anais - gedamefeito da oclusÃo visual em diferentes momentos na interceptaÇÃo a um alvo mÓvel...

45
Anais

Upload: others

Post on 24-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Anais

Comissão organizadora

Prof. Dr. Guilherme Menezes Lage (UFMG) Prof. Dr. Herbert Ugrinowitsch (UFMG)

Prof. Dr. Rodolfo Novellino Benda (UFMG)

Comissão Científica

Prof. Dr. Carlos Eduardo Campos (UIT)

Prof. Dr. Claudio Manoel Ferreira Leite (UFSJ) Prof. Dra. Crislaine Rangel Couto (Isabela Hendrix)

Prof. Dr. Lucas Savassi Figueiredo Prof. Dra. Nádia Fernanda Schmidt Marinho (Universo)

Prof. Dra. Natália Fontes Alves Ambrósio (UNA)

Localização

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha

Belo Horizonte – MG – CEP 31270-901 Telefone: (31) 3409-1893

Mapa

Programação

08/11 - SEXTA 09/11 – SÁBADO

08:00 – 09:00

Credenciamento

09:00 – 09:30

Abertura

09:00 – 10:30

Mesa Redonda: Aprendizagem da Técnica Esportiva: contribuições da Biomecânica Gustavo Ramos Dallas Bernardina (BIOLAB/EEFFTO/UFMG) Contribuições da Psicologia do Esporte para o Treinamento Técnico-Tático Franco Noce (EEFFTO/UFMG)

09:30 – 10:30

Palestra: Comportamento Motor: subsídios para intervenção profissional Umberto Cesar Corrêa (EEFE/USP)

10:30-12:00 Apresentação de Posters 10:30-12:00

Apresentação de Posters

12:00 – 13:30

Almoço

12:00 – 13:30

Almoço

13:30 – 15:00

Mesa Redonda: Comportamento Motor e Treinamento de Alto Rendimento Talmo Curto de Oliveira (Voleibol) André Fernandes Chaves Filho (Judô)

13:30 – 15:00

Mesa redonda: Processo de Envelhecimento e Aspectos Neurobiológicos Carlos Eduardo Campos (Fundação da Universidade de Itaúna) Desenvolvimento Motor e Cognitivo em crianças Maicon Rodrigues Albuquerque (EEFFTO/UFMG)

15:00 – 15:30

Intervalo

15:00 – 15:30

Intervalo

15:30 – 17:00

Mesa Redonda: Equilíbrio e o controle do caminhar em idosos Renan Alves Resende (EEFFTO/UFMG). Desenvolvimento da Força e o controle de habilidades motoras Mauro Heleno Chagas (EEFFTO/UFMG)

15:30 – 17:00

Palestra: Talk show Umberto Cesar Corrêa (EEFE/(USP)

Sumário O EFEITO DO FOCO DE ATENÇÃO NO SAQUE POR CIMA DO VOLEIBOL Bárbara de Paula Ferreira; Carine Amorim Scaldaferri; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira; Natália Lelis Torres; Guilherme Menezes Lage

8

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS EM ALUNOS DE 6 A 7 ANOS INGRESSANTES E NÃO INGRESSANTES DO PROGRAMA ESCOLA INTEGRADA Caique Uriat; Alex Pereira; Alessandra Oliveira; Jorge de Assis; Larissa Nataly

9

ESTRATÉGIAS DE SOLICITAÇÃO DE CR NA AQUISIÇÃO DE HABILIDADES MOTORAS EM IDOSOS Cristiane Alves Martins; Marco Túlio Silva Batista; Rodolfo Novellino Benda

10

PRÁTICA CONSTANTE NA ESTABILIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO DE HABILIDADE MOTORA COM ESTRUTURA FECHADA EM JOGADORES DE FUTSAL Pedro Henrique Gonçalves Felipe; Milena da Silveira Nunes; José Carlos Leal

11

DESEMPENHO EM HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS NÃO INDÍGENAS E INDÍGENAS RESIDENTES NA CIDADE Marcelo Gonçalves Duarte; Cristiane Alves Martins; Rodolfo Novellino Benda

12

EFICÁCIA DO TREINO ESPECÍFICO DA TAREFA NA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS PELO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: UMA INTERVENÇÃO BASEADA NA APRENDIZAGEM MOTORA Paula da Cruz Peniche; Júlia Caetano Martins; Ana Paula da Silva Pinto; Raquel Lima Molinari Nassur Ribeiro; Christina Danielli Coelho de Morais Faria

13

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE COMPETÊNCIA MOTORA E AUTO ESTABELECIMENTO DE METAS NA CONSISTÊNCIA DO DESEMPENHO DE UMA HABILIDADE MOTORA Brenner Ottero; Rafael Gusmão Viotti de Catvalho; Lívia Penido Alípio; Arthur Andrade Araújo; Herbert Ugrinowitsch

14

AMBIENTE ESCOLAR E DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE ESCOLAS Vitor Pereira de Oliveira; Andreolle Augusto dos Santos; Alessandro Teodoro Bruzi; Marco Túlio Silva Batista

15

EFEITOS DA MAGNITUDE CRESCENTE DE PERTURBAÇÃO NA COMBINAÇÃO DE HABILIDADES FUNDAMENTAIS Patrick Costa Ribero-Silva; Madson Pereira Cruz; Welisney Soares Brito; Nádia Fernanda Schmitt Marinho; Rodolfo Novellino Benda

16

TEMPO DE REAÇÃO DE IDOSOS EM TAREFAS SIMPLES E COMPLEXAS Lucineia Helena Gomes Barbosa; Cristiane Alves Martins; Rodolfo Novellino Benda

17

EFEITO DO NÍVEL DE MEMÓRIA DE TRABALHO VERBAL NA APRENDIZAGEM MOTORA EM IDOSOS Izabella de Souza Sales; Paula Carolina Leite Walker; Brenner Ottero; Guilherme Menezes Lage

18

PRÁTICA MACIÇA VERSUS PRÁTICA DISTRIBUÍDA NA APRENDIZAGEM DE UMA HABILIDADE ESPORTIVA Leandro Nogueira Dutra; Arthur Moreira Ferreira; Cíntia de Oliveira Matos; Brenner Ottero; Herbert Ugrinowitsch

19

IDENTIFICAÇÃO DE ATRASO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE BEBÊS PRÉ-TERMO AOS 4 E 8 MESES DE IDADE CORRIGIDA Isabella Saraiva Christovão; Isadora Martins Alvares; Lívia de Castro Magalhães; Ana Cristina Resende Camargos

20

QUANDO A PRATICA CONSTANTE PODE SER MELHOR QUE A VARIADA ALEATÓRIA? UM ESTUDO SOBRE TRANSFERÊNCIA BILATERAL DE APRENDIZAGEM Enzo Gomes Azevedo; Lidiane Aparecida Fernandes; Tércio Apolinário-Souza; Guilherme Menezes Lage

21

COMBINAÇÃO DA FAIXA DE AMPLITUDE DE CONHECIMENTO DE PERFORMANCE CRESCENTE-DECRESCENTE NA APRENDIZAGEM DO SAQUE TIPO TÊNIS DO VOLEIBOL Madson Pereira Cruz; André Rodrigues de Oliveira Neto; Cíntia Oliveira Matos; Herbert Ugrinowitsch

22

EFEITO DA ABORDAGEM SISTÊMICA DE ENSINO DO FUTEBOL NOS PRINCÍPIOS TÁTICOS EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Jonathas de Oliveira Baltar; Wendel Rodrigues Fernandes Borges; Leonardo dos Santos Siqueira; Cícero Paschoal Braga; Cristiano Diniz da Silva

23

EFEITOS DA PRÁTICA SISTEMÁTICA DE FUTEBOL NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS: UM ESTUDO LONGITUDINAL Breno Henrique da Silva Xavier; Clayton Rodrigues Vieira; Lucas Gabrielli Costa; Luiz Carlos de Oliveira Silva; Tales Henrique de Souza; Nádia Fernanda Schmitt Marinho

24

COMPETÊNCIA MOTORA E INTELIGÊNCIA FLUIDA EM CRIANÇAS Giovanna Vargas Consoli Rennó; Alessandro Teodoro Bruzi; Maicon Rodrigues Albuquerque

25

NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR, PERFIL FÍSICO, E SUAS INTER-RELAÇÕES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS Joyce Viegas Carvalho; Raphaela Policário Resende; Alessandro de Oliveira; Cassiano Douglas de Carvalho; André Henrique de Azevedo Gomes; Claudio Manoel Ferreira Leite

26

EFEITOS DA PRÁTICA DISTRIBUÍDA NA APRENDIZAGEM DE UMA HABILIDADE MOTORA EM CRIANÇAS Benhur Gonçalves Alacoque; Arthur Moreira Ferreira; Herbert Ugrinowitsch

27

ASSOCIAÇÃO ENTRE DIFICULDADE MOTORA E INTELIGÊNCIA EM CRIANÇAS COM TDAH, UM ESTUDO PILOTO Lívia Penido Alipio; Cristiani Junqueira; Brenner Ottero; Guilherme Menezes Lage

28

PROCESSOS DE CONSOLIDAÇÃO NA AQUISIÇÃO DE UMA HABILIDADE MOTORA SEQUENCIAL EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE PRÁTICA: DADOS PRELIMINARES Jean Gregorio Silva; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira; Warlen Borges de Oliveira; Tércio Apolinário Souza; Guilherme Menezes Lage

29

O CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE COMPORTAMENTO MOTOR Warlen Borges de Oliveira; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira, Bárbara de Paula Ferreira, Jean Gregorio da Silva; Guilherme Menezes Lage

30

ANÁLISE DA DESTREZA MANUAL EM PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON: DADOS PRELIMINARES Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira; Jean Gregorio da Silva; Bárbara de Paula Ferreira

31

ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Alessandro Teodoro Bruzi; Andreolle Augusto dos Santos; Vitor Pereira de Oliveira; Marco Túlio Silva Batista

32

IMPULSIVIDADE COMO UM ASPECTO QUE INTERFERE NA APRENDIZAGEM MOTORA Athos Matheus de Paula Borges; Bárbara de Paula Ferreira; Enzo Gomes Azevedo; Guilherme Menezes Lage

33

RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA SISTEMATIZADA E COORDENAÇÃO MOTORA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Bruna de Oliveira Anício; Siomara Aparecida da Silva

34

EFEITOS DO ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIO DE ESTABILIZAÇÃO NA VARIABILIDADE DO DESEMPENHO EM UMA TAREFA DE TIMING COINCIDENTE Mateus Henrique Oliveira Pavuna; Herbert Ugrinowitsch; Crislaine Rangel Couto

35

EFEITOS DA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA NA CONSISTÊNCIA DO DESEMPENHO DO LANCE LIVRE DO BASQUETEBOL: UM ESTUDO PILOTO André Rodrigues de Oliveira Neto; Brenner Ottero; Tércio Apolinário de Souza; Guilherme Menezes Lage; Herbert Ugrinowitsch

36

EFEITO DA OCLUSÃO VISUAL EM DIFERENTES MOMENTOS NA INTERCEPTAÇÃO A UM ALVO MÓVEL Cíntia de Oliveira Matos; Herbert Ugrinowitsch

37

EFEITO DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE FEEDBACK NA MAGNITUDE DA MUDANÇA DA MACROESTRUTURA Arthur Moreira Ferreira, Dillian Araujo Resende, Herbert Ugrinowitsch

38

EFEITO DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE CR NA FLEXIBILIDADE DO PAHO VISTA PELA MANUTENÇÃO DA MACROESTRUTURA Dillian Araújo Resende, Arthur Moreira Ferreira, Herbert Ugrinowitsch

39

EFEITO DA INTERFERÊNCIA RETROATIVA NA CONSOLIDAÇÃO DA APRENDIZAGEM MOTORA Isabelle Rodrigues Nery; Natalia Lelis Torres; Tércio Apolinário-Souza; Guilherme Menezes Lage

40

A MEMÓRIA DE TRABALHO DE IDOSOS É INFLUENCIADA DE FORMA POSITIVA PELA ATIVIDADE FÍSICA SISTEMATIZADA Débora Antunes Lucas; Diogo Ramos Alves; Carlos Eduardo Campos

41

RELAÇÃO ENTRE COMPETÊNCIA MOTORA E PERCEPÇÃO DE COMPETÊNCIA MOTORA EM CRIANÇAS Rafael Gusmão Viotti de Carvalho; Brenner Ottero; Cíntia de Oliveira Matos; Paula Carolina Leite Walker; Herbert Ugrinowitsch

42

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DA PRÁTICA NA ESTRATÉGIA DE CONTROLE EM UMA TAREFA DE INTERCEPTAÇÃO Crislaine Rangel Couto; Carlos Eduardo Campos; Mateus Henrique Oliveira Pavuna; Herbert Ugrinowitsch

43

EFEITOS DE DICAS VERBAIS NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL Christopher Lee Maximo Stofella; Arthur Moreira Ferreira; Rodolfo Novellino Benda

44

CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) E O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS Deborah Kelly Saad Pereira da Silveira Tavares; Leandro Augusto Rocha Oliveira; Jaqueline Tailane Coelho Gonzaga; Alessandra Aguilar Coca Ugrinowitsch

45

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

8

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Bárbara de Paula Ferreira 1; Carine Amorim Scaldaferri 1; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira 1; Natália Lelis Torres 1; Guilherme Menezes Lage 1. 1 _ Universidade Federal de Minas Gerais

O foco de atenção pode ser entendido como a organização dos recursos atencionais disponíveis direcionados as fontes de informações pertinentes no indivíduo, no ambiente ou na tarefa. O direcionamento do foco de atenção pode se dar para aspectos internos ou externos em relação ao corpo do indivíduo. O foco interno (FI) direciona a atenção para o movimento do corpo enquanto o foco externo (FE) direciona a atenção ao efeito que o movimento tem sobre o ambiente. De forma geral, os resultados de pesquisas têm mostrado que o desempenho motor realizado com o FE é superior àquele realizado com o FI ou com nenhuma instrução do foco de atenção. Considerando a importância do foco de atenção no desempenho de habilidades motoras, o objetivo desse estudo foi verificar a influência do FI e do FE na realização do saque por cima com atletas de voleibol. Participaram desse estudo 21 atletas do sexo feminino, com média de idade de 14,48 anos (±1,12) e experientes na tarefa do saque por cima do voleibol. Para realizar o experimento contamos com uma quadra de vôlei com medidas oficiais, 20 bolas de vôlei e um alvo circular. O objetivo da tarefa foi acertar o centro do alvo que estava posicionado na quadra adversária fazendo com que a bola ultrapassasse a rede. Cada voluntária realizou 20 tentativas do saque para cada condição de FI e FE. O desempenho motor foi inferido pelo erro radial em cada tentativa, o qual se refere a distância entre o ponto de queda da bola e o centro do alvo. Para as análises estatísticas foram utilizados os testes Shapiro-Wilk para verificação da normalidade dos dados e ANOVAs Two-way com medidas repetidas no fator blocos para comparar o desempenho do saque e a variação do desempenho entre as condições de FI e FE (2 condições X 4 blocos). Para as análises post-hoc foi utilizado o teste de Tukey e o valor de significância adotado foi de α < 0,05. Os resultados indicaram que a utilização do FE levou a um melhor desempenho motor quando comparado ao FI. Em conclusão, esse estudo complementa a literatura indicando que o FE pode trazer mais benefícios para o desempenho motor de atletas com experiência prévia no saque por cima do voleibol. Estudos futuros devem investigar como a associação de diferentes fatores, como o tipo de tarefa e o nível de experiência, pode alterar o desempenho nas condições de FE e FI.

O EFEITO DO FOCO DE ATENÇÃO NO SAQUE POR CIMA DO

VOLEIBOL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

9

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Caique Uriat1; Alex Pereira2; Alessandra Oliveira3; Jorge de Assis4; Larissa Nataly5 1_Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - BH;

O desenvolvimento motor é um processo de mudanças no repertório motor ao longo da vida em que o ambiente pode contribuir, proporcionando diferentes oportunidades de prática. O presente estudo teve como objetivo analisar o desenvolvimento motor de alunos ingressantes e não ingressantes do programa escola integrada. Participaram do estudo oito crianças, pareadas por idade e sexo, sendo quatro da escola regular (GR= 6,35 ±0,35 anos) que realizavam apenas aulas de Educação Física e quatro ingressantes na escola integrada (GI= 6,50±0,27 anos) que realizavam além das aulas de Educação Física orientadas, diferentes atividades motoras ( jogos, brincadeiras, lutas, danças, esportes, informática, artesanato e reforço pedagógico), as oficinas são realizadas de segunda a sexta, contabilizando 20 horas semanais de atividades orientadas. O Test of Gross Motor Development (TGMD-2) foi aplicado aos grupos no início do ano e ao final de um período de intervenção de seis meses. O teste U de Mann Whitney apontou que o GI apresentou um quociente motor global (QMG) superior ao GR no final da intervenção (U=0,50; p=0,02). O teste de Wilcoxon, com correção de Bonferroni (p<0,025), não apontou diferença significante entre pré e pós-teste em nenhum dos grupos (p>0,05). Estes resultados podem indicar que este tempo de intervenção não foi suficiente na promoção do desenvolvimento motor. Sugere-se que estudos futuros realizem uma análise da qualidade das aulas oferecidas, de diferentes tempos de intervenção e com um número maior de crianças.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS EM

ALUNOS DE 6 A 7 ANOS INGRESSANTES E NÃO INGRESSANTES DO PROGRAMA ESCOLA INTEGRADA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

10

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Cristiane Alves Martins¹; Marco Túlio Silva Batista²; Rodolfo Novellino Benda¹ 1_Universidade Federal de Minas Gerais; 2_Centro Mineiro do Ensino Superior

Os efeitos do autocontrole de conhecimentos de resultados (CR) têm sido associados ao uso de estratégias de solicitação de CR baseadas no desempenho. Todavia, tais estratégias ainda não estão claras com idosos. O objetivo do presente estudo foi investigar o uso de estratégias de solicitação de CR na aprendizagem motora de idosos. Participaram do estudo 12 idosos de ambos os sexos, fisicamente ativos, com idade média de 67,2 anos (±1,63). A tarefa consistiu no transporte de uma bola de tênis entre recipientes com sequência e tempo-alvo pré-determinados. O experimento constou de fase de aquisição e testes de retenção e transferência. Os idosos melhoraram o desempenho do início para o final da fase de aquisição [F (3,47) = 3,80, p<0,01] e mantiveram o desempenho entre o último bloco da fase de aquisição para o teste de retenção e de transferência [F (2,35) = 3,80, p=0,12]. Foi aplicado o questionário para verificar as estratégias de solicitação de CR em quatro momentos distintos da prática, que foram analisadas via frequências de respostas de forma descritiva. A frequência de solicitação de CR foi de 62,2%. No início da prática, preferencialmente 58,3% dos idosos solicitaram CR após tentativas que não tinham ideia se foi boa ou ruim e 25% solicitaram de forma aleatória. No segundo bloco, 41,6% solicitaram após tentativas boas e 25% após tentativas que não tinham ideia se foi boa ou ruim. No terceiro bloco 50% dos idosos solicitaram CR após tentativas boas e 33,3% solicitaram igualmente após boas e ruins. No quarto e último bloco de prática, 58,3% solicitaram CR após tentativas boas e 33,3% solicitaram igualmente após boas e ruins. Assim, foi possível observar que os idosos aprenderam a habilidade motora proposta no estudo. Houve mudança de estratégia de solicitação de CR com o decorrer da prática, pois no início os idosos não utilizam estratégias baseadas no desempenho, que pode estar associada à dificuldade em processar o feedback intrínseco. Mas ao final da prática, estratégias baseadas no desempenho são adotadas e os idosos preferem utilizar da informação para reforçar o bom desempenho, como observado nos estudos com jovens. Conclui-se que houve aprendizagem motora e que as estratégias de solicitação de CR foram modificadas do início para o final da prática, quando foram adotadas prioritariamente as estratégias baseadas no desempenho.

ESTRATÉGIAS DE SOLICITAÇÃO DE CR NA AQUISIÇÃO DE HABILIDADES MOTORAS EM IDOSOS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

11

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Pedro Henrique Gonçalves Felipe1; Milena da Silveira Nunes1; José Carlos Leal1 1_Centro Universitário de Formiga (UNIFOR-MG)

Introdução: O Futsal é o esporte mais praticado no Brasil, especialmente pela população jovem. A compreensão dos aspectos motores envolvidos na aprendizagem das habilidades motoras da modalidade é um processo bastante complexo, contínuo e cíclico, com uma fase de estabilização do movimento e outra de adaptação ao movimento, gerando novas e diferentes experiências motoras. Objetivo: Comparar o desempenho dos jogadores de Futsal em duas tarefas motoras com validade ecológica e estrutura fechada, nas fases de estabilização e adaptação do movimento, a partir da prática constante. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal com 66 jogadores de Futsal entre 9 e 10 anos, selecionados aleatoriamente, com experiência prévia no Futsal de 3 meses. No primeiro experimento (com experiência prévia dos participantes na modalidade) o Gol de Futsal foi dividido em seis quadrantes iguais, numerados, separados por fitas. Os chutes aconteceram no quadrante central. Foram demarcados, na quadra, dois pontos para os chutes, a 10 e 6 metros de distância para o Gol. No Segundo experimento (sem experiência prévia dos participantes na modalidade) foi construído um mini-campo de Golfe. Foram feitas demarcações a 6 e 4 metros de distância para o alvo. Em ambos os experimentos, o participante deveria realizar 50 chutes/tacadas, na menor distancia para o alvo (fase de estabilização). Depois, na maior distância, o participante fez mais 20 chutes/tacadas (fase de adaptação). Foram calculados o percentual de acerto dos jogadores, que foram utilizados para as análises estatísticas. Foi utilizado o teste t para amostras pareadas ou teste de Wilcoxon para análise de inferência. Resultados: O desempenho no chute de Futsal, o chute na fase de estabilização foi 18,6% melhor que na fase de adaptação (p 0,00). Na tacada de golfe, o desempenho na fase de adaptação foi 0,7% pior que na fase de estabilização, mas sem diferença significativa (p 0,09). O desempenho no chute de futsal foi significativamente melhor que a tacada de golfe em ambas as fases (p<0,00). Conclusão: A fase de estabilização não provocou melhora significativas na fase de adaptação no chute de Futsal. Contudo, a maior distância na fase de adaptação ao movimento pode ter contribuído para o pior desempenho. Na tacada de gole, a pequena diferença entre as fases pode indicar efeito da fase de estabilização na fase de adaptação ao movimento.

PRÁTICA CONSTANTE NA ESTABILIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO DE

HABILIDADE MOTORA COM ESTRUTURA FECHADA EM JOGADORES DE FUTSAL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

12

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Marcelo Gonçalves Duarte1; Cristiane Alves Martins1; Rodolfo Novellino Benda1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Diferenças no desempenho em habilidades motoras fundamentais podem ser justificadas pelas características ambientais onde vivem essas crianças, como por exemplo, a região demográfica, assim como origens étnicas e culturais. O presente estudo investigou o desempenho em habilidades motoras fundamentais e fatores associados a crianças indígenas e não indígenas. Participaram do estudo 110 crianças, 64 não indígenas e 46 indígenas com idade compreendida entre 8 a 10 anos, todas residentes na cidade de Parintins/Amazonas. Para avaliar o desempenho em habilidades motoras fundamentais foi utilizado o TGMD-2. Uma anamnese foi utilizada para investigar os fatores do ambiente onde vivem como, por exemplo, número de agregados na residência, locais e tempo onde brincam, gestão do tempo e atividades realizadas dentro e fora do lar, inter-relações com crianças e envolvimento familiar em atividades físicas. A ANOVA two way foi realizada para comparar o desempenho em locomoção (DL) e controle de objetos (DCO) entre grupos e sexos das crianças. Para verificar os fatores associados ao DL e DCO utilizou-se a análise de regressão linear múltipla univariada pelo método stepwise. A análise mostrou que crianças indígenas apresentaram maior DL que crianças não indígenas (F(1,106) = 38,240; p < 0,001). Crianças indígenas também apresentaram maior DCO que não indígenas (F(1,106) = 10,610; p = 0,002), assim como meninos demonstraram maior DCO que meninas (F(1,106) = 17,776; p < 0,001). O modelo de regressão para crianças não indígenas (F(4,59) = 11,359; p < 0,001) explicou 40% da variabilidade do DL. O modelo para indígenas (F(2,43) = 11,514; p < 0,001) explicou 32% da variabilidade do DL. O modelo final de não indígenas (F(4,59) = 9,351; p < 0,001) explicou 35% da variabilidade em DCO. O modelo final de indígenas (F(3,42) = 8,073; p < 0,001) explicou 32% da variabilidade do DCO. O maior DCO de meninos, talvez ocorra, pois meninas são menos encorajadas a participarem de atividades físicas, do modo que experienciam de maneira mais tímida atividades motoras que envolvam controle objetos, comportamento observado em meninas indígenas e não indígenas. Embora a capacidade de explicação dos modelos se assemelhem, por residirem na mesma cidade, a superioridade do desempenho motor de crianças indígenas talvez se deva à melhor inter-relação estabelecida com o ambiente vivenciado. Mais estudos devem ser realizados, a fim de investigar quais as atividades/brincadeiras essas crianças realizam.

DESEMPENHO EM HABILIDADES MOTORAS

FUNDAMENTAIS E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS NÃO INDÍGENAS E INDÍGENAS RESIDENTES NA CIDADE

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

13

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Paula da Cruz Peniche1; Júlia Caetano Martins2; Ana Paula da Silva Pinto1; Raquel Lima Molinari Nassur Ribeiro1; Christina Danielli Coelho de Morais Faria1 1_Universidade Federal de Minas Gerais/Belo Horizonte; 2_Universidade do Estado de Minas Gerais/Divinópolis.

O treino específico da tarefa fundamenta-se no conhecimento da patologia e na ciência do movimento, e tem como princípio a prática repetida das tarefas funcionais e significativas para o indivíduo. Essa estratégia terapêutica já demonstrou eficácia em diferentes desfechos funcionais e de saúde ao ser utilizado em indivíduos pós-acidente Vascular Encefálico (AVE). A qualidade de vida (QV) é um construto importante de ser considerado em indivíduos acometidos por condições crônicas, como é o caso do AVE, que apresenta diversos impactos na sua saúde, funcionalidade e na QV. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar a eficácia do treino específico da tarefa realizado em grupo na melhora da QV de indivíduos pós-AVE. Este estudo é parte de um projeto amplo que envolveu um ensaio clínico aleatorizado aprovado pelo COEP/UFMG/SMSA-BH (1.373.837) e registrado no ClinicalTrials.gov (NCT02937480). Os critérios de inclusão foram: estar na fase crônica do AVE (≥6 meses), ter idade ≥19 anos, capaz de deambular >10 metros, apresentar tônus muscular dos flexores de cotovelo <4, ser considerado inativo ou insuficientemente ativo, apresentar liberação médica para a prática de atividade física. Os indivíduos foram alocados aleatoriamente em grupo experimental, que participou de um programa de treino específico da tarefa envolvendo atividades para os membros superiores e inferiores; ou grupo controle, que participou de um programa com alongamentos globais, exercícios de memória e educação em saúde. Para ambos os grupos foram ofertadas 36 sessões, três vezes/semana, durante 60 minutos, em grupos de dois a seis participantes. A QV foi avaliada pela Escala de Qualidade de Vida Específica para AVE (EQVE-AVE) antes, imediatamente após o término e um mês após o término das intervenções (follow-up). Foi utilizada a análise de intenção de tratar. Estatísticas descritivas e ANOVA two-way foram utilizadas (α=5%). Trinta e seis indivíduos participaram do estudo: grupo experimental (n=18; 56±17 anos; 52±64 meses pós-AVE) e grupo controle (n=18; 55±13 anos; 41±39 meses pós-AVE). A QV melhorou significativamente no grupo experimental imediatamente após as intervenções (95%IC 2-22) e no follow-up (95%IC 2-30), quando comparado ao grupo controle. Portanto, o treino específico da tarefa realizado em grupo mostrou-se eficaz na melhora da QV de indivíduos pós-AVE a curto e a longo prazo e deve ser considerado ao se elaborar planos de tratamento para esta população.

EFICÁCIA DO TREINO ESPECÍFICO DA TAREFA NA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS ACOMETIDOS PELO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: UMA INTERVENÇÃO

BASEADA NA APRENDIZAGEM MOTORA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

14

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Brenner Ottero1; Rafael Gusmão Viotti de Catvalho1; Lívia Penido Alípio1; Arthur Andrade Araújo1; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

A competência motora e o estabelecimento de metas são fatores que influenciam a aprendizagem motora, e podem melhorar a consistência do desempenho. Porém, ainda não foi investigada a relação da competência motora com a dificuldade das metas auto estabelecidas na consistência de uma habilidade motora. Os objetivos do estudo foram: investigar a relação entre o nível de competência motora e a dificuldade das metas auto estabelecidas e investigar os efeitos do nível de competência motora na consistência do desempenho de uma habilidade motora. Participaram do estudo 48 crianças entre 8 e 10 anos de idade, que praticaram a tarefa de lançamento de um saco com 100g de feijão ao alvo, realizado por baixo do ombro, com o braço não dominante. O nível de competência motora foi avaliado para a divisão dos 2 grupos experimentais: Grupo Baixa Competência Motora (GBCM) e Grupo Alta Competência Motora (GACM). O delineamento constou de pré-teste, fase de aquisição, teste de retenção e teste de transferência. O pré-teste possuiu 10 lançamentos sem metas estabelecidas. A fase de aquisição foi composta por 8 blocos de 10 lançamentos, sendo que os voluntários auto estabeleceram uma meta de desempenho antes do início de cada bloco. Os testes de retenção e de transferência possuíram 10 tentativas sem metas estabelecidas, e no teste de transferência, a distância de lançamento foi aumentada. A variável dependente foi o desvio padrão das pontuações obtidas na tarefa. A dificuldade das metas foi considerada como o percentual acrescido da meta em relação a pontuação inicial. Na análise estatística foi realizada uma correlação de Pearson entre o nível de competência motora e a dificuldade das metas auto estabelecidas. Também foi realizada uma ANOVA two way para o desvio padrão das pontuações na fase de aquisição. Foi realizado um teste t independente nos testes de retenção e transferência. Não foi encontrada relação significativa entre competência motora e dificuldade das metas (r=0,14; p=0,4). Na fase de aquisição houve diferenças no fator grupos (p=0,01) e no fator blocos (p=0,02), sendo que o GACM foi mais consistente que o GBCM e a consistência dos dois grupos aumentou durante essa fase. O GACM também foi mais consistente nos testes de retenção (p=0,01) e de transferência (p=0,01). Em conclusão, o maior nível de competência motora leva a uma maior consistência no desempenho de uma habilidade motora, mas não possui relação com a dificuldade das metas auto estabelecidas.

RELAÇÃO ENTRE NÍVEL DE COMPETÊNCIA MOTORA E AUTO

ESTABELECIMENTO DE METAS NA CONSISTÊNCIA DO DESEMPENHO DE UMA HABILIDADE MOTORA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

15

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Vitor Pereira de Oliveira1; Andreolle Augusto dos Santos1; Alessandro Teodoro Bruzi1; Marco Túlio Silva Batista2

1_Universidade Federal de Lavras; 2_ Centro Mineiro do Ensino Superior

O desenvolvimento motor é um processo contínuo e sequencial que está presente em todo o ciclo de vida das pessoas. Apesar da sequência prevista para esse processo ocorrer, existem diversos fatores que influenciam o desenvolvimento e fazem com que ele não seja igual para todos os indivíduos, no que diz respeito à velocidade com que as mudanças acontecem. Esse processo é influenciado pela relação entre três fatores: a genética, o ambiente e as tarefas às quais o indivíduo é submetido. A escola em que a criança estuda se torna um ambiente fundamental para o desenvolvimento da criança, visto que é o lugar que ela passa grande parte do seu dia e, consequentemente, da sua infância. Portanto, O objetivo deste estudo é verificar se o ambiente escolar (estrutura física, recursos materiais, conteúdos das aulas de Educação Física) e o trabalho pedagógico do professor, influenciam o desenvolvimento motor de estudantes. O estudo contou com a participação de 100 crianças, de ambos os sexos, dentro da faixa etária de seis a nove anos, de duas escolas de nível básico do município de Lavras/MG, sendo uma escola da rede particular (EPa) e outra da rede pública (EPb). O ambiente escolar e as crianças foram avaliadas pontualmente, por meio de três instrumentos: a) lista de checagem para avaliar a infraestrutura, os recursos materiais e conteúdos de aula; b) protocolo de observações de aula (POA) do Programa Segundo Tempo (PST) para avaliar a qualidade da aula; c) teste para avaliar a proficiência de habilidades motoras fundamentais (TGMD-2). Para análise dos dados foi utilizado o “ANOVA two-way” com variáveis independentes e o teste de covariância “ANCOVA”. Os resultados mostraram que os estudantes da EPa apresentaram proficiência motora melhor quando comparado aos da EPb. A análise de covariância mostrou que o ambiente escolar está relacionado ao processo de desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais; e a prática pedagógica do professor não está relacionada ao mesmo. Os resultados permitem concluir que o ambiente escolar influencia positivamente o desempenho motor das crianças.

AMBIENTE ESCOLAR E DESENVOLVIMENTO MOTOR DE

CRIANÇAS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE ESCOLAS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

16

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Patrick Costa Ribero-Silva1, 2; Madson Pereira Cruz1; Welisney Soares Brito1; Nádia Fernanda Schmitt Marinho3; Rodolfo Novellino Benda1 1_Universidade Federal de Minas Gerais; 2_ Centro Universitário do Sul de Minas; 3_ Universidade Salgado Filho

O objetivo do estudo foi investigar os efeitos da magnitude crescente de perturbação na combinação de habilidades fundamentais. Participaram do estudo 6 crianças com idade de 6 e 10 anos de ambos os sexos de uma escola pública do Sul de Minas Gerais. As crianças deveriam realizar uma tarefa de salto horizontal e outra de arremessar a bola por cima do ombro. Em ambas as tarefas a perturbação foi manipulada a partir do aumento da distância entre o limite da área de salto/arremesso e a meta da tarefa. No caso da tarefa de saltar, a meta era indicada por uma faixa azul demarcada no chão e no arremessar foi utilizado como alvo um tapume de 200x110 cm. Na tarefa de saltar, a perturbação foi inserida crescentemente em 10 cm, ampliando a distância a ser saltada após cada perturbação vencida. Na tarefa de arremessar, a perturbação foi inserida crescentemente em 50 cm, ampliando a distância a ser arremessada após cada perturbação vencida. As tarefas se encerravam quando a criança não conseguia mais vencer a perturbação (distância) em no máximo três tentativas. No dia anterior da realização das tarefas, foi mensurado o IMC, desempenho motor global (TGMD-2), a força (PROESP-BR) e as dimensões corporais de MMSS e MMII. Os resultados mostraram que todas as crianças, tanto de 6 quanto de 10 anos, realizaram em algum momento a combinação de habilidades fundamentais. Contudo, a correlação de Pearson indicou associação positiva do desempenho (produto da ação) com a força de membros inferiores (r=0,765 p=0,077), dimensões de membros superiores (r=0,928 p=0,008) e de membros inferiores (r=0,928 p=0,008) para tarefa de saltar. Na tarefa de arremessar, houve associação com a força de membros superiores (r=0,771 p=0,072), de membros inferiores (r=0,771 p=0,072) e dimensões de membros inferiores (r=0,765 p=0,077). Não houve associação com o IMC e desempenho motor global em ambas as tarefas. Em uma visão dinâmica de desenvolvimento, destaca-se o efeito da perturbação crescente na combinação de habilidades fundamentais, inclusive das crianças de 6 anos, e de aspectos maturacionais como a força e as dimensões corporais.

EFEITOS DA MAGNITUDE CRESCENTE DE PERTURBAÇÃO NA

COMBINAÇÃO DE HABILIDADES FUNDAMENTAIS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

17

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Lucineia Helena Gomes Barbosa1; Cristiane Alves Martins1; Rodolfo Novellino Benda1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Com o envelhecimento o idoso tende a se tornar mais lento para realizar suas tarefas motoras. O aumento do tempo de processamento para que o idoso possa responder ao estímulo, pode estar relacionado às alterações que ocorrem no sistema nervoso central (SNC) e à ineficiência de componentes para o processamento de informações. Além disso, a complexidade da tarefa está diretamente relacionada ao planejamento e preparação para a execução da tarefa, o que interfere no tempo de reação (TR). Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o tempo de reação em uma tarefa mais simples (TRTS) e o tempo de reação em uma tarefa mais complexa em idosos (TRTC). A amostra foi composta por 10 idosos de ambos os sexos, com média de idade de 71,3 (±1,4) anos. Foram utilizadas duas tarefas, sendo realizadas 6 tentativas em cada uma. A primeira tarefa foi utilizada para testar o TRTS, e consistia em segurar uma bola de tênis mantendo-a no recipiente e, após o estímulo visual, transportar a bola entre dois recipientes. A outra tarefa foi utilizada para testar o TRTC, e consistia em segurar a primeira bola de tênis mantendo-a no recipiente e, após o estímulo visual, transportar a bola entre seis recipientes, ordenados em sequência numérica predeterminada. A meta das tarefas era realizar a ação motora o mais rápido possível, a partir do estímulo visual. O TR em ambas as tarefas correspondeu ao intervalo entre a apresentação do estímulo e a retirada da bola do primeiro recipiente. Na análise estatística foram consideradas as médias do TRTS e do TRTC das 6 tentativas em cada tarefa. Foi realizado o teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Em seguida foi realizado um teste t pareado para comparar o TRTS e o TRTC. Os resultados apontaram que o TRTS foi significativamente menor do que o TRTC (p=0,01). Como conclusão os resultados do presente estudo, corroboram com outros achados na literatura, em que o TR para tarefas com maior complexidade foi maior do que em tarefas com menor complexidade. Sendo assim, este estudo mostra que os efeitos da complexidade d tarefa identificados por Henry e Rogers (1960) também podem ser generalizados para idosos.

TEMPO DE REAÇÃO DE IDOSOS EM TAREFAS SIMPLES E

COMPLEXAS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

18

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Izabella de Souza Sales1; Paula Carolina Leite Walker1; Brenner Ottero1; Guilherme Menezes Lage1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Durante o processo de aprendizagem de uma nova habilidade motora é necessário que o aprendiz regule processos cognitivos como atenção e memória ao longo da prática. Esses processos sofrem alterações ao longo da vida, modificando o comportamento e a forma como novas habilidades são aprendidas pelos idosos. Um tipo de memória que está envolvida no processo de aquisição de novas habilidades motoras é a memória de trabalho (MT), que tem como função armazenar, manipular e gerenciar mentalmente uma quantidade limitada de informações advindas de diferentes fontes sensoriais que fazem parte de subsistemas que compõem a MT. O subsistema verbal (Ve) da MT tem a função de codificar informações auditivas e apresenta grande importância para a aprendizagem de habilidades motoras sequenciais, podendo apresentar diferenças no desempenho motor dos idosos de acordo com o nível de MT. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar o efeito do nível de MTVe na aprendizagem motora (AM) de idosos. Inicialmente 60 voluntários participaram do estudo e os grupos foram separados de acordo com o nível de MTVe (G20+MTVe e G20-MTVe). A amostra final contou com 40 indivíduos idosos de ambos os sexos, destros, com idade média de 69,55 (± 4,23) ativos fisicamente e sem comprometimento cognitivo. A coleta de dados foi realizada em dois dias consecutivos. No primeiro dia os voluntários realizaram a fase de aquisição da tarefa de sequência motora, que consistiu no pressionamento de quatro teclas em um teclado numérico em um tempo absoluto e relativo pré-determinado. Os voluntários tiveram o conhecimento de resultado sobre o erro relativo e absoluto em todas as tentativas. No segundo dia foi realizado o teste de retenção e o teste de Span de Dígitos para verificar o nível de MTVe. Os resultados mostram que na aquisição o grupo G20+ apresentou menores erros absolutos (EA) (p=0,04). No erro relativo (ER) não houve diferença entre os grupos (p=0,75). No teste de retenção, não houve diferença entre os grupos nos EA e ER. A partir dos resultados apresentados é possível inferir que maiores níveis de MTVe promovem um melhor desempenho na fase de prática da dimensão absoluta, mas não da dimensão relativa da habilidade nos idosos. De forma geral, o melhor desempenho na fase de prática não impactou em diferença efetiva na AM de uma habilidade. Sugere-se a necessidade de novas análises, como a taxa de aprendizagem, que busca investigar a mudança do comportamento tentativa a tentativa.

EFEITO DO NÍVEL DE MEMÓRIA DE TRABALHO VERBAL NA

APRENDIZAGEM MOTORA EM IDOSOS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

19

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Leandro Nogueira Dutra1,2; Arthur Moreira Ferreira1,2; Cíntia de Oliveira Matos1,2; Brenner Ottero1,2; Herbert Ugrinowitsch1,2 1_Universidade Federal de Minas Gerais; 2_ Grupo de Estudos em Desenvolvimento e Aprendizagem Motora (GEDAM)

A prática maciça é definida quando o tempo de prática é maior do que o de pausa, enquanto que, a prática distribuída quando o tempo de prática menor do que o de pausa. A prática maciça tem mostrado melhores resultados que a prática distribuída na aprendizagem de habilidades discretas simples, de laboratório. Contudo, os resultados ainda foram pouco testados com habilidades esportivas. O objetivo do presente estudo foi investigar o efeito do espaçamento intertentativas da prática na aprendizagem do saque do voleibol com sujeitos novatos. A amostra consistiu de vinte e quatro sujeitos (n= 24), sendo 12 meninos e 12 meninas, com idade de 13,5 ± 1,0 anos e com um período de 6,0 ± 4,0 meses de prática na modalidade voleibol. Dois grupos experimentais foram utilizados: G0 (grupo sem intervalo intertentativas), representando a prática maciça, e G15 (grupo com 15 segundos de intervalo intertentativas), representando a prática distribuída. Os dois grupos praticaram o mesmo número de tentativas do saque por cima do voleibol, sendo 12 tentativas no pré-teste, 200 tentativas na fase de aquisição e 12 tentativas no teste de retenção. Os resultados mostraram que as duzentas tentativas foram suficientes para provocar mudanças no comportamento do G0 [t(11)= -10,998; p= 0,001] e do G15 [t(11)= -2,466; p= 0,031]. No teste de retenção, o teste t para amostras independentes indicou desempenho significativamente mais preciso do G0 em relação ao G15 [t(22)= 4,928; p= 0,001; d= 2,04], mais consistente [t(22)= -5,650; p= 0,001; d= -2,24] e com grande magnitude no tamanho do efeito. Possivelmente, a prática maciça permitiu um maior engajamento e um processamento mais eficiente da memória de trabalho para evocar as informações da estrutura e dos parâmetros da habilidade motora, tentativa a tentativa, ao longo do período de prática, resultando em uma melhor consolidação. A teoria da Deterioração (Brown, 1958) preconiza que as informações são armazenadas como traços de memória porque conseguem manter uma ativação suficiente para o processamento, por curtos períodos de tempo, na memória de trabalho. Conclui-se que a prática maciça levou a melhor aprendizagem do saque do voleibol comparada à prática distribuída. “O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001”

PRÁTICA MACIÇA VERSUS PRÁTICA DISTRIBUÍDA NA APRENDIZAGEM DE UMA HABILIDADE ESPORTIVA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

20

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Isabella Saraiva Christovão1; Isadora Martins Alvares1; Lívia de Castro Magalhães1; Ana Cristina Resende Camargos1 1_Universidade Federal de Minas Gerais.

Os bebês pré-termo podem apresentar atrasos e transtornos no desenvolvimento motor ao longo de suas vidas, devido ao peso e idade gestacional baixos. O Ambulatório da Criança de Risco (ACRIAR) é um programa de seguimento multidisciplinar para assistência aos bebês nascidos pré-termo na maternidade do Hospital das Clínicas (HC/UFMG), com idade gestacional < 34 semanas e peso ao nascimento ≤ 1500 gramas. No ACRIAR, professores e alunos de fisioterapia e terapia ocupacional desenvolvem o projeto de extensão “Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança de risco”, do nascimento aos 7 anos de idade, onde é realizado testes padronizados de desenvolvimento motor em idades chave. O foco principal é a identificação precoce de bebês com atraso ou alteração do desenvolvimento infantil, para que seja realizada a orientação de pais e encaminhamento precoce para tratamento ambulatorial com equipe de reabilitação. O objetivo do atual estudo foi acompanhar e identificar os bebês que apresentaram atraso do desenvolvimento motor de 2018 e na primeira metade de 2019; orientar os pais a respeito de aspectos importantes do desenvolvimento infantil e encaminhar para tratamento ambulatorial precoce. Foram incluídos recém-nascidos que ingressaram entre janeiro de 2018 e agosto de 2019. Dados para caracterização da amostra foram obtidos de questionário estruturado de informações neonatais, na 1ª consulta. Para avaliação do desenvolvimento motor foi utilizado a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) aos 4 e 8 meses de idade corrigida. Foi considerado atraso do desenvolvimento percentil inferior a 10 aos 4 meses e inferior a 5, aos 8 meses de idade. No período investigado, 103 novos bebês ingressaram no setor de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do ACRIAR, sendo 53 do sexo feminino e 50 do sexo masculino. A idade gestacional média foi 30,99 (±2,31) meses e o peso ao nascimento médio foi 1417,78 (±396,68) gramas. Dessas, 66 e 38 compareceram à consulta aos 4 e 8 meses de idade, respectivamente. Aos 4 e 8 meses de idade 13 (19,7%) e 4 (10,5%) bebês, respectivamente, encontravam-se abaixo do ponto de corte do teste AIMS e foram encaminhadas para intervenção fisioterapêutica ambulatorial. Concluindo que o acompanhamento do desenvolvimento desses bebês desde a alta hospitalar permite a identificação precoce de atrasos/alterações, permitindo a realização de orientações para os pais e encaminhamento para tratamento ambulatorial especializado precoce, prevenindo problemas futuros.

IDENTIFICAÇÃO DE ATRASO DO DESENVOLVIMENTO

MOTOR DE BEBÊS PRÉ-TERMO AOS 4 E 8 MESES DE IDADE CORRIGIDA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

21

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Enzo Gomes Azevedo¹; Lidiane Aparecida Fernandes²; Tércio Apolinário-Souza³; Guilherme Menezes Lage1

1 Universidade Federal de Minas Gerais, 2 Faculdade de Ensino de Minas Gerais, 3 Universidade do Estado de Minas Gerais

A aprendizagem de uma tarefa unilateral por um determinado membro leva a ganhos (transferência) no membro contralateral. Essa troca de experiência intermembros é conhecida como transferência bilateral de aprendizagem. O nível de transferência de aprendizagem pode ser modulado pela forma como a prática é organizada. A prática pode ser organizada de forma constante e variada (aleatória ou em blocos). O objetivo deste estudo foi analisar o papel da organização da prática na transferência intermembros. A amostra foi composta por 40 participantes voluntários, com idade entre 18 a 40 anos, destros, de ambos os sexos, inexperientes na tarefa. A tarefa consistiu no aprendizado de uma sequência de toques nas teclas A, S, D, F com os respectivos dedos: mínimo, anelar, médio e indicador, com o tempo máximo de 12 segundos em cada tentativa. A meta da tarefa foi completar as sequências o mais rápido e preciso possível. Os voluntários foram divididos em 2 grupos, sendo eles: grupo que realizou a prática constante (GPC) e grupo que realizou a prática aleatória (GPA). Os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e o Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo, em seguida realizaram a tarefa. As variáveis analisadas foram: tempo de reação (TR), tempo de movimento (TM) e tempo total (TT). O delineamento foi composto por três fases, distribuídas em dois dias de coleta, sendo no 1º dia o pré-teste e aquisição e no 2º dia (24 horas após) o pós-teste. No pré-teste os participantes realizaram 8 tentativas da tarefa com a mão esquerda (ME). Imediatamente após o pré-teste foi realizada a fase de aquisição composta por 72 tentativas, apenas com a mão direita (MD). Após 24 horas os praticantes realizaram o pós-teste, com 8 tentativas da tarefa com a ME. Para a análise dos dados foram calculadas as médias das tentativas em milissegundos. Era esperado que em decorrência da maior transferência da prática aleatória que o GPA apresentasse maior transferência bilateral que o GPC. Os resultados parciais (n= 20 em cada grupo); mostraram que o GPC apresentou melhor desempenho no TT (p=0,01), no TR (p=0,01), e no TM (p=0,05). Contrariando a hipótese levantada nesse estudo, o GPC apresentou um melhor desempenho na transferência bilateral. Pode-se especular que o resultado da melhor transferência do GPC esteja associado à prática repetida da mesma estrutura da tarefa o que consequentemente levou a formação de uma memória motora mais forte da habilidade.

QUANDO A PRATICA CONSTANTE PODE SER MELHOR QUE

A VARIADA ALEATÓRIA? UM ESTUDO SOBRE TRANSFERÊNCIA BILATERAL DE APRENDIZAGEM

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

22

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Madson Pereira Cruz1; André Rodrigues de Oliveira Neto1; Cíntia Oliveira Matos1; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Para aprendizagem de habilidade motora esportiva é necessário a oportunidade de prática aliada a algum tipo de feedback extrínseco. Uma das formas de manipular o feedback extrínseco é com a faixa de amplitude (FA), que é o fornecimento de feedback somente se o erro extrapolar a faixa de tolerância pré-estabelecida. Estudos mostraram benefícios na aprendizagem tanto quando foi utilizada uma FA ampla, quanto estreita, com o feedback fornecido como Conhecimento de Resultados (CR), que é a informação relacionada ao desempenho em relação à meta ambiental da tarefa. Um estudo o feedback manipulou o Conhecimento de Performance (CP), que é a informação relacionada ao padrão de execução da habilidade praticada. Os autores compararam a FA ampla com a FA estreita de CP na aprendizagem da habilidade motora esportiva saque tipo tênis do voleibol. A FA ampla favoreceu mais a aprendizagem que a FA estreita. Contudo, a FA ampla pode ser mais benéfica no início da aprendizagem, e a FA estreita quando já existe um maior domínio da habilidade praticada. O presente estudo tem como objetivo investigar a combinação das FA ampla e estreita na aprendizagem de uma habilidade esportiva. Participaram deste estudo 22 estudantes de 12 a 14 anos. Foi utilizado o saque tipo tênis do voleibol, com o objetivo de acertar um alvo circular para avaliação do desempenho em relação à precisão do saque. Foram formados dois grupos: grupo FA de CP ampla e estreita combinadas (GAE) e um grupo controle (GC) com “zero” de FA. O estudo foi composto por pré-teste, fase de aquisição e de retenção. Os testes tiveram 15 repetições do saque que foram filmados e anotada a pontuação no alvo. A fase de aquisição constou de 252 saques, divididos em 6 sessões de prática, sendo que o GAE teve 3 sessões com cada FA. Os CPs foram fornecidos respeitando cada grupo. Os dados foram analisados em relação a habilidade e a pontuação atingida no alvo. Foi realizada uma ANOVA two-way do pré-teste e retenção e o post hoc LSD para análise dos desdobramentos. Os resultados mostraram que somente o GAE melhorou o padrão de execução do saque (p=0,05), e ambos os grupos melhoraram a pontuação do saque (p=0,01). Estes resultados levaram a concluir que combinar as FA de forma decrescente auxiliou a aprendizagem do padrão de execução do saque e consequentemente melhorou a precisão do saque em relação ao alvo.

COMBINAÇÃO DA FAIXA DE AMPLITUDE DE

CONHECIMENTO DE PERFORMANCE CRESCENTE-DECRESCENTE NA APRENDIZAGEM DO SAQUE TIPO TÊNIS

DO VOLEIBOL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

23

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Jonathas de Oliveira Baltar1; Wendel Rodrigues Fernandes Borges1; Leonardo dos Santos Siqueira1; Cícero Paschoal Braga1; Cristiano Diniz da Silva1 1_ Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências Aplicadas ao Futebol (GEPCAF). Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) - Campus Governador Valadares, MG, Brasil.

A prática esportiva é de extrema importância para a aprendizagem motora e desenvolvimento saudável. Na fase púbere, o futebol é a opção de escolha por ser o esporte mais popular, necessitar de poucos recursos, e por ser meio efetivo para o aprimoramento de inúmeras capacidades físicas e motoras. Considerando a primazia de habilidades perceptivos-cognitivos para se praticar esportes coletivos eficazmente, avaliar periodicamente os comportamentos táticos no jogo considerando os dez princípios táticos fundamentais da fase ofensiva (penetração; cobertura ofensiva; mobilidade; espaço; unidade ofensiva) e defensiva (contenção; cobertura defensiva; equilíbrio; concentração; unidade defensiva) é fundamental. Desta forma, foi proposto um instrumento avaliativo para aferir resultados de um projeto de extensão universitária (UFJF-GV) usando a proposta sistêmica de ensino (~80% por modelação em forma jogo e constrangimento de tarefa). A amostra foi composta por 11 meninos (12-14 anos) sem experiência prévia com intervenções formais do futebol. As sessões pedagógicas aconteciam duas vezes por semana (2h cada) no contraturno escolar. Houve avaliação pré-pós (0; 3 meses) considerando cada princípio de jogo a partir da ótica avaliativa arbitrária de 5 critérios (execução da tarefa [ET]; tomada de decisão [TD]; velocidade de TD [VTD]; execução da TD [ETD]; parte gestual [PG]) em escala de Likert de cinco pontos. Cada aluno foi avaliado por dois avaliadores independentes, in loco. Utilizou-se da estatística descritiva e teste de Wilcoxon (nível de significância de 0.05%). Para os princípios ofensivos houve incremento significativo (p<0.05) da VTD na penetração (~31%), mobilidade (~38%) e espaço (~32%); da TD na cobertura ofensiva (~26%). Para os princípios de defesa, houve incremento significativo (p<0.05) da ET nos princípios de contenção (~15%) e equilíbrio (~24%). Pode-se inferir que ocorreu maior sensibilização de resultados para o aprendizado dos princípios ofensivos. Acredita-se que isso se deva a construção histórica-social de maior compreensão dos princípios ofensivos da escola brasileira de futebol. A VTD foi o critério que mais sofreu diferença, podendo-se inferir avanços dos participantes por interseções do estágio “cognitivo-associativo”, via diminuição do tempo de processamento de informações. Estudos futuros poderão ser orientados para validação do instrumento e melhor compreensão da proposta sistêmica de ensino na aprendizagem motora aplicada ao futebol.

EFEITO DA ABORDAGEM SISTÊMICA DE ENSINO DO

FUTEBOL NOS PRINCÍPIOS TÁTICOS EM UM PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

24

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Breno Henrique da Silva Xavier1; Clayton Rodrigues Vieira1; Lucas Gabrielli Costa1; Luiz Carlos de Oliveira Silva 1; Tales Henrique de Souza1; Nádia Fernanda Schmitt Marinho 1. 1_Universidade Salgado de Oliveira.

O desenvolvimento motor é um processo em que ocorrem mudanças contínuas, determinadas por múltiplos fatores. Um período importante deste processo é a infância, pois ocorre um elevado número de mudanças relacionadas à aquisição de habilidades motoras fundamentais (HMF). Contudo, tem-se observado um atraso no desenvolvimento dessas habilidades, seja na categoria de habilidades locomotoras ou nas habilidades de controle de objetos. Estudos de corte transversal concluíram que a prática de esporte de forma sistematizada auxilia no desenvolvimento das HMF. Neste tipo de delineamento não se pode afirmar que a prática do esporte auxiliou as crianças no seu desenvolvimento motor, ou se as crianças procuraram a prática desse esporte por terem um desenvolvimento motor alto. O presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos da prática sistemática de futebol no desenvolvimento de habilidades motoras fundamentais a partir de um delineamento longitudinal. Participaram do estudo 10 meninos, sendo 04 iniciantes na prática sistematizada de futebol (GI= 6,65±0,39 anos) e 06 sedentários (GC=6,42±0,44). Os meninos do GI realizavam além das aulas de Educação Física, prática orientada de futebol duas vezes por semana, uma hora/dia. Os meninos do GC realizavam apenas aulas de educação física escolar. Para a avaliação do nível de desenvolvimento motor global, escore padrão locomotor e de controle de objetos foi utilizado o Test of Gross Motor Development (TGMD-2). Os grupos realizaram o primeiro teste no início do ano e após 6 meses realizaram o segundo teste. O teste U de Mann Whitney não apontou diferença significante entre os grupos antes ou após intervenção em nenhuma das variáveis (p>0,05). O teste de Wilcoxon, com correção de Bonferroni (p<0,025), não apontou diferença significante entre pré e pós-teste para nenhum dos grupos (p>0,05). Estes resultados podem indicar que as habilidades motoras especializadas (HME), como as habilidades do futebol, podem não beneficiar o desenvolvimento de HMF, confirmando a ideia de hierarquia do desenvolvimento. Isto se deve ao fato das HME apresentarem padrões específicos da modalidade. Outros pontos importantes que estudos futuros podem analisar é a qualidade das aulas oferecidas, diferentes tempos de intervenção e um número maior de crianças.

EFEITOS DA PRÁTICA SISTEMÁTICA DE FUTEBOL NO

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS: UM ESTUDO LONGITUDINAL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

25

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Giovanna Vargas Consoli Rennó1; Alessandro Teodoro Bruzi1; Maicon Rodrigues Albuquerque² 1_Universidade Federal de Lavras; 2_ Universidade Federal de Minas Gerais

É comum encontrar na literatura estudos que versam, separadamente, sobre o domínio motor e cognitivo (DIAMOND, 2000). Porém, estudos mais recentes indicam que ambos os domínios podem estar associados a áreas cerebrais semelhantes, além de apresentarem uma aceleração no desenvolvimento entre os 5 e 10 anos (VAN DER FELS et al, 2015). É possível investigar o desenvolvimento motor a partir de inferências sobre o nível de Competência Motora (CM), termo que se refere à proficiência em tarefas motoras, dirigidas a objetivos que envolvam coordenação e controle do corpo humano (CATTUZZO et al, 2016). Para avaliar a CM existem diferentes baterias de testes, porém Rudd et al. (2016) afirma que a combinação de testes permite uma caracterização mais abrangente da CM, uma vez que os métodos parecem avaliar aspectos diferentes da CM. Entender a relação entre os domínios pode ser pertinente, pois uma ação motora parece exigir o estabelecimento prévio de um padrão e dos parâmetros do movimento, e, ainda, um plano de ação eficaz. Sendo assim, desperta o interesse em investigar a relação entre a CM e a inteligência fluida (IF) em crianças. Participaram do estudo 110 escolares (pública e particular), 6 a 11 anos e ambos os sexos. A IF foi avaliada pelo teste Matrizes Progressivas de Raven (MPR) e a CM pela combinação entre o KTK e TGMD-2, dos quais se originou o escore de competência motora (ECM). As análises foram por meio do teste de Spearman, e verificou uma correlação significativa e positiva entre o ECM e o desempenho no MPR (r = 0,492, p < 0,001). EM seguida a análise de regressão indicou que o ECM explica em 24% da variância (F(1,109)=34,682, p<0,001) do teste de IF, mostrando que o ECM é capaz de predizer o desempenho no teste MPR (β = 0,493, p<0,001). A associação entre os domínios já foi previamente estudada (LUZ et al, 2015; SCHOTT; HOLFELDER, 2015), utilizando diferentes métodos. Entretanto, Davis et al. (2011) argumentam que utilizar um escore motor global pode ser um diferencial para encontrar essa relação. Por isso, foram utilizados dois testes, os quais tiveram seus escores padronizados e somados para uma melhor caracterização da CM. Ainda, esse estudo mostra indicativos da importância de intervenções motoras devido à possibilidade de predição de aspectos cognitivos, como a IF. Diante disso, os resultados mostraram associação entre CM e inteligência fluida, sendo mais um indicativo da associação entre os domínios, e sugere a importância de melhorar o nível de CM.

COMPETÊNCIA MOTORA E INTELIGÊNCIA FLUIDA EM

CRIANÇAS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

26

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Joyce Viegas Carvalho1; Raphaela Policário Resende1; Alessandro de Oliveira2; Cassiano Douglas de Carvalho2; André Henrique de Azevedo Gomes2; Claudio Manoel Ferreira Leite1 1_Universidade Federal de São João del-Rei

O desenvolvimento motor (DM) ocorre em fases específicas ao longo da vida. Uma dessas fases é a de movimentos fundamentais (MF) que pode ser concluída até os 11 anos de idade. Os MF permitem participar em atividades físicas variadas como os esportes e ajudam a criar o hábito de vida ativa, o que sugere uma relação entre DM e perfil físico (ex. percentual de gordura, capacidade aeróbica). Este trabalho tem como propósito investigar o nível de DM, o perfil físico, e suas inter-relações em estudantes universitários. Amostra de 23 universitários de Educação Física (homens, n=12, 22,3+4,5anos; Mulheres, n=11, 23,1+5,8anos), entre 18 e 35 anos, selecionados aleatoriamente. O DM foi indicado por Equivalente Etário para habilidades locomotoras (EELoc) e de controle de objetos (EECo), e o Quociente Motor Geral (QMG) do TGMD-2. O perfil físico foi indicado por: % de gordura (%G; bioimpedância); Resistência Aeróbica (ResistAEr; Teste Elestad; VO2max); Potência anaeróbica (PotAnaer; teste RAST; W); e flexibilidade (Sentar e alcançar; Wells; cm). Os dados são expressos em média+dp. A comparação entre sexos foi feita com teste t de Student, e a correlação entre os parâmetros físicos e o QMG pelo teste de Pearson. A significância foi p<0,05. Descritivo e teste t – Parâmetros de desenvolvimento motor: QMG: Mulheres: 96,2+3,7 e Homens: 98,5+3,4 (t=-0,46; df=21; p>0,65); EECo(anos): 8,91+1,8 (min: 6,0 – máx: 10,8); EELoc(anos): 9,16+1,6 (min: 6,5 – máx: 10,8). Parâmetros físicos: %G: mulheres=23,2+8,4 e Homens=11,9+4,8, (t=4,0; df=21; p<0,01). ResistAer (mlO2/kg/min): mulheres=35,0+3,5 e Homens= 38,95+2,1, (t=-3,33; df=21; p<0,01). PotAnaer (W): mulheres= 318,6+98,9 e Homens= 625,5+153,0, (t= -5,6; df=21; p<0,01). Sentar e alcançar (cm): mulheres= 33,7+8,5 e Homens= 26,0+13,1, (t= 1,7; df=21; p>0,11). Correlações – QMG-%G: r= 0,10; p= 0,69. QMG-ResistAer: r = 0,29; p = 0,17. QMG-PotAnaer: r= 0,13; p= 0,53. QMG-Flex: r= 0,20; p= 0,34. Conclusões: 1) Alunos universitários apresentam baixo nível de DM, sem diferença entre sexos; 2) Em termos médios, o perfil físico se apresenta adequado; 3) Houve diferença entre mulheres e homens nos aspectos físicos como indicado na literatura; 4) Os resultados mostram dissociação entre DM e perfil físico; 5) necessário investigar se essa dissociação persiste grupos com níveis mais altos de DM.

NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO MOTOR, PERFIL FÍSICO, E

SUAS INTER-RELAÇÕES EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

27

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Benhur Gonçalves Alacoque1; Arthur Moreira Ferreira1; Herbert Ugrinowitsch1 1 Universidade Federal de Minas Gerais.

A aprendizagem de habilidades motoras depende de prática, sendo que a forma de organizar a prática pode levar a diferentes efeitos na aprendizagem. Uma das variáveis relacionadas à organização da prática é o espaçamento intertentativas, que é o intervalo entre as tentativas. Se o intervalo intertentativas é menor que cinco segundos’’, a prática é considerada maciça. Se o intervalo é maior, a prática é considerada distribuída. O espaçamento temporal intertentativas da prática distribuída propicia maior disponibilidade de tempo para utilizar o feedback da tentativa anterior e planejar a ação motora subsequente. A prática distribuída, através do esquecimento gerado pelo intervalo intertentativas, viabiliza o processo de recuperação do plano de ação na memória de longo prazo e utiliza-lo na memória de trabalho, um fator pode favorecer a aprendizagem. Estudos apontam efeitos de aprendizagem da prática distribuída com adultos e idosos. Todavia, não foram encontrados estudos que investigaram esta mesma questão em crianças. Nessa população é esperado que a prática distribuída ainda proporcione efeitos de aprendizagem, mesmo a interação dos dois sistemas de memória em crianças ter desempenho inferior que em adultos. Objetivo: investigar os efeitos da prática distribuída na aprendizagem de uma habilidade motora em crianças. Método: a amostra foi composta por 15 participantes ( =9,3 anos, DP=±0,6). O projeto foi aprovado no COEP. A tarefa requeria pressionar 4 teclas de um teclado numérico de computador, na sequência 2-8-6-4 em 900ms. Na fase de aquisição, os participantes realizaram 60 tentativas de prática, com intervalo intertentativas de 30seg., período que o feedback relativo ao desempenho foi fornecido. Após 24 horas ocorreu o teste de retenção com 10 tentativas, com o mesmo intervalo intertentativas da fase de aquisição. Resultados: Na fase de aquisição o teste t pareado encontrou diferença significativa do 1º para o 6° bloco, [(t (14) = 2,93; p = 0,01)]. O mesmo teste foi aplicado do último bloco da aquisição para a retenção, que indicou uma melhora no desempenho e a confirmação na aprendizagem. Conclusão: a prática distribuída proporcionou a aprendizagem da habilidade motora praticada em crianças.

EFEITOS DA PRÁTICA DISTRIBUÍDA NA APRENDIZAGEM DE

UMA HABILIDADE MOTORA EM CRIANÇAS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

28

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Lívia Penido Alipio1; Cristiani Junqueira1; Brenner Ottero1; Guilherme Menezes Lage1

1_Universidade Federal de Minas Gerais.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é definido pela Associação Americana de Psiquiatria, por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-5), como um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta precocemente, estima-se que 30% a 50 % das crianças com TDAH apresentam dificuldade motora que podem repercutir negativamente no desenvolvimento emocional, acadêmico e social dessas crianças. Sabe-se também que essa população apresenta menores médias de quociente de inteligência (QI) que seus pares típicos, que é utilizado para medir o desempenho cognitivo de um indivíduo comparando com pessoas da mesma faixa etária. A relação desses dois constructos possibilita maior conhecimento acerca da etiologia do transtorno, já que evidências mostram uma interdependência do desempenho motor e cognição. O objetivo do estudo foi investigar a associação entre dificuldade motora e inteligência em crianças com TDAH. Participaram do estudo 16 crianças entre 7 e 10 anos de idade, diagnosticadas com TDAH e participantes do Núcleo de Investigação da Impulsividade e Atenção (NITIDA) da Escola de Medicina da UFMG. Para a avaliação do desempenho motor foi utilizado o Movement Assessement Battery for Children – MABC-2, instrumento validado para crianças brasileiras e utilizado para identificar riscos e dificuldades motoras. O instrumento é dividido em três categorias: destreza manual, lançar e receber, e equilíbrio. A quantificação dos escores obtidos em cada categoria, assim como o escore total podem ser analisados conforme dados normativos. Para o quociente de inteligência, o instrumento utilizado foi a Matriz Progressiva de Raven Infantil que determina o Fator ‘’g’’ da criança, este instrumento foi aplicado por uma profissional da área de psicologia e estava no banco de dados do NITIDA. Na análise estatística foi considerado o escore total do MABC-2, e a média do QI. Foi realizada uma correlação de Pearson entre o desempenho motor total e o nível de QI. O nível de significância adotado foi de α= 0,05. Os resultados mostraram que não houve correlação significativa entre desempenho motor e QI (p=0,53; r=0,17). Pode-se concluir que a dificuldade motora não está associada com a inteligência em crianças com TDAH

ASSOCIAÇÃO ENTRE DIFICULDADE MOTORA E

INTELIGÊNCIA EM CRIANÇAS COM TDAH, UM ESTUDO PILOTO

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

29

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Jean Gregorio Silva¹; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira¹; Warlen Borges de Oliveira¹; Tércio Apolinário Souza¹; Guilherme Menezes Lage¹. 1_Universidade Federal de Minas Gerais;

A forma pela qual a prática é estruturada fornece níveis distintos de aprendizagem, onde a prática pode ser realizada de forma constante ou variada. A estrutura da prática tem uma forte influência sobre a retenção de habilidades motoras e várias tarefas motoras têm sido utilizadas com intuito de testar essa influência, a partir de testes de aprendizagem. Porém, existem processos que ocorrem dentro da fase de aquisição de uma habilidade motora, como: aprendizagens micro-online e micro-offline. Assim, torna-se interessante investigar como essas aprendizagens e diferentes tipos de prática estão relacionados, pois entender os processos pelos quais o indivíduo aprende, além de entender quais fatores influenciam esses processos, é de suma importância. Este estudo longitudinal investigou os processos de consolidação durante a aquisição de uma habilidade motora sequencial em diferentes estruturas de prática. Foram incluídos 12 universitários, destros, com idade média de 21,83±3,40 anos, não instrumentistas e não digitadores. Os participantes foram divididos em: grupo de prática aleatória (GPA) e grupo de prática constante (GPC). A tarefa motora consistiu em realizar quatro toques sequenciais o mais rápido possível utilizando os dedos da mão não dominante. A fase de aquisição consistiu em 36 tentativas, sendo 1 tentativa um período com 10 segundos de prática e 10 de descanso. Os testes de aprendizagem (retenção e transferência) foram realizados 24 horas após, com 4 tentativas cada. Foi medido o tempo de resposta para duas variáveis dependentes: aprendizagens micro-online e micro-offline. Atestou-se a normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk (p>0,05). A análise descritiva deu-se a partir de média e desvio padrão. Para análise inferencial foi utilizada uma ANOVA two-way para a fase de aquisição (2 grupos x 36 tentativas) e para cada um dos testes de aprendizagem (2 grupos x 4 tentativas). Foi utilizado o post-hoc de Tukey. O nível de significância adotado foi α=0,05. Ambos grupos demonstraram melhora no desempenho e nos testes de aprendizagem, porém não houve diferença intergrupos. Os grupos não demonstraram diferença significativa para a aprendizagem micro-offline e micro-online na fase de aquisição e nos testes de aprendizagem. Os resultados mostram que o tipo de prática e os processos de consolidação podem não estar relacionados e, estudos ainda são necessários para investigar como tais processos impactam nos testes de aprendizagem nos tipos de prática.

PROCESSOS DE CONSOLIDAÇÃO NA AQUISIÇÃO DE UMA

HABILIDADE MOTORA SEQUENCIAL EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE PRÁTICA: DADOS PRELIMINARES

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

30

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Warlen Borges de Oliveira1; Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira¹, Bárbara de Paula Ferreira¹, Jean Gregorio da Silva¹; Guilherme Menezes Lage¹ 1_Universidade Federal de Minas Gerais

O conhecimento sobre Comportamento Motor pode contribuir efetivamente no planejamento e no processo de ensino-aprendizagem do professor de educação física durante a condução de suas aulas e intervenções. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi investigar o nível de conhecimento dos graduados e graduandos em educação física sobre Comportamento Motor. Foi formulado um questionário com a finalidade de analisar o conhecimento de graduados e graduandos em educação física com tópicos associados ao Comportamento Motor. Os resultados obtidos foram a partir de 218 respostas acerca do questionário, sendo que a primeira parte do questionário consistiu em questões relacionadas à identificação de graduados e graduandos em educação física e a segunda parte consistiu em questões relacionadas à esfera do Comportamento Motor. Os participantes que responderam o questionário do presente estudo possuíram dificuldades na parte teórica sobre a Aprendizagem Motora, porém no tocante ao dia a dia de um professor de educação física, os participantes demonstraram facilidade em reproduzir os fatores que influenciam a aprendizagem motora, com exceção de fatores que o professor manipula a respeito da prática e feedback para favorecer a aprendizagem.

O CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE COMPORTAMENTO MOTOR

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

31

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Nathálya Gardênia de Holanda Marinho Nogueira1; Jean Gregorio da Silva1; Bárbara de Paula Ferreira1 1_Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Uma forma de se realizar movimentos com diferentes demandas cognitivas e motoras se dá através da utilização do Grooved Pegboard Test. Este teste tem sido utilizado por diversos estudos para avaliar a destreza manual, pois permite realizar movimentos com diferentes níveis de dificuldade. O aumento na dificuldade da tarefa, assim como as suas exigências de precisão, são variáveis que estão associadas aos desempenhos cognitivo e motor, gerando maiores ou menores assimetrias laterais. Uma patologia que afeta a cognição e o controle motor é a doença de Parkinson (DP), que é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a destreza manual de pacientes com doença de Parkinson a partir do Grooved Pegboard Test. A amostra consistiu em quatro participantes com diagnóstico clínico de DP idiopática, idade acima de 50 anos, uso de L-dopa e clinicamente estável, sem outras patologias neurológicas, sem prejuízo na função cognitiva e destros de acordo com o Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo. O instrumento utilizado para avaliar a destreza manual foi o Grooved Pegboard Test. Os participantes realizaram duas tentativas da tarefa com cada mão, de ambas as condições, colocar e retirar. A ordem na qual as mãos iniciaram a tarefa foi contrabalançada entre os participantes para eliminar qualquer efeito que a ordem de execução possa ter sobre o desempenho motor. O desempenho no Grooved foi medido pelo tempo de resposta (TR) em segundos. A análise descritiva dos dados foi realizada a partir da média e desvio padrão. Foi calculada a média das duas tentativas de cada mão em cada condição da tarefa motora. A análise descritiva da média dos quatro participantes, para cada mão e condição mostrou que a mão esquerda teve maior TR em relação à mão direita em ambas às condições e a condição colocar teve maior TR em relação à condição retirar. Os resultados mostram assimetria de desempenho, a partir do melhor desempenho da mão direita nas duas condições. Era esperada simetria no desempenho, pois modelos como o de redução da assimetria hemisférica em idosos mostra que a atividade pré-frontal durante o desempenho cognitivo que também é requerido no Grooved tende a ser menos lateralizada em idosos do que em adultos jovens. Porém, comprometimentos decorrentes da DP podem impactar nessa lateralização.

ANÁLISE DA DESTREZA MANUAL EM PACIENTES COM

DOENÇA DE PARKINSON: DADOS PRELIMINARES

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

32

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Alessandro Teodoro Bruzi1; Andreolle Augusto dos Santos1; Vitor Pereira de Oliveira1; Marco Túlio Silva Batista1 1_Universidade Federal de Lavras

A metacognição refere-se ao conhecimento que o indivíduo possui sobre seu próprio conhecimento. Deste modo, esse mecanismo cognitivo pode ajudar no processo de aprendizagem, se tornando um elemento chave para o “aprender a aprender”. Portanto, o objetivo desse estudo foi verificar a utilização de recursos pedagógicos que estimulam estratégias metacognitivas durante as aulas de Educação Física Escolar (EFE). Os participantes do estudo foram 60 escolares e 2 professores de Educação Física do Ensino Fundamental, 5º e 6º ano, da rede pública do município de Lavras - MG. Para tanto, foram observadas aulas de Educação Física, durante, aproximadamente, um mês letivo. A qualidade dessas aulas foi avaliada por meio de um protocolo de observações de aula (POA). Posteriormente à última aula observada, foi aplicado um questionário para avaliar o uso do pensamento metacognitivo das crianças, em situações em comum com as situações de prática na EFE. Em seguida, os dados obtidos pelo POA e por meio do questionário aplicado às crianças foram analisados por teste estatístico inferencial de comparação. Os resultados apontaram que as estratégias metacognitivas são pouco estimuladas em ambas escolas. Porém a Escola 01 (28,17 ± 2,48) obteve uma pontuação significativamente maior que a Escola 02 (17,17 ± 5,60) para a qualidade das aulas e consecutivamente os alunos dessa escola se saíram melhores no questionário metacognitivo. Assim, acreditamos que um primeiro passo seria uma conscientização dos professores sobre a importância de estimular o desenvolvimento dessas estratégias, incentivando os alunos a estarem sempre pensando dessa maneira, para que assim utilize desse mecanismo não somente na escola, mas que possam ter a capacidade de pensar desse modo, em situações do seu cotidiano.

ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA

ESCOLAR

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

33

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Athos Matheus de Paula Borges1; Bárbara de Paula Ferreira1; Enzo Gomes Azevedo1; Guilherme Menezes Lage1

1_Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) / Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO)

Diferenças nos aspectos psicobiológicos entre os aprendizes podem explicar níveis diferentes de aprendizagem entre pessoas submetidas a uma mesma condição de prática. Um aspecto que interfere na aprendizagem motora é a impulsividade, que é caracterizada pela tendência de agir de forma rápida e irrefletida sem levar em consideração as consequências da ação. Apesar da impulsividade muitas vezes ser vista apenas como um comportamento negativo, alguns estudos mostraram seu aspecto funcional ignorado por muitas vezes. Considerando a forma como esses aspectos influenciam os fatores que interferem no processo de aprendizagem, o presente estudo teve o objetivo de investigar como o nível de impulsividade dos aprendizes pode impactar na aprendizagem motora. Para isso, esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (62550016.0.0000.5149) e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Contamos com uma amostra inicial de 60 participantes adultos jovens, destros, de ambos os sexos com média de idade de 22,27±3,16 anos. O nível de impulsividade dos participantes foi dado pelo escore obtido na seção 3 da Escala de Déficit de Funções Executivas de Barkley. Os participantes que atingiram os 20 maiores e os 20 menores escores formaram os grupos mais e menos impulsivo, respectivamente e os demais participantes foram excluídos da amostra final. A tarefa motora consistiu no pressionamento sequencial de quatro teclas o mais rápido e preciso possível. Os participantes realizaram uma fase de aquisição com 72 tentativas, e após 24 horas um teste de retenção e um teste de transferência com 8 tentativas cada. As variáveis investigadas foram o tempo de reação, tempo de movimento e tempo de resposta. O valor de significância adotado foi de p ≤ 0,05. Os resultados encontrados indicaram que houve aprendizagem para ambos os grupos (p < 0,001) para todas as variáveis, porém não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos na fase de aquisição e nos dois testes (p > 0,05). Era esperado que o grupo mais impulsivo fosse favorecido pela redução do tempo de reação, porém isso não foi observado. Possivelmente a organização da prática de forma aleatória exigiu que os participantes gastassem mais tempo para identificar qual sequência deveria ser realizada independentemente do nível de impulsividade. Um futuro estudo investigará se, quando removida a pressão de tempo, o desempenho de ambos os grupos também permanecerá semelhante.

IMPULSIVIDADE COMO UM ASPECTO QUE INTERFERE NA

APRENDIZAGEM MOTORA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

34

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Bruna de Oliveira Anício1; Siomara Aparecida da Silva1 1_Universidade Federal de Ouro Preto

Nos dias atuais a Educação Física se mostra muito carente no que tange o desenvolvimento motor dos alunos. Os jovens ficam entre 12 e 14 anos no ambiente escolar e este tempo não é suficiente para o desenvolvimento das habilidades fundamentais para as atividades diárias, tanto quanto para a prática de esportes. A relação quantidade e qualidade interagem nessa realidade. Assim, é importante estudar os conteúdos acerca da Educação Física, bem como seus métodos de ensino de modo a adequá-los a faixa etária para assim desenvolver as capacidades motoras que são bases das habilidades. A coordenação é influenciadora direta na execução das habilidades com qualidade e definidora da continuidade de prática após a escolarização básica. Partindo dessa compreensão, esse trabalho objetivou aplicar os conteúdos do desenvolvimento da capacidade de jogo em uma escola pública da região dos Inconfidentes e verificou a coordenação motora antes e depois das intervenções, em comparativo com outra situação em que as aulas eram dadas pelo professor e observadas pelos pesquisadores, onde não se pôde observar uma sequência de aulas sistematizadas. Foram comparados os efeitos resultantes de aproximadamente 18 aulas que seguiam os conteúdos de acordo com a capacidade de jogo, e outras 18 aulas do professor, sendo coletados no início e no fim da pesquisa, valores de coordenação motora através do Teste de Coordenação Motora com Bola (TECOBOL). A média de idade foi 13,23 ±0,82 de ambos os sexos. As aulas dos pesquisadores trabalharam estruturas funcionais, jogos e brincadeiras, capacidades coordenativas, jogos para o desenvolvimento da inteligência e criatividade tática, capacidades táticas básicas e habilidades técnicas. Enquanto nas aulas do professor foram identificados conteúdo dos esportes mais conhecidos e jogos e brincadeiras. No que se refere aos números da coordenação motora, houve uma melhora significativa nas habilidades de lançamento e condução no grupo que sofreu intervenção, já no grupo que teve aula normal com o professor, esses dados não foram alterados. É possível concluir dizendo que essa melhora se deu, a priori, pelos conteúdos e atividades sistematizadas propostas pelos pesquisadores e que mostra a importância de uma Educação Física planejada e sistematizada. Esse mesmo estudo já está sendo feito com outras faixas etárias a fim de dar uma dimensão maior dos benefícios da prática adequada.

RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA SISTEMATIZADA E COORDENAÇÃO MOTORA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

35

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Mateus Henrique Oliveira Pavuna1; Herbert Ugrinowitsch1; Crislaine Rangel Couto 1, 2. 1_Universidade Federal de Minas Gerais; 2_Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix.

A aprendizagem motora é um fenômeno presente no cotidiano do ser humano e é inferida por mudanças no desempenho que ocorrem principalmente em virtude da prática. O delineamento tradicional dos estudos de aprendizagem motora tem uma fase de prática denominada aquisição, e uma fase de testes. Na fase de aquisição, o aprendiz pratica uma habilidade para que seja observada uma mudança no desempenho resultante da prática isolada ou aliada a alguma outra variável. Na fase de testes, o aprendiz realiza algumas tentativas para identificar o que foi retido (teste de retenção) e/ou que foi transferido para um novo contexto (teste de transferência). Estes estudos estabelecem um número fixo de tentativas, assim existe o controle da quantidade de prática de todos os sujeitos. Contudo, alguns estudos têm sugerido o estabelecimento de critério de estabilização do desempenho, e esta fase termina quando o critério é atingido, e leva em consideração as características individuais do aprendiz. Embora ambos delineamentos investiguem o mesmo fenômeno, eles são conceitualmente distintos, ainda não foi comparado o efeito na aprendizagem destes dois delineamentos. Como a aprendizagem diminui a variabilidade do desempenho, o presente estudo teve por objetivo investigar a variabilidade do desempenho quando a fase de aquisição é feita com um número de tentativas fixo e com um critério de estabilização do desempenho. Participaram do estudo 44 voluntários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 35 anos, destros e inexperientes na tarefa. O delineamento foi composto por uma fase de aquisição e testes. Os voluntários foram alocados aleatoriamente no grupo número fixo (GNF) e no grupo critério de estabilização (GCE), com 22 participantes em cada grupo. Na fase de aquisição, os voluntários praticaram de acordo com as características do grupo à qual foram alocados, e 24 horas após a aquisição ambos os grupos realizaram os testes. Foi utilizada uma tarefa complexa de timing coincidente e analisado o coeficiente de variação (CV) do erro absoluto. Os resultados mostraram que na fase de aquisição os dois grupos diminuíram a variabilidade, mas sem diferença entre eles. Além disso, os dois grupos apresentaram variabilidade similar nos dois testes. Conclui-se então que os delineamentos de aprendizagem não influenciaram a variabilidade, mesmo após aprenderem a tarefa.

EFEITOS DO ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIO DE

ESTABILIZAÇÃO NA VARIABILIDADE DO DESEMPENHO EM UMA TAREFA DE TIMING COINCIDENTE

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

36

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

André Rodrigues de Oliveira Neto1; Brenner Ottero1; Tércio Apolinário de Souza1; Guilherme Menezes Lage1; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Os estudos que investigam os efeitos da organização da prática utilizam predominantemente tarefas de laboratório, e comparam diferentes estruturas de prática, como a prática constante e prática variada. Contudo, poucos estudos investigaram essa questão com tarefas que privilegiam a validade ecológica, e ainda que utilizam medidas relativas à consistência do desempenho de habilidades motoras. O objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos da organização da prática na consistência do desempenho do arremesso de lance livre do basquetebol. Participaram desse estudo 12 crianças de uma escola de ensino fundamental de sete a nove anos de idade (média de idade 8,36), de ambos os sexos, destras e inexperientes na tarefa. A tarefa realizada foi o arremesso de lance livre do basquetebol. Foram formados dois grupos experimentais: grupo de prática constante (GPC) e grupo de prática variada (GPV), cada um composto por seis voluntários, (explicar como foi dividido em relação ao sexo). O experimento foi dividido em dois dias, sendo que no primeiro dia foi realizada a fase de aquisição, composta por 81 tentativas, divididas em 9 blocos de 9 tentativas. O GPC realizou todas as tentativas de uma única posição, enquanto o GPV realizou as tentativas em 3 posições diferentes (que forma? Tinha alguma restrição? Não podia arremessar mais que 3 bolas de uma mesma posição? Ou a prática era em blocos?), sendo uma delas a posição utilizada no GPC. No segundo dia foi realizado o teste de retenção, composto por nove tentativas realizadas da posição que os dois grupos executaram durante a fase de aquisição. A variável dependente foi o coeficiente de variação da pontuação obtida nas tentativas. Foi realizado um teste de Wilcoxon entre o primeiro e o nono bloco do GPC e do GPV para investigar se houve mudança nos grupos durante a fase de aquisição. Também foi realizado o teste de Mann-Whitney para comparar o coeficiente de variação dos grupos no teste de retenção. Os resultados mostraram que não houve diferença do primeiro para o nono bloco do GPC (p=0,28) e nem do GPV (p=0,59). No teste de retenção não houve diferença entre os grupos (p=0,81). Em conclusão, a organização da prática não influenciou a consistência do desempenho do arremesso de lance livre do basquetebol.

EFEITOS DA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA NA CONSISTÊNCIA DO DESEMPENHO DO LANCE LIVRE DO BASQUETEBOL: UM

ESTUDO PILOTO

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

37

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Cíntia de Oliveira Matos1; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

Em tarefas de interceptação a informação visual sobre o alvo é determinante para o sucesso da ação. Tem sido demonstrado que os sujeitos adotam como estratégia visualizar o alvo o maior tempo possível para, depois, realizar ações rápidas para alcança-lo. No entanto, parece haver um tempo crítico (TC) de visualização do alvo que determina o momento de iniciar o movimento para que a interceptação ocorra. O TC parece estar entre 150 e 250ms antes do início do movimento, quando o tempo de movimento (TM) ocorre abaixo de 200ms. No entanto, TM acima de 200ms permite correção no movimento, o que pode acarretar em mudanças na determinação do início do movimento, ou seja, mudanças no TC. Através da oclusão da informação visual é possível investigar a importância da visualização do alvo em momentos específicos e inferir sobre qual o TC para o sucesso da interceptação. Assim, o objetivo desse estudo é investigar a influência da possibilidade de correção na determinação do TC. A amostra foi composta por 4 universitários, destros, inexperientes na tarefa. Foi utilizada uma tarefa de interceptação a um alvo móvel. O experimento foi composto por duas fases: familiarização e teste. Na fase de familiarização, os sujeitos praticaram até aprender o TM, com o critério adotado de realizar 6 tentativas consecutivas com o tempo de movimento entre 200ms e 250ms. O alvo se deslocava com velocidade de 130cm/s. Na fase de teste, os sujeitos realizaram 10 tentativas em cada condição de oclusão do alvo. As condições foram oclusão do alvo a 150ms, 200ms, 250ms ou 300ms antes do início esperado do movimento e uma condição sem oclusão do alvo. As oclusões ocorreram por um período de 50ms. Nessa fase, o alvo se deslocava com velocidade de 145cm/s. A variável dependente utilizada foi o erro espacial absoluto e a análise inferencial foi realizada através do teste de Friedman. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre as condições (p>0,05). Parece que o tempo de oclusão do alvo não representou prejuízo para a interceptação. Uma possível explicação é que as informações necessárias para planejar o movimento puderam ser adquiridas nos momentos em que o alvo estava disponível. Além disso, a possibilidade de correção do movimento pode ter compensado um possível erro no momento de início do movimento. No entanto, essa afirmação deve ser vista com cuidado uma vez que não foram realizadas análises sobre os mecanismos de controle utilizados.

EFEITO DA OCLUSÃO VISUAL EM DIFERENTES MOMENTOS

NA INTERCEPTAÇÃO A UM ALVO MÓVEL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

38

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Arthur Moreira Ferreira1, Dillian Araujo Resende1, Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais;

O Processo Adaptativo em Aprendizagem Motora propõe uma estrutura de controle da habilidade chamada Programa de Ação Hierarquicamente Organizado (PAHO). O PAHO é organizado em dois níveis: o nível macro e o nível micro. O macro é o nível do PAHO responsável padrão macroscópico de uma habilidade, é o nível relacionado com aspectos de ordem e de certeza, esse nível é visto nos aspectos invariantes da habilidade (tempo relativo). Já o micro é responsável pela parametrização da habilidade, é o nível relacionado com aspectos de desordem e de incerteza, esse nível é visto nos aspectos variantes da habilidade (tempo total). O nível macro do PAHO emerge a partir da interação dos componentes (micro) durante a prática com feedback, e, depois de sua emergência o macro passa a restringir as possibilidades do nível micro. Esse estudo objetivou investigar se diferentes quantidades feedback sobre o micro pode levar a diferentes características do macro emergido. Quando o fornecimento de feedback sobre parametrização (responsabilidade do micro) for excessivo, o macro tenderá a restringir mais as possibilidades do micro, quando comparada a uma situação na qual o fornecimento de feedback for reduzido. Nessa lógica, o macro deveria se tornar mais rígido na primeira situação, e apresentar uma menor mudança na sua organização quando o PAHO for submetido à perturbação que exija sua mudança. 26 voluntários de ambos os sexos, destros, com 26 anos (média), inexperientes na tarefa foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: G100 e G33. O G100 recebeu 100% de CR sobre o tempo total de movimento durante toda a fase de estabilização e o G33, 33% de CR. A tarefa foi o toque sequencial de teclas, no qual os indivíduos deveriam digitar a sequência 2-8-6-4 em um teclado numérico a fim de alcançar duas metas: o tempo total de 900ms; e o tempo relativo de 22% (entre 2-8), 44% (8-6) e 33% (6-4). O experimento foi composto de duas fases: a estabilização, com 120 tentativas e adaptação, com 20 tentativas, mas com mudança na meta do tempo relativo para 33%,44%,22%. Foi analisada a somatória dos deltas (Δ) entre os tempos relativos do fim de cada fase. O teste t entre os Δ dos grupos não indicou diferença significativa, mas a análise do d de Cohen indicou um efeito médio entre os grupos, apontando uma menor mudança para o grupo G100. Parece haver uma tendência para que a quantidade de informação sobre o nível micro do PAHO influencie a magnitude das mudanças no nível macro.

EFEITO DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE FEEDBACK NA

MAGNITUDE DA MUDANÇA DA MACROESTRUTURA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

39

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Dillian Araújo Resende1, Arthur Moreira Ferreira1, Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais;

O Processo Adaptativo é um modelo que explica o processo de aquisição de habilidades motoras para além da estabilização do desempenho. Esse modelo propõe que um padrão emerge a partir da interação dos componentes da microestrutura, formando assim uma única estrutura organizada em nível macro e micro. Essa estrutura é chamada de PAHO, sendo o nível macro refletido por aspectos relativamente invariáveis da habilidade (ex: tempo relativo) e o nível micro observado nos aspectos mais variáveis da habilidade (ex.: tempo total). O nível macro reflete o padrão e restringe as possibilidades de interação no nível micro, o qual ainda mantém certa liberdade, o que lhe fornece a responsabilidade pela flexibilidade do comportamento. Diferentes frequências de CR sobre o nível micro podem influenciar na sua flexibilidade e exigir mudanças no nível macro do PAHO. Uma forma de testar este raciocínio é manipular a frequência de CR sobre a micro durante a estabilização de uma habilidade e, posteriormente, inserir uma perturbação também sobre a micro para observar o comportamento do nível macro do PAHO, pois a adaptação de uma estrutura mais rígida pode exigir mudança no nível macro. O objetivo deste trabalho foi verificar se diferentes frequências de CR sobre a microestrutura durante a fase de estabilização influenciam na flexibilidade da micro a ponto de ser necessária alteração da macro do PAHO. Participaram 26 indivíduos destros, idade médias de 26 anos e inexperientes na tarefa. A tarefa foi o toque sequencial de teclas, no qual os indivíduos deveriam digitar a sequência 2-8-6-4 em um teclado numérico a fim de alcançar duas metas: o tempo total de 900ms; e o tempo relativo de 22% (entre 2-8), 44% (8-6) e 33% (6-4). Os indivíduos foram alocados aleatoriamente em dois grupos: G100 e G33. O G33 recebeu 33% de CR sobre o tempo total de movimento durante toda a fase de estabilização e o G100, 100% de CR, que teve 120 tentativas. Na fase de adaptação, com 20 tentativas, o tempo total foi alterado para 1300ms. A variável analisada foi a diferença entre os tempos relativos do fim de cada fase. Não foi encontrada diferença entre os dois grupos, e o tamanho do efeito indicou um efeito fraco. Dessa forma, pode-se entender que frequência de CR sobre a micro não influencia a flexibilidade do nível micro, não sendo necessária alteração na organização no nível macro do PAHO.

EFEITO DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS DE CR NA

FLEXIBILIDADE DO PAHO VISTA PELA MANUTENÇÃO DA MACROESTRUTURA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

40

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Isabelle Rodrigues Nery1; Natalia Lelis Torres1; Tércio Apolinário-Souza²; Guilherme Menezes Lage1

1 Universidade Federal de Minas Gerais; 2 Universidade do Estado de Minas Gerais

Os processos de consolidação da memória atuam como um dos fatores determinantes na fixação e estabilização da aprendizagem de uma tarefa motora. Estudos mostram que os processos interferentes, sobretudo a Interferência Retroativa (IR), atuam como perturbadores dessa consolidação. Entretanto, estímulos secundários, como a própria IR, podem induzir uma melhor retenção de tal aprendizado quando associados e evocados de forma síncrona. O presente estudo se propôs a investigar os efeitos da Interferência Retroativa na consolidação da aprendizagem de uma habilidade motora, analisando suas implicações ao decorrer de uma determinada disposição e estruturação. Participaram do estudo 30 voluntários, jovens, de ambos os sexos, destros e inexperientes nas tarefas, sendo elas, uma tarefa motora e outra cognitiva. A tarefa motora consiste no aprendizado de sequências de toques nas teclas A, D, S, F com os respectivos dedos: mínimo, anelar, médio e indicador da mão não dominante do participante. O objetivo desta tarefa foi realizar as sequências no menor tempo e com maior precisão possível, na qual mediu-se as variáveis tempo total do movimento e tempo de reação. Já a tarefa cognitiva consiste na recordação de uma lista de palavras simples, de alta frequência no português brasileiro, com etapas de evocação imediata, tardia e de reconhecimento. Os aprendizes foram divididos em dois grupos: GCA e GCB. Na fase de aquisição das tarefas, ambos os grupos realização 72 tentativas na tarefa motora seguidas da tarefa cognitiva. No teste de retenção, 24 horas depois da fase de aquisição, o grupo GCA realizou a tarefa cognitiva seguida da motora (8 tentativas), enquanto o grupo GCB realizou apenas a tarefa motora. Todos os voluntários assinaram o TCLE e responderam o Inventário de Dominância Lateral de Edimburgo para confirmação da lateralidade. É esperado melhor desempenho do grupo GCA na retenção da habilidade motora. Os dados foram organizados em blocos de oito tentativas. Foi conduzida uma ANOVA two-way com medidas repetidas na fase de aquisição e um teste t independente no teste de retenção. Os achados mostraram diferença significativa (p<0,01) na fase de aquisição dos grupos, demonstrando uma melhora no desempenho. Mostraram também diferença (p = 0,0007) na retenção entre os grupos, onde GCA obteve melhores resultados em relação ao GCB, confirmando a hipótese do estudo. Pode-se especular que o resultado melhor do grupo GCA esteja associado a uma aproximação contextual dos testes entre a fase de aquisição e retenção.

EFEITO DA INTERFERÊNCIA RETROATIVA NA

CONSOLIDAÇÃO DA APRENDIZAGEM MOTORA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

41

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Débora Antunes Lucas1; Diogo Ramos Alves1; Carlos Eduardo Campos1 1_Universidade de Itaúna

O envelhecimento é um processo caracterizado por alterações contínuas e progressivas ao longo do ciclo da vida, levando a perdas sensoriais, cognitivas e motoras. No entanto, tem sido observado que a prática de atividades físicas sistematizadas podem ser ferramentas eficientes para a manutenção das funções sensoriais e cognitivas como os processos mnemônicos (ex. estratégias de memorização) de idosos. Partindo do pressuposto que a prática de atividade física sistematizada e a forma com que as atividades são organizadas podem influenciar na manutenção da Memória de Trabalho de idosos, o objetivo do presente estudo foi comparar o nível de Memória de Trabalho visuoespacial de idosos saudáveis praticantes (ativos) e não praticantes (sedentários) de atividade física sistematizada. A amostra foi composta por 24 adultos idosos saudáveis com idade média de 64,5±3,2 para os idosos ativos (n=12) e 64,08±2,19 para os sedentários (n=12). Como critério de inclusão e caracterização da amostra foi aplicado o Mini Exame de Estado Mental (Mini-Mental) e todos os idosos alcançaram escore suficiente (>24 pontos). Os idosos do grupo de ativos deveriam fazer parte do Programa de Saúde da Família da cidade de Itaúna e deveriam ter presença em pelo menos de 90% das aulas dos últimos dois meses a contar do primeiro dia de teste. Para determinar o nível de memória de trabalho visuo espacial dos idosos foi aplicado o Cubos de Corsi. Para a análise estatística foi aplicado o teste t para amostras independentes para verificar possíveis diferenças entre os grupos. Os resultados mostraram não haver diferenças significantes entre os idosos para o MiniMental (p=0,21). Na comparação do Nível de Memória de Trabalho visuoespacial entre os idosos, os resultados mostraram diferenças significativas (p=0,02), demonstrando que os idosos praticantes de atividades físicas sistematizadas detém maior nível de memória de trabalho. De acordo com os resultados é possível concluir que as atividades aplicadas aos idosos participantes deste estudo influenciaram de forma significativa na memória de trabalho visuoespacial. O que pode ser determinante na manutenção das capacidades cognitivas (ex. funções executivas) e consequentemente na qualidade de vida dos idosos.

A MEMÓRIA DE TRABALHO DE IDOSOS É INFLUENCIADA DE FORMA POSITIVA PELA ATIVIDADE FÍSICA SISTEMATIZADA

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

42

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Rafael Gusmão Viotti de Carvalho1; Brenner Ottero1; Cíntia de Oliveira Matos1; Paula Carolina Leite Walker1; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais

De forma geral, a literatura indica que a competência motora possui uma relação positiva com a percepção de competência motora quando a competência motora é avaliada de forma qualitativa. Crianças que possuem uma maior competência motora demonstram vantagens na aprendizagem de habilidades mais complexas e na precisão dos seus movimentos, o que contribui para terem uma melhor percepção de suas competências motoras. Por outro lado, alguns estudos não encontraram relação significativa entre a competência motora e a percepção de competência motora em crianças. Tal relação ainda não foi investigada quando a competência motora foi avaliada de forma quantitativa. Tendo este background em vista, o objetivo do estudo foi investigar a relação entre a competência motora e a percepção de competência motora em crianças. Participaram do estudo 48 crianças de uma escola pública, entre 8 e 10 anos de idade. Inicialmente a competência motora foi avaliada de forma quantitativa em 6 habilidades motoras: mover plataformas, saltar lateralmente, saltar horizontalmente, shutle run, chutar uma bola e arremessar uma bola. Foi calculado o escore z de cada habilidade motora. Em seguida, para avaliar a percepção de competência motora, cada criança respondeu à subescala likert de 1 a 4 pontos de competência atlética do questionário de auto percepção de competência validado para crianças brasileiras. Foram consideradas as médias dos escores z das 6 habilidades motoras e das pontuações obtidas no questionário. Na análise estatística foi realizada uma correlação de Pearson entre a competência motora e a percepção de competência motora. Não foi encontrada relação significativa entre competência motora e percepção de competência motora (r=0,04; p=0,78). Em conclusão, a competência motora não apresentou relação com a percepção de competência motora quando a competência foi avaliada de forma quantitativa. Recomenda-se que novos estudos investiguem essa relação também com crianças de escolas particulares.

RELAÇÃO ENTRE COMPETÊNCIA MOTORA E PERCEPÇÃO DE COMPETÊNCIA MOTORA EM CRIANÇAS

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

43

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Crislaine Rangel Couto1,2; Carlos Eduardo Campos1,3; Mateus Henrique Oliveira Pavuna2; Herbert Ugrinowitsch1 1_Universidade Federal de Minas Gerais; 2_Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix; 3_Universidade de Itaúna

O alcance da especialização do desempenho favorece a formação de estruturas de controle competentes para lidarem com perturbações. A forma na qual a prática é estruturada durante o processo de formação dessas estruturas pode influenciar no tipo de estratégia de controle utilizada. Este estudo investigou os efeitos da estruturação da prática (constante e aleatória) na estratégia de controle utilizada na prática de uma tarefa de interceptação a alvos móveis. Dez voluntários foram aleatoriamente divididos em dois grupos: especialização-aleatória e especialização-constante. A tarefa requeria interceptar um alvo móvel e virtual realizando uma flexão de ombro e extensão do cotovelo para deslizar um efetor ao longo de 30 cm de uma guia linear com TM entre 200 e 250ms. Este movimento foi representado virtualmente e tinha como objetivo interceptar um alvo virtual projetado perpendicularmente à posição do participante. Após cada tentativa era fornecido feedback referente ao TM e o desempenho em relação ao alvo. A tarefa foi praticada até que os grupos realizassem seis blocos compostos por quatro interceptações consecutivas. O grupo especialização-aleatória teve a fase de prática com três velocidades de deslocamento do alvo, que foram manipuladas de forma aleatória: 200, 145 e 90 cm/s. O grupo especialização-constante teve a fase de prática somente com a velocidade do alvo de 145 cm/s. A estratégia de controle foi analisada pelo tempo relativo para o pico de velocidade (tPV%). Como os sujeitos tiveram diferentes quantidades de prática, os dados foram organizados em quatro quartis, com número de tentativas proporcionais ao total praticado por cada voluntário. Foi conduzida uma ANOVA two-way (4 grupos x 4 blocos). Os resultados não apontaram qualquer diferença significante entre grupos, blocos ou efeito da interação, o que sugere que diferentes estruturações da prática não influenciam na estratégia de controle utilizada em tarefas de interceptação a alvos móveis. Entretanto, é importante destacar que o tamanho amostral pode ter dificultado a observação dos efeitos da variável independente.

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURAÇÃO DA PRÁTICA NA ESTRATÉGIA DE CONTROLE EM UMA TAREFA DE

INTERCEPTAÇÃO

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

44

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Christopher Lee Maximo Stofella 1; Arthur Moreira Ferreira 1; Rodolfo Novellino Benda 1 1_Universidade Federal de Belo Horizonte.

Um dos problemas que pode estar associado à dificuldade do aprendiz utilizar as instruções verbais no planejamento das suas ações motoras é a quantidade e a imprecisão das informações fornecidas. Assim, na aprendizagem de uma habilidade motora, o aprendiz tem como desafio selecionar os aspectos relevantes e escolher a qual informação deve direcionar sua atenção. As dicas verbais podem auxiliar o processo de aprendizagem, pois trata-se de frases curtas e concisas, que servem para direcionar a atenção do executante ou lembrar os componentes motores essenciais da habilidade. Alguns erros são recorrentes no processo de aprendizagem de uma habilidade motora, e o presente estudo propõe verificar os efeitos de dicas verbais neste processo, particularmente na aprendizagem do saque do voleibol. O estudo tem como principal hipótese que o uso das dicas direcionadas ao erro pode influenciar positivamente na aprendizagem do saque no voleibol. A amostra contou com 12 voluntários com idade entre 12 e 14 anos e inexperientes na tarefa. Eles foram alocados em dois grupos, no grupo dicas sobre o erro (GDE), com a utilização de dicas verbais e grupo controle (GC). O experimento foi dividido em 3 fases: pré-teste, para verificação de escore inicial, fase de aquisição, na qual, ambos os grupos receberam 4 demonstrações do saque por cima no voleibol e foram realizados 20 blocos de 12 tentativas divididos em cinco sessões em dias seguidos, totalizando 240 tentativas. Nessa fase, os participantes do GDE receberam dicas verbais relacionadas à moda do erro dos componentes nas tentativas 1,2 e 3 e nas tentativas 5,6 e 7, ou seja, após as tentativas 4 e 8 de cada bloco. O GC não recebeu dicas durante o experimento. Quarenta e oito horas após o término da fase de aquisição, foi realizado o teste de retenção com 12 tentativas, sem o fornecimento de dicas verbais para ambos os grupos. Foi avaliado o escore da precisão do saque em relação ao alvo. Foi realizado um teste t de Student para verificar se houve diferença entre o pré-teste e o teste de retenção de ambos os grupos. Os resultados mostraram que o GDE aumentou significativamente o escore (p= ,002) do pré-teste (15,22) para o teste de retenção (21,25). Os resultados do teste para o GC não mostraram diferença significativa (p= ,203) entre as médias do pré-teste (10,41) e do teste de retenção (12,55). Como conclusão, pode-se inferir que as dicas verbais se mostraram eficientes no processo de aprendizagem do saque por cima do voleibol.

EFEITOS DE DICAS VERBAIS NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL

IX SEMINÁRIO MINEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR

45

IX Seminário Mineiro de Comportamento Motor Anais Belo Horizonte / MG

Deborah Kelly Saad Pereira da Silveira Tavares1; Leandro Augusto Rocha Oliveira1; Jaqueline Tailane Coelho Gonzaga1; Alessandra Aguilar Coca Ugrinowitsch1

1_Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte

Nos últimos anos, tem se observado um grande avanço tecnológico, tal avanço está cada vez mais presente na vida da população, em especial das crianças. Devido a esse novo estilo de vida é notória a diminuição da prática de atividades físicas e o aumento da obesidade na população infantil. As atividades físicas podem auxiliar no desenvolvimento motor, no controle de peso e ainda aumentar as chances de ter um futuro mais ativo e a adesão à prática de atividade física na idade adulta. Devido à preocupação com o aumento da prevalência da obesidade infantil e a importância das habilidades motoras e sua repercussão nos níveis de atividade física, especialmente na população infantil, este estudo teve como objetivo verificar a correlação entre o índice de massa corporal (IMC) e o desenvolvimento motor em crianças. Para isso, foram analisadas 18 crianças, de ambos os sexos, com idade de três a seis anos, que foram distribuídas em dois grupos, Grupo 1 (G1) formado por crianças com idades entre três anos e cinco meses a quatro anos e cinco meses e Grupo 2 (G2), formado por crianças com idades entre quatro anos e cinco meses a cinco anos e 11 meses. Foi calculado o IMC das crianças e realizado o Test of Gross Motor Development - Second Edition (TGMD-2). Os resultados encontrados foram analisados por meio da correlação de Pearson e mostraram não haver correlação para o G1 (r=0,303; p=0,391) e correlação negativa significativa para o G2 (r=-0,840; p=0,001). Conclui-se que houve correlação do IMC e o desenvolvimento motor no grupo de crianças de quatro anos e cinco meses a cinco anos e 11 meses de idade, com correlação negativa do IMC e o desenvolvimento motor, ou seja, enquanto o desenvolvimento motor aumentou, o IMC diminuiu.

CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

E O DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS