cementário com limas K-Flex até #60 (Maillefer
Instruments S.A., Ballaigues – Switzerland), trabalhando em todo o comprimento do
dente. Dessa forma, foi confeccionado no ápice radicular um forame principal de
dimensão padronizada, ladeado por foraminas apicais remanescentes. Finalizado o
preparo biomecânico, uma lima tipo K #35 foi utilizada em todo o comprimento real de
trabalho (CRT) para remoção de possíveis raspas de dentina e resíduos acumulados
na região da maior abertura foraminal.
A cada troca de instrumento realizada durante preparo biomecânico dos
canais radiculares foram realizadas aplicações tópicas da substância química auxiliar
CLX gel 2% (Endogel – Essencial Pharma, Itapetininga – SP, Brasil) e de abundantes
e freqüentes irrigações com solução fisiológica (JP Indústria Farmacêutica S.A.,
Ribeirão Preto – SP, Brasil). Essas substâncias foram levadas ao interior dos canais
com seringa descartável (Injex – Indústrias cirúrgicas Ltda. – Ourinhos-SP) com
capacidade de 5 mL e uma agulha hipodérmica BD n.4 (Becton Dickinson Indústrias
Cirúrgicas Ltda., Juiz de Fora – MG, Brasil), sem bisel e pré-curvada. A aspiração foi
feita com sugador metálico (Golgran – Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda., São Paulo
73
– SP, Brasil) e uma cânula aspiradora BD no20 (Golgran – Ind. Com. Instr.
Odontológicos Ltda., São Paulo – SP, Brasil).
Em seguida todos os canais foram aspirados e secos com cones de papel
absorvente Cell Pack Tanari (Tariman Industrial Ltda., Manacapuru – AM, Brasil) e
preenchidos com solução de EDTA trissódico 17% (Biodinâmica Quim. e Farm Ltda.,
Ibiporã – PR, Brasil), durante 3 minutos e com trocas a cada minuto, com o objetivo
de se remover a camada de dentina residual (smear layer) formada nas paredes dos
canais durante o preparo biomecânico. Após esse período, realizou-se uma última
irrigação com solução fisiológica e novamente procedeu-se à aspiração e secagem
dos canais com cones de papel absorvente.
Nos canais radiculares selecionados para o grupo G.1 (14 canais
radiculares), após seu preenchimento com solução de EDTA trissódico 17% por 3
minutos, seguido da irrigação com soro fisiológico, aspiração e secagem, CLX gel 2%
(Endogel – Essencial Pharma – Itapetininga-SP) foi levado em posição com uma
seringa descartável (Injex – Indústrias cirúrgicas Ltda. – Ourinhos-SP) com capacidade
de 5 mL e uma agulha hipodérmica BD n.4 (Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas
Ltda., Juiz de Fora – MG, Brasil), sem bisel e pré-curvada, preenchendo o canal até
3mm aquém da junção cemento-esmalte, sendo feita em seguida uma leve
condensação vertical com uma bolinha de algodão estéril.
Com o canal preenchido com CLX gel 2%, sobre esta medicação
confeccionou-se um plug de MTA branco (Angelus Indústria de Produtos
Odontológicos S/A, Londrina – PR, Brasil) com o auxílio de um aplicador de MTA
(Angelus Indústria de Produtos Odontológicos S/A, Londrina – PR, Brasil) e cones de
papel absorventes, compactando-o adequadamente na cavidade. Após a presa inicial
do MTA foi feita a sua proteção com aplicação de uma camada de Coltosol (Vigodent
S/A Ind. e Com., Rio de Janeiro – RJ, Brasil) inserido na cavidade com calcador tipo
Paiva (Golgran – Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda., São Paulo – SP, Brasil) e
acomodado com bolinha de algodão estéril umedecida. Por fim realizou-se a limpeza
do remanescente radicular e da câmara pulpar com broca esférica carbide nº 4 de
baixa rotação e procedeu-se a restauração final com resina fotopolimerizável Filtek™
Z250 XT (3M, Sumaré – SP, Brasil).
74
A medicação intracanal aplicada neste grupo experimental foi mantida por
um período de 30 dias, quando os dentes foram novamente acessados seguindo o
protocolo descrito inicialmente e a medicação intracanal foi então removida com o
auxílio de uma lima tipo K #35 utilizada em todo o CRT, sendo durante este processo
realizadas aplicações da substância química auxiliar CLX gel 2% (Endogel – Essencial
Pharma, Itapetininga – SP, Brasil) e de abundantes e freqüentes irrigações com solução
fisiológica (JP Indústria Farmacêutica S.A., Ribeirão Preto – SP, Brasil).
A seguir, todos os canais foram aspirados e secos com cones de papel
absorvente Cell Pack Tanari (Tariman Industrial Ltda., Manacapuru – AM, Brasil) e
preenchidos com solução de EDTA trissódico 17% (Biodinâmica Quim. e Farm Ltda.,
Ibiporã – PR, Brasil) durante de 3 minutos, com a finalidade de se remover o magma
dentinário ou smear layer. Após esse período, realizou-se uma última irrigação com
solução fisiológica e novamente procedeu-se à aspiração e secagem dos canais com
cones de papel absorvente.
Por fim os canais radiculares foram estimulados com uma lima tipo K #25
passando 2-3 mm além do forame de forma a carrear sangramento para seu interior.
Aguardado o tempo de coagulação, removeu-se parte do coágulo sanguíneo formado
com cones de papel absorvente calibrados a 3mm da junção cemento-esmalte. Com
auxílio de aplicador de MTA (Angelus Indústria de Produtos Odontológicos S/A,
Londrina – PR, Brasil) foi aplicado o plug de MTA e realizou-se leve condensação
deste material com cones de papel absorvente com o intuito de compactá-lo
adequadamente e remover o excesso coronário deste material. Após sua presa inicial
foi feita a proteção do plug de MTA com Coltosol, inserido com calcador tipo Paiva e
acomodado com bolinha de algodão estéril umedecida. Na sequência foi realizada a
limpeza da câmara pulpar com broca esférica carbide no 4 de baixa rotação (KG
Sorensen – Medical Burs Indústria e Comércio de Pontas e Brocas Cirúrgicas Ltda.,
Cotia – SP, Brasil) e procedeu-se a restauração final com resina fotopolimerizável e
tomadas as radiografias finais.
De forma semelhante procedeu-se no grupo G.2 (14 canais radiculares),
onde após o preenchimento dos canais com solução de EDTA trissódico 17% durante
3 minutos, renovada a cada minuto, e última irrigação com soro fisiológico, os canais
radiculares foram secos e com auxílio de uma broca Lentulo foi realizada a aplicação
75
da pasta de Ca(OH)2 P.A. (Reagen – Quimibrás Química Ltda. – São Paulo-SP) +
CLX gel 2% (Endogel – Essencial Pharma, Itapetininga – SP, Brasil), preenchendo o
canal até 3mm aquém da junção cemento-esmalte, fazendo uma leve condensação
vertical com uma bolinha de algodão estéril. Após obter o comprimento da obturação
desejada com a pasta medicamentosa, aplicou-se sobre a mesma, o plug de MTA e
aguardou-se sua presa inicial. A seguir, foi feita a proteção do plug de MTA com
Coltosol (Vigodent S/A Ind. e Com., Rio de Janeiro – RJ, Brasil) inserido com calcador
tipo Paiva e acomodado com bolinha de algodão estéril umedecida. Na sequência
realizou-se a limpeza do remanescente radicular e da câmara pulpar com broca
esférica carbide nº 4 de baixa rotação e procedeu-se a restauração final com resina
fotopolimerizável.
Assim como no grupo G.1, a medicação intracanal aplicada foi mantida por
um período de 30 dias, sendo os dentes novamente acessados seguindo o protocolo
descrito quando de sua aplicação. A medicação intracanal foi então removida com o
auxílio de uma lima tipo K #35 utilizada em todo o CRT, sendo durante este processo
realizadas aplicações tópicas da substância química auxiliar CLX gel 2% (Endogel –
Essencial Pharma, Itapetininga – SP, Brasil) e de abundantes e freqüentes irrigações
com solução fisiológica (JP Indústria Farmacêutica S.A., Ribeirão Preto – SP, Brasil).
A seguir, todos os canais foram aspirados e secos com cones de papel
absorvente Cell Pack Tanari (Tariman Industrial Ltda., Manacapuru – AM, Brasil) e
preenchidos com solução de EDTA trissódico 17% (Biodinâmica Quim. e Farm Ltda.,
Ibiporã – PR, Brasil) durante 3 minutos, renovada a cada minuto, com a finalidade de
se remover o smear layer. Após esse período, realizou-se uma última irrigação com
solução fisiológica e novamente procedeu-se à aspiração e secagem dos canais com
cones de papel absorvente. Por fim os canais radiculares foram transpassados com
uma lima tipo K #25 passando além do forame apical de forma a induzir a formação
de coágulo sanguíneo em seu interior. Após a indução do mesmo, foi aguardado o
tempo de coagulação e removeu-se parte do coágulo com cones de papel absorvente
calibrados a 3mm da junção cemento-esmalte. Com calcadores tipo Paiva
(Metalúrgica FAVA Indústria e Comércio Ltda., São Paulo – SP, Brasil) foi aplicado o
plug de MTA e com auxílio de cones de papel absorvente, realizou-se leve
condensação deste material a fim de compactá-lo adequadamente e remover o
excesso coronário. Após sua presa inicial, foi feita a proteção do plug de MTA com
76
Coltosol inserido com calcador tipo Paiva e acomodado com bolinha de algodão estéril
umedecida. Em seguida foi realizado a limpeza da câmara pulpar com broca esférica
carbide no 4 de baixa rotação (KG Sorensen – Medical Burs Indústria e Comércio de
Pontas e Brocas Cirúrgicas Ltda., Cotia – SP, Brasil) e procedeu-se a restauração final
com resina fotopolimerizável, bem como, as radiografias finais.
Na sequência, os 14 canais radiculares do grupo G.3 foram estimulados
com uma lima tipo K #25 passando além do forame até produzirem o sangramento
necessário para a formação do coágulo sanguíneo. Após a indução deste
sangramento, foi aguardado o tempo de coagulação e removeu-se parte do coágulo
com cones de papel absorvente calibrados a 3mm da junção cemento-esmalte. Com
calcadores tipo Paiva (Metalúrgica FAVA Indústria e Comércio Ltda., São Paulo-SP)
foi aplicado o plug de MTA e com o auxílio de cones de papel absorvente realizou-se
leve condensação deste material a fim de compactá-lo adequadamente, e remover o
excesso coronário. Após sua presa inicial foi feita a proteção do plug de MTA com
camada de Coltosol inserida com calcador tipo Paiva e acomodada na cavidade com
bolinha de algodão estéril umedecida. Em seguida foi realizada a limpeza da câmara
pulpar com broca esférica carbide no 4 de baixa rotação (KG Sorensen – Medical Burs
Indústria e Comércio de Pontas e Brocas Cirúrgicas Ltda., Cotia – SP, Brasil) e
procedeu-se a restauração final com resina fotopolimerizável, bem como, as
radiografias finais.
Na mesma seção onde procedeu-se a remoção da medicação intracanal e
indução do coágulo nos grupos G.1 e G.2, os dentes selecionados para o grupo
controle G.4 tiveram os canais expostos ao meio oral para contaminação e indução
das lesões periapicais seguindo o protocolo descrito anteriormente para este fim.
Decorridos 180 dias após os procedimentos endodônticos os animais foram
eutanasiados por meio de uma overdose da solução anestésica. As maxilas e
mandíbulas foram seccionadas, dissecadas e fixadas em solução de formalina
tamponada 10% em pH neutro (Farmacotécnica – Farmácia de Manipulação, Maringá
– PR, Brasil) por um período de 48 horas.
77
4.5 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS
4.5.1 Processamento histológico:
Decorrido o período de 48 horas com as peças imersas em solução de
formalina tamponada 10% em pH neutro para fixação dos tecidos, as mesmas foram
lavadas em água corrente por 12 horas e em seguida desmineralizadas em solução
de ácido fórmico (Reagen Quimibras Indústria Química S.A., Rio de Janeiro – RJ,
Brasil) e citrato de sódio (Reagen Quimibras Indústria Química S.A., Rio de Janeiro –
RJ, Brasil), em partes iguais, por aproximadamente 3 meses (Morse, 1945). O
processo de desmineralização foi considerado finalizado quando os dentes atingiam
consistência borrachóide e não era mais possível observar radiograficamente imagem
radiopaca dos dentes e tecidos calcificados, permitindo o corte no micrótomo para
tecido mole.
Em seguida os dentes foram separados individualmente, diafanizados,
incluídos em parafina e receberam cortes seriados com 6 µm de espessura no sentido
próximo-proximal. Desta forma evitava-se a interferência de dilacerações radiculares
e permitia-se a visualização completa da peça dentária da porção coronária à apical.
Cerca de 80% dos cortes foram corados com hematoxilina e eosina (HE)
(Lillie, 1954) para avaliação histomorfológica e o restante foi corado pelo método de
Brown e Brenn (BB) (Taylor, 1966), para avaliação histomicrobiológica.
Após esta etapa foi feita uma avaliação inicial dos cortes, sendo
selecionados aqueles em que se pudesse observar toda a luz do canal, o forame
apical e a região periapical, sendo descartados os cortes que abrangiam as paredes
dos canais ou que apresentassem dobras, artefatos de técnica ou coloração
inadequada. Desta forma foi possível obter em média 20 cortes por dente, dos quais
selecionou-se o melhor corte para se fazer a leitura dos resultados.
A leitura e seleção para fotografia das lâminas foi realizada de forma
independente por dois avaliadores empregando fotomicroscópio de visão dupla
(LEICA – Modelo DM LP Equipado com câmera LEICA DFC 280 – Software LAS).
Este exame foi feito de maneira cega quanto aos grupos experimentais, avaliando-se
78
cada parâmetro concomitantemente em cada corte, sob as mesmas condições de
aumento e de luz.
4.5.2 Análise histomorfológica e histomicrobiológica:
A análise histomorfológica e histomicrobiológica foi realizada adotando-se critérios
adaptados do proposto por Holland et al. (2007).
Os cortes histológicos corados por hematoxilina e eosina tiveram a análise
histomorfológica e histopatológica das estruturas examinadas realizada por meio de
método descritivo de avaliação microscópica, sendo observados os seguintes
detalhes:
1. Invaginação de tecido conjuntivo para o interior dos canais radiculares:
Ausente, parcial ou total.
2. Deposição de tecido mineralizado depositado em paredes internas de dentina:
Ausente, parcial ou total.
3. Infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo invaginado: Ausente, discreto,
moderado ou severo.
4. Infiltrado inflamatório no ligamento periodontal apical: Ausente, discreto,
moderado ou severo.
5. Espaço do ligamento periodontal: Normal, levemente aumentado,
moderadamente aumentado ou severamente aumentado.
6. Reabsorção cemento-dentinária: Ausente ou presente.
7. Reabsorção óssea: Ausente ou presente
Os espécimes com cortes histológicos corados por Brown e Brenn tiveram
a análise histomicrobiológica também realizada por meio de método descritivo de
avaliação microscópica, relacionando a evidenciação de bactérias Gram + (coradas
79
em preto) e Gram - (coradas em vermelho) com a presença, ausência e localização
do infiltrado inflamatório.
80
5 RESULTADOS
A análise histomorfológica das lâminas selecionadas demonstrou que em
todos os grupos experimentais ocorreram casos de sucesso no procedimento de
revitalização com a formação e invaginação, parcial ou total, de tecido conjuntivo no
espaço anteriormente preenchido pelo coágulo sanguíneo. Esta invaginação de tecido
conjuntivo poderia ser acompanhada ou não pela deposição de tecido mineralizado
em paredes internas de dentina, de forma parcial ou total. Também em todos os
grupos ocorreram situações de fracasso na revitavização do espaço pulpar, sem que
a formação destes tecidos tenha sido observada.
Pôde-se observar uma maior tendência de sucesso da neoformação de
tecido conjuntivo no interior dos canais radiculares no grupo 2 (61,54%), onde foi
aplicada medicação intracanal com pasta de CLX gel 2% e Ca(OH)2 P.A. durante 30
dias, previamente à indução de coágulo sanguíneo. No grupo 1 (aplicação de
medicação de CLX gel 2% durante 30 dias, previamente à indução de coágulo
sanguíneo) e no grupo 3 (indução de coágulo sanguíneo, sem aplicação prévia de
medicação intra-canal), as taxas de sucesso na invaginação de tecido conjuntivo
foram de 41,67% e 58,33%, respectivamente. (Quadro 3)
Quadro 3 - Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo
para o interior dos canais em cada grupo experimental
41.67
61.5458,3358.33
38.4641,67
0
10
20
30
40
50
60
70
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3
Po
rcen
tgem
Grupos Experimentais
Sucesso
Fracasso
81
5.1 GRUPO 1
Necropulpectomias onde após a ampliação do forame apical foi aplicada
medicação intracanal de CLX gel 2% por 30 dias, seguida da indução de coágulo
sangüíneo.
Dos quatorze canais selecionados para este grupo, dois foram perdidos por
falhas ocorridas durante o processamento histológico.
Nos doze canais que apresentaram condicões ideais de leitura para a
coloração de HE foi possível observar revitalização do espaço pulpar com invaginação
parcial (Figura 3) ou total (Figura 4) de tecido conjuntivo para o interior do canal
radicular em 5 casos, representando 41,67% do total, enquanto que em 7 casos não
ocorreu a invaginação (Figura 2), representando 58,33% do total. (Quadro 4)
Quadro 4 – Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo
para o interior do canal radicular no Grupo 1 (CLX).
Dos cinco espécimes onde foi observado o sucesso na invaginação de
tecido conjuntivo, esta invaginação ocorreu de forma parcial em quatro (80%), sem
que o tecido neoformado atingisse a barreira de Mineral Trióxido Agregado (MTA). Em
um espécime (20%) houve invaginação total com o tecido conjuntivo atingindo esta
barreira. (Quadro 5)
Sucesso41,67%
Fracasso58,33%
GRUPO 1 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
82
Quadro 5 – Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular no Grupo 1 (CLX), em casos de sucesso.
Nos cinco espécimes onde foi observado o sucesso na invaginação de
tecido conjuntivo, acompanhando esta invaginação houve deposição de neocemento
celular nas paredes de dentina e cemento pré-existentes em quatro espécimes,
ocorrendo de forma parcial em três (75%) e de forma total em um espécime (25%).
Nesta, houve apenas a invaginação de tecido conjuntivo, sem que fosse observada a
deposição de neocemento.
Quando formado, o neocemento avançava até a altura da invaginação de
tecido conjuntivo, reparava áreas de reabsorsão do cemento pré-existente e em
alguns espécimes promovia aparente selamento biológico de ramificações do delta
apical.
Nos espécimes onde ocorreu invaginação do tecido conjuntivo, este era
constituído por tecido conjuntivo frouxo com presença de discreto infiltrado
20%
80%
GRUPO 1 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
TOTAL
PARCIAL
83
inflamatório predominantemente mononuclear e marcante presença de vasos
sanguíneos. (Figuras 3 e 4).
Foi constatada a presença de infiltrado inflamatório no ligamento
periodontal apical em todas as amostras experimentais deste grupo, variando entre
discreto em 2 espécimes (16,67%), moderado em 6 espécimes (50%) e severo em 4
espécimes (33,33%). (Figuras 2, 3 e 4).
Nas situações onde um infiltrado inflamatório mais intenso se apresentava
de forma difusa na região do forame apical principal, podia-se observar a ocorrência
de aumento predominantemente moderado a severo do espaço do ligamento
periodontal, presença de reabsorção cemento-dentinária e de osso alveolar nesta
área com falha na invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular.
Entretanto, quando este infiltrado apresentava-se deslocado do forame principal e
mais relacionado à áreas de foraminas apicais, não ocorria o impedimento da
invaginação do tecido conjuntivo pelo forame apical principal. (Figura 4).
Na coloração BB foi possível observar a presença de bactérias Gram
positivas e Gram negativas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas
do cemento (cementoplastos) e sua relação com o processo inflamatório a elas
associado. (Figuras 2 e 4).
Objetivando oferecer um melhor aproveitamento da qualidade das fotomicrografias,
bem como uma melhor leitura, visualização e conferência das legendas, a
diagramação foi realizada da seguinte forma: nas páginas impares publicou-se as
imagens e nas pares publicou-se suas legendas.
84
Figura 2. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do terceiro pré-molar superior
esquerdo (P3 SE RM) do cão 2 do Grupo 1 revelando ausência de invaginação de
tecido conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento da
região apical evidenciando espessamento do ligamento periodontal, permeado por um
infiltrado inflamatório intenso e difuso, reabsorção de cemento pré-existente com
ausência de deposição de neocemento e reabsorção de tecido ósseo. (10.0x HE).
C – Terço apical da raiz revelando a presença de bactérias Gram negativas e Gram
positivas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).
85
A
B
C
86
Figura 3. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-molar superior
esquerdo do cão 1 (P3 SE RD) do Grupo 1 mostrando invaginação parcial de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE) B – Terço apical da raiz
evidenciando espessamento do ligamento periodontal com presença de infiltrado
inflamatório crônico moderado com maior intensidade em região do forame principal
e foraminas. Invaginação parcial de tecido conjuntivo frouxo permeado por moderado
infiltrado inflamatório crônico. (2.0x HE). C – Maior aumento da região apical
mostrando deposição de neocemento em áreas de reabsorção e, de forma incipiente,
em parede lateral do canal radicular. (10.0x HE). D – Maior aumento da região
foraminal evidenciando deposição de neocemento reparando áreas de reabsorção
cementária prévia e presença de ilhotas de calcificação. (20.0x HE).
87
A
C
D
B
88
Figura 4. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-molar inferior
direito (P3 ID RD) do cão 2 do Grupo 1 invaginação total do tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular. Região para-apical com presença de infiltrado inflamatório
mais intenso em região de foraminas, enquanto no tecido invaginado intracanal o
infiltrado inflamatório é discreto. (0,6x HE). B – Maior aumento em terço apical da raiz
revelando pavimentação de cementoblastos para deposição de cemento celular.
(30.0x HE). C – Região de forame apical exibindo tecido conjuntivo permeado por
infiltrado inflamatório de forma mais intensa em região de foraminas. (10.0x HE). D –
Maior aumento na região do forame apical principal destacando áreas de reabsorção
em cemento e dentina sendo reparadas por deposição de neocemento. (40.0x HE). E
– Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e Gram
positivas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x
BB).
89
A
C
D
B
E
90
5.2 GRUPO 2
Necropulpectomias onde após a ampliação do forame apical foi aplicada
medicação intracanal com pasta de CLX gel 2% e Ca(OH)2 P.A. por 30 dias,
seguida da indução de coágulo sangüíneo.
Dos 14 canais selecionados para este grupo, 1 foi perdido por falhas
ocorridas durante o processamento histológico.
Nos 13 canais que apresentaram condicões ideais de leitura para a
coloração de HE foi possível observar revitalização com invaginação parcial (Figura
8) ou total (Figuras 5, 6 e 7) de tecido conjuntivo em 8 casos, representando 61,54%
do total do grupo, enquanto que em 5 raízes não ocorreu invaginação (Figura 9),
representando 38,46% do total do grupo. (Quadro 6).
Quadro 6 – Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo
para o interior do canal radicular no Grupo 2 (CLX + Ca(OH)2).
Dos 8 espécimes onde houve invaginação de tecido conjuntivo, esta
ocorreu de forma parcial em 2 raízes (25%), sem que o tecido neoformado atingisse
Sucesso61,54%
Fracasso38,46%
GRUPO 2 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
91
a barreira de Mineral Trióxido Agregado (MTA). Em 6 espécimes (75%) houve
invaginação total com o tecido conjuntivo atingindo esta barreira. (Quadro 7).
Quadro 7 – Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular no Grupo 2 (CLX+ Ca(OH)2), em casos de sucesso.
Quanto à deposição de um novo tecido mineralizado, observou-se que
houve deposição de neocemento celular nas paredes de dentina e cemento pré-
existente, de forma total ou parcial, em todos os 8 espécimes onde houve invaginação
de tecido conjuntivo (100%), sendo que de forma total em 2 e parcial em 6 espécimes.
Este neocemento avançava até a altura da invaginação de tecido conjuntivo, reparava
áreas de reabsorsão do cemento pré-existente em alguns espécimes promovia
aparente selamento biológico de ramificações do delta apical. (Figuras 5, 6 e 7).
No grupo 2, em comparação com os demais grupos experimentais, a
deposição de tecido mineralizado adjacente a paredes de dentina parecia ser mais
exuberante e encorpada. (Figuras 5 e 6).
75%
25%
GRUPO 2 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
TOTAL
PARCIAL
92
Nos espécimes onde ocorreu invaginação do tecido conjuntivo, este era
constituído por tecido conjuntivo frouxo permeado por discreto infiltrado inflamatório
predominantemente mononuclear, além da presença intensa de vasos sanguíneos.
(Figuras 5, 6, 7 e 8).
A presença de discreto infiltrado inflamatório no ligamento periodontal
apical foi observada em dois espécimes (15,38 %), entretanto este apresentou-se
moderado em quatro espécimes (30,77%) e severo em outros sete espécimes
(53,85%). (Figuras 5, 6, 7, 8 e 9)
Assim como ocorreu no Grupo 1, nas situações onde ocorria infiltrado
inflamatório intenso de forma difusa na região do forame apical principal, podia-se
observar a ocorrência de aumento predominantemente moderado a severo do espaço
do ligamento periodontal, presença de reabsorção cemento-dentinária e de osso
alveolar nesta área com ausência de invaginação de tecido conjuntivo para o interior
do canal radicular. (Figura 9). Entretanto, quando este infiltrado inflamatório
apresentava-se de forma focal em áreas de foraminas apicais, não ocorria o
impedimento da invaginação deste tecido pelo forame principal. (Figuras 7 e 8).
Na coloração BB foi possível observar a presença de bactérias Gram
positivas e Gram negativas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas
do cemento (cementoplastos) e sua relação com o processo inflamatório a elas
associado. (Figuras 5, 7 e 9).
93
Objetivando oferecer um melhor aproveitamento da qualidade das fotomicrografias,
bem como uma melhor leitura, visualização e conferência das legendas, a
diagramação foi realizada da seguinte forma: nas páginas impares publicou-se as
imagens e nas pares publicou-se suas legendas.
94
Figura 5. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do segundo pré-molar inferior
esquerdo do cão 1 (P2 IE RD) do Grupo 2 evidenciando invaginação total de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. Ligamento periodontal apical organizado,
sem espessamento e com infiltrado inflamatório discreto; Neocemento em áreas de
reabsorção e em paredes internas de dentina em toda extensão do canal radicular.
(0,6x HE), B – Maior aumento do terço cervical da raiz apresentando tecido conjuntivo
frouxo invaginando até esta região. Neocemento recobrindo paredes laterais em toda
extensão do canal e em contato com a barreira cervical de Agregado de Trióxido
Mineral (MTA) (5.0x HE). C – Maior aumento do terço médio da raiz apresentando
deposição de neocemento sobre paredes de dentina em toda extensão. (5.0x HE) D
– Maior aumento do terço apical da raiz apresentando invaginação de tecido
conjuntivo ricamente celularizado e vascularizado. Neocemento celular depositado
sobre paredes de cemento pré-existente, reparando áreas de reabsorção e
promovendo selamento biológico de foraminas apicais. Pavimentação de
cementoblastos sobre paredes de dentina para deposição de cemento celular. (5.0x
HE). E – Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas
e Gram positivas em foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB).
95
A
B
C
D
E
96
Figura 6. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do segundo pré-molar inferior
direito do cão 1 (P2 IE RM) do grupo 2 evidenciando invaginação total de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. Ligamento periodontal apical organizado,
sem espessamento e com infiltrado inflamatório discreo; Deposição de neocemento
em paredes internas de dentina atingindo barreira de agregado de MTA. (0,6x HE),
B – Maior aumento do terço cervical da raiz mostrando tecido conjuntivo frouxo
ricamente celularizado e vascularizado invaginando até esta região. Neocemento
depositado sobre paredes internas de dentina e em contato com a barreira cervical de
MTA. (5.0x HE), C – Maior aumento da região apical mostrando invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular com deposição de neocemento sobre
paredes internas de dentina. (5.0x HE), D – Maior aumento da região de forame
detalhando tecido conjuntivo ricamente celularizado e vascularizado, invaginando
para o interior do canal entre deposição de neocemento celular sobre paredes de
cemento e dentina pré-existentes, reparando áreas de reabsorção e promovendo
selamento biológico de foraminas apicais. (20.0x HE),
97
A
B
C
D
98
Figura 7. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-molar inferior
esquerdo do cão 2 (P3 IE RD) do Grupo 2 mostrando invaginação total de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Terço apical da raiz
evidenciando tecido conjuntivo frouxo permeado por discreto infiltrado inflamatório
invaginado para o interior do canal radicular. Presença de neocemento depositado em
paredes internas de dentina e reparando áreas de reabsorção de cemento e dentina
apical. Selamento biológico com obliteração parcial do forame apical. Presença de
intenso infiltrado inflamatório em área focal do ligamento periodontal adjacente a
foramina apical. (5.0x HE). C – Maior aumento de B, mostrando infiltrado inflamatório
mononuclear em área de reabsorção ativa adjacente a foramina apical. (10.0x HE). D
– Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e Gram
positivas em foraminas apicais e em lacunas do cemento. (5.0x BB).
99
A
B
C
D
100
Figura 8. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do quarto pré-molar inferior
direito do cão 2 (P4 ID RD) do Grupo 2 mostrando invaginação parcial de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento dos terços
médio e apical da raiz evidenciando tecido conjuntivo frouxo permeado por infiltrado
inflamatório moderado invaginado para o interior do canal radicular. Presença de
intenso infiltrado inflamatório em área focal do ligamento periodontal adjacente a
foraminas apicais. Deposição de neocemento em paredes internas de dentina. (0,6x
HE). C – Região apical em maior aumento, detalhando infiltrado inflamatório em área
adjacente ao forame principal e foraminas. (5.0x HE). D – Maior aumento de C,
evidenciando presença de neocemento sendo depositado em paredes internas de
dentina e reparando áreas de reabsorção de cemento e dentina apical. (10.0x HE).
101
A
B
C
D
102
Figura 09. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do terceiro pré-molar inferior
direito do cão 2 (P2 SD RD) do Grupo 2 indicando ausência de invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Maior aumento do terço
apical da raiz apresentando intenso infiltrado inflamatório no ligamento periodontal e
na região foraminal. Ausência de deposição de neocemento nestas áreas. (4.0x HE).
C – Área de forame apical em maior aumento, detalhando reabsorção em paredes de
dentina e cemento, com intenso infiltrado inflamatório associado. (20.0x HE) D -
Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e Gram
positivas em foraminas apicais e em lacunas do cemento. (5.0x BB).
103
A
B
C
D
104
5.3 GRUPO 3
Necropulpectomias realizadas em sessão única onde imediatamente após a
ampliação do forame apical foi estimulada a formação de coágulo no interior
dos canais.
Dos 14 canais selecionados para este grupo, 2 foram perdidos por falhas
ocorridas durante o processamento histológico.
Nos 12 canais que apresentaram condicões ideais de leitura para a
coloração de HE foi possível observer revitalização com invaginação parcial (Figura
11) ou total (Figura 12) de tecido conjuntivo em 7 casos, representando 58,33% do
total do grupo, enquanto que em 5 raízes não ocorreu invaginação (Figura 10),
representando 41,67% do total do grupo. (Quadro 8).
Quadro 8 – Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo
para o interior do canal radicular no Grupo 3 (Coágulo).
Dos 7 espécimes onde houve invaginação de tecido, esta ocorreu de
forma parcial em quatro raízes (57,14%), sem que o tecido conjuntivo atingisse a
Sucesso58,33%
Fracasso41,67%
GRUPO 3 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
105
barreira cervical de Agregado de Trióxido Mineral (MTA) enquanto que em 3
espécimes (42,86%) houve invaginação total, com o tecido conjuntivo atingindo esta
barreira. (Quadro 9).
Quadro 9 – Porcentagens de invaginação total ou parcial de tecido conjuntivo para o
interior do canal radicular no Grupo 3 (Coágulo), em casos de sucesso.
Quanto à deposição de um novo tecido mineralizado, observou-se que
houve deposição de neocemento celular nas paredes de dentina e cemento pré-
existentes em todos os sete espécimes onde houve invaginação de tecido conjuntivo,
sendo que de forma total em 5 (71,43%) e parcial em 2 espécimes (28,57%). Este
neocemento avançava até a altura da invaginação de tecido conjuntivo e reparava
áreas de reabsorsão do cemento pré-existente, bem como promovia aparente
selamento biológico de ramificações do delta apical.
Nos espécimes onde ocorreu invaginação do tecido conjuntivo, este
apresentava aspecto de tecido conjuntivo frouxo com presença predominantemente
moderada de células inflamatórias, fibras colágenas e intensa presença de vasos
sanguíneos.
42,86%
57,14%
GRUPO 3 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO CONJUNTIVO
TOTAL
PARCIAL
106
Foi observada a presença de infiltrado inflamatório predominantemente
intenso no ligamento periodontal apical em todos os espécimes deste grupo, variando
entre discreto em 1 espécime (8,33%), moderado em 4 espécimes (33,33%) e severo
em 7 espécimes (58,34%).
Assim como nos grupos experimentais 1 e 2, nas situações onde um
infiltrado inflamatório mais intenso se apresentava de forma difusa na região do
forame apical, podia-se observar a ocorrência de aumento predominantemente
moderado a severo do espaço do ligamento periodontal, presença de reabsorção
cemento-dentinária e de osso alveolar nesta área, com ausência de invaginação de
tecido conjuntivo para o interior do canal radicular (Figura 10). Entretanto, quando
este infiltrado apresentava-se deslocado do forame principal e restrito à áreas de
foraminas apicais, não ocorria o impedimento da invaginação deste tecido pelo forame
principal. (Figura 12).
Na coloração BB foi possível observar a presença de bactérias Gram
positivas e Gram negativas, em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas
do cemento (cementoplastos) e sua relação na descrição dos fenômenos inflamatórios
que estavam com elas relacionados. (Figuras 10, 11 e 12).
107
Objetivando oferecer um melhor aproveitamento da qualidade das fotomicrografias,
bem como uma melhor leitura, visualização e conferência das legendas, a
diagramação foi realizada da seguinte forma: nas páginas impares publicou-se as
imagens e nas ímpares publicou-se suas legendas.
108
Figura 10. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesiall do segundo pré-molar
superior esquerdo do cão 2 (P2 SE RM) do Grupo 3 mostrando ausência de
invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B –
Terço apical da raiz exibindo reabsorção de tecido ósseo, ligamento periodontal
desorganizado e intenso infiltrado inflamatório na região, com ausência de
invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular. Ausência de
deposição de neocemento reparando áreas de reabsorção e sobre paredes internas
de dentina. (25x HE). (5.0x HE). C – Maior aumento da região apical detalhando
intenso infiltrado inflamatório e presença de áreas de reabsorção em cemento e
dentina pré-existentes. (10.0x HE). D – Região apical da raiz evidenciando a presença
de bactérias Gram negativas e Gram positivas em túbulos dentinários, foraminas
apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB).
109
B
A C
D
110
Figura 11. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz mesial do quarto pré-molar inferior
direito do cão 1 (P4 ID RM) do Grupo 3 apresentando tecido conjuntivo invaginando
parcialmente para o interior do canal radicular. (0,6x HE). B – Terços médio e apical
da raiz evidenciando invaginação de tecido conjuntivo frouxo e organizado para o
interior do canal radicular com presença de ilhotas de calcificação. Deposição de
neocemento nas paredes internas de dentina. (2.0x HE). C – Maior aumento da região
apical evidenciando presença de invaginação de tecido conjuntivo ricamente
celularizado e vascularizado para o interior do canal radicular com deposição de
neocemento celular recobrindo paredes de cemento e dentina. Presença de discreto
e difuso infiltrado inflamatório no ligamento periodontal. (10.0x HE). D – Região apical
da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e Gram positivas em
túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento (5.0x BB).
111
A
B
C
D
112
Figura 12. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do quarto pré-molar inferior
esquerdo do cão 2 (P4 IE RD) do Grupo 3 apresentando tecido conjuntivo invaginando
para o interior do canal radicular por toda sua extensão. Espessamento do ligamento
periodontal apical com intenso infiltrado inflamatório adjacente a região de foraminas
apicais. (0,6x HE). B – Área de forame apical evidenciando invaginação de tecido
conjuntivo frouxo para o interior do canal radicular. Presença de infiltrado inflamatório
mais intenso em área adjacente a região de foraminas apicais. (10.0x HE). C – Maior
aumento de B, evidenciando área de reabsorção cemento-dentinária ativa. (25.0x HE).
D – Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias Gram negativas e
Gram positivas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em lacunas do cemento
(5.0x BB).
113
A
B
C
D
114
5.4 GRUPO CONTROLE:
Canais radiculares acessados e deixados expostos ao meio oral para indução
de lesões periapicais (6 canais radiculares):
Quando observados na coloração HE, os seis espécimes que formaram
o grupo Controle apresentaram em 100% dos casos a formação de lesão periapical
com desorganização do ligamento periodontal e infiltrado inflamatório severo na
região. Também foi possível observar na totalidade dos casos a presença de
reabsorção cemento-dentinária e de osso alveolar na região de periápice, com
ausência de deposição de neocemento. (Figura 13)
Na coloração BB foi evidenciada a presença de bactérias Gram positivas
e Gram negativas em túbulos dentinários e em lacunas do cemento e sua relação na
descrição dos fenômenos inflamatórios que estavam com elas relacionados. (Figura
13).
Tais achados vêm a confirmar a suficiência do período de 180 dias para
a contaminação dos canais radiculares e indução das lesões periapicais.
115
Objetivando oferecer um melhor aproveitamento da qualidade das fotomicrografias,
bem como uma melhor leitura, visualização e conferência das legendas, a
diagramação foi realizada da seguinte forma: nas páginas impares publicou-se as
imagens e nas pares publicou-se suas legendas.
116
Figura 13. A – Fotomicrografia panorâmica da raiz distal do segundo pré-molar
inferior direito do cão 2 (P2 ID RD) do Grupo Controle após 180 dias com o canal vazio
e exposto ao meio oral para indução de contaminação. (0,6x HE). B – Aspecto da
região apical evidenciando intenso e extenso infiltrado inflamatório. (5.0x HE). C –
Maior aumento da figura B, evidenciando áreas de reabsorção ativa no cemento pré-
existente. (20.0x HE). D – Região apical da raiz evidenciando a presença de bactérias
Gram negativas e Gram positivas em túbulos dentinários, foraminas apicais e em
lacunas do cemento (5.0x BB).
117
A
D
B
C
118
6 DISCUSSÃO
A Endodontia regenerativa representa uma nova área de conhecimento
que busca estabelecer condições que possibilitem a regeneração ou reparo dos
tecidos do complexo-dentino pulpar lesado ou ausente, devolvendo suas funções
fisiológicas (Trope, 2008; Hargreaves et al. 2013). Entretanto, ainda não há relatos na
literatura de experimentos em animais ou em humanos que tenham obtido
comprovadamente a regeneração completa do tecido pulpar.
Como parte deste avanço, a revitalização pulpar tem se tornado um dos
procedimentos de escolha para casos de necropulpectomia em dentes necrosados
com rizogênese incompleta por oferecer a possibilidade de restabelecendo da
vitalidade do dente afetado e propiciar o reforço das paredes de dentina em espessura
e comprimento, prevenindo possíveis fraturas e possibilitando o fechamento apical.
(Thibodeau e Trope, 2007).
O êxito encontrado na revitalização de dentes jovens com necrose pulpar
e ápices imaturos abriu a possibilidade para se buscar protocolos que possam ser
empregados em dentes maduros na tentativa de se obter um tratamento de sucesso
previsível que possibilite o selamento biológico do espaço pulpar descontaminado,
sem que haja a necessidade do emprego de materiais não biológicos para a obturação
dos canais radiculares. (Shah e Logani, 2012; Saoud et al. 2014).
Neste sentido tem sido adotados modelos animais empregando dentes
de cães com ápice completamente formados nos quais o forame apical é ampliado
intencionalmente de forma a simular as condições presentes em dentes com ápice
aberto, visando promover o reparo a partir da capacidade de formação de tecido
conjuntivo no espaço pulpar descontaminado (Souza-Filho et al. 1987; Marion, 2013
e Manhães, 2015).
A partir do observado por Torneck (1966) em relação à capacidade de
preenchimento por tecido conjuntivo do vão interno de tubos de polipropileno
implantados cirurgicamente no tecido subcutâneo do dorso de ratos, ficou
demonstrado que o diâmetro e o comprimento do espaço intrarradicular, assim como
a atuação de fatores locais e sistêmicos, são condições determinantes para o êxito do
119
reparo em situações onde a obturação endodôntica foi realizada aquém do nível
apical. Este achado foi corroborado por Kling et al. (1986) ao demonstrar que o
preenchimento por tecido conjuntivo era favorecido em dentes mais curtos e com
maior amplitude do forame apical.
O presente estudo avaliou o êxito na formação de tecido conjuntivo e na
deposição de tecido cemento-ósseo no interior do canal radicular após a realização
três diferentes protocolos visando a revitalização pulpar em dentes de cães com
necrose pulpar e ápices completamente formados, submetidos a ampliação foraminal.
Souza-Filho et al. (1987) e Souza-Filho et al. (1996) demonstraram que
a ampliação foraminal até a lima #40 permitia o sucesso na invaginação do tecido
conjuntivo preenchendo um espaço de 4 mm. Esta capacidade de preenchimento por
tecido conjuntivo do espaço intrarradicular após a ampliação foraminal também foi
encontrada nos trabalhos de Marion (2013) e Manhães (2015), que avaliaram
protocolos de ampliação foraminal e descontaminação do canal radicular em
procedimentos de revitalização pulpar realizados em dentes de cães.
Com relação ao diâmetro para o alargamento foraminal, a partir das
observações de Torneck (1966) e Kling et. al. (1986) e também considerando os
achados de Marion (2013) e Manhães (2015), no presente estudo foi estipulado que
esta medida fosse correspondente à lima #60 em todos os grupos, de forma a oferecer
melhores condicões para a formação de um tecido conjuntivo que pudesse preencher
totalmente o espaço intrarradicular, desde o forame apical até o anteparo de MTA. Em
adição, como todos os grupos experimentais apresentavam necrose pulpar, uma
ampliação foraminal de maior magnitude também favoreceria uma descontaminação
mecânica mais eficiente desta região.
Conforme observado por Manhães (2015), em procedimentos de
revitalização realizados em dentes vitais de cães com ápices completamente
formados e que sofreram ampliação foraminal, onde pretensamente não haveria a
presença de infecção, pode ocorrer a invaginação de tecido conjuntivo para o interior
dos canais radiculares mesmo na ausência de coágulo sanguíneo. Embora o estudo
atual não tenha tido grupo experimental com tal característica, não é esperado a
repetição deste achado em dentes necrosados e com lesão periapical devido a
120
proliferação bacteriana que ocorreria no espaço vazio, o que possivelmente impediria
a invaginação tecidual.
Tem sido observado de longa data que um dos fatores predisponentes para
o sucesso do tratamento endodôntico em dentes necrosados é a descontaminação
efetiva do sistema de canais radiculares, o que é ainda mais crítico quando se aplica
protocolos para revitalização pulpar (Matsumiya e Kitamura, 1960; Ostby e Hjortdal,
1971; Myers e Fountain, 1974; Souza-Filho, 1987; Banchs e Trope, 2004; Thibodeau
e Trope, 2007). De vez que a limpeza mecânica estabelecida pela a ampliação
foraminal intencional por si só é incapaz de promover uma descontaminação efetiva
do canal radicular, alguns protocolos de medicação intracanal tem sido propostos com
este fim (Banchs e Trope, 2004; Lovelace et al. 2011)
A avaliação das substâncias químicas empregadas como auxiliares ao
preparo mecânico ou como medicação intracanal, mostram para cada uma delas
vantagens e desvantagens em relação a algumas de suas características (Tanomaru-
Filho et al. 2002; Gomes et al. 2003a; Gomes et al. 2003b; Gomes et al. 2013).
Considerando a presença de necrose pulpar e realização de ampliação
foraminal em todos os grupos experimentais, foi feita a opção pelo emprego da
clorexidina gel 2% como auxiliar ao preparo biomecânico devido à sua reconhecida
atividade antimicrobiana com ação residual por até 72 horas após a finalização do
preparo biomecânico (Gomes et al. 2003a; Vianna et al. 2004; Dameto et al. 2005)
bem como por seu baixo potencial ofensivo aos tecidos do ligamento periodontal
(Soares et al. 2013).
Com relação ao emprego de medicação intracanal, há vasta documentação
(Banchs e Trope, 2004; Windley et al. 2005; Thibodeau e Trope, 2007; Ding et al.
2009; Lovelace et al. 2011; Lenzi e Trope, 2012) apontando a efetividade de pastas
triantibióticas em protocolos de revitalização pulpar, entretanto a literatura também
relata algumas deficiências, principalmente no que se refere ao posterior
escurecimento da coroa dentária e a possibilidade de desenvolvimento de resistência
bacteriana ou reação alérgica. (Reynolds et al. 2009; Kim et al. 2010).
Por outro viés, também pode-se encontar diversos trabalhos atestando a
ação antimicrobiana da clorexidina gel 2% e do hidróxido de cálcio, atuando de forma
121
isolada ou conjugada, sem que tenham sido observadas as desvantagens
relacionadas ao emprego das pastas triantibióticas. (Soares et al. 2013; Nagata et al.
2014a, 2014b).
Neste estudo, após a adoção do protocolo medicamentoso intracanal
estabelecido para cada grupo experimental, foi executada a estimulação do
sangramento para o interior do canal radicular. Este procedimento visou a criação de
um arcabouço de coágulo sanguíneo a oferecer melhores condições para a
proliferação celular, aproveitando a capacidade reparadora de células presentes nos
tecidos periapicais e favorecendo a invaginação de novo tecido para o espaço pulpar.
(Torabinejad et al. 2014 e Torabinejad et al. 2015).
O trabalho precursor de Ostby (1961) demonstrou o importante papel da
indução do coágulo sanguineo na formação de um arcabouço de suporte para a
cicatrizacao e reparacao de tecidos de natureza conjuntiva da regiao apical de dentes
imaturos. Mais recentemente, trabalhos de Wigler et al. (2013), Zhu et al. (2013),
Torabinejad et al. (2014) reforçam o emprego do coágulo sanguíneo nos tratamentos
de revitalização a partir da observação da atuação de sua rede de fibrina funcionando
como esqueleto de suporte e fonte de nutrição, de defesa e de fatores de crescimento
capazes induzir a proliferação e diferenciação celular no interior do canal radicular.
A partir da ampliação foraminal e da formação do coágulo sanguíneo,
favorecendo a invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular,
Lovelace et al. (2011) apontou para a possibilidade de migração para este espaço de
células mesenquimais indiferenciadas (células tronco adultas) advindas dos tecidos
periapicais (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) e que viriam
posteriormente a se diferenciar em cementoblastos, osteoblastos, odontoclastos e
fibroblastos, atuando no desenvolvimento radicular e na formação de dentina e
cemento radiculares (Sonoyama et al. 2007).
Estudos de Cvec et al. (1990) e Ritter et al. (2004), empregando modelos
animais, relataram sucesso histológico na revitalização de dentes permanentes
reimplantados nos quais foram utilizadas polpas necrosadas não infectadas como
arcabouço para formação de novo tecido. Resultado semelhante foi encontrado por
Thibodeau e Trope (2007) e Thibodeau et al. (2007) ao avaliarem a revitalização
122
pulpar em dentes imaturos apresentando periodontite apical empregando o coágulo
sanguíneo como arcabouço, reforçando que embora a indução do coágulo sangüíneo
possa favorecer e acelerar a formação de neotecido conjuntivo no interior do canal
radicular, o estabelecimento de um processo de desinfecção prévio e efetivo é
condição essencial para que ocorra esta neoformação tecidual.
Os resultados obtidos neste trabalho demonstraram que em todos os
grupos experimentais avaliados houveram casos de sucesso em relação à
invaginação de tecido conjuntivo para o interior dos canais radiculares, entretanto a
dimensão da amostra não possibilitou a realização de análise estatística, limitando o
poder de conclusão do presente estudo.
Independentemente do grupo experimental, nas amostras onde foi possível
observar a presença de tecido neoformado, o mesmo se apresentava contíguo e com
características semelhantes às do tecido do ligamento periodontal apical adjacente,
achado histológico semelhante ao encontrado em outros estudos (Wang et al. 2010;
Marion, 2013; Manhães, 2015). Ainda que tenha sido observada neste estudo a
continuidade e similaridade entre os tecidos invaginados e neoformados com os
tecidos presentes no ligamento periodontal e cemento radicular, há a necessidade de
caracterização imunohistoquímica específica para determinação real de sua origem.
Na quase totalidade das amostras onde ocorreu a invaginação de tecido
conjuntivo para o interior do canal radicular foi possível observar uma inflamação
residual presente no tecido invaginado, decorrente provavelmente do processo de
reparo em andamento. Entretanto, em uma amostra pôde-se observar a presença de
processo inflamatório mais intenso no interior do tecido conjuntivo invaginado,
possivelmente em decorrência da proliferação de bactérias remanescentes.
Por outro lado, em todas as situações onde não ocorreu a formação de
tecido conjuntivo no interior do canal a causa provável do fracasso na invaginação era
a presença de intensa reação inflamatória na região do forame apical principal,
decorrente da permanência de microrganismos nesta área, o que não permitia a
organização e invaginação deste tecido. Tal observação é suportada por estudos
como os de Thibodeau e Trope (2007) e Thibodeau et al. (2007) que apontam a
importância do processo de desinfecção para que ocorra a neoformação tecidual.
123
Um achado observado em vários casos, independentemente do protocolo
de descontaminação adotado, foi a presença de intenso infiltrado inflamatório em
região de foraminas adjacentes ao forame principal ampliado. Embora não tenha sido
impeditivo para a formação e invaginação de neotecido no forame apical e interior dos
canais radiculares, a presença desse infiltrado inflamatório sugere que a invaginação
de tecido conjuntivo possa não só estar relacionada com a intensidade do infiltrado,
mas também com a sua localização, nas foraminas e/ou no forame principal.
Esta observação suscitou dúvida sobre o que seria considerado sucesso
neste trabalho, de vez que nos casos onde foi observada a invaginação de tecido no
espaço pulpar, a manutenção de infiltrado inflamatório resultante da contaminação
remanescente em foraminas apicais poderia acarretar imagem radiográfica indicativa
de fracasso no tratamento realizado. Foi então considerado como critério de sucesso
apenas a ocorrência de invaginação tecidual para o interior do canal radicular.
As foraminas apicais encontradas no platô apical de dentes de cães adultos
são características próprias da anatomia deste animal. Por acarretarem uma
dificuldade maior para sua descontaminação, pode-se especular que interfiram
desfavoravelmente nos índices de sucesso dos procedimentos de revitalização pulpar
quando empregado este modelo experimental.
Em contrapartida, a ausência de foraminas apicais em dentes humanos
com rizogênese incompleta talvez favoreça o sucesso nos tratamentos visando sua
revitalização em relação aos casos onde o mesmo tratamento seja realizado em
dentes com ápice completamente formado, devido a possibilidade da presença de
deltas apicais nestes casos.
A presença de tecido conjuntivo organizado e vascularizado no interior do
canal radicular em cortes histológicos onde foi observado aparente selamento
biológico do forame apical é decorrente do fato de que nestes cortes não foi possível
visualizar a presença de solução de continuidade na barreira formada, sem a qual não
ocorreria a nutrição sanguínea do tecido invaginado.
A quantidade menor de casos de sucesso na invaginação de tecido
conjuntivo no grupo que empregou apenas a CLX gel 2% como medicação intracanal
pode se explicada pela solubilidade da medicação devido ao período longo de seu
124
emprego (30 dias), acarretando a perda de seu potencial de descontaminação.
(Gomes et al. 2013).
O maior número de casos de sucesso na invaginação de tecido conjuntivo
para o interior do canal radicular observado nas amostras onde foi empregada
medicação intracanal de Ca(OH)2 + CLX gel 2% possivelmente se deva à presença
do Ca(OH)2 que atuaria tanto aumentando o potencial de descontaminação, quanto
ajudando a manter a medicação no interior do canal.
Neste grupo foi observado de forma mais frequente a formação ilhotas de
mineralização e de camada cemento-osteóide adjacente às paredes internas de
dentina. Esta camada de tecido depositado apresentava continuidade ao cemento
radicular externo, se estendendo em direção cervical atingir a barreira de MTA e
apresentava-se mais espesso na região apical. Este achado pode ter como causa o
reconhecido potencial indutor de mineralização do Ca(OH)2 (Leonardo et al. 2002).
Embora a formação de tecido mineralizado no interior do canal radicular
possa ocorrer de maneira mais rápida e exuberante em resposta a protocolos de
revitalização na ausência de infecção (Manhães, 2015), também foi possível observar
seu desenvolvimento em canais contaminados nos grupos experimentais deste
estudo. Em ambas as situações, pode-se especular que em um maior período
experimental possa ocorrer o vedamento completo do espaço pulpar por tecido
neoformado, acarretando uma eventual desvantagem no uso deste procedimento.
Os resultados positivos encontrados no grupo sem emprego de medicação
intracanal (tratamento em sessão única), provavelmente decorrem da grande redução
bacteriana promovida pelas soluções irrigadoras (Nagata et al. 2014b) e apontam que
esta opção pode ser uma alternativa viável em procedimentos de revitalização,
trazendo vantagens clínicas tanto para o paciente quanto para o profissional.
O processo de revascularização pulpar dos canais radiculares conduzido
de acordo com as condições deste estudo parece ser uma perspectiva promissora de
tratamento, entretanto há a necessidade de estudos clínicos randomizados
prospectivos abrangendo um maior número de espécimes e acompanhamento a longo
prazo para a obtenção de respostas que possibilitem uma maior previsibilidade em
sua taxa de sucesso.
125
7 CONCLUSÃO
Diante da metodologia empregada e com base nos resultados obtidos
pode-se concluir que:
• É possível obter sucesso no processo de invaginação tecidual para o
espaço pulpar com a utilização de procedimentos para revitalização dos canais
radiculares realizados em única sessão e também com o emprego de protocolos
terapêuticos com aplicação de medicação intracanal utilizando clorexidina gel 2% e
hidróxido de cálcio.
• Independentemente do protocolo adotado, presença de intensa reação
inflamatória na região do forame apical principal não permite a organização e
invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular.
126
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ANEXO 1. Aprovação pela Comissão Ética no Uso de Animais CEUA/UNIFOR
135
ANEXO 2. Cão 1 - Microship: 350601
136
137
138
ANEXO 3. Cão 2 - Microship: 357087
139
140