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Anais do Seminário Regional deEducação Ambiental e Escolas

Sustentáveis

Teresina, 20 a 22 de maio de 2015.

V. 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍReitor: Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes

Vice-Reitora: Prof.ª Dr.ª Nadir do Nascimento NogueiraSuperintendente de Comunicação Social:

Prof.ª Dr.ª Jacqueline Lima Dourado

CONSELHO EDITORIALProf. Dr. Ricardo Alaggio Ribeiro (Presidente)

Prof. Dr. Antônio Fonseca dos Santos NetoProf.ª Ma. Francisca Maria Soares Mendes

Prof. Dr. José Machado Moita NetoProf. Dr. Solimar Oliveira Lima

Prof.ª Dr.ª Teresinha de Jesus Mesquita QueirozProf. Dr. Viriato Campelo

Revisão: Edilce Madeiro de Lima

Editora da Universidade Federal do Piauí - EDUFPICampus Universitário Ministro Petrônio Portella

CEP: 64049-550 - Bairro Ininga - Teresina - PI - BrasilTodos os direitos reservados

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí

Biblioteca Comunitária Jornalista Carlos Castelo Branco

Nascimento, Francisco Alcides do.N244c A cidade sob o fogo: modernização e violência policial

em Teresina (1937–1945) / Francisco Alcides do Nascimento.- 2. ed. – Teresina: EDUFPI, 2015.358 p.: il.

ISBN 978-85-7463-297-71. Teresina - História. 2. História – Estado Novo. 3.

Revolução 1930 – Piauí. 4. Teresina – Modernização. I.Titulo.

CDD – 981.22

Seminário Regional de Educação Ambiental e Escolas Sustentáveis (2015 :Teresina, PI)

S471a Anais do Seminário Regional de Educação Ambiental e EscolasSustentáveis, Teresina, 20 a 22 de maio de 2015 / Organização, Maria MajaciMoura da Silva ... [et al.]. – Teresina : EDUFPI, 2015.330 p.

Evento realizado no Colégio Técnico de Teresina, promovido pelaUniversidade Federal do Piauí, com o apoio de instituições Federais,Estaduais e ONGs.

ISSN 2448-4261

1. Educação ambiental. 2. Escolas sustentáveis. 3. Sustentabilidade. 4.Diversidade. I. Silva, Maria Majaci Moura da. II. Título.

CDD 372.357 981 22

SUMÁRIO

COMISSÕES ............................................................... 05

APRESENTAÇÃO ........................................................ 09

PROGRAMAÇÃO ........................................................ 11

ARTIGOS COMUNICAÇÃO ORAL ................................ 13

ARTIGOS EM POSTERES ........................................... 113

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CENTRAL

Dra. MARIA MAJACI MOURA DA SILVA – Universidade Federal do PiauíDra. GRAÇA ARRAIS MEDINA – Universidade Federal do PiauíMS MARCOS ANTONIO TAVARES LIRA – Universidade Federal do PiauíDra. ROSILANE DE LIMA BRITO MAGALHAES – Universidade Federaldo PiauíDra. MARIA DE LOURDES ROCHA LIMA NUNES – UniversidadeFederal do PiauíESP. LUANAS MARIA BATISTA – Sec. de Educação do Estado do Piauí

COMISSÃO ORGANIZADORA:

ROSILANE LIMA MAGALHÃES – CTT/UFPICRISTIANE LOPES CARNEIRO DE ALBUQUERQUE - CTT/UFPIJOSÉ BENTO DE CARVALHO REIS – CTT/UFPILUANAS MARIA BATISTA - SEDUCMILCIADES GADELHA DE LIMA – FUNDAÇÃO AGENTEMARIA IZOLDA MONTE CARDOSO - IBAMACÉLIA M. SILVA - FUNASARAIMUNDA FERREIRA DAMASCENO VIEIRA - FUNASARAIMUNDO JOSÉ FONTENELE SOUSA - FIEPI/SENAIMARIA RITA BARBOSA DE SOUSA – CTT/UFPI

COMISSÃO CIENTIFICA

DR. GONÇALO MENDES DA CONCEIÇÃO – UEMADra. LUZINEIDE FERNANDES - UFPIMS. SIMONE PUTRIK – UFPIMS. ANA HELENA MENDES LUSTOSA - IBAMADra. MARIA MAJACI MOURA DA SILVA - UFPIMS MARCOS ANTONIO TAVARES LIRA - UFPIMS. FÁBIO ADRIANO SANTOS SILVA - UFPIMS VANIA MARIA GOMES DA COSTA LIMA – UFPIMS RAIMUNDA NONATA DA CRUZ OLIVEIRA – FUNASAEsp. JOAQUIM OLIVEIRA - SEMARDra. TALITA SALOMÃO - CODEVASF

COMISSÕES

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Dra MARIANA APARECIDA CARVALHARES - EMBRAPADra. MARIA DE LOURDES ROCHA LIMA NUNES – UFPI

COMISSÃO EXECUTIVA

RAIMUNDA NONATA DA CRUZ OLIVEIRA – FUNASARAIMUNDA FERREIRA DAMASCENO VIEIRA - FUNASA/SESAMMILCÍADES GADELHA LIMA - FUNDAÇÃO AGENTEFABIANO CATÃO CÓRDULA OURIQUES DIAS – CODEVASPJOSÉ BENTO DE CARVALHO REIS - CTT (UFPI)JOAQUIM OLIVEIRA - SEMARLUANAS MARIA BATISTA - SEDUC/SUPEAMARIA DAS GRAÇAS MEDINA ARRAIS - CCN/DB/UFPIMARCOS ANTONIO TAVARES LIRA - CT/UFPIROBÉRIO DOS SANTOS SOBRENO – EMBRAPA-MEIO NORTECÉLIA M. SILVA – FUNASARAIMUNDO JOSÉ FONTENELE SOUZA – FIEPI/SENAICRISTIANE LOPES CARNEIRO DE ALBUQUERQUE – CTT/UFPIANA HELENA MENDES LUSTOSA – IBAMA/PIMARIA IZOLDA MONTE CARDOSO – IBAMA-PIREVISORA DOS ANAIS – EDILCE MADEIRO DE LIMA

ASSESSORES

BRENDA KARINA DE A. PROCOPIODENILSON SOUSA MARTINSEDILCE MADEIRO DE LIMAERIKA BRENDA MONTEIRO XAVIEREMANNUEL VITOR PIRES DE MOURAFRANCINE DUTRA DE SENAGLÊNIO ALEX ALVES RIBEIROGUILHERME WENDEL ALVES PESSOAIEUNE CARVALHO DE MOURAJAINE DOS SANTOS SARAIVAJOSE PEREIRA DA SILVAJOSÉ ROBERT DA SILVA CARVALHOJÉSSICA TAIRINE PACHECO E SILVAJOABE DOS SANTOS SARAIVALAURA BORGES RODRIGUESLILIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA

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PABLO LAFAYETE DOS S. DELFINORENATA DO VALE GOMESRUDSON BRENO MOREIRA RESENDETHALIA DA COSTA ROCHAWILBENI ALEXANDRE E SILVA LIMA

PARCEIROS

- INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO – IFPI- FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA- SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO – SEDUC- FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO PIAUÍ – FIEPI/SENAI- FUNDAÇÃO AGENTE- COMPANHIA DE DESENV. DOS VALES DO SÃO FRANCISCO EPARNAIBA-CODEVASF- UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI - UESPI- INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOSNATURAIS- IBAMA- SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS –SEMAR- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA –EMBRAPA-SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE – SESAPI

ATIVIDADES PARALELAS:

Lançamento de livroExposição de Stands de livrosFeira da Economia SolidáriaStands Institucionais

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APRESENTAÇÃO

O I Seminário Regional de Educação Ambiental e EscolasSustentáveis, promovido pela Universidade Federal do Piauí, noColégio Técnico de Teresina com o apoio de instituições Federais,Estaduais e ONGs, ocorreu no período de 20 a 22 de maio de 2015.

A realização deste Seminário se justifica na perspectiva deestimular as escolas e a comunidade a participarem de projetos quepromovam a educação para sustentabilidade e a diversidade,valorizando a pessoa humana.

É fundamental envolver e estimular a participação dacomunidade escolar nas ações de educação ambiental desenvolvidasna localidade em que está inserida, contribuindo para a realização dediagnósticos socioambientais participativos, para o desenvolvimentode intervenções educacionais e para o fortalecimento do intercâmbioescola/comunidade, numa perspectiva de educação integral.

Uma interessante possibilidade de atuação é a construção, noâmbito da escola, de grupos de discussão e ação que envolvamestudantes, professores e funcionários que buscam trabalhar temáticasrelacionadas à educação ambiental na Escola, através das Com Vida –Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola.

É importante também que a comunidade acadêmica se façapresente em foros populares na intenção de aportar o conhecimentotécnico-científico e se aproximar das demandas da comunidade, abrindovias de diálogo que proporcionem, a todos, a oportunidade de convergirações e interesses pessoais e coletivos em um processo em que a trocade saberes é alimentada cotidianamente.

É desejável, portanto, que as universidades, centros de pesquisae as organizações não governamentais e sócio-ambientalistasconstituam redes de formação e se articulem com as instituiçõespúblicas responsáveis pelo meio ambiente. Tais redes buscam qualificara formação dos técnicos envolvidos por meio de processos permanentesque estimulam a atuação dos servidores não somente como técnicos,mas também como educadores no planejamento, na implantação e nagestão das ações de Educação Ambiental.

A Comissão organizadora

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PROGRAMAÇÃO SEMEARES 2015

DATA: 20 DE MAIO DE 2015.

LOCAL: Auditório do CTT/UFPI08h30min a 19h00min Credenciamento

ABERTURA SOLENEHORÁRIO: 18h00min – Apresentação de atividades artísticas18h30min – 19h30min: Composição da Mesa e Pronunciamentos19h30min – CONFERÊNCIA: Educação Ambiental e EscolasSustentáveis. Profª. Dra. DULCE MARIA PEREIRA – UFOP20h40min – Café com prosa

DATA: 21 DE MAIO DE 2015

8h00min – MESA REDONDA: Experiências Exitosas em EducaçãoAmbiental e Sustentabilidade.Mediador: Prof. Dr. Milciades Gadelha de Lima – Fundação Agente- Estação Ecológica da UFMG – Profª. Dr. Bernardo Gontijo.- Escola de Pedro II – Thomas Kempis- Escola de Buriti dos Montes – Isaura- 10h00min – Café com prosa10h30min – Mediadora: Profª. Dra Cristiane Lopes CarneiroPALESTRA: Turismo Sustentável e o desenvolvimento na Escala Humana- Dra. Luzia Neide Coriolano - UECE11h30min – Apresentação dos trabalhos em comunicação oral12h30min – Intervalo para Almoço14h30min - PALESTRA: CASA ECOEFICIENTE Eng. Eletricista: MS.Newmark Heiner da Cunha Carvalho – Coord da Rede Senai – Paraíba deEnergiaMEDIADOR: Prof. Marcos Antonio Tavares Lira-UFPI15h40min - Café com prosa16h00min - MESA REDONDA: Atuação do Poder Público em Busca daSustentabilidade no PiauíMEDIADOR: Profª. Dra. Maria de Fátima Veras AraújoPolicia Federal – Everardo Mendes Vila Nova e SilvaIBAMA – Prof. Dr. Assis Araújo

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SEMAR – Esp. Carlos Moura FéCODEVASF- Esp. Fabiano Catão Córdula Ouriques DiasIFPI – Prof. Dr. Marcos A. Castro M. TeixeiraUESPI – Profª. Dra. Roselis Ribeiro Barbosa Machado17h30min ATIVIDADE CULTURAL:DATA: 22 DE MAIO DE 201508h30min Apresentação dos Artigos em Comunicação10h00min - Café com prosa10h30min Apresentação dos Artigos em Painel.12h30min – Intervalo para Almoço14h00min – MESA REDONDA - Eficiência Energética e Uso Racionalda Água e dos Recursos NaturaisMediador(a): Profª Dra. Luzineide FernandesELETROBRÁS: Eletrotécnico. Gilvan Rodrigues MonteiroUFPI - Prof. Dr. Francisco Edinaldo Mousinho16h00 - Café com prosa16h30min - PALESTRA: Universidade Sustentável: Uso Eficiente deRecursos Energéticos.Mediador: Prof. MS Marcos Antonio Tavares LiraPROF. Prof. Dr. Fábio Rocha Barbosa – Coord. Do Laboratório deEficiência Energética do Curso de Eng. Elétrica e alunos do Curso deEng. Elétrica da UFPI17h30m – Encerramento e Agradecimentos

COMUNICAÇÃO ORAL

ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS SOBRECONSUMO AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL DOSPROFESSORES DO PROGRAMA ESCOLASUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE TERESINA- PIAUÍ

GESTÃO ENERGÉTICA SUSTENTÁVEL PARA COLÉGIOTÉCNICO DE TERESINA COM BASE NO PIMVP

A CONCEPÇÃO TEOLÓGICA DA EDUCAÇÃOAMBIENTAL E SUAS VERTENTES DIVINAS

COLETA SELETIVA EM CAMPO MAIOR PIAUÍ: UMAVISÃO SOCIAL E AMBIENTAL

MOBILIDADE DENTRO DA UFPI: O USO DA BICICLETAPOR ALUNOS DA RESIDÊNCIA UNIVERSITÁRIA QUEESTUDAM NO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICASDOS RIACHOS NO PERÍODO CHUVOSO QUE CORTAMA CIDADE DE FLORIANO/PI

CARTA DE PRINCÍPIOS E PROJETO AÇÃO: A INTER EA TRANSDISCIPLINARIDADE NO CONTEXTOESCOLAR

OS OBSTÁCULOS PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL:UMA INVESTIGAÇÃO A PARTIR DA ESCOLAMUNICIPAL JOSÉ ALEXANDRE EM PARNAÍBA - PI.

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DAESCOLA MUNICIPAL JUSTINO LUZ SOBRE OSRESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NA ESCOLA

A RECICLAGEM EM EVENTOS EDUCACIONAIS

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ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS SOBRECONSUMO AMBIENTALMENTE RESPONSÁVEL

DOS PROFESSORES DO PROGRAMA ESCOLASUSTENTÁVEL DO MUNICÍPIO DE

TERESINA- PIAUÍ

Denis Barros de Carvalho1

Antonia Moura Nunes Neta2

RESUMO: Os problemas ambientais têm crescido de forma assustadora,se fazendo necessário o desenvolvimento de ações e de políticas públicasvoltadas para resolução desse problema. A crise ambiental contribui parao aumento das desigualdades sociais, gerando pobreza e degradação domeio ambiente. Uma das estratégias para o enfrentamento dasproblemáticas social e cultural é a educação ambiental, pois suas açõescontribuem para a melhoria da qualidade de vida. A pesquisa analisou arelação entre educação ambiental e as práticas pedagógicas desenvolvidaspelos professores sobre consumo ambientalmente responsável, no ensinofundamental das escolas municipais promotoras do projeto de EducaçãoAmbiental Escola Sustentável, em Teresina, PI. As práticas pedagógicasdesenvolvidas pelos professores apresentam uma grande deficiência emrelação às abordagens sobre a temática do consumo e os problemasoriundos do mesmo. Foi detectada uma falta de ajuste entre os Projetospolíticos e pedagógicos das escolas e a lei de educação ambiental.

Palavras-chave: Educação ambiental, Consumo, Escola sustentável.

INTRODUÇÃO

A problemática das questões ambientais tem crescido bastante nosúltimos anos e, com ela, o aumento da preocupação em preservar o meioambiente sem barrar o crescimento econômico. Surge, nesse contexto, oconceito de Desenvolvimento Sustentável, como forma de compatibilizarpreservação e crescimento. Desde a Conferência Mundial sobre o Meio

1 Professor Adjunto do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federaldo Piauí (UFPI) e Professor do Mestrado em Desenvolvimento e meio Ambiente da UFPI.2 Bióloga, Mestra em Desenvolvimento e Meio e Meio Ambiente pela UFPI.

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Ambiente Humano, celebrada em Estocolmo, em 1972, pode se perceberque uma das formas de minimizar seria através da Educação Ambiental,objeto de discussão da Conferência Intergovernamental sobre EducaçãoAmbiental, realizada na cidade de Tbilisi (Geórgia), em 1977.

A Educação Ambiental seria capaz de orientar oscomportamentos e valores da sociedade para reduzir a degradação domeio ambiente. A sensibilização do homem frente aos problemasambientais, causados pelo seu modo de vida, geraria atitudescomportamentais direcionadas ao uso dos recursos naturais de formaracional. Seiffert (2007) diz que a Educação Ambiental é capaz demodelar o caráter e valores ambientais de indivíduos atingidos por ela.

Essa forma de educação promoveria uma melhoria na qualidadede vida, pois atua diretamente no comportamento do homem emquestões como poluição ambiental, redução da produção de lixo,consumo consciente evitando desperdícios, reciclagem ereaproveitamento de materiais, o que provoca, consequentemente, aredução de doenças causadas pela poluição, além de diminuir a pressãosobre os recursos ambientais.

A educação ambiental deve ser orientada para resolução deproblemas ambientais. Dessa forma, alguns temas são de fundamentalimportância para diminuir a pressão sobre o meio ambiente. De acordocom Furriela (2001), as pressões ambientais estão, de uma forma oude outra, ligadas à questão do consumo, desde a retirada dos recursosnaturais para a produção de bens ou serviços, até sua utilização edestinação de seus resíduos. Portanto, torna-se importante que asquestões de consumo sejam discutidas no ambiente escolar de forma aorientar os hábitos de consumo e formar cidadãos comprometidos coma sustentabilidade ambiental.

Para Alberto Johwan Oh (2009), o conhecimento transmitidona escola deve estar adequado à realidade de modo a capacitar o alunopara as complexidades do mundo real, ajudando a desenvolver umavisão global das questões ambientais. A Educação Ambiental nasescolas deve estar pautada na construção da cidadania dos alunos, paraque os mesmos possam interagir com o meio ambiente de formaresponsável. Sendo assim, haverá a promoção do desenvolvimentolocal, o que favorece uma maximização dos recursos humanos, naturaise tecnológicos, gerando oportunidades sociais.

Carvalho (2001) considera que todos os grupos sociais devamser educados para a conservação ambiental, no entanto, as criançassão um grupo prioritário. Nesse sentido, as crianças passarão a

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reconhecer as necessidades e a promover a mobilização dos seusfamiliares e da comunidade nesse processo. Ao considerar a EducaçãoAmbiental como uma política pública para o desenvolvimento local, aSecretaria de Educação Municipal de Teresina (SEMEC) desenvolve,junto às escolas municipais, projetos de educação ambiental esustentabilidade, como o projeto Escola Sustentável.

Sabendo que a Educação Ambiental promovida nos projetosambientais deve contribuir para a sensibilização da coletividade sobreas questões ambientais e sua organização na defesa da qualidade domeio ambiente, surge o seguinte questionamento: como o programade Educação Ambiental Escola Sustentável, desenvolvido atualmenteem dez escolas municipais de Teresina, para os alunos de ensinofundamental, contribui nas questões pertinentes ao consumoambientalmente responsável?

Os projetos de educação ambiental são muito importantes, poissegundo Carvalho (2001, p. 3) “a internalização de um ideárioecologista emancipatório não se dá apenas por um convencimentoracional sobre a urgência da crise ambiental, mas, sobretudo, implicanuma vinculação afetiva com os valores éticos e estéticos dessa visãodo mundo.” Portanto, surge a importância da análise do projeto EscolaSustentável desenvolvido nas escolas municipais de Teresina,observando a sua contribuição para internalização da problemáticaambiental e desenvolvimento de práticas sustentáveis para aconservação da natureza e desenvolvimento local.

Segundo o PCN Meio Ambiente (1998), ao escolher o conteúdoreferente à temática ambiental local, os problemas ganham significadoprático para os alunos, pois proporcionam aos mesmos umaparticipação nas discussões, fomentando, dessa forma, o debate.

A pesquisa objetiva analisar a relação entre educação ambientale as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores sobreconsumo ambientalmente responsável no ensino fundamental dasescolas municipais promotoras do projeto de Educação AmbientalEscola Sustentável, em Teresina, PI. Para alcançar o objetivo, serãoverificada a adesão e a participação dos professores nos projetos deeducação ambiental realizados nas escolas municipais promotoras doprojeto Escola Sustentável e, a partir disso, elencamos os seguintesobjetivos específicos: Identificar se os professores discutem as práticasde consumo ambientalmente responsável com seus alunos e queestratégias didáticas utilizam nesse processo; verificar como osprofessores abordam nas disciplinas a problemática ambiental e sua

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contribuição para resolução dos problemas; averiguar quais são osproblemas ambientais mais abordados no ambiente escolar pelosprofessores envolvidos no programa;

METODOLOGIA

Para identificar se os professores discutem as práticas deconsumo ambientalmente responsável com seus alunos e que estratégiasdidáticas são utilizadas nesse processo, foi realizado o procedimentodenominado estudo de caso. Segundo Gil (2002), essa abordagempermite um detalhado e amplo conhecimento do objeto estudado, queserá feito através da associação do método de abordagem do tipodescritivo-interpretativo, pois o objetivo não é apenas apresentar osresultados, mas evidenciar a relação dos mesmos nas atitudes no meiosocial em que eles ocorrem. A abordagem técnica da pesquisa é quantiqualitativa, com seu enfoque na pesquisa qualitativa.

1.1. ProcedimentosOs procedimentos metodológicos foram divididos em três etapas

com o intuito de melhor sistematizar o andamento da pesquisa. Aprimeira etapa consiste em pesquisa bibliográfica e documental . Asegunda etapa em delimitação da amostra e aplicação dos questionáriosaos professores da rede municipal do ensino de Teresina. A terceiraetapa se constitui na tabulação e processamento de análise dos dados.

3.1.1. Primeira etapa:Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica baseada

em documentos, tais como revistas, livros, teses e dissertações e artigoscientíficos que abordaram o desenvolvimento da educação ambientale as práticas de consumo.

Em seguida, foi feito um levantamento na Secretaria Municipalde Educação de Teresina das escolas promotoras do projeto EscolasSustentáveis. O total de escolas que desenvolvem o projeto foi levantadoe identificada cada escola. Posteriormente, foi realizada uma entrevistacom a coordenadora do departamento de educação ambiental paraverificação da situação da Educação Ambiental no município de Teresina.

3.1.2. Segunda etapa:Após a etapa inicial, foi delimitada a amostra para o estudo da

percepção de consumo e educação ambiental dos professores. Foi

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delimitada uma amostra de 40% das escolas envolvidas no ProgramaEscola Sustentável.

De acordo com Vieira (2009), a amostra da presente pesquisapode ser classificada como amostra não probabilística ou deconveniência, pois a escolha foi realizada para facilitar o acesso dopesquisador, tendo como critério a localidade das escolas. As escolasenvolvidas no programa podem ser divididas em dois grupos: as deFundamental menor, cujo ensino envolve do 1º ao 5º ano, e as deFundamental maior, que trabalham com alunos do 6º ao 9º ano. Asescolas selecionadas para o desenvolvimento da pesquisa estãolocalizadas na Zona Norte do município de Teresina, as quais foram:

• Escola Municipal Domingos Afonso Mafrense (Fundamentalmenor);

• Escola Municipal Eurípedes de Aguiar (Fundamental maior);• Escola Municipal Mocambinho (Fundamental maior);• Escola Municipal Cerqueira Dantas (Fundamental menor).

Coleta de dadosO instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário,

com questões abertas orientadas pelos objetivos da pesquisa. SegundoVieira (2009), o questionário é um instrumento de pesquisa constituídopor uma série de questões sobre determinado tema.

Foram aplicados os questionários de acordo com a classificaçãoda escola. Nas escolas de Ensino Fundamental maior, as áreasabordadas foram língua portuguesa, geografia e matemática, nas deEnsino Fundamental menor, com os professores polivalentes no totalde cinco questionários por escola.

Os professores foram categorizados para apresentação dosresultados com o intuito de preservar sua identidade. Dessa forma, osprofessores do Ensino Fundamental Maior, por atuarem cada um emapenas uma área do ensino, receberam as classificações A1, A2, A3,A4, A5, A6, A7, A8, A9 e A10. Os professores do Ensino FundamentalMenor, por serem polivalentes e trabalharem com todas as disciplinas,foram classificados em P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, P8, P9 e P10. Essaclassificação não obedece à ordem da escola apresentada no texto, foirealizada de forma aleatória.

• Perfil dos professores participantes do Programa EscolaSustentável.

Os professores que participaram da pesquisa apresentam idadesentre 21 e 50 anos de idade. Todos os professores fazem parte do quadro

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efetivo da Rede Municipal de Ensino de Teresina no Piauí. Dentre osprofessores pesquisados, alguns possuíam pós-graduação em nível deespecialização e mestrado.

3.1.3. Terceira EtapaDepois de levantados em campo, os dados foram tabulados para

facilitar a leitura das informações obtidas. Foi realizada a análise dodiscurso das respostas fornecidas pelos professores. De acordo comOrlandi (2005), a análise do discurso tem como objeto de estudo ainterpretação através da reflexão.

A Análise do Discurso considera que a linguagem não étransparente e procura detectar, então, num texto, comoele significa. Ela o vê como detentor de uma materialidadesimbólica própria e significativa. Portanto, com o estudodo discurso, pretende-se apreender a prática da linguagem,ou seja, o homem falando, além de procurar compreendera língua enquanto trabalho simbólico que faz e dá sentido,constitui o homem e sua história. (SILVA, 2005 p. 16).

Os resultados da pesquisa e suas análises estarão sendodetalhadas no capítulo de análise dos resultados e, posteriormente,apresentadas as inferências no capítulo de conclusão.

RESULTADOS E ANÁLISES

O gráfico 2 apresenta os dados obtidos com o questionamentosobre a abordagem dos temas referentes aos problemas ambientais feitopelo professor dentro da sua disciplina e no ambiente escolar.

Gráfico 2: Número de professores que discutem ou não osproblemas ambientais na disciplina(s)

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O gráfico mostra que a maior parte dos professores participantesda pesquisa aborda a temática ambiental dentro da sua disciplina.Podemos afirmar que esses professores abordam o tema transversalmeio ambiente, levando em consideração que não apenas os professorespolivalentes e de geografia afirmaram discutir o tema, como tambémos professores de matemática e língua portuguesa.

O gráfico apresenta os problemas ambientais e a quantidade devezes que foram citados pelos professores do Ensino FundamentalMaior e Menor que afirmaram discutir questões sobre os problemasambientais. O problema ambiental citado com mais frequência foi sobreo uso racional da água, seguido por poluição atmosférica e dosmananciais.

Gráfico 3: Problemas ambientais discutidos no ambiente escolar

Quanto aos temas abordados, podemos inferir que são defundamental importância para se desenvolver uma sensibilização frenteaos problemas provocados ao meio ambiente. O tema mais abordado,a forma de consumo racional da água, tem recebido destaque no cenáriomundial dos problemas ambientais da atualidade. A questão dodesmatamento no Brasil, desde sua colonização até os dias de hoje,tem causado grandes problemas aos ecossistemas brasileiros.

Segundo SILVA, J. A (2002), um percentual de 70% dos alunosobtém conhecimento sobre os problemas ambientais no ambienteescolar. Esse dado reforça a importância da discussão sobre osproblemas ambientas dentro da escola.

Para atender o objetivo de identificar se os professores discutemas práticas de consumo ambientalmente responsável com seus alunose que estratégias didáticas utilizam nesse processo, foram feitos os

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seguintes questionamentos: você discute na sua disciplina a importânciade um consumo ambientalmente responsável? Como você trabalha naescola a temática do consumo ambientalmente responsável? Como vocêpoderia desenvolver o tema consumo ambientalmente responsáveldentro da disciplina que você leciona?

Os resultados serão apresentados e discutidos separadamentepara o melhor entendimento das questões, seguindo os resultados eanálise na ordem que os questionamentos foram apresentados acima.

O gráfico 4 : Professores que discutem o consumo ambientalmenteresponsável no ambiente escolar

O gráfico mostra que o número de professores do EnsinoFundamental Menor que discute sobre consumo é maior que o númerode professores do Ensino Fundamental Maior. Silva (2009) afirma emsua pesquisa que grande parte dos cursos de licenciatura não inclui omeio ambiente e os temas transversais dentro do seu currículo e issodificulta a abordagem desses temas pelos professores. O mesmo estudomostra que os professores têm dificuldade de trabalhar de formainterdisciplinar. Como nos cursos de pedagogia, os professoresconhecem a base de todas as disciplinas e ministram as mesmas deforma polivalente, para esses professores a dificuldade dainterdisciplinaridade é menor, além do currículo apresentar os temastransversais como proposta de estudo.

A forma como os professores do Programa Escola Sustentáveltrabalham na escola a temática do consumo é apresentada nas tabelas5 e 6. Para a sua análise, foi criado um parâmetro com base nos PCNsMeio Ambiente.

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Quadro 1

Quadro 2

As recomendações de abordagens dos conteúdos do PCN meioambiente foram classificadas para facilitar a análise das formasutilizadas pelos professores do Programa Escola sustentável da seguinteforma: Trabalhos visuais; Pesquisas; Meios de comunicação;Identificação da legislação ambiental; Parcerias com instituiçõespúblicas; Acompanhamento de ONGs ambientais; Limpeza escolar;Aulas passeios; Práticas de agricultura orgânica; Redução do consumo.

As formas de abordagem da temática consumo foram analisadasusando como parâmetro as propostas do PCN meio ambiente paraabordagem da questão ambiental, por existir essa relação, em que todosos problemas ambientais terem em sua origem o consumo

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(FURRIELA, 2001). As formas de abordagens dos professoresparticipantes do programa concentram-se apenas nos itens 1, 2, 3, 7 e10. Os itens 4, 5, 6, 8 e 9 não foram identificados nas respostas dosprofessores do Ensino Fundamental Maior e Menor. Temas comolegislação ambiental e suas possibilidades de ação, parcerias cominstituições públicas que trabalham com os encaminhamentos dasquestões ambientais, atividades das ONGs ambientais, aulas passeiospara percepção dos problemas ambientais locais e práticas deagricultura orgânica não têm feito parte das atividades pedagógicasdos professores do Programa Escola Sustentável.

Furriela (2001) afirma que as atividades educacionaisrelacionadas com o consumo devem estar presentes em todas asdisciplinas do Ensino Fundamental e que o meio ambiente, por se tratarde um tema transversal, engloba a questão do consumo. Os professoresA3, A7 e P4 afirmam que não trabalharam essa temática com os alunos,estando os mesmos em desacordo com a proposta do PCN meioambiente.

O PCN meio ambiente (1998, p. 202 e 203) apresenta osobjetivos dos conteúdos que trabalham a questão ambiental. Segundoo PCN meio ambiente (1998), os conteúdos devem: 1) contribuir coma conscientização de que os problemas ambientais dizem respeito atodos os cidadãos e só podem ser solucionados mediante uma posturaparticipativa; 2) proporcionar possibilidades de sensibilização emotivação para um envolvimento afetivo; 3) possibilitar odesenvolvimento de atitudes e a aprendizagem de procedimentos evalores fundamentais para o exercício pleno da cidadania, ressaltando-se a participação no gerenciamento do ambiente; 4) apresentar umavisão integrada da realidade, desvendando as interdependências entrea dinâmica ambiental local e a planetária, desnudando as implicaçõese causas dos problemas ambientais; 5) ser relevantes na problemáticaambiental do Brasil. As propostas pedagógicas dos professores, as quaisabordam a temática consumo, devem seguir essas orientações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observamos com o estudo sobre a relação entre educaçãoambiental e as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professoressobre consumo ambientalmente responsável no ensino fundamentaldas escolas participantes do programa Escola Sustentável que existeuma grande deficiência entre a adequação das escolas à lei da Educação

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Ambiental. Os professores da rede municipal de Teresina não possuemformação continuada que abranja a temática socioambiental, a qual éuma exigência da presente na Lei de Educação ambiental e dasdiretrizes curriculares para a Educação ambiental.

A relação entre as práticas pedagógicas dos professores sobreconsumo ambientalmente responsável, dentro das atividades deeducação ambiental no ambiente escolar, mostrou que não existeconhecimento profundo dos problemas ambientais originados pelasformas de consumo e que o desenvolvimento de atividades relacionadasao tema ainda são realizadas de forma irregular.

A problemática do consumo ambientalmente responsável temse apresentado de forma insatisfatória. A temática do Consumo aindaé trabalhada de forma não sistemática e com a utilização de poucasatividades que envolvam os alunos com suas realidades locais.

Concluímos que, embora o Programa Escola Sustentável estejaem atividade na escola, muitos professores não o conhecem e, dessaforma, não trabalham a questão socioambiental conforme é propostopelo programa. Essa falta de inserção dos professores ao programacompromete a efetividade do mesmo, pois os professores são a basepara a formação da consciência de cidadãos socioambientalmentecomprometidos, que são fundamentais para que uma escola possa seconstituir como sustentável.

Durante a realização da pesquisa, percebemos que existempoucos estudos sobre a redução do consumo e práticas que envolvaessa atividade escolar no âmbito escolar. A importância da redução doconsumo tem sido negligenciada desde a Conferência de Estocolmopor ter uma relação direta com a economia e não ser de interesse dospaíses desenvolvidos.

As pesquisas e estudos científicos voltados para a temática doconsumo têm sido desenvolvidos em sua grande maioria para omarketing empresarial, em que o foco é conhecer o consumidor e,assim, propor novas estratégias que os alcancem.

Durante a fase de investigação da presente pesquisa para aaquisição do referencial teórico, percebemos que não existem pesquisassobre a relação das atividades escolares e o consumo ou problemasambientais gerados pelo consumo em Teresina, bem como não existempesquisas sobre a formação dos professores e a educação ambiental nomunicípio. A pesquisa, por ser um estudo pioneiro nessa área, servirácomo um norteador para pesquisas futuras sobre o consumo e aproblemática ambiental no ambiente escolar.

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Sugerimos como proposta para resolução dos problemasencontrados pela pesquisa a criação de um curso de formaçãocontinuada em Educação Ambiental para os professores do municípiode Teresina. Outra proposta seria a inclusão nos PPPs de atividadesescolares voltadas para a Educação ambiental.

Propomos, ainda, que o projeto do Programa Escola Sustentáveltenha uma maior abertura, a fim de que possa ser construído dentrodo ambiente escolar pela comunidade que forma a escola, para que amesma se sinta parte do Programa e tenha conhecimento do mesmo,bem como possa ajustar as atividades e uso das tecnologias oferecidaspelo Programa para a resolução dos problemas de ordemsocioambiental que existem na escola e em seu entorno.

REFERÊNCIAS

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GESTÃO ENERGÉTICA SUSTENTÁVEL PARACOLÉGIO TÉCNICO DE TERESINA COM BASE NO

PIMVP

Cristiana de Sousa Leite3

Osvaldo Augusto Vasconcelos de Oliveira Lopes da Silva4

Francisco Francielle Pinheiro dos Santos5

Fábio Rocha Barbosa6

RESUMO: O desenvolvimento econômico e o crescimentopopulacional geram um aumento de demanda de energia que pode sersuprida pelo aumento da geração, que causa impactos socioambientais,ou pela Eficiência Energética. Este artigo é sobre a Gestão Energéticae busca responder se é possível sugerir um Sistema de Gestão Energéticapara o Colégio Técnico de Teresina (CTT) que seja viável, cuja hipóteseé que se pode utilizar o Volume I Protocolo Internacional de Mediçãoe Verificação do Desempenho Energético (PIMVP) para a GestãoEnergética e tornar eficiente o uso de energia. O objetivo é elaboraruma proposta de Gestão Energética para o CTT e, para tanto, fez-se acaracterização do consumo energético através da análise das faturasde energia do ano de 2014, elaborou-se uma Linha Base para omonitoramento do desempenho energético com base no Volume I doPIMVP e sugeriu-se estratégias de gestão para o aumento da eficiênciaenergética. Ao término dos estudos, pode-se fazer o levantamento dasdespesas com energia elétrica, identificar perdas que poderiam serevitadas com a atuação de um Sistema de Gestão Energética, e sugerirum modelo de gestão do uso de energia ativa, baseado no PIMVP,sendo encarado como um Projeto de Aderência Estratégica.

Palavras chave: eficiência energética, universidade, desempenhoenergético.

3 Engenheira Eletricista e aluna do Curso de Especialização em Automação de ProcessosIndustriais da UFPI. E-mail: [email protected] Engenheiro Eletricista, Especialista em Gestão Ambiental e Aluno do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI. E-mail: [email protected] Engenheiro Químico, Doutor em Engenharia Química e professor do Curso de Engenhariade Produção/UFPI. E-mail: [email protected] Engenheiro Eletricista, Doutor em Engenharia Elétrica e professor do Curso de EngenhariaElétrica/UFPI. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o acesso à energia está associado à melhoriada qualidade de vida. Porém, o crescimento populacional e odesenvolvimento econômico geram um aumento de demanda,solicitando o investimento na criação de novas Usinas Geradoras deEnergia ou no aumento da Eficiência Energética. De acordo com aEmpresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública que évinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) e tem porfinalidade prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas asubsidiar o planejamento do setor energético, estima-se para ospróximos dez anos um crescimento econômico a uma taxa média de4,3% ao ano e um crescimento demográfico a uma taxa média 0,7%ao ano. Com isso, o país passará a ter 216 milhões de habitantes em2023, ou seja, um acréscimo de aproximadamente 13 milhões depessoas nesse período. Por essa razão, projeta-se uma taxa média decrescimento do consumo na rede de 4,0% ao ano, atingindo 689 TWhno ano de 2023 (EPE, 2014b), o que representará, aproximadamente,nove vezes a energia gerada na região nordeste do Brasil em 2013(79.856 GWh) (EPE, 2014a).

Analisando-se o último Plano Decenal de Energia (PDE),documento de responsabilidade da EPE que constitui um dos principaisinstrumentos de planejamento da expansão energética do país, observa-se que há previsão da expansão de Fontes Alternativas de Energia.Porém, projeta-se ainda, para os próximos dez anos, a criação de 30novas Usinas Hidrelétricas de grande porte (principal fonte de energiaelétrica do país) com um aumento de 30.555 GW da geraçãohidrelétrica de energia, necessitando ainda da ampliação do Sistemade Transmissão. Com isso, somente com essas novas usinas, estima-sealagar uma área 4.526 km² sendo, aproximadamente, 59% dessa áreacomposta por vegetação nativa, além de afetar diretamente 43 milhabitantes e dentre eles, representantes de populações com um altograu de vulnerabilidade social, como as populações indígenas (EPE,2014b).

Como foi mostrado, o aumento da geração de Energia Elétricacausa impactos socioambientais. Porém, se utilizarmos maiseficientemente a energia que produzimos, estaremos protegendo o meioambiente e usufruindo ainda de outros benefícios (MARQUES,HADDAD e GUARDIA, 2007). As previsões de expansão de energiapropostas pela EPE já levam em consideração o aumento da Eficiência

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Energética que deverá atingir uma economia total de 54.222 GWh em2023, a partir de um total de 3.906 GWh já contabilizado até 2014pelo Programa de Conservação de Energia Elétrica (Procel), querepresentará 68% de toda a energia gerada no nordeste no ano de 2013(EPE, 2014b). Porém, é importante observar que as avaliações, por sisó, não conduzem ao desempenho ambiental esperado. São requeridas,ainda, medidas e ações posteriores, executadas de forma planejada eestruturada, com metas e responsáveis bem definidos, comacompanhamento por parte da administração e, na melhor dashipóteses, sendo parte de um Sistema de Gestão Ambiental.

Projetos que objetivam a redução do consumo de energia sãoconsiderados Projetos de Eficiência Energética (PEE). De acordo coma Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação deEnergia (ABESCO, 2014), PEE são um conjunto de medidas bemdefinidas que, quando implantadas, levarão a uma redução,previamente determinada, do consumo de energia ativa ou reativa deuma organização, mantendo-se os níveis de produção e da qualidadedo produto final. Apontado como referência pela Agência Nacionalde Energia Elétrica (ANEEL), o Volume I do Protocolo Internacionalda Medição e Verificação do Desempenho Energético (PIMVP) (EVO,2007), de responsabilidade da Organização para Avaliação de Eficiência(Efficiency Valuation Organization – EVO), descreve, dentre outrosaspectos, as práticas comuns de medição, cálculo e relatório deeconomia obtida por PEE nas instalações do usuário final e deve serutilizado para quantificar os benefícios decorrentes de sua implantação.Como será mostrado posteriormente, esse protocolo pode servir aindacomo base para o monitoramento contínuo do uso de energia elétrica,inerente a um Sistema de Gestão Energética.

De acordo com o último Balanço Energético Nacional (BEN),publicação anual de responsabilidade da EPE que contém acontabilidade da oferta e demanda de energia do Brasil, no ano de2013, as edificações residenciais, comerciais e públicas utilizaram 48,5%de toda a energia consumida no país (EPE, 2014a). Segundo Lamberts,Dutra e Pereira (2014) o potencial técnico de economia em edificaçõesexistentes é estimado em 30%, enquanto que em prédios novos (quandose considera a eficiência energética nas edificações desde a fase deprojeto) pode alcançar até 50%. Nas universidades não é diferente.Nesse contexto, dada à diversidade e complexidade desses sistemas,tendo em vista que não é possível gerenciar o que não se pode medir,deve-se apresentar técnicas e métodos para definir objetivos e ações

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para melhorar o seu desempenho ambiental e controlar os resultados,auxiliando os gestores nas análises de PEE, conscientizando acomunidade acadêmica, pressupondo que o desenvolvimento desse tipode projeto em universidades deve objetivar mais do que a verificaçãode indicadores gerenciais.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental,de responsabilidade do Ministério da Educação e Cultura (MEC),publicadas no Diário Oficial da União em 15 de junho de 2012, porsua vez, estabelece no seu Artigo 14 que a Educação Ambiental nasinstituições de ensino, além de outras atribuições, deve contemplarainda o estímulo à constituição de instituições de ensino como EspaçosEducadores Sustentáveis, integrando: Proposta Curricular (comtemática da Educação Ambiental de forma transversal), GestãoDemocrática e Edificações, tornando-as referências de SustentabilidadeSocioambiental (MEC, 2012). As instituições de ensino devem ser,portanto, exemplo de sustentabilidade para toda a comunidade eincentivar mudanças concretas na realidade social articulando trêseixos: edificações, currículo e gestão.

Este artigo busca responder se é possível sugerir um Sistema degestão do uso de energia para o Colégio Técnico de Teresina (CTT)que seja viável para a instituição, tendo como objetivo geral elaboraruma proposta de gestão do uso de energia. Dessa forma, os objetivosespecíficos são: 1) caracterizar o consumo energético do CTT; 2)estabelecer uma Linha Base para o monitoramento do desempenhoenergético; 3) sugerir estratégias de gestão para o aumento da eficiênciaenergética. A hipótese principal é que se pode utilizar o PIMVP para aGestão Energética do CTT para torná-la eficiente.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a caracterização do consumo energético do CTT, solicitou-se junto à Pró Reitoria de Administração (PRAD) as cópias das faturasde energia elétrica de janeiro de 2014 a dezembro de 2014 (ano base)do Campus Universitário Ministro Petrônio Portela (CMPP), queengloba o CTT, e buscou-se no site da instituição outros documentosrelevantes como o Calendário Acadêmico, e o Plano deDesenvolvimento Institucional (PDI). De posse das faturas, analisou-se as despesas com energia elétrica pagas pela instituição, identificando-se, de acordo com a modalidade tarifária, os Custos Gerenciáveis(demanda e consumo de energia) e as Perdas Evitáveis (Demanda de

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Ultrapassagem, Reativo Excedente, Multas e Juros), sugerindo-seestratégias de gestão energética.

Para a eliminação das Perdas Evitáveis, utilizou-se os valoresmedidos como possíveis benefícios de um projeto de engenharia egestão, com custo estimado com base em projetos semelhantes, eanalisou-se sua viabilidade técnico-econômica e aderência estratégica.Para a gestão dos Custos Gerenciáveis, seguindo as orientações doprimeiro volume do PIMVP, utilizou-se os dados disponíveis nas faturasde energia para medição do consumo de Energia Elétrica de toda ainstalação, e a medição das Variáveis Independentes em cada um dosCiclos de Medição, dentro do Ano Base. As variáveis independentesforam definidas em função da atividade fim da instituição e o Ciclo demedição foi definido como sendo o intervalo compreendido entre asleituras dos medidores realizadas pela concessionária de energia, tendoo seu grau de correlação determinado com base no Coeficiente deCorrelação de Pearson. Já o Ano Base, período de tempo necessáriopara caracterização do consumo energético, foi definido como o anode 2014.

Ao final desse diagnóstico energético foi utilizada a variávelindependente de melhor correlação com o consumo de energia(utilizou-se como exemplo o consumo de energia ativa no horário deponta do sistema) para definir uma Linha Base, determinada porRegressão Linear, para o monitoramento do consumo energético dainstituição e verificação do desempenho de possíveis PEE que poderãoser implantados na organização, ou para a criação de índices que podemser utilizados para a Gestão Energética.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Instituída em primeiro de março de 1971 a Universidade Federaldo Piauí (UFPI) é uma instituição federal de Ensino Superior sediadana cidade de Teresina-PI, possuindo ainda campi nas cidades deParnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus. De acordo com o último Planode Desenvolvimento Institucional (PDI) divulgado pela instituição(divulgado para consulta pública e sujeito a alterações), a UFPI visaser reconhecida como uma universidade de excelência na construçãoe difusão do conhecimento científico, tecnológico e artístico,comprometida com o desenvolvimento socioeconômico, de modoinovador e sustentável, tendo como missão:

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Propiciar a elaboração, sistematização e socialização doconhecimento filosófico, científico, artístico e tecnológicopermanentemente adequado ao saber contemporâneo eà realidade social, formando recursos que contribuam parao desenvolvimento econômico, político, social e culturallocal, regional e nacional (UFPI, 2014).

De acordo com a metodologia apresentada, foram analisadasas faturas de energia elétrica de janeiro a dezembro de 2014 do CMPP,solicitadas à PRAD por meio de um ofício encaminhado à Pró-reitoraque foi prontamente atendido. A partir da análise das faturas,identificou-se que o CMPP da UFPI, segundo os padrõesestabelecidos pela ANEEL, constitui-se de duas unidadesconsumidoras junto à concessionária de energia local. O CTT (inscritona concessionária sob o código único 0107182-3), por se situar emum terreno distinto do restante do campus, possui mediçãoindependente, da qual também faz parte o Centro de CiênciasAgrárias (CCA), enquanto que o restante das instalações do campusé inscrito na concessionária sob o código único 0100677-0 e éalimentado a partir do Centro de Ciências da Natureza (CCN),possuindo uma única medição. O fato de o CTT possuir mediçãoindependente foi facilitador para a elaboração desse artigo.

Ambas as unidades consumidoras são classificadas comogrupo A, subgrupo A4 (tensão de fornecimento de 2,3 kV a 25 kV),do tipo Poder Público Federal e tem seu consumo de energia elétricafaturado pela Tarifa Horária Verde, que cobra uma tarifa única paraa demanda de potência (R$/kW) e duas tarifas para o consumo deenergia: uma para o horário ponta (R$/MWh), ou seja, período emque a demanda de energia é maior na área de concessão daconcessionária de energia local, compreendido entre as 17 horas e 30minutos e 20 horas e 29 minutos de cada dia (exceção feita aossábados, domingos e alguns feriados previstos pela ANEEL) e outratarifa de energia com um custo menor que a anterior para o horáriofora de ponta (R$/MWh), ou seja, para o restante do dia (ANEEL,2010).

O CTT situa-se no Bairro Socopo, tendo sido vinculadooficialmente a UFPI em 1976 através do Decreto Nº 78.672/1976.Atualmente, o Colégio Técnico ministra cursos técnicos de formaintegrada, subsequente e concomitante com o ensino médio,presenciais, além de cursos técnicos a distância e cursos de formaçãointegral e continuada (FIC) que possuem curta duração e com foco

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em uma área de atuação específica. Sua estrutura física é composta,dentre outros espaços, por dez salas de aula, seis laboratórios umaestufa, um campo agrícola para desenvolvimento de projetos, umasala de vídeo, seis espaços de convivência e um auditório.

A Tabela 1 mostra o resumo da composição das despesas comenergia elétrica do CTT no período de janeiro a dezembro de 2014,que além da infraestrutura descrita acima, alimenta o CCA do CMPPda UFPI (33 laboratórios, cinco espaços de convivência, 24 salas deaula, sete auditórios, uma biblioteca setorial, dentre outros). ODiagnóstico Energético apresentado mostra que 3,52% do valor quefoi pago a concessionária local (R$ 664,17/mês) identificadas natabela como “Perdas Evitáveis” somente no período de janeiro adezembro de 2014, referente ao CTT, são gastos desnecessários quepodem ser facilmente evitados.

Faz-se necessária a revisão do contrato de fornecimento deenergia elétrica junto à concessionária para reduzir o valor pago comdemanda de ultrapassagem, a instalação de bancos de capacitorespara reduzir o reativo excedente, além da diminuição da burocraciapara o pagamento das faturas em dia e assim evitar a cobrança demultas e juros. Vale ressaltar que as faturas de todas as unidadesconsumidoras de responsabilidade da UFPI são apresentadas e pagasno mesmo dia. Dessa forma, se a universidade está pagando multas ejuros por conta do atraso no pagamento das faturas do CTT, entãoela também está pagando multas e juros em todas as outras faturasde energia.

Os Gráficos 1 e 2 mostram a variação dos gastos com energiaelétrica do CTT de janeiro a junho de 2014 e de julho a dezembro de2014, respectivamente. A análise desses gráficos mostra umconsiderável aumento do consumo de energia no final do períodoem estudo, tendo seu maior consumo no mês de outubro de 2014,com, aproximadamente, R$ 4.500,00 em perdas. Destaca-se aindaque de janeiro a março de 2014 a instituição ainda estava encerrandoo período letivo de 2013.2 em virtude da última greve dos docentes,e que de abril a julho e de agosto a dezembro de 2014, a instituiçãoestava ofertando os períodos letivos de 2014.1 e 2014.2,respectivamente.

A Tabela 2 mostra o resultado das medições do consumo deenergia ativa no horário de ponta e fora-ponta, referentes ao CMPP,utilizadas como exemplo, realizadas no ano de 2014, e as mediçõesdas variáveis independentes. Foram escolhidas como variáveis

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independentes no número de dias de medição e o número de diasletivos em cada mês, além da média das temperaturas na cidade deTeresina apresentadas pelo banco de dados do Instituto Nacional deMeteorologia (INMET), disponibilizado para consulta gratuita nainternet, para efeito de comparação, tendo em vista que em prédiospúblicos, aproximadamente, 45% da energia consumida é devida aosistema de climatização (Lamberts et. al., 2014). Todas as análisesestatísticas que seguirão foram elaboradas com o auxílio da Planilhaeletrônica Microsoft Excel®.

A análise de correlação apresentada na Tabela 3 sugere queexiste uma correlação fraca do consumo de Energia Ativa nos horáriosponta e fora-ponta com o número de dias de consumo e com o númerode dias letivos e moderada com a temperatura média mensal.Analisando-se somente esse parâmetro poderíamos sugerir autilização da última variável para a gestão do consumo de energiaativa, porém sugere-se utilizar uma variável que possua uma melhorcorrelação com o consumo de energia e que reflita a atividade fim dainstituição. Vale ressaltar que o PIMVP não determina um intervalode tempo mínimo para a determinação da Linha Base de Projetos deEficiência Energética, nem tampouco critérios estatísticos. Dessaforma, desde que aceito pela administração, as Linhas Base definidasnesse período de um ano poderiam ser utilizadas para a gestãoenergética do CTT, estimulando a Eficiência Energética, uma vezque após a execução de PEE a área de estudo com as característicasde consumo antigas deixam de existir.

A Análise de Regressão mostra que existe linearidade entreessas duas variáveis com uma precisão de, aproximadamente, 99%(valor-P = 0,012). A equação que descreve a variação do consumo deenergia ativa na ponta em função da variação da temperatura médiamensal de janeiro a dezembro de 2014, que podem ser utilizadas pelaadministração conforme as orientações do PIMVP, é mostrada noGráfico 3. Entretanto, o coeficiente R² que determina o percentualda variação do consumo que pode ser explicado pela variação davariável independente, também apresentado no mesmo gráfico, afirmaque apenas 48,67% da variação consumo de Energia Ativa pode serexplicada pela variação da média da temperatura mensal. Isso se dáem função da correlação entre as duas variáveis ser apenas moderada,porém, vale ressaltar que se estudou um período curto de tempo,dessa forma, faz-se necessária a continuidade dos estudos para adeterminação de uma variável que melhor se correlaciona com o

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consumo de energia e que apresente uma correlação forte (R e” 0,80).Podem ser estudadas por exemplo, o número de aulas programadasou o número de aulas ministradas.

Seguindo as orientações do protocolo, para a verificação dodesempenho energético de um determinado mês, utilizando-se aequação da linha base mostrada no Gráfico 3, poder-se-ia afirmarque, se fossem mantidas as características de consumo do ano anterior,o CTT deveria ter consumido um valor “y” de energia, resultado daimagem da temperatura média mensal naquele mês (variável “x”) naequação da linha base. Dessa forma, o consumo evitado seria igual àdiferença entre esse consumo estimado de energia e o consumomedido no mês. A partir daí, poder-se-ia então, determinar a reduçãopercentual além dos benefícios de um possível Projeto de EficiênciaEnergética que, por ventura tenha sido executado, ou ainda servir deíndice para o monitoramento do consumo, atribuição de um Sistemade Gestão Energética.

CONCLUSÃO

O apoio da UFPI com a disponibilização das informaçõessolicitadas foi imperativo para a realização dos estudos. Com a análisedas faturas do CTT, pode-se fazer o levantamento das despesas comenergia elétrica e identificar perdas que poderiam ser evitadas com aatuação de um Sistema de Gestão Energética, sobretudo na revisãodos contratos de fornecimento de energia, correção do fator depotência e diminuição da burocracia no pagamento das faturas. Nocaso específico do CTT, se tais iniciativas, encaradas como projetosde investimento com um investimento inicial estimado em R$30.000,00, considerando-se as médias da inflação dos últimos cincoanos (6,26%) e dos reajustes das tarifas de energia (9,49%), e umavida útil de dez anos para o projeto, o valor de R$ 644,17/mês quefoi visto com perdas, pode agora ser encarado como benefício daintervenção. Dessa forma o projeto poderá se pagar em 3,38 anos(pay-back ajustado) e após a sua vida útil, a UFPI terá lucrado R$58.778,49 (Valor Presente Líquido após dez anos), somente comintervenções no CTT, uma vez que, na análise econômica, deixar degastar é o mesmo que lucrar.

Pode-se caracterizar o consumo energético do CTT e sugerirum modelo de gestão do uso de energia e demanda de energia baseadono PIMVP com, aproximadamente, 49% de adequação (R² = 0,4867),

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utilizando-se a média das temperaturas mensais em Teresina-PI comovariável independente, com uma correlação moderada (R = 0,67), edefinindo-se os doze meses de cada ano como o ano base para omonitoramento do consumo energético. Entretanto, O uso de energiaé apenas um dos aspectos ambientais gerenciáveis em umaorganização. Deve-se, portanto, implantar um Sistema de GestãoAmbiental na Universidade, que englobe a Gestão Energética eobjetive a melhoria contínua de todos os aspectos ambientaisgerenciáveis: emissões atmosféricas, lançamentos em corpos d’água,lançamentos no solo, uso de matérias-primas, uso de recursos naturais,energia emitida (calor, radiação, vibração) e emissão de resíduos esubprodutos, por exemplo.

A UFPI deve ser, portanto, exemplo de sustentabilidade paratoda a comunidade e incentivar mudanças concretas na realidadesocial não só através de sua atividade fim (ensino, pesquisa eextensão), mas também com a articulação da gestão e a infraestruturadas edificações. As medidas propostas devem, portanto, ser encaradascomo Projetos de Investimento de Aderência Estratégica, uma vezque se encontram alinhadas com a missão e a visão da UFPI para opróximo quinquênio e com as determinações do Governo Federal,sobretudo no que diz respeito à Educação Ambiental e à GestãoAmbiental.

REFERÊNCIAS

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UFPI, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. PDI – Plano deDesenvolvimento Institucional 2015-2019. Teresina, 2014.

TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1: Composição das despesas com energia elétrica do CTT dejaneiro a dezembro de 2014.

* Custos adicionais (COSIP, memória de massa, bandeiras tarifárias) e eventuaisdescontos da fatura (retenção de impostos federais) não analisados pelo projeto.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

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Tabela 2: Medição do consumo e das variáveis independentes doCTT de janeiro a dezembro de 2014.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

Tabela 3: Análise de Correlação do Consumo de Energia do CTTcom as Variáveis Independentes.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

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Gráfico 1: Variação das despesas com energia elétrica do CMPP dejaneiro a junho de 2014.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

Gráfico 2: Variação das despesas com energia elétrica do CMPP dejulho a dezembro de 2014.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

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Gráfico 3: Linha Base da Energia Ativa do CTT de janeiro adezembro de 2014.

Fonte: Elaborada pelos próprios autores

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A CONCEPÇÃO TEOLÓGICA DA EDUCAÇÃOAMBIENTAL E SUAS VERTENTES DIVINAS

Allan Henrique Bacelar da Silva7

[email protected]

RESUMO: Os avanços na construção de uma cidadania responsávelem torno da Educação Ambiental estimulam interações mais justasentre os seres humanos e os demais seres que habitam o Planeta, paraa construção de um presente e futuro sustentáveis, sadios e socialmentejustos. A concepção teológica em Educação Ambiental tem suafundamentação sob o primeiro capítulo da Gênesis, mas especificamentenos versículos 01-31.2b, em que a Terra é apresentada como umCrescente Fértil donde não era um mundo fechado. E também, o autordo mesmo texto pensa mais na ação criadora de deus que organiza omundo, do que em um começo absoluto. E introduz uma preparaçãoa Revelação de uma Sabedoria ou Palavra criadoras. Então na épocapatrística aparece a influência do pensamento de Agostinho na filosofiae na teologia, quanto também na cultura do ocidente, com grandeconotação, tornando assim em um pensamento exclusivo. No mesmoviés sobre a reflexão bíblica, Agostinho toma primeiro versículo doprimeiro capitulo do Gênesis, “No principio criou Deus o céu e terra”para transmitir, Deus as coisas temporais e mutáveis. Assim, o fez comalento de ver em tais acontecimentos, ao mesmo tempo, a miséria quelhe parece, e a presença marcante do Criador em cada um deles. Criadoreste que aparece na história da humanidade pela encarnação de seuFilho, que guia o homem enquanto indivíduo, doravante, por suaprovidência e graça, e sem tolher livre-arbítrio, da transitoriedade destaexistência à união beatifica com a verdade imutável.

Palavras-chaves: Criação; Ex nihilo; Verdade; Deus; Bondade.

7 Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão-IESMA. Bacharelem teologia pela Faculdade Entre Rios do Piauí-FAERPI, Especialista em FilosofiaContemporânea pela Faculdade do Médio Parnaíba-FAMEP. Professor Tutor UniversidadeFederal do Piauí-UFPI/CEAD. Coordenador dos Núcleos de Ouvidoria e Comissão Própriade Avaliação-CPA da Faculdade do Médio Parnaíba-FAMEP.

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresentará as vertentes que permeiam a teologiaque acrescentam no discernimento quando nos referimos a EducaçãoAmbiental. Vertentes essas que perpassaram séculos e que ainda hoje sãorefletidas nas grandes discussões sobre Meio Ambiente. Partindo destepressuposto, tomaremos a proposta de Santo Agostinho, este que tomaprimeiro versículo do primeiro capítulo do Gênesis, “No principio criouDeus o céu e terra” para transmitir, não só que Deus criou as coisas temporaise mutáveis, mas também que Deus criou o próprio tempo. Deve se observarque a questão do tempo no pensamento de Santo Agostinho diz respeito aolugar que ocupa no conjunto desse mesmo pensamento. Pode-se dizer quea problemática do tempo inscreve no espectro que se abre à questão máximaqual seja a que incide o ser e o não-ser. Essa questão se dá pelo fato deAgostinho ser o precursor de algumas formas mais nítidas e recentes demetafísica que não deixaram escapar uma tomada clara e consciente de quepara ele o que importa é aquilo que é o marco expressivo dessa atitudeintelectual do Santo de Hipona nascido em Tagaste.

Por meio deste, uma avalanche, então, se precipita históriaabaixo, provocando transformações radicais nos parâmetros deencontro e desencontro dos homens consigo mesmos, com a Natureza,com Deus e com as Gerações Futuras8.

A BONDADE DE DEUS E O MEIO AMBIENTE EM SANTOAGOSTINHO

Nas Confissões, Agostinho acentua, entre outras coisas, apostura de submissão das criaturas, aponta a felicidade última dohomem à posse unitária com a verdade imutável. Assim, o faz comalento de ver em tais acontecimentos, ao mesmo tempo, a miséria quelhe parece, e a presença marcante do Criador em cada um deles. Criadoreste, que aparece na história da humanidade pela encarnação de seuFilho, que guia o homem enquanto indivíduo, doravante, por suaprovidência e graça, e sem tolher livre-arbítrio, da transitoriedade destaexistência à união beatifica com a verdade imutável. Nessa óptica, oSábio esforça-se denodo por salvar a plausibilidade recorrendo à ideiade que Deus é a verdade e todos nós queremos a verdade.

8 Pelo espírito evangélico vivido por Santo Agostinho, o mundo já não é mais o mesmo diante.Aqui se toma real consciência sobre a importância ao Meio Ambiente.

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Mas, na filosofia de Agostinho, a noção mais aproximativa dohomem a Deus, consiste em saber o que ele não é; pois ele nada é doque se pode imaginar da base ao ápice da criação. Em sua pequenez, ofilósofo africano coloca:

Senhor, na miséria desta vida, o meu coração, atingidopelas palavras da tua Sagrada Escritura, andaprofundamente perturbado. Por isso, muitas vezes, apobreza da inteligência humana se manifesta naabundancia de palavras, porque a busca requer maispalavras do que a descoberta, o pedir exige mais tempoque o obter, e a mão que bate à porta faz mais esforço doque aquela que recebe” 9.

Pelo pensamento do filósofo de Hipona, observa-se que elefunda a hierarquia sobre a consistência da felicidade: entre Deus, queé a própria felicidade, e a matéria, incapaz de felicidade bem como deinfelicidade, insere-se o homem, infeliz quando se desvia para baixo,feliz quando se volta para o alto. Desta forma, é interessante notarcomo esta apresentação é mostrada, em uma ordem ontológica e nãomoral; fundamenta-se no que é natural e não sobre o mérito.

Enquanto foi adepto do maniqueísmo, Agostinho professara ummaterialismo radical. E esse materialismo professado aplicava-se a Deus.Assim, Agostinho considerava Deus como um corpo sutil eresplandecente; sendo Deus luz por essência tudo o que é corpo eparticipa em algum grau dessa luz, apresentava-se como parte de Deus10.Assim pensava Agostinho: “acreditava que tua grandeza e tua belezasubstituíssem em ti como os acidentes nas substâncias, por exemplo,nos corpos. Mas tu és a própria grandeza e a própria beleza [...]11.

Reagindo contra esse princípio, a partir de então Agostinhopassa a ensinar a criação ex nihilo. Para ele, o mundo só pode ter duasorigens: ou Deus o criou do nada, ou tirou-o de sua própria substância.Contudo, admitir essa última sentença é o mesmo que admitir que dasubstância divina possa se tornar finita, mutável, submissa às alteraçõesde todos os tipos e também as destruições, que sofrem parte do universo.Na verdade, o Deus de Agostinho não é o mesmo Deus visto por Platão,pois, não é como um artesão humano que trabalha a partir de umamatéria preexistente que já lhe fora dada.

9 AGOSTINHO, 2009, XII 1,1.10 GILSON. p.35711 AGOSTINHO. 2009, IV 16,29

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Mas, se tal suposição é contraditória, conclui-se que Deus teriacriado o universo do nada. Entre o divino e a mutável, portanto, a oposiçãoé irredutível, porém, o problema apenas torna mais difícil saber como oeterno e imutável podem ter produzido o temporal e o mutável.12 Ele serefere a esta hipótese e as suas causas sacrílegas, quando condena os que adefendem, enquanto a aplicam à natureza da alma humana. Pensa o Bispo:

[...] Nós acreditamos que a natureza é substância, em quemuitos acreditam ser a essência da Trindade, mas poucosentendem, é absolutamente incomutável. No entanto,quem duvida que a natureza da alma pode sofrer mudançapara pior ou para melhor? Por isso, é uma opinião sacrílegacrer que ela e Deus são dotados de uma única substância.Portanto, que outra coisa se crê desse modo senão queDeus seja imutável? Assim, deve-se crer e entender e deforma alguma duvidar porque a fé ortodoxa o sustenta,que a alma procede de Deus como uma coisa que ele criou,não como providente da natureza que dele possui, ou atenha gerado ou produzido de qualquer modo13.

Portanto, se a esta sentença é contraditória, resta-nos apenaspensar uma, que passa a ser a única afirmação verdadeira, qual seja, ade que Deus criou o universo.

Ora, como o eterno e o mutável podem ter produzido o temporale o mutável? De fato, como isso seria possível, uma vez que “entre odivino e o mutável, (...) a oposição é irredutível.

Entretanto, criar, diferencia-se de gerar, logo, na geração, aquiloque é gerado vem da própria substância que gera, assim como o filhoderiva da própria substância do pai. Criar, portanto, diferencia-se, atémesmo, de uma mera fabricação, pois algo preexistente a ela. Criação dascoisas se dá do nada (Ex nihilo), ou seja, não da substância de Deus, nemde algo que preexistisse ( a fórmula que posteriormente se tornaria canônicaseria ex nihilo sui et subicti).14 Sobre a criação, Agostinho pensa o seguinte:

De que modo, porém, criaste o céu e a terra? Queinstrumento empregaste em tão grande obra? Certamentenão fizeste como artista que se serve de um corpo paraformar outro corpo, imprimindo-lhe, segundo a inspiraçãodo espírito, a imagem que seu olhar interior descobre...Todas as criaturas te louvam como Criador de Tudo15.

12 GILSON. p.35813 AGOSTINHO. 2007. VII.II,314 REALE. ANTISERI. p.45015 AGOSTINHO. Confissões. XI,5,7

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Exemplificando melhor o exposto, o homem sabe “gerar” (osfilhos) e sabe produzir (os artefatos), mas não sabe “criar”, porque é umser finito. Deus “gera” de sua própria substância o Filho, que, como tal, éidêntico ao Pai, ao passo que “cria” o cosmo do nada. Portanto, há umadiferença enorme entre “criação” e “geração”, porque, diferentemente daprimeira, esta última pressupõe a vir ( a ser) por outorga de ser por partedo criador para “o que absolutamente não existia.16

Pelo contrário, o Deus criador criou até a própria matéria. Demodo que, o ato criador significa, portanto, a produção do Ser daquiloque é e essa produção é possível unicamente por Deus, porque, somenteEle é o Ser e , assim, só ele pode conceder o ser a todas as coisas quesão. Para Agostinho, o homem é a razão de ser do cosmos físico, doque ele chama de as coisas ou o exterior; ora, por tudo o que dissemos,a sua reflexão do tempo, se é exatamente o momento lógico em que setranscende a oposição entre subjetivo e o objetivo17.

Mas, a objetividade do mundo se faz complexo de atos medianteos quais o homem, ao medir o tempo o descobre como a marca de serprópria do mundo, marca que o homem tem em comum com este, masque compartilha acompanhando-a do dom, que para nosso Doutor égraça, o dom de transcender alcançando o que é presente, o Deus eterno,isto é, sempre o mesmo em seu ser, que obviamente, como essênciasuprema, menos ainda do que qualquer outra essência é imune a qualquercontrário, com o que se esclarece não ostentar o tempo este estatuto.

Assim, Agostinho confirma em suas reflexões o que realmentediz o primeiro livro da Bíblia, no livro da Gênesis. Para nosso Doutor,não existe nada que não deva sua existência a Deus criador. O mundocomeçou quando foi tirado do nada pela palavra de Deus; todos osseres existentes, toda a natureza, toda a história humana tem suas raízesneste acontecimento primordial: é a gênesis pela qual o mundo foiconstituído18.

CONCLUSÃO

Assim, Agostinho confirma em suas reflexões o que realmentediz o primeiro livro da Bíblia, no livro da Gênesis. Para nosso Doutor,não existe nada que não deva sua existência a Deus criador. O mundocomeçou quando foi tirado do nada pela palavra de Deus; todos os

16 REALE. ANTISERI. p.45017 SOUSA NETO, p.28.18 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA §338

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seres existentes, toda a natureza, toda a história humana tem suas raízesneste acontecimento primordial: é a gênesis pela qual o mundo foiconstituído e o tudo começou.19

Portanto, para Santo Agostinho o tempo não é apenas umasucessão de instantes separados, é um contínuo, e, como tal, éindivisível. O tempo, para ser estudado na sua metafísica não devedividir-se no “antes” e “depois”, mas considerar-se na sua síntese decontinuidade.

Entretanto, se o lado teológico da doutrina da criação emrelação ao Meio Ambiente, então a ela deve corresponder também olado antropológico, ou seja, o modo agradável de viver a existência20

só pode ser conseguido através de um relacionamento descontraídoentre natureza e pessoa, caracterizado por perdão, paz e uma simbiosede sobrevivência. À morada das pessoas no sistema natural da terracorresponde, por seu lado, a morada do Espírito na alma e no corpoda pessoa, por meio da qual é anulada a autoalienação da pessoa. Destamaneira, em suma, a conversão da relação para com a natureza, quehoje simplesmente é vital, acham-se muitas vezes coisas promissorasnas tradições mais antigas da teologia cristã.

REFERÊNCIAS:

AGOSTINHO, Santo. Confissões. [tradução Maria Luiza Jardim Amarante;revisão cotejada de acordo com o texto latino por Antonio da SilveiraMendonça] 21. ed — São Paulo: Paulus, 2009 – (coleção: Espiritualidade)

_________Comentário ao Gênesis; [tradução Agustinho Belmonte]. 3.ed-São Paulo: Paulus,2007.b (coleção: patrística).

BIBLIA DO PEREGRINO – edição brasileira. 3.ed - São Paulo: Paulus, 2011.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA: Típica vaticana. O céu e a terra. –São Paulo: Loyola, 2000.

GILSON, Étienne. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. TraduçãoCristiane Negreiros Abbud Ayoub. São Paulo: Discurso Editorial; Paulus, 2009.

MOLTMANN, Jüngen. Deus na criação: doutrina ecológica da criação. –Petrópolis,RJ: Vozes,1992.

19 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA §33820 MOLTMANN,1992.p.11

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COLETA SELETIVA EM CAMPO MAIOR PIAUÍ:UMA VISÃO SOCIAL E AMBIENTAL

Maria Mikaeli Rodrigues de Sousa21

Maria Pessoa da Silva22

RESUMO: O meio em que vivemos vem sofrendo transformações aolongo dos anos, o avanço da urbanização e desenvolvimento de indústriase setores comerciais aumentam a produção de resíduos. Para diminuir aquantidade de lixo descartado, algumas atitudes são adotadas, comoreciclagem e coleta seletiva, que funcionam como um processo de educaçãoambiental na medida em que sensibilizam as pessoas sobre os problemasdo desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo. Acoleta foi realizada de duas formas, a primeira pelo sistema de porta aporta e a segunda por meio de pontos de entrega voluntária (PEV). Otrabalho objetivou criar uma consciência individual e coletiva na populaçãosobre os deveres para a manutenção sustentável da vida, desenvolveratividades que estimulem a preservação ambiental e apresentar aimportância da coleta seletiva. O resultado do trabalho mostrou-se bemrelevante, pois possibilitou quantificar e identificar os principais resíduoscoletados mensalmente, além de minimizar a poluição do solo; aumentara vida útil do futuro aterro sanitário; diminuir o desperdício e fortalecer aassociação de catadores. O trabalho expôs a necessidade de debater sobretemas relacionados à educação ambiental, destinação correta de resíduose a importância da população na realização dessas atividades.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Lixo, Preservação.

INTRODUÇÃO

O meio em que vivemos vem sofrendo transformações ao longodos anos, o avanço da urbanização e o grande desenvolvimento deindústrias e setores comerciais aumentam a produção de resíduosdescartados. Porém, a maioria desses resíduos não tem uma destinação

21 Graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas. Universidade Estadual do Piauí– UESPI/Campus Heróis do Jenipapo. Email: [email protected] Professora Substituta UESPI/Campus Heróis do Jenipapo. Doutora em Desenvolvimentoem Meio Ambiente

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correta e acabam sendo depositados em locais impróprios. Paradiminuir a quantidade de lixo descartado, algumas atitudes sãoadotadas como reciclagem e coleta seletiva. Outros fatores tambémpodem estar associados a estas mudanças, segundo Mafaldo et al (2011),por conta das mudanças climáticas e dos problemas ambientais e desaúde que estamos passando atualmente, nos fazendo pensar sobre omodo que agimos para com a natureza, como por exemplo, o destinocorreto dos resíduos que produzimos.

Com relação ao homem e à forma com que trata a natureza,Wildner et al (2012), descreve:

O ser humano ao longo da história sempre utilizou o MeioAmbiente para sanar suas necessidades, por muito tempomanteve com ele uma relação equilibrada, pois retiravadele somente o que realmente necessitava para a suasobrevivência. Mas com o passar dos tempos ocorrerammudanças na forma de vida das pessoas, o homem fixou-se a terra, surgiram novas tecnologia e necessidades querefletiram diretamente no modo de vida das pessoas e naforma de utilização e exploração dos recursos naturais.Além de explorá-los indiscriminadamente e reduzirsignificativamente as reservas de água potável, ar puro esolo produtivo, atualmente, a humanidade descarta seusdejetos aumentando assustadoramente a produção de lixoem todo o planeta.

Para melhorar a qualidade de vida e o meio ambiente, todosnós — a população, os governos, as instituições públicas e privadas ¯precisamos nos conscientizar das questões relacionadas ao lixo. Énecessário tomar atitudes que diminuam o volume de lixo e favoreçamtratamentos adequados (GEWANDSZNAJDER, 2009).

Daí a importância de discutir sobre este assunto, pois nos ajudaa solucionar problemas até então vivenciados ou problemas que possamsurgir referentes aos resíduos sólidos. Mafaldo et al (2011) destaca que:

O problema dos resíduos sólidos urbanos atinge as maisdiferentes nações. Algumas conseguem soluções eficientespara o seu tratamento, enquanto outras padecem com asinúmeras adversidades oriundas deste problema e quecomprometem tanto a saúde da sociedade quanto danatureza. No Brasil, os problemas relacionados aosresíduos sólidos são inúmeros e, no entanto, apenasrecentemente, sociedade e governo começaram a

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mobilizar-se para diminuir a geração dos mesmos ou tratá-los de forma adequada, primeiramente diferenciando-osem seco ou orgânico e posteriormente em outrascategorias de destinação.

As explorações dos recursos naturais e a falta de medidas depreservação do meio em que vivemos, para que esse possa ser usadode forma adequada, garantindo que as gerações futuras também possamusufruir de seus benefícios, vêm aumentando progressivamente.

Portanto, o que se pensa na atualidade é pegar este lixo, nomecomumente usado para resíduos sólidos, cujo destino seria o lixão semqualquer processo de separação e passar a reduzir, reciclar e reutilizar(MAFALDO et al, 2011).

A reciclagem possibilita o reaproveitamento de muitos materiaisdo lixo como papéis, vidros, latas e plásticos. A coleta seletiva funcionacomo um processo de educação ambiental na medida em queconscientiza as pessoas sobre os problemas do desperdício de recursosnaturais e da poluição causada pelo lixo, gerando benefícios ambientais,aumento da vida útil dos aterros sanitários a partir da diminuição deresíduos que deixarão de ir para esses locais, reaproveitamento dematérias-primas, aumentando seu ciclo de vida; sociais, organizaçãoem cooperativas e associações, geração de trabalho e renda aoscatadores; educacionais, estimulo a mudanças de hábitos e valores noque diz respeito à proteção ambiental, conservação da vida edesenvolvimento sustentável; culturais, criação de novas práticas deseparação dos resíduos; econômicos, redução de gastos com os aterrose diminuição de gastos com a limpeza pública.

Grande parte da população mundial vive hoje um momento deconsumismo, em que quase tudo dura pouco e é facilmente descartado.A produção dessa variedade de produtos é feita à custa do desgaste dosrecursos naturais, além disso, alguns produtos se decompõem lentamente.

São vários os desafios enfrentados ao direcionar ações paramelhoria das condições de vida, muitos deles relacionados às mudançasde atitudes na interação com o meio em que vivemos na tentativa deformar indivíduos responsáveis por suas atitudes. Os problemasambientais mostram-se cada vez mais alarmantes e a saída dependeda relação estabelecida entre sociedade e natureza, tanto na dimensãocoletiva quanto na individual.

Alguns princípios básicos propõem diminuir os riscos geradospela destinação inadequada dos resíduos sólidos como é o caso dos 4R’sreduzir, reutilizar, reciclar e repensar, pois enfatizam a necessidade de se

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ter um controle quanto à quantidade de lixo gerado e o desenvolvimentode atividades que estimulem a reutilização desses materiais quegeralmente podem ser usados para muitas outras atividades, procurandodesenvolver o senso crítico na população campomaiorense fazendo comque se posicione de maneira responsável frente a destinação dos resíduospor ela gerada, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e paraa conservação do meio em que vivemos. O presente trabalho objetivoucriar uma consciência individual e coletiva na população sobre os deverespara a manutenção sustentável da vida, desenvolver atividades queestimulem a preservação ambiental e apresentar a importância da coletaseletiva. A coleta seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muitoimportante para o meio ambiente, por meio delas recuperam-se matérias-primas que seriam novamente retiradas da natureza, ameaçando assima exaustão dos recursos naturais não-renováveis e, além disso, é umaboa forma de estabelecer técnicas e políticas públicas que diminuam aquantidade de resíduos dispostos no solo.

MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido em parceria com a PrefeituraMunicipal de Campo Maior (PMCM), Secretaria de Iluminação eLimpeza Pública e Associação de Catadores de Campo Maior.

A coleta seletiva na cidade de Campo Maior foi realizada deduas formas, a primeira por meio do sistema de porta a porta, onde oscatadores passam recolhendo os materiais separados, seguindo os diasem que o caminhão da limpeza recolhe os demais resíduos; a segundapor meio de pontos de entregas voluntária (PEV), pontos de coletasdistribuídos em locais específicos na cidade, como rodoviária, praças eo mercado.

A implantação da coleta seletiva seguiu algumas etapas:

1ª EtapaReunião com os representantes da secretaria e da associação

de catadores, onde foi abordado o assunto e as atividades a seremexecutadas para o desenvolvimento do projeto de implantação da coletaseletiva.

2ª EtapaVisita à sede da associação de catadores e conversa com os

catadores a fim de estabelecermos uma proximidade entre a divulgação

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e execução do trabalho, informando-se sobre a forma com quedesenvolviam o trabalho e o tipo de material coletado.

3ª EtapaDivulgação do projeto por meio de redes sociais, panfletos,

cartazes e palestras em escolas. Os panfletos e os cartazes foramdistribuídos nos bairros, em algumas residências e preferencialmenteassociações de bairro e pontos comerciais. Nas escolas, as palestrasforam feitas de forma aleatória dando preferência a escolas de bairrosdiferentes, afim de que a informação seja repassada para toda a cidade,para que possa mobilizar a população de forma geral, desde crianças,adolescentes e adultos.

4ª EtapaPor fim, foram estabelecidas parcerias com pontos comerciais,

no que diz respeito à doação de matérias, sendo estes, locais deprodução diária de resíduos recicláveis, gerando benefício mútuo. Nessecaso, foi disponibilizado o telefone de contato de alguns catadores parafacilitar e agilizar essa ação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado do trabalho mostrou-se bem relevante, poispossibilitou quantificar e identificar os principais resíduos coletadosmensalmente como mostra a tabela a seguir:

Tabela 1. Demonstração da coleta mensal feita pelos catadores.Legenda: % - Porcentagem; Kg/mês – Quilo por mês; R$/Kg –

Valor por quilo; R$ - Arrecadação mensal.

Fonte: Elaboração Própria

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Com essas medidas, foi possível mapear o fluxo de descarte demateriais, identificar e estabelecer parcerias com os principais geradoresde resíduos, propor ações e estratégias de descarte consciente e avaliara taxa de geração de material reciclável produzido mensalmente emCampo Maior, além de possibilitar o planejamento do gerenciamentodos resíduos produzidos pela população, contribuindo assim parareforçar e incentivar a separação do lixo aumentando dessa forma arenda dos catadores e diminuindo a quantidade de rejeites destinadosao aterro.

O desenvolvimento desse trabalho possibilitou minimizar apoluição do solo, onde a população passou a se preocupar mais com adestinação dos materiais por ela produzidos; o aumento da vida útildos aterros sanitários, onde este deixou de receber os materiaisrecicláveis, tendo estes materiais outra destinação como a associaçãode catadores; diminuição do desperdício; fortalecimento da associaçãode catadores com melhorias nas condições de trabalho e qualidade devida.

Durante o desenvolvimento do trabalho, foi observado que apopulação já possuía um conhecimento prévio sobre a importância dacoleta seletiva tanto para meio ambiente como para a comunidade,incluindo o aspecto social e econômico, mostrando-se bem receptivaem relação a campanha.

Gusson (2014), pensando numa forma para amenizar osproblemas ambientais causados pela devastação dos recursos naturaise pelo acúmulo e descarte desse resíduo sólido, diz que hoje a sociedadede modo geral tem mudado algumas ações, ainda que de forma tímida.Propõe ainda que a perspectiva de mudança na educação ambientalbusca não só a conservação dos meios naturais, mas principalmente avalorização e o respeito pela natureza, pois entende-se que a sociedadeé parte do meio ambiente e a interação com o mesmo precisa serrepensada.

Rodrigues (1998) enfatiza que a natureza é um recurso, umbem aproveitável, quando se verifica a possibilidade de seuesgotamento, inicia-se uma preocupação com este recurso, que devidoà sua exploração em larga escala está ficando cada vez mais escasso.

No entanto, a sociedade atual utiliza em seu desenvolvimentoo modelo capitalista, deixando, na maioria das vezes, a natureza emúltimo plano, esquecendo-se que ela também é capaz de gerar lucrose que se usada de maneira correta e sustentável pode se tornar umbem infinito.

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Santos (2008, p. 116), em seus estudos, falou sobre o destinodos resíduos, que grandes são os danos causados ao meio ambientepelo acúmulo irregular desses resíduos e pelos sistemas utilizados paraseu gerenciamento. Desde o momento de geração até o destino últimodos resíduos, uma série de medidas necessitam ser empreendidas paraevitar problemas de ordem ambiental, social, de saúde pública,econômica e até mesmo de estética paisagística. Entre essas medidas,destacam-se o acondicionamento, a coleta, o transporte, o tratamentoe a disposição final.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho expôs a necessidade de debater mais sobre os temasrelacionados à educação ambiental, destinação correta de resíduos e aimportância da população na realização dessas atividades, reforçandoa idéia da necessidade da reciclagem e os seus benefícios para acomunidade que a desenvolve.

A realização do trabalho nas escolas mostrou a importância dese trabalhar com crianças e adolescentes, já que estes funcionam comotransmissores de conhecimento, além de serem os responsáveis pelaexistência dos recursos naturais no futuro, garantindo uma convivênciasocial em um ambiente saudável e preservado. Tornando a escola olocal a oferecer a percepção ambiental necessária para despertar ointeresse pela natureza e os benefícios relacionados ao equilíbrioambiental, alcançados por meio da relação harmônica entre o homeme o meio, já que os problemas ambientais são considerados cada vezmais graves e que a solução depende da relação estabelecida entresociedade e natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual.

São vários os desafios encontrados ao direcionar ações para amelhoria da qualidade de vida, muitos deles relacionados às mudançasde atitudes na interação com o meio em que vivemos na tentativa detornar indivíduos responsáveis por suas ações. Atividades educativasque estimulem a preservação são de grande importância para odesenvolvimento da consciência dos indivíduos no que se refere aosdeveres com o ambiente em que vivemos e do qual precisamos para amanutenção sustentável de nossas vidas.

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REFERÊNCIAS

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências – O planeta Terra - 4. Ed. SãoPaulo: Ática, 2009.

GUSSON, M. C; A Educação Ambiental como uma Possível Solução para oProblema do Resíduo Sólido na Escola. Revista Educação Ambiental emAção, v. VIII, n. 49, 2014.

MAFALDO, M. F. G; PINHEIRO, D. K. Ensinando Técnicas de Reciclagem,Reutilização e Redução dos Resíduos Sólidos Urbanos para Alunos do 4ºano do Ensino Fundamental, da E.E.E.F. Eduardo Vargas em Alegrete/RS. Monografias Ambientais, v. 3, n. 3, p. 349-361, 2011.

RODRIGUES, A. R. Produção e consumo do e no espaço: problemáticaambiental urbana. São Paulo: Hucitec, 1998.

SANTOS, M.; ELIAS, D. Metamorfose do Espaço Habitado:FundamentosTeoricos e Metodológicos da Geografia. 6. Ed. São Paulo: Editora Edusp,2008.

WILDNER, L. B. A; HILLIG, C. Reciclagem de Óleo Comestível e Fabricaçãode Sabão como Instrumentos de Educação Ambiental. Revista Eletrônicaem Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 5, n. 5, p. 813-824, 2012.

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MOBILIDADE DENTRO DA UFPI: O USO DABICICLETA POR ALUNOS DA RESIDÊNCIA

UNIVERSITÁRIA QUE ESTUDAM NO CENTRO DECIÊNCIAS AGRÁRIAS

Miquelyna Ribeiro Menezes23

Geyza Conceição da Costa Pereira24

RESUMO: O presente trabalho apresenta uma análise realizada dentrodo campus Ministro Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí,com alunos que residem na Residência Universitária que se deslocam debicicleta para Centro de Ciências Agrárias, que é, aproximadamente, trêsquilômetros dos demais centros. Levando-se em conta os principaisbenefícios, as maiores dificuldades e as ações dizem respeito à UniversidadeFederal do Piauí, apoia-se o uso de bicicleta por seus alunos, que torna-secada vez mais presente e rotineiro na vida acadêmica.

Palavras-chave: Bicicleta, Sustentabilidade, Deslocamento, ResidênciaUniversitária.

INTRODUÇÃO

O Campus Ministro Petrônio Portela25 em Teresina possui umaárea aproximada de 1.470.000 m², sendo seus centros em distintosendereços, acarretando a necessidade de mobilidade dentro do Campuspor parte de estudantes. Optamos por analisar a mobilidade feita porestudantes de bicicleta que residem na Residência Universitária26 e

23 Graduanda em Engenharia Civil, na Universidade Federal do Piauí; E-mail para contato:[email protected] Graduanda em Letras, Licenciatura Português-Francês, na Universidade Federal do Piauí;colaboradora de Iniciação Científica do Projeto de Pesquisa Teseu, o labirinto e seu nome. E-mail para contato: [email protected] Campus Ministro Petrônio Portela está localizado em Teresina/ Piauí, no Bairro Ininga,externo a esse espaço em aglomerado de Centros Acadêmicos, está o Centro de Ciências Agrariasa uma distância aproximada de 3km, onde o recorte da pesquisa se constitui ao longo doprocesso.26 A Residência Universitária, doravante REU, é uma das assistências disponibilizada peloprograma de apoio estudantil vinculado a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários(PRAEC), está localizada dentro do Campus Ministro Petrônio Portela, em frente ao Centrode Tecnologias (CT).

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estudam no Centro de Ciências Agrícolas, este fica aproximadamentea três quilômetros distante de onde residem, a mobilidade de bicicletapode ser de caráter econômico e funcional para esses estudantes, semdeixar de ser sustentável para o planeta. Como ponto de partida paraessa análise, serão discutidos quais os maiores benefícios e quais asmaiores dificuldades encontradas por esses alunos na execução dodeslocamento utilizando-se bicicletas.

MÉTODOS

Considerando os objetivos da pesquisa e as análises sobrepesquisa, verificamos que o estudo apresenta as características de umapesquisa qualitativa, em virtude de buscar a compreensão do uso debicicletas nos deslocamentos entre centros acadêmicos da UniversidadeFederal do Piauí.

Para coleta de informações, optamos pela realização deentrevistas semiestruturadas, por considerarmos que permite umaorganização dos questionamentos, ao mesmo tempo em que pode serna medida em que o diálogo acontece e trocam-se informações sobre aquestão levantada na pesquisa. Participaram dessa pesquisa inicial trêsmoradores da Residência Universitária do Campus Petrônio Portelaem Teresina Piauí. A coleta de informações foi realizada obedecendoa uma sequência que apresentamos a seguir.

Considerando a natureza das informações pretendidas, optamospelo procedimento de entrevista semiestruturada focando nos seguintestemas:

• Tempo de uso do modal em questão (Bicicletas);• Economia de tempo versus economia financeira no uso do

modal em epígrafe;• Acidentes de trânsitos com o uso de bicicletas;• Conhecimento do Código de Trânsito Brasileiro27 para ciclistas

– direitos e deveres.O roteiro para entrevista foi elaborado seguindo as

recomendações e orientações recebidas pela professora de graduaçãoda disciplina de Transporte do 7º período do currículo de engenhariacivil, levando em consideração duas finalidades: a) promover umadiscussão sobre o uso e benefícios do uso alternativo de modais nos

27 O Código de Trânsito Brasileiro durante a escrita será referenciando em sua sigla comoC.T.B.

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deslocamentos inter-centros acadêmicos e b) levantar as concepçõessobre o processo de formação de público ciclista dentro do campusuniversitário.

Diante do conhecimento dos tipos de modais para deslocamentode pessoas e mercadorias apresentados em seminários na disciplinaacima, foi possível constatar que para a redução dos impactosambientais e sociais da mobilidade motorizada existente é necessárioa implantação de uma mobilidade sustentável. Tomando isso comopartida, junto à leitura de artigos e pesquisas relacionados ao tema,planejou-se um roteiro englobando pontos importantes que nãofugissem ao ambiente de pesquisa e a obtenção de resultados simples ereais.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O roteiro de entrevista se deu individualmente entre osparticipantes da pesquisa, em conversa no âmbito da Residênciauniversitária. A escolha dos participantes foi em função do uso diáriode deslocamento para os centros mais distantes da Residênciauniversitária.

O primeiro entrevistado que possui as iniciais D. S. de A. R.passou por um roteiro de perguntas seguindo os temas levantados nametodologia, ele é estudante de Veterinária, morador da ResidênciaUniversitária desde o primeiro período de 2012, há um ano e meio fezaquisição de sua bicicleta modelo mountain bike de 21 machas comquadro de ferro, os gastos com manutenção se dão em média de seisem seis meses, sob o custo de R$ 40,00 (quarenta reais), ainda nãopossui o hábito de usar os utensílios de proteção recomendados peloCódigo de Transito Brasileiro. Até o dia da entrevista não havia sofridonenhum tipo de roubo ou furto, entretanto, registra que colegas deturmas que moram próximo ao campus já sofreram taldesapontamento. O mesmo informou ainda, que tem conhecimentodas leis de trânsito, relatou que poucos são os motoristas que guardama distância de um metro e meio prevista no C.T.B., entre tanto já sofreuquase acidentes, considerados pelo entrevistado como “sustos”.

O segundo entrevistado de iniciais D.F.A. também do curso deveterinária cursando o 4º período, é morador da ResidênciaUniversitária há um ano e meio, fez aquisição imediata de uma bicicletade 18 marchas na qual se desloca todos os dias ao centro de estudo elugares mais próximos da Universidade. Afirma não ter passado por

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qualquer tentativa de roubo, mas que se preocupa com sua segurançae de sua bicicleta, pois no seu centro não há bicicletários para guardá-la. O gasto com revisão de sua bicicleta é semestral ficando em tornode R$ 40,00 (quarenta reais), afirma também ter noções do CTB queprotege o ciclista no trânsito. Seria de grande valia uma melhorinfraestrutura dentro da UFPI que melhor atendesse os alunos ciclistaspresentes na mesma.

O terceiro a ser entrevistado foi T. S. de S., assim como os demaisestudantes de veterinária no 6º período em andamento, já mora naResidência Universitária há três anos e desloca-se desde o início docurso de ônibus até o Centro de Ciências Agrárias. Ao ser indagadoporque não se locomove de bicicleta ao invés de ônibus, responde quemesmo consciente que teria algumas vantagens como viabilidadeeconômica e a prática de uma atividade física, atribui como contrapartida a falta de segurança e de ciclovias no campus. Acrescentouainda que por ser sedentário, trocaria o ônibus por uma bicicleta sehouvesse infraestrutura adequada e segura. E que seu principalproblema no transporte coletivo é no não cumprimento de horáriosdas linhas de ônibus.

MAIORES BENEFÍCIOS

O maior benefício é a prática de uma atividade física agregadaà vida acadêmica, literalmente é o útil junto ao agradável. No mundode compromissos e correria que é a vida acadêmica, nada mais justo,do que estar preparado fisicamente para a jornada diária deconcentração e empenho que os estudos exigem. Outro grande benefícioé a viabilidade econômica proporcionada pelo uso da bicicleta nopercurso da moradia ao local de estudo.

O custo seria mais alto se tivessem que pegar ônibus das (linhaslocais) todos os dias para o centro de estudo em questão, dificultandoassim, economicamente, sua estadia em Teresina. O investimento numabicicleta também cessa a dependência de ônibus, consequentemente,de atrasos para as aulas e o tempo gasto nas paradas a espera do mesmo.O uso de um modo não motorizado para os deslocamentos diáriosnão pode mais ser ignorado como elemento do sistema de transporte.O respeito e implantação desse transporte sustentável significacontribuir para a inclusão social de seus usuários e de suma importânciana preservação de nosso planeta.

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MAIORES DIFICULDADES

Ao que se destina a utilização de bicicletas em Teresina-PI hábenefícios, mas seus percalços ao longo dos percursos realizáveis, umem que concordamos é o sol. Nossa cidade é conhecida como a capitaldo calor e sol escaldante, daí necessidade de um deslocamento emhorários específicos, como pela manhã ou ao final da tarde. O Sol chegaa ser o fator menos preocupante no uso de bicicleta para deslocamentoem comparação ao desrespeito por parte dos motoristas que chega aser uma das maiores temeridades dos ciclistas. Ligado a esse fator, aoutra dificuldade encontrada por ciclistas é a falta de ciclovias e/ouciclo-faixas na universidade, pois o Código De Trânsito Brasileirogarante que na falta de faixas destinadas aos ciclistas, os motoristas deveículos leves e/ou pesados devem manter a distância de 1,50m (ummetro e meio) dos ciclistas, essa garantia legal só seria cumpridamediante a disponibilização de faixas destinadas aos estudantes ciclistasda Universidade Federal Do Piauí, que melhoraria e por seguintegarantiria o deslocamento com segurança por parte dos ciclistas, e atéestimularia o uso de mais bicicletas entre os centros acadêmicos.

Dentre as dificuldades está também a falta de bicicletários28, omais conhecido está localizado na biblioteca central Jornalista CarlosCastelo Branco, ficando longe de salas de aulas, com pouca ou nenhumasegurança, o que não garante aos ciclistas a guarda de seu bem nocampus, por mais que uma bicicleta seja de valor inferior a um carroutilitário comum, ela ainda assim possui seus custos de compra emanutenção, dois pode ser roubada como em alguns casos registradospelos ciclistas. Essa situação de roubos e falta de local destinado aguarda de bicicletas torna-se uma questão desagradável edesestimulante, sem citar que no momento que o ciclista passa a serpedestre deixando seu bem acorrentado em uma árvore ou poste, estabicicleta estará exposta ao calor, chuva (raras) e aos desgastes do tempo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Universidade com seu fundamental papel para odesenvolvimento da sociedade precisa oferecer uma gama depossibilidades, que atendam ao maior número de necessidades de

28 Segundo o Código De Transito Brasileiro no Anexo I Dos Conceitos E Definições:BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.

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deslocamento possível. Uma combinação de vários modais oferecidosestrategicamente é mais interessante do que grandes projetos que criaminfraestrutura para dar vazão a um único meio de transporte, emespecial se ele for o carro. A inserção de outro modal torna-se atrativopor possibilitar dar vazão a mais de um meio de transporte. O trânsitonos dá a falsa impressão de que a maioria das pessoas locomovem-sefazendo uso de veículos automotores. Na verdade, os carros ocupama maioria dos espaços das vias públicas, mas levam a minoria daspessoas que se locomovem por elas.

O que ainda não perceberam é que a bicicleta como meio dedeslocamento dentro da Universidade Federal do Piauí traz uma gamade benefícios a comunidade acadêmica.

Pensando dessa forma, o primeiro passo para adaptar a bicicletacomo modal nos campus da Universidade é integrar a infraestruturacicloviária ao transporte público existente, criando bicicletários emtodos os centros, restaurantes universitários e residências universitárias.Assim, parte dos deslocamentos podem ser realizados utilizando asbicicletas e parte de transporte público. Outra medida importante éreduzir gradativamente a velocidade máxima permitida em vias daUniversidade a fim de tornar essas vias seguras e agradáveis ao uso debicicletas ou mesmo por pedestres de forma que todos se adaptassem,inclusive os motoristas de transportes motorizados Quando avelocidade máxima é reduzida, a via fica automaticamente mais segura,por conseguinte, encorajadora ao uso de outras formas de locomoçãosustentáveis e menos agressivas em vários aspectos.

REFERÊNCIAS

CASTAÑON, Ugo Nogueira. Uma Proposta de Mobilidade Sustentável: Ouso da bicicleta na cidade de Juiz de Fora/ Ugo Nogueira Castañon – Rio deJaneiro: UFRJ/COPPE, 2011.

SILVEIRA, Mariana Oliveira. Da Mobilidade Sustentável: A bicicleta comoum meio de transporte integrado / Mariana Oliveira da Silveira – Rio deJaneiro: FRJ/ COPPE, 2010.

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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS EMICROBIOLÓGICAS DO RIO PARNAÍBA NO

PERÍODO CHUVOSO - EM FLORIANO/PI

Aguiar Neto, A.T. / Castro, E.F.C.*Aguiar, L.C.T.**

Silva, M.C.***Abreu, A.P.L. / Silva, R.B****

RESUMO: A água é uma necessidade fundamental, mas para preservá-la tem que manter uma ação permanente de preservação e amanutenção dos corpos d’água. Esse trabalho teve como objetivoidentificar os aspectos físico-químicos e microbiológicos do rio Parnaíbaem Floriano-PI no período chuvoso. Nas análises físico-químicas emicrobiológicas foram utilizadas as técnicas adotadas no Manual daFundação Nacional de Saúde – FUNASA (2009), e para a identificaçãodas bactérias termo tolerantes para a confirmação da Escherichia colifoi utilizada a técnica de pour plate em triplicata. Os índices físico-químicos encontram-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela doCONAMA nº357/2005 e da portaria nº 2.914/2011. Os resultadosdas análises microbiológicas, dos 3 pontos pesquisados, as amostrastiveram o número de coliformes fecais/100ml maiores que(>16). Nomeio de diferenciação UFC/100ml, foram encontradas no (Pa

1-05UFC,

Pa2-18UFC, Pa

3-10UFC) indicando a presença da Escherichia coli. As

analises mostram que a qualidade físico-química, está dentro dospadrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº357/2005 e daportaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde. Os resultadosmicrobiológicos deste estudo demonstram que a água do rio sãoimpróprias para o consumo humano de acordo com a portaria nº 2.914/2011, mas para balneabilidade encontra-se adequada de acordo com aresolução do CONAMA nº274/2000.

Palavras-chave: Rio Parnaíba, Análises físico-químicas emicrobiológicas, período chuvoso.

* Graduados em Farmácia** Graduada em Enfermagem*** Graduando em Biomedicina**** Orientadores

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INTRODUÇÃO

Segundo Amaral et al (2003), a preservação e manutenção daqualidade da água é uma necessidade universal, que exige atenção porparte das autoridades sanitárias e consumidores em geral,particularmente no que se refere à água dos mananciais como poços,minas e nascentes.

Braga et al (2003) relata que substâncias químicas utilizadas naagricultura, esgotos das cidades, resíduos industriais e o desmatamentofavorecem uma má qualidade no corpo d’água.

Para RADIS (2011), a maioria da água doce está em grandeparte associada à má qualidade de distribuição, ausência de serviçosde saneamento, contaminação e falta de tratamento da água utilizada,contaminação dos rios e lagoas usadas para trabalho ou lazer, coleta edisposição final do lixo inadequado ou alimentos mal preparados paraconsumo.

Para FILHO e NASCIMENTO (2005), os especialistas e asautoridades alertam que o mau uso e a crescente demanda por esserecurso, que é tão importante e essencial para o ecossistema, pode estarameaçado, pois em muitas cidades a água é contaminada por esgoto,poluição de produtos derivados de petróleo e bactérias. GELDREICH(1974) diz que a poluição fecal põe em risco á saúde pública, por se teruma grande probabilidade de conter microrganismos patogênicosintestinais, como vírus, protozoários, bactérias, agentes frequentesresponsáveis por doença de veiculação hídrica.

TEIXEIRA (2005) diz que o controle da qualidade da águapara o consumo humano é de extrema importância, pois de acordocom os resultados das análises, medidas de intervenção, correção oupreventivas, podem ser adotadas garantindo assim uma boa qualidadeda água.

Este trabalho tem como objetivo avaliar os aspectos físico-químicos e microbiológicos do rio Parnaíba em Floriano-PI no períodochuvoso.

MATERIAL E MÉTODOS

As coletas foram realizadas em 3 pontos distintos (antes, entree depois ) do desembocamento dos riachos, onde totalizaram 3 pontosde coletas, para a realização das análises microbiológicas e físico -químicas.

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A determinação dos pontos de coleta foi feita com o uso do GPS(GARMIN Etrex h®), as amostras foram acondicionadas em frascos decor âmbar e conservadas em uma caixa térmica até chegarem aoslaboratórios de microbiologia e de físico-química da FAESF-PI, ondepermaneceram mantidas sob-refrigeração até o momento das análises.

Para as análises físico-químicas e Microbiológicas utilizaram-se técnicas adotadas no Manual da Fundação Nacional de Saúde –FUNASA (2009). Foram analisados os seguintes parâmetros físico-químicos: temperatura (C°), pH, alcalinidade total (mg/L), cloreto(mg/L) e dureza (mg/L) e microbiológicos utilizou-se a técnica detubos múltiplos de 1:1 da tabela 2 e foi realizado a técnica de pourplateem meio seletivo e diferencial em triplicata para a confirmação daEscherichia coli (ANDREOLI et al., 2003).

Depois da realização das análises, os resultados foramcomparados com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA)n°357/2005 e nº274/2000 e da Portaria nº 2.914/2011do Ministério da Saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS

Para Richter e Netto (2000), a composição física, química ebacteriológica define a qualidade da água, sendo que as característicasfísicas são de pouca importância sanitária. Uma água de boa qualidadetem que ser isenta de substâncias orgânicas, inorgânicas ou quaisquerorganismos capazes de provocar enfermidades ou produzir efeitosfisiológicos prejudiciais.

As temperaturas da água aferidas localmente no rio Parnaíbavariaram entre 20º e 23ºC. CETESB (2005) relata que a temperatura éum importante parâmetro físico, pois sua alteração indica que estáocorrendo aceleração ou retardamento da atividade biológica,precipitação de compostos, absorção de oxigênio e formação dedepósitos.

Os valores de pH encontrados no período chuvoso (7,0),encontra-se dentro dos parâmetros estabelecidos pela resolução doCONAMA nº 357/05, que estabelece limites 6,0 a 9,0. Segundo Richtere Netto (2000), pouco significado tem quando se encontra o valor dopH 7, pois esse resultado só indica que os íons de hidrogênio e hidroxilatêm concentrações iguais.

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As análises das alcalinidades expressas na tabela variaram entre26 e 28 mg/L. Cruz et al (2007), diz que os valores encontrados deconcentração é proveniente de matéria orgânica em decomposição,pois os íons de bicarbonatos provem dessa reação.(dentro ou fora dospadrões).

Os resultados dos teores de cloretos situaram-se na faixa de 4 a4,4 mg/L, encontrando-se dentro dos padrões estabelecidos pelaportaria nº 2.914/2011 segundo Brasil (2011), que estabelece o limitemáximo permitido de cloretos seja de 250mg/L. Segundo CETESB(2005), os limites fixados para o valor máximo permitido deconcentração dos cloreto, baseiam-se em relação ao gosto por motivode toxicidade.

Os resultados da dureza situaram-se na faixa de 16 a 18mg/L,indicando teores aceitáveis de dureza, conforme a portaria nº 2.914/2011. Segundo Brasil (2011), a qual estabelece o limite de 500 mg/L.Cruz et al (2007) relata que ocorre um aumento na concentração dadureza no período chuvoso, devido a um maior carreamento nos leitospara os rios, que ocorrem por causa da maior concentração de chuvasnesse período.

De acordo com Richter e Netto (2000), para o controle do sistemade abastecimento é necessário a determinação de coliformes. Suapresença é um indicativo da contaminação da água por esgotosdomésticos, podendo ocasionar diversas doenças de transmissão hídrica.

Os pontos Pa1, Pa

2 e Pa

3 tiveram resultados > 16, para o número

mais provável de bactérias e já no meio de diferenciação utilizando omeio Mac Conkey, foram encontradas uma variação de 05 a 18 UFCde Escherichia coli (Tabela 2). De acordo com a portaria nº 2.914/2011,segundo Brasil (2011), quando confrontadas com os valores depotabilidade todas as outras amostras encontram-se impróprias para oconsumo humano, mas para a balneabilidade encontra-se adequadade acordo com a resolução do CONAMA nº 274.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A água é um bem precioso extremamente necessário para amanutenção da vida de todas as espécies em todos os níveis deorganização, a falta desse recurso ou sua poluição implica nasobrevivência da humanidade e de todas as espécies.

Os resultados das análises físico-químicos do rio Parnaíbaencontram-se dentro dos padrões estabelecidos pela resolução do

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CONAMA nº357/2005 e da portaria nº 2.914/2011 segundo Brasil(2011).

As análises dos resultados microbiológicos demonstram que aságuas do rio Parnaíba são impróprias para o consumo humano deacordo com a portaria nº2.914/2011,mas para a balneabilidadeencontra-se adequada de acordo com a resolução do CONAMA nº274.

É essencial a promoção de ações direcionadas para se evitar apoluição, para promoção de uma melhor qualidade dos corpos d’águae da diminuição na contaminação através dos esgotos nas águas do rioParnaíba. Na cidade está sendo implantado um sistema de saneamentobásico, uma ação que contribuirá para melhorar a qualidade da águadevido à canalização dos esgotos que cortam a cidade e se interligamaos mesmos, em que a população despeja seus dejetos domésticos efecais que são lançados diretamente no rio contribuindo para a suapoluição.

Esse estudo é a primeira abordagem realizada que engloba osíndices Físico-Químicos e Microbiológicos do rio Parnaíba na cidadede Floriano-Pi, no período chuvoso, servindo de referência paracomparar índices futuros com os encontrados.

REFERÊNCIAS

AMARAL, L.A.; NADER FILHO, A.; ROSSI JUNIOR, O.D.; FERREIRA,F.L.A.; BARROS, L.S.S. Água de consumo humano como fator de risco àsaúde em propriedades rurais. Revista de Saúde Pública. São Paulo, Vol.37,n.4, 2003.

BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J.G.L.; BARROS, M.T.L.; VERASJÚNIOR, M.S.; PORTO, M.F.A.; NUCCI, N.L.R.; JULIANO, N.M.A.;EIGER, S. Introdução à engenharia ambiental. 2 ed. São Paulo: Prentice Hall,2003. P. 305.

BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA. Estabelece aclassificação dos corpos de água do Território Nacional, diretrizes ambientaispara o seu enquadramento, e condições e padrões de lançamento de efluentes.Resolução CONAMA Nº 357 de 17/03/2005. Brasília-DF, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011.Legislação em vigilância sanitária. Estabelece os procedimentos eresponsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água.Disponível em: <http://189.28.128.179:8080/pisast/saude-ambiental/v i g i a g u a / n o r m a s - e - l e g i s l a c o e s /

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PORTARIA%20No%202.914%2012_12_2011_qualidade%20da%20agua.pdf>.Acessoem: 12 Abril 2012.

BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 274, de 29 denovembro de 2000. Dispõe sobre a balneabilidade. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/praias/res_conama_274_00.pdf >.Acesso em: 10maio 2012.

CARVALHO,V.F. A água como símbolo da vida.2003. Disponível em: <http:// w w w . p r o f r i o s . h p g . i g . c o m . b r / h t m l / a r t i g o s /aguas_simbolo_vida.htm>.Acesso em: 11 julho 2010.

Cruz, P.; Reis, L.; Barros, A.; Neves, J.; Câmara, F. Estudo Comparativo DaQualidade Físico-Química Da Água No Período Chuvoso e Seco NaConfluência Dos Rios Poti E Parnaíba Em Teresina/Pi. II Congresso dePesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica. JoãoPessoa - PB – 2007 Disponível em :<http://www.redenet.edu.br/publicacoes/arquivos/20080213_091110_MEIO-073.pdf> Acessado dia: 23 de Maio de2012.

FILHO, V.E.M; NASCIMENTO, A.R.P. Programa de controle de qualidadede alimentos e água. Análises físico-químicas e bacteriológicas da água. SãoLuís–Ma. UFMA, 2005.

FIRJAN. Orientações para a obtenção de outorga do uso da água. Rio deJaneiro: GMA, 2006. Disponível em:<http://www.firjan.org.br/data/pages/2C908CE9215B0DC4012164A77509221B.htm> Acesso em 13 de outubro,2011.

GELDREICH, E.E. Aspectos microbiológicos dos esgotos e dos seus processosde tratamento. In: Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básicoe de Controle de Poluição das Águas. Desinfecção de águas.São Paulo, 1974.P. 115.

INFORMAÇÕES confiáveis sobre a qualidade dos recursos hídricos. Reunião,Análises e Difusão de Informação sobre a Saúde - RADIS. Rio de Janeiro, nº106, p. 18, jun. 2011.

REIS, J. A.; HOFFMANN, P.; HOFFMANN, F. L. Ocorrência de bactériasaeróbias mesófilas, coliformes totais, fecais, e Escherichia coli, em amostras deáguas minerais envasadas, comercializadas no município de São José do RioPreto, SP. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 20, n. 145, p. 109-116, out.2006.

TEIXEIRA, J. C. Vigilância da qualidade da água para consumo humano –utopia ou realidade? Estudo de caso: Juiz de Fora – MG. Associação Brasileirade Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, p. 1-4, 2005.

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CARTA DE PRINCÍPIOS E PROJETO AÇÃO: AINTER E A TRANSDISCIPLINARIDADE NO

CONTEXTO ESCOLAR

Andréa Lourdes Monteiro Scabello

RESUMO: Este artigo tem por finalidade apresentar a Carta dePrincípios e aspectos do Projeto Ação elaborados pelos estudantes doEnsino Fundamental II do Colégio Sidarta no ano de 2002. Estas açõesapoiadas nos princípios da inter e da transdisciplinaridade pretendiampossibilitar a construção de uma representação mais abrangente sobreplaneta e demais espécies viventes. A metodologia de ensino, baseadano sentido e significado do aprender, levou os estudantes a vivenciaremexperiências durante um estudo do meio na Estação Ecológica eExperimental de Itirapina, SP. Após a coleta dos dados e sistematizaçãodas informações foi elaborada uma Carta de Princípios que alçou ostatus de carta de intenções. Os princípios estabelecidos serviram debase para a elaboração do projeto ação empreendendo ações solidáriasno entorno do colégio

PALAVRAS-CHAVE: Ensino para a Compreensão. Estudo do Meio.Carta de Princípios. Projeto ação.

INTRODUÇÃO

“Think globally, act locally”A união planetária é a exigência racional mínima de

um mundo encolhido e interdependente. Tal união pede aconsciência e um sentimento de pertencimento mútuo que nosuna à nossa Terra considerada como primeira e última pátria.

Morin, 2001

A escola é o lugar de convivência e socialização. Lócus deaprendizagens e do desenvolvimento de habilidades e construção decompetências. Esta afirmação traduz o cotidiano no Colégio Sidarta,localizado no município de Cotia, SP, fundado em 1998 por um grupode empresários que acreditava no empreendedorismo como forma deação social e na educação como possibilidade de intervenção no mundo.

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O projeto do Colégio nasceu em parceria com a Escola do Futuroda Universidade de São Paulo - USP. A implantação da Educação Infantile do Ensino Fundamental I e II foi coordenada pelo Prof. FriderichMichel Litto, tendo por fundamentação o Ensino para a Compreensão29.O Ensino Médio, inaugurado alguns anos mais tarde, teve a colaboraçãode Leila Retroia Iannone baseada na metodologia dos projetos didáticos.Sob os auspícios da inter e da trandisciplinaridade,30 o Colégio Sidartaestabeleceu um marco na educação por trabalhar com paradigmasconsiderados pouco conservadores.

Intenciona-se neste artigo apresentar a Carta de Princípios easpectos do Projeto Ação elaborados pelos estudantes do EnsinoFundamental II do Colégio Sidarta no ano de 2002. Estas açõesapoiadas nos princípios da inter e da transdisciplinaridade31 pretendiama construção de uma escola com princípios da sustentabilidade.

O PROJETO PEDAGÓGICO EM PROL DE UMA ESCOLASUSTENTÁVEL

Em 2001 o Colégio Sidarta deu início ao Ensino FundamentalII. O Projeto Pedagógico desse segmento foi elaborado por uma equipede educadores contratados pela Escola do Futuro - USP. Estedocumento definiu as concepções filosóficas e as ações pedagógicasno âmbito escolar. O projeto pedagógico tinha por base um temagerador:

29 O Colégio Sidarta pautou-se no Modelo para Prioridades Educacionais em uma Sociedadede Informação da Escola do Futuro (1997), nos princípios de Gardner (Projeto Zero), nasideias de pesquisadores que defendem o ensino para a compreensão, o aprender a aprender e aaprendizagem com sentido e significado.30 Citando o Projeto Sidarta (2000, p. 19) “O objetivo da visão transdisciplinar é a articulaçãodos saberes, o estudo do universal, a restituição ao homem de sua integridade, a contínuaeducação e formação que remeta ao conhecimento e ao respeito da totalidade aberta do Serhumano, à compreensão da Natureza e do mundo em que vivemos. A visão transdisciplinarimplica em uma nova lógica, em um nova consciência do real, em uma interpelação ética e emuma metafísica. Ela abarca a relação do homem com o ambiente (ecorelação), com o outro(s)(heterorelação) e com nosso interior (autorelação), enquanto o nosso si mesmo, a nossa essência,a nossa verdadeira natureza. Nesse sentido, ela remete a um processo contínuo de ecoformação,de heteroformação e de autoformação”.31 Segundo o Projeto Sidarta (2000, p.1) “A Educação permeada pela transdisciplinaridadeamplia o universo do que é educar uma vez que compreende o educador como um mediadorde sentido e de significado. Para a transdisciplinaridade o educador é um mediador de sentidoe de significado. Nesse contexto, o educador enquanto mediador de significado é aquele queresponde as perguntas o que? e porque? Ele nos remete a um conteúdo disciplinar, multidisciplinarou interdisciplinar. O educador, enquanto mediador de sentido, é aquele que responde asperguntas para que? para quem? em nome do que? em nome de quem? Ele nos remete à interpelaçãoética e metafísica.”

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“Espaçonave Terra navegando”. A intenção ao se escolher essetema era possibilitar a construção de uma representação maisabrangente sobre planeta. Os indivíduos das diferentes espécies sãoviajantes/passageiros da Espaçonave Terra que navega pela Via-Lácteae, consequentemente, pelo Universo. Partindo-se deste pressuposto, oprojeto pedagógico tinha por base um tema gerador: “Espaçonave Terranavegando”. A intenção ao se escolher esse tema era possibilitar aconstrução de uma representação mais abrangente sobre planeta edemais espécies viventes. Assim, temáticas relativas à sustentabilidadee à biodiversidade constituíam-se como foco do ensino, respaldadaspela Teoria dos Sistemas.

A metodologia de ensino, baseada no sentido e significado doaprender, levou os estudantes a “vivenciar experiências concretas,refletir sobre elas, descobrir o que realmente aprendeu e compreendeu,comunicar aos outros o seu conhecimento e, finalmente, trabalharcooperativamente e individualmente” (FISCHMMAN, 1997, p. 6).

A metodologia de ensino estava assentada em 4 etapas distintas:sensibilização, investigação e descoberta, atividades criativas, dainformação ao conhecimento (Quadro 1).

Quadro 1 - Etapas do processo de ensino

Fonte: Adaptado do Projeto Amare (ESCOLA DO FUTURO, USP, p.1997).

Esta forma de ensinar trouxe para os estudantes muitos desafios.Os conteúdos tratados em aula respeitavam os conhecimentos préviose instigavam a descoberta de respostas para as indagações ou problemasque se desejavam entender. A metodologia da pesquisa científica faziaparte do cotidiano das crianças e jovens, colocando-os na posição deaprendizes.

A pesquisa era fundamentada na pesquisa bibliográfica, leiturae fichamentos, elaboração de resumos e resenhas, observação direta e

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indireta, registros no caderno de anotação, desenho, fotografia, entreoutras atividades. Mas, muitas vezes, completava esta etapa a pesquisade campo com aulas passeios e estudo do meio.

Os resultados parciais das investigações revertiam-se numaprodução, geralmente concreta, isto é, em desenhos, textos, maquetes,elaboração de power point, dramatização, produção gráfica, blogs,elaboradas individualmente e em equipe. A finalidade era asistematização dos dados coletados.

A finalização do processo de aprendizagem coincidia com a etapadenominada Da Informação ao Conhecimento na qual os estudantessocializavam as descobertas com os colegas em sala de aula e com acomunidade através da apresentação de comunicações orais, debate,mesas-redondas e oficinas no Congresso de Estudantes do ColégioSidarta (evento realizado no segundo semestre do ano letivo). O ensinonão era teórico, propiciava experiências e práticas diversificadas. Assim,as ações pedagógicas coadunavam com o que é afirmado por Raths etalii (1977, p 5) a respeito da atuação dos professores no processo deensino: “A contribuição mais significativa para o processo de maturaçãoé dada pela experiência” e dentro desse processo destacam-se “[...] asoportunidades para pensar, bem como as oportunidades paracompartilhar nosso pensamento quando a pesquisa é feita em função deobjetivos [...]” (RATHS et alii, 1977, p. 6).

As experiências e a aplicação prática dos conceitos econhecimentos exigiam dos estudantes o desenvolvimento dehabilidades e competências, elementos fundamentais para a construçãoda autonomia. Esta forma de aprender mobilizava os cinco sentidos e,trazia para o dia-a-dia da escola, questões relativas à afetividade/sensibilidade.

Para cada uma das séries do EF II foram planejados projetoscom temas específicos, conforme Quadro 2. Contudo, eles possuíamnatureza interdisciplinar. Assim, as ações pedagógicas do 7º ano (antiga6ª série) desembocavam na elaboração de uma Carta de Princípiosque servia de parâmetro para os 8º e 9º anos, levando os estudantes nofinal do ciclo a implantar um projeto ação junto à comunidade externa.

Os temas dos subprojetos eram desenvolvidos por todas asdisciplinas escolares. E, uma vez que a temática tinha cunhointerdisciplinar, o planejamento de ensino e das aulas eram realizadosem dois momentos: um coletivo e outro individual. O coletivo ocorriadurante as reuniões de planejamento das séries e os momentosindividuais ao longo das reuniões de área. É importante destacar que

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os momentos de planejamento e avaliação das metas ocorriam comfrequência, pois a equipe de gestores (incluindo a mantenedora, adireção, a coordenação de currículo e a pedagógica) fazia reuniõescom os professores semanalmente. Para atingir as metas do projetopedagógico entre as diversas condições destacavam-se: o planejamentoestratégico, o trabalho em equipe, profissionais bem preparados,planejamento de ensino e das aulas. O trabalho pedagógico não ocorriade forma solitária. Era resultado de uma equipe que se pautava noprincípio da solidariedade.

O objetivo da ação educativa era dar sentido e significado aoconhecimento permitindo as ações empreendedoras. A propostapedagógica era baseada em 4 vetores: Autenticidade na identidade;Identidade na alteridade; Qualidade na formação; e Emancipação nacriação respaldados pelos quatro pilares da Educação – Aprender aconhecer; Aprender a fazer; Aprender a viver em conjunto; Aprendera ser – conforme o relatório da Unesco para a Educação no séculoXXI (DELORS, 1999).

Quadro 2 – Fundamentação do Projeto Político Pedagógico

Fonte: Projeto Sidarta 2000.

A proposta de trabalho para os estudantes do 7º ano (antiga 6ªsérie), assim como a das demais séries, estava respaldada por objetivos

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de compreensão. No caso, o projeto Buscando e reconhecendo as rotascentrava-se na relação entre o Homem e a Natureza. A disciplina degeografia, por exemplo, tinha a intenção de entender como essa relaçãopossibilitava a construção das paisagens e do espaço brasileiro. Nestaperspectiva, entre os objetivos de compreensão destacavam-se:Compreender a diversidade de relações existentes entre o Homem e anatureza; Compreender que as intervenções da sociedade na natureza,ao longo da história, foram responsáveis por desequilíbrios ecológicosque ameaçam o nosso planeta na atualidade. Estes objetivos guiavama seleção dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinaisconforme a Figura 1.

Figura 1 – Planejamento Trimestral – Disciplina de Geografia(Ensino para Compreensão)

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Fonte: Planejamento elaborado por Scabello (2002).

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O planejamento da disciplina de geografia articulava-se aosdemais componentes curriculares. E para colocar em prática o ensinodesses conteúdos foi escolhido o método interdisciplinar do estudo domeio.

O MÉTODO DE ENSINO INTERDISCIPLINAR: O ESTUDODO MEIO

A meta a ser alcançada relacionava-se à compreensão dacomplexidade do planeta Terra, especialmente da biosfera, expondoas fragilidades no equilíbrio na relação sociedade natureza numasociedade capitalista, isto é, na sociedade de consumo.

Os subprojetos permitiram discutir as consequências positivase negativas das ações humanas, especialmente as de cunho econômicosobre a natureza. Para que se pudessem observar as interferências nãosó ambientais, mas também de cunho cultural, optou-se por utilizarcomo estratégia o estudo do meio. O local escolhido foi uma área depreservação, mais especificamente uma unidade de conservação – aEstação Ecológica e Experimental de Itirapina – localizada no interiordo Estado de São Paulo.

O contato dos estudantes com o ambiente externo à escola,frequentemente, ocorreu de forma prazerosa, pois experimentavamsituações novas, treinavam as suas percepções e demonstravamcuriosidade acerca dos fenômenos percebidos.

A experiência na Estação Ecológica e Experimental32 deItirapina permitiu vivenciar aspectos do cotidiano dos pesquisadoresque estudam o ambiente natural. A escolha desta Unidade deConservação pautou-se no fato do bioma cerrado (uma das vegetaçõesque povoou grandes extensões do território paulista) estar circunscritaa pequenas áreas. No caso em questão o cerrado foi substituído pelaplantação de pinus e eucalipto para beneficiar as indústrias de celulosee, também farmacêuticas e de cosméticos.

O estudo do meio enquanto método de ensino interdisciplinarintencionava ir além do conteúdo conceitual. Trata-se de uma práticapedagógica que se encontra inserida em uma teoria curricular abertana qual a aprendizagem dos alunos não é medida através de uma

32 A estação ecológica é uma área, da Unidade de Conservação, que permite a visitação pública,especialmente com função educativa e a pesquisa científica. Nesta área ficam proibidas açõesque interfiram na fauna e flora. A estação experimental, por sua vez, trata-se daquela área emque é permitida a realização de experiências.

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avaliação homogeneizante. Ele tem por finalidade proporcionar ocontato direto com determinada realidade que se deseja estudar(PONTUSCHKA; LOPES, 2009).

Os estudantes participaram de todo o processo incluindoplanejamento, elaboração do orçamento e do caderno de pesquisa decampo. Percebeu-se na prática que “[...] o estudo do meio pode tornarmais significativo processo ensino-aprendizagem e proporcionar aosseus atores o desenvolvimento de um olhar crítico e investigativo sobrea aparente naturalidade do viver social” (PONTUSCHKA; LOPES,2009, p. 174).

O estudo do meio necessita de um planejamento flexível, masdeve respeitar as etapas fundamentais:

[...] preciso lembrar que sua realização, especialmente nosEnsino Fundamental e Médio, requer atenção especialdos organizadores quanto à segurança dos alunos. Alémda prévia autorização dos pais ou responsáveis e dacontratação, quando necessária, de transporte e dealojamento, a elaboração dos roteiros de observação epesquisa devem levar em consideração o estágio dedesenvolvimento cognitivo e emocional dos estudantes.Deste modo, a definição do espaço a ser estudado nãopode prescindir de uma prévia visita ao local e daidentificação, considerando as características dosparticipantes, de um itinerário que não coloque em riscoa sua segurança (PONTUSCHKA; LOPES, 2009, p. 180).

Após a realização do estudo do meio e da sistematização dasobservações levantadas na pesquisa de campo, os estudantes passarama refletir sobre os dados coletados e tentaram articulá-los. A proposiçãoera a elaboração de uma Carta de Princípios que pudesse guiar as açõesdeles ao longo dos próximos anos.

A Carta de Princípios envolveu todos os componentescurriculares e contou com o auxílio de cada um dos professores eestudantes. A elaboração da Carta exigiu uma etapa de sensibilizaçãoe de investigação e descoberta. Utilizaram-se documentos quedefendiam os direitos humanos e das demais espécies, a exemplo daDeclaração Universal dos Direitos Humanos, a Carta da Terra e a Cartado Chefe Seatle ao presidente dos Estados Unidos, só para citar algunsdeles.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Carta de Princípios é resultado da reflexão de estudantes. Osprofessores desempenharam papel primordial colocando-se como “[...]mediador de sentido e de significado” (PROJETO SIDARTA, 2000, P1).

A Carta de Princípios (Quadro 3) abrangeu temáticasrelacionadas às vivências proporcionadas pelo estudo do meio e peloembasamento teórico obtido através das leituras de diversos gênerosde textos (reportagens, crônicas, entrevistas, cartas). A partir dasinformações, os alunos refletiram sobre a sociedade de consumo eidentificaram que os valores reforçados por ela são os valores individuaisem detrimento dos coletivos. Desta forma, a Carta de Princípiosassumiria um papel relevante na medida em que os seus princípiosestariam assentado na valorização do coletivo.

Quadro 3 – Carta de Princípios dos estudantes do 6ª série (7º ano)do Colégio Sidarta (2002).

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Esta Carta de Princípios, na série seguinte, ganhou o status decarta de intenções. Os estudantes, de acordo com o projeto pedagógico,realizaram um intercâmbio visitando o Colégio Marista localizado emCuritiba, PR. Neste intercâmbio puderam evidenciar o trabalho socialrealizado pelo Colégio Santa Maria e, sensibilizados com essas açõessolidárias refletiram sobre as possibilidades de intervenção no entornoe nos bairros localizados nas imediações do Colégio Sidarta.

Assim, no 9º ano os estudantes elaboraram, utilizando asferramentas propostas pela metodologia científica, projeto deintervenção denominado projeto-ação. Desta forma, a equipe doColégio Sidarta tentou:

“inscrever em nós a consciência antropológica, quereconhece a unidade na diversidade; a consciênciaecológica, isto é, a consciência de habitar com todos osseres mortais, a mesma esfera viva (biosfera) [...], aconsciência cívica terrena, isto é da responsabilidade e dasolidariedade para com os filhos da Terra; a consciênciaespiritual da condição humana que decorre do exercíciocomplexo do pensamento e que nos permite, ao mesmotempo, criticar-nos mutuamente e autocriticar-nos ecompreender-nos mutuamente (MORIN, 2001, p. 76)

REFERÊNCIAS

DELORS, Jacques et alii. Educação um tesouro a descobrir – Relatório paraa UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI.Disponível em: <http:// http://dhnet.org.br/dados/relatorios/a_pdf/r_unesco_educ_tesouro_descobrir.pdf> Acesso em Maio de 2015

FISCHMMAN, Silvia (coord). Projeto Amare - Sidarta. São Paulo: Escolado Futuro- USP, 2000 (material impresso).

MORIN, Edgard. Os setes saberes necessários à Educação do Futuro. 3ª ed.São Paulo: Cortez, Brasília: DF: UNESCO, 2001.

PONTUSCHKA; Nídia Nacib; LOPES, Claudivan Sanches. Estudo do Meio– Teoria e Prática. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/view/2360> Acesso em maio de 2015.

RATHS, L. E.; JONAS, A.; ROTHSTEIN, A. M.; WASSERMANN, S.Ensinar a pensar. 2ªed. São Paulo: EPU, 1977.

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OS OBSTÁCULOS PARA EDUCAÇÃOAMBIENTAL: UMA INVESTIGAÇÃO A PARTIR DA

ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ ALEXANDRE EMPARNAÍBA – PI.

Fabrício Freitas dos SantosMayara Maia Ibiapina

Thaís Mayara Paes de Lima

RESUMO: Esta pesquisa teve o objetivo de investigar as principaisdificuldades para abordar o tema Educação Ambiental através da formaque ela vem sendo trabalhada na prática dos professores de 2º ao 5ºano do Ensino Fundamental, nas escolas públicas, através de um estudoinicial realizado na Escola Municipal José Alexandre na cidade deParnaíba Piauí. Como metodologia, utilizou-se um estudo exploratórioatravés da técnica de entrevista focalizada sobre as possíveis dificuldadesenfrentadas pelos professores em praticar o Tema Educação Ambiental.Como observado, os professores remetem as dificuldades da abordagemdo tema a falta de interesse dos alunos e a falta de material didáticoassociada à capacitação. Essas respostas nos levaram a uma profundareflexão de em quais mãos está o ensino da EA nas escolas da redepública na cidade. Entende-se que essas ações precisam realmente deprofissionais qualificados, porém, a principal ferramenta de ensinodesse tema chama-se criatividade em sua abordagem para prender aatenção de crianças, visto que elas são o público primordial no ensinode EA. A pesquisa pretende subsidiar estudos mais aprofundados sobreo assunto e sugere o turismo pedagógico ou aulas-passeio comoferramenta lúdica para estimular o interesse do aluno.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Dificuldades. EnsinoFundamental.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a temática Meio Ambiente tem sidoamplamente um dos temas mais discutidos em diversas áreas doconhecimento, uma vez que a sociedade moderna foi despertada devidoao avanço da destruição dos recursos naturais do planeta.

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Uma das formas de minimizar a destruição da natureza é aconscientização dos indivíduos sobre esta temática, buscando melhoriase soluções para paralisar a destruição, com ações de recuperar o meioambiente.

Uma das ferramentas de baixo custo e com efeito duradouro é ainclusão da Educação Ambiental (EA) nas escolas. Para que os objetivosda Educação Ambiental sejam atingidos, é necessário o uso adequadodesta ferramenta, com significativas ações no ensino aprendizagem.

O interesse da pesquisa com o tema surgiu pela falta de cuidadodas pessoas com relação ao meio ambiente e as consequências de taisatitudes provocadas na própria sociedade. Esse trabalho visa mostraros resultados obtidos na investigação realizada na escola MunicipalJosé Alexandre na cidade de Parnaíba, que teve como problemática:investigar a prática de ensino dos professores em relação à temáticaEducação Ambiental.

Esta pesquisa teve como objetivo investigar sobre conceitos daeducação ambiental e iniciar uma investigação acerca das dificuldadessobre o tema Educação Ambiental, através da forma que ela vem sendotrabalhada na prática dos professores de 2º ao 5º ano do EnsinoFundamental na escola municipal.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2007, p. 192) dizem queo tema Meio Ambiente pode ser mais amplamente trabalhado, quantomais se diversificarem e intensificarem a pesquisa de conhecimentos e aconstrução do caminho coletivo de trabalho, se possível, com interaçõesdiversas da escola e desta com outros setores da sociedade.

Assim, as preocupações com o meio ambiente têm crescido anível global como a nível local. Com isso, deve-se refletir sobre osproblemas ambientais no sentido de contribuir com os discentes parauma conscientização, de modo a tornarem-se aptos a exercer acidadania.

A inclusão da EA nos currículos escolares foi bastante positiva,sobretudo pela necessidade de conscientização para a preservação danatureza como um patrimônio que deve ser utilizado de formasustentável para que seja renovável.

Com esta pesquisa, buscou-se abordar como a instituiçãoeducacional, juntamente com o professor, mediador de conhecimentos,despertam valores e atitudes que permitam às crianças adotarem umapostura consciente e participativa à respeito das questões relacionadascom a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais paraa melhoria do planeta e qualidade de vida da humanidade.

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Dessa forma, a coleta de dados ocorreu através de umaentrevista focalizada com quatro professores das séries de 2º a 5º ano,com perguntas abertas para ajudar em um maior esclarecimento sobrea temática. O presente trabalho tem como objetivo investigar como osprofessores das séries iniciais da escola campo de pesquisa utilizam aEducação Ambiental em sua prática pedagógica em sala de aula.

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O mundo Pós-Moderno se configura na sociedade do consumo,independente de classe social, a aceleração compulsiva desse consumode bens descartáveis, imposta pelo sistema, estão cada vez maisevidentes no nosso cotidiano. Segundo Seabra (2013), os sinais maisvisíveis da crise no mundo globalizado são a degradação ambiental, orisco de um colapso ecológico e o avanço da desigualdade e pobreza.Surge a necessidade de mudança na sociedade:

Com isso, constata-se que insurgiu uma nova relação entreo homem e a natureza, baseada no mútuo respeito e nadependência recíproca, com a predominância do interessecoletivo sobre o individual, induzindo uma nova posturada sociedade para com o meio ambiente, que requer umnovo enfoque dos problemas existentes e uma adequaçãoda ordem jurídica para as suas soluções, levando emconsideração os novos valores emergentes e aresponsabilidade comum de sua defesa (LIMA & SILVA2008).

Diante do reconhecimento de um novo desafio, a Lei Federalnº 9.985/99 define a EA como “Entendem-se por educação ambientalos processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroemvalores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competênciasvoltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum dopovo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” ecompleta em seu art. 2º que “A educação ambiental é um componenteessencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente,de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processoeducativo, em caráter formal e não-formal”.

Segundo a Lei 9.985/99, a EA precisa construir valores sociaisde uma forma articulada, ela se torna um conjunto de estratégias etécnicas para desenvolver cidadãos mais conscientes e atuante nas causas

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ambientais e a ludicidade encontra-se como uma forma de promover aEA, pois não basta apenas consciência, é preciso participação que paraBrose significa também mudança de postura e comportamento:

Participar vai muito além de estar presente. Participarsignifica tomar parte no processo, emitir opinião,concordar/discordar. Em um processo participativo, deveocorrer o respeito às ideias de todos, sendo que todas ascontribuições devem ser valorizadas e voluntárias. Deveráhaver o envolvimento individual e permanente,considerando que a participação é indivisível, devendoocorrer em todo o processo. A participação é um processo,requer treino e, fundamentalmente, mudança decomportamento e de atitude. Deverá ver atitudes e posturaadequadas, com muita transparência e total acesso a todasas informações. (BROSE, 2001)

No Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), reafirma-se aimportância de se trabalhar a EA como forma de transformação daconscientização dos indivíduos. É uma forma de integrar as diversasáreas do conhecimento. Porém, em nosso país, a realidade diverge doque determina a lei. A temática ambiental, em muitas escolas, éabordada só nas disciplinas de Geografia e Ciências, e na maioria dasvezes, ainda acaba permanecendo só na teoria.

Essa questão ambiental é contemplada nos PCN ao introduzira EA como tema transversal, o que exige uma tomada de posição diantede problemas fundamentais e urgentes da sociedade, onde requer umareflexão sobre o ensino, a aprendizagem de seus conteúdos: valores,procedimentos e concepções a eles relacionados.

A grande importância de Educação Ambiental écontribuir para a formação de cidadãos conscientes doseu papel na preservação e conservação do meio ambiente,de atuar na realidade de um modo comprometido com avida, com o bem- estar de cada um e de tomar decisõessobre questões ambientais necessárias para odesenvolvimento de uma sociedade sustentável.(BRASIL, p. 187)

A proposta de Educação Ambiental deve iniciar logo nosprimeiros anos da Educação Básica, devendo- se passar uma visãoglobalizada, afinal, este nosso planeta já está a emitir sinais que indicampedidos de socorro.

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Essa proposta de uma educação com abordagem na ÉticaPlanetária exige uma concepção metodológica que supere a visãofragmentada sobre a realidade, organizando processos de ensino eaprendizagem baseados nas mudanças de comportamento individual,na coletividade e na percepção da existência da conexão entre oambiente interno e externo.

Segundo Capra (2002), “educar também pode ser compreendidocomo trazer para dentro”, assim; o trabalho com Educação Ambientalconsiste no autoconhecimento do ser humano ou ecologia pessoal.

No Brasil, infelizmente a EA foi confundida com Ecologiae iniciou- se de forma errada. Dez anos passados da Conferênciade Tbilisi, a UNESCO e o PNUMA (Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente), promoveram o Congresso Internacionalsobre Educação e Formação Ambientais, em Moscou, Rússia(1987), quando foram analisadas as conquistas e dificuldades daEducação Ambiental em todo o mundo e traçadas as metas para adécada de 90.

A educação ambiental deverá servir para mudanças de atitudese de certa realidade. As mudanças não devem se limitar a aspectoscomportamentais, mas sim em sua inserção na sociedade, de modomais amplo, crítico, político e social. Devemos enxergar as criançasnão apenas como agentes do futuro, mas como agentes de hoje, capazesde influenciar e tomar decisões que podem ser ou não para o bem dasociedade e da natureza.

METODOLOGIA

A escola Municipal José Alexandre fica localizada na cidadede Parnaíba-PI, Bairro Nova Parnaíba e trabalha desde a educaçãoinfantil ao ensino fundamental, onde atende crianças no horário desete horas às onze horas da manhã e das treze às dezessete horas datarde de segunda a sexta-feira.

A escola atende no turno da tarde cerca de (28) crianças na salado 2º ano, (20) crianças na sala de 3º ano, (27) crianças na sala do 4ºano e (18) crianças na do 5º ano, oriundas de uma classe econômicamenos favorecida. A instituição apresenta estrutura física adequadapara seu pleno funcionamento, além de suas salas de aula, possui umadiretoria/ secretaria, sala dos professores, biblioteca, banheiros, pátioamplo para a realização de atividades lúdicas e recreativas, cantina erefeitório.

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A pesquisa teve a finalidade de investigar de que forma osprofessores da Escola Municipal José Alexandre na cidade de Parnaíbanas turmas de 2º ao 5º ano trabalham em sua prática pedagógica atemática Educação Ambiental, entendendo a importância do tema paradesenvolvimento sustentável da cidade. Na Tabela 1 demonstra-se operfil dos colaboradores da amostra investigada.

TABELA 1: PERFIL DAS COLABORADORAS DA PESQUISA.

Para a elaboração da pesquisa foi escolhida a entrevistafocalizada afim de obter respostas com maior liberdade de elementosiniciando assim uma pesquisa sobre quais dificuldades esses professoresenfrentam, podendo assim subsidiar futuras pesquisas aprofundadas emais amplas sobre o tema.

A entrevista focalizada é uma entrevista informal, com objetivode coleta de dados e recomendada em estudos exploratórios não exigerígida estruturação, porém permite abordar realidades poucoconhecidas pelo pesquisador e oferece uma visão aproximativa doproblema pesquisado de forma livre, segundo Brito Júnior (2011):

A entrevista focalizada (...) enfoca um tema bem específico,quando, ao entrevistado, é permitido falar livremente sobre o assunto,mas com o esforço do entrevistador para retomar o mesmo foco quandoele começa a desviar-se. É bastante empregada em situaçõesexperimentais, com o objetivo de explorar a fundo alguma experiênciavivida em condições precisas. Também é bastante utilizada com gruposde pessoas que passaram por uma experiência específica, como assistira um filme, presenciar um acidente etc. (p. 240)

A entrevista foi realizada no mês de Novembro do ano 2013 ereunia quatro professores com o seguinte questionamento: Quais asdificuldades encontradas em praticar o Tema Educação Ambiental? Aresposta deveria ser objetiva e clara e não exigia justificativa.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o questionamento feito de quais dificuldadesvocê encontra ao desenvolver os temas acerca da EA em sala de aula,tivemos as seguintes respostas: Para a professora X é “Apenas falta deinteresse de alguns alunos, que além de não ouvirem o que está sendodebatido, não participam e ainda atrapalham os colegas”, para aprofessora Y “A falta de apoio e de material didático, dificultando otrabalho do professor”, para a professora Z a “Falta de interesse dosalunos” seria a única questão dificultadora e para a professora K “Afalta de material didático, a falta de capacitação do profissional emsala de aula, para que o mesmo possa com segurança desenvolver otrabalho docente”.

Como observado, os professores remetem as dificuldades daabordagem do tema à falta de interesse dos alunos e à falta de materialdidático associada a capacitação, essas respostas nos levaram a umaprofunda reflexão de em quais mãos está o ensino da EA nas escolasda rede pública na cidade. Entende-se que essas ações precisamrealmente de profissionais qualificados, porém, a principal ferramentade ensino desse tema chama-se criatividade em sua abordagem paraprender a atenção de crianças, visto que elas são públicoalvo primordialno ensino de EA.

Embora a Educação Ambiental esteja presente nos currículosescolares, é importante frisar que ela ainda enfrenta muitos desafios eproblemas, nas quais as professoras citam em suas respostas como unsdos principais a falta de interesse dos alunos e a falta de materialdidático, uma vez que se está lidando com diferentes seres humanos eque cada um tem uma maneira distinta de agir e interagir com o meioem que vive; é nosso papel como educadores, desenvolver nos alunosuma tomada de consciência e uma nítida compreensão da relação entreo homem e a natureza.

Dias (2003) afirma que trabalhar a temática de EducaçãoAmbiental nas escolas tem se mostrado um árduo desafio, pois existemgrandes dificuldades nas atividades de sensibilização e formação, naimplantação de atividades e projetos e, principalmente, na manutençãoe continuidade dos já existentes.

Sugere-se como proposta de solução a prática do turismopedagógico, bem conhecido nas escolas como aulas-passeio, poisdespertam um interesse maior no aluno em aprender mais sobre oassunto abordado em sala de aula de uma forma lúdica, seja ele de

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aspecto cultural ou ambiental, dessa forma, o turismo educacional passaa ser uma atividade que relaciona turismo, lazer e aprendizado.

O Turismo Pedagógico aproxima os estudantes com o meio,um jeito de ensinar diferenciado. Segundo Goeldner (2002, p. 1910)“O turismo eleva os níveis da experiência e do reconhecimento humanoe as realizações em muitas áreas da aprendizagem, pesquisa e atividadeartística.” Além de ampliar os conhecimentos dos discentes, o turismopedagógico possibilita uma aproximação maior entre o professor ealuno, estabelecendo dessa forma uma relação afetiva entre ambos. Asviagens também fazem com que seja possível o professor analisarmelhor o comportamento do aluno e saber as deficiências do mesmo.

Por se tratar de uma prática facilitadora de aprendizagem, oturismo pedagógico pode ser uma excelente ferramenta de educaçãoambiental. Os discentes vão a campo, entram em contato com anatureza, estabelecem uma maior aproximação da fauna e flora,vivenciam o local, sentem a fragilidade do ambiente, podendo entãodessa forma despertar uma preocupação ecológica. Durante o trajetoos alunos poderão ser sensibilizados, ficando atentos à questão do lixo,do barulho, do respeito aos animais, desenvolvendo uma consciênciade preservação do meio ambiente e o que é melhor, de uma maneiraprazerosa.

Assim “nesse contexto, o professor atinge seus objetivosdidáticos de forma lúdica, pois as atividades pedagógicas sãodesenvolvidas com brincadeiras e entretenimento.”. (PERINOTTO,2008). Portanto, promover viagens de cunho pedagógico traz vantagenstanto para os destinos receptores, quanto para o aprendizado dosestudantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação de uma maneira geral é um grande desafio. E umaEducação Ambiental em caráter particular, comprometida com aconstrução de uma identidade planetária em cada pessoa, não devendoestar apenas ligada à transmissão de conhecimentos acerca do meioambiente, mas sim deve conscientizar o indivíduo desde as séries iniciaisa ser um cidadão planetário, consciente e apto em suas práticasambientais cotidianas, visando garantir um meio ambiente saudável euma boa qualidade de vida.

É necessário trabalhar a temática de Educação Ambiental, deacordo com a realidade do local, para que juntos possamos relacionar

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os fatos do dia a dia para tentarmos solucioná-los. É preciso pensarglobalmente, mas agir localmente.

O percurso traçado por esta pesquisa foi um desafio quecomeçou a partir de observações, em que tinha como objetivo investigaras práticas pedagógicas de ensino dos professores nas séries iniciais,no que se refere à Educação ambiental enquanto tema transversal.

Durante os dias em que a pesquisa foi realizada não houvedificuldades no acesso à escola e às professoras, pois tanto a direção dainstituição como as docentes foram receptivas durante todo o períodode realização do trabalho.

Por meio da pesquisa de caráter qualitativo podemos perceberque alguns educadores sentem dificuldades ao desenvolver a disciplinadevido à falta de conhecimento da temática ou ainda por não adotarempráticas efetivas que priorizem a questão ambiental como essencial nocurrículo escolar

Faz-se necessário um conhecimento amplo e não fragmentadode concepções éticoambientais de práticas educativas que propiciemuma compreensão real e crítica da situação atual numa visão global,para com isso despertar atitudes que visem dinâmicas e sensibilização,cuja participação envolva todos: escolas, professores, alunos, família ecomunidade.

Nosso trabalho de investigação não é algo que se encerra poraqui, não é definitivo e nem tampouco está acabado, pois educarambientalmente significa estar constantemente envolvido em umprocesso contínuo que apenas vai se transformando com o passar dotempo; vai evoluindo.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Leis. Lei nº 9795. Da Educação Ambiental. Brasília, 1999.

_______, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros CurricularesNacionais: meio ambiente e saúde. V. 9. Brasília. p. 29. 1997.

BRITO JÚNIOR, Álvaro Francisco de. FERES JÚNIOR. Nazir. A Utilizaçãoda Técnica de Entrevistas em Trabalhos Científicos. Evidência, Araxá, v. 7, n. 7, p.237-250, 2011.

BROSE, M. (Org.). Metodologia Participativa: Uma introdução a 29instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.

CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas: Ciências para uma vida sustentável. SãoPaulo: Cultrix, 2002.

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DIAS, Genebaldo Freira. Educação Ambiental, Princípios e Práticas. São Paulo:Gaia Ltda, 2003.

GOELDNER, C. R. Et al. Turismo: princípios, práticas e filosofias. 8ª edição.Porto Alegre: Bookman, 2002)

LIMA, F. O. A; SILVA, M. S. L. da. (Orgs.). Educação, Cidadania e MeioAmbiente. Parnaíba, PI: SIEART, 2008. 282p.

SEABRA, G. (Org.). Educação Ambiental: Conceitos e Aplicações. João Pessoa.Editora da UFPB, 2013. 268p.

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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS E PROFESSORES DAESCOLA MUNICIPAL JUSTINO LUZ SOBRE OS

RESÍDUOS SÓLIDOS PRODUZIDOS NA ESCOLA

Cleriane Pinheiro de Araújo SerafimAcadêmica do curso de Ciencias Biológicas -UESPI-Picos – Pi, Licenciada

em Letras- UESPI.Mena Maria de Souza Silva

Acadêmica do curso de Ciencias Biológicas UESPI-Picos – Pi, Licenciadaem Pedagogia- UESPI, Esp. em Psicologia aplicada a educação

Maria Majaci Moura da SilvaProfessora da Universidade Fedral do Piauí/CTT

RESUMO: Este trabalho de pesquisa é resultado de uma preocupaçãocom o meio ambiente, desenvolvida ao longo do curso de graduação,especialmente no que se refere ao tratamento dado aos resíduos sólidose às políticas de tratamento destes, resultantes de um rápido avançodas novas tecnologias da informação e consumo, tendo oscomputadores e demais aparelhos eletrônicos como principaisprotagonistas nesse processo de poluição. Diante disso, objetivou-seanalisar a percepção de alunos e professores sobre os resíduos sólidosgerados na escola municipal Justino Luz e realizar uma intervençãona instituição. Trata-se, portanto, de um estudo teórico-prático, tendoa princípio a pesquisa bibliográfica como suporte, e uma pesquisa decampo, por meio da observação direta na escola, aplicação dequestionários para perceber como os professores e alunos lidam com aconstrução do conhecimento sobre as formas sustentáveis de lidar comos resíduos sólidos nas salas de aula. Os resultados foram satisfatóriosno sentido de informar e incentivar a comunidade escolar a tomaratitudes ambientais mais conscientes a abrangentes. Por fim, estetrabalho não pretende encerrar a questão, mas demonstrar que é possívelas escolas tornarem seus alunos cidadãos ativos na preservaçãoambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos sólidos. Educação Ambiental.Alunos. Professores.

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1 INTRODUÇÃO

O século XXI é marcado pela manutenção do sistemacapitalista, que entre suas principais características apresenta avelocidade e o consumismo como marcas acentuadas deste sistema.Nessa busca por velocidade e qualidade na transmissão de informaçõese serviços, tem crescido e se modernizado a produção de resíduossólidos. Contudo, ao passo que as tecnologias evoluem, produtosganham pouco tempo em vida útil tornando-se ultrapassados e porisso são facilmente descartados, originando o aumento de um tipo delixo altamente prejudicial ao meio ambiente (MARTINS, 2009).

Neste cenário, formar cidadãos conscientes do seu papel nasociedade é um desafio muito difícil, ainda mais quando se trata deassuntos ambientais. Por esta razão, o referido artigo reconhece aimportância da proteção ambiental, bem como da necessidade de torná-la uma ação prática, sobretudo no ambiente escolar. Por esta razão, opresente trabalho se propôs a pesquisar como a comunidade escolar,alunos e professores da escola Municipal Justino Luz, entendem e lidamcom os resíduos sólidos produzidos na referida escola.

Vale salientar que neste trabalho será considerado o termoResíduos Sólidos (RS) como sendo o lixo, como é designadopopularmente. Estes são consequências das atividades da comunidadede origem industrial, escolar, hospitalar, comercial, doméstico...Resíduos é o que sobra de um processo natural que transformado podeser aproveitado (LIMA, 2004).

O tratamento sobre resíduos sólidos ganhou força:

Depois de 21 anos de luta no Congresso, a PolíticaNacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei n° 12.305,de 2 de agosto de 2010, foi finalizada e aprovada. Agoraé Lei que até agosto de 2014 os municípios têm obrigaçãolegal de implantar a coleta seletiva nas cidades. EssaPolítica reúne os princípios, as diretrizes, os objetivos, osinstrumentos, as metas e as ações a serem adotadosvisando um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos(BORTOLOSSI, 2008, p.23).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos traz alguns conceitosque, até o momento, eram pouco definidos, por exemplo,sustentabilidade operacional e financeira, acordo setorial, integraçãode catadores, padrões sustentáveis de produção e consumo, visando,

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entre outros aspectos, à proteção da saúde. As prefeituras devemimplantar a coleta seletiva de do lixo reciclável nas residências, alémde sistemas de compostagem para resíduos orgânicos, como restos dealimentos, o que reduz a quantidade elevada para os aterros, benefíciosambientais e econômicos. (MARTINS, 2009)..

A coleta dos resíduos é uma etapa essencial na limpeza urbanamunicipal e é caracterizada pela remoção regular do lixo acumulado,coletado, transportado, tratado e encaminhado para a disposição final.A execução desse serviço evita a proliferação de vetores causadores dedoenças, como ratos, baratas, moscas entre outros, problemas sanitáriospara a população e mau cheiro. O não recolhimento dos resíduos évisível à população, que fica incomodada e passa a criticar aadministração pública (MANO, 2010).

A população tem um papel de extrema importância para que acoleta seja executada de maneira desejada. A observação dos dias e dohorário da coleta e o correto acondicionamento melhoram a eficiênciae a qualidade da coleta. O aterro sanitário é a tecnologia de disposiçãode resíduos sólidos urbana mais indicada ao cenário brasileiro, na qualsão utilizados critérios de engenharia que garantem o corretorecebimento e tratamento dos resíduos, com menor impacto ambientale proteção da saúde pública.

A partir desse novo cenário, os municípios têm a importante missãosocial de transformar suas práticas ambientais. O poder público municipalé o principal agente dessa mudança, com a oportunidade de elevar suacidade a novos patamares na gestão de resíduos e com diversas obrigaçõesa serem cumpridas. A gestão de resíduos sólidos é um crescente desafiopara a sociedade atual, especialmente para a administração pública, emrazão da quantidade e da diversidade de resíduos, do crescimentopopulacional e do consumo, da expansão de áreas urbanas. Diante dessenovo momento proposto aos municípios, são necessários motivação ecomprometimento da gestão municipal com a temática ambiental paraviabilizar a transformação necessária. (ALVES, 2000).

Depreende-se que é papel dos professores ministrar aulas comatividades práticas sobre reaproveitamento dos Resíduos Sólidosgerados na escola, para que com isso os alunos mudem de atitude,haja vista a evidência dos problemas encontrados diariamente com afalta de educação em relação ao meio ambiente.

Essa tomada de atitude frente ao modo como tanto alunosquanto professores interagem com o tratamento ao lixo é imprescindíveljá que segundo Mano et al. (2010, p 67)

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Os Resíduos Sólidos são um dos maiores problemas noambiente da atualidade, pois os modelos de consumoadotados pela maioria das sociedades modernasprovocam o aumento contínuo e exagerado na quantidadede Resíduos Sólidos produzido. Com isso vem umapreocupação que leva a um conceito atual sobre odesenvolvimento sustentável que é o desenvolvimentocapaz de suprir as necessidades da geração atual, semcomprometer a capacidade de atender as necessidades dasfuturas gerações. É o desenvolvimento que não esgota osrecursos para o futuro, mas será que vai ser suficientemesmo?

Partindo deste conceito de desenvolvimento sustentável e destequestionamento, avulta-se a importância de que os ambientes escolares,juntamente com os alunos, saibam o que é a Educação Ambiental e osprocessos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroemvalores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competênciasvoltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum dopovo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Mediante as tantas causas da produção excessiva de lixo, está oalto índice de consumo, no meio escolar, os estudantes chegam asubstituir cadernos a cada três meses acumulando-os sem necessidade,fato que poderia ser evitado. O lixo indevidamente administradoprovoca danos em vários aspectos tais como o mau cheiro, aproliferação de animais nocivos e transmissores de doenças, a poluiçãodo solo, da água e do ar.

Tendo em vista o grande acúmulo de lixo nos espaços da escolae estado de conservação dos banheiros e áreas livres onde é notável apresença excessiva de resíduos sólidos, é que se tornaram necessários eurgentes a promoção de ações e o desenvolvimento de projetos quevisem à tomada de medidas mitigatórias na resolução destes problemasevidenciados na Escola Municipal Justino Luz.

Com isso, veio a importância de incentivar através deorientações alunos, professores e a comunidade que compõem estaescola a terem cuidado com os Resíduos Sólidos, visando manter aescola limpa através de orientações. Também a verificação da práticapedagógica do professor de Ciências (principalmente) e das outras áreasacumulando a interdisciplinaridade ao ministrar o conteúdo deResíduos Sólidos na Escola Municipal Justino Luz

Sendo assim, este trabalho se justifica pela necessidade de umredirecionamento da Escola Justino Luz para promoção da educação

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ambiental como possibilidade de desenvolver nas novas gerações deeducandos, não apenas nas crianças, mas em todos aqueles, sejamjovens, adultos e idosos, educandos e educadores, que participam daeducação regular, por meio do processo ensino aprendizagem, ocompromisso com a sustentabilidade e alteridade.

Pretende-se que ao término deste trabalho, os resultados obtidospossam nortear tomadas de atitudes e direcionamentos para otratamento do lixo e que a escola possa ser a primeira promotora daformação de alunos conscientemente ativos e conhecedores dasmedidas corretas a serem tomadas quanto ao tratamento do lixoeletrônico.

2 METODOLOGIA

A pesquisa se apropriou dos conceitos e normas estabelecidaspor ser uma uma pesquisa participativa. A mesma iniciou-se no mêsde abril de dois mil e treze em uma escola pública municipal do ensinofundamental, Escola Municipal Justino Luz (Foto 1), a mesma estálocalizada na Rua Luís Nunes, bairro São José, Picos – Piauí. Constituiua amostra da pesquisa um total de cento e cinquenta educandos, dozeeducadores, uma diretora, uma secretária, duas merendeiras, um vigiae três faxineiras. Seguindo uma adequação de atividades decorridasdurante várias visitas através de observações na hora do lanche,intervalo e sala de aula, palestras e entrevistas, embasadas na premissaque a Lei 12.304/2010 exige novos olhares, conhecimentos e posturafrente ao processo educacional.

A realização do projeto partiu de uma realização de visitadiagnóstica e a partir do que foi presenciado na referida escola, dividiu-se a execução da pesquisa em etapas. A primeira etapa foi diagnosticare analisar o gerenciamento atual dos resíduos sólidos e coletarinformações entre os alunos em relação ao “lixo” escolar por meio dequestionários semi-estruturados (ver apêndice A). Já a segunda etapaconstou da transcrição de depoimentos a partir de entrevistas equestionamentos com os alunos sobre o problema do lixo na escola. Aterceira etapa consistirá em realizar intervenções por meio de promoçãode palestras para toda comunidade escolar e eventos que promovam adivulgação e esclarecimento sobre o que é e o que deve ser feito com osresíduos sólidos.

Assim, para que as diretrizes da PNRS fossem obedecidas esuas metas alcançadas, foram necessários instrumentos e metodologia

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de sensibilização e mobilização capazes de influenciar os váriossegmentos da sociedade, inclusive os profissionais da área e a populaçãocomo um todo. Este papel de sensibilização e mobilização cabe aEducação Ambiental como:

Desta maneira, primeiramente foram realizadas visitas a escolapara apresentação da proposta do estudo e dos procedimentos a seremdesenvolvidos, apresentados à equipe gestora. Para coletar os dadosfoi realizado um levantamento caracterizando todos os resíduos naescola como na cantina, nas salas de aula, no pátio durante e depoisdo recreio e o procedimento seguinte foi realizar a segregação corretae a qualificação destes resíduos.

Também foram coletados dados sobre os pontos de geração,manuseio, coleta interna e externa, armazenamento e destinação finalde todos os resíduos. Palestra de sensibilização do meio ambiente econscientização sobre o correto manuseio dos “lixos” foram aplicadasdurante o decorrer do trabalho, também uma campanha com apoio detoda equipe da escola para a conscientização e a redução da utilizaçãode materiais descartáveis e papel no qual diminuirá na quantidade deresíduos gerados no dia a dia escolar

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Percepções de alunos e professores quanto aos resíduos sólidos

Os resultados desta pesquisa serão divididos em duas etapas,sendo apresentados primeiro os gráficos que ilustram o conhecimentode alunos e professores sobre resíduos sólidos, o segundo momentorelatará a experiência da intervenção sócio-educativa. Os dados obtidosforam coletados no período de abril de 2013, e nos meses de fevereiroa abril de 2014, por meio de análise estatística descritiva simples, oquestionário é composto de cinco questões objetivas , aplicadas a escolaJustino Luz de ensino fundamental que tinha como intuito identificaro nível de conhecimento da população escolar de Picos em relação aotema.

Assim, para saber como a temática é tratada na escolapesquisada, foi abordada a seguinte pergunta sobre o conhecimentodos pesquisados quanto ao conceito de RS, obtendo os seguintesresultados.

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Figura 01: O que você entende por resíduos sólidos?.

Fonte: Pesquisa direta, 2014.

Para os pesquisados apenas 12% entendem que os resíduossólidos são oriundos de materiais em decomposição ou em desuso queafetam diretamente o meio ambiente e a sociedade, 26% dizem quesão resíduos oriundos de material orgânico, e 62% acreditam que sãoresíduos que não afetam o meio ambiente. Isto demonstra que a maioriados entrevistados não têm noção do conceito de RS (resíduos sólidos)e de seus efeitos sobre o meio ambiente, tendo em vista que ospercentuais de respostas assertivas foram muito poucos.

Perguntou-se se a escola trabalhava algum tipo de projetoambiental ou de conscientização sobre o tratamento do lixo e 78%assentiram enquanto 22% dizem não existir projetos deste tipo, ilustradono gráfico 2:

Figura 02: A escola desenvolve projetos na área ambiental?

Fonte: Pesquisa direta, 2014.

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A existência de projetos de cunho ambiental revela que asescolas estão incluindo em seu conteúdo programático o trabalhocom temas transversais como o Meio Ambiente, assim como estáprevisto nos PCNs. Contudo, pode-se concluir que apesar detrabalharem esta temática, não estão inserindo no ensino deeducação ambiental o tema dos RS de maneira a modificar asatitudes dos alunos em relação ao que fazer com o lixo como ficouclaro no gráfico 1, em que a maioria dos alunos desconheciam esteconceito de RS.

Em trabalho realizado por Oliveira et al (2010, p. 243) em queos alunos foram questionados sobre RS, o que é, seus prejuízos edescarte, os alunos demonstraram não saber lidar com esta temática eo mesmo afirmou que “os alunos, em geral, viram-se surpreendidoscom a situação que lhes foi apresentada e precisavam refletir mais sobreas atividades que acabaram de participar.”

Pode-se dizer que mesmo a escola trabalhando a temática comofeito na pesquisa de Oliveira et.al. (2010), já existiu dificuldade dosalunos em formularem respostas sobre a temática, mais difícil aindaficará para aquelas instituições que sequer abordam o assunto em seusprojetos e em sala de aula.

Indagou-se se a escola possui algum tipo de processo deseparação de lixo produzido pela comunidade escolar, e a maioria dizque não existe este processo e uma minoria afirma que já ocorre acoleta seletiva.

Figura 3: Existe processo de separação do lixo produzido pelacomunidade escolar?

Fonte: Pesquisa direta, 2014.

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A coleta seletiva já vem sendo implantada em muitas escolas eestabelecimentos privados e públicos em geral, contudo não existemainda muitos lugares para o descarte de RS, em sua grande maioria,estes são jogados no lixo comum, prejudicando o ambiente e as pessoasque trabalham com a separação de materiais recicláveis, colocandoem risco a saúde do meio ambiente e da população em geral (REISJÚNIOR, 2003).

O fato é que o trabalho com a educação Ambiental deve existirna educação formal sob o aspecto de ação transformadora, poisimplica levar os alunos a perceberem suas relações com a educação,a sociedade, com o trabalho e com a natureza em um processo deaprendizagem que é contínuo e envolve todos os âmbitos da vidahumana. Sobre isso, Quintas (2000 p.15 apud MACEDO, 2008)corrobora afirmando que:

O fazer educativo ambiental que se realiza de modocoerente com a tradição teórica crítica e emancipatória,implica a compreensão de que, em seu processo deconcretização, alguns princípios se tornam indispensáveiscomo: o entendimento de que a educação é instrumentomediador de interesses e conflitos, entre atores sociais queagem no ambiente, usam e se apropriam dos recursosnaturais de modo diferenciado, em condições materiaisdesiguais e em contextos culturais, simbólicos eideológicos específicos; a percepção de que os problemascompreendidos como ambientais são mediados pelasdimensões naturais, econômicas, políticas, simbólicas eideológicas que ocorrem em dado contexto histórico e quedeterminam a apreensão cognitiva de tais problemas.

É notável que a escola deve incutir em seu aluno umaconsciência ambiental que vá além do discurso e chegue a prática real,por todos os agentes compositores da escola e que posteriormenteatuarão na sociedade.

Os alunos foram questionados se recebem algum tipo deinstrução de como lidar com os RS e 78% dos alunos dizem que estetema não é muito abordado nas atividades escolares e 22% afirmamque há abordagem sobre o assunto no cotidiano escolar.

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Gráfico 4: Como os alunos são instruídos a lidar com o lixoeletrônico?

Fonte: Pesquisa direta, 2014.

O resultado acima não difere de outros estudos similares emque se percebe que o conhecimento dos alunos sobre RS é pouco oulimitado quando se trata do mesmo, revelando a necessidade de seempreender projetos mais abrangentes sobre a inserção do assunto deRS, de maneira mais ampliada nas aulas, não apenas de Biologia, masnum cunho multidisciplinar de atuação e abordagem do tema(SANTOS; PARDO, 2011; HOLANDA, 2013, REIS JÚNIOR, 2003).

O fato deste conhecimento se pautar no senso comum éreafirmado quando se questionou de quem os alunos acreditam ser aresponsabilidade para o destino final dos RS e 56% afirma ser dogoverno, 33% afirma ser dos alunos e 11% diz ser dos funcionários daescola.

Figura 5: De quem é a responsabilidade para o destino final do lixoeletrônico?

Fonte: Pesquisa direta, 2014.

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Constatou-se que os alunos, em sua maioria, se isentam daresponsabilidade de preservar o ambiente em que estão limpos econtribuir com o tratamento dos resíduos sólidos que a escola produz.E eles crêem que esta incumbência é apenas do âmbito dos funcionários,quando na verdade, ao se tratar de destinar o lixo ao lixo é uma questãode consciência ambiental e também de higiene.

Assim, a responsabilidade parte de cada indivíduo conscientede seu papel para a preservação ambiental, contudo, faltam políticasde informação e incentivo para que as instituições e as pessoasdescartem corretamente este material. Poucas são as campanhas quetratam deste assunto, esta incumbência é tanto dos gestores,funcionários quanto dos alunos.

A partir do exposto, percebemos a necessidade de realizar umaintervenção que informasse e instruísse a comunidade escolar quantoà importância de saber lidar com os RS, assim a segunda parte dapesquisa foi direcionada à conscientização e mudança do perfil dosalunos quanto à relação com os resíduos sólidos.

3.2 Da intervenção sócio-educativa

A intervenção sócio-educativa já era um dos objetivos desde oinício do desenvolvimento deste projeto de pesquisa e se reafirmouapós a aplicação dos questionários em que se identificou a carência deinformação sobre este tema da parte da comunidade escolar. Junto aisso, a situação de sujeira com presença constante, reforçaram o desejode intervir na ação dos alunos da Justino Luz.

As intervenções ocorreram após a coleta dos dados, sendodesenvolvido por meio de palestras, com uso de data-show (Foto 3) paraprojeção dos slides e vídeos informativos, todo material para apresentaçãofoi pesquisado nas redes virtuais e com o auxílio deste uniu-se a explanaçãoa recorrências de imagens e informações sobre o que é RS, quais prejuízospodem acarretar, como pode ser seu descarte, a necessidade de que estessejam descartados adequadamente nessa fase da intervenção.

Nas palestras, notou-se uma receptividade por parte de alunose professores que se mostraram interessados em ouvir sobre o tema.Nas palestras houve a interação do público com a realização de oficinassobre reciclagem.

Após a apresentação do assunto, tanto alunos quantoprofessores entravam em debate e questionavam maneiras e meios paraque houvesse o desenvolvimento de projetos que visem o recolhimento

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do RS, esta posição se destacou, principalmente, entre os alunos do 6ºano. Os mesmos disseram que iriam evitar jogar lixo no chão e dessaforma manter a escola limpa. Seguidas às palestras foi notável amudança percebida em relação a postura dos alunos, a escola passou aser visivelmente mais limpa e organizada, os alunos passaram a separaro lixo e a manter a escola organizada.

Assim, a intervenção buscou conscientizar alunos e professoresa fazerem sua parte no que diz respeito ao tratamento dado ao RS,tanto na perspectiva de que estes devem ser cidadãos ativos e com umaconsciência ambiental de proteção e preservação do meio ambiente,bem como cidadãos também engajados na mudança de atitudes noslugares em que se encontram, tendo em vista que fazer o descarteadequado dos RS é também um meio de preservação da saúde pessoaldos alunos

Avaliou-se a intervenção como satisfatória, tendo em vista que aparticipação dos alunos e professores nas palestras e oficinas foi bastanteintensa, acreditando-se que a semente da preservação foi implantada ecomo pesquisador, quis-se transmitir informações de maneira extensivae que saísse apenas das cadeiras acadêmicas, visando envolver acomunidade escolar na luta para a preservação do meio ambiente, apartir do conhecimento sobre RS, na escola Justino Luz para que novastomadas de atitudes possam surgir, sobretudo nas escolas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho nos revelou que a escola pesquisadademonstrou um conhecimento limitado e leigo sobre os resíduos sólidose seu tratamento, percebendo-se que na intuição pesquisada não haviadesenvolvimento de trabalhos sobre o tema, porém, o quadroencontrado nos levou a realizar uma intervenção sócio-educativa.

Neste contexto, o desejo de realizar uma intervenção sócio-educativa se reafirmou mediante o quadro encontrado, de maneira queforam expostos e apresentados informações, palestras e oficinas dereciclagem sobre o que são RS e do tratamento que deve ser dispensadoa estes.

Os resultados foram satisfatórios no sentido de informar eincentivar a comunidade escolar a tomar atitudes ambientais maisconscientes e abrangentes. Por fim, este trabalho não pretende solucionaro problema como um todo, mas demonstrar que é possível as escolastornarem seus alunos cidadãos ativos na preservação ambiental.

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A RECICLAGEM EM EVENTOS EDUCACIONAIS

Edilce Madeiro de Lima - Profa. CTT-UFPI

RESUMO: Este trabalho trata de uma experiência de educaçãoambiental realizada no Colégio Técnico de Teresina (CTT) daUniversidade Federal do Piauí (UFPI). Pretende-se apresentar areciclagem e o reaproveitamento de materiais na confecção deelementos decorativos para os eventos “The English day” e “ Halloween,the party”, ocorridos em outubro de 2014. Apesar de a reciclagem nãoser uma novidade, é possível perceber que os alunos não têm o hábitode reciclar materiais no dia-a-dia. Os produtos industrializadosdisponíveis no mercado para eventos geralmente têm um custo alto enesse caso, o reaproveitamento e reciclagem de materiais foi umasolução para uma dificuldade existente.

Palavras-chave: educação ambiental, reciclagem, reaproveitamento.

INTRODUÇÃO

A reciclagem de materiais deveria ser constante no dia-a-dia dapopulação, uma vez que a escassez de recursos é uma realidade e oconsumo excessivo causa um grande impacto na natureza, devido aoexcesso de lixo descartado inadequadamente. O número de materiaisreciclados ou reaproveitados é ainda muito inferior ao númeroproduzido pela indústria e o descarte indevido desse material acabapor contaminar o meio ambiente. Estima-se, no Brasil, que cada adultoproduza até cinco quilos de lixo por dia.

Como afirma Guimarães (2005), a Educação Ambiental,enquanto elemento interdisciplinar, é transformadora de valores eatitudes através da construção de novos hábitos e conhecimentos,conscientizadora para as relações integradas do ser humano, sociedadee natureza, objetivando o equilíbrio local e global, melhorando assima qualidade de todos os níveis de vida.

O meio ambiente, como tema transversal, deve ser trabalhadoem todas as séries e em todas as disciplinas, visando a levar o aluno auma mudança de valores e atitudes. Compreender o meio em que estáinserido é o primeiro passo para a conscientização acerca dos problemas

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ambientais e uma das soluções para o problema do lixo é o descarteadequado de materiais sólidos.

Infelizmente, a reciclagem e o reaproveitamento de materiaisainda é uma novidade, principalmente para o corpo discente, que aoser questionado sobre como descarta o próprio lixo e sobre a coletaseletiva, afirma que a falta de lixo resultaria no desemprego de muitaspessoas. Se no país a coleta seletiva quase que dobrou, no estado doPiauí a realidade é diferente.

Dados do IBGE revelam que no Piauí poucas cidades trabalhamcom a coleta seletiva e Teresina é uma delas. Apesar de a Prefeituraafirmar que trata o lixo reciclável em parceria com uma empresaconveniada, não se observa cestos de lixo diferenciados ou pontos decoleta seletiva em muitos bairros. Às vezes, é difícil encontrar um únicocesto de lixo, como é o caso do centro de Teresina, que é uma áreamais movimentada.

A coleta seletiva contribuiria muito com a melhoria no meioambiente, uma vez que diminuiria a exploração de recursos naturais,reduziria o consumo de energia, prolongaria a vida útil dos aterrossanitários, diminuiria os gastos com limpeza pública e transformaria odescarte de materiais em novos produtos, reduzindo o lixo diário.

Existem 12 pontos de coleta seletiva em Teresina, segundo aPrefeitura. Ou seja: 80% dos bairros da cidade não têm posto algum esó 0,01% do lixo é reciclado. A própria população não compreende oreal significado dessa coleta. Quando questionado por uma tv localsobre coleta seletiva, um morador revelou fazer tal prática, mas ao seexplicar, percebeu-se que apenas organizava o lixo doméstico nos diasem que o caminhão passava, sem separar qualquer material, afirmandoainda que “ jamais jogaria lixo na rua, como muito dos seus vizinhosfaziam”.

Abdala, Rodrigues e Andrade (2014) associam a educaçãoambiental à conservação ambiental, melhoria da qualidade de vida, àsustentabilidade da economia e à formação.

A educação ambiental pode proporcionar essa mudançacomportamental na população. A meta principal deve sera construção de sociedades sustentáveis, mediante açõesvoltadas à minimização de resíduos, à conservação domeio ambiente, à melhoria de qualidade de vida e àformação de recursos humanos comprometidos com asustentabilidade da economia e dos recursos naturais doplaneta.

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É claro que com uma população consciente e educada amudança de comportamento resultaria numa reciclagem eficiente, poisapesar de haver coleta seletiva em Teresina, os pontos existentesaparecem timidamente e a própria população não se revela adepta daseparação do lixo, uma vez que a coleta feita pelos caminhões nosbairros recolhe sacos com todos os materiais misturados. Espalharlixeiros diferenciados em poucos pontos da cidade e não adotar medidasde conscientização visando à mudança de comportamento dapopulação não resolve o problema do lixo e muito menos esclarecesobre a importância da reciclagem e reutilização de materiais.

A experiência de educação ambiental

A educação, portanto, aparece como uma saída para aconscientização dos alunos, futuros adultos responsáveis, sobre areciclagem e reaproveitamento de materiais. Em outubro de 2014, doiseventos possibilitaram aos alunos a vivência com a reciclagem noColégio Técnico de Teresina. O primeiro foi o “The English day”, emque os alunos apresentaram trabalhos diversos relacionados à literatura,linguagem, história e cultura da língua inglesa; e o outro foi a festa doHalloween. Em ambos os eventos os alunos tiveram que decorar osespaços disponibilizados com as temáticas desenvolvidas e a busca porprodutos prontos industrializados foi intensa, o que resultou em umproblema: o alto custo.

Nos dois eventos, os alunos tiveram a oportunidade de vivenciaros aspectos culturais da língua inglesa, além de pesquisar e construir opróprio conhecimento ao selecionar informações, delimitar temas,elencar dados e resumir textos.

Durante a pesquisa, os discentes puderam entender a origemda expansão da língua inglesa, os fatos históricos que tornaram essalíngua universal, a importância da literatura e história inglesa naexpansão desse domínio e as relações de significado entre essa culturae a cultura brasileira. Para que as exposições ficassem maisinteressantes, os alunos reproduziram os ambientes dos contextosamericano e britânico, além de se caracterizar e decorar as salas com asimbologia da festa americana. A indústria, nesse período, ficaabarrotada com mercadorias alusivas ao tema e os alunos ficam tambémmotivados a se abastecer com o que o mercado oferece.

De início, todos mostraram-se resistentes com a ideia dareciclagem, já que produtos reciclados pareciam “feios, com cara de

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sujo e sem graça.”. Além disso, se a reciclagem não faz parte docotidiano desse público, fazê-los incorporar essa ideia ao projeto seriamais uma batalha. Graças aos preços exorbitantes das lojas dedecoração, todos repensaram suas opiniões e começaram a pesquisarsobre suas temáticas levando em consideração o reaproveitamento demateriais e consequente barateamento dos elementos decorativos.

Um dos materiais usados foi a garrafa plástica, muito utilizadacomo abóbora. A abóbora pequena, de plástico, custava oito reais naloja, enquanto que a confecção com garrafa pet se gastaria apenas coma tinta, de baixo custo. Fantasmas de papel custavam 14 reais a dúzia,já a confecção de fantasmas com guardanapos custaria menos de umreal pelo menos umas 4 dúzias. Diversos outros materiais foram usados,como madeira, sobras de papel, jornais velhos, revistas usadas, garrafasde vidro e de plástico, folhas secas e gravetos.

O primeiro evento, ocorrido pela manhã, contou com aexposição dos trabalhos e explicação das temáticas pelos alunos, quetambém presenteavam os visitantes com folhetos e pequena lembranças.É claro que essas lembranças viraram lixo, inclusive jogadas no chão.Os alunos foram orientados, então, a recolher esse descarte ereaproveitar na decoração da festa que aconteceria à noite. Graças àreutilização desse material, outro gasto foi evitado.

A mudança de comportamento, no entanto, não acontece tãorápido. Apesar de todos terem sido avisados que teriam que deixar asala limpa e organizada e retirar o material utilizado com cuidado paraque fosse reaproveitado na festa, as lixeiras estavam abarrotadas. Aover a situação, foi solicitado que pegassem o material descartado parareutilizar, quando muitos disseram: “ mas isso é lixo, não dá paraaproveitar...”. A mudança cultural leva tempo e a conscientizaçãoacontece às vezes bem devagar. O conceito de lixo como algo que nãopode ser reutilizado ainda habita o pensamento desses jovensestudantes.

Para Marodin e Morais (2004), a reciclagem deve ser vistanão como um fim, mas como o início de um ciclo em que podemospreservar o meio ambiente, havendo a participação consciente e atransformação de hábitos. Transformar hábitos, eis o grande problemada população.

Dias (2006) já dizia que a população urbana ocupa 2% da áreado mundo, mas consome três quartos de seus recursos. O crescimentoeconômico, pois, atrelado ao crescimento populacional, é responsávelpela grande quantidade de lixo gerada no planeta.

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A conscientização ambiental, mais uma vez, seria a grandesolução do problema do lixo no planeta, e essa só é possível através daeducação. Como bem afirma Lavorato (2008), a conscientizaçãoambiental de massa só será possível com a percepção e entendimentodo real valor do meio ambiente natural em nossas vidas. O meioambiente é o fundamento invisível das diferenças socioeconômicasentre os países desenvolvidos e os que estão em desenvolvimento,afetando de forma direta e irreversível a vida dos brasileiros. Preservaro meio ambiente é preservar a própria vida, e o contrário, fragilizar omeio ambiente, é fragilizar também a economia, o emprego, a saúde...Afinal, de que adianta ser um país competitivo por ter recursos hídricose uma biodiversidade incrível se a população não sabe como administrartoda essa riqueza?

CONCLUSÃO

Apesar de a reciclagem parecer mais um discurso do que umaprática, é possível, aos poucos, conscientizar os alunos dentro doambiente escolar sobre a responsabilidade ambiental. Dentro dessecontexto, a reciclagem se mostra não só viável, mas tambémindispensável para compensar a enorme quantidade de lixo produzidadiariamente.

A transformação de hábitos é possível quando o corpo discenteparticipa das decisões a serem tomadas acerca do lixo, quando seentende que cada indivíduo deve se comprometer com o ambiente aoseu redor.

Por essa razão, as ações desenvolvidas no contexto escolardevem envolver o descarte adequado de material utilizado. Como nãoexiste uma coleta seletiva adequada nem na capital do estado, apopulação muitas vezes nem entende a amplitude do conceito de lixo,coleta seletiva ou reciclagem.

Espera-se, portanto, que pequenos projetos como “The Englishday” ou “Halloween, the party”, que envolvem a participação diretados alunos tanto na pesquisa quanto na confecção de material usado,venham a despertar a consciência ambiental dos alunos e atransformação comprometida de hábitos e atitudes frente aos problemasdo planeta.

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REFERÊNCIAS

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MARODIN, V.S. MORAIS, G. A. Educação ambiental com os temasgeradores lixo e água. Belo Horizonte: UEMS, 2008.

POSTERES

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A INSERÇÃO DAS DISCUSSÕES BIOÉTICAS NA GRADEESCOLAR COMO FORMA DE DESPERTAR ACONSCIÊNCIA ÉTICO-AMBIENTAL NOS ALUNOS DENÍVEL MÉDIO.

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DORIO PARNAÍBA NO PERÍODO CHUVOSO - EM FLORIANO/PI

APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS NA PRODUÇÃO DEBIOGÁS E NA GERAÇÃO DE ENERGIA.

FOLCLORE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PRÁTICASINTERDISCIPLINARES NO CONTEXTO DA SALA DE AULA

A CRIANÇA E O MEIO AMBIENTE: A PERCEPÇÃO DAEDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO

MEIO AMBIENTE EM PAUTA: REFLEXÕESDIAGNÓSTICAS E PROGNÓSTICAS NO LIVRO DIDÁTICODE BIOLOGIA

DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLAPÚBLICA

O USO DE HORTA COMO INSTRUMENTO DECONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAR

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DO RIOCORRENTE DOS MATÕES, MICROBACIA DO RIOGURGUÉIA - PI

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA PROPOSTA PARA REVEROS ASPECTOS DA RECICLAGEM DO LIXO

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTALPARA A CONTINUIDADE DE UMA EMPRESA.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA OUSO CONSCIENTE DO ÓLEO SATURADO EM ESCOLAS DOENSINO FUNDAMENTAL NA CIDADE DE BENEDITINOS -PI

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CONSCIENTIZAÇÃO DA COMUNIDADE PARAIMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO MUNICIPIO DECAMPO MAIOR/PI

APLICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS COMOFERRAMENTA NA ELABORAÇÃO DE POLÍTICASPÚBLICAS DE ECOTURISMO VOLTADA PARAPARTICIPAÇÃO SOCIAL.

PEQUENAS QUEIMADAS URBANAS: CONSEQUÊNCIAS ÀSAÚDE DA POPULAÇÃO

DIFERENTES ABORDAGENS E CONTRIBUIÇÕES DAAGROECOLOGIA EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO

A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL CONTROLLER PARADISSEMINAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMAEMPRESA

REAPROVEITAMENTO DE GARRAFAS PET PARA OCULTIVO DE HORTALIÇAS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PARADISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE A DENGUE NAUNIDADE INTEGRADA MUNICIPAL JOSÉ GONÇALVESCOSTA NO POVOADO ALECRIM EM CAXIAS MA

A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DA UNIDADE ESCOLARMUNICIPAL INEZ EVANGELISTA GUIMARÃES DOPOVOADO BARRO VERMELHO DE CAXIAS - MA ACERCADA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DA ESCOLA SUSTENTÁVEL

ANÁLISE DAS DIFICULDADES QUE AS PESSOAS TÊM COMRELAÇÃO A APRENDER A DANÇAR E A DANÇA COMOESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA A DESCOBERTA DADIMENSÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

PROCESSO DAS CONFERÊNCIAS INFANTO JUVENIL PELOMEIO AMBIENTE "VAMOS CUIDAR DO BRASIL COM ASESCOLAS"

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A INSERÇÃO DAS DISCUSSÕES BIOÉTICASNA GRADE ESCOLAR COMO FORMA DE

DESPERTAR A CONSCIÊNCIA ÉTICO-AMBIENTAL NOS ALUNOS DE NÍVEL MÉDIO.

Ms. Márcia Marques Damasceno, E-mail: [email protected]ônica Maria Pereira Marques, E-mail: [email protected]

Ms. Jorgelene de Sousa Lima, E-mail: [email protected]. Teresa Cristina Alves de Lima, E-mail: [email protected]

RESUMO: O salto qualitativo dado pela humanidade a partir do séculoXX possibilitou um significativo avanço científico e tecnológico.Grandes conquistas foram alcançadas desde então, tais como o controlemais adequado de doenças, o incremento na produção de alimentos eo aumento da expectativa e da qualidade de vida. No entanto, o quenão evoluiu com a mesma rapidez que as descobertas tecnocientíficasforam as discussões éticas sobre as mesmas. A pesquisa pretende inserirdiscussões bioéticas em sala de aula do nível médio, especificamente,na disciplina de Filosofia. Os alunos escolhidos serão alunos de 1 anodo Ensino Médio. Pretendemos mostrar como as discussões bioéticasem sala de aula podem contribuir para conscientização dos jovensacerca das questões ambientais e tecnológicas que ameaçam a vidahumana na terra. Metodologicamente dividimos a pesquisa em trêsfases, a fase de pesquisa e seleção do material bibliográfico, a fase deleitura e discussão em sala de aula e por último a fase dedesenvolvimento conceitual com exposição e escrita dos conhecimentosapreendidos.

PALAVRAS-CHAVE: BIOÉTICA. ÉTICA AMBIENTAL.EDUCAÇÃO. ENSINO MÉDIO.

INTRODUÇÃO

O salto qualitativo dado pela humanidade a partir do séculoXX possibilitou um significativo avanço científico e tecnológico.Grandes conquistas foram alcançadas desde então, tais como o controlemais adequado de doenças, o incremento na produção de alimentos eo aumento da expectativa e da qualidade de vida. No entanto, apesar

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de todo esse progresso, os benefícios oriundos dessas descobertas einvenções não chegou a todos os setores da sociedade, ou melhor, nãohouve uma melhora na qualidade de vida de grande parte da populaçãomundial (GARRAFA; COSTA; OSELKA, 2000). Mesmo com todo oprogresso científico e tecnológico alguns problemas sociais aindapersistem, tais como a exclusão social, a fome, diferenças entre os sexos,aborto, guerras civis, entre outros. Na verdade, além dos antigosproblemas, o avanço tecnocientífico trouxera questões novas e bemmais complexas, a saber, a engenharia genética, mapeamento dogenoma humano, transplante de células-tronco, a energia nuclear e asdescobertas nanotecnológicas.

O que não evoluiu com a mesma rapidez que as descobertastecnocientíficas foram as discussões éticas sobre sua legitimação efundamentação moral. A velocidade com a qual as novas ciências e asnovas tecnologias são lançadas no meio acadêmico impossibilita adevida discussão de sua validade e justificação moral. Outro agravantepara a problemática é o fato de que os agentes envolvidos serem quaseque exclusivamente provenientes das áreas de ciências exatas e médicas,restringindo o debate ao campo técnico. Os artigos e trabalhosproduzidos nessa área apontam somente para a produção científica esua relação com as possíveis aplicações industriais. Para MARTINS(2005), tais produções em momento algum fazem referência apreocupações relativas às consequências que podem ser geradas para asociedade e para o meio ambiente. No entanto, é na sociedade e nomeio ambiente que irão materializar-se os impactos decorrentes douso dessas novas tecnologias. E defendemos que tais impactos devemser devidamente estudados, não apenas pelos técnicos e especialistas,mas sim por representantes de toda sociedade.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa ainda em fase dedesenvolvimento, que pretende incentivar através de leitura e debatesa consciência bioética com alunos que cursam Ensino Médio integradoao Técnico no campus IFPI de Piripiri, tomando apenas os alunos de1 ano.

Para execução dos objetivos, lançamos mão de metodologiasdiversas, de maneira que os objetivos sejam alcançados em trêsmomentos específicos. Primeiramente realizamos a seleção doreferencial bibliográfico, pesquisa bibliográfica, a fim de catalogar as

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principais teses e discussões levantadas em torno da bioética atualmente,para tal, lançaremos mão de artigos e livros publicados de 2010 até adata atual. Essa fase objetivou montar um repertório de pesquisa basilarpara consulta e análise do tema.

Em segundo lugar, faremos as discussões em sala de aula,levando em consideração os temas mais recorrentes para a bioética naatualidade e que suscitarão questões mais provocativas, tentandomostrar ao aluno que a necessidade de refletir sobre essa problemática,que tem influência direta em sua vida social.

Em um terceiro momento será solicitado aos alunos aelaboração de um trabalho final, o tema será de escolha livre. Todos ostrabalhos serão apresentados em um seminário integrado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

É de olho nessas novas nuances que delimitam o ambientecientífico e tecnológico contemporâneo que surge a bioética como éticaaplicada. Cabe à Bioética investigar as possíveis implicações moraistrazidas pelos avanços biotecnológicos, ao mesmo tempo em que devepromover um olhar analítico e crítico sobre os riscos e percepções sociaisdessas novas tecnologias. Constituir-se-á como nossa ferramenta paraavaliação dos desafios impostos pelas novas descobertas, no intuito deprover um princípio, uma leitura racional e imparcial sobre as possíveisimplicações morais das transformações causadas à condição humana.(SCHRAMM, 2010)

Consideramos estritamente relevante e necessária a reflexãobioética acerca dos fundamentos da geração de ciência e tecnologia,por entendermos que ainda falta uma reflexão mais ampla e rigorosasobre esses assuntos, uma reflexão que envolva os diversos setores dasociedade, não apenas os especialistas.

A bioética surgiu entre os anos de 1960 e 1970, nos EstadosUnidos, decorrente de diversos acontecimentos históricos e culturais,como a utilização de seres humanos em pesquisas, o aborto, a clonagem,a eutanásia, os transgênicos, a fertilização in vitro e os testes comanimais. O termo bioética foi criado por Van Ronsslaer Potter, médicooncologista nascido na Dakota do Sul, e tem como marco referenciala publicação de “Bioethics: a bridge to the future” de 1971, de autoria domesmo autor. Nessa obra, Potter afirma que o homem tem se tornadopara a natureza aquilo que o câncer é para o homem, na medida emque o consome e o leva à morte. Para ele, é possível conciliar

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desenvolvimento científico e tecnológico e valores morais. O termobioética também foi utilizado por pesquisadores do Instituto Kennedy,porém referindo-se a implicações ético morais envolvidas no campobiomédico. A regulamentação do termo e da disciplina só foradevidamente explicitada em 2005, com a elaboração da DeclaraçãoUniversal sobre Bioética e Direitos Humanos.

Desde sua regulamentação, a bioética praticamente perpassatodas as áreas da academia, constituindo-se como referencial teóricoque investiga e analisa os dilemas morais colocados pelodesenvolvimento das ciências em geral e suas implicações para vidahumana, tanto atual quanto futura.

Como sua abrangência é considerável, suas discussões abarcamtambém a esfera educacional, contribuindo para a compreensão dosproblemas éticos que não encontram fácil solução, mas que devem serdevidamente discutidos. É necessário que a escola seja entendida comoespaço de conscientização ético-politica e nela sejam colocadas questõesque suscitem nos alunos reflexões críticas acerca dos temas mais atuaisque emergem do desenvolvimento científico-tecnológico. E propomosa disciplina de Filosofia como momento em que essas discussões devemacontecer, justamente por seu caráter multidisciplinar e crítico.Observando também o que é proposto pela LDB 9394/1996 que afirmaque um dos objetivos da disciplina de Filosofia é preparar o educandopara o exercício da cidadania.

A importância desse estudo fundamenta-se na tese de que asdiscussões bioéticas devem ser realizadas também no ambiente escolare que estas devem criar nos jovens uma consciência bioética, ou seja,uma consciência de responsabilidade para com a vida em geral, sejados iguais, dos homens em geral, tanto os imediatos quanto aquelesirão habitar nosso planeta nos séculos seguintes, também os animais eo meio ambiente.

O marco teórico fundamenta-se em duas vertentes. A primeiraparte da tese de que a escola não pode omitir-se de contribuir para aconscientização dos seus alunos e que seu papel é formar cidadãosplenos. Como afirma MORIN (2000), a escola não poderia ficar alheiaaos fatos da vida, hipertrofiando as competências técnicas emdetrimento de algo mais sublime, a formação ética. O autor afirmaque a supervalorização da técnica limita a cidadania e ocasiona aincapacidade de refletir mais cuidadosamente sobre qualquer assuntoque fuja das especificidades técnicas. Nossa sociedade compartilha acrença de que a ciência é a única capaz de responder aos anseios sociais,

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por isso a cada dia, mais a ciência isola-se em sua prática sem tematizaros assuntos de forma mais complexa e interdisciplinar. No entanto, oque pretendemos discutir é se a responsabilidade e o poder de escolharestringe-se apenas aos técnicos e especialistas das ciências. MORINsustenta que é finalidade da escola intervir para a construção de umaconsciência ética que ultrapasse as fronteiras nacionais e que transformeo educando em um cidadão.

Outro autor que corrobora essa tese é Gandotti (2000). Paraele, é necessário colocar em prática aquilo que o “Relatório para a Unescoda Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI” já asseguravaao afirmar que são quatro os pilares da educação: aprender a conhecer,aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

Na sociedade da informação, a escola deve servir debússola para navegar nesse mar do conhecimento,superando a visão utilitarista de só oferecer informações“úteis” para a competitividade, para obter resultados.Deve oferecer uma formação geral na direção de umaeducação integral. (GANDOTTI, 2000, p. 6)

Também encontramos fundamento na obra de FREIRE (1996).Ele também sustenta a tese de que qualquer reflexão sobre educaçãodeve envolver uma reflexão sobre o próprio homem, que é afinal, sujeitoda educação e não mero objeto. A formação da consciência ética nãoé algo que ocorra espontaneamente, essa capacidade depende deestímulos da família, dos grupos sociais e da escola, principalmente.

Todas essas teorias educacionais sustentam nossa tese de que aescola deve ser instrumento de conscientização bioética e é lá que deveser estimulada uma mudança fundamental nas atitudes humanas,transformando-as em atitudes responsáveis e socialmente conscientes.

A segunda vertente da pesquisa exige que nos posicionemosfrente a dois tipos de conceituação da Bioética, pois embora tenhasurgido nos Estados Unidos, suas abordagens atuais são bastantedivergentes. Barchifontaine e Perssini (2002) apontam uma dicotomiaentre “Bioética made in USA” e “Bioética made in Europea”. A vertenteamericana é influenciada pelo pragmatismo filosófico e foca suasdiscussões em métodos e procedimentos para resolução de problemaséticos. Fala-se mais de procedimentos e estabelecimento de normas deregulamentação. “Não há uma preocupação em estabelecer umconceito de autonomia, mas em estabelecer procedimentos de análiseda capacidade ou competência.” (BARCHIFONTAINE; PERSSINI,

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2002, p. 51). Essa construção da bioética, leva em consideração umprincipio utilitarista e individualista.

Já a vertente europeia foca suas discussões em princípios e teminfluência da filosofia do espírito e da consciência e por isso foca nadimensão social do sujeito, aproxima-se de uma antropologia. ParaPatrão Neves (2005), essa bioética discute todas as dimensões do agirhumano, tais como o uso das tecnologias, a relação do homem com asmesmas e suas consequências para a vida no planeta. Para JONAS (), filósofo alemão contemporâneo, a tecnologia tornou-se um espectroque assombra e ameaça a vida humana na terra e por isso deve serobjeto de estudo de uma nova ética, uma ética com dimensõesampliados, uma bioética.

Para fins específicos, iremos partir de uma relação dialógica entreessas duas vertentes, entendendo que as mesmas são complementares.

No cenário brasileiro, nos deparamos com duas concepções debioéticas, a bioética da proteção e a bioética da intervenção. A bioéticada intervenção preocupa-se principalmente com a criação de políticaspúblicas que privilegiem a promoção da equidade para todacomunidade.

No seu escopo, destacam-se as reflexões a respeito dapobreza, da exclusão educacional, das dificuldades deacesso aos serviços de saúde, do abandono institucionalassociado à excessiva concentração de renda e de restriçõesde liberdades individuais, que caracterizam a estratificaçãosocial dos países periféricos. (PIRES; GARRAFA, 2011,p. 738)

A bioética da proteção fundamenta-se no conceito devulnerabilidade, direcionando-se a uma sociedade consumista que nãodispõe de uma consciência política bem delineada, uma sociedade queconsome os produtos resultantes da biotecnologia simplesmente levadospor uma ideologia capitalista, geralmente um público jovem, malorientado e refém de um sistema educacional tradicional e alheio àsrealidades sociais.

Pessoas vulneráveis são pessoas, relativa ouabsolutamente, incapazes de defender seus própriosinteresses. De modo mais formal, podem ter força, poder,inteligência, educação e recursos insuficientes à proteçãode seus próprios interesses. (MACLIN, 2003, p. 60).

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Defendemos nessa pesquisa a introdução dessas duasabordagens por entendermos que as duas complementam-se e que sãoigualmente necessárias para a elevação da consciência política e éticade alunos no nível médio.

CONCLUSÃO

Num contexto de significativo desenvolvimento científico etecnológico a escola não pode ser uma instância isolada das principaisproblemáticas envolvendo essas temáticas. Ao contrário, devemospensar a educação como uma proposta de formação integral do serhumano. É nesse sentido que propomos essa pesquisa, com o intuitode mostrar que a discussão dessas problemáticas contribuisobremaneira para a mudança de pensamento e, principalmente, decomportamento.

A escola deve ser espaço aberto para o diálogo e inquietação.As discussões bioéticas devem ser realizadas também no ambienteescolar e estas devem criar nos jovens uma consciência bioética, ouseja, uma consciência de responsabilidade para com a vida em geral,seja dos iguais, dos homens em geral, tanto os imediatos quanto aquelesque irão habitar nosso planeta nos séculos seguintes, também os animaise o meio ambiente.

REFERENCIAS

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RODRIGUES, N. Educação: da formação humana à construção do sujeitoético. Educ. Soc. [online]. 2001, vol.22, n.76, pp. 232-257.

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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS EMICROBIOLÓGICAS DOS RIACHOS NO PERÍODO

CHUVOSO QUE CORTAM A CIDADE DEFLORIANO/PI

Aguiar Neto , A.T.* / Castro, E.F.C.*Aguiar, L.C.T.**

Silva, M.C.***Abreu, A.P.L.**** / Silva, R.B****

RESUMO: A água é um recurso fundamental para existência da vida,na ausência deste recurso é impossível pensar na sobrevivência. Estetrabalho teve como objetivo analisar os aspectos físico-químicos emicrobiológicos, dos sete (07) riachos de Floriano-PI no períodochuvoso. As análises físico-químicas foram utilizadas as técnicasadotadas no Manual da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA(2009). Para a análise microbiológica, utilizou-se a técnica dos tubosmúltiplos de 1:1 e comparadas com a tabela 2 do Manual da FUNASA(2009), e a identificação das bactérias termo tolerantes para aconfirmação da Escherichia coli foi utilizado a técnica de pourplate emtriplicata de acordo com a técnica utilizada por (ANDREOLI etal.,2003). Os resultados físico-químicos, (temperatura, pH, alcalinidade,cloreto e dureza) ficaram dentro dos parâmetros estabelecidos. Das 21amostras, 19 tiveram o número de coliformes fecais/100ml maioresque >16 e duas amostras tiveram o valor menor <2,2 , ou seja, 90,47%das amostras analisadas tem a presença de coliformes fecais. Os pontosPd

1 e Pd

2 foram os únicos que não tiveram crescimento de bactéria

termo tolerantes.

Palavras-chave: Riachos de Floriano, Análises físico-químicas emicrobiológicas, período chuvoso.

*Graduados em Farmácia**Graduada em Enfermagem***Graduando em Biomedicina**** Orientadores

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INTRODUÇÃO

Reis et al (2006) afirma que a água é um recurso vital para aexistência de todas as espécies, não podendo se imaginar a existênciada vida sem esse recurso. De toda água existente no planeta apenas1% é água doce, e as suas características de pureza vêm se modificando,sendo considerada um veículo de transmissão de inúmeras doenças.

Para RADIS (2011), grande parte das doenças está associada àmá qualidade ou ausência dos serviços de saneamento, contaminaçãodos rios e lagos utilizados para o lazer e trabalho.

Para FIRJAN (2006), as disponibilidades dos recursos hídricos,à medida que as cidades aumentam, ficam mais difíceis de garantircondições de qualidade e quantidade necessárias para uma determinadaregião, sendo um fator crucial para o desenvolvimento.

Macedo (2001) relata que o homem precisa discutir sobre ofuturo da água, pois o novo século traz consigo a sua falta. SegundoFilho e Nascimento (2005), esse recurso é essencial para a existênciada humanidade e manutenção econômica e social. Carvalho (2003)relata que de toda água doce disponível no Brasil, 3% estão na regiãonordeste, 6% na sul, 6% na sudeste, 15% na centro-oeste e 70% naregião norte. Apesar de todo o potencial hídrico, 65% das internaçõespediátricas são ocasionadas pela poluição desses recursos ou pela faltade saneamento básico.

Segundo Amaral et al (2003), a água é uma necessidadeuniversal, a preservação de suas características por parte das autoridadessanitárias e pela população é de suma importância para a preservaçãode sua qualidade, visto que podem se tornar um veículo de transmissãode doenças.

Este trabalho tem como objetivo avaliar os aspectos físico-químicos e microbiológicos, dos 07 (sete) riachos que cortam a cidadede Floriano-Pi no período chuvoso.

MATERIAL E MÉTODOS

A coleta das amostras foram realizadas em 3 (três) pontosdistintos de cada riacho, que totalizaram 21 (vinte e um) pontos decoletas, para a realização das análises físico-químicas e microbiológicas.A água foi coletada em frascos de vidro âmbar e frasco de vidro estéril(para análises microbiológicas), em seguida foi acondicionado em umacaixa de isopor com placas de gelo, e encaminhada imediatamente

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para o laboratório de química e de microbiologia da Faculdade deEnsino Superior de Floriano (FAESF)- PI. As análises foram iniciadas3 horas após a coleta.

Para as análises físico-químicas, utilizou-se técnicas adotadasno Manual da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA (2009).Foramanalisados os seguintes parâmetros físico-químicos: temperatura (º)C,pH, alcalinidade total (mg/L),cloreto(mg/L) e dureza (mg/L).

Para a análise microbiológica, utilizou-se a técnica de tubosmúltiplos de 1:1 da tabela 2 do Manual da FUNASA (2009),foi feitotambém uma cultura em placa de petri, utilizando-se a técnica depourplate em meio seletivo e diferencial em triplicata para a confirmaçãoda Escherichia coli (ANDREOLI et al., 2003).Utilizou-se dois meios decultura:CVB (Caldo Verde Brilhante Bile a 2%) para o teste confirmativodo grupo coliformes totais e um meio de diferenciação com o ÁgarMac Conkey para a visualização de colônias típicas (vermelho-violetacom halo turvo) para confirmação de Escherichia coli.

Depois de analisadas as amostras, os resultados foramcomparados com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA)n°357/2005 e nº274/2000 e da Portaria nº 2.914/2011do Ministério da Saúde, pois a população que vive próxima a algunsriachos utiliza essa água para consumo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICASPara CETESB (2005), a água independentemente de sua

finalidade não pode conter microrganismos patogênicos e nemsubstâncias em níveis tóxicos, pois podem ser prejudiciais para amanutenção da vida aquática e para o consumo humano.

As temperaturas da água medidas localmente nos sete riachosvariaram de 18º a 24ºC.

Os valores de pH tiveram uma variação de 6,00 a 6,49, estandodentro dos padrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº357/2005, a qual estabelece um limite de 6,0 a 9,0.

Os valores da alcalinidade total foram indeterminados,confirmando que não tem alcalinidade natural.

Quanto às análises de Cloreto, os valores variaram entre 0,00378e 0,02017mg/L. Sendo assim, a água dos riachos encontra-se dentrodos padrões estabelecidos, conforme a portaria nº2.914/2011, a qualestabelece o limite de Cloreto de 250 mg/L.

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Os resultados dos teores de dureza situaram-se na faixa de 14 a 59mg/L. A análise indica teores aceitáveis de dureza, conforme a portarianº2.914/2011, a qual estabelece o limite de Cloreto de 500 mg/L.

ANÁLISES MICROBIOLÓGICASOs resultados microbiológicos dos sete riachos analisados (Tabela

2),conforme a portaria nº 2.914/2011, segundo Brasil (2011), em relaçãoà potabilidade, com exceção do pontoPd1 e Pd2, todas as outras amostrasencontram-se impróprias para o consumo humano. Resultadosemelhante foi obtido quando confrontado com resolução do CONAMAnº 274 para balneabilidade, pois foram encontrados em alguns pontosao longo dos riachos 07 riachos, despejos de dejetos fecais.

De acordo com a (tabela 2), os riachos Pd1 e Pd

2, apresentaram

a menor incidência de coliformes totais e nenhuma incidência para ostermotolerantes, podendo estar relacionado com a distância do riachopara com as residências do bairro Taboca.

Os pontos, Pe1, Pe2 e Pe3 são os mais contaminados pela bactériaEscherichia coli conforme a (Tabela 2), esse fato se deve a passagem doriacho em uma área onde temos um grande conglomerado residencial.SILVA e SILVA (2005) diz que a Escherichia coli é um fator determinantena diarréia infantil, estando ligado a habitação precária, falta de águapotável e saneamento básico.

Segundo os dados SIM, a taxa de mortalidade por diarréia emcrianças menores de 5 anos por 100.000 habitantes na cidade deFloriano, no ano de 2007, foram de 192 casos, já em 2008 não tivemosnenhum caso. BRASIL (2009) afirma que houve uma redução de93,9%nos casos de óbitos causados por diarréia, ou seja, entre 1980 á2008 a taxa de mortalidade diminui de 32.704 para 1.988 casos, a cidadede Floriano segue a mesma tendência, pois conseguiu zerar o numerode casos em 2008

Para CETESB (2005), deve-se tomar providências imediatasquando o corpo d´água está contaminado por Escherichia coli, pois suapresença indica contaminação fecal recente, de humanos, animaisdomésticos, selvagens, pássaros. Segundo o mesmo autor, a Escherichiacoli é uma bactéria termo tolerante mais utilizada para a determinaçãoe avaliação da qualidade da água.

As águas dos riachos em alguns pontos estão sendo utilizadaspelas famílias que ali moram para o banho, lazer e lavagem das roupas,apesar de terem água encanada, tendo um fator predisponente parasurto de diarreia em determinadas áreas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A água é um bem necessário para a perpetuação da vida emtodas as espécies, a falta desse recurso ou sua poluição implica nasobrevivência de toda a humanidade.

Os resultados físico-químicos dos 07 riachos analisados estãodentro dos padrões estabelecidos pela resolução do CONAMA nº357/2005 e da portaria nº 2.914/2011, segundo Brasil (2011).

As análises dos resultados microbiológicos demonstram que aságuas desses riachos, com exceção do ponto Pd

1 e Pd

2, são impróprias

para o consumo humano de acordo com a portaria nº2.914/2011 ebalneabilidade, segundo a resolução do CONAMA nº274/2000.

É imprescindível que se tenha ações de despoluição nos riachos,para promover uma melhor qualidade dos corpos d’água e suadiminuição na contaminação. Na cidade já esta sendo realizada aimplantação do saneamento básico, é um grande passo para melhorara qualidade da água, visto que algumas casas ao longo dos riachosdespejam seus esgotos e dejetos fecais.

Essa pesquisa é a primeira que aborda os índices Físico-Químicos e Microbiológicos dos riachos de Floriano no períodochuvoso, podendo ser referência para comparar índices futuros comos encontrados.

REFERÊNCIAS

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APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS NAPRODUÇÃO DE BIOGÁS E NA

GERAÇÃO DE ENERGIA

Francisco de Paulo Vieira LIMAUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

Gleyce Maria Simplicio Revoredo LIMAUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

Igor Feliciano Simplicio REVOREDOFACID, Brasil. E-mail: [email protected]

Camila Maria Simplicio REVOREDOUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

RESUMO: O presente trabalho apresenta o uso do biogás para geraçãode energia elétrica a partir do lixo urbano. Diariamente são produzidosmilhões de toneladas de resíduos sólidos e líquidos. Assim, faz-senecessária a criação de meios para o aproveitamento desses materiaise consequentemente a diminuição da poluição do meio ambiente.Tendo a revisão bibliográfica como metodologia de trabalho, apresentaconceitos que tratam da importância de fontes de energia renováveis esustentáveis. Os resultados demonstraram a utilização do lixo para ageração de energia, em que além de modificar o modo de descarte oque consequentemente diminuiria os impactos causados pelos gasesque são eliminados, também contribuiria com a fonte energética dopaís melhorando suas maneiras de gerar eletricidade.

Palavras-chave: Biogás. Aterro sanitário. Energia.

INTRODUÇÃO

Estudos sobre fontes de energias renováveis e sustentáveis estãocada vez mais presentes, devido à preocupação com o meio ambientee com as fontes de energia não renováveis cada vez mais escassas.

Destaca-se como uma fonte de energia em potencial e renovávela biomassa. Umas das maneiras de obtê-la é através de resíduos sólidose líquidos, também chamada de lixo. Os aterros sanitários das cidadesconstituem uma verdadeira fábrica de biogás, que após processoquímico e físico geram energia elétrica.

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O tema é bastante relevante, tendo em vista que umas daspreocupações dos grandes centros urbanos é a questão do lixo. Tendouma destinação adequada, os resíduos urbanos deixariam de ser umproblema e viraria combustível para a produção de energia nas cidades.

O presente estudo tem como objetivo exemplificar o uso debiocombustíveis renováveis a partir de aterro sanitário e o seuaproveitamento na geração de energia elétrica, bem como demonstrar ofuncionamento e as principais vantagens e desvantagens do uso do Biogás.

MÉTODOS

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, baseadaem vários artigos e livros que discorrem sobre o assunto. O presenteestudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizadaentre abril e maio de 2015, no qual realizou-se uma consulta a livros eperiódicos presentes na Biblioteca Comunitária Jornalista CarlosCastello Branco (BCCB) em UFPI-Teresina e artigos científicos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Novas tecnologias criadas para o desenvolvimento do país epreservação do meio ambiente são almejadas por todos, inclusive pelosgovernantes. No segundo parágrafo do Artigo 218 da ConstituiçãoFederal ressalta-se a importância do desenvolvimento de pesquisavisando resolver deficiências do país.

A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantementepara a solução dos problemas brasileiros e para odesenvolvimento do sistema produtivo nacional eregional. (1)

Assim, tecnologias que desenvolvam fontes de energia renováveise sustentáveis tornam-se cada vez mais fundamentais nos dias de hoje.

“Qualquer matéria orgânica que possa ser transformadaem energia mecânica, térmica ou elétrica é classificadacomo biomassa”.(2)

Dessa maneira, os biocombustíveis produzidos a partir dabiomassa são fontes renováveis de energia e reduzem a emissão degases poluentes na atmosfera.

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São exemplos de biomassa utilizados para a conversão deenergia: milho, cana-de-açúcar, madeira, palha, casca de arroz, estrume,algas, lixo biodegradável, dentre outros. Apesar do carvão e do petróleoserem igualmente provenientes de seres vivos, não são consideradosbiomassa já que resultam de processos geológicos.

Claro que existem vária fontes de energia renováveis viáveis,além da biomassa, como ressalta LEAL: (3)

Na geração de energia elétrica de forma renovável, abiomassa enfrenta a concorrência de várias alternativas,igualmente renováveis, como a energia eólica, solar,marés, geotérmicas e pequenas hidroelétricas.

Entretanto, existe um tipo de biomassa que pode vir através deresíduos sólidos e líquidos. Tendo em vista que a humanidade estáproduzindo cada vez mais lixo e esse lixo também é capaz de produzirenergia, isso ajudaria a resolver vários problemas: diminuição do nível depoluição ambiental, contenção do volume de lixo das cidades e aumentoda produção de energia. Vantagens: energia limpa e renovável, menorcorrosão de equipamentos, os resíduos emitidos pela sua queima nãointerferem no efeito estufa, ser uma fonte de energia, ser descentralizadorade renda, reduzir a dependência de petróleo por parte de paísessubdesenvolvidos, diminuir o lixo industrial (já que ele pode ser útil naprodução de biomassa), ter baixo custo de implantação e manutenção.

O Biogás é um tipo de biocombustível como explica ROYA .(4)

O biogás é considerado um biocombustível, que pode serobtido natural ou artificialmente. Com um conteúdoenergético semelhante ao do gás natural, sua forma gasosaé constituída principalmente por uma mistura dehidrocarbonetos (compostos químicos formados porCarbono e Hidrogênio) como o Dióxido de Carbono(CO2) e o gás Metano (CH4).

Dessa maneira, um dos modos de resolver o problema do lixoseria converter esses resíduos em BIOGÁS. O melhor aproveitamentoda imensa quantidade de lixo produzido diariamente nas cidades podetrazer muitos benefícios e vantagens, tanto à população como tambémao meio ambiente. Essa atividade já está sendo muito utilizada emvários países estrangeiros e vem ganhando forças aqui no Brasil.

Para a geração de energia a partir do lixo, é necessário arealização de três processos, sendo .(5) :

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1- Extração e ColetaPor meio de um dreno é realizada a coleta do gás, em

seguida esse gás é levado para a superfície por meio do dreno e,na boca dos drenos possui tubos de polietileno que realizam otraspassamento do biogás derivado do lixo até as usinas gerandouma rede.

O biogás é um recurso energético renovável que deriva dadecomposição de matéria orgânica. Sua constituição é, em sua maioria,metano e gás carbônico e a sua principal produção se dá em aterrossanitários que coletam e tratam os gases produzidos pelo lixo que seriamliberados na atmosfera.

2- BeneficiamentoNesta parte, o biogás chega à usina e é imediatamente resfriado

e, simultaneamente recebe uma separação dos vapores nele contido, ometano que é retirado por meio deste processo recebe em seguida oprocesso de combustão, que poderá resultar tanto em calor ou frio paraa produção de energia mecânica ou elétrica, bem como o biogás serqueimado e resultarem energia térmica.

3-Geração de energia por combustãoSó se é possível produzir eletricidade a partir do biogás que é

retirado do lixo por meio da combustão que é realizada da seguintemaneira: o biogás e queimado, essa queima do biogás resulta em energiamecânica que por sua vez ativa os pistões, e após essa movimentaçãoela é transformada em energia elétrica.

A geração dessa energia se dá através do conhecimento doconceito físico chamado “Máquina térmica”.(6)

Denominamos máquina térmica aquela que transformaa energia interna de um combustível em energia mecânica.Nesse caso, a energia do combustível é convertida emenergia térmica de um gás através do processo decombustão. Este , ao se expandir, realiza o trabalho e temsua temperatura diminuída.

Abaixo seguem as principais vantagens do Biogás sob diferentesaspectos .(4):

Do ponto de vista ambiental, o biogás tem seu uso defendidopor toda parte do mundo pelo fato deste poluir muito menos aatmosfera, ajudando assim a desacelerar o aquecimento global. Sendo

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utilizado o biogás em vez da lenha, há uma enorme contribuição nocombate ao desmatamento.

Do ponto de vista agrícola, a substituição dos derivadoscombustíveis à base de petróleo pode economizar com a ausência degastos no transporte de bujões de gás. E existem ainda os resíduossólidos usados como adubos orgânicos, chamados de biofertilizantes.Continuando no meio rural, o biogás pode e deve contribuir para umamelhoria considerável na qualidade de vida nessas regiões. Nas áreasrurais, é comum até hoje a utilização de fogões à lenha e tratoresmovidos a diesel; com a chegada do biogás, os fogões não emitirãofumaça e nem os tratores poluirão tanto o ambiente.

Do ponto de vista sanitário, o uso de biodigestores para coletade dejetos humanos e animais poderiam ajudar ou até mesmo sanar osproblemas de saúde pública oriundos desses dejetos carregados demicro-organismos parasitas.

No que diz respeito a aspectos negativos, na verdade, o Biogásé também um emissor de Dióxido de Carbono (CO2) ou GásCarbônico, como é mais comumente conhecido. O fato é que o CO2é realmente um gás causador de efeito estufa, no entanto, é 20 vezesmenos poluente do que o gás Metano (CH4). Então, a grande vantagemdo biogás não é que ele não seja poluente, e sim que é muito menos doque os combustíveis fósseis.

Já no que se refere à legislação sobre fontes enérgicas renováveis,nos últimos anos, houve bastante avanço. A Lei 10.438/2002 criou oPrograma de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica(PROINFA), que tem entre seus objetivos elevar até 2020 o percentualdas fontes renováveis de energia para 10% da oferta de eletricidade noBrasil, propiciando maior diversificação da matriz energética brasileira,por meio do incentivo inicial às fontes de origem de PCH, eólica e abiomassa. Além disso, também pretende contribuir com a redução dasemissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). (7)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo se propôs a mostrar a possibilidade de os aterrossanitários serem utilizados como local para produção de biogás e seuuso na geração de energia elétrica.

Dentre as principais contribuições para a utilização do Biogás,pode-se citar: o baixo custo; alta eficiência energética; emissão de menosgases poluentes; utilização de recursos renováveis. Salienta-se que esse

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processo também possui suas desvantagens em relação ao meioambiente e à saúde da população, contudo as vantagens se sobressaemàs desvantagens.

Em um país onde a produção monumental de lixo gera enormesimpactos socioambientais, a geração de energia elétrica a partir dosresíduos é uma ideia que merece atenção, investimentos e um ambientede negócios favorável à inclusão do biogás em nossa matriz energética.

Assim, faz-se necessário a criação de políticas públicas queincentivem a geração de energia através de fontes renováveis, comopor exemplo, o biogás a partir do lixo.

O tema, sem dúvida, é bastante atual e relevante, recomenda-se então futuros estudos para verificar a viabilidade econômica emcada região do uso do biogás.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LEAL, Manoel Regis Lima Verde. O potencial de aproveitamento da energiada biomassa.Inovação Uniemp, Campinas, v. 1, n. 3,dez. 2005 . Disponívelem <http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-23942005000300024&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 maio 2015.

ROYA, Bruno. et al. BIOGÁS – UMA ENERGIA LIMPA. Revista EletrônicaNovo Enfoque, ano 2011, v. 13, n. 13, p. 142 – 149..

SALOMON, Karina Ribeiro; LORA, Electo Eduardo Silva. Estimativa dopotencial de geração de energia elétrica para diferentes fontes de biogás noBrasil. Biomassa e Energia. V.2, n.1, p.57-67, 2005.

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GONÇALVES, Sérgio Antonio. MELHORIA DA GESTÃO AMBIENTALURBANA NO BRASIL – BRA/OEA/08/001. Relatório Único:PROPOSTA PRELIMINAR DO PRODUTO SOBRE OS SISTEMASELÉTRICOS EM GERAL E COM APROVEITAMENTO ENERGÉTICODO BIOGÁS DE ATERRO SANITÁRIO OU DE BIODIGESTORES NOBRASIL. Rio de Janeiro – RJ. Dezembro/2011

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FOLCLORE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL:PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NO CONTEXTO

DA SALA DE AULA

Angela Maria Visgueira Cunha - UFPI

RESUMO: propõe-se uma discussão acerca das contribuições doFolclore para o ensino da Educação Ambiental, como uma práticainterdisciplinar em sala de aula, de modo que possa favorecer aaprendizagem, por meio das vivências dos alunos. Adotou- se umarevisão bibliográfica sobre o tema, contexto em que se constituiu asreflexões teóricas e que se constituiu o diálogo a ser compartilhado.Por meio deste, pretende-se descrever algumas considerações quecontribuam para o ensino da Educação Ambiental por meio do folclore,de modo que possa se afirmar que essa possibilidade é rica emaprendizagem e favorece a interdisciplinaridade.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental. Folclore.Interdisciplinaridade.

INTRODUÇÃO

Pensar certo demanda profundidade, e nãosuperficialidade, na compreensão e na interpretação dosfatos. Supõe a disponibilidade à revisão dos achados, deapreciação, reconhece não apenas a possibilidade demudar de opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo.

Paulo Freire

O objetivo deste trabalho é apresentar algumas contribuiçõesque o folclore pode oferecer para o ensino da educação ambiental.Reconhecendo a importância e a necessidade que as questões sociaissejam trabalhadas em sala de aula, para a aprendizagem econhecimento dos alunos, percebe-se a possibilidade de estes temasserem trabalhados de maneira interdisciplinar.

A EA (educação ambiental), além de ser um processo educacionaldas questões ambientais, alcança também os problemas socioeconômicos,

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políticos, culturais e históricos pela interação de uma forma ou de outradestes campos com o meio ambiente (SANTOS 1996).

Deste modo, o folclore, entendido como a tradição e usospopulares, constituído pelos costumes e tradições transmitidos degeração em geração, pode ser um grande aliado para o ensino daeducação ambiental, de modo que o educador possa utilizar dos váriosrecursos que ele oferece para trabalhar o tema. Dentre os recursosoferecidos, destacam-se crenças, histórias populares, lendas, costumes,cantigas de roda, brincadeiras etc.

METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho, fez-se uma revisão bibliográficaque é um tipo de pesquisa, que, segundo Gomes (1998 p.30), “érealizada a partir de fontes secundarias, ou seja, por meio de materialjá publicado, como livros, revistas e artigos científicos”.

A pesquisa bibliográfica tem como principal característica ofato de que o campo onde será feita a coleta dos dados é a própriabibliografia sobre o tema que se pretende investigar, (TAZONI-REIS2009). Ou seja, neste tipo de pesquisa, procura-se buscar conhecimentosdisponíveis sobre determinado tema utilizando a análise e interpretaçãode bibliografia relacionada. Por meio desta, pretende-se resumir,sintetizar ,avaliar ou analisar trabalhos já publicados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o homem, para inteirar-se com o ambiente em que vive énecessário adaptar as características existentes, e através destas, formara sua identidade com base na herança e produção cultural que semanifesta. O ensino dessas características culturais acontece por meiode vivências do dia-a-dia e como abordagem formal na escola,introduzido ou não nos conteúdos trabalhados em sala de aula,permitindo ao aluno que não se distancie de sua realidade.

Estas práticas culturais, também chamadas de folclore, podemser muito importantes para enriquecer a pratica docente, pois permiteque o professor utilize diversos recursos que os alunos já trazem emsua bagagem cultural.

De acordo com Guimarães (1995, p.15): “a EA tem oimportante papel de fomentar a percepção da necessária integraçãodo ser humano com o meio ambiente.” O mesmo autor relata também

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que os conteúdos escolares devem ser trabalhados aliados aos saberesjá acumulados, mas precisam ser conduzidos de modo que contribuampara a produção de novos conhecimentos, por isso a necessidade doeducador trabalhar, sobretudo, a integração entre ser humano e oambiente e considerar para seu ensino os conhecimentos das diferentesáreas de conhecimentos. Ou seja, a EA vem a ser um mecanismo deaproximação do homem com o meio em que ele vive.

Para a EA os recursos do folclore podem ser utilizados para aspráticas do professor em sala de aula, pois favorecem o aprendizadodo aluno, pressupondo que os mesmos já tenham conhecimento destasdiversas práticas culturais. Para Guimarães (1995, p.36), “Na EA essasdiversidades devem ser trabalhadas pelo educador, de modo quesensibilize o educando de acordo com a sua realidade local, ou seja,trabalhar a vivência imediata para chegar a uma vivência plena.”

Para que esses recursos possam ser usados como facilitadoresda aprendizagem é necessário que o professor saiba trabalhar com osmesmos utilizando-se de meios que permitam a integração de um temaao outro, de modo que a EA e o Folclore possam criar atitudes depreservação e defesa da Natureza de modo interdisciplinar.

Sobre essa interdisciplinaridade na EA, Cascino (2007, p.72),relata que:

Em EA, sempre se disse que o fundamento para odesenvolvimento de toda prática é sua característicainterdisciplinar. Tal afirmação, correta, está fundada naanálise do seu percurso histórico, inclusive como umpoderoso instrumento para rever as práticas educacionaismais tradicionais.

Essa interdisciplinaridade envolve tanto os temas transversaisem questão como também a participação de todos que fazem parte dosegmento escolar. De acordo com os princípios básicos propostos pelaEA, o planejamento das ações deve ser necessariamente participativo:professores, alunos, segmentos comunitários, agentes sociais de umaprática social em que cada um colabore com sua experiênciaacumulada, sua visão de mundo e suas expectativas. Dessa forma,facilita a compreensão e a atuação integral e integrada sobre a realidadevivenciada. (GUIMARÃES, 1995)

A conscientização não depende exclusivamente da fluência deconteúdos, mas também está relacionada à valorização das expressõesde vivências pessoais (BASSANI, 2001). Assim, é papel do educador

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estimular as conexões entre as vivências pessoais e os conceitosecológicos em ações de educação ambiental (GAZZINELLI, 2002).

Desta forma, o ensino da educação ambiental através do folcloreconstitui-se em uma alternativa importante que, utilizando asmanifestações culturais, se consolida num processo envolvendo o ensinoformal e não-formal, para a construção de uma sociedadecomprometida com o meio ambiente. (SANTOS 2002).

Entre as diversas maneiras da EA ser abordada por meio deelementos do folclore, destacam-se criações de brinquedos, objetos,painéis, criar e recriar estórias e lendas do Folclore. A partir daí podedespertar nos alunos e na comunidade em geral o interesse em colaborarcom o processo de conservação do meio ambiente, garantido assimuma melhor qualidade de vida para todos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que o folclore pode ser utilizado como instrumentodidático nas aulas de educação ambiental, pois vê-se neste váriaspossibilidades de extrair elementos culturais e introduzi-los na EA.

Para isso, é necessária uma ação planejada por parte doprofessor, pois este deve saber como trabalhar os elementos deconhecimento cultural de seus alunos de modo alternativo paratrabalhar a EA. Para que essa ação ocorra de maneira proveitosa, énecessário que o professor conheça o ambiente em que está inserido,ou seja, é preciso que ele conheça costumes, lendas, histórias ebrincadeiras que fazem parte do meio social dos seus alunos.

Isso porque o conteúdo escolar é o entendimento sistematizadode conhecimentos de uma realidade. Se, em uma aula, o educador serestringir apenas no conteúdo pelo conteúdo, não o relacionando àrealidade, estará descontextualizando esse conhecimento, distanciando-o da realidade concreta, tirando seu significado e alienando-o.(GUIMARÃES, 1995)

REFERÊNCIAS

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BASSANI, M.A. Fatores psicológicos da percepção da qualidade ambiental. In:

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BASSANI, M.A; BOLLMANN, H.A; MAIA, N.B.; MARTOS, H.L.;BARRELA, W. (Orgs.) Indicadores ambientais:Conceitos e aplicações. SãoPaulo: EDUC/ COMPED/ INEP, p. 47-57, 2001.

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FRANZIN, Adriana. Crianças aprendem sobre preservação ambientaljogando. Disponível em: http://www.ebc.com.br/infantil/para-educadores/2013/06/criancasaprendem-sobre-preservacao-ambiental-jogando.

GAZZINELLI, M. F. Representações do professor e implementação decurrículo de educação ambiental.Cadernos de Pesquisa,n. 115, p.173-194,2002.

GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M. C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 14. ed. Rio de Janeiro:Vozes, 1998.

GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. 10ª Ed.Campinas- SP: Papirus, 2010. 96p.

SANTOS, Antônio Silveira Ribeiro Dos. Educação Ambiental no processoeducativo. Disponível em: http://www.aultimaarcadenoe.com/artigo51.htm

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A CRIANÇA E O MEIO AMBIENTE: APERCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

NO ENSINO

Igor Ramon de Oliveira Portela 1

Luana Leticia Idalina dos Santos 2

Rita De Kássia Oliveira Tavares 3

Yara Farias Campos 4

Orientadora - Maria Beatriz Dias Coutinho 5

Co - Orientador - Maria De Jesus Soares Macêdo 6

RESUMO: Este artigo tem como objetivo mostrar a importância daEducação Ambiental (EA) na escola no ensino Fundamental (EF).Para isso, faz uma pequena exposição da EA, conceituando-a, emostrando suas possíveis relações com o ensino de forma transversal.Os programas de Educação Ambiental como instrumentos de gestãoforam propostos para a formação de sociedades responsáveis, visandoa um novo modelo de desenvolvimento. Na escola não poderia serdiferente, com a aplicabilidade do uso dos temas transversais MeioAmbiente. A presente pesquisa teve como objetivo diagnosticar apercepção dos alunos no ensino fundamental (4º ano), acerca doentendimento ambiental. A mesma foi desenvolvida utilizando-se ametodologia de análise de conteúdo na criação de categorias. Dessaforma, foi usado como técnica a análise dos desenhos feitos pelascrianças. Diante da análise feita, foram agrupados os desenhos em 04categorias: Preservação, Biodiversidade, Poluição e QualidadeAmbiental , Poluição. Do total de desenhos analisados, as categoriasde preservação teve um índice de 38% de desenhos que visaram àpreservação dos recursos naturais de forma sustentável. ABiodiversidade apresentou 24% de percepção sobre a liberdade dosanimais, qualidade Ambiental 22%, mostrando um espaço ideal dequalidade de vida para a população e a categoria Poluição apresentouum percentual de 16%.

Palavra Chave: Educação Ambiental. Meio Ambiente. Categorias.Educação.

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INTRODUÇÃO

No Brasil, a Educação Ambiental foi respaldada pelo governoa partir da promulgação da Constituição da República Federativa em1988, onde foi inserido um adendo especial sobre Meio Ambiente (cap.VI) e um item específico sobre a Educação Ambiental (Art. 225, itemVI) que diz: “Cabe ao Poder Público promover a Educação ambiental emtodos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação domeio ambiente”

(Brasil, 1988).A educação ambiental se constitui numa forma abrangente de

educação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de umprocesso pedagógico participativo permanente que procura incutir noeducando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental.

A Política Nacional corrobora o conceito de EA, quando diz:

[...] processos por meio dos quais o indivíduo e acoletividade constroem valores sociais, conhecimentos,habilidades, atitudes e competências voltadas para aconservação do meio ambiente, bem de uso comum dopovo, essencial à sadia qualidade de vida e suasustentabilidade. (BRASIL, 1999)

Segundo Dias (2004, pág. 15) “O Brasil não tem uma políticaeducacional definida, muito menos uma política para a chamadaEducação Ambiental”. Dessa forma, se verifica que a necessidade daimplantação e reformulação do estudo da educação ambiental no Brasilprecisa ser aplicada de uma maneira mais coerente, assim, a presentepesquisa visa buscar e estudar como a educação ambiental évislumbrada pelas crianças da educação infantil.

O estudo do meio ambiente sempre foi algo muito comentadodesde quanto foi sugerida em 1970, dando uma proposta deconscientização sobre ações do homem com a natureza, porém, éobservado que nas últimas décadas vem sendo uma questãoesquecida para boa parcela da sociedade, independentemente declasse social.

O meio ambiente embora esquecido por boa parte da sociedade,ainda é na escola que se observa o levantamento de questões dosproblemas iminentes de padrões negativos ou positivos com relação àpostura ambiental que vem se desenvolvendo no interior de cadaindivíduo.

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Deixa-se muitas vezes de agir de maneira correta até mesmopor não termos nos deparado com algo relacionado às questõesambientais, todo dia é dia de pensar no meio ambiente. Porém, osseres humanos esquecem-se do real valor que ele nos oferece causandoimpactos ambientais e não educando as gerações futuras parapreservação e conservação do meio ambiente.

A vivência do ser humano de forma harmoniosa é esquecida,no entanto percebe-se que as crianças têm uma afinidade e umaproximidade com o meio no sentido de preservar, conservar ou atémesmo mantê-lo intocado.

O papel que a educação deve ocupar na sociedade pode,em parte, ser respondido pelos desafios sociais, mas, poroutro lado, profundamente influenciado pelascaracterísticas que a sociedade apresenta pelo avanço daciência e da tecnologia, bem como as demandasrelacionadas ao funcionamento democrático e aomercado, características culturais e pelas linguagens(LUZZI, 2012, p. 42-43).

A pesquisa comprova que os desenhos analisados mostramuma realidade vivenciada pela criança nos seus aspectos culturais.Neste constructo, é visionário querer que a educação ambiental noensino fundamental deva ser um ato constante e prazeroso. Ascrianças são curiosas e gostam de estar em contato com a natureza,fato percebido nos desenhos analisados. Desde os seus primeirossaberes os pequeninos têm uma concepção harmoniosa de comousufruir e ao mesmo tempo preservar o meio, sendo possível oenraizamento da concepção de forma contínua e duradoura, desdeas primeiras iniciais no âmbito escolar.

A ideia de natureza é concebida como modelo para apedagogia e perpetuou se no século XX. Seguiu vigênciaa ênfase “no natural” como fundamento de umapsicologia e de uma pedagogia científica em contraposiçãoà educação por coerção (Carvalho, 2012. P.103).

A educação Ambiental não deve ser trabalhada de formaindependente e sozinha. A mesma deve ser dialogada entre as diversasdisciplinas escolar, vivenciando uma interdisciplinaridade. Dessaforma, se promovera uma educação ambiental visando à mudança decomportamento na sociedade.

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A pesquisa é uma realidade já observada e comprovada pelasociedade de que raramente as crianças de hoje na educação infantil,fase de grande relevância no seu aprendizado, tem contato com anatureza e que geralmente, aquela mesma criança saberá como lidarcom as questões ambientais, fazendo assim com que a mesma cresçasem aquele apoio de que aquilo é ou não correto, a educação escolar éalgo de grande relevância para divulgação dos princípios ambientais,devendo assim partir desde a sua vida escolar até o ensino superior.

METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida na escola municipal Raio deEsperança, situada no Bairro Flores, em Campo Maior- Piauí, a mesmafoi desenvolvida utilizando-se a metodologia de análise de conteúdo.A análise de conteúdo é um procedimento de pesquisa que se situa emum delineamento amplo da teoria da comunicação e como jámencionado, tem como ponto de partida a mensagem.

Segundo Bardin (2012), nos reserva o direito de saber:

A análise de conteúdo é análise de significados, emborapossa ser também uma análise dos significantes,[...] Aanálise de Conteúdo se define como uma técnica queconsiste apurar descrições de conteúdos aproximativassubjetivas para pôr em evidencia com objetividade anatureza e as forças relativas dos estímulos a que o sujeitoestá submetido (BARDIN, 2011, p. 41)

A análise de conteúdo visa produzir inferências acerca de dadosverbais silenciados nos textos e a descoberta de observações de interessedo pesquisador sempre será mediante aos objetivos propostos. O atode inferir significa a realização de uma operação lógica a intenção daanálise de conteúdo é a inferência de conhecimentos relativos àscondições de produção. (BARDIN, 2012, p.44).

Refletindo sobre a conceituação de análise de conteúdo, Bardin(2011), nos diz: Análise de conteúdo é definida como sendo o conjuntode técnicas de análises da comunicação, que utiliza procedimentossistemáticos e objetivos para a descrição da mensagem (BARDIN, 2011,p.44).

Dessa forma a criação de categorias se deu por meio da análisedos desenhos a cerca do entendimento sobre meio ambiente. Dandocontinuidade ao desenvolvimento metodológico, foi feita a pergunta

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inicial: o que você entende sobre meio ambiente? E pedido que osalunos respondessem em forma de desenho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Educação Ambiental é abrangente e transversal e perpassatodas as áreas do conhecimento e todas as esferas de atuação social epolítica. Nesse campo, ou associado ao mesmo, encontra – se a origemde grandes transformações, tanto no aspecto físico do planeta quantonos tecidos sociais, econômicos e políticos. Mesmo quando os processosde mudança social são induzidos por fatores de natureza diversa, aeducação em geral e a Educação Ambiental em particular devemassumir papel primordial para sua viabilização, de forma especialquando se pensa estrategicamente e se projeta temporalmente para omédio e longo prazo.

A educação ambiental se constitui numa forma abrangente deeducação, que se propõe atingir todos os cidadãos, através de umprocesso pedagógico participativo permanente que procura incutir noeducando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental,compreendendo-se como crítica a capacidade de captar a gênese e aevolução de problemas ambientais.

A percepção acontece de forma diferenciada em cada indivíduo,pois cada um manifesta sua própria percepção em relação aos seusespaços e seus momentos únicos de vida. Dessa forma, foi feita acategorização das imagens obtidas por meio dos desenhos dos quaisforam divididas em categorias: preservação, biodiversidade, poluição,qualidade ambiental.

Os mapas ou desenhos mentais exercem função de forma visívelos pensamentos sobre o entendimento que as crianças possuem sobreo meio ambiente. A pergunta norteadora desta pesquisa foi aplicadapara crianças de 09(nove) 10(dez) anos, pertencentes ao 4° ano doensino fundamental, turno da manhã.

Os desenhos foram analisados e distribuídos em quatrocategorias:

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Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Categorias Ambientais Analisadas01. Preservação: Nesta categoria, é clara a percepção de preservaçãoambiental das crianças sobre o meio ambiente, onde este se encontraainda protegido com ambientes limpos e animais livres, sendo quehomens e animais convivem em um ambiente agradável e equilibrado.02. Biodiversidade: Nessa categoria, observamos a diversidade emharmonia com a natureza fazendo a percepção de vários ambientesinterligados, onde fauna e flora é o centro dos pensamentos das crianças,sendo que o homem ainda não tem influência sobre o meio ambiente.03. Poluição: Neste quesito temos a convicção do conhecimento queas crianças possuem em relação aos impactos que o homem causa nomeio ambiente, onde este está poluindo um ambiente saudável econservado.04. Qualidade ambiental: Manifesta-se nesta categoria a presença dohomem convivendo de uma maneira harmoniosa com o meio ambiente,retratando animais, homem e natureza com uma relação deinterdependência.

Gráfico 01

Categorias Ambientais

Fonte: dados da pesquisa, 2014.

Preservação Biodiversidade Poluição Qualidade Ambiental

14

9

5

8

139

Do total de desenhos analisados as categorias de preservaçãoteve um índice de 38% de desenhos que visaram à preservação dosrecursos naturais de forma sustentável. A Biodiversidade apresentou24% de percepção sobre a liberdade dos animais. Na QualidadeAmbiental, 22%, mostrando um espaço ideal de qualidade de vidapara a população. A categoria Poluição apresentou um percentual de16%. Nesta categoria, a preocupação com meio ambiente foi expostalevando-se como maior problema o Lixo doméstico e o derrame deesgoto nos rios.

De acordo com os dados, é notória a sensibilização que ascrianças possuem em relação à preservação do meio ambiente, elasalmejam um ambiente ainda protegido onde os impactos ambientaiscausados pelo homem não fazem parte desta realidade, tornando esteambiente cada vez mais agradável e conservado de um bom uso para ohomem. Na categoria biodiversidade, destaca-se a natureza

A história de educação depende de dois fatores essenciais:o progresso da ciência, que afeta todos os meios daeducação, possibilitando dar aos indivíduos a sua máximacapacidade; e o estado cultural de um povo ou de umageração, que determina o ideal educativo (LUZZI, 2012,p.43).

A inclusão da perspectiva ambiental no mundo escolar consistenum modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter – relações ea interdependência dos diversos elementos na constituição emanutenção da vida. Em termos de educação, essa perspectiva contribuipara evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípiosda dignidade do ser humano, da participação, da co – responsabilidade,da solidariedade e da equidade.

Nesse intuito, a secretaria de ensino fundamental do ministroda educação e do desporto, denominada Parâmetros CurricularesNacionais (PCNs), nasceu da necessidade de se construir umareferencia curricular nacional para o Ensino Fundamental, que pudesseser discutida e traduzida nas escolas e nas salas de aula. Dessa formaos Parâmetros Curriculares têm a intenção de provocar debates arespeito da função da escola e reflexão sobre o que, quando, como epara que ensinar e aprender, que envolva não apenas as escolas, maistambém pais, governo e sociedade.

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CONCLUSÃO

A Educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamentalé de suma importância e a culminância de atitudes simples podemminimizar os problemas mais encontrados na comunidade escolar.Com a análise dos resultados de pesquisa descritos neste trabalho foipossível notar o conhecimento e a sensibilização por parte dos alunos.É notório o conhecimento sobre meio ambiente e a preocupação queas crianças possuem.

A pesquisa percebeu a presença de conhecimento comreferências a temas ambientais. A presença de conhecimentos deeducação formal foi bastante visível nos desenhos analisados. Ascrianças desenvolvem maior habilidade com a inserção da educaçãoambiental, seja formal ou não.

Todavia, só se resolve os problemas de uma nação educandoseu povo. E para tanto se torna importante que parta da própriacomunidade escolar, a vontade de agir e querer mudanças.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros CurricularesNacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais /secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC / SEF, 1.998.

BRASIL. Constituição 1.998. Constituição da República Federativa doBrasil: promulgada em 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal. 1.988.

___________. Agenda 21. Rio de Janeiro. Conferência Internacional sobreMeio Ambiente e Desenvolvimento, 1992.

CURRIER. Karen L. Meio Ambiente: interdisciplinaridade na prática. IN:eixo norteador: Eu + meio ambiental. Campinas, SP: Papirus, 1998. ColeçãoPapirus Educação.

BARDIN. L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011.

CARVALHO, I. C. M. de. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias daeducação ambiental no Brasil. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2013

CARVALHO, I. C. M. de. Educação ambiental a formação do sujeitoecológico. São Paulo: Editora CORTEZ, 2012.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e praticas. São Paulo: EditorGuaia, 2004.

LUZZI, D. Educação e meio ambiente: uma relação intrínseca. Barueri,SP: Editora. Manuel, 2012.

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MEIO AMBIENTE EM PAUTA: REFLEXÕESDIAGNÓSTICAS E ROGNÓSTICAS NO LIVRO

DIDÁTICO DE BIOLOGIA

M.B.D. Coutinho¹G. A. Araújo Neto ²

RESUMO: O presente artigo é parte da dissertação de mestrado quetrata as questões ambientais nos livros didáticos de Biologia. O mesmovisa contribui com observações que foram encontradas e abordadasna dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente,acerca de itens, que aqui chamo de reflexões diagnósticas e prognósticaspresentes nos livros em análise. As contribuições aqui apresentadasvisam informar o corpo docente na melhor escolha na adoção dos livrosdidáticos de biologia nos conteúdos de meio ambiente. A metodologiafoi desenvolvida por análise de conteúdo, onde foi possível observar, apresença de questões ambientais distribuídas em reflexões diagnósticae prognósticas dentro do material analisado. Os livros adotados sofremvariações de quantidades de reflexões presentes nos livros escolhidospara análise.

PALAVRA CHAVE: Livro Didático. Reflexão diagnóstica. Reflexãoprognóstica. Ensino

INTRODUÇÃO

Os livros analisados foram os selecionados para o Triênio de2012/2014, no PNLEM. Esse programa foi implantado em 2004 pelaResolução nº 38 do FNDE, o Programa Nacional do Livro Didáticopara o Ensino Médio (PNLEM), cuja proposta prevê a universalizaçãode livros didáticos para os alunos do ensino médio público de todo opaís. Inicialmente, atendeu 1,3 milhão de alunos da primeira série doensino médio de 5.392 escolas das regiões Norte e Nordeste, quereceberam, até o início de 2005, uma quantia de 2,7 milhões de livros

1 Aluna do programa de pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI,Email: [email protected] Orientador e Professor Departamento Filosofia/UFPI, Email: [email protected]

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das disciplinas de português e de matemática. Em 2005, as demaisséries e regiões brasileiras também foram atendidas com livros deportuguês e matemática, e posteriormente todas as outras disciplinasforam contempladas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio(PCN) trazem orientações nacionais sobre o currículo a ser trabalhadono ensino médio. “Preconizam que ao problematizar o tema ambiente,se torna necessário, além de explicitar os aspectos físicos, químicos ebiológicos que fazem o meio ambiente, ressaltar as relações sociais,econômicas e culturais que permeiam o contexto ambiental” (SILVA,2011).

Sob a perspectiva da transversalidade, proposta pelasorientações das políticas educacionais como os Parâmetros CurricularesNacionais (PCNs) e a Política Nacional de Educação Ambiental(PNEA), (Lei 9.795/1999), acredita-se que pesquisas envolvendolivros didáticos sejam pertinentes.

A racionalidade do saber ambiental é tratada por Leff (2012)como constructos teóricos capazes de articular um conjunto deformação lógica e discursiva acerca das descrenças e compromissossociais. Sob esse olhar, Leff (2011b) propõe a ampliação de perspectivase o alargamento de horizontes para o conjunto da produção humanaem sua diversidade. Tal diversidade se manifesta tanto na constituiçãointerna do campo científico, como nas formas de organização dossaberes culturais, em suas múltiplas expressões – materiais e simbólicas– como na manifestação dos sentidos do ser.

A consciência ambiental vai além do pensar, e é nesse intuitoque o homem, enquanto sujeito, interfere nos seus atos de agir. Serecologicamente equilibrado, com enfoques ambientais, está além deser ou ter consciência ambiental. A formação do sujeito justo,equilibrado e radicalmente formador de um pensamento complexoperpassa a lógica do raciocínio.

O surgimento de novos paradigmas emergentes nos faz refletirsobre a necessidade de adquirirmos uma consciência ambiental, natentativa de aprender a conviver com o meio ambiente, equilibrando etornando-o igualitário para todos. Partindo desse pressuposto, oprimeiro questionamento que se pode fazer quanto à concepção demeio ambiente é o da compreensão da nossa própria existência. ParaMorin (2001), o conhecimento pertinente é aquele capaz de situarqualquer informação em seu contexto. No entanto, isso tudo nos levaa crer que o meio ambiente é tudo aquilo que nos envolve. E as

143

propriedades do meio circundante influem na visão homem /natureza,uma vez que as características da flora, da fauna e dos hábitosalimentares dos seres vivos interferem direta e indiretamente naconsolidação de um meio ambiente equilibrado.

Seguindo esta lógica, se busca um homem capacitado e voltadoprontamente a se tornar um Eco-Homem, um homem pensante, seguindoo pensamento complexo, partindo de ideias simples, mas interligadas.Convém ainda dizer que o material didático coerente com a reflexãomencionada, seja capaz de articular o seu próprio paradigma com osparadigmas do homem em ser sujeito ecológico.

REFLEXÕES DIAGNÓSTICAS E PROGNÓSTICAS NOLIVRO DE BIOLOGIA

A necessidade de estabelecer novos métodos para oconhecimento das questões ambientais faz com que sejam fixadas asbases que deverão provocar mudanças e transformações nas pesquisascientificas e tecnológicas.

A interdisciplinaridade surge com o desafio de romper osparadigmas cartesianos e mecanicistas da ciência e da educação,assumindo uma concepção totalizadora, complexa, dialética eintegradora, (CAVALCANTE, 2012). No entanto, ao se pensar emquestionamentos ambientais, verifica-se maior incidência desteconteúdo em capítulos separados, contradizendo o que prega ainterdisciplinaridade: “... que as disciplinas em questão, apesar de partiremcada uma de seu quadro referencial teórico metodológico, estão em situação demútua coordenação e cooperação, estando engajadas num processo de construçãode um referencial conceitual e metodológico consensuais” (VELASCO,2002).

Para Fazenda (2013), a interdisciplinaridade é uma exigêncianatural e interna das ciências capaz de proporcionar uma melhorcompreensão da realidade que ela nos faz conhecer.

A interdisciplinaridade não deve ser repensada como sendo umacolcha de retalhos, onde se junta um informe “ali” e outro “acolá” eforma-se uma conjectura social mais conectada com as inter-relaçõesque a interdisciplinaridade propõe. Esse pensamento levar-nos-ia a vero papel das ciências de forma simplória e reducionista, talvez até chegarao homem máquina, que na visão de Descartes, levaria a crer numaabordagem disciplinar na qual cada uma tem suas particularidades.Assim, surgiu a interdisciplinaridade como sendo uma proposta “oca”(BRANCO, 2005).

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O autor ainda nos fala:

Ocorrendo “risco” de transformar os vários campos dosaber humano na abordagem de um problema, que noentanto é objetivo,embora amplo, no que diz respeito aum interesse maior da humanidade de sobrevivência aosseus próprios excessos, mediante a um controle quepermite continuidade do equilíbrio dinâmico entreespécies numa forma conservativa ou sustentável(BRANCO, 2005, p.13).

A interdisciplinaridade trata as disciplinas de modo relacionalentre elas, e permite que exista comunicação em reciprocidade, havendoum diálogo intercultural. A mesma não tem pretensão de criar novasdisciplinas ou saberes, mas de utilizar conhecimento de várias disciplinaspara a resolução de problemas e compreensão de fatos existentes.

O parcelamento e a compartimentação dos saberes impedemapreender o que está tecido junto (MORIN, 2000, p.45). O autor aindaenfatiza que a inteligência parcelada, compartimentada, mecanicista,disjuntiva e reducionista rompe o complexo do mundo em fragmentosdisjuntos, fraciona os problemas, separa o que está unido, tornaunidimensional o multidimensional. (MORIN, 2000, p. 43):

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ainterdisciplinaridade tem função instrumental. Trata-se de recorrer aum saber diretamente útil e utilizável para as questões e aos problemassociais contemporâneos. (BRASIL, 2002. p.34).

O simples fato de que todos os seres vivos são formados decélulas já nos remete a uma unificação do todo, surgindo aí, com essepostulado, um elemento unificado do ser existencial. Entre a Biologiae a Química existe a interdisciplinaridade a partir da junção de ambas,momento em que surge a Bioquímica, uma nova perspectiva de estudara biologia molecular. Mas o que era interdisciplinar agora virouestanque, voltado a parâmetros disciplinares. Enquanto Química eBiologia dialogaram, nenhuma perdia seus conceitos, e sim eramfundamentais para um entendimento da biologia molecular.

Segundo (BRANCO, 2005), o ensino apresentado nos livros semostra reducionista acerca de conteúdos sobre natureza, e sobre isso,o autor nos diz:

“Talvez valesse a pena o esforço didático para que o ensino de biologiapartisse da noção de natureza como entidade integradora de todas as funçõesvitais” (p.15).

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), nos dizem quea interdisciplinaridade é uma competência crítico-analítica derepresentação da realidade não disciplinar, pois não se insere em umaúnica disciplina, já que seu objeto de investigação é maiscomplexo,(2002. p.51). Surge, então, a necessidade de se pensar sobuma perspectiva interdisciplinar.

O pensamento ecologizado já é um paradigma da nova era,embora a ciência ainda o veja em fase de enraizamento, com poucasolidez. Nesta conjectura, o homem busca todas as formas da ecologiado saber e o vislumbra ao ambiente equilibrado com uma equidadesocial, visando à melhoria e ao bem-estar de futuras gerações.

Neste constructo, observaram-se dois tipos de situaçãoapresentados nos capítulos. As reflexões aqui denominadas como sendoreflexões diagnósticas e reflexões prognósticas. Nas reflexõesdiagnósticas, a temática é baseada nos acontecimentos dos fatospresentes com base nas informações e em dados colocados no texto.Na situação de reflexão prognóstica, observaram-se os fatos baseadosno futuro, na causa iminente do acontecimento dos fatos, o que pormeio dos acontecimentos se prevê o futuro.

A conceituação para reflexões diagnósticas devem ser controladasatravés de um processo de conhecimento sistemático das característicasatuais da situação problema presente nos livros didáticos, tendo sempreem mente os cenários alternativos mais próximos da situação desejadapossível (reflexões prognósticos) em função dos instrumentos didáticosutilizados em sala de aula, entre este, – o livro como o principal.

RESULTADO E DISCUSSÕES

A presente pesquisa iniciou-se com a escolha do material paraanálise e posterior leitura crítica dos capítulos escolhidos. Este primeiromomento consistiu na primeira fase de estudo da pesquisa, o momentode estabelecimento de contato com os documentos, deixando-se invadirpor impressões e orientações.

A principal pretensão da análise de conteúdo é vislumbrada napossibilidade de fornecer técnicas precisas, objetivas e suficientes paragarantir a descoberta do verdadeiro significado.

Bardin (2012) nos reserva o direito de saber:

A análise de conteúdo é analise de significados, emborapossa ser também uma análise dos significantes, [...] Aanálise de Conteúdo se define como uma técnica que

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consiste apurar descrições de conteúdos aproximativassubjetivas para pôr em evidência com objetividade anatureza e as forças relativas dos estímulos a que o sujeitoestá submetido (BARDIN, 2012, p. 41).

A análise de conteúdo visa produzir inferências acerca de dadosverbais silenciados nos textos e a descoberta de observações de interessedo pesquisador sempre será mediante os objetivos propostos. O ato deinferir significa a realização de uma operação lógica a intenção daanalise de conteúdo, é a inferência de conhecimentos relativos àscondições de produção (BARDIN, 2012, p.44).

Ao decidir escolher trabalhar com os livros didáticos aprovadospelo Estado no município de Campo Maior-Pi, caberia agora selecionarquais livros de biologia seriam os adotados na rede de ensino. Dianteda busca investigativa, o livro didático adotado no município é o daeditora Ática do autor Sérgio Linhares e Fernando Gerwandsznajder.Mas por questões de atender aos objetivos propostos na pesquisa,escolheu-se além deste, outros que fizeram parte da análise do ProgramaNacional do Livro didático (PNLD), para o triênio de 2012/ 2014.Foram também analisados.

QUADRO 01: Livros adotados para a análise

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Os capítulos foram analisados por meio da pré- análise e leituraflutuante, também chamada de leitura crítica, onde se deixou fluir asprimeiras impressões. Após a escolha, foi feita uma releitura para definiros capítulos a serem analisados. No total foi feita a análise de 26capítulos, pertencentes aos autores mencionados na tabela anterior.

No material analisado foram encontradas 293 Reflexõesdiagnósticas e 75 reflexões prognósticas, a divisão entre o materialem análise se encontra disposta na tabela.

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TABELA 01: Reflexões diagnósticas e reflexões prognósticas

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

O percentual acima mostrado deu-se por meio da contagem detodas as vezes que as reflexões apareceram no contexto das unidadestemáticas selecionadas nos capítulos para a análise. As reflexõesdiagnósticas são mostradas como diagnósticos de realidade, o livro Drelata 83 reflexões, que refletem a realidade em que se encontra oplaneta. O livro D mostra uma preocupação eminente para com oplaneta, embora que de forma catastrófica a realidade seja mostrada.

A reflexão prognóstica do livro D, sobre a Mata Atlântica nosdiz: “A mata Atlântica brasileira pode perder cerca de 60%de sua área atual sea temperatura média do planeta subir de 3° C para 4° até o fim do século”.Essa reflexão se percebida pelos alunos e professores terá indícios deque outras reflexões não passarão despercebidas pelo aluno leitor eprofessor. Dessa forma, quanto mais reflexões prognósticas nos livrosdidáticos aparecerem, melhor seria a percepção de mudança de posturafrente aos problemas ambientais. Baseados no conhecimento e diálogoque o ser humano deve possuir para com a natureza.

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Quanto mais reflexões dentro do livro, maior a permissão dedebate no âmbito escolar no contexto em que a temática esteja inserida.O livro A apresenta 28, reflexões prognósticas, deixando o leitor emcontato com os temas contemporâneos de forma a refletir junto com oautor a problemática ambiental.

Podemos citar uma reflexão que diz: “por causa dosaquecimentos das águas dos oceanos os furacões serão mais intensos”(p.235). E Ainda, “As áreas afetadas pela seca aumentarão e diminuirão osrecursos de água potável para boa parte das pessoas: mais de 1 milhão de pessoaspoderão sofrer com a falta de água”(p.239). Essas reflexões de certa formaajudarão ao aluno leitor a refletir embora que não tenha uma posturaética e social ainda frente aos problemas ambientais, mas começarão aentrar em contato com os grandes temas contemporâneos que assolama nossa década: As questões Ambientais.

Por outro lado as reflexões diagnósticas trazem para o leitorum momento de reflexão do que está sendo vivenciado por ele emnível global e às vezes, em nível local, possibilitando o maior contatocom a realidade em que se encontra inserido. No livro B, a natureza émostrada mais pelas suas destruições do que pelas suas belezas. Oslivros relatam o conteúdo ambiental de forma estratégica. Apoia odesenvolvimento do planeta de modo a dizer não existir outra soluçãose não a degradação. “A natureza pode suportar a atividade exploradora dahumanidade, desde que não se ultrapasse determinados limites” (livro B, p.342),mas que limites? Porque não se menciona, até que ponto se podedegradar, e até que ponto a natureza suporta? O autor do livro B, aindaressalta: É preciso deixar claro que a espécie humana só pode sobreviverexplorando os recursos do ambiente (p.341).

O autor reforça: A utilização a longo prazo dos recursosnaturais de que a humanidade necessita demanda o desenvolvimentode formas equilibradas para sua exploração, nesse sentido a ecologiatorna-se imprescindível: “é fundamental conhecer a estrutura e ofuncionamento dos ecossistemas para que possamos desenvolverestratégias racionais de utilização dos recursos naturais” (Livro B, 341).

De certa forma, o autor parece não acreditar no processo dedegradação da natureza e destruição do planeta. “Fala-se que a espéciehumana, por agredir a natureza, está a caminho da autodestruição,”[...] “Será que existem riscos reais e catastróficos causados pela poluiçãoou pelo esgotamento de fontes de energia e outros importantes recursosnaturais”? O autor também menciona os anúncios de jornais queveiculam assuntos desencontrados. Tais como: (LIVRO B, 2012, p. 341).

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1. “Alguns estudiosos acreditam que a humanidade está muitopróxima do fim, por provocarem danos irreparáveis à natureza”.

2. Outros proclamam que esses “ambientalistas” sãoexagerados e que a humanidade saberá solucionar todos os problemasque criar.

GRÁFICO 01:Reflexões diagnósticas e prognósticas presentes nas unidades

temáticas

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

A intenção das linhas escritas pelos autores no contextoanalisado reflete a realidade assustadora que o mundo enfrenta diantedas questões ambientais. As reflexões como possíveis soluções, “freios”,parada, mudança de postura é encontrada nas reflexões prognósticas,as 18 reflexões do livro D, leva o leitor a refletir sobre a destruição doplaneta e de como “eu”-leitor estou contribuindo para garantir asustentabilidade ambiental do planeta. Verifica-se que os livrosanalisados se preocupam mais com os problemas que já ocorreram,do que os eventos que poderão ocorrer em decorrência do processo dedesagregação ambiental pelo homem. Neste processo, o percursopercorrido pelo livro didático visa focar muito as reflexões presenciais(do momento) do que propriamente as reflexões futuras.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As reflexões que aparecem nos livros didáticos apresentadossofrem variações que promovem uma maior ou menor reflexão nointelecto do indivíduo de formas diversas. O livro didático se confrontacom este saber à medida que revitaliza certos assuntos e negligenciaoutros. As reflexões aparecem de forma altruísta. Os livros devemapresentar claramente a importância e interação das diferentesdisciplinas dentro dos capítulos, porém não é o que se observa ao longodo percurso de estudo a cerca das reflexões diagnósticas e prognósticasem um caminho interdisciplinar. É grande a preocupação com osproblemas já existentes, muito mais do que com problemas futuros.Que serão decorrentes da não resolução dos problemas iniciais, nãoresolvidos. A interatividade da interdisciplinaridade apresentada noslivros deve se tornar uma rede de saberes para o homem e aaproximação dos saberes ambientais e educacionais parece, à primeiravista, uma convergência necessária ao ato de ensinar.

REFERÊNCIAS

BARDIN. L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média eTecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília:Ministério da Educação, 2002a.

BRANCO, S. M. Meio Ambiente &Biologia. 2ª edição, São Paulo, EditoraSenac, 2005. CAVALCANTE, L. P. S. Interdisciplinaridade, complexidade esaber ambiental: breves considerações críticas.

FAZENDA, I.C.A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. 18ª edCampinas- SP: Papirus. 2012

FREITAG, B; COSTA, W. F. da; MOTTA, Valéria Rodrigues. O livro didáticoem questão. 3ª. ed. São Paulo: Cortez, 1993.

LEFF. E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,poder.

Petrópolis: Vozes. 2011.

________. Epistemologia Ambiental. Ed. Cortez, São Paulo, 2012a

MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. Tradução do francês:Eliane Lisboa - Porto Alegre: Ed. Sulina, 2011.

151

SILVA, Silvana do Nascimento; BARBOSA, Jonei Cerqueira; EL-HANI,Charbel Niño. Análise de um livro de biologia à luz da teoria de BrasilBernstein. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃOEM CIÊNCIAS, 2011, Campinas, SP. Atas.Campinas-SP, 2011. p.1-12

VELASCO, S. L. Perfil da lei da Política Nacional de Educação Ambiental.Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, FundaçãoUniversidade do Rio Grande, v. 2, p. 1-7, 2002.

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DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAESCOLA PÚBLICA

MARIA BEATRIZ DIAS COUTINHO – [email protected] DE JESUS MARCEDO – [email protected]

RESUMO: O objetivo geral desta pesquisa foi diagnosticar os avançosadvindos com os PCNs em relação à Educação Ambiental nas sériesiniciais do Ensino Fundamental. A presente pesquisa ocorreu em 2009nas escolas públicas estaduais de Campo Maior – Pi, tendo comoamostra intencional a escola Patronato Nossa Senhora de Lourdes. Ametodologia, inicialmente, se deu através de uma pesquisa bibliográficae pesquisa de campo com aplicação de questionário e levantamento dedados para o estabelecimento de diagnóstico. Os resultados encontradosindicaram que os problemas na comunidade escolar são de ordemdiversa, entre estes a falta de conhecimento e sensibilização por partede alguns educadores em relação a essa temática- Educação Ambiental.

PALAVRA CHAVE: Educação Ambiental. Ensino. Escola.Professores. Alunos.

INTRODUÇÃO

Os PCNs defendem a importância da formação ambiental eética na escola das novas gerações, na perspectiva da transversalidade,situando – se no contexto das diversas influências que a sociedade exercesobre o desenvolvimento do aluno / criança. E neste contexto, a escolase constitui em microcosmos que pode ou não permitir a prática denovas relações entre os atores sociais envolvidos, tornando – seimportante a explicação, esclarecimento e debate do currículo ocultoda instituição escolar que permite uma profunda reflexão em relaçãoàs modalidades de relação entre as pessoas com o meio, muitas vezesinconscientes, e, os valores implícitos perpassados pela escola.

Em linhas gerais os PCNs( Parâmetros Curriculares Nacionais)definem por:

• Apontar a necessidade de unir esforços entre as diferentesinstâncias governamentais e da sociedade, para apoiar a escolana complexa tarefa educativa;

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• Mostrar a importância da participação da comunidade naescola, de forma que o conhecimento aprendido gere maiorcompreensão, integração e inserção no mundo.

• Ampliar a visão de conteúdo para além dos conceitos,inserindo procedimentos, atitudes e valores comoconhecimentos tão relevantes quanto os conceitostradicionalmente abordados;

• Evidenciar a necessidade de tratar de temas sociais urgentes –chamados Temas Transversais – no âmbito das diferentes áreascurriculares e no convívio escolar;

E é diante dos fatos expostos que pretendeu – se investigar aforma de trabalhar a Educação Ambiental nas escolas públicas estaduaisde Campo Maior como uma necessidade presente para obtenção deresultados futuros.

Quanto a estas relações, o objetivo geral desta pesquisa foidiagnosticar os avanços advindos com os PCNs em relação àEducação Ambiental nas séries iniciais do Ensino Fundamental deCampo Maior.

De forma específica, foram delimitados os seguintes objetivos:Discutir os aspectos teóricos e históricos da Educação Ambiental naescola; Observar a prática da Educação Ambiental nas escolas deEnsino Fundamental (1ª a 4ª) de Campo Maior- Pi; Identificar asprincipais dificuldades relacionadas a essa prática.

No sentido de alcançar os objetivos propostos utilizou – secomo metodologia inicialmente, uma pesquisa bibliográfica, pesquisade campo aplicação de questionário para o estabelecimento dodiagnóstico e levantamento de dados. No universo desta pesquisaparticipou uma população que constou de 11 escolas, destas, a escolaPatronato Nossa Senhora de Lourdes foi trabalhada como amostraintencional, em virtude de ser uma escola com enorme aceitação denormas exposta pela direção católica, e por abrigar um corpo discentee docente numeroso . Esta escola foi fundada em 07 de março de 1953e está situada na Praça Antonio Rufino S/N em Campo Maiorpossuindo um total de 17 professores e 407 alunos de 1ª a 4ª série doEnsino Fundamental. A aplicação do questionário serviu para subsidiara pesquisa no tocante ao conhecimento do corpo docente e parafomentar a construção de um plano de ação.

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2. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITOESCOLAR.

A questão ambiental vem sendo considerada como cada vezmais urgente e importante para a sociedade, pois o futuro dahumanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o usopelo homem dos recursos naturas disponíveis. O conhecimentocientifico da ecologia somou – se como um movimento ecológicovoltado no início principalmente para a preservação de grandes áreasde ecossistemas “intocadas” pelo homem, criando – se parques ereservas, sendo vista muita das vezes como uma preocupação poéticade visionário, uma vez que afastavam o homem desses espaços,inviabilizando sua exploração Econômica.

2.1 Aspectos históricos sobre a Educação Ambiental em CampoMaior.

Campo Maior – PI, situa – se ao norte do Estado à 84 km daCapital Teresina, tem cerca de 42 mil habitantes possui, coordenadas4º 49’ 46’ Sul, 42º 95’ 8" oeste, 4º 49’ 50" Sul e 42º 95’ e O” Oeste(PESSOA, 2003).

O problema com Educação Ambiental na cidade de CampoMaior é de longas datas, uma vez que em 1764, dois anos após ainstituição da Vila Campo Maior, dizia o código de postura: Por seruma das causas principais para a saúde dos povos, a pureza da águade beber, e não havendo nesta vila outra se não a da lagoa, acordaramque ninguém possa lavar roupa nela, em tempo algum, nem também,dar de beber aos animais (GOMES, 1997, p.5).

Em 1992, o IBAMA inicia seu primeiro trabalho de EducaçãoAmbiental em Campo Maior, intitulado I Seminário sobre aPreservação de Açude grande de Campo Maior – PI, onde teve aparticipação de educadores, alunos e técnicos que de uma forma ou deoutra acreditavam na mudança de comportamento da sociedade. Em1993, o projeto do seminário superou as expectativas, diz Gomes, aorelatar que participaram 200 pessoas entre técnicos e alunos de redepública e privada. Após o Seminário foram realizadas atividades, comolimpeza de lixo jogado às margens e arborização do açude, sempreenvolvendo a comunidade.

O IBAMA, em 1995 realiza por ocasião da semana do MeioAmbiente, campanhas educativas e passeatas nas ruas e um curso de

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redação com tema “Açude Grande”, com a participação de escolas deensino de 1ª a 4ª, 5º a 8ª e Ensino Médio (GOMES, 2002). Ainda em1995, ressalta GOMES, “foi criado e mantido por 03(três) meses, oprograma educativo na Rádio AM local, intitulado “Natureza Viva””.

Em agosto de 1995, a Fundação PROMAC, fez uma denunciaformal ao IBAMA, sobre um derramamento de óleo no Açude Grande.Neste mesmo ano, foram produzidos folders educativos sobre o lixo einformativos sobre o quadro atual da poluição, com a colaboração daFundação Nacional de Saúde. Tendo como produto final destemovimento a construção de uma cartilha infantil. (GOMES, 1996).

O Art.225 encabeça as disposições sobre o meio ambiente:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, bem de uso comum do povo e essencial àsadia qualidade de vida impondo-se ao poder público e acoletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para aspresentes e futuras gerações (CONSTITUIÇÃOFEDERAL,TÌTULO VII, CAPITULO VI,1988).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais ( PCN) coloca comoum tema transversal Meio Ambiente, ou seja a Educação Ambientalcomo um elemento indispensável para transformação da consciênciaambiental. Considerando que se trata de um tema de grande atualidadeaplicado a realidade cotidiana do estudante, a realização dessa pesquisareforça os objetivos estabelecidos nos PCNs a cerca do tema transversalMeio Ambiente [...]

[...] temas da atualidade, em continuo desenvolvimento,exigem uma permanente atualização; e fazê-lo junto comos alunos é uma excelente oportunidade para que elesvivenciem o desenvolvimento de procedimentoselementares de pesquisa e construam, na prática, formasde sistematização da informação, medidas, consideraçõesquantitativas, apresentação e discussão de resultados etc.(PCNs,1998, p.188)

Com visão nos PCNs é que se pode afirmar que a ideia – chavedos temas transversais que constitui todo espírito desses referenciais éreinserir a escola e toda a comunidade escolar no plano de vida real etratar de questões que importam e que estão presentes no cotidianodos alunos. É preciso que exista uma pedagogia na qual o individuo,a partir de seus interesses, aspirações e desafios de mudança social,

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reúna condições de pertencer à realidade que deve constituir, com basena analise crítica de suas condições objetivas e subjetivas de existência.O professor é o principal ator das mudanças educativas, mas ressaltandoa necessidade de mudanças na prática e elaboração do currículo escolar,dando lugar às novas modalidades de atividades proposta pelos PCNsem relação aos Temas Transversais. Sendo assim, a escola deverá estaraberta às transformações de sua prática tradicional, permitindo umaampla participação dos professores no planejamento escolar e nadefinição do projeto Político Pedagógico.

A incorporação da Educação Ambiental no currículo escolarde forma transversal ou por meio de projetos pedagógicos abertos, demodo a atingir a comunidade exige muito trabalho em conjunto docoletivo escolar, a fim de integrar esta visão no projeto Pedagógico.

Segundo Medina, (1994) ressalta:

Unir a Educação à vida associá-la a objetivos concretosestabelecer uma correlação estreita com a sociedade, einventar ou redescobrir uma educação em estreita relaçãocom o ambiente. E neste sentido que se devem buscarnovos caminhos. Aprender a pensar em forma livre ecrítica, a amar o mundo e fazê-lo mais humano a realizar– se mediante o trabalho criado, pode ser este caminhopara a construção da sociedade do futuro. Para isto, seránecessário que se cumpra na realidade de igualdade deacesso educacional. (MEDINA, 1994, p.88)

Nesse intuito a Educação Ambiental apresenta-se comoalternativas de transformação da educação no marco do novoparadigma da sociedade e do conhecimento, capaz de superar a visãopositivista e teocrática que caracteriza a civilização ocidental, hoje emcrise global.

Muitas são as dificuldades encontradas para a implementaçãode programas ambiental. Mas duas podem ser apontadas como degrande significância: formação de educadores e a percepção do meioambiente: visto como problema, acompanhado de uma percepção decontrole, fiscalização ou proibição e percebido como reflexo de belezasnaturais. No entanto o ensino de Educação Ambiental no Brasilencontra-se, imerso em inúmeras contradições que, na verdade,expressam os dilemas enfrentados pelo homem nesse final de século.

Segundo Dias (2004)

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As mudanças devem começar dentro de cada um de nós.Após uma revisão de nossos hábitos, tendências enecessidades, podemos de certa forma, através da adoçãode novos comportamentos, dar a nossa contribuição paradiminuição da degradação ambiental e para a defesa epromoção da qualidade de vida. (DIAS 2004, p. 248 –249).

A Educação Ambiental é o aprendizado de encontrar soluçãoque sensibilize os diversos grupos sociais quanto à importância de seconstruir valor e se adotar uma postura ética e solidária com relaçãoao meio ambiente. É dever da Educação Ambiental favorecer as inter-relações entre as diversas áreas do saber, de forma que os envolvidosno processo ensino – aprendizagem reflitam sobre as diversasconcepções de mundo e relações cotidianas com o meio natural.

DIAGNÓSTICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLAPÚBLICA

Em pesquisa elaborada para subsidiar o presente trabalho, váriosdados foram coletados; estes foram adquiridos através de questionáriosrealizados com professores de rede pública de Ensino Fundamental(1ª a 4ª) no município de Campo Maior.

Ao se perguntar sobre o que entende por Educação Ambiental,85% dos pesquisados, afirmaram não ter conhecimento sobre EducaçãoAmbiental em nível conceitual, 10% muito pouco conhecimento e 5%têm conhecimento em virtude de serem formados em cursos afins.

Ter conhecimento sobre Educação Ambiental, não requer umdisciplina especial, nem tão pouco ser formado em especializações quetrate do conteúdo. A mesma deve nascer da necessidade e da preocupaçãocom o bem estar das gerações futuras e destas com o meio ambiente.

Em relação à conscientização do aluno, foi respondido por 75%dos pesquisados que podem conscientizar 15% acredita ser impossívelconscientizar alguém uma vez que seria tarefa mais fácil a procura dasensibilização do individuo, porém, 7% dizem que embora sendo tarefaárdua a conscientização é possível quando se quer e 3% não quiseramou souberam responder.

A conscientização não deve ser entendida como algo que possaser inserido na cabeça de alguém. Embora sabendo que ninguémconscientiza ninguém, essa é, ainda a percepção que tem os professorespesquisados.

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Indo mais além no interrogatório pergunta – se: Qual aimportância sobre Educação Ambiental no processo ensino –aprendizagem? 85% dos pesquisados acredita que a percepçãoAmbiental trabalhada de forma correta desenvolve o senso crítico dascrianças, 10% dizem não ver muita importância na EducaçãoAmbiental de forma significativa no processo ensino – aprendizagem,5% não souberam ou não quiseram opinar.

Um bom percentual mostrado nas pesquisas acredita que ainserção da educação ambiental no processo ensino aprendizagemvenha contribuir para um bom desenvolvimento do senso critico dascrianças, pois pô-las em contatos com temas atuais referentes ao meiofacilita aos questionamentos que envolvem educação x ambiente. Ediante da problemática ainda podemos observar alguns que de umaforma ou de outra sempre encontra maneiras para colocar barreirasque atormente mais ainda o meio em que vivemos (10%).

As disciplinas, hoje em dia, são vistas como fios entrelaçadosdo mesmo tecido. Estamos conscientes de que todas as disciplinas sãointerligadas, de que a interdisciplinaridade é um dos conceitosfundamentais da educação, pergunta – se aos professores que trabalhamcom ensino fundamental menor (1ª a 4ª): Que disciplinas estão ligadasdiretamente a Educação Ambiental? 80% ainda Acreditam que semsombra de dúvida é da Biologia e Ciências, 5% é da Química, 8%Geografia e 5% da Redação e 2% de qualquer matéria curricular.

Sem sombra de dúvida não existe uma disciplina ideal para setrabalhar a disciplina Educação Ambiental, embora a pesquisa mostreum percentual para determinadas disciplinas como sendo ideais. Amesma deve ser trabalhada em todas as disciplinas de forma continuae permanente, buscando sempre informar os alunos de forma clara econcreta, fazendo com que sejam capazes de se auto avaliarem, aindaque de forma superficial no tocante ao meio ambiente.

Ainda em relação aos 2 % que afirmaram que EducaçãoAmbiental pode ser trabalhada em qualquer disciplina foi perguntadocomo trabalhar esta Educação? . 60 % afirmaram que emboraacreditando for uma questão importante para o planeta não trabalhaporque não tem conhecimento do assunto, 25 % não dá tempo trabalhar,pois tem que completar carga Horária da matriz curricular, 10 %acredita que isso não surte efeito e apenas 5 % vê a Educação ambientalcomo a única forma de inserir a sensibilização no aluno.

A Educação Ambiental apresenta – se como uma dasalternativas de transformação da educação no marco do novo

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paradigma da sociedade e do conhecimento. Com visão na mudançapara um mundo melhor foi perguntado no questionário em que sérieseria mais fácil trabalhar temas referente a ao meio ambiente e oresultado foi : 60% dos pesquisados afirmaram que a melhor série prase trabalhar a Educação Ambiental é a de 5ª a 8ª série, em virtudeserem maiores e terem uma mente mais aberta no que se refere asproblemáticas ambientais, 25% afirmaram que 1ª a 4ª série seria a etapaideal, uma vez que ao conhecimento estava sendo inserido pela primeiravez e que seria muito fácil trabalhar com quem não tem opiniãoformada, 10% disseram que tanto faz toda série é possível de se trabalhara Educação Ambiental, 5% acreditam ser mais fácil inserir este temapara o Ensino Médio em virtude de terem a conscientização dosproblemas que afligem o meio ambiente

De fato a melhor série para se trabalhar a Educação Ambientalé de 1ª a 4ª, uma vez que inserir na cabeça dos pequeninos a realidadesobre o meio ambiente tenderá a surtir mais efeito. Não se podeconscientizar ninguém, porém a sensibilização do educando deveráser conseguida, por uma relação prazerosa dele com o processo deensino. Assim sendo destaca-se, na Educação Ambiental a importânciado aspecto lúdico e criativo das atividades e dos procedimentos paraenvolver o educando, tanto em seu lado racional como emocional.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar ocomportamento do homem em relação à natureza. E a aquisição e /ou a construção de um plano de ação se faz necessário, e no intuito desugerir ações que possa minimizar esta problemática no tocante aomeio ambiente, este, tem a finalidade de controlar e fiscalizar asatividades exercidas pelo o homem na comunidade escolar. Tendo comoobjetivo geral, redirecionar os olhos do sistema educacional paraimportância de se trabalhar a educação ambiental de forma paralela,permanente e continua na comunidade escolar.

E no seu campo mais especifico: formar grupos de apoio paradiscussões de temas ambientais, construir através de práticas eexperiências um diagnóstico dos problemas encontrados nacomunidade escolar e de entorno, criar clubes de meio ambiente nasescolas para solucionar problemas da comunidade escolar .

A educação ambiental enfatiza as regularidades, e busca mantero respeito pelos diferentes ecossistemas e culturas humanas da Terra.O dever de reconhecer as similaridades globais, enquanto se interagemefetivamente com as especificidades locais, é resumido no seguintelema: Pensar globalmente, agir localmente.

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Trabalhar Educação Ambiental é tarefa árdua, contudo se tornanecessária e urgente, uma vez, que o mundo caminha a largos passospara o fim. A relação homem – natureza adquire, desse modo, umnovo significado, devido à crescente preocupação do homem com osdestinos do planeta que diante de ameaças de tão grande magnitude,vê – se compelido a redirecionar estilos de vida predatória ao meio.Por conseguinte o saber acumulado ao longo de gerações deve serdirecionado à manutenção da vida, seja qual for o formato queapresente. E assim pensar e atuar Educação Ambiental com vista àtransição para uma Nação que, sob ética da sustentabilidade, se aecologicamente correta, economicamente viável e socialmente justa, éuma tarefa e um desafio para todos nós, cidadãos brasileiros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A EA está presente em todas as atividades e em todos os aspectosda vida do cidadão responsável e preocupado com o presente e com ofuturo de todos os seres vivos, devendo ser entendida como umcomponente essencial e permanente do processo de educação e deformação da cidadania plena; de mudança de valores, percepções ecomportamentos.

E a partir dessas informações, a pesquisa traz sugestões quepossam auxiliar no trabalho dos professores das series iniciais do ensinofundamental, mediante a um plano de ação que foi elaborado visandominimizar a problemática da educação ambiental nas escolas primária.Infelizmente, ao longo do tempo, o homem provocou mudanças nosdiversos ecossistemas, a maior parte das vezes, de uma maneiranegativa. Contudo, devido à sua inteligência e habilidade, possuitambém capacidade suficiente para solucionar os problemas que elemesmo criou, gerando soluções, propondo modelos e aplicandoconceitos inovadores e surpreendentes.

Na análise dos resultados de pesquisa descritos neste trabalho,foi possível notar a falta de conhecimento e a sensibilização por partede alguns educadores em relação a essa temática. Percebe-se a falta decompromisso dessa parcela da sociedade para com o meio ambiente econsigo mesmo, e ainda a indisposição a querer aprender mais. Muitosainda resistiram ao questionário por dizerem que não era da área eque estavam sem tempo.

Todavia, só se resolve os problemas de uma nação, educandoseu povo.

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Portanto a Educação ambiental nas séries iniciais do ensinofundamental é de suma importância e a culminância de atitudes simplespodem minimizar os problemas mais encontrados na comunidadeescolar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL. Constituição 1.998. Constituição da República Federativa do Brasil:promulgada em 05 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal. 1.988.

DIAS. GENEBALDO Freire. Educação Ambiental: Principio e Práticas. SãoPaulo: Gaia, 2004, (p. 248 -249).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: curso básico à distância; documentos elegislação da educação ambiental. In. Antecedentes históricos: Conferênciasinternacionais. Brasília: MINA, 2001. 5V, 2º ed. P, 19 – 21.

GOMES, Fernando A. L. A Educação Ambiental como eixo norteador daluta pela preservação do Açude grande de Campo Maior - Piauí. Apresentadana IV Reunião Especial da Sociedade Brasileira para o progresso da Ciência –SBPC, 1996 na Universidade Estadual de feira de Santana – BA.

GUTIERREZ, Francisco; Rojos, C. P. Ecopedagogia e cidadania planetária.São Paulo: Cortez, 1.999.

MEDINA. Nana. Mininni & SANTOS, Elizabeth da Conceição. EducaçãoAmbiental: uma metodologia participativa de formação. Petrópolis: vozes.2000. 231. p

MENESES, C. L. Desenvolvimento urbano e meio ambiente: e experiênciade Curitiba. Campinas: Papirus, 1996 – p 38.

VIOLA, E. O movimento ecológico no Brasil: do ambiente: do ambientalismoa ecopolitica. In: Ecologia e Política no Brasil. PÁDUA, J. A (org.) Rio deJaneiro: Espaço e tempo, 1.987.

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O USO DE HORTA COMO INSTRUMENTO DECONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAR

Adriana Carvalho de Moraes QuaresmaAntonia Maria da Silva OliveiraLiduina Maria Rebouças e Silva

Maria Cristiane Ferreira Lima

RESUMO: A alimentação escolar é um direito de todos os estudantes,assegurado pela Constituição Federal Brasileira, e com o projeto usoda horta como instrumento de conscientização ambiental e alimentar,buscou valorizar o meio ambiente, propondo pequenas mudanças aolongo do processo educativo envolvendo os alunos e funcionários daUnidade Escolar Conselheiro Saraiva. Trabalhar de formainterdisciplinar para que o aprendizado seja ampliado e levado alémda escola. O plantio de sementes e da horta como meios deconhecimento e aprendizado para alunos e colaboradores,proporcionando pequenas mudanças de hábitos ao longo desse projeto,tornando assim, um “habito saudável ao seu dia a dia”. As principaisatividades desenvolvidas dentro da escola, envolvendo a horta notrabalho de educação ambiental e alimentar, foram; conhecimento,cultivo e consumo de diversas plantas (hortaliça, grãos e raízes);reciclagem de resíduos sólidos; oficinas culinárias com a utilizaçãodos alimentos colhidos na horta. Portanto a horta é um projeto degrande importância para toda a comunidade escolar.

Palavras Chave: Horta Escolar; Educação Ambiental; AlimentaçãoSaudável.

INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta as principais contribuições do uso dehorta como instrumento de conscientização ambiental e alimentar. AHorta Escolar é uma das ações locais, que consegue envolver acomunidade escolar com medidas de segurança alimentar e nutricional.Este artigo fez-se, necessário no sentido sensibilizar os alunos, quantoà importância do cultivo de hortas sustentáveis no ambiente escolar,despertando a cultura de convivência harmônica com o meio ambiente

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em busca da sustentabilidade bem como incrementar a MerendaEscolar na escola, alcançando ótimos resultados, proporcionando aomesmo tempo melhoria nos hábitos alimentares dos educandos, assimtorna-se importante estimular o consumo de frutas e de vegetais naalimentação dos mesmos.

Utilizando a Horta Escolar com a finalidade educativa ediversificação de métodos para transmitir e adquirir conhecimentos,ressaltando as atividades práticas e as experiências pessoais de formainterdisciplinar.

Entende-se que a realidade da Unidade Escolar ConselheiroSaraiva é muito propícia para o desenvolvimento da Horta Escolar, a fimde produzir vegetais nutritivos, que complementam a Merenda Escolar,de forma a atender as necessidades nutricionais diária dos educandos,auxiliando na formação de cidadãos saudáveis, multiplicadores de bonshábitos alimentares e incentiva a preservação do meio ambiente.

A Unidade Escolar Conselheiro Saraiva da rede estadual,situada no município de Batalha Piauí, apresenta um cardápiodiversificado na merenda escolar como; seleção e compra de alimentosacompanhado por nutricionista, além de fornecer orientações àsmerendeiras quantos aos cuidados higiênico-sanitários e quanto àqualidade nutricional.

Dos projetos desenvolvidos na escola destaca-se o projeto “Ouso de horta como instrumento de conscientização ambiental ealimentar” que surgiu com objetivo de melhorar a formação dos alunose da comunidade escolar em educação alimentar e ambiental.

MATERIAL E MÉTODO

A escola na qual realizou-se este trabalho foi a Unidade EscolarConselheiro Saraiva, que está situada à Avenida Getúlio Vargas n.º646, no centro da cidade de Batalha – PI / Brasil; é a escola maisantiga da cidade, inaugurada no dia 16 de dezembro de 1960, tevecomo primeira gestora a professora Maria do Carmo Melo. Atualmenteé dirigida pela professora Ilanna Fernanda e Francisca Castro, tendocomo coordenadores pedagógicos a professora Liduina MariaRebouças e Silva e Francisca das Chagas Carvalho.

Seu nome foi em homenagem ao José Antônio ConselheiroSaraiva por ser uma figura muito ilustre para o Estado do Piauí, fundoua capital de Teresina, transferindo a sede administrativa da provínciado Piauí da cidade de Oeiras para a atual capital, Teresina.

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Com área bem distribuída, ambiente amplo e arejado. Atendea uma demanda muito grande de alunos de nível social médio-baixo,distribuídos do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, na sede, e emmais quatro anexos: Polos: Imbiribas

(fundado em 2003), Caraíbas, Vitória de Baixo e Bela Vista(fundado em 2006) na zona rural. Entre os alunos 08(oito) sãoportadores de necessidades especiais, embora a escola ainda não estejaadaptada para atender estes alunos. A escola trabalha com o programaMais Educação, o que oportuniza os alunos passarem o dia todo naescola. E ainda conta com a parceria dos amigos da escola na realizaçãodas atividades escolares.

Sua estrutura física é uma das melhores do município,atualmente o prédio está em reforma para um melhor atendimentoaos alunos, com piso de granizo, instalações hidráulicas e elétricas embom funcionamento, a escola possui adequações para atender osportadores de necessidades especiais. A escola possui 08 salas de aulas,(01) uma biblioteca, (01) uma diretoria, (01) uma sala de professores,(01) um laboratório de informática, (01) uma cantina, (01) um banheirofeminino coletivo, (01) um banheiro masculino coletivo, (02) banheirosadaptados para alunos com necessidades especiais e (02) banheirospara funcionários. Dispõe ainda de um pátio e uma quadra de esportesna qual são desenvolvidas as atividades lúdicas e festivas da escola.

Os professores fazem uso de estratégias metodológicas atrativas,visto que a escola dispõe de recursos tecnológicos, como TV, vídeo,DVD, aparelho de som, data show, jogos diversos que são bons,atualizados e coerentes com a realidade da escola e aindaacompanhamento pedagógico de coordenadores.

A equipe é constituída por 78 funcionários, sendo (01) um diretortitular, (01) um diretor adjunto, (02) coordenadores, (02) secretárias, (02)auxiliares de secretaria, (01) uma bibliotecária, (01) um digitador, (03)vigias, (06) seis auxiliares de serviços gerais, (10) dez professores diurno(17) dezessete professores (1ª a 3ª série do Ensino Médio – SEDE) e 35professores 1ª a 3ª série do Ensino Médio – PÓLOS.

O quadro de professores efetivos não é suficiente, portanto há váriosprofessores seletistas para suprir a necessidade, porém todos sãocapacitados para atender nas diversas áreas do ensino oferecido pela escola.Em relação ao quadro de pessoal de serviços gerais também não é suficientepara atender a demanda da escola, pois a maioria delas está em precárioestado de saúde. Precisa-se ainda expandir o quadro de auxiliares paraatender a demanda dos polos. A relação da escola com a 2ª GRE – Gerencia

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Regional da Educação é boa, porém deveria melhorar a lotação deprofessores em tempo hábil nas áreas afins, menos rotatividade deprofessores e mais contratação de funcionários. A participação da SEDUCdepende da GRE, pois a escola está jurisdicionada à GRE.

A escola atende a um público estudantil heterogêneo comfatores socioeconômicos que influenciam no cotidiano escolar. Estásituada numa avenida movimentada e próxima a várias outras escolas.

A população contemplada pela escola em sua maioria vive emcondições socioeconômicas precárias. Vive da agricultura, pecuária episcicultura de subsistência e preserva suas tradições culturais, existempequenos comerciantes, funcionários públicos, outros possuem rendafamiliar provenientes de aposentadorias, pensões e programas sociais.Por isso a importância da implementação de um projeto voltado paraqualidade alimentar e ambiental através do uso de hortas sustentáveis.

A Abordagem metodológica que estruturou a investigação foinorteada pelos aspectos de pesquisa qualitativa um tipo de pesquisa queenvolve a obtenção de dados descritivos obtidos no contato direto dopesquisador com a situação estudada. Enfatizando mais o processo doque o produto e se preocupando em retratar as perspectivas dosparticipantes sendo empregados todos os métodos e técnicas de grupopara lidar com a dimensão coletiva e interativa da investigação e tambémtécnicas de registro, de processamento e de exposição dos resultados.Portanto, inicialmente a pesquisa consta de levantamento bibliográfico,que constitui a base teórica para a fundamentação. No segundo momentofez-se a limpeza do local, bem como realização das medições dos canteirose calculado o volume de matéria orgânica a ser empregada, preparaçãodo adubo e em seguida a montagem da estrutura da horta com registrofotográfico para ilustração dos aspectos de desenvolvimento da mesma.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa intitulada “o uso de horta como instrumento deconscientização ambiental e alimentar”, objetiva não só contribuir paraa complementação e enriquecimento nutricional da merenda escolar,mas principalmente para sensibilizar sobre a importância do meioambiente e incentivar a formação de bons hábitos alimentares emnossos alunos. Através da Horta Escolar é possível levar o aluno aconsumir mais hortaliças - fonte de vitaminas, fibras e sais minerais; aobter noções sobre Educação Alimentar e Ambiental e a servir-se delacomo instrumento prático do processo ensino/aprendizagem.

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Além de enriquecer a merenda escolar, estamos formandocidadãos conscientes, responsáveis e atuantes na comunidade em quevivem e ao mesmo tempo difundindo, incentivando, assim o trabalhovoluntário, contribuindo para o fortalecimento das atividades decooperação desenvolvidas na Escola. Durante as fases de análise dosolo, preparação e adubação dos canteiros, os alunos foram inseridosna proposta de organização do espaço da horta, acompanhando, emgrupo, tudo o que estava sendo feito.

Hoje em dia, uma das preocupações mundiais é com apreservação do meio ambiente. O Brasil é um país exportador de muitosprodutos chamados primários (agrícolas, pecuários, florestais, mineraise outros) e diversos subprodutos estão ligados à expansão dosagronegócios. Embora esse tipo de atividade seja responsável por quasea metade das exportações do país, é preciso pensar nos impactos quetrazem para o ambiente: Uso de produtos químicos que contaminamágua, solo, ar e o próprio alimento, além da destruição de Biomas e adiminuição da biodiversidade.

Estudos sobre o assunto verificaram que as iniciativas para oresgate e manutenção da biodiversidade são simples de seremviabilizadas, sendo que a conscientização ecológica através da educaçãoambiental é o único caminho que poderá assegurar a verdadeiraqualidade de vida para as futuras gerações.

Toda ação educacional que integre questões ambientais, queobjetive mudanças de atitudes, que incentive a cooperação e asolidariedade, que pratique o respeito e a tolerância e que busqueresgatar valores éticos hoje perdidos na nossa sociedade, pode serchamada de Educação Ambiental.

“Se pretendemos que a escola forme indivíduos comcapacidade de intervenção na realidade global e complexa,teremos de adequar a educação, em seu conjunto, aosprincípios do paradigma da complexidade e, porconseguinte, às características de uma aproximaçãosistêmica. Temos que promover uma educação queresponda precisamente a essa realidade global e complexa,e que dê uma resposta adequada a seus problemas, entreeles o da crise ambiental” (DIAS, 2002).

Segundo Dias (2002) a escola assume uma grande um desafiopara desenvolver com criatividade ações interdisciplinares com osalunos, funcionários e comunidade, pois somente assim, é possível

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despertar a capacidade de adquirir hábitos saudáveis contribuindo paramelhorar e transformar o meio em que vivem.

Outro aspecto de grande relevância é a segurança Alimentar eNutricional, está assegurada na Constituição Federal em seus artigos205 e 206 (1988) e é por isto que o acesso regular e permanente aalimentos de qualidade é um direito do cidadão ao alimento saudávele variado e a água potável, pois a fome e a desnutrição afetam aqualidade de vida das pessoas, das nações e do planeta.

Relacionando o direito com a realidade; vemos que nem todostêm acesso.

A cidade de Batalha é genuinamente agropecuária. Sãoinúmeros os fatores que contribuem para elevadas produções nesta área,mas ainda existem famílias que não tem um acesso considerável a essesprodutos, e dentro dessas famílias há alunos que fazem parte da escolaem questão, que necessitam do complemento alimentar para obter ummelhor rendimento escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do trabalho desenvolvido percebeu-se que a horta e ocontato com a terra inserida no ambiente escolar pode ser umaferramenta eficaz na formação integral do estudante, pois o temaexposto aborda diversas áreas de conhecimento, podendo serdesenvolvido durante todo o processo ensino aprendizagem. Diantede tal importância, vê-se a necessidade de manter esse projeto vivo,elaborando meios de torná-lo cada vez mais avançado e fortalecido.

REFERÊNCIAS

DIAS, João de Deus Oliveira; Agricultura Geral: I volume, séria didática n°13. Ministério da Agricultura. Rio de Janeiro, 2002.

MAGALHÃES, A. M.; GAZOLA H. Proposta de Educação Alimentar emCreches. In: Congresso Internacional de Educação Infantil 1. 2002,Bombinhas. Anais. Bombinhas: PMPB, 2002.

PIMENTA, Jose Calisto; RODRIGUES, Keila da Silva Maciel. Projeto HortaEscolar: Ações de Educação Ambiental na Escola. Goiânia, maio de 2011.

RODRIGUES, Elaine et al; Projeto Horta na Escola: Novembro 2012.

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CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAÁGUA DO RIO CORRENTE DE

MATÕES, MICROBACIA DO RIO GURGUÉIA – PI

Fernanda Benício Coelho de AraújoLeonarda Beserra Magalhães

Adriana Miranda de Santana AraújoMárcio Cleto Soares de Moura

RESUMO - A ocupação e uso do solo pelas atividades agropecuáriasalteram sensivelmente os processos biológicos, físicos e químicos dossistemas naturais. Estas alterações ocorridas em uma bacia hidrográficapodem ser avaliadas através do monitoramento da qualidade da água.Logo, as análises destes parâmetros da água por serem indicadoresdos principais impactos causados pela ação do homem, fornecem dadosimportantes para a identificação e avaliação da qualidade da água.Assim, objetivou-se com esse trabalho analisar os parâmetrosmicrobiológicos da água do rio Corrente dos Matões, nas épocas secae chuvosa. O estudo foi realizado no rio Corrente dos Matões, principalafluente do rio Gurguéia, localizado na bacia do alto Parnaíba,município de Bom Jesus, Piauí. As analises microbiológicas (coliformestotais e termotolerantes) da água foi realizada a pesquisa do NúmeroMais Provável (NMP) de coliformes totais e coliformes termotolerantespela técnica da fermentação em tubos múltiplos. Observou-se que amaior contaminação de coliformes totais nas águas ocorreu no períodochuvoso, variando de (280 a 1100 NMP/ 100 mL). Enquanto que osvalores médios do NMP de coliformes termotolerantes, incidiram noperíodo chuvoso, com destaque para o ponto de amostragem P7 com600 NMP/100 mL.

Palavra Chave: Qualidade da agua, coliformes fecais, bioindicadores

INTRODUÇÃO

Uma maneira de realizar o monitoramento da água em baciashidrográficas é utilizar um conjunto de parâmetros físicos, químicos emicrobiológicos que possam gerar indicadores da qualidade da água(ZUCCO et al., 2012). Os parâmetros da qualidade da água são de

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suma importância e aliado a diversos fatores ambientais podem nosdá informações sobre o meio ambiente como um todo.

Estes parâmetros representados por meio de resultadosquantitativos devem ser comparados tanto com dados quantitativospor amostragem sazonal e temporal, quanto com dados qualitativos,viabilizando a seleção de indicadores mais relevantes que possam serutilizados em uma determinada bacia e que possa servir de modelo,sendo que avaliação da qualidade da água com uso dos parâmetrosfísicos, químicos e microbiológicos para uma região é importante,uma vez que, irá proporcionar o conhecimento da situação atual dorio em seus usos múltiplos prioritários. Logo, as análises destesparâmetros das águas de rio por serem indicadores dos principaisimpactos causados pela ação do homem, fornecem dados importantespara a identificação e avaliação da qualidade da água (PROENÇA,2004).

O rio Corrente dos Matões - PI, principal afluente do rioGurguéia, localizado na bacia do Alto Parnaíba, vem exibindo nosúltimos anos, uma forte expansão agrícola, com a implantação deculturas anuais, monoculturas de soja e milho, com intensa mobilizaçãodos solos e que adotam o uso intensivo de fertilizantes químicosfosfatados, visando corrigir a baixa fertilidade natural dos solos daregião (PAULA FILHO et al., 2012). Neste contexto, insere-se aimportância do estudo nesta microbacia, uma vez que atividadesagrícolas e pecuárias desenvolvidas próximo ao rio são despejadasdetritos carregados de matérias orgânicas, inorgânicas e eventuaiscompostos químicos, que poderá ser responsável pelo desequilíbrio nosprocessos naturais químicos e ecológicos deste corpo hídrico.

Neste sentido, objetivou-se com esse estudo analisar osparâmetros microbiológicos das águas do rio Corrente dos Matões, noperíodo seco e chuvoso, visando contribuir com informações úteis paraa gestão dos recursos hídricos na região.

METODOLOGIA

O estudo foi realizado no rio Corrente dos Matões, principalafluente do rio Gurguéia, localizado na bacia do alto Parnaíba, sudoestedo Piauí, município de Bom Jesus (Figura 1). Sua área de drenagemapresenta 700 km2 e aproximadamente 50 km de extensão, abrangendoas chapadas do Quilombo e do Pirajá, onde são encontradas algumasdas principais áreas agrícolas da região. Na bacia, os solos

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predominantes são os Latossolos Amarelos e Neossolos Flúvicos(Embrapa, 2006).

A vegetação da região é formada principalmente por plantasherbáceas, arbustos e matas de cocais, característica peculiar a umaárea de transição cerrado - caatinga. De acordo com classificaçãoclimática de Köppen, a região apresenta clima quente e semiúmido dotipo AW’ e se caracteriza por possuir estação chuvosa entre os mesesde outubro e março.

As amostras de água na microbacia foram coletadas em doisperíodos, uma no período seco (Setembro de 2013) em oito pontos decoleta e outra no período chuvoso (Fevereiro de 2014) em 09 pontosde coleta, compreendendo nascentes, seguimentos intermediários e fozdo rio.

Em campo, as amostras de água foram coletadas com o auxiliode garrafas de vidro esterilizadas e em seguida acondicionadas emcaixas de isopor contendo gelo e transportada para o laboratório, paraposteriormente serem processadas e analisadas nos laboratórios deQuímica Geral e Analítica e de Microbiologia de Alimentos daUniversidade Federal do Piauí, Campus Profª. Cinobelina Elvas / BomJesus.

A análise microbiológica (coliformes totais e termotolerantes)da água foi realizada a pesquisa do Número Mais Provável (NMP) decoliformes totais e coliformes termotolerantes pela técnica dafermentação em tubos múltiplos - série de cinco tubos - teste presuntivo,utilizando-se caldo Lauril Sulfato Triptose (35°C/24-48h) e testeconfirmativo para coliformes totais e E.Coli utilizando-se caldo VerdeBrilhante Bile (VB) (35°C/24-48h) e caldo E. coli (EC) (44,5°C/24h).

Para a realização do teste presuntivo, realizaram-se diluiçõesseriadas e adicionou-se 1,0 mL em uma série de 15 tubos de ensaiocontendo 10 mL de caldo Lauril Sulfato Triptose (LST), com tubos deDurhan. Após essa etapa, incubaram-se os tubos a 35ºC/24h eobservou-se se que houve crescimento com produção de gás. Em casonegativo, incubaram-se até completar 48 horas e repetiu-se a leitura,passando para os itens subsequentes em caso de crescimento comprodução de gás.

Para a confirmação de coliformes totais a partir de cada tubopositivo (LST), transferiu-se uma alçada bem carregada da cultura paraos tubos Caldo Verde Brilhante Bile (VB). Em seguida, levou-se para aincubadora a 35ºC por 24/48 horas até haver o crescimento comprodução de gás, confirmativo de coliformes totais. Posteriormente,

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anotou-se o número de tubos de (VB) com gás e determinou-se oNúmero Mais provável (NMP) de coliformes totais/100 ml em umatabela de NMP apropriada às diluições inoculadas. A não ocorrênciade gás após 48 horas de incubação indicou-se ausência de coliformestotais na amostra.

Para a confirmação de coliformes termotolerantes, foirealizada a partir de cada tubo positivo (LST), transferindo-se umaalçada bem carregada da cultura para tubos de Caldo E. Coli (EC) eem seguida os tubos de ensaio foram incubados a 44,5ºC por 24 horasem banho-maria, observando se houve crescimento com produçãode gás, confirmativo de coliformes fecais. Posteriormente, anotou-seo número de tubos de EC com produção de gás e se determinou oNúmero Mais Provável (NMP) de coliformes termotolerantes/100ml em uma tabela de NM apropriada às diluições inoculadas (APHA,2005).

Os dados microbiológicos da água do rio Corrente dos Matõesforam obtidos através da utilização de métodos de estatística descritiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios do Número Mais Provável - NMP decoliformes totais (CT) e coliformes termotolerantes (CT) nas amostrasanalisadas entre os períodos seco e chuvoso do rio Corrente dos Matõesestão representadas na Tabela 1.

Observa-se que a maior contaminação de coliformes totais naságuas ocorreu no período chuvoso, variando de (280 a 1100 NMP/100 mL), principalmente nos locais de coletas P3 e P4 próximos ànascente do rio, que pode ser atribuída ao escoamento superficialproporcionado pela estrada secundária localizada ao ponto de coleta,e pela contribuição de fezes de animais (bovinos) nestes locais,respectivamente. Porém, não ultrapassaram os limites estabelecidospela Resolução CONAMA, 2005 para águas de classe 2.

Além disso, as fontes de poluição difusas (fertilizantes) podemter contribuído para o aumento desta variável, pois, próximos desteslocais, a presença de propriedades com lavouras de produção de soja emilho, originando o arraste de todo tipo de material para o curso deágua, principalmente na ocorrência de chuvas. Gonçalves et al. (2005)verificaram resultados similares, cujos os valores de coliformes totaisvariaram entre (745, 530 e 854 NMP 100 mL) em uma microbaciaeminentemente rural, do Arroio Lino, Agudo, RS.

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Para os valores médios do NMP de coliformes termotolerantes,verificou-se que os maiores valores incidiram no período chuvoso, comdestaque para o ponto de amostragem P7 com 600 NMP/100 mL quepode estar relacionado às atividades de criação de animais neste local.Porém, não ultrapassaram os limites estabelecidos para águas de classe2 pela Resolução CONAMA (2005). Zucco et al. (2012) conferiramaltas concentrações de coliformes termotolerantes numa bacia que sofreinfluência eminente rural em ribeirão Concórdia, Lontras, SC, devidoprincipalmente à poluição de origem pontual, como o lançamento deáguas residuárias domésticas e às atividades de criação de animais.

Morais e Silva (2012) também verificaram aumento decoliformes termotolerantes nas águas durante o período chuvoso, ondefoi atribuído à poluição difusa nos pontos monitorados em diagnósticoambiental no rio Poti em Teresina, Piauí. Igualmente, Cunha et al.(2004), ao analisarem a qualidade microbiológica de quatro rios dobaixo curso do Amazonas, próximos às cidades de Macapá e Santana(AP), identificaram a existência da relação entre precipitação e aumentoda concentração de coliformes termotolerantes. Segundo os autores,nos períodos de precipitações intensas, houve um incremento dapoluição fecal nos rios monitorados, sobretudo, nos locais próximos aáreas urbanas.

Por outro lado, os resultados verificados para o rio Correntedos Matões são significativamente inferiores àqueles obtidos para umabacia com uso predominantemente urbano como a do córrego André,Mirassol, MT, cujos valores médios alcançados para coliformestermotolerantes variaram entre 7400 a 9000 NMP/100 mL (BARROSe SOUSA, 2012).

CONCLUSÃO

1. Houve maior contaminação de coliformes totais nas águas noperíodo chuvoso, variando de (280 a 1100 NMP/ 100 mL),principalmente nos locais de coletas P3 e P4 próximos à nascentedo rio.

2. Houve maior incidência de valores médios do NMP de coliformestermotolerantes, no período chuvoso, com destaque para o pontode amostragem P7 com 600 NMP/100 mL.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2005.Resolução CONAMA 357/2005. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/>. Acesso em: 07 jun. 2013.

CUNHA, A. C.; CUNHA, H. F. A.; JÚNIOR, A. C. P.; DANIEL, L. A.;SCHULZ, H. E. Qualidade microbiológica da água em rios de áreas urbanase periurbanas no baixo Amazonas: o caso do Amapá. Revista Brasileira deEngenharia Sanitária e Ambiental, v. 9, n. 4, p. 322-328, 2004.

EMBRAPA SOLOS. Solos do Nordeste. Universidade de Pernambuco – UEPRecife, 2006. Disponível em <http : // www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.html/>. Acesso em: 06 maio. 2013.

GONÇALVES, C. S.; RHEINHEIMER, D. D. S.; PELLEGRINI, J. B. R.;KIST, S. L. Qualidade da água numa microbacia hidrográfica de cabeceirasituada em região produtora de fumo. Revista Brasileira de EngenhariaAgrícola e Ambiental, v. 9, n. 3, p. 391-399, 2005.

MORAIS, R. C. S.; SILVA, C. E. Diagnóstico ambiental do balneário CurvaSão Paulo no rio Poti em Teresina, Piauí. Environmental Health Engineering,v. 17, n. 1, p. 4149, 2012.

PAULA FILHO, F. J. P.; MOURA, M. C. S.; MARINS, R. V. FracionamentoGeoquímico do Fósforo em Água e Sedimentos do Rio Corrente, Baciahidrográfica do Parnaíba/PI. Revista Virtual de Química, v. 4 n. 6, p. 1-17,2012.

PROENÇA, C. N. O. (2004). Definição dos parâmetros significativos paraavaliação da qualidade dos corpos d’água em regiões semiáridas visando oseu enquadramento. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal daBahia Salvador - BA, 126 p.

ZUCCO, E.; PINHEIRO, A.; SOARES, P. A.; FRANCISCO, C. D. Qualidadedas águas em uma bacia agrícola: subsídios ao programa de monitoramento.Revista de Estudos Ambientais, v. 14, n. 3, p. 88-97, 2012.

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ANEXOS

Figura 1. Região Hidrográfica do rio Parnaíba destacando a localizaçãodos pontos de amostragem do rio Corrente dos Matões, sub-bacia dorio Gurguéia, no município de Bom Jesus, sudoeste do Piauí.

Tabela 1. Número Mais Provável de coliformes totais e termotolerantesnas águas do rio Corrente dos Matões nos períodos seco e chuvoso.

*Classe 2 - limite para uso da água para à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e àrecreação de contato primário (natação e mergulho); Número Mais Provável (NMP/100 mL);(P1, P2, P3, P4) – pontos próximos à nascente do rio; (P5, P6, P7, P8) – seguimento intermediáriodo rio e (P9) – foz do rio; - Ausência de coletas no período seco.

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA PROPOSTAPARA REVER OS ASPECTOS DA

RECICLAGEM DO LIXO

Ederson de Sousa MartinsMaria Mikaeli Rodrigues de Sousa

Rizane Maria de Andrade Silva Maria Pessoa da Silva

RESUMO: O espaço na qual estamos inserido cada vez mais estápassando por modificações, isso se deve, ao processo de globalizaçãona qual está gerando uma quantidade absurda de lixo. A questãoambiental está sendo trabalhada em todos os níveis de ensino, com afinalidade de conscientizar os alunos a respeito dos problemas trazidospelo destino incorreto dos resíduos sólidos. Este trabalho tem porobjetivo analisar a visão que os alunos possuem para com o temaeducação ambiental enfatizando a reciclagem do lixo. Os alunos foramsubmetidos à metodologia participativa, e os resultados se basearamem observações diretas, onde de inicio, os alunos participaram de umapalestra, logo após, gerou-se um debate em circulo referente ao tema,e por ultimo a confecção de produtos provindos de materiais reciclados.De acordo com as observações, os alunos já possuíam umconhecimento prévio sobre o tema abordado, e já tinham em menteconceitos sobre reciclagem, facilitando assim, o repasse dasinformações. Ao questionar sobre os tipos de degradação que o meioambiente tem sofrido com a ação humana, foram citada a poluição daágua (52%) e o desmatamento (24%), mostrando assim que os alunosconheciam a realidade, e facilitando assim o debate.

Palavras-chave: educação ambiental, resíduos sólidos, poluição daágua, desmatamento

INTRODUÇÃO

Com o processo da globalização e comumente com o avançotecnológico, o homem cada vez mais tende a se preocupar com o espaçoonde vive, pois o mesmo está cada vez mais sofrendo alteração. Outrosfatores também podem estar associados a estas mudanças, segundo

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Mafaldo et al (2011), por conta das mudanças climáticas e os problemasambientais e de saúde que estamos passando atualmente nos fazempensar sobre o modo que agimos para com a natureza, como, porexemplo o destino correto dos resíduos que produzimos.

Com relação ao homem e a forma que trata a natureza, Wildneret al (2012), descreve:

O ser humano ao longo da história sempre utilizou o MeioAmbiente para sanar suas necessidades, por muito tempomanteve com ele uma relação equilibrada, pois retiravadele somente o que realmente necessitava para a suasobrevivência. Mas com o passar dos tempos ocorrerammudanças na forma de vida das pessoas, o homem fixou-se a terra, surgiram novas tecnologia e necessidades querefletiram diretamente no modo de vida das pessoas e naforma de utilização e exploração dos recursos naturais.Além de explorá-los indiscriminadamente e reduzirsignificativamente as reservas de água potável, ar puro esolo produtivo, atualmente, a humanidade descarta seusdejetos aumentando assustadoramente a produção de lixoem todo o planeta.

Isto é de grande importância, discutir sobre este assunto nos ajudaa solucionar problemas até então vivenciados ou que podem surgir.Referente aos resíduos sólidos, Mafaldo et al (2011) destaca que;

O problema dos resíduos sólidos urbanos atinge as maisdiferentes nações. Algumas conseguem soluções eficientespara o seu tratamento, enquanto outras padecem com asinúmeras adversidades oriundas deste problema e quecomprometem tanto a saúde da sociedade quanto danatureza. No Brasil, os problemas relacionados aosresíduos sólidos são inúmeros e, no entanto, apenasrecentemente, sociedade e governo começaram amobilizar-se para diminuir a geração dos mesmos ou trata-los de forma adequada, primeiramente diferenciando-osem seco ou orgânico e posteriormente em outrascategorias de destinação.

Portanto, o que se pensa na atualidade é pegar este lixo nomecomumente usado para resíduos sólidos, cujo destino seria o lixão semqualquer processo de separação e passar a reduzir, reciclar e reutilizar(MAFALDO et al, 2011).

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Com isso, muitos produtos oriundos de vidro, plástico, papel ealumínio podem ser retornados ao local de produção, pois o que antesera descartado em lixões agora pode ser reaproveitado e acaba porgerar empregos, além de contribuir para o meio ambiente (Wildner etal (2012).

Com relação à questão ambiental, a mesma tem que serdiscutida em toda a extensão da sociedade civil, assim como, açõesdevem ser exploradas por vários níveis como o individual, empresarial,institucional, governamental, não-governamental, local, regional,nacional e internacional (ALENCAR, 2005).

Medidas já são tomadas para amenizar a quantidade de resíduossólidos jogados em locai desapropriados, contudo uma alternativaeficiente seria a educação ambiental.

A Educação Ambiental é uma importante ferramenta parareverter esse quadro, porque permite a compreensão dacomplexidade do meio ambiente e o reconhecimento dainterdependência e inter-relações existentes entre os seusdiversos elementos, com vistas à utilização racional dosrecursos naturais através de processos de sensibilização apartir da percepção ambiental do grupo envolvidoWILDNER et al, 2012).

Portanto, o que se pode dizer é que educação ambiental estácada vez mais tomando lugar nas escolas, pois temos um lugar dediscursão e repasse de conhecimento e podendo ser trabalhado dediferentes formas e por todas as disciplinas.

Para Abreu et al (2008), o mesmo afirma que:

No âmbito educativo, em 1996, foi promulgada a Lei deDiretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei 9.394/96),que aponta a necessidade de uma formação mais amplado estudante da escola básica e sugere a abordagem detemas que propiciem a reflexão sobre questões como aética, a responsabilidade e a cidadania, incluindo apercepção e compreensão do meio ambiente numaperspectiva interdisciplinar.

Conforme o que foi discutido, segundo Alencar (2005);

A escola, por ser difusora de conhecimentos e formadorade opiniões, deve abordar e apresentar meios simples epráticos para enfrentar o problema do lixo através do

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desenvolvimento de atividades que propiciem reflexão,participação e, acima de tudo, comprometimento pessoale mudança de atitudes para com a proteção da natureza.Sendo assim, as escolas cumprem um papel fundamental,ao lado das empresas e da mídia, de formar cidadãoscríticos e formadores de opiniões.

Com isso, a escola vem de encontro para debater este temajuntamente com seus alunos, em diferentes modalidades do ensino.Este trabalho tem por objetivo analisar a visão que os alunos possuempara com o tema educação ambiental enfatizando a reciclagem do lixo.

METODOLOGIA

Área de estudo

A Unidade Escolar Briolanja Oliveira localiza-se na RuaMonsenhor Mateus, s/n, Bairro de Flores em Campo Maior – PI. Olocal conta com um espaço próprio com pátio bastante espaçoso. Apesarde a fachada demonstrar certo descaso quanto à preservação do edifícioescolar como parte do muro caído, a estrutura das salas de aula énitidamente preservada.

Soma-se em um total de 5 salas de aula, sem forro e pisocimentado, possui um sistema de ventilação alimentado porventiladores, cada sala conta com quatro ventiladores de parede o queé insuficiente para atender a demanda durante os meses mais quenteda região. Inclui-se que em todas as salas dispõem de cadeirasergométricas, proporcionando maior conforto para o aluno. Quantoaos quadros de acrílicos todas as salas possuem, porém já demonstramestá gastos.

Além das salas de aula, a escola possui uma diretoria e umasala de professores ambas pequenas e de piso “bruto”; um laboratóriode computação instalado e equipado que também funciona comodepósito para livros usados ou novos; uma cantina arejada erelativamente espaçosa; dois banheiros para alunos (masculino efeminino) e um banheiro para professores e demais funcionários e umdepósito.

No entorno da escola há um pátio extenso, mas a falta decuidados impossibilita o total uso do seu espaço: em uma parte hágrande quantidade de mato o que atrai para a escola insetos de variadasespécies comprometendo criticamente no ensino, pincipalmente no

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turno da noite, onde os insetos movidos pela luz provinda da escolainvadem as salas causando transtornos e motivando barulhos econversas entre os alunos; outro espaço alaga quando chove. Apenas apequena parte do pátio que fica na entrada possui finalidade para uso.

A escola ainda conta com uma quadra em construção, que iráproporcionar aos alunos a realização de atividades físicas com conforto.Quanto o quadro de funcionários, a escola conta com uma equipe dequarenta funcionários, sendo estes distribuídos entre duas diretoras,duas secretárias, um coordenador, quatro vigias, cinco zeladores emerendeiras.

O corpo Docente é formado por uma equipe de 26 professoressendo que quatro desses lecionam aulas de ciências e biologia, porémapenas dois possuem formação na área. A turma na qual o projeto foidesenvolvido refere-se ao 8o ano do Ensino Fundamental.

Este trabalho se deu com a utilização de metodologiasparticipativa, e os resultados se basearam em observações diretas. Deinicio teve-se uma palestra para com a turma participante na qual amesma recebeu informações referentes à educação ambiental em todoo seu contexto. Logo após, os alunos foram colocados em um circulo,onde se iniciou o debate referente ao tema, para que os mesmospudessem transmitir informações do seu dia-a-dia, assim comoexperiências já vividas ou até mesmo presenciadas.

Para finalizar a turma foi dividida em grupos, para que todosos grupos pudessem desenvolver criar e confeccionar produtos feitoscom materiais reciclados.

RESULTADOS / DISCUSSÃO

Mediante o que foi observado, o estudo mostrou de inicio queos alunos já possuíam um conhecimento prévio sobre o tema abordado,e isto facilitou o repasse das informações por meio da palestra, na qualtentou mostrar para os mesmos a questão do lixo, e como a mesmaafeta nossas vidas de forma direta e indiretamente, também foiquestionado o papel de cada um, para com a preservação do meioambiente. Em seu trabalho, Mafaldo et al (2011), observa que os alunosparticiparam ativamente, fazendo perguntas e estavam dispostos a ouvir.

Quanto ao conhecimento que os alunos tinham sobre o tema,percebeu-se que ao iniciar as palestras, os alunos já tinham em menteconceitos sobre reciclagem, e isto também foi visto por Santos et al(2011) pois em seu trabalho o mesmo percebeu que pelo teor das

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discussões com os alunos, pôde-se notar que após as informaçõesnecessárias sobre o tema os alunos já tinham uma visão mais crítica doassunto e até propuseram soluções para reduzir alguns dos problemasdetectados no seu ambiente de convívio.

Também foi visto que os alunos se mostraram entusiasmadospara com o tema, querendo aprender e possivelmente repassar o quefoi visto principalmente para seus pais e vizinhos a importância dereciclagem.

Com relação ao circulo de debate foi visto uma maior interaçãoentre os alunos, na qual os mesmos tiveram um espaço maior parafalar. Perguntaram aos alunos sobre quais os tipos de degradação queo meio ambiente tem sofrido com a ação humana, com isso percebeu-se que dentre as citações o que mais colocaram foram: Poluição do ar(16%), poluição da agua (52%), poluição da terra (8%) e desmatamento(24%) (Gráfico 01). Percebeu-se que os alunos conhecem a realidade ea situação que vivemos, e isto foi bem visto mediante o debate.

Santo et al (2011), descreve em seu trabalho que o ensinoambiental foi interessante aos alunos porque se liga à realidade concretae tem o potencial de ligar conhecimentos à ação social. E isso é degrande importância, não somente para a escola, que tem um grandepapel na vida do aluno, como para o próprio aluno, que não apenasconhece, mas participa ativamente deste contexto social, uma vez queo mesmo está inserido no meio ambiente e usufrui do mesmo.

Quanto à capacidade de criar produtos feitos de materiaisreciclados, percebeu-se a alta capacidade que os mesmos possuem emtransformar produtos antes jogados fora em algo criativo, onde cadaaluno procurou inovar, criar coisas que sejam realmente utilizávelmesmo que seja para decorar o ambiente de casa.

CONCLUSÃO

A educação ambiental deve ser vista em todas as modalidadesde ensino, todos tem o direito de saber e compreende-la. Com isso, aescola é considerada um ambiente propicio para esta finalidade. Cadaprofessor de diferentes disciplinas pode trabalhar e abordar a questãoambiental de maneiras diferenciadas atendendo assim tanto aexpectativa da disciplina como o objetivo da educação ambiental.

Mediante ao que foi visto, conclui-se que os alunos tiveramuma interação efetiva, desde o momento das palestras até as confecçõesde produtos provenientes de materiais reciclados.

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Acredita-se que a escolha do tema, foi de grande importânciapara os alunos, uma vez que mesmo tendo um conhecimento proveiodo que seria meio ambiente e com isso trabalhando educação ambientalisso os motivou a procurar mais conhecimento, principalmente quandoforam motivados a trabalhar a questão da reciclagem, pois os mesmosacabaram gostando quando criaram produtos, visto por eles comosimples, mas inovadores vindos de matérias que poderiam ir ao lixo.

REFERÊNCIAS

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CAVALCANTE, L. P, S; CAVALCANTE, L. S; MEDEIROS, V. S; MAIA,H. J. L; ALENCAR, L. D. Análise da percepção ambiental e sensibilizaçãode educandos do Ensino Fundamental de uma escola pública para realizaçãoda coleta seletiva, Campina Grande – PB. Monografias Ambientais, v. 9, n.9, p. 2047-2054, 2012.

MAFALDO, M. F. G; PINHEIRO, D. K. Ensinando técnicas de reciclagem,reutilização e redução dos resíduos sólidos urbanos para alunos do 4º ano doensino fundamental, da E.E.E.F. Eduardo Vargas em Alegrete/RS.Monografias Ambientais, v, 3. n. 3, p. 349361, 2011.

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WILDNER, L. B. A; HILLIG, C. Reciclagem de óleo comestível e fabricaçãode sabão como instrumentos de educação ambiental. Revista Eletrônica emGestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 5, n. 5, p. 813-824, 2012.

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A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADEAMBIENTAL PARA A CONTINUIDADE

DE UMA EMPRESA

Jocivoney Teixeira da SilvaOrientadora: Maria de Lourdes Rocha Lima Nunes

RESUMO: Registros mostram que a contabilidade geral existe desde osprimórdios da civilização, sendo possível com a invenção da escrita, localizarexemplos completos de contabilidade no segundo milênio antes de Cristo,na civilização da Suméria, da Babilônia, no Egito e na China. A contabilidadeambiental um dos vários ramos dessa ciência surgiu em 1970, quando asempresas introduziram em seu planejamento uma atenção aos problemasdo meio ambiente. A partir da década de 70, as empresas que na fabricaçãode seus produtos ou prestação de serviços utilizavam recursos naturaispassaram a ter a responsabilidade de quando prejudicarem a naturezaressarcir o meio ambiente, principalmente por alguns recursos seremlimitados. Assim com a atual conscientização da população com relaçãoaos problemas causados a natureza pelas empresas, a contabilidade ambientalsurge como ferramenta para mensuração e geração de informações úteis erelevantes, cujo objetivo principal é promover o crescimento econômico,juntamente com o desenvolvimento sustentável da região em que as empresasestão inseridas. Esta pesquisa objetivou de forma geral a analise dacontabilidade ambiental como ferramenta de preservação e proteção domeio ambiente visando garantir a continuidade da empresa, verificando ouso da contabilidade ambiental como sistema informação para a preservaçãodo meio ambiente. Conclui-se que existem ganhos para o meio ambientequando empresas utilizam a preservação como um dos instrumentos deseu planejamento porque contribui o desenvolvimento sustentável ediminuição dos impactos ambientais.

Palavras-chave: Contabilidade ambiental, Continuidade de umaempresa, Desenvolvimento Sustentável, Impacto Ambiental.

INTRODUÇÃO

A contabilidade ambiental surgiu em 1970, quando as empresascomeçaram a introduzir em seu planejamento atenção aos problemas

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ambientais, que desde essa década vem comprometendo a vida dasociedade com as explorações desordenadas dos recursos naturais,tornando o efeito estufa uma grande realidade. Assim a humanidadenos dias atuais já se conscientizou de que a sobrevivência de todosdepende da preservação do meio ambiente.

A preocupação com a questão ambiental em nível mundial tevecomo antecedentes a poluição do ar em Londres e Nova York nas décadasde 50 e 60, a contaminação por mercúrio das águas de Minamata eNiigata no Japão, a constatação de que o uso exagerado do DDT e outrospesticidas traziam como consequências efeitos secundários inesperadoscomo a diminuição de vida aquática nos Grandes Lagos, cuja localização,nos Estados Unidos (McCORMICK, 1992).

Esses episódios levaram a Organização das Nações Unidas(ONU) a convocar todos os países a discutirem essa temática e aprocurarem respostas para suas causas como também paraconsequências que poderiam comprometer o futuro do planeta Terra.Portanto, em 1972 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobreo Ambiente Humano (CNUMA), conhecida como conferência deEstocolmo e que estabeleceu princípios norteadores para a discussão etomada de decisão acerca da questão ambiental em todos os países.

Nesse sentido, a dimensão ambiental passou a fazer parte dosprojetos de desenvolvimento de todos os países signatários da carta daONU, atendendo ao que foi determinado e pactuado no documentofinal da Declaração de Estocolmo em respeito ao meio ambientehumano.

Desse modo, a contabilidade ambiental surgiu como umaferramenta de mensuração e evidenciação dos danos causados anatureza, fornecendo dados relevantes para eliminar ou suavizar taisimpactos e quais serão seus custos sob a perspectiva econômica efinanceira. Portanto, o objetivo geral dessa pesquisa é de analisar acontabilidade ambiental enquanto ferramenta de preservação eproteção do meio ambiente visando garantir a continuidade da empresa.

A pesquisa na área da contabilidade ambiental surge paraatender a necessidade de uma sociedade que prioriza o lucro emdetrimento das questões ambientais. Matos e Vieira (2001, p. 21) fazemuma reflexão sobre pesquisa e a conceituam como uma “[...] a atividadeprincipal da ciência que nos permite a aproximação e o entendimentoda realidade que investigamos [...]”.

A metodologia pode ser identificada quanto aos objetivospropostos e quanto aos procedimentos técnicos. Assim, quando de uma

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referência à pesquisa quando de uma referência aos objetivos propostosfez-se uso da pesquisa exploratória e quando de uma menção a respeitodos procedimentos técnicos adotou-se a pesquisa bibliográfica.

A importância desta metodologia reside no fato de opesquisador conhecer o que foi investigado sobre o tema desde osaspectos históricos até as pesquisas mais recentes. Para realização destetrabalho investigativo foi feito o levantamento de pesquisas referentesao tema com vista a dar subsídios à pesquisa sobre contabilidadeambiental.

A pesquisa em contabilidade ambiental é relevante, porquepossibilita uma análise e a compreensão do papel do contador comoelemento essencial para a preservação ambiental, haja vista, que suaatuação ocorre na perspectiva de oferecer visibilidade aos custosambientais para as empresas e instituições que utilizam os recursosnaturais em sua produção. Corroborando com essa ideia Ferreira (2006,p. 59) afirma que “o desenvolvimento da contabilidade ambiental é oresultado da necessidade de oferecer informação adequada àscaracterísticas de uma gestão ambiental”.

1.1 História, Conceitos e a Importância da Contabilidade Ambiental

A contabilidade ambiental surgiu na década de 70, quando asempresas passaram a responder às exigências da legislação ambientale introduziram em seu planejamento uma atenção aos problemas domeio ambiente. Desde essa época a contabilidade ambiental vemevoluindo e ganhando mais espaço e importância no cenário mundial,principalmente pelos muitos benefícios para com o meio ambiente eporque gera oportunidades competitivas oferecidas através da questãoambiental.

A partir da década de 70 muitas empresas que na produção deseus produtos ou na prestação de serviços utilizavam recursos naturaiscomeçaram a ter uma responsabilidade de quando prejudicarem o meioambiente, restaurarem a natureza, principalmente devido algunsrecursos naturais serem limitados, mas a maioria dessas entidades nãotinha preocupação em ressarcir uma fonte de recurso que era natural.

Ultimamente sustentar as necessidades e desejos da populaçãopermitindo que os recursos naturais permaneçam disponíveis para asgerações futuras é um dilema que as organizações estão enfrentando,especialmente depois que a sociedade se conscientizou da capacidadeda natureza suportar todo esse consumo.

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Nos dias atuais a percepção de que as organizações estãodanificando o padrão de vida da sociedade por meio da exploraçãodos recursos naturais de forma desordenada é uma realidade. Osproblemas acarretam-se pelo modo que esses recursos têm sidoconsumidos ao longo de décadas, desde a Revolução Industrial.

Dessa maneira a contabilidade ambiental surge comoferramenta para mensuração e geração de informações úteis erelevantes, cujo objetivo principal é promover o crescimento econômico,juntamente com o desenvolvimento sustentável da região em que asempresas estão inseridas. Ganhando, assim, mais espaço dentro doplanejamento das entidades e a devida importância que ela desempenhadentro de uma entidade, onde seu investimento dependa do meioambiente ou que de alguma maneira venha prejudicar a natureza.

A contabilidade ambiental é o registro do patrimônio ambiental(bens, direitos e obrigações ambientais) de determinada entidade ouempresa, e suas respectivas mutações - expressas monetariamente,medindo qual o tamanho do seu patrimônio ambiental e de que modoele está sendo utilizado sob o ponto de vista econômico e financeiro,sobre a proteção, preservação e sua recuperação. Essas informaçõesauxiliam os tomadores de decisão para qual melhor forma de conduziras operações da empresa no sentido de garantir que o ambiente não sejaprejudicado e que a empresa obtenha lucro garantindo sua continuidade.

Contabilidade ambiental é a contabilização dos benefícios edanos que a invenção de um produto, ou serviço, pode trazer ao meioambiente. Seu objetivo é prover aos seus usuários, internos e externos,informações e subsídios sobre eventos ambientais ocorridos numaempresa, que causam modificações patrimoniais, bem como realizarsua identificação, mensuração e evidenciação.

De acordo com Bergamini Júnior (1999, p. 98), a contabilidadeambiental “tem o objetivo de registrar as transações da empresa queimpactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam ou deveriamafetar, a posição econômica e financeira dos negócios da empresa”.

Christophe (2012, p. 34) define contabilidade como sendo “umsistema destinado a dar informações sobre a rarefação dos elementosnaturais, engendrado pelas atividades das empresas e sobre as medidastomadas para evitar a rarefação”.

Teixeira (2000) ressalta que há convergência das empresas eminformar a sociedade dados referentes à sua política ambiental queenvolve seus programas de gerenciamento ambiental, suas tecnologiase o impacto em seu desempenho econômico e financeiro das ações

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que envolvem essa política voltada para a dimensão ambiental. Paratanto de mesma autoria o conhecimento de que:

A contabilidade do meio ambiente tem crescido deimportância para as empresas em geral porque adisponibilidade e/ou a escassez de recursos naturais e apoluição do meio ambiente tronaram-se objeto do debateeconômico, político e social em todo mundo. (TEIXEIRA,2000, p. 3)

Tinoco e Kraemer (2004) enfatizam que a diferença entre acontabilidade ambiental e a contabilidade tradicional alicerça-se nocunho ambicioso da primeira, e isto quando da busca por conhecer asexternalidades negativas e fazer registros, aferir, mensurar, avaliar einformar todos os eventos ambientais.

A contabilidade ambiental é responsável por apresentar todas asinformações ambientais por meio das contas sejam elas patrimoniais oude resultado, dando maior destaque às contas que contemplam os fatoscontábeis relevantes para gestão ambiental necessária para a tomada dedecisão. Assim, a contabilidade ambiental pode ser entendida como aatividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais,processamento e geração de informação que subsidiem o usurárioservindo como parâmetro em suas tomadas de decisões.

1.2 A Empresa e o Meio Ambiente

Desde os tempos passados o homem vem comprometendo avida da sociedade devido às explorações dos recursos naturais,causando prejuízos à população decorrentes dos impactos ambientais,aumentando assim a ameaça do aquecimento global.

O crescente aumento da população nas ultimas décadas e odesenvolvimento econômico está permanentemente ameaçando o meioambiente, o que leva as empresas a investirem em novas áreas deatividade que preservem a ecologia, tendo em vista que defender omeio ambiente deixou de ser apenas assunto de ecologistas sob a óticaempresarial, entende-se que se a empresa inviabiliza o seu meio, acabapor inviabilizar a sua própria atividade.

Nos últimos anos com a sociedade bem informada, terminapor potencializar a pressão, sobre as instituições que não respeitam omeio ambiente. Aliado a esse processo existem políticas públicas quedão subsídios a empresas que adotam uma política ambiental. Por estas

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razões, todas as empresas terminam por adotar uma política de comenfoque ambiental na qual o controle, a preservação e a recuperaçãoambiental dão o tom para o planejamento estratégico das empresas.

Franco (1999) assevera que o consumidor e, principalmente, osinvestidores têm um olhar positivo acerca das empresas que tempolíticas ambientais. O autor enfatiza ainda que alguns países já adotamfundos especializados com vistas ao investimento em empresas quetem o meio ambiente como eixo orientador de seu planejamentoestratégico. Esses fundos têm apresentado um crescimento e umarentabilidade, porque tais empresas mostarm dados mais lucrativos.

De acordo com Epelbaum (1997, p. 235)

Pode-se expressar sucintamente o comprometimento como meio ambiente como sendo a contínua intencionalidadee prática em considerar a proteção ambiental nas decisõesgerenciais e operacionais cotidianas. Tal noção decomprometimento, para ser considerada abrangentedentro das organizações, deve ser adotada por todos osseus níveis e funções, desde a alta administração até onível operacional.

Algumas empresas veem a proteção do meio ambiente comoum custo a mais para suas atividades, sem perceber que são muitas asvantagens que a entidade obterá tendo a devida responsabilidadeambiental. Uma empresa que reconhece suas responsabilidadesambientais deverá diminuir risco financeiro futuro resultante deincidentes ambientais e ao mesmo tempo pagará menos prêmios deseguro em decorrência do menor risco.

Por exemplo, uma empresa que recicla seus materiais resultantesda fabricação de um determinado produto, em vez de lançá-los nanatureza, reduzirá o risco de poluição que poderia prejudicar a empresano futuro. Se todas as entidades atendessem aos programas deantipoluição e aos novos processos e tecnologias que permitem umaprodução mais limpa, praticamente sem resíduos, se eliminaria anecessidade de enfrentar riscos futuros e, principalmente, atrairiaacionistas e investidores que dão preferência às empresas sem riscos.

Nos últimos anos vem aumentando a preocupação com o meioambiente que vem alterando a forma de administrar. As empresas comobjetivo de dá continuidade a sua organização, vem adotandoprocedimentos para redução de emissões de afluentes, reciclandomateriais, analisando o ciclo de vida de seus produtos e seu impacto

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sobre a natureza, a fim de que a população cada vez mais conscientizadacontinue adquirindo seus produtos.

A necessidade de se preservar o meio ambiente deixou de serpreocupação isolada de grupos ambientalistas e de organizações nãogovernamentais. Assim empresas que ligaram seus produtos a conceitosde sustentabilidade ou ecologicamente corretos aumentaramconsideravelmente suas vendas ou melhoraram sua imagem frente àsociedade. Desse modo o leque de oportunidades tende a aumentarproporcionalmente à conscientização das pessoas e empresas comquestões relacionadas à sustentabilidade, mudanças climáticas eaquecimento global.

A CONTABILIDADE AMBIENTAL E SUA IMPORTÂNCIA

A importância da contabilidade ambiental começa a vigorarquando os problemas ambientais passam a preocupar os gestores e asociedade. Segundo Paiva (2003, p. 17) a contabilidade ambiental tempor finalidade, “auxiliar na elaboração do planejamento estratégico;servir de parâmetro no gerenciamento das atividades-alvo e fornecerinformações externas no sentido de prestações de contas dessasatividades”, facilitando o processo de gerenciamento, proporcionandovários benefícios às organizações.

Dentro de uma empresa a contabilidade tem várias funções.Uma é a contabilidade financeira responsável pelo registro e divulgaçãodas informações financeiras para os usuários externos. Outra é acontabilidade gerencial que é a ferramenta responsável pelofornecimento de informação que ajudam os gestores a planejar econtrolar as atividades da organização e avaliar o desempenhoeconômico e ambiental do negócio.

A contabilidade ambiental também desempenha a função demensuração, que é fundamental para que a contabilidade as registrecom valores confiáveis, procurando refletir a verdadeira posição emque a empresa se encontra com relação aos eventos ligados ao meioambiente. (CHRISTOPHE, 2012).

Outra importante função da contabilidade é evidenciação, quetem como função evidenciar, claramente, os gastos decorrentes daquestão ambiental, demonstrando ao público interessado a atuação dedeterminada empresa para com o ambiente natural onde está inserida.

A contabilidade ambiental juntamente com o Sistema de GestãoAmbiental (SGA) eficaz e eficiente é responsável pela continuidade de

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resultados sustentáveis nas empresas. A mensuração dessas informaçõesé o modo mais coerente, pois o uso de parâmetros torna possível aimplantação de metas e a otimização de resultados.

A partir do momento em que as empresas adotam políticasambientais de proteção, recuperação e controle do meio ambiente, adivulgação dos gastos e investimentos efetuados durante o exercíciosocial se torna imprescindível para a boa imagem dessas empresas.

Assim só aumenta a importância da contabilidade do meioambiente para as empresas em geral, devido a disponibilidade ou aescassez de recursos naturais (renováveis e não renováveis) e poluiçãodo meio ambiente tornarem-se objetos de debate econômico, políticoe social em todo o mundo, havendo um maior conhecimento por parteda população mundial sobre a questão ambiental dentro das entidadese a devida responsabilidade que todas as empresas devem tomar quandoem sua produção ou prestação de serviços utilizar-se de recursosnaturais e/ou meios advindos de forma direta ou indireta da natureza.

Com as pressões sociais e negociais identificadas no mundointeiro, aumenta-se a tendência das empresas em abrir para a sociedadegrande quantidade de dados sobre a política ambiental adotada, seusprogramas de gerenciamento ambiental e o impacto de seu desempenhoambiental em seu desempenho econômico financeiro. Desse modo aentidade diminuirá seu risco financeiro futuro devido ao fato dacomunidade conhecer suas práticas ambientais e os programas que aempresas desenvolvem para preservação do meio natural, garantindona sociedade uma boa imagem da empresa.

Uma entidade que seus produtos são ecologicamente corretosirá atrair consumidores que estão cada vez mais conscientizados daresponsabilidade das empresas com a natureza. Uma política ambientalcom responsabilidade, além dos aspectos econômicos, é umaimportante ferramenta para construir uma boa imagem diante asociedade.

Em contrapartida as empresas que ignoram os padrões exigidosna questão ambiental, especialmente aquelas cujas atividades trazemdanos ao meio natural, são duramente punidas, sendo pena maior aimposta pelos consumidores que procuram deixar de adquirir seusprodutos, dando, preferência às corporações que priorizam pelapreservação ambiental.

Visto que o meio ambiente é patrimônio de todos, acontabilidade ambiental surge com a finalidade social de mensurardanos causados a natureza e fornecer dados relevantes para eliminar

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ou suavizar tais impactos e quais serão seus custos sob o ponto de vistaeconômico e financeiro. Nesse contexto pode-se afirmar que acontabilidade ambiental constitui-se num guardião das açõesempresarias em favor do meio ambiente, considerando que as empresasque exploram seus negócios demonstram preocupação em implementarpráticas ambientalmente corretas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nos últimos anos tem-se aumentado a pressão da sociedade edas leis ambientais sobre as empresas que não respeitam o meioambiente e que na geração de seus produtos utilizam os recursosnaturais limitados sem a preocupação de restituir a área onde retiramesses recursos. Estas empresas estão sendo obrigadas a adotar umapolítica de controle, preservação e recuperação ambiental a fim degarantir sua continuidade.

Tendo em vista que proteger o meio ambiente deixou de serpreocupação apenas de ambientalista ou de organizações nãogovernamentais, a contabilidade ambiental surge dentro das empresascomo uma fermenta de fornecer informações ambientais aosadministradores, para a correta tomada de decisão em relação aosrecursos naturais, com o intuito de preservá-los e prevenir a empresade penalidades impostas a práticas ambientais incorretas.

Existem vários modelos para alcançar essas práticas corretas,mas o modelo mais usado pelas empresas foi a implantação de umagestão ambiental, isto é, método pelo qual elas controlam o impactode suas atividades produtivas sobre o meio ambiente, ou seja, se estãoou não prejudicando a natureza.

A contabilidade ambiental é muito importante para acontinuidade de uma empresa devido às funções de identificação,mensuração e esclarecimento dos eventos e transações econômicas-financeiras que estejam relacionadas à proteção, à preservação e àrecuperação ambiental, visto que a sociedade esta cada vez maisconscientizada que essas funções são indispensáveis para as corretastomadas de decisão em relação ao meio ambiente. Outra importantefunção da contabilidade ambiental é orientar a empresa nos registrosdos gastos e investimentos com o meio ambiente que tem comopremissa levar o empresariado a uma tomada de consciência no sentidode que os recursos naturais não são inesgotáveis, muito pelo contrário,alguns danos causados à natureza são irreversíveis.

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O mercado de consumo não aceita o descaso dos recursosnaturais, os consumidores cada dia mais procuram por produtos limpos.Isso representa a grande importância da contabilidade do meioambiente, visto que nos últimos anos empresas que ligaram seusprodutos a conceitos de sustentabilidade ou ecologicamente corretosaumentaram consideravelmente suas vendas ou melhoram sua imagemfrente à sociedade.

Desse modo o leque de oportunidades tende a aumentarproporcionalmente à conscientização das pessoas e empresas comquestões relacionadas à sustentabilidade, mudanças climáticas,aquecimento global, principalmente porque os detentores de recursosnão querem arriscar indefinidamente seus patrimônios em companhiasque se recusem a tomar medidas preventivas na área ambiental, poisuma empresa que reconhece suas responsabilidades ambientais deverádiminuir seu risco financeiro futuro resultante de incidentes ambientais.

REFERÊNCIAS

CHRISTOPHE, B. Contabilidade Ambiental Mensuração, Evidenciação eTransparência. São Paulo - SP: Editora Atlas, 2012.

EPELBAUM, M. Sistemas de Gestão Ambiental ISO 14000: mudando apostura reativa. Anais IV Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e MeioAmbiente, São Paulo - SP, nov. 1997.

FRANCO, H. A contabilidade na era da globalização. São Paulo - SP: Atlas,1999. In: KRAEMER, M. E. P. Contabilidade ambiental: o passaporte para acompetitividade. CRCSC & Você. A Revista do Contabilista Catarinense,v.1, nº1, p.25-40, Florianópolis - SC, 2002.

MATOS, K. S. L.; VIEIRA, S. L. Pesquisa educacional: o prazer de conhecer.Fortaleza - CE: Demócrito Rocha, 2001.

McCORMICK, J. Rumo ao paraíso: a história do movimento ambientalista.Rio de Janeiro - RJ: Relume Dumará,1992.

PAIVA, P. R. Contabilidade ambiental: evidenciação dos gastos ambientaiscom transparência e focada na prevenção. São Paulo - SP: Atlas, 2003.

TEIXEIRA, L. G. A. Contabilidade ambiental: a busca da eco-eficiência.Congresso Brasileiro de Contabilidade, 16., 2000, Goiânia. Anais do XVICongresso Brasileiro de Contabilidade. Goiânia, 2000.

TINOCO, J. E. P.; KRAEMER, M. E. P. Contabilidade e Gestão Ambiental.São Paulo - SP: Atlas, 2004.

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTALPARA O USO CONSCIENTE DO ÓLEO SATURADO

EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NACIDADE DE BENEDITINOS – PI

José da Cruz Pereira da SilvaOrientadora: Maria de Lourdes Rocha Lima Nunes

RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo analisar as concepçõesde educação ambiental desenvolvida ao longo da vida do homem comosujeito participante de sua história. No universo de quatro escolas,apenas duas foram contempladas com a pesquisa: a Unidade EscolarRaimundo Araújo Prado e Unidade Escolar São Benedito, situada nomunicípio de Beneditinos – PI, ambas pertencentes a rede municipalde ensino, verificando dessa forma, suas concepções sobre o meioambiente e as metodologias utilizadas para se trabalhar o mesmo noambiente escolar e sua postura diante do descarte do óleo saturado. Ascontribuições deste trabalho para o aprofundamento dessa temáticaforam realizadas a partir de pesquisas bibliograficas com base nosautores: Dias (1998), Ruscheeink (2002), Rabelo (2008), Ferreira(2008), Pitta Junir (2012), PCNs (1997) dentre outros e uma pesquisade campo, de cunho qualitativo, nas escolas pesquisadas. Comoinstrumento de pesquisa, utilizamos questionário com perguntasabertas para dois funcionários da Unidade Escolar Raimundo AraujoPrado e três da Unidade Escolar São Benedito. Pretendemos, com estapesquisa, colaborar com a prática docente no processo de reflexãosobre a importância da educação ambiental e ajudar não só as escolaspesquisadas, mas todo cidadão a ser um agente transformador deopiniões e ações para se tornar apto a conviver com a preservação desua propria espécie.

Palavra chave: Conscientizaçâo, Gordura Saturada, EducaçãoAmbiental

1 INTRODUÇÃO

A educação ambiental tem como fator determinante a formaçãoda personalidade do homem e o despertar da consciência ecológica,

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dando ênfase a preservação e conservação da natureza, para que asgerações futuras se apropriem de seus benefícios.

Em pleno século XXI, a poluição e o lixo são problemasenfrentados pela população mundial, e o meio ambiente sofre comesse processo visto que a degradação do mesmo é determinada pelomodo em que a sociedade utiliza-se dos recursos da natureza.

Surge então a possibilidade de mudança mediante umaeducação transformadora que envolva não só uma visão ampla demundo, como também a clareza da finalidade do ato educativo.Partindo da concepção da escola como uma instituição transformadorae transmissora de conhecimentos onde deve estar comprometida comuma educação em que os alunos conheçam suas ações e saibamestabelecer suas próprias metas e se tornarem mediadores daconscientização ambiental não só no ambiente escolar mais na suacomunidade, bairro, igreja etc.

Neste contexto investigar como a escola participa dessemovimento de transformação, e como podem atuar de formaresponsável e construtiva na formação de cidadãos conscientes nasquestões ambientais.

O estudo desse tema deu-se pela necessidade de conhecer aimportância de da educação ambiental para o uso consciente do óleosarutado nas escolas do ensino fundamental da cidade de Beneditinos– PI. É preciso reavaliarmos a noção que temos sobre o meio ambiente,desenvolvimento sustentavel e a nós mesmos como participantes dessecontexto.

Diante disso, o propósito desse trabalho é analisar a importânciada educação ambiental e o descarte consciente do óleo saturado,procurando alertar a comunidade escolar sobre o seu papel e para quea mesma possa contribuir no processo de aprendizagem dos alunos ede toda comunidade escolar . Baseado nessa problemática estamonografia tem como objetivo principal analisar a importância daeducação ambiental e o uso consciente do óleo saturado na UnidadeEscolar Raimundo Araújo Prado e Unidade Escolar São Benedito nacidade de Beneditinos-PI, e como os objetivos especificos: Conhecertrajetória histórica da educação ambiental no mundo e no Brasil e naformação do cidadão; Identificar o meio ambiente e os desafiosambientais do século XXI; Conhecer as gorduras saturadas e suaconsequências ao meio ambiente.

Sendo assim, este trabalho teve como embasamento teórico:Dias (1998), Ruscheeink ( 2002), Rabelo (2008), Ferreira (2008), Pitta

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Junir (2012), PCNs (1997) e outros que relatam a importância daeducação ambiental no processo ensino aprendizado dos alunosvisando uma educação consciente de seus deveres com o meioambiente.

Este trabalho está estruturado em cinco partes: a primeira,relata um breve histórico sobre a educação ambiental; a segunda,comenta o meio ambiente e os desafios do século XXI; a terceira,discorre as gorduras saturada e suas consequências no meio ambiente;a quarta, dar ênfase a metodologia da pesquisa de campo einstrumentalização utilizada; e por fim, a última descreve asconcepções dos entrevistados das escolas da rede municipal de ensinosobre educação ambiental.

Portanto, a presente pesquisa possui relevância social, uma vezque pretende contribuir para a participação ativa dos indivíduos nasolução de problemas ambientais.

2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A admiração pela natureza e sua preocupação em protegê-lavem desde os primórdios e se concretiza na reflexão filosófica de grandesensibilidade artística, cientifica e religiosa.

Filósofos, cientistas, artistas e religiosos têm, ao longo daescalada do homem, expressado a sua admiração pelanatureza, e sua preocupação em protegê-la. As culturasorientais e a Grécia Clássica nos legaram reflexõesfilosóficas de grande sensibilidade respeito das relaçõeshomem-natureza. (DIAS, 1998, p. 20).

O mesmo relata que o escrito Thomas Huxley, 1963 escreviasobre as interdependências entre os seres humanos e os demais seresvivos no seu ensaio apresentando um exame detalhado da ação dohomem sobre os recursos naturais e desde essa época chamava atençãopara as causas do declínio de civilizações antigas, acentuando a mesmasituação para civilizações modernas.

Nas décadas de 50/60, impulsionado por avanços tecnológicoso homem ampliou sua capacidade de produzir alterações no meioambiente natural e na década seguinte efeitos na qualidade de vida jáeram evidentes. No contexto a ética ambiental se torna parte dasdivisões e inquietações mundiais, Albert Schweitzer (1954) popularizaa ética ambiental e recebe o Prêmio Nobel da Paz.

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Em 1972 o clube de Roma publicou seu relatório que denunciavao crescente consumo mundial que levaria a humanidade a umcrescimento exagerado e possivelmente a um colapso. Surgem entãoos políticos de gerenciamento ambiental onde se gerou a declaraçãosobre ambiente humano e estabeleceu-se o plano de ação mundial como objetivo de inspirar e orientar a humanidade para a preservação emelhoria do ambiente humano.

O mesmo reconheceu o desenvolvimento da EducaçãoAmbiental como elementos críticos para combater a crise ambientalno mundo, e enfatizou a urgência da necessidade do homem reordenarsuas prioridades.

Outro fator determinante na educação ambiental foi aConferencia de Estocolmo, onde reconheceu a importância daEducação Ambiental trazer assuntos ambientais para o público emgeral, recomendando treinamento de professores e o desenvolvimentode novos recursos instrucionais e métodos.

Baseado nessas informações, a UNESCO promoveu emBelgrado, Iugoslávia (1975) o Encontro de Belgrado, como ficouconhecido (The Belgrado Workshop) onde foram formulados osprincípios e orientações para um programa internacional de educaçãoambiental.

No encontro foi formulada também a Carta de Belgrado queprioriza a necessidade de uma nova ética global, capaz de promover aerradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da poluição, daexploração e dominação humana e acentuando a premência de formasde desenvolvimento que beneficiassem toda a humanidade.

No Brasil a Educação Ambiental surge sobre a influência domanifesto dos pioneiros da educação nova (1932), cujas ideias foramessências para as diretrizes e bases da Educação Ambiental. Estendeu-se nas tendências tecnicistas, escolanovista, sempre buscando umapostura em relação à Ciência e a Educação Ambiental, embora a mesmapreocupação do início do texto esteja presente nos dias atuais.

[...] a principal função do trabalho com o Meio Ambienteé contribuir para a formação de cidadãos conscientes,aptos para decidirem a atuarem na realidadesocioambiental de um modo comprometido com a vida,com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global.(PCN’S, 1997, p. 29).

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Sendo assim, a educação ambiental prove bem estar comum eacima de tudo a consciência ambiental visto que a formação do cidadãoe fator decisivo na realidade socioambiental.

Muitos foram os encontros brasileiros sobre a educaçãoambiental com políticas públicas e metodologias para tal formaçãoiniciadas desde 1991, a adoção de propostas sócias educativas foi omarco dos encontros tendo como pontos direcionados a capacitaçãode recursos humanos, material didático e as formas de trabalho nacomunidade e na escola. De acordo com Dias (1998) o mesmovisava:

A formação de opinião para conservação da vida, emtodas suas dimensões, no Planeta Terra; Iniciativa aprodução de material alternativo; A participação desegmentos organizados da sociedade no alcance do direitoda cidadania, com melhores condições de vida para apopulação; Buscar uma Educação Ambiental em todosníveis e modalidades de ensino e aos demais segmentosda sociedade civil organizada; Dar um perfil ao indivíduode forma atuante, analítica, sensível, transformadora,consciente, interativa, critica, participativa e criativa.

Neste contexto, o Brasil dá passos significantes àconscientização para questão ambiental criando propostas significativasonde o cidadão é o agente transformador de opinião.

O século XXI encontra-se repleto de Ciência e Tecnologia, ondea gloria e a miséria estão presentes e, no meio ambiente, são ameaças àprópria continuidade do ser humano.

3 AS GORDURAS SATURADAS E SUAS CONSEQUÊNCIASNO MEIO AMBIENTE

Com a crescente poluição do planeta e o enorme prejuízocausado pelo lançamento de óleo e gordura saturado nas redes de esgotoo que ocasiona um enorme problema, sendo que esse material seincrusta no ramal predial e na rede coletora, provocando sua obstrução.Uma vez lançado a rede esgoto o óleo, cria uma massa de gordura quevai endurecendo ocasionando assim a obstrução o retorno do esgotonos imóveis que estão acima do local de entupimento e ainda prejudicao tratamento de esgoto coletado, pois aumenta a demanda bioquímicade oxigênio (DBO) na estação de tratamento.

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Os óleos e gorduras são substancias insolúveis em água(hidrofóbicos) de origem animal, vegetal ou mesmo microbiana,formada predominantemente de produtos de condensação entre“glicerol” e “ácidos graxos” chamados triglicerídeos. Suas diferençaspresente no óleo (liquido) e a gordura (sólida), reside na proporção degrupos acila saturados e insaturados presente nos triglicerídeos.

O óleo vegetal utilizado para a produção dos chamados óleosde cozinha, obtidos por meio de vários tipos de plantas como buriti,mamona, soja, canola, girassol, milho e outros terminam sendo grandescausadores de danos ao meio ambiente.

Neste contexto a poluição pelo óleo faz encarecer o tratamentode esgoto, agravar efeito estufa, no contato da água poluída com o mara reação química libera gás metano. Outro fator claramente ereutilização excessiva do óleo nos processos de cocção produzindoassim, radicais livres causadores de doenças degenerativas,cardiovasculares e o envelhecimento precoce.

De acordo com o professor de Centro de Estudo Integrado sobreMeio Ambiente e Mudanças Climáticas da Unidade Federal do Riode Janeiro – UFRJ, Alexandre D’Avingnon, a decomposição de óleode cozinha emite gás metano na atmosfera (RABELO, FERREIRA,2008).

O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa,que contribui para o aquecimento da terra. Um litro de óleo de cozinha,que muitas vezes vai para o ralo da pia acaba chegando ao oceanopelas redes de esgoto, contamina 1 milhão de litro de água os suficientepara o homem usar durante 14 anos.

Para Filho apud ANAP Brasil (2013), parte desse problemapode ser amenizada quando se trabalha educando e conscientizandoambientalmente a população e os empresários. Desenvolvendocampanha de coleta de óleo e gordura saturada saturado, a fim deimpossibilitar o seu lançamento as redes esgotos. Sendo assim, umtrabalho feito em parcerias com as escolas, entidades, instituiçõesprivadas e a nível estadual e municipal dentre outras.

Um fator alarmante que deve ser ressaltado acerca do óleo decozinha, segundo estudiosos, é que o mesmo passa a ser um argentepoluente e causador de inúmeros problemas ambientais e doenças nohomem, e a simples ação do descarte do mesmo de forma certa, podeacarretar inúmeros benefícios à população. Sua coleta de forma seletivaimpede o impacto ambiental e prejuízos à fauna e a flora, tornando-seassim, um desafio sensibilizar e mobilizar os cidadãos de todas as classes

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sociais a dar um destino certo ao resíduo de óleo de cozinhaconservando nesse simples ato a água, um dos recursos naturaisessenciais para nossa vida.

De acordo com Pitta Junior (2012), as principais formas dereaproveitamento de óleos e gorduras saturados são de uma maneirageral, produção de glicerina, padronização para composição de tintas,produção de massa de vidraceiro, geração de energia elétrica por meiode queima em caldeira, produção de biodiesel e outros.

O homem tem inúmeras possibilidades de transformar asituação ambiental dos dias atuais, porém sua sensibilidade não aguçoupara os danos que o mesmo causa diariamente ao nosso planeta.

4 METODOLOGIA E INSTRUMENTALIZAÇÃO UTILIZADA

A metodologia empregada no trabalho foi uma pesquisa decampo, em duas escolas da rede municipal de ensino, com o propósitoem saber qual a concepção dos componentes da comunidade escolartem sobre o meio ambiente e, como ambas, fazem uso do consumo edescarte do óleo de cozinha na cidade de Beneditinos – PI.

Segundo Marconi (2007, p. 83), a pesquisa de campo:

É aquela utilizada com o objetivo de conseguirinformações ou conhecimentos acerca de um problemapara o qual se procura uma resposta, ou de uma hipóteseque se queira comprovar, ou, ainda, descobrir fenômenosou as relações entre eles.

A pesquisa foi realizada em duas escolas da rede municipalde ensino na cidade de Beneditino – PI. A primeira escola em queaconteceu a entrevista foi a Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado,escola está mantida pela Prefeitura Municipal de Beneditinos. Aescola foi inaugurada no ano 1983, localizada na Rua 07 de Julho,Bairro Santo Cruz. A mesma de nível fundamental de 6º ao 9º ano,compõem em sua estrutura física 04 salas amplas e ventiladas, todasas salas são equipadas com carteiras (conjunto cadeira e mesa) eventiladores, há quadros de giz, como também quadro acrílico emtodas as salas com boa qualidade de visibilidade e ainda lousa digital,onde o corpo docente como o discente encontra mais facilidade detrabalhar suas atividades.

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5 CONCEPÇÕES DOS ENTREVISTADOS DA ESCOLAMUNICIPAL UNIDADE ESCOLAR RAIMUNDO ARAÚJOPRADO E UNIDADE ESCOLAR SÃO BENEDITO SOBRE AEDUCAÇÃO AMBIENTAL.

Movido pelas discussões sobre educação ambiental, estetrabalho optou por duas escolas da rede municipal de ensino a UnidadeEscolar Raimundo Araújo Prado e Unidade Escolar São Benedito, naqual fizemos uma aplicação de questionário, e este favoreceu uma visãoglobal das concepções dos entrevistados acerca da educação ambientale o uso do óleo saturado no ambiente escolar.

5.1 Definição de Meio Ambiente

A educação ambiental é um tema discutido, nos últimos, anoscom frequência em escolas, instituições governamentais e nãogovernamentais, com intuito de se tornar uma ferramenta indispensávelao cidadão para na sua conscientização e nas demais pessoas. Diantedesta preocupação, foram questionados funcionários das instituiçõescitadas sobre a educação ambiental.

Tabela 1 - O que você entende por meio ambiente?

Fonte: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

De acordo com as respostas dos entrevistados o meio ambienteé tudo que envolve a vida, ou seja, onde haja condições favoráveis queela se desenvolva, com a qual o homem interage, assim fica evidenciadona fala dos mesmos. De acordo com Ferreira (2006, p. 24) afirma que:

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[...] meio ambiente é o espaço onde se desenvolve asatividades humanas e a vida dos animais e vegetais. É umsistema formado por elementos com o qual o homeminterage, se adaptando, transformando-o e utilizando-opara satisfazer suas necessidades.

Observa-se que os entrevistados são conhecedores e definemum conceito sobre meio ambiente, entretanto não basta apenasconceituar, definir, precisa-se fazer parte da transformação. Nestecontexto, os mesmos foram indagados sobre sua concepção deeducação ambiental. Diante disso os entrevistados relatam:

Tabela 2 - O que você entende por Educação Ambiental?

Fontes: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

Reforçar os significados de educação ambiental fazemnecessários, haja vista que o homem é o principal causador dosproblemas atuais no meio ambiente. Conforme a descrição dosentrevistados a educação ambiental é a conscientização dapreservação. Para tanto, conscientizar e educar para formar opiniãonão tem sido uma tarefa fácil, pois é necessário conviver de formaharmoniosa com o meio, refletindo sobre o agir de forma crítica arespeito do mesmo.

[...] um processo de formação e informação da populaçãoquanto às questões ligadas ao meio ambiente, mas não sóexatamente meio ambiente, mas questões mais sociais emsi, como por exemplo, toda a área de saneamento, de saúde,tudo isso a gente considera como educação ambiental

201

trabalhando com escolas, com comunidades, com crianças,adultos. (MAY apud Carvalho (2002, p. 161).

Sendo assim, a educação ambiental torna-se elo entre o cidadãoe seu compromisso socioambiental, levando-o a se tornar conscientede suas atitudes e mediador para reflexões futuras na comunidade,escola, igreja e demais instituições.

5.2 A educação ambiental dentro da escola

Atualmente, a escola insere em suas grades curricularestemáticas educativas, culturais e sociais, que buscam o desenvolvimentoético, político e cultural, onde a educação ambiental ganha destaque eforça através de temas atuais, reforçando valores hoje esquecidos pelohomem. Neste sentido questiona- se aos entrevistados:

Tabela 3 - A escola desenvolve algum projeto de educaçãoambiental?

Fontes: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

De acordo com as resposta, embora sabendo o papel da escolaperante a educação ambiental, duas escolas ainda não trabalham atemática no ambiente escolar o que se tornar um fator negativo, pois aescolar torna-se um portal de conhecimento e reprodução de culturase costumes.

[...] a discussão sobre a necessidade de conservar o meioambiente chega até a sala de aula, entra e ocupa o espaçoque merece na escola. Só assim se realiza o necessáriotrabalho de construção de sociedades sustentáveis e damelhoria da qualidade de vida das presentes e futurasgerações. (BRASIL, 2009, p. 40).

202

Neste contexto escolar, meio ambiente e desenvolvimentosustentável devem trilhar caminhos em comum, porque uma escolacomprometida com o meio ambiente possui alunos conscientes deseu papel na preservação da natureza e na sustentabilidade doplaneta.

6.3 O óleo saturado no ambiente escolar.

Sendo o óleo de cozinha extremamente poluente e o descarteambiente inadequado constitui um grave problema ao meio ambientena atualidade decorrente a falta de informação e conscientização dapopulação, indagamos os entrevistados sobre sua concepção sobre omesmo.

Tabela 4 - Como a escola vê a questão do óleo de cozinha noambiente escolar?

Fontes: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

Mediante as respostas, evidencia-se que a escola como em boaparte dos lares, repartições e empresas conhecem os danos que óleosaturado causa no meio ambiente, mas não se comprometem emproporcionar ações educativas mais eficazes.

Vivemos num momento de crise civilizatória, danecessidade de reconstrução de valores, pautados por umanova ética de promoção a vida, que releve a dignidadehumana e repensem as relações dos seres humanos entresi e com a natureza (OLIVEIRA, p. 34, 2000 [...]

Para tanto, faz-se necessário que toda comunidade escolar semobilize buscando mudanças envolvendo toda sociedade na perspectivade minimizar a degradação do meio ambiente. Compreender o descartede óleo e gorduras saturados e fazer uso de seu reuso, de forma

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consciente, forma um ciclo sustentável, diminuindo a extração derecursos naturais evitando a poluição da água e do solo.

Baseando-se nesta informação, questiona-se:

Tabela 5 - O que o colégio faz com o óleo de cozinha após suautilização?

Fontes: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

Mediante as respostas, fica evidente que a comidade escolarainda não está preparada para o descarte adequado do óleo saturado,visto que a mesma comete errro graves que prejudica o meio ambiente.

Um dos grandes desafios da educação ambiental é constituirvínculos significativos entre o local, o global, o ecólogico e osocioeconomico, e para que isso aconteca, impõe-se uma educaçãosobre o ser , a sociedade e seu papel na sustentabilidade.

Nesta pespectiva os entrevistados foram questionados :

Tabela 6 - O que é feito em termos de coscientização acerca dodescarte inadequado do óleo usado no âmbito escolar?

Fontes: Escola Municipal “Unidade Escolar Raimundo Araújo Prado e UnidadeEscolar São Benedito” Pesquisador: Silva, Ano (2014).

Nota-se através das respostas que o processo educativo formale informal sobre a importância do meio ambiente anda em passos

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lentos, pois os problemas ambientais são visiveis e a solução só podeser concebida com a conscientização de cada cidadão. É necessáriointensisificar as discussões sobre a preservação e conservação do meioambiente, para assim, as gerações futuras viverem em um planetasaudável.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Promover mudanças de pensamentos e hábitos é um desafioda educação ambiental, sendo uma atividade intensa que mostraráresultados em longo prazo. Baseado nas informações contidas nessetrabalho fica evidente que as crises ambientais que ocorrem em todo oplaneta, ocasionado pelo abuso e atitudes inconsequentes do homem,devido à ambição e em muitos casos a falta de informação dasconsequências que podem ser geradas pela ação destruidora do homemem relação ao meio ambiente.

Conhecimento, consciência e ação são fatores indispensáveispara viabilizar e fortalecer a minimização do impacto ambiente noplaneta. Mediante essa afirmação conclui-se o um papel fundamentalda escola com a educação ambiental na formação de cidadãosconscientes e aptos a defender a vida.

Neste contexto, a pesquisa proporcionou uma visão ampla dasescolas, bem como as mesmas se manifestam perante a educaçãoambiental, visto embora sabendo de seu papel como alicerce naconscientização de si e dos demais cidadãos muito ainda se deixa adesejar.

Perante a pesquisa notamos que as dificuldades ainda sãoimensas nas escolas no desenvolvimento da educação ambiental, e faltade informações e a sensibilização de alternativas simples podem mudara realidade de uma sociedade na busca de soluções imediatas para osproblemas ambientais.

Constatou-se diante das entrevistas realizadas com acomunidade, que já existem algumas mudanças positivas em relaçãoa educação ambiental, porém grande parte dos entrevistados sabea definição e a importãncia do meio ambiente, todavia ficam alheiasapenas as definiçoes, não procurando interagir com os demais efazer uso na prática de seus conhecimentos. Outro fator preocupanteé o descarte inadequado do óleo saturado nas escolas, questão estáque não afeta só a escola como também toda comunidade a suavolta.

205

Acredita-se que após este trabalho as instituições citadaspromovam pralestra informativas, mini cursos de reciclagem do óleosaturado e mostre a cada cidadão como acontece o processo decoscientização e participação na proteção ao meio ambiente.

REFERÊNCIAS

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RUSCHEINSKY, Aloisio. Educação Ambiental: abordagens múltiplas. PortoAlegre: Artemed, 2002.

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CONSCIENTIZAÇÃO DA COMUNIDADE PARAIMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA NO

MUNICÍPIO DE CAMPO MAIOR/PI

Jordana de Oliveira Rocha e Maria Pessoa da SilvaGraduanda em Ciências Biológicas/UESPI – Campo Maior – PI./

Professora Substituta da UESPI – Campus Heróis do Jenipapo - Doutoraem Desenvolvimento e Meio Ambiente.

RESUMO: A coleta seletiva e a reciclagem têm um papel importanteno ambiente. Recuperam matérias primas e tiram da naturezaprodutos não biodegradáveis, além de gerar renda aos catadoresdiminui o impacto ambiental. A sociedade precisa adotar formas delidar com a problemática da geração e do descarte do lixo, alcançandoassim ganhos socioambientais e econômicos. O trabalho deconscientização ambiental ocorreu em cinco etapas, onde incialmenterecorreu-se a livros e apostilas. A conscientização da população e dacomunidade escolar foram os focos seguintes da pesquisa. CampoMaior já conta com um Plano de Gerenciamento Integrado de ResíduosSólidos (PGIRS) que se constitui em um documento que visa aadministração integrada dos resíduos por meio de um conjunto de açõesnormativas, operacionais, financeiras e de planejamento. Pretende se,atingir a sensibilização e a colaboração da população campomaiorensee uma futura adesão à coleta em todos os órgãos do município, alémde 100% dos domicílios em coletas regulares. Geração de renda aoscatadores; redução da quantidade de resíduos encaminhados ao aterroe dos gastos com a limpeza da cidade, foram resultados adquiridos.Pode-se inferir que a implantação deste trabalho fará com que omunicípio de Campo Maior se torne modelo para as demais localidades.

PALAVRAS-CHAVE: Reciclagem, Gerenciamento de Resíduos,Catadores.

1. INTRODUÇÃO

Como todos os povos, os brasileiros integram as estatísticassempre crescentes relativas à produção de resíduos sólidos. A geraçãode resíduos no mundo gira em torno de 12 bilhões de toneladas por

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ano, e até 2020 o volume previsto é de 18 bilhões de toneladas/ ano(UNEP-EEA, 2007). Pensando nesses dados o município de CampoMaior/PI implantou na cidade um sistema de coleta seletiva queconta com uma associação de catadores em parceria com a secretariade limpeza do município.

Os lixões, por sua vez, são locais de disposição final de resíduosa céu aberto sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúdepública (SHIRAIWA et al., 2002; LOPES,2006). Para cobrir oscustos reais dos serviços, juntamente com os Recursos do TesouroMunicipal, as prefeituras costumam remunerar as operações queabrangem a limpeza da municipalidade por meio da cobrança de umaTaxa de Coleta de Lixo (TCL), evitando-se o remanejamento derecursos preciosos de outras áreas (MONTEIRO et al., 2001).Conforme Mansur e Monteiro (1991) e Monteiro et al. (2001), paraefetuar a gestão adequada dos serviços de limpeza urbana, é necessáriaa realização de um levantamento das características físicas dosresíduos gerados no município: papel, papelão, vidros, garrafaspets, alumínio etc.

A coleta seletiva, além de contribuir significativamente para asustentabilidade urbana, vem incorporando gradativamente um perfilde inclusão social e geração de renda para os setores mais carentes eexcluídos do acesso aos mercados formais de trabalho (SINGER, 2002).Entre as vantagens ambientais da coleta seletiva, destacam-se a reduçãodo uso de matéria prima virgem e a economia dos recursos naturaisrenováveis e não renováveis, além da redução da disposição de lixonos aterros sanitários e dos impactos ambientais decorrentes (WAITE,1995).

Para Oliveira (1998) há duas rotas principais para os resíduos,sendo que a rota 1 corresponde à coleta, transporte e disposição final;e a rota 2 à coleta seletiva, triagem, reciclagem e reuso, retorno aoconsumidor como novo produto, enviando um mínimo possível deresíduo para os aterros, poupando os já escassos recursos da natureza.

A primeira experiência de coleta seletiva no Brasil ocorreu em1985, em Niterói (RJ), em São Francisco, bairro residencial e de classemédia (EIGENHEER, 1993). Atualmente, menos de 10% dosmunicípios brasileiros desenvolvem programas de coleta seletiva(IBGE,2001; CEMPRE, 2000).

A responsabilidade pela destinação final do lixo é da prefeitura.Mas nem sempre a coleta seletiva surge como iniciativa da própriaadministração municipal. Frequentemente, observa-se a movimentação

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de determinados segmentos da população que, tendo desenvolvidomaior consciência ambientalista, passam a cobrar dos órgãoscompetentes posturas e procedimentos mais adequados, assumindoparticipação ativa no processo de preservação e/ou de recuperaçãoambiental. (CPLEA.Guia para prefeituras, 4.ed).

É importante o poder público local oferecer condições favoráveisà instalação da central de triagem, assim como o fornecimento dealguns equipamentos essenciais e assistência jurídica e administrativaaos cooperados desta central, pelo menos até que consigam semanter, suprindo assim as carências básicas que prejudicariam obom desempenho do local principalmente no início de sua operação(MONTEIRO et al., 2001).

No ano de 2010, após longo processo de tramitação, foipromulgada a lei 12.305 que propiciou à sociedade brasileira seuprincipal instrumento de regulação e criação da Política Nacionalde Resíduos Sólidos PNRS (Brasil,2010). O Piauí ainda não dispõede uma legislação estadual que defina a política de resíduos sólidosurbanos para o Estado. O município de Campo Maior/PI possuium plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGIRS)fornecendo subsídios a propostas adequadas à realidade de CampoMaior para promoção do gerenciamento de cada tipo de resíduo(PGIRS/CM).

Conforme Mansur e Monteiro (1991) e Monteiro et al. (2001),para se efetuar a gestão adequada dos serviços de limpeza urbana, énecessária a realização de um levantamento das características físicasdos resíduos gerados no município. Campo Maior no ano de 2009 foifundada uma associação dos catadores de Campo Maior maispela falta de planejamento e conscientização da comunidade oprograma de coleta seletiva não teve êxito. No ano de 2015 com oplanejamento do PGIRS e a realização de um Fórum sobre a coletaseletiva foi um ponta pé inicial para o começo das atividades.

“Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meiodos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para aconservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencialà sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Lei. N° 9.795/1999,Art. 1° – institui a Política Nacional de Educação Ambiental).

O objetivo geral é minimizar os impactos ambientaisocasionados pelo manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos nomunicípio de Campo Maior Piauí.

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O objetivo especifico e relatar a importância da implantaçãodo sistema de coleta seletiva para o município e estabelecer programase ações de Educação Ambiental conscientizando a população residenteacerca de sua responsabilidade socioambiental.

2. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Inicialmente o trabalho foi desenvolvido tendo como principalfonte de apoio, pesquisas bibliográficas, feita em documentos: planode gerenciamento integrado dos resíduos sólidos de Campo Maior/PI, além de consulta a trabalhos e artigos científicos e consultas a sitesde empresas e associações relacionadas ao tema em questão.

Os trabalhos de conscientização ambiental foram feitos emalgumas etapas:I etapa: Pesquisa bibliográfica teve como fontes, livros de diversosautores, artigos, estudos já realizados, dicionário. Também foramefetuados diálogos com alguns catadores Campo-maiorenses e visita àsede da associação dos catadores de coleta seletiva do município, alémde entrevistas com o chefe de limpeza urbana.II etapa: Foram propostos inicialmente a implantação da coleta seletivaem alguns bairros do município de Campo Maior/PI, são os bairrospilotos: Bairro de Fatima de Lourdes, São Luís, José de almeida eSão João. E que os catadores passam1 (uma) hora antes nas residênciasnos mesmos dias da coleta do lixo orgânico devidamente fardados ecom carinhos coletores, bem como implantações de lixeiras em praçase centros comerciais do município.III etapa: Trabalho de conscientização da comunidade desses bairrospilotos, foram realizados panfletagem e conversa com a população sobrea importância da separação do lixo seco do orgânico. Realizaçãopalestras nas associações de bairros com alguns representantes dacomunidade e contando também com a ajuda das agentes comunitáriasde saúde que reforçaram a proposta de coleta seletiva nos domicílios.Foi mostrada a diferença entre lixo recicláveis e lixo não recicláveis efoi observado que a comunidade tinha dúvidas acerca desse assunto.a) Recicláveis: aqueles que podem ser usados como matéria-prima paraoutro produto já que sua função inicial já foi utilizada, exemplo: papel(jornais, revistas, papelão, fotocópias, caixas, cartazes e embalagenslonga vida); vidro (garrafas, copos, vidros de conservas, potes eembalagens); plásticos (canos, tubos, baldes, PET, descartáveis, sacose lonas); e metais (tampas de garrafas e potes, latas de alimentos e

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bebidas, potes, panelas, talheres, matérias de ferro, alumínio, cobre, eoutros metais).b) Papéis não recicláveis: adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono,fotografias, papel toalha, papel higiênico, papéis e guardanaposengordurados, papéis metalizados, parafinados ou plastificados. Metaisnão recicláveis: clipes, grampos, esponjas de aço, latas de tintas, latasde combustível e pilhas. Plásticos não recicláveis: cabos de panela,tomadas, isopor, adesivos, espuma, teclados de computador, acrílicos.Vidros não recicláveis: espelhos, cristal, ampolas de medicamentos,cerâmicas e louças, lâmpadas, vidros temperados planos. (Ib.Usp)IV etapa: Visitas a comunidade escolares em 6 (seis) escolas de bairrosdistintos para abranger todo o município, com o intuito de bate papocom os alunos sobre a importância da coleta seletiva no município,entrega de panfletos explicativos sobre quais materiais são recicláveis.São as seguintes escolas: Briolanja (bairro Flores) escola 13 de março(bairro de Fatima) Paulo Ferraz (São Luís e São João) Petrô nio Portela(Cariri) Valdivino Tito (Centro) e CEPIT (Lourdes).V etapa: Divulgação dos trabalhos em portais do município na internet,entrevistas em rádios, criação de uma fanpage em redes sociais edistribuições de cartazes em pontos estratégicos no município.

A implantação de coleta seletiva não é uma tarefa fácil poremnão é impossível. O primeiro passo para a realização do programa éverificar a existência de pessoas interessadas em fazer esse trabalho.Uma pessoa sozinha não conseguiria arcar com tudo por muito tempo,e uma das principais razões para o sucesso de programas desse tipo é oenvolvimento das pessoas. (Guia pedagógico do lixo.2ed. SP). Aassociação dos catadores de Campo Maior e formado por uma equipede 13 (treze) catadores que diariamente seguem uma rota de acordocom o dia da coleta do lixo orgânico no munícipio para facilitar acoleta do lixo recicláveis.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do gerenciamento adequado dos resíduos sólidosurbanos no município de Campo Maior, Piauí por intermédio daimplantação da Coleta Seletiva, espera-se que a comunidade sejainstigada a realizar a separação dos recicláveis e veja a importânciadesse projeto para o meio ambiente e sustentabilidade do municípioque além de gerar renda ao município, e aumenta a vida dosaterros sanitários pois menos lixo serão despejados.

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É importante também a realização de treinamentos epalestras de educação ambiental para multiplicadores (professores,lideranças comunitárias, técnicos da prefeitura, dentre outros). Aação deve ser contínua. (PGIRS/CM). Umas das etapas maisimportante do trabalho de implantação do sistema de coleta seletiva ea sensibilização da população sobre a importância desse sistema dereciclagem e o incentivo para a separação do lixo seco do úmido, alémde informar sobre a diminuição dos impactos ambientais causadospela geração do lixo.

Marçal (2005) atenta para o fato de a escola representar umespaço privilegiado para a ocorrência de discussões socioambientais eprincipalmente no ensino fundamental, o qual se destina aofortalecimento da cidadania e instrução de valores fundamentais àvida social. A realização das palestras nas escolas (imagem 1, 3 e 4)teve por finalidade esse objetivo de conversar diretamente com ascrianças e adolescentes para junto com eles alertar a importância dosistema de coleta seletiva na escola e na cidade e também o apoio dosfamiliares, foram também realizadas dinâmicas com os alunos ondeobjetivava mostrar a importância de ser sustentável para preserva omeio ambiente.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Polis (2007) é precisodiferenciar os termos lixo de resíduos sólidos recicláveis. Quandomisturados, restos de alimentos, embalagens descartadas e objetosinservíveis tornam - se lixo, que deve ter como destino ambientalmenteadequado o aterro sanitário. Esses mesmos materiais, quandodisponibilizados separadamente para a coleta seletiva (resíduos secose úmidos) tornam se materiais reaproveitáveis ou recicláveis. Naimagem 2 mostra os catadores de material recicláveis fazendo a rotadiária porta a porta recolhendo e separando o lixo d os domicílios.E o trabalho de divulgação e educação ambiental objetiva a facilidadepara que os catadores tenham em coletar o lixo sem precisar separa-lopara que nenhum material seja desperdiçado e a estratégia e que oscatadores passem no mesmo dia da coleta do lixo orgânico para facilitara coleta.

Na dimensão econômica, destacam-se o aumento da vida útildos aterros, considerando-se a dificuldade de encontrar áreas adequadaspara a disposição final de resíduos, principalmente nas grandes cidades,e a r edução dos custos dos programas de coleta seletiva para asprefeituras (DEMAJOROVIC et al, 2006; VIVEIROS, 2006;BESEN,2006). Podemos concluir que a coleta seletiva e bastante vantajosa pois

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além de gerar rendas a famílias carentes, ela diminui vida nos at errosjá que menos lixo serão lançados e redução da matéria prima da fontegeradora por meio da reciclagem do lixo.

CONCLUSÃO

A proposta de implantação de coleta seletiva é viável para omunicípio de Campo Maior/PI. Uma grande parcela da populaçãomostrou interesse pela separação dos materiais recicláveis dos nãorecicláveis com intuito de contribuir com projetos sociais desenvolvidospelas comunidades de catadores. As campanhas educativas serãofacilitadas pelo grau de escolaridade tendo em vista o grau deconsciência ecológica já despertado. Será necessário um grandetrabalho de Educação Ambiental, mas teremos resultados ao longoprazo, sendo que o importante é não desistir quando surgem osobstáculos. Foram mostrados para a população que além da economiagerada pela reciclagem a coleta seletiva contribui também com apreservação do meio ambiente, pois diminui a quantidade de lixoque chegam nos aterros sanitários e dessa maneira minimizam oimpacto causado pelo lixo gerando assim um município sustentável epreocupado com as questões ambientais.

Para que a coleta seletiva continue terá que haver o apoio diretodo governo municipal (prefeitura), e secretarias de limpeza e meioambiente como implantações de lixeiras e rotas diárias para assim haverinteresse tanto da população com dos catadores que recebem umincentivo financeiro para continuar atuando nos trabalhos de coletado lixo.

Espera-se que o sistema de coleta seletiva do município deCampo Maior seja exemplo para a implantação ao demais munícipiosdo Piauí. É melhoria de vida tanto da população como dos catadores.

REFERÊNCIAS

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Waite, H. 1995. Reciclagem do Plástico e suas aplicações industriais. USP/SEBRAE SP, São Paulo, maio.

_____. Lei n. 9795 - 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental.

215

APLICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DEPROJETOS COMO FERRAMENTA NA

ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DEECOTURISMO VOLTADA PARA PARTICIPAÇÃO

SOCIAL.

Francisco de Paulo Vieira LIMAUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

Gleyce Maria Simplicio Revoredo LIMAUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

Igor Feliciano Simplicio REVOREDOFACID, Brasil. E-mail: [email protected]

Camila Maria Simplicio REVOREDOUFPI, Brasil. E-mail: [email protected]

RESUMO: A participação social constitui uma importante ferramentana elaboração e implementação de políticas públicas na área deecoturismo. Este artigo busca refletir sobre a gestão dessas políticaspúblicas de uma maneira mais eficaz através do conceito deGerenciamento de Projetos. No processo de produção dos dadosutilizamos os referenciais da área de Ecoturismo e Administração quepermitiram a construção de uma matriz teórica. Os resultadosmostraram que ainda é bastante reduzida a participação social naspolíticas públicas de ecoturismo, mas que, com a correta aplicação dasferramentas de Gerenciamento de Projetos é possível melhorar essequadro.

Palavras-chave: ecoturismo; gestão; participação social.

INTRODUÇÃO

Políticas públicas do ecoturismo podem e devem ser formuladasatravés da participação dos principais grupos interessados: empresários,população local, grupos ambientalistas, governo, dentre outros.

Entretanto, essa participação ainda deixa a desejar, contribuindopara políticas públicas ineficazes na área de ecoturismo. O ecoturismode base local pode ser considerado uma utopia, visto que a atividadeturística trabalhada nos países periféricos é desenvolvida pelas grandes

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corporações e que não vem ao longo dos tempos proporcionando ascomunidades locais o verdadeiro intitulamento social e econômico oque não contribui de fato para a construção do desenvolvimento comoliberdade. (1)

A análise do tema faz com que gestores despertem para aproblemática da gestão de políticas públicas na área do ecoturismo.Uma vez que, o planejamento adequado gera resultados mais rápidose desejados. A partir do exposto, o presente artigo busca analisar opapel da participação social nas políticas públicas e suas possíveislimitações, bem como a importância do uso do conceito degerenciamento de projetos na implementação dessas políticas.

O presente trabalho foi feito através de uma revisão da literaturaespecializada nas áreas de ecoturismo e gestão.

MÉTODOS

Este estudo constitui-se de uma revisão da literaturaespecializada, realizada entre abril e maio de 2015, no qual realizou-se uma consulta a livros e periódicos presentes na BibliotecaComunitária Jornalista Carlos Castello Branco (BCCB) em UFPI-Teresina e por artigos científicos.

Nessa direção foram elaboradas algumas consideraçõesconceituais, a partir de um levantamento bibliográfico sobre a temáticadeste estudo. Os aspectos destacados na fundamentação teóricapossibilitaram a elaboração e a aplicação de uma metodologia quepermitiu atingir o objetivo deste artigo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Existe uma tendência atual para o crescimento do ecoturismoem todas as regiões do Brasil. Fenômeno este, por sua vez, muitolucrativo para empresários e consequentemente bom também paraos cofres públicos e desenvolvimento de uma localidade. Umas dasmaneiras de gerir o ecoturismo de uma região é através daparticipação popular. Entretanto, nem sempre é utilizado de umamaneira adequada na formulação de políticas públicas deecoturismo.

Segundo o Art. 5º do Plano Nacional de Turismo 2013-2016,um dos programas do Ministério do Turismo é fortalecer a gestãodescentralizada, parcerias e participação social. (2)

217

A participação social constitui uma importante ferramenta parao ecoturismo de uma região, entretanto, tem sido pouco utilizada comoexplica Fadini abaixo:

Entre os sérios problemas decorrentes do segmentoturístico encontra-se a ausência de planejamentos queconsideram a participação como prioridade para astomadas de decisão da localidade...(3)

Apesar do Meio Ambiente ser um dos temas transversaisabordado no PCN (Parâmetros curriculares nacionais).(4) Ou seja, jáera para estar no cotidiano da população, em especial das crianças pormeio das escolas.

Ao se tomar o Meio Ambiente como foco de preocupaçãofica clara a necessidade de que, ao aprender sobre essatemática, os alunos possam também aprender práticas queconcorram para sua preservação, tais como a organizaçãoe a participação em campanhas contra o desperdício.

Fadini também confirma a importância do tema Educaçãoambiental para a resolução do impasse da pouca participação popularno ambiente de ecoturismo.”Uma das formas para alcançar aparticipação de todos os segmentos sociais, inclusive do turista, é atravésda incorporação da Educação Ambiental”.(3)

Mas segundo o mesmo autor, para a participação dos grupossociais ser mais efetiva, é que haja a participação social na elaboraçãoe na implantação das políticas públicas.

A resolução dos conflitos ambientais e de uso dos recursosnaturais presentes no município exige a formulação depolíticas públicas que subsidiem propostas deplanejamento, entre elas, as de turismo sustentável e asde Educação Ambiental.(3)

E de acordo com Maranaldo (5) (1989, p. 60), a AdministraçãoParticipativa é o conjunto harmônico de sistemas, condiçõesorganizacionais e comportamentos gerenciais que provocam eincentivam a participação de todos no processo de administrar. Visandoatravés dessa participação, o comprometimento com os resultados(eficiência, eficácia e qualidade) não deixando a organização apresentardesqualificação.

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Umas das áreas da Administração seria a de Gerenciamentode projeto, que consiste em atuar de forma a atingir os objetivospropostos dentro de parâmetros de qualidade determinados. Ou seja,dadas as metas e as restrições de recursos e tempo, cabe ao gerente deprojetos garantir que ele atinja os objetivos propostos.

A edição e implementação de políticas públicas se dá atravésde: legislação, programas, projetos e ações, para viabilização das metas.Segundo o PMBOK(6) , Programa nada mais é que o conjunto deProjetos, e Projeto “um esforço temporário com a finalidade de criarum produto/serviço único”.

O Gerenciamento de Projetos, portanto, é a aplicação deconhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos deforma efetiva e eficaz. Trata-se de uma competência estratégica paraorganizações, permitindo com que elas unam os resultados dos projetoscom os objetivos do negócio.

Desse modo, o Gerenciamento de Projetos torna-se essencialna condução de políticas públicas voltadas para o ecoturismo, e ainclusão eficaz da participação social.

De acordo como Guia PMBOK 2013 (7), na sua 5°edição, existeuma nova área de conhecimento na gestão de projetos, o“gerenciamento das partes interessadas”, enfatizando o diálogocontínuo entre a equipe do projeto e os grupos de interesse, e o maiorenvolvimento deles nas decisões e atividades do projeto. Para isso sãoproposto dois novos processos: planejar o envolvimento das partes emonitorar e controlar o seu envolvimento.

Um exemplo de Projeto que promove a participação social, é odesenvolvido pela Prefeitura de São Luís-MA, chamado ProjetoTurismo Educativo. O mesmo promove a educação patrimonial eambiental com alunos da rede municipal de ensino, enfatizando aimportância da preservação e valorização dos atrativos históricos,culturais e naturais de São Luís, estimulando a boa conduta e osprincípios éticos no ambiente escolar.(8)

Um dos modos para gerenciar projetos com eficácia é por meioda EAP. Segundo DAYCHOUM(9) EAP (Estrutura Analítica deProjetos), do inglês, Work breakdown structure (WBS) é umaferramenta de decomposição do trabalho do projeto em partes menorespara facilitar o controle. Assim, por meio dessa ferramenta é possívelestimar custos, monitorar e controlar o trabalho planejado.

A estrutura é organizada como a raiz de uma árvore, onde asentregas mais abrangentes são posicionadas no topo e as mais

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específicas na parte inferior, agrupadas por níveis hierárquicos. Dessemodo, o trabalho do projeto é subdivido em partes menores e maisfacilmente gerenciáveis.

Este estudo se propôs a analisar a importância da participaçãoda sociedade na gestão de políticas voltadas para o ecoturismo.Confirmou-se as limitações dessa participação, bem como indicou-sepossíveis soluções através da aplicação do conceito de Gerenciamentode Projeto nas políticas públicas.

A literatura encontrada na área de ecoturismo aborda o tema,mas pouco contribui para o crescimento da participação social noprocesso de gestão. Por essa maneira, buscou-se complemento na áreade Administração e em algumas de suas técnicas.

Entretanto, antes de sair trabalhando no projeto e utilizandosuas técnicas, tem que se entender as reais necessidades dos grupos deinteresses (empresários, população local, ambientalistas, governo, etc).Uma vez que, o resultado de um projeto não deve ser o objetivo dogestor de projeto, mas sim de todos os envolvidos.

Assim, percebe-se que deve existir claramente a identificaçãodo público-alvo do projeto. E esse público-alvo, ou seja, os grupos deinteresse é que deve indicar os próximos passos do projeto. Por exemplo,por meio de audiências e consultas públicas, fórum de debates, Mesasde Negociação, canais de Ouvidoria. Com o propósito do foco ser naspartes interessadas e no resultado, e não somente no planejamento emsi.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos que uns dos objetivos das políticas públicas de ecoturismoseria a inserção da participação social em sua elaboração. Todavia,ainda existe muitas limitações na inclusão dos grupos de interesse.

Constatou-se que as políticas públicas para o ecoturismoprecisam ser objetivas, de forma a direcionar o desenvolvimento doecoturismo em consonância com a conservação ambiental. Visto quea objetividade dessas práticas só seria alcançada através de um bomplanejamento. E ferramentas administrativas, tal como a EAP, podemauxiliar no alcance de melhores resultados durante a formulação eimplementação das políticas públicas de ecoturismo.

O gerenciamento adequado de um projeto auxilia nodirecionamento de um objetivo, ou seja, se o resultado almejado é o deaumentar a participação social no ecoturismo, deve existir um

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planejamento para que isso ocorra de fato. Não esquecendo que oprojeto deve sempre ser voltado para o atendimento das partesinteressadas, isto é, empresários, população local, grupos ambientais,governo, etc.

Assim, o artigo busca contribuir com a compreensão dessatemática, abrindo caminho para trabalhos futuros na área departicipação social no ecoturismo. Uma vez que, estudos desta naturezasão importantes para gestores públicos que desejem implantar ouaprimorar políticas públicas de ecoturismo em sua região. Desde quehaja o entendimento de que a prática de ecoturismo só vão funcionarem sua plenitude, se os gestores voltarem sua atenção para as partesinteressadas.

REFERÊNCIAS

1- MACEDO, Raquel Fernandes de; MEDEIROS, Viviane Costa Fonseca deAlmeida; AZEVEDO, Francisco Fransualdo de; ALVES, Maria Lucia Bastos.PASOS. Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. Vol. 9 Nº 2 págs. 437-448. 2011.

2- Brasil. DECRETO No 7.994, DE 24 DE ABRIL DE 2013.Aprova o PlanoNacional de Turismo 2013- 2016. Diário Oficial da União Seção I, Nº 79,quinta-feira, 25 de abril de 2013, p. 13 e 14.

3- Fadini, A.A.B; Fermino, E.S.; Hoefel, J.L.M.; Suarez, C.F.S. Políticaspúblicas e participação social: perspectivas de turismo sustentável em Vargem(SP). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.3, n.1, 2010, pp.91-108

4-Parâmetros curriculares nacionais : apresentação dos temas transversais,ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.

5-MARANALDO, D. Estratégia para a competitividade. São Paulo:Produtivismo, 1989.

6- A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBoK). 3rd edition.Project Management Institute Inc, 2004.

7-Guia PMBOK® 5a. ed. – EUA: Project Management Institute,2013.

8- Governo do Maranhão. Disponível em: http://www.saoluis.ma.gov.br/.Acesso em: 29/04/15.

9-DAYCHOUM, Merhi. 40 + 8 ferramentas e técnicas degerenciamento.4.ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2012.

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PEQUENAS QUEIMADAS URBANAS:CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE DA POPULAÇÃO

Claudehany Farias Costa1

Ana Carla Marques da Costa2

RESUMO: A poluição do ar é um dos mais evidentes problemasambientais nos centros urbanos, ocasionados pelas pequenasqueimadas, sendo necessário que haja mudanças nos hábitos antigose melhora em sua relação com o meio ambiente. O presente trabalhoteve por objetivo identificar os moradores do Bairro em estudo arespeito da prática de queimadas urbanas, comumente usada pelapopulação. A metodologia foi uma pesquisa de campo, exploratóriodescritivo, com abordagem quantitativa. Para a obtenção dos dadosfoi aplicado um questionário durante a visita realizada em cadaresidência do local de estudo e após a entrega de um folheto pedindoa contribuição em prol do meio ambiente. De acordo com osresultados obtidos, 60% dos homens e 69% tem a pratica de queimaro lixo mesmo 64% dos homens e 100% das mulheres sabendo queisso causa impactos ambientais, e 78% homens e 57% das mulheresrelataram ser mais prático e rápido. Como analise final foi evidenciadoo arrependimento da população do estudo e revelaram ainda apromessa de mudanças de seus hábitos de vida, o qual as pessoas setornaram mais capazes de compreender e interpretar os problemas asua volta, sendo assim capaz de agir em prol da sua saúde e do meioambiente.

PALAVRAS-CHAVE: Queimadas; Saúde; Meio ambiente;

INTRODUÇÃO

Uma prática muito antiga e que ainda persiste no meio urbanoé a prática de queimadas, sendo muito comum o seu uso para queimade lixo doméstico, lixo comercial e lixo industrial, principalmente, noperíodo da tarde, sendo o fogo o meio mais utilizado para limpezapública compostos por folhas em geral, galhos de arvores, papelões,entulhos de construção, terras, animais mortos, madeiras e móveisdanificados tal prática é comum em pequenas e grandes cidades, pois

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se encontra associada a falta de sensibilização da população e a pobreza,como também se constitui em uma prática cultural.

A poluição do ar é um dos mais evidente problemas ambientaisnos centros urbanos, pois todos precisam respirar o tempo inteiro,mesmo dormindo. A fumaça atinge igualmente ricos e pobres. Dobarulho, do transito e da criminalidade até se pode sonhar em escapar,protegendo-se atrás de muros e locomovendo-se de helicóptero. Éimpossível fugir do material particulado – uma poeira quase invisívelde tão fina – que aumenta a mortalidade de idosos e de bebês em cidadescomo São Paulo, nos dias de maior poluição. Hoje a poluição do artambém se tornou um problema de regiões rurais (LEITE, 2012).

A queima como prática inadequada em ambientes urbanos nãoé visto de forma preocupante pelas autoridades, pois ao andarmos noslocais em estudo verificamos a prática sem nenhum empecilho porparte das autoridades nesses aspectos de degradação do meio ambientemesmo sendo ao longo prazo.

Queimada é uma combustão incompleta ao ar livre, e dependedo tipo de matéria vegetal que está sendo queimada, de sua densidade,umidade etc., além de condições ambientais, em especial a velocidadedo vento (RIBEIRO; ASSUNÇÃO,2002).

O estudo dos problemas ambientais e de suas soluções nuncafoi tão importante. Parcialmente devido ao rápido crescimento dapopulação humana e, em parte, devido às mudanças ou aos avançostecnológicos, a humanidade está se tornando uma espécie urbana e osefeitos sobre o meio ambiente são cada vez mais reflexos da vida urbana(BOTKIN; KELLER 2011).

Nas cidades estão os melhores empregos, quanto maior a cidademais movimentada e rica a sua vida cultural, com faculdades, livraria,teatros, cinemas, escolas, restaurantes parques e assim por diante.Reparando bem, você vai perceber que a maioria dos problemas urbanosestá relacionado a com os problemas ambientais (com exceção parafalta de empregos e a criminalidade, que não cabe tratar aqui), ou sejasão as dificuldades que surgem quando as atividades humanas produzefeitos danosos sobre as condições naturais que nos cercam sejam elaso ar que respiramos, a quantidade de luz ou de calor que recebemos, oruído que atinge nossos ouvidos,, os obstáculos que nos impedem dechegar rapidamente ao nosso destino ou a paisagem que nos oprime,em vez de maravilhar (LEITE, 2012).

Alguns autores, como Dubos (1961) e Audy (1971), vêem asaúde como um processo contínuo de reação e adaptação,

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diferentemente da definição adotada pela Organização Mundial daSaúde em 1946: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico,mental e social, e não meramente a ausência de doenças” (RIBEIRO,2001b).

No entanto o homem depende do meio ambiente, pois só podeviver em ambientes com determinadas características e com certavariedade de recursos disponíveis. Em razão da tecnologia e a ciênciaatuais propiciarem à humanidade o poder de destruir o meio ambiente,é necessário compreender como este funciona para que seja possívelviver de acordo com suas restrições (BOTKIN, 2011).

Queimar lixo nas cidades é crime ambiental, podendo renderao infrator multa de R$ 500 a R$ 50 milhões. O que diz a Lei de CrimesAmbientais (9.605 de 13 de fevereiro de 1998) em seu artigo 54: causarpoluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possamresultar em danos à saúde humana. (MARCIATRINDADE, 2013)

O presente trabalho foi elaborado com a finalidade dedemonstrar as consequências ocasionadas pelos atos inadequados dapopulação em estudo com o meio ambiente, através das pequenasqueimadas. Pois é muito importante o estudo em questão para melhoraras condições de vida das pessoas e do meio em que vivemos, o qualnecessitamos entender os possíveis efeitos negativos que o homem podecausar ao meio e a si mesmo, e que a longo prazo as pequenas atitudescausam efeitos gigantescos afetando assim a qualidade de vida daspessoas.

E muitas pessoas não sabem a real consequência de suas atitudesno ciclo de vida dos seres vivos. Pois o homem está destruindo o seuúnico meio de sobrevivência. Portanto necessitamos sensibilizar apopulação em geral para que cada um possa fazer a sua parte, e procurarmeios alternativos para que o seu bem esta não prejudique o ambientee as futuras gerações.

O objetivo do estudo foi conhecer os hábitos comportamentalda população sobre o destino do lixo, e verificar o número de pessoasque praticam as pequenas queimadas e relacionar com os problemasde saúde na população, E verificar o número de pessoas que praticamas pequenas queimadas e perceber o quanto as pessoas necessitam deincentivos para as mudanças de atitudes que prejudicam também asaúde e de todo o ambiente. Pois as pessoas necessitam de incentivospara mudanças de atitudes na qual a sua postura pode levar a populaçãoa refletir sobre esse problema.

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METODOLOGIA

Desenho do estudo

A metodologia foi uma pesquisa de campo, exploratóriodescritivo, com abordagem quantitativa.

Local da pesquisa

Município de Caxias, no bairro ponte. A escolha deste Bairrofoi devido a ser observado uma grande parte de moradores quereclamavam da fumaça e de problemas respiratórios População

Moradores do Bairro Ponte. Total de 31 moradores.Critérios de Inclusão

- Ter idade acima de 18 anos; -Morador a mais de 2 anos nobairro -Ter capacidade mental de resposta -Terá direito a responder oquestionário apenas um morador por cada residência

Coleta de dados

A pesquisa desse estudo foi realizada por meio de uma pesquisavisitas domiciliares com moradores da área em estudo.

Instrumento da Coleta

Para a obtenção dos dados aplicou-se um questionário(Quadro-1 – ANEXO 1) contendo dez questões objetivas, que abordouo tema queimadas inadequada do lixo. Esse questionário foi aplicadocom aos moradores, onde em cada local da entrevista teve-se umtempo de trinta e cinco minutos para responder o questionário. Foisolicitado aos mesmos que usassem o máximo de sinceridade nasrespostas.

A cada chegada em uma residência, foi apresentado o motivoda visita, onde cada acadêmico estava devidamente caracterização,utilizando crachá ou fardamento da instituição. Explicamos o objetivoda pesquisa e foi pedida a possível colaboração do mesmo pararesponder algumas questões sobre o tema abordado.

Após a coleta de dados, foi feito a entrega do folheto contendopedido de colaboração em Pról do Meio Ambiente e da Saúde, ondeinforma como colaborar e as vantagens em colaborar. Conforme anexo(Quadro-2 – ANEXO 2). Onde ficou em cada visita um folheto auto-explicativo onde informação a cada morador as consequênciasnegativas da queima inadequada do lixo.

Analise dos dadosInseridos em gráficos os dados.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram entrevistadas 31 pessoas, sendo 15 homens e 16mulheres, e realizados perguntas objetivas para coleta de dados. Naprimeira abordagem a maioria dos moradores indicou que Sim, quealguém de sua residência queima o lixo no quintal ou em frente desuas casas e essa seria a melhor alternativa (Gráfico-1). Mas, durante aentrevista a maioria deles acabou confessando que acham essa praticaum erro, mas que é a única solução para o problema.

Gráfico 1. Relato dos moradores quanto a queima do lixo no quintal ou emfrente de suas casas, no Bairro Ponte segundo sexo, Caxias-MA

No gráfico 2 teve como foco qual tipo de lixo que os moradoresqueimam com mais frequência, percebeu-se que é o lixo mais queimadoé proveniente de limpeza pública e em segundo o lixo comercial.

Gráfico 2. Relato dos moradores quanto ao tipo de lixo que é queimado noBairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA.

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A terceira questão indagou aos moradores qual o motivo queos levam a queimar o lixo e a maioria responderam ser mais rápido eprático, conforme gráfico-3.

Gráfico 3. Relato dos moradores sobre qual motivo que os levam a queimaro lixo no Bairro Ponte segundo sexo, Caxias-MA

A quarta questão levava em consideração a existência dorecolhimento regular do lixo no Bairro, pois a maioria tanto sexomasculino como sexo feminino relatam que existe um recolhimentodo lixo gráfico 4, através de carro coletor de lixo.

Gráfico 4. Relato dos moradores sobre a existência do recolhimento regulardo lixo no Bairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA

Na quinta pergunta tratou-se de quantas vezes na semana éfeito o recolhimento do lixo no Bairro, onde observamos que asmulheres estão mais bem informada sobre o assunto, somente 40%dos homens, e 56% das mulheres entrevistadas tem a informação corretadesses dias, e sabem realmente quantos dias o carro faz o recolhendo

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do lixo, de acordo com a gráfico 5. O que nos mostram que muitaspessoas não sabem os dias do recolhimento correto e algumasmostraram total desinteresse por isso.

Grafíco 5. Relato dos moradores sobre quantas vezes na semana é realizadoo recolhimento do lixo no bairro ponte, segundo sexo, Caxias-ma

A sexta questão levantou a hipótese para os moradores se aqueima causava impactos ambientais, sendo que 100% as mulheres eapenas 93% dos homens disseram sim mostrando que muitos tem aconsciência dos impactos causados ao meio e a saúde, mas não mudamsuas pratica.

Gráfico 6. Relato dos moradores se eles achavam que a queima do lixocausa impactos ambientais, no bairro ponte, segundo sexo, Caxias-ma

Na sétima questão 100% dos moradores confirmam que sabemdas causas de doenças e problemas ambientais proveniente dasqueimadas, tanto os homens como as mulheres tem esse conhecimentosobre o assunto, gráfico 7.

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Gráfico 7. Relato dos moradores Se eles acham que a queima do lixo causadoenças a seres humanos, Bairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA

Na oitava questão 57% dos homens e 75% das mulheres relatamrealizar a queima do lixo durante o período da tarde, e 19% dasmulheres 29% dos homens a qualquer hora, e 14% dos homens e 6%dos mulheres pela manhã.

Grafico 8. Relato dos moradores sobre Qual o período em que mais serealiza a queima do lixo no Bairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA

Na nona questão a maioria dos entrevistados tanto homensquanto mulheres dizem que seus vizinhos queimam o lixo em diferenteshorários, e que algumas pessoas até tem horários específicos.

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Grafico 9. Relato dos moradores se Seus vizinhos tem a pratica de queimaro lixo no Bairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA

Na décima e última questão, a maioria dos moradores relatamque Conhecem pessoas com problemas respiratórios no Bairro, sendoque 67% dos homens, e 56% da mulheres responderam sim, e algunsresponderam que eles mesmo tinham problemas respiratórios,(gráfico10)

Grafico10. Relato dos moradores se as mesmas Conhecem pessoas comproblemas respiratórios no Bairro Ponte, segundo sexo, Caxias-MA.

É muito comum ver moradores ignorando a lei e queimandolixo doméstico. Para quem não sabe, ou ignora este problema e insistemem eliminar “lixo” ou se livrar de folhas de árvores no quintal de casa,rua ou terreno baldio através de queimadas (MARCIATRINDADE,2013)

Quando uma poluição aumenta demais numa área em quevivem populações humanas, aumenta-se substâncias indesejáveis e

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prejudicial à saúde dos seres humanos, em primeiro lugar, mas tambémde animais e plantas as pessoas começam a ficar doentes (LEITE, 2012).

A queima do lixo lança no ar dezenas de produtos tóxicos, quevariam da fuligem (que afeta os pulmões) às cancerígenas dioxinas,resultantes da queima de plásticos. Além disso, queimar lixo no quintalaumenta o risco de incêndio e a fumaça produzida pela queimaproduzem gases que causam sérias doenças respiratórias, alérgicas edermatológicas que combinado com a baixa umidade do ar ondecrianças e idosos são os grupos mais vulneráveis.(MARCIATRINDADE, 2013)

De acordo com o estudo realizado podemos observar que apopulação precisa ser mais monitorada sobre essa prática pois osmesmos sobem os malefícios ocasionados pela queima inadequada dolixo e sendo a mesma desnecessária, pois existe o recolhimento do lixoregularmente, as pessoas estão adquirindo doenças respiratórias, algunsrelatam que a mesma tem, e ninguém tem dúvidas que a queima causadoenças em humanos, mas ainda assim a maioria das pessoas temhábitos de queimar o lixo. Sendo necessário uma maior rigor sobreessas práticas que são realizadas constantemente por homens emulheres. (MARCIATRINDADE, 2013).

Para Dubos (1961), “estados de saúde ou doença são a expressãodo sucesso ou fracasso experimentado pelo organismo no seu esforçode resposta adaptável aos desafios do meio ambiente”. Para Audy(1971) “saúde é a propriedade contínua, potencialmente mensurável,da habilidade de um indivíduo reagir a insultos químicos, ou físicos,ou infecciosos, ou psicológicos, ou sociais” (RIBEIRO;ASSUNÇÃO,2002).

Um dos mais graves problemas ambientais nas cidadesbrasileiras e do mundo é o da deposição de lixos e resíduos de seusmoradores. Apesar de todas as informações disponíveis hoje pelosmeios de comunicação, algumas pessoas insistem em continuardestruindo o meio ambiente e contribuindo para piorar a qualidade devida na cidade. Talvez não seja pela falta de informação, mas sim pelafalta de cidadania e de respeito ao próximo (MARCIATRINDADE,2013).

CONCLUSÃO

Este trabalho foi de grande importância, pois percebemos queé uma preocupante as atitudes errôneas das pessoas com o meio

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ambiente que aumentam a sua degradação, através da queimainadequada que mesmo sendo aparentemente muito pequena paracausar danos, mas que ocasiona o aumento da temperatura, doençasrespiratórias aos seres humanos ou seja, prejuízos a todos os seres vivos,e um total desequilíbrio ambiental.

Porém é preciso que se tenha maior atenção para essas práticashumana e que melhore o processo de informação e incentivo as pessoaspara mudanças de seus hábitos com relação ao meio ambiente, paraque se tenham gerações futuras com atitudes diferentes das quepodemos observar até o momento, e que possam assegurar uma vidamais digna e com mais segurança para o homem e o meio ambiente,sem o qual não podemos viver.

Acredita-se que este comportamento seja pela cultura já trazidados pais e que os filhos carregam uma experiência social e cultural.Essas visitas dentre várias atitudes que podem ser tomadas,proporcionou a reflexão de alguns moradores, especialmente àquelesque sofrem com doenças respiratórias.

A sensibilização ambiental, trabalhada nos Bairros junto a cadamorador tem a capacidade de disponibilizar conhecimentos, organizare problematizar o assunto abordado de modo a promover, um avançono desenvolvimento, e educação dos moradores do Bairro, para umamelhor convivência em sociedade e um melhoramento no estilo devida, na sociedade, promovendo condições para que o mesmoidentifique outros moradores com práticas inadequadas e resolvaproblemas a partir de diálogos e relatos de melhoramento na saúde.As observações, sobre os fatos relacionados às pratica de queimadasna área urbana, diálogos possibilita que aos moradores que elesconsigam tirar sua própria conclusão sobre o assunto e torne-se capazde questionar hábitos antigos.

REFERÊNCIAS

AUDY, J.R. Measurement and diagnosis of health. In Shepard, P. & McKinley,D. (eds.) Environ/mental. essays on the planet as a home. New York, HoughtonMifflin, 1971.

BEGON, M., C. R. Townsend e J. L. Harper 2007. Ecologia de Indivíduos aEcossistemas. 4ªed, Artmed, Porto Alegre. (2005, 4ª ed. Blackwell, Oxford ou3a ed., 1996).

DUBOS, R. Man adapting. New Haven, Yale University Press, 1961.

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EDWARD A. Keller; Daniel b Botkin; Editora: LTC;. Ciência Ambiental - Terra,Um Planeta Vivo - 7ª Ed. 2011.

LEITE, Marcelo. Direito civil em mapas mentais. Data. 2012.Publicação:Imprenta: Niterói, RJ, Ponto, Impetus, 2012.

RIBEIRO, H. Fossil fuel energy impacts on health. Encyclopedia of LifeSupport Systems. Unesco, 2001a. http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Queima de Lixo acesso em 11/12/2014 www.walmambiental.com.br acessoem 12/11/2014 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.2015 acesso em 13/05/2015

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DIFERENTES ABORDAGENS E CONTRIBUIÇÕESDA AGROECOLOGIA EM ESCOLAS DE

ENSINO MÉDIO

Cristiane Lopes Carneiro d’Albuquerque1

Renata Lopes de Oliveira2

Amando Oliveira Matias3;Maria da Conceição Bezerra da Silva Matias4

RESUMO: O contexto agroecológico é inserido nas escolas de ensinotradicional como tema transversal das disciplinas curriculares,enquanto que nas Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) a agroecologiaé o tema gerador, fomentador das disciplinas curricular do ensinomédio se tornando um instrumento de ensino aprendizagem. Opresente estudo teve como objetivo comparar as diferentes abordagensagroecológicas no ensino médio e sua contribuição para o processoensino-aprendizagem. A metodologia utilizada foi à quantitativadescritiva com aplicação de questionários semiestruturados. Osresultados demonstram que a abordagem sobre agroecologia comotema gerador é mais eficiente porque possibilita maior apreensão dosconteúdos didáticos e difusão desses em suas comunidades. Essaintegração de conteúdos teóricos e práticos induziu a uma menortaxa de evasão escolar e taxa de repetência nas EFAs em relação àsescolas tradicionais

Palavras-chaves: pedagogia da alternância, desenvolvimentosustentável, contextualização.

INTRODUÇÃO

Agroecologia é uma ciência ou disciplina científica, queapresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias que nospermitem estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas.Os agroecossistemas são considerados como unidades fundamentaispara o estudo e planejamento das intervenções humanas em prol dodesenvolvimento sustentável. Essa ciência em construção propõe umasimbiose de diversos conhecimentos numa abordagem sistêmica dosaspectos econômico, social, político, ético, cultural e social, o que é

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muito importante para a questão humana e seus aspectos socioculturais(CAPORAL E COSTABEBER, 2007)

A escola é outro espaço importante para a formação deindivíduos responsáveis e aptos a colaborar e decidir sobre questõessociais, restabelecendo suas relações com o meio onde vive. A educaçãoambiental torna-se então uma prática necessária para fortalecer asrelações homem–ambiente.

Assim, o processo educacional deve transmitir e difundir osprincípios e valores das diferentes visões e propostas para alcançar asustentabilidade. A educação ambiental implica num processo deconscientização sobre os processos socioambientais emergentes, quemobilizam a participação dos cidadãos na tomada de decisões, juntocom a transformação dos métodos de pesquisa e formação, a partir deuma ótica holística e enfoques multidisciplinares (LEFF, 2001).

Nesse contexto, o resultado seria a conexão dos saberesnecessários para a construção significativa do conhecimento, emmódulos de aprendizagem, onde os conteúdos estão distribuídos deforma interdisciplinar, gradativamente complexa e significativa para oestudante (BICA et al., 2007).

Dentro do aspecto educacional, a ciência agroecologia vemsendo introduzida de duas formas: como tema transversal as disciplinasdo ensino médio da rede pública que adotam uma metodologiatradicional de ensino, e como tema gerador de conhecimento em escolasagrícolas famílias.

As lutas por educação de qualidade fizeram surgir novasexperiências, as quais possibilitaram alternativas pensadas e geridaspelos trabalhadores camponeses, movimentos sociais do campo einstituições religiosas. Dentre as várias concepções de ensino quetrabalha a educação no/do campo destacou a contribuição dapedagogia da alternância realizada pelas Escolas Família Agrícola –EFAs.

A pedagogia da alternância baseia-se em dialogar com asvertentes do ensino, estando em abertura tanto com o teórico quantocom a empírica, ou seja, o educando em seu período de internato,chamado de sessão, está em convívio constante com as aulas em sala, eseus horários de atividades práticas, onde, de acordo com a estruturada EFA, eles irão desenvolver o que aprenderam.

O foco principal da unidade EFA é integrar as diversas fontes erecursos de aprendizagem, integrando ao dia a dia da escola gerandofonte de observação e pesquisa exigindo uma reflexão diária por parte

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dos educadores e educandos envolvidos. As atividades desenvolvidaspermitirão a aplicação prática de conteúdos de diversas disciplinas.

O quadro educacional brasileiro é ainda bastante insatisfatório.Sabemos que o problema da evasão e da repetência escolar no paístem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes de ensinopúblico, pois as causas e consequências da evasão e repetência escolarestão ligadas a fatores sociais, culturais, políticos, econômicos e outros(VIEIRA, 2009).

A formação na alternância tem como objetivo principalpossibilitar a educação em tempo integral, envolver as famílias naeducação dos filhos, fortalecer a prática do diálogo entre os diferentesatores que participam dos processos de formação dos educandos. APedagogia da alternância visa melhorar a vida escolar e familiartentando reduzir o índice de evasão provocado pelas escolas de ensinomédio tradicionais.

Existem na literatura diversos trabalhos que avaliaram aagroecologia como temas geradores e como temas transversais nosdiferentes tipos de escolas do ensino médio, como: Miranda (2013);Santos et al. (2012); Ferreira et al. (2009) e Fonseca (2008).

Entretanto, não foram encontrados estudos que façam acomparação entre essas abordagens agroecológicas, principalmente noestado do Piauí e que reflitam sobre seus resultados efetivos no processode ensino aprendizado.

Este trabalho tem como objetivo comparar as diferentesabordagens agroecológicas no ensino médio e sua contribuição para oprocesso ensino-aprendizagem

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada em escolas de ensino médio da redepública do Estado do Piauí. O universo amostrado contemplou 04(quatro) escolas da rede pública que adotam o sistema tradicional deensino - TRAD e 03 (três) escolas famílias agrícolas – EFAs, em cadalocal foram aplicados questionários semi-estruturados para os discentes(10 em cada escola), docentes (03 em cada escola) e para a direção (01em cada escola), resultando em um total de 70 questionários paradiscentes, 21 para docentes e 07 para diretores.

Para os discentes e docentes foram abordadas questõesreferentes: à contextualização da teoria apresentada em sala de aula ea vivência dos discentes e seus reflexos nas famílias e/ou comunidades,

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apontada como abordagem social; questões referentes à conservaçãodo meio ambiente, chamada abordagem ambiental e questões deconhecimento da agroecologia e agricultura orgânica, que foi aconcepção do entendimento conceitual desses temas.

Para os diretores as questões foram referentes às estatísticas dasescolas como: taxas de evasão e de repetência e comportamentais comoos percentuais de gestação precoce e da utilização de drogas ilícitaspor parte dos discentes.

Os dados foram transformados em percentuais utilizando oprograma computacional EXCEL, além disso, fez-se revisão deliteratura sobre a temática.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

UNIVERSO DISCENTE: PERCEPÇÕES

Atualmente vive-se um período de construção e reconstruçãode paradigmas em relação aos processos produtivos, pedagógicos,educacionais, culturais, enfim em todas as instâncias da vida do serhumano, procura-se priorizar as relações do homem com o meioambiente e com o próprio homem em detrimento de um modelo dedesenvolvimento econômico e social centrado no lucro imediato e quebeneficia minorias.

O ambiente escolar é o espaço propício para formar jovens commais responsabilidade sócio-ambiental. Esse comportamento possibilitaa sustentabilidade nos mais diversos aspectos descritos por Caporal eCostabebe (2007). Se isso já está ocorrendo e em que espaços ocorremé o que os resultados abaixo revelaram.

Perguntado aos discentes quais as disciplinas cursadas poderiamser aplicados em suas vidas cotidianas; as escolas famílias informaramque as disciplinas têm percentuais homogêneos de aplicação enquantoque os resultados dos discentes do ensino médio tradicionalapresentaram maiores valores para as disciplinas de biologia (28%) eportuguês (20%), enquanto outras primordiais para a convivênciahumana como filosofia (6%) quase não foram percebidas comoaplicáveis.

Em complementaridade a essa informação, os discentes dosEFAs disseram que compartilham o aprendizado das disciplinas emsuas casas e/ou comunidades e ainda 100% desses discentes afirmaramque o aprendizado favorece a convivência familiar em contracenso um

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percentual baixo (45%) dos discentes das escolas tradicionais quedeclararam repassar os conteúdos aprendidos e a maioria (71%)afirmou que se os assuntos curriculares não favorecem o convíviofamiliar.

Esses resultados demonstram a importância do ensinocontextualizado tanto para o aprendizado como para a melhoria daqualidade de vida dos familiares e das comunidades as quais estesindivíduos estão inseridos, pois conseguem perceber que o exercícioda cidadania perpassa pelo respeito aos semelhantes em todos osaspectos. Segundo Santos et al. (2012), o homem não viveautenticamente enquanto não se acha integrado à sua realidade. Semessa integração, o processo se faz inorgânico e inoperante, pouco haverápromoção de aprendizagem. Por outro lado, mostra uma desconexãodaquilo que é estudado com a realidade vivenciada pelo alunado dasescolas públicas tradicionais. Isso denota que as práticas pedagógicasutilizadas são pouco atrativas ao público, esse fato pode ser umas dasexplicações para as taxas de evasão escola e repetência (MEC, 2012),existentes na rede pública estadual (4,1% e 15,5%, respectivamente)serem geralmente superiores a regional (3,3% e 16,2%, respectivamente)e a nacional (3,4% e 14,8%, respectivamente).

Ao serem questionados sobre conservação do meio ambienteconstatou-se que mais de 70% dos discentes dos dois segmentos dasescolas pesquisadas já haviam estudado sobre conservação ambiental.Essa informação evidencia que as diretrizes dos ParâmetrosCurriculares Nacionais (PCN), no que se refere à inserção dessatemática nos currículos, está sendo cumprida. Resultado semelhanteao do presente estudo foi encontrado por Santos et al. (2012).

Os reflexos do aprendizado desses conteúdos são sentidos namudança de comportamento dos discentes em relação aos recursosnaturais, pois quando perguntados quais as práticas de conservaçãoestudadas foram realizadas, os discentes deram respostas homogêneastais como: jogar lixo no lixo e não desperdiçar água (mais de 25%)seguida da rejeição à prática das queimadas (maior que 17%).Entretanto, a prática de separação do lixo orgânico do não orgânicoainda é pouco adotada, menos de 10% dos pesquisados informaramter essa preocupação, o que é compreensível, uma vez que ainda nãoexistem ações das esferas governamentais que possibilitem essaprática. Santos et al. (2012), ao questionar os discentes do 3º e 4ºanos do ensino médio tradicional, quase 50% fizeram a mesmaafirmação desse estudo.

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O desenvolvimento sustentável tem um componente educativoformidável: a educação ambiental depende de uma consciênciaecológica e a formação da consciência depende da educação. É aquique entra em cena a ecopedagogia que promova um aprendizado dosentido das coisas a partir da vida cotidiana (SANTOS et al., 2012).

Quando perguntado se a agricultura prejudica o meio-ambientemais de 65% dos entrevistados não relacionaram práticas agrícolas comproblemas ambientais. Esse dado tem duas vertentes a primeira que osdiscentes das escolas tradicionais relacionaram as práticas agrícolasapenas a produção de alimentos demonstrando falta de senso críticoem relação aos sistemas de produção predominantes em nosso País eque são abordados nas maiorias dos materiais didáticos adotados pelasescolas públicas. Resultado semelhante foi encontrado por Ferreira etal. (2009) em espaços educativos pertencentes ao MovimentoCamponês Popular (MCP) e 68% dos discentes também nãorelacionaram práticas agrícolas modernas com problemas ambientais.

A segunda, em função da abordagem agroecológica vivenciadapelos discentes das escolas famílias durante o tempo escola e a práticada agricultura familiar vivenciada no tempo comunidade; justificam afalta de correlação entre a agricultura e a devastação do meio ambiente,pois pouco ou não se utiliza agrotóxico o que pode ser constatado pelaafirmação posterior em que 83% dos entrevistados dizem não concordarcom a utilização desses produtos para produção de alimentos.

Ao serem pesquisados sobre agroecologia e agricultura orgânica66% dos discentes dos EFAs pesquisados afirmaram ter ouvido falarde agroecologia enquanto que 97% ouviram falar de agriculturaorgânica isso demonstra que não só ouviram falar, mas queconseguiram diferenciar conceitualmente agroecologia de agriculturaorgânica. Enquanto que 85% declararam que os principais instrumentosde informação dessas temáticas foram a própria escola (33%) televisão(23%) e jornais e/ou livros (18%).

Os pesquisados declaram já ter ouvido falar em agriculturaorgânica, demonstrando uma confusão conceitual sobre as temáticasque talvez possa ser explicada pela forma como foram obtidas asinformações cerca de 40 % foi pelos meios de comunicação televisãoe/ou rádio e 26% em jornais e/ou livros, pois geralmente forneceminformações generalizadas. Corroboram com esses resultados trabalhosrealizados por Ferreira et al. (2009) e Santos et al. (2012).

Diante do exposto compreende-se que não se trata de inserireducação ambiental, filosofia, ética como disciplinas apenas para

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compor o currículo da educação básica ou de inventar uma nova práticapedagógica e sim de renovar as práticas pedagógicas já existentes quejá desenvolvem uma formação contextualizada, integral, aplicávelvoltadas para as questões ambientais, sociais, políticas, éticas econsequentemente para o desenvolvimento sustentável, como é o casodas escolas famílias de formação por alternância. (FONSECA, 2008).

OS DOCENTES E AS DIREÇÕES NA PESQUISA

Os docentes que responderam a pesquisa ministram as maisdiversas disciplinas, a saber: biologia, português, matemática, química,física, geografia, história, inglês e educação física. Nas escolastradicionais 90% são especialistas e os demais são graduados a maioriadesses profissionais tem até 15 anos de exercício da profissão. Nasescolas famílias a grande maioria são graduados (58%) os demais sãoespecialistas (16%) e mestres (25%) e a maioria têm até 10 anos deatuação como docentes. Esses dados demonstrando que a política decapacitação dos docentes da rede pública está sendo realizado.

Quando perguntados se já ouviram falar de agroecologiaresponderam que sim 91% e 36% os docentes dos EFAs e das escolastradicionais, respectivamente.

Esses percentuais podem ser explicados pela própria abordagemque a temática tem nos dois sistemas de ensino, como foi ditoanteriormente, agroecologia é tratada como eixo gerador deconhecimento nas escolas famílias e como tema transversal no ensinomédio tradicional. Segundo Fonseca (2008) o currículo das escolasfamílias de formação por alternância reúne a dinâmica interdisciplinare transversal da organização dos conteúdos curriculares aliados a temasgeradores e planos de estudo distribuídos no tempo de formação. Sendoassim é natural que os docentes dos EFAs tenham mais conhecimentosobre essa ciência e por essa razão na sua maioria (67%) declararaminserir assuntos como conservação do meio ambiente, alimentaçãosaudável e cidadania em suas disciplinas.

Nas escolas tradicionais 62% dos docentes declararam que nãofazem essa abordagem. Entretanto, mais de 90% afirmaram promoverdiscussões acerca de conservação do meio ambiente, alimentaçãosaudável e cidadania em suas aulas, demonstrando a falta deconhecimento do conceito e dos princípios da agroecologia. Ementrevistas com docentes do ensino médio Ferreira et al. (2009)obtiveram resultados semelhantes.

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Quando perguntado se os docentes contextualizam os temasde suas aulas com a realidade dos discentes 100% dos docentes disseramque sim, mesmo que esporadicamente. Aproximadamente 90%responderam acreditar que os discentes conversam sobre seuaprendizado em suas casas e/ou comunidades.

As informações prestadas pelos docentes dos EFAs sãoconfirmadas pelo levantamento realizado nas próprias escolas, pois acontextualização e a difusão de conteúdo refletiram em baixas das taxasmédias de evasão escolar (10%) e de reprovação (inferior a 1%). Emrelação às escolas tradicionais taxas médias de evasão escolar (23%) ede reprovação (11,5%) foram às elevadas deixando de denotar asinformações prestadas pelos entrevistados. Esses valores sãopreocupantes e repercutem diretamente na avaliação da qualidade doensino aprendizagem.

Essa realidade evidencia a eficiência na utilização daagroecologia como tema gerador de conhecimento, pois a formaçãointegral, alternada entre a casa e o internato, em sintonia com os pilaresdo novo paradigma da educação (aprender a ser, a fazer, a conhecer ea conviver) possibilita enriquecer a experiência na convivência emgrupos, proporcionando a aquisição e o desenvolvimento de novascapacidades cognitivas (aprender a aprender), permite apoderar-se deconhecimentos gerais e particulares (saber ser e conhecer, autoafirmar)e faculta aprimorar capacidades sociais (cooperar, dialogar, aprofundara democracia).

Como os protagonistas desse estudo são os jovens e a juventudeé vista como uma construção social, vista como uma “fase da vida”,marcada pela instabilidade e incertezas necessitou-se ampliar a pesquisano sentido de perceber se as abordagens agroecológicas estãorelacionadas a diferenças comportamentais desses jovens,especialmente no que se refere a utilização de drogas e gravidez precoce,problemas tão recorrentes tanto nas juventudes urbanas como rurais.

Estudos sobre a juventude vêm se configurando numaimportante preocupação entre pesquisadores e profissionais de váriasáreas, uma vez que apontam para questões de âmbito sociocultural,educacional e econômico. Os estudos sobre comportamento,necessidades, direitos da juventude rural também vem sendoimplementados, permitindo a expansão de possibilidades de seremestabelecidos novos diálogos sobre a temática (FONSECA, 2008).

Nesse aspecto, fez-se um levantamento nas escolas sobre onúmero de casos que ocorreram em média por ano de gestação precoce

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e se existe a utilização de drogas ilícitas por parte dos discentes.Obviamente esses dados não são coletados e sistematizadosoficialmente, sendo fruto apenas da observação dos docentes e dadireção. Nas EFAs pesquisadas a quantidade máxima declarada foi 01(um) caso por ano, em relação à utilização de drogas disseram nãohaver usuários de drogas entre os discentes. Quanto às escolas de ensinomédio tradicionais afirmaram que em média 04 (quatro) adolescentesficam gestante por ano e ainda mais preocupante foram os dadosrelacionados às drogas, cerca de 3% em média dos discentes sãousuários, embora isso não ocorra dentro do espaço escolar.

Os princípios agroecológicos pressupõem a articulação docapital humano nos aspectos social, ambiental, ético, político, culturale financeiro de uma dada população. Quando esses elementos sãotrabalhados conjuntamente tanto pela escola como pela família, elesse tornam valores capazes de blindar os jovens das distorções presentesna sociedade. Os projetos político pedagógicos das EFAs aparticipação das famílias tem lugar de destaque. Nesses documentos,ressalta-se que na associação, as famílias participam e assumemresponsabilidades no processo de gestão e no processo de ensino-aprendizagem, especialmente nos períodos em que os jovens estãono meio socioprofissional. Fato que não ocorre nas escolastradicionais onde escola e família está distanciada e em muitos casosapresentam valores e crenças distintos levando o adolescente asituações de vulnerabilidade.

Os resultados desse estudo corroboram com Bica et al. (2007)quando afirmam que educação e agroecologia são caminhos que secompletem pois os processos de educação tradicional são realizadosnuma perspectiva didática cartesiana que compreende apenastransmissão e memorização de conhecimentos. O sujeito é eliminadodo processo, o qual é realizado de forma determinista e reducionista.Projetos pedagógicos que utilizem agroecologia como tema geradorremete a uma construção participativa do processo educacional quereúne os diferentes atores. Baseando-se em teorias onde o estudante écoresponsável por seu processo de aprendizagem, e que consideram asexperiências de vida e as decisões tomadas durante o amadurecimentodo ser para si e do processo de vir a ser. Pretende-se que as questõessociais, ambientais, econômicas, políticas e culturais, façam parte deprojetos em que os jovens, as famílias e a comunidade, sejam os atoresdo processo educacional.

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CONCLUSÃO

Nas escolas tradicionais esse tema é menos conhecido do quenas EFAs, mas, não menos falado, pois ambas abordam conteúdosinterdisciplinares que embasam atitudes agroecológicas visando umamelhoria na qualidade de vida do aluno que está estudando tanto nasescolas tradicionais quanto nas EFAs.

Nas Escolas tradicionais o termo agroecologia é trocado pelotermo meio ambiente sustentável, ou seja, os professores,principalmente de biologia e geografia abordam conteúdos que levamao conhecimento de imediato do alunado, como por exemplo, “nãoprovocar queimadas, pois o ambiente estará susceptível a gases tóxicose isto irá provocar o aumento do efeito estufa”, como também, “nãodesperdiçar água, porque é uma fonte de vida, e a mesma está sendoescassa em partes do País e Estados.”

Já nas Escolas Familias Agrícolas (EFAs) o termo Agroecologiaé bastante usado, pois o público alvo são moradores de comunidadesrurais, e estes conhecem a agroecologia como um fator sustentável erentável, pois são eles que manuseiam a agricultura com base ecológica.

As EFAs buscam a motivação e a interação escola/família,através da abordagem de conteúdos que são de interesse e úteis aosalunos, valorizando os conhecimentos adquiridos e as experiênciasvividas, neste sentido, o conhecimento da realidade reduz o índice deevasão escolar.

REFERÊNCIAS

BICA, et al. Educação e agroecologia: caminhos que completam. RevistaBrasileira de agroecologia. V Congresso Brasileiro de Agroecologia – OutrasTemáticas. Resumo. Paraná, p 1-20, 2007.

CAPORAL, F. & COSTABEBER, J. A. Agroecologia: alguns conceitos eprincípios. Brasília : MDA/SAF/DATER-IICA, 24 p 2007.

FERREIRA, A. P. de M. A agroecologia no contexto escolar do municípiode catalão (GO): Resultados de uma experiência. XIX ENCONTRONACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, São Paulo, p. 1-20, 2009.

FONSECA, A. M.. Contribuições da à Pedagogia da Alternância para odesenvolvimento sustentável: trajetória de egressos de uma escola famíliaagrícola. 2008. 1-179 f. Dissertação (Mestrado em Educação)–UniversidadeCatólica de Brasília, Brasília,1-101 f, 2008.

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LEFF, H. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,poder, 2001. In: SILVEIRA-FILHO, et al,. Horta escolar como alternativa deeducação ambiental e abordagem multidisciplinar. Resumos do VII CongressoBrasileiro de Agroecologia – Fortaleza/CE, p. 1-5, 2011.

SANTOS, S. de S. I. dos. Ensino médio: debate atual sobre o abandono e aevasão escolar. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, Maringá, p. 1-18, 2012.

TEIXEIRA, E. S. et al. Estudos sobre a pedagogia da Alternância no Brasil:revisão de literatura e perspectiva para a formação, São Paulo-SP, v.34, n.2,p. 1-16, 2009.

VIEIRA, E. F; da C. Evasão escolar no curso do programa nacional deintegração da educação profissional com a educação básica na modalidadede educação de jovens e adultos (PROEJA). Seropédica-RJ, 61 f, 2009.

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A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONALCONTROLLER PARA A DISSEMINAÇÃO DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA EMPRESA

FÁBIO LIMA BONAKEILA REGINA MORENO DE SOUSAMÁRCIA DENISE BATISTA DA SILVA

RESUMO: A Controladoria é uma ferramenta essencial para asempresas no que diz respeito ao auxílio da tomada de decisões. Em umambiente empresarial ou organizacional, constituído por uma economiade mercado, empreender um negócio tem sido uma oportunidaderentável e cada dia mais complexa, fez se necessário a exigência de umprofissional dotado de conhecimentos específicos sobre o ramo eatividade do negócio desenvolvido para que esse pudesse prosperar deforma sólida e contínua. Este trabalho tem como objetivo demonstraratravés de pesquisas que evidenciam a presença desse profissional emsucedidos casos em que a controladoria foi aplicada de forma adequada,visando melhores resultados financeiros. Possibilitando que oplanejamento estratégico fosse criado a partir de informações precisas econfiáveis obtidas pela controladoria. No trabalho a seguir, tambémdescreveremos as funções e atribuições do profissional Controller nomercado de trabalho do cenário atual e na disseminação da educaçãoambiental em uma empresa, enfatizando os benefícios adquiridos comessa postura empresarial de preservar o meio ambiente.

Palavras-chave: processo de tomada de decisão; Controladoria; Gestãode Informação; Ambientalismo; Controle financeiro.

INTRODUÇÃO

A controladoria zela pelo bom desempenho da empresa,administrando as sinergias existentes entre as áreas, buscando também,maior grau de eficácia empresarial. O papel da controladoria é fazeros problemas serem superados, a fim de que a qualidade gerencial sejaalcançada com maior agilidade.

O controller é o gestor encarregado do departamento decontroladoria. Este deve, através do gerenciamento eficiente do sistema

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de informação, zelar pela continuidade da empresa, viabilizando assinergias existentes. Com essa percepção, por fim, faz as atividadesdesenvolvidas em grupo alcançarem resultados superiores,diferentemente se trabalhassem isoladas. Quem ocupar esta função devepossuir uma visão ampla das operações de uma organização. Éconsiderado um funcionário estratégico no fornecimento desta visãocrítica. Seus questionamentos devem ir além das considerações legais,chegando até mesmo ao nível ético.

A controladoria é uma ferramenta essencial para as empresasno auxilio da tomada de decisões. Define-se como um órgãoadministrativo que por intermédio de informações dá embasamento einformações necessárias para o direcionamento do que se deve fazer ecomo fazer, na gestão de uma organização.

Esta é uma pesquisa exploratória do tipo bibliográfica edescritiva, onde foram investigados, analisados e interpretados os dadosna busca de informações acerca da profissão do Controller. A partir daanálise de casos concretos verificou-se os reflexos da controladoria dosprofissionais nas empresas onde procurou-se identificar as vantagens edesvantagens da existência desse profissional para a empresa.

Busca-se fazer uma abordagem sobre a necessidade de se terum profissional competente dentro da empresa, que auxilie na tomadade decisão, dando ênfase a posição da controladoria no organogramada empresa. Como também definir o Controller como um profissionalque esteja apto a identificar e analisar a situação financeira e operacionalda empresa. O assunto também é de grande interesse para osprofissionais da área, para um melhor aperfeiçoamento na profissão.

A pesquisa exploratória leva o pesquisador a descoberta denovos enfoques, percepções e terminologias que darão o suporte técniconecessário a respostas da pesquisa. Piovesan e Temprani (1995)entendem a pesquisa exploratória como uma forma de refletir acercada realidade de maneira que a aprendizagem só se concretiza quandoparte do conhecido e, este por sua vez, possibilita a ampliação doconhecimento.

Nesse sentido, este trabalho procura definir o Controller comoum profissional que mede acumula e interpretar as informações dentroda Administração da empresa nas funções de planejar, controlar, analisae organizar suas atividades. Também, faz-se uma análise do papel doProfissional Controller para uma melhor compreensão e desempenhodo seu trabalho dentro da empresa, e contribuir de alguma forma paraa sua formação profissional. Na atualidade esse profissional vem

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ganhando espaço na Auditoria Ambiental e realizando procedimentosdentro da empresa visando a sustentabilidade.

As questões ambientais têm motivado especialistas dessa áreaa assumir um comportamento ativo dentro das empresas. Na busca damaximização de lucros a curto prazo e no atendimento as exigênciasde mercado com regulamentação legal, nota-se uma conexão entre aresponsabilidade social e o lucro. A ética ambiental faz parte da missãoda empresa junto ao meio ambiente e essa postura hoje já é vista comouma nova oportunidade de negócios em um competitivo mercadoprodutivo.

A origem da Contabilidade vem desde os primórdios dahumanidade e sempre foi pautada à necessidade de registros docomércio, pois à medida que o homem começava produzir para asua subsistência crescia a necessidade do mesmo em realizar trocasentre produtos constituindo-se no comércio.

A necessidade da comercialização de produtos demandaram aaferição de valores nos produtos e a descoberta do rendimento comouma forma de aumentar a sua situação patrimonial. Volnei (2008, p.2) assevera antigamente os homens procuravam se organizar para tero controle sobre os seus pertences e precisavam saber organizar taisinformações. Como o volume de tais informações eram cada vez maisnumerosas gerou a necessidade de registros, “gerando os primeirosesboços para os estudos voltados para a contabilidade”.

Vale ressaltar que foi nos Estados Unidos, na virada do séculoXIX para o século XX, houve várias procedimentos na criação dosgrupos conhecidos como business federation or combinations queobtinham vantagens financeiras e econômicas de escala, masindividualmente, as empresas conservavam sua autonomia de gestão econtrole.

E foram neste período, companhias como Dupont, UnitedStates Steel, Standard Oil e mais tarde, a General Motors, seconstituíram em departamentos e divisões contando com um controlecentralizado (CHANDLER, 1962, p. 19).

No início do século XX, o avanço e a complexidade dasorganizações, causada pela globalização e o ampliação dos negócios,inclusive geograficamente, em outros países, fizeram com que aimportância da contabilidade financeira aumentasse, pois eramimprescindíveis maiores checagens, mais balanços e maiores controlesinternos para atender aos negócios. Assim, o processo por melhorespráticas gerenciais trouxe a reboque a necessidade de ter uma

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contabilidade adequada e um maior controle sobre a informação(WILLSON, ROEHL-ANDERSON & BRAGG, 1995, p. 20).

Nessa época surgiu a figura do controller, chamado na épocade comptroller, aparecendo em 1920 no organograma da administraçãocentral da General Motors e em 1921 na Dupont como TreasureAssistant Comptroller (CHANDLER, 1962, p. 109).

Mendes (1991, p. 16), apud Sathe1, apresenta que a função docontroller parece ter surgido antes de 1920, mais ou menos por voltade 1880, quando diversas empresas de trens estabeleceram a função“comptroller” como consequência de um erro de tradução do latim.

A função da controladoria é fornecer aos gestores das empresasa informação que eles precisam para atingir os objetivos empresariais.Na busca da otimização dos resultados econômicos da empresa,durante as últimas cinco décadas, houve uma transformaçãosignificativa nas funções do controller. Caggiano e Figueredo (1997)asseveram que:

afirma que “o Controller é o gestor encarregado dodepartamento de Controladoria; seu papel é, por meiodo gerenciamento de um eficiente sistema de informação,zelar pela continuidade da empresa, viabilizando assinergias existentes, fazendo com que as atividadesdesenvolvidas conjuntamente alcancem resultadossuperiores aos que alcançariam se trabalhassemindependentemente”. (CAGGIANO E FIGUEREDO,1997, p.28),

Baseado nesta afirmação, determina-se, que o controller é peçafundamental para um bom funcionamento na empresa, tem queconhecer a missão da empresa, os sistemas de informações gerencias,mantendo o gestor sempre informado sobre a empresa. Portanto,Carvalho (1995, p. 63) afirma que:

à controladoria, enquanto órgão integrante da estruturaorganizacional das empresas, é reservado o papel demonitorar os efeitos dos atos da gestão econômica sobrea empresa, atuando no sentido de que os resultados,medidos segundo conceitos econômicos, sejamotimizados.

O autor citado acima converge para o ponto: otimização deresultados, seja através da sinergia ocorrida na empresa, seja através

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da tomada de decisão feita usando como referencial dados confiáveis,providos pela controladoria.

Podemos afirmar que a controladoria consegue identificarpontos fortes e fracos dentro de uma organização, visto que a partirdesse processo, o gestor (controller) pode avaliar quais medidas devetomar dentro da organização, promovendo planejamento,orçamento, execução de medidas corretivas para determinadassituações.

Atualmente a controladoria está presente em diversasorganizações de todos os setores e em destaque do terceiro setor taiscomo: saúde, educação, cultura, apoio aos portadores de deficiência,organizações ambientais e outros.

Diante mudanças sociais que vem acontecendo no nossocotidiano às empresas buscam evoluir na mesma proporção impostapelo ambiente externo em que estão inseridas, uma vez que interagemcom as mesmas variáveis. A evolução da tecnologia, a necessidade deinformações mais precisas, a mudança da economia, que compõemcenários cada vez mais complexos demonstram esse desenvolvimentoempresarial.

Nessa conjuntura, cresce significativamente a necessidade dasempresas em adotar instrumentos que permitam a correta gestão deseus recursos. Nesse contexto, a controladoria surge com ferramentasadequadas para assessorar o meio empresarial.

Neste sentido o sistema de informações, o controller é o gestorresponsável pelo Departamento de Controladoria. E essa tem um papelbásico em zelar pelo processo, controle e sistema de informaçõesgerenciais, econômicas e financeiras da organização, visando àssinergias entre áreas e à agregação de valor.

Para Nakagawa (1993), o Controller cumpre sua função decontrole de maneira muito especial, isto é, ao organizar e reportar dadosrelevantes exerce uma força ou controle que induz os gerentes atomarem determinações lógicas e consistentes com a missão e objetivosda empresa.

Vale ressaltar que a função principal da organização é mantero executivo principal da companhia e os demais usuários informadossobre os rumos que ela (empresa ou área) está tomando e sobre quaisos pontos que, porventura, podem estar ou ficarão enfraquecidos, casonão sejam realizadas ações imediatas.

Para tanto a controladoria desempenha um papel importanteno processo de gestão, composto pelas etapas do planejamento,

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execução e controle. Peleias (2002, p.17), propõe objetivos de atuaçãoda Controladoria para que ela possa atuar no efetivo suporte ao processode gestão:

a) Subsídio, de forma ampla e incondicional, ao processode gestão, propiciando aos diversos gestores as condiçõesnecessárias ao planejamento, acompanhamento e controledos resultados dos negócios, de forma detalhada e global;b) Contribuição para que os gestores ajam no sentido deaperfeiçoar os recursos. Os gestores passam a atuar deforma a dar à empresa a melhor contribuição em suasáreas de atuação, compreendendo que o resultado ótimodepende do perfeito conhecimento da atividadeempresarial e suas inter-relações;c) Certificação de que os sistemas de informação paraapoio ao processo de gestão gerem informações adequadasaos modelos decisórios dos principais usuários naorganização;d) Certificação da padronização, homogeneização deinstrumentos e informações em todos os níveis da gestãoda organização;e) Desenvolvimento de relações com os agentes demercado que interagem com a empresa, no sentido deidentificar e atender às demandas por essas impostas àorganização.

Diante deste contexto o controller deve assumir o papel deconselheiro e crítico (no sentido construtivo) do processo, e as suasinvestigações geralmente destacam os pontos fracos de outras áreas, oque sempre deve ser visto como oportunidade de melhorias. Destaforma, os seguintes princípios norteiam o trabalho do Controller: é ainiciativa; visão econômica; imparcialidade; síntese; visão para o futuro;oportunidade; persuasão; liderança e por ética

Para Figueiredo (1999), o papel do Controller é zelar pelacontinuidade da empresa, viabilizando as sinergias existentes, fazendocom que as atividades desenvolvidas conjuntamente alcancemresultados superiores aos que alcançariam se trabalhassemindependentemente.

E na Gestão significa administrar, fazer as coisas acontecerem.A gestão de uma empresa subdivide-se em gestão financeira, gestãooperacional e gestão econômica. Em cada área da empresa podem serencontrados os três tipos de gestão, assegurando assim a gestão daempresa como um todo.

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O processo de gestão, também conhecido decisório, acontecetanto na esfera global como nas diversas áreas da empresa. Assim oprocesso decisório de cada área deve estar em consonância com oprocesso decisório global. E assim que o controller é o responsávelpelos sistemas de relatórios econômicos e financeiros de uma empresa,é necessário que ele tenha certa independência e esteja ligadodiretamente ao presidente da empresa.

O papel mais relevante que será cobrado do controller, no futuro,é a participação e o acompanhamento dos planos estratégicos daempresa, pois é ele que tem todas as ferramentas de controle dos planosprojetados versus os realizados.

Dentre as funções deste profissional Controle, a principal delasé a solução de conflitos sejam financeiros, interpessoais, de naturezaquantitativa e física.

Exige-se a interdisciplinaridade do controller na execução desuas atividades, primando pela ampla visão da empresa o que habilitaesse profissional a enxergar as dificuldades como um todo e propormedidas e soluções de fácil aplicabilidade na organização em questão,utilizando as informações e relatórios que lhe são fornecidos.

Controller bem sucedidos demonstram uma visão proativa,transmitem e vendem facilmente suas idéias e ponto de vista,apresentam fácil relacionamento em todas as esferas e departamentosde uma organização, e consegue ter sensibilidade em aprimorar ouparabenizar o setor pelo que está sendo feito, conseguindo desta formaobter resultados preciosos, atingindo os objetivos traçados.

1. O PROFISSIONAL CONTROLER E A DISSEMINAÇÃO DAEDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

Muitos problemas ambientais, que à primeira vista parecemcomplicados nas empresas, podem se tornar de simples solução, desdeque haja algum investimento em educação ambiental. A educaçãoambiental no trabalho pode se transformar num completo programaeducacional incluindo material didático-pedagógico e pode ser adotadacom eficácia e ser adaptada às necessidades de qualquer organização,com simplicidade e baixo custo.

Ela conduz os profissionais inclusive o profissional controller, auma mudança de comportamento e atitudes em relação ao meioambiente interno e externo às organizações. A educação ambiental nasempresas tem um papel muito importante, porque desperta cada

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funcionário para a ação e a busca de soluções concretas para os problemasambientais que ocorrem principalmente no seu dia-a-dia, no seu localde trabalho, na execução de sua tarefa, portanto onde ele tem poder deatuação para a melhoria da qualidade ambiental dele e dos colegas.

Esse tipo de educação extrapola a simples aquisição deconhecimento. Nas empresas industriais, por exemplo, a educaçãoambiental é um instrumento eficaz no controle da poluição. Nessesempreendimentos, o controle da poluição deve começar no processo,estando também parte desta responsabilidade nas mãos dostrabalhadores, pois mantem-se envolvidos diretamente na produção.

Portanto, não é somente na escola que a educação ambientalacontece. Os recursos para o ensino-aprendizagem da educação parao meio ambiente se encontram em todas as partes, como nas grandes,médias, pequenas e microempresas; nas indústrias e fábricas.

Nesta década de 90, as perspectivas da educação ambiental emempresas são muito positivas, considerando-se que as organizaçõesestão sendo estrategicamente sensibilizadas a adotar um novo modelode gestão empresarial contemplando a qualidade ambiental.

Em meio a tantas mudanças, no âmbito das empresas, aEducação Ambiental assume um papel fundamental. Tem comoobjetivo alcançar uma transformação profunda dos funcionários dentroda organização, do presidente ao “chão-de-fábrica”, sobre questõescomo o uso inteligente dos recursos naturais, condições mais segurassob o aspecto ambiental para os operários , redução das infraçõesambientais e destinação final adequada de rejeitos.

As iniciativas educacionais relacionadas à temática ambientalestão aumentando a cada dia em todo País. Tanto os Fóruns deEducação Ambiental, como as pesquisas na área revelam que as açõese projetos promovidos pelos municípios, por exemplo, através de suassecretarias, conselhos e de parcerias com escolas, associações decidadania, empresas e outros órgãos públicos, ganham destaque nestequadro. A maioria dessas ações são precisas e se voltam para oenvolvimento das pessoas na solução de problemas, como o do lixo eda arborização urbana, ou ações de capacitação de professores ou deoutros setores da população (JACOBI, 1999).

Todavia, o processo de sensibilização e conscientização paraas questões ambientais voltado para o público interno das empresas,comunidade de seu entorno e clientes, especialmente, requerpersistência e continuidade de ações com este fim, como palestras,gincanas, sessões de filmes ambientais etc., além da participação em

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fóruns, conselhos, redes, comissões, coletivo educador, nos quais temascomo agricultura, educação, desenvolvimento, tecnologia e meioambiente norteiam as discussões (SILVA, 2006).

O autor exemplifica o caso da Embrapa Acre, que assim comoas outras Unidades da Empresa, tem investido em educação ambiental,assim como na responsabilidade sócio-ambiental. É uma Empresa quegera novas tecnologias, promove mudanças no modo de lidar com aterra e os recursos naturais. O grande desafio é conciliar a melhoria daqualidade de vida da população e fazer valer o conceito dedesenvolvimento sustentável. Informar a respeito dos danos ambientaisque nos afetam é um passo importante para sensibilizar e fazer comque cada pessoa se sinta responsável por estes problemas e motivada acooperar para a redução dos danos, uma vez que mesmo atividadesrotineiras como tomar banho, comer e locomover-se deixam marcasno meio ambiente.

“Entre estratégias adotadas pelas empresas em geral, pode-sedestacar os programas de educação ambiental no âmbito do setorprodutivo, visando dessa forma, auxiliar o desafio empresarial dasustentabilidade. Neste contexto, existem alguns elementosindispensáveis para o planejamento desses programas”.(LAYRARGUES,2008).

A educação ambiental nas empresas tem um papel muitoimportante porque desperta cada funcionário para a busca de soluçõesconcretas para problemas ambientais que ocorrem principalmente noseu cotidiano, no seu local de trabalho, na execução de suas tarefas,conferindo ao colaborador poder de atuação para a melhoria daqualidade ambiental sua e de seus colegas, utilizando conscientementeos recursos naturais. Mudar as atitudes ou a cultura de uma organizaçãonão é uma tarefa fácil, mas é possível conseguir a colaboração doscidadãos conscientes para construir uma sociedade que vise asustentabilidade.

As atividades de gestão ambiental dão origem a algumassituações favoráveis no Brasil, no que diz respeito a informações intrae internacionais que facilitam processos entre clientes e serviços. Nestaperspectiva, a sustentabilidade está ligada aos valores dos indivíduos edo conhecimento através das atividades de cada organização, em umprocesso de gestão ambiental, que necessita da contabilidade paraformar diretrizes.

Contratar ou celebrar ações voltadas ao meio ambiente sãoestratégias usadas por algumas empresas para obtenção de lucro,

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onde novos produtos surgem valorizando a qualidade e atendendo asexigências da demanda de um mercado consciente com suaresponsabilidade social e valorizando a preservação da natureza.

As atividades produtivas começam a valorizar o meio ambientee novos valores são incorporados pelas empresas, dando origem a umagestão ambiental. Durante o planejamento dessa gestão, o Controlleratua como coordenador de todas as etapas, elaborando orçamentosparciais e verificando se a produção está dentro da capacidade daempresa. Dentre suas funções, podemos enfatizar a autoridade docontroller na organização em relação a execução de tarefas, direcionaros recursos aos setores certos, afim de obter sinergia na empresa,mensuração do resultado do processo, determinando pontos falhos eapontando medidas e ações corretivas. Nesse aspecto, pode-se obterganho através do benchmarking.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse contexto, este trabalho procura definir o Controller comoum profissional que de amplo conhecimento, que abrange desde dodesenvolvimento de relatórios gerenciais com informações precisas econfiáveis, até a tomada de decisão que envolve a gestão de negócios epessoas de um ambiente organizacional e ambiental como um todo.

O profissional Controller tem bastante aceitação no mercado ecenário atual da economia, uma vez que os administradores e gestorestêm cada vez mais o conhecimento da importância de seu papel e dastécnicas utilizadas pela controladoria no planejamento, controle eexecução de ações no mais variados setores do mundo empresarial edeve ter presença marcante no âmbito da educação ambientalpromovendo a sustentabilidade.

De acordo com a discussão presente neste trabalho, percebe-seque a educação ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é umprocesso de aprendizagem permanente que pode ser realizado peloprofissional controller, baseado no respeito a todas as formas de vida.Tal educação afirma valores e ações que contribuem para atransformação humana e social e para a preservação ecológica.

A educação ambiental nas empresas tem um papel muitoimportante porque desperta cada funcionário para a busca de soluçõesconcretas para problemas ambientais que ocorrem principalmente noseu cotidiano, no seu local de trabalho, na execução de suas tarefas,conferindo ao colaborador poder de atuação para a melhoria da

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qualidade ambiental sua e de seus colegas, utilizando conscientementeos recursos naturais. Mudar as atitudes ou a cultura de uma organizaçãonão é uma tarefa fácil, mas é possível conseguir a colaboração doscidadãos conscientes para construir uma sociedade que vise asustentabilidade.

Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar ocomportamento do homem em relação à natureza, no sentido depromover sob um modelo de desenvolvimento sustentável (processoque assegura uma gestão responsável dos recursos do planeta de formaa preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo atenderas necessidades das gerações atuais), a compatibilização de práticaseconômicas e conservacionistas, com reflexos positivos evidentes juntoà qualidade de vida de todos.

Consideramos que são inerentes a crise, a erosão dos valoresbásicos e a alienação e a não participação da quase totalidade dosindivíduos na construção de seu futuro. É fundamental que ascomunidades planejem e implementem suas próprias alternativas àspolíticas vigentes. Dentre essas alternativas está a necessidade deabolição dos programas de desenvolvimento, ajustes e reformaseconômicas que mantêm o atual modelo de crescimento, com seusterríveis efeitos sobre o ambiente e a diversidade de espécies, incluindoa humana.

Um programa de educação ambiental para ser efetivo devepromover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimento, deatitudes e de habilidades necessárias à preservação e melhoria daqualidade ambiental, seja no ambiente das empresas, escolas, nosespaços urbanos e rurais. A educação ambiental é ponto relevante paramudança de valores e atitudes, por tratar da educação do ser humanoversus sua relação com o meio ambiente. Percebe-se que odesenvolvimento sustentável se tornará efetiva realidade quando cadaparcela da sociedade contribuir seja na informação, na sensibilização,na competência e/ou consciência ambiental.

REFERÊNCIAS

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REAPROVEITAMENTO DE GARRAFAS PET PARACULTIVO DE HORTALIÇAS

Tatiane Rodrigues da Silva Soares1

Alexandre de Aguiar1

Diego Costa Cunha1

Magno Soares de Brito1

Márcia Paula Vieira1

Patrícia Maria Martins Nápolis de Andrade2

RESUMO: O que mais vem preocupando os ambientalistas é o descartede garrafas plásticas no meio ambiente, o que tem provocado muitosproblemas, como por exemplo, as enchentes que ocorrem nas cidades,entupindo bueiros e trazendo transtornos para a sociedade. Baseadosem todas essas constatações, foi desenvolvido um projeto de pesquisa,do tipo pesquisa-ação que é uma forma de investigação baseada emuma autorreflexão coletiva empreendida pelos participantes de umgrupo social de maneira a melhorar a racionalidade e a justiça de suaspróprias práticas sociais e educacionais, como também o seuentendimento dessas práticas e de situações onde essas práticasacontecem. Foi feita uma pesquisa das mudas que poderiam sercultivadas em pequenos recipientes, delas foram escolhidas a couve-manteiga, a cebolinha e o coentro, por possibilitarem sua colheita empouco tempo após o cultivo. Os executantes do projeto (alunos do 1°período de Ciências da Natureza, 2013) se mostraram bastanteinteressados no projeto, participaram ativamente de todo o processode recolhimento e preparo das garrafas, assim como também do plantio.Cada aluno reuniu uma quantidade de garrafas pet em benefício dapreservação do meio ambiente, depois disso, foi promovida uma mini-aula de como trabalhar com as hortaliças, preparação do solo e decomo fazer seu cultivo; posteriormente, como cuidar das mudinhasaté que elas possam ser colhidas e utilizadas no consumo próprio decada aluno. Após o tempo de “capacitação” dos alunos, foi feita aconcretização do projeto, onde cada aluno foi responsável por prepararo solo e cultivar sua mudinha. Também ficaram responsáveis por regá-la e cuidar dela sempre que haja necessidade. Ao passar o temponecessário para a colheita, e as mudinhas estiverem desenvolvidas, estas

¹ Graduandos em Ciências da Natureza da Universidade Federal do Piauí2 Profª. Doutora da Universidade Federal do Piauí

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poderão ser colhidas e utilizadas para o consumo próprio de seu “tutor”,tornando seu organismo um pouco mais saudável, e o planeta um poucomenos poluído.

Palavras-chaves: Reutilização e reaproveitamento de garrafas pet,Preservação ambiental e qualidade de vida.

INTRODUÇÃO

Uma das formas de levar a Educação Ambiental para além dasescolas é através da ação do professor na sala de aula, pois o educadoré um elemento chave no processo de conscientização da sociedade dosproblemas ambientais, onde este pode buscar desenvolver hábitos eatitudes sadias de conservação ambiental. A escola pode estabelecervínculos através de ações pedagógicas numa perspectiva interdisciplinar,criando possibilidades para o desenvolvimento da Educação Ambientalcomo um todo, e assim propondo a trabalhar com atitudes, comformação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades eprocedimentos, portanto a Educação Ambiental está sendo cada vezmais aceita para o desenvolvimento da educação e sustentabilidade,visto que sua inserção no currículo escolar é importante para ainterdisciplinaridade em todas as práticas cotidianas da escola(SANTOS, 2007).

O aumento da demanda por parte da sociedade para atendersuas necessidades tem gerado uma preocupação mundial que é aprodução de lixo. Essa produção excessiva de lixo complica ainda maisa convivência na sociedade. É válido lembrar, que é preciso disciplinae respeito ao meio ambiente (SCANAVACA, 1999).

Onde iremos colocar tanto lixo? Como iremos viver com tantolixo? Há espaços para todos? São estas perguntas que nós temos queresponder hoje, para procurar agir de forma a garantir a preservaçãodos recursos para as futuras gerações. Não dá para eliminar o lixo,mas podemos diminuir sua produção, reduzindo o consumo ereutilizando sempre que possível. Para que isso aconteça precisamosmudar alguns paradigmas, repensar nosso modo de vida e começarmosuma revolução, mudar nossas atitudes para que todos tenham direitoa vida (SCANAVACA, 1999).

A utilização de garrafas pet pela indústria tem aumentado acada ano. No Brasil a fabricação de garrafas plástico para a utilização

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na indústria subiu de 120 toneladas para 360, isto alavancadasprincipalmente pela indústria de refrigerante. Deste total 48% éreciclado, com isso cerca de 4,7 bilhões de garrafas são descartadas nanatureza, contaminando rios, indo para lixões ou mesmo espalhadasem terrenos baldios. O que mais tem preocupado os ambientalistas éexatamente o descarte dessas garrafas no meio ambiente, o que temprovocado muitos problemas, como por exemplo, as enchentes nascidades (ABIPET, 2008).

Apesar de 52% da produção ainda não ser reaproveitada,especialistas também lembram que a própria reciclagem não é a melhoropção. Para fazer a reciclagem do excedente atual, seriam necessários224 milhões de quilowatts por hora de energia elétrica e 120 milhõesde litros de água. O ideal seria a redução do uso deste tipo de embalagemcombinado com a reutilização da embalagem, “A reciclagem tem umcusto muito alto para o ambiente”, diz Vault (2009), autora do livroCiclo de Vida de Embalagens para Bebidas no Brasil.

O ciclo dos produtos na cadeia comercial não termina apósserem usados pelos consumidores, esses são descartados muitas vezesem lugares indevidos. Há muito se fala em reciclagem ereaproveitamento dos materiais utilizados. Hoje, algumas empresas,estimulando a responsabilidade ambiental, já possuem projetos derecolhimento de embalagens direcionando-o para ser descartado oureutilizado. O crescimento do poder de consumo é um problema geradopelas novas tecnologias de fabricação, que garante a acessibilidade dosconsumidores aos produtos gerando uma preocupação com o meioambiente do novo perfil de consumidor (MUELLER, 2005).

Atualmente, são desenvolvidos projetos de implantação decoleta seletiva, principalmente em escolas, para reutilização de lixoreciclável na produção de diversos materiais como artesanatos, porexemplo (BRITO, 2010)

O crescente uso de materiais de plástico tem-se agravado emum grande problema ambiental, porque geram elevadas quantidadesde resíduos, apesar de representarem apenas 4% a 7% em massa dolixo urbano, os plásticos ocupam de 15% a 20% do seu volume, e estescausam diversos danos ao meio ambiente devido ao seu grande tempode meia vida, que geralmente demoram 400 anos para se degradarem,e além do mais, quando queimados, produzem gases tóxicos. Portanto,ressalta-se a importância de reaproveitamento desses materiais atravésda reciclagem, de modo a reduzir o desperdício e a poluição do meioambiente (DIAS, 2006).

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Nos últimos anos, houve algumas ações que promoveramavanços na forma de pensar e agir, alertando as pessoas em relação aoconsumo. Uma das grandes dúvidas que surgem atualmente é de comocolocar a questão do excesso de consumo nos países desenvolvidoscomo um motivo relevante no debate sobre a atual crise ambientalmundial (JACOBI, 2006).

Mediante a carência do país que sofre com a falta de incentivoe disseminação de políticas públicas ambientais que viabilizem aexecução dos projetos afins, surgem soluções alternativas comoiniciativas de organizações não governamentais ou mesmo da sociedadecivil, que para alcançarem resultados significativos devem ser executarum trabalho contínuo (MUELLER, 2005).

Então, para reverter essas situações, a humanidade precisapensar na sustentabilidade ambiental, envolvendo todos os setores dasociedade, entre eles o setor econômico, político, educacional e desaúde. Pois, é através da sustentabilidade que se proporcionaráqualidade de vida, atendendo às necessidades do presente semcomprometer a capacidade de gerações futuras. Para isso toda sociedadeprecisa educar suas ações, estabelecer limites de consumo e isso envolvenão só os consumidores, mas também as empresas que devemdesenvolver produtos ecologicamente corretos e com materiais que nãoagridam o meio ambiente (BRITO, 2010).

OBJETIVOS DA PESQUISA

Apresenta-se como objetivo geral desta pesquisa, incentivar areutilização das garrafas PET para o plantio de hortaliças, proporcionandouma melhor qualidade de vida dos indivíduos. Dessa forma, espera-secom esse estudo, promover informações sobre a importância de reduzir aquantidade de garrafas PET lançadas no Meio Ambiente e estimularpráticas sustentáveis através de produção e consumo de hortaliças.

RECURSOS METODOLÓGICOS

O presente projeto foi executado no Município de Teresina,capital do estado do Piauí, cidade que está geograficamente à 5°5’20de latitude sul e 42°48’07 de longitude oeste e está à 72 metros acimado nível do oceano atlântico. É a única capital do nordeste que não ébanhada pelo mar, mas está situada entre dois rios (Parnaíba e Poti) oque lhe rende o apelido de mesopotâmia do nordeste. Com uma

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população de mais de 800 mil habitantes, Teresina é a 22ª cidade maispopulosa do Brasil, tal população encontra-se distribuída numa áreade 1.755,7 km², sendo a maior capital nordestina em área de extensãoterritorial (IBGE, 2010).

Foi realizado com os alunos do primeiro período do ano de 2013,do Curso de Licenciatura plena em Ciências da Natureza, dia vinte eoito de agosto do corrente ano a partir das dezenove horas, no EspaçoIntegrado de Ensino, situado na Universidade federal do Piauí, CampusMinistro Petrônio Portela, ao lado da biblioteca Central desta instituição.

O referido projeto é do tipo pesquisa-ação, que é uma forma deinvestigação baseada em uma autorreflexão coletiva, empreendida pelosparticipantes de um grupo social de maneira a melhorar a racionalidadee a justiça de suas próprias práticas sociais e educacionais, como tambémo seu entendimento dessas práticas e de situações onde essas práticasacontecem (KEMMIS e MC TAGGART, 1988, apud Elia e Sampaio,2001, p.248). Buscou-se com isso, o envolvimento com a atividade práticado cultivo de hortaliças, além do incentivo a sustentabilidade.

Inicialmente foi feita uma apresentação do projeto junto aosalunos, após este momento ocorreram discussões no sentido deviabilizar a execução do projeto. Esta experiência consistiu em cultivar,como forma de demonstração, hortaliças em garrafas pet.

As hortaliças são as do tipo folhosas como: couve-manteiga,cebolinha e coentro. A proposta foi desenvolvida juntamente com opúblico alvo para que este, tendo a compreensão do processo deprodução e da ideia de sustentabilidade, pudessem a partir dali divulgara iniciativa fazendo com que mais pessoas reaproveitem garrafas petno cultivo de hortaliças.

O primeiro passo foi adquirir o material necessário para aprodução das mudas (sementes e adubo orgânico), e depois, foramfeitas as considerações importantes a respeito do plantio e cultivo dashortaliças.

Todos se agruparam na frente do centro, onde cada um“adotou” uma garrafa pet, cortou-a (umas horizontal outrasverticalmente) preparando-as para o plantio; decoraram-nas da formaque lhes foi conveniente (alguns até nomearam a garrafa), e em seguida,foi colocado o adubo disponibilizado.

Logo após esse processo, iniciou-se o plantio das sementes,sendo as de cebolinha e coentro nas garrafas cortados horizontalmentee as de couve-manteiga nas garrafas verticais. Dessa forma, uma a umaforam plantadas por seus “tutores” e posteriormente regadas.

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Todas as garrafas plantadas foram concentradas na parteexterior do prédio, onde deverão ser cuidadas até que seu produto finalseja colhido. Após esse processo, as garrafas poderão servir de depósitopara outras sementes, e dessa forma, o ciclo continuará sedesenvolvendo, bastando apenas que hajam interessados em darcontinuidade a este projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto possibilitou a interação entre alguns dos alunos deCiências da Natureza, sensibilizando-os a respeito da contribuição quecada um pode dar em relação a preservação do meio ambiente.

Observou-se com isso, que existem diversas forma úteis dereutilização de garrafas pet (já que sua erradicação é ainda um sonhofuturo), nesse caso com a produção de hortaliças, que após o cultivo edesenvolvimento poderão ser colhidas e consumidas tranquilamente,sem que haja preocupação com sua proveniência, uso de agrotóxicos edemais agentes que interfiram na qualidade do produto, assim, a saúdee bem estar do indivíduo que as consumir estará garantido.

Dentre os resíduos sólidos, os resíduos plásticos chamam maisatenção devido a total descartabilidade das embalagens, a resistência àdegradação e a sua leveza, fazendo-os flutuarem em lagos e cursos deágua, então após a execução desse projeto, a turma repensará um poucomais sobre seus atos em consonância com o meio ambiente e suapreservação. Dessa forma não só foi valorizada a autoestima dosgraduandos ao se tornarem sujeitos ativos dessa ação, como tambémminimizada uma parcela de lixo descartado no meio ambiente.

Mediante a carência do país que sofre com a falta de incentivoe disseminação de políticas públicas ambientais que viabilizem aexecução dos projetos afins, surgem soluções alternativas comoiniciativas de organizações não governamentais ou mesmo da sociedadecivil, que para alcançarem resultados significativos devem ser executarum trabalho contínuo.

Entendemos que este foi apenas o ponto de partida de umaimensa maratona que ainda precisa ser vencida, cabe então, a cada umde nós contribuir mais efetivamente com a preservação do nossoecossistema, evitando consumir materiais de difícil decomposiçãodespejados na natureza, e quando consumi-los, procurar dar a eles umdestino final menos agressivo a natureza.

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REFERÊNCIAS

ABIPET - Censo da Reciclagem de PET, Disponível em:<http://www.abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=7>, Acessoem 17 de jul. de 2013.

BRITO, T, 2010. SME prioriza Educação Ambiental nas Escolas. Disponívelem: <http://www.prefeiturasaj.ba.gov.br/index.php?paginas_ler&noticias&cat=&d=279>. Acesso em: 09 de jul. de 2013.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia,1993. 400p.

GIL, A. C. 5ª Edição, 2010.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010.

JACOBI, P, 2006. Sustentabilidade Ambiental, Consumo e Cidadania.Ambiente & Sociedade. v.9 n.1 Campinas Jan./June 2006.

KEMMIS e MC TAGGART,1988, apud Elia e Sampaio, 2001, p.248.

MUELLER, C. F. 2005. Meio-ambiente e Produtividade. Disponível em:<http://pessoal.facensa.com.br/girotto/files/Logistica_de_Distribuicao/logistica_reversa.pdf>. Acesso em 09 de julho de 2013.

ONU População mundial é de 7,2 bilhões de pessoas - internacional - geral- Estadão, Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/i n t e r n a c i o n a l , o n u - p o p u l a c a o - mu n d i a l - e - d e - 7 2 - b i l h o e s - d e -pessoas,1042156,0.htm>, Acesso em 17 de jul. de 2013.

SANTOS, E. T. A,. Educação Ambiental na Escola: Conscientização daNecessidade de Proteção da Camada de Ozônio. 2007. 53f. Monografia(Especialização em Educação Ambiental) - Pós-Graduação em EducaçãoAmbiental, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2007.

SCANAVACA L. J. , 1999. Disponível em: <http://www.cnpma.embrapa.br/down_hp/506.pdf>, Acesso em 17 de jul. 2013.

VAULT, R. Ciclo De Vida de Embalagens Para Bebidas no Brasil. São Paulo,2007.

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIAPARA DISSEMINAÇÃO DA INFORMAÇÃO SOBRE

A DENGUE NA UNIDADE INTEGRADAMUNICIPAL JOSÉ GONÇALVES COSTA NO

POVOADO ALECRIM EM CAXIAS - MA

Laiane Borges da SilvaGraduada em Ciências Biológicas – Faculdade do Médio Parnaíba (FAMEP)

Maria de Lourdes Rocha Lima NunesMestre e Doutora em Educação – Universidade Federal do Piauí (UFPI)

(Orientadora)

RESUMO

O presente trabalho monográfico procurou analisar a EducaçãoAmbiental como estratégia para disseminação da informação sobre adengue na Unidade Integrada Municipal José Gonçalves Costa(UIMJG) do Povoado Alecrim em Caxias - MA. A metodologia queorientou esta pesquisa foi o estudo de caso. Neste trabalho fez-se umaretrospectiva histórica acerca da educação ambiental onde houve umaabordagem sobre considerações a respeito de seus objetivos e propósitos,na intenção de despertar nas consciências humanas a percepção darealidade como resultado da má utilização dos recursos naturais. Apesquisa abrangeu o estudo da disseminação de informações sobre adengue através da educação ambiental, em experiências realizadas emvários municípios do Brasil. Procurou-se demonstrar que o controleda dengue pode e deve ser feito através das ações sociais efetivadaspela população junto à escola. Para consolidar a pesquisa fez-se umestudo a respeito da dengue em seus aspectos históricos e biológicos.Apresentou-se a análise dos dados da pesquisa e seus “achados”, comotambém houve a exposição de um histórico completo da doença e oresultado de pesquisas recentes. Realizou-se uma pesquisa acerca doconhecimento dos alunos sobre educação ambiental e a prevenção dadengue, onde foi possível constatar que a escola não desenvolveatividades de educação ambiental com enfoque na dengue e que, assim,o conhecimento dos alunos sobre a dengue é muito incipiente.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Dengue. Recursos Naturais.

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1 INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um instrumento importante na escola,porque pode inserir a discussão acerca das questões ambientais dentrode um currículo, na gestão escolar e em outras atividades que possamenvolver a comunidade do entorno da escola.

Corroborando com essa ideia Jacobi (2003, p. 198) propõe umnovo olhar sobre a educação ambiental a fim que seja voltada para acidadania ao afirmar que:

A Educação Ambiental como formação e como exercícioda cidadania tem a ver com uma nova forma de encarar arelação do homem com a natureza, baseada numa novaética, que pressupõe outros valores morais e uma formadiferente de ver o mundo e os homens.

Nesse diapasão, a educação ambiental se apresenta como umaalternativa para solução desses problemas. Guimarães (2007, p. 90)ressalta o papel da escola como um espaço para o desenvolvimento daeducação ambiental.

É indiscutível a importância da escola para promover umaeducação ambiental. E o processo educativo da escoladeve estar integrada, interagindo com os movimentosexternos da mesma, presentes nas comunidades. Isso secontextualiza no processo formativo das ações cotidianasde constituição da realidade próxima, local, nacomunidade à qual a escola está inserida, mas sem perdero sentido que esta realidade próxima é influenciada e influina constituição da realidade global.

O interesse pelo tema educação ambiental surgiu durante todoo curso de graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade do MédioParnaíba (FAMEP). No entanto, foi durante o estágio supervisionadoque veio a percepção da importância e relevância da temática devidoaos problemas ambientais que ocorrem em Caxias - MA teremaumentado em sua amplitude e frequência.

Na zona rural de Caxias - MA o problema se apresentaaparentemente de forma pontual e com pouco impacto para o meioambiente. No entanto, eis a possibilidade de enumerar algunsproblemas nas localidades Alecrim e Mucambo como: a ausência deum serviço de coleta de lixo; a queimada irregular no período do

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preparo da terra para o plantio das roças; e, o desmatamento dasmargens do riacho.

A dimensão dos problemas se materializa na quantidade depessoas que foram contaminadas pela dengue nos anos de 2012 e2013, o lixo acumulado em locais inadequados associado à formaincorreta de acondicionamento tendo aumentado os casos decontaminação. No período de maio a junho de 2012, ocasião em quehouve a participação no estágio supervisionado na escola foi possívelconstatar uma grande quantidade de alunos que faltaram as aulaspor conta da dengue.

Associado a esses problemas, atualmente essas duas localidades,Alecrim e Mucambo, estão sendo invadidas por turistas por conta dagrande quantidade de água disponível em riachos e olho d’agua queficam nas nascentes do Riacho do Mucambo. Em razão da demandade turistas que geram renda para membros da comunidade há umagrande pressão para transformar de forma desordenada esses ambientesnaturais em Balneário.

A temática ambiental está na ordem do dia e impõe que acomunidade se organize para saber decidir o que é melhor para o meioambiente e/ou para cada um de seus membros. No caso das localidadesdo Alecrim e Mucambo a escola é o local onde todas as pessoas dacomunidade são envolvidas de forma direta ou indireta, portanto eladeve estar preparada para responder a essa demanda.

Quando de uma sensibilização com essa questão procurou-sesaber como a Unidade Integrada Municipal José Gonçalves Costa queestá localizada no povoado Alecrim, mas também atende ao povoadoMucambo com um número considerado de alunos matriculados, poderesponder às necessidades da comunidade. Necessidades estas no quese refere aos problemas ambientais, às exigências da legislaçãoeducacional sobre educação ambiental além de contemplar osconteúdos que tratam da educação e saúde, notadamente na questãoda dengue.

O objetivo dessa pesquisa foi promover a educação ambientalno âmbito comunitário e escolar com ênfase na prevenção da denguena Unidade Integrada Municipal José Gonçalves Costa (UIMJGC).Para realização desse trabalho foi feito um diagnóstico doconhecimento dos alunos acerca da dengue e concretizada umapesquisa documental nessa escola sobre o projeto político pedagógicoe nos relatórios de atividades realizadas na escola nos anos de 2012 e2013.

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A metodologia empregada foi pesquisa de campo utilizando-se as técnicas de observação não participante, a aplicação dequestionários aos alunos dos 6º, 7º, 8º e 9º ano da UIMJGC. Também,fez-se uso da pesquisa documental, quando de uma análise a respeitodo regimento da escola, relatórios e outros documentos como ofícios eplanejamento dos professores. Para uma averiguação dos questionáriosserviu-se da análise de conteúdo segundo Bardin (1977).

2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONCEITOS E ESTRATÉGIAS

Sabe-se que a educação ambiental deriva basicamente de umprocesso de formação de ideias, norteadas do clareamento doconhecimento e formulação de consciência crítica sobre os rumosda educação ambiental, vinculada a atividades que buscam acooperação das comunidades nos cuidados com o equilíbrio do meioambiente. Assim, conforme Dias (1998) a educação ambiental veiopara a divulgação das ideias objetivas sobre conhecimentoambiental, com a participação e ajuda popular na preservaçãosustentável de seus recursos. Essa análise surgiu do interesse dohomem pelo assunto, devido às notícias de grandes desastres quetem abalado o mundo.

Duarte (2003) afirma que a educação ambiental deve situar-see manter-se diretamente acoplada a todas as atividades e aspectos davida. Assim como todo cidadão deve manter-se preocupadoabertamente com a educação ambiental, e vice versa já que ultimamenteé difícil de explicar e entender o universo da problemática da educaçãoambiental, pois a maior parte da sociedade se acomodou apenas tendose diversificado o conceito da temática. O autor busca fazer com quehaja uma compreenda de que é preciso educar cidadãos para se entendera complexidade do assunto e a importância do papel do indivíduo emrelação ao meio circundante.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais o (PCNs)a Educação Ambiental traz às mudanças necessárias paracomportamento individual com atitudes de valores de cidadania.Aplicados ao educador o papel de fortalecedor da educação ambientalaos educandos, reintegrando ao ensino valores ambietalistas ehumanistas, trabalhando pedagogicamente as condutas do homem àfrente do seu espaço ocupado, além de suas necessidades e interesses.

Nota-se que construir e formar cidadãos consciente é necessáriocapacitá-los para decidirem agir atuando na realidade socioambiental

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com comprometimento com a vida e com o bem-estar de um todo,seja local ou mundial. Apesar do estudo de ecologia, a educaçãoambiental é distinta, esta última também abrangendo um âmbito bemmais extenso, pois, busca um questionamento direto da conscientizaçãodo indivíduo sobre suas decisões e percepções, além das relaçõesmantidas entre homem e meio ambiente.

Em objetivo requer uma educação que estimule uma formaçãode cidadãos seguros e conscientes, que possam reconhecer não só osseus direitos, mas também que saibam ver seus deveres em meio essagrande sociedade desenfreada, que sejam responsáveis nas suas açõese vontades de mudanças, pois mudanças é o pontapé inicial para quehaja transformação.

A educação ambiental tem que ter seu entendimento por cadamembro da instituição escolar como professores, alunos, diretores efuncionários enquanto instrumento facilitador para a execução deprojetos pedagógicos.

Assim, a educação deve ser vista e trabalhada de maneira firmee consciente entre alunos e professores ainda que também tornandopropício uma interação entre escola e comunidade, facilitando umainfluência mútua entre as diversas realidades com que os alunos seapresentam. E isto a partir do desenvolvimento de conhecimentos dosanos de escolaridade, quando há de levar-se em conta a formação doindivíduo cidadão, para que com os conhecimentos obtidos no futuroele venha participar das decisões sobre o destino do país.

Cabe dizer ainda que, a Educação Ambiental tem um papelmuito importante no ensino de ciências naturais para educação econstrução do conhecimento científico do ser humano, principalmenteno que diz respeito aos princípios importantes e necessários, aexplicação e o entendimento em meio dos fenômenos circundantes.

Porém, para uma melhoria de vida, a sociedade necessita comurgência de educadores que se disponham a lutar por uma educaçãoenquanto direito universal, e que esta mesma educação seja capaz deconstruir uma sociedade com consciência crítica, integrada e emmovimento com os acontecimentos. Só por meio da compreensão daimportância da educação é que se pode chegar a uma sociedade justae de comum interesse.

A consciente responsabilidade requer uma atitude diferenteperante a vida, uma busca existencial. Hoje a sociedade enfrenta astransformações decorrentes do novo mundo que prediz e demandanovos valores, individuais e coletivos para que as relações entre os

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homens devam ser fundamentadas no diálogo, na honestidade, norespeito à individualidade e no respeito a todas as formas de vida.

No contexto educacional, a escola deve estar comprometida,de forma que seus alunos saibam situar suas próprias metas comconsciência do que estão perpetrando, transpondo seus próprios limitessem competições, adotando uma postura ética, assumindo suas própriasopções, e buscando satisfazer suas necessidades diárias fortalecendosua autoestima.

A educação ambiental deve ser tratada em variadas disciplinas,assim o papel estipulado ao professor não seria um simples acomodede conteúdos curriculares, e sim uma relação ativa com osacontecimentos atuais do cotidiano vivenciado diariamente pelosalunos. E isto é possível dizer quando do ato de colocar em práticaconhecimentos sociais contraídos e situar uma conexão com as demaisáreas do conhecimento. Vincular os conteúdos estabelecidos é a formaadequada de rompimento com os padrões tradicionais de fazer erelacioná-los, desse modo a educação ambiental trata das relações entreo homem e a natureza e o seu estudo promovido e em coerência comoutras matérias.

5 O CONHECIMENTO DOS ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃOAMBIENTAL E A PREVENÇÃO DA DENGUE

Levantamento feito pelo Ministério da Saúde em março de 2014nos municípios do Maranhão mostrou um número crescente de casos,quando em média de 24 municípios do estado encontravam em situaçãode risco de aquisição da dengue, além de 22 cidades já se encontraremem alerta sobre possíveis casos.

Foram registrados uma média de 329 casos de dengue somenteno primeiro bimestre deste ano, sendo 14 desses casos em nível grave,mas sem registro de óbito. No ano de 2013, foram registrados 889 casosde dengue em todo o estado, contendo 05 desses casos como de modograve e 02 óbitos.

De acordo com levantamentos do Ministério da Saúde noMaranhão há 24 municípios em alerta de risco de dengue e 22 outrosmunicípios estão em foco de contaminação incluindo-se São Luiz eImperatriz, e o município de Caxias está inserido no rol dos que estãoem situação de risco devido à falta do desenvolvimento do projeto nacidade. Assim, o Estado do Maranhão apresenta um quadropreocupante em relação à dengue, mas uma boa parte da sociedade

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tem procurado contribuir para com a diminuição dos quadros decontaminação notadamente visíveis, considerando aqui como em fitoo município de Caxias - MA.

A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) tem umprojeto de educação ambiental cujo propósito é envolver a maiorquantidade de informações sobre o que é, qual agente causador,principais formas de contágio, os sintomas e prevenção da doença,para que assim haja uma orientação verdadeira e efetiva quanto aocombate à dengue.

Esse projeto é desenvolvido com a colaboração e participaçãodo ensino básico de escolas da rede pública, onde ocorrem visitas aolaboratório de entomologia médica que fornece vagas e possibilidadepara a aquisição de experiência prática com manuseio de microscópio,e os alunos terem oportunidade de participar das diversas atividadesinformativas sobre a dengue.

E desta maneira acredita-se que o contato direto dos alunoscom estudantes universitários, incentiva a aptidão cientifica das criançase dos adolescentes, ainda que também uma atenção para a questão deque ao término da visita são aplicados questionários com perguntasreferentes ao inseto e a doença.

Com a aplicação do questionário a intenção é de avaliar oconhecimento dos estudantes antes da inspeção e depois, quando daintenção que o aluno seja um atuante multiplicador de seuconhecimento por onde incidirem tanto no âmbito familiar como emoutros demais lugares. Dando sequência à assertiva acima, quanto àprofessora, esta se diga satisfeita com a realização do projeto deeducação ambiental como aqui considerado e feliz de ter contribuídopara saúde da população do município.

5.1 Campo Empírico da Pesquisa

Esta pesquisa foi realizada no Povoado Alecrim que ficalocalizado a 60 km de Caxias - MA. O povoado tem 74 domicíliosregistrados e uma população aproximada de 390 habitantes.

A atividade econômica da população é basicamente aagropecuária e a exploração de pontos turísticos para quem gosta denatação. A comunidade não tem um posto de saúde para atender suapopulação, caso haja necessidade de atendimento médico as pessoastêm que se deslocar até o povoado Santo Antônio que atende apopulação do Alecrim e dos povoados adjacentes.

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O comércio é feito através de pequenos comerciantes quevendem gêneros alimentícios, insumos agrícolas e roupas. Também apopulação pode dispor de uma padaria, uma papelaria e umalanchonete. As atividades de lazer são realizadas no Clube de Festa doAlecrim que acontecem esporadicamente. As festas religiosasacontecem no templo da Igreja Evangélica da Congregação Canaã daIgreja Assembleia de Deus.

A Unidade Integrada Municipal é a única escola que atende acomunidade. Essa instituição tem 05 salas de aula, uma sala deinformática que também funciona como biblioteca, uma secretaria,cantina, 02 banheiros para os alunos e alunas e 01 banheiro para osdemais funcionários. A escola é arborizada e tem uma horta escolar.

Os dados desta pesquisa foram coletados através de questionárioque foi aplicado com a escolha dos participantes de forma aleatória.Foram escolhidos 10 alunos das turmas de 6º, 8º e 9º ano. Os alunosdo 7º ano não puderam integrar porque estavam participando daOlimpíada de Matemática.

Os alunos do 6º e do 8º ano tiveram respostas semelhantes edemonstraram um conhecimento parcial sobre o que é a dengue quandoresponderam à pergunta “o que é a dengue”, somente 20% tendorespondido que era uma doença transmissível. A indicação da suagravidade não foi detectada nas respostas desses alunos. Os alunos do9º ano por sua vez, em um total de 20%, demonstraram saber que adengue é uma doença grave, mas não fizeram menção a sua forma detransmissão.

Em relação à pergunta “como a dengue é transmitida” dosalunos das 03 turmas correspondentes ao 6º, 8º e 9º ano somente 01(3%) destas turmas respondeu que era o mosquito. Da mesma formasomente 01 (3%) fez referência à água como um fator importante paraa transmissão. Registra-se que 10% fizeram referência ao mosquitocomo vetor da transmissão da dengue.

Em se tratando dos sintomas da doença somente 3 (10%)identificaram a febre com dor de cabeça como um dos principaissintomas da dengue. Do total de alunos somente 02 (6,6%)mencionaram a dor no corpo como o único sintoma conhecido.

Quando perguntado sobre a biologia do mosquito no quesitoforma de reprodução somente 3(10%) identificaram o ambiente como“água limpa e parada” como o meio propício para a reprodução domosquito Aedes aegypti. No que se refere a outras formas e modalidadesde condições apropriadas para a reprodução do mosquito da dengue

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somente 1(3%) indicou “poças de água e vasos de plantas” como ummeio. Outros 3% responderam que era “a existência de pneus cheiosde água, latas e caixas de água”.

Houveram respostas significativas quando perguntado o quecada um fazia para evitar a presença do mosquito na sua casa. Asrespostas mais expressivas dos alunos do 8º ano tratavam: dasubstituição da água por pedras nos vasos de plantas; do esvaziamentodos depósitos não deixando água parada; não deixando baldes e caixasde água destampados; virando litros de água; e, queimando sacosplásticos.

Em relação à resposta queimar sacos plásticos é uma medidaeficaz, porque evita o acúmulo de água parada que favorece areprodução do mosquito da dengue, mas, por outro lado, provoca apoluição do ar.

Os alunos do 6º ano quando perguntados sobre as medidaspreventivas acerca da presença do mosquito na sua casa responderam:tampando os caixotes; evitar os pneus e vasos com água. Dois alunosdesse ano responderam de forma coerente a essa pergunta, a saber:“Utilizar água da forma correta. Tampar os caixotes bem, retirar aágua parada dos vasos e pneus, além de tampar as caixas de água”; e,“não deixando água parada, colocando garrafas de boca para baixo”.

Quando solicitado respostas à pergunta sobre qual atitudetomaria caso fosse constada a dengue em algum membro de sua famíliaa 80% dos alunos do 8º e 9º ano responderam que encaminhariam apessoa da família ao médico ou a um hospital. Um aluno respondeufazendo referências à rotina de casa o que assumiria os afazeresdomésticos. Em relação aos alunos do 6º ano 90% responderam queconduziriam o parente ao médico, ao hospital ou ao posto de saúde.Um aluno respondeu que ficaria triste.

Quando questionados sobre terem recebido alguma informaçãosobre a dengue 4(40%) alunos do 6º ano responderam que sim, 6 (60%)alunos do 8º ano responderam que sim e do 9º ano 8 (80%) responderamsim também. Os alunos identificaram os meios de comunicação comoos responsáveis pela veiculação de informações sobre a dengue e quechegaram até a eles. Pode-se perceber que o potencial que tem umacampanha educativa veicula nos meios de comunicação em um trabalhode prevenção da dengue.

Ao serem arguidos sobre as atividades desenvolvidas na escolarelativa a medidas de prevenção da dengue 5(50%) dos alunos do 6ºano responderam que sim, dois disseram que a escola não desenvolvia

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atividades e um aluno registrou que não tinha conhecimento de taisatividades. Quanto aos alunos do 8º ano 8 (80%) disseram que tinhamconhecimento, um disse e outro mencionou uma ação que poderia tersido realizada na escola que era o recolhimento de sacos plásticos. Eos alunos do 9º ano 7 (70%) alunos disseram que sim e 2(20%) disseramque não. Um aluno do 9 º ano respondeu que a escola poderia fazer otrabalho através de vacina, essa resposta demonstra totaldesconhecimento acerca dos avanços científicos nas pesquisas sobre acura e prevenção da dengue. Não existe vacina.

No que se refere às ações desenvolvidas pela família dos alunosna prevenção da dengue 4(40%) alunos do 6º ano disseram que em suacasa há uma preocupação com a prevenção da dengue, 2 (20%) disseramque não e o restante respondeu que não sabia. Os aluno do 8º ano7(70%) responderam nesse quesito que não havia essa preocupaçãoem sua casa e 2 (20%) afirmaram que não sabiam. Quanto aos alunosdo 9º 2(20%) disseram que sim, outro aluno afirmou que sua casa eramuito cuidada, mas não era possível evitar o mosquito da dengue e4(40%) responderam que não.

Quando abordados acerca da participação da comunidade naprevenção da dengue na escola, em casa e na própria comunidade osentrevistados responderam: 2(20%) alunos do 6º ano que não sabiam,mas o restante deu respostas específicas, a saber: tampando os caixotese preservar a água; tampar os caixotes bem, os vasos e as caixas deágua; com a comunidade e em casa assim como na escola, podemosretirar as águas acumuladas em pneus; se não podemos pegar denguee ela mata; não acumular lixo nas ruas e esvaziar todos os recipientescom água; não deixar água parada colocando as garrafas de cabeçapara baixo; tampando os caixotes e preservar a água. Pode-se perceberque há uma similaridade das respostas que se resumem ao diminuir ascondições propícias para a reprodução do mosquito.

Em relação aos alunos do 8º ano 01(10%) dos alunos deu umaresposta coerente relativa a um trabalho colaborativo entre comunidadee escola fundamentado na prevenção da dengue, a saber: “em casapodemos cuidar para que não haja mosquito, na escola podemos reuniros alunos para cuidar do meio ambiente e a comunidade podemosalertar sobre o mosquito”. Em relação a prevenção 05 (50%) alunosmencionaram a necessidade de evitar a água parada em diversos tiposde recipientes como caixas de água, baldes, latas e/ou outros recipientesque acumulam água da chuva. Outro aluno disse que “devemos tamparbaldes, virar latas e levar os pneus a locais propícios”. Este último aluno

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demonstrou um conhecimento adequado para a prevenção da dengueprincipalmente no que deve ser feito em relação aos pneus.

Em relação aos alunos do 9º ano eles responderam de formasemelhante, mas deve-se registar a fala do aluno que abordou anecessidade da conscientização da população. No seu texto o alunodiz: “sempre os melhores meios para se prevenir a dengue éconscientizar a população para não deixe a água se acumular em locaisque o mosquito possa se reproduzir”. Os outros alunos demonstraramuma preocupação em relação à água deixada em diversos recipientes.Um aluno mostrou desconhecimento em relação à dengue, porque elesugere tomar vacina contra dengue, ainda não existindo a vacina.Outros alunos afirmaram a necessidade de não deixar acumular o lixo,limpar os vasos de flores, tampar a caixa de água e manter o ambientelimpo.

É no depoimento do aluno do 9º ano que se resume aimportância da educação ambiental nesse processo: “Se todos nósfizéssemos a nossa parte o mosquito não invadiria a escola nossa casanem a comunidade. Não jogar lixo na rua, não deixar resto de águanos litros e outras coisas para evitar a dengue”. Mesmo nãoconceituando a educação ambiental ele trata dos elementos que acompõem como o trabalho colaborativo no cuidado com o meioambiente.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dengue é uma enfermidade febril ocasionada por um vírus(flavivírus) originado por um mosquito denominado Aedes aegypti e quese dissemina principalmente devido às condições de um meio ambienteadequado ao seu desenvolvimento.

Tendo em vista a situação apresentada hoje sobre as séries decasos sobre a dengue no Brasil, e, principalmente, o aparecimento decasos nas zonas rurais, onde a maioria das vezes as informações sobreo mosquito é repassada de maneira insuficiente e superficial, é onde sever a necessidade de um programa de ação eficiente e de destaque doque diz respeito aos perigos desse mosquito.

De acordo com a análise e a problematização da dengue, faz-senecessário uma conscientização junto à escola, com alunos, professores,diretores e os demais funcionários, ainda que também com a ajuda dacomunidade para formulação de planos de ação no combate ao Aedesaegypti.

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Para tanto é preciso considerar o aprimoramento de umconhecimento amplo quando a respeito do mosquito Aedes aegypti, doengajamento das principais formas de se contrair a doença, doesclarecimento acerca dos sintomas, dos tratamentos, da prevenção edo combate à doença, numa ação integrada da escola e da comunidadee da Secretaria de Saúde do município. E isto quando da importânciade ações próprias da redução e da eliminação da ocorrência dos casosde dengue tanto na escola como na comunidade em que esta instituiçãolocaliza-se.

Em vistas de outras propostas é possível inserir programas jáutilizados na área de conscientização e prevenção do foco da doença,bem como se criar ações de modo que ativas e eficazes para com aeliminação da dengue. A junção da coletividade entre escola ecomunidade é uma maneira decisiva na tomada de possíveis decisõesvisando à contemplação da execução de ações, assim como o auxílio eapoio de secretarias de saúde.

O desenvolvimento de um projeto deve considerar adisponibilidade de ajuda da comunidade, secretarias, escolas e governomunicipal, como também está alinhado ao desempenho de profissionaisda área da saúde, bem como agentes de saúdes e agentes endêmicos.

Alunos acometidos pelo mosquito no âmbito escolar,proporcionalmente tem o menor rendimento, além de indicação falhano manejo e do como se prevenir da dengue, contudo torna-se claro afalta de campanhas e ações de combate e conscientização de todos osníveis de conhecimento da escola assim como da comunidade.

A investigação do ambiente familiar dos alunos, quando de umaaveriguação de possíveis locais em que possam vir a ser depósito parao acomodo do mosquito, e dentre estes locais: reservatório de lixo;plantas e jardins; caixa d’água; calhas e lajes e depósitos de água,espaços que oferecem as principais vias de acesso à proliferação domosquito.

Desta forma, existe a possibilidade de aprimorar oconhecimento a respeito do mosquito Aedes aegypti, e os locais ondeeste se aloja. Ainda que também para o combate à dengue faz-senecessário um engajamento quando do conhecimento das principaisformas de se contrair a doença, do esclarecimento dos sintomas, dostratamentos, da prevenção e do combate à doença. E isto quando háde levar-se em conta uma ação integrada da escola junto à comunidade,à secretaria de saúde do município, visando à redução e à eliminaçãoda ocorrência dos casos de dengue na escola e na comunidade.

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REFERÊNCIAS

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 4ª ed. Lisboa: Edições 70, 1977.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 5ª ed.São Paulo: Global, 1998.

DUARTE, M. C. S. Meio ambiente sadio: direito fundamental em crise.Curitiba (PR): Juruá, 2003.

GUIMARÃES, M. A formação de educadores ambientais. 3ª ed. Campinas(SP): Ed. Papirus, 2007.

JACOBI, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernosde Pesquisa, n. 118, março/ 2003.

PASQUINI, Nilton Cesar. Educação ambiental no controle de aedes aegypti,uma estratégia de combate e prevenção. In: Revista educação Ambiental emAção. No. 41. Disponível: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1269&class=21. Acesso em 31 de maio de 2014.

RAMOS; M. G. M.; CORREIA, M. L. A. A educação ambiental naprevenção e controle da dengue no município de Fortaleza: Reflexões sobreSaúde e sustentabilidade Ambiental. Anais do XIX Encontro Nacional doCONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de2010.

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A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DA UNIDADEESCOLAR MUNICIPAL INEZ EVANGELISTA

GUIMARÃES DO POVOADO BARRO VERMELHODE CAXIAS - MA ACERCA DA EDUCAÇÃOAMBIENTAL E DA ESCOLA SUSTENTÁVEL

Leidia da Silva Sousa SantosGraduada em Ciências Biológicas pela Faculdade do Médio Parnaíba (FAMEP)

Maria de Lourdes Rocha Lima NunesMestre e Doutora em Educação - Universidade Federal do Piauí (Orientadora)

RESUMO

A educação ambiental objetiva o estudo do meio ambienterelacionando-o com processos de sensibilização, de aquisição deconhecimentos e de habilidades para resolver problemas relativos àquestão da preservação ambiental. O objetivo geral deste trabalho foianalisar a percepção dos professores da Unidade Escolar MunicipalProfessora Inez Evangelista Guimarães acerca da educação ambientale escola sustentável. Para tanto fez-se um trabalho de pesquisautilizando o estudo de caso como metodologia. Neste trabalhoprocurou-se verificar a percepção que os professores da Unidade EscolarMunicipal Professora Inez Evangelista Guimarães em Caxias – MA,tem sobre a educação ambiental. Buscou-se apreender o papel doprofessor e verificar se os mesmos procuram estimular seus alunos ealunas a uma participação consciente e crítica quando de uma análiseda realidade e do reconhecimento do papel que cada um tem sobre apreservação ambiental. Conclui-se que os professores tem um prévioconhecimento do que é educação ambiental e o que é escola sustentável,mas não desenvolvem atividades na escola e muito menos tem apercepção da importância de se discutir à preservação ambiental e dese ter práticas cotidianas que demonstrem o compromisso com a causaambiental.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Escola Sustentável;Sustentabilidade; Ensino Fundamental.

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1 INTRODUÇÃO

A educação ambiental está inserida oficialmente na política deeducação no Brasil desde Política Nacional do Meio Ambiente que foipromulgada através da Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre fins,mecanismos de formulação e aplicação da Política Nacional do MeioAmbiente. Essa Lei inaugura a Educação Ambiental como política eestende, no seu Artigo 2º, inciso X que a “Educação Ambiental a todosos níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivandocapacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente”.

O Decreto n. 88.351/83, que regulamenta esta lei, evidencia eestabelece as competências referentes às diferentes esferas do PodrePúblico e determina que esses poderes devem “orientar a educação,em todos os níveis, para a participação efetiva do cidadão e dacomunidade na defesa do meio ambiente, cuidando para que oscurrículos escolares das diversas matérias obrigatórias complementemo estudo de ecologia.”

Em 1999 com a promulgação da Lei de nº 9.795 que instituiu aPolítica Nacional de Educação Ambiental, determina que esta políticadeverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA) e pelo Conselho Nacional de Educação.

Essa educação visa o estudo do meio ambiente relacionando-ocom processos de sensibilização, de aquisição de conhecimentos e dehabilidades para resolver problemas relativos à questão da preservaçãoambiental. Ainda que também recomenda utilizar diferentes processoseducativos para a construção do conhecimento sobre o meio ambiente.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) adotou a educaçãoambiental como uma política a partir dos diversos programas e projetosque essa instituição tem desenvolvido tanto para a Educação Básicacomo para a Educação Superior. Assim, é possível registrar osprogramas que fazem parte do escopo do MEC como vistos a seguir:Programa Nacional de Educação Ambiental; Vamos Cuidar do Brasil;Com-Vida; Escola Sustentável; Agenda 21 na Escola; ConsumoSustentável; e Programa de Dinheiro Direto na Escola.

Considerando que a escola é um espaço privilegiado para aaprendizagem acerca do meio ambiente, portanto, teve-se uma noçãoda necessidade de discutir o tema em estudo na escola onde apesquisadora exerce seu papel de educadora e nas escolas daslocalidades vizinhas. Porém, para a efetivação deste trabalho foiescolhida a Unidade Escolar Municipal Professora Inez Evangelista

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Guimarães, porque é uma escola recém-inaugurada e que a mesmaestá inserida no padrão das escolas do MEC.

É importante ressaltar que a escola em que a pesquisadora atuanão foi escolhida para esta pesquisa, porque a instituição como aquireferenciada já tem um programa de educação ambiental o qualpossibilitou a participação dos alunos na Conferência Infanto-Juvenilpara o Meio Ambiente (CIJMA) em 2013.

O objetivo geral deste trabalho foi analisar a percepção dosprofessores da Unidade Escolar Municipal Professora Inez EvangelistaGuimarães acerca da educação ambiental e a escola sustentável. Paratanto pesquisou-se a percepção que os professores da Unidade EscolarMunicipal Professora Inez Evangelista Guimarães tem sobre aeducação ambiental. Buscou-se apreender o papel do professor everificar se os mesmos procuram estimular seus alunos e alunas a umaparticipação consciente e crítica quando de uma análise da realidade edo reconhecimento do papel que cada um tem sobre a preservaçãoambiental.

A relevância deste trabalho está associada à necessidade se sepreservar o meio ambiente e a escola, esta, uma instituição enquantoespaço ideal para efetivação da educação ambiental. Outro fatorimportante foi à inclusão da dimensão ambiental nos projetos definanciamento da educação. O Programa Dinheiro Direto na Escola(PDDE) impõe uma condição para que cada escola participe desseprograma que é implantar o Programa Escola Sustentável (PES).

O PES é um programa de educação ambiental orientado comvistas às escolas públicas e às escolas particulares e que tem comoobjetivo o estímulo e a constituição de uma cultura de sustentabilidade,a partir do desenvolvimento de habilidades, do fortalecimento dehábitos e de comportamentos sustentáveis na escola, na família e nacomunidade.

O programa como acima identificado, o PES, opera com duasfrentes:

I - estímulo à mudança de comportamento e promoçãode atitudes e práticas sustentáveis entre alunos,professores, funcionários e membros da comunidadeescolar; e,

II - promoção da melhoria dos indicadores desustentabilidade da escola como consumo de água,consumo de energia, minimização de resíduos sólidos,ambiente escolar e biodiversidade.

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2 HISTÓRICO E CONCEITO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Em 1974 a Comissão Nacional da UNESCO, na Finlândia,realizou um Seminário sobre Educação Ambiental o qual a EducaçãoAmbiental passou a ser considerada não como um ramo da Ciênciaou como uma matéria de estudos de modo separado, mas que deve sertratada de acordo com o princípio de uma educação integral.

Belgrado, capital da Sérvia, sediou em 1975 o SeminárioInternacional de Educação Ambiental, que ficou conhecido como oEncontro de Belgrado. Esse evento foi promovido pela UNESCO comoresultado de uma das várias proposições da Conferência de Estocolmo(1972). O documento final desse evento, conhecido como a Carta deBelgrado, é o primeiro documento oficial dedicado à EducaçãoAmbiental, um dos primeiros no mundo e o primeiro que definiu aEducação como anteriormente referenciada, como sendo:

A educação dirigida ao crescimento de uma populaçãomundial consciente e preocupada com o meio ambientee seus problemas associados e que tenha conhecimentos,habilidades, atitudes, motivações e compromissos e possatrabalhar individual e coletivamente para a solução dosproblemas atuais e prevenção dos problemas futuros.(Documento Final da Conferência de Belgrado)

A UNESCO, em parceria com o Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente (PNUMA), organizou a Primeira ConferênciaIntergovernamental sobre Educação Ambiental que aconteceu emTbilisi, capital do Estado da Geórgia na Rússia, no ano de 1977.Essa conferência é considerada o marco da política mundial daeducação ambiental, porque estabeleceu seu conceito, princípios eestratégias.

A Conferência de Tbilisi (1977) dá ênfase à necessidade de umapostura crítica ao se promover uma análise sobre os diversos fatoresque intervém em determinada situação que envolve a questão ambiental(UNESCO, 1977). Essa conferência influenciou a elaboração Lei nº6.938, de 1981, que instituiu Política Nacional do Meio Ambiente,com suas finalidades e mecanismos de proposição e efetivação.

Em 1992 o Brasil sediou a II Conferência das Nações Unidaspara o Meio Ambiente que ficou conhecida como a ECO/92. Nessaconferência foi assinado o Tratado de Educação Ambiental paraSociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Esse tratado

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considera a educação como um direito de todos, mas também comoum dever em que todas as pessoas são ao mesmo tempo aprendizes eeducadores.

A busca da valorização do meio ambiente no âmbito escolarpode-se dar através do desenvolvimento de temas já bastante discutidosem documentos tanto do campo educacional quanto nos que orientamas políticas ambientais, um dos temas mais importantes é asustentabilidade.

Através de trabalhos realizados onde o foco é a sustentabilidade,pode haver grandes mudanças no pensar e no agir do ser humano quehoje é o grande responsável pela degradação do meio ambiente. Maspara que ocorram essas mudanças é preciso que setores governamentaisprocurem fazer, dar e gerar condições favoráveis, principalmente, naárea educativa, aonde essa área já vem sendo modificada positivamentepara dar possibilidades para a realização de trabalhos de forma quevenham trazer criações e inovações para educação ambiental e parasustentabilidade.

É importante lembrar que a educação ambiental e os programasde sustentabilidade propõem em sua maioria a recuperação do meio, aconservação e até mesmo uma proposta de qualidade de vida muitomelhor. A sustentabilidade hoje é vista como novo critério básico eque integra responsabilidades éticas e também aponta propostaspedagógicas voltadas para a conscientização através de conhecimentosadquiridos.

A educação tem um papel muito importante para a sociedadee cada vez mais vem enfrentando desafios para poder suprir anecessidade de novos conhecimentos para poder realizar causas sociaisque a cada dia se tornam mais complexas e os riscos ambientais setornam maiores. E a partir desses riscos é que os ambientalistasprocuram resgatar o desenvolvimento de valores e de comportamentoe ainda estimular a visão como um todo dando ênfase nainterdisciplinaridade na construção de saberes.

O estudo do meio ambiente possibilita uma análiseinterdisciplinar das questões ambientais no processo pedagógico. Porisso e muito mais é que a interdisciplinaridade veio para romper essasdificuldades e contribuir para que cada área de conhecimento ao serutilizado para analisar um determinado contexto específico, possacontribuir para que cada ponto de vista seja averiguado e colocado emprática à sua maneira sempre visando mudanças e melhorias no meioambiente.

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Nesse sentido, a escola é um ponto indispensável na formaçãoda vida social das pessoas. Ela é um espaço onde devem serdesenvolvidas atividades para que o aluno possa entender os problemasque o meio ambiente vem sofrendo e que o mesmo poderá contribuirpara modificar esse quadro.

3 ESCOLA SUSTENTÁVEL

A Lei nº 9.795/ 99 que dispõe sobre a política de educaçãoambiental propõe a institucionalização da educação ambiental naeducação brasileira. Portanto, desde 1999 o Brasil passou a promoverações pedagógicas que favorecem a formação de valores, experiências,capacidades e ações voltadas para aquisição da sustentabilidadesocioambiental.

Escolas Sustentáveis é um programa de educação ambientalorientado a escolas públicas e particulares e que tem como finalidadeo fortalecimento de hábitos e condutas sustentáveis na escola, na famíliae na comunidade. Os fundamento de uma escola sustentável. Associadoao Programa Escola Sustentável existe o programa COM-VIDA queconcretiza as ações voltadas para a institucionalização desse programano âmbito escolar (BRASIL, 2012).

O programa COM-VIDA é um conjunto de vários elementosque envolvem estudantes, professores, direção, funcionários, pais dealunos e a comunidade na perspectiva de gerar situações desustentabilidade nos espaços escolares. É um programa de grandeimportância na construção de espaços sustentáveis na escola. (BRASIL,2012).

Para participar desse programa a escola tem que criar aComissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola COM-VIDA. A COM-VIDA deve ser um comissão atuante na escola e parafortalecê-la é preciso: realizar oficinas com formação de pessoas;possibilitar um planejamento participativo da agenda 21 nas escolas;disponibilizar equipamentos que venham favorecer os registros e acessoà internet; estimular a discussão no âmbito da escola de contextoteórico, metodológico e pedagógico em educação ambiental esustentabilidade; criar situações de estudos voltados para o espaço físicoda escola, avaliar e viabilizar a intervenção arquitetônico de acordocom critérios sustentáveis e de acessibilidade; realizar formação deoficinas para a produção e obtenção de materiais didáticos epedagógicos. (BRASIL, 2012).

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O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) - EscolaSustentável, um programa criado pelo MEC para incentivar asescolas a promoverem melhorias na qualidade do ensino e dar apoioàs escolas públicas adotando meios para a sustentabilidade(BRASIL, 2013).

O repasse de recursos só acontece através do SECADI/MEC,da internet via Plano de Desenvolvimento na Escola (PDE) e da cópiada ata da reunião de planejamento da comunidade escolar. As escolasdevem estar com seus cadastros todos atualizados, processo que apensaocorre por meio do sistema PDDE via web. E os que não possuemacesso à internet tem que apresentar um formulário de Cadastro daUnidade Executora, ou seja, da relacionada escola.

O plano de ação é elaborado através das implementações derecursos do PDDE Escolas Sustentáveis a partir da comunidade escolar.As decisões devem estar lavradas em ata e com a assinatura das pessoaspresentes. E depois deve ser direcionada à Secretaria de EducaçãoContinuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) e asações impostas que constituem o Plano de Ação.

4 METODOLOGIA E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Campo Empírico da pesquisa

A Unidade Escolar Municipal Professora Inez EvangelistaGuimarães localiza-se no Povoado Barro Vermelho, 2º Distrito deCaxias (MA), a 48 km da sede desse município. O nome da escola foiescolhido pela comunidade como forma de homenagear a uma dasprimeiras professoras que lecionaram para crianças, jovens e adultosno Povoado Barro Vermelho.

A professora Inez Evangelista Guimarães notificou-se pela suadisponibilidade em atender à comunidade no que se refere à educaçãoe notadamente a alfabetização dos moradores de Barro Vermelho.Essa escola foi inaugurada no dia 13 de agosto de 2011, porém seuprimeiro ano letivo deu-se somente em 2012. A edificação dessaunidade deveu-se a uma demanda do Povoado Barro Vermelho, alémde fazer parte do projeto de reestruturação escolar da rede escolar deCaxias (MA).

As comunidades e os povoados que se beneficiam dessa escolasão os povoados: Redenção; Bebedouro; Lagoa do Tigre; Boca da Mata;Cofre; e, Vertente. Os alunos e as alunas desses povoados são

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beneficiados pelo transporte escolar. O Centro de Ensino Thales RibeiroGonçalves, funciona de modo que atendendo 130 alunos do EnsinoMédio da rede Pública Estadual de Ensino do Maranhão.

O povoado Barro Vermelho surgiu a cerca de 200 anos atrás,fica a 49 km da cidade de Caxias (MA) e tem em torno de 70 famíliasmorando no local. As pessoas que constituem a família Vieira e afamília Evangelista foram as primeiras a povoar a localidade, osmoradores tem como prática de trabalho, a agricultura de onderetiram meios de sustentação quando em relação ao seu próprioalimento, ainda que também fortalecendo seu poder aquisitivo a partirda comercialização os produtos cultivados no sentido de contribuircom o poder aquisitivo

A Unidade Escolar Municipal Professora Inez EvangelistaGuimarães tem como visão a educação a partir integração da escola,comunidade e família, e por missão promover a educação com maiorqualidade através dessa integração. A Unidade Escolar como em estudooferece Ensino Fundamental de 1º a 9º ano, com matrícula atual de219 alunos, no diurno e no noturno funciona o Anexo V do Centro deEnsino Thales Ribeiro Gonçalves, uma escola de Ensino Médio. Escolaesta, o Centro de Ensino Thales Ribeiro Gonçalves, que tem capacidadede atender 288 alunos.

4.2 Sujeitos da Pesquisa

Para realizar esta pesquisa foi elaborado um questionário(Apêndice I) que continha questões relativas a meio ambiente, educaçãoambiental e escola sustentável. Foram distribuídos 13 questionáriospara os professores da Unidade Integrada Municipal Professora InezEvangelista Guimarães. Desse total somente 10 professores entregaramo questionário respondido. Uma professora recebeu o questionário,mas prontamente nos comunicou que não participaria da pesquisa.Dois outros professores não devolveram o questionário e nãoexplicaram o porquê de não ter respondido.

Todos os professores que responderam ao questionário temCurso Superior em: Licenciatura em Matemática; Licenciatura emCiências Naturais; Licenciatura em Letras - Inglês; Licenciatura emLetras - Português; Licenciatura em História; Licenciatura emGeografia; Licenciatura em Pedagogia; e Licenciatura em Filosofia.As turmas em que esses professores lecionam correspondem à práticado Ensino Fundamental.

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Os professores que se dispuseram a participar da pesquisatrabalham no turno matutino e vespertino. Desse total 30% do sexomasculino e 70% do sexo feminino.

4.3 A Percepção dos Professores acerca da Educação Ambiental

A escola é um dos primeiros lugares onde a criança passa a tercontato com coisas diferentes do que ela já conhece e é nesse ambientediferente que ela vai passar a se conscientizar do quanto nosso meioambiente está degradado, um dos motivos que a educação ambientalpassou a ser trabalhada em todas as disciplinas.

É das escolas que saem ou deveriam sair grandes cidadãos comopiniões formadas. Atualmente, muitos professores já vêm trabalhandoa educação ambiental de forma bem simplificada, através do plantiode árvores, da coleta seletiva, e isto quando até mesmo de uma simplesação podendo-se começar uma conscientização, isto tendo início apartir da sala de aula deixando-a sempre limpa.

Esse contexto natureza/ambiente é muito mais que uma simplesinformação, é uma ação social que cada ser humano deve ter comoresponsabilidade e obrigação. A natureza em que homem faz partedela “grita” por novas mudanças, novas concepções. Como é precisomudar, vem a necessidade de novos estudos, logo a escola torna-seindispensável nesse momento, principalmente nos anos iniciais daescolaridade, que é o começo de novos pensamentos e possibilidadesde transformações.

Devido a problemas sociais, políticos e culturais é que hoje aeducação ambiental vem sendo mais trabalhada nas escolas, onde ofoco é a conscientização de alunos. A educação ambiental é peça chavena luta contra a degradação ambiental. É na escola que alunos eprofessores juntos procuram meios para que possam trabalhar em defesado meio ambiente. A escola é um polo onde há possibilidade de criar efirmar compromissos de conscientização do que vem acontecendo nomeio ambiente.

O professor encontra muitas dificuldades para trabalhar essetema transversal que é a educação ambiental, o motivo é aumento nalotação em salas de aulas, vários conteúdos para o ano. Mas o educadortem como obrigação preparar esses alunos para uma vida social atravésde algo mais concreto, possibilitando uma aprendizagem maior do quese é trabalhado e não esquecendo de sempre procurar trabalhar o lúdicoem sala de aula.

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O professor através de suas ações pode se tornar espelho paraseus alunos, principalmente nos anos iniciais onde a criança estácomeçando a formar as suas ideias sobre valores. A educação ambiental,a partir dos anos iniciais, veio para oferecer mais significado na vidada criança e proporcionar que ela faça a diferença ao transformar omeio em que vive.

4.4 Análise do Questionário

Baseado nas mudanças que ocorreram no contexto ambientala sociedade tem aumentado as preocupações com o meio ambiente,daí procurou-se saber dos professores qual o conceito que ele faz deEducação Ambiental. E assim, eis a apresentação da Tabela 1.

TABELA 1: Qual o conceito que você faz de Educação Ambiental?

Fonte: Respostas fornecidas em questionários pelos professores da escolapesquisada

De acordo com os entrevistados o meio ambiente é tudo queenvolve a vida, ou seja, onde haja condições favoráveis que ela sedesenvolva com a qual o homem interage e assim demonstram que têmconhecimento sobre essa questão, no entanto todos mencionam que,sobretudo, é um processo de conscientização para que haja preservação.

Notou-se que os entrevistados são conhecedores das questõesrelacionadas ao meio ambiente, mostrando-se estarem informadossobre o assunto e que buscam estar passando para seus alunos essasconcepções.

Sabe-se que sem o conhecimento sobre o meio ambiente, ficadifícil compreender a função da educação ambiental nas escolas e como

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essa educação pode transformar atitudes a favor da vida. Dai procurou-se saber o que significa para o professor tornar-se mais consciente acercadas questões ambientais, conforme expresso na Tabela 2 a seguir:

TABELA 2: Você sabe o que é escola sustentável?

Fonte: Respostas fornecidas em questionários pelos professores da escolapesquisada

De acordo com o ponto de vista das pessoas entrevistadas sabe-se que deram uma definição de escola sustentável na qual infelizmenteas escolas ainda não desenvolvem no seu espaço o termosustentabilidade.

Neste sentido percebeu-se que os professores tem um papelfundamental na construção de conhecimentos e valores em relação àsquestões ambientais, mais além de ser um profissional reflexivo. Sabe-se que esses componentes são necessários para o processo educativo,todavia, além destas informações, a própria maneira como elas sãoadquiridas é que vai provocar o desenvolvimento da formaçãopretendida.

A escola é um lócus de ensino aprendizagem que transforma osujeito em cidadão, onde os professores e alunos exercem a suacidadania, ou seja, comportam-se em relação a seus direitos e deveresde alguma maneira.

Vale ressaltar que a educação passou por um desenvolvimentohistórico, movido, principalmente, pela tecnologia. As novas formasde aprender e de ensinar foram elaboradas e disponibilizadas. Espaçoscomo nossa própria casa, onde trabalhamos, ou onde dispomos denosso tempo de ócio e lazer, tornaram-se as bases do desenvolvimento

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de meios de comunicação, com um foco muito significativo nocomputador, com o qual se pode acessar a internet.

Neste sentido a sociedade adquiriu nos últimos anos novoshábitos no qual vieram por surgir mudanças radicais no seucomportamento, principalmente na estrutura de boa parte das famíliascom filhos que não são educados totalmente pelos pais, que por suasão obrigados a deixar a cargo de outras pessoas grande parte dessaresponsabilidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos problemas ambientais que o planeta Terra apresenta,no momento, vem acarretando o aquecimento global, outros provocama escassez de alimentos e perda da biodiversidade, por exemplo.Portanto, todos os cidadãos e cidadãs deverão participar na prevençãoe tentativa de solução de tais problemas na busca da cidadaniaambiental.

Algo que tem sua concretização no propósito de gerar inovaçõesquando em relação a atitudes e a comportamentos em meio à questãodo consumo por parte da sociedade, ainda que também considerando-se esta concretização quando da intenção em contribuir com a mudançade valores tanto em termos individuais como coletivos (JACOBI, 2005).

Uma dimensão ambiental que não é discutida e muito menosvivenciada de forma satisfatória na escola como se poderia imaginar.A legislação educacional pertinente a essa área já existe no Brasil desde1988 com a promulgação da Constituição Federal.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) tem investido nessecampo com a implementação de programas como: 1) o ProgramaNacional de Educação Ambiental (ProNEA); Educação Ambiental:Aprendizes de Sustentabilidade; Vamos Cuidar do Brasil; Pensar oAmbiente: bases filosóficas para a educação ambiental; COM-VIDA/Agenda 21 na Escola; Consumo Sustentável; Coletivos Jovens de MeioAmbiente; Juventude Cidadania e Meio Ambiente; ViveirosEducadores; e, Carta das Responsabilidades para o Enfrentamento dasMudanças Ambientais Globais.

São muitos os programas e os recursos investidos, mas aindanão tem ressonância na escola e muito menos na vida dos alunos e dasalunas. A formação de professores não tem contemplado essa áreamesmo depois que a educação ambiental tornou-se obrigatória noscurrículos.

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Atualmente, estão em vigor vários programas e projetospropostos pelo MEC e que são voltados para a discussão da dimensãoambiental nos currículos, na gestão e no espaço físico. Todavia, asformações pertinentes a tais projetos também não chegam aosprofessores o que termina por dificultar uma ação educativa em suaessência e de forma trans e interdisciplinar onde a dimensão ambientalorienta todo processo.

Espera-se que este estudo possa contribuir para ampliar essaárea de conhecimento e refletir sobre a prática social, na perspectivade propor transformações na escola que contemple as políticasambientais.

REFERÊNCIAS

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FERREIRA, I. D. Meio ambiente, sociedade e educação. Brasília (DF):Centro de Educação a Distância (CEAD), 2006.

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_______. La Educacion Ambiental. Las Grandes Orientaciones de laConferencia de Tbilisi. Tbilisi, 1980.

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ANÁLISE DAS DIFICULDADES QUE AS PESSOASTÊM COM RELAÇÃO A APRENDER A DANÇAR E

A DANÇA COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICAPARA A DESCOBERTA DA DIMENSÃO

AMBIENTAL NA ESCOLA

(autor) RIBEIRO, Sidelmonio AlvesEspecialização em Metodologia do Ensino de Artes pela Faculdade Internacional de

Curitiba - FACINTER. Graduado em Marketing pela Faculdade Internacional deCuritiba - FACINTER. Professor de Dança Clássica e Contemporânea. E-mail:

[email protected](coautora) CORDEIRO, Gisele do Roci

Professora Mestre em Educação pela PUC-PR, e professora do Centro UniversitárioInternacional UNINTER. (Orientadora)

RESUMO

O presente artigo teve como objetivo geral analisar, a partir dasfalas dos autores trabalhados, as principais dificuldades que as pessoassentem para aprenderem a dançar e suas causas e a importância dadança como estratégia para a descoberta da dimensão ambiental naescola. A pesquisa foi de cunho bibliográfico. Os autores pesquisadose que constam neste artigo sobre a dança, o corpo simbólico e asdificuldades e causas no aprender a dançar foram: Sabongi (2008),Barbosa (2007), Marques (2003), Bock (1999), Le Boulch (1982), dentreoutros. Após a análise das falas tem-se como considerações finais queapesar das dificuldades que afastam as pessoas da dança ou do aprendera dançar, a dança é vista e entendida como a arte de expressão emforma de movimento por ter sensibilidade, criatividade e expressividade,além de ajudar as pessoas a superarem suas dificuldades, através daampliação de suas capacidades de interação social e afetiva, bem comoajudam a desenvolver as capacidades motoras e cognitivas de cadaindivíduo, em especial nas crianças, possibilitando a humanização eintegração do ser humano com um todo. Fazendo do corpo uminstrumento poderoso de comunicação, notadamente com a dimensãoambiental na escola.

Palavras- Chaves: Dança. Dificuldades. Corpo. Movimento.Superação. Dimensão ambiental.

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1. INTRODUÇÃO

Este artigo consiste em um trabalho de pesquisa de cunhobibliográfico que segundo Marconi e Lakatos (2003, p.182) “não é merarepetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propiciao exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando aconclusões inovadoras”. Assim, foram lidos autores que discorreramsobre o tema, e em seguida retirado questões que serão apresentadas aseguir, com as respostas contidas nos autores pesquisados e na minhavivência, como professor de dança.

E, neste sentido, a primeira questão consiste em reflexões sobrea relutância das pessoas em dançar; na segunda questão se tem osobstáculos que as pessoas colocam para não dançarem; a terceiraquestão aborda as dificuldades elencadas para que as pessoas nãodancem. Na quarta questão se tem reflexões sobre como modificarestas dificuldades, fazendo com que as pessoas dancem, ressaltandoos benefícios da dança e a importância de tê-la na grade curricular dasescolas regulares e, por fim as considerações finais, ressaltando aqui,que não se pretende encerrar a questão, mas, convidar o leitor a refletir,e quem sabe, continuar esta pesquisa, trabalhando não mais apenas adimensão bibliográfica, mas uma pesquisa de campo. Outro aspectoessencial abordado é a importância da dança como estratégia dadescoberta da dimensão ambiental na escola.

2. RELUTÂNCIA DAS PESSOAS EM DANÇAR

Na maioria das vezes as pessoas relutam em dançar por faltade conhecimento dos benefícios que a dança pode trazer para asmesmas. Sabongi (2008) no seu texto intitulado Vícios e problemas nomundo da dança, ele menciona algumas dificuldades tais como:“descuido, senso crítico, falta de musicalidade, amor próprio, fofocase Mexericos, baixa– estima”.

A minha vivência como professor de dança há 27 anos tambémaponta que uma grande dificuldade é o preconceito que emerge nafamília, entre os amigos, na escola, acrescidos a falta de tempo, dedinheiro, de incentivo, enfim, os motivos são os mais variados possíveis.E, como exemplo de alguma destas dificuldades, tem-se quanto aopreconceito na família o relato de uma história de um aluno que queriadançar, mas que os pais foram contra por considerarem a dança apenaspara meninas e não meninos. Então, após uma conversa que tive com

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os pais, mostrando que a dança é uma profissão como qualquer outra,diferente de tendência sexual, eles começaram a ver a dança com outroolhar e autorizaram o filho a dançar. Este é um dos inúmeros casosque aparecem e que retratam os estigmas sobre a dança oriundos deuma construção cultural acerca da divisão de profissões por gênero eque dificultam muito a escolha dos homens com relação à dança.

Contudo, além da relutância quanto a dançar por conta das“fofocas e mexericos”, como disse Sabongi (2008), reafirmada pelasvivências relatadas acima por mim, pode - se perguntar ainda quais osoutros obstáculos colocados para que não se aprenda a dançar?

A dimensão ambiental deve ser trabalhada na escola haja vistaa possibilidade de se discutir os valores éticos e a beleza da natureza,assim como a necessidade do cuidado com o meio ambiente. Moraes;Torre (2004) afirma que

deveria também estar presente nos projetos educativos demaneira central e fazer parte dos valores a seremtransmitidos de maneira transversal. Em nossa opinião,deveria se constituir num eixo central do currículo a serexplorado de maneira interdisciplinar. Como valor, requerum tratamento que vai além da informação no sentido depromover no ser humano uma postura interna dereverência pela vida, ao perceber que a vida no planetadepende também da participação de cada um de nós.Quem respeita a vida não a destrói, não a mutila e nem acondena. (MORAES; TORRE, 2004, p. 137)

A escola é um espaço de produção do conhecimento, dedesenvolvimento da criatividade, de vivências coletivas onde sãocompartilhados processos de criação e de superação das dificuldades.Nesse sentido, a dança possibilita uma interação de cada uma daspessoas que compões a comunidade escolar e dessas como o seuentorno.

3. OBSTÁCULOS QUE AS PESSOAS SE COLOCAM NO QUESE REFERE À DANÇA

As respostas mais comuns para as questões correlatas sãooriundas de escutas em sala de aula, que remontam 27 anos deexperiência como dançarino e professor de dança. Destes comentários,destaco os seguintes: “dança não dá dinheiro, não te traz nada de bom, não

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é para pessoas como você”; “dança é pra quem não tem o que fazer, é pragentinha de classe inferior”. Se o profissional for homem, atrai ainda osseguintes comentários: “dança é pra viado (expressão para se referir ahomo afetividade)”. Se for mulher, sofre os preconceitos aquiresumidos: “dançar não é para moça de família, pois, moça de família devetocar piano ou ser médica”.

Em face de tais pensamentos e outros de semelhante impactosócio emocional, professores e alunos foram, paulatinamente, ficandocom mais e mais receios de aprender a dançar.

Conforme visto acima com Sabongi (2008), dentre os obstáculostem-se:

a) Senso crítico- todo nós temos a obrigação de tê-lo, poisausência dele acaba tornando-se um vício. Senso críticoé um hábito de boa conduta que precisa ser desenvolvidocotidianamente para os nossos propósitos. Quem não otem perde a noção do ridículo, do seu espaço e dos limites.b)Fofocas e mexerico - É um vício tão maléfico que causauma certa indignação nas pessoas que presenciam, falarda vida dos outros é uma maldade sem tamanho, poisesse ato pode fazer com que as pessoas se sintam cadavez menos importantes ou capazes. Infelizmente, criou-se esse péssimo vício no mundo da dança e se propaga davez mais nos meios em que vivemos, contudo vale ressaltarque essa ação não é saudável ao bom convívio, proliferaras fofocas é com se um ‘grão-de-areia’ tornará uma praiacompletamente poluída. As informações se multiplicame, sempre, sempre, as notícias ficam maiores do que narealidade são .Veja ditado árabe: ‘Aquele que fala mal dosoutros na tua presença, falará mal de ti na tua ausência’.Elimine esse vício... e faça o seu trabalho. Tenha porhábito seguir sempre o seu caminho. c) Falta demusicalidade – existe ainda hoje pessoas com muitadificuldade em lidar como que chamamos demusicalidade, ou seja, os ritmos, a falta de musicalidadepode e deve ser reparada e corrigida. Dançar no tempoerrado e saber disso é uma dádiva para sua auto-correção.A dica para este problema é treinar sempre, todos os diasaté corrigir. d) Baixa- estima – é necessário cuidar dessaparte desde cedo, pois ela já vem incorporada a nós desdecriança quando nossos pais por descuido nos diz algo quepossa interferir em nossa jornada, ao mesmo tempo nãotêm noção de como uma atitude dessa quando dita emnossa fase de crianças, poderá estar repercutindo na

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formação de nossa autoestima no futuro. A autoestimadeverá ser estimulada e construída desde criança. Semauto estima ficamos vulneráveis e acabamos crescendocom diversos sintomas que, ao menor deslize, irão se fazerpresentes (...)

A partir da fala de Sabongi (2008), tem-se quanto ao sensocritico que quem não tiver desenvolvido o seu senso crítico e sepreocupar muito com o que os outros dizem acerca da dança,principalmente, quanto às fofocas e mexericos não dançará,reafirmando as falas da maioria. Todavia, quem tiver autoestima,segurança do que quer e de suas escolhas, e não se preocupar, porconhecer o universo profissional que envolve a dança, irádesconstruir estas falas preconceituosas mostrando a dança comouma profissão, como uma das maiores manifestações da arte etambém como terapia.

Assim, fica claro que o indivíduo mais do que nunca necessitasempre está em busca do aprimoramento do seu senso critico, pois ésomente através dele que o mesmo poderá refletir e pensar sobredeterminado assunto; além disso, o senso crítico torna o indivíduocom capacidades mais claras para aproveitar as coisas boas da vida.Contudo, ainda nos possibilita aprimorar nossa capacidade intelectual,para tal o ser humano precisa estar constantemente desenvolvendohábitos de boa conduta para viver em comunidade, respeitando a todos,bem como as regras já estabelecidas e seus parâmetros. Sendo assim, acapacidade do homem em desenvolver seu senso crítico é o fundamentalpara a construção de sua história de vida.

No que se refere a musicalidade, compreende-se que a esta éessencial para o indivíduo no que diz respeito aqui a prática da suadança. A musicalidade não pode ser vista como instinto ou dom, ela éum processo adquirido através de ferramentas cotidianas e deconhecimento através de práticas contendo exercícios facilitadores paraseu melhor aproveitamento.

Logo, basta que se possa fazer com que o indivíduo procureanalisar o pulsar do seu coração, a sua respiração e sua locomoção deespaço para o outro; dessa forma ele poderá desenvolver suamusicalidade que pode ser entendida como sendo informal ou formale também pode ser através da pratica teórica.

Assim, para dançar de acordo com ritmos e em sincronia comos demais se demanda tempo, paciência a acima de tudo muita prática,só assim o individuo poderá corrigir essa falta de musicalidade.

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Quanto às fofocas e mexericos, conforme supracitado, tem-seque partindo do ditado árabe: “aquele que fala mal dos outros na tuapresença, falará mal de ti na tua ausência”. É a mais pura verdade,para alguns as fofocas são uma maneira de se sentir relaxadas, de sedivertirem as custa do sofrimento de outras pessoas; mas, cuidado,naturalmente as fofocas e mexericos são coirmãs e sempre insinuamboatos frequentemente desagradáveis, por isso, é preciso ter atençãocom os nossos comentários pois os mesmo podem estar expondoalguém.

Com isso, percebe-se a importância do indivíduo cultivar bonshábitos para desenvolver seu trabalho sem necessitar atrapalhar o outro;pois, sabe-se que sempre irá existir “um lugar ao sol” para cada um denós. E, ainda assim, mesmo sabendo que há espaço para todos, tem aspessoas que cometem esse erro tão grosseiro e ao mesmo tempodesumano. Todavia, já está mais do que na hora do Ser humano, darbons exemplos de convívio harmônico vendo o próximo a partir deum prisma diferenciado.

Sobre a baixo-estima, conforme visto acima com Sabongi(2008), ele nos leva a refletir que a baixa estima é o resultado de umcomplexo de inferioridade que fora colocada, inconscientemente, pelospais e que também pode estar associada a já existente pela experiênciaobtida em vidas passadas, mesmo sabendo que ao menor deslizepodemos nos deparar com problemas e sintomas de proporções grandese nosso dia a dia.

A baixa estima age sobre a conduta humana de formadeprimente provocando danos excessivos em nosso emocional, umapessoa com baixa estima se sente frustrada por acreditar na suadesvalorização e por achar que não tem capacidade e nem habilidadepessoal para sair de marasmos.

Não se pode cultivar o sentimento de auto piedade, pois omesmo pode tornar a pessoa doente fisicamente e mentalmente, ouseja, uma doença que podemos chamar de invalidez psíquica, essamesma invalidez pode levar a crer que se é inferior e incapaz provocandoassim uma perda na confiança que se tem em si mesmo. Felizmente,existem na atualidade uma valorização de profissionais no universoda psicologia, psicanálise e livros de auto ajuda para aquele quepretende dar um passo para superar essa baixa estima, sabendo omesmo que é um processo de longo prazo para isso é preciso muitadisciplina e perseverança, porém, só assim o individuo será capaz deacreditar em si.

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O acreditar em si mesmo é o princípio maior para adquirir oequilíbrio emocional sem perder o bom senso e o rumo certo das ações.Contudo, o uso desses livros e palavra de estímulos e incentivos poderãonos ajudar a reconquistar a autoconfiança perdida; por isso, valeressaltar que o ser humano é potencialmente capaz de tomar decisões,tem umas individualidades completamente diferentes e distintas unsdos outros; fazendo sempre algo que se gosta e que pode proporcionaralegria e prazer.

Sabe-se, então, que no decorrer de toda existência humana, cadaindividuo irá se relacionar com os mais variados tipos de grupos ouapenas com o seu, e terá que aprender a não tem medo de serabandonado por nenhum deles, para tanto é preciso que se tenha bomsenso para lidar com as desaprovações.

Assim, sem nenhum medo, cada individuo é capaz de tomarsuas próprias decisões a respeito do que deseja fazer, alterar ou mesmotransformar, diante de suas afinidades e de seu estilo de vida pretendido.Para isso, é essencial acreditar sempre em si mesmo. É preciso, nãoduvidar das aptidões e vocações naturais, para atingir autoconfiança,o que é indispensável para reivindicar, valorizar e exercer o que jáexiste em cada pessoa, por direito divino ou humano.

Todas estas reflexões, oriundas da experiência empírica e deuma releitura do pensamento de Sabongi (2008), consolidaram-se aolongo de 27 anos de docência em dança, no Brasil e no Exterior.Somados, apresenta-se a seguir, os porquês acerca das dificuldades emaprender a dançar e uma visão contemporânea sobre os benefícios dadança, para a mente e o corpo.

4. BENEFÍCIOS DA DANÇA PARA AS PESSOAS COMDIFICULDADE EM APRENDER A DANÇAR

Segundo a Pedagoga, psicopedagoga e mestre em Educação -Laura Monte Serrat Barbosa (2007), quando “se fala em dificuldadede aprendizagem, se fala principalmente no ato de aprender, pois,aprender é uma ação que supõe dificuldade e a superação desta.”

Conforme Barbosa (2007)

Para que possamos ter um aprendizado em qualquer queseja o seguimento é necessário que tenhamos dificuldades,pois, só assim podemos buscar meios para alcançar onosso objetivo no aprender. Ter dificuldades não é ruimmesmo que as pessoas possam pensar que não somos

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capazes de realizar tarefa ou de aprender com qualidade,as vezes pensamos que a dificuldade nos torna diferentesnos afastam de pessoas normais nos faz acreditar que nãopodemos conseguir êxito, mera ilusão é através dasdificuldades que somos instigados a conquistar nossosobjetivos pois sem ela não teríamos sucesso. É diante dasdificuldades temos a oportunidade de buscar novasalternativas, soluções mais viáveis ao nosso aprender evencer os desafios que a vida no impõe dia a dia.Asdificuldades estão relacionadas ao conjunto de fatores taiscomo: dislexia, timidez, hiperatividade dentreoutro.Todavia somos capazes de romper essas dificuldadese nos tornarmos serem bem sucedidos em nosso dia adia.

Assim, tem-se conforme a citação acima de Barbosa (2007) queas dificuldades podem ser trabalhadas quando identificadas, como é ocaso de alunos disléxicos, ou hiperativos, ou tímidos que são colocadosem contato com a dança e, através da identificação destas dificuldadeseles vão conseguindo dançar.

Segundo a Pedagoga, psicopedagoga, Mestre em Educação,Laura Monte Serrat Barbosa(2007)

Se conseguirmos considerar a dificuldade como parteintegrante da aprendizagem, será muito mais fácillidarmos com ela. Independente se a pessoa apresenta umquadro de dificuldade orgânica, emocional, social –patológico ou não, a dificuldade deve ser encarada comoelemento próprio do desenvolvimento daquele sujeito.Todos poderemos aprender, apesar de nossas dificuldades;sem elas, certamente não cresceríamos. Uma criança dedez anos, por exemplo, que não está alfabetizada,apresenta esse dado que precisa ser enfrentado em seuprocesso de aprender. De nada adianta considerarmos suadificuldade de leitura como uma entidade à parte, poisisso torna sua aprendizagem mais difícil e mais inatingível.

E, conforme a fala de Barbosa (2007),percebe-se que o professortem um papel muito importante no aprendizado do aluno, pois, ele,como educador, pode ir além da mera co-repetição de conteúdos, eenfatizar as conquistas que aquela criança deve ter, preocupando-secom as possíveis atividades que podem ser realizadas para desenvolverna criança as habilidades necessárias para aprender, seja a dançar, sejaqualquer outra disciplina.

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Por isso, hoje, em 2013 acerca da função de ser professor valeressaltar que diretamente ele é tão responsável, quanto o diretor, queindiretamente contribui para que as condições necessárias aoaprendizado existam. Não se pode, então, em hipótese alguma, deixaruma criança dizer que não é capaz de ler, escrever, dançar, cantar, tocarou tornar-se um indivíduo bem sucedido, somente porque encontrouuma dificuldade específica, muitas vezes apenas momentânea, atreladaa vetores sócio-culturais.

Para estimular este grupo de crianças e adolescentes limitadospor traços não democráticos de algumas raízes preconceituosas, pode-se mostrar que alguns dos homens mais bem sucedidos do mundotambém encontraram dificuldades em suas trajetórias rumo ao sucessopessoal. O que os torna ou os tornou diferenciados, foi e é exatamentea capacidade de enfrentamento dos medos, com seqüente vitória.

Pode-se dizer que, hoje, na pós-modernidade globalizada doinício de 2013, muitas das pessoas vitoriosas das quais ouvimos falarpela imprensa e pela literatura, são, comumente, aquelas queimpulsionam indivíduos e grupos, a seguirem em frente. Comoexemplo, cita-se: Leonardo Da Vinci (in memoria, que tinha dislexia;Albert Einstein (in memória), também disléxico; dentre muitos outros.

O que se conclui é o fato de não haver limites para um indivíduosaudável e bem norteado, promover a transformação, a construção e asuperação das estruturas psicomotoras individuais, com reflexos coletivos,ao longo de sua trajetória, desde a infância até a maturidade etária e social,como adulto consciente, criativo, proativo e autêntico em seu conjunto dedesejos, onde se pode encontrar – por que não? – a dança.

5. REPESSANDO A IMPORTÂNCIA DA DANÇA PARAMINIMIZAR AS DIFICULDADES QUE AS PESSOAS TEMPARA APRENDEREM A DANÇAR

Todo começo necessita de um ponto fundamental para que hajamelhor aceitação oriunda do indivíduo, no processo de aprendizagem,seja educacional, cultural e ou social.

Segundo Marques (2003, p. 17) “a linguagem da dança é umaárea privilegiada para que possamos trabalhar discutir e problematizara pluralidade cultural em nossa sociedade (...)”. O que significa que adança proporciona o respeito à diversidade, o que pode contribuir paraa ruptura de preconceitos e discriminações de gênero, étnicos, renda,culturais quanto ao dançar.

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Para que se possa no futuro ter pessoas sem as dificuldadessupracitadas como preconceitos de várias ordens, baixa estima, timidez,a interferência destes preconceitos externos e internos (no âmbitofamiliar), exceto questões de componente genético como é o caso dahiperatividade ou dislexia, é importante estimular cada vez mais cedoas criança no universo da dança, para que tenham prazer emdesenvolver suas habilidades seja na dança, seja na música, tocandoum instrumento ou através do canto, seja ainda no campo das artesplásticas como a pintura.

A dança, embora por muito discriminada ou mal interpretada,conforme fora visto anteriormente quanto as dificuldades tais como asfofocas e mexericos, possibilita o enriquecimento e aprofundamentode valores essenciais as relações sociais.

Outra dimensão da dança é que ela se constitui num movimentoque é “natural” ao ser humano, apesar de já ter sido abordado que adança também passa por um aprendizado em itens anteriores, poissegundo Bock (1999) a dança é uma “característica essencial no períodopor ele denominado sensório-motor. É através os movimentos que acriança toma conhecimento do ambiente que a cerca.”

Para que no futuro as pessoas não tenham dificuldade emrelação a aprender a dançar podemos mencionar aqui alguns autoresimportantes acerca do movimento corporal da dança e de seusbenefícios. Assim, para dançar deve-se partir de um ponto importantee com muita naturalidade que conforme Le Boulch (1982)

Deve partir dos movimentos naturais como correr, andar,rolar, entre outros, partindo de exercícios simples para oscomplexos, dos espontâneos aos construídos, menosintensas para as mais vigorosas, com aumento gradativo,poucas repetições, ritmo lento, com direções e sentidosem relação ao espaço, força e qualidade muscular.

Os movimentos citados por Le Boulch (1982) são classificadospor Nani (1995) em

Involuntários, próprios do amadurecimentoneuromuscular; movimentos básicos (locomotores, nãolocomotores e manipuladores); movimentos perceptivosmotores que proporcionam a recepção da informaçãosensorial e a interpretação da mesma; habilidades físicas;movimentos especializados, criativos, expressivos einterpretativos.

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Assim, é interessante que o professor de dança tenhaconhecimento dos movimentos supracitados, estude também ostranstornos invasivos do comportamento, como dislexia, dentre outrosque afetam a coordenação motora para que a dança seja, realmente,uma fonte de prazer e funcionar como uma terapia para cada criança,jovem ou adulto com estas dificuldades.

Além dos movimentos, conforme Fux (1983, p. 67) descreve:

Quando somos crianças necessitamos nos mover porquenos movendo expressamos nossa vontade de rir, de chorarou de brincar. À medida que crescemos nosso corpo, pelostabus de uma civilização que corrompe nossa necessidadede expressão, perde cada vez mais o desejo de mobilização.É aí que devemos recorrer já adultos, a experiências paramelhorar o físico em academias de ginástica, onde sempensá-lo, não só melhoramos como descartamos a energiaacumulada por tantos “nãos” impostos. Mas quemaravilha seria se soubéssemos nos comunicar com onosso corpo, estimulados pelo desejo de nos expressar coma música ou sem ela, mas fazendo do corpo uminstrumento de comunicação entre o que queremos fazer,entre o que podemos fazer e entre o que vamosdescarregando para podermos nos expressar.

A fala de Fux (1983) colabora com o que foi dito anteriormenteacerca do trabalhar a dança com as crianças e, desta maneira, o corpoda criança vai desenvolvendo a flexibilidade necessária, e mobilidadepara mantê-la na fase jovem e adulta, contribuindo inclusive para umagrande qualidade de vida.

Porém, conforme Marques (2003) as pessoas associam todoo trabalho com o corpo como recreação, ou aliado apenas adimensão estética, e esquecem segundo supracitado que também ésaúde, bem como “desenvolvimento e aprendizagem” na visão deNegrine (2002).

Portinari (1989, p.17) diz que a

dança é uma manifestação instintiva do homem, e deveser incentivada. Não basta inserir o movimento desde ainfância, é necessário que a prática pedagógica impulsioneo desenvolvimento da criança. Atuais pesquisas mostrama importância da dança, com ênfase na prática desta naescola.

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Portinari (1989) no final da década de 80 já falava sobre arelevância do ensino da dança na escola, o que se tornou realidade noséculo XXI, embora algumas escolas ainda não a tenham incluído nagrade curricular. Mas, aumenta a consciência da relevância do ensinoda dança, bem como da música nas escolas.

Assim sendo, percebe-se que a relevância deste artigo estáno fato de que muitas pessoas tem dificuldades em lidar com o seucorpo, com sua corporalidade, e, neste sentido, tendo transtorno decomportamento ou não, a dança vai fazendo com que tanto a criança,quanto o jovem, adulto ou idoso vá criando consciência do seu corpo,do que podem ou não fazer. E, ter a dança como disciplina curricular,fará com que se tenham pessoas mais resolutas, mais determinadas eautoconscientes de si, bem como com auto- estima bem elevada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para que se amenizem as dificuldades dos indivíduos, noaprendizado da dança, é necessário que se comece a trabalhar omovimento, o corpo da criança, de maneira lúdica, prazerosa, mas aomesmo tempo, possibilitando a ela o autoconhecimento anatômico emotor, para, a partir daí, desenvolver de forma sadia as sensações deautoestima, considerando limitações e buscando superações ao longodo tempo, com o exercício e o treino.

Frente a essa premissa, é importante se realizar um trabalhocorporal e melódico, que comece na escola e sejam extensivos àsacademias de dança, enfatizando a respectiva prática como fonte dequalidade de vida, como método de terapia cognitivo-educacional,como princípio de bem-estar físico e psíquico, itens indispensáveis auma construção muscular excelente, com ênfase na flexibilidade, sejade movimento, seja de cultura.

Trabalhar com a criança e a família o fato de meninos dançaremnão ser sinal de distúrbio de gênero, mas que é algo saudável e, nofuturo, um trabalho a ser realizado profissionalmente, conforme aidentificação deste com a dança, o que não o tornará menos homempor isto. E, esta quebra de preconceitos, também irá dissipando asfofocas e mexericos, ressaltando a autoestima e valorização de si, dooutro, do mundo, uma vez que a dança também é plural e trabalha orespeito a diversidade.

Enfim, a dança é uma linguagem corporal na qual sua área éprivilegiada e possibilita trabalhar, discutir e problematizar a pluralidade

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cultural, sobre tudo em sociedade; por isso, conforme fora vistoanteriormente, pode-se afirmar que a dança é vida em: movimento,comunicação, arte, cultura e ciência.

A dança está inserida no Ensino da Arte na escola, estando,portanto inserida na dimensão ambiental. E, como fora vistoanteriormente, para que cada vez mais se possa aprender sem medo énecessario partir de movimentos naturais como correr, andar, rolar,entre outros, iniciando com exercícios simples para os complexos, dosespontâneos aos construídos com menos intercidade até chegar ao nívelmais vigoroso, sempre buscando seu aumento gradativo e continuopara uma melhor qualidade, para isto é necessário que o profissionalesteja sempre qualificado.

Assim, apesar das dificuldades que afastam as pessoas da dançaou do aprender a dançar, a dança é vista e entendida como a arte deexpressão em forma de movimento por ter sensibilidade, criatividadee expressividade, além de ajudar as pessoas a superarem suasdificuldades, através da ampliação de suas capacidades de interaçãosocial e afetiva, bem como ajudam a desenvolver as capacidadesmotoras e cognitivas de cada indivíduo, em especial nas crianças,possibilitando a humanização e integração do ser humano com umtodo. Fazendo do corpo um instrumento poderoso de comunicação.E, aqui, como dito anteriormente, não se encerra o estudo deste tema,que poderá ser ampliado através de uma pesquisa de campo a posteriori.

A presente pesquisa, que culminou neste artigo, possibilitouimportante reflexão acerca da atuação do docente no universo da dança,por trazer subsídios a uma conduta construtiva como profissional eprofessor em todas as áreas afins. Tal conduta deve ajudar alunos comdificuldades em dança, a superarem tais limites.

A pesquisa também contribuirá como referência para outrosprofessores de dança, que poderão utilizar este documento como fontede aperfeiçoamento, no sentido de aprimorar suas práticas profissionais,em face de alunos com quaisquer tipos de dificuldade no aprendizadocorrelato, certos de que as deficiências limitam, mas não incapacitam.

REFERÊNCIAS

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NEGRINE, A. O corpo na educação infantil. Caxias do Sul: EDUCS, 2002.

PORTINARI, Maribel. História da dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1989

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PROCESSO DAS CONFERÊNCIAS INFANTOJUVENIL PELO MEIO AMBIENTE “VAMOSCUIDAR DO BRASIL COM AS ESCOLAS”

Luanas Maria BatistaCoordenação de Educação Ambiental da Secretaria de Educação e Cultura

do Estado do Piauí e Coordenadora da Conferências Estaduais InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente.

Maria de Lourdes Rocha Lima NunesCoordenadora Estadual do Comitê Estadual de Educação em DireitosHumanos do Piauí e Coordenadora Geral do Movimento Nacional de

Direitos Humanos.

RESUMO

O objetivo desse trabalho é relatar as atividades desenvolvidasno Piauí das Conferências Nacional Infanto-Juvenil pelo MeioAmbiente (CNIJMA) que se realizaram no período de 2003 a 2014 noPiauí. A CNIJMA é um instrumento voltado para o fortalecimentoda cidadania ambiental nas escolas e comunidades a partir de umaeducação crítica, participativa, democrática e transformadora. Esseprojeto de educação ambiental é coordenado pelo Ministério daEducação (MEC), através da Secretaria de Educação Continuada,Alfabetização e Diversidade (SECAD) em âmbito nacional e pelasSecretarias Estaduais de Educação em âmbito estadual. Em todos osestados foram estabelecidas parcerias com várias organizaçõesgovernamentais e organizações não governamentais. No Piauí, oprocesso aconteceu em três momentos: a Conferência nas Escolas; aConferência Estadual; e, o Encontro Preparatório. Os temas debatidosnas escolas, de acordo com a metodologia das CNIJMA, de formageral tratavam das “Mudanças Ambientais Globais”. A metodologiaadotada orientava aos professores e alunos para interagir com o seumeio ambiente, o que tornou possível o pensar e o agir coletivamente,expressando assim uma vivência social. Pode-se afirmar que os saldospositivos foram: uma maior integração escola/comunidade;fortalecimento de parcerias; a troca de experiências; maiorenvolvimento dos participantes em todos eventos possibilitando umamaior integração;

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1. INTRODUÇÃO

A Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Estado do Piauí– SEDUC, cumpre o seu papel quando desenvolve as diferentes açõesque contemplam a Política de Educação Ambiental, visando sobretudoalicerçar a formação de recursos humanos com sustentabilidadeconsciente para preservação do meio ambiente. Nesta perspectiva,contribui ainda para a qualificação dos estudantes como agentesagregadores de conhecimentos e transformadores da sociedade.

Nota-se que a partir de 1990 instauram-se no Estado do Piauímecanismos para a estruturação mais efetiva da educação ambiental,possibilitando a articulação integrada de ações no campo institucional,sobretudo, o desenvolvimento de programas e projetos no âmbito dainstituição escolar, envolvendo professores, alunos e membros dasociedade civil organizada.

A transformação da escola em um ambiente mais participativoe mais próximo das dinâmicas já interiorizadas pelos alunos ecomunidades, contribuem para que haja um novo ritmo do trabalhopedagógico em sala de aula e fora dela, mudando o cenário do ambienteescolar. Esse novo comportamento na escola induz, naturalmente, aosprofessores gestores e coordenadores a definir novos paradigmas parao papel que cada um deve assumir nesse contexto numa novametodologia de interação, de planejamento, de execução e deacompanhamento das ações técnico-pedagógicas planejadas.

Entendendo a escola nesta perspectiva, o Programa “VAMOSCUIDAR DO BRASIL COM ESCOLAS” concebido pelo Ministérioda Educação em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e asSecretarias de Educação dos Estados e Municípios num fluxo contínuode comunicação, envolve as escolas das redes públicas e privadas, paraelaborar, gerenciar e executar projetos, junto à comunidade escolarcontribuindo para o desenvolvimento sustentável do espaço escolar eseu entorno.

Nesse sentido, a Secretaria de Educação e Cultura do Piauí, aComissão Organizadora Estadual (COE) e o Coletivo Jovem (CJ), vemdeste de 2003 desenvolvendo o Programa “Vamos Cuidar do Brasilcom as Escolas”, a partir das realizações das Conferências InfantoJuvenil pelo Meio Ambiente. Desse programa, resultaram várias açõesde Educação Ambiental como a Criação de Comissões de MeioAmbiente e Qualidade de Vida (Com Vidas) nas escolas, FormaçãoContinuada de professores e alunos, Financiamentos de projetos nas

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escolas PDDE Escolas Sustentáveis, Curso de Extensão EscolaSustentável e Com- vidas.

A Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente(CNIJMA) é um projeto de educação ambiental, coordenado peloMinistério da Educação (MEC), através da Secretaria de EducaçãoContinuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) em âmbitonacional e pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Piauí –SEDUC em parceria com o Coletivo Jovem1.

Considerando, pois a adesão das escolas à Política de EducaçãoAmbiental e tendo em vista o fortalecimento e o enraizamento daspráticas educativas implementadas no contexto escolar e na dimensãoda sociedade como um todo é que se faz imprescindível darcontinuidade às ações do referido programa.

Este artigo apresenta uma retrospectiva das CNIJMA realizadano Piauí no período de 2003 a 2014. Para a concretização destaproposta, foi desenvolvida uma ação educativa integrada em que foi oestímulo à participação da comunidade escolar, mediante a vinculaçãodas atividades educativas ao desenvolvimento de uma consciênciacrítica de sua realidade, preparando-a para a superação das dificuldades,tendo os problemas ambientais como eixo temático.

2. I CONFERÊNCIA INFANTO JUVENIL PELO MEIOAMBIENTE: 2003/2004

O meio ambiente é tema amplamente discutido em todos osprocessos desenvolvimento sócio-econômico e suas consequências,constituindo-se numa das principais preocupações dos cidadãos domundo. Essa inquietação é legítima, pois, ao longo dos séculos, o tipode interação homem/natureza até hoje realizada, acarretou uma sériede problemas, como a degradação dos sistemas vitais, mudanças

1 Outras entidades participaram do processo como: Secretaria do Meio Ambiente (SEMAR),Universidade Estadual do Piauí (UESPI); Universidade Federal do Piauí (UFPI); Instituto deAssistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (EMATER-PI); Secretaria Municipal daJuventude (SEMJUV); Coordenadoria dos Direitos Humanos e da Juventude do Estado doPiauí (DCEDHJ); IBAMA; Secretaria Municipal de Educação de Teresina (SEMEC); UniãoNacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); União Brasileira de Escritores(UBE); Movimento dos Sem Terra (MST); Coletivo Jovem; Centro Colegial dos EstudantesPiauiense (CCEP); Legião de Vanguarda das Juventudes (LVJ); CEQ; Federação dosTrabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí (FETAG); Fundação para a Preservação doRio Parnaíba (FURPA); União dos Escoteiros do Brasil – Região Piauí (UEB); Instituto Federalde Educação Tecnológica do Piauí (IFPI); Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos(CEEDHPI); Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH).

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climáticas, diminuição da biodiversidade, erosão do solo, secas,inundações, desertificações, dentre outros, que, a seu termo, ameaçama sobrevivência de várias espécies, inclusive a humana.

No Estado do Piauí a SEDUC/PI em parceria com outrasinstituições e ONGs realizou a I Conferência Nacional Infanto-Juvenilpelo Meio Ambiente na escola, atingindo 346 (trezentos e quarenta eseis) escolas das redes estadual, municipal e particular, envolvendoalunos, professores e comunidades totalizando 92.226 (noventa e doismil, duzentos e vinte e seis) participantes. Na ocasião, discutiu-se Como“Vamos Cuidar do Brasil” com as temáticas: Água, Seres vivos,Alimentos, Escola e Comunidade.

Em 2004 o MEC/MMA, realizou a Formação I de Professores,em Brasília com participação de 06(seis) representantes do estado doPiauí. O projeto teve continuidade no estado com o Seminário deFormadores II tendo como público alvo coordenadores de ensinoaprendizagem, gestores, professores e alunos das escolas das GerenciasRegionais, (participantes da I Conferência em 2003). Finalizando asdeliberações da I conferência realizou-se a Formação III envolvendo604 (seiscentos e quatro) professores e 604 (seiscentos e quatro) alunosdas redes estadual, municipal e particular de ensino.

3. II CONFERÊNCIA NACIONAL INFANTO JUVENIL PELOMEIO AMBIENTE: 2005/2006.

Na II Conferência Infanto Juvenil pelo Meio Ambiente noestado do Piauí realizou-se um Oficinão de Conferência com presençade um representante do MEC e a participação de educadores das 18(dezoito) Gerências Regionais de Educação (Formadores II), Secretariamunicipal de Educação e parceiros convidados totalizando 68 (sessentae oito) participantes.

Como estratégias de mobilização, foram realizadas 24 (vinte equatro) Oficinas de Conferência, sendo 07 (sete) na capital e 17(dezessete) nas Gerências Regionais de Educação, qualificando 700(setecentos) multiplicadores em 150 (cento e cinquenta) municípios.Como resultado dessa mobilização, atingiu-se 164.653 (cento e sessentae quatro mil seiscentos e cinquenta e três) participantes, 639 (seiscentose trinta nove) escolas de 149 municípios no Estado do Piauí. Nesseprocesso foram criadas 217 (duzentos e dezessete) Comissões de MeioAmbiente e Qualidade de Vida (Com-Vidas) nas 18 (dezoito) GerênciasRegionais de Educação com a Formação Continuada de 1.208 (mil,

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duzentos e oito) professores e 602 (seiscentos e dois) alunos de EnsinoFundamental, além da Publicação de 606 (seiscentos e seis) cartilhasde Educação Ambiental para subsidiar professores do ensinofundamental nas escolas.

Como conquistas houve a inserção no organograma daSecretaria Estadual de Educação e Cultura- SEDUC a Supervisão deEducação Ambiental. A instituição dessa supervisão possibilitou arealização de um trabalho de educação ambiental na SEDUC que porsua vez, tem procurado ao longo desses anos, estimular na comunidadeescolar que o homem é parte integrante da natureza e que, parasatisfazer suas necessidades básicas efetua ações que transformam oualteram o meio ambiente.

O principal elemento discutido era apossibilidade detransformação da realidade e a não repetição de práticas predatórias,mas que a qualidade de vida caminha ladoa lado com o repeito aomeio ambiente. A relação do homem com a natureza apresentouaspectos diversos ao longo da história da humanidade. Em diferentesmomentos históricos essa relação foi menos predatória, em que ohomem conseguia satisfazer suas necessidades sem provocarimpactos irreversíveis na recuperação dos ecossistemas naturaisutilizados.

4. III CONFERÊNCIA INFANTO JUVENIL PELO MEIOAMBIENTE: 2008/2010

A visão homocêntrica do mundo – em que o homemconsiderava-se senhor do universo e, portanto, possuidor de todos osdireitos sobre os bens/recursos da natureza, completou-se com asdescobertas no campo das ciências, levando o homem a “domesticar”a natureza, a partir de que, os impactos negativos dessa interferênciatornaram-se tão grandes ao ponto de ameaçarem a sobrevivência daprópria espécie humana.

Na III Conferência houve a mobilização de 216 (duzentos edezesseis) municípios com o envolvimento de 610 (seiscentos e dez)escolas e 144.599 (cento e quarenta e quatro mil quinhentos e noventae nove) participantes. Este evento teve a intenção de sensibilizá-losquanto a importância do tema “Mudanças Ambientais Globais”debatido nas escolas e na III Conferência Nacional Infanto-Juvenilpelo Meio Ambiente. Como estratégias de mobilização foramrealizadas 18 (dezoito) Oficinas de Conferências, sendo 01 (uma) na

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capital e 17 (dezessete) nas Gerencias Regionais de Educação,qualificando 860 (oitocentos e sessenta) multiplicadores.

Com o desdobramento da III Conferência, foram realizados,em 2010 Fóruns, Seminários e Encontros para avaliação de propostasdebatidos e elaborados em 21 escolas de 17 (dezessete) municípios,que participaram da III Conferência Nacional em Brasília com oobjetivo de formar COM-VIDAS e elaborar a Agenda 21 Escolar, aotempo em que houve o acompanhamento das ações propostas pelasescolas. Conseguiu-se mobilizar cerca de 9.140(nove mil cento equarenta) participantes.

5. IV CONFERÊNCIA INFANTO JUVENIL PELO MEIOAMBIENTE: 2012/2014.

Nesse processo de conferência houve a participação de 160(cento e sessenta) municípios onde 751 (setecentos e cinquenta e um)escolas realizaram Conferências e cadastraram no sistema do MEC.Como estratégia de mobilização realizou-se 18 (dezoito) Oficinas depré-conferência descentralizadas em 17 (dezessete) Gerências Regionaisde Educação (GRES) do interior e um em Teresina, onde foramdivulgadas as diretrizes e ações para realização nas escolas da IVConferência Nacional Infanto juvenil pelo Meio Ambiente, com atemática: Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas Sustentáveis. Estaação envolveu cerca de 560 (quinhentos e sessenta) professores/gestoresdas redes estadual e municipal de 178(cento e setenta e oito) municípiosdo Estado.

No Piauí realizou-se a II Conferência Estadual no período de17 e 18/10/2013 com participação de 100(cem) alunos/delegados(a)da rede municipal, estadual e particular e 100(cem) professoresacompanhantes de 55 (cinquenta e cinco) municípios piauienses,totalizando 200 participantes. Foram eleitos 24(vinte e quatro)delegados (a), para representar o Estado na IV Conferência NacionalInfanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que foi realizada em Brasília-DF em 2013, com a participação de cerca de 700 (setecentos)delegados(as) de 11 a 14 anos, provenientes de todas as UnidadesFederativas que aderiram ao processo de Conferência.

Em 2013, foi lançado pelo MEC/FNDE o PDDE EscolasSustentáveis que beneficiou cerca de 360(trezentos e sessenta) escolasdas redes municipal e estadual. Essa forma de financiamento do planode ações elaborado e desenvolvido pela comunidade escolar tem

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melhorado significativamente o aspecto físico, a gestão e currículo daescola e elevando a autoestima de alunos, funcionários e comunidades,contribuindo assim, para melhoria da qualidade de vida e do ensino.

Em 2014 foi lançado pelo MEC/FNDE a resolução nº 18, de03 de Setembro de 2014, PDDE Escolas Sustentáveis que beneficioucom recursos cerca de 683 escolas, sendo 169 da rede estadual e 514municipal que participaram da IV Conferência Infanto-Juvenil peloMeio Ambiente que não foram contempladas no financiamento de2013.Para 2015 o MEC/FNDE lançará uma nova resolução do PDDEEscola Sustentável. Realizou-se no estado Formação sobre EscolasSustentáveis e Com-Vidas para os professores e gestores das escolasque aderiram ao Programa Mais Educação.

6. AVALIAR O PROCESSO PARA AFIRMAR A CONSTRUÇÃODA CIDADANIA AMBIENTAL

Neste projeto os conteúdos educacionais foram desenvolvidos,de acordo com uma visão global de meio ambiente, trabalhando umatemática integradora e renovadora dos conteúdos educativos,procurando trabalhar com métodos de ensino que possibilitassem odesenvolvimento de trabalhos interdisciplinares e que despertem acorresponsabilidade dos educandos com a questão do aquecimentoglobal e o desenvolvimento sustentável.

As atividades desenvolvidas nos diversos projetos apresentadosdemonstraram vários aspectos positivos como: a valorização dopensamento criativo; o estímulo a professores e alunos a se tornaremmais sensíveis aos problemas ambientais; a aquisição do conhecimentoem diversos campos do saber; e, a discussão acerca dasresponsabilidades individuais e coletivas, assim como, as possíveisimplicações de suas ideias e ações para o planeta.

Ao final desse trabalho, a lição que ficou para nós foi de queem qualquer lugar do mundo os valores humanos mais fundamentaiscomo: a liberdade, a verdade, a responsabilidade, o respeito e o amor àvida são necessários pois alimentam os ideais de todos e todas por ummundo melhor. Aprendemos, também que o respeito ao meio ambientedeve fazer parte de nossa vida.

Diante do exposto, avaliando as ações desenvolvidas, conclui-se que o Piauí, obteve êxito, no desenvolvimento de suas açõesconcernentes ao Programa implantado, entretanto é importantedestacar os aspectos positivos e negativos que se segue: ausência de

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entidades parcerias COE; atraso na impressão de materiais dedivulgação; entraves políticos em alguns municípios; burocracia naliberação dos recursos financeiros; e, Infraestrutura precária.

No entanto, pode-se afirmar que as mobilizações de alunos eprofessores nas escolas e comunidades em prol de discussões e debatessobre as temáticas ambientais permitiu a integração escola/comunidade. A metodologia adotada o que facilitou a compreensãodos participantes onde os temas propostos relacionavam às questõeslocais as questões globais.

A Coordenação geral ficou sob a responsabilidade da SEDUCo que facilitou a mobilização das CNIJMA, no Estado. a criação efortalecimento de cerca de 400 Com-Vidas nas escolas municipais eestadual; a publicação 1.200 cartilhas: Construindo a EducaçãoAmbiental nas Escolas Publicas do Estado do Piauí; a instituição doPrograma Escola Sustentável na rede municipal de educação emTeresina Piauí; envolvimento de 363 escolas da rede estadual emunicipal financiadas pelo PDDE Escolas Sustentáveis; realização deFormação Continuada de 1.208 professores e 602 alunos em EducaçãoAmbiental; e, Formação Continuada em Escola Sustentáveis e Com-Vidas para cerca de 380 (trezentos e oitenta) professores/gestores dasescolas do Programa Mais Educação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As CNIJMAs se inserem no processo de enfrentamento de doisimensos desafios: um planetário, voltado à pesquisa e ao debate nasescolas e alternativas civilizatórias e societárias para as mudançasglobais; outro educacional, relacionado à iniciativa do Plano deDesenvolvimento da Educação – PDE – que deve envolver pais, alunos,professores e gestores na busca da melhoria do processo ensino-aprendizagem e da permanência do aluno na escola.

Com base no pressuposto de que a Educação Ambientalapresenta-se, tanto como um dever do Poder Público quanto dasociedade civil, e como alicerce para a formação continuada de recursoshumanos para a preservação, conservação e proteção do meio ambiente,considera-se importante à implementação da Política Nacional deEducação Ambiental sob o respaldo da Lei 9.795/99 e o Dec. 4.281/02 que a regulamenta. Assim, a partir de 2003, cria-se no Estado doPiauí, mecanismos para participação e implementação dasConferências Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente nas escolas públicas

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e privadas, através das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade deVida COM-VIDAS.

As Conferências Nacionais Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente– CNIJMA demonstrou ser um instrumento voltado para ofortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades apartir de uma educação crítica, participativa, democrática etransformadora. Ela se caracteriza como um processo dinâmico deencontros e diálogos, para debater temas propostos, deliberarcoletivamente e escolher os representantes que levarão as ideiasconsensuadas para as etapas sucessivas. Seu objetivo de fortalecer aeducação ambiental no sistema de ensino propiciando atitudesresponsáveis e comprometidas da comunidade escolar com as questõessocioambientais locais e globais demonstrou também ser eficiente emrelação à participação social e nos processos de melhoria das relaçõesde ensino aprendizagem, em uma visão de educação integral.

Os objetivos que foram considerados como positivosapresentados na experiência e vivenciados neste projeto traduziram oempenho de todas as pessoas que participaram em: 1) articular deesforços conjuntos orientados a alcançar resultados educacionaismutuamente benéficos; 2) facilitar as condições que viabilizem ospropósitos estabelecidos de maneira comum; 3) concretizar ações quepermitiam os fins educacionais propostos; 4) promover o intercâmbiode experiências entre áreas, os participantes, os propositores, ascomunidades beneficiadas; e, 5) estabelecer meios para melhorar aqualidade da atividade educativa que tem o meio ambiente como temagerador.

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