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ANO DE 1 968 LIVRO 7 ANAIS DO SENADO Secretaria Especial de Editoração e Publicações - Subsecretaria de Anais do Senado Federal TRANSCRIÇÃO SENADO FEDERAL

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ANO DE 1968LIVRO 7

ANAIS DO SENADO

Secretaria Especial de Editorao e Publicaes - Subsecretaria de Anais do Senado Federal

TRANSCRIO

SENADO FEDERAL

63 SESSO DA 2 SESSO LEGISLATIVA DA 6 LEGISLATURA, EM 6 DE MAIO DE 1968

PRESIDNCIA DO SR. GUIDO MONDIN As 14 horas e 30 minutos, acham-se

presentes os Srs. Senadores: Adalberto Sena Oscar Passos Alvaro Maia

Pedro Carneiro Sigefredo Pacheco Wilson Gonalves Luiz de Barros Manoel Villaa Pereira Diniz Argemiro de Figueiredo Jos Leite Aloysio de Carvalho Josaphat Marinho Eurico Rezende Vasconcelos Trres Pricles Pedro Fernando Corra Milton Menezes Attlio Fontana Guido Mondin Mem de S.

O SR. PRESIDENTE (Guido Mondin): A lista de presena acusa o comparecimento de 21 Srs. Senadores. H nmero regimental, declaro aberta a Sesso. Vai ser lida a Ata.

O Sr. 2-Secretrio procede leitura da Ata da Sesso anterior, que aprovada sem debates.

O Sr. 2-Secretrio l o seguinte:

EXPEDIENTE

MENSAGENS

DO SR. PRESIDENTE DA REPBLICA, NOS SEGUINTES TRMOS:

MENSAGEM

N 163, de 1968

(N 240/68, na origem)

Excelentssimos Senhores Membros do Senado Federal:

Na forma do artigo 7 da Lei n 4.510, de 1 de dezembro de 1964, tenho a honra de submeter a Vossas Ex-

celncias a indicao de GALBA FERREIRA DE OLIVEIRA para Membro do Conselho Deliberativo da Casa da Moeda, como Representante da Direo-Geral da Fazenda Nacional, at o trmino do mandato de Alcir Costa Fernandes, exonerado a pedido, por decreto de 27 de maro de 1968.

Braslia, em 30 de abril de 1968. A. Costa e Silva.

"CURRICULUM VITAE" DE GALBA FERREIRA DE

OLIVEIRA

Filho de Orlando Bittencourt de Oliveira e Felicidade Ferreira de Oliveira.

Nascido em 25 de fevereiro de 1921 no ento Distrito Federal.

Cargo: Agente Fiscal do Impsto de Renda nvel 18-

E, sendo funcionrio do Ministrio da Fazenda desde novembro de 1948.

Ttulo: Bacharel em Cincias Contbeis

diploma expedido em 14 de outubro de 1943.

Funes: Auxiliar Tcnico do Gabinete do Ministro da

Fazenda (1957-1958) e agsto a janeiro de 1961.

Assessor do Chefe do Gabinete da Presidncia da Repblica (1958 a 1959).

2 Assessor da 1 Subchefia do Gabinete Civil

da Presidncia da Repblica (fevereiro a setembro 1961)

Chefe do Gabinete do Ministro da Fazenda, em Braslia, de setembro de 1961 a julho de 1962.

Designado para servir na Delegacia do Tesouro Brasileiro no Exterior. Decreto de 25 de junho de 1962.

Substituto eventual do Chefes da Seo de Administrao e da Dvida Externa da Delegacia do Tesouro Brasileiro no Exterior. (Dezembro de 1962 a abril de 1964).

Chefe da Seo de Administrao e da Dvida Externa da Delegacia do Tesouro Brasileiro no Exterior (abril de 1964 a dezembro de 1966).

Designado para responder pelo expediente da Chefia da Secretaria do Gabinete do Diretor-Geral (setembro de 1967 a fevereiro de 1968).

Coordenador Intersetorial da Assessoria de Estudos, Programao e Avaliao da Direo-Geral da Fazenda Nacional (desde fevereiro de 1968).

Misses: Colaborador da Comisso Mista Brasil-

Estados Unidos de Desenvolvimento Econmico (1952 a outubro de 1957).

Membro da Comisso encarregada de elaborar ante-projeto de lei para unificar os pontos de vista consubtanciados nas proposies em trmite no Congresso Nacional, relacionado com as atividades do Banco de Crdito da Amaznia S/A. e da Comisso Executiva da Defesa da Borracha (Janeiro 1958).

Presidente do Grupo de Trabalho encarregado de coordenar a realizao de reunio em Braslia, de

Delegados do Departamento de Arrecadao e Unidades Regionais do Servio Federal de Processamento de Dados (setembro 1967).

Presidente do Grupo de Trabalho incumbido de coordenar as atividades preparatrias da reunio de Inspetores de Alfndega a se realizar em Salvador (setembro de 1967).

( Comisso de Economia.)

MENSAGEM N 166, DE 1968

(N 241/68, na origem)

Excelentssimos Senhores Membros do

Senado Federal: Na forma do pargrafo nico do art. 1 da Lei

n 4.483. de 16 de novembro de 1964, tenho a honra de submeter considerao do egrgio Senado Federal, o nome do General-de-Brigada JOS BRETAS CUPERTINO para exercer o cargo, em comisso, de Diretor-Geral do Departamento de Polcia Federal.

Conforme se verifica do anexo Curriculum Vitae, o indicado preenche todos os requisitos legais para a investidura.

Braslia, DF, 30 de abril de 1968 A. Costa e Silva.

"CURRICULUM VITAE" DO GENERAL DE-

BRIGADA JOS BRETAS CUPERTINO

Natural de Ponte Nova, Minas Gerais, nascido em 19 de maio de 1907.

1 Carreira Profissional a) Ingressou na Escola Militar do Realengo,

GB, em 28 de maro de 1929; b) declarado Aspirante a Oficial em 25 de

janeiro de 1932; c) promovido a 2-Tenente em 20

de agsto de 1932, a 1-Tenente

3

em 19 de outubro de 1933, a Capito em 7 de setembro de 1937, a Major em 25 de junho de 1948, a Tenente-Coronel em 25 de outubro de 1952, a Coronel em 25 de abril de 1959;

d) ingressou no Quadro de oficiais-Generais, com a sua promoo a General-de-Brigada em 25 de julho de 1965.

2 Cargos e funes que exerceu Entre vrios cargos e funes que exerceu

em tda a sua carreira militar, exclusivamente no Exrcito, convm ser destacado o seguinte:

a) como Aspirante e 2-Tenente serviu no 12 RI, em Belo Horizonte, quando ento participou da Revoluo de 1932, em So Paulo, integrando com o seu Regimento as fras do Govrno;

b) como 1-Tenente, serviu no 2 BC, ento sediado em So Gonalo, Estado do Rio, tendo neste Batalho tomado parte contra os revolucionrios comunistas amotinados no 3 RI, em Praia Vermelha;

c) como Capito serviu no 9 RI, em Pelotas; no II/5 RI, em Pindamonhangaba; no Batalho de Guardas no Rio, GB; no QG da ID/5 em Santa Maria, RS, tendo neste psto ingressado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exrcito, em fevereiro de 1946;

d) como Major concluiu o curso da Escola de Comando e Estado-Maior do Exrcito, indo servir na 2. RM em So Paulo, serviu posteriormente no Estado-Maior do Exrcito, onde foi promovido a Tenente-Coronel e a Coronel; j como Coronel na Escola Superior de Guerra, onde fz o curso de

Comando e Estado-Maior das Fras Armadas; comandou o 10 RI, em Juiz de Fora, de fevereiro de 1962 a outubro de 1964, tendo nesse Regimento participado ativamente da Revoluo de maro de 1964.

Posteriormente serviu como Chefe de Gabinete da Secretaria do Ministrio da Guerra;

e) em julho de 1965 foi promovido a General de Brigada e nomeado Comandante da Infantaria Divisionria da 5 RM, com sede em Ponta-Grossa, Paran; em fevereiro de 1967 foi transferido para a Diretoria de Armamento e Munio do Exrcito, onde se encontra at o momento.

3 Cursos que possui Escola Militar do Realengo, Escola de

Aperfeioamento de Oficiais, Escola de Comando e Estado-Maior do Exrcito, Escola Superior de Guerra Curso de Comando das Fras Armadas.

4 Condecoraes Possui vrias condecoraes, dentre as quais

a Medalha de Ouro de bons servios prestados ao Exrcito, durante 30 anos e de Comendador da Ordem do Mrito Militar.

5 Principais trabalhos realizados em sua

carreira militar Na 1 Seo do Estado-Maior do Exrcito, fz

parte de Comisses encarregadas da Qualificao Militar de Praas do Exrcito, das normas para promoo de Graduados, da Lei de Organizao dos Oficiais de Administrao e Especialistas do Exrcito e do Regulamento de Promoo de Graduados e Oficiais de Administrao e Especialistas. Atualmente exerce a funo de Presidente da Comisso de Estudo e Planejamento da

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nova poltica de Armamento e Munio do Exrcito. ( Comisso de Constituio e Justia.)

MENSAGEM

N 167, DE 1968

(N. 252/68, na origem)

Excelentssimos Senhores Membros do Senado Federal:

De acrdo com o preceito constitucional, tenho a honra de submeter aprovao de Vossas Excelncias a designao que desejo fazer do Embaixador PAULO LEO DE MOURA, ocupante do cargo de Ministro de Primeira Classe, da carreira de Diplomata, do Quadro de Pessoal, Parte Permanente, do Servio Exterior Brasileiro, do Ministrio das Relaes Exteriores, para exercer a funo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno da Repblica Argelina Democrtica e Popular, nos trmos dos art.s 22 e 23, da Lei n 3.917, de 14 de julho de 1961.

2. Os mritos do Embaixador PAULO LEO DE MOURA, que me induziram a escolh-lo para o desempenho dessa elevada funo, constam da anexa informao do Ministrio das Relaes Exteriores.

Braslia, em 3 de maio de 1968. A. Costa e Silva.

"CURRICULUM VITAE" DO EMBAIXADOR PAULO

LEO DE MOURA

1. Nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de outubro de 1909. Mdico pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, em 1932. Professor de Civilizao Brasileira, na Boston University.

2. Ingressou na carreira de Diplomata por concurso, como Cnsul de Terceira Classe, em 1939; Cnsul de Segunda Classe, por antigidade, em 1945; Cnsul de Primeira Classe, por antigidade, em

1953; Conselheiro, em 1956; Ministro de Segunda Classe, por merecimento, em 1960, Ministro de Primeira Classe, por merecimento, em 1966.

Durante sua carreira o Embaixador PAULO LEO DE MOURA foi designado para exercer as funes de Vice-Cnsul em Funchal; Cnsul-Adjunto e Cnsul em Boston, Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto aos Governos da Austrlia e Nova Zelndia.

4. Alm dessas, o Embaixador PAULO LEO DE MOURA exerceu ainda as seguintes funes: designado para exercer as funes de Oficial do Registro da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, 21 de outubro de 1940. Encarregado de Consulado em Funchal, de 10 de outubro de 1941 a 9 de maro de 1944. Secretrio Executivo da Comisso Consultiva, de Acrdos Comerciais, em agsto de 1956. Chefe, substituto, da Diviso Comercial do Departamento Econmico e Consular, do Ministrio das Relaes Exteriores, em agsto de 1956. Assistente do Secretrio da Reunio dos Pases Participantes do Sistema Brasileiro de Pagamentos Multilaterais, realizado no Rio de Janeiro, em outubro de 1956. Assessor da XXIII Sesso do Conselho Econmico e Social das Naes Unidas, Nova York, abril de 1957. Substituto do Chefe da Diviso Econmica do Departamento Econmico e Comercial do Ministrio das Relaes Exteriores, em 15 de fevereiro de 1958. Membro das Comisso Nacional da Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e a Agricultura (FAO), em 21 de junho de 1958. Delegado do Brasil XXVI Sesso do Conselho Econmico e Social das Naes Unidas (ECOSOC), em Genebra, em julho de 1958. Chefe da Diviso de Organismos Econmicos Internacionais e Assuntos Especficos, em 24 de agsto de 1958. Membro da Delegao do Brasil VII Reunio do Congresso Interamericano de Municpios, no Rio de Janeiro, em no-

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vembro de 1958. Delegado do Brasil II Reunio do Grupo de Trabalho de Bancos Centrais, no Rio de Janeiro, em novembro/dezembro de 1958. Membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Pesquisas, em 7 de agsto de 1959. Chefe Interino, do Departamento Econmico e Comercial, em outubro de 1959. Chefe da Delegao Brasileira Segunda Reunio da Conferncia Intergovernamental para o Estabelecimento de uma Zona de Livre Comrcio entre os pases da Amrica Latina, em Montevidu, em setembro de 1959. Membro Titular da Comisso Executiva Brasileira do Intercmbio de Produtos do Brasil com a Unio Sovitica, em maro de 1960. Chefe da Delegao do Brasil II Reunio da Conferncia Intergovernamental para o estabelecimento de uma Zona Livre de Comrcio entre os pases da Amrica Latina, em Montevidu, em maro de 1960. Chefe interino do Departamento Econmico e Comercial, em maio de 1960. Chefe da Delegao do Brasil para negociar Acrdo de Comrcio e Pagamentos com a Repblica da Tcheco-Eslovquia, em julho de 1960. Chefe da Delegao para negociar, com a Repblica da Finlndia, nvo sistema de Intercmbio Comercial entre o Brasil e aquela Repblica baseado em pagamentos em moeda de livre conversibilidade, em 18 de outubro de 1960. Secretrio-Geral Adjunto para Assuntos da Europa Ocidental e da frica. Subchefe da Delegao do Brasil V Reunio Anual Ordinria do Conselho Interamericano Econmico e Social, em 1967. Chefe da Delegao do Brasil s negociaes para recomposio da Lista III do GATT, em Genebra. Secretrio-Geral Adjunto para Assuntos Econmicos. Chefe da Delegao do Brasil s negociaes para celebrao de um acrdo de comrcio entre Brasil e Portugal. 5. O Embaixador Paulo Leo de Moura indicado para exercer as funes de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno

da Repblica Argelina Democrtica e Popular. ( Comisso de Relaes Exteriores.) Restituio de autgrafos de projeto de lei

sancionado: N 162/68 (n de origem 239/68),

de 30 de abril do corrente ano autgrafos do Projeto de Lei n 11/68 (CN), que altera a Lei n 4.767, de 30-8-65,. que promove os Militares Veteranos da Segunda Guerra Mundial, licenciados do servio ativo e includos na reserva no remunerada (projeto que se transformou na Lei n 5.426, de 30-4-68).

Agradecimento de comunicaes referentes

ao pronunciamento do Senado sbre nomes indicados para cargos cujo provimento depende de prvia aprovao dessa Casa do Congresso Nacional:

N 164/68 (n de origem 248/68), de 2 do corrente ms com referncia escolha do Embaixador Altamir de Moura para exercer, em carter cumulativo com a funo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno da Repblica rabe da Sria, a funo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno da Repblica do Iraque;

N 165/68 (n de origem 249/68), 2 do corrente ms com referncia escolha do Embaixador Jos Oswaldo de Meira Penna para exercer, em carter cumulativo com a funo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno do Estado de Israel, a funo de Embaixador Extraordinrio e Plenipotencirio do Brasil junto ao Govrno da Repblica do Chipre.

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OFCIO DO SR. 1-SECRETRIO DA CMARA DOS

DEPUTADOS Encaminhando reviso do Senado

autgrafos dos seguintes projetos:

PROJETO DE LEI DA CMARA N 58, DE 1968

(N 1.162-B/68, na origem)

Reajusta os vencimentos dos servidores da

Secretaria e dos Servios Auxiliares do Tribunal de Justia do Distrito Federal, e d outras providncias.

O Congresso Nacional decreta: Art. 1 Ficam majorados de 20% (vinte por

cento), a partir de 1 de janeiro de 1968, os valores dos smbolos de retribuio dos funcionrios do Quadro da Secretaria e dos Servios Auxiliares do Tribunal de Justia do Distrito Federal, atualmente em vigor.

Art. 2 Aplica-se aos inativos da Secretaria e dos Servios Auxiliares do Tribunal de Justia do Distrito Federal a majorao a que se refere. o art. 1 calculada na forma da Lei n 2.622, de 18 de outubro de 1955.

Art. 3 O salrio-famlia passar a ser pago na base de NCr$ 12,00 (doze cruzeiros novos) mensais por dependente.

Art. 4 Para atender s despesas decorrentes da aplicao desta Lei, fica o Poder Executivo autorizado a abrir crdito suplementar s dotaes prprias do Tribunal de Justia do Distrito Federal, at o limite de NCr$ 252.000,00 (duzentos e cinqenta e dois mil cruzeiros novos) e com vigncia at 31 de dezembro de 1968.

Art. 5 A despesa, a que se refere o artigo anterior, ser coberta com a arrecadao decorrente da elevao das alquotas de que trata o art. 8 e seu

pargrafo nico, da Lei n 5.368, de 1 de dezembro de 1967.

Art. 6 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 7 Revogam-se as disposies em contrrio.

(s Comisses de Projetos do Executivo e de Finanas.)

PROJETO DE LEI DA CMARA

N 59, DE 1968

(N 1.138-B/68, na origem)

Dispe sbre as duplicatas, e d outras providncias.

O Congresso Nacional decreta:

CAPTULO I

DA FATURA E DA DUPLICATA

Art. 1 Em todo contrato de compra e venda

mercantil, entre partes domiciliadas no territrio brasileiro, com prazo de pagamento superior a 30 (trinta) dias, contados a partir do 1 dia do ms seguinte ao da entrega das mercadorias, o vendedor obrigado a entregar ou remeter ao comprador a fatura e a respectiva duplicata.

1 Uma s duplicata no poder corresponder a mais de uma fatura, mas esta poder englobar vrias notas fiscais.

2 A fatura discriminar as mercadorias vendidas e a duplicata indicar a importncia da fatura que lhe deu origem, devendo ambas ter a mesma data.

3 Quando convier ao vendedor, a fatura poder indicar semente os nmeros e valres das notas parciais expedidas por ocasio das vendas ou entregas das mercadorias.

Art. 2 A duplicata conter: I a denominao "Duplicata", data e nmero

de ordem; II o nmero da fatura;

7 III a data certa do vencimento ou declarao

de dar-se a tantos dias da data de sua apresentao, ou de ser vista;

IV o nome e domiclio completos de vendedor e do comprador;

V a importncia da correspondente fatura, em algarismos e por extenso;

VI a praa do pagamento, entendendo-se, na ausncia desta declarao, que o pagamento ser efetuado no domiclio do vendedor;

VII a clusula ordem. VIII o reconhecimento de sua exatido e a

obrigao de pag-la para ser firmada de prprio punho do comprador ou de representante com podres especiais.

1 A fatura e a duplicata indicaro, obrigatriamente, o preo da venda, a importncia da entrada ou pagamento vista e o montante dos encargos financeiros correspondentes ao pagamento em prestaes. No caso de emisso de srie de duplicatas, essas indicaes constaro de cada uma das duplicatas da srie.

2 O nmero de ordem a que se refere o item I poder obedecer a sries que se distinguiro por letras do alfabeto, em seqncia.

3 O prazo para vencimento de duplicata ser contado da data de sua emisso, proibida a excluso de dias referentes ao ms em que foi emitida.

4 O nmero de ordem a que se referem os itens I e II ser lanado, sempre, em algarismos arbicos, permitido o uso de uma ou mais sries, que se distinguiro umas das outras, com a sua indicao em algarismos romanos, devendo a numerao voltar unidade

quando atingir o n 999.999 ou, a critrio de cada emprsa, no incio de cada exerccio comercial.

Art. 3 A duplicata indicar sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha qualquer importncia a crdito com o vendedor, mencionando ste, quando autorizado, o crdito lquido que o comprador dever reconhecer.

1 Dispensa-se a duplicata por se tratar de venda vista, quando o comprador, titular de crdito igual ou superior importncia da compra, autorizar a compensao ou o desconto.

2 No se compreendero no valor total da fatura os abatimentos de preos das mercadorias feitos pelo vendedor no ato da emisso da fatura original, desde que constem dela.

3 A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejam ou no, da mesma praa, vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a 30 (trinta) dias, fora o ms da entrega das mercadorias, poder representar-se, tambm, por duplicata, em que se declarar que o pagamento ser, feito nessas condies.

Art. 4 Nas vendas realizadas por consignatrios ou comissrios e faturadas em nome e por conta do consignante e comitente, caber quele cumprir os dispositivos desta Lei.

Art. 5 Quando a mercadoria fr vendida por conta de consignatrio, ste obrigado, na ocasio de expedir a fatura e a duplicata, a comunicar a venda ao consignante.

1 Por sua vez, o consignante expedir fatura e duplicata correspondente mesma venda, a fim de ser esta assinada pelo consignatrio, mencionando-se o prazo estipulado para a liquidao do saldo da conta.

2 Fica o consignatrio dispensado de emitir duplicata quando, na

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comunicao a que se refere o 1, declarar que o produto lquido apurado est disposio do consignante.

CAPTULO II

DA REMESSA E DA DEVOLUO DA DUPLICATA

Art. 6 A remessa da duplicata poder ser

feita diretamente pelo vendedor, ou por seus representantes, por intermdio de instituies financeiras, procuradores ou correspondentes que se incumbam de apresent-la ao comprador na praa ou no lugar do seu estabelecimento, podendo os intermedirios devolv-la, depois de assinada, ou conserv-la em seu poder at o momento do resgate, segundo as instrues de quem lhes cometeu o encargo.

Pargrafo nico O prazo para remessa da duplicata ser de 10 (dez) dias, contados da data de sua emisso.

Art. 7 Nas vendas efetuadas por contribuintes do impsto sbre produtos industrializados, realizadas a prazo superior a 30 (trinta) dias, poder ser exigida a emisso de duplicata de valor equivalente ao impsto, nas condies que o regulamento fixar.

1 A duplicata referida neste artigo ter a denominao especial de "duplicata fiscal", que poder ser manuscrita, lanada datilogrficamente ou a carimbo, se no fr impressa, ser negocivel e dever observar, em tudo, o disposto nesta Lei.

2 A fatura, que ser a mesma da mercadoria ou servio, ou separada, se assim convier ao vendedor, far referncia aos nmeros das demais faturas ou duplicatas que lhe corresponderem, sem exceo da prpria, "duplicata fiscal".

3 Relativamente a uma mesma fatura poder-se- emitir, tambm, mais de uma "duplicata fiscal", com o mesmo nmero, feita, porm, a distino, uma das outras, com a adio de

uma ou mais letras do alfabeto, em seqncia, para designao de cada parcela ou prestao.

4 O valor do impsto sbre circulao de mercadorias tambm poder, nos trmos do regulamento estadual prprio, ser includo na "duplicata fiscal".

5 A falta de pagamento da "duplicata fiscal", pelo comprador, no exonera o vendedor da responsabilidade pelo recolhimento do tributo.

6 O contribuinte que, estando obrigado a emitir "duplicata fiscal", deixar de faz-lo, ficar sujeito multa de 50% (cinqenta por cento) do valor da duplicata que deveria ter sido emitida.

7 A "duplicata fiscal" no ser emitida nos casos em que figurem como adquirentes a Unio, Estados, Distrito Federal, Territrios, Municpios ou as respectivas Autarquias.

Art. 8 A duplicata, quando no fr vista dever ser devolvida pelo comprador, devidamente assinada, de modo a estar em poder do vendedor ou portador dentro do prazo do respectivo vencimentos, no podendo a devoluo, entretanto, exceder ao seguinte limite:

I de 20 (vinte) dias, quando o comprador fr estabelecido na mesma praa do vendedor, ou em praa diversa, desde que a mala postal chegue ao lugar de domiclio do destinatrio dentro de 48 (quarenta e oito) horas de sua expedio;

II de 45 (quarenta e cinco) dias, nos casos no includos no item anterior.

1 Presumir-se- aceita a duplicata que no fr devolvida nos prazos fixados neste artigo.

2 stes prazos sero contados da data da emisso da duplicata.

9 3 O portador da duplicata obrigado a

fazer ao vendedor, at ao primeiro dia til aps a expirao dos prazos previstos neste artigo, as comunicaes relativas ao aceite do ttulo, para os fins do registro de que trata o artigo 23.

4 O "aviso de recebimento" postal ser obrigatrio na remessa e devoluo de duplicata, feitas diretamente entre vendedor e comprador, valendo as datas nle consignadas para os efeitos dos prazos fixados neste Captulo. Nos demais casos valer qualquer documento comprobatrio.

Art. 9 O comprador s poder deixar de aceitar a duplicata por motivo:

I de avaria ou no recebimento da mercadoria, quando no expedidas ou no entregues por sua conta e risco;

II de vcios, defeitos e diferenas na qualidade ou na quantidade das mercadorias;

III de divergncia dos prazos ou nos preos ajustados.

CAPTULO III

DA LIQUIDAO E DO PAGAMENTO DA

DUPLICATA

Art. 10 lcito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceit-la ou antes da data do vencimento.

1 A prova do pagamento o recibo, passado pelo legtimo portador ou por seu representante com podres especiais, no verso do prprio ttulo, ou em documento em separado, com referncia duplicata.

2 Constituir, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, o cumprimento, pelo banco sacado, de cheque do qual conste, no verso ou no anverso, que o seu valor

se destina amortizao ou liquidao da duplicata nle caracterizada.

3 Nas operaes para resgate parcelado correspondentes a vendas a consumidor final, o no-pagamento de uma prestao, at o vencimento da prxima, importar no vencimento antecipado das demais.

Art. 11 Na liquidao ou pagamento da duplicata, quando o portador fr o vendedor, podero ser deduzidos quaisquer crditos a favor do devedor, resultantes de devoluo de mercadorias, diferena de preos, enganos verificados, pagamentos por conta e outros motivos semelhantes.

Art. 12 A duplicata admite reforma ou prorrogao do prazo de vencimento, mediante declarao nela escrita, assinada do prprio punho do vendedor, do endossatrio, ou de representante com podres especiais.

Art. 13 O pagamento da duplicata poder ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado quele cujo nome indicar; na falta da indicao, quele abaixo de cuja firma lanar a sua; fora dsses casos, ao comprador.

Pargrafo nico O aval dado posteriormente ao vencimento do ttulo produzir os mesmos efeitos que o prestado anteriormente quela ocorrncia.

Art. 14 Prescreve em 1 (um) ano a ao executiva cambial de um dos co-obrigados contra os demais, contado o prazo do dia em que le haja pago a duplicata.

Art. 15 Prescreve em 10 (dez) anos, contados da data do vencimento, o direito ao ordinria pelo inadimplemento da duplicata.

Art. 16 A duplicata protestvel por falta de aceite ou por falta de pagamento:

I por falta de aceite, o protesto ser tirado no domi-

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clio do comprador ou vendedor, como a ste fr mais conveniente, vista da prpria duplicata, se esta houver sido devolvida sem assinatura, ou vista da triplicata, com as mesmas caractersticas daquela, neste caso acompanhada da respectiva fatura e do documento comprobatrio previsto no 4 do art. 8;

II por falta de pagamento, o protesto ser tirado em face da duplicata ou triplicata no lugar designado no Ttulo para o pagamento, em qualquer tempo depois do vencimento e enquanto no prescrita a ao competente, que a executiva.

1 O portador que no tirar, em forma regular e dentro do prazo de 90 (noventa) dias, o protesto da duplicata ou da triplicata, perder o direito regressivo contra os endossatrios e respectivos avalistas.

2 Quando a data do vencimento certa torna-se facultativa a apresentao do "aceite".

Art. 17 Os bancos e firmas comerciais quando notificados pelos compradores sbre o no-recebimento da mercadoria, smente efetivaro o protesto quando a duplicata fr acompanhada de comprovante de embarque ou recibo de entrega, assinado pelos compradores.

Art. 18 Sob pena de nulidade, o oficial do protesto far constar do respectivo trmo, tanto quanto lhe fr possvel, todos os dados de identificao do sacado.

Art. 19 O emitente ou estabelecimento bancrio encarregado da cobrana ficar obrigado a levar a protesto a "duplicata fiscal" no retratada, decorridos 10 (dez) dias do vencimento, sob

pena de incorrer na multa equivalente a 50% (cinqenta por cento) do seu valor.

Pargrafo nico Deixar, entretanto, de ser promovido o protesto previsto neste artigo quando o sacador, seu preposto ou a instituio financeira incumbida da cobrana, receber, em tempo hbil, declarao escrita do comprador afirmando no ter aceito as duplicatas mercantis correspondentes transao, nos trmos em que esta Lei autorizar a recusa do "aceite".

CAPTULO V

DA AO PARA COBRANA DA DUPLICATA

Art. 20 Ser processada pela forma

executiva a ao do credor por duplicata aceita pelo devedor, protestada ou no (Livro IV, Ttulo I do Cdigo de Processo Civil).

1 Distribuda a petio inicial, apresentada em 3 (trs) vias, determinar o Juiz, independentemente da expedio de mandado, a citao do ru, que se far mediante a entrega da terceira via e recibo firmado pelo citado, na segunda via, para que pague a dvida dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

2 O mandado de citao para cumprimento da obrigao em 24 (vinte e quatro) horas ser redigido em breve relatrio, integrando-o a cpia da inicial, para o que o autor entregar em cartrio tantas vias quantos os executados, cumprindo ao escrivo conferi-las com o original e lavrar certido em cada uma delas.

3 No contestada a ao, os autos sero conclusos ao Juiz para sentena.

4 O Juiz ter o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proferir os despachos de expediente e as decises interlocutrias, e o de 10 (dez) dias para as decises terminativas ou definitivas, sob pena de responsabilidade.

11 Art. 21 Ser processada pela forma ordinria

a ao do credor por duplicata no aceita (Livro III, Ttulo nico do Cdigo de Processo Civil), observadas as seguintes normas:

a) o mandado de citao ser expedido na forma prevista pelo artigo 20, 2;

b) no contestada a ao, os autos sero conclusos ao Juiz para sentena;

c) no ter efeito suspensivo a apelao da sentena, sendo permitida execuo provisria.

Art. 22 A ao de cobrana da duplicata ou triplicata, contra o sacado e respectivos avalistas, prescreve em 3 (trs) anos a contar da data do vencimento do ttulo, e contra os endossatrios e seus avalistas em 1 (um) ano, contado da data do protesto.

1 A ao poder ser proposta contra alguns ou todos os coobrigados sem observncia da ordem em que figurem no ttulo.

2 Os coobrigados da duplicata respondem solidriamente pelo aceite e pelo pagamento.

CAPTULO VI

DA ESCRITA ESPECIAL

Art. 23 Todo comerciante obrigado a ter e

a escriturar o livro de Registro de Duplicatas e o Copiador de Faturas, ambos revestidos das formalidades legais.

1 No Registro de Duplicatas sero escrituradas, cronolgicamente, tdas as duplicatas emitidas, com o nmero de srie e de ordem, data e valor das faturas originrias e data de sua expedio; nome e domiclio do comprador; data do aceite, ou, em sua falta, a da devoluo do ttulo, anotando-se as reformas, prorrogaes e outras circunstncias necessrias.

2 Os Registros de Duplicatas, que no podero conter emendas, bor-

res, rasuras ou entrelinhas, devero ser conservados, nos prprios estabelecimentos, a fim de serem exibidos aos agentes fiscais, sempre que exigidos.

3 Quando o comerciante mantiver sees ou postos de venda de mercadorias em diferentes locais e os seus encarregados prestarem contas diriamente, poder le centralizar na sede do estabelecimento a escrita daqueles postos ou agncias, tendo, porm, bem discriminado o movimento de cada um.

4 O Registro de Duplicatas e o Copiador de Faturas podero ser substitudos por qualquer sistema mecanizado, desde que os requisitos dste artigo e dos pargrafos anteriores sejam cumpridos.

CAPTULO VII

DAS DUPLICATAS DE SERVIOS

Art. 24 As emprsas individuais ou coletivas,

fundaes ou sociedades civis, que se dediquem prestao de servios, podero tambm emitir fatura e duplicata, observadas as disposies desta Lei.

1 A fatura dever discriminar a natureza dos servios prestados.

2 A soma a pagar em dinheiro corresponder ao preo dos servios prestados.

3 Mantida a Lei n 4.068, de 9 de julho de 1962, entendem-se como feitas presente Lei as referncias nela contidas Lei n 187, de 16 de janeiro de 1936.

Art. 25 O sacado s poder deixar de aceitar a duplicata de servios por motivo:

I de no correspondncia com os servios efetivamente contratados;

II de vcios ou defeitos na qualidade dos servios prestados;

III de divergncia nos prazos ou nos preos ajustados.

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CAPTULO VII

DAS DISPOSIES GERAIS

Art. 26 A perda ou extravio da duplicata obriga o vendedor a extrair triplicata, que ter os mesmos efeitos e requisitos e obedecer s mesmas formalidades daquela.

Art. 27 Da duplicata podero constar outros dizeres ou esclarecimentos, desde que no lhe alterem sua feio caracterstica.

Art. 28 Aplicam-se duplicata e triplicata, no que couber, os dispositivos da Lei n 2.044, de 31 de dezembro de 1908.

Art. 29 O art. 172 do Cdigo Penal (Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940) passa a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 172 Expedir, ou aceitar duplicata que no corresponda com a fatura respectiva na venda efetiva de bens entregues real ou simblicamente, ou a uma efetiva prestao de servios: pena recluso de 1 (um) a 5 (cinco) anos e multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vzes o valor do maior salrio-mnimo vigente no Pas."

Pargrafo nico Nas mesmas penas incorrer aqule que falsificar ou adulterar a escriturao do livro do Registro de Duplicatas.

Art. 30 Prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data do vencimento, os direitos ao ordinria pelo inadimplemento da duplicata.

Art. 31 As infraes ao dispositivo desta Lei, relacionados com a "duplicata fiscal" sero apuradas, processadas e julgadas:

I se se tratar de tributo federal, de acrdo com a legislao de impsto sbre produtos industrializados;

II se se tratar de tributo estadual, de acrdo com a

legislao do impsto sbre circulao de mercadorias.

Art. 32 A Cdula Industrial Pignoratcia, instituda pelo Decreto-Lei n 265, de 28 de fevereiro de 1967, contar com recursos nunca inferiores a 15% (quinze por cento) dos depsitos de qualquer natureza da rde bancria particular, em todo o territrio nacional.

Art. 33 O Ministrio da Indstria e do Comrcio e o Conselho Monetrio Nacional baixaro, dentro de 120 (cento e vinte) dias da data da publicao desta Lei, normas para a padronizao formal dos ttulos e documentos de uso corrente no comrcio, na indstria e nas instituies financeiras, fixando prazos no inferiores a 1 (um) ano para a sua adoo obrigatria.

Art. 34 Esta Lei entrar em vigor 30 (trinta) dias aps a data de sua publicao, revogando-se a Lei n 187, de 15 de janeiro de 1936, os Decretos-Leis nos 265, de 28 de fevereiro de 1967, 320, de 29 de maro de 1967, 331, de 21 de setembro de 1967, na parte referente s duplicatas, e 345, de 28 de dezembro de 1967, e tdas as demais disposies em contrrio.

( Comisso de Constituio e Justia.)

PROJETO DE LEI DA CMARA N 60, DE 1968

(N 3.106-C/65, na origem)

Altera o art. 102 do Decreto-Lei n 9.698, de 2

de setembro de 1946 (Estatuto dos Militares). O Congresso Nacional decreta: Art. 1 O art. 102 do Decreto-Lei n 9.698, de

2 de setembro de 1946, passar a ter a seguinte redao:

"Art. 102 So os seguintes os requisitos para que os militares da ativa e da reserva convocados possam contrair matrimnio:

a) ser Oficial;

13 b) ser Subtenente, Suboficial ou Sargento; c) outras Praas: 1) na Marinha: ser especialista e ter no mnimo 21 anos de

idade. 2) no Exrcito: cabos e soldados, com permanncia

assegurada at o limite de idade ou que estejam amparados por legislao especial;

cabos e soldados destacados em Unidades de Fronteira.

3) na Aeronutica: ser cabo, com permanncia assegurada at o

limite de idade; ser taifeiro e contar no mnimo 21 anos de

idade." Art. 2 Esta Lei entra em vigor na data de

sua publicao. Art. 3 Revogam-se as disposies em

contrrio. ( Comisso de Segurana Nacional.)

PARECERES

PARECER N 375, DE 1968

da Comisso de Constituio e Justia, sbre

a consulta formulada pela Presidncia do Senado Federal a respeito do prazo dentro do qual a Cmara Alta deve pronunciar-se no processo relativo ao Projeto de Lei do Senado n 7, de 1968, que altera os Quadros Permanente e Provisrio do Pessoal do Distrito Federal e d outras providncias.

Relator: Sr. Wilson Gonalves Na Sesso do dia 25 de maro prximo

passado, o Sr. Presidente do Senado Federal, ao passar Ordem do Dia, proferiu as seguinte palavras:

"Esto presentes, na Casa, apenas 31 Srs. Senadores. Portanto, sem

nmero para as votaes. A primeira matria da Ordem do Dia de hoje est em fase de votao.

a votao, em turno nico, do Projeto de Lei do Senado n 7, de 1968, que altera os Quadros Permanente e Provisrio do Pessoal do Distrito Federal e d outras providncias.

O projeto est em regime de urgncia, em virtude de requerimento do Sr. Senador Eurico Rezende.

Na sexta-feira ltima encerramos a discusso do projeto, no podendo vot-lo por falta de quorum. Prevenidos ficamos de que, em data de hoje, estaria pressupostamente esgotado o prazo para a sua apreciao. No entanto, Srs. Senadores, a Mesa est em dvida, e, por estar em dvida quanto ao trmino do prazo para apreciao dsse projeto, vai encaminh-lo ex-offcio ao exame da Comisso de Constituio e Justia. sse exame, no particular, servir, daqui para o futuro, sempre que o Senado seja a nica das Casas do Congresso a apreciar determinada matria.

Dever le cingir-se aos 45 dias de cada Casa, ou usufruir os 90 dias dadas, pela Constituio, ao Congresso Nacional?

De qualquer forma, mesmo que no se tornasse essa providncia, hoje estaria extinto o prazo, porque sem quorum se encontra o Plenrio para deliberar.

Esta, a deciso da Mesa, enviando o Projeto de Lei do Senado n 7, de 1968, Comisso de Constituio e Justia, para que opine sbre se, no caso, teramos de apreciar a proposio dentro dos 45 dias, ou se poderemos faz-lo, nos trmos da Constituio, em 90 dias."

14 Est, assim, bem delimitada a matria sbre a

qual, neste processo, deve manifestar-se agora a douta Comisso de Constituio e Justia.

A questo resulta da aplicao dos dispositivos constantes do 1 do art. 17 e do art. 54, ambos da Constituio Federal.

Determina o 1 do art. 17: "Caber ao Senado discutir e votar projetos de

lei sbre matria, tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao do Distrito Federal."

Por sua vez, o art. 54 estabelece: "O Presidente da Repblica poder enviar ao

Congresso Nacional projetos de lei sbre qualquer matria, os quais, se assim o solicitar, devero ser apreciados dentro de quarenta e cinco dias, a contar do seu recebimento na Cmara dos Deputados, e de igual prazo no Senado Federal."

Em s conscincia, parece-nos que se trata, na hiptese vertente, de um caso omisso, ao qual, na tramitao do projeto em apro, se aplicou, por analogia ou por identidade de origem, a regra do art. 54, alis expressamente invocado na Mensagem presidencial que o encaminhou a apreciao do Senado.

No h dvida que o citado art. 54 regula o processamento de matria enviada ao Congresso Nacional, o que, a rigor, no a hiptese em causa.

Como j tive oportunidade de salientar, em outro caso submetido ao exame desta Comisso e do qual fui Relator, a sistemtica adotada pela atual Constituio, e que configura uma de suas caractersticas, de que, afora as excesses expressamente nela consignadas, todo e qualquer projeto de iniciativa do Sr. Presidente da Repblica tem a sua tramitao, na Cmara e no Senado, sujeita ao regime dos prazos rgidos e fatais.

Aceita, como foi, no exame do Projeto de Lei do Senado n 7, de 1968, o trmite indicado no prefalado art. 54, por decorrncia da orientao constitucional h pouco ressaltada, resta-nos apreciar a presente consulta em funo do disposto nesse mesmo artigo. Ou, em outras palavras, examinar se, em face do texto constitucional aplicado ao caso, de 45 ou 90 dias o prazo dentro do qual cumpre ao Senado manifestar-se.

A esta altura, seja-nos permitido declarar que no somos proslitos nem defensores da corrente que sustenta o ponto de vista segundo o qual o Congresso Nacional deve legiferar sob a limitao de prazos exguos e fatais. Entendemos, muito ao contrrio, que sse sistema, introduzido em nossa legislao desde 1964, responsvel pela elaborao de leis incompletas e imperfeitas.

Se assim pensamos em trmos doutrinrios, no podemos chegar ao extremo de negar eficcia ao sistema constitucionalmente institudo.

Aps meditar demoradamente e no obstante o desejo liberal de elastecer o perodo de apreciao dos projetos por parte do Senado, achamos que o art. 54 da Constituio no concede ao Congresso Nacional um prazo de noventa dias, mas dois prazos sucessivos de quarenta e cinco dias, um para a Cmara dos Deputados e outro para o Senado Federal. O 1 dsse artigo, parece-nos, confirma essa interpretao quando preceitua: "Esgotados sses prazos, sem deliberao, sero os projetos considerados como aprovados."

Ademais, a nosso ver, o Senado, quando examina projeto relativo ao Distrito Federal, funciona como Cmara privativa e no como representando todo o Congresso Nacional.

Infelizmente para ns, nada encontramos de esclarecedor nos autores que pudemos consultar. O caso assume uma singeleza difcil de ser prevista em estu-

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do de gabinete. J a prtica frtil em exemplos semelhantes.

Por outro lado, a Resoluo do Senado n 13, de 1968, que adaptou o nosso Regimento Interno a algumas das inovaes da Constituio Federal, no contm nenhuma regra atinente espcie da consulta.

No desejamos dar concluso a que chegamos, um sentido dogmtico, inflexvel, ou insusceptvel de objeo sria. Embora a clareza do texto do art. 54 comentado, admitimos que a matria comporte entendimento diferente. Principalmente, porque a consulta assume aspecto mais grave, quando a Presidncia do Senado pretende que a inteligncia oferecida, no caso, pela Comisso de Constituio e Justia, se transforme em norma de conduta para esta Casa em hipteses futuras.

Convm ponderar, outrossim, que a nossa interpretao na espcie de modo algum vincular ou obrigar o Poder Executivo, que, se pensar de maneira diferente, poder promulgar a lei, uma vez decorrido o primeiro prazo de 45 dias. E verdade que, no caso em foco, apesar de transcorrido mais de 30 dias do trmino do primeiro prazo, no se tem notcia de nenhuma iniciativa nesse sentido por parte do Presidente da Republica. Mas, no nos parece sensato apoiar uma deciso dessa importncia em mera presuno.

Seria de tda a convenincia uma ao conjugada do Senado e do Poder Executivo visando fixao de um critrio uniforme e permanente, de modo a retirar o problema da esfera da simples interpretao e dar-lhe um ordenamento seguro para as hipteses futuras.

Sem essa providncia e em face do exposto, somos de opinio que, frente ao art. 54 da Constituio e dentro do esprito que a informa, o Senado Federal tem o prazo de quarenta e cinco dias

apenas para discutir e votar as matrias referentes ao Distrito Federal.

o nosso parecer, salvo melhor juzo. Sala das Comisses, em 30 de abril de 1968.

Aloysio de Carvalho, Presidente em exerccio Wilson Gonalves, Relator Antnio Carlos Menezes Pimentel Bezerra Neto Argemiro de Figueiredo lvaro Maia Edmundo Levi, absteno.

PARECER

N 376, DE 1968

da Comisso de Constituio e Justia, sbre o Projeto de Lei do Senado n 34, de 1968, que dispensa do reconhecimento de firma, para todos os efeitos, os documentos oficiais expedidos pelas reparties pblicas, federais, estaduais e municipais, e d outras providncias.

Relator: Sr. Aloysio de Carvalho O Projeto de Lei do Senado n 34, de 1968,

dispensa do reconhecimento de firma, para todos os efeitos legais, os documentos expedidos, oficialmente, pelas reparties pblicas, federais, estaduais e municipais, e demais rgos da administrao pblica descentralizada e autrquica. sse o enunciado do artigo 1 da Proposio. O artigo 2 estabelece que os documentos e papis com firma reconhecida em um Estado independem de nvo reconhecimento para produzir efeitos em outro Estado.

Diz a justificao que o projeto "visa a corrigir situao verdadeiramente anmala, exdrxula e absurda, no tocante ao reconhecimento de firma", uma vez inadmissvel que documento expedido pelas reparties pblicas com tdas as formalidades, papel, timbre, assinaturas das autoridades etc. precise de reconhecimento de firma em cartrio para produzir efeitos legais. Acrescenta-se que as declaraes oficiais dessas autoridades tm f pblica e devem, pois, mere-

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cer acolhida sem os entraves e dificuldades que lhes so presentemente criados.

Quanto medida adotada pelo artigo 2, a justificao apresentada est em que ela desburocratiza o processo atual, implicando em grande economia para todos e possibilitando, com isso, maior rapidez e simplicidade nos setores jurdicos.

Do exposto, entendemos que a regra do artigo 2 no se vincula com a do artigo 1, ou melhor, que a dispensa de nvo reconhecimento de firma no Estado, em que algum documento vai produzir efeito, estende-se a qualquer documento, e no smente ao expedido pelas reparties a que se refere o artigo 1 Com sse entendimento que damos aos artigos 1 e 2, os nicos em que se encerra a proposio, distinguiremos, nesta, duas normas, uma relativa a documento oficial, outra a documento de qualquer espcie, oficial ou particular.

Assim psto, se consideramos razovel o primeiro mandamento, no pensamos da mesma forma em relao ao segundo, isto pelo motivo, exatamente, de o documento se destinar a produzir efeito em outra rea que no aquela em que foi emitido, dificultando, portanto, o conhecimento da veracidade do texto e das assinaturas nle contidas. Dar- se- por exemplo, o caso de uma procurao passada num Estado, para recebimento de vencimentos ou quaisquer vantagens pecunirias noutro Estado, precisar de reconhecimento de firma no lugar em que foi redigida, dispensando, porm, no que vai produzir efeito, o reconhecimento do sinal do tabelio. Parece-nos essencial o preenchimento dessa segunda formalidade, justa pela diversidade dos lugares em que o ato se pratica e em que se consuma, no seu efeito prprio.

De referncia ao documento oficial, desde que revestido das formalidades hbeis para sua identificao como tal,

formalidade, alis, a que no se reporta o texto da proposio, mencionadas, que esto, apenas na sua justificativa, no estamos longe de adotar a inovao, desde que revestida de melhores cautelas a sua prescrio. A verdade que os cartrios de tabelionatos perdem tempo e esforo com o reconhecimento de firma perfeitamente dispensvel, e tantas vzes gratuito, em papis ou documentos que trazem, por si, a condio de f pblica, resultando, da, a demora na execuo de outras tarefas especficas importantes, com o sacrifcio de alguns intersses privados relevantes.

Nosso parecer, vista do exposto, pela aprovao do projeto, em que no h eiva de inconstitucionalidade ou injuridicidade, feitas, todavia, no seu contexto as alteraes constantes das duas emendas que oferecemos, a seguir:

EMENDA N 1 C.C.J.

Ao art. 1 Acrescente-se, In fine: "...desde que, revestidos das formalidades

essenciais, se destinem a produzir efeito no municpio onde foram emitidos."

EMENDA N 2 C.C.J.

Ao art. 2 Suprima-se. Sala das Comisses, em 30 de abril de 1968.

Menezes Pimentel, Presidente eventual Aloysio de Carvalho, Relator Edmundo Levi Wilson Gonalves Bezerra Neto Argemiro de Figueiredo lvaro Maia.

PARECER

N 377, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de Lei da Cmara n 42, de 1968, que dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos Programa Indstria.

Relator: Sr. Jos Ermrio O projeto, de iniciativa do Poder

Executivo, dispe sbre o oramento pluria-

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nual de investimentos para o trinio 1968- 1970.

Coube-nos relatar o programa Indstria, motivo pelo qual abordamos alguns problemas da indstria nacional.

2. O ltimo semestre de 1966 foi caracterizado, como salienta a mensagem do Sr. Presidente da Repblica, por uma retrao nos negcios, propiciando o declinio da produo industrial e um clima de incerteza ao empresrio. O incio de 1967 foi marcado pelo adiamento da tomada de decises, quanto ao programa de produo e reposio de estoques. Tudo fz crer que a produo industrial no causou aumento superior a 3% durante o ano de 1967, se que os dados definitivos no acusaro a estagnao ou o declnio de produo per capita.

Os fatres que contriburam para manter estacionria a produo per capita so descritos como a insuficincia da procura e o desnimo do empresrio em promover novos investimentos.

O primeiro fator no fenmeno nvo, estrutural, e se nota seu recrudescimento desde 1963, provocado pela acelerao inflacionria de custos. A poltica anti-inflacionria e de conteno salarial no propiciou os efeitos desejados, na medida em que o Pas no incrementa a procura global.

No que diz respeito indstria nacional, no ano passado, surgiu um fato nvo: a concorrncia de produtos manufaturados estrangeiros. Com a supresso da categoria especial, a reduo geral das tarifas e a manuteno de uma poltica cambial em que o cruzeiro tendeu a permanecer demasiadamente valorizado, os referidos produtos passaram a mover, em certos casos, concorrncia direta e, de modo geral, concorrncia indireta, ao absorver poder aquisitivo que seria normalmente empregado na compra de artigos nacionais.

SIDERURGIA: Na indstria siderrgica, foi criado um Grupo

Consultivo para estudar e elaborar um relatrio conclusivo, para o Govrno estabelecer uma poltica, a curto, mdio e longo prazo, visando ao desenvolvimento de sua plena potencialidade.

As emprsas estatais conseguiram ampliar o mercado externo do ao brasileiro ampliando a rea na ALALC e fora dela, exportando um total de 300 mil toneladas.

METAIS NO-FERROSOS: Foram aprovados projetos de instalao de

uma usina produtora de alumnio em lingotes e trs projetos de expanso de fbricas produtoras de cabos. Houve um acrscimo de 15,5% na produo de alumnio primrio.

Foram intensificadas as pesquisas e prospeco de cobre e cassiterita, visando a reduzir a importao dste minrio.

Quanto ao zinco eletroltico, ser concluda a construo de uma usina em Trs Marias (MG) que funcionar em 1968.

QUMICA E PETROQUMICA: Foi mantida a poltica de estmulos

implantao de novas unidades, visando a eliminar as importaes.

A indstria de lcalis sdicas por intermdio da Companhia Nacional de Alcalis atendeu ao consumo do mercado interno de barrilha, prevendo a ampliao de sua capacidade de produo para 200 mil toneladas por ano.

O GEIQUIM aprovou importante projeto, que permitir o aproveitamento do cloreto de sdio das jazidas de sal-gema do Nordeste, para produo de soda custica.

A criao da "Petroquisa", subsidiria da PETROBRS, por associao com emprsas particulares, trar grandes investimentos nesta rea.

18 No setor de fertilizantes, inicia-se pesquisa

para avaliao das jazidas de potssio em Sergipe; construo de uma unidade em Santos (SP) para produo de 500 toneladas por dia de amnia anidra e a complementao da unidade da PETROBRS para produo de amnia e uria na Bahia.

O setor mecnico eltrico atingiu melhor produtividade, reagindo fase recessiva por que passou o setor industrial em 1965.

O ramo de construo naval recebeu macias encomendas pela Comisso de Marinha Mercante, dando origem a expanso em outros ramos (produtores paralelos) como na indstria pesada, para atender aos grandes projetos de investimentos em energia eltrica, petroqumica e siderurgia.

A indstria automobilstica e de auto-peas sofre a racionalizao de linhas e reduo de custos devido crescente concorrncia interna.

A indstria de Construo Civil e de Materiais de Construo foi uma das mais beneficiadas, pela execuo dos programas habitacional, de energia, de transporte e de saneamento.

Na indstria de Materiais de Construo Civil, foi incrementada, principalmente a de cimento, cuja produo atingiu 6.405.700 toneladas. ste ano dever chegar a 7.000.000 toneladas.

Com os estmulos fiscais para investimentos nas reas da SUDENE e SUDAM, verificou-se a construo de grande nmero de fbricas-filiais nas respectivas reas, trazendo formao e utilizao da mo de obra local.

Ao "Programa Indstria" foram apresentadas, no Senado, duas emendas. A primeira, subscrita pelos Senadores Filinto Mller, Antnio Carlos e Manoel Villaa, corrige o texto do projeto, determinando a substituio da expresso

"Fundao Brasil Central" pela "Superintendncia do Desenvolvimento da Regio Centro-Oeste". A sua procedncia evidente: a referida "Fundao Brasil Central" no mais existe, foi extinta. Em seu lugar foi criada a "Superintendncia do Desenvolvimento da Regio Centro-Oeste" SUDECO, conforme se verifica da Lei n 5.365, de 1967. Impe-se, assim, a alterao pretendida, razo porque opinamos pela aprovao da emenda.

A segunda, do Senador Antnio Carlos, inclui no subprograma metalurgia, na parte referente SIDESC, "estudos, projetos e incio da construo da usina siderrgica de Santa Catarina", aps a expresso: "Aproveitamento do rejeito piritoso para obteno de enxfre, cido sulfrico, xido de ferro e fertilizantes".

A parte j existente no projeto louvvel: o Brasil ainda no produz enxfre. Da oxidao dos produtos piritosos sai o xido de ferro, que deve ser aproveitado pela Siderrgica de Santa Catarina que, tambm, deve dispor dos seus recursos para os "estudos, projetos e incio da construo" da sua usina, to indispensvel aos seus trabalhos. Opinamos, assim, pela aprovao da emenda.

Finalmente, julgamos necessrio apresentar uma emenda, na parte referente ao Ministrio da Aeronutica, Subprograma Estudos e Pesquisas, mandando incluir, aps "Suprimentos e Equipamentos para o Instituto de Pesquisas e de Desenvolvimento", a expresso: "e para o Instituto de Tecnologia da Aeronutica". Conforme afirmamos na justificao da emenda, no h qualquer aumento de despesa. Temos, simplesmente, o objetivo de incluir o referido Instituto ITA que um dos maiores rgos e centro de estudos da Aeronutica, num setor que lhe prprio e especfico, com grandes e evidentes vantagens para a indstria aeronutica brasileira.

19 Diante do exposto, opinamos pela aprovao

do projeto, na parte relativa ao "Programa Indstria" e das Emendas nos 1, 2 e 3.

Sala das Comisses, em 25 de abril de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Jos Ermrio, Relator Antnio Carlos Bezerra Neto Manoel Villaa Jos Leite Fernando Corra Joo Cleofas Pessoa de Queiroz Carvalho Pinto Mem de S Carlos Lindenberg.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970 PROGRAMA Indstria Subprograma Manufatureira e outros Ministrio Interior

EMENDA N 1

Onde se l: Fundao Brasil Central Leia-se: Superintendncia do Desenvolvimento da

Regio Centro-Oeste.

Justificao

Extino da Fundao Brasil Central e criao da SUDECO, conforme a Lei n 5.365, de 1 de dezembro de 1967. Filinto Mller Antnio Carlos Manoel Villaa.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970

PROGRAMA Indstria Subprograma Metalurgia Projeto Complexo Carboqumico SIDESC Ministrio Das Minas e Energia rgo Comisso do Plano do Carvo

Nacional

EMENDA N 2

Onde se l: Aproveitamento de rejeito piritoso para

obteno de enxfre, cido sulf-

rico, xido de ferro e fertilizantes 1968 NCr$ 5.000.000; 1969 NCr$ 7.000.000; 1970 NCr$ 8.000.000.

Leia-se: Aproveitamento de rejeito piritoso para

obteno de enxfre, cido sulfrico, xido de ferro, fertilizantes e estudos, projetos e incio da construo da usina siderrgica de Santa Catarina S.A. 1968 NCr$ 5.000.000; 1969 NCr$ 8.000.000; 1970 NCr$ 10.000.000. Antnio Carlos.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970

PROGRAMA Indstria Subprograma Estudos e Pesquisas Projeto Suprimentos e Equipamentos para

Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento Ministrio Da Aeronutica rgo Ministrio da Aeronutica

EMENDA N 3

Onde se l: Ministrio da Aeronutica Suprimentos e Equipamentos para o Instituto

de Pesquisas e Desenvolvimento 1968 NCr$ 1.647.900; 1969 NCr$ 2.900.000; 1970 NCr$ 3.760.000.

Leia-se: Ministrio da Aeronutica Suprimentos e Equipamentos para o Instituto

de Pesquisas e Desenvolvimento e para o Instituto de Tecnologia da Aeronutica 1968 NCr$ 1.647.900; 1969 NCr$ 2.900.000; 1970 NCr$ 3.760.000.

Justificao

No h aumento de despesas. Objetivamos

incluir o referido Instituto porque representa um centro de Estudos e Pesquisas e Desenvolvimento da Tecnologia Nacional numa rea to especfica, trazendo grandes vantagens para a indstria aeronutica brasileira. Jos Ermrio.

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PARECER N 378, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de

Lei da Cmara n 47, de 1968 (n 1.100-B/68, na Casa de origem), que dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970 Programa: Comunicaes.

Relator: Sr. Fernando Corra De iniciativa do Poder Executivo e elaborado

na forma da Lei Complementar n 3/67, o presente Projeto de Oramento Plurianual de Investimentos compreende o trinio 1968-1970 e representa, sem dvida, um nvo passo no processo de aperfeioamento, a que o planejamento e a ao governamental esto se dedicando.

Ressalte-se o fato de ser a estruturao de planejamento governamental muito recente e que, para a elaborao dste primeiro oramento plurianual, foi necessrio coordenar e orientar um grande nmero de unidades administrativas.

As falhas ou imperfeies encontradas so plenamente justificadas pela premncia de tempo, imposta pela Carta Magna.

Os Oramentos Anuais, de estudo e elaborao mais conhecidos, ainda apresentam imprecises, que esto sendo eliminadas ano aps ano.

Para melhor eficincia do presente oramento, ser necessrio que se observe a sua execuo prtica, verificando-se as suas deficincias e falhas, com a finalidade de alter-lo, reformulando-o de forma a que possa atender s reais necessidades dsse setor.

ste plano assegurar ao Executivo a execuo do seu "Programa Estratgico de Desenvolvimento".

A parte que nos foi designada para relatar refere-se ao Programa: Comunicaes.

Na Cmara foram introduzidas algumas pequenas modificaes e supresses, ao Programa, que, no entanto, no alteraram substancialmente o Projeto.

Esclarece a Mensagem que o "Programa Estratgico de Desenvolvimento" resume a preocupao e as disponibilidades do Govrno, objetivando:

"a) atacar vigorosamente e diretamente as causas de elevao de custos;

b) elevar a eficincia do sistema produtivo, e de modo especial, a do setor pblico;

c) possibilitar a expanso da produo procurando enfrentar e resolver as principais deficincias e pontos de estrangulamento da infra-estrutura;

d) habilitar o homem brasileiro para o processo de desenvolvimento".

Para a consecuo dstes objetivos gerais, o Executivo atuar em novas reas estratgicas, entre as quais, sob o ttulo "Eliminao das Principais Deficincias e Ponto de Estrangulamento Existentes na Infra-Estrutura Econmica", esto contidos os programas prioritrios de Comunicaes.

POLTICA DE COMUNICAES

Criado pela reforma administrativa, o

Ministrio das Comunicaes ser o rgo executor e normativo das diretrizes gerais nesta rea especfica.

Em curto prazo, elaborou o "Plano Nacional de Telecomunicaes" e a necessria coordenao com os Governos Estaduais, para o desenvolvimento paralelo das rdes regionais, e as conexes com os sistemas nacionais.

A EMBRATEL iniciou, em 1967, a implementao do chamado "Sistema Nacional de Telecomunicaes", que abran-

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ger todo o territrio nacional, compreendendo: a) Sistema de Telecomunicaes Tronco

Sul integrando os Estados de So Paulo, Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

b) Nvo Sistema de Comunicaes Rio So Paulo substituindo o atual enlace de microondas, de 360 canais para um sistema de alta capacidade com dois canais de rdiofrequncia, cada um para 1.800 canais telefnicos;

c) Nvo Sistema de Comunicaes Rio Belo Horizonte Braslia tambm substituindo o atual por um nvo, de alta capacidade, com 900 canais entre Rio e Belo Horizonte e 420 entre Belo Horizonte e Braslia;

d) Sistema de Telecomunicaes Tronco Nordeste partindo de Belo Horizonte, atingindo as cidades de Governador Valadares, Salvador, Aracaju, Macei, Recife, Joo Pessoa, Natal e Fortaleza;

e) Sistema de Telecomunicaes Centro-Oeste integrar esta vastssima rea ao Sistema Nacional, por meio de microondas de alta capacidade; partindo de So Paulo, atender as cidades de Sorocaba, Bauru, Botucatu, Marlia, Presidente Prudente e Campo Grande;

f) Sistema de Telecomunicaes So Paulo Uberaba Braslia com a consolidao e transferncia total dos rgos governamentais para Braslia, prevendo uma possvel sobrecarga em Sistema anterior (item c), ste circuito funcionar como alternativa de trfego;

g) Sistema de Telecomunicaes Rio Vitria colocar o Estado

do Esprito Santo no Sistema Nacional (EMBRATEL) e interligar as cidades de Campos e Cachoeiro do Itapemirim.

PROGRAMA-SATLITE

Visa a colocar todo o Sistema Nacional de Telecomunicaes em conexo com os demais pases que assinaram o "Acrdo Internacional de Telecomunicaes".

A construo da estao terrestre j foi objeto de uma concorrncia internacional, estando em andamento em Itabora, no Estado do Rio, a fase inicial de sua instalao e montagem.

DEPARTAMENTO DOS CORREIOS E

TELGRAFOS

A reforma administrativa prev a transformao do atual D.C.T. em rgo de Administrao Indireta, integrando e dinamizando o atual Departamento na Poltica da Telecomunicaes.

Como medidas preliminares, o Ministrio procedeu ao estudo do custo industrial postal e a construo do primeiro centro de triagem automtica em So Paulo, prevendo outros dois no Rio de Janeiro e em Prto Alegre.

As rdes de Telex e Telegrfica esto em face de expanso e das nove centrais de Telex previstas, inicialmente, 4 j esto concludas e as demais entraro em funcionamento at o fim do 1 semestre de 1968.

Examinando-se o Projeto, verifica-se haver um programa, global a ser executado, paralelamente, em vrios rgos da Administrao Centralizada, coordedenados pelo Ministrio das Comunicaes.

Os Subprogramas esto coerentes com a Poltica de Telecomunicaes e com os seus objetivos.

Cabe, ainda, considerar que o Oramento Federal no reflete a totalidade dos investimentos governamentais. Nle

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esto consignados smente os recursos federais, sem referncia aos recursos provenientes dos Governos regionais (Estadual e Municipal) e, ainda, aos dos rgos de Administrao Indireta, sem subvenes do Tesouro Nacional.

Do quadro total das dotaes, o Programa: Comunicaes est com o percentual de 1,3%, valor que pode ser considerado irrisrio se no levarmos em conta que a Poltica de Telecomunicaes foi iniciada em 1967.

Comparando-se as dotaes de 1968 e 1970 o Ministrio das Comunicaes ter um incremento de 117%, taxa de elevao aprecivel para uma poltica to recente.

de se ressaltar que, nas dotaes dste campo to especfico, no esto consignados os recursos provenientes do exterior.

Diante do exposto, opinamos pela aprovao do Projeto na parte referente ao Programa Comunicaes e das duas emendas a le apresentadas.

Sala das Comisses, em 29 de abril de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Fernando Corra, Relator Pessoa de Queiroz Jos Leite Manoel Villaa Mem S Bezerra Neto Antnio Carlos Sigefredo Pacheco.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970

PROGRAMA Comunicaes Subprograma Administrao Ministrio Fazenda rgo P.D.F.

EMENDA N 1

Suprima-se nos projetos: Reequipamento do Dep. de Telefones

Urbanos e Interurbanos. Parques de Servios do Dep. de Telefones

Urbanos e Interurbanos.

Justificao

A dotao excessiva para a finalidade proposta. A reduo visa a angariar recursos para atendimento de projetos prioritrios, envolvendo, inclusive, a contrapartida brasileira a diversos convnios com a USAID, e o BID e a Organizao Mundial de Sade, os quais, sem essa contrapartida, no sero cumpridos pelos citados organismos. Alm disso, o DTUI foi extinto, sendo criada em seu lugar a COTELB, emprsa privada que no poder receber a dotao destinada NOVACAP (DTUI). Manoel Villaa.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970 PROGRAMA Comunicaes Subprograma Telecomunicaes Projeto Sistema Secundrio Tronco Sul Ministrio Comunicaes rgo D.C.T.

EMENDA N 2

Onde se l: Sistema Secundrio Tronco Sul Prosseguimento e concluso da linha tronco

sul de ondas portadoras, inclusive obras civis e aquisio de equipamentos e cabos de interligao 1968 NCr$ 300.000; 1969 NCr$ 889.000; 1970 NCr$ 1.270.000.

Leia-se: Sistema Secundrio Tronco Sul 1968 NCr$

300.000; 1969 NCr$ 889.000; 1970 NCr$ 1.270.000.

Prosseguimento e concluso da linha tronco sul de ondas portadoras, inclusive obras civis e aquisio de equipamentos e cabos de interligao, de acrdo com os projetos prviamente aprovados pelo rgo competente. Mello Braga.

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PARECER N 379, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de

Lei da Cmara n 42, de 1968 (n 1.100-B/68, na Cmara), que dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970 Programa: Comrcio.

Relator: Sr. Joo Cleofas Ao encaminhar ao Congresso o Projeto de

Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970, o Presidente da Repblica informa que a ao governamental se concentra em nove reas estratgicas, entre elas:

I elevao de produo e da produtividade agrcolas; expanso das facilidades de crdito; fortalecimento do poder de compra da populao rural;

II ruptura das barreiras do abastecimento, soluo dos principais problemas ligados estrutura e ao funcionamento da comercializao de alimentos.

III ampliao do mercado interno e externo. O ltimo tem representa uma sntese do

empenho governamental, que consiste no-smente na dinamizao da ao pragmtica, mas na eliminao de empecilhos que dificultam a comercializao dos produtos.

No Programa: Comrcio, que foi aprovado sem emendas na Cmara dos Deputados, esto compreendidos quatro Subprogramas a saber: Administrao, Metrologia, Seguros e Capitalizao e Promoo.

Merece ateno especial o Subprograma: Metrologia, para o qual foram destacados NCr$ 2.197.000,00, em 1968; NCr$ 2.385.000,00, em 1969 e NCr$ 2.370.000,00, em 1970.

Tambm o Subprograma: Promoo de grande significao, tendo sido destacados NCr$ 2.000.000,00, para 1968; NCr$ 1.814.000,00, para 1969, e NCr$ 1.802.000,00, para 1970.

Para o Subprograma: Seguros e Capitalizao, as dotaes foram as seguintes: NCr$ 100.000,00, em 1968, NCr$ 150.000,00, em 1969, e NCr$ 200.000,00, em 1970.

Quanto ao Subprograma Administrao, foram destinados NCr$ 129.500,00, em 1968; NCr$ 1.376.583,00, em 1969 e NCr$ 808.460,00, em 1970.

Apenas uma emenda foi apresentada ao programa, de autoria do Senador Manoel Villaa. Essa emenda suprime o projeto Servios de Intersse Pblico, do Subprograma Administrao.

Somos pela aprovao do programa em exame, do projeto de oramento plurianual de investimentos com a emenda supressiva do Senador Manoel Villaa.

Sala das Comisses, em 25 de abril de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Joo Cleofas, Relator Pessoa de Queiroz Carvalho Pinto Jos Leite Fernando Corra Bezerra Neto Antnio Carlos Carlos Lindenberg.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970 PROGRAMA Comrcio Subprograma Administrao Projeto Servios de Intersse Pblico

Ministrio Fazenda rgo P.D.F.

EMENDA N 1

Suprima-se o projeto.

Justificao

A dotao excessiva para a finalidade proposta.

A reduo visa a angariar recursos para atendimento de projetos prioritrios, envolvendo, inclusive, a

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contrapartida brasileira a diversos convnios com a USAID, o BID e a Organizao Mundial de Sade, os quais, sem essa contrapartida, no sero cumpridos pelos citados organismos. Alm disso no tem cabimento a incluso, num documento desta natureza, de verba para mictrios, bancas de jornais e de engraxates. Manoel Villaa.

PARECER

N 380, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de Lei da Cmara n 42, de 1968 (n 1.100-B/68, na Cmara), que dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970, na parte referente ao Programa de Assistncia e Previdncia.

Relator: Sr. Bezerra Neto O projeto, ora submetido nossa

considerao, decorre de mensagem do Poder Executivo, dispondo sbre o Oramento Plurianual de Investimentos, para o trinio de 1968-1970, dle constando o programa de, Assistncia e Previdncia, que nos cumpre relatar.

Cumpre salientar que a modalidade de oramento sob exame constitui verdadeira inovao na nossa poltica econmica e financeira, tendo sido formulado em obedincia ao disposto no pargrafo nico do art. 63 da Constituio e na Lei Complementar n 3, de 7 de dezembro de 1967.

Na mensagem que acompanha o projeto, o Sr. Presidente da Repblica explana os princpios de poltica econmica adotados pelo Govrno e faz remisso s suas "Diretrizes de Govrno", publicadas em julho de 1967. Ao examinar o mencionado oramento vemos que, no setor de Assistncia e Previdncia, pe em destaque stes aspectos:

a) proteo ao desempregado, atravs de um auxlio-desemprgo, que dever evoluir para um seguro-desemprgo e que dever bene-

ficiar, em carter transitrio, queles que "querendo e podendo trabalhar, no conseguem emprgo";

b) no tocante Previdncia Social, promete o Govrno "pr prova sua capacidade de reformar-se e de atingir nvel satisfatrio de rendimento, na prestao de servios pblicos". Acentua ainda que, atravs da unificao dos Institutos de Aposentadoria e Penses, a Previdncia assumiu o encargo de pagar crca de dois milhes de benefcios pecunirios por ms, alm da assistncia mdica. Com vistas ao aumento de produtividade dste importante setor da mquina administrativa, procurar o Govrno utilizar-se da descentralizao, especialmente no que tange assistncia mdica, da simplificao de mtodos, buscando a desburocratizao. Lutar, tambm, para expandir a assistncia aos trabalhadores rurais, utilizando os fundos do FUNRURAL;

c) inovao das mais auspiciosas, e merecedora de nossos encmios, constitui a promessa de que, dentro das diretrizes do Govrno, constar a incluso de estudos relativos implantao paulatina da segurana social em nosso Pas. No Brasil, como se sabe, a Previdncia Social existe apenas para os trabalhadores urbanos, excetuadas, assim mesmo, as empregadas domsticas. A Segurana Social, velha aspirao dos que militam no setor previdencirio e assistencial, j adotada na Nova Zelndia e na Inglaterra, e, em plano ligeiramente inferior, na Frana, no Mxico e na Sucia.

Feitas estas consideraes preliminares, passaremos agora a um exame, ain-

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da que perfunctrio, dos dados referentes ao programa que nos interessa:

1) foram destinados Assistncia e Previdncia, para o trinio 1968-1970, um total de NCr$ 15.860.559,00 (quinze milhes, oitocentos e sessenta mil, quinhentos e cinqenta e nove cruzeiros novos), assim distribudos: 1968. NCr$ 5.812.544,00 (cinco milhes, oitocentos e do-

ze mil, quinhentos e quarenta e quatro cruzeiros novos); 1969 NCr$ 5.256.150,00 (cinco milhes, duzentos e cinqenta e seis mil, cento e cinqenta cruzeiros novos); 1970 NCr$ 4.821.865,00 (quatro milhes, oitocentos e vinte e um mil, oitocentos e sessenta e cinco cruzeiros novos);

2) as mencionadas dotaes foram distribudas conforme o seguinte quadro:

PROGRAMA: ASSISTNCIA E PREVIDNCIA APLICAO NO TRINIO

1968 1969 1970 Administrao ........................................................................................ 1.008.478 1.064.689 748.454 Assistncia Social .................................................................................. 4.033.816 3.043.761 3.154.111 Previdncia ............................................................................................ 17.740 60.500 37.500 Assistncia ao Trabalho......................................................................... 749.310 1.077.950 872.550 Estudos e Pesquisas.............................................................................. 3.200 9.250 9.250 TOTAL ........................................................................ 5.812.544 5.256.150 4.821.865

Verificamos, ainda, que o citado programa

foi objeto, na Cmara, apenas de duas emendas de redao, no tendo sido alterado em sua essncia.

Entendemos que ste importante setor da vida administrativa do Pas est a merecer providncia do Govrno, no sentido de atribuir-lhe sua verdadeira misso.

A verdade que a assistncia ao trabalho urbano mnima e inexistente quanto ao trabalhador rural.

Vemos, nas precitadas diretrizes do Govrno, o objetivo ainda tmido de melhorar tal quadro, no s no que diz respeito assistncia mdica como, inclusive, quanto instituio gradativa de uma segurana social. Mas a esta altura no nos cabe oferecer emendas e acreditamos que no decorrer do exerccio possam surgir e prosperar iniciativas de correo.

O parecer pela aprovao do Programa e pela rejeio das emendas.

Sala das Comisses, em 29 de abril de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Bezerra Neto, Relator Fernando Corra Antnio Carlos Pessoa de Queiroz Mello Braga Manoel Villaa Mem de S Jos Leite.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970 PROGRAMA Assistncia e Previdncia Subprograma Assistncia Social Projeto Construo de Clnica Psiquitrica Ministrio Sade

EMENDA N 1

Construo da Clnica Psiquitrica de Agudos,

anexa ao Hospital Portugal Ramalho, em Macei: 1969 NCr$ 300.000,00; 1970 NCr$ 300.000,00.

Justificao

O problema da assistncia ao doente

mental imperativo social e humano.

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Com a cooperao dos rgos tcnicos do Ministrio da Sade e sob sua inspirao fz o Estado de Alagoas realizar o projeto da Clinica Psiquitrica de Agudos, com a finalidade de dar aos seus tcnicos condies de trabalho til no setor psiquitrico. As dotaes anuais do Servio de Doenas Mentais so totalmente insuficientes para a execuo do projeto. Da a presente emenda que atender a problema inadivel. Rui Palmeira Teotnio Vilela Arnon de Mello.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970 PROGRAMA Assistncia e Previdncia Subprograma Assistncia ao Trabalho Projeto Construo da Sede Ministrio Trabalho rgo Deleg. Reg. Trab. Alagoas

EMENDA N 2

Construo da Sede da Delegacia Regional do

Trabalho em Alagoas: 1969 NCr$ 250.000,00; 1970 NCr$ 100.000,00.

Justificao

Est a Delegacia Regional do Trabalho em

Alagoas em instalaes alagadas. E dispensa-se justificar a necessidade de instalao prpria e capaz de abrigar os rgos de to importante setor da administrao. Rui Palmeira Teotnio Vilela Arnon de Mello.

PARECER

N 381, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de Lei da Cmara n 42, de 1968 (n 1.100-B/68, na Cmara), que dispe sbre o Oramento Plurianual_de Investimentos para o, trinio1968-1970 Programa: Recursos Naturais.

Relator: Sr. Mem de S O programa referente a RECURSOS

NATURAIS aparece, no Projeto de Or-

amento Plurianual de Investimentos, com grande singeleza, revelando, com isto, como se acha nosso Pas, atrasado em seus programas de investigao e apropriao dos imensos recursos com que a Natureza o dotou.

Para o trinio esto previstas dotaes de 36,5 milhes de cruzeiros novos para 1968; 37,9 para 1969 e 43,4 em 1970, em nmeros redondos.

Por sua vez; o conjunto do Programa se divide em apenas trs subprogramas: o 1 relativo ADMINISTRAO, o 2 a PROSPECO E AVALIAO e o 3 a ESTUDOS E PESQUISAS.

Para a Administrao, as verbas, no conjunto do Trinio, somam crca de 2,6 milhes de cruzeiros novos, destinados em parte coordenao das pesquisas e, em parte, ao reequipamento e instalao de seis distritos regionais, bem como ampliao da sede.

Para a Prospeco e Avaliao, como no podia deixar de ser, figuram as dotaes maiores, num total de 98,5 milhes de cruzeiros novos, aproximadamente, para os trs anos.

Para Estudos e Pesquisas as verbas montam, apenas, na, soma do trinio, a pouco mais de 16 milhes de cruzeiros novos.

stes parcos, ou nfimos, recursos financeiros, esto distribudos pelo Ministrio das Minas e Energia e pelo Ministrio do Interior. Os rgos daquele so: o Departamento Nacional de Produo Mineral, a Comisso Nacional de Energia Nuclear a Comisso do Plano do Carvo Nacional, o Departamento Nacional de Aguas e Energia. Os do segundo so smente a Superintendncia do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), a Superintendncia do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO) e a Superintendncia do Desenvolvimento da Amaznia (SUDAM).

Ao todo, o Programa inclui apenas 18 "projetos" ou rubricas.

27 No necessrio ser gelogo, mineralogista

ou economista para perceber que ste setor do Projeto denota, mais do que qualquer outra, a extrema carncia de recursos oramentrios, ou, noutras palavras, a extrema penria de nossas receitas e poupanas para os problemas fundamentais ao ideal do desenvolvimento ptrio.

Com exceo de meia dzia de minerais j adequadamente estudados e conhecidos, o Brasil prticamente se desconhece, ignorando as riquezas em potencial que jazem nas entranhas de seu solo. O programa do Ministrio das Minas e Energia, conquanto digno de maior encmio, por se tratar de um plano criteriosamente estabelecido para a pesquisa, a prospeco, os estudos, a avaliao de nossos recursos minerais peca, smente, pela modstia ou insignificncia de sua envergadura, por falta de meios financeiros para uma programao menos desambiciosa.

No Projeto ora sob estudo, as minguadas dotaes refletem e confirmam stes assertos.

No momento, porm, no h outra soluo possvel e o Programa que nos cabe relatar merece plena aprovao desta Comisso e do Plenrio.

Damos, igualmente, parecer favorvel s duas emendas apresentadas pelo nobre Senador Manoel Villaa.

Resumem-se elas em reduzir de uma pequena parcela o "projeto" intitulado "Prospeco de Jazidas Minerais": "Pesquisas geofsicas e geoqumicas em reas de ocorrncias minerais importantes para a avaliao das possibilidades econmicas de explorao" e carrear as somas dle subtradas para o "projeto" denominado "Prospeco de Minrios Nucleares: Localizao de depsitos naturais de urnio, trio e outros elementos". Ambos os projetos pertencem ao mesmo subprograma: "Prospeco e Avaliao". O primeiro dos projetos ci-

tados apresenta verbas relativamente ponderveis, no total de crca de 71,7 milhes de cruzeiros novos, tendo em vista que elas se destinam prospeco de jazidas minerais em geral. J o segundo, relativo apenas prospeco de minrios nucleares, figura com dotaes insignificantes: 3,6 milhes de cruzeiros. Tais importncias, para serem despendidas em trs, anos, se tornan prticamente inteis, no consenso geral dos tcnicos em minrios atmicos. Na CPI instalada na Cmara dos Deputados, para investigar a questo da explorao de nossos minrios e do uso da energia termo-nuclear no Brasil, as maiores autoridades na matria asseveraram que aquelas dotaes no permitiriam as pesquisas e prospeco indispensveis para a localizao dos depsitos naturais de urnio e trio. Ora, esta , evidentemente, a operao preliminar, da qual depender o futuro de nosso desenvolvimento no uso e na explorao da energia atmica. Doutra parte, tal explorao sobretudo atravs de reatores para a produo de energia e do emprgo desta energia tambm para a dessalinizao da gua do mar, entre outras aplicaes de maior transcendncia sabida e indiscutvelmente, de importncia capital para o desenvolvimento de nossa tecnologia, de nossa economia e de nossa produtividade:

Atendendo a tais argumentos, muito bem expostos pelo Senador Manoel Villaa, autor das duas emendas ora em exame, e tendo em considerao que, de todos os minerais, os nucleares, so, na hora em que vivemos, os que despertam a maior ateno e a absoluta prioridade de pesquisa em todo o mundo, afigura-se-nos que o aumento das dotaes para o objetivo indicado, em crca de 9 milhes de cruzeiros, tem inteira procedncia e oportunidade. As dotaes previstas no projeto, para a prospeco de minrios nucleares passam de 3,6 milhes para 12,8 milhes de cruzeiros novos, quantia considerada suficiente para

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intensificar as prospeces, permitindo ao Brasil dar um passo decisivo em sua marcha para o desenvolvimento.

Em concluso: a Comisso de Finanas d parecer favorvel ao projeto sbre o "Programa Recursos Naturais" e s duas emendas a le oferecidas.

Sala das Comisses, em 30 de abril, de 1968. Argemiro de Figueiredo, Presidente Mem de S, Relator Bezerra Neto Mello Braga Jos Leite Manoel Villaa Pessoa de Queiroz Sigefredo Pacheco Fernando Corra Antnio Carlos.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-1970

PROGRAMA Recursos Naturais Subprograma Prospeco e Avaliao. Projeto Prospeco de Minrios Nucleares Ministrio Minas e Energia rgo Comisso Nacional de Energia Nuclear

EMENDA N 1

Prospeco de minrios nucleares

Localizao de depsitos naturais de uranio, trio e outros elementos.

Onde se diz: 1968 NCr$ 800.000,00; 1969 NCr$ 1.000.000,00; 1970 NCr$ 1.800.000,00. Diga-se: 1968 NCr$ 800.000,00; 1969 NCr$ 4.000.000,00; 1970 NCr$ 8.000.000,00.

Justificao

So exguas e, portanto, praticamente inteis,

as dotaes constantes do Projeto e do Substitutivo, para a finalidade indicada. Parece matria incontroversa a transcendncia de o Brasil ingressar resolutamente na era da explorao da energia atmica para objetivos pacficos, especialmente para a, produo de energia tomo-eltrica. Para tanto, indispensvel e urgente se faz que sejam localizadas, para explorao econmica posterior, os depsitos naturais de urnio, trio e outros elementos. Os depoimen-

tos prestados perante a Comisso Parlamentar de Inqurito, instalada na Cmara dos Deputados, pelas maiores autoridades nacionais, nesta matria, so unnimes em proclamar que carecemos de recursos substanciais para a localizao daqueles depsitos, passo inicial de todo o processo. Da a presente emenda, que se afigura indispensvel para a grandiosa finalidade.

A fim de conseguir os recursos necessrios aos aumentos indicados na emenda, atravs de uma outra propomos redues correspondentes em outra dotao que figura no mesmo Programa e Subprograma, sob a designao: Prospeco de Jazidas Minerais, tambm do Ministrio das Minas e Energia. As pingues verbas ali consignadas, para a prospeco de jazidas minerais em geral, permitem a reduo, que, como dito, visa a reforar a prospeco especial dos minerais atmicos, devido sua importncia essencial, na era em que vivemos. Manoel Villaa.

ORAMENTO PLURIANUAL 1968-970

PROGRAMA Recursos Naturais Subprograma Prospeco e Avaliao Ministrio Das Minas e Energia rgo Departamento Nacional da Produo

Mineral. EMENDA N 2

Prospeco de Jazidas Minerais:

Pesquisas geofsicas" e geoqumicas em reas de ocorrncias minerais importantes para a avaliao das possibilidades econmicas de explorao.

Onde se diz: 1968 NCr$ 24.706.000: 1969 NCr$ 22.040.000: 1970 NCr$ 25.000.000

Diga-se: 1968 NCr$ 24.706.000: 1969 NCr$ 19.040.000: 1970 NCr$ 18.800.000

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Justificao

A justificao da presente emenda se encontra na emenda em que se prope o aumento das dotaes, em 1969 e 1970, para a Prospeco de Minerais Nucleares Localizao de depsitos naturais de urnio, trio e outros elementos. Nela se defende a imperiosa necessidade de ampliar os recursos financeiros para que o Brasil possa desenvolver sua tecnologia e suas aplicaes da energia nuclear para fins pacficos, particularmente para reatores termo-nucleares. Trata-se de imperativo de defesa e de segurana do Brasil, fundamental para seu futuro.

Embora reconheamos e proclamemos a importncia, o alcance a relevncia da dotao referente s "pesquisas geofsicas e geoqumicas em reas de ocorrncias minerais importantes", pois as pesquisas de jazidas minerais em geral so da maior utilidade, e necessidade, tambm para o desenvolvimento e a riqueza futura do Pas, parece-nos que, no momento atual, no podendo dispor de outra fonte de recursos que alimentem nossa emenda relativa a depsitos de minerais nucleares fica justificada a reduo proposta. Sacrifica-se o que menos urgente e menos relevante, apesar de tudo, pelo que mais do que urgente e mais do que relevante. Manoel Villaa

PARECER

N 382, DE 1968

da Comisso de Finanas, sbre o Projeto de Lei da Cmara n 42, de 1968 (n 1.100-B/68, na Cmara), que dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970 Programa: Transportes.

Relator: Sr. Jos Leite O presente projeto, de iniciativa do Poder

Executivo, dispe sbre o Oramento Plurianual de Investimentos para o trinio 1968-1970.

2. Fomos incumbidos de estudar e opinar sbre o programa Transportes. Abordaremos, por conseguinte, alguns aspectos do projeto relacionados com a poltica nacional de transportes.

3. Convm, inicialmente, fazer referncia s linhas gerais da proposio.

A Mensagem esclarece que: "O programa estratgico, que se executar

atravs dste e de outros importantes instrumentos de ao, dever, segundo espera o Sr. Presidente da Repblica, conduzir a uma substancial acelerao do desenvolvimento nacional, nesta nova e decisiva etapa em que se pretende assegurar ao processo condies de auto-sustentao, mediante a diversificao e integrao das vrias fontes de dinamismo, a expanso do mercado interno, a promoo de exportaes e outras medidas programadas".

ste trecho, para ns, expressa bem a poltica scio-econmica da atual Administrao.

Essa diretiva, de carter geral, se vincula poltica de transportes quando, na Mensagem, se declara que o desenvolvimento , sobretudo, crescimento efetivo da demanda global. Portanto, admite que a formao de um adequado sistema nacional de transportes pr-requisito para que a economia possa sustentar seu crescimento, principalmente quando o processo de substituio de importao se esgotou, isto , quando h que se dar nfase expanso do mercado domstico.

Essa macro-deciso confirmada quando, para suprir o arrefecimento do dinamismo da substituio de importaes, a estratgia para nova etapa adota o dinamismo dos transportes (item III). E isso porquanto os investimentos na via ou no veculo propiciam significativos efeitos multiplicadores e aceleradores. Por conseguinte, a imagem bra-

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sileira de um arquiplago econmico foi substituda pela de uma sociedade de consumo em massa, social e espacialmente.

Ademais, sob o ttulo de Desenvolvimento Regional l-se:

"A formulao de diretivas bsicas da poltica regional brasileira ( qual a de transportes est ntimamente relacionada) compreende dois objetivos centrais:

a) conduzir a economia das principais reas-problemas a um estgio de desenvolvimento auto-sustentvel;

b) promover a integrao progressiva do espao econmico nacional".

4. Objetivamente, interessa-nos, aqui, o conjunto de medidas que atendam s diretivas que se fz aluso.

Segundo a Mensagem, a eliminao das principais deficincias e pontos de estrangulamento existentes na infra-estrutura econmica so:

"1) A recuperao do transporte martimo, fluvial e ferrovirio;

2) acelerao do programa de rodovias prioritrias;

3) modernizao e especializao da estrutura de transportes: instalaes porturias e transportes, especializados, frota de graneleiros, etc.;

4) aumento de produtividade do transporte areo; melhoria de qualidade dos servios aeroporturios e de proteo ao vo".

Portanto, a poltica de transportes continua sendo a de que os transportes de insumos devem ser realizados por aquavias e ferrovias, enquanto que a de produtos, isto , o carreamento da fbrica ao consumo final ser feito pela rodovia. Em outras palavras, os transportes de massa, cuja velocidade tcnica e financeira pode ser mais lenta, ficaro a cargo do sistema ferrovia-prto-navegao. O produto final ou as cargas de alto valor econmico, que necessitam de um sistema que atenda s variaes espaciais e de intensidade, dos fluxos de consumo do mercado interno, continuaro sendo transportados pelo sistema rodovirio nacional. Em outra etapa, quando cessarem aquelas variaes, o sistema rodovirio dever ser substitudo pelo ferrovirio.

5. A fim de que o produto nacional cresa de 6% ao ano so necessrios investimentos governamentais, durante o trinio, na ordem de NCr$ 17,6 bilhes de cruzeiros novos. Em transportes