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  • 7/26/2019 Anlise Ambiental aplicada Definio da Zona de Amortecimento no Parque Estadual da Pedra Branca (Municpio

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

    ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE

    AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA

    (MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO

    Marta Foeppel Ribeiro

    2013

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    ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE

    AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA

    (MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO

    Marta Foeppel Ribeiro

    Tese de Doutorado apresentada ao Programa de

    Ps-graduao em Planejamento Energtico,

    COPPE, da Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, como parte dos requisitos necessrios

    obteno do ttulo de Doutor em Planejamento

    Energtico.

    Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de

    Freitas

    Vivian Castilho da Costa

    Rio de JaneiroSetembro de 2013

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    ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE

    AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA

    (MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO

    Marta Foeppel Ribeiro

    TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ

    COIMBRA DE PS-GRADUAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

    REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE DOUTOR EM

    CINCIAS EM PLANEJAMENTO ENERGTICO

    Examinada por:

    _____________________________________________Prof. Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas, D.Sc.

    _____________________________________________Prof Vivian Castilho da Costa, D.Sc.

    _____________________________________________Prof Alessandra Magrini, D.Sc.

    _____________________________________________Prof. Antonio Jose Teixeira Guerra, D.Sc.

    _____________________________________________Prof. Christovam Barcellos, D.Sc.

    RIO DE JANEIRO, RJ - BRASILSETEMBRO DE 2013

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    Ribeiro, Marta Foeppel

    Anlise Ambiental aplicada Definio da Zona de

    Amortecimento no Parque Estadual da Pedra Branca

    (Municpio do Rio de Janeiro, RJ), com base em

    Geoprocessamento/ Marta Foeppel Ribeiro - Rio de Janeiro:

    UFRJ/COPPE, 2013.

    XXXII, 407 p.: il.; 29,7 cm.

    Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas

    Vivian Castilho da Costa

    Tese (doutorado) UFRJ/ COPPE/ Programa de

    Planejamento Energtico, 2013.

    Referncias Bibliogrficas: 371 - 388

    1. Unidade de Conservao. 2. SNUC. 3. rea de

    Preservao Permanente. 4. Zona de amortecimento.

    Plano de manejo 5. Parque Estadual da Pedra Branca. 6.

    Geoprocessamento. I. Freitas, Marcos Aurlio

    Vasconcelos de et al.II. Universidade Federal do Rio deJaneiro, COPPE, Programa de Planejamento Energtico.

    III.Ttulo.

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    minha me, Maria Jos (in memorian) minha filha, Amanda

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    AGRADECIMENTOS

    Chegar ao fim desta Tese de Doutorado representa a concluso de uma trajetria

    que demandou um longo tempo de leitura, conversas, debates, ponderaes, no

    somente no mbito acadmico, mas tambm com equipes tcnicas vinculadas a diversos

    rgos pblicos e profissionais de diferentes reas de conhecimento.

    Escrever a tese um rduo, porm edificante trabalho de congregar os frutos

    derivados dos levantamentos e das discusses. No entanto, a construo do seu

    contedo no significa um trabalho solitrio. Muito pelo contrrio. Ao final, existe uma

    longa lista de nomes de instituies e de pessoas que merecem o meu mais sincero e

    profundo agradecimento. A seguir, constam os nomes daqueles que contriburam

    enormemente para o desenvolvimento da tese, sem os quais seria impossvel conclu-la:

    UERJ por ter concedido minha licena para o Doutorado.

    Ao Corpo deliberativo do Instituto de Geografia da UERJ por ter aprovado, por

    unanimidade, a minha licena para Doutoramento.

    Ao Laboratrio de Geoprocessamento (LEGEPRO) do Instituto de Geografia da

    UERJ, por ter fornecido todo o suporte computacional, tcnico e informacional

    para realizar todas as anlises espaciais, mapeamentos e plotagem dos mapas.

    Ao Grupo de Estudos Ambientais (GEA/UERJ), coordenado pela Profa. Dra.

    Nadja Maria Castilho da Costa por ter cedido mapas digitais gerados pelo grupo,

    por meio de projetos de pesquisa no Macio da Pedra Branca.

    Ao Instituto Brasileiro de Geografia Estatstica (IBGE) por ter concedido os

    dados do Censo Demogrfico de 2010.

    Defesa Civil Municipal por ter cedido as planilhas eletrnicas com todos os

    registros atendidos pelo rgo no perodo de 2001 a 2011.

    Secretaria Municipal de Urbanismo por ter concedido os dados das licenasurbansticas para construes e obras.

    Secretaria Municipal de Meio Ambiente por ter concedido os dados das

    licenas ambientais para construes e obras e o mapa digital de Cobertura

    Vegetal do Municpio do Rio de Janeiro, datado de 2010.

    Secretaria Municipal de Habitao por ter fornecido dados atualizados sobre

    localizao e extenso espacial das reas de habitao popular e dos loteamentos

    regulares e irregulares da cidade.

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    Ao Instituto Pereira Passos por ter fornecido o mapa digital de Uso do Solo

    (2010).

    Fundao Geo-Rio por ter fornecido o mapa digital de geometria de encostas.

    Aos gestores do Parque Estadual da Pedra Branca, Alexandre Pedrozo e Vanessa

    Teixeira, por darem acesso a dados e informaes solicitadas e por estarem

    sempre abertos a prestar esclarecimentos acerca das rotinas e dos procedimentos

    de gesto adotados.

    Ao Conselho Consultivo do Parque Estadual da Pedra Branca por me permitirem

    participar e acompanhar as discusses com todas as entidades que tem assento

    no Conselho e, com isso, conhecer mais a fundo a realidade e os problemas

    vividos pelo PEPB, bem como a busca por solues.

    Ao Instituto de Pesquisas Ecolgicas (IP) pelos arquivos dos mdulos que

    compuseram a proposta do Plano de Manejo aprovado pelo INEA em junho de

    2013 e por discutirem e esclarecerem diversas questes necessrias ao plano.

    Diviso (transporte/garagem) da UERJ por terem concedido veculo e

    motorista para eu poder fazer os trabalhos de campo e poder comparecer s

    vrias reunies do Conselho Consultivo do PEPB realizadas na sua sede.

    Ao gegrafo do IBGE, Dr. Jos Antnio Sena do Nascimento, por todos os

    esclarecimentos e discusses acerca dos dados censitrios e dos conceitos de

    Risco e Vulnerabilidade ambiental. No campo pessoal, agradeo pela forte e

    antiga amizade e por toda a ateno, carinho e estmulo ao longo dessa trajetria.

    gegrafa do IBGE, Camilla Motta, por ter convertido os dados censitrios

    para o formato prprio do ARCGIS, permitindo que eu pudesse processar esses

    dados no SIG e gerasse os mapas temticos de saneamento ambiental,

    necessrios pesquisa.

    Ao Jos Augusto Sapienza e ao Rodrigo Batista Lobato, especialistas vinculadosao Laboratrio de Geoprocessamento (LABGIS) da Faculdade de Geologia da

    UERJ por terem processado no aplicativo Personal Geocode as planilhas

    eletrnicas fornecidas pela Defesa Civil Municipal, pela Secretaria Municipal de

    Urbanismo e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Por meio deste

    aplicativo, foi possvel fazer o georreferenciamento das ocorrncias de

    movimentos de massa e dos licenciamentos concedidos por ambas as secretarias.

    Ao Professor Emrito Jorge Xavier da Silva, coordenador do Laboratrio deGeoprocessamento (LAGEOP), vinculado ao Instituto de Geocincias da UFRJ,

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    por ter discutido e ajudado a construir a rvore de deciso para executar as

    anlises multicritrio para fins de avaliao ambiental de Risco de Ocorrncia de

    movimentos de massa.

    Ao Professor Titular em Meteorologia e Climatologia, Ricardo Miranda, do

    Departamento de Geografia Fsica do Instituto de Geografia da UERJ, por

    fornecer explicaes necessrias quanto ao processamento dos dados

    pluviomtricos das estaes meteorolgicas da rede do Sistema Alerta-Rio e

    avaliar os resultados desse processamento.

    Aos Professores Doutores Antnio Soares da Silva e Hugo Portocarrero do

    Departamento de Geografia Fsica do Instituto de Geografia da UERJ por terem

    auxiliado na definio de pesos e notas dos mapas pedolgico e geolgico que

    foram includos na anlise multicritrio de Risco de Ocorrncia de movimentos

    de massa.

    Profa Dra. Nadja Maria Castilho da Costa, do Departamento de Geografia

    Fsica do Instituto de Geografia da UERJ, por ter auxiliado na atribuio de

    pesos e notas ao Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal e por todas as horas

    destinadas a avaliar os resultados obtidos e fornecer conhecimentos sobre o

    PEPB, gerados em mais de vinte anos de pesquisas na rea.

    Ao Prof. Dr. Jorge Soares Marques, do Departamento de Geografia Fsica do

    Instituto de Geografia da UERJ, meu eterno orientador, por ter me dado a

    primeira oportunidade de travar pesquisa na rea da Geografia Fsica e estar

    sempre disponvel para discutir, ensinar, tirar dvidas e levantar questes; por

    ter feito a reviso crtica do artigo, antes do mesmo ser submetido, e pelas

    palavras de incentivo de sempre. Deixo registrados o meu carinho e eterna

    gratido.

    Ao gegrafo do LAGEOP/IGEO/UFRJ, Oswaldo Elias Abdo, por ter meajudado com os procedimentos analticos do SAGA e por ter avaliado a

    consistncia dos mapas resultantes das anlises multicritrio.

    Ao Mestre em Geotecnologias e Tcnico PROATEC em

    Geoprocessamento/LAGEPRO Newton Magalhes pelos ensinamentos no

    ARCGIS, por ter dado todo o apoio tcnico no processamento dos dados das 32

    estaes do Sistema Alerta-Rio, na elaborao dos mapas de erosividade e de

    MDT, na gerao dos arquivos em formato kmlpara o georreferenciamento dos

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    dados da Defesa Civil Municipal e das secretarias municipais de Urbanismo e de

    Meio Ambiente.

    Ao Tcnico PROATEC em Geoprocessamento/LAGEPRO, Bernardo Rgis

    Guimares de Oliveira, pelo apoio na edio final dos diversos mapas gerados e

    por sempre estar disponvel para sanar dvidas e dar sugestes valiosas.

    Ao gegrafo e doutorando Rodrigo Conceio, por estar sempre disponvel para

    me ajudar a desvendar algumas funes do ARCGIS, por me ensinar a

    converso dos mapas em formato prprio do SAGA-UFRJ.

    Ao Robson, tcnico de informtica do LAGEPRO, por estar sempre a postos,

    desvendando os mistrios dos computadores e perifricos.

    Brbara Jardim, pela fundamental reviso das Referncias Bibliogrficas

    Ktia Ges, pela ajuda na preparao grfica da rvore de deciso.

    Ao Leonardo Almeida, bolsista de iniciao cientfica, por ter dado suporte na

    vetorizao da drenagem e das curvas de nvel que apresentavam erros de

    edio.

    Simone Magalhes pelo auxlio inicial na vetorizao das reas de cultivo a

    partir da interpretao visual de imagens IKONOS II.

    Cristiane Carneiro pelas sugestes e constantes estmulos.

    A todos os professores do PPE, pelos ensinamentos fornecidos pelas disciplinas

    que me permitiram melhor conhecer outras perspectivas acerca da questo

    ambiental.

    Aos funcionrios da Secretaria do PPE, em especial Sandra Bernardo e a Paulo

    Feij por todo apoio, pelo cordial atendimento e pelo estmulo aos alunos.

    Ao colega Marcio Gianini por ter dado todo apoio a mim e aos demais colegas

    do curso na estruturao do artigo, alm do incentivo constante.

    Aos amigos feitos durante o Curso de Doutorado, especialmente Leandro,Brbara, Mariana, Marcelo, Giancarlo, Gleide, Jander, Cla, Riane e Claudia,

    pelos inesquecveis momentos juntos, tanto para estudo como para descontrao.

    Sei que sero futuros parceiros de pesquisa.

    Aos colegas do Instituto de Geografia da UERJ, especialmente Alexander,

    Antonio, Hugo e Gilmar por todo apoio, palavras de estmulo e trocas de idias.

    Aos funcionrios do Instituto de Geografia da UERJ por todo apoio

    administrativo e palavras de incentivo.

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    Aos meu orientador, Professor Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas, por ter

    dado a oportunidade de participar de projetos do IVIG acerca de riscos e

    vulnerabilidades ambientais no mbito do Rio de Janeiro, pelas sugestes dadas,

    por ter viabilizado a aquisio da imagem IKONOS II e a publicao de

    resultados da pesquisa de tese e por ter proporcionado junto Editora

    Intercincia a Coleo Mudanas Globais, dando visibilidade a muitos trabalhos

    e pesquisas relativas a pesquisadores e doutorandos do IVIG/UFRJ e

    PPE/COPPE/UFRJ.

    minha orientadora Vivian Castilho da Costa, especialista na rea do

    Geoprocessamento e profunda conhecedora do contexto espacial do Macio da

    Pedra Branca e rea circunvizinha, por todas as horas de discusso, pela leitura

    crtica dos captulos, pelo acompanhamento nos trabalhos de campo e pelo

    companheirismo ao longo desses anos.

    Fora do mbito acadmico e profissional, mas extremamente valiosos:

    Marinalva Gomes Oliveira Ferreira por ter cuidado de mim e da minha melhor

    produo, minha filha Amanda, ao longo de todos esses anos de dedicao.

    Aos meus irmos Cludio e Luiz pelo apoio e pelo estmulo.

    s cuidadoras do meu pai, Eledy, Snia, Aparecida e Luciana pelos cuidados

    com ele ao longo dos ltimos trs anos e por me proporcionarem a tranqilidade

    necessria para concluir a tese.

    Aos grandes amigos Renata Arajo, Carlos Alberto Arajo, Fbia Casal e Eldio

    Casal, pela parceria ao longo dos ltimos dez, pelo apoio, pelo incentivo e pelos

    cuidados com a minha filha, quando no pude estar presente a algumas festas e

    passeios.

    Enfim, agradeo pessoa mais importante da minha vida, minha filha Amandapelo apoio, pela pacincia, pela compreenso em relao aos momentos de

    ausncia e por todo amor incondicional que me deu desde sempre. Em agosto de

    2013 voc completa 10 anos de existncia e eu cumpro a promessa de findar a

    tese e voltar completa para voc.

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    Se no conheo os mapas, escolho oimprevisto: qualquer sinal um bom

    pressgio.

    Lya Luft

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    Resumo da Tese apresentada COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessrios

    para a obteno do grau de Doutor em Cincias (D.Sc.)

    ANLISE AMBIENTAL APLICADA DEFINIO DA ZONA DE

    AMORTECIMENTO NO PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA

    (MUNICPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ), COM BASE EM GEOPROCESSAMENTO

    Marta Foeppel Ribeiro

    Setembro/ 2013

    Orientadores: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas

    Vivian Castilho da Costa

    Programa: Planejamento Energtico

    O aumento da populao urbana mundial vem provocando crescentes presses sobre a

    vegetao e demais recursos naturais. A criao de unidades de conservao (UC) representa

    uma estratgia adotada no mundo para a preservao de remanescentes de vegetao e para amanuteno da biodiversidade e do equilbrio ambiental. A rea de estudo, localizada na Zona

    Oeste do municpio do Rio de Janeiro (RJ), corresponde a uma extenso de trs quilmetros a

    partir do limite do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) na vertente leste do Macio da

    Pedra Branca. Neste, situa-se uma das maiores florestas em rea urbana no Brasil e no mundo,

    cujo entorno vem sofrendo desmatamento para dar lugar a novas reas construdas. Esta tese

    tem como principal objetivo propor um modelo metodolgico que possibilite identificar reas

    indicativas para incluso em zona de amortecimento a ser delimitada no PEPB, com base nas

    determinaes do IBAMA e do INEA e no plano de manejo aprovado recentemente. O modelo

    metodolgico proposto utilizou o Geoprocessamento para realizar o diagnstico do contexto

    ambiental da rea de estudo, as avaliaes ambientais de risco de ocorrncia de movimentos de

    massa e a delimitao de reas de Preservao Permanente definidas pelo novo Cdigo

    Florestal brasileiro. Os mapas temticos que resultaram das avaliaes ambientais

    possibilitaram identificar reas potenciais para serem inseridas em futura zona de

    amortecimento do PEPB. Os procedimentos adotados permitiram gerar um importante banco de

    dados georreferenciados, a ser disponibilizado aos gestores do parque, comunidade tcnico-

    cientfica e populao de um modo geral.

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    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

    ENVIRONMENTAL ANALYSIS APPLIED TO THE DEFINITION OF BUFFER

    ZONE IN THE STATE PARK OF PEDRA BRANCA (CITY OF RIO DE JANEIRO,

    RJ) BASED ON GEOPROCESSING

    Marta Foeppel Ribeiro

    September/2013

    Advisors: Marcos Aurlio Vasconcelos de Freitas

    Vivian Castilho da Costa

    Department: Energy Planning

    The increase of world urban population has been causing ongoing pressures on vegetation and

    other natural resources. The creation ofprotected areas represents a strategy adopted in the world forthe preservation of vegetation remains and the maintenance of biodiversity and environmental balance.

    The area of study, located in the western zone of the city of Rio de Janeiro (RJ), comprises an stretch

    of three kilometers from the borders of the State Park of Pedra Branca (PEPB) on the west side of

    Pedra Branca range. In this range, there is one of the biggest forests in urban areas in Brazil and in the

    world which surroundings has been suffering from deforestation to give place to new constructed

    areas. This thesis aims at proposing a methodological model to enable the identification of indicative

    areas for inclusion in buffer zone to be delimited in the PEPB based on IBAMA and INEA

    determinations and the handling plan recently approved. The proposed methodological model usesGeoprocessing to perform the diagnosis of the environmental context of the area of study, the

    environmental risk evaluations of occurrence of mass movements and the delimitation of Permanent

    Preservation Areas defined by the new Brazilian Forest Code. The thematic maps resulting from the

    environmental evaluations enabled the identification of potential areas to be inserted into future buffer

    zone of the PEPB. The adopted procedures allowed the generation of important georeferred database

    that will be made available to the managers of the park, the technical-scientific community and the

    population in general.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO 1

    1.1 Hiptese da Pesquisa e Objetivos 4

    1.1.1 Hiptese da Pesquisa 41.1.2 Objetivo Geral 4

    1.1.3 Objetivos Especficos 5

    1.2 Justificativa para o desenvolvimento da pesquisa 6

    1.3 Estrutura da Tese 7

    2 BASES E DISCUSSES TERICO-CONCEITUAIS 9

    2.1 Unidades de Conservao: definio e relevncia ambiental,breve histrico, legislao brasileira pertinente 9

    2.1.1 Definio e Relevncia Ambiental 9

    2.1.2 Breve histrico das Unidades de Conservao 12

    2.1.2.1 Abordagem geral sobre as Unidades de Conservao no contextobrasileiro 15

    2.1.3 Legislao brasileira pertinente 16

    2.1.3.1 Uma viso geral do Sistema Nacional de Unidades de Conservao

    (SNUC) - Lei no

    9985 de 18 de julho de 2000 182.1.3.1.1 A evoluo jurdica relativa s zonas de amortecimento de Unidades

    de conservao no Brasil 23

    2.2 O papel das zonas de amortecimento de Unidades deConservao 26

    2.3 Os critrios para delimitao das zonas de amortecimento deUnidades de Conservao 28

    2.4 O desafio da normatizao de uso e ocupao do solo em zonasde amortecimento de Unidades de Conservao em reas

    urbanas: o contexto do Municpio do Rio de Janeiro 312.5 As reas de Preservao Permanente e sua incluso nas zonas

    de amortecimento de Unidades de Conservao 37

    2.6 A importncia da determinao do risco de ocorrncia demovimentos de massa para a definio de zona deamortecimento de Unidades de Conservao 39

    2.6.1 Principais marcos conceituais sobre risco e vulnerabilidadeambiental 40

    2.6.2 Um risco frequente nas cidades brasileiras: ocorrncia e tipos de

    movimentos de massa 46

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    2.6.3 Fatores condicionantes dos movimentos de massa 53

    2.6.4 A componente espacial nas anlises ambientais integradas de riscode ocorrncia de movimentos de massa 57

    2.6.5 O mapeamento de zonas de risco de ocorrncia de movimentos de

    massa como instrumento para o planejamento ambiental 592.6.6 - Medidas estruturais e no estruturais de previso, reduo e de

    gesto de risco de ocorrncia de movimentos de massa 62

    2.7 Consideraes sobre o Geoprocessamento aplicado a anlisesmulticritrio de risco ambiental e a zoneamento de reasprotegidas 66

    2.7.1 Definies de Geoprocessamento e Sistema de InformaoGeogrfica 66

    2.7.2 A modelagem do mundo real e o procedimento de Anlise

    Multicritrio por Geoprocessamento 702.7.3 Sntese da proposta de procedimentos metodolgicos de Anlise

    Ambiental Multicritrio por meio do Sistema de AnliseGeoambiental SAGA/LAGEOP/UFRJ 73

    2.7.4 O uso de SIG em estudos ambientais de reas protegidas no mbitourbano 81

    3 REA DE ESTUDO: LOCALIZAO, EXTENSO ECARACTERIZAO AMBIENTAL 84

    3.1 Localizao e apresentao da rea de estudo 84

    3.2 Aspectos lito-estruturais 93

    3.3 Aspectos Geomorfolgicos e sua Relao com as caractersticaslito-estruturais 98

    3.4 Aspectos Hidrogrficos 101

    3.5 Aspectos Climticos 106

    3.6 Aspectos Pedolgicos 111

    3.7 Aspectos Fitogeogrficos 1153.8 Aspectos faunsticos predominantes 119

    3.9 Aspectos relevantes sobre o processo histrico de ocupaoantrpica e de degradao ambiental no Macio da PedraBranca. 122

    3.9.1 Principais mudanas na paisagem impostas pelo processo deocupao diversificado no Macio da Pedra Branca e seus efeitosambientais 122

    3.9.2 Principais aes e medidas de proteo dos remanescentes de

    florestas nativa e secundria no Macio da Pedra Branca 129

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    xv

    3.9.3 Os conflitos territoriais mais evidentes a partir da criao do PEPB 133

    3.9.4 Os desafios para uma gesto sustentvel e participativa 136

    4 MATERIAIS E MTODOS 1414.1 Etapa desenvolvida em Gabinete 142

    4.1.1 Levantamentos bibliogrficos 142

    4.2 Etapas desenvolvidas no Laboratrio de Geoprocessamento 143

    4.2.1 Levantamentos na Internet 143

    4.2.2 Edio de mapas temticos digitais para execuo de anlisesmulticritrio por Geoprocessamento 143

    4.2.2.1 Obteno de bases cartogrficas temticas digitais junto a diferentes

    rgos das esferas municipal, estadual e federal. 1464.2.2.2 Elaborao de mapas temticos derivados de bases cartogrficas

    digitais oficiais. 147

    4.2.2.2.1 Gerao do Modelo Digital do Terreno (MDT) e dos mapastemticos derivados: Hipsomtrico, Declividade e Orientao deencostas 147

    4.2.2.2.2 Elaborao do mapa temtico de Uso do solo e Cobertura vegetal 152

    4.2.2.3 Elaborao do Mapa de Restries Legais para preservao davegetao 157

    4.2.2.4 Gerao de mapas temticos a partir de dados organizados emplanilhas eletrnicas 159

    4.2.2.4.1 Elaborao de Mapa temtico digital das ocorrncias atendidas pelaDefesa Civil Municipal 159

    4.2.2.4.2 Elaborao de Mapa temtico digital das licenas concedidas pelaSecretaria Municipal de Urbanismo 165

    4.2.2.4.3 Elaborao de Mapa temtico digital das licenas concedidas pelaSecretaria Municipal de Meio Ambiente 165

    4.2.2.5 Anlise de dados pluviomtricos do Sistema Alerta Rio 1664.2.2.5.1 Levantamento de dados de chuva das estaes pluviomtricas do

    Sistema Alerta Rio e escolha do interpolador matemtico 167

    4.2.2.5.2 Aplicao do interpolador matemtico IDW para anlise dasacumuladas mdias mensais na rea de estudo 170

    4.2.2.5.3 Elaborao do Mapa de Erosividade 172

    4.2.2.6 Elaborao de Mapas Temticos de Saneamento ambiental a partirde dados do Censo Demogrfico 2010 174

    4.2.2.6.1 Seleo de setores censitrios e clculos percentuais relativos svariveis escolhidas por meio de SIG 175

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    4.2.2.6.2 Gerao dos mapas quanto s condies de saneamento ambientaldos domiclios particulares permanentes 176

    4.2.3 Anlises multicritrio para avaliao ambiental de risco deocorrncia de movimentos de massa 178

    4.2.3.1 Converso dos mapas temticos digitais, em formato shape(ARCGIS) para o formato prprio do SAGA 179

    4.2.3.2 Assinaturas Ambientais dos mapas temticos digitais em formatoraster 181

    4.2.3.3 Aplicao de anlises multicritrio por meio do mdulo deAvaliao Ambiental do SAGA/UFRJ 184

    4.2.3.3.1 Atribuio dos pesos aos mapas temticos digitais na AvaliaoAmbiental Direta dos Fatores condicionantes e do Risco deOcorrncia de movimentos de massa 185

    4.2.3.3.2 Atribuio das notas s categorias das legendas dos mapas temticosdigitais na Avaliao Ambiental Direta dos Fatores condicionantes edos Riscos de Ocorrncia de movimentos de massa 187

    4.2.4 Combinao entre mapas temticos para consistir resultados edefinir zoneamentos 198

    4.2.4.1 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e do Fator deFragilidade do meio fsico 198

    4.2.4.2 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e do Fator de

    Interveno antrpica 198

    4.2.4.3 Combinao entre os mapas temticos digitais de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e de Risco deOcorrncias de Movimentos de Massa. 198

    4.2.4.4 Combinao entre os mapas de Risco de Ocorrncia de Movimentosde Massa e de Uso do Solo e Cobertura Vegetal 199

    4.2.4.5 Combinao entre os mapas de reas de mdio a altssimo risco deocorrncia de movimentos de massa e de Restries Legais para

    preservao da vegetao 200

    4.2.4.6 Sobreposio e Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso dosolo e Cobertura vegetal - reas indicativas para a composio dazona de amortecimento. 200

    4.3 Etapas realizadas em campo 201

    5 RESULTADOS E DISCUSSES 203

    5.1 Mapas Temticos Digitais para construo dos Mapas deFatores 204

    5.1.1 Mapas derivados do Modelo Digital do Terreno (MDT):Hipsomtrico, Declividade e Orientao de encostas 205

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    5.1.2 Mapa de Proximidade de lineamentos estruturais 212

    5.1.3 Mapa de Proximidade de rios 214

    5.1.4 Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal 216

    5.1.5 Mapa de Proximidades de logradouros 2215.1.6 Mapa de Proximidade de linhas de transmisso 223

    5.1.7 Mapas Temticos a partir de dados censitrios Aglomeradossubnormais e de Saneamento ambiental (abastecimento de gua,esgotamento sanitrio e coleta de lixo) 225

    5.1.8 Mapa de Erosividade 234

    5.1.8.1 Anlise de dados pluviomtricos referentes ao perodo de dezembrode 1997 a abril de 2011 236

    5.2 Resultados das Assinaturas Ambientais 238

    5.3 Mapas dos Fatores e do Mapa de Risco de Ocorrncia demovimentos de massa 249

    5.3.1 Mapa do Fator Geolgico 250

    5.3.2 Mapa do Fator Geomorfolgico 254

    5.3.3 Mapa do Fator Topogrfico 257

    5.3.4 Mapa do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 260

    5.3.5 Mapa do Fator de Saneamento ambiental 263

    5.3.6 Mapa do Fator Morfoestrutural 266

    5.3.7 Mapa do Fator Pedo-Topogrfico 269

    5.3.8 Mapa do Fator de Fragilidade do meio fsico 271

    5.3.9 Mapa do Fator de Interveno antrpica 274

    5.3.10 Mapa de Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 277

    5.4 Mapeamentos elaborados para consistncia dos resultados 282

    5.4.1 Mapas temticos digitais com a distribuio espacial dasocorrncias registradas pela Defesa Civil Municipal (DCM) 282

    5.4.2 Mapa de Licenas urbansticas concedidas pela SecretariaMunicipal de Urbanismo 286

    5.4.3 Mapa de Licenas ambientais concedidas pela Secretaria Municipalde Meio Ambiente 288

    5.4.4 Mapa de Proximidade de cicatrizes de movimentos de massa(100m) 290

    5.4.5 Mapa de Restries Legais para preservao da vegetao 292

    5.5 Mapas derivados de combinaes entre mapeamentos 294

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    5.5.1 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade de Cicatrizesde movimentos de massa (100 m) com Mapa do Fator deFragilidade do meio fsico 294

    5.5.2 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade de Cicatrizesde movimentos de massa (100 m) e do Fator de Intervenoantrpica 296

    5.5.3 Mapa da Combinao entre os mapas de Mapa de Proximidade decicatrizes de movimentos de massa (100m) e de Risco deOcorrncia de movimentos de massa 298

    5.5.4 Mapa da Combinao entre os mapas de Risco de Ocorrncia demovimentos de massa e de Uso do solo e Cobertura vegetal (notasagregadas) 300

    5.5.5 Mapa da Combinao entre os mapas de reas de mdio a altssimorisco de ocorrncia de movimentos de massa e de Restries Legais

    para preservao da vegetao 3215.5.6 Sobreposio da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo e Cobertura

    vegetal 323

    5.5.7 Mapa da Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo eCobertura vegetal - reas indicativas para a composio da zona deamortecimento. 326

    5.6 Resultados das atividades realizadas em campo 328

    5.6.1 Visitas a rgos pblicos e a bibliotecas setoriais 328

    5.6.2 Reunies junto ao Conselho Consultivo do PEPB 3295.6.3 Participao nas discusses e nas dinmicas de grupo para

    elaborao da proposta do plano de manejo do PEPB 330

    5.6.4 Trabalhos de campo para avaliao dos mapeamentos e paraobservao das reas indicadas para incluso na zona deamortecimento do PEPB 346

    6 CONCLUSES E RECOMENDAES 355

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 371

    APNDICE A Esquema simplificado da proposta metodolgicapara definio de reas indicativas para compor a zona deamortecimento do PEPB 389

    APNDICE B - Parmetros criados pelo Personal Geocodedurante o procedimento de georreferenciamento dos endereos 390

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    APNDICE C - Procedimentos para aplicar a ferramenta join doArcGis nos arquivos da malha censitria e da tabela de atributos(formatoxlsconvertido a partir de arquivo csv) 391

    APNDICE D - Passo a passo para converso de planos deinformao em formato shape (ARCGIS) para o formato rs2(SAGA/UFRJ) 392

    APNDICE E Exemplo de resultado do procedimento deAssinatura Ambiental por categoria 393

    APNDICE F Exemplo de Relatrio de combinao decategorias gerado pelo Mdulo de Avaliao Ambiental doSAGA/UFRJ. 395

    ANEXO A - ndices Lineares e Areais das Micro-BaciasHidrogrficas, por Vertentes no Macio da Pedra Branca RJ 399

    ANEXO B - Quadro resumo das principais problemticas do PEPB 400

    ANEXO C - Quadro resumo das principais potencialidades doPEPB 403

    ANEXO D Portaria/INEA/DIBAP N 27 de 10 de outubro de2012 405

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Horizonte temporal relativo elaborao e continuidade doplano de manejo de Unidade de conservao 23

    Figura 2 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento Planar ou

    Translacional 50Figura 3 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento Circular ou

    Rotacional 51

    Figura 4 Foto e Perfil esquemtico do Deslizamento em Cunha 51

    Figura 5 Foto e Perfil esquemtico da Quedas de blocos e/ou lascas 52

    Figura 6 Sntese da Metodologia de Anlise Ambiental porGeoprocessamento 74

    Figura 7 Tela do Mdulo de Avaliao Ambiental do SAGA/UFRJ, emque os pesos (0 a 100%) so atribudos aos mapas temticosdigitais e as notas (0 a 10) so dadas s categorias das legendas. 79

    Figura 8 Localizao da rea de estudo, na vertente leste do macio daPedra Branca, Municpio do Rio de Janeiro, RJ 85

    Figura 9 Mapa de localizao das vertentes do Macio da Pedra Branca 88

    Figura 10 Mapa de Limites de bairros 89

    Figura 11 Mapa de Limites de bacias hidrogrficas 92

    Figura 12 Mapa Geolgico 95

    Figura 13 Mapa de Geometria de encostas 100

    Figura 14 Representao esquemtica dos tipos de geometria de encostas 101

    Figura 15 Rosa dos ventos a partir de dados registrados na estaolocalizada no aeroporto de Jacarepagu: (a) anual, (b) vero, (c)inverno 110

    Figura 16 Mapa Pedolgico 112

    Figura 17 Frequncia de ocorrncias no Parque Estadual da Pedra Brancaregistradas pela Administrao da UC 135

    Figura 18 Tela do ARCGIS que mostra a gerao do Mapa de Orientao

    de encostas, por meio do procedimento Aspect, vinculado ferramentaRaster Surface 152

    Figura 19 Tela do Google Earth mostrando o procedimento para ogeorreferenciamento dos endereos fornecidos pela DCM 163

    Figura 20 Tela do ARCGIS, mostrando a ferramenta KML to Layer queconverte os arquivos em formato .kml parashape 164

    Figura 21 Mapa de Localizao das estaes pluviomtricas 168

    Figura 22 Tela do ARCGIS mostrando o procedimento de seleo dossetores censitrios inseridos na rea de estudo 175

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    Figura 23 Tela do ARCGIS mostrando o procedimento para anlise dohistograma, definio do nmero e da amplitude das classes domapa 177

    Figura 24 rvore de Deciso norteadora das anlises de multicritrio 180

    Figura 25 Tela do procedimento de Assinatura Ambiental do SAGA/UFRJcom as reas a serem assinadas no interior da rea de estudo,marcadas em preto 182

    Figura 26 Tela do procedimento de Combinar mapas do SAGA/UFRJ 182

    Figura 27 Mapa de Curvas de nvel e drenagem 206

    Figura 28 Mapa Hipsomtrico 207

    Figura 29 Mapa de Declividade 209

    Figura 30 Mapa de Orientao de encostas 211

    Figura 31 Mapa de Proximidade de lineamentos estruturais 213

    Figura 32 Mapa de Proximidade de rios 215

    Figura 33 Mapa de Uso do solo e Cobertura vegetal 217

    Figura 34 Mapa de Proximidades de logradouros 222

    Figura 35 Mapa de Proximidade de linhas de transmisso 224

    Figura 36 Mapa de Localizao dos Aglomerados subnormais 227

    Figura 37 Mapa dos Domiclios ligados rede geral de gua por setor

    censitrio (%) 229Figura 38 Mapa dos Domiclios ligados rede geral de esgoto por setor

    censitrio (%) 231

    Figura 39 Mapa dos Domiclios com coletas direta e indireta de lixo porsetor censitrio (%) 233

    Figura 40 Mapa de Erosividade 235

    Figura 41 Palete de cores atribudas s notas das legendas dos mapas defatores e de risco de ocorrncia de movimentos de massa 250

    Figura 42 Mapa do Fator Geolgico 251Figura 43 Mapa do Fator Geomorfolgico 255

    Figura 44 Mapa do Fator Topogrfico 258

    Figura 45 Mapa do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 261

    Figura 46 Mapa do Fator de Saneamento ambiental 264

    Figura 47 Mapa do Fator Morfoestrutural 267

    Figura 48 Mapa do Fator Pedo-Topogrfico 270

    Figura 49 Mapa do Fator de Fragilidade do meio fsico 272

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    Figura 50 Mapa do Fator de Interveno antrpica 275

    Figura 51 Mapa de Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 278

    Figura 52 Mapa das reas de mdio a altssimo risco de ocorrncia demovimentos de massa 280

    Figura 53 Mapa dos Registros das ocorrncias de movimentos de massa 283

    Figura 54 Mapa dos Registros de ocorrncias de ameaas de deslizamentose desabamentos 284

    Figura 55 Mapa de Licenas urbansticas concedidas pela SecretariaMunicipal de Urbanismo 287

    Figura 56 Mapa de Licenas ambientais concedidas pela SecretariaMunicipal de Meio Ambiente 289

    Figura 57 Mapa de Proximidade de cicatrizes de movimentos de massa

    (100m) 291Figura 58 Mapa de Restries Legais para preservao da vegetao 293

    Figura 59 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) com Mapa do Fatorde Fragilidade do meio fsico 295

    Figura 60 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) e do Fator deInterveno antrpica 297

    Figura 61 Mapa da Combinao entre os mapas de Proximidade deCicatrizes de movimentos de massa (100 m) e de Risco deOcorrncia de movimentos de massa 299

    Figura 62 Mapa da Combinao entre os mapas das reas de mdio aaltssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e de Usodo solo e Cobertura vegetal (notas agregadas) 301

    Figura 63 Sobreposio dos registros da DCM Figura 62 303

    Figura 64 Sobreposio das licenas da SMU e da SMAC Figura 62 304

    Figura 65 Mapa da Combinao entre os mapas das reas de mdio a

    altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e de Usodo solo e Cobertura vegetal (notas desagregadas) 306

    Figura 66 Legenda do Mapa da Combinao entre os mapas das reas demdio a altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa ede Uso do solo e Cobertura vegetal (notas desagregadas) 307

    Figura 67 rea 1 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosGrande, Pequeno e dos Teixeiras 309

    Figura 68 rea 2 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosdo Pereiro e Caixa Dgua e trechos da Taquara 311

    Figura 69 rea 3 Representao detalhada da Figura 65 bacia do RioCamorim 313

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    Figura 70 rea 4 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosdo Caf, da Divisa, Cabungui, da Cachoeira, do Morgado ePorto 315

    Figura 71 rea 5 Representao detalhada da Figura 65 bacias dos riosPiabas, Currupira, Boa Vista, Boa Vista II e Rio das Almas 317

    Figura 72 Sobreposio dos registros de ocorrncia de movimentos demassa discriminados por tipo Figura 68 319

    Figura 73 Sobreposio dos registros de ocorrncia de movimentos demassa discriminados por ano Figura 68 320

    Figura 74 Mapa da Combinao entre os mapas de reas de mdio aaltssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa e deRestries Legais para preservao da vegetao 322

    Figura 75 Sobreposio da Figura 74 com o Mapa de Uso do solo eCobertura vegetal (risco agregado) 324

    Figura 76 Mapa da Combinao da Figura 74 com o Mapa de Uso do soloe Cobertura vegetal - reas indicativas para a composio dazona de amortecimento 327

    Figura 77 Mapa de Localizao dos pontos dos levantamentos fotogrficos 347

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Critrios para delimitao da Zona de amortecimento 29

    Quadro 2 Questes bsicas a serem respondidas por um SIG 71

    Quadro 3 Categorias correspondentes s letras A a I do Mapa Geolgico 96Quadro 4 Descrio do relevo conforme os intervalos de Classe de

    declividade (%) 150

    Quadro 5 Classes de Mapeamento das Coberturas Vegetais do Municpio doRio de Janeiro 154

    Quadro 6 Amostras ilustrativas das principais categorias de coberturavegetal 155

    Quadro 7 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Geolgico 185

    Quadro 8 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Geomorfolgico 185

    Quadro 9 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Morfoestrutural 185

    Quadro 10 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Topogrfico 186

    Quadro 11 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator Pedo-topogrfico 186

    Quadro 12 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Fragilidade domeio fsico 186

    Quadro 13 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Ocupao e Coberturavegetal 186

    Quadro 14 Pesos atribudos aos mapas temticos digitais naAvaliao Ambiental Direta do Fator de Saneamento ambiental 187

    Quadro 15 Pesos atribudos s bases digitais na Avaliao Ambiental Diretado Fator de Interveno antrpica 187

    Quadro 16 Pesos atribudos s bases digitais na Avaliao Ambiental Diretado Risco de Ocorrncia de movimentos de massa 187

    Quadro 17 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Geolgico(Figura 12) 188

    Quadro 18 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede lineamentos estruturais (Figura 31) 189

    Quadro 19 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Geometriade encostas (Figura 13) 189

    Quadro 20 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Orientaode encostas (Figura 30) 189

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    Quadro 21 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede rios (Figura 32) 190

    Quadro 22 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Declividade(Figura 29) 190

    Quadro 23 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Hipsomtrico(Figura 28) 190

    Quadro 24 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Uso do soloe Cobertura vegetal (Figura 33) 191

    Quadro 25 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede linhas de transmisso (Figura 35) 191

    Quadro 26 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Proximidadede logradouros (Figura 34) 191

    Quadro 27 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclios

    ligados rede geral de gua por setor censitrio (%) (Figura 37) 192Quadro 28 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclios

    ligados rede geral de esgoto por setor censitrio (%) (Figura 38) 192

    Quadro 29 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa dos Domiclioscom coletas direta e indireta de lixo por setor censitrio (%)(Figura 39) 192

    Quadro 30 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do FatorGeolgico (Figura 42) 193

    Quadro 31 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator

    Geomorfolgico (Figura 43) 193Quadro 32 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa Pedolgico

    (Figura 16) 194

    Quadro 33 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do FatorTopogrfico (Figura 44) 194

    Quadro 34 Quadro 33 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do

    Fator Morfoestrutural (Figura 47) 195

    Quadro 35 Notas atribudas s categorias da legenda Mapa do Fator Pedo-topogrfico (Figura 48) 195

    Quadro 36 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa de Erosividade(Figura 40) 196

    Quadro 37 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deOcupao e Cobertura vegetal (Figura 45) 196

    Quadro 38 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deSaneamento ambiental (Figura 46) 196

    Quadro 39 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deFragilidade do meio fsico (Figura 49) 197

    Quadro 40 Notas atribudas s categorias da legenda do Mapa do Fator deInterveno antrpica (Figura 50) 197

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    Quadro 41 Percentuais das reas residenciais distribudos por bairros 218

    Quadro 42 Percentuais das reas de habitao popular distribudos por bairros 219

    Quadro 43 Percentuais das reas de loteamentos irregulares distribudos porbairros 219

    Quadro 44 Percentuais das reas de cultivo distribudos por bairros 220

    Quadro 45 Mdias histricas de chuvas mensais (mm) considerando-se 70valores interpolados para todos os pixels contidos na rea deestudo. 236

    Quadro 46 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Geolgico 253

    Quadro 47 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Geomorfolgico 256

    Quadro 48 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Topogrfico 259

    Quadro 49 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Ocupao e Cobertura vegetal 262

    Quadro 50 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Saneamento ambiental 265

    Quadro 51 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator Morfoestrutural 268

    Quadro 52 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio da

    nota final do Fator Pedo-topogrfico271

    Quadro 53 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Fragilidade do meio fsico 273

    Quadro 54 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Fator de Interveno Antrpica 276

    Quadro 55 Distribuio das notas, classes e percentuais para composio danota final do Mapa de Risco de Ocorrncia de Movimentos deMassa 281

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 Mdia Anual de precipitao das quatro estaes pluviomtricaslocalizadas na vertente leste do Macio da Pedra Branca perodo2003 a 2008 109

    Grfico 2 Distribuio de frequncia das acumuladas mensais de chuva 237Grfico 3 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa e

    faixas de proximidade de 100 metros em relao aos Tipos delitologia. 239

    Grfico 4 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao aos Tipos desolo. 240

    Grfico 5 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao s Classesaltimtricas. 241

    Grfico 6 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Declividade. 241

    Grfico 7 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Orientao deencostas. 242

    Grfico 8 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Erosividade. 243

    Grfico 9 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Geometria deencostas e feies topogrficas. 244

    Grfico 10 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao s categorias deUso do solo e Cobertura vegetal. 246

    Grfico 11 Assinatura Ambiental das cicatrizes de movimentos de massa efaixas de proximidade de 100 metros em relao Proximidade derios 248

    Grfico 12 Distribuio da frequncia de movimentos de massa 286

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    LISTA DE FOTOS

    Foto 1 Queda de gua na sub-bacia do Rio Grande e a presena deencanamentos sem identificao, em pontos de captao e tratamentodgua da CEDAE 103

    Foto 2 Reunio do Conselho Consultivo com representantes do INEA, deassociaes, cooperativas, comunidades e de ONGs na sede doPEPB Ncleo Pau da Fome (Data 03/04/2012) 330

    Foto 3 Reunio do Conselho Consultivo do PEPB na sede (Ncleo Pau daFome) em 06/06/2012 330

    Foto 4a Vista parcial da reunio com os gestores do PEPB e com o ConselhoConsultivo do parque acerca do Diagnstico Rpido Participativorealizado no dia 17/08/2011. 341

    Foto 4b Vista parcial da reunio com os gestores do PEPB e com o ConselhoConsultivo do parque acerca do Diagnstico Rpido Participativorealizado no dia 17/08/2011 341

    Foto 5 Apresentao feita aos participantes presentes pelos consultores doInstituto IP acerca do desenvolvimento da dinmica do DiagnsticoRpido Participativo em 17/08/2011. 342

    Foto 6 Vista parcial dos participantes presentes na reunio onde foirealizado o DRP ampliado (17/08/2011). 342

    Foto 7 Exemplo de quadro construdo no DRP, a partir da participaocoletiva, que revela as expectativas passveis de serem atingidasquanto gesto participativa do PEPB (17/08/2011). 343

    Foto 8 Exemplo de quadro construdo no DRP, a partir da participaocoletiva, que revela as expectativas que no so passveis de serematingidas quanto gesto participativa do PEPB (17/08/2011). 343

    Foto 9 Colaborao com a montagem do quadro que contm a relao deproblemas identificados no PEPB e em seu entorno imediato pelosparticipantes do DRP (17/08/2011). 343

    Foto 10 Exemplo de quadro de sugestes apresentadas no DRP relativas questo do ordenamento da ocupao de terrenos no interior doPEPB e no seu entorno imediato (17/08/2011). 343

    Foto 11 Viso detalhada do quadro com algumas sugestes apresentadas noDRP relativas questo da Gesto do PEPB (17/08/2011). 344

    Foto 12 Viso parcial do quadro que sintetizou algumas potencialidades doPEPB e da rea adjacente identificadas pelos participantes durante oDRP (17/08/2011). 344

    Foto 13 Viso do esquema montado ao final do DRP, que mostra como cadainstituio participante se posiciona quanto ao seu envolvimento coma realidade do PEPB (17/08/2011). 344

    Foto 14 Reunio em Furnas com o INEA, cooperativas e associaes paradiscutir questes ambientais referentes ao plano de manejo emelaborao (14/09/2011). 345

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    Foto 15 Reunio para discusso de mdulos do Plano de manejo do PEPBem elaborao Ncleo Pau da Fome na sede do PEPB, em03/04/2012. 345

    Foto 16 Apresentao da equipe do Instituto IP acerca da incorporao dassugestes dos participantes ao texto do plano de manejo(09/05/20120, Ncleo Pau da Fome. 345

    Foto 17 Representantes de diversos segmentos em reunio acerca dassugestes feitas ao texto do plano de manejo (09/05/2012), NcleoPau da Fome 345

    Foto 18 Cobertura vegetal arbreo-arbustiva com sinais de remoo parcialem encosta ao fundo do Condomnio Pousadas do Engenho, no

    bairro da Taquara (05/12/2011). 348

    Foto 19 Torres de linhas de transmisso cortando a vegetao secundria nobairro da Taquara (05/12/2011). 348

    Foto 20 Crescimento da ocupao no entorno das encostas do Macio daPedra Branca Estrada do Engenho Velho, Taquara (05/12/2011). 348

    Foto 21 Vista de frente de construes em condomnio irregular iniciado em2011 na Estrada do Curuma, Taquara. (05/12/2011). 348

    Foto 22 Vista por trs de condomnio irregular aterrado com o prpriomaterial de corte na Estrada do Curuma, Taquara. (05/12/2011) 349

    Foto 23 Viso parcial do condomnio irregular, instalado onde parte do quefoi um aude se rompeu aps as chuvas de 1996, hoje h instalado

    prximo Rua Curuma, Taquara (05/12/2011). 349

    Foto 24 Viso do final da Estrada do Curuma, Taquara, com construes eacmulo de lixo em via inclinada para onde converge a gua pluvial(05/12/2011). 349

    Foto 25 rea de habitao popular em posio de topo com a vegetaodegradada (05/12/2011) 349

    Foto 26 rea que sofreu corte expe o material solo degradado, com cultivode banana (05/12/2011). 350

    Foto 27 Habitao popular caracterizada pelo baixo construtivo e acmulo delixo em rea de declive bastante acentuado, prximo Estrada do

    Boina (05/12/2011). 350Foto 28 Construo irregular de prdio de quatro andares, revelando a

    verticalizao da ocupao no entorno prximo ao PEPB. Boina,Taquara (05/12/2011). 350

    Foto 29 Vista parcial da Favela na Estrada Boina, revelando o avano dehabitaes populares e de cultivo de banana (05/12/2011). 350

    Foto 30 Vista de antiga cicatriz aberta por movimento de massadesencadeado com as chuvas fortes de 1996, j parcialmenterecomposta. (05/12/2011) 351

    Foto 31 Vista parcial de plantao de bananas em encosta prxima Estradado Rio Pequeno (05/12/2011). 351

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    Foto 32 Vista parcial da Favela do Rio Pequeno, na Rua Condor, emJacarepagu (05/12/2011). 351

    Foto 33 Ocupaes muito prximas s encostas do Macio da Pedra Brancana Estrada do Camorim (05/12/2011). 351

    Foto 34 Avano de ocupaes residenciais no entorno do PEPB, na RuaCludio Jacoby, Vargem Pequena (05/12/2011). 352

    Foto 35 Avano de ocupaes residenciais no entorno do PEPB, na EstradaPacu, Vargem Grande (05/12/2011). 352

    Foto 36 Elevao com blocos fraturados, solos rasos e cobertos porvegetao rasteira. Cultivo de banana no sop da elevao, prximo Estrada dos Bandeirantes (05/12/2011). 352

    Foto 37 Vista da Rua Sargento Luiz da Silva, na Taquara, onde foramregistrados pela DCM pontos de acmulo de material pordeslizamento em anos anteriores, antes das obras de terraplanagem e

    de conteno de materiais (12/07/2013). 352

    Foto 38 Rio em obras de canalizao, prximo Estrada do Rio Pequeno,com a colocao de estrutura fsica para proteger a margem contraeroso fluvial (12/07/2013). 353

    Foto 39 Avano da ocupao residencial na Estrada Vale da Pedra Branca,bem prximo cota altimtrica de 100 m (12/07/2013). 353

    Foto 40 Vista parcial das ocupaes na Estrada Vale da Pedra Branca, quemostra construes de padres diferenciados (12/07/2013). 353

    Foto 41 Vista parcial das habitaes populares em encosta atrs do Hospital

    Estadual Santa Maria, na estrada do Rio Pequeno, Taquara(12/07/2013). 353

    Foto 42 rea atrs do Hospital Estadual Santa Maria, onde houvedeslizamento em 2012 que derrubou a grade que cercava o terreno(12/07/2013). 354

    Foto 43 rea no fundo do Hospital Estadual Santa Maria, onde observa-se oavano ocupacional por habitaes populares em direo ao terrenodo hospital localizado em declive acentuado. (12/07/2013). 354

    Foto 44 Vista parcial de ocupao residencial adjacente a paredo rochoso

    fraturado e coberto por solos rasos com vegetao rasteira, Rua SeteLagoas, Taquara (12/07/2013). 354

    Foto 45 Vista detalhada do corte na base da encosta formada por afloramentofraturado no final da Rua Sete Lagoas, gerando possivelmente maiorinstabilidade do material mineral e aumentando o risco dedeslizamento (12/07/2013). 354

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    LISTA DE SIGLAS

    APP rea de Preservao Permanente

    CCA/RJ Cmara de Compensao Ambiental do Estado do Rio de Janeiro

    CEDAE Companhia Estadual de guas e Esgotos do Estado do Rio de JaneiroCF Constituio Federal

    CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

    CONPDEC Conselho Nacional de Proteo e Defesa Civil

    CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

    DCM Defesa Civil Municipal

    DIBAP Diretoria de Biodiversidade e reas Protegidas

    DRP Diagnstico Rpido ParticipativoEIV Estudo prvio de Impacto de Vizinhana

    EIA Estudo prvio de Impacto Ambiental

    EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    FGEO Faculdade de Geologia (UERJ)

    FIOCRUZ Fundao Oswaldo Cruz

    FOD Floresta Ombrfila Densa

    FUNDAR Fundao Darcy Ribeiro

    GEA Grupo de Estudos Ambientais (vinculado ao IGEOG/UERJ)

    GEORIO Fundao Instituto de Geotcnica do Municpio do Rio de Janeiro

    GPS Global Position System (Sistema de Posicionamento Global)

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenovveis

    IGEO Instituto de Geocincias (UFRJ)IGEOG Instituto de Geografia (UERJ)

    ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade

    INEA Instituto Estadual do Ambiente

    IPP Instituto Municipal de Planejamento Urbano Pereira Passos

    IP Instituto de Pesquisas Ecolgicas

    IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo

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    IUCN International Union for Conservation of Nature (Unio Internacionalpara a Conservao da Natureza),

    LABGIS Laboratrio de Geoprocessamento/FGEO/UERJ

    LAGEOP Laboratrio de Geoprocessamento/IGEO/UFRJ

    LAGEPRO Laboratrio de Geoprocessamento/IGEOG/UERJ

    MDT Modelo Digital do Terreno

    MIC Ministrio das Cidades

    MMA Ministrio do Meio Ambiente

    ONU Organizao das Naes Unidas

    PEPB Parque Estadual da Pedra Branca

    PNMA Poltica Nacional de Meio Ambiente

    PNPDEC Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil

    PNUMA Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente

    SEA Secretaria de Estado do Ambiente

    SIG Sistema de Informao Geogrfica

    SINPDEC Sistema Nacional de Proteo e Defesa Civil

    SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente

    SMAC Secretaria Municipal de Meio AmbienteSMH Secretaria Municipal de Habitao

    SMU Secretaria Municipal de Urbanismo

    SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao

    UC Unidade de Conservao

    UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

    UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

    UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroUNESCO Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a

    Cultura

    UTM Universal Transversa de Mercator

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    1 INTRODUO

    A partir da Revoluo Industrial e, principalmente ao longo dos ltimos cem anos,

    trs quartos da populao mundial passou a viver em cidades e, em decorrncia disso, o

    ritmo e as presses sobre o ambiente, a gua, as florestas e outros recursos naturais vmse acelerando cada vez mais.

    Como consequncia da tendncia global de crescimento populacional em reas

    urbanas, as questes relacionadas aos riscos ambientais e vulnerabilidade associada a

    eles ganham destaque crescente. Isso decorre, principalmente, do processo de

    urbanizao acelerado e desorganizado, sem obedecer a critrios ambientais e sem ser

    acompanhado pelo planejamento urbano, como mostra o histrico de grandes cidades

    brasileiras. Um dos efeitos desse processo a fragmentao da cobertura vegetal,particularmente de florestas, tanto em reas de baixada como de encosta, para atender

    demanda crescente da populao urbana por lugares para instalar novas reas

    construdas, principalmente para fins residenciais.

    Alm da remoo da cobertura vegetal original, outras profundas modificaes na

    paisagem natural caracterizam o meio urbano, como, por exemplo, aterros de reas

    embrejadas e inundveis, impermeabilizao de grandes extenses, canalizao de rios e

    construo nas suas margens, cortes em encostas para passagens de vias pblicas ou

    para construes residenciais, entre outras. Essas modificaes contribuem para criar e

    ampliar as reas de ocorrncia de movimentos de massa, por exemplo.

    Diversos estudos e publicaes, gerados por meio de pesquisas em vrias reas do

    conhecimento, vm discutindo h anos a importncia da preservao florestal e os

    efeitos biticos e abiticos da fragmentao da cobertura vegetal (CENTRO DE

    INFORMAES E DADOS DO RIO DE JANEIRO, 2000; ARAJO, 2007). Em

    linhas gerais, os efeitos biticos esto vinculados ao comprometimento da

    biodiversidade e os efeitos abiticos referem-se a desequilbrios ambientais, como

    mudanas microclimticas, rebaixamento do lenol fretico e reduo da alimentao

    das cabeceiras fluviais, aumento do escoamento superficial, aumento da eroso pluvial,

    elevao dos riscos de ocorrncia de deslizamentos, desmoronamentos e queda de

    blocos, entre outros.

    A criao de reas protegidas, como as unidades de conservao (UC), representa

    uma estratgia adotada pelos pases para a preservao de remanescentes de vegetao

    representativos de ecossistemas, para a conservao da biodiversidade e para a

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    manuteno do equilbrio de processos fsicos e ecolgicos, amenizando os riscos

    ambientais potenciais causados pelas atividades antrpicas (VITALLI et al., 2007).

    No Brasil, o estabelecimento de critrios e normas para criao, implantao e

    gesto das unidades de conservao ocorreu por meio da Lei no9985 de 18 de julho de

    2000, conhecida como Lei do SNUC, promulgada aps um demorado processo de

    elaborao legislativa. Essa lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de

    Conservao (SNUC) e procurou, de forma sistemtica, garantir a preservao de

    remanescentes de vegetao florestal e sua biodiversidade e, deste modo, manter e

    restaurar processos ecolgicos essenciais, de modo a proporcionar qualidade de vida s

    populaes humanas (VASQUES, 2008).

    Alm das unidades de conservao, o Cdigo Florestal Brasileiro - Lei n 4.471

    (BRASIL, 1965), revogada pela Lei n 12.651 (BRASIL, 2012) - determina que outras

    reas naturais devem ser protegidas sempre, como as margens de rios, nascentes e topos

    de morro, entre outras, independentemente de estarem situadas em reas rurais ou

    urbanas, em terras particulares ou pblicas. Trata-se das reas de Preservao

    Permanente (APP), as quais, juntamente com as unidades de conservao, protegem a

    biodiversidade, os recursos hdricos, os ecossistemas frgeis, alm de serem

    importantes para a regulao do clima, para o controle da eroso e para a preveno de

    riscos de movimentos de massa, uma vez que funciona como uma ferramenta eficiente

    na reduo das emisses de gases poluentes e do desmatamento (SCHFFER et al. ,

    2011). Acrescenta-se que as reas protegidas UC e APP desempenham papel

    importante para o turismo e para outras alternativas econmicas sustentveis de

    desenvolvimento, representando fontes de renda direta ou indireta para as populaes

    locais, bem como significam locais sagrados para diversas crenas, sob o ponto de vista

    cultural.

    Atualmente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC) protegecerca de 1,5 milho de km2 em todos os biomas do territrio brasileiro: Amaznia,

    Cerrado, Mata Atlntica, Caatinga, Pampa, Pantanal e Marinho. So mais de 1.600

    unidades de conservao federais, estaduais, municipais e particulares. Elas conservam

    14,9 % do territrio continental e 0,71 % da rea marinha. A gesto desse imenso

    territrio um grande desafio para o Brasil, com suas dimenses continentais, ampla

    variedade de ecossistemas naturais e diferenas socioeconmicas (PORTAL BRASIL,

    2013).

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    A Lei do SNUC contribuiu tambm com a sistematizao e consolidao de

    conceitos relevantes associados s unidades de conservao, como, por exemplo, plano

    de manejo e zona de amortecimento, ambos de interesse direto desta tese. Essa lei exige

    que toda unidade de conservao possua um plano de manejo, o qual deve estabelecer

    uma zona de amortecimento, isto , uma faixa de rea situada no entorno da unidade

    sujeita a restries de usos, de modo a minimizar danos decorrentes do aumento das

    presses sobre os espaos protegidos, evitando que haja atividades que possam colocar

    em risco a funo ecolgica do espao (VASQUES, 2008).

    O Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), localizado no municpio do Rio de

    Janeiro, um exemplo de unidade de conservao do bioma Mata Atlntica. O Parque,

    criado em 1974, est delimitado acima da cota de 100 metros no Macio da Pedra

    Branca e representa uma unidade de conservao urbana de extrema importncia para a

    cidade do Rio de Janeiro e para a regio fluminense, considerando-se a relevncia de

    seu patrimnio natural e os aspectos sociais e econmicos a ele associados

    (CONCEIO et al., 2011).

    Embora o PEPB tenha sido criado h quase quarenta anos, somente teve o seu

    plano de manejo aprovado recentemente, em junho de 2013. Isso significa que durante

    todo esse tempo, a unidade no contou com um plano de manejo que estabelecesse o

    seu zoneamento interno, uma zona de amortecimento no seu entorno, ou mesmo, as

    normas que orientassem o uso adequado da rea e o manejo dos recursos naturais,

    incluindo a a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade

    (BRASIL, 2000).

    A falta de um plano de manejo durante quase quatro dcadas e a inexistncia de

    uma zona de amortecimento, somados ao crescimento urbano em direo zona oeste

    da cidade, geraram um quadro, no mnimo, preocupante em relao gesto do PEPB: o

    aumento progressivo de presses antrpicas, tanto no interior do PEPB como na suaperiferia prxima, onde deveria haver uma zona de amortecimento. A rea do Parque e

    o seu entorno imediato vm sofrendo presses antrpicas cada vez mais intensas,

    representadas tanto pelo processo de favelizao e pelos loteamentos irregulares, como

    tambm pela crescente expanso de condomnios fechados de casas e prdios de classes

    mdia e alta. Alm do uso residencial, h outras formas de ocupao do solo dentro dos

    limites do Parque e no seu entorno imediato que afetam a integridade dessa rea

    protegida: atividades comerciais, agrcolas (pastagem, cultivo de banana, entre outros) emineradoras. As reas de baixada ao redor do Macio da Pedra Branca j contam com

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    uma densa ocupao contnua e apresentam as mais elevadas taxas de crescimento

    demogrfico da cidade (OLIVEIRA, 2005).

    Devido s presses antrpicas para diversas finalidades, predominantemente para

    uso residencial, torna-se um grande desafio gerir UC e implementar APP em reasurbanas, como no caso do PEPB. Por isso, essencial delimitar a zona de

    amortecimento e planejar o uso do solo no entorno de unidades de conservao urbanas,

    possibilitando um maior controle sobre as atividades humanas com objetivo de evitar

    impactos negativos e aumento de riscos ambientais sobre essas reas protegidas.

    1.1 Hiptese da Pesquisa e Objetivos

    Com base no que foi exposto anteriormente, foram estabelecidos os objetivos

    geral e especficos da presente tese, norteada pela hiptese de trabalho que se segue.

    1.1.1 Hiptese da Pesquisa

    A premissa bsica, norteadora da presente pesquisa de tese, que possvel

    estabelecer um modelo metodolgico que permita definir reas indicativas para incluso

    em zona de amortecimento a ser delimitada no Parque Estadual da Pedra Branca

    (PEPB), tomando como base as determinaes do Instituto Brasileiro de Meio

    Ambiente e Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) e do Instituto Estadual do

    Ambiente (INEA), bem como o diagnstico do contexto ambiental da rea analisada,obtido a partir do uso de recursos do Geoprocessamento. Entende-se que, alm da

    identificao de reas que necessariamente devam ser includas na zona de

    amortecimento, possvel reconhecer extenses espaciais de vegetao florestal que

    devam ser preservadas e de vegetao rasteira, degradada ou ausente que devam ser

    recompostas, considerando-se o fator de contiguidade, contribuindo para o aumento de

    conectividade entre fragmentos florestais no municpio. As reas com ocupao

    consolidada, por sua vez, a princpio, podem ser indicadas para excluso da zona deamortecimento.

    1.1.2 Objetivo Geral

    A presente tese tem como objetivo geral propor um modelo metodolgico que

    possibilite identificar reas indicativas para incluso em futura zona de amortecimento a

    ser delimitada no Parque Estadual da Pedra Branca a partir do seu recm-aprovado

    plano de manejo.

    A determinao das reas indicativas tem como base dois importantes critriospresentes nos roteiros metodolgicos do IBAMA (2002) e do INSTITUTO

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    ESTADUAL DO AMBIENTE (2011), os quais estabelecem reas que obrigatoriamente

    devam ser includas na Zona de amortecimento de uma Unidade de Conservao: as

    reas naturais preservadas, com potencial de conectividade com a unidade de

    conservao, como o caso das reas de Preservao Permanente (APP); e as reas

    sujeitas a processos de eroso, de movimentos de massa, que possam vir a afetar a

    integridade da UC.

    O modelo metodolgico proposto apoiado em avaliaes ambientais de risco de

    ocorrncia de movimentos de massa e na delimitao de APP definidas pelo Cdigo

    Florestal vigente no pas, ambos realizados por meio do Geoprocessamento. O

    APNDICE A mostra o resumo esquemtico da metodologia de anlise multicritrio

    proposta.

    1.1.3 Objetivos Especficos

    Visando alcanar o objetivo geral, so definidos os seguintes objetivos

    especficos:

    Realizar o diagnstico ambiental da rea de estudo por intermdio da

    elaborao de diversos mapas temticos digitais, considerados

    condicionantes na avaliao ambiental de risco de ocorrncia de

    movimentos de massa;

    Espacializar as reas de Preservao Permanente (APP) conforme as

    determinaes do atual Cdigo Florestal Brasileiro;

    Cotejar o georreferenciamento, na rea de estudo, das ocorrncias de

    movimentos de massa e de ameaas de deslizamentos e de desabamentos

    registradas pela Defesa Civil Municipal (DCM) com a distribuio espacial

    das licenas ambientais e urbansticas concedidas para construo e

    ampliao de empreendimentos residenciais e comerciais emitidas pela

    Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Esse procedimento viabiliza a

    consolidao dos resultados obtidos pelas anlises multicritrio para

    avaliao ambiental de risco de ocorrncia de movimentos de massa e a

    identificao de licenas emitidas em locais considerados de mdio, alto e

    de alto a altssimo risco de ocorrncia de movimentos de massa;

    Fazer avaliaes ambientais para determinar os fatores de risco de

    ocorrncia de movimentos de massa por meio de anlises multicritrio com

    base em uma rvore de deciso;

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    Buscar correspondncias espaciais a partir de combinaes entre

    mapeamentos para: a) determinar as reas prioritrias para incluso na zona

    de amortecimento do PEPB; b) reconhecer as reas no entorno imediato do

    Parque que ainda mantm alto grau de preservao (situaes de

    contiguidade florestal) e aquelas mais alteradas, onde dever haver

    recomposio da cobertura vegetal; c) identificar as reas com ocupao

    consolidada, as quais, a princpio, podero ser excludas da zona de

    amortecimento.

    1.2 Justificativa para o desenvolvimento da pesquisa

    O Parque Estadual da Pedra Branca reconhecido como uma das maioresflorestas em rea urbana do mundo e tambm do Brasil. Sua preservao fundamental

    para manter o equilbrio hdrico e climtico, para controlar a eroso pluvial e para

    proteger mais de 50% do remanescente de Mata Atlntica da cidade do Rio de Janeiro,

    j que considerado um dos biomas mais ricos e mais ameaados do Brasil e do mundo

    (COSTA, 2002).

    Entretanto, atualmente o PEPB caracterizado por um contexto socioambiental

    complexo, marcado por variados conflitos, que decorrem do crescimento demogrfico,da ocupao desordenada do solo e de seus impactos sobre o patrimnio natural

    (HORTA et al., 2008). Esses aspectos justificam a necessidade urgente de definio de

    reas que possam vir a compor a zona de amortecimento dessa unidade de conservao,

    minimizando os efeitos das presses antrpicas.

    O PEPB teve o seu plano de manejo aprovado em junho de 2013 e tal fato exigir

    que a zona de amortecimento seja traada. A vertente leste do Macio da Pedra Branca

    possui expressivas extenses preservadas de vegetao secundria, ou ainda, pouco

    exploradas fora dos limites da unidade, a qual poderia vir a compor parte dessa zona de

    amortecimento, tomando-se como base as determinaes dos roteiros metodolgicos do

    IBAMA e do INEA. A partir da definio da zona de amortecimento, ser possvel

    propor formas de apropriao adequadas aos usos mais restritos, como atividades

    ligadas ao lazer, ao turismo ecolgico e prtica de esportes de aventura.

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    1.3 Estrutura da Tese

    Buscando-se organizar conceitos, mtodos, resultados, discusses, concluses e

    recomendaes, a tese est estruturada em seis captulos, cujos principais contedos so

    apresentados a seguir: O Captulo 1 introduz a temtica estudada e a hiptese para realizar a

    pesquisa de tese, elencando os objetivos e a justificativa para desenvolv-la;

    O Captulo 2 apresenta as principais bases terico-conceituais trabalhadas ao

    longo do desenvolvimento da tese, as quais orbitam em torno da questo

    Zona de amortecimento de Unidades de Conservao. Mais

    especificamente, neste captulo so tratadas temticas relativas relevncia

    ambiental de unidades de conservao, os seus principais instrumentos legaisde gesto, alm dos desafios de sua implementao no espao urbano.

    Tambm so apresentados os critrios de incluso de reas em zonas de

    amortecimento de unidades de conservao, com destaque para os aqueles

    relacionados s reas de Preservao Permanente (APP) e aos locais sujeitos

    a movimentos de massa. No captulo so ainda abordadas consideraes

    acerca dos principais tipos e condicionantes relacionados aos movimentos de

    massa. O captulo tambm destaca a importncia da componente ambiental

    para o estudo das unidades de conservao e para a definio da sua zona de

    amortecimento, enfatizando o uso de Sistemas de Informao Geogrfica

    (SIG) na construo metodolgica adotada;

    O Captulo 3 apresenta a rea de estudo e descreve as suas principais

    caractersticas fsicas, o processo de ocupao e as alteraes no quadro

    ambiental decorrentes, os conflitos territoriais existentes, alm de citar

    algumas aes e medidas criadas para preservao de seus recursos naturais;

    O Captulo 4 apresenta e explicita os procedimentos metodolgicos adotados

    ao longo do desenvolvimento da tese. Tais procedimentos contaram com o

    suporte do geoprocessamento para realizar o diagnstico dos aspectos fsicos,

    de uso do solo e cobertura vegetal e de saneamento ambiental da rea de

    estudo, entre outros, a partir de bancos dados geoespaciais e convencionais

    gerados e disponibilizados pelos rgos e instituies responsveis. Foram

    utilizados dois sistemas de informao geogrfica: o ARCGIS (ESRI, EUA),

    verso 10, por meio do qual foram elaborados os mapas temticos digitais

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    componentes dos fatores condicionantes dos referidos processos; e o SAGA

    (Sistema de Anlise Geo-ambiental), desenvolvido pelo Laboratrio de

    Geoprocessamento (LAGEOP), vinculado ao Instituto de Geocincias da

    UFRJ, utilizado nas anlises multicritrio para gerao dos mapas dos fatores

    condicionantes dos processos de movimentos de massa, para a avaliao

    ambiental de risco de ocorrncia desses processos e para as combinaes

    entre os mapas temticos;

    O Captulo 5 apresenta e comenta os resultados obtidos por meio do

    desenvolvimento da tese. Em linhas gerais, o captulo traz todos os mapas

    temticos digitais que compuseram os mapas de fatores dos condicionantes

    do processo de movimento de massa, os prprios mapas de fatores, gerados

    por meio de anlises multicritrio no SAGA/UFRJ, os mapas obtidos por

    intermdio das combinaes e sobreposies entre mapas, alm de grficos,

    tabelas e quadros com dados e informaes produzidos para o melhor

    entendimento das caractersticas e dos problemas ambientais no contexto

    estudado.

    O Captulo 6 rene as concluses construdas a partir dos resultados

    apresentados, ressaltando-se as implicaes e os desafios de gerir unidades de

    conservao inseridas em contexto urbano. As anlises espaciais produzidas

    podem servir como subsdios para definio de reas a serem incorporadas

    em uma futura zona de amortecimento para o PEPB. As recomendaes

    apresentadas podem contribuir para futuras tomadas de deciso quanto

    gesto do Parque e das reas no seu e entorno prximo.

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    2 BASES E DISCUSSES TERICO-CONCEITUAIS

    Neste captulo sero apresentadas e discutidas as principais questes terico-

    conceituais acerca da temtica Zona de Amortecimento de Unidade de Conservao

    Urbana, a qual foi trabalhada segundo os seguintes vieses: relevncia ambiental,

    principais instrumentos legais de gesto de unidades de conservao e os desafios de

    sua implementao no espao urbano; os critrios de incluso de reas em zonas de

    amortecimento, com nfase para as reas de Preservao Permanente (APP) e para os

    locais sujeitos a movimentos de massa; consideraes acerca do risco de ocorrncia de

    movimentos de massa; o uso de Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) na

    construo metodolgica dos parmetros envolvidos na anlise multicritrio de risco de

    movimentos de massa, na delimitao de APP e no mapeamento de reas indicativaspara compor a zona de amortecimento.

    Este captulo no se prope a esgotar a temtica tratada, a qual rene questes

    amplas e complexas, mas sim, apresentar conceitos importantes, tecer algumas

    consideraes sobre a relevncia da delimitao e da gesto integrada da zona de

    amortecimento de UC, principalmente em espao urbano, alm de evidenciar a

    importncia crescente do Geoprocessamento na construo de modelos operacionais de

    gesto e de monitoramento de zonas de amortecimento.

    2.1 Unidades de Conservao: definio e relevncia ambiental, breve

    histrico, legislao brasileira pertinente

    2.1.1 Definio e Relevncia Ambiental

    As Unidades de Conservao so, internacionalmente, denominadas reas

    protegidas. Segundo a Unio Internacional para a Conservao da Natureza (IUCN,

    1994 apudARAUJO, 2007, p. 25), as Unidades de Conservao so definidas como

    uma rea de terra e/ou mar especialmente dedicada proteo e manuteno da

    diversidade biolgica e de seus recursos naturais e culturais associados, e manejada

    atravs de instrumentos legais ou outros meios efetivos.

    Um dos objetivos principais da criao de unidades de conservao o de manter

    as reas naturais da forma menos alterada possvel. Essas unidades so componentes

    vitais de qualquer estratgia para a conservao da biodiversidade, considerando-se que

    a fragmentao da cobertura vegetal, representa, segundo diferentes autores, a causa

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    primria para a diminuio da biodiversidade, especialmente em regies tropicais

    (ARAUJO, 2007).

    A criao de reas protegidas ou de unidades de conservao representa uma das

    formas de amenizar os riscos potenciais causados pelas atividades antrpicas que

    ameaam a conservao da biodiversidade. Tais reas objetivam preservar partes

    representativas de ecossistema, suas biodiversidades e os processos ecolgicos e fsicos

    (VITALLI et al., 2007).

    No Brasil, nos ltimos cem anos, em face do aumento da populao urbana, houve

    avano no processo de fragmentao da cobertura vegetal (principalmente de florestas),

    tanto em baixadas como em encostas, para dar lugar a novas reas construdas.

    Inmeros estudos e publicaes, gerados por meio de pesquisas em diversas reas do

    conhecimento, vm discutindo h anos a importncia da preservao florestal e os

    efeitos abiticos e biticos da retirada da cobertura vegetal (CENTRO DE

    INFORMAES E DADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2000; COSTA

    2002, COSTA, 2006, ARAUJO, 2007).

    Os efeitos biticos esto vinculados ao comprometimento da biodiversidade, pois,

    quando ocorre a fragmentao da cobertura vegetal, so geradas novas linhas

    perimetrais, onde so desencadeados vrios processos fsicos e ecolgicos. Como

    exemplo, maiores quantidades de luz atingem o interior do fragmento vegetal, a

    umidade decresce rapidamente e a temperatura interna se eleva. A insolao passa a

    atingir estratos vegetais outrora protegidos. Uma maior insolao no interior do novo

    fragmento propicia uma rpida colonizao das suas bordas por espcies mais adaptadas

    s novas condies microclimticas impostas. Invariavelmente, um processo de

    sucesso ecolgica desencadeado no interior do fragmento florestal, tratado pela

    literatura internacional como efeito de borda. Por outro lado, ocorre a diminuio de

    espcies endmicas, uma vez que os animais silvestres no se distribuem aleatoriamentena natureza (CENTRO DE INFORMAES E DADOS DO ESTADO DO RIO DE

    JANEIRO, 2000).

    Em linhas gerais, as mudanas abiticas provocadas pela fragmentao vegetal,

    principalmente em reas de encosta, envolvem desequilbrios ambientais, traduzidos

    por: mudanas microclimticas, devido ao aumento das temperaturas da superfcie do

    solo e do ar, j que a vegetao funciona como regulador trmico; diminuio da

    alimentao das cabeceiras fluviais por fluxos internos e tambm da sua proteo aosagentes erosivos; remoo da proteo natural do solo eroso pluvial e ao de

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    ventos; rebaixamento do lenol fretico, afetando o balano hdrico e a disponibilidade

    de gua; e aumento do escoamento superficial (CENTRO DE INFORMAES E

    DADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, op. cit.).

    Segundo a Fundao SOS MATA ATLNTICA & INPE (2002 apud ARAUJO,

    2007), no Brasil, a Mata Atlntica , provavelmente, o ecossistema mais devastado,

    fragmentado e seriamente ameaado do mundo, com rea total correspondendo a quase

    18,5% da extenso original. MOURA e COSTA (2009) afirmam que, entre os estados

    brasileiros, aquele que mais sofreu com a devastao da Mata Atlntica foi o Rio de

    Janeiro, principalmente o municpio que representa a sua capital. No entanto, dados

    mais atuais divulgados no Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlntica1,

    referente aos anos 2010 e 2011, o Estado do Rio de Janeiro que j foi a principal

    unidade federativa desmatada, apresentou bons resultados, com a reduo do

    desmatamento e com aes efetivas de proteo aos remanescentes florestais, como a

    criao de diversas unidades de conservao e de Reservas Particulares de Patrimnio

    Natural (RPPN) por parte de vrios proprietrios. Os estados de Minas Gerais, Bahia e

    Mato Grosso do Sul ocupam, respectivamente, a primeira, a segunda e a terceira

    posies em desmatamento da Mata Atlntica no pas.

    Dentro dessa perspectiva, ARAUJO (op.cit.) destaca a importncia das unidades

    de conservao para o refgio de espcies que no sobreviveriam em paisagens

    manejadas, para a continuidade da evoluo natural e tambm para uma futura

    restaurao ecolgica. O autor cita a contribuio de CIFUENTES et al. (2000) em

    estudo que sintetizou o papel das unidades de conservao para o bem-estar da

    sociedade, o que abarca:

    a) manuteno de processos ecolgicos essenciais, que dependem de ecossistemas

    naturais;

    b) preservao da diversidade de espcies e da diversidade gentica;

    c) manuteno da capacidade produtiva dos ecossistemas;

    d) preservao de caractersticas histricas e culturais importantes para manter os

    estilos de vida das populaes tradicionais;

    e) salvaguarda de hbitats crticos para a sobrevivncia de espcies.

    f) fornecimento de oportunidades para o desenvolvimento de comunidades locais,

    1Maiores informaes sobre o Atlas disponveis em http://www.sosma.org.br/5697/sos-mata-atlantica-e-inpe-divulgam-dados-do-atlas-dos-remanescentes-florestais-da-mata-atlantica-no-periodo-de-2010-a-2011/ e tambm em http://www.sosma.org.br/projeto/atlas-da-mata-atlantica . Dados mais completossobre o Atlas podem ser obtidos em www.inpe.br .

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    investigao cientfica, educao, capacitao, recreao e turismo;

    g) proviso de bens e de servios ambientais;

    h) manuteno de fontes de inspirao humana e de orgulho nacional.

    2.1.2 Breve histrico das Unidades de Conservao

    Em linhas gerais, desde o perodo Neoltico, quando a humanidade passou a viver

    de modo sedentrio, fixando-se prximo a rios e cultivando a terra frtil para produzir o

    prprio alimento, iniciou-se a separao ou o que mais tarde foi denominado de ciso

    sociedade-natureza. Esta ciso foi se aprofundando ao longo da Histria, atingindo o

    seu pice a partir da Revoluo Industrial (SOUSA E SILVA; TRAVASSOS, 2008).

    Contriburam para intensificar essa ciso a religio e a cincia moderna, uma vez que

    estabelecia ao ser humano o papel de domnio sobre a criao. Sob o ponto de vista

    mecanicista, a cincia entendia a natureza como uma mquina a ser decifrada e utilizada

    para alimentar o progresso. A natureza no estava, portanto, associada ao seu valor

    intrnseco, pelo contrrio, a sua importncia vinculava-se sua capacidade de atender

    s necessidades humanas (ARAUJO, 2007; IRVING et al., 2008).

    A ideia da humanidade como agente