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ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE EM SANTA CATARINA: ASPECTOS LOGÍSTICOS Monica Maria Mendes Luna (UFSC) [email protected] Carlos Ernani Fries (UFSC) [email protected] Carolina Luisa dos Santos Vieira (UFSC) [email protected] Dmontier Pinheiro Aragao Junior (UFSC) [email protected] Fabiano Nogueira Cordeiro (UFSC) [email protected] O artigo apresenta uma análise da cadeia produtiva do leite no Estado de Santa Catarina visando descrevê-la em função das características das empresas que atuam em cada elo, dos processos produtivos e dos fluxos dos produtos entre os várioss elos. A análise de algumas grandes empresas e associações de micro e pequenas desta cadeia também é conduzida, de forma a permitir uma melhor compreensão dos processos no que se refere as atividades e principais entraves logísticos no setor. Palavras-chaves: cadeia produtiva do leite; logística; gestão da cadeia de suprimentos XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DO

LEITE EM SANTA CATARINA:

ASPECTOS LOGÍSTICOS

Monica Maria Mendes Luna (UFSC)

[email protected]

Carlos Ernani Fries (UFSC)

[email protected]

Carolina Luisa dos Santos Vieira (UFSC)

[email protected]

Dmontier Pinheiro Aragao Junior (UFSC)

[email protected]

Fabiano Nogueira Cordeiro (UFSC)

[email protected]

O artigo apresenta uma análise da cadeia produtiva do leite no Estado

de Santa Catarina visando descrevê-la em função das características

das empresas que atuam em cada elo, dos processos produtivos e dos

fluxos dos produtos entre os várioss elos. A análise de algumas

grandes empresas e associações de micro e pequenas desta cadeia

também é conduzida, de forma a permitir uma melhor compreensão

dos processos no que se refere as atividades e principais entraves

logísticos no setor.

Palavras-chaves: cadeia produtiva do leite; logística; gestão da cadeia

de suprimentos

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção

Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

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1.1 1. Introdução

As transformações econômicas têm provocado mudanças na estrutura das organizações. Em

um ambiente mais dinâmico, as empresas vêm adotando novas estratégias visando maior

eficiência nas suas operações e o aumento da competitividade. A valorização da cooperação

nas cadeias exige que as empresas compreendam as relações entre os vários elementos da

cadeia, bem como sua dinâmica.

A evolução do pensamento logístico e a adoção de uma abordagem de cadeias de suprimentos

ressalta a importância das relações entre os vários elos ou organizações que fazem parte de

uma cadeia produtiva. De acordo com Christopher (2005), "a gestão das relações nas direções

a jusante e a montante da cadeia para entregar valor superior ao cliente no menor custo

possível para todos que fazem parte da cadeia" passa a ser o objetivo principal. Na área da

logística, as relações de parceria, em especial entre micro e pequenas empresas (MPE),

permitem a obtenção de ganhos de escala nas atividades de transporte, de manutenção dos

estoques e um melhor planejamento da produção.

O acompanhamento das mudanças relativas à configuração das redes logísticas - ou seja,

quais são os fornecedores, clientes e parceiros logísticos, os volumes de trocas e localização

desses - interessa às empresas, pois permite que decisões e um planejamento adequado seja

feito à partir de uma visão correta da forma como evoluem estas interações, mas também

interessa aos governos - que devem definir políticas e programas em função da realidade do

mercado. Como afirma Abonyi e Von Slyke (2010), um dos desafio atuais dos governos

consiste em desenvolver o entendimento das mudanças no ambiente, dado que a adoção do

enfoque tradicional - no nível de empresa - para definir estratégias públicas não é mais

suficiente para melhorar a competitividade numa estrutura de cadeias globais.

É neste contexto que cresce a importância de estudos relacionados ao planejamento e

organização das cadeias produtivas. O presente artigo apresenta uma análise da cadeia

produtiva do leite no Estado de Santa Catarina visando descrevê-la em função das

características das empresas que atuam em cada elo, dos processos produtivos e dos fluxos

dos produtos entre os vários elos. A análise de algumas grandes empresas e associações de

micro e pequenas desta cadeia também é conduzida, de forma a permitir uma melhor

compreensão dos processos, em especial, no que se refere as atividades logísticas e principais

obstáculos para a competitividade da cadeia do leite no Estado.

2. Estrutura das cadeias produtivas: os conceitos de Análise de Filière e gestão da

cadeia de suprimentos

Quando se aborda o tema cadeia produtiva, conceitos da área da economia industrial, logística

e produção são contemplados. De acordo com Lauret (apud Zylbersztajn, 2000), a gênese do

conceito de cadeias é baseada nas relações intersetoriais presentes na literatura francesa desde

o clássico Tableau Economique, de Quesnais, em autores marxistas e, mais recentemente, na

teoria geral dos sistemas.

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A abordagem proposta por Morvan (apud Zylbersztajn, 2000) focaliza o processo produtivo

como sequência dependente de operações e tem caráter descritivo, analisando a dependência

dentro do sistema como resultado da estrutura de mercado ou forças externas, tais como:

ações governamentais ou estratégicas das corporações.

Estas abordagens tratam da estratégia, sendo uma mais voltada às ações governamentais e

outra às corporações, o que reflete a importância destas ferramentas no cenário atual, pelo

fato "de empresas cada vez mais valorizarem a cooperação vertical numa rede produtiva"

(Neves, 2008) e "governos buscarem novas formas de relacionamento com as empresas"

(Abonyi e Van Slyke, 2010).

Abordagens de canais de distribuição e a de cadeia de suprimentos são citadas por Neves

(2008) como alternativas para o planejamento e gestão estratégica das cadeias produtivas

visando a competitividade.

A logística tem como principal objeto de estudo os fluxos físicos e as informações a estes

associadas. A cadeia de suprimentos, por sua vez, é formada pelas organizações envolvidas

para que a empresa obtenha todos os insumos necessário para realizar sua produção além

daquelas que fazem parte dos canais de distribuição. Os fluxos passam a ser planejados e

gerenciados ao longo da cadeia nesta abordagem.

A visão da cadeia produtiva, ou de suprimentos, permite às organizações e ao governo a

melhor compreensão do ambiente onde estão inseridos e das mudanças que nele ocorrem.

3. A cadeia produtiva do leite em Santa Catarina

A indústria de laticínios tem grande importância para Santa Catarina: o Estado é o quinto

produtor nacional de leite, com uma produção de 2,3 bilhão de litros/ano (IBGE, 2011).

Grande parte dos produtores rurais produz leite como forma de complementar a renda mensal

de suas famílias, e um grande número de micro e pequenas empresas (MPEs) processam o

leite cru no Estado.

Santos et al. (2006) explicam que o estado de Santa Catarina é um importante produtor

nacional de alimentos sendo que a produção leiteira advém fundamentalmente da pequena

propriedade rural, explorada em regime familiar e formada, em grande parte, por sistemas de

produção oriundos da reconversão produtiva das atividades de suínos, de aves e de culturas

anuais, que migraram para a atividade leiteira. Este processo ocorreu devido a instabilidade da

renda agropecuária, decorrente da exigência de escala de produção, de aperfeiçoamento

tecnológico, das condições climáticas, da tendência de queda nos preços dos produtos

agrícolas e da perda de competitividade para outras cadeias agroindustriais (Santos et al.,

2006). Os autores ressaltam a necessidade de aprofundamento em análise da informação

quantitativa e qualitativa do comportamento desta cadeia de produção

4. Metodologia

O quadro teórico do presente trabalho foi construído com base na literatura sobre os temas

logística, cadeias produtivas, agronegócio e atividade leiteira.

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Com base no referencial teórico, procurou-se desenhar a cadeia a ser analisada, ou seja,

identificar as organizações que fazem parte desta. A representação de uma cadeia produtiva

não constitui tarefa simples e deve atender aos propósitos da análise. No estudo em questão, o

objetivo da definição da cadeia é, principalmente, a identificação dos principais produtos e

fluxos logísticos. Outro critério levado em consideração diz respeito a disponibilidade de

dados para analisar as origens, destinos e volumes dos fluxos logísticos. Além disso, tendo em

vista a importância da relação entre a produção de leite como resultado da migração de

atividades de produção de suínos e frangos, optou-se por incluir esta cadeia como parte de

uma cadeia mais ampla, como mostrado na Figura 1. Este desenho, utilizado em análise

temporal, pode permitir a identificação de mudanças na representatividade dos fluxos

logísticos e na economia do Estado.

De acordo com Neves (2008), o setor de insumos é o primeiro nível da cadeia do leite,

composto pelos seguintes agentes: produtos veterinários, melhoramento genético, rações e

concentrados, vacas e novilhas, volumoso, ordenha e refrigeração, sementes, adubos e

fertilizantes, além de outros. O segundo nível é formado pelo conjunto de pecuaristas, o

terceiro nível, pelo processamento de leite e os canais de distribuição formam o quarto e

quinto nível (Neves, 2008). Para Fischer et al. (2010), esta cadeia é constituída, de acordo

pelos fornecedores de insumos, produtores agrícolas, a indústria do leite (onde o leite cru

recebe algum tipo de processamento e são produzidos seus derivados), o comércio atacadista

e varejista e o consumidor final.

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Milho

Soja

Farelode Soja

Ração Perus

Ração Frangos

Ração Suínos

RaçãoReses

Frangos

Suínos

Reses

Produtos de Reses

Abate

Criação de animais

Mercado

Campo

Criaçãoe Abatede Perus

Ração

Produtos deAves e Suínos

Produtosde Perus

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Indústria de Laticínios

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Leite fluido

Derivados do leite

Leite fluidoLeite cru

Leite cru

Figura 1: Representação esquemática da cadeia produtiva de carne e leite de Santa Catarina

No presente artigo, serão caracterizados somente os elos identificados na Figura 2 mostrada a

seguir.

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Produção de Leite

Campo

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Preparaçãodo Leite

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Leite Cru

Mercado

Fabricação de Laticínios

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Leite Cru Leite Fluido

Derivados

de Leite

Supermercados

HipermercadosMinimercados

Mercearias

ArmazénsPadariasMercado

atacadista e Laticínios

Industrialização

Leite Cru

Figura 2. Cadeia Produtiva do leite

Partindo do desenho da cadeia e por se tratar de um trabalho com objetivo descritivo,

procurou-se organizar informações obtidas à partir de diversas fontes de dados abertos sobre o

setor (IBGE, RAIS/MTE, MDIC), com vistas a caracterizar a cadeia produtiva do leite no

estado em termos de quantidade produzida, volumes comercializados, número de empresas e

localização destas. Estes dados foram referenciados geograficamente, de forma a permitir uma

visão clara da concentração das empresas que atuam nos diferentes elos da cadeia e das

distâncias entre os vários elos das cadeias. Em seguida, procedeu-se a análise dos fluxos e

operações logísticas dos vários elos das cadeias, a qual foi feita com base em estudos sobre o

setor e coleta de dados em fontes diversas (páginas na Internet, material publicado pela

empresa, home-pages das empresas, além de entrevistas).

4.1. O Elo da Produção de leite

O primeiro elo desta cadeia corresponde às atividades econômicas desenvolvidas nas

propriedades rurais: a produção de leite. Em 2009 o Brasil produziu 29,1 bilhões de litros de

leite, com crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior (IBGE, 2009). Segundo a Epagri, o

crescimento na produção de leite no país resulta tanto do aumento do número de vacas

ordenhadas – que cresceu 25,4% entre 2000 e 2009 – quanto do aumento da produtividade

média brasileira: 1.297 litros de leite/vaca/ano em 2009, 17,4% acima da produtividade obtida

em 2000. Com isso, a produção de leite neste período aumentou 47,2%, levando o Brasil a

ocupar a sétima posição no ranking mundial.

A produção leiteira no sul do Brasil tem apresentado crescimento constante nos últimos anos,

estando os três estados da região entre os cinco maiores produtores nacionais, como mostra a

Erro! Fonte de referência não encontrada..

Tabela 1: Produção de Leite no Brasil e principais estados produtores (2005-2009)

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Abrangência

geográfica2005 2006 2007 2008 2009

Brasil 24.620,86 25.398,22 26.137,27 27.585,35 29.105,50

Minas Gerais 6.908,68 7.094,11 7.275,24 7.657,31 7.931,12

Rio Grande do Sul 2.467,63 2.625,13 2.943,68 3.314,57 3.400,18

Paraná 2.568,25 2.703,58 2.700,99 2.827,93 3.339,31

Goiás 2.648,60 2.613,62 2.638,57 2.873,54 3.003,18

Santa Catarina 1.555,62 1.709,81 1.865,57 2.125,86 2.237,80

São Paulo 1.744,18 1.744,01 1.627,42 1.588,94 1.583,88

Bahia 890,19 905,75 965,8 952,41 1.182,02

Outros estados 5.837,71 6.002,21 6.120,00 6.244,79 6.428,01 Fonte: Elaborado pela Epagri com dados do IBGE

Santa Catarina é responsável por 7,7% da produção nacional de leite (IBGE, 2012), que está

dispersa em um grande número de pequenas propriedades, com maior concentração na região

Oeste do estado. Entre 2005 e 2009, esta produção cresceu, em média, 9,5% ao ano – mais

que o dobro do crescimento médio da produção brasileira (Epagri, 2010). As microrregiões

mais produtivas em 2009 foram: Chapecó (26,8% da produção estadual), São Miguel do

Oeste (19%), Concórdia (10,7%), Xanxerê (9,8%), Tubarão (6,6%), Joaçaba (6,1%) e Rio do

Sul (5,4%), mostradas na Figura 3.

Figura 3: Produção de Leite em Santa Catarina.

4.1.1. Sistema Produtivo do Leite

O crescimento da produção de leite no Estado é justificado tanto pelo aumento do número de

cabeças de animais quanto pelo aumento da produtividade média por animal. Ocupando a

posição de 5º maior produtor do país, Santa Catarina obteve o maior crescimento do número

de vacas ordenhadas (61,9%) e da produção (123,1%), sendo hoje o estado com maior

produtividade por cabeça. Este aumento da produtividade se deve à especialização da

atividade na Região Sul e ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela Epagri.

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Segundo Stock et al (2008), dois sistemas de produção de leite são observados no estado de

Santa Catarina: o tradicional e o tecnificado ou, como denomina Fischer et al. (2011), o não-

especializado e o especializado. Ambos são típicos da agricultura familiar e facilmente

identificados na região do Oeste Catarinense.

O sistema tradicional presente nas pequenas propriedades familiares é o sistema produtivo

dominante. Neste, a ordenha é realizada duas vezes ao dia, de forma manual ou

mecanicamente. As bezerras são recriadas na própria propriedade para reposição das vacas do

plantel. O sistema faz uso de infraestrutura mínima de produção, com dependência de poucos

insumos externos à propriedade, como sal, vacinas e medicamentos básicos. A alimentação

animal é composta de capim, silagem, milho e pastagens anuais típicas de verão e inverno. Já

o sistema tecnificado tem como característica de produção uma melhor alimentação animal e

melhor potencial genético das vacas. No que se refere à nutrição, neste sistema é fornecida

uma alimentação volumosa de melhor qualidade e em maior quantidade aos animais.

De acordo com Stock et al. (2008), o sistema tradicional tem mais dificuldades em gerar renda

do que o sistema tecnificado. Acredita-se que a velocidade de tecnificação do sistema familiar

tradicional tem permitido o aumento da produtividade, possibilitando melhores preços de

venda. Iniciativas de entidades e cooperativas têm sido desenvolvidas juntamente com o poder

público visando este desenvolvimento do setor.

O crescimento da captação de leite acima do crescimento da produção evidencia a

especialização do produtor. Segundo relatório da Epagri (2011), a taxa média de crescimento

anual do volume de leite entregue à indústria inspecionada, no período de 2005 a 2010, foi

quase o triplo da taxa média nacional, de 5,2% ao ano. Em 2010, o volume entregue à

indústria foi 1,58 bilhões de litros, 13,7% maior que em 2009. Ainda, com base nas

estatísticas e no conhecimento factual, estima-se que em 2010 cerca de 325 milhões de litros

de leite produzidos em Santa Catarina foram processados em outros estados. Desconsiderando

o leite adquirido nos estados vizinhos, acredita-se que em torno de 80% do leite produzido no

Estado seja destinado à indústria inspecionada.

4.2. Elo da Indústria do Leite

A Indústria do Leite, segundo Fischer et al. (2011), é composta pelas usinas de

beneficiamento, entre as quais estão as fábricas de laticínios, as cooperativas e as mini-usinas.

O termo indústria é explicado pelo fato de que o leite cru ou in natura recebe algum tipo de

processamento inclusive com a produção de seus derivados. Em Santa Catarina, participam da

indústria do leite 333 empresas (Figura 4Erro! Fonte de referência não encontrada.), em

sua maioria MPEs, gerando 5201 postos de trabalho.

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Figura 4: Localização de empresas do setor de laticínios.

A indústria do leite inclui as empresas que realizam as atividades de preparação do leite e

fabricação de laticínios. O valor bruto produzido pelas empresas que fazem parte desta

indústria representou cerca de 1,8% do PIB estadual em 2009, de acordo com dados da

Secretaria da Fazenda de Estado (2011).

4.2.1. Preparação do leite

Após a chegada do leite à fábrica, e para conservar o valor nutritivo e evitar a degradação

microbiana, o leite é submetido a várias operações: refrigeração, termização, clarificação,

desnate e normalização do teor de gordura (leite gordo, meio-gordo, magro);

homogeneização; pasteurização e filtração. De acordo com IBGE (2012), as atividades

econômicas aqui consideradas são aquelas apresentadas no Erro! Fonte de referência não

encontrada..

Atividade

Fabricação de leite resfriado, filtrado, esterilizado, pasteurizado,

UHT, homogeneizado ou beneficiado de outro modo.

Envasamento de leite, associado ao beneficiamento. Quadro 1: Atividades da Preparação do Leite

No Estado 42 MPEs se ocupam destas atividades, localizadas principalmente na região oeste,

conforme mostra a Erro! Fonte de referência não encontrada..

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Figura 5: Localização das empresas de preparação do leite

4.2.2. Fabricação de derivados do leite

Muitas empresas de laticínios da região produzem derivados do leite, entre os quais, queijos,

natas e manteigas, além de beneficiar o leite tipo C e B, UHT e pasteurizado. De acordo com

a pesquisa de Fischer et al. (2011) realizada no Oeste Catarinense, algumas empresas também

produzem iogurtes, fermentados e bebidas lácteas. Este mesmo levantamento revelou que, do

leite in natura produzido na região, não se processam muitos derivados de maior valor

agregado, como leite em pó, leite condensado, cremes pasteurizados, queijos de diversos

tipos, sobremesas, etc.

Os produtos fabricados nestas empresas estão listados no Quadro 2, conforme o CNAE 2.0

(IBGE, 2012).

Atividade

Creme de leite, manteiga, coalhada, iogurte, etc.

Bebidas à base de leite – leite em pó, dietético, concentrado,

maltado, aromatizado, etc.

Queijos, inclusive inacabados.

Farinhas e sobremesas lácteas.

Doce de leite.

Subprodutos do leite: caseína, lactose, soro e outros. Quadro 2: Produtos derivados do leite

Apesar do pequeno número de empresas que realizam estas atividades como mostra Figura

Erro! Fonte de referência não encontrada. - somente 8 médias e 118 MPEs - observa-se

Erro! Fonte de referência não encontrada. uma concentração na região Oeste do Estado.

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Figura 6: Localização das empresas fabricantes de derivados do leite

Dentre estas empresas, quatro fabricantes de produtos derivados do leite são encontradas em

Santa Catarina. O Quadro 3 apresenta uma breve descrição destas empresas, incluindo

localização, capacidade de produção e principais produtos. O número de fornecedores de cada

mostra o poder das empresas à jusante dos produtores de leite e o principal problema logístico

da cadeia: o transporte do leite das pequenas propriedades até o local de beneficiamento e os

custos associados a esta atividade. Como afirma Santos et al. (2008):

as precárias condições das vias de acesso aos estabelecimentos rurais, assim como

da distância a ser percorrida entre o produtor e a indústria. De outro lado, a indústria

se exime do ônus do preço do frete cobrado pelo transporte do leite, em razão de ser

um serviço terceirizado e, portanto é de competência do “freteiro”. Este, por sua vez,

manifesta que o volume coletado é muito pequeno, justificando a necessidade de um

preço maior para compensar o deslocamento. Assim, há um mecanismo de

delegação de competência, enquanto o ônus fica por conta do produtor.

A presença de cooperativas mostra-se importante no Estado e alguns casos de sucesso

envolvem a indústria de laticínios: o Sistema Central de Cooperativas de Leite da região de

Canoinhas e a Coperoeste.

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Empresa Localização Fornecedores

Capacidade de

Produção

[litros leite/dia]

Produtos

Laticínios Bela

VistaMaravilha 3.000 6.000.000

Leite longa vida, leite em pó, creme de leite, bebida

láctea UHT, leite condensado, composto lácteo,

queijos e manteigas.

Laticínios

MondaíMondaí 1.800 -

Derivados do leite como queijo mussarela, queijo

prato, queijo colonial, queijo parmesão, queijo

provolone, requeijão, ricota, creme de leite e

manteiga, leite fluído a granel de uso industrial para a

fabricação de leite longa vida, leite concentrado e

leite em pó.

Laticínios Tirol

Treze Tílias,

Chapecó e Linha

Caçador

- 1.000.000

Iogurtes, bebidas lácteas, sobremesas, doce de leite,

leite envasado, queijos especiais, como queijo

Parmesão, Minas, Provolone, Colonial, Quark e

Ricota, leite em pó, leite longa vida, leite

pasteurizado, creme de leite e manteiga.

Laticínios

CedrenseSão José do Cedro - 550.000

Leite Longa Vida (UHT), achocolatado, creme de

leite, nata em pote, manteiga, requeijão, queijos, e

linha light, composta pelos queijos Minas,

Mussarela e Prato, Ricota e Requeijão.

Quadro 3: Principais empresas de laticínios catarinenses

4.3. O Elo do Comércio

O terceiro elo da cadeia produtiva do leite é o mercado, locus da comercialização dos

produtos da indústria do leite. Neste elo são considerados o comércio atacadista e o varejista,

representado nesta cadeia pelos hipermercados, supermercados, minimercados, mercearias,

armazéns, padaria e laticínios.

A localização dos pontos de venda mostra que o principal mercado consumidor está no leste

do Estado, região que concentra a maior riqueza, conforme mostra a Figura 6. Assim, como

para as demais cadeias agroindustriais, a produção do Oeste do Estado deve ainda vencer

grandes distâncias para alcançar o principal mercado consumidor de Santa Catarina, bem

como o mercado externo, por meio dos principais portos do Estado.

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Figura 7. Localização das empresas varejistas

4.3.1. A produção estadual e o mercado externo

Apesar do crescimento da produção de leite em Santa Catarina e no Brasil, uma análise da

evolução da balança comercial estadual de produtos lácteos nos últimos 12 anos revela um

déficit crescente, fenômeno que vem acontecendo também em nível nacional.

Figura 8: Balança comercial de laticínios catarinense em US$ FOB (milhões)

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Figura 9: Balança comercial de laticínios catarinense em toneladas

As exportações brasileiras em 2010 caíram 11% em relação a 2009, ao mesmo tempo em que

cresceu o volume importado. Em 2011, as exportações se mantiveram em níveis muito baixos

e as importações, ao contrário, continuaram aumentando, conforme mostram as Figura 9.

Como resultado, a balança comercial brasileira do setor acumulou um déficit superior a 226

milhões de dólares só no primeiro semestre. Tal situação se deve à perda de competitividade

do produto brasileiro no mercado internacional, provocada em grande parte pela valorização

do real que reduziu a exportação e favoreceu a importação. Em 2012, o aumento do déficit

parece continuar. Comparando janeiro de 2012 com janeiro de 2011, verifica-se que a

importação de produtos lácteos foi 39% maior, com 5.643 toneladas importadas a mais; em

termos monetários, o aumento foi de 47%.

A Argentina, embora com um volume pouco expressivo no mercado mundial, tem o Brasil

como principal destino dos produtos lácteos. Foram importadas desse país, em janeiro de

2012, 5.182 toneladas do produto, um aumento de 135% comparando com dezembro de 2011.

Além disso, as exportações de leite do Uruguai vêm crescendo ano a ano. O país exportou, em

2011 U$ 650 milhões em produtos lácteos, sendo o Brasil o principal destino dos produtos

uruguaios, absorvendo 29% dos produtos. No Estado, as importações crescem

exponencialmente e a proximidade dos países do Mercosul torna a situação mais crítica. Os

produtos considerados nesta análise são descritos no Quadro 4.

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Atividade

Leite e creme de leite, não concentrados nem adicionados de

açúcar ou de outros edulcorantes.

Leite e creme de leite, concentrados ou adicionados de açúcar ou

de outros edulcorantes.

Leitelho, leite e creme de leite coalhados, iogurte, quefir e outros

leites e cremes de leite fermentados ou acidificados, mesmo

concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros

edulcorantes, ou aromatizados ou adicionados de frutas ou de

cacau.

Soro de leite, mesmo concentrado ou adicionado de açúcar ou de

outros edulcorantes; produtos constituídos por componentes

naturais do leite, mesmo adicionados de açúcar ou de outros

edulcorantes, não especificados anteriormente.

Manteiga e outras matérias gordas provenientes do leite; pastas de

espalhar de produtos provenientes do leite.

Queijos e requeijão. Quadro 4: Produtos lácteos

4.4. A Cadeia Produtiva do Leite: Aspectos Logísticos

Dificuldades referentes à atividades logísticas como armazenamento, distribuição e

comercialização de produtos derivados do leite podem ser observados no Estado. Um dos

principais desafios desta cadeia diz respeito às condições de transporte e armazenagem do

leite cru coletado nas propriedades e levado até as unidades de preparação e beneficiamento.

Em termos de volume transportado, são mais de 2,5 bilhões de litros de leite cru/ano. Este

produto pode ser destinado diretamente ao consumo na própria fazenda, ou será transportado

aos elos à jusante: produção de leite industrializado ou a fabricação de laticínios. A proporção

do leite destinada à indústria é de cerca de 68%, sendo 24% direcionado a fabricação de leite

fluído (pasteurizado, UHT, etc.) e os outros 44% à fabricação de outros derivados (queijo,

creme de leite, manteiga, coalhada, iogurte, leite em pó, etc). Dos 32% restantes, 12% não

chega a sair das propriedades produtoras e 20% é consumido sem tratamento industrial.

Sendo o leite cru um produto altamente perecível, esta primeira etapa de transporte e

armazenagem tem sido preocupação constante, uma vez que pode comprometer a qualidade

do produto final. Tendo isto em vista, foi sancionada em setembro de 2002 a Instrução

Normativa N° 51, que aprovou os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e

Qualidade do Leite tipo A, do Leite tipo B, do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado e seu

transporte a Granel. Aspectos relacionados às condições de higiene dos equipamentos e

utensílios, e higiene pessoal durante o transporte de leite também estão previstos na legislação

brasileira.

As vantagens do transporte a granel podem ser vistas em toda a cadeia. O produtor pode

acompanhar na fazenda a avaliação da qualidade do leite, na certeza que será mantida até a

recepção na unidade de preparação e beneficiamento. Para as indústrias, esse transporte tem

menores custos, diminui a perda de matéria-prima, atende as exigências técnicas e de

segurança alimentar e aumenta a qualidade do produto final. Por outro lado, a má condição

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das vias de acesso às propriedades rurais elevam os custos dos fluxos logísticos entre estes

dois elos da cadeia (Teixeira e Ribeiro, 2000).

Outro aspecto que merece destaque diz respeito ao valor das embalagens assépticas

cartonadas, utilizadas para conservar o leite UHT: diante do monopólio do fornecedor de

embalagens, os custos da caixa de leite ficam em torno de 35% a 40% do valor final do

produto, criando barreiras à comercialização e a dependência tecnológica. Há a necessidade

de desenvolvimento de novos tipos de embalagens que atendam aos requisitos da conservação

do leite e dos derivados e as preferências dos consumidores, e que ao mesmo tempo garantam

a diminuição do preço final do leite ao consumidor e do custo de embalagens para a indústria.

Ou a formação de centrais de compras e embalagem por parte das MPE que atuam neste setor.

Na etapa de comercialização de leite e seus derivados, as indústrias enfrentam dificuldades

também com a forma de conservação destes produtos no varejo. Os problemas começam na

distribuição, com estradas em más condições e caminhões com sistemas de refrigeração

deficientes. As condições da infraestrutura e as distâncias entre as instalações de

beneficiamento do leite e o principal mercado consumidor também contribui para mais altos

custos logísticos.

Na análise da balança comercial, observa-se ainda que produtos de maior valor agregado ou

que necessitam de maior tempo de processamento e/ou tecnologia diferenciada de

processamento como, por exemplo, leite em pó e certos tipos de queijo são os produtos mais

importados - de outros estados ou, principalmente, de países do Mercosul.

5. Considerações Finais

Neste estudo foi realizada uma análise descritiva da cadeia produtiva do leite no Estado de

Santa Catarina, buscando identificar aspectos logísticos relevantes por meio de uma

abordagem sistêmica - visão de cadeia de suprimentos. Numa primeira etapa, o desenho da

cadeia foi desenvolvido tanto de acordo com as propostas de autores da área quanto de forma

a permitir a posterior quantificação dos fluxos logísticos entre as várias organizações

pertencentes a esta cadeia, tendo em vista a existência de dados de fontes abertas.

Também foram identificadas e localizadas empresas que atuam nesta cadeia e alguns dados de

produção de médias empresas e associações de micro e pequenas desta cadeia de forma a

permitir uma melhor compreensão dos processos logísticos.

Embora de forma exploratória os principais obstáculos para a competitividade da cadeia do

leite no Estado são identificados, dentre os quais pode-se destacar o transporte e

armazenagem do produto in natura. A eficiência dessa etapa pode gerar resultados positivos

para toda a cadeia, sendo fundamental para a qualidade no produto final.

As condições das estradas de acesso às regiões produtoras constituem o principal entrave a

otimização e melhoria da roteirização do transporte do leite in natura, impedindo que as

empresas e cooperativas diminuam seus custos. Além disso, a distância entre as fábricas e o

principal mercado consumidor eleva os custos de distribuição do produto ao mercado. Esta

situação é agravada pela proximidade deste mercado aos portos do Estado e ao crescimento da

participação dos produtos importados no consumo nacional.

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Neste contexto, as cooperativas parecem constituir uma forma de organização que tem

permitido a obtenção de resultados positivos para os produtores, ao facilitar o acesso a

assistência técnica na propriedade, fornecimento de insumos, recebimento, classificação,

armazenagem, beneficiamento, comercialização e industrialização de produtos agropecuários.

Percebe-se que estas iniciativas agregam valor ao produto e aumentam a competitividade do

pequeno produtor, gerando maior renda para as famílias rurais.

A indústria de laticínios vem se tornando cada vez importante para o Estado e, para as

empresas que atuam neste setor e para o Governo, a caracterização da cadeia produtiva

permite a melhor compreensão do ambiente e permite a tomada de decisão de natureza

estratégica com maior clareza.

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