análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos pert e monte carlo

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS MAURÍCIO COLLAÇA RAMOS Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo e seu impacto no cronograma de um projeto de implantação de um programa de responsabilidade social em um shopping center Rio de Janeiro Agosto/2016

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Page 1: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

MAURÍCIO COLLAÇA RAMOS

Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte

Carlo e seu impacto no cronograma de um projeto de implantação de um

programa de responsabilidade social em um shopping center

Rio de Janeiro

Agosto/2016

Page 2: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

MAURÍCIO COLLAÇA RAMOS

Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte

Carlo e seu impacto no cronograma de um projeto de implantação de um

programa de responsabilidade social em um shopping center

Trabalho apresentado ao Curso de MBA

em Gerenciamento Internacional de

Projetos, Pós-Graduação lato sensu, da

Fundação Getúlio Vargas como requisito

parcial para a obtenção do Grau de

Especialista em Gerenciamento de

Projetos.

ORIENTADOR: Prof. Francisco Laport

Rio de Janeiro

Agosto/2016

Page 3: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

DEPARTAMENTO DOS CURSOS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Trabalho de Conclusão de Curso

Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

e seu impacto no cronograma de um projeto de implantação de um programa de

responsabilidade social em um shopping center

Elaborado por Maurício Collaça Ramos

E aprovado pela Coordenação Acadêmica do Curso de MBA em

Gerenciamento Internacional de Projetos, foi aceito como requisito parcial para a

obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização do

Programa FGV Online.

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2016.

____________________________

André Baptista Barcaui

Coordenador do MBA em Gestão de Projetos

__________________________

Francisco Laport

Professor Orientador

Page 4: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Maurício Collaça Ramos, abaixo assinado, do curso de MBA em

Gerenciamento Internacional de Projetos, Turma ONL01506-ZOGPJRJ06T1 do

Programa FGV Online, realizado no período de 16/05/2015 a 25/06/2016, declara que

o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Análise comparativa da

estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo e seu impacto no cronograma

de um projeto de implantação de um programa de responsabilidade social em um

shopping center” é autêntico, original e de sua autoria exclusiva.

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2016.

____________________________________

Maurício Collaça Ramos

Page 5: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

Dedico este trabalho aos meus filhos, pais

e namorada.

Page 6: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

AGRADECIMENTOS

Agradeço as várias pessoas que colaboram durante a realização do trabalho.

Page 7: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

RESUMO

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é apresentar o referencial teórico da gestão de tempo de projetos, com ênfase nas estimativas de atividades e elaboração de cronograma, tornando possível ao leitor compreender os processos, ferramentas e técnicas envolvidos e a comparação dos métodos PERT, CPM e Monte Carlo. Uma aplicação prática de simulação de Monte Carlo será realizada através da ferramenta de software gratuita chamada SIMULAR, na qual serão feitas simulações de durações do cronograma de um estudo de caso de implantação de um programa de responsabilidade social de um shopping center fictício. Palavras-Chave: Monte Carlo; PERT; CPM; Cronograma.

Page 8: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

ABSTRACT

The objective of this course conclusion work is to present the theoretical framework of project time management, with emphasis on estimates of activities and preparation of schedule, enabling the reader to understand the processes, tools and techniques involved and the comparison of PERT, CPM and Monte Carlo methods. A practical application of Monte Carlo simulation will be held through free software tool called SIMULAR, which will be made schedule duration simulations of a case study of a social responsibility program for a fictitious shopping mall. Keywords: Monte Carlo; PERT; CPM; Schedule.

Page 9: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

LISTA DE ABREVIATURAS

ANN – Atividade No Nó.

CCM – Critical Chain Method.

CPM – Critical Path Method.

EAP – Estrutura Analítica do Projeto.

FGV – Fundação Getúlio Vargas.

II – Início para Início.

IT – Início para Término.

MCC – Método do Caminho Crítico.

MDP – Método do Diagrama de precedência.

PDM – Precedence Diagram Method.

PERT – Program Evaluation Review Technique.

PMI – Project Management Institute.

TAP – Termo de Abertura do Projeto.

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.

TI – Término para Início.

TT – Término para Término.

Page 10: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 – Grupos de processos de gerenciamento de projetos ............................... 16

Figura 2 – Grupos de processos do gerenciamento de tempo .................................. 16

Figura 3 – Processo de planejamento do cronograma .............................................. 17

Figura 4 – Processo de definição de atividades ........................................................ 20

Figura 5 – Processo de sequenciamento de atividades ............................................ 21

Figura 6 – Tipos de relações do método do diagrama de precedência ..................... 23

Figura 7 – Diagrama de rede do cronograma do projeto ........................................... 23

Figura 8 – Processo de estimativa de recursos das atividades ................................. 24

Figura 9 – Processo da estimativa de duração das atividades.................................. 25

Figura 10 – Processo de desenvolvimento do cronograma ...................................... 30

Figura 11 – Exemplo de método do caminho crítico ................................................. 32

Figura 12 – Exemplo de método da corrente crítica .................................................. 34

Figura 13 – Nivelamento de recursos ........................................................................ 36

Figura 14 – Cronograma de marcos .......................................................................... 39

Figura 15 – Cronograma ou diagrama de Gantt resumo ........................................... 40

Figura 16 – Cronograma ou diagrama de Gantt detalhado ....................................... 40

Figura 17 – Processo de controle do cronograma ..................................................... 41

Figura 18 – Distribuições de probabilidade da ferramenta SIMULAR ....................... 44

Figura 19 – Cronograma com paralelismo de atividades .......................................... 48

Figura 20 – Modelo de cálculo de duração de cronograma em Excel ....................... 49

Figura 21 – Enquadramento das variáveis de entrada .............................................. 49

Figura 22 – Função para simulação de distribuição triangular .................................. 50

Figura 23 – Função para simulação de distribuição triangular .................................. 51

Figura 24 – Variáveis de análise ou de saída do modelo .......................................... 52

Figura 25 – Simulação com 10.000 iterações ........................................................... 52

Figura 26 – Progresso da simulação ......................................................................... 53

Figura 27 – Resultado da simulação ......................................................................... 54

Figura 28 – Gráficos de frequência e probabilidade cumulativa ................................ 54

Figura 29 – Estatísticas da simulação ....................................................................... 55

Page 11: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 15

2.1. Conceito de projeto ................................................................................ 15

2.2. Conceito de gerenciamento de projeto ................................................ 15

2.3. Conceito de gerenciamento do tempo do projeto ............................... 16

2.3.1. Planejar o gerenciamento do cronograma ................................................ 17

2.3.2. Definir as atividades ................................................................................. 20

2.3.3. Sequenciar as atividades ......................................................................... 21

2.3.4. Estimar os recursos das atividades .......................................................... 24

2.3.5. Estimar a duração das atividades............................................................. 25

2.3.5.1. Opinião especializada .............................................................................. 25

2.3.5.2. Estimativa análoga ................................................................................... 25

2.3.5.3. Estimativa paramétrica ............................................................................. 26

2.3.5.4. Método PERT de estimativa de três pontos ............................................. 26

2.3.5.5. Técnicas de tomada de decisão em grupo ............................................... 28

2.3.5.6. Análise de reservas .................................................................................. 29

2.3.6. Desenvolver o cronograma ...................................................................... 29

2.3.6.1. Análise de rede do cronograma ............................................................... 30

2.3.6.2. Método do caminho crítico ....................................................................... 31

2.3.6.3. Método da corrente crítica ........................................................................ 33

2.3.6.4. Técnicas de otimização de recursos ........................................................ 35

2.3.6.5. Técnicas de desenvolvimento de modelos ............................................... 36

2.3.6.6. Antecipações e esperas ........................................................................... 37

2.3.6.7. Compressão de cronograma .................................................................... 37

2.3.6.8. Ferramenta de cronograma ...................................................................... 39

2.3.6.9. Cronograma ............................................................................................. 39

2.3.7. Controlar o cronograma ............................................................................ 40

2.4. Comparação dos métodos PERT, CPM e Monte Carlo ....................... 41

2.4.1. Limitação do método CPM ....................................................................... 41

2.4.2. Limitação do método PERT ...................................................................... 42

Page 12: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

2.4.3. A simulação de Monte Carlo .................................................................... 42

2.5. A ferramenta SIMULAR .......................................................................... 43

3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA ............................................. 45

3.1. Estudo de caso do plano de projeto ..................................................... 45

3.1.1. Termo de abertura do projeto – TAP ........................................................ 45

3.1.1.1. Justificativa e descrição sumário do projeto ............................................. 45

3.1.1.2. Restrições do projeto ................................................................................ 46

3.1.1.3. Resumo do Orçamento ............................................................................ 46

3.1.1.4. Sumário dos riscos ................................................................................... 46

3.1.2. Plano de gerenciamento do cronograma .................................................. 47

3.1.2.1. Estimativas de duração pelo método PERT ............................................. 47

3.2. Metodologia para simulação e análise de Monte Carlo ...................... 48

3.2.1. Desenvolvimento do modelo .................................................................... 48

3.2.2. Identificação de incertezas ....................................................................... 49

3.2.3. Identificação de variáveis de análise ou de saída .................................... 51

3.2.4. Gerar Simulação ....................................................................................... 52

3.2.5. Análise do Modelo Simulado .................................................................... 53

3.2.6. Tomar a Decisão ...................................................................................... 55

4. CONCLUSÃO .......................................................................................... 56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 59

ANEXOS ................................................................................................................... 60

APÊNDICES ............................................................................................................. 61

Page 13: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

13

1. INTRODUÇÃO

As origens do estudo deste TCC se dão com o interesse do seu autor em se

aperfeiçoar no método Monte Carlo em conjunto com a oportunidade de aplicá-lo ao

plano de projeto de implantação de programa de responsabilidade social de um

shopping center, que foi desenvolvido na disciplina de Concorrência de Projetos do

MBA Executivo Internacional de Gestão de Projeto da Fundação Getúlio Vargas.

Acredita-se que a importância da pesquisa realizada para a área de

conhecimento de gestão de projetos é o aprofundamento sobre o método Monte Carlo,

superficialmente abordado pelo Project Management Institute e pelo já mencionado

MBA.

O tema deste trabalho é a estimativa de tempo para cronograma de

implantação de programa de responsabilidade social.

Este tema está delimitado a uma análise comparativa entre o método PERT

utilizado nas estimativas de tempo das atividades do cronograma e o método Monte

Carlo.

O objetivo geral deste trabalho é identificar o quanto as estimativas PERT de

tempo na implantação de um programa de responsabilidade social, especificamente

um inédito para um shopping center, seriam afetadas ao se adotar o método de Monte

Carlo.

Os objetivos específicos deste trabalho são proceder à revisão de literatura

sobre os métodos de estimativas PERT e Monte Carlo, desenvolver um plano de

projeto para implantação de um programa de responsabilidade social em um shopping

center, desenvolver experimentos de uma nova versão das estimativas de tempo e

cronograma resultante, analisar os possíveis impactos na linha base do cronograma.

Entende-se que o projeto de implantação de um programa de responsabilidade

social, inédito para um shopping center, traz muitas incertezas, como por exemplo as

dimensões escopo e custos, mas principalmente, a dimensão tempo, que

eventualmente afetará os custos de mão de obra e o escopo a ser contemplado na

data marco de conclusão do projeto.

Por não haver experiência prévia no gerenciamento deste tipo de projeto no

shopping, propõe-se analisar e comparar o cronograma e o método de estimativa

PERT nele utilizado com o método Monte Carlo, de forma a antever eventuais

Page 14: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

14

decisões sobre solicitações de mudança de cronograma eventualmente elaborado de

forma não realística.

Os conceitos fundamentais que serão desenvolvidos neste trabalho englobam

o que é projeto, gerenciamento de projeto, gerenciamento de tempo do projeto,

planejamento do gerenciamento do cronograma, definição das atividades, estimativas

de recursos e duração das atividades, desenvolvimento e controle do cronograma.

Especificamente quanto as estimativas de duração das atividades e o

desenvolvimento do cronograma, serão aprofundados os conceitos de opinião

especializada, estimativas análogas, paramétricas e de três pontos, método PERT,

técnicas de tomada de decisão em grupo, análise de reservas, análise de rede do

cronograma, método do caminho crítico (CPM), método da corrente crítica (CCM),

técnicas de otimização de recursos, técnicas de desenvolvimento de modelos que

inclui a simulação de Monte Carlo, antecipações e esperas de cronogramas,

compressão de cronograma, ferramenta de cronograma e tipos de cronograma.

Estes conceitos basearam-se em pesquisa bibliográfica realizada na Internet,

aonde foram encontrados, analisados e citados diversos artigos e livros relevantes a

gerenciamento de Projeto (PMI, 2013), método PERT (MALCOM et al, 1959), método

do caminho crítico ou CPM (KELLEY; WALKER, 1959), método de Monte Carlo

(ALENCAR; SCHMITZ, 2012) e estudo de simulação Monte Carlo (AGUIAR et al.,

2010) com ferramenta de software gratuita SIMULAR (SIMULARSOFT, 2010), além

de outros que se encontram devidamente citados e constam nas referências

bibliográficas deste trabalho.

No capítulo de relação da teoria com a prática, serão desenvolvidas simulações

de Monte Carlo com a ferramenta de software SIMULAR, aonde se espera obter

resultados relevantes, comparados a estimativa feita pelo PERT para o cronograma

do estudo de caso do programa de responsabilidade social para o shopping center RJ

Shopping.

Page 15: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresenta-se uma revisão da literatura necessária à

compreensão da temática-alvo da investigação desta monografia, que é aplicação

prática e análise dos métodos PERT/CPM e Monte Carlo nas estimativas de tempo

das atividades que compõe um cronograma para o gerenciamento de um projeto.

A revisão da literatura é um levantamento do estado da arte baseado em

estudos e trabalhos existentes que foram encontrados através de pesquisa na

Internet.

Os conceitos, modelos ou teorias consagradas foram agrupados em seções

para melhor organização e compreensão deste referencial teórico. Outras seções

também foram elaboradas para articular os conceitos de seções anteriores,

confrontando-as e indicando seus potenciais questionamentos e tentativas de

resposta.

2.1. Conceito de projeto

Um projeto é um empreendimento temporário, executado por pessoas

designadas a ele, com o objetivo de produzir um produto, serviço ou resultado inédito,

delimitado pelos seus requisitos, um período de tempo e um orçamento para suprir os

recursos necessários à sua execução.

Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço

ou resultado exclusivo. (PMI, 2013, p.3)

2.2. Conceito de gerenciamento de projeto

O gerenciamento de projeto é a uma atividade humana no campo da

Administração que aplica seus conhecimentos para atender os objetivos do projeto,

gerenciando diversas variáveis como escopo, tempo, custo, recursos humanos,

riscos, qualidade, comunicações, partes interessadas, aquisições e a integração

destas.

Gerenciamento de projetos é a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e integração apropriadas dos 47 processos de gerenciamento de projetos, logicamente agrupados em cinco grupos de processos. Esses cinco grupos de processos são: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. (PMI, 2013, p.5)

Page 16: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

16

Figura 1 – Grupos de processos de gerenciamento de projetos

Fonte: PMI, 2013, p. 50.

Este referencial teórico limita-se a referenciar os processos da área de

conhecimento de gerenciamento de tempo, que constam nos grupos de processos de

planejamento e de monitoramento e controle, conforme a figura 2.

Figura 2 – Grupos de processos do gerenciamento de tempo

Fonte: PMI, 2013, p. 61. (Adaptado)

Uma lista completa dos processos de gerenciamento de projetos e

mapeamento das áreas de conhecimento encontra-se no anexo 1.

2.3. Conceito de gerenciamento do tempo do projeto

O gerenciamento do tempo do projeto é uma das dez áreas de conhecimento

cujos processos estão agrupados em processos de planejamento e processos de

monitoramento e controle.

Page 17: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

17

O Gerenciamento do tempo do projeto inclui os processos necessários para

gerenciar o término pontual do projeto. (PMI, 2013, p. 141)

Este referencial teórico irá destacar quais processos possuem relação direta

com as estimativas de tempo de duração das atividades, o método PERT/CPM, o

método Monte Carlo e a elaboração do cronograma do projeto.

2.3.1. Planejar o gerenciamento do cronograma

O processo de estabelecer as políticas, os procedimentos e a documentação

para o planejamento, desenvolvimento, gerenciamento, execução e controle do

cronograma do projeto (PMI, 2013, p.141). Neste processo são identificadas as

entradas, ferramentas e técnicas, e saídas conforme a figura 3.

Figura 3 – Processo de planejamento do cronograma

Fonte: PMI, 2013, p. 145.

Nas entradas do processo de planejamento do cronograma identificou-se que

alguns fatores ambientais da empresa e ativos de processos organizacionais

influenciam a escolha do método de elaboração das estimativas de tempo da duração

das atividades do cronograma do projeto.

A estrutura e cultura organizacionais podem influenciar o gerenciamento do

cronograma. (PMI, 2013, p.146)

Entende-se que a estrutura e a cultura organizacional compreendem desde a

direção da empresa, passando pelos gerentes funcionais, o gerente do projeto, a

equipe do projeto, entre outros. A falta desta estrutura e cultura organizacional

adequadas ao gerenciamento de projetos pode influenciar na escolha do método de

elaboração das estimativas de tempo da duração das atividades do cronograma do

projeto.

A disponibilidade de recursos e habilidades podem influenciar o planejamento do

cronograma. (PMI, 2013, p.146)

Page 18: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

18

Determinados métodos de estimativa de duração das atividades e elaboração

de cronograma podem demandar recursos com habilidades não disponíveis no

momento do planejamento do cronograma do projeto. Neste momento a cultura

organizacional pode ou não ter a ciência que tais recursos devem ser desenvolvidos

ou obtidos externamente.

O software de planejamento do projeto fornece a ferramenta de cronograma e

possibilidades alternativas para o gerenciamento do cronograma. (PMI, 2013, p.146)

Determinados métodos de estimativa de duração das atividades e elaboração

de cronograma demandam software de planejamento de projeto que ofereçam

funcionalidades para cálculo de médias ponderadas ou simulação de distribuição de

probabilidades, respectivamente relacionados aos métodos PERT/CPM e Monte

Carlo, que serão abordados mais adiante.

Procedimentos de controle de riscos, incluindo categorias de riscos, definições

de impacto e probabilidade e matriz de probabilidade e impacto. (PMI, 2013, p.146)

Apesar de não ser o tema deste trabalho, o gerenciamento dos riscos do

projeto, considera-se relevante a compreensão de que as atividades do cronograma

do projeto podem possuir diferentes categorias, probabilidades e impactos dos seus

riscos e que a percepção, identificação e tratamento dos riscos devem ser

considerados na dimensão tempo das atividades do cronograma. Mais uma vez

destaca-se aqui a relevância da cultura organizacional no tratamento dos riscos, pois

algumas organizações preferem ignorá-los.

Embora a ocorrência de eventos que prejudicam o bom andamento dos projetos sob nossa responsabilidade, ou seja, a ocorrência de fatores de risco, seja comum, é a nossa percepção da importância da existência desses fatores que nos levam a atuar sobre eles, antes que o pior aconteça. Entretanto, por motivos históricos e culturais, a avassaladora maioria dos profissionais que atuam no mercado é compelida a ignorar estes fatores, diminuindo, consideravelmente, as chances de sucesso dos projetos sob sua responsabilidade. (ALENCAR, SCHMITZ, 2010, p. 11)

Nas ferramentas e técnicas do processo de planejamento do cronograma

identificou-se que a opinião especializada e as técnicas analíticas influenciam a

escolha do método de elaboração das estimativas de tempo da duração das

atividades do cronograma do projeto.

A opinião especializada, guiada por informações históricas, fornece discernimento valioso sobre o ambiente e informações de projetos passados similares. A opinião especializada também pode sugerir sobre se seria

Page 19: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

19

recomendável combinar métodos e como reconciliar as diferenças entre eles. (PMI, 2013, p. 147)

Entende-se que a opinião especializada é oriunda de formação e experiência

adequadas ao planejamento do gerenciamento do tempo do projeto e que estas não

necessariamente se encontram dentro da organização cliente do projeto, podendo

requerer a capacitação de profissionais ou a contratação de terceiros. Entre outros

papéis, os especialistas deveriam ser capazes de, com base nas especificações do

projeto, identificar e até mesmo combinar os métodos de estimativa de duração das

atividades do cronograma do projeto.

A opinião fornecida baseada em especialização numa área de aplicação, área de conhecimento, disciplina, setor econômico, etc., conforme apropriada à atividade sendo executada, deve ser utilizada no desenvolvimento do plano de gerenciamento do cronograma. (PMI, 2013, p. 147)

Entende-se também que, além da disciplina de gerenciamento de tempo, a

opinião especializada baseia-se também na formação e experiência no produto

resultante do projeto, que, conforme o estudo de caso que será abordado

posteriormente, tratará da implantação de um programa de responsabilidade social

para um shopping center.

O processo de planejar o gerenciamento do cronograma pode envolver a escolha de opções estratégicas na estimativa e elaboração do cronograma, tais como: metodologia de elaboração do cronograma, ferramentas e técnicas de cronograma, abordagens e formatos de estimativa, e software de gerenciamento de projetos. O plano de gerenciamento do cronograma também pode detalhar meios de utilizar as técnicas de paralelismo ou compressão [...] do cronograma do projeto, tal como a execução de atividades em paralelo. Essas decisões, como outras decisões de cronograma que afetam o projeto, podem afetar os riscos do projeto. (PMI, 2013, p. 147)

Já parcialmente abordado acima, a escolha dos métodos de elaboração do

cronograma, ferramentas e técnicas de cronograma, abordagens e formatos de

estimativa podem influenciar a eficácia do gerenciamento do tempo e riscos do

projeto. O cronograma do projeto pode ser afetado não só com a escolha do método

de estimativa a ser utilizado, como o PERT/CPM e o Monte Carlo, como também com

a utilização de técnicas de paralelismo da execução de atividades como a compressão

de atividades do cronograma através da alocação de mais recursos para a execução

de uma atividade. Estes métodos e técnicas serão abordados mais adiante.

O produto resultante deste processo é o plano de gerenciamento do

cronograma, do qual destacam-se, para fins deste referencial teórico, a metodologia

Page 20: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

20

e a ferramenta de cronograma a serem usadas no desenvolvimento do modelo do

cronograma do projeto e a faixa aceitável usada na determinação das estimativas

realistas de duração das atividades podendo incluir uma quantia para contingências.

Baseado na análise do processo de planejamento do gerenciamento do

cronograma, conclui-se que é relevante o adequado planejamento de como será

elaborado e controlado o cronograma, especificamente quanto aos melhores métodos

para a estimativas de duração das atividades e níveis de precisão das mesmas, com

base nas opiniões especializadas, tanto na gerência de tempo do projeto, quanto na

implantação de programa de responsabilidade social em um shopping center.

2.3.2. Definir as atividades

O processo de identificação e documentação das ações específicas a serem

realizadas para produzir as entregas do projeto (PMI, 2013, p.141). Neste processo

são identificadas as entradas, ferramentas e técnicas, e saídas conforme a figura 4.

Figura 4 – Processo de definição de atividades

Fonte: PMI, 2013, p. 145.

Nas entradas do processo de definição das atividades identifica-se o plano de

gerenciamento do cronograma, fatores ambientais da empresa e ativos de processos

organizacionais mencionados no processo anterior e, neste momento, destaca-se a

linha base do escopo, a partir da qual serão definidas as atividades do cronograma e

para as quais serão estimadas durações.

A EAP, entregas, restrições e premissas do projeto documentadas na linha de

base do escopo do projeto são explicitamente consideradas durante a definição das

atividades. (PMI, 2013, 151)

A EAP é a decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de alcançar os objetivos do projeto e criar as entregas exigidas. Cada nível descendente da EAP representa uma definição cada vez mais detalhada do trabalho do projeto. (PMI, 2013, 132).

Page 21: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

21

Entende-se que quanto mais detalhada e mais precisa for a decomposição da

EAP em atividades, mas precisas seriam as estimativas de duração, entretanto mais

complexo seria o seu gerenciamento.

Decomposição é uma técnica usada para subdividir o escopo do projeto e suas

entregas em partes menores e mais fáceis de gerenciar. Estas atividades representam

o esforço necessário para completar um pacote de trabalho. (PMI, 2013, 151)

Os produtos resultantes deste processo são a lista de atividades, os atributos

das atividades e a lista de marcos.

Os atributos das atividades e a lista de marcos são fundamentais para o

sequenciamento das atividades na elaboração do cronograma.

Atributos como atividades predecessoras, as atividades sucessoras, relações lógicas, antecipações e esperas, requisitos de recursos, datas impostas, restrições e premissas [...] são usados para o desenvolvimento do cronograma e para a seleção, sequenciamento e classificação das atividades planejadas no cronograma. (PMI, 2013, p. 153)

A lista de marcos pode impor datas obrigatórias que produzam impactos

intermediários no cronograma e venham a influenciar ou mesmo determinar o caminho

crítico do cronograma. O conceito de caminho crítico será abordado mais a frente.

2.3.3. Sequenciar as atividades

O processo de identificação e documentação dos relacionamentos entre as

atividades do projeto (PMI, 2013, p.141). Neste processo são identificadas as

entradas, ferramentas e técnicas, e saídas conforme a figura 5.

Figura 5 – Processo de sequenciamento de atividades

Fonte: PMI, 2013, p. 153.

Nas ferramentas e técnicas deste processo encontram-se importante referência

ao método de diagrama de precedência.

Page 22: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

22

O método de diagrama de precedência é usado para estabelecer, graficamente,

a rede lógica das atividades e marcos que comporão o cronograma do projeto, cujas

estimativas de duração serão adiante abordadas nos métodos PERT/CPM e Monte

Carlo.

O método do diagrama de precedência (MDP) é uma técnica usada para construir um modelo de cronograma em que as atividades são representadas por nós e ligadas graficamente por um ou mais relacionamentos lógicos para mostrar a sequência em que as atividades devem ser executadas. Atividade no nó (ANN) é um método de representação de um diagrama de precedência. Este é o método usado pela maioria dos pacotes de software de gerenciamento de projetos. (PMI, 2013, p.156)

O método de diagrama de precedência possui quatro tipos de relacionamentos:

Relacionamento término para início (TI) é aquele que uma atividade sucessora

não pode começar até que uma atividade predecessora tenha terminado. No MDP,

término para início é o tipo mais comumente utilizado de relação de precedência (PMI,

2013, p.157).

Relacionamento término para término (TT) é aquele que uma atividade

sucessora não pode terminar até que a atividade predecessora tenha terminado.

Relacionamento início para início (II) é aquele que uma atividade sucessora

não pode ser iniciada até que uma atividade predecessora tenha sido iniciada.

Relacionamento início para término (IT) é aquele que uma atividade sucessora

não pode ser terminada até que uma atividade predecessora tenha sido iniciada. A

relação início para término é raramente usada, mas foi incluída aqui para apresentar

uma lista completa dos tipos de relação MDP (PMI, 2013, p.157).

Estes relacionamentos são ilustrados na figura 6.

Uma das principais saídas deste processo é o diagrama de rede do cronograma

do projeto. Um diagrama de rede do cronograma do projeto é uma representação

gráfica das relações lógicas, também chamadas de dependências, entre as atividades

do cronograma do projeto. Um diagrama de rede do cronograma do projeto pode ser

produzido manualmente ou através do uso de um software de gerenciamento de

projetos. (PMI, 2013, p.159)

A figura 7 ilustra um diagrama de rede do cronograma do projeto.

Page 23: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

23

Figura 6 – Tipos de relações do método do diagrama de precedência

Fonte: PMI, 2013, p. 157.

Figura 7 – Diagrama de rede do cronograma do projeto

Fonte: PMI, 2013, p. 160.

Ressalta-se aqui a importância de que não haja pontas soltas, ou seja, todas

as atividades precisam, ter pelo menos uma seta de entrada e uma seta de saída. A

exceção são as atividades de início e fim da rede, as quais só devem ter,

respectivamente, setas de saída e setas de entrada.

Page 24: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

24

2.3.4. Estimar os recursos das atividades

O processo de estimativa dos tipos e quantidades de material, recursos

humanos, equipamentos ou suprimentos que serão necessários para realizar cada

atividade (PMI, 2013, p.141). Neste processo são identificadas as entradas,

ferramentas e técnicas, e saídas conforme a figura 8.

Figura 8 – Processo de estimativa de recursos das atividades

Fonte: PMI, 2013, p. 161.

Nas entradas deste processo identifica-se a coesão entre a saídas produzidas

pelos processos anteriores e adicionalmente alguns outros elementos que afetam a

estimativas de recursos das atividades, tais como os calendários dos recursos, o

registro de riscos e as estimativas de custos das atividades.

Um calendário de recursos é um calendário que identifica os dias úteis e turnos

em que cada recurso específico encontra-se disponível. [...] Os eventos de risco

podem impactar a seleção e a disponibilidade dos recursos. [...] O custo dos recursos

pode impactar a sua seleção. (PMI, 2013, p.163)

Considera-se importante destacar que a disponibilidade limitada de recursos,

seja por seus calendários ou por seus custos, será relevante na estimativa de duração

das atividades por não ser possível estimar que uma tarefa de um recurso durante por

um prazo além de uma imposição de calendário deste recurso, ou que a alocação

deste recurso represente custos inaceitáveis para a execução da atividade. Neste

ponto percebe-se maior relação entre as dimensões escopo, tempo e custos do

projeto.

Nas ferramentas e técnicas deste processo identifica-se a estimativa “Bottom-

up”, que em Português significa “de baixo para cima”, como relevante nas estimativas

do custo e da duração de uma atividade do cronograma do projeto.

Page 25: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

25

Estimativa “bottom-up” é um método de estimativa da duração ou custo do projeto pela agregação das estimativas dos componentes de nível mais baixo da estrutura analítica do projeto (EAP). Quando uma atividade não pode ser estimada com um grau razoável de confiança, o trabalho dentro da atividade é decomposto em mais detalhes. (PMI, 2013, p.164)

2.3.5. Estimar a duração das atividades

O processo de estimativa do número de períodos de trabalho que serão

necessários para terminar atividades específicas com os recursos estimados (PMI,

2013, p.141). Neste processo são identificadas as entradas, ferramentas e técnicas,

e saídas conforme a figura 9.

Figura 9 – Processo da estimativa de duração das atividades

Fonte: PMI, 2013, p. 166.

Nas ferramentas e técnicas deste processo constam as principais referências

aos métodos de estimativa de duração de atividades que serão analisados neste

trabalho. Algumas outras técnicas não abordadas pelo PMI serão citadas.

2.3.5.1. Opinião especializada

No processo de estimar a duração das atividades, a opinião de especialistas,

com base em sua formação, experiência profissional e informações históricas pode

ser usada como base para a estimativas de duração das atividades, bem como para

a seleção e combinação de métodos de estimativas.

2.3.5.2. Estimativa análoga

A estimativa análoga é uma técnica de estimativa de duração de uma atividade

com base em dados históricos reais levantados em projetos anteriores, comumente

Page 26: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

26

utilizada quando há não há muito tempo e recursos financeiros para a elaboração das

estimativas ou não há amplo conhecimento do trabalho necessário para a execução

da atividade. Para tal é necessário conhecimento prévio de durações reais de

atividades semelhantes ou consulta a dados históricos de terceiros, como pesquisas

e consultorias. Vale ressaltar aqui o papel da opinião especializada mencionado

anteriormente. A estimativa análoga pode algumas vezes sofrer ajustes com base

nas diferenças de complexidade entre o projeto em planejamento e a duração real

apurada em projeto anteriores, não obstante isto não a caracteriza como uma

estimativa paramétrica, técnica a qual será analisada em seguida.

A estimativa análoga é geralmente menos dispendiosa e consome menos tempo que outras técnicas, mas também é menos precisa. Estimativas de duração análoga podem ser aplicadas ao projeto inteiro ou a segmentos do projeto e podem ser usadas em conjunto com outros métodos de estimativa. A estimativa análoga é mais confiável quando as atividades anteriores são semelhantes de fato e não apenas aparentemente, e a equipe do projeto que prepara as estimativas possui a habilidade técnica necessária. (PMI, 2013, p.170)

2.3.5.3. Estimativa paramétrica

A estimativa paramétrica é uma técnica de estimava de duração de uma

atividade com base em um cálculo numérico envolvendo um ou mais parâmetros,

comumente utilizada quando conhecimento de alguma relação matemática como o

cálculo de horas de trabalho para executar uma determinada quantidade de trabalho.

Esta técnica pode produzir altos níveis de precisão dependendo da sofisticação e dos dados subjacentes colocados no modelo. Estimativas paramétricas de tempo podem ser aplicadas a todo um projeto ou a segmentos do projeto, em conjunto com outros métodos de estimativa. (PMI, 2013, p.170)

2.3.5.4. Método PERT de estimativa de três pontos

Para se considerar as incertezas de uma estimativa única de duração de uma

atividade, esta pode ter sua precisão aperfeiçoada considerando o seu grau de

incerteza e risco. Para tal, pode ser adotada uma estimativa de três pontos, a exemplo

do conceito original do método PERT.

O método PERT do Inglês “Program Evaluation Review Technique” é uma

técnica de medição e controle do progresso do desenvolvimento do programa de

mísseis balísticos da Marinha dos Estados Unidos em 1959. (MALCOLM et al, 1958,

p.646).

Page 27: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

27

A medida que o escritório de avaliação de programas estudou os atrasos e

previsões de futuros atrasos, pareceu que a capacidade de prever futuros progressos

era mais limitada que o desejado. (MALCOLM et al, 1958, p.647).

A equipe de pesquisa em avaliação de projetos designou o problema como

PERT [...]. Desde a implementação do PERT pelo Escritório de Projetos Especiais em

1958, muitas organizações desenvolveram um interesse no PERT, muitas estudando

a viabilidade da aplicação das técnicas PET em suas próprias operações. (MALCOLM

et al, 1958, p.647).

A equipe PERT achou que o requerimento mais importante para avaliação de

projetos era as provisões detalhadas e bem consideradas das estimativas de

restrições de tempo em atividades futuras. (MALCOLM et al, 1958, p.648).

Idealmente, para cada atividade deveria haver uma distribuição de

probabilidades dos tempos que uma atividade poderia requerer. (MALCOLM et al,

1958, p.648).

Esta prática foi projetada para ajudar a desassociar o engenheiro do seu

conhecimento prévio do cronograma existente e prover mais informações a respeito

das dificuldades inerentes e da variabilidade na atividade sendo estimada.

Consequentemente. Três números designados como estimativa de tempo corrido

otimista, pessimista e mais provável foram obtidos para cada atividade. (MALCOLM

et al, 1958, p.651).

Foi postulado que três estimativas poderiam ser usadas para construir uma

distribuição de probabilidade do tempo esperado para executar a atividade. Achou-se

que tal distribuição teria um pico na estimativa de tempo mais provável. Similarmente,

foi assumido que haveria pouca chance que ambas estimativas otimistas e

pessimistas aconteceriam. É livre a escolha de qualquer posição entre os dois

extremos, dependendo inteiramente do julgamento do estimador. (MALCOLM et al,

1958, p.651).

Com as premissas de que o desvio padrão da distribuição poderia ser estimada

adequadamente como 1/6 do intervalo pessimista menos otimista e que a distribuição

beta é um modelo adequado de distribuição do tempo de uma atividade, foi possível

desenvolver equações para cálculo do tempo estimado (te) e da variância σ2(te).

(MALCOLM et al, 1958, p.651).

𝑡𝑒 =13⁄ [2𝑚 + 1

2⁄ (𝑎 + 𝑏)]

Page 28: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

28

𝜎2(𝑡𝑒) = [1 6⁄ (𝑏 − 𝑎)]2

PERT usa três estimativas para definir uma faixa aproximada para a duração

de uma atividade. (PMI, 2013, p. 170).

O método PERT estabelece a estimativa de tempo (tE) como sendo a média

ponderada das estimativas mais provável (tM), otimista (tO), pessimista (tP)

considerando o peso quatro para tM e consequentemente seis como divisor dos fatores

para cálculo da estimativa média, conforme a seguinte fórmula:

𝑡𝐸 =(𝑡𝑂 + 𝑡𝑀 × 4 + 𝑡𝑃)

6

As estimativas de duração baseadas em três pontos com uma distribuição

assumida fornecem uma duração esperada e esclarecem a faixa de incerteza sobre a

duração esperada. (PMI, 2013, p. 171).

O método PERT é associado ao método MCC, acrônimo de método do caminho

crítico, ou CPM do Inglês Critical Path Method, combinando estatística com

determinística para a determinação do caminho crítico e elaboração do cronograma.

Por isso são muitas vezes referidos com o método PERT/CPM. O método CPM será

abordado mais adiante.

2.3.5.5. Técnicas de tomada de decisão em grupo

As técnicas de tomada de decisão em grupo, preferencialmente aqueles que

são conhecedores do trabalho necessário estão próximos a execução do mesmo, são

recomendáveis no processo de estimar a duração das atividades por melhorarem a

precisão das estimativas, além do benefício secundário de se promover o

comprometimento dos executores envolvidos em alcançar os prazos por eles

estimados. As técnicas de tomada de decisão em grupo identificadas foram:

Brainstorming. Uma técnica geral de coleta de dados e exercício de criatividade

que pode ser usada para identificar riscos, ideias ou soluções para problemas usando

um grupo de membros da equipe ou especialistas no assunto. (PMI, 2013, p.532)

Técnica Delphi. Uma técnica de coleta de informações utilizada como meio de alcançar um consenso de especialistas em um assunto. Nesta técnica, os especialistas no assunto participam anonimamente. Um facilitador usa um questionário para solicitar ideias sobre os pontos importantes do projeto relacionados ao assunto. As respostas são resumidas e então redistribuídas aos especialistas para comentários adicionais. O consenso pode ser alcançado após algumas rodadas desse processo. A técnica Delphi ajuda a reduzir o viés de parcialidade nos dados e evita que alguém possa indevidamente influenciar o resultado. (PMI, 2013, p.565)

Page 29: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

29

Técnica de grupo nominal. Essa técnica amplia o brainstorming adicionando

um processo de votação para ordenar as melhores ideias e as levando para um

brainstorming adicional ou priorização. (PMI, 2013, p.565)

2.3.5.6. Análise de reservas

Reservas de tempo podem ser incluídas para considerar riscos nas estimativas

de tempo das atividades ou do cronograma do projeto como um todo. Na literatura

pesquisada foram identificados dois tipos de reserva cuja maior diferença entre elas é

que uma faz parte da linha base do cronograma, associada a atividades especificas e

a outra é um reserva gerencial, que pode ser incluída no cronograma.

Reserva de contingência, também conhecida como buffers, são adicionadas a

linha base do cronograma para tratar riscos identificados em incógnitas conhecidas

de atividades para as quais ações mitigadoras são planejadas.

A reserva de contingência pode ser uma porcentagem da duração estimada da

atividade, um número especificado de períodos de trabalho, ou pode ser desenvolvida

através do uso de métodos de análise quantitativa, como a simulação de Monte Carlo.

(PMI, 2013, p.171.)

Preferencialmente, as reservas devem ser separadas das estimativas das

atividades individuais para clareza na sua identificação no cronograma e no seu

manuseio, seja para utilização, redução ou eliminação.

Reserva de cronograma, também conhecida como reserva gerencial, não é

adicionada na linha base do cronograma mas faz parte da especificação do projeto

para tratar os riscos não identificados das incógnitas desconhecidas do cronograma.

2.3.6. Desenvolver o cronograma

O processo de análise das sequências das atividades, suas durações, recursos

necessários e restrições do cronograma visando criar o modelo do cronograma do

projeto (PMI, 2013, p.141). Neste processo são identificadas as entradas, ferramentas

e técnicas, e saídas conforme a figura 10.

Page 30: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

30

Figura 10 – Processo de desenvolvimento do cronograma

Fonte: PMI, 2013, p. 173.

Com base na duração das atividades sequenciadas na rede lógica do projeto,

nos recursos e suas restrições de calendário e recursos, e na análise de risco que

identifica a necessidade de reservas de contingência, são aplicados métodos de

elaboração do cronograma previamente definidos no plano de gerenciamento do

cronograma.

O desenvolvimento de um cronograma de projeto aceitável é muitas vezes um processo iterativo. [...] À medida que o trabalho avança, a revisão e a manutenção do modelo de cronograma do projeto para sustentar um cronograma realista continuam sendo executadas durante todo o projeto. (PMI, 2013, p. 174)

Os métodos identificados que podem ser combinados na elaboração do

cronograma do projeto são a análise de rede do cronograma, o método do caminho

crítico, o método da corrente crítica, técnicas de otimização de recursos, técnicas de

desenvolvimento de modelos, antecipações e esperas, compressão do cronograma e

uso de ferramenta de cronograma.

2.3.6.1. Análise de rede do cronograma

O que é chamado de análise de rede do cronograma é a combinação das várias

técnicas que serão combinadas e apresentadas na sequência.

A análise de rede do cronograma é uma técnica que gera o modelo do cronograma do projeto. Ela emprega várias técnicas analíticas, tais como o método do caminho crítico, o método da corrente crítica, a análise “e-se” e técnicas de otimização dos recursos para calcular as datas de início e término mais cedo e mais tarde das partes incompletas das atividades do projeto. Alguns caminhos da rede podem ter pontos de convergência ou divergência

Page 31: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

31

que podem ser identificados e usados na análise de compressão de cronograma ou outras análises. (PMI, 2013, p. 176)

2.3.6.2. Método do caminho crítico

O método do caminho crítico é uma técnica de modelagem de projeto

desenvolvida no final dos anos 50 por Morgan R. Walker da DuPont e James E. Kelley

Jr da Remington Rand. (KELLEY, WALKER, 1959)

O método MCC, acrônimo de método do caminho crítico, ou CPM do Inglês

Critical Path Method é uma técnica utilizada para identificar o caminho mais longo da

rede lógica do projeto, que é o mesmo que estimar a duração mínima do projeto e

determinar a folga que existe em certas atividades que compõe a rede lógica do

cronograma.

Esta técnica de análise de rede do cronograma calcula as datas de início e término mais cedo e início e término mais tarde, para todas as atividades, sem considerar quaisquer limitações de recursos, executando uma análise dos caminhos de ida e de volta através da rede do cronograma. (PMI, 2013, p. 177)

Desta forma, conclui-se que o método do caminho crítico estima a duração

mínima do cronograma, mas não estabelece a duração mais provável do projeto nem

a confiabilidade da estimativa.

As datas resultantes de início e término mais cedo e início e término mais tarde não são necessariamente o cronograma do projeto, mas sim uma indicação dos períodos de tempo dentro dos quais a atividade poderia ser executada, usando os parâmetros inseridos no modelo do cronograma para durações de atividades, relações lógicas, antecipações, esperas, e outras restrições conhecidas. (PMI, 2013, p. 177)

A figura 11 ilustra o uso desta técnica com o cálculo das datas de início e

término mais cedo e início e término mais tarde para a determinação do caminho

crítico.

As atividades no caminho crítico são chamadas de atividades críticas.

A folga total de uma atividade é quantidade de tempo que uma atividade pode

ser atrasada ou estendida a partir da sua data de início mais cedo sem atrasar a data

de término do projeto ou violar uma restrição do cronograma.

Um caminho crítico é normalmente caracterizado pelo caminho da rede do

cronograma com folga total igual a zero.

Page 32: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

32

Figura 11 – Exemplo de método do caminho crítico

Fonte: PMI, 2013, p. 177.

Os passos para o cálculo do caminho crítico são calcular o passo para frente,

calcular o passo para trás, calcular as folgas e identificar o caminho crítico.

O passo para frente calcula, a partir do início da rede, a soma das durações de

cada uma das atividades em cada caminho, de modo a determinar a duração total do

projeto.

O passo para trás é calculado a partir do final da rede, atribuindo o término mais

cedo da última atividade ao término mais tarde da última atividade, e a partir daí

calculasse o início mais tarde de cada atividade subtraindo a sua duração do término

mais tarde, sendo que o término mais tarde de cada atividade predecessora é o início

mais tarde de cada atividade sucessora.

Para calcular a folga total de uma atividade subtrai-se o início mais cedo do

início mais tarde, que deve ser o mesmo resultado de subtrair o final mais cedo do

final mais tarde.

A identificação do caminho crítico se dá quando percorrermos a sequência de

atividades do cronograma que têm folga zero, entretanto, a literatura mostra alguns

fenômenos aonde a folga total do caminho crítico não é zero.

Page 33: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

33

A folga total positiva é causada quando o caminho de volta é calculado a partir

de uma restrição do cronograma que é mais tarde que a data de término mais cedo

que foi calculada durante o cálculo do caminho de ida. (PMI, 2013, p. 177)

A folga total negativa é causada quando uma restrição nas datas mais tarde é

violada pela duração e lógica. As redes do cronograma podem ter múltiplos caminhos

quase críticos. (PMI, 2013, p. 177)

Para se resolver o problema da violação da duração e lógica de uma atividade

com folga total negativa, podem ser realizados ajustes na sua duração adicionando

recursos ou diminuindo o escopo, alterando relações lógicas de início e término,

adicionando antecipações e esperas, ou outras restrições do cronograma que

viabilizem tornar a folga total igual ou maior que zero.

Uma vez que a folga total para um caminho da rede tenha sido calculada, a folga livre, isto é, a quantidade de tempo que uma atividade do cronograma pode ser atrasada sem atrasar a data de início mais cedo de qualquer atividade sucessora, ou violar uma restrição do cronograma pode também ser determinada. (PMI, 2013, p. 177)

2.3.6.3. Método da corrente crítica

O método da corrente crítica é desenvolvido a partir da abordagem do método

de caminho crítico e considera os efeitos da alocação de recursos, otimização de

recursos, nivelamento de recursos, e incertezas na duração de qualquer atividade do

caminho crítico determinados usando o método de caminho crítico. (PMI, 2013, p.

178)

Percebe-se relevante diferença entre o CCM e o CPM pois este último não

considera os efeitos da alocação de recursos.

Esta técnica de análise de rede do cronograma (CPM) calcula as datas de início e término mais cedo e início e término mais tarde, para todas as atividades, sem considerar quaisquer limitações de recursos (PMI, 2013, p. 177)

Pressupõe-se que o CCM é uma evolução do CPM aplicado a Teoria das

Restrições.

O caminho crítico restrito por recursos é conhecido como corrente crítica. (PMI,

2013, p. 178)

O CCM elabora cronograma incluindo reservas de contingência, ou buffers de

duração, que são atividades sem trabalho, contendo apenas uma duração de tempo

levando em conta a limitação dos recursos e incertezas, e gerenciá-los.

Page 34: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

34

Dois tipos de buffers foram identificados no CCM. (PMI, 2013, p. 178)

O buffer de projeto é colocado no final da corrente crítica e protege a data alvo

de término contra o seu desvio ao longo da corrente crítica.

Os buffers de alimentação são colocados no final de cada cadeia de atividades

que não está na corrente crítica ou converge para a corrente crítica, protegendo a

corrente crítica ao longo de suas cadeias de alimentação.

A figura 12 ilustra o uso de buffers no método da corrente crítica

Figura 12 – Exemplo de método da corrente crítica

Fonte: PMI, 2013, p. 178.

O tamanho de cada buffer deve levar em conta a incerteza na duração da

corrente de atividades dependentes que leva a esse buffer. (PMI, 2013, p. 178)

Encontra-se aqui uma relação com a já mencionada técnica de análise de

reservas que pode ser desenvolvida através do uso de métodos de análise

quantitativa, como a simulação de Monte Carlo. (PMI, 2013, p.171.)

Após adição dos buffers no cronograma, as datas das atividades serão

agendadas com as datas estimadas de início e término mais tarde possíveis e, ao

invés de se gerenciar a folga das atividades conforme o método CPM, o método CCM

gerencia os buffers restantes.

Consequentemente, ao invés de gerenciar a folga total dos caminhos da rede,

o método da corrente crítica foca o gerenciamento das durações restantes dos buffers

em relação às durações restantes das cadeias de tarefas. (PMI, 2013, p. 178)

Foi considerado referenciar aqui o método CCM por trazer conceitos que

podem ser interessantes na evolução do desenvolvimento e controle de cronogramas,

Page 35: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

35

entretanto, para manter o foco no tema central que aborda estimativas estatísticas

pelo método Monte Carlo, o método CCM não será aplicado no capítulo da relação da

teoria com a prática, mas será novamente referenciado nas conclusões finais como

objeto de estudo futuro.

2.3.6.4. Técnicas de otimização de recursos

Como visto anteriormente, as estimativas de recursos para as atividades

podem afetar as estimativas de duração das mesmas, pois os custos e os calendários

de alocação dos recursos disponíveis, seus percentuais de alocação e limitações de

orçamento podem influenciar nas datas que os mesmos poderão participar da

execução das atividades. Além disto, toda organização gestora precisa garantir o seu

melhor uso de recursos, evitando que estes estejam ociosos, ou o oposto, trabalhando

em regime de horas-extras e aumentando os custos do projeto, quando

eventualmente não seria necessário.

Na literatura consultada foram identificadas duas técnicas para otimização de

recursos:

Nivelamento de recursos. Nesta técnica as datas de início e término da

atividade são ajustadas para resolver conflitos de alocação dos recursos quando estes

estariam alocados em duas ou mais atividades simultâneas ou quando se deseja que

eles trabalhem em um nível de alocação constante evitando períodos ociosos. Esta

técnica pode reduzir o custo de horas extras, facilitar o compartilhamento de recursos

entre atividades e projetos, mas também aumentar o tempo de duração da atividade

e possivelmente do projeto.

O nivelamento de recursos pode muitas vezes causar mudança do caminho

crítico original, geralmente para aumentar. (PMI, 2013, p. 176)

A figura 13 ilustra como o nivelamento de recursos pode estender a duração do

projeto quando existem atividades em paralelo com conflito de alocação de recursos.

Estabilização de recursos. Nesta técnica de otimização de recursos as

atividades são ajustadas para atender a um limite de alocação dos recursos imposto

sem que se mude a data de conclusão da atividade ou do projeto, ou seja, ela otimiza

apenas a distribuição das horas de trabalho nas folgas das atividades e pode não ser

capaz de otimizar todos os recursos, mas procurar conciliar a alocação homogênea

sem afetar prazos.

Page 36: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

36

Figura 13 – Nivelamento de recursos

Fonte: PMI, 2013, p. 179.

Em outras palavras, as atividades só podem ser atrasadas dentro de sua folga

livre e folga total. Dessa forma, a estabilização de recursos pode não ser capaz de

otimizar todos os recursos. (PMI, 2013, p. 180)

2.3.6.5. Técnicas de desenvolvimento de modelos

Na literatura consultada, as técnicas de desenvolvimento de modelos se dão

através da análise de cenários condicionais “E-Se” ou simulações de múltiplas

possibilidades de duração do projeto.

Na análise E-Se o cronograma é calculado com diferentes cenários envolvendo

possíveis atrasos ou demais alternativas para se identificar o impacto e a viabilidade

do cronograma em cada cenário e eventualmente preparar planos de contingência e

resposta para estes.

Page 37: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

37

Análise de cenário E-Se. A análise do cenário E-Se é o processo de avaliar os

cenários a fim de predizer seus efeitos, positivos ou negativos, nos objetivos do

projeto. (PMI, 2013, p. 180)

A simulação envolve calcular inúmeras possibilidades de duração das

atividades, dentro do sequenciamento de atividades construído e restrições na rede

lógica do projeto, e, através de funções estatísticas de distribuição de probabilidade

identificar a provável duração do projeto com maior grau de confiabilidade.

A simulação envolve o cálculo de múltiplas durações de projeto com diferentes conjuntos de hipóteses das atividades, normalmente usando distribuições de probabilidades construídas a partir das estimativas de três pontos para levar em consideração a incerteza. A técnica mais comum de simulação é a análise de Monte Carlo, em que uma distribuição das possíveis durações de atividades é definida para cada atividade e usada para calcular uma distribuição de possíveis resultados para o projeto como um todo. (PMI, 2013, p. 180)

2.3.6.6. Antecipações e esperas

Antecipações e esperas são refinamentos aplicados durante a análise da rede

para produzir um cronograma viável ajustando o tempo de início das atividades

sucessoras. (PMI, 2013, p. 180)

A antecipação da data de início de uma atividade é usada em casos que não

haverá conflito de recursos com atividades predecessora e que a antecipação

supostamente não vá gerar retrabalho devido ao início prematuro, podendo acarretar

na redução da duração do caminho crítico e consequente redução do tempo de

conclusão de parte ou todo o projeto.

A espera de uma atividade é usada quando existem circunstâncias que

impeçam o seu início, em geral relacionadas a esperas não trabalhadas exigidas por

questões físicas, burocráticas ou contratuais que impeçam o início da atividade. A

espera inserida no início de uma atividade não deve ser considerada como folga no

término da atividade antecessora e pode aumentar a duração do caminho crítico e

consequente aumento do tempo de conclusão de parte ou todo o projeto.

2.3.6.7. Compressão de cronograma

Um cronograma pode conter datas obrigatórias para conclusão de partes, fases

ou mesmo o projeto todo. Estas datas podem ser tanto marcos estabelecidos

contratualmente, comercialmente ou como premissas de restrições de custos e

alocação de recursos, sem prejuízo no atendimento do escopo do projeto.

Page 38: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

38

Para atender a determinadas obrigações de prazo, pode-se aplicar técnicas de

compressão do cronograma, em geral visando a redução do caminho crítico do

projeto. As técnicas de compressão de cronograma identificadas na literatura

consultada são:

Compressão de atividades. A compressão de atividades objetiva reduzir a

duração de uma atividade, se possível, na razão indireta da alocação de recursos,

sem prejuízo no atendimento do escopo da atividade, entretanto, a alocação adicional

de um mesmo recurso em uma mesmo período pode acarretar em horas-extras que

alterariam o custo que a atividade teria em prazo originalmente dilatado. Já a

alocação de recursos adicionais no mesmo período pode reduzir a duração da

atividade mantendo os custos originais que a atividade teria em prazo originalmente

dilatado.

A compressão funciona somente para as atividades no caminho crítico onde os

recursos adicionais encurtarão a duração da atividade. A compressão nem sempre

produz uma alternativa viável e pode resultar num maior risco e/ou custo. (PMI, 2013,

p. 181)

Paralelismo de atividades. O paralelismo de atividades faz com que atividades

em sequência sejam executadas em paralelo, fazendo com que o prazo do projeto

seja comprimido, podendo alterar o sequenciamento das atividades originalmente

definido.

O paralelismo pode resultar na repetição de trabalho e aumento de risco (PMI,

2013, p. 181), podendo aumentar os custos de qualidade e até mesmo surtir efeito

contrário da compressão, atrasando o cronograma.

O paralelismo funciona somente se as atividades puderem ser sobrepostas

para encurtar a duração do projeto (PMI, 2013, p. 181), ou seja, é necessário analisar

todas as premissas e restrições das atividades e recursos envolvidos no paralelismo,

pois paralelizar atividades com mesmos recursos já totalmente alocados pode não ser

viável ou demandar o aumento de custos do pagamento de horas extras e, nesse

caso, já incidiria o uso da técnica de compressão de atividades vista acima.

Subentende-se que possam haver casos nos quais ambas técnicas possam ser

combinadas, ou seja, paralelizar tarefas bem como acrescentar mais recursos para

compressão de determinadas tarefas paralelizadas. Cabe aqui a experiência do

responsável pela elaboração do cronograma em identificar e tratar os riscos que

surjam da aplicação de uma ou ambas técnicas.

Page 39: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

39

2.3.6.8. Ferramenta de cronograma

Ferramentas automatizadas para o desenvolvimento do cronograma contêm o modelo do cronograma e aceleram o processo de desenvolvimento do mesmo, gerando datas de início e término baseadas nas entradas das atividades, diagramas de rede, recursos e durações das atividades usando a análise de rede do cronograma. (PMI, 2013, p. 181).

As ferramentas que serão utilizadas no capítulo de relação teoria com a prática

serão os programas aplicativos Microsoft Project®, Microsoft Excel® e SIMULAR®.

2.3.6.9. Cronograma

O resultado do processo de desenvolvimento do cronograma é efetivamente o

cronograma do projeto que será posteriormente monitorado e alterado, conforme a

necessidade, no processo de controle do cronograma ao longo do ciclo devida do

projeto.

Um cronograma possui uma data de início e fim do projeto e as conexões do

sequenciamento das atividades com datas de início e fim, durações, marcos e

recursos alocados representados em uma linha do tempo.

De acordo com a literatura consultada e os recursos identificados na ferramenta

de cronograma Microsoft Project®, três principais tipos de cronograma foram

identificados.

Gráficos de marcos. Esses gráficos assemelham-se aos gráficos de barras,

porém identificam somente o início ou término agendado para as entregas mais

importantes e interfaces externas chaves. (PMI, 2013, p. 182). A figura 14 ilustra o

cronograma de marcos.

Figura 14 – Cronograma de marcos

Fonte: PMI, 2013, p. 183. (Adaptado)

Gráficos de barras. Esses gráficos, também conhecidos como Diagramas de Gantt, representam as informações do cronograma em que as atividades são listadas no eixo vertical, as datas são mostradas no eixo horizontal, e as

Page 40: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

40

durações das atividades aparecem como barras horizontais posicionadas de acordo com as datas de início e término. [...] Para controle e comunicação gerencial, a atividade de resumo mais ampla e mais abrangente, algumas vezes chamada de atividade sumarizadora, é usada entre marcos ou através de múltiplos pacotes de trabalho interdependentes, sendo mostrada em relatórios de gráfico de barras. (PMI, 2013, p. 182).

A figura 15 ilustra o cronograma resumo.

Figura 15 – Cronograma ou diagrama de Gantt resumo

Fonte: PMI, 2013, p. 183. (Adaptado)

A figura 16 ilustra o cronograma detalhado.

Figura 16 – Cronograma ou diagrama de Gantt detalhado

Fonte: PMI, 2013, p. 183. (Adaptado)

2.3.7. Controlar o cronograma

O processo de monitoramento do andamento das atividades do projeto para

atualização no seu progresso e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base

Page 41: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

41

do cronograma para realizar o planejado (PMI, 2013, p.141). Neste processo são

identificadas as entradas, ferramentas e técnicas, e saídas conforme a figura 17.

Como o foco deste referencial teórico é a estimativa de atividades e elaboração

do cronograma do projeto, o processo de controle do cronograma planejado não será

aprofundado, entretanto, destaca-se aqui que durante todo o ciclo de vida do projeto,

o cronograma deverá ser controlado através de técnicas de medição como o

gerenciamento do valor agregado e mudanças controladas no cronograma poderão e

possivelmente ocorrerão, nas quais serão utilizadas as mesmas técnicas

mencionadas nos processos de planejamento do tempo do projeto.

Figura 17 – Processo de controle do cronograma

Fonte: PMI, 2013, p. 173.

2.4. Comparação dos métodos PERT, CPM e Monte Carlo

2.4.1. Limitação do método CPM

Como visto anteriormente, O método CPM é uma técnica utilizada para

identificar o caminho mais longo da rede lógica do projeto, que é o mesmo que estimar

a duração mínima do projeto e determinar a folga que existe em certas atividades que

compõe a rede lógica do cronograma.

Como este método baseia-se em uma única duração de cada atividade,

estimada de forma determinística, este não estabelece estatisticamente a duração

mais provável do projeto e a confiabilidade da estimativa, sendo esta presumida

subjetivamente pela opinião do estimador.

Page 42: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

42

2.4.2. Limitação do método PERT

Como visto anteriormente, o método PERT é associado ao método CPM

combinando estatística com determinística para a determinação do caminho crítico e

elaboração do cronograma e por isso é frequentemente referido como método

PERT/CPM.

O PERT é quase idêntico ao método do caminho crítico (CPM), exceto por

presumir que a duração de cada atividade tem uma faixa que segue uma distribuição

estatística e usa três estimativas de tempo para cada atividade. (MARÇAL, 2014, p.4)

PERT usa três estimativas para definir uma faixa aproximada para a duração

de uma atividade. (PMI, 2013, p. 170), com as premissas de que o desvio padrão da

distribuição poderia ser estimada adequadamente como 1/6 do intervalo pessimista

menos otimista e que a distribuição beta é um modelo adequado de distribuição do

tempo de uma atividade. (MALCOLM et al, 1958, p.651).

Em uma rede PERT a hipótese que se faz é a de que os prazos de duração

das atividades são variáveis distribuídas segundo uma distribuição beta e o tempo

total de duração do projeto se distribui segundo uma distribuição normal. (MARÇAL,

2014, p.8)

Os desenvolvedores do PERT escolheram uma aproximação da distribuição

beta para representar as atividades por ser uma distribuição flexível e que acomoda

bem os dados empíricos que não seguem uma distribuição normal. (MARÇAL, 2014,

p.15)

A hipótese do problema no método PERT é que este não considera as

incertezas da aleatoriedade das estimativas possíveis dentro de uma distribuição de

frequências e este problema piora quando há um grande número de atividades com

muitas interdependências, tornando o cálculo manual bastante complexo e

demandando o uso de ferramenta computacional para sorteio e simulação.

2.4.3. A simulação de Monte Carlo

Como visto anteriormente, a simulação envolve calcular inúmeras

possibilidades de duração das atividades, dentro do sequenciamento de atividades

construído e das restrições na rede lógica do projeto, e, através de funções estatísticas

de distribuição de probabilidade, identificar a provável duração das atividades e do

projeto como um todo, com maior grau de confiabilidade.

Page 43: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

43

A simulação envolve o cálculo de múltiplas durações de projeto com diferentes conjuntos de hipóteses das atividades, normalmente usando distribuições de probabilidades construídas a partir das estimativas de três pontos para levar em consideração a incerteza. A técnica mais comum de simulação é a análise de Monte Carlo, em que uma distribuição das possíveis durações de atividades é definida para cada atividade e usada para calcular uma distribuição de possíveis resultados para o projeto como um todo. (PMI, 2013, p. 180)

O método de simulação de Monte Carlo pode ser aplicado em problemas de tomada de decisão a qual envolva risco e incerteza, ou seja, situações nas quais os comportamentos das variáveis envolvidas com o problema não são de natureza determinística. (MARÇAL, 2014, p.6)

O Método de Monte Carlo é baseado na ideia de conseguir, utilizando um sorteio, um subconjunto de todos os cenários possíveis (ou conjunto universo), chamado de amostra de cenários. Usando técnicas estatísticas podemos inferir, a partir da amostra de cenários, qual será o comportamento do universo de cenários. É análogo ao processo utilizado em pesquisas eleitorais, onde, analisando as intenções de voto de uma amostra, podemos inferir com um grande nível de confiança o comportamento do universo e prever qual será o vencedor de uma eleição. (ALENCAR, SCHMITZ, 2010, p. 213)

Quando informações sobre uma única duração de atividade são representadas por mais de três pontos, por exemplo, funções gerais de distribuição de probabilidade, ou menos de três pontos, por exemplo a função de distribuição uniforme, ou ainda quando as premissas do PERT não se aplicam, por exemplo, o teorema central do limite não é aplicável devido a poucas atividades na sequência, ferramentas de simulação podem ser empregadas. (PMI, 2007, p.18)

O Teorema central do limite afirma que quando o tamanho da amostra

aumenta, a distribuição amostral da sua média aproxima-se cada vez mais de uma

distribuição normal. Este resultado é fundamental na teoria da inferência estatística.

(BUSSAB, MORETTIN, 2002, p.272).

2.5. A ferramenta SIMULAR

A ferramenta SIMULAR é um software de simulação Monte Carlo desenvolvido

na Argentina, projetado para analisar e avaliar situações de negócio e tomada de

decisões sob um contexto de risco e desenvolvido com um complemento do software

Microsoft Excel que são caracterizados por sua flexibilidade permitindo o usuário lidar

com um ambiente bem conhecido. (SIMULARSOFT, 2010)

O critério de seleção desta ferramenta foi o fato de ser uma ferramenta gratuita

e já ter sido alvo de análise em um artigo acadêmico relevante. (AGUIAR et al, 2010).

O SIMULAR foca no método denominado simulação de Monte Carlo para

realizar a análise de risco. Este método consiste em associar distribuições de

probabilidade para modelar variáveis que envolvem risco e então aleatoriamente gerar

Page 44: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

44

números baseados nestas distribuições de forma a simular o comportamento que o

problema modelado terá no futuro. (SIMULARSOFT, 2010)

A figura 18 mostra as opções de função de distribuição de probabilidades da

ferramenta SIMULAR.

Os procedimentos de elaboração do modelo de cronograma na ferramenta

Microsoft Excel e o desenvolvimento de simulação de Monte Carlo com a ferramenta

SIMULAR serão abordados no próximo capítulo, relação da teoria com a prática.

Figura 18 – Distribuições de probabilidade da ferramenta SIMULAR

Fonte: SIMULARSOFT, 2010

Page 45: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

45

3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA

Este capítulo incorpora um estudo de caso do gerenciamento de tempo do

plano de projeto desenvolvido em grupo durante a disciplina de concorrência de

projetos e a metodologia definida para o trabalho, apresentando a contextualização

do tema e sua delimitação em situações práticas.

3.1. Estudo de caso do plano de projeto

Nesta seção são identificados os elementos do plano de projeto relacionados

com a questão problema os quais, sobre a luz do referencial teórico apresentado,

serão analisados para a elaboração e aplicação de uma metodologia de estimativa de

tempo mais confiável.

Este estudo de caso foca nas variáveis, premissas e restrições identificadas no

termo de abertura do projeto e nos demais documentos que compõe o gerenciamento

de tempo do projeto.

3.1.1. Termo de abertura do projeto – TAP

3.1.1.1. Justificativa e descrição sumário do projeto

A RJ shopping como parte de seu planejamento estratégico 2016 – 2018 aderiu

a agenda 21 da ONU e estabeleceu como sua missão e visão.

Missão: “Promover, através do desenvolvimento de shopping centers,

qualidade de vida, conveniência e geração de valor para seus clientes, parceiros e

comunidades no entorno”.

Visão: “Consolidar, com responsabilidade sócio ambiental, seu shopping center

como a melhor e mais atrativa solução para as necessidades de consumo, lazer,

serviços e bem-estar, tornando-se, assim, a referência absoluta na zona Oeste do Rio

de Janeiro”.

Como solução decidiu-se pela criação do Projeto de Implantação do programa

de Responsabilidade social do RJ shopping. O projeto tem por objetivo implantar um

programa de responsabilidade social, atendendo à legislação vigente e normais

internacionais estabelecidas, de forma que sejam criados novos processos, prática e

melhorias estruturais para tornar a Companhia mais eficiente, responsável, ética e

Page 46: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

46

sustentável, tanto na aquisição, construção quanto no funcionamento e na

manutenção de seus empreendimentos.

3.1.1.2. Restrições do projeto

De acordo com a TAP, são destacadas duas restrições relevantes as

estimativas de duração de atividade e cronograma do projeto. O projeto deverá ser

implantando em no máximo 2 anos, tendo mais 6 meses de operação assistida. O

investimento para o projeto deverá ser limitado ao Orçamento do Projeto.

3.1.1.3. Resumo do Orçamento

De acordo com a TAP, foi estabelecido o orçamento de custo estimado em R$

2.500.000,00.

Embora este trabalho não objetive a redução do custo, este valor é uma

restrição direta sobre o cronograma. Se o resultado final da simulação de Monte Carlo

indicar a ultrapassagem deste limite orçamentário, será necessário que este seja

revisto no processo de controle integrado de mudanças.

3.1.1.4. Sumário dos riscos

Os riscos mapeados no momento da elaboração da TAP foram:

Risco Mapeado Detalhamento

Desconhecimento

da empresa

Desconhecimento da empresa sobre a importância da Responsabilidade Social

nos resultados e imagem da empresa

Mudança na

legislação Mudanças na legislação vigente podem impactar a implantação do programa.

Mudança nos

requisitos das ISO

Mudanças nos requisitos das ISO´s podem impactar a implantação do programa

e sua certificação.

Conflito com as

partes interessadas

internas

A implantação de um programa de responsabilidade social impactará toda a

empresa, condôminos e lojistas, portanto espera-se que ocorram conflitos que

podem em último caso ocasionar impactos ao projeto.

Conflitos com as

partes interessadas

externas

- Não atendimento a legislação vigente pode implicar em multas, indenizações

e danos à imagem da empresa;

- Não atendimento aos acordos sindicais pode levar a greves

- Não atendimento das necessidades das comunidades atendidas pode

ocasionar o efeito inverso ao esperado, ou seja, dano à imagem da empresa.

Falta de suporte do

Patrocinador

A falta de suporte político e financeiro do Patrocinador pode implicar na derrota

total do projeto.

Page 47: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

47

Ficam evidenciados neste sumário que existem riscos associados a

inexperiência da organização, a mudanças de requisitos e conflitos com partes

interessadas, os quais podem impactar o cronograma, para o qual o risco de tempo

deve ser mitigado.

3.1.2. Plano de gerenciamento do cronograma

Foi identificado que o plano de projeto não possui um plano formal de

gerenciamento de cronograma, contendo apenas:

Lista de atividades.

Diagrama de Redes (PDM), explicitando o caminho crítico do projeto.

Lista de recursos das atividades

Estimativa de duração das atividades e do projeto utilizando o modelo

PERT

Cronograma do Projeto deverá ser utilizado o MS-Project

De acordo com o referencial teórico deste trabalho, uma boa prática de

gerenciamento do tempo do projeto é o estabelecimento de um plano de

gerenciamento do cronograma. Na ausência deste, será feita uma revisão das

estimativas de duração das atividades e cronograma resultante com base na análise

de Monte Carlo. O resultado desta revisão poderá indicar que o cronograma original

não é adequado e que seu método de desenvolvimento e controle poderia ser revisado

e documento em um plano formal de gerenciamento de cronograma.

3.1.2.1. Estimativas de duração pelo método PERT

As estimativas originais de duração das atividades elaboradas originalmente

para o projeto através do método PERT resultam em 400 dias úteis de duração do

cronograma a um custo de R$ 2.258.568,00.

A estimativas detalhadas de duração das atividades, cronograma e custos

associados constam no capítulo apêndice.

A TAP deste projeto autoriza um prazo de 2 anos, ou seja, aproximadamente

523 dias úteis a um custo máximo de R$ 2.500.000,00.

Fica evidente com estes dados que a duração do projeto está 24% abaixo do

prazo esperado na TAP e que o custo está 10% abaixo do orçamento autorizado na

TAP. Esta potencial reserva de prazo e orçamento será analisada com base na

estimativa de Monte Carlo a seguir.

Page 48: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

48

3.2. Metodologia para simulação e análise de Monte Carlo

A metodologia utilizada baseia-se em Aguiar (2010) apud Dias de Moura (2010)

que anteriormente realizou experimento com a ferramenta SIMULAR e o aplicativo de

Planilha Eletrônica Microsoft Excel. Esta metodologia limitou-se a utilizar estas

ferramentas e não foram analisadas outras ferramentas devidas as limitações de

tempo e custo para a elaboração deste trabalho. Uma diferença encontrada em

relação ao trabalho de Aguiar (2010) foi a maior complexidade da rede lógica e número

de tarefas que foram inseridas na ferramenta de simulação para este TCC.

Aguiar (2010) apud Dias de Moura (2010) propõe para a utilização do MMC a

execução e a análise de seis etapas conforme a seguir:

3.2.1. Desenvolvimento do modelo

O problema e suas características são modelados em uma planilha eletrônica,

na qual a relação entre as variáveis do modelo é estabelecida.

Para modelarmos o cronograma em uma planilha eletrônica de forma a calcular

as simulações de durações do cronograma é necessário analisar as relações de

precedências entre as atividades deste, como base no diagrama de Gantt ou de rede.

A figura 19 ilustra parte do cronograma do projeto aonde há paralelismo de

atividades que aumenta a complexidade do modelo de simulação.

Figura 19 – Cronograma com paralelismo de atividades

Fonte: Plano de projeto da disciplina de concorrência de projetos da FGV

A figura 20 ilustra o modelo para cálculo de simulação da duração do cronograma,

considerando o paralelismo de atividades da figura 19.

Page 49: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

49

Figura 20 – Modelo de cálculo de duração de cronograma em Excel

Fonte: TCC

Este modelo de cálculo é necessário pois a simulação de Monte Carlo vai gerar

estimativas triangulares aleatórias para cada atividade e a cada iteração a fórmula que

calcula a duração de todo o projeto recalculada e a sua distribuição de frequência será

acumulada. Pode-se observar na coluna G que a fórmula de cálculo da duração da

atividade 1.1 da EAP considera a rede lógica e o paralelismo das atividades.

3.2.2. Identificação de incertezas

Identificadas as incertezas torna-se possível enquadrá-las como variáveis do

modelo em questão. O estudo de cada uma das variáveis é necessário para que se

defina a melhor distribuição de probabilidade se ajusta àquela série de dados.

Figura 21 – Enquadramento das variáveis de entrada

Fonte: TCC

Conforme a figura 21, foi acrescentada ao modelo a coluna H – “Modo de

Estimativa” estipulando quais variáveis de entrada do modelo serão simuladas. As

demais variáveis são dependentes das simuladas, como as “Bottom-up” ou “Marco”.

Page 50: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

50

A figura 22 ilustra a função da ferramenta SIMULAR utilizada para simulação

de Monte Carlo. Utilizaremos a função triangular por ser a adequada ao modelo de

estimativa de 3 pontos herdado da estimativa PERT original a qual será comparada.

Figura 22 – Função para simulação de distribuição triangular

Fonte: TCC

Para cada variável que se deseja a simulação da função triangular deve-se

repetir os passos da figura 23 abaixo.

Page 51: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

51

Figura 23 – Função para simulação de distribuição triangular

Fonte: TCC

Foram identificadas 39 variáveis de entrada para este modelo de simulação.

3.2.3. Identificação de variáveis de análise ou de saída

As variáveis de estudo são identificadas e analisadas quanto ao seu

comportamento.

As variáveis de análise e ou de saída são aquelas calculadas nas durações das

atividades-grupo que totalizam a duração das atividades de nível hierárquico inferior

que serão simuladas. O foco deste trabalho e analisar a simulação da duração do

projeto como um todo, calculada pela formula da figura 24.

Page 52: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

52

Figura 24 – Variáveis de análise ou de saída do modelo

Fonte: TCC

Foi selecionada apenas uma variável de saída, a qual representará as diversas

simulações de duração do projeto.

3.2.4. Gerar Simulação

Executar o modelo n vezes, gerando a série de valores para a variável de

análise.

A função triangular representa um número infinito de pontos, o que é impossível

de ser atingido, sendo assim, estipulamos o número de 10.000 iterações para sorteio

das 39 variáveis de entrada, conforme a figura 25.

Figura 25 – Simulação com 10.000 iterações

Fonte: TCC

Page 53: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

53

Conforme a capacidade do computador e modelo utilizados, a simulação

poderá levar muitos minutos. Para esta modelo foi utilizado um computador baseado

em Processador Intel I5 Quadcore 2.8Ghz com 8GB de RAM, o qual gastou 10

minutos para a execução de 10.000 simulações de 39 variáveis de entrada para uma

de saída, conforme ilustrado na figura 26.

Figura 26 – Progresso da simulação

Fonte: TCC

3.2.5. Análise do Modelo Simulado

Obter a distribuição de frequência e distribuição de frequência acumulada para

as variáveis de análise (saída).

Considerou-se a faixa percentual da distribuição de frequência acumulada em

80% como sendo a probabilidade esperada da estimativa que atingiu a duração de

aproximadamente 426 dias para o projeto, superando em 6,5% os 400 dias estimados

pelo método PERT.

Page 54: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

54

Ao concluir a simulação, a ferramenta SIMULAR disponibiliza uma tela com os

resultados, conforme figura 27.

Figura 27 – Resultado da simulação

Fonte: SIMULAR

Adicionalmente, a ferramenta SIMULAR disponibiliza um relatório mais

detalhado, com gráficos, conforme a figura 28.

Figura 28 – Gráficos de frequência e probabilidade cumulativa

Fonte: SIMULAR (adaptado)

A figura 29 a seguir destaca algumas outras estatísticas disponibilizadas pela

ferramenta SIMULAR, em especial, as faixas de frequência de distribuição de 42% de

Page 55: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

55

probabilidade equivalente a estimativa PERT original de 400 dias de duração do

projeto, 80% para 426 dias e 99% para 463 dias.

As faixas de frequência representam as probabilidades da duração do projeto,

que é a variável de saída do modelo.

Figura 29 – Estatísticas da simulação

Fonte: SIMULAR (adaptado)

3.2.6. Tomar a Decisão

Nesta última etapa deve ser tomada a decisão com base nas informações

obtidas em conjunto com outros aspectos relevantes do modelo.

A estimativa inicial de duração do projeto baseado no método PERT está em

400 dias e corresponde a faixa de probabilidade de 42% pelo método Monte Carlo. O

gerente de projeto deve decidir qual faixa de probabilidade duração ideal para o

projeto, conforme o modelo desenvolvido. Após esta decisão, o gerente de projeto

deverá incorporar o eventual aumento de duração seja em tarefas individuais ou em

pulmões do cronograma e gerenciar as mudanças do cronograma de forma integrada

aos demais planos de gerenciamento como custos e riscos, entre outros.

Iterations Nº 10000

Minimum 319,9977909

Average 405,3419571

Maximum 489,6957086

Median 405,2481898

Variance 607,3607525

Standard deviation 24,64469015

Range 169,6979177

Kurtosis -0,128492709

Skewness 0,030139884

Coef. of variation 6,0799751%

Percentile 1% 350,7950568

... ...

Percentile 42% 400,336143

... ...

Percentile 80% 426,151361

... ...

Percentile 99% 463,2855353

Simulation Statistics

Page 56: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

56

4. CONCLUSÃO

O interesse do autor deste TCC em aperfeiçoar-se academicamente e

profissionalmente sobre o método Monte Carlo resgatou arcabouço teórico relevante

sobre o gerenciamento de tempo em projetos, identificando processos e técnicas de

gerenciamento, estimativas e desenvolvimento de cronogramas com maior

confiabilidade.

Acredita-se que este trabalho agregou conhecimentos sobre como melhor

aplicar as boas práticas de gerenciamento de tempo preconizadas pelo PMBoK (PMI,

2013) e pelo curso MBA Executivo Internacional de Gestão de Projeto da Fundação

Getúlio Vargas, confrontando seus métodos e complementando-os com a aplicação

de uma metodologia de simulação e análise de Monte Carlo com base em Aguiar

(2010) apud Dias de Moura (2010) em um experimento prático facilitado pela adoção

da ferramenta SIMULAR (SIMULARSOFT, 2010).

Tendo como tema central uma análise comparativa entre o método PERT

utilizado nas estimativas de tempo das atividades do cronograma e o método Monte

Carlo, foram atendidos os objetivos gerais e específicos planejados para este trabalho.

Foi citada literatura relevante sobre gerenciamento de Projetos (PMI, 2013),

método PERT (MALCOM et al, 1959), método do caminho crítico ou CPM (KELLEY;

WALKER, 1959), método de Monte Carlo (ALENCAR; SCHMITZ, 2012) e estudo de

simulação Monte Carlo (AGUIAR et al., 2010).

Foi realizado um estudo de caso do desenvolvimento das estimativas de tempo

e cronograma do plano de projeto de implementação do programa de

responsabilidade social de um shopping center.

Através da ferramenta SIMULAR e uso de planilha eletrônica Excel foi realizada

simulação e a análise do quanto as estimativas seriam afetadas considerando o

método Monte Carlo e suas faixas de distribuição de frequência cumulativa, que

indicaram que estimativa PERT original apresenta 42% de probabilidade de duração

do projeto, enquanto que as faixas de probabilidade de 80% e 99% representam 426

e 463 horas, respectivamente.

Por não haver experiência prévia no gerenciamento deste tipo de projeto para

um shopping center, o cronograma e o método de estimativa PERT nele utilizado

foram comparados com o método Monte Carlo, que utilizou simulação estatística, a

qual acredita-se ter adequadamente analisado as variáveis de risco permitindo

Page 57: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

57

antever eventuais decisões sobre solicitações de mudança de cronograma que foi

originalmente.

Os conceitos fundamentais desenvolvidos neste trabalho englobaram o que é

projeto, gerenciamento de projeto, gerenciamento de tempo do projeto, planejamento

do gerenciamento do cronograma, definição das atividades, estimativas de recursos

e duração das atividades, desenvolvimento e controle do cronograma.

Especificamente quanto as estimativas de duração das atividades e o

desenvolvimento do cronograma, foram aprofundados os conceitos de opinião

especializada, estimativas análogas, paramétricas e de três pontos, método PERT,

técnicas de tomada de decisão em grupo, análise de reservas, análise de rede do

cronograma, método do caminho crítico (CPM), método da corrente crítica (CCM),

técnicas de otimização de recursos, técnicas de desenvolvimento de modelos que

inclui a simulação de Monte Carlo, antecipações e esperas de cronogramas,

compressão de cronograma, ferramenta de cronograma e tipos de cronograma.

Com as conclusões matemáticas apresentadas neste trabalho e uma análise

do referencial teórico e de sua aplicação prática no estudo de caso apresentado foram

identificadas algumas recomendações e objetos de futuro estudo a seguir.

O processo de planejamento de gerenciamento do cronograma (PMI, 2013,

p.145) deveria ser realizado previamente a elaboração do cronograma de forma a

estabelecer as políticas, os procedimentos e a documentação para o planejamento,

desenvolvimento, gerenciamento, execução e controle do cronograma do projeto.

A definição das atividades (PMI, 2013, p.149) e o sequenciamento das

atividades (PMI, 2013, p.153) podem aumentar muito a complexidade da rede lógica

do projeto e consequentemente a complexidade do modelo de análise de Monte Carlo.

A estimativa dos recursos das atividades (PMI, 2013, p.160) não foi objeto de

estudo deste trabalho e afeta muito a duração das atividades e do cronograma

resultante, a qual pode ser endereçada através de técnicas como o método da

corrente crítica.

A estimativa de duração das atividades (PMI, 2013, p.165) foi o foco principal

deste trabalho e possui diversas técnicas que, combinadas, levariam ao

aperfeiçoamento do modelo desenvolvido para a análise de Monte Carlo.

A opinião especializada é importante tanto no que diz respeito a vivência em

projetos similares, como na escolha de quais técnicas de gerenciamento utilizar. No

projeto em questão, por ser fictício, foram utilizadas muitas estimativas análogas (PMI,

Page 58: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

58

2013, p.169) idênticas em diversas atividades do cronograma. Isto provavelmente

causou certa tendência no comportamento da simulação de Monte Carlo.

Foram identificados grupos de atividades periódicas fora de qualquer caminho

crítico do projeto como; reuniões e relatórios, planejadas com base em repetições ao

longo da duração de todo o projeto, para as quais foi utilizada a estimativa paramétrica

(PMI, 2013, p.170).

Concluiu-se também que a estimativa de três pontos a ser usada tanto no

método PERT como na distribuição triangular do modelo de Monte Carlo deve ser

estimada sempre que possível por opiniões especializadas e técnicas de criatividade

e tomada de decisão em grupo (PMI, 2013, 142).

Recomenda-se análise de reservas (PMI, 2013, p.171) para a criação de

reservas de tempo no cronograma original, incorporando o aumento identificado na

análise de Monte Carlo.

Para fins de proposta de futuro estudo, sugere-se a aplicação da simulação de

Monte Carlo ao método da corrente crítica ou MCC, por este estar amplamente

orientado a gestão da disponibilidade dos recursos, sendo matéria de gestão tão

importante quanto o tempo.

Outras técnicas conceituadas neste trabalho também são consideradas

fundamentais nas estimativas de cronograma, como as técnicas de otimização de

recursos, antecipações, esperas e compressão de atividades.

Page 59: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, G.; ALVES, C. C.; HENNING, E. Gerenciamento de Projetos – Simulação

de Monte Carlo via ferramenta Simular. Disponível em <http://www.abepro.org.br/

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Page 60: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

60

ANEXOS

ANEXO 1

Processos de gerenciamento de projetos e mapeamento das áreas de conhecimento.

Fonte: PMI, 2013, p. 61.

Page 61: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

61

APÊNDICES

Estimativa de duração das atividades e do projeto utilizando o modelo PERT

WBS Task NameOptimistic

Duration

Most Likely

Duration

Pessimistic

Duration

PERT

DurationDuration

0 02.04.PERT-PROJ-Rjshopping 200 400 600 400 4001 1. Gerenciamento do Projeto 198 396 594 396 396

1.1 1.1. Plano de Gerenc. do Projeto 15 30 45 30 30

1.1.2 1.1.2. Escopo 2,5 5 7,5 5 5

1.1.5 1.1.5. Qualidade 2,5 5 7,5 5 5

1.1.3 1.1.3. Cronograma 2,5 5 7,5 5 5

1.1.4 1.1.4. Custos 2,5 5 7,5 5 5

1.1.6 1.1.6. Recursos Humanos 2,5 5 7,5 5 5

1.1.9 1.1.9. Aquisições 2,5 5 7,5 5 5

1.1.10 1.1.10. Partes Interessadas 2,5 5 7,5 5 5

1.1.7 1.1.7. Plano de Comunicação 2,5 5 7,5 5 5

1.1.8 1.1.8. Riscos 2,5 5 7,5 5 5

1.1.10 1.1.1. Integração 2,5 5 7,5 5 5

1.2 1.2. Monit. & Cont. 198 396 594 396 396

1.2.1 1.2.1. Reunioes 198 396 594 396 396

1.2.2 1.2.2. Relatorios 198 396 594 396 396

1.3 1.3. Controle Integrado de Mudanças 179,5 359 538,5 359 359

1.4 1.4. Aquisições 20 40 60 40 40

2 2. Fase 01 - Análise 20 40 60 40 40

2.1 2.1. Processos 10 20 30 20 20

2.1.1 2.1.1. Gerenciais 10 20 30 20 20

2.1.2 2.1.2. Fiscais 10 20 30 20 20

2.1.3 2.1.3. Tributários 10 20 30 20 20

2.2 2.2. Parceiros 10 20 30 20 20

2.3 2.3. Comunidade Local 10 20 30 20 20

3 3. Fase 02 – Diagnóstico Situacional 15 30 45 30 30

3.1 3.1. Auditoria 10 20 30 20 20

3.2 3.2. Estabelecimento de objetivos e metas 5 10 15 10 10

4 4. Fase 03 – Plano de Ação 12,5 25 37,5 25 25

4.1 4.1. Definição das frentes de atuação 2,5 5 7,5 5 5

4.2 4.2. Definição das estratégias de atuação 2,5 5 7,5 5 5

4.3 4.3. Desenho dos Processos 2,5 5 7,5 5 5

4.4 4.4. Escolha dos Parceiros 2,5 5 7,5 5 5

4.5 4.5. Definição de Orçamento 2,5 5 7,5 5 5

4.6 4.6. Definição dos KPI´s 2,5 5 7,5 5 5

5 5. Fase 04 – Implantação 55 110 165 110 110

5.1 5.1. Contratação da equipe 10 20 30 20 20

5.2 5.2. Treinamento da Equipe 5 10 15 10 10

5.3 5.3. Formalização do Departamento 2,5 5 7,5 5 5

5.4 5.4. Certificação 40 80 120 80 80

6 6. Fase 05 – Divulgação das metas do Balanço social 40 80 120 80 80

6.1 6.1.Monitoramento dos KPI´s 30 60 90 60 60

6.2 6.2. Avaliação dos Resultados 2,5 5 7,5 5 5

6.3 6.3. Ajuste nos Processos 2,5 5 7,5 5 5

6.4 6.4. Ajuste nos KPI´s 2,5 5 7,5 5 5

6.5 6.5. Publicação dos Resultados 2,5 5 7,5 5 5

7 7. Fase 06 – Validação do Processo 30 60 90 60 60

7.1 7.1. Auditoria dos resultados 10 20 30 20 20

7.2 7.2. Apresentação aos Patrocinadores 10 20 30 20 20

7.3 7.3. Apresentação aos demais Stakeholders 10 20 30 20 20

8 8. Encerramento 10 20 30 20 20

8.1 8.1. Relatório de encerramento do Projeto 5 10 15 10 10

8.2 8.2.Relatório de Lições Aprendidas 2,5 5 7,5 5 5

8.3 8.3. Encerramento 2,5 5 7,5 5 5

Page 62: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

62

Cronograma do projeto utilizando o modelo PERT

Page 63: Análise comparativa da estimativa de tempo nos métodos PERT e Monte Carlo

63

Estimativa de custo das atividades utilizando o modelo PERT

EDT Task Name Trabalho Duração Custo

0 Cronograma do Projeto 12.082,4 hrs 400 dias R$ 2.258.568,00

1 1. Gerenciamento do Projeto 4.630,4 hrs 396 dias R$ 808.448,00

1.1 1.1. Plano de Gerenc. do Projeto 600 hrs 30 dias R$ 110.000,00

1.1.2 1.1.2. Escopo 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.5 1.1.5. Qualidade 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.3 1.1.3. Cronograma 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.4 1.1.4. Custos 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.6 1.1.6. Recursos Humanos 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.9 1.1.9. Aquisições 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.10 1.1.10. Partes Interessadas 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.7 1.1.7. Plano de Comunicação 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.8 1.1.8. Riscos 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.1.10 1.1.1. Integração 60 hrs 5 dias R$ 11.000,00

1.2 1.2. Monit. & Cont. 167,2 hrs 396 dias R$ 30.856,00

1.2.1 1.2.1. Reunioes 60,8 hrs 396 dias R$ 11.552,00

1.2.2 1.2.2. Relatorios 106,4 hrs 396 dias R$ 19.304,00

1.3 1.3. Controle Integrado de Mudanças 3.159,2 hrs 359 dias R$ 548.552,00

1.4 1.4. Aquisições 704 hrs 40 dias R$ 119.040,00

2 2. Fase 01 - Análise 1.856 hrs 40 dias R$ 383.360,00

2.1 2.1. Processos 1.056 hrs 20 dias R$ 221.760,00

2.1.1 2.1.1. Gerenciais 352 hrs 20 dias R$ 73.920,00

2.1.2 2.1.2. Fiscais 352 hrs 20 dias R$ 73.920,00

2.1.3 2.1.3. Tributários 352 hrs 20 dias R$ 73.920,00

2.2 2.2. Parceiros 320 hrs 20 dias R$ 67.200,00

2.3 2.3. Comunidade Local 480 hrs 20 dias R$ 94.400,00

3 3. Fase 02 – Diagnóstico Situacional 560 hrs 30 dias R$ 114.400,00

3.1 3.1. Auditoria 320 hrs 20 dias R$ 67.200,00

3.2 3.2. Estabelecimento de objetivos e metas 240 hrs 10 dias R$ 47.200,00

4 4. Fase 03 – Plano de Ação 680 hrs 25 dias R$ 133.200,00

4.1 4.1. Definição das frentes de atuação 120 hrs 5 dias R$ 23.600,00

4.2 4.2. Definição das estratégias de atuação 120 hrs 5 dias R$ 23.600,00

4.3 4.3. Desenho dos Processos 120 hrs 5 dias R$ 23.600,00

4.4 4.4. Escolha dos Parceiros 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

4.5 4.5. Definição de Orçamento 120 hrs 5 dias R$ 23.600,00

4.6 4.6. Definição dos KPI´s 120 hrs 5 dias R$ 23.600,00

5 5. Fase 04 – Implantação 1.956 hrs 110 dias R$ 359.960,00

5.1 5.1. Contratação da equipe 352 hrs 20 dias R$ 59.520,00

5.2 5.2. Treinamento da Equipe 240 hrs 10 dias R$ 43.200,00

5.3 5.3. Formalização do Departamento 84 hrs 5 dias R$ 14.040,00

5.4 5.4. Certificação 1.280 hrs 80 dias R$ 243.200,00

6 6. Fase 05 – Divulgação das metas do Balanço social 1.280 hrs 80 dias R$ 243.200,00

6.1 6.1.Monitoramento dos KPI´s 960 hrs 60 dias R$ 182.400,00

6.2 6.2. Avaliação dos Resultados 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

6.3 6.3. Ajuste nos Processos 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

6.4 6.4. Ajuste nos KPI´s 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

6.5 6.5. Publicação dos Resultados 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

7 7. Fase 06 – Validação do Processo 800 hrs 60 dias R$ 155.200,00

7.1 7.1. Auditoria dos resultados 160 hrs 20 dias R$ 33.600,00

7.2 7.2. Apresentação aos Patrocinadores 320 hrs 20 dias R$ 60.800,00

7.3 7.3. Apresentação aos demais Stakeholders 320 hrs 20 dias R$ 60.800,00

8 8. Encerramento 320 hrs 20 dias R$ 60.800,00

8.1 8.1. Relatório de encerramento do Projeto 160 hrs 10 dias R$ 30.400,00

8.2 8.2.Relatório de Lições Aprendidas 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00

8.3 8.3. Encerramento 80 hrs 5 dias R$ 15.200,00