anais do iv simpósio paranaense de engenharia mecânica sipem

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ANAIS DO SIMPÓSIO PARANAENSE DE ENGENHARIA MECÂNICA - RESUMOS EXPANDIDOS - V. 1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE MECÂNICA -DAMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA – PPGEM SETEMBRO DE 2015

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Page 1: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

ANAIS DO SIMPÓSIO PARANAENSE DE

ENGENHARIA MECÂNICA

- RESUMOS EXPANDIDOS - V. 1

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE MECÂNICA -DAMEC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA – PPGEM

SETEMBRO DE 2015

Page 2: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

UNIVESIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Reitor: Carlos Eduardo Cantarelli VICE-REITOR: Luiz Alberto Pilatti

DIRETORIA DO CÂMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO

Diretor: Devanil Antonio Francisco

DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DO CÂMPUS CORNÉLIO PROCÓPIO

Diretor: Luciano Tadeu Esteves Pansanato

DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

Chefe: Rubens Gallo Coordenador: Paulo Cezar Moselli

PROGRAMA EM PÓS-GRADAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Coordenador: Edson Hideki Koroishi

IV SIMPÓSIO PARANAENSE EM ENGENHARIA MECÂNICA

Presidente: Fabian Andres Lara Molina

Page 3: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Editores-Chefe:

Edson Hideki Koroishi Fabian Andres Lara Molina

Editoração:

Mauricio Iwama Takano

Page 4: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

COMITÊ ORGANIZADOR DO IV SIPEM

Fabian Andres Lara Molina Edson Hideki Koroishi

Mauricio Iwama Takano Vitor Miranda de Souza

Conrado di Raimo Marcio Aurelio Furtado Montezuma

Adailton Silva Borges Jose Aparecido Lopes Junior

João Paulo Tonsic Edilson Matias Junior

COMISSÃO CIENTÍFICA DO IV SIPEM

Adailton Silva Borges Amauri Bravo Ferneda

Carlos Elias da Silva Junior Marcio Aurelio Furtado Montezuma

Rogerio Akihide Ikegami Rubens Gallo

Paulo Cezar Moselli Mauricio Zapateiro de la Hoz

Ricardo Augusto Mascarello Gotardo Sandra Mara Domiciano Paulo Rogério Scalassara

Cristiano Marcos Agulhari Fabricio Martins Lopes

André Takeshi Endo Glaucia Maria Bressan

Page 5: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

APRESENTAÇÃO

O IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica é um evento técnico-científico que tem o intuito de mobilizar a comunidade técnica regional e estadual em torno da academia, para o intercâmbio de conhecimento, inovações, divulgação das tecnologias recentes e pesquisas científicas da área de engenharia mecânica aplicadas às indústrias brasileiras. O evento tem por objetivo: promover estudantes, egressos, profissionais da área, professores e comunidade à familiarização com conhecimentos de vanguarda pertinentes ao ramo da engenharia mecânica.

O Departamento de Mecânica da UTFPR (Câmpus Cornélio Procópio), organiza a cada ano o Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica (SIPEM). Já foram realizadas três edições do SIPEM, nos anos 2012, 2013 e 2014. A última edição do evento (III SIPEM) foi realizada do 04 a 06 de novembro de 2014 e contou com palestras e mini cursos.

O IV SIPEM terá como tema “O papel da Engenharia Mecânica no desenvolvimento tecnológico”. Os professores do departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio consideram que as disciplinas que envolvem a Engenharia Mecânica proporcionam elementos essenciais no desenvolvimento de novas tecnologias. Portanto, o IV SIPEM será um evento que apresentará propostas inovadoras, tendências tecnológicas e novos conhecimentos com a finalidade de incentivar o desenvolvimento tecnológico, cientifico e industrial.

Page 6: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM
Page 7: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Lista dos Resumos Expandidos

A INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE PULSO NA MICROESTRUTURA DE

REVESTIMENTO DURO PELO PROCESSO SATG-PÓ (GTAW-P) ............................................. 1

ALGORITMOS EVOLUTIVOS APLICADOS A OTIMIZAÇÃO OFF-LINE DE UM FUZZY

COGNITIVE MAPS DE UM MIXER INDUSTRIAL ....................................................................... 3

ALINHAMENTO DE MÁQUINAS ROTATIVAS: RELÓGIO COMPARADOR E A LASER ...... 5

ANÁLISE DE SISTEMA CATALISADOR PARA TRATAMENTO DOS FLUIDOS DE CORTE

SOLÚVEIS PARA PROCESSOS DE TORNEAMENTO ................................................................. 7

ANÁLISE DE TENSÃO PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS EM VASO DE

PRESSÃO DO SETOR SUCROENERGÉTICO ................................................................................ 9

ANÁLISE DE UMA ESTRUTURA MINI-BAJA POR ELEMENTOS FINITOS .......................... 11

APLICAÇÃO DO MÉTODO DE SUPERPOSIÇÃO MODAL PARA ANÁLISE DINÂMICA DE

ESTRUTURAS .................................................................................................................................. 13

ARQUITETURA DE CONTROLE FUZZY EM UM PROCESSO HEATEX-MATLAB .............. 15

ATENUAÇÃO DE VIBRAÇÃO UTILIZANDO ABSORVEDOR DINÂMICO DE VIBRAÇÕES

............................................................................................................................................................ 17

CARACTERIZAÇÕES FERROELÉTRICAS E DIELÉTRICAS DO MULTIFERRÓICO

0,9BiFeO3-0,1BaTiO3 SINTERIZADO POR SPARK PLASMA ................................................... 19

CONTROLE DE UM BOLA-VIGA UTILIZANDO FUZZY PD + I .............................................. 21

DESEMPENHO DE CORTE DA FERRAMENTA DE CERÂMICA (Si3N4) REAFIADA NO

FRESAMENTO DE TOPO DO FERRO FUNDIDO NODULAR GGG-60 .................................... 23

DESENVOLVIMENTO DE MODELOS ATOMÍSTICOS PARA NANOPARTÍCULAS

FUNCIONALIZADAS ...................................................................................................................... 25

DYNAMIC-FUZZY COGNITIVE MAPS APLICADO NA ESTRATÉGIA QUALITATIVA DE

TIME DE FUTEBOL DE ROBÔS .................................................................................................... 27

ESTUDO DA CONSTRUÇÃO DE UM ARRANJO DE MICROFONES PARA ESTIMAR A

DIREÇÃO DE CHEGADA DE UMA FONTE EMISSORA ........................................................... 29

ESTUDO DE COMPÓSITO POLIMÉRICO COM CARGA DE SABUGO DE MILHO

TRITURADO..................................................................................................................................... 31

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA FABRICAÇÃO DE AEROMODELOS VIA

IMPRESSÃO 3D DE ACRILONITRILA BUTADIENO ESTIRENO ............................................ 33

FLAMBAGEM LINEAR E NÃO-LINEAR UTILIZANDO UMA ANÁLISE NUMÉRICA PELO

MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS ........................................................................................ 35

FUZZY COGNITIVE MAPS APLICADO NA NAVEGAÇÃO AUTÔNOMA DE ROBÔ

EMBARCADO .................................................................................................................................. 37

IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS UTILIZANDO TÉCNICAS DE OTIMIZAÇÃO ............ 39

IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE UM MODELO DE AERONAVE DE HÉLICES

PARALELAS COM ATRIBUIÇÃO DE AUTO-ESTRUTURA ..................................................... 41

INFLUÊNCIA DA INÉRCIA A TORÇÃO NO MOMENTO FLETOR DE PLACAS MACIÇAS

DE CONCRETO ................................................................................................................................ 43

Page 8: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

INVESTIGAÇÃO DE COMPOSTOS RADIOATIVOS EM CENTRAIS NUCLEARES COM

REDES NEURAIS ARTIFICIAIS .................................................................................................... 45

MODELAGEM DE MANIPULADOR ROBÓTICO COM JUNTAS FLEXÍVEL ......................... 47

OBTENÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO E CONTROLE EM CO-SIMULAÇÃO DE UM

BOLA-VIGA ATRAVÉS DO ADAMS/SIMULINK®

..................................................................... 49

OTIMIZAÇÃO DA TRAJETÓRIA DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO DE UM GRAU DE

LIBERDADE ..................................................................................................................................... 51

OTIMIZAÇÃO DOS PARÂMETROS ESTRUTURAIS DA PLATAFORMA STEWART PARA

UMA TAREFA DETERMINADA ................................................................................................... 53

PROJETO DE UMA MESA COM TRÊS GRAUS DE LIBERDADE PARA ANÁLISE DE

VIBRAÇÕES ..................................................................................................................................... 55

PROJETO ÓTIMO DA PLATAFORMA STEWART-GOUGH EM UM ESPAÇO DE

TRABALHO DETERMINADO........................................................................................................ 57

PROJETO, DESENVOLVIMENTO E SIMULAÇÃO DE UMA BASE PARA COMPRESSORES

ALTERNATIVOS ............................................................................................................................. 59

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCESSO DE EROSÃO EM UM DUTO DE SEÇÃO

QUADRADA ..................................................................................................................................... 61

SÍNTESE, INVESTIGAÇÕES ESTRUTURAIS E MAGNÉTICAS DE SOLUÇÕES SÓLIDAS DE

BiFeO3-BaTiO3 DOPADAS COM Mn.............................................................................................. 63

SINTONIZAÇÃO ÓTIMA DE COMPENSADOR DE GRAVIDADE PD DE UM

MANIPULADOR ROBÓTICO ......................................................................................................... 65

SINTONIZAÇÃO COM ALGORITMO GENÉTICO DO CONTROLADOR PID COM TORQUE

COMPUTADO DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO ................................................................ 67

SINTONIZAÇÃO ÓTIMA DE CONTROLADOR PID DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO . 69

SISTEMA EÓLICO DE MOVIMENTAÇÃO E AQUECIMENTO DE ÁGUA PARA PISCINAS71

TÉCNICAS DE CONTROLE ÓTIMO APLICADAS EM UM MANIPULADOR ROBÓTICO ... 73

UTILIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO DIFERENCIAL EM PROBLEMAS INVERSOS PARA

IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS........................................................................................... 75

UTILIZAÇÃO DE ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS NO CONTROLE ATIVO DE

VIBRAÇÕES ATRAVÉS DA LÓGICA FUZZY ............................................................................. 77

Page 9: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

1

A INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE PULSO NA MICROESTRUTURA

DE REVESTIMENTO DURO PELO PROCESSO SATG-PÓ (GTAW-P)

Eduardo Ferracin Moreira, [email protected]¹

Paulo Cezar Moselli, [email protected]²

1 2

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Alberto Carazzai, 1640 – Cornélio Procópio

1. Introdução

O processo de revestimento duro é de grande

importância para o setor industrial e com o surgimento

de novas formas para realizá-lo, há uma série de

questões sobre como o revestimento se comportará se

houver variação de alguns parâmetros. Este trabalho

visa realizar análises buscando determinar a influência

dos parâmetros de pulso na microestrutura a partir de

um revestimento realizado com a nova metodologia de

soldagem STAG-P (Soldagem ao Arco Tungstênio

com Atmosfera Gasosa com deposição em Pó)[1]

.

2. Metodologia e Materiais

Como substrato, foi utilizado o aço SAE 1020 que

foi retificado para a remoção de óxidos, óleo e sujeiras.

O material de adição foi a liga à base de cobalto,

comercialmente conhecida como Stellite 6 WM, com

granulometria entre 45 e 180 µm e dureza de 41,3

HRC, aproximadamente, 405 HV.

A realização da deposição foi desenvolvida com um

dispositivo elaborado por Moselli (2013), uma máquina

de solda multiprocessos modelo Inversal 450 e um

alimentador automático de pó metálico modelo ADP-2.

Foi utilizado o gás Argônio como gás de proteção e de

arraste.

A Tabela I apresenta os parâmetros de pulso

utilizados, proporcionando uma corrente média

próximo a 150ª[1]

.

Tabela I – Parâmetros de pulso

Parâmetros R1 R2 R3

Corrente de pico (A) 180 180 180

Corrente de base (A) 120 120 120

Tempo de pico (ms) 5 7,5 3

Tempo de base (ms) 5 2,5 7

Vel. de soldagem (mm/min) 120 120 120

Cada amostra foi secionada utilizado a cortadora de

amostras metalográficas e posteriormente lixadas com

lixas de grana 220 à 1200mesh. Para revelar a

miscroestrutura foi utilizada uma solução de 15 ml

H2O, 15ml HNO3, 15 ml CH3COOH e 60ml HCl [2]

.

O tamanho de grão será determinado através de

linhas com o mesmo comprimento, traçadas na

micrografia. Posteriormente as intersecções dos grãos

foram contadas. O diâmetro médio será então

determinado através da equação a seguir[3]

.

(1)

As medições de dureza foram realizadas na seção

transversal da amostra de modo que abranjam toda a

sua extensão. Foram realizadas um total de 11

medições, sendo 8 delas na região central do cordão,

uma medição na região de intersecção entre o substrato

e o revestimento e mais duas medições dentro da área

afetada no substrato.

A determinação da diluição foi efetuada através das

áreas das amostras, ou seja, será obtido a área do

revestimento e a área diluída com o substrato. Para isto

foi utilizado o software Image J. A determinação foi

dada pela divisão da área diluída do metal de base pela

área total do revestimento, ou seja:

(2)

O aporte térmico é um dos fatores mais importantes

para o revestimento duro pois ele é responsável por

modificar o tempo de resfriamento do substrato

alterando a formação da microestrutura do

revestimento[4]

. A equação 3 determina corrente média

do pulso.

(3)

Em que Ib é a corrente de base, tb o tempo de base,

Ip a corrente de pico e tp o tempo de pico.

Para a determinação do aporte térmico foi utilizado

a equação 4.

(4)

Onde η é a eficiência do processo, V a tensão utilizada,

Iméd a corrente média do pulso e vs a velocidade de

soldagem.

3. Resultados

As Figuras 1, 2 e 3 apresentam as metalografías

obtidas por microscopia ótica e microscopia eletrônica

de varredura geradas através das amostras.

Page 10: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

2

Figura 1. Região inferior do revestimento, Amostra R1.

Figura 2. Região inferior do revestimento, Amostra R2.

Figura 3. Região inferior do revestimento, Amostra R3.

Afim de determinar os principais componentes

presentes no revestimento foi realizado uma micro

análise nas regiões A e B da amostra R1, Figura 4. Os

resultados com os principais microconstituintes são

apresentados na Tabela II.

Figura 41 - Regiões de microanálise

Tabela II - Composição química obtida através do espectro da

região A

Utilizando as metodologias descritas anteriormente

e as suas respectivas equações chegamos nos resultados

apresentados pela tabela IV.

Tabela III - Resultados dos experimentos

Resultados R1 R2 R3

TG [µm] 143,9 166,7 133,3

Dureza [HRC] 60 65 65

Diluição [%] 7,61 15,1 4,3

H[KJ/mm] 0,99 1,09 0,911

4. Conclusões

Nota-se através da micrografia e dos cálculos dos

diâmetros dos grãos, que devido ao baixo aporte

térmico a amostra R3 obteve a microestrura mais

refinada, levando-a a maior dureza, uma vez que

menores tamanhos de grãos geram uma microestrutura

mais dura.

O menor aporte térmico da amostra R3 também

proporcionou a melhor diluição, tendo em vista que

para o revestimento duro uma grande diluição da liga

com o substrato atrapalhará na obtenção das

propriedades mecânicas desejadas.

A microanálise revelou a grande diferença de

participação entre os elementos do revestimento, o que

nos leva a concluir que a região B é mais dura do que a

região A, pois além de seu aspecto visual mais robusto

há uma maior porcentagem em elementos mais duros

do que na região A, ou seja, o cromo é mais duro que o

cobalto, que por sua vez é mais duro que o ferro. Além

da relação de dureza, a maior participação do carbono

na região B leva-nos a acreditar que houve a formação

de carbetos de cromo e de cobalto, porém apenas este

ensaio de microanálise não é possível de afirmar a

formação de carbetos, o que para determinarmos com

maior precisão seria necessário um ensaio de difração

de raios-x.

5. Referências

[1] MOSELLI, P. C. (2013). Desenvolvimento de

dispositivo, adaptado à tocha SATG, para a

realização de revestimento duro, utilizando ligas,

em forma de pó. 136 f Tese (Doutorado) - Escola de

Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo,

2013.

[2]MOSELLI, P. C., DE OLIVEIRA, M. F.,

MORENO, J. R. S. Deposited properties in

hardfacing SAE 1020 substrate by using alloy

welding GTAW Stellite 6 in powder form. 22nd

International Conference on Production Research. Fóz

do Iguaçu, 2013.

[3] CALLISTER, Willian D; Ciencia e engenharia de

materiais uma introdução. 7.ed. Rio de Janeiro: LTC,

1940. 75p.

[4] FONSECA, M. A. ; LACERDA, J. L. . Efeito

insumo de calor na microestruturada solda do aço

NTU-SAR-50 pelo processo arco submerso. Revista

On-line Unileste, v. 02, p. 01-06, 2005.

Elementos Região A

Peso (%)

Região B

Peso (%)

Si 0,86 0,55

Cr 20,54 42,93

Fe 21,52 14,3

Co 51,31 34,46

Ni 1,7 1,04

W 4,08 6,72

Page 11: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

3

ALGORITMOS EVOLUTIVOS APLICADOS A OTIMIZAÇÃO OFF-LINE

DE UM FUZZY COGNITIVE MAPS DE UM MIXER INDUSTRIAL

Márcio Mendonça

1,2, [email protected]

Ivan Rossato Chrun2, [email protected]

Edson Hideki Koroishi1, [email protected]

Lucas Fidelis Monteiro Gonçalvesl, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Sete de Setembro, 3060, Curitiba – Paraná

1. Introdução

Na natureza, os indivíduos mais bem adaptados à

competição por recursos, sobrevivem. A adaptação às

variações do ambiente é imprescindível para a

sobrevivência dos indivíduos e das espécies. Com base

na evolução biológica, John Holland publicou o livro

“Adaptation in Natural and Artificial Systems” [1],

hoje considerado como a referência básica sobre os

algoritmos genéticos (AGs). Desde então, esses

algoritmos têm sido aplicados com sucesso em diversos

problemas do mundo real de busca e otimização [2]. Os

AGs operam com uma busca estocástica, onde o espaço

de busca é percorrido baseando-se em transições

probabilísticas [3]. Existem quatro diferenças básicas

entre os AGs e os métodos tradicionais de busca e

otimização. De um modo geral, os algoritmos genéticos

possuem as seguintes características [3]:

Empregam uma codificação do conjunto de

parâmetros e não os próprios parâmetros;

Operam em uma população e não em um único

ponto;

Utilizam informações do valor da função custo e

não informações sobre derivadas da função de

otimização;

Utilizam regras de transição probabilísticas e não

determinísticas.

Os AGs são compostos por uma população de

indivíduos e um conjunto de operadores sobre a

população. De acordo com as teorias evolucionárias,

segundo as quais foram desenvolvidas os AGs, os

elementos mais bem adaptados ao seu meio têm maior

probabilidade de sobreviver e de se reproduzir,

transmitindo o seu material genético para as novas

gerações. Um AG é composto basicamente por quatro

etapas:

1. Geração de uma população inicial;

2. Avaliação de cada um dos elementos da

população;

3. Seleção dos melhores elementos da

população;

4. Manipulação genética, através dos

operadores de cruzamento e mutação, de forma a criar

uma nova população.

Após a realização destas etapas, um loop é

realizado retornando ao passo 2, enquanto um

determinado critério de parada não for atingido.

Ressalta-se que a aplicação de Algoritmos Genéticos

requer conhecimento prévio do problema abordado [2]

, e, que, determine os parâmetros iniciais como função

de avaliação, número de indivíduos na população

inicial, porcentagens de operadores, nem sempre é

trivial.

Deste modo, ajustes empíricos, técnicas de

refinamento, experiência no uso da ferramenta,

agregados ao conhecimento do problema conduzem a

resultados satisfatórios. Outro fator relevante está na

criação de diferentes tipos de indivíduos, e na

utilização de operadores que garantam que as

sucessivas gerações sempre contenham soluções

factíveis dentro do espaço de busca do problema [4].

O maior problema da utilização dos métodos que

empregam heurísticas de busca, como é o caso de

algoritmos genéticos, P.S.O. (particle swarm

optimzation) é que não existe nenhuma garantia da

obtenção de um ponto de mínimo (ou máximo) global

[5]. Assim um algoritmo busca, seja ele um AG ou

outra metaheuristica, pode convergir para um ponto de

ótimo local da função de avaliação, que não

necessariamente corresponde à solução ótima do

problema.

No desenvolvimento do capitulo da seção 2 a

otimização dos pesos de um FCM será realizada

através de AG clássico.

A origem dos FCM (Fuzzy Cognitive Maps) está

nos mapas cognitivos que foram inicialmente propostos

por [6] para representar palavras, idéias, tarefas ou

outros itens ligados a um conceito central e dispostos

radialmente em volta deste conceito. São diagramas

que representam conexões entre porções de informação

sobre um tema ou tarefa. Os elementos são arranjados

intuitivamente de acordo com a importância dos

conceitos. Eles são organizados em grupos,

ramificações ou áreas.

FCMS tem aplicações em diferentes áreas de

conhecimento: como por exemplo, médica [7], controle

de processos em engenharia [8], entre outras. A

proposta desse trabalho é uma evolução do FCM

clássico de Kosko [9], Chamado de Dynamic-FCM (D-

FCM), uma variação da DCN (Dynamic Cognitive

Networks) [10]. Entretanto, existem outras evoluções

na literatura, e métodos de aprendizado dos FCMs,

nesse contexto, pode-se citar o trabalho [11].

2. Desenvolvimento

Para demonstrar a evolução da técnica, Algoritmos

Genéticos para ajuste OFF-LINE de um Dynamic-

Fuzzy Cognitive Maps (D-FCM) um estudo de caso

bem conhecido na literatura como por exemplo, em [9]

Page 12: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

4

para testar nível controladores. Este caso foi

selecionado para ilustrar a necessidade de refinamento

de um modelo baseado em FCM construído

exclusivamente com o conhecimento. O processo

consiste de um tanque com duas válvulas de entrada de

ar para diferentes líquidos, um misturador, uma válvula

de saída para a remoção de líquido produzido por

mistura e medidor de densidade, que mede a qualidade

do líquido produzido.

As válvulas (V1) e (V2) inserem dois líquidos

diferentes no tanque. Durante a reação dos dois

líquidos, um novo líquido é caracterizado pelo seu

valor de densidade que é produzido. Neste momento a

válvula (V3) esvazia o reservatório de acordo com um

fluxo de saída de campanha, mas a mistura líquida

deve estar nos níveis especificados. Embora

relativamente simples este processo é um TITO (duas

entradas duas saídas).

Figura 1. Controlador D-FCM

3. Resultados

Os valores iniciais de relações causais são

determinados, nesse trabalho, por meio de algoritmos

genéticos. O algoritmo genético utilizado é um

clássico, com uma população de 20 indivíduos,

cruzamento simples e aproximadamente 1% da

mutação. Os cromossomas foram gerados por números

reais com todos os pesos da D-FCM, os indivíduos

foram aleatoriamente e o método de classificação

inicial foi o método da competição com três indivíduos.

Por fim, a função de aptidão para a simplicidade

considera o erro global das duas saídas desejadas.

Figura2. Evolução dos pesos, com relações ao número de

gerações do algoritmo genético.

A Figura 2 mostra uma evolução; com 60 gerações

do algoritmo genético propostos estabiliza e atinge a

solução inicial para a abertura das válvulas de

aproximadamente 42%. A Tabela I mostra os valores

iniciais do D-FCM. Esse controlador ainda possui

controle dinâmico baseado no aprendizado de Hebb,

entretanto, nesse nível de apresentação não será escopo

desse trabalho.

Tabela I – Peso das relações causias encontradas

W23 W24 W13 W14 W53 W54

-0.23 -0.26 -0.26 -0.26 0.23 0.15

4. Conclusões

Os algoritmos genéticos em uma versão clássica

com somente 20 indivíduos, com seleção simples e 1%

mutação foi suficiente para o ajuste OFF-LINE do

controlador D-FCM. Entretanto em tempo oportuno a

versão completada do controlador com sintonia

dinâmica, bem como seus resultados e desempenho

dinâmicos serão apresentados.

5. Referências

[1] Holland, J. H. Adaptation in natural and artificial

systems. Ann Arbor:University of Michigan Press,

1975.

[2] Stach, W. Parallel Genetic Learning of the Fuzzy

Cognitive Maps. Final Report for IEEE-CIS. Walter

Karplus Summer Research Grant. 2006.

[3] Goldberg, D. E. Genetic algorithmos in search

optimization and machine learning. Mass: Addison-

Wesley, 1989.

[4] Coppin, B. Inteligência artificial. Rio de Janeiro:

Livros Técnicos e Científicos, 2010.

[5] Kennedy, J.;.Eberhart. R. Particle swarm

optimization. IEEE International Conference On

Neural Network. Perth, Australia, 1995. p. 1942-1948.

[6] R. Axelrod. Structure of decision: the cognitive

maps of political elites. New Jersey: Princeton

University Press, 1976.

[7] C. D. Stylios; V. C. Georgeopulos; G. A.

Malandraki; S. Chouliara. Fuzzy cognitive map

architectures for medical decision support systems.

Applied Soft Computing, v. 8, n. 3, p. 1243-1251, Jun.

2008.

[8] E. I. Papageorgiou; K. E.Parsopoulos; C. S. Stylios;

, P. P. Groumpos; M.N. Vrahatis. Fuzzy cognitive

maps learning using particle swarm optimization.

Journal of Intelligent Information Systems 25, 95–121,

2005.

[9] B. Kosko. Fuzzy Cognitive Maps. Int. J. Man-

Machine Studies, 1986, vol. 24, pp. 65–75.

[10] M. Mendonça; B. A. Angélico; L. V. R. Arruda; F.

Jr. Neves. A Subsumption Architecture to Develop

Dynamic Cognitive Network-Based Models with

Autonomous Navigation Application. Journal of

Control, Automation and Electrical Systems, vol. 1, pp.

3–14, 2013.

[11] E.I. Papageorgiou; J.L. Salmeron. A Review of

Fuzzy Cognitive Maps Research during the Last

Decade. Fuzzy Systems, IEEE Transactions on, vol.21,

n.1, pp.66–79, Feb. 2013.

Page 13: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

5

ALINHAMENTO DE MÁQUINAS ROTATIVAS: RELÓGIO

COMPARADOR E A LASER

José Eduardo de Lima Simão, [email protected]

Adailton Silva Borges, [email protected]

Jefferson Acasio da Silva, [email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Avenida Alberto Carazzai, 1640, Cornélio Procópio – Paraná.

1. Introdução

O alinhamento de máquinas rotativas é utilizado

como recurso de manutenção e visa aumentar a vida

útil dos equipamentos e consequentemente diminuir as

paradas não programadas.

Não é difícil encontrar em ambientes fabris,

situações onde as máquinas trabalham mais que vinte

horas diariamente, nesse contexto, o correto

alinhamento pode minimizar vibrações e desgastes

prematuros de componentes como rolamentos,

acoplamentos, vedações de eixo, minimizar ruídos

sonoros, beneficiando assim, a máquina e por

consequência seus operadores.

Através dos métodos de alinhamento, que

consistem na coleta e processamento dos dados é

possível mensurar o desalinhamento e realizar ações

para a correção do mesmo.

2. Metodologia e Materiais

Dentre os equipamentos que podem ser utilizados

para realizar o alinhamento de máquinas rotativas, o

presente resumo trata do alinhamento utilizando o

relógio comparador e o equipamento a laser.

Para simular uma situação de desalinhamento, foi

utilizada uma bancada compostapor: 1 motor elétrico

0,33cv e 860rpm, 2 mancais de rolamento auto

compensadores, 1 acoplamento flexível e 1 rotor bi

apoiado.

No alinhamento através do relógio comparador, é

possívelselecionar dentre alguns métodos, o mais

plausível para casa situação, alguns exemplos

são:Face-borda, face-facee indicador-reverso [1], esses

métodos fazem referência à disposição que os relógios

comparadores são fixados na máquina.

O presente trabalho aborda a aplicação do método

face-borda (face-rim), para tanto é necessárioutilizar

dois relógios comparadores, que foram fixados através

de suportes adequados no eixo máquina. No presente

procedimento, devido a características físicas do

equipamento, optou-se em definir o ponto de

referência, nomotor (parte estacionária da máquina), e

os relógios foram posicionados para tocaremface do

eixo que liga o conjunto que se deseja alinhar, sendo

um relógio posicionado de forma a tocaraface do eixo e

outro tocando a borda, conforme Figura 1. Na

sequência, os relógios comparadores foram zerados, e

auferiram-seas variaçõesmostradas nos relógiosquando

o eixo foirotacionadomanualmente para as posições

90º,180º e270º. O ponto 0º foi admitido como sendo

ponto de referência e de partida para as rotações [3].

Após a coleta dos dados obtidos através da

indicação dos relógios comparadores nas posições

definidas acima, o indicares de desalinhamento deve

ser processados utilizando as fórmulas apresentadas

nas equações (1) e (2).

Desta forma, o alinhamento Vertical e Horizontal,

dos pés dianteiros é obtido a partir da Eq.(1), conforme

definido [2].

(1)

Já o alinhamento Vertical e Horizontal, dos pés

traseiros é obtido a partir da Eq.(2).

(2)

Onde:

A = Distância a partir do plano de medição para os

pés traseiros.

B = Distância a partir do plano de medição para os

pés dianteiros.

D = Diâmetro do percurso do relógio comparador

na face.

= Leitura obtida na borda pelo relógio

comparador.

= Leitura obtida na face pelo relógio

comparador.

F = Calço necessário nos pés dianteiros.

R = Calço necessário nos pés traseiros.

Figura 1. Relógios Comparadores Posicionados.

Para o alinhamento a laser foi utilizado o aparelho

FIXTURLASER XA, que faz a coleta dos dados

Page 14: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

6

através de duas unidades de medição fixadas ao eixo do

conjunto que se deseja alinhar, através de suportes

próprios. O procedimento para a fixação nas base é

análogo ao anterior, sendo que uma das unidades está

referenciada com a letra Sedeve ser fixada na parte

estacionária da máquina e a outra unidade, referenciada

com a letra M, deve ser fixada na parte que pode ser

movimentada caso exista o desalinhamento. Figura 2.

Figura 2. Sensores para alinhamento a laser.

Para mensurar o possível desalinhamento, é feita a

coleta de dados em três pontos.A rotação do eixo é

feita manualmente seguindo a indicação apontada no

display da unidade central do equipamento, unidade

essa que realiza o processamento dos dados coletados e

fornece o resultado final, com os valores do

desalinhamento Vertical e Horizontal. Adicionalmente,

o equipamento de alinhamento a laser necessita que

sejam inseridasas distânciasencontradas na bancada,

tais como: distância entre pés, distância entre os

sensores, distância entre o sensor móvel e o

acoplamento e por fim a distância entre o sensor móvel

e o pé frontal do motor.

3. Resultados

Os dados coletados através do relógio comparador

são informados na Tabela I, e sua grandeza é dada em

mm/100.

Tabela I – Coleta de dados

Ponto Face (mm/100) Borda (mm/100)

90º +0,96 -0,31

180º -0,20 +0,5

270º +0,11 -0,91

Para calcular o desalinhamento Vertical deve se

utilizar os dados obtidos nos pontos superiores e

inferiores (0º e 180º), e para o cálculo do

desalinhamento horizontal os dados dos pontos laterais

(90º e 270º), no caso das laterais é necessário zerar

matematicamente a leitura do ponto 270º,subtraindo os

valores obtidos em 90º e 270º. O resultado é obtido

através da utilização das Eq.(1) eEq.(2), e os resultados

podem ser observados na Tabela II.

Tabela II – Resultados Relógio Comparador

Pé Vertical(mm/100) Horizontal(mm/100)

Dianteiro +0,324 +0,30

Traseiro -0,912 +0,85

No alinhamento a laser é feita a coleta dos dados

em três pontos, entretanto as medidas são coletadas no

ponto 0º, 90º e 270º. E automaticamente a unidade

central do equipamento FIXTURLASER XA, indica os

valores de desalinhamento, conforme Tabela III.

Tabela III – Resultados a laser

Pé Vertical(mm/100) Horizontal(mm/100)

Dianteiro +0,69 +0,25

Traseiro -0,81 +0,87

Com os resultados obtidos é possível executar as

ações necessárias para correção do desalinhamento,

deslocamento e a colocação de calços nos pés da

máquina móvel, do conjunto que se deseja alinhar. O

equipamento FIXTURLASER XA possui a função que

seleciona o tamanho dos calços a serem utilizados bem

como onde eles devem ser instalados.

4. Conclusões

Finalizada a coleta e o processamento dos dados é

possível mensurar o desalinhamento e tomar medidas

necessárias para que ele seja corrigido. Através de

colocação de calços ou deslocamento da parte móvel

do conjunto que se deseja alinhar.

É notório que o equipamento a laser apresenta um

método mais fácil e rápido para realizar o alinhamento,

não sendo necessária a resolução de nenhuma equação

matemática, contudo o equipamento possui um custo

elevado pra aquisição. O relógio comparador por sua

vez é um método efetivo, mais acessível do ponto de

vista financeiro, entretanto, seu desenvolvimento

demanda uma quantidade de tempo maior, tendo em

vista a necessidade de coletar os dados manualmente e

realizar cálculos para se chegar ao valor final do

desalinhamento. Os resultados obtidos nos dois

métodos apresentam valores aproximados entre si,

exceto no desalinhamento vertical do pé dianteiro,

onde os valores diferem, acredita-se que seja devido à

deflexão da haste utilizada no processo de aquisição de

dados, assunto que poderá ser objeto de estudo em

trabalhos posteriores.

5. Referências

[1] H. P. Bloch; F. K. Geitner, Machinery Component

Maintenance and Rapair, Elsevier (2005)

[2] V. Wowk, MachineryVibration, MacGraw-Hill,

2000

[3] Fixturlaser. Rim and Face method overview.

Disponível em:

http://www.alignmentknowledge.com/dialrimface.h

tml. Acessado em 12 de maio de 2015.

Agradecimentos

Agradecemos ao Professor Adailton Silva Borges pelo

suporte material,que possibilitou a realização deste

trabalho.

Page 15: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

7

ANÁLISE DE SISTEMA CATALISADOR PARA TRATAMENTO DOS

FLUIDOS DE CORTE SOLÚVEIS PARA PROCESSOS DE TORNEAMENTO

Fabio de Sousa Santos, [email protected]

1

Gleyson do Nascimento Oliveira, [email protected]

Janaina Fracaro de Souza Gonçalves, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio – Avenida Alberto Carazzai, 1640, Centro,

86300-000, Cornélio Procópio, Paraná, Brasil. 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina – Avenida dos Pioneiros, 3131, Jardim Morumbi,

86036-370, Londrina, Paraná, Brasil.

1. Introdução

Com o aumento drástico no custo para o uso e

descarte dos fluidos de corte, com a combinação de

nova legislação sobre a proteção do ambiente e da

saúde, que deverá tornar-se ainda mais rigorosa no

futuro, levando à investigação científica abrangente

para uma usinagem verde [1]. Portanto, o foco em

fluidos de corte mudou de biodegradabilidade para

renovabilidade ao longo dos anos, a fim de proteger o

ambiente. Os vários aspectos dos fluidos de corte

adaptados ao ambiente são listados em termos de

biodegradabilidade, a toxicidade e renovabilidade [2].

O presente artigo apresenta uma análise

comparativa, na utilização sem fluido, com fluido e

com fluido ozonizado no processo de torneamento de

um aço SAE 1045.

2. Metodologia

Todos os ensaios foram realizados em um torno

convencional, da fabricante Nardini, modelo

MASCOTE – MS205, com potência de 7.1KW,

utilizou-se a ferramenta de corte da marca Ceratizit,

inserto modelo CNMG 432 EN-TM. O material para

realização dos testes foi o aço SAE 1045. O fluido de

corte foi um óleo semi sintético, sendo os corpos de

prova cilíndricos com diâmetro de 61.2 mm e 177 mm

de comprimento na área útil de usinagem.

Os parâmetros de usinagem aplicados foram

avanço (f) de 0,065 mm/rev, rotação (n) de 1000 rpm e

profundidade de corte (ap) de 1 mm, esses parâmetros

são mostrados na Tabela I e foram iguais para todos os

experimentos.

Tabela I – Parâmetros de corte

Parâmetros Valores

Rotação do eixo árvore (n) (rpm) 1000

Avanço (f) (mm/rev) 0,065

Comprimento de corte (mm) 177

Profundidade de corte (ap) (mm) 1

Os ensaios foram realizados em três etapas, com

diferentes métodos de aplicação do fluido de corte no

processo de torneamento: primeiramente sem fluido,

posteriormente com o fluido não ozonizado e, por fim,

com o fluido tratado com ozônio.

Para o tratamento do fluido de corte foi utilizando o

equipamento Catalisador Eletrofísico da fabricante Oil

Trat, assim visualizado na Figura 1.

Figura 1. Catalisador Eletrofísico.

3. Resultados

O critério da vida da ferramenta foi baseado na

norma ISO 3685 (que traz como critério de fim de vida

do inserto o desgaste máximo de flanco (Vbmax) que é

igual a 0,3 mm [3].

De acordo com a Figura 2, desgaste de ferramenta

versus número de passes, onde cada passe equivale as

medições realizadas após três ciclos de usinagem de 1

mm. Observou-se que o desgaste de ferramenta com o

fluido tratado e o fluido inicial (sem tratamento)

apresentou valores relativamente iguais até 3,72m de

comprimento usinado, e posteriormente o com fluido

tratado acaba sendo superior em 26,24 % comparado

com o fluido sem tratamento.

Figura 2. Desgaste de ferramenta versus número de

passes.

Durante o tratamento diário do fluído com ozônio,

pôde-se averiguar a variação dos valores de pH.

Observou-se o aumento dos valores, partindo de 7,25 e

Page 16: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

8

após 15 dias de tratamento, chegou-se a valores

próximos de 8,18.

Após o tratamento do fluido com os sistema de

ozonização (após 15 dias) observou-se que o odor forte

do fluido no reservatório da máquina-ferramenta

reduziu. Outro ponto observado foi à coloração, no

inicio dos experimentos o fluido apresentou coloração

mais escura, após os 15 dias de tratamento notou-se

uma ligeira clareada, conforme a Figura 3.

Figura 3. Amostras de fluidos de corte. (a) Amostra de

fluido sem tratamento com ozônio. (b) Amostra de

fluido após o tratamento com ozônio. (c) Reservatório

máquina antes do tratamento com ozônio.

Na usinagem utilizando o fluido de corte tratado

com ozônio: em algumas das regiões notaram-se alguns

pontos de oxidação, apresentados na Figura 4. Esses

pontos podem ser ocasionados pelo O3, mas também

podem ser ocasionados pela quantidade de água

utilizada no preparo do fluido, ou mesmo pelo contato

com o ambiente. Dessa forma, para se ter melhores

resultados deve-se realizar um novo planejamento

experimental, e nas análises de MeV, deve-se incluir a

verificação por EDS (energy dispersive x-ray detector),

de modo a quantificar o número de óxidos encontrados.

Figura 4. MEV da superfície usinado com fluido

tratado.

Enquanto na Figura 5, MEV realizado nas amostras

usinadas com fluido sem tratamento, também

apresentaram os pontos de oxidação, mas com menos

frequência (menores pontos).

Figura 5. MEV da superfície usinado com fluido sem

tratamento.

4. Conclusões

Verificou-se que nestes ensaios preliminares o

tratamento com ozônio conseguiu decompor os

compostos orgânicos dos fluidos, pois os valores de pH

subiram durante o tratamento.

No parâmetro desgaste de ferramenta, ocorreu uma

aceleração do desgaste nos últimos passes do fluido

tratado em relação ao sem tratamento. E na realização

do MEV conseguiu-se verificar alguns pontos de

oxidação da superfície usinada com o fluido ozonizado.

5. Referências

[1] Anette, R.; Tscheatsch, H.; Cutting Fluids (Coolants and Lubricants). Applied Machining Technology. Springer, Berlin Heidelberg, (2009) [2] Kuram, E.; Ozcelik, B.; Demirbas, E.; Environmentally friendly machining: vegetable based cutting fluids. Paulo Davim, J., Green Manufacturing Processes and Systems. Springer, Berlin Heidelberg, (2013) [3] ISO 3685; Tool Life Testing with Single Point Turning, ISO (1993)

Agradecimentos

Agradecemos a UTFPR – Campus Cornélio Procópio

pelo suporte e espaço cedidos que possibilitou a

realização deste trabalho.

Page 17: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

9

ANÁLISE DE TENSÃO PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS EM

VASO DE PRESSÃO DO SETOR SUCROENERGÉTICO

Cristiano Piccard Gonçalves, [email protected]

Prof. Dr. Edson Antonio Capello Sousa, [email protected] 2

1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP – Bauru/SP

2 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP – Bauru/SP

1. Introdução

O Setor sucroenergético está entre os mais

importantes da economia brasileira e também com

importância global no contexto das energias renováveis.

A demanda pelo biocombustível e por açúcar cria

grandes perspectivas para o setor. A bioeletricidade

vinculada à produção de açúcar e etanol tem papel

estratégico por trazer importantes benefícios ambientais

e socioeconômicos [1]. O sucesso desta jornada leva a

necessidade de investimentos, aumento de

produtividade, avaliação e manutenção eficiente dos

equipamentos existentes [2].

Dentre os equipamentos do setor que merecem

atenção especial e que devem passar por avaliação

estrutural estão os vasos de pressão, que são em

quantidade expressiva no setor. A avaliação dos vasos

de pressão é importante para evidenciar segurança e

eficiência operacional e quando necessário balizar

projetos de alteração e reparo.

As normas de projeto para compensar simplificações

de fórmulas adotam grandes coeficientes de segurança,

podendo gerar custos desnecessários com manutenção.

Os coeficientes de segurança significam menores

tensões admissíveis para o material, gerando com isto a

necessidade de grandes espessuras para a parede do

vaso. Os modelos matemáticos, aplicados em análise de

vasos de pressão, permite a adoção de tensões

admissíveis maiores para o material garantindo desta

forma menores espessuras para as paredes dos vasos de

pressão [3].

Na Europa projetos de pesquisas foram realizados

com a adoção de técnicas alternativas ao uso do

tradicional método de análise por fórmulas. Estas

técnicas alternativas podem permitir a redução da

espessura do aço usado na parede do vaso de pressão,

como consequência reduzir o custo de fabricação ou

descartar a necessidade de substituição do aço.

Verificado também que a utilização de aço não

permitido em norma Europeia pode ser empregado de

forma segura quando analisado pelo método dos

elementos finitos e também a espessura do aço pode ser

reduzida de forma significativa [4].

Os vasos de pressão amplamente utilizados nas

industriais são equipamentos considerados críticos, pois

sua estrutura pode falhar devido ao uso prolongado, pela

corrosão e por fatores mecânicos. Por isto a avaliação

dos vasos de pressão tem papel fundamental para a

operação segura dos equipamentos pressurizados. Sendo

as simulações numéricas baseada no método dos

elementos finitos (MEF) uma ferramenta capaz de

avaliar com precisão o estado de tensão de cascas

cilíndricas pressurizadas dos vasos de pressão [5].

Este trabalho teve como objetivo realizar análise de

uma secção cilíndrica de vaso de pressão, com a

utilização do método dos elementos finitos (MEF) em

comparação com o método definido na norma de projeto

ASME Boiler and pressure vessel code.

2. Metodologia e materiais

A secção cilíndrica analisada é parte de um vaso de

pressão utilizado para evaporar parte da água contida no

caldo clarificado da cana-de-açúcar. A secção cilíndrica

possui diâmetro externo de 3.400 mm, altura de 1.200

mm e espessura de 5,3 mm, os dois bocais possuem 550

mm de diâmetro externo e 8,7 mm de espessura. A

chapa de aço considerada para o vaso e bocais foi a

ASTM A 283 Grau C com limite de escoamento de 165

MPa [6]. Pressão e temperatura de projeto na secção

cilíndrica estudada foi 0,23 MPa e 120 °C

respectivamente. A secção cilíndrica do vaso de pressão

foi submetida a pressão interna de 0,23 MPa.

A Seção II, da Parte D, do código ASME [7] fornece

os limites de tensões admissíveis para as partes

pressurizadas dos vasos de pressão para cada material e

faixa de temperatura, neste caso é de 108 MPa. Fornece

também o modulo de elasticidade e coeficiente de

Poisson que é de 195 GPa e 0,3 respectivamente.

Foi realizada a comparação da tensão máxima

encontrada utilizando a solução por fórmula conforme

código ASME Section VIII, Division 1 [8] e a solução

numérica através do método dos elementos finitos.

Para cálculo da tensão no corpo cilíndrico foi

adotada a fórmula da Equação 1, que é derivada da

fórmula do parágrafo 1-1 (a) do ASME Section VIII,

Division 1 [8], utilizada para cálculo da espessura

mínima requerida.

S = P . (Ro – 0,4 . t) / E. t (1)

Onde:

S = tensão, em MPa

P = pressão projeto, em MPa

Ro = raio externo do cilindro, em mm

t = espessura do cilindro, em mm

E = coeficiente de eficiência de solda (valor adotado foi

igual a 1)

Para a solução pelo método dos elementos finitos a

secção cilíndrica foi modelada como superfície tipo

casca utilizando software CAD para a construção do

modelo e exportado para extensão SAT. Para criação do

Page 18: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

10

modelo geométrico a partir do arquivo importado SAT

foi utilizado o aplicativo Design Modeler do pacote

ANSYS Workbench. Após foi utilizado o modo

Mechanical do ANSYS para as etapas seguintes da

análise. Para geração da malha foi utilizado o elemento

SHELL181 que se mostra satisfatório para estruturas

com espessuras finas tipo casca, este elemento possui

quatro nós e seis graus de liberdade por nó. O tipo de

análise realizada foi estrutural estática. Foi aplicado

pressão interna de 0,23 MPa na secção cilíndrica e

bocais, utilizado restrição do tipo engaste nas arestas de

contato com outras secções cilíndricas e aresta de

contato dos bocais com a tubulação. Número de nós

gerados foi de 12137 e de elementos foi de 11759.

3. Resultados Ilustrações

Resolvendo a Equação 1 foi obtido a tensão atuante

na secção cilíndrica de 72,1 MPa.

As tensões obtidas pela solução com o método dos

elementos finitos estão representadas na Figura 1 e

Figura 2 (vistas distintas da geometria).

Figura 1. Panorama de tensões na secção cilíndrica

Figura 2. Panorama de tensões na secção cilíndrica

A máxima tensão encontrada verificando as figuras

1 e 2 foi de 175 MPa que está próximo ao bocal, sendo

sua extensão reduzida, mas acima da tensão de

escoamento. A tensão na parte cilíndrica distante da

região dos bocais está entre 69 MPa e 90 MPa próximo

da tensão encontrada pela solução por fórmula.

A tensão obtida com utilização de fórmula e com o

método dos elementos finitos, para a região cilíndrica

distante dos bocais, está abaixo da tensão de

escoamento e também da tensão máxima admissível.

Na região cilíndrica próxima aos bocais, pelo

método dos elementos finitos, foram encontradas

tensões a partir de 112 MPa que estão acima da tensão

máxima admissível dada pelo código ASME.

4. Conclusões

Verificado com a utilização do método dos

elementos finitos é possível obter as tensões em cada

região da secção cilíndrica, enquanto com a utilização

da fórmula do código a tensão é generalizada para todo

o equipamento. As mudanças abruptas na geometria do

corpo ocasionada pelos bocais não são consideras na

solução por fórmula.

Com a utilização do método dos elementos finitos

mesmo nas regiões onde as tensões encontradas são

maiores que a máxima tensão admissível e acima do

limite de escoamento é possível garantir operação

segura do equipamento. Porque é verificado que as

tensões maiores estão limitadas a pequenas extensões e

próximo aos bocais, onde são instaladas chapas de

reforço que aumentam nestas regiões a espessura da

parede do vaso de pressão e diminuem as tensões

encontradas a limites aceitáveis e seguros.

Com o método dos elementos finitos é possível obter

tensões mais próxima das tensões reais atuante no

equipamento, demostrando maior precisão para

avaliação do estado de tensão destes cilindros

pressurizados.

5. Referências bibliográficas

[1] CASTRO, N. J.; BRANDÃO, R.; DANTAS, G. A.

A bioeletricidade sucroenergética na matriz elétrica. In:

SOUZA, E. L. L.; MACEDO, I. C. (Coord.). Etanol e

Bioeletricidade: A cana-de-açúcar no futuro da matriz

energética. São Paulo: Luc Projetos de Comunicação,

2010. p. 136-153.

[2] FARINA, E. Um futuro promissor. Opinião -

Palavra da Presidência. UNICA. 2012. Disponível em:

<http://www.unica.com.br/palavra-do-

presidente/18631428920319334644/um-futuro-

promissor/>. Acesso em: 15 agosto 2014.

[3] TELLES, P. C. S. Vasos de Pressão. 2. ed. Rio de

Janeiro: LTC, 2012.

[4] GUERRERO, M. A.; BETEGÓN, C.; BELZUNCE,

J. Fracture analysis of a pressure vessel made of high

strength vessel (HSS). Engineering Failure Analysis,

Apr. 2008, vol. 15, n. 3, p. 208-219.

[5] MOUSTABCHIR, H.; AZARI, Z; HARIRI, S;

DMYTRAKH, I. Experimental and computed stress

distribution ahead of a notch in a pressure vessel:

Application of T-stress conception. Computational

Materials Science, Mar. 2012, vol. 58, p. 59-66.

[6] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING

MARERIALS. ASTM A-283: Standard specification

for low and intermediate tensile strength carbon steel

plates. West Conshohocken, 2013.

[7] THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL

ENGINEERS. ASME Boiler and pressure vessel code:

Materials, Section II, Part D. New York, 2013.

[8] THE AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL

ENGINEERS. ASME Boiler and pressure vessel code:

Rules for construction of pressure vessels, Section VIII,

Division 1. New York, 2013.

Page 19: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

11

ANÁLISE DE UMA ESTRUTURA MINI-BAJA POR ELEMENTOS FINITOS Guilherme Violada Teixeira, [email protected]

Fernando Henrique de Oliveira Camara, [email protected]

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Cornélio Procópio.

Endereço do autor: Avenida João Paulo Ablas, 1450, Cotia, São Paulo.

1. Introdução

O meio industrial vive em uma constante busca por

otimização e melhoria do processo produtivo. A redução

dos custos e a agilidade na produção de um produto são

problemas recorrentes na cadeia produtiva e são

frequentemente citados na literatura.

Através da modelagem por elementos finitos é

possível representar o problema em um ambiente

computacional com uma boa correlação com o

problema físico. Pode-se realizar as mais diversas

análises em um único modelo sem a necessidade de

confecção de um novo protótipo físico.

Além do meio industrial, esse ideal de otimização e

melhoria do processo produtivo através da modelagem

por elementos finitos pode ser aplicado também no

projeto Baja SAE. A categoria mini-Baja da SAE é um

desafio lançado aos estudantes de engenharia que

oferece a chance de aplicar na prática os conhecimentos

adquiridos em sala de aula, visando incrementar sua

preparação para o mercado de trabalho. Ao participar do

projeto Baja SAE, o aluno se envolve com um caso real

de desenvolvimento de projeto, desde sua a concepção,

projeto detalhado e construção [1]. (SAE BRASIL,

2014).

Com esse intuito o presente trabalho busca analisar e

sugerir modificações no projeto da estrutura através da

análise do comportamento dinâmico da estrutura do

veículo mini-Baja desenvolvida pela equipe Procobaja

da Universidade Tecnológica Federal do Paraná –

Campus Cornélio Procópio.

2. Metodologia e materiais

A metodologia empregada para realizar esse tipo de

análise foi baseada na teoria de elementos finitos e

principalmente na utilização de dois softwares: ANSYS e

SolidWorks.

Todo o projeto desenvolvido pela equipe Procobaja

foi realizado no SolidWorks. Desse modo, esse

programa foi utilizado para realizar modificações na

estrutura antes de importá-la para o ANSYS.

Após a importação da estrutura tubular para o

ambiente ANSYS, deve-se realizar a escolha do

material da estrutura e a montagem da malha. Na análise

de elementos finitos, a malha pode influenciar nos

resultados das simulações, bem como, gerar cálculo

computacional desnecessário. Por se tratar de uma

estrutura complexa e de tamanho relativamente grande,

a geração da malha é um procedimento que demanda

maior atenção durante a elaboração do modelo

computacional. Na Figura 1 pode ser observada a malha

gerada para a estrutura tubular.

Figura 2- Construção da malha na estrutura

Após algumas simulações, a geometria mais

adequada para geração da malha foi a tetraédrica. De

modo a otimizar a malha gerada, foram realizadas

simulações modal com o corpo em condição livre-livre

com alteração no tamanho do elemento, como pode ser

observado na Tabela 1.

Tabela 4- Quadro comparativo das malhas

Malha 1 Malha 2 Malha 3

Tamanho do

elemento (mm) 10 3 2

Tempo geração

da malha (min) 4,5 7 40

Tempo de

simulação (min) 5 18 50

Número de

elementos 753.495 1.756.376 4.021.520

Número de nós 255.892 592.534 1.343.685

Frequência 1 48,55 46,506 45,899

Frequência 2 50,93 48,769 48,06

Frequência 3 61,43 58,93 58,117

Frequência 4 67,96 65,238 64,331

Pode-se observar que com a variação no tamanho do

elemento tanto o tempo de geração da malha quanto o

tempo de simulação aumentam à medida em que o

tamanho do elemento diminui. Entretanto, quando se

compara as frequências naturais, pode-se notar que as

frequências naturais simuladas tendem a convergir para

um valor mais próximo do real quando o tamanho do

Page 20: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

12

elemento é reduzido. Desse modo, para as análises

realizadas foi considerada a malha com elementos de

3mm.

Considerando que frequências naturais mais altas

são mais difíceis de se alcançar, foram propostas

algumas modificações na estrutura de modo a aumentar

a rigidez da estrutura e, consequentemente, as

frequências naturais da estrutura de modo a evitar a

ressonância durante o percurso. De modo a avaliar as

melhorias propostas, foi realizada análise modal

considerando a estrutura na condição livre-livre, para a

estrutura original, Figura 2, onde pode-se observar o

modo de vibrar mais crítico, Figura 3.

Figura 2 – Estrutura original em vista lateral

Figura 3 - Análise modal mostrando modo de vibrar da estrutura

3. Resultados

Para analisar os resultados das simulações, foi

considerado uma faixa de frequências baseada na

dissertação de (Borges, 2006), onde foi realizada uma

análise modal buscando encontrar os dez primeiros

modos de vibrar de uma estrutura mini-Baja baseados

apenas na resposta. Foram considerados como

parâmetros de comparação entre a estrutura original e as

melhorias propostas:

Frequências

Peso da estrutura

Modo de vibrar

Tempo de simulação

A partir das simulações foram obtidos modelos onde

as frequências naturais aumentaram até 50% com

relação a estrutura original, mesmo com o acréscimo de

massa, pois houve um aumento na rigidez da estrutura.

A estrutura com as melhorias propostas é apresentada na

Figura 4. Para esta estrutura os valores das quatro

primeiras frequências naturais foram 55,973 Hz, 60,109

Hz, 68,885 Hz e 89,411 Hz, respectivamente.

Figura 4 – Estrutura com reforços em destaque

4. Conclusões

A aplicação do método de elementos finitos na

estrutura mini-Baja permitiu que diversas situações

fossem analisadas com um tempo de execução muito

pequeno quando comparado com o tempo necessário

para se realizar as mesmas análises em propósitos

físicos.

Os resultados obtidos foram satisfatórios pois

representam o aumento esperado nas frequências

naturais. Desse modo, as frequências referentes aos

modos de torção, que são mais danosos à estrutura,

também aumentaram e tornaram-se mais difíceis de se

alcançar.

5. Referências

[1] SAE BRASIL. Disponível em:

<http://www.saebrasil.org.br/eventos/programas_estuda

ntis/baja.aspx>. Acesso em: 08 nov. 2014.

[2] BORGES, Adailton Silva. Análise modal baseada

apenas na resposta – decomposição no domínio da

frequência. 2006. 120 f. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia

Mecânica, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira,

2006.

Agradecimentos

Agradeço ao meu orientador Fernando Henrique de O.

Camara pelo suporte e ajuda para realização deste

trabalho, a equipe Procobaja por ceder o projeto para

estudo e a grande ajuda do Otavio Gobbo com o uso do

SolidWorks

Page 21: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

13

APLICAÇÃO DO MÉTODO DE SUPERPOSIÇÃO MODAL PARA ANÁLISE

DINÂMICA DE ESTRUTURAS

Ana Cláudia de Oliveira, [email protected]

Edson Hideki Koroishi, [email protected]

1,2

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Avenida Alberto Carazzai, 1640 Cornélio Procópio – PR

1. Introdução

O método de superposição modal apresenta grande

aplicabilidade na análise dinâmica de estruturas sendo

empregue para calcular as respostas dinâmicas no

domínio do tempo. Ele fornece a resposta de cada modo

de vibrar isoladamente, apresentando como resposta

total a soma das contribuições de cada um dos modos.

Os modos de vibrar estão associados às frequências

naturais de um sistema mecânico [1], [2].

Na análise por superposição modal, os modos de

vibração constituem padrões de deslocamento cujas

amplitudes servem para descrever a deformação da

estrutura.

Para a determinação das frequências naturais e

modos de vibrar, utilizam-se os problemas de autovalor

e autovetor, onde os autovalores fornecem as

frequências naturais e os autovetores fornecem os

modos de vibrar do sistema [3].

Diversos métodos computacionais podem ser

empregados para a solução do problema de autovalor e

autovetor, entre eles o método da iteração inversa com

deslocamento espectral, o método da iteração

subespacial e o método QR [2].

As frequências naturais e modos de vibração

também podem ser encontradas através da utilização do

comando eig do software Matlab®.

1. Metodologia e Materiais

Considere o sistema mecânico representado na

Figura 1 onde m, k, u são a massa, rigidez e

deslocamento, respectivamente. Os valores desses

parâmetros físicos são dados pela Tabela I. A partir dos

parâmetros do sistema são definidas as matrizes de

massa, rigidez e amortecimento e são encontrados os

autovalores e autovetores do sistema. A rotina

computacional implementada resolve o problema

através do método de iteração inversa com

deslocamento espectral, método da iteração subespacial

e método QR e plota os modos de vibrar para cada um

dos métodos.

A solução do problema de autovalor e autovetor

dada pelo comando eig do software Matlab® é utilizada

para comparar os resultados obtidos pelos demais

métodos.

Após a obtenção das frequências naturais e modos

de vibrar é aplicado o método de superposição modal

para uma frequência de excitação (Ω) com valores de

Ω=0, Ω=0,5ω1 e Ω=1,3ω3, onde ω1 é a frequência

natural do modo 1 e ω3 a do modo 3. São encontrados os

valores de massa modal (M), rigidez modal (K), força

modal (F) e o valor da constante C do deslocamento

u(t) = C Ptcos(Ωt). O deslocamento nodal u(t) é dado

pela Equação 1, onde , F, K, ω representam os modos

de vibrar, a força e rigidez modal e a frequência natural,

respectivamente. O índice r indica o modo a ser

analisado.

(1)

Figura 1: sistema mecânico [1].

Tabela I – Parâmetros físicos do sistema [1].

N Massa (Kg) Rigidez (N/m)

1 1 800

2 2 1600

3 2 2400

4 3 3200

3. Resultados

As frequências naturais obtidas através de cada método

são dadas pela Tabela II.

Tabela II: Frequências naturais (rad/s).

É possível notar que os valores obtidos para as

frequências naturais através de cada um dos métodos

são bem próximos. O método da iteração subespacial e

N Eig

It. Inv.com

deslocamen-

to espectral

Iteração

Subespa-

cial

Método

QR

1 13,2935 15,2737 13,2935 13,2935

2 29,6597 29,8492 29,6597 29,6597

3 41,0786 41,1486 41,0786 41,0786

4 55,8819 55,9078 55,8819 55,8819

Page 22: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

14

o método QR demostram maior eficiência para este

caso, como pode ser observado pela Tabela III que

apresenta a diferença das frequências naturais obtidas

comparadas as obtidas com o comando eig em

percentagem.

A Figura 2 representa uma comparação entre os

modos de vibrar obtidos por cada um dos métodos.

Percebe-se pelos gráficos que os modos dados pelo

método da iteração subespacial são os que mais se

aproximam dos valores apresentado pelo comando eig.

Tabela III: Diferença das frequências naturais

obtidas comparadas as obtidas com o comando eig (%).

Figura 2: 1º, 2º, 3º e 4º modos de vibrar,

respectivamente.

O método da superposição modal fornece o

deslocamento nodal do sistema, dado pela Tabela IV.

Tabela IV: Constante C em u(t) = CPt cos(Ωt).

Ω N=1 N=2 N=3 N=4

0 0,00196 0,00249 0,00260 0,00260

0,5ω1 0,00262 0,00317 0,00328 0,00329

1,3ω3 -0,00013 -0,00036 -0,00052 -0,00049

4. Conclusões

A partir dos dados apresentados pode-se concluir

que a aplicação do método computacional adequado

implica em um menor custo computacional e também

em um resultado mais preciso.

O método da iteração subespacial foi o que

demonstrou maior eficácia para a solução do problema

de autovalores e autovetores para o caso estudado. Já o

método da iteração inversa com deslocamento espectral

apresentou os piores resultados.

A utilização do método QR apresentou resultados

satisfatórios em relação as frequências naturais e os

modos de vibrar, porém o custo computacional se torna

muito elevado quando se trata de matrizes grandes.

A superposição modal fornece uma boa

aproximação para o deslocamento nodal. As amplitudes

servem para descrever a deformação da estrutura, sendo

assim, é válida a aplicação da superposição dos modos

para avaliação do comportamento de sistemas

dinâmicos.

5. Referências

[1] A. L. G. Z. Mamede, Simulações de modelos

dinâmicos com amortecimento não-proporcional,

Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São

Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.

[2] R. R. Craig; A. J. Kurdila, Fundamentals of

structural dynamics, John Wiley& Sons, 2006.

[3] S. Rao, Vibrações mecânicas, Pearson, 2008.

N

It. Inv. com

deslocamen-

to Espectral

Iteração

Subespacial

Método

QR

1 0,2632 6,5593x10-¹² 6,5593x10

-¹²

2 0,0562 0,1675x10-¹² 0,1675x10

-¹²

3 0,0287 8,4967x10-¹² 8,4967x10

-¹²

4 0,0144 23,014 x10-¹² 23,013x10

-¹²

Page 23: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

15

ARQUITETURA DE CONTROLE FUZZY EM UM PROCESSO HEATEX-

MATLAB Márcio Mendonça

1,2, [email protected]

Ivan Rossato Chrun2, [email protected]

Edson Luis Bassetto1 [email protected]

Orion Buss1, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Sete de Setembro, 3060, Curitiba – Paraná

1. Introdução

Existem várias técnicas de controle que são

utilizadas na indústria, dentre elas podem-se listar os

sistemas de controle Fuzzy e Proportional Integral

Derivativo (PID). A diferença principal se relaciona

pelo fato do sistema Fuzzy se basear em conhecimento,

ou seja, tendo apenas um ou mais especialistas ou

experts com conhecimento de operação e

funcionamento sobre a planta consegue-se obter o

controle, diferentemente do PID que normalmente

necessita de uma modelagem matemática da planta.

Desse modo, em alguns casos, onde é difícil se obter o

modelo da planta, o controle Fuzzy pode ser uma opção

viável comparado ao controlador clássico PID [1]. Esse

trabalho tem valor didático para se demosntrar a

utilização da técnica apresentada.

A vantagem de se utilizar controladores baseados em

lógica Fuzzy está em explorar a capacidade dos

especialistas em lidar com problemas reais complexos.

Desse modo, é possível desenvolver controladores de

forma alternativa, somente pela observação do

comportamento dinâmicos do processo. Com diferentes

níveis de distúrbios conseguiu-se obter o controle de

temperatura do tanque, situação comum nas indústrias.

De acordo com parágrafo anterior, será desenvolvido

um conjunto de regras e funções de pertinência que

possam proporcional uma resposta razoável, atendendo

as características do projeto. Serão propostos dois tipos

de controlador Fuzzy para solucionar o problema, com

diferentes arquiteturas, semanticamente representadas

pela quantidade de variáveis de entradas diferentes.

2. Desenvolvimento Nesta seção serão analisando o desenvolvimento do

controlador Fuzzy. Durante o desenvolvimento deve-se

ter em mente a seguinte ontologia, descrita em etapas

sequenciais. Na qual define alguns conceitos

necessários para qualquer implementação de controle

computacional inteligente, em especial, utilizados nesse

trabalho, baseados em lógica Fuzzy:

Aquisição de conhecimento: A aquisição de

conhecimento é realizada pelo fornecimento de dados

do especialista em um determinado processo industrial

[2].

Fuzzificador: Processo no qual as variáveis linguísticas

são definidas de forma subjetiva, bem como as funções

de pertinência. A definição da função de pertinência

Processo: É controlado pela variável de saída do

Defuzzificador e fornece as entradas do Fuzzificador, ou

seja, é o processo controlado pelo controlador Fuzzy.

Validação: A validação ocorre através da simulação ou

do teste real do controlador, objetivando os resultados

propostos [1][4].

A validação é uma etapa necessária em controle de

modo geral, entretanto em aplicações de sistemas

computacionais inteligentes devido ao controle ser

baseado em conhecimento [4].

3. CONTROLADOR FUZZY-HEATEX

O controlador original desse processo já foi sintonizado

por controle clássico pelo arquivo Heatex do

MatlabR2013a. Nesse contexto, a proposta desse

trabalho está em substituir esse controlador clássico por

um controlador baseado em lógica Fuzzy. Diferentes

configurações de arquiteturas dos controladores Fuzzy

foram investigadas para se obter melhor desempenho. E,

em especial, a construção de um controle alternativo,

somente pela observação do comportamento dinâmico

do processo. A estratégia de controle e através da

passagem de um vapor quente por uma mistura liquida

de um tanque; objetiva-se manter a temperatura de

acordo com um valor de referencia (set-point) pré-

estabelecido. Para se avaliar a eficácia dos controladores

um distúrbio é provocado na inicialização do processo.

Os controladores Fuzzy possuem vários tipos de função

de pertinências, e função trapezoidal foi adotada por ser

uma aproximação por retas. O controlador foi definido

para possuir duas entradas e uma saída. Na entrada é

utilizado o erro do sistema, ou seja, a diferença da

temperatura de set-point com a temperatura atual e a

temperatura do distúrbio. E na saída é fornecido um

sinal que possui um range de -2 a 2.

Neste sistema foram testadas duas arquiteturas de

controladores diferentes, atuando em conjunto. Com a

seguinte diferença: o primeiro utiliza o erro atual, e a

soma do erro (integrador); o segundo controlador Fuzzy

irá atuar apenas na temperatura do distúrbio. Não é

escopo desse trabalho fazer um comparativo de

técnicas; e sim mostrar a possibilidade de controle por

meio de conhecimento heurístico, a priori, obtido pela

observação do comportamento dinâmico do processo

[2], [3].

4. Resultados

Neste projeto utilizou o programa Simulink-Matlab para

validar o controlador Fuzzy implementado, figura 1. A

planta do sistema e o distúrbio são similares do exemplo

Heatex. Entretanto, na planta original só existe distúrbio

de -1, que é a inserção de um liquido gelado no tanque,

Page 24: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

16

o qual provoca uma alteração na temperatura de set-

point. A figura 2 mostra um dos resultados o

controlador Fuzzy implementado.

Nas Figuras 2 e 3, podemos observar a temperatura final

do tanque, assim como o erro e a atuação do

controlador. Uma bateria de simulações com diferentes

valores de distúrbios foi executada, de modo semelhante

aos experimentos das Figuras 2, 3. Observou-se também

a presença de pequeno erro estacionário, em detrimento

a esse problema, na prática é comum o uso de

controladores Fuzzy+PI [2].

Figura 1 – Controlador Fuzzy - Simulink.

Figura 2– Resposta dinâmica Controlador Fuzzy;

(distúrbio com valor de -0,3)

Figura 3– Resposta dinâmica Controlador Fuzzy;

(distúrbio com valor de -1) 5. Conclusões

Foram realizados testes com um controlador e com

duas arquiteturas, a priori, dos controladores Fuzzy.

Foram feitos ensaios com distúrbio variando entre -0,3 e

-1 para ambos controladores e investigação das ações de

controle.

Com apenas uma variável de entrada conseguiu-se

fazer o controle de temperatura do tanque, contudo

apresentou erro em regime estacionário maior em

comparação a arquitetura 2. Todavia, esse erro é comum

aos controladores clássicos Fuzzy, por lidarem apenas

com o erro e a variação do mesmo, motivo de

investigação futura observar outra arquitetura, como

Fuzzy-PI. O controlador com duas entradas (uma base

de regras Fuzzy) possuiu maior erro em regime

estacionário para diferentes set-points. Já o controlador

contendo três entradas (duas bases de regras Fuzzy), foi

utilizado, por apresentar melhores respostas nos

seguintes aspectos: tempo de resposta, overshoot e

offset.

5. Referências

[1] M. Mendonça. Uma contribuição ao desenvol-

vimento de sistemas inteligentes utilizando redes

cognitivas dinâmicas. 177 f. Tese (Doutorado em

Engenharia Elétrica e Informática Industrial) –

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba

(2011).

[2] M. K. Passino; S. Yourkovich, Fuzzy control. Menlo

Park: Addison-Wesley (1997).

[3] F. A. C. Gomide; W. Pedrycz. An Introduction to

Fuzzy Sets: Analysis and Design. 2. ed. Massachusetts:

Bradford (2006).

[4] N.K. Kasabov, Foundations of Neural Networks,

Fuzzy Systems, and Knowledge Engineering. The MIT

Press Cambridge, Massachusetts London, England

(1998).

Page 25: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

17

ATENUAÇÃO DE VIBRAÇÃO UTILIZANDO ABSORVEDOR DINÂMICO

DE VIBRAÇÕES

Victor Hugo Stussi de Oliveira, [email protected]

Edson Hideki Koroishi, [email protected]

1,2

UTFPR – Universidade Tecnológica Federal Do Paraná, Avenida Alberto Carazzai Centro, CEP 86300-000,

Cornélio Procópio, PR BRASIL

1. Introdução

Com o avanço das indústrias, mais máquinas

rotativas começaram a ser usadas para melhorar suas

produções, e para essa melhora foram elaborados

métodos de manutenção procurando achar maneiras de

evitar falhas. E um grande problema dentro das

máquinas são as vibrações mecânicas, as quais podem

produzir falhas catastróficas se as vibrações entrarem na

faixa de sua frequência natural acontecendo à

ressonância na mesma. Para minimizar este fenômeno,

foram criados inúmeros instrumentos para atenuação da

vibração, e um destes são os Absorvedores Dinâmicos

de Vibrações (ADV), que têm objetivo de evitar que um

sistema entre na sua faixa de frequência natural,

evitando assim a possibilidade de falhas catastróficas. O

ADV em estudo neste caso é para um sistema massa,

mola e absorvedor, com simulações variando cada

parâmetro para perceber as mudanças para cada caso, e

no fim mostrando um resultado final, comprando este

sistema com o amortecimento e sem amortecimento,

vendo suas diferenças, mostrando as vantagens da

utilização do ADV, para com o sistema sem o mesmo.

Provando as vantagens da aplicação deste sistema

dentro de indústrias, para evitar falhas, aumentando com

isso o tempo de vida dos maquinários, aumentando a

lucratividade da mesma.

2. Materiais e Métodos

Para a elaboração do trabalho foi utilizado o

software do Matlab para fazer as simulações de um

sistema massa, mola e absorvedor, uma simulação com

ADV e outra sem ADV.

Foram feitas simulações para vários sistemas,

mudando seus parâmetros, para conseguir observar a

influencia de cada um destes, variando a massa do

sistema, a rigidez e o amortecimento, em um sistema

sem ADV, um sistema com ADV e um sistema

dinâmico com ADV.

As primeiras simulações foram realizadas para um

sistema (Representado na figura 1), porém considerando

o sistema sem ADV. O intuito desta análise era para

verificar o pico da resposta do sistema no espectro de

frequência, a fim de identificar o valor da frequência

natural do sistema estudado.

Figura 1. Absorvedor Dinâmico de Vibração Não

Amortecido.

Adicionalmente, foram feitas simulações para o

sistema considerando o ADV amortecido (apresentado

na Figura 2),. A partir desta análise, é possível verificar

a influência do ADV na resposta do sistema final.

E por fim foram realizadas simulações para um

sistema dinâmico com ADV amortecido, conforme o

modelo apresentado na Figura 2.

Figura 2. Absorvedor Dinâmico de Vibração

Amortecido

3. Resultados

Conforme foi acrescentada massa no sistema, a

frequência dos dois picos e suas frequências diminuem.

Independente do acréscimo ou redução do

amortecimento, a frequência dos dois picos se mantem

iguais, porem conforme o amortecimento aumenta a

amplitude dos picos é reduzida. E a rigidez conforme

aumenta a frequência também vai aumentando, mas

conforme a rigidez aumenta a amplitude do sistema é

reduzida.

Após fazer a primeira simulação para um sistema

sem ADV, sem amortecimento, e massa e rigidez

Page 26: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

18

definidos, foi obtido um pico resposta com frequência

de 20Hz, que a frequência natural do sistema, ou seja se

o sistema funcionar neste ponto acontecera a

ressonância do sistema, resultado apresentado na figura

3.

Figura 3. Sistema Sem ADV

Já dentro do sistema com ADV o amortecimento

teve influencia direta no resultado na FRF a qual

contem dois picos diferentes, um com frequência de

13,49Hz e outro pico 31,48Hz, conforme representado

na figura 4.

O ADV amortecido apresenta resultado melhor que

o sistema sem ADV, com melhores resultados,

conforme estudos apresentado no trabalho. E por ultimo

foi feito estudo no sistema dinâmico, onde foi

acrescentado á amplitude de excitação, e a frequência de

excitação, conseguindo um resultado com maior grau de

veracidade, pois esta análise é mais próxima da

realidade, aumentado a credibilidade do trabalho.

Figura 4. Sistema Com ADV

4. Conclusões

Comparando os sistemas, vemos que com a

utilização do ADV, os picos encontrados ficam longe de

onde acontece o fenômeno da frequência natural,

mostrando a grande vantagem da utilização do ADV,

protegendo o sistema contra este efeito da ressonância,

conforme apresentado na figura 5, onde é facilmente

perceptível o distanciamento dos picos da frequência

natural do sistema com ADV amortecido e ADV não

amortecido para com o sistema sem o ADV.

Figura 5. Sistema com ADV amortecido, Sistema com

ADV não amortecido, Sistema sem ADV.

3. Referências

[1] E. H. Koroishi; G. P. de Melo; E. Assunção; Desing

of a State observer decay rate limit constraints for fault

detection in mechanical systems, Science &

Engineering Journal (2010).

[2] RAO, Vibrações mecânicas 4. ed, 2009. Editora

Pearson

Agradecimentos

Agradecemos à UTPR-CP pelo suporte material, o

quão possibilitou a realização deste trabalho.

Page 27: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

19

CARACTERIZAÇÕES FERROELÉTRICAS E DIELÉTRICAS DO

MULTIFERRÓICO 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3 SINTERIZADO POR SPARK

PLASMA

Raquel de Santana Alonso, [email protected]

1

Everton Fernando Reis da Silva, [email protected]

Ivair Aparecido dos Santos, [email protected]

Jaciele Marcia Rosso, [email protected]

Luiz Fernando Cótica, [email protected]

Ricardo Augusto Mascarello Gotardo, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Cornélio Procópio, Avenida Alberto Carazzai, 1640 – Centro,

Cornélio Procópio–PR, Brasil. 2Universidade Estadual de Maringá - Avenida Colombo, 5790 - Jardim Universitário, Maringá-PR, Brasil.

1. Introdução

A pesquisa sobre cerâmicas e o desenvolvimento de

suas propriedades são importantes para evolução desse

tipo de material. Recentemente, ocorreu um progresso

significativo em compreensão da natureza fundamental

desses materiais e dos fenômenos que ocorrem neles e

que são responsáveis por suas propriedades únicas [1].

Em decorrência disso, muitas pesquisas são

realizadas sobre o comportamento de materiais

cerâmicos. Neste trabalho foi realizada a caracterização

de material desta classe, com a utilização de processos

específicos.

O material escolhido para desenvolvimento é

o0,9BiFeO3-0,1BaTiO3que se trata de um material

multiferróico que possui um forte acoplamento

magnetoelétrico.[2].

Para o desenvolvimento de cerâmicos, a sinterização

é uma das etapas principais do processamento do

material, visando aumentar a resistência mecânica e

facilitar a caracterização das propriedades [3].

O trabalho realizado envolve a pesquisa sobre a

caracterização estrutural e dielétricado 0,9BiFeO3-

0,1BaTiO3, que foi sinterizado por spark plasma (SPS),

processo que envolve simultaneamente influência de

corrente elétrica (CC) e pressão, além da temperatura

[4].

2. Procedimentos Experimentais

Para a realização da pesquisa, a composição do

material escolhido foi a de 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3. Para

obter esse resultado, foram utilizados os

precursoresFe2O3, Bi2O3 e BaTiO3, todos com purezas

analíticas, processados em moinho de bolas planetárias

de alta energia. Logo após, a solução foi calcinada a

850ºC por 3 horas.

Após a fabricação dos pós cerâmicos, foi realizada a

sinterização por plasma Spark Plasma Sintering (SPS),

que é realizada através de temperaturas mais baixas que

o ponto de fusão do material e em tempos menores [5].

A temperatura utilizada durante o processo foi de 1033

K(760ºC) e a pressão foi de 50 MPa. Foi realizado na

cerâmica um tratamento térmico a 650 °C por 5 horas

em atmosfera com pressão de oxigênio. Após

estesprocessos, foram realizadas análises de

difratometria de Raios –X (DRX) em um difratômetro

Shimadzu XRD-7000.Também foram realizadas

medidas da constante dielétrica em função da

temperatura no intervalo de 60 a 400 K no intervalo de

frequência de 20 a 2 MHz. A taxa de aquecimento e

resfriamento foi de 2 K/min.

3. Resultados

Figura 1. Dados de difratometria de raios – X.

Figura 2. Permissividade dielétrica em função da

temperatura e frequência

Page 28: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

20

4. Conclusões

O processo de moagem em altas energias produziu

com sucesso soluções sólidas do sistema 0,9BiFeO3-

0,1BaTiO3. Com o tratamento térmico em atmosfera

com pressão de oxigênio foi perceptível a diminuição da

condutividade.

A análise de raios X revelou a formação de uma

estrutura perovskita distorcida, com simetria

romboédrica semelhante ao do BiFeO3puro.

As medidas de permissividade apresentam uma

dependência com a frequência seguindo o modelo de

Debye. Em 300 K mecanismos de condutividade

aparecem aumentando muito valor da permissividade.

Os valores de permissividade em temperatura ambiente

estão de acordo com os reportados na literatura.

Dessa forma, conseguiu-se produzir com sucesso

cerâmicas do sistema 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3 por

moagem em altas energias e sinterização por spark

plasma com ótimas propriedades dielétricas.

5. Referências

[1] CALLISTER, Jr., William D., 1940 – Ciência e

engenharia de materiais: uma introdução. Rio de

Janeiro: LTC, 2008

[2]LEBEUGLE, D. et al. Room-temperature coexistence

of large electric polarization and magnetic order in

BiFeO3 single crystals. Physical Review B, 2007.

[3] SILVA, A. G. P., JÚNIOR, C. A. A sinterização

rápida: sua aplicação, análise e relação com as técnicas

inovadoras de sinterização. Cerâmica, v.44, n. 220,

1998.

[4] MUNIR, Z. A., ANSELMI-TAMBURINI, U. The

effect of electric field and pressure on the synthesis and

consolidation of materials: A review of spark plasma

sintering method. Journal of materials science, v. 41,

p. 763-777, February 2006.

[5] TROMBINI, V. PALLONE, E.M.J.A. Spark Plasma

Sintering of Al2O3 – ZrO3 composites.

Ceramics, v.53, n.325, 2007.

Agradecimentos

Agradecemos à FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA pelo

suportefinanceirono desenvolvimento da pesquisa e aos

professores do Departamento de Física da Universidade

Estadual de Maringá (DFI-UEM) pela disponibilização

de seus laboratórios, que foram de extrema importância

para a realização desse trabalho.

Page 29: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

21

CONTROLE DE UM BOLA-VIGA UTILIZANDO FUZZY PD + I

Lucas Niro, [email protected]

Marcio Aurelio Furtado Montezuma, [email protected] 2

Bruno Masaharu Shimada, [email protected]

Joana Peireira Repinaldo, [email protected]

1,2,3 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Cornélio Procópio, Avenida Alberto Carazzai, 1640 Cep

86300-000 - Cornélio Procópio - Pr - Brasil

1. Introdução

O CLF (Controle Lógico Fuzzy) é um sistema muito

versátil, já que, além de ser um controlador não linear, a

sintonia dele pode ser realizada com base na experiência

do operador sobre a planta.

Bola-viga é um sistema clássico em controle, sendo

instável em malha aberta e não linear [1]. O bola-viga

aqui construído apresenta uma modificação ao sistema

“tradicional”, tendo em vista que a bola foi substituída

por um carrinho. A ação de controle é realizada por um

servo motor RC e a posição é medida via encoder

embarcado no carrinho e transmitida via RF. O sistema

é visto na Figura 1.

Figura 3 – Sistema bola-viga

2. PD Fuzzy + I

A ideia de utilizar o CLF é devido ao controlador ser

não-linear e sua sintonia ser realizada com base na

intuição e na experiência, além dessa sintonia ser

possível sem modelos matemáticos [2]. Porém, o CLF

geralmente não atua bem em erro estacionário. Por isso

a ideia de utilizar o PD fuzzy + I, visto metodologia

apresentada em [3]. O diagrama de blocos é mostrado

na Figura 2, onde as variáveis de entrada são o erro e a

variação do erro e as de saída, a posição angular da

barra. A princípio foram utilizadas funções pertinência

genéricas para o controlador, tanto para as duas entradas

quanto para a saída, com o padrão mostrado na Figura 3.

A construção da base de regras é crucial, sendo este

o aspecto mais difícil do projeto do CLF. É também

uma razão de ceticismo para o CLF, porque, em geral,

não há uma ferramenta de sistematização para a

formação da base de regras do CLF [4].

Figura 4 – Diagrama de Blocos do PD fuzzy + I

Figura 5 – Função de pertinência Genérica

Existem duas maneiras para a construção da base de

regras do CLF. A primeira é baseada na intuição e na

experiência – O CLF é projetado como um simples

sistema especialista. A segunda, baseada no uso do

conceito de base de regras padrão. A base de regras

sugerida por [5] que é um bom exemplo de base de

regras modelo, sendo este o utilizado neste trabalho. A

base de regras segue apresentada na Tabela 1.

Tabela 5 – Base de regras

d(e)\(e) NG NM NP Z PP PM PG

NG NG NG NG NG NM NP Z

NM NG NG NM NM NP Z PP

NP NG NM NP NP Z PP PM

Z NG NM NP Z PP PM PG

PP NM NP Z PP PP PM PG

PM NP Z PP PM PM PG PG

PG Z PP PM PG PG PG PG

Onde:

(e) e d(e) – Erro, Derivada do erro.

NG, NM e NP – Negativo, Grande, Médio e

Pequeno.

PG, PM e PP – Positivo, Grande, Médio e

Pequeno.

Page 30: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

22

Também foram realizadas funções pertinências

modificadas para as duas entradas e para a saída, com o

modelo seguindo o padrão mostrado na Figura 4.

Figura 6 – Funções de Pertinências Modificadas

3. Resultados Experimentais

Foram realizados testes com uma entrada degrau de

cem milímetros para ambos os controladores propostos.

O gráfico da Figura 5 apresenta os resultados quando

utilizadas as regras genéricas e o gráfico da Figura 6,

quando utilizadas as regras modificadas. Conforme

exposto, ambos convergiram para o valor desejado e

não apresentaram erro estacionário. Porém, os

controladores propostos apresentaram grande overshoot.

Para melhorar o desempenho do controlador foi

realizada uma otimização empírica. O resultado é visto

na Figura 7.

Para o primeiro e segundo caso, os ganhos utilizados

foram os mesmo, apenas as funções foram modificadas.

Contudo, no terceiro teste os ganhos foram modificados.

Os ganhos são apresentados na Tabela 2. Os parâmetros

são, proporcional, derivativo, integrativo, saída do

controle logico fuzzy e saída do integrador.

Tabela 6 – Ganhos do Controlador

P D I S. CLF S. I.

1/3500 1/13000 1/10000 1 2

1/6500 1/14000 1/12000 1 0.28

4. Conclusões

O controlador PD fuzzy + I se mostrou eficiente,

tendo em vista que o objetivo deste trabalho visava

minimizar o erro estacionário (atrito), o qual se mostrou

um problema na utilização de outros controles. Com as

duas disposições das funções pertinência, o controlador

convergiu e não apresentou erro estacionário. Porém,

ambos apresentaram elevado overshoot, sendo a

performance do modificado ligeiramente melhor.

A sintonia empírica retirou o overshoot dos outros

testes e reduziu o tempo de acomodação, porém, o

controlador não se mostrou tão eficiente com o erro

estacionário, o que pode elevar esse tempo dada a baixa

atuação do integrador. Entretanto, ainda foi o que

apresentou os melhores resultados.

Para um melhor desempenho, é interessante a

utilização de um CLF baseado em um modelo

matemático, pois facilita diversas simulações e sintonia

do controlador. Também seria significativa a realização

de um CLF para que atue como um PI, de forma a

analisar seu desempenho com relação ao erro

estacionário.

5. Referências

[1] Rana, M. A. ; Usman, Z. and Shareef, Z. 2011

“Automatic Control of Ball and Beam System Using

Particle Swarm Optimization”, in 12th IEEE Inter.

Symposium on Computational Intelligence and

Informatics, November, pp. 529-534.

[2] Chang, Y.-H., Chan, Wei-Shou, C. C.-W. & Tao, C.

W., (2011). “Adaptive Fuzzy Dynamic Surface

Control for Ball and Beam System”. International

Journal of Fuzzy Systems, Volume 13. [3] Aghajarian, Mickael; Kiani1, Kourosh; Fateh,

Mohammad Mehdi. (2012) “Design of Fuzzy

Controller for Robot Manipulators Using Bacterial

Foraging Optimization Algorithm” Journal of

Intelligent Learning Systems and Applications, 4, 53-58

[4] Yager, R. R.; Dimitar P. Filev, D.P. (1994)

“Essentials of Fuzzy Modeling and Control”. ISBN-

13: 978-0471017615. [5] Macvicar-Whelan, P.J. (1976) “Fuzzy Sets for

Man-Machine Interaction” .Int. J. Man-Mach Studies,

Vol 8, 687-697

Figura 7 – Entrada Degrau para Funções Genéricas

Figura 8 - Entrada Degrau para Funções Genéricas

Figura 9 - Entrada Degrau para CLF Otimizado

Page 31: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

23

DESEMPENHO DE CORTE DA FERRAMENTA DE CERÂMICA (Si3N4)

REAFIADA NO FRESAMENTO DE TOPO DO FERRO FUNDIDO

NODULAR GGG-60

André Alonso Ribeiro, [email protected]

1

Janaina Fracaro de Souza Gonçalves, [email protected]

Fábio de Sousa Santos, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Campus Cornélio Procópio - Avenida Alberto

Carazzai, 1640, CEP 86300-000 - Cornélio Procópio, PR, Brasil – Telefone Geral (43)3520-4000

Resumo: Neste trabalho estudou-se as vantagens e

desvantagens da utilização de ferramentas de corte

reafiadas em processo de fresamento em ferro fundido

nodular GGG-60. Com o auxílio do software Action 6.0

realizou-se o planejamento experimental (DOE), fatorial

completo, com três variáveis independentes e em dois

níveis e foram avaliadas as respostas, desgaste de

ferramenta, consumo de potência e qualidade superficial

da peça usinada (rugosidade).

1. Introdução

Atualmente, algumas empresas estão utilizando

ferramentas de corte reafiadas para diminuir o custo da

produção. Um dos grandes empecilhos para consolidar

está pratica é o temor de que as ferramentas

recondicionadas não tenham a mesma eficácia de corte

quando comparada a ferramentas novas.

Ferramentas reafiadas não podem interferir de forma

negativa no processo de usinagem, ou seja, as condições

de corte, bem como a vida da ferramenta deve ser

mantida ou melhorada quando comparadas às

ferramentas novas. [1]

A utilização de ferramentas recondicionadas

reduziria custos do processo sem a perda da qualidade

no corte, também seria um bom fator para o aspecto

ambiental, pois haveria uma redução no descarte de

ferramentas.

2. Metodologia

Os experimentos foram realizados segundo um

planejamento fatorial completo com três variáveis

independentes em dois níveis e três réplicas conforme

mostrado na Tabela I.

Tabela I – Planejamento experimental

Material do CP: ferro fundido nodular GGG-60

Rotação: 5500 RPM e 6366 RPM

Avanço: 1200mm/min e 700mm/min

Profundidade de corte: 0,5mm

Ferramenta: SPHX 1205 PCTRG PB – Nova e reafiada

Fluido de corte: Mineral e vegetal

Realizou-se a usinagem das peças em um centro de

usinagem ROMI D600. A potência de corte foi

adquirida pelo Medidor de Energia e Transdutor Digital

de Grandezas Elétricas Mult – K 120 da KRON®. O

medidor foi instalado na máquina-ferramenta ROMI

D600 e o mesmo foi interligado a um computador e por

meio do software LabVIEW o qual forneceu a potência

trifásica consumida pela máquina com um intervalo de

1s. Para medir a rugosidade da superfície da peça foi

utilizado um rugosímetro Mitutoyo SJ-201P. O

microscópio óptico digital modelo Dino-Lite AM-313T

foi usado para medir o desgaste da ferramenta.

O critério da vida da ferramenta foi baseado na

norma ISO 3685 (VBmáx 0,30mm). [2]

Munido destes dados fez-se o tratamento dos dados

experimentais com o auxilio do software Action 6.0.

3. Resultados

A partir dos ensaios realizados, pode-se oberservar

que existe uma correspondência entre as ferramentas

nova e reafiada em termos de desgaste e consumo de

potência. A ferramenta reafiada teve uma média de

desempenho de 97,7% em relação a ferramenta nova no

que se diz respeito ao volume de material removido,

mostrado na Figura 1. No consumo de potência o

quadro foi parecido, ou seja, ferramenta recondicionada

teve um desempenho de 98,8% em relação a nova,

confrome pode ser observado na Figura 2. Entretanto, a

ferramenta reafiada foi o fator determinante no aumento

da rugosidade superficial da peça usinada, conforme

observa-se na Figura 3.

Figura 1. Efeitos da ferramenta no volume de material

removido.

Page 32: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

24

Figura 2. Efeitos da ferramenta na potência consumida

Figura 3. Efeitos da ferramenta na rugosidade da peça

4. Conclusões

O presente trabalho permitiu chegar-se às seguintes

conclusões:

Em termos de desgaste, a ferramenta pode ser

reafiada com o objetivo de redução de custos;

Apesar da ferramenta reafiada elevar os

parâmetros de rugosidade, deve-se analisar se

os valores são aceitáveis dentro do processo;

Os parâmetros de corte são as variáveis que

mais influenciam negativamente na potência

consumida e no desgaste;

A melhor interação das variáveis em relação a

potência consumida, rugosidade e desgaste de

ferramenta é: RPM=5500, Avanço=1200

mm/min, ferramenta nova e fluido mineral;

5. Referências

[1] MACHADO, Marcio Alexandre Gonçalves,

Reaproveitamento de bedames intercambiáveis,

Campinas,: Faculdade de Engenharia Mecânica,

Universidade Estadual de Campinas. 77 p. Dissertação

(Mestrado). 2013

[2] ISO 3685; Tool Life Testing with Single Point

Turning, ISO 1993

Agradecimentos

Agradecemos à MGL – Mecânica de Precisão LTDA

pelo fornecimento do material do corpo de prova e

também a UTFPR – Campus Cornélio Procópio pelo

suporte e espaço cedidos que possibilitou a realização

deste trabalho.

Page 33: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

25

DESENVOLVIMENTO DE MODELOS ATOMÍSTICOS PARA

NANOPARTÍCULAS FUNCIONALIZADAS

Guilherme Camargo, [email protected]

1

Alessandro Botelho Bovo, [email protected] 2

Vagner Alexandre Rigo, [email protected] 1

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina

1. Introdução (

Graças aos avanços tecnológicos ocorridos nos

últimos 55 anos, a manipulação da bilionésima parte do

metro (10−9

m), ou nanômetro (nm), está acessível para

desenvolvimento de novas tecnologias. Dentre os

diversos nanomateriais estudados atualmente [1-4],

destacam-se as nanopartículas (NP) [3,4].

Muitas áreas podem usufruir da tecnologia

advinda com o uso das NPs, em especial, pode-se citar

os campos de novos fármacos, exploração de óleo e gás

e na engenharia de superfícies em geral.

Sistemas de entrega de fármacos (principalmente

os anticancerígenos e antibióticos) podem empregar

NPs. Nestes casos, o transporte e controle da liberação

do medicamento pode ser otimizado pelo emprego das

NPs. Entre os transportadores, incluem-se as

micropartículas e NPs [5].

A exploração de petróleo e gás envolvem

operações complexas de procura, extração e

processamento. Neste setor há grande demanda de

técnicas e processos inovadores, sendo que muitos

destes envolvem nanomateriais. Em particular, há

grande interesse pela recuperação melhorada do óleo,

através da injeção de NPs em reservatórios [4]. Isto

implica no desenvolvimento e criação de fluidos com

NPs suspensas, que agregam funcionalidades

específicas.

Uma maneira de melhorar ou ajustar o

desempenho de NPs em aplicações variadas se dá

mediante o uso da funcionalização de superfície por

meio de grupos moleculares específicos. Uma classe

especial de NPs que tem recebido muita atenção são as

NPs do tipo Janus [7]. Estas NPs apresentam

propriedades distintas em cada um de seus hemisférios.

No contexto do setor de óleo e gás, NPs Janus são

interessantes pois podem acessar e permanecer na

região estratégica no meio fluido, podendo alterar as

propriedades de superfície e interfaces em um

reservatório de óleo, melhorando o recolhimento do

petróleo.

Simulações atomísticas envolvendo NPs

permitem a aquisição de dados de difícil obtenção

experimental, assim como modelar e melhor

compreender experimentos e processos [4]. Um método

muito empregado para simulação é o de Dinâmica

Molecular [8]. Este método permite simular a dinâmica

e termodinâmica dos sistemas de interesse.

Tendo tais justificativas em mente, fica claro que

a construção de modelos atomísticos de NPs

funcionalizadas, para executar simulações

computacionais, é de extrema importância na área. Estes

modelos podem suprir dúvidas em relação às

propriedades físico-químicas e gerar informações

relevantes para o sucesso no desenvolvimento de

aplicações nas várias áreas que a nanotecnologia pode

estar presente.

Por isso, desenvolver um software capaz de

construir geometrias de NPs funcionalizadas é de

grande importância. Este trabalho apresenta o software

SurFun, desenvolvido para este fim, bem como

aplicações preliminares.

2. Metodologia e materiais (

A construção sistemática de modelos atomísticos

de NPs, por meio de um software, ocorreu através de

técnicas matemáticas de geometria analítica [9]. A

metodologia desenvolvida parte de uma estrutura de NP

sem funcionalização e um (ou mais) grupos funcionais

(que serão funcionalizados à NP). Dadas essas duas

estruturas, aplica-se um conjunto de rotações e

translações na estrutura do grupo molecular, de modo a

conectá-lo com um sítio específico na superfície da NP.

Cada grupo funcional fica orientado radialmente em

relação ao centro de massa da NP. Este conjunto de

rotações é realizado por meio da aplicação de matrizes

(equações 1, 2 e 3) à geometria do grupo funcional.

(1)

(2)

(3)

Com base em algoritmos escritos a priori, foi

desenvolvido o programa SurFun, em linguagem Java

[10]. A escolha desta linguagem se deu principalmente

pelo quesito multiplataforma. Desta forma, o executável

gerado em um sistema operacional qualquer (Microsoft

Windows, por exemplo), pode ser executado em outro

sistema (Linux ou Mac OS, por exemplo), desde que a

Page 34: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

26

máquina possua uma Java Virtual Machine (JVM)

instalada.

Para permitir contribuições de terceiros no

desenvolvimento do software, um repositório particular

está sendo utilizado a fim de armazenar o código fonte

(que já se encontra em fase de registro), e também servir

como ferramenta de estudo e pesquisa.

3. Resultados (

O software SurFun agrega as funcionalidades

de: (1) passivar uma estrutura de NP clivada com

átomos selecionados, (2) dada uma NP clivada, passivar

e funcionalizar sua superfície com uma densidade

superficial de grupos funcionais selecionada pelo

usuário, (3) gerar sistematicamente uma gama de

estruturas de NPs varrendo intervalos de densidades de

grupos funcionais por unidade de área, (4) obter NPs

Janus, sendo que estas podem ser produzidas com

diferentes porcentagens de cobertura de hemisférios, (7)

permitir a funcionalização de vários grupos funcionais

diferentes na NP com raios distintos, em apenas uma

execução.

Em todos os casos é necessário fornecer a

estrutura da NP que será passivada/funcionalizada. Os

arquivos de entrada, e aqueles produzidos pelo SurFun,

são arquivos de texto, contendo a geometria dos

sistemas. Na Figura 2 são mostrados os dados obtidos

pelo SurFun sendo interpretados graficamente pelo

software de visualização atomística, VMD.

Figura 2. (a) Nanopartícula de sílica recoberta por

grupos funcionais hidrofóbicos. (b) Nanopartícula de

sílica recoberta por grupos hidrofílicos.

Também é possível utilizar o SurFun sem

interface gráfica, caso o usuário queira gerar NPs

funcionalizadas em lote (função disponível também na

versão com interface gráfica). Para a utilização nesse

modo, o usuário deve entrar com um arquivo de

configuração (exemplos de arquivos de entrada podem

ser encontrados no manual do usuário).

4. Conclusões (

Houve êxito ao desenvolver um software capaz de

construir funcionalizações de superfície para

nanopartículas (NPs). Este software utiliza operações

matriciais para orientar grupos funcionais radialmente

em relação ao centro da NP. Como um todo, o software

realiza: passivação e funcionalização sistemática de NPs

(com densidade superficial de grupos funcionais

variável, selecionada pelo usuário). Também obtém NPs

Janus, com diferentes porcentagens de cobertura em

ambas as faces. Este software pode ser utilizado em

qualquer sistema operacional. O código fonte está

hospedado em um repositório de versões e pode receber

contribuições de um grande número de

desenvolvedores. As estruturas fornecidas como entrada

para o software são arquivos de texto, contendo a

estrutura atômica da NP funcionalizada. Estas estruturas

podem ser utilizadas como entrada para métodos de

simulação computacional atomística, tais como

dinâmica molecular, Monte Carlo ou cálculos quânticos

em geral. A grande aplicabilidade desta ferramenta

computacional pode ser destacada, visto que a

funcionalização de NPs é muito estudada atualmente,

nas mais diversas áreas do conhecimento. Assim, o

software aqui apresentado encontra grande

aplicabilidade no design de superfície destas NPs.

5. Referências bibliográficas (

[1] RIGO, V.A. et al. Electronic, structural, and

transport properties of Ni-doped graphene nanoribbons.

Phys. Rev. B, v. 79, pp. 075435, 2009.

[2] RIGO, V.A. et al. Mn dimers on graphene

nanoribbons: An ab initio study. J. Appl. Phys. V. 109,

pp. 053715, 2011.

[3] MARTINS, Manuel A. e TRINDADE, Tito. Os

nanomateriais e a descoberta de novos mundos na

bancada do químico. Quím. Nova. V. 35 no.7, SP, 2012.

[4] RIGO, Vagner A.; DE LARA, Lucas S.;

MIRANDA, Caetano R.. Energetics of formation and

hydration of functionalized silica nanoparticles: An

atomistic computational study.

[5] LIN, Y.-S et al. Critical considerations in the

biomedical use of mesoporous silica nanoparticles, J.

Phys. Chem. Lett. V. 3, pp. 364-374, 2012.

[6] EWERS, Bradley W.; BATTEAS, James D.

Molecular Dynamics Simulations of Alkylsilane

Monolayers on Silica Nanoasperities: Impact of Surface

Curvature on Monolayer Structure and Pathways for

Energy Dissipation in Tribological Contacts, J. Phys.

Chem. C, V. 48, pp. 25165-25177, 2012.

[7] TRINDADE, A. C. et al. Hierarchical wrinkling

on elastomeric Janus spheres. Journal of Material

Chemistry. V.22, pp.22044-22049, 2012.

[8] Computer Simulation of Liquids, ALLEN, M. P.;

TILDESLEY, D. J. Oxford Univ. Press, Oxford, 1991.

[9] STEINBRUCH, Alfredo. Geometria Analítica. 2

ed. São Paulo: Makron Books, 1987.

[10] https://www.java.com/pt_BR/, acessado em

junho de 2014.

6. Agradecimentos

Os autores agradecem aos serviços de super

computação da UTFPR-CP e ao auxílio financeiro da

Fundação Araucária e UTFPR.

Page 35: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

27

DYNAMIC-FUZZY COGNITIVE MAPS APLICADO NA ESTRATÉGIA

QUALITATIVA DE TIME DE FUTEBOL DE ROBÔS

Márcio Mendonça, email

1: [email protected]

Ivan |Rossato Chrun, email2:[email protected]

Marco Antonio Ferreira Finocchio, email3: [email protected]

Lucas Fidelis Monteiro Gonçalves, email4: [email protected]

1,3,4 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

1,2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Sete de Setembro, 3165, Curitiba – Paraná

1. Introdução

DYNAMIC-FUZZY COGNITIVE MAPS A

origem dos FCM (Fuzzy Cognitive Maps) está nos

mapas cognitivos que foram inicialmente propostos por

[1] para representar palavras, idéias, tarefas ou outros

itens ligados a um conceito central e dispostos

radialmente em volta deste conceito. São diagramas que

representam conexões entre porções de informação

sobre um tema ou tarefa. Os elementos são arranjados

intuitivamente de acordo com a importância dos

conceitos [2]. Eles são organizados em grupos,

ramificações ou áreas.

FCMS tem aplicações em diferentes áreas de

conhecimento: como por exemplo, médica [3], controle

de processos em engenharia [4], entre outras. A

proposta desse trabalho é uma evolução do FCM

clássico de Kosko, Chamado de Dynamic-FCM (D-

FCM), uma variação da DCN (Dynamic Cognitive

Networks) [5]. Entretanto, existem outras evoluções na

literatura, nesse contexto, pode-se citar o trabalho [6].

2. Desenvolvimento

Diversos módulos compõem o sistema de um time

de futebol robôs, os principais são: visão, estratégia,

controle. Os módulos de visão e controle são

responsáveis pela aquisição de dados e ações de

controle do sistema. O módulo de estratégia define, para

cada robô, uma posição alvo - posição a ser atingida no

campo e respectivas velocidades e orientação associadas

para que estes dados possam ser traduzidos em termos

de velocidades e sentido de rotação dos motores que

comandam as rodas dos robôs. A definição da posição

alvo depende do estado do jogo e dos comportamentos

associados a cada robô.

O principal desafio do futebol de robôs é analisar o

ambiente em tempo real, e tomar as decisões corretas

para executar as ações necessárias ao objetivo do jogo.

Como por exemplo, assumir o controle da bola durante

o jogo.

A estratégia empregada para construção de uma D-

FCM para o futebol de robôs, desenvolvida aqui, é

baseada no trabalho de [7] que modela o problema

através de uma máquina de estado capaz de tomar as

decisões do time.

A estratégia a ser modelada é desenvolvida para dois

jogadores de linha e um goleiro e é implementada

através de ações simples tais que ir a determinado ponto

do campo ou seguir a bola. A estratégia global é

formada por uma composição dessas estratégias mais

simples com base na situação do jogo. As funções de

cada jogador variam de acordo com a sua posição em

campo e variáveis globais como posição dos jogadores

do outro time. O goleiro deve permanecer na área do gol

e tem como objetivo evitar que a bola passe da linha que

limita o gol se locomovendo lateralmente. O jogador de

linha pode funcionar como zagueiro se estiver

posicionado no seu campo defensivo ou como atacante

se estiver no campo adversário. O zagueiro tem a função

de evitar que algum jogador adversário aproxime-se do

gol com a bola sob controle. Já o atacante tem a função

de recuperar a bola e conduzí-la até o gol do adversário,

tomando decisões de qual ângulo e com que intensidade

chutará a bola em direção ao gol. Por simplicidade de

funcionalidades, quando um jogador ataca o outro

defende.

A figura 1 mostra o D-FCM que modela a estratégia

de um jogador de linha.

Figura 1. Estratégia robôs (D-FCM).

De acordo com a estratégia apresentada, a heurística

de controle para um mesmo jogado que pode atuar

como atacante ou como zagueiro corresponde passo a

passo à seleção de uma das ações listadas a seguir:

Caminhar em direção ao gol;

Caminhar junto com a bola (bola com o

jogador);

Ir para a posição de ataque;

Ir para a posição de defesa;

Page 36: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

28

Ir de encontro da bola.

Os conceitos em azul claro são as variáveis de

entrada, os conceitos em azul escuro representam as

saídas que são as tomadas de decisões e os conceitos em

vermelho claro representam conceitos de seleção.

Observa-se que esses conceitos de seleção poderiam

também ser tratados como conceitos de fator binário,

onde o fator assume valores (0 ou 1). Os arcos (azul

contínuo) representam as relações causais. Os arcos

(vermelho tracejado) representam as relações de

seleção, e indicam os antecedentes (variáveis ou

conceitos de entrada), e os seus consequentes (variáveis

ou conceitos de saída).

De um modo geral, a arquitetura proposta pode ser

dividida em dois níveis. No nível mais baixo (nível 1,

azul), as relações causais representam ações que estão

sempre ocorrendo, por exemplo, a influência da variável

(conceito) placar do jogo que tem função de incentivar o

ataque e/ou defesa do jogador em qualquer

circunstância. O quanto o placar do jogo influencia na

tática de ataque ou defesa do time será decidido pelo

especialista e será o peso da relação causal, que neste

caso poderia ser “fraca”. Além do peso deve se definir

se a relação tem uma influência “positiva”, por

exemplo, na ação ir para defesa e “negativa” para a ação

ir ao ataque.

No nível mais alto (nível 2, vermelho), a estratégia é

mais elaborada e ocorre em situações específicas e são

modeladas pelas relações de seleção. Como o próprio

nome sugere, essas relações selecionam qual a ação

deverá ser executada e, deste modo caracteriza a

ocorrência de eventos. Lembrando que, raciocinar por

eventos é uma maneira alternativa de representar o

tempo [8].

3. Resultados

A tomada das ações é executada de acordo com uma

base de regras modeladas por implicações linguísticas.

Por exemplo, a ação de chutar a bola é definida pela

seguinte regra.

Se o jogador tem “posse bola” e “não tem

obstáculo” então “chuta”;

A intensidade do chute será o valor do conceito que

é calculado de acordo com a distância ao do gol

adversário e peso da relação causal, que neste caso deve

ser “positiva” e “forte”. Porém caso o jogador tenha a

posse de bola e tenha um obstáculo a frente, a seguinte

regra será acionada.

Se jogador tem “posse bola” e “tem obstáculo”

então “caminha com a bola”;

A velocidade que o jogador caminha com a bola

dominada será determinada de maneira análoga por

outro conjunto de regras. Essas regras consideram a

distância do outro jogador (obstáculo), e a respectiva

intensidade da relação causal. Outro exemplo para

melhor ilustrar a lógica da D-FCM é a tomada de

decisão de ir ao encontro da bola. Nesse caso, o

conceito de seleção usa a seguinte regra:

Se o jogador não tem “posse bola” e “jogador

do mesmo time não tem posse bola” e

“jogador adversário não tem posse bola” então

“ir em direção da bola”;

A velocidade com que o jogador vai ao encontro da

bola será o valor do conceito “ir direção bola” calculado

de acordo com o valor do conceito de entrada “distancia

do jogador” e da respectiva relação causal que deveria

ser “positiva”, ”média” ou “pouco forte”. De maneira

análoga, considerando as regras, as relações causais e os

valores atribuídos aos conceitos, são realizados as

execuções das outras ações modeladas no D-FCM.

4. Conclusões

Os resultados são ainda iniciais, e de forma

qualitativa, entretanto o D-FCM demonstrou uma

possível estratégia com capacidade de modelagem

dinâmica multi-objetiva para cada um dos jogadores

de um time de futebol de robôs. Desse modo, o

trabalho proposto pode ser simulado ou até mesmo

embarcado em times de futebol de robôs reais. Com

uma vantagem de uma modelagem estruturada e com

baixa complexidade computacional.

5. Referências [1] R. Axelrod. Structure of decision: the cognitive

maps of political elites. New Jersey: Princeton

University Press, 1976. [2] B. Kosko. Fuzzy Cognitive Maps. Int. J. Man- Machine Studies, 1986, vol. 24, pp. 65–75. [3] C. D. Stylios; V. C. Georgeopulos; G. A. Malandraki; S. Chouliara. Fuzzy cognitive map architectures for medical decision support systems. Applied Soft Computing, v. 8, n. 3, p. 1243-1251, Jun. 2008. [4] E. I. Papageorgiou; K. E.Parsopoulos; C. S. Stylios;

, P. P. Groumpos; M.N. Vrahatis. Fuzzy cognitive

maps learning using particle swarm optimization.

Journal of Intelligent Information Systems 25, 95–121,

2005. [5] M. Mendonça; B. A. Angélico; L. V. R. Arruda; F. Jr. Neves. A Subsumption Architecture to Develop Dynamic Cognitive Network-Based Models with Autonomous Navigation Application. Journal of Control, Automation and Electrical Systems, vol. 1, pp.3–14, 2013. [6] E. .I. Papageorgiou; J.L. Salmeron. A Review of Fuzzy Cognitive Maps Research During the Last Decade. Fuzzy Systems, IEEE Transactions on, vol.21, n.1, pp.66–79, Feb. 2013. [7] A. H. R. COSTA; PEGORARO, R. Construindo robôs autônomos para partidas de futebol: o time guaraná. Sba Controle & Automação, Campinas, v. 11,n. 3, p. 141-149, set./dez. 2000.

[8] COPPIN, B. Inteligência artificial. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2010.

Page 37: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

29

ESTUDO DA CONSTRUÇÃO DE UM ARRANJO DE MICROFONES PARA

ESTIMAR A DIREÇÃO DE CHEGADA DE UMA FONTE EMISSORA

Herman Lucas dos Santos, [email protected]

1

Murilo Monteiro Cinel, [email protected]

Wagner Endo, [email protected],2

Paulo Rogério Scalassara, [email protected],2

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

1,2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

2,2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

1. Introdução

A utilização de arranjos de sensores para estimar a

direção de chegada - DOA (direction of arrival) - de

uma fonte emissora, possui grande relevância devido a

sua ampla aplicação envolvendo tecnologias, como

localização de fonte emissora em radares, sonares,

astronomia e sismologia. Além da estimativa da forma

de onda em comunicação (NAIDU, 2000).

Este trabalho aborda a utilização de microfones

como meio captador de áudio em um arranjo linear

uniforme - ULA (uniform linear array) - para a

estimativa da direção de uma fonte sonora. É abordado

o método da correlação cruzada, que permite obter a

defasagem em amostras entre dois sinais, sendo esta

defasagem é proporcional ao ângulo entre o vetor

normal do arranjo e a fonte.

2. Preliminares

2.1 Sinais acústicos

O ouvido humano é capaz de detectar frequências

na faixa de 20 Hz a 20 kHz. Portanto, as especificações

da estrutura do array devem ser projetadas dentro do

espectro audível do ser humano.

Os sinais sonoros se propagam no ar de forma

circular tridimensional e formam uma fronte plana a

partir de certa distância. Neste artigo, considera-se que o

som se propaga no ar a 343,3 m/s em condições normais

de temperatura e pressão. Estes sinais são periódicos e

esta condição deve ser levada em consideração na

filtragem e amostragem para digitalização e

processamento.

2.2 Aquisição de sinais

O primeiro fator a ser levado em consideração é a

amostragem necessária para não haver perdas de

informação devido à condição de aliasing. Esta

condição acontece sempre que os sinais são amostrados

a uma frequência que não obedecem o Critério de

Nyquist, o qual impõe a condição de que a amostragem

do sinal deve ser maior ou igual duas vezes a banda

máxima do sinal, ou seja:

fs ≥ 2B (1)

Onde é a frequência de amostragem e B a banda

máxima do sinal.

Para propósitos práticos, considera-se a frequência

máxima de sinal igual a banda máxima. Para sinais de

áudio que ressonam dentro do espectro audível ao ser

humano, tem-se a frequência de amostragem mínima de

40 kHz. Áudios são comumente captados a 44,1 kHz.

Outra condição a ser levada em consideração é a

possível ocorrência de spatial aliasing, referente a

perdas de informação devido a dois fatores: frequência

de amostragem do sinal e distância entre os captadores

de áudio.

De acordo com Naidu (2000), para um ULA têm-se

os atrasos entre os sinais dados pela seguinte equação:

τ = (d/c) . sen(θ) (2)

τ = tempo de atraso de chegada entre os sensores;

d = distância entre os sensores;

c = velocidade de propagação do som no meio;

θ = ângulo entre o vetor normal do ULA e a fonte

emissora.

Figura 10. Arranjo linear uniforme de microfones, adaptado de

ENDO, MACIEL, SCALASSARA, HIRONO, 2013.

Assim, o maior atraso ocorrerá quando a fonte

emissora e o vetor normal do ULA estiverem

posicionados no espaço de forma perpendicular.

3. Processamento de Sinais

3.1 Atraso entre os sinais

Um dos métodos mais versáteis e usados para a

estimação de atrasos entre sinais é o algoritmo da

correlação cruzada. Este algoritmo estima a quantidade

de amostras de distância entre dois sinais, obtendo-se

Page 38: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

30

assim a diferença de tempo que estes captaram e

consequentemente o ângulo da fonte emissora. A

correlação cruzada discreta é definida como:

(f * g)[n] = ∫ f*[m].g[n+m] (3)

Com os limites de integração de -∞ a ∞. Esta

função pode ser implementada por meio do software

MATLAB®

através da função xcorr, que retorna um

vetor contendo o comprimento de (f + g) - 1 e cujo pico

representa o atraso na captação dos sinais.

3.2 Filtragem de sinais

Os sinais passam por uma filtragem para diminuir

as incertezas do processamento para obtenção do atraso

na captação. Esta filtragem é dividida em duas etapas,

uma pré-filtragem, a fim de se eliminar ruídos

provenientes da captação do áudio, e a filtragem que faz

parte do processamento em si do sinal. Esta segunda

filtragem visa eliminar frequências não desejadas que

podem interferir no resultado final ou apenas

aumentariam o esforço de processamento.

Há várias técnicas empregadas para este

processamento e uma variedade de filtros, que devem

ser levados em consideração de acordo com a finalidade

do trabalho a ser realizado.

4. Metodologia de aquisição

Foram consideradas, para o hardware, cinco

plataformas para aquisição e processamento dos dados.

Os dispositivos foram:

Arduino UNO e MEGA;

Placas de Som USB 1 canal genéricas;

Raspberry Pi;

Microchip® DSP;

Presonus®

Firepod.

Realizaram-se testes com as plataformas Arduino e

foi constatado que estas não possuem capacidade

suficiente de aquisição e processamento para sinais de

áudio, havendo grande perda de informação e geração

de ruídos quando utilizadas para captar sinais de forma

multiplexada.

Para as placas de som USB de 1 canal, fazendo a

aquisição diretamente no MATLAB®, obteve-se a

frequência de amostragem desejada e o sinal era captado

de forma simultânea (sem multiplexação), porém os

sinais não foram captados obedecendo um padrão,

gerando uma diferença de ordem 2n entre a quantidade

de amostras dos sinais.

Foram propostos testes utilizando o Raspberry Pi

ou Microchip®

DSP, que possuem também capacidade

de pré-processamento dos sinais. Estas duas plataformas

possuem capacidade de utilização de sua GPIO para a

aquisição ou comunicação externa.

A opção que mostra a melhor especificação para o

trabalho é a interface sonora Presonus®

Firepod, que

possui comunicação direta com o MATLAB®

e realiza a

aquisição dos dados de forma simultânea.

5. Conclusões

A utilização do Arduino tornou-se inviável devido a

sua baixa taxa de conversão e resolução de seu

conversor analógico-digital (AD), além da alta geração

de ruído quando mais de um sensor é utilizado em suas

entradas analógicas.

As placas de som USB (1 canal), por sua vez,

mostraram-se inapropriadas devido a um atraso no

começo da gravação, onde ambos os canais não

iniciavam simultaneamente. Este tempo é proveniente

do atraso de processamento do computador, que

influencia na leitura de cada porta USB.

Com o descarte das plataformas já testadas, o novo

objetivo é realizar testes utilizando o Raspberry Pi,

Microchip®

DSP e a interface sonora Presonus®

Firepod,

além de desenvolver aplicações relacionadas a

processamento de sinais de um ULA.

5. Referências

[1] ENDO, W. MACIEL, C. D., SCALASSARA, P. R.,

HIRONO, F. C., Direction of Arrival Uncertainty of

Adaptive Beamformer Based on a Posteriori

Information. Brazilian Society for Automactics,

2013

[2] MANOLAKIS, D. G., VINAY, I. K., KOGON,

S.M. Statistical and adaptive signal processing.

Artech House Print on Demand, 2005, 816 p.

[3] NAIDU, P. S. Sensor Array Signal Processing. 1 ed.

CRC Press, 2000, 472 p.

[4] OPPENHEIM, A. V., SCHAFER, R. W., Digital

Signal Processing. 1 ed. Prentice Hall, 1975, 585 p.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Tecnológica Federal

do Paraná pelo suporte material e financeiro, a qual

possibilitou a realização deste trabalho.

Page 39: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

31

ESTUDO DE COMPÓSITO POLIMÉRICO COM CARGA DE SABUGO DE

MILHO TRITURADO

Luiz Guilherme Marin, [email protected]

1

Edson Aparecido Ferreira, [email protected]

João Roberto Sartori Moreno, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Cornélio Procópio

1. Introdução

Desde a criação dos primeiros polímeros

termoplásticos em 1938 pelo químico da DuPont, W.

Carothers a gama de aplicações destes materiais e os

estudos para melhoria de suas propriedades atreladas a

um menor custo de produção, vem se tornando cada vez

mais proeminente dado o avanço do consumo industrial

em razão do crescimento econômico de países em

desenvolvimento, com destaque especial a China e o

Brasil.

Ainda, com a crescente demanda por materiais mais

amigáveis ao meio ambiente, pesquisas vem sendo

desenvolvidas para que se obtenha materiais

poliméricos com uma maior biodegradabilidade, assim,

diversos estudos vem sendo feitos no que se refere a

materiais compósitos formados por polímeros com

adição de carga ou reforço provenientes de resíduos

agrícolas.

Os materiais compósitos são constituídos por uma

fase denominada matriz que envolve outra fase que

recebe a denominação de carga ou reforço. A

combinação das propriedades da matriz com as da carga

ou reforço e da interface entre elas, conferem ao

material compósito diferentes propriedades mecânicas.

O termo carga é utilizado quando são utilizados

materiais particulados no compósito, já o termo reforço

é utilizado para descrever o uso de fibras no interior do

compósito.

Este trabalho está direcionado no uso de resíduos

agrícolas como carga, mais especificamente o sabugo de

milho triturado, dado a abundância deste resíduo, sendo

que o milho representa hoje a terceira espécie vegetal

mais cultivada no mundo, ficando atrás somente do

arroz e do trigo e que para cada 100 kg de espigas,

aproximadamente 18 kg compõe o sabugo, que ao final

do processo de beneficiamento serão descartados.

2. Materiais e Métodos

Para se obter os dados, foram produzidos corpos de

prova segundo a norma ASTM D 638, confeccionados

através da deposição dos constituintes em formas pré-

fabricadas. Um grupo foi constituído por farelo de

sabugo de milho, com o sabugo passando por um

processo maior de moagem e posterior peneiramento

para se separar os grãos maiores, e outro formado por

grânulos de sabugo de milho, também peneirados para

que não sobrasse farelo em sua composição.

Figura 1. Sabugo de milho moído do tipo farelo (esq.) e

granular (dir.).

A matriz do compósito é constituída por um adesivo

para laminação, composto por monômero de estireno

em concentração de 25 a 50%.

Ensaios de tração foram realizados nos corpos de

prova com carga do tipo farelo bem como para os

corpos de prova com carga do tipo granular em uma

máquina de testes universal modelo WDW-100E, sendo

que preliminarmente, foram ensaiados 8 unidades para

cada granulometria, totalizando 16 testes. Outros

ensaios, como o de dureza, condutividade térmica e

condutividade elétrica estão programados para que se

possa determinar as possíveis aplicações para este

material.

Figura 2. Corpos de prova com carga do tipo farelo

(esq.) e granular (dir.).

3. Resultados Preliminares

A figura 3, representa a média dos resultados para o

ensaio de tração para os corpos de prova constituídos

por sabugo de milho triturado em forma de farelo e

granular.

Conforme o esperado, a tensão de ruptura é baixa

para o do tipo farelo, assim como foi observado uma

pequena deformação do material. Nesse caso, o módulo

de elasticidade do material foi igual a 500 MPa.

Para os ensaios com reforço granulado, foi

encontrado uma tensão de ruptura e uma deformação

ainda menor do que o anterior, o que já era esperado, já

que há um maior número de pontos de concentração de

Page 40: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

32

tensão o que reduz a resistência do material, tornando-o

ainda mais frágil. O módulo de elasticidade obtido foi

próximo ao encontrado no caso anterior, sendo em torno

de 450 MPa.

Figura 3. Gráfico tensão (MPa) X deformação (%).

Uma grande disparidade foi encontrada durante a

execução de alguns testes com os corpos de prova

granulares, com carga de ruptura muito elevada ou

muito baixa se comparado com a média dos ensaios.

Esse fato está associada a problemas de penetração da

resina em todo o material. Nos corpos de prova com

carga de ruptura muito elevada, foi constatada uma

concentração baixa de grãos na zona de ruptura,

contendo maior quantidade de resina. Nos testes onde a

carga de ruptura foi muito baixa, o caso contrário foi

observado, constatando uma falha no processo de

confecção dos corpos de prova.

4. Conclusões e Testes Futuros

Através dos testes preliminares e comparando com

os resultados obtidos na literatura, pode se verificar uma

certa deficiência do monômero de estireno frente ao

polipropileno, sendo que o segundo possui uma maior

elasticidade e uma resistência a tração maior. No

entanto, ainda se faz necessário a execução de outros

testes para que se possa determinar as possíveis

aplicações deste material, já que em determinados

casos, a maior resistência mecânica pode não ser um

fator decisivo.

Dados os problemas encontrados nos ensaios com

carga granular, novos corpos de prova estão sendo

produzidos, de forma que tais complicações sejam

sanadas, tendo assim um resultado mais coerente para

este estudo.

5. Referências

[1] R. R. F. Ramos; Desenvolvimento de Compósitos de

Polipropileno (PP) com Sabugo de Milho (SM)

Proveniente de Resíduos Agrícolas. Universidade

Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013;

[2] Roger M. Rowell, et al; Utilization of Natural Fibers

in Plastic Composites: Problems and Opportunities,

University of Wisconsin, 1997;

[3] Henry Obasi; Studies on Biodegradability and

Mechanical Properties of High Density

Polyethylene/Corncob Flour Based Composites, 2012;

[4] Jorge Pinto, et al; Characterization of corncob as a

possible raw building material. Construction and

Building Materials, 2012;

[5] Meng Li, et al; Isolation and Characterization of

Corncob Cellulose Fibers using Microwave-Assisted

Chemical Treatments. International Journal of Food

Engineering, 2014.

Agradecimentos

Agradecemos ao Sr. Marcilio Albuquerque pelo

fornecimento dos materiais necessários para o

desenvolvimento deste trabalho

Page 41: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

33

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA FABRICAÇÃO DE

AEROMODELOS VIA IMPRESSÃO 3D DE ACRILONITRILA BUTADIENO

ESTIRENO

Marcos Fernando Truiz, [email protected]

Walter Anibal Rammazzina Filho, [email protected]

1,2

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cornélio Procópio, Paraná

1. Introdução

A impressão tridimensional é um processo inovador

de prototipagem rápida que diminui o tempo de

manufatura de modelos e de partes de protótipos e da

fabricação de ferramentas de maquinas. A redução de

tempo e custo proporcionada por essa impressão

revolucionou a prototipagem e a manufatura (HEINZL;

HERTZ, 1985). A impressora 3D pode ser utilizada pra

a produção de peças específicas ou até mesmo de

geometria complexa.

Atualmente a fabricação de aeromodelos, em sua

maioria, limita-se a conformação plástica ou produção

manual. Na conformação plástica, um processo

industrial, o valor unitário é inferior e a velocidade de

produção é mais elevada, porém o acabamento e a

qualidade do material são comprometidos, tornando-se

um aeromodelo frágil quando colide. Por outro lado,

com a produção manual é possível buscar melhores

acabamentos a partir de corte a laser de madeira, porém

o tempo de confecção das peças é mais longo e a

madeira balsa – a mais utilizada para este fim – é

bastante frágil, apesar de extremamente leve. A

impressão 3D consegue conciliar precisão e

repetibilidade, além de baixo custo de confecção se

comparado a madeira balsa.

2. Revisão Bibliográfica.

2.1. Impressão 3D

2.1.1. Fundamentação

Inúmeras empresas buscam a utilização da

prototipagem rápida pois esta garante a visualização e

testes preliminares os seus produtos de forma segura.

Ela também permite a obtenção de peças com mesmo

padrão de qualidade da produção em série. De fato, a

prototipagem rápida é o processo de manufatura mais

adequado possível quando se é necessário produzir

pequenos lotes de peças ou também componentes

específicos.

2.1.1 Etapas.

Conforme Volpato et al. (2007), a prototipagem

rápida, também conhecida por impressão 3D, pode ser

definida por um processo de fabricação automatizado de

peças por deposição de material camada a camada. O

mapeamento da cada camada é feito por um software

que se comunica com a plataforma Arduino, que está

acoplada à placa Remps (responsável pelo controle de

cada um dos componentes da impressora). Segundo

Carnett (2010), a peça é produzida de baixo para cima, a

partir da placa controladora de temperatura, de acordo

com o sequinte processo: o plástico sólido entra pela

extrusora, sofre aquecimento em um compartimento

cerâmico, até chegar na resistência e se fundir,

realizando a deposição pelo bico da extrusora e a

impressão do objeto em três dimensões. A impressão é

feita a partir da programação gerida pelo fatiador, um

programa cujo função é fatiar o objeto em várias

camadas, que podem variar entre 0,05 mm e 0,5 mm.

2.2. Confecção de aeromodelos.

2.2.1. Fundamentação.

Segundo a Confederação Brasileira de

Aeromodelismo (COBRA), o Aeromodelismo é o

conjunto de atividades que envolvem a construção e o

voo de modelos, em escala reduzida, de aeronaves e

espaçonaves (aviões, balões, foguetes etc.). Existem

várias categorias de aeromodelismo: VCC - voo circular

controlado, rádio controlado, voo livre. Atualmente a

categoria mais praticada de aeromodelismo é o rádio

controlado (RC), que divide-se basicamente em duas

modalidades, que se diferem pelo seu tipo de motor:

combustão interna ou elétrico

2.2.2. Produção Manual

A produção do VANT se divide em fases: escolha

do modelo, projeto, confecção, montagem e entelagem.

A escolha no modelo deve ser algo bastante minucioso

pois irá determinar a estabilidade aerodinâmica,

facilidade de controle, velocidade de voo e facilidade ou

não em se praticar acrobacias. Basicamente existem três

tipos: asa alta, asa média e asa baixa. No projeto deve-se

prever ao máximo o que será feito nas próximas fases,

desde a escala a ser utilizada, material para confecção

das peças até o método de entelagem. Feito o projeto,

deve-se começar a confecção das peças a partir do

material pré-definido, o mais comum é a madeira balsa,

derivada do pau-de-balsa, suas principais características

estruturais são de estrutura leve, suave, de fácil

crescimento, porém pouco resistente. Após a confecção

é feita a montagem das peças e depois a entelagem da

asa e da fuselagem, se necessário.

3. Objetivos.

Este trabalho visa realizar estudo de viabilidade

econômica entre um aeromodelo convencional, de

madeira balsa, e o mesmo modelo produzido a partir de

Page 42: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

34

uma Impressora 3D Reprap Graber I3. Os parâmetros de

análise serão a densidade e o preço por volume de cada

material, além disso será levado em conta o preço de

processamento e o desperdício de material. A massa

será medida e comparada na versão final de cada

modelo.

4. Metodologia e materiais.

Foi criado um modelo em CAD com peças

equivalente às do aeromodelo convencional. Cada peça

tem uma espessura de 5mm. A partir desse modelo foi

possível calcular o volume de material necessário para a

confecção das peças.

Para a confecção do aeromodelo a partir da

impressora 3D foram usados os seguintes parâmetros de

corte: 0,2mm de altura em Z e 15% de preenchimento.

Será utilizado o polímero ABS - Acrilonitrila Butadieno

Estireno – utilizado graças a sua baixa densidade de

1040 [Kg/m3] e um custo razoável de 100,00 [R$/Kg] e

custo de operação de 30% do valor de material. O

material escolhido na confecção manual será a madeira

balsa com densidade de 150 [Kg/m3], custo de 1352

[R$/Kg] e custo de operação de 15% do valor do

material. Também foi considerado um desperdício de

material de 2% para a impressora e 15% na produção

manual.

5. Resultados e discussão.

Com base no volume do modelo CAD foi possível

calcular o peso de cada modelo e comparar o custo final

de cada um como mostrado na tabela a seguir.

Tabela I – Comparativo de preço entre a madeira balsa e

o ABS.

V[m3]

Custo [R$]

Madeira ABS

Fuselagem 3,16x10-4

64,17 13,19

Caverna 3,17x10-5

6,43 1,32

Asa 3,52x10-5

7,14 1,47

Leme 6,22x10-5

12,62 2,59

Profundor 2,88x10-5

5,84 1,20

Total 4,74x10-4

96,21 19,78

Analisando o comparativo de custos entre um

mesmo modelo alterando a matéria-prima e o processo

de confecção, é possível observar que a substituição da

madeira balsa e a produção manual pelo ABS

depositado via impressão 3D mostra-se

economicamente viável, uma vez que pode proporcionar

uma economia de cerca de 80%.

6. Referências [1] J. B. CARNETT, J. B. Making the MakerBot: for

less than $1,000, the makerbot kit provides nearly

everything you need for your very own 3d plastic

printer. We find out what it takes to build and use one.

Popular Science, EUA, ESTADOS UNIDOS, v.277.1,

p.82, 2010.

[2] CELANI, G. Digitalização tridimensional de

objetos: um estudo de caso. São Paulo, SP, BRASIL,

2009.

[3] J. Heinzl; C. H. Hertz Ink-Jet printing. Advances in

Electronics and Electron Physics. Orlando, 1985.

[4] L. H. Garcia, Desenvolvimento e fabricação de uma

mini-impressora 3D para cerâmicas. São Carlos, SP,

Brasil, 2010.

[5] B. C. Souza, Impressora 3D de baixo custo. São

Paulo, SP, Brasil. 2009.

[6] J. H. Fonseca, As possíveis contribuições da

prototipagem rápida para a melhoria da competitividade

na produção joalheira da cidade do Rio de Janeiro.

Fortaleza, CE, Brasil, 2006

[7] R. T. Pupo, Ensino da prototipagem rápida e

fabricação digital para arquitetura e construção no

Brasil: definições e estado da arte. 2008

[8] G. P. Tomei, Desenvolvimento de um protótipo de

um robô de cinemática paralela do tipo delta para

impressão tridimensional de peças. Centro de Ciências

Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário

UNIVATES, 2014.

[9] M. V. Casagrande, Projeto de um cabeçote de

extrusão de uma máquina de prototipagem rápida FDM.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2013.

[10] N. VOLPATO, Prototipagem Rápida: Tecnologias

e Aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 2007.

[11] A. V. Colombo Análise econômica de investimento

da abertura de uma empresa e-commerce de

aeromodelismo. Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, Pato Branco, Paraná, 2011.

[12] F. Agostinho, Obtenção de fotografias aéreas de

pequeno formato e videografia por meio de aeromodelo

artesanal adaptado. Universidade Estadual do Centro-

Oeste, Irati, Paraná, 2011.

[13] I. S. Reis, Construção de um veículo aéreo não

tripulado (VANT) de baixo custo. Instituto Federal da

Bahia, Salvador, Bahia. 2014.

Page 43: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

35

FLAMBAGEM LINEAR E NÃO-LINEAR UTILIZANDO UMA ANÁLISE

NUMÉRICA PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

Rodrigo Villaca Santos, [email protected]

1

Alex Fernando Scalizze, [email protected]

George Gabriel Haubert, [email protected]

Leticia Barizon Col Debella, [email protected]

1 UTFPR - Via do Conhecimento, Km 1, Pato Branco, PR, Brasil

1. Introdução

A flambagem é uma das formas de falha dos

materiais devido à instabilidade estrutural causada por

um carregamento compressivo. Quando esse

carregamento torna-se crítico (situação instável)

observam-se grandes deslocamentos na direção

transversal da estrutura, sem praticamente ocorrer

aumento no incremento da carga. Existem duas formas

de flambagem: a global, quando ocorre na estrutura

inteira, ou local, quando fica restrita a uma parte do

material [1-2]. Assim, em geral, o fenômeno da

flambagem é o mecanismo de falha dominante em

estruturas esbeltas (cujo comprimento é muito maior do

que a menor dimensão transversal), fato esse

predominante em projetos estruturais que necessitam,

por exemplo, de uma redução de peso, o que tem por

consequência, muitas vezes, deixar as estruturas mais

esbeltas.

O objetivo desse trabalho é verificar, por meio de

um exemplo numérico, o comportamento da pré-

flambagem e da pós-flambagem, utilizando uma análise

linear elástica e uma análise não-linear pelo método dos

elementos finitos. Esse comportamento será verificado

através de um gráfico deslocamento versus incremento

de força, onde também será obtida a carga crítica da

coluna em análise.

2. Método

A representação do comportamento da coluna

devido à flambagem e os valores das cargas críticas

foram obtidos através de um problema de autovalor [3-

4], para a flambagem linear, e pelo método de Newton-

Raphson, utilizando um controle de deslocamento, para

a flambagem não-linear.

O problema de autovalor é representado pela

seguinte relação:

0i G iK K , (1)

sendo (K) a matriz rigidez elástica, (λi) os autovalores

correspondendo a carga crítica da coluna, (KG) a matriz

de rigidez geométrica e (Φi) os vetores que definem a

configuração segundo o qual a estrutura instabiliza ou

sofre flambagem.

O método de Newton-Raphson é aplicado buscando

um equilíbrio entre as forças internas e externas da

estrutura através da seguinte relação:

GF K K . , (2)

sendo (F) o vetor força, (K) a matriz rigidez elástica,

(KG) a matriz de rigidez geométrica e (Δ) o vetor

deslocamento.

Neste trabalho a obtenção dos resultados para a

flambagem linear e não-linear foram obtidos utilizando

o software de elementos finitos Ansys.

3. Exemplo Numérico

Para a avaliação desse estudo, foi utilizada uma

coluna cilíndrica de alumínio com as seguintes

dimensões: diâmetro d1 = 10 mm, diâmetro d2 = 9,90

mm e comprimento de L = 200 mm, conforme a figura

1.

Figura 1: Dimensões da área da seção transversal da

coluna cilíndrica.

A liga de alumínio utilizada têm as seguintes

propriedades: módulo de Young E = 71GPa, coeficiente

de Poisson γ = 0,33, tensão de escoamento σesc = 280

MPa. E para a análise não-linear foi utilizado um

encruamento isotrópico bi-linear com módulo de

encruamento H = 90 MPa.

E, a flambagem, em ambas as análises, foi calculada

para uma coluna cilíndrica com condições de contorno

livre e engastada em suas extremidades superior e

inferior, respectivamente. Para essa condição, o fator de

correção do comprimento efetivo da coluna K tem o

valor igual a 2 [1].

4. Avaliação dos Resultados

Page 44: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

36

A figura 2 mostra uma parte da coluna cilíndrica

utilizada nesse trabalho. Nessa figura observa-se a

malha de elementos finitos utilizada, com elementos

predominantemente hexaédricos.

Figura 2: Malha de elementos finitos

predominantemente hexaédrica.

Assim, devido à aplicação da carga de compressão, a

coluna sofre flambagem conforme mostra a figura 3.

Figura 3: Comportamento da coluna devido à

flambagem. Coluna livre-engastada em suas

extremidades.

Como resultado, a figura 4 mostra o comportamento

devido a análise linear, pré-flambagem (antes da carga

crítica), e devido a análise não-linear, pré e pós-

flambagem. E os valores obtidos de carga crítica em

relação à análise linear foi de 2082,8 N, e para a análise

não-linear foi de 2067,7 N. Assim, têm-se uma

discrepância de 0,73 % entre as análises.

Figura 4: Gráfico deslocamento (mm) por força (N)

para a flambagem linear e não-linear, representando a

pré-flambagem e a pós-flambagem.

4. Conclusões

Neste trabalho apresentou-se através do cálculo do

método dos elementos finitos um comparativo dos

resultados obtidos para a flambagem utilização uma

análise linear e não-linear. Por meio de um exemplo

numérico, utilizando uma coluna cilíndrica, mostrou-se

a divergência da obtenção do valor da carga crítica, bem

como, do comportamento da flambagem obtido pelas

duas análises.

Para a flambagem linear o resultado obtido do valor

da carga crítica é superior em relação à flambagem não-

linear, sendo esse resultado mais conservativo. Conclui-

se que com a utilização da análise linear, têm-se uma

avaliação qualitativa dos resultados, pois não se obtém

por essa análise o comportamento da coluna após a

flambagem. E para a flambagem não-linear, têm-se o

comportamento da coluna pré e pós-flambagem, ou seja,

obtêm-se o comportamento da coluna mais realístico

devido a carga de compressão.

5. Referências

[1] E. P. Popov, Introdução à mecânica dos sólidos, 1

ed. São Paulo: Blucher, 1978.

[2] S. P. Timoshenko; J. M. Gere, Theory of elastic

stability, 2 ed. New York: Dover Publications, 2009.

[3] A. F. Avelino, Elementos finitos: a base da

tecnologia CAE: análise não linear, 1 ed. São Paulo:

Érica, 2012.

[4] R. D. Cook; D. S. Malkus; M. E. Plesha, Concepts

and applications of finite element analysis, 3 ed. John

Wiley and Sons, 1989.

Page 45: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

37

FUZZY COGNITIVE MAPS APLICADO NA NAVEGAÇÃO AUTÔNOMA DE

ROBÔ EMBARCADO

Márcio Mendonça, [email protected]

1,2

Esdras Salgado da Silva, [email protected]

Adailton Silva Borges, [email protected]

Ivan Rossato Chrun, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Sete de Setembro, 3165, Curitiba – Paraná.

1. Introdução

As necessidades da área tecnológica têm

proporcionado um aumento significativo em pesquisas

envolvendo robôs autônomos, esses robôs têm

aplicações em diversas áreas tais como explorações às

regiões inalcançáveis ou de alta periculosidade, robôs

militares para desarmamento de detecção de bombas e

coletores de peças, entre outras. Neste contexto, a

robótica autônoma tornou-se uma área emergente de

pesquisa e aplicação conforme apresentado em [1] [2] e

[3]. Destaca-se a autonomia agregada a capacidade de

aprendizado e evolução como atributos da robótica

autônoma para o de desenvolvimento de técnicas

computacionais inteligentes como Lógica Fuzzy, Fuzzy

Cognitive Maps (FCM), técnicas híbridas como

sistemas Neuro-Fuzzy, ANFIS (Adaptive Network-

Based Fuzzy Inference System), Redes Neurais

Artificiais, entre outras.

Será apresentada neste trabalho a utilização da

técnica FCM (Fuzzy Cognitive Maps), originada dos

mapas cognitivos propostos por Axelrod [4] para

representar palavras, idéias, conceitos e outros itens

relacionados a um conceito central. Em resumo, são

diagramas que representam conexões entre porções de

informação sobre um tema ou tarefa, organizados em

grupos ou áreas [5].

De forma geral, o escopo deste trabalho constitui-se

da aplicação da técnica FCM na navegação autônoma de

um robô desenvolvido através de uma plataforma “open

source” de baixo poder de processamento e recursos de

memória, neste caso, o Arduino.

2. Desenvolvimento

Robôs autônomos são constituídos basicamente por

sensores (quando necessário), controladores (com

estratégias e/ou logicas de controle) e atuadores. Os

sensores são responsáveis pela obtenção de informações

sobre o ambiente. No controlador está contida uma

estratégia e/ou lógica que recebe os dados do sensor e o

transforma em uma inferência através de

processamentos específicos; de acordo com o tipo de

ferramenta computacional inteligente utilizada, tendo

diferenças até mesmo em complexidade computacional

(ponto forte de investigação dessa pesquisa). Os

atuadores recebem essa “resposta” e a transforma em

ações de controle.

O objetivo principal deste trabalho é fazer com que o

robô atinja um alvo estabelecido previamente através de

coordenadas “x” e “y”, conforme apresentado na figura

1, em que “DSx” é a distância lateral entre o robô e o

alvo e “DSy” é a distância frontal entre esses mesmos

elementos. Para isso, a cada sequência de pulsos nas

rodas esquerda e direita o robô se localiza, recalculando

sua posição em relação a posição anterior e ao alvo.

Haja visto que o robô será utilizado inicialmente em um

terreno plano e sem obstáculos, sendo desnecessário

utilização de sensores nessa aplicação inicial.

Figura 1. Distâncias no cenário.

A estratégia utilizada foi a construção de uma FCM,

baseada no trabalho de [6] que recebe os sinais de

entrada (“DSx” e “DSy”), os multiplica por um peso

(W) conforme apresentado na figura 2. Se o alvo está

locado a esquerda do robô, “DSx” é negativo e se

estiver locado na parte de trás do robô, “DSy” é

negativo. Os pesos “W” representam a influência que

cada distância tem nas suas respectivas rodas. Por

exemplo, “W1-3” é a influência que a distância lateral

(DSx) tem sobre a roda esquerda (LW) e “W1-4” é a

influência que a distância lateral (DSx) possui sobre a

roda direita (RW).

A técnica de Fuzzy Cognitive Maps é a extensão de

mapas cognitivos que foi desenvolvido por Kosko [5].

Um mapa cognitivo é um grafo direcionado, que

consiste em nós e arcos. Os nós são conceitos

(geralmente as variáveis físicas do problema) e arcos

denotam as inter-relações causais. Existem três tipos de

inter-relações (a) positivo, (b) negativo, e (c) a zero. A

inter-relação positiva entre dois nós significa que

qualquer alteração nos nós de origem mudará

positivamente a situação do nó de destino.

Page 46: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

38

Figura 2. Modelo do FMC acíclico.

O robô constitui-se de um chassi contendo 04 rodas

em que as duas rodas laterais são acopladas a um motor

de passo cada uma, e um chip ULN2003 para cada

motor, as rodas frontal e traseira são livres, para apoio,

uma plataforma open source (Arduino) para controle,

uma bateria para o Arduino e um jack de pilhas

contendo 04 pilhas de 1,5 V ligadas em série fornecendo

energia para os motores. O croqui e o robô são

apresentados na figura 03. As medidas estão em cm.

Figura 3. Modelo esquemático e físico do robô.

Foi desenvolvido um simulador no Matlab para os

testes prévios antes da implementação no robô real.

3. Resultados

Dentre os testes realizados, será apresentada uma

simulação e seu respectivo resultado prático. A figura

04 apresenta a simulação do experimento inicial em que

o alvo estava locado na posição (-80,80), e o robô na

posição inicial formando 180 graus com o eixo x.

Figura 4. Simulação do similar ao experimento prático.

O Robô atingiu o alvo com uma precisão de 0.75 cm

depois de 104 passos. Considera-se neste trabalho erro

mínimo desejado como a diferença entre distância final

do robô e o alvo. Neste trabalho foi apresentado uma

simulação e um experimento prático, demonstrado na

figura 5, em que constam 6 posições do robô em ordem

sequencial. A indicação do ponto de partida e obstáculo

é destacada na primeira posição da sequência. Em

ambos o robô atingiu o alvo com eficiência.

(1) (2)

(3) (4)

(5) (6)

Figura 5. Sequência de posições do experimento prático

4. Conclusões

Os resultados obtidos pelas simulações foram ainda

iniciais, porém satisfatórios, pois o agente móvel (robô)

cumpriu com o objetivo de chegar ao ponto final da

trajetória com o erro menor que 1% da extensão da

trajetória. Como futura investigação, está em andamento

a capacidade de desvio de obstáculos como incremento

ao objetivo principal utilizando sensores ultrassônicos e

um outro sistema FCM. Deste modo, um controlador

com dois FCM’s organizados de forma hierárquica

priorizando o desvio de obstáculos está em

desenvolvimento.

5. Referências

[1] P. T .Fracasso; A. H. R Costa, Navigation From

Reactive Autonomous Mobile Robots Using Fuzzy

Logic Rules With Weighted. In: Simpósio Brasileiro De

Automação Inteligente/Ieee Latin-American Robotics

Symposium, São Luís, September (2005)

[2] Z. Henkel; P. Doerschuk; J. Mann, Exploring

Computer Science Through Autonomous Robotics, 39th

Asee/Ieee Frontiers In Education Conference, San

Antonio, Tx, Pp. 18-21, October (2009)

[3] P. Doerschuk; L. Jiangjiang; J. Mann, An Inspired

Game Programming Academy For High School

Students. Frontiers In Education Conference, On Pp. 1 –

6, (2012)

[4] R. Axelrod, Structure Of Decision: The Cognitive

Maps Of Political Elites. New Jersey: Princeton

University Press (1976)

[5] B. Kosko, Fuzzy Cognitive Maps. International

Journal Man-Machine Studies, v. 24, n. 1, p.65-75,

(1986)

[6] M. Mendonça, L. V. R. Arruda, I. R. Chrun, E.

S. da Silva, Hybrid Dynamic Fuzzy Cognitive Maps

Evolution For Autonomous Navigation System. In

Press, IEEE International Conference on fuzzy systems

(FUZZ-IEEE 2015). (2015).

Ponto de

Partida

Alvo

Page 47: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

39

IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS UTILIZANDO TÉCNICAS DE

OTIMIZAÇÃO

Bruna Padilha, [email protected]

1

Daniel Almeida Colombo, [email protected]

Erik Taketa, [email protected]

Edson Hideki Koroishi, [email protected]

1,2,3,4

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Av. Alberto Carazzai, 1640 Cornélio Procópio - PR

1. Introdução A vibração excessiva em um sistema pode ocasionar

dificuldades operacionais, perda de precisão e até a

falha, tendo isto em vista, destaca-se a importância de

um total conhecimento do sistema. Neste contexto, um

ponto importante no processo consiste na obtenção do

modelo matemático, o qual deve ser o mais

representativo possível do sistema real, sendo assim,

alguns parâmetros precisam ser previamente

identificados, permitindo a simulação do

comportamento dinâmico do sistema[2]. A presente

contribuição visa identificar os parâmetros de um

sistema por meio de problemas inversos utilizando

como técnica de otimização a Evolução Diferencial

(ED)[1]. O sistema mecânico analisado consiste de um

sistema massa-mola-amortecedor de dois graus de

liberdade. No processo de otimização a função objetivo

foi a minimização da norma da diferença da resposta do

sistema real e do modelo numérico do sistema.

2. Evolução Diferencial

O método de Evolução Diferencial consiste em uma

técnica de otimização que utiliza conceitos evolutivos

para buscar o ponto ótimo. A Evolução Diferencial

utiliza vetores para a obtenção de novos potenciais

candidatos a resolver o problema, proporcionando ao

método algumas vantagens como: facilidade de uso,

estrutura simples, velocidade, robustez e capacidade de

escapar de ótimos locais. Para gerar uma nova

população são utilizados operadores específicos de

cruzamento, mutação e seleção para obter os melhores

candidatos. Um algoritmo simplificado para

implementação do método é apresentado no Figura 1.

Os parâmetros utilizados para o ED foram: tamanho

da população 30, 100 gerações, taxa de probabilidade de

crossover 0:8 e a estratégia para o mecanismo de

mutação de/rand/1/bin. Seus resultados demonstraram a

eficiência da Evolução Diferencial, sendo que os

parâmetros identificados apresentaram valores próximos

aos reais.

Figura 1. Algoritmo da Evolução Diferencial

Fonte: Referência [4].

3. Sistema Mecânico

O sistema mecânico massa-mola-amortecedor com 2

graus de liberdade é apresentado na Figura 2.

Figura 2 . Sistema Mecânico.

Fonte: elaborado pelo autor.

Page 48: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

40

A Tabela I apresenta o valor dos parâmetros do

sistema mecânico.

Tabela I – Parâmetros do Sistema Mecânico.

Massa

(kg)

Rigidez

(N/m)

Amortecedor

(N.s/m)

m1= 6,64 k1 = 100065,90 c1 = 18,76

m2= 4,62 k2 = 84144,18 c2 = 12,80

4. Metodologia

A resposta real do sistema foi o deslocamento da

massa m1. Baseado nesta resposta, os parâmetros m1,

k1ec1foramidentificados. Tais parâmetros foram

identificados utilizando Evolução Diferencial (ED). A

função objetivo analisada é apresentada pela Equação 1:

(1)

O espaço de projeto é apresentado na Tabela II.

Tabela II – Espaço de projeto

Massa

(kg)

Rigidez

(N/m)

Amortecedor

(N.s/m)

1≤ m1 ≤ 50 104≤k1≤ 107 1≤ c1 ≤ 100

5. Resultados

O Algoritmo de otimização foi avaliado 10 vezes a

fim de verificar a sensibilidade de otimizador. Os

resultados são apresentados na forma de um gráfico

boxplot conforme pode ser observado na Figura 3.

Figura 3. Distribuição dos parâmetros identificados.

A partir da Figura 3 pode-se observar a robustez da

identificação utilizando Evolução Diferencial dada a

pequena variação dos parâmetros identificados.

A Tabela III apresenta os parâmetros identificados

utilizando Evolução Diferencial.

Tabela III – Parâmetros Identificados.

Massa

(kg)

Rigidez

(N/m)

Amortecedor

(N.s/m)

m1(kg) 6,64 6,6400

k1 (N/m) 100065,90 100000,05

c1 (N.s/m) 18,76 18,7601

A partir dos resultados apresentados na Tabela III

pode-se observar que os parâmetros m1,

k1ec1foramidentificados adequadamente, apresentando

valores muito próximos aos valores reais. A validade

dos parâmetros identificados é comprovada pela

comparação entre a resposta do sistema real e a resposta

do modelo identificado apresentado na Figura 4.

Figura 4 . Deslocamento da massa m1.

6. Conclusão

Os resultados apresentados mostram a validade da

utilização da Evolução Diferencial no processo de

identificação de parâmetros, visto que os parâmetros

identificados apresentaram valores próximos aos valores

reais conforme apresentado na Tabela III.

7. Referências

[1] F. A. C.Viana, Surrogate Modeling Techniques and

Heuristic Optimization Methods Applied to Design

and Identification. 2008.

[2] G. B. Daniel et. al., “Identificação de Parâmetros em

Sistemas Mecânicos Utilizando Funções

Ortogonais”, Boletim Técnico da Faculdade de

Tecnologia de São Paulo, v. 1, p. 46-47, 2005.

[3] V. F. O. Marcus et. al., “Otimização de Parâmetros

Aplicados no Controle de Vibrações de Rotores

Flexíveis Utilizando Técnicas Heurísticas”.

Agradecimentos

Agradecemos a Universidade Tecnológica Federal

do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio pelo apoio para

o desenvolvimento deste trabalho.

Page 49: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

41

IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE DE UM MODELO DE AERONAVE DE

HÉLICES PARALELAS COM ATRIBUIÇÃO DE AUTO-ESTRUTURA

Bruno Masaharu Shimada, [email protected]

Marcio Aurelio Furtado Montezuma, [email protected]

Lucas Niro, [email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Cornélio Procópio, Avenida Alberto Carazzai, 1640 CEP

86300-000 - Cornélio Procópio - PR – Brasil

1. Introdução

Os helicópteros são as aeronaves mais versáteis da

atualidade por serem capazes de decolar e aterrissar

verticalmente, pairar no ar, girar em torno de seu eixo

vertical, moverem-se lateralmente e longitudinalmente

em avanço e em recuo [1]. Os helicópteros também são

conhecidos pela sua instabilidade em malha aberta e

dificuldade de controle, exigindo muita habilidade dos

pilotos [2]. Isto leva os fabricantes a dotarem nestas

aeronaves de algum tipo de assistência ao piloto, como

controles automáticos de orientação, velocidade ou

altitude, com a finalidade de diminuir os esforços de

pilotagem. Devido à estas características, o estudo de

sistemas de controle em uma planta de helicóptero

torna-se interessantes.

Os helicópteros têm como característica dinâmica, a

significante dependência entre suas variáveis de

controle, que fazem necessário a implementação de

controles multivariáveis ou comumente chamados de

MIMO’s (multiple-input multiple-output) o que torna a

tarefa desafiadora. Para isto, controladores modernos

são implementados para que o conjunto planta mais

controlador apresente um comportamento dinâmico

estável.

Neste contexto, este artigo apresenta o

desenvolvimento e implementação de um sistema de

controle com atribuição de auto-estrutura completa

representado por espaço de estados. O objetivo é

controlar os movimentos de elevação e deslocamento de

um protótipo de aeronave de duas hélices rotativas e

paralelas com três graus de liberdade. A dinâmica desta

aeronave, assemelha-se a um helicóptero do tipo

Tandem, como por exemplo o helicóptero militar

modelo CH-47 Chinook, produzida pela fabricante

Boeing. A modelagem matemática da planta é realizada

através da prototipagem virtual utilizando o software

ADAMS, o qual utiliza-se de técnicas de modelagem

multicorpos para obtenção das equações dinâmicas da

planta, facilitando assim o processo de obtenção do

modelo em espaços de estado. As características físicas

de massa, centro de massa e momento de inércia do

modelo real foram obtidos através de técnicas

experimentas de identificação e posteriormente

inseridas no protótipo virtual. Estas características são

necessárias para que se obtenha um modelo matemático

o mais próximo do modelo real. O ADAMS exporta dois

tipos de modelos matemáticos da planta. Um linear em

espaço de estados e um não linear para a co-simulação

entre o ADAMS e o Simulink. A partir do modelo linear

é possível determinar os ganhos dos controladores K1 e

K2 para um determinado conjunto de autovalores.

Posteriormente realiza-se as simulações a fim de obter o

conjunto de autovalores que controlem a planta e

satisfaçam os requisitos de desempenho desejados. Em

seguida realizou-se a implementação do sistema de

controle na planta real utilizando a técnica hardware-in-

the-loop para validação do modelo da planta e do

controlador. Diferentes entradas no ângulo de elevação

e descolamento foram simuladas e implementadas na

planta real, para assim validar a metodologia

apresentada.

2. Aeronave com hélices paralelas

O estudo apresentado neste artigo é realizado em um

planta de aeronave com três graus de liberdade

desevolvida no Laboratório de Sistemas Automatizados

e Controle (LaSisC) da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná. A planta é mostrada na figura 1. O

helicóptero consiste de uma base rotativa sobre a qual

um braço está montado. Esta braço carrega o corpo de

helicóptero em uma extremidade e um contrapeso na

outra. O braço realiza movimentos de elevação do corpo

do helicóptero. O corpo do helicóptero é montado no

término do braço e está livre para girar sobre um eixo.

Três leitores de encoder são montados sobre estes eixos

para medir os três graus de rotação, que são:

deslocamento, elevação e inclinação. Dois motores de

corrente contínua acoplado às helices e montados no

corpo do helicóptero, faz com que o corpo do

helicóptero se mova. A finalidade do contrapeso é

adequar a carga de elevação as potências dos motores .

Figura 1. Planta experimental da aeronave.

3. Experimentos

A partir da planta da aeronave, foi criado um

protótipo virtual utilizando o software de simulação de

Page 50: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

42

sistema multicorpos ADAMS. No protótipo virtual

foram inseridos as características inérciais obtidas

através da metodologia apresentado em [3] e as

características geométricas foram importados do

software SolidWorks, A figura 2 mostra o diagrama da

metodologia utilizada para obtenção do modelo

matemático identificado.

Figura 2. Metodologia para obtenção do modelo

matemático

O sistema de controle com atribuição de autoestrutura

completa apresentado em [4] é aplicada à planta através

da técnica hardware-in-the-loop. A figura 3 apresenta o

diagrama de blocos do experimento.

Figura 3. Diagrama de blocos do sistema de controle

4. Resultados

Para realizar a validação do sistema de controle

aplicado à aeronave, inicialmente foram realizadas

simulações no sistema de controle aplicado ao modelo

não-linear do sistema. Posteriormente realizou-se

experimentos na planta real com as mesmas condições

das simulações realizadas inicialmente. Os testes

consistiram em alterar os ângulos de referência de

elevação e deslocamento. No instante de 10 segundos,

variou-se 50º no ângulo de deslocamento e 30º no

ângulo de elevação. Os resultados dos ângulos de

deslocamento e elevação são apresentados nas figuras 4

e 5. Já a figura 6 apresenta a resposta da ação de

controle em unidade de Newtons realizadas pelos

motores.

Figura 4. Resposta ângulo de deslocamento.

Figura 5. Resposta do ângulo de elevação.

Figura 6. Resposta da ação de controle.

5. Conclusões

Ambas as respostas da simulação e do modelo

experimental convergiram para os valores de referência

desejados. A simulação e o modelo experimental

apresentaram comportamento semelhantes, tanto em

termos de valores de tempo quanto em amplitude,

mostrando assim uma correlação entre o modelo

matemático com o modelo real, validando assim a

metodologia utilizada para identificação do modelo

matemático e obtenção do sistema de controle por

atribuição de auto-estrutura.

6. Referências

[1] P. R. Silva. Helicóptero: Conhecimentos técnicos e

noções fundamentais. Asa Editora, 2010

[2] S. K. Choudhary. LQR Based PID Controller Design

for 3-DOF Helicopter System. International Journal of

Computer, Information, Systems and Control

Engineering. Vol: 8, No: 8, 2014

[3] M. A. F. Montezuma. Metodologia para

identificação e controle de um protótipo de uma

plataforma de movimento com 2 G.D. Tese.

Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010

[4] J. J. D’Azzo; H. C. Houpis. Linear control system

analysis and design: Conventional and modern,

McGraw Hill Publishing Company, 1995

Agradecimentos Agradecemos à fundação CAPES pelo suporte material

e financeiro, o quão possibilitou a realização deste

trabalho.

Peças de corpos rígidos

Formas geométricas

Desenho 3D

Protótipo

Virtual no

ADAMS

Experimentos

em cavalete

Modelo

Linear

Modelo

Não-linear

Características físicas

Modelo de

aeronave

Desenho em

SolidWorks

Page 51: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

43

INFLUÊNCIA DA INÉRCIA A TORÇÃO NO MOMENTO FLETOR DE

PLACAS MACIÇAS DE CONCRETO

Rodrigo Villaca Santos, [email protected]

1

Leticia Barizon Col Debella, [email protected]

1 UTFPR – Via do Conhecimento, Km 1, Pato Branco, PR, Brasil.

1. Introdução

A analogia de grelha é um método bastante usado

para análise de placas, principalmente devido a sua

facilidade de modelagem e compreensão. Outro método

conhecido é a teoria de Kirchhoff [1], a qual descreve

satisfatoriamente o comportamento de placas delgadas.

No entanto, a analogia de grelha permite uma análise

tridimensional e integrada entre todos os componentes

da estrutura.

O procedimento consiste em substituir a placa por

uma malha equivalente de barras, onde a inércia à

torção ( J ) e à flexão ( I ) do elemento são concentradas

nessas barras.

Quando se tratam de peças maciças de concreto, é

necessário que se leve em consideração uma

característica peculiar do material, que é a fissuração

devido a sua retração. Na modelagem computacional,

uma forma de representar a perda de rigidez devido à

fissuração é reduzir a inércia à torção das barras da

grelha.

Sendo assim, o objetivo desse trabalho é visualizar a

influência nos momentos fletores de uma placa maciça

de concreto, quando se utilizam diferentes fatores de

redução da inércia à torção, a fim de representar de uma

forma realística o comportamento estrutural da placa.

2. Método

Através do software SAP2000, foram calculados os

momentos fletores de uma placa maciça de concreto.

Nesse modelo foram aplicadas diferentes reduções da

inércia a torção nas barras da grelha. Essas inércias são

calculadas pelo software, e os valores numéricos das

reduções são introduzidos em cada caso. Segundo

Stramandinoli [2], não existe uma regra geral para o

cálculo da inércia à torção. Foi constatado que o

SAP2000 utiliza as fórmulas propostas por Gere e

Weaver [3] para esse cálculo, representadas por:

³ J e f (1)

4

4

10, 21 1

3 12

e e

f f

(2)

sendo (J) a inércia a torção, (e) a menor dimensão da

seção do elemento e (f) a maior dimensão da seção.

Neste trabalho as reduções à inércia a torção foram

aplicadas segundo:

a) Süssekind [4] que sugere adotar apenas 1/5 do valor

dessa inércia, ou seja, 20% do seu valor.

b) NBR 6118/2014 [5], no item 14.7.6.2 recomenda

reduzir a inércia a torção para 15% do seu valor.

c) Hambly [6] propõe que se use a relação de J = 2I, ou

seja, a inércia a torção seja o dobro da inércia a flexão.

Para o caso de uma grelha de 40x40 centímetros, é

necessário que se reduza a 59% a inércia a torção, para

que a relação J = 2I seja atendida.

Ainda, para efeitos de comparação, foi modelada

uma placa sem nenhuma redução da inércia.

3. Exemplo Numérico

Neste estudo foi utilizada uma placa maciça de

concreto, quadrada, com 4 metros de lado, espessura de

10 centímetros, apoiada sobre vigas de seção 12x30

centímetros, e considerada engastada em duas bordas

adjacentes. A figura 1 mostra a placa e a grelha

equivalente com suas dimensões, com barras espaçadas

a cada 40 centímetros.

Figura 1: placa maciça e sua grelha equivalente

espaçada em 40 centímetros, de lado 400 centímetros.

O concreto utilizado possui as seguintes

propriedades: resistência a compressão característica

(fck) 25 MPa, coeficiente de Poisson ν = 0,2, módulo de

elasticidade E = 25 GPa. Cada barra da grelha possui

uma seção de 40x10 centímetros, devido ao

espaçamento e a espessura da placa. Uma carga de 750

kgf/m² foi atribuída à placa, e por área de influência,

cada barra da recebe 150 kgf/m.

4. Análise dos Resultados

A tabela 1 mostra um comparativo dos resultados

dos momentos fletores em “x” (Mx) e em “y” (My),

positivos e negativos, com suas respectivas reduções da

inércia a torção, e ainda o valor do momento torsor (Mt)

para enfatizar a teoria envolvida.

Page 52: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

44

Tabela 1: Momentos fletores (Mx e My) e momento

torsor (Mt), referentes as reduções da inércia a torção. S/ REDUÇÃO HAMBLY SÜSSEKIND NBR 6118

J=100%J=2I

J=59%J=20% J=15%

Mx+=My+

(kgf.m/m)274 313 426 444

Mx-=My-

(kgf.m/m)751 808 937 954

Mt

(kgf.m/m)360 270 127 97

Com base nos resultados obtidos, expostos na tabela

1, verificou-se que quando a analogia de grelha é

aplicada a uma placa maciça de concreto sem redução

da inércia a torção, o valor do momento torsor é

máximo. Essa relação implica que há uma

descontinuidade na distribuição de momento fletor na

placa. À medida que a inércia a torção sofre redução, o

valor do momento torsor diminui, e o momento fletor

aumenta, atenuando essa descontinuidade.

As figuras 2 e 3 evidenciam a descontinuidade

citada anteriormente para dois casos específicos. Na

figura 2 a placa encontra-se sem redução da inércia a

torção, e em seguida, na figura 3, com a inércia reduzida

a 15% do seu valor total, conforme a NBR 6118.

Percebe-se, analisando as figuras, que quanto mais

reduzida à inércia a torção, mais atenuado o gráfico fica.

Figura 2: diagrama de momento fletor da laje sem

redução da rigidez torção, e a descontinuidade nos nós

das barras provocada pelo momento torsor.

Figura 3: diagrama de momento fletor da laje com 15%

da rigidez a torção, segundo a NBR 6118, e a

descontinuidade nos nós das barras mais atenuada.

4. Conclusões

O presente trabalho buscou avaliar a influência da

inércia a torção nos valores de momento fletor de uma

placa maciça de concreto. Para isso, a placa foi

modelada computacionalmente pelo método da analogia

de grelha. Foram testadas hipóteses a respeito da

redução da inércia a torção, e os valores obtidos de

momento fletor foram ser comparados.

Analisando os dados obtidos, percebe-se que os

valores de reduções da inércia a torção modelados nesse

trabalho, resultam em uma divergência significativa na

ordem de grandeza dos momentos fletores da placa. No

caso do momento fletor positivo, a diferença entre os

resultados com 15% do valor total da rigidez, conforme

a NBR 6118, e sem nenhuma redução, chega a 62%.

Ainda em relação aos valores de momento fletor,

pode-se inferir que em uma situação prática de

modelagem, não considerar a diminuição da inércia a

torção da placa vai contra a segurança, pois subestima

os valores dos momentos fletores.

Portanto, considerar a redução da inércia a torção na

modelagem computacional de placas maciças de

concreto é uma forma coerente de se obter resultados

condizentes com a realidade. Dessa forma, supõe-se que

a região efetiva de concreto que irá ser solicitada aos

esforços de torção foi reduzida. Ainda, dentre os valores

efetivos dessa redução, testados no presente trabalho, a

adoção de 15% do valor total da inércia é uma

consideração razoável na modelagem, pois além de

atender a norma vigente NBR 6118, resultam em

valores de momento fletor favoráveis à segurança

estrutural.

5. Referências

[1] S. P. Timoshenko; S. Woinowsky- Krieger, Theory

of plates and shells, McGraw – Hill Kogakusha, Ltda,

1959.

[2] J. S. B. Stramandinoli, Contribuições à análise de

lajes nervuradas por analogia de grelha. Dissertação

(mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina,

UFSC, Florianópolis, 2003.

[3] J. M. Gere; W. Weaver JR., Análise de Estruturas

Reticuladas. Editora Guanabara Dois S. A. Rio de

Janeiro – RJ, 1981.

[4] J. C SÜSSEKIND, Curso de Análise Estrutural

Volume III, Editora Globo, Rio de Janeiro, 1987.

[5] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

NBR 6118/2014, Projeto e execução de obras de

concreto armado, Rio de Janeiro, 2014.

[6] E. C. Hambly, Bridge deck behavior. London,

Chapman and Hall, 1976.

Page 53: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

45

INVESTIGAÇÃO DE COMPOSTOS RADIOATIVOS EM CENTRAIS

NUCLEARES COM REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

Marco Antonio Ferreira Finocchio, email

1: [email protected]

Marcio Mendonça, email2: [email protected]

Jancer Frank Zanini Destro, email3: [email protected]

Edson Hideki Koroishi, email4: [email protected]

Ricardo Di Tommaso Bastos, email5: [email protected]

1,2,3,4,5

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

Resumo: Este trabalho tem como objetivo a

classificação de rejeito de material radioativo

contaminado por meio de Redes Neurais Artificiais

(RNA’s). A classificação será obtida através de lotes

fornecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear

(CNEN). As RNA’s tem aplicações nas mais variadas

áreas da engenharia, em controle de processos, precisão,

e, em especial classificação, foco dessa pesquisa.

Palavras chave: Radiação Nuclear, Compostos

radioativos, Classificação, Redes Neurais Artificiais.

1. Introdução

O desenvolvimento tecnológico e científico na área

nuclear, verificado desde o começo do século vinte,

levou a uma grande variedade de aplicações em

pesquisa, medicina, indústria e geração de energia por

fissão nuclear [1].

Um aspecto importante relacionado ao

desenvolvimento da tecnologia nuclear é a verificação

segura dos rejeitos radioativos oriundos das diversas

fases do ciclo do combustível nuclear. Assim, como a

produção e utilização de radioisótopos na medicina,

indústria e centros de pesquisa. A caracterização precisa

desses rejeitos não simples, devido a sua diversidade em

composição isotópica e heterogeneidade na distribuição

espacial e densidade de massas. Neste trabalho foi

desenvolvida uma metodologia de verificação de

radiação para determinados compostos nucleares.

Metodologia esta baseada na análise da concentração de

dois elementos radioativos. O tratamento abordado

utilizará Redes Neurais Artificiais (RNA’s), para

aplicação na caracterização isotópica dos rejeitos

radioativos armazenados em Centrais Nucleares.

A radiação ionizante vem de raios gama, raios X e de

partículas carregadas, como elétrons e as partículas alfa.

A Agência Internacional de Energia Atômica

(AIEA) possui um programa (Radioactive Waste Safety

Standards - RADWASS) cujo objetivo é estabelecer um

conjunto coerente de princípios e normas para o

gerenciamento seguro de rejeitos radioativos, além de

formular as diretrizes necessárias para sua aplicação [2].

Atualmente, há três eixos de pesquisas referentes ao

destino de rejeitos nucleares: separação, estocagem e

acondicionamento dos elementos radioativos e sua

guarda por um período de tempo muito longo, foco

dessa pesquisa.

Os principais tipos de rejeitos radioativos em

centrais nucleares são os de baixo nível de atividade e

vida curta, os médios níveis de atividade e vida curta e

os altos níveis de atividade e vida longa.

Como compostos de baixo nível e vida curta podem

ser relacionados: as luvas, sapatilhas, máscaras,

aventais, papéis, juntas e ferramentas contaminadas. São

armazenados em tambores e, após o decaimento, podem

ser considerados lixo comum, pois já não apresentam

nenhum risco. Os compostos de médio nível e vida curta

são resinas exauridas (na remoção ou purificação da

água contaminada), juntas e filtros utilizados para reter

partículas radioativas. Já os compostos alto nível e vida

longa são os elementos contidos nos combustíveis

usados no reator que estejam exauridos.

Os elementos combustíveis são removidos após uma

permanência de 3 a 4 anos dentro do reator. Num

primeiro estágio, eles são armazenados em piscinas

existentes no próprio reator, para que ocorra o

decaimento e resfriamento. Estes elementos

combustíveis contêm materiais radioativos de alto

conteúdo energético (urânio e plutônio), que podem ser

removidos, em instalações especiais, para produzir novo

combustível. Além disso, são produzidos outros

elementos (transurânicos e produtos de fissão), que são

rejeitos com alta atividade e vida muito longa.

Com base de dados obtidos na operação de usinas

nucleares, uma usina como Angra II gera, um volume

de 50 a 100m3 de rejeitos de baixo e médio nível de

atividade [3].

Esse trabalho objetiva identificar radionuclídeos não

homogeneamente distribuídos em tambores de 200 litros

utilizando RNA’s, para aplicação na caracterização

isotópica dos rejeitos radioativos visando seu destino.

2. Metodologia e Materiais

As RNA’s são técnicas computacionais que

apresentam um modelo matemático inspirado na

estrutura neuronal de organismos inteligentes e que

adquirem conhecimento mediante experiência [5].

Neste contexto, uma das dificuldades está na

configuração a ser empregada para se utilizar esse tipo

de ferramenta. Como por exemplo, encontrar o número

ideal de neurônios da camada escondida não é uma

tarefa trivial, porque depende de uma série de fatores,

como tempo de processamento, erro pretendido, desse

modo, muitas vezes são utilizadas técnicas empíricas

[4]. De um modo geral essas técnicas têm aplicações em

Page 54: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

46

previsão de séries temporais, otimização e identificação

de sistemas e controle de processos [4].

O desenvolvimento deste trabalho baseia-se na

necessidade de caracterização dos tambores de rejeito

radioativo compactáveis armazenados em depósitos de

instalações nucleares para destinação a Comissão

Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A finalidade do método desenvolvido é possibilitar a

caracterização isotópica desses tambores, identificando

os radionuclídeos presentes e respectivas atividades

contidas no tambor de rejeitos.

Desse modo, a verificação da radiação nos

compostos nucleares será executada através da análise

da concentração de dois elementos radioativos e1

(partículas alfa) e e2 (partícula beta). Com avaliação das

amostras por meio da implementação da RBF que

classificará se o composto é ou não radioativo Figura 1.

Figura 1. Rede RBF de classificação.

Tabela I - Amostras dos elementos.

Assim, se o elemento for radioativo assumirá o valor

d=1, caso contrário seu valor será d=-1. As 20 amostras

coletadas estão representadas na Tabela I (rede com

saída polarizada)

De posse das informações contidas na Tabela I [3],

realizar o treinamento da rede pelo algoritmo Clustering

e Regra Delta, para a camada escondida e saída.

Deverá ser considerado para as simulações (camada

de saída): taxa de aprendizagem =0,1; Função de

ativação rampa simétrica e o critério de parada =10-7

.

3. Resultados

Com a utilização da rede treinada foi possível

classificar amostras da Tabela II, que apresentou o Erro

Quadrático Médio (EQM) em relação a cada época de

treinamento da camada de saída para nova amostra.

Estas nove amostra representam a capacidade de

generalização e a eficiência da rede em aprender.

Tabela II - Classificação de nova amostra.

Amostra e1 e2

01 0,5227 0,2321

02 0,5153 0,2041

03 0,1832 0,0661

04 0,5015 0,9812

05 0,3534 0,3646

06 0,3268 0,2766

07 0,9948 0,4962

4. Conclusões

Apesar dos resultados iniciais, as RNA’s

demonstraram sua capacidade de classificação dos

rejeitos, por meio das amostras dos elementos.

Uma vantagem dessa técnica computacional foi

evitar contato com as amostras e obter respostas, mesmo

que polarizadas. Podendo classificar compostos

radiativos e não radiativos. Futuros trabalhos endereçam

uma maior massa de dados para novos testes de

classificação.

5. Referências

[1] JÚNIOR, Ademar José Pontiens. Aplicação de redes

neurais artificiais na caracterização isotópica de

tambores de rejeito radioativo. 149 páginas. Tese de

Doutorado em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear

Aplicações. Instituto de Pesquisas em Energia Nuclear,

São Paulo, 2005.

[2] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY

AGENCY. The Principles of Radioactive Waste

Management, Vienna, 1995 (Safety Series No. 111-F).

[3] CNEN. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA

NUCLEAR. Rejeitos radioativos. Coordenação - Geral

de Relações Institucionais. Divisão de Comunicação

Social. Rio de Janeiro, novembro de 2001.

[4] SILVA, Ivan Nunes da; SPATTI, Danilo Hernane;

FLAUZINO, Rogério Andrade. Redes neurais

artificiais: para engenharia e ciências aplicadas. São

Paulo: Artlibre, 2010.

[5] HAYKIN, Simon. Neural Networs and Learning

Machines. 3ª ed. New York: Prentice Hall, 2008.

Amostra e1 e2 d

01 0,2563 0,9503 -1

02 0,2405 0,9018 -1

03 0,1157 0,3676 1

04 0,5147 0,0167 1

05 0,4127 0,3275 1

06 0,2809 0,5830 1

07 0,8703 0,8666 -1

08 0,2612 0,6109 1

09 0,0244 0,5279 1

10 0,9588 0,3672 -1

11 0,9332 0,5499 -1

12 0,9623 0,2961 -1

13 0,8263 0,9301 -1

14 0,7297 0,5776 -1

15 0,9359 0,8724 -1

16 0,4560 0,1871 1

17 0,1096 0,9165 -1

18 0,1715 0,7713 1

19 0,5158 0,8545 -1

20 0,5571 0,5485 -1

Page 55: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

47

MODELAGEM DE MANIPULADOR ROBÓTICO COM JUNTAS FLEXÍVEL

Karina Assolari Takano, [email protected]

1

Fabian Andres Lara Molina1, [email protected]

1

Edson Hideki Koroish1, [email protected]

1

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Programa de Pós-graduação de Engenharia Mecânica, Av. Alberto

Carazzai 1640, câmpus Cornélio Procópio.

1. Introdução

Manipuladores robóticos com juntas flexíveis são

utilizados em aplicações nas quais o manipulador deve

interagir com o ambiente, a flexibilidade permite uma

deformação elástica nas juntas, isto aumenta a

segurança na operação [1].

A utilização de elementos de transmissão flexíveis

como harmonic drives, correias e sensores de torque

origina flexibilidade nas juntas do manipulador.

A dinâmica das juntas flexíveis introduz

instabilidades e um comportamento não desejado:

oscilações de baixa frequência ao incrementar a

velocidade de operação e oscilações durante a

movimentação do robô. Portanto as estratégias de

controle devem considerar a flexibilidade nas juntas

para minimizar os efeitos mencionados.

Este trabalho tem como objetivo apresentar a

modelagem dinâmica de um manipulador, planar de

dois graus de liberdade, com juntas flexíveis visando

implementar uma estratégia de controle de posição.

2. Metodologia e materiais

O modelo dinâmicode um manipulador rígido pode

ser obtido a partir das equações de Lagrange [2] e é

apresentado na Eq. (1).

(1)

onde é o vetor de torque do motor após o redutor; os

vetores e são, respectivamente, a posição, a

velocidade e a aceleração nas juntas dos elos; é a

matriz de inércia dos elos rígidos; é o vetor

que contém os momentos produzidos pelas acelerações

de Coriolis, centrípeta e gravitacional; e é o vetor do

torque de atrito.

O modelo do manipulador com juntas flexíveis

utilizado neste trabalho foi baseado em [1]. A

flexibilidade no manipulador pode ser modelada como

uma mola angular, de rigidez k, localizada entre as

juntas. Esta representação da flexibilidade pode ser

observada na Fig. 1, é a posição do motor; τ é o torque

do motor e q é a posição do elo.

θ

τ

qk

Figura 1. Representação da flexibilidade na junta do manipulador.

Pode ser observado na Fig. 2 o diagrama

esquemático do manipulador planar com dois graus de

liberdade com flexibilidade nas juntas. Nesta figura

estão indicados os seguintes elementos:

(torque dos motores); (posição dos

elos); rigidez das juntas ( e ); e θ

(posição dos motores).

y

x

q1

q2

k1

k2

θ1

θ2

τ2

τ1

Figura 2. Representação do manipulador flexível planar

com dois graus de liberdade e flexibilidade nas juntas.

Considerando o posicionamento do manipulador

como mostrado na Fig. 2, a gravidade está localizada no

eixo -z e portanto não tem efeito na dinâmica do

manipulador.

As Eqs. (2) e (3) indicam as equações dinâmicas do

manipulador [1].

(2)

(3)

onde é a matriz de inércia dos rotores; é a matriz de

rigidez das juntas; e é o vetor de atrito nos motores.

As Eqs. (2) e (3) são simplificadas a fim de obter um

modelo para a síntese do sistema de um controle de

posição. O manipulador foi considerado em uma

configuração fixa, assim . Além disto foi

considerado o caso crítico no qual o manipulador não

tem amortecimento, ou seja, . O modelo

resultante na forma matricial é:

(4)

onde ; e que depende

apenas da posição do link rígido [2]; e

.

Page 56: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

48

A matriz de transferência pode ser obtida a partir de

valores específicos atribuídos a e aplicando a

transformada de Laplace na Eq. (4).

O torque dos atuadores é considerado como sinal de

entrada e a posição dos motores é considerado como

sinal de saída de [G] na Eq. (5).

(5)

onde e é a variável de

Laplace. Como pode ser observado, a matriz de

transferência é composta por outras quatro funções

de transferência: , , e as

quais, em um formato genérico dado por ,

relacionam uma entrada i com uma saída j.

3. Resultados

A Função de Resposta em Frequência (FRF) de

, , e podem ser observadas

na Fig. 4 para diferentes valores de .

Figura 4. Função de transferência

A posição do segundo link apresenta grande

influência sobre a FRF do sistema. Para as

configurações com =180° e =-180° obtemos uma

resposta idêntica devido a que estas determinam a

mesma configuração do manipulador.

A frequência de bloqueio para cada elo ( e )

corresponde à frequência do primeiro zero de e

respectivamente [1]. A variação e em

função de é apresentado na Fig. 3.

Figura 3. Frequências de bloqueio e

Como pode ser observado na Fig. 3, existe uma

variação significativa nas frequências de bloqueio para

este sistema. Esta característica deve ser levada em

conta no projeto do controle porque estas frequências

são utilizadas para sintonizar os controladores.

4. Conclusões

Os resultados obtidos no modelo dinâmico

simplificado mostraram que a frequências de bloqueio

têm uma variação expressiva para os valores

considerados, portanto estas dependem da configuração

do manipulador. A estratégia de controle para atenuar as

vibrações produzidas pela flexibilidade das juntas

deverá considerar esta dependência. Portanto, o controle

paralelo distribuído será considerado em futuros

trabalhos.

5. Referências

[1] De Luca, W Book, B.S. and Khatib, O., 2008.

Robots with Flexible Elements.Springer Handbook of

Robotics, Heidelberg.

[2] Lewis, F. L., Dawson, D. M. and Abdallah C. T.,

1993. Robot Manipulator Control: Theory and Practice.

control engineering series. Prentice-Hall.

Page 57: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

49

OBTENÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO E CONTROLE EM CO-

SIMULAÇÃO DE UM BOLA-VIGA ATRAVÉS DO ADAMS/SIMULINK®

Lucas Niro, [email protected]

1

Marcio Aurelio Furtado Montezuma, [email protected]

Wanderlei Malaquias, [email protected]

1,2,3 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Cornélio Procópio, Avenida Alberto Carazzai, 1640 Cep

86300-000 - Cornélio Procópio - Pr - Brasil

1. Introdução

Sistema mecânicos são modelados usualmente

utilizando a segunda lei de Newton [1] ou através da

equação de Euler-Lagrange juntamente ao princípio de

Hamilton.

A obtenção de um modelo matemático realístico está

diretamente relacionada com o desempenho do

controlador. A ferramenta ADAMS® (Automatic

Dynamics Analyss of Mechanical Systems) proporciona

a modelagem do sistema através de uma ferramenta

CAD. O software gera o modelo linear na forma de

matrizes de espaço de estados, além de gerar também o

modelo não-linear que pode ser co-simulado com o

Matab/Simulink.

A técnica de obtenção do modelo através do

ADAMS®

se mostra eficiente em diversos sistemas

mecânicos, alguns exemplos podem ser verificados na

literatura como [2] onde se modela e controla uma

plataforma de movimento 2G.D.L., e em [3] onde o

autor modela e controla a arfagem e a guinada de um

sistema de hélices paralelas.

2. Modelo Matemático através do ADAMS®

A metodologia consiste em, primeiramente, definir

quais são as partes moveis e fixas do sistema. Estas

serão representada no software como na Figura 1.

Figura 11 - Sistema Real

O próximo passo é desenhar todos os componentes

do sistema no software Solidworks®. A opção de utilizar

outro software de CAD para representar o modelo em

3D se deve as vantagens práticas e facilidades que o

Solidworks® proporciona. O modelo é salvo no formato

parasolid e é exportado para o ADAMS®.

Figura 12 - Sistema representado no Solidworks®

No ADAMS® são inseridas as juntas previamente

identificadas no sistema real, defini-se os sistema de

coordenadas global e os sistemas de coordenadas locais

que são utilizados como referência para as medições das

grandezas físicas do sistema. Para melhorar o modelo é

importante atribuir os valores de massa, centro de massa

e momentos principais de inércia de cada componente.

A relação de transmissão não foi utilizada, o torque se

encontra no eixo, pois o conjunto de polias e correia

ainda não é definitiva.

Figura 13 - Sistema definido no software ADAMS®

3. Simulações

O sistema de controle escolhido é o sistema seguidor

com atribuição de autoestrutura completa. A teoria

controle está representada em [4]. Os autovalores

utilizados foram .

As matrizes obtidas são:

Page 58: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

50

Sendo que apenas a saída referente a primeira linha

da matriz C é a posição a ser controlada, está é

representada completa já que facilita na realimentação

de estados, por não necessitar de um observador.

O diagrama, abaixo, mostra o sistema seguidor com

o modelo não linear criado pelo software ADAMS® em

destaque na Figura 4.

Figura 14 – Diagrama de blocos do sistema seguidor com planta não linear

Realizam-se simulações com o modelo linearizado

do sistema e com o modelo não linear. Como é

representada abaixo ambas simulações estão próximas.

Ocorreram algumas diferenças que já eram esperadas.

As mais perceptíveis ocorreram na entrada degrau e

estão destacadas. Na simulação não linear existe uma

faixa em que o carrinho vai para o lado oposto do

desejado, isto se deve ao fato de que quando há uma

variação angular rápida que devida a inércia do carrinho

este tende a manter a mesma posição horizontal do

sistema de coordenadas global e que leva a um recuo em

relação ao sistema de coordenadas da barra.[5]

Na simulação com a onda senoidal é possível ver

uma característica do controle seguidor que necessita

uma entrada continua por partes para que o erro de

regime convirja para zero, o atraso pode ser reduzido

aumentando os autovalores porém essa mudança pode

saturar o sistema de atuação.

4. Conclusões

A metodologia utilizada para encontrar o modelo

matemático através da prototipagem virtual se mostrou

eficiente, ambas as simulações convergiram para o valor

desejado.

A metodologia já obteve resultados positivos quando

aplicado a um helicóptero de hélices paralelas realizado

no laboratório. Agora é necessária a aplicação deste

modelo na planta real para verificar a efetividade da

metodologia.

Figura 15 – Resposta a uma entrada Degrau

Figura 16 – Resposta a uma entrada onda quadrada

Figura 17 – Resposta a uma entrada senoidal

5. Referências [1] OGATA, Katsuhiko. Engenharia de controle

moderno. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,

c2010. x, 809 p. ISBN 9788576058106.

[2] MONTEZUMA, M.A.F. (2010). “Metodologia para

identificação e controle de um protótipo de uma

plataforma de movimento com 2 G.D.L”, 169 p. Tese.

[3] BREGANON, RICARDO (2010). “Controle de

arfagem e guinada de um sistema de hélices paralelas”.

Dissertação

[4] D’AZZO, J.J. E HOUPIS, H.C. (1995). “Linear

control system analysis and desing: conventional and

modern”, 3th ed., New York, McGraw Hill Publishing

Company.

[5] NIRO, L; MONTEZUMA, M.A.F.; MENDONÇA,

M; de Arruda, L.V.R. Controle De Um Ball And Beam

Utilizando Sistema Seguidor Com Atribuição De Auto-

Estrutura Completa. CBA 2014

Agradecimentos

Agradecemos à Capes pelo suporte e financeiro, o quão

possibilitou a realização deste trabalho.

Page 59: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

51

OTIMIZAÇÃO DA TRAJETÓRIA DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO DE

UM GRAU DE LIBERDADE

José Mario Bettio, [email protected]

1

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio, Cornélio Procópio PR

1. Introdução

Devido ao grande crescimento industrial e a

necessidade de se ter uma produção ágil, confiável e de

baixo custo a automação e a robótica estão sendo

utilizadas de forma intensiva pelas empresas.

A crescente utilização dos manipuladores robóticos

na indústria para realizarem cada vez mais atividades se

deve ao fato de sua versatilidade e também de seu

custo/benefício.

Por se tratar de um ambiente industrial, onde os

manipuladores realizam tarefas repetitivas, é preciso

que o tempo para se realizar uma tarefa seja minimizado

para assim produzirem mais [1]. Adicionalmente faz-se

necessário minimizar a energia para a operação dos

manipuladores robóticos [2]. Neste contexto, foram

realizados estudos sobre a otimização do torque e

potência mecânica [3].

A metodologia apresentada neste trabalho visa

minimizar o torque aplicado por um atuador na

execução de uma tarefa para assim obter um menor

consumo de energia na execução da trajetória. Para isto,

foi utilizado o método de otimização Algoritmo

Genético (AG) para a seleção dos parâmetros de uma

trajetória com perfil de velocidade trapezoidal.

2. Metodologia e materias

O manipulador robótico de um grau de liberdade é

apresentado na figura 1.

Figura 1. Manipulador de um grau de liberdade.

Onde l é o comprimento do elo, m é a massa do elo,

Ɵ é o ângulo da junta, τ é o torque aplicado na junta, g é

a aceleração da gravidade.

2.1 Modelo dinâmico do Manipulador

O modelo dinâmico do manipulador foi formulado

através das equações de Newton-Euler e apresentado na

equação (1).

τ = ml2Ɵ + mglsen(Ɵ) (1)

As variáveis Ɵ e Ɵ são a posição e a aceleração do

manipulador, respectivamente.

2.2 Trajetória com perfil de velocidade

trapezoidal

A trajetória utilizada para movimentar o

manipulador entre a posição inicial Өi e a posição final

Ɵf tem um perfil de velocidade trapezoidal, ou seja, o

manipulador inicia seu movimento com uma velocidade

inicial nula, acelera desenvolvendo um movimento

uniformemente variado fazendo com que a velocidade

aumente linearmente até um valor máximo, o qual se

mantém constante por um intervalo de tempo. Após esse

tempo, o sistema começa a desacelerar com uma

aceleração de modulo igual à da anterior fazendo com

que a velocidade decaia linearmente até zerar. O perfil

de velocidade é apresentado na figura 2.

Figura 2. Perfil de velocidade trapezoidal.

Os parâmetros ts, ta e Ɵmax definem a trajetória

trapezoidal. Onde, ts é o tempo de execução do

movimento, ta é o tempo no qual é aplicada a aceleração

constante e Ɵmax é a velocidade máxima.

2.3 Problema da Otimização

Para que o torque aplicado pelo atuador seja

minimizado é necessário que o algoritmo genético

selecione os parâmetros da trajetória com perfil de

velocidade trapezoidal. Assim, o ta é selecionado para

minimizar o torque aplicado pelo atuador τ, já que

trajetória é definida exclusivamente pelo tempo de

aceleração uma vez definidos Ɵmax e ts.

2.4 Algoritmo Genético

Os AG são algoritmos de busca global, baseados na

teoria da evolução, estabelecendo o princípio do mais

apto para produzir soluções melhores a cada geração.

Ou seja, a cada geração, uma nova população é criada

tendo como base as informações dos melhores

Page 60: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

52

indivíduos da geração anterior, selecionados a partir de

um critério especifico.

A função do algoritmo é codificar soluções

potenciais para um certo problema de uma estrutura

simples e aplicar operadores de recombinação afim de

que a preservação da informação seja garantida. A

figura 3 exemplifica o processo de seleção dos

parâmetros através do fluxograma do algoritmo [4].

Figura 3. Fluxograma do Algoritmo Genético.

3. Resultados

As simulações numéricas do modelo dinâmico do

manipulador e da trajetória foram implementadas no

Simulink/Matlab. O AG foi implementado utilizando o

Optimization-toolbox/Matlab.

O manipulador se movimenta da posição inicial

Өi=0 rad para a posição final Ɵf=π/4 rad em um tempo

ts=1s. Na execução do AG foi considerado uma

população de 10 indivíduos resultando em 51 gerações e

520 avaliações da função objetivo. Após a execução do

AG três vezes foi obtido o ta, tempo de aceleração, de

aproximadamente 0,0350s. O torque mínimo obtido é

apresentado na figura 4. Percebe-se que seu valor de

mínimo ocorre quando o perfil de velocidade constante

é maximizado.

Figura 4. Torque realizado pelo manipulador

Na figura 5 o perfil de posição da trajetória do

manipulador após a otimização. Desta forma é obtido a

trajetória de referência de posição para que o

manipulador execute a trajetória imposta aplicando o

torque mínimo na junta. A partir dos resultados obtidos,

pode-se observar que o tempo ideal de aceleração

implicou em uma redução considerável do torque.

Figura 5. Perfil da trajetória obtido após a

minimização.

4. Conclusões

Neste trabalho é apresentada uma proposta de

otimização da trajetória para manipuladores robóticos,

visando a utilização mais efetiva do potencial destes

equipamentos cada vez mais utilizados na indústria.

Neste contexto, o algoritmo genético foi utilizado como

ferramenta para verificar sua viabilidade para a

otimização.

A partir de um perfil de velocidade trapezoidal e de

configurações iniciais e finais pré-determinadas foi

possível encontrar o torque aplicado pelo manipulador.

Em seguida, o algoritmo foi implementado encontrando

um tempo de aceleração ótimo, ta, afim de que o torque

seja reduzido. Através de simulações computacionais, o

algoritmo genético demonstrou ser uma ferramenta

adequada para achar a trajetória que minimiza o torque

aplicado.

5. Referências

[1] D. Constantinescu, and E.A. Croft., 2000. “Smooth

and Time-Optimal Trajectory Planning for Industrial

Manipulators along Specified Paths”. Journal of Robotic

Systems, 17(5), pp. 233-249.

[2] LARA-MOLINA, F. A et al., 'Multi-Objective

Optimization of Stewart-Gough manipulator using

gobal indices', Advanced Intelligent Mechatronics,

(AIM), 2011 IEEE/ASME International Conference on,

79-85, 2011.

[3] Santos, R. R., Steffen, Jr., V. e Saramago, S. F. P.,

2006, “Técnicas de Controle Ótimo Multicritério

Aplicadas à Otimização de Aspectos Dinâmicos no

Planejamento de Trajetórias de Robôs Manipuladores”.

In: VII Simpósio de Mecânica Computacional, 2006,

Araxá-MG.

[4] LINDEN R, Algoritmos Genéticos, 3a Edição,

Ciência Moderna, 2012

Page 61: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

53

OTIMIZAÇÃO DOS PARÂMETROS ESTRUTURAIS DA PLATAFORMA

STEWART PARA UMA TAREFA DETERMINADA

Fábio Pacholok dos Santos, [email protected]

Victor Renan Bolzon, [email protected]

Fabian Andres Lara Molina, [email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio, Departamento de Engenharia Mecânica, Av.

Alberto Carazzai 1640, Cornélio Procópio – PR

1. Introdução

A Plataforma de Stewart é um mecanismo paralelo

de seis Graus de Liberdade (GdL) formado por uma

base fixa ligada a uma plataforma móvel mediante seis

pernas extensíveis com juntas ativas prismáticas (P). As

pernas possuem uma junta esférica (E)na extremidade

que liga à plataforma móvel e junta universal (U) na

base fixa, esta configuração é definida como UPS. A

cinemática paralela da Plataforma Stewart permite

maior precisão de posicionamento e transmissão de

grandes cargas em comparação aos mecanismos seriais.

Os manipuladores mais conhecidos têm forma de

braço antropomórfico, estes são conhecidos como

manipuladores seriais que são constituídos por uma

sucessão de elos conectados ao seu antecessor e

sucessor por meio de juntas. Embora os manipuladores

seriais sejam predominantes, os manipuladores paralelos

vêm ganhando espaço e conquistando interesse a cada

vez mais de pesquisadores (Mello, 2011).

Este trabalho tem como o objetivo determinar os

parâmetros estruturais ótimos do manipulador para

maximizar a destreza cinemática na execução de uma

tarefa determinada. Para isto, a modelagem cinemática

do manipulador é estabelecida. Baseado na matriz

Jacobiana é formulado o Índice de Condicionamento de

Trajetória (ICT). Os parâmetros que definem a estrutura

da plataforma de Stewart são determinados mediante

asolução de um problema de otimização que visa

maximizar o ICT. Este problema de otimização é

solucionado utilizando uma técnica denominada

Algoritmo Genético.

2. Modelagem Cinemática

As seis pernas extensíveis ligam a plataforma

móvel para a base fixa.A localização das juntas

universais Uda base fixa em relação ao sistema de

referência B é definida por na eq. (1).A localização

em relação ao sistema de referência A das juntas

esféricas da plataforma móvel é definida por na eq.

(2), para , respectivamente.

(1)

e

(2)

e

Portanto, a Plataforma de Stewart é definida com

cinco parâmetros: é o raio da base fixa, é o raio da

plataforma móvel, é o ângulo de afastamento dos

vetores , é o ângulo de afastamento dos vetores

e, finalmente, que é o centro z-eixos de coordenadas

do espaço de trabalho constante, podendo esses

parâmetros ser observados na Fig.1.

Figura 18 – Geometria da Plataforma Stewart

Com isso é definido um vetor com os

parâmetros de projeto da plataforma, conforme a

equação (3).

T (3)

Baseado no modelo cinemático inverso a matriz

JacobianaJ do manipulador é definida (TSAI, 1999),

assim:

(4)

Onde é a velocidade dos

atuadores e é a velocidade no

centroideA da plataforma móvel.

2. Otimização da Plataforma Stewart

A otimização da Plataforma Stewart visa determinar

os parâmetros geométricos ideais do mecanismo.A

otimização serárealizadautilizandoAlgoritmos

Genéticos(AGs) [3] com o intuito de maximizar a

destreza cinemática aolongo de uma trajetória. O índice

Page 62: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

54

de condicionamento da trajetória (ICT) baseado no

número de condição da matriz Jacobiana do

manipulador k(J) deve ser maximizado a fim de

aumentar a destreza cinética na execução de uma

determinada tarefa [2]. O ICTé aproximado com uma

somatória discreta, onde x é uma trajetória discretizada

em pontos de , assim:

nx

i ixJk

ICTN 1

11

(5)

Quanto maior o ICT maior será a destreza

cinemática ao longo da trajetória, portanto o ICT deve

ser maximizado. Como restrições é considerado o limite

de comprimento máximo e mínimo das pernas para uma

trajetória determinada:

),(),(maxmin

xx vlv iii (6)

Onde é corresponde às equações da cinemática

inversa. Além disso, as restrições nos parâmetros

geométricos são consideradas como função das

dimensões da trajetória x, esta restrição é dada por:

ili =2

m

å =xx

(7)

Assim, os parâmetros geométricos ótimos são

obtidos maximizando o ICT:

lmaxICT(l)

(8)

Sujeito a:

ili=2

m

å =xx

ra, rb Î [rmax, rmin ]

fa,fb Î [fmin,fmax ]

z0 Î [zmin, zmax ]

"X Î x

Essa maximização será feita com o uso de AGs que

são considerados técnicas heurísticas de otimização

global, este método tem como objetivo de encontrar o

máximo de global de uma função [3].

A Plataforma de Stewart apresenta singularidades

cinemáticas que ocorrem quando não é possível realizar

o movimento da plataforma móvel, estas são essas as

singularidades estáticas ou de força [2]. Aplicando a

otimização da eq. (8) são obtidos os parâmetros que

evitam estas configurações singulares.

3. Resultados

Utilizando o Optimization Toolbox do MATLAB

foram aplicado o AG para solucionar a otimização da

eq. (8).Na Fig. 3 é apresentada a trajetória ao longo da

qual será otimizado o ICT.

0

0.01

0.02

0.03

0.04

-0.02

-0.01

0

0.01

0.020.38

0.39

0.4

0.41

0.42

xy

z

Figura 2 - Trajetória da plataforma móvel x

Na Fig.3apresenta-se a evolução dos parâmetros de

projeto para a maximização do ICT. Foram obtidos os

cinco parâmetros da plataforma com ajuste simultâneo

para todos eles, os parâmetros convergiram e seus

valores são representados na equação abaixo:

]0894,00,1170,31916,00913,0[ mmm T

(9)

5 10 15 20 25 30 35 40 45 500

0.5

1

1.5

2

Generções

Variáveis

de p

roje

to

r a[m]

r b[m]

?a[rad]

?b[rad]

z0[m]

Figura 3 - Evolução de ao longo das gerações do AG.

O ICT convergiu com 5 gerações no valor ICT

=0,2978.Foram realizadas 3 simulações para solucionar

a otimização e obtiveram-se resultados muito próximos

para o ICT e .

4. Conclusão

O trabalho demonstrou ser possível a otimização dos

parâmetros geométricos da plataforma Stewart. Desta

forma fundamentou-se em uma metodologia de projeto

ótimo utilizando A Gs para melhorar o desempenho

cinemático do mecanismo.

5. Referências

[1] Lung-Weng Tsai. Robot analysis: the mechanics of

serial and parallel manipulators. New York, 1999.

[2] F.A Lara-Molina et al. Multi-objective design of

parallel manipulator using global indices, Open

Mechanical Egineering Journal, V 4, N 1, p 37-47,

2010.

[3] Linden, Ricardo. Algoritmos genéticos. 3. ed. Rio de

Janeiro , RJ: Ciência Moderna, 2012.

Page 63: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

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PROJETO DE UMA MESA COM TRÊS GRAUS DE LIBERDADE PARA

ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

Matheus Mikael Quartaroli, [email protected]¹

Rafael Tokuda Kouichi, [email protected]²

Edson Hideki Koroishi, [email protected]³

1,2,3

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Av. Alberto Carazzai, 1640 Cornélio Procópio - PR

1. Introdução

O interesse por vibração surge com a descoberta dos

primeiros instrumentos musicais, provavelmente apitos

e tambores. Desde então, pessoas têm aplicado

engenhosidade e investigação crítica ao estudo do

fenômeno da vibração. Embora certas regras muito

definidas fossem observadas em relação à arte da

música já na antiguidade, elas dificilmente poderiam ser

consideradas uma ciência.

A vibração está envolvida na maioria das atividades

humanas de uma forma ou de outra. Um exemplo

prático é quando ouvimos, porque nossos tímpanos

vibram e vemos porque as ondas de luz sofrem

vibração. Os primeiros estudiosos da área de vibração

concentraram seus esforços no entendimento dos

fenômenos naturais e no desenvolvimento de teorias

matemáticas para descrever a vibração de sistemas

físicos. Mais recentemente, muitas investigações foram

motivadas pelas aplicações da vibração na área da

engenharia, como projeto de máquinas, fundações,

estruturas, motores, turbinas e sistemas de controle [2].

Neste trabalho será abordada a construção de uma

mesa com três graus de liberdade para o estudo de

vibrações, visto que partindo dela podem ser feitos

testes para a compreensão dos modos de vibrar e

consequentemente adoção de técnicas visando à

melhoria em sistemas mais complexos onde o excesso

de vibrações podem causar danos ao funcionamento de

determinado aparelho/estrutura.

2. Modelo do Sistema Mecânico

O modelo foi obtido através de um sistema massa-

mola-amortecedor com três graus de liberdade como

apresentado na Figura 1.

Figura 1. Modelo do sistema mecânico

As equações do movimento baseiam-se na aplicação

da 2ª Lei de Newton e podem ser expressa na forma

matricial de acordo com a equação 1.

xkxcxmF ][][][ (1)

E são dadas por

300

020

001

][

m

m

m

m

(2)

)43(30

3)32(2

02)21(

][

ccc

cccc

ccc

c

(3)

)43(30

3)32(2

02)21(

][

kkk

kkkk

kkk

k

(4)

Onde [ m ], [ c ] e [ k ] são as matrizes de massa,

amortecimento e rigidez respectivamente.

3. Metodologia

A Figura 2 apresenta um esboço da mesa que será

utilizada para análise de vibrações.

Figura 2. Mesa para análise de vibrações

Baseado na Figura 2 está sendo construída a mesa e

assim posteriormente comparar o valor experimental

com o computacional elaborado em Matlab, assim foi

utilizado os parâmetros físicos de acordo com o artigo

[1]. Materiais que serão usados para sua construção

será:

Page 64: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

56

- 3 placas de alumínio com dimensões (0.350x

0.350x 0.010)m, (0.250x 0.250x 0.010)m, (0.150x

0.150x 0.010)m;

- 18 blocos de aço, 12 de (0.020x 0.070x 0.020)m, 2

de (0.020x 0.350x 0.020)m, 2 de (0.020x 0.250x

0.020)m, 2 de (0.020x 0.150x 0.020)m;

- 12 réguas de aço inoxidável (0.020x 0.150x

0.0005)m;

- Parafusos, placas de aço para apoio lateral e base.

4. Resultados

Os parâmetros físicos utilizados para a análise

computacional se encontra na Tabela I.

Tabela I – Parâmetros físicos de vibração

Massa

(kg)

Rigidez

(N/m)

Amortecimento

(N.s/m)

m1 = 6,64 k1 = 100065,90 c1 = 18,76

m2 = 4,62 k2 = 84144,18 c2 = 12,80

m3 = 1,89 k3 = 125509,60 c3 = 14,17

Utilizando os dados apresentados na Tabela I, foram

realizadas simulações do modelo do sistema para

verificar seu comportamento dinâmico. Nestas análise, a

força de excitação foi aplicada na m1, e a resposta foi

medida nesta mesma massa. Estas análises foram feitas

tanto no domínio do tempo como no domínio da

frequência.

A Figura 3 apresenta a Função Resposta em

Frequência (FRF) do sistema, a partir da qual podemos

visualizar os 3 picos referentes aos 3 modos do sistema.

Destaca-se que o terceiro pico (próximo a 45Hz) possui

baixa amplitude em virtude da resposta utilizada ter sido

medida na massa m1.

Figura 3. Função Resposta em Frequência.

Por fim, as Figuras 4 e 5 apresentam as resposta do

sistema considerando entrada impulsiva e entrada

senoidal.

Figura 4. Resposta impulsiva

Figura 5. Resposta senoidal.

5. Conclusões

A partir de métodos numéricos, conclui-se que

existe viabilidade no projeto da mesa, a qual após o

termino de sua construção será essencial para execução

de testes práticos visando à compreensão e mensuração

dos modos de vibrar e suas particularidades.

6. Referências

[1] E. H. Koroishi; G. P. de Melo; E. Assunção, Design

of a state observer using decay rate LMI constraints

for fault detection in mechanical systems, Science &

Engineering Journal, p. 12-21, jan - jun, 2010

[2] S. Rao, Vibrações Mecânicas. 4ed, São Paulo:

Person, 2009

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Tecnológica Federal do

Paraná (UTFPR-CP) pelo suporte material e financeiro,

o quão possibilitou a realização deste trabalho

Page 65: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

PROJETO ÓTIMO DA PLATAFORMA STEWART-GOUGH EM UM

ESPAÇO DE TRABALHO DETERMINADO

Daniel Frederico Mazari, [email protected]

Luiz Gustavo Ricieri da Silva, [email protected]

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio, Departamento de Engenharia

Mecânica, Av. Alberto Carazzai 1640, Cornélio Procópio – PR

1. Introdução

A Plataforma Stewart-Gough é um mecanismo de

cinemática paralela que possui 6 graus de liberdade,

sendo eles 3 graus de rotação e 3 graus de translação.

Este mecanismo tem como características alta rigidez,

precisão nos movimentos e alta capacidade de

transmissão carga no efetuador final em função da sua

estrutura cinemática.

O presente trabalho visa estabelecer uma

metodologia para o projeto ótimo do mecanismo

paralelo Plataforma Stewart-Gough com a finalidade de

determinar os parâmetros geométricos que maximizam a

destreza cinemática em um espaço de trabalho

determinado. Para isto será estabelecida a modelagem

cinemática considerando o modelo inverso e a matriz

Jacobiana. Baseado no índice de desempenho será

estabelecido o Índice de Condicionamento Global (ICG)

que quantifica a destreza cinemática do manipulador no

volume de trabalho. Os parâmetros geométricos são

selecionados para maximizar o ICG utilizando

Algoritmos Genéticos (AG).

2. Modelagem Cinemática

As seis pernas extensíveis l i ligam a plataforma

móvel para a base fixa. A localização das juntas

universais U da base fixa em relação ao sistema de

referência B é definida por na equação (1). A

localização em relação ao sistema de referência A das

juntas esféricas da plataforma móvel Sé definida por Ai

na equação (2), para i =1,2,..., 6 , respectivamente.

(1)

y i=ip

3

-jb

2

i=1,2,5 e yi=yi -1+jb i=2,4,6

(2)

yi=

ip

3

-j

a

2

i =1,2,5 e yi=y

i-1+j

a i=2,4,6

Portanto, a Plataforma de Stewart é definida com

cinco parâmetros: rb é o raio da base fixa, r

aé o raio da

plataforma móvel, jb é o ângulo de afastamento dos

vetores , ja é o ângulo de afastamento dos vetores

e, finalmente, z0 que é o centro z-eixos de

coordenadas do espaço de trabalho constante, podendo

esses parâmetros ser observados na Fig. 1.

Figura 19 – Geometria da Plataforma Stewart

Com isso é definido um vetor com os parâmetros

de projeto da plataforma, conforme a equação (3).

l = [ ra rb ja jb z0 ]T

(3)

Baseado no modelo cinemático inverso a matriz

Jacobiana J do manipulador é definida [2], assim:

(4)

OndeT é a velocidade

dos atuadores e é a

velocidade no centroide A da plataforma móvel.

3. Índice de Condicionamento Global

Na otimização da Plataforma Stewart é utilizado o

ICG que mede a destreza cinemática do manipulador em

um determinado espaço de trabalho. O ICG se

fundamenta no número de condição da matriz Jacobiana

do manipulador 1 k(J), assim 1 k(J) varia de 0

(condição singular na qual a destreza cinemática é nula)

para 1 (estado isotrópico no qual a destreza cinemática é

Page 66: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

58

maximizada) [1]. Logo, o ICG para um espaço de

trabalho w é definido por:

GCI =

1/ k(J)dww

ò

dww

ò (5)

Discretizando o espaço de trabalho em pontos, o

ICG é aproximado por uma somatória disctreta de Nw

posições, assim:

GCI =1

Nw

1/ ki (J)i=1

Nw

å (6)

Portanto quanto maior o índice de condicionamento

global, maior será a destreza no interior do espaço de

trabalho w considerado.

4. Problema Otimização

Quanto maior o ICG maior será a destreza

cinemática, portanto o ICG deve ser maximizado e para

isto os parâmetros geométricos l da equação (3)

devem ser selecionados. Como restrições é considerado

o limite de comprimento máximo e mínimo das pernas

para uma trajetória determinada:

),(),(maxmin

xx vlv iii

(7)

Onde n i é corresponde às equações da cinemática

inversa. Além disso, as restrições nos parâmetros

geométricos são consideradas como função das

dimensões do volume de trabalho w, esta restrição é

dada por:

lii=2

m

å = xw (8)

O espaço de trabalho w com orientação constante da

plataforma móvel é mostrado na Fig. 2; onde:

xw = yw = 2zw

Figura 20: Espaço de trabalho considerado.

Assim:

w= [-xw / 2, xw / 2]x[-yw / 2, yw / 2]x[-zw / 2, zw / 2]x[Æ]x[Æ]x[Æ]

Com isso, a otimização para determinar os

parâmetros geométricos l é dada por:

minl GCI (l) (9)

Sujeito a,

lii=2

m

å = xm

ra, rb Î [rmin, rmax],ja,jb Î [jmin,jmax]

z0 Î [zmin,zmax ]

"X Î w w= [-xw / 2, xw / 2]x[-yw / 2, yw / 2]x[-zw / 2, zw / 2]x[Æ]x[Æ]x[Æ]

A otimização dos parâmetros estruturais do

manipulador será feita com o uso de AG [3].

5. Resultado

A metodologia de projeto ótimo foi implementada

utilizando a Optimization toolbox do Matlab.

A evolução das variáveis de projeto na solução do

AG é mostrada na Fig. 3. Através de um ajuste

simultâneo dos cinco parâmetros que convergem após

40 gerações, assim foi obtido ICG=0,58 e :

l = [ 0,084m 0,1887m 116,9745 4,8245 0,1576m ]

10 20 30 40 50 600

0.5

1

1.5

2

Gerações

Variáveis

de p

roje

to

r a[m]

r b[m]

?a[rad]

?b[rad]

z0[m]

Figura 21: Evolução dos parâmetros de projeto para

otimização ICG.

Os resultados indicam que após 40 gerações não há

mudanças significativas nas variáveis de projeto. Isto

indica que para os valores de λ maximizam a destreza

cinemática do manipulador no volume de trabalho

considerado. O AG foi executado três vezes e foram

obtidos os mesmos valores para o ICG e λ.

6. Referências

[1] F.A Lara-Molina et al. Multi-objective design of

parallel manipulator using global indices, Open

Mechanical Egineering Journal, V 4, N 1, p 37-47,

2010.

[2] Tsai, L.-W., 1999, "Robot Analysis - The Mechanics

of Serial and Parallel Manipulators", John Wiley &

Sons,USA.

[3] Linden, Ricardo. Algoritmos genéticos. 3. ed. Rio de

Janeiro , RJ: Ciência Moderna, 2012.

Page 67: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

PROJETO, DESENVOLVIMENTO E SIMULAÇÃO DE UMA BASE PARA

COMPRESSORES ALTERNATIVOS

Guilherme Genero, [email protected]

Amanda Albertin Xavier da Silva, [email protected]

Adailton Silva Borges, [email protected]

Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio.

1. Introdução

O atual cenário industrial demanda investimentos

crescentes no desenvolvimento e otimização de custos

para produção e comercialização de produtos

competitivos. Desta forma, uma empresa que busca

permanência e crescimento no mercado, o uso da

tecnologia é indispensável para a melhoria dos

processos industriais. A competição e a modernização

constantes fazem com que as tecnologias CAD e CAM

estejam presentes os mais diversos parques indústrias.

Observa-se que, dentre os vários softwares comerciais

disponíveis, destaca-se o SolidWorks, que vem sendo

amplamente utilizando nas principais empresas

brasileiras.

A modelagem computacional por elementos finitos

trata-se da simulação de possíveis soluções e fenômenos

físicos para os mais diversos tipos de problemas e áreas

de conhecimento, auxiliando nos projetos mais

complexos de engenharia, permitindo análises

estruturais estáticas e dinâmicas. [1]

Assim, análise em uma estrutura complexa pode-se

dividir o seu volume em um conjunto de elementos

contíguos em discretos, denominados elementos,

resolvendo, portanto, um conjunto de equações, cada

uma das quais aplicadas sobre um elemento. Essa

técnica é conhecida por Elementos Finitos, e a precisão

da resposta depende, de forma simplificada, do tamanho

e tipo de elemento aplicado. [2]

No presente trabalho será realizado a implementação

computacional de um modelo da base de um motor e

compressor alternativo. A partir da utilização do método

de elementos finitos será realizado uma análise modal

da estrutura, visando a identificação de suas principais

frequências naturais, a fim de analisar possíveis

problemas com vibrações excessivas, e,

consequentemente, evita-los através de mudanças e

melhorias no projeto estrutural.

2. Material e método

Para projetar e simular o modelo de base do

compressor utilizou-se o software comercial Solidworks

e sua ferramenta Simulation, se trata de uma simulação

virtual, esse recurso inclui um conjunto de ferramentas

para simulação de respostas não lineares e dinâmicas,

além do emprego de materiais compostos. [3]

A ferramenta Simulation é capaz de realizar uma

análise modal da estrutura, a partir de uma geometria

desenhada no próprio software, e ao final, obtém-se as

frequências naturais. Desta forma, foi possível

identificar pontos com menor rigidez e realizar

modificações e reforços necessários. Assim, no decorrer

do presente trabalho foram realizadas diversas

simulações, com diferentes modelos, e analisado os

resultados obtidos, efetuou-se modificações na

estrutura, a fim de, aumentar suas frequências naturais e

consequentemente sua rigidez e melhorar o projeto

final. Destaca-se que, a análise modal na fase de projeto

é de extrema importância, pois ao se encontrar a

frequência natural da base projetada, esta deve ter um

valor mais alto do que a frequência de excitação

produzida pelo conjunto motor e compressor. Assim, o

modelo permite estimar se o projeto apresentará

problemas com vibração excessiva, e ainda, acelerar o

processo construção da base, devido minimização do

processo de criação de protótipos, dado que, obtendo

um modelo de base já validado e consistente,

provavelmente em sua aplicação real, a base já

construída exibirá resultados próximos ao simulado.

O modelo do compressor utilizado foi um

Compressor Alternativo Aberto Bloco VIIs da marca

Bitzer (vide Figura 1), o mesmo não estava em

funcionamento, devido a algumas peças faltantes, como,

os anéis dos pistões do compressor, as juntas de

vedações e as correias de ligação do motor para o

compressor. Na figura 2 é representado o conjunto

compressor, motor e base com dimensões reais.

Figura 1. Compressor Alternativo e motor elétrico.

Figura 2. Conjunto do compressor, motor elétrico e base

projetada.

3. Resultados e discussão

Page 68: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

60

Ao decorrer do trabalho foram verificados os 3

modelos de base, representados na Figura 3.

Figura 3. Modelos desenvolvidos ao decorrer do

trabalho.

Tabela 1 – Frequências naturais obtidas da

simulação

Modos

de vibrar

Frequências Naturais (Hz)

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

1º 13,94 30,92 38,51

2º 48,28 62,61 80,75

Após estudadas as frequências naturais dos modelos

como mostrado na Tabela 1, verificou-se que o modelo

que apresenta valores de frequências naturais mais altos

é o modelo 3, isso se verifica nos dois modos de vibrar

apresentados. Além dos dados obtidos na análise modal

da estrutura, outros fatores foram analisados para a

escolha da base mais adequada e viável

economicamente como, facilidade de construção, menor

volume de material e custo.

Entretanto, o modelo 3 ainda precisava de

modificações na estrutura, por apresentar esforços

maiores em áreas especificas. Como solução viu-se a

necessidade da instalação de reforços na parte inferior

do modelo 3 como mostrado na Figura 4

Utilizando as mesmas condições de simulação para

os modelos com e sem reforços simulados obteve-se as

frequências naturais para cada modo de vibrar

apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 – Frequências naturais obtidas da

simulação do modelo 3

Modos

de vibrar

Frequências Naturais (Hz)

Sem reforços Com reforços

1º 38,51 239,07

2º 80,75 262,53

Como esperado, pode-se notar com base nos

resultados, um aumento considerável da rigidez

estrutural. O primeiro modo de vibrar passou de 33,71

Hz para 239,07 Hz. Portanto, é possível afirmar que este

modelo pode ser adotado como definitivo e, quando

construído, provavelmente, não apresentará problemas

com vibrações excessivas, devido a falta de rigidez

estrutural. A Figura 4 apresenta o comportamento

estrutural do modelo 3 com reforços .

Figura 4. Modelo 3 com e comportamento estrutural

da mesma em seu 1º e 2º modo de vibrar.

4. Conclusões

Neste trabalho foi desenvolvido e apresentado o

projeto de uma base para compressor alternativo. A

etapa de simulação foi fundamental para definição do

melhor modelo a ser construído, assim como, identificar

os pontos de menor rigidez da base, propondo desta

forma, os reforços necessários.

Com isso é possível concluir que a técnica de

elementos finitos, assim como, simulações numéricas,

são ferramentas indispensáveis para o excelente

desenvolvimento de um projeto mecânico, uma vez que

podem representar estruturas e máquinas em condições

próximas da realidade, melhorando a concepção de

protótipos de testes, que geram mais custos para o

projeto e acabam descartados posteriormente.

5. Referências

[1] ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos: a Base da Tecnologia CAE – Análise Dinâmica. 1. ed. São Paulo: Érica, 2013. [2] NORTON, Robert L. Projeto de Máquinas: uma abordagem integrada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. [3] FREDDI, Everton Roberto. Análise Parcial da

Estrutura do Chassi de uma Central Móvel de

Concreto. Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia

Mecânica. Faculdade Horizontina, 2014.

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Tecnológica Federal do

Paraná campus Cornélio Procópio, e o Professor Dr.

Adailton pelo suporte para realização deste trabalho.

Page 69: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO PROCESSO DE EROSÃO EM UM DUTO DE

SEÇÃO QUADRADA

1.Luís Gustavo Maçan, [email protected]

2 Ricardo de Vasconcelos Salvo, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Cornélio Procópio

2Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Londrina

Resumo

Este trabalho de iniciação científica teve como

objetivo produzir um estudo sobre simulações

numéricas do processo de erosão em um duto de seção

quadrada através do uso de CAE (Engenharia auxiliada

por computação) pelo código computacional Fluent®. A

metodologia de estudo adotada neste artigo se deu pela

reprodução (geometria, malha e condições de

escoamento) de [1] e [3] onde os autores

disponibilizaram dados quantitativos para a análise de

fase gasosa, dispersa e erosão. Os dados foram então

comparados para análise de correlação ou não, a fim de

se obter confiabilidade em simulação para perfis

semelhantes.

1. Introdução

Diversos processos fabris utilizam-se do transporte

de material entre suas estações de processamento. Dutos

e tubulações industriais são comumente empregados

para tais fins, podendo ser constituídos de diversos

materiais e geometrias. Alguns transportes de fluidos

gasosos apresentam heterogeneidades como fase

dispersa por partículas micrômeras desejadas ou não

durante seu escoamento, partículas estas que devido à

alta velocidade e trajetória colidem com a parede do

duto, erodindo-a. A ação erosiva de partículas são

dependentes de suas durezas, força de impacto,

tamanho e forma da partícula, enquanto a erosão da

superfície através destas partículas são dependentes da

natureza da superfície, o número de partículas

colidindo com a superfície, sua velocidade e sua

direção relativa ao impacto. Seções desalinhadas ou

superfícies rugosas podem aumentar consideravelmente

a erosão [2].

Figura 1 – Comportamento de partículas durante

escoamento. Adaptada de [3].

2. Metodologia e materiais

Duas tubulações com curvaturas de 90º foram o

objetivo de estudo dos autores, sendo a principal

diferença entre elas é a variação do comprimento de

entrada e saída do duto. Para a reprodução do

experimento [3], foram utilizados parâmetros descritos

pelo autor. Primeiramente foi reproduzida a geometria

referente ao texto analisado e, através desta, criada uma

malha hexaédrica com a distribuição de 120 x 60 x 200

nós na direção transversal, de altura e no sentido da

corrente, respectivamente, totalizando 1.440.000 nós.

Para a reprodução do experimento [1] foram utilizados

os mesmos procedimentos provenientes de dados

descritos pelos autores. A distribuição dos nós foi

alterada para 80 x 40 x 240 nós na direção transversal,

de altura e no sentido da corrente, respectivamente,

totalizando 768.000 nós. Em ambos os casos, a

geometria foi simplificada pela aplicação da simetria,

assim, possibilitando a redução à metade do número de

elementos, economizando recursos computacionais. O

processo de criação dos itens acima foi desenvolvido

com o auxílio do software comercial ICEM. As

definições físicas do escoamento das aplicações foram

descritas pelo autor nos trabalhos [1] e [3] e

reproduzidas no código CFD comercial FLUENT. Os

resultados puderam ser analisados pelo pós-

processamento do código FLUENT e então, comparados

aos resultados que os autores descrevem em seus textos.

3. Resultados

Figura 3 – Contornos de magnitude de velocidade de

partículas.

Page 70: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

62

Figura 4 – Comparações entre simulação e

experimental de velocidades normalizadas de partículas

em determinados pontos do escoamento.

Figura 5 – Comparações entre erosão simulada

(esquerda) e gráfico de erosão fornecida pelos autores

em [1] (direita). Adaptada de [1].

Uma vez comprovada a reprodução dos resultados

para fase gasosa e dispersa com à dos autores, passou-se

a comparar a reprodução da erosão, a qual devido a

limitações no código computacional utilizado permitiu

uma aproximação de 83,3% dos valores obtidos pelos

autores. Tal nível de aproximação foi considerado

satisfatório para o estudo em volumes de controle

similares, visto que evidenciava os locais e taxas de

remoção de material por erosão.

Figura 6 – Objetivo do estudo – Gráfico de contorno

erosão de [3] com 83,3% de precisão.

4. Conclusões

O CFD pode ser descrito como uma poderosa

ferramenta a qual auxilia o usuário a determinar

soluções numéricas para inúmeros problemas de

engenharia, tendo assim mais precisão, previsibilidade,

aplicabilidade e confiabilidade nos projetos que passam

por este processamento. Devido a limitações no código

computacional utilizado permitiu uma aproximação de

80% dos valores obtidos pelos autores. Tal nível de

aproximação foi considerada satisfatória para o estudo

em volumes de controle similares, visto que evidenciava

os locais e taxas de remoção de material por erosão. Isto

demonstra que a utilização de ferramentas numéricas

torna possível a previsão da vida útil de determinados

elementos de uma tubulação industrial. Tal estimativa é

aplicada na manutenção preventiva em uma linha de

produção, tendo como consequência a diminuição no

número de paradas não programadas para correções e

substituições de tubulações implicando em maior

produtividade.

5. Referências bibliográficas

[1] NJOBUENWUN, DERRICK O.; FAIRWEATHER

MICHAEL. Modelling of pipe bend erosion by

dilute particle suspensions. Institute of Particle

Science and Engineering, School of Process,

Environmental and Materials Engineering,

University of Leeds, Leeds LS2 9JT, UK.

doi:10.1016/j.compchemeng.2012.02.006

[2] J. S. MASON. ; B. V. SMITH. The Erosion of

Bends by Pneumatically Conveyed Suspensions of

Abrasive Particles. Department of Mechanical,

Marine and Production Engineering, Liverpool

Polytechnic, Byrom Street, Liverpool 3 (Gt. Britain).

[3] NJOBUENWUN, DERRICK O.; FAIRWEATHER

MICHAEL.; YAO JUN.; Prediction of Turbulent

Gas-Solid Flow in a Duct with a 90 Bend Using an

Eulerian-Lagrangian Approach. Institute of Particle

Science and Engineering, School of Process,

Environmental and Materials Engineering,

University of Leeds, Leeds LS2 9JT, UK. DOI

10.1002/aic.12572.

Agradecimentos

UFU (Universidade Federal de Uberlândia). Chave

de pesquisa do solver Fluent e ICEM. Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - (PIBIC)

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico – CNPq.

Page 71: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SÍNTESE, INVESTIGAÇÕES ESTRUTURAIS E MAGNÉTICAS DE

SOLUÇÕES SÓLIDAS DE BIFEO3-BATIO3 DOPADAS COM MN

Everton Fernando Reis da Silva, [email protected]

1

Diogo Zampieri Montanher, [email protected]

Ivair Aparecido dos Santos, [email protected]

Luiz Fernando Cótica, [email protected]

Ricardo Augusto Mascarello Gotardo, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Alberto Carazzai, 1640, Cornélio Procópio-PR, Brasil.

2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Av. Professora Laura Pacheco Bastos, 800, Guarapuava-PR, Brasil.

3 Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, Maringá-PR, Brasil.

1. Introdução

Muitas das tecnologias modernas empregam e

continuarão a empregar cerâmicas avançadas, isso se

deve as suas exclusivas propriedades mecânicas,

químicas, elétricas, magnéticas e ópticas, assim como

combinações dessas propriedades [1].

Os materiais multiferróicos magnetoelétricos são

exemplos destas cerâmicas, que apresentam

ferroeletricidade e ferromagnetismo, num mesmo

intervalo de temperatura e por isso são bastante

interessantes para o uso em elementos de memória

magnética controlável por campo elétrico, como

também para o desenvolvimento de novos sensores de

campo magnético [2].

O BiFeO3 é um material multiferróico que possui

um forte acoplamento magnetoelétrico. Sua fase

ferroelétrica possui uma estrutura perovskita distorcida

com simetria romboédrica e grupo espacial R3c, que

permite a existência de ordenamento ferroelétrico, com

parâmetros de rede de a = b = 5,571 Å e c = 13,858 Å

[3].

Visando a otimização das propriedades do BiFeO3,

modificações estruturais, por meio de substituição de

íons específicos tem sido promovidas. A primeira

modificação consiste em adicionar perovskitas como

BaTiO3 a fim de estabilizar a estrutura perovskita,

aumentar a resistividade elétrica e suprimir a formação

de fases secundárias e uma segunda alternativa é a

adição de dopantes como Mn [4].

A substituição de íons de Fe por íons de Ti no

BiFeO3, dá origem a íons com valências +3 e +4

causando a formação de defeitos de lacuna para se obter

o balanço estequiométrico. Como o Mn é um elemento

com múltiplas valências [1], espera-se que ele entre na

rede ocupando esses defeitos e com isso diminuindo a

condutividade iônica. A introdução do Mn também tem

por finalidade intensificar as propriedades magnéticas

do BiFeO3 [1, 5].

Em virtude disto, o presente estudo tem o objetivo

de processar o composto do sistema BiFeO3-BaTiO3

puro através de moagem em altas energias e dopa-lo

com diferentes porcentagens de Mn, com intenção de

melhorar as suas propriedades magnéticas.

2. Metodologia e Materiais

Para este estudo, a composição escolhida de trabalho

foi a de 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3. Os precursores

utilizados foram Fe2O3, Bi2O3 e BaTiO3, todos com

purezas analíticas, processados em um moinho de bolas

planetário de alta energia Retsch PM 100, por 3h e 400

RPM. A razão massa das esferas/massas dos óxidos foi

de 1:2. Após o processamento, a solução sólida foi

calcinada a 850 °C por 3h em ar. Para as dopagens, o

precursor utilizado foi MnO2, também com pureza

analítica, com tempo de moagem de 1h e mantendo-se

os mesmos parâmetros de moagem e calcinação

descritos anteriormente. Os valores escolhidos para as

dopagens foram de 0,3%; 0,5%; 1,0%; 1,5% e 2,0% em

massa. Para as caracterizações estruturais da solução

sólida de 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3 e também de suas

respectivas dopagens, foram realizadas análises de

difratometria de raios X, onde foi empregado o

difratômetro Shimadzu XRD-7000. A identificação de

fase foi realizada a partir da indexação dos picos dos

difratogramas com fichas do banco de dados

internacional JCPDS (Joint Committee for Powder

Diffraction Studies). As caracterizações magnéticas

foram realizadas a partir da curva de histerese

magnética da amostra, obtida por meio de medidas de

magnetização em função do campo magnético aplicado.

3. Resultados

Figura 1. Difratometria de raios – X.

Page 72: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

64

Tabela I – Valores obtidos para o parâmetro de rede “a”,

parâmetro de rede “c” e volume de cela unitária.

Amostra

Parâmetro

de rede

“a” (Å)

Parâmetro

de rede

“c” (Å)

Volume

da cela

unitária

(ų)

0,9BF-0,1BT +

0,0% MnO2 5,570 13,881 372,92

0,9BF-0,1BT +

0,3% MnO2 5,570 13,870 372,68

0,9BF-0,1BT +

0,5% MnO2 5,570 13,874 372,74

0,9BF-0,1BT +

1,0% MnO2 5,567 13,862 372,02

0,9BF-0,1BT +

1,5% MnO2 5,567 13,859 371,93

0,9BF-0,1BT +

2,0% MnO2 5,575 13,852 372,89

Figura 2. Curvas de magnetização em função do campo

magnético aplicado em temperatura ambiente.

Tabela II – Valores de campo magnético coercitivo HC e

magnetização remanescente MR

Amostra HC (kOe) MR (emu/g)

0,9BF-0,1BT + 0,0% MnO2 0,21 0,003

0,9BF-0,1BT + 0,3% MnO2 1,26 0,34

0,9BF-0,1BT + 0,5% MnO2 1,53 0,39

0,9BF-0,1BT + 1,0% MnO2 1,79 0,51

0,9BF-0,1BT + 1,5% MnO2 1,41 0,48

0,9BF-0,1BT + 2,0% MnO2 1,88 0,56

4. Conclusões

O processo de moagem em altas energias produziu

com sucesso soluções sólidas do sistema 0,9BiFeO3-

0,1BaTiO3 dopadas com Mn.

A análise de raios X revelou a formação de uma

estrutura perovskita distorcida, com simetria

romboédrica semelhante ao do BiFeO3 para todas as

composições estudadas. Houve pouca variação do

parâmetro de rede “a” e do volume da cela unitária entre

as amostras. Contudo, a composição sem adição de

dopantes apresentou pequenos traços da fase Fe2O3 e

posteriormente pequenos traços de Mn apareceram na

amostra dopada com 2% de Mn.

As medidas de histerese magnética mostraram que o

sistema 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3 apresenta um

comportamento antiferromagnético e que houve um

significativo aumento nos valores de magnetização

remanescente após as dopagens, onde o ordenamento

observado é o ferromagnetismo fraco.

A partir desses fatos podemos concluir, que os

objetivos iniciais que eram o processamento de soluções

sólidas monofásicas do sistema 0,9BiFeO3-0,1BaTiO3

dopadas com Mn e o melhoramento de suas

propriedades magnéticas foram alcançados.

5. Referências

[1] CALLISTER, Jr., William D., 1940 – Ciência e

engenharia de materiais: uma introdução. Rio de

Janeiro: LTC, 2008.

[2] ZABOTTO, F. L. Síntese e caracterizações de

compósitos magnetoelétricos particulados em

ferritas de Co e Ni e ferroelétricos no CFM. 2010.

159 f. Tese (Doutorado em Física) – Universidade

Federal de São Carlos, São Carlos, 2010.

[3] LEBEUGLE, D. et al. Room-temperature

coexistence of large electric polarization and magnetic

order in BiFeO3 single crystals. Physical Review B, v.

76, n. 2, p. 024116, 2007.

[4] X. –H. Liu et al. Ferroelectric and ferromagnetic

properties of Mn-doped 0.7BiFeO3-0.3BaTiO3 solid

solution. Ceramics International, v. 34, n. 4, p.

797-801, 2008.

[5] SOSNOWSKA, I. et al. Crystal structure and spiral

magnetic ordering of BiFeO3 doped with

manganese. Applied Physics A, v. 74, n. 2, p.

s1040-s1042, 2002.

Agradecimentos

Agradecemos à FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA pelo

suporte material e financeiro, o quão possibilitou a

realização deste trabalho.

Page 73: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SINTONIZAÇÃO ÓTIMA DE COMPENSADOR DE GRAVIDADE PD DE UM

MANIPULADOR ROBÓTICO

Bruna Fortunato, [email protected]

1

Thamiris Lima Costa, [email protected]

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Avenida Alberto Carazzai, 1640 CEP 86300-000 - Cornélio Procópio -

PR

1. Introdução

Os manipuladores robóticos têm sido

utilizados em diversas aplicações, que

abrangem: processos de manufatura, terapias

de reabilitação, exploração espacial [1]. Todas

estas aplicações exigem movimentos do

manipulador para a execução de tarefas

específicas. Por isto, é importante projetar

controladores que permitam controlar

adequadamente os movimentos manipulador.

Dentre os esquemas de controle utilizados,

encontra-se o compensador de gravidade. Este

controlador é utilizado quando as interações

entre os elos afetam o desempenho do sistema,

que opera a baixas velocidades.

A metodologia proposta neste trabalho,

consiste em selecionar os ganhos proporcional

e derivativo (PD) do controlador, por meio da

solução de um problema de otimização. Na

otimização é consideradoa compensação de

gravidade para minimizar o erro quadrático

médio entre a posição de referência e a posição

das juntas do manipulador ao longo de uma

trajetória. OAlgoritmo Genético (AG) [2] foi

utilizado para solucionar a otimização.

Os resultados obtidos por meio do AG

determinaram os valores de ganhos do

controlador PD, que minimizam o erro de

rastreamento da trajetória.

2. Metodologia e Materiais

O Manipulador é do tipo planar RR e

possui dois graus de liberdade, conforme

apresentado na Fig. 1.

Figura 1: Manipulador Planar (RR)

A equação (1) descreve a dinâmica do

manipulador, ondeM() é o vetor de massa,

V(, ) é o vetor da velocidade, forças de

coriólis e centrípeta e G() é o vetor de

gravidade.

As variáveis, , correspondem

respectivamente à posição, velocidade e

aceleração do manipulador. é o torque

aplicado nas juntas.

M() V( G() (1)

A planta para o controle PD com

compensação de gravidade, no

Matlab/Simulink® é apresentada na Fig.2:

Figura 2: Modelo da planta de controle

Page 74: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

66

A principal característica do Algoritmo

Genético (AG) é a aplicação da computação

evolutiva para solucionar problemas de

otimização [2]. O fluxograma do AG é

apresentado na Fig. 3.

Figura 3: Fluxograma do AG

Na metodologia proposta, o AG tem como

objetivo minimizar o erro quadrático médio,

conforme a equação(2):

(2)

Portanto, o problema consiste em:

)(min sK

RMS (3)

Onde corresponde o

parâmetro que o algoritmo determinará.

4. Resultados

O método proposto foi implementado

no software Matlab/Simulink®. O AG foi

implementado utilizando o

Matlab/Optimization Toolbox®.

Para esta implementação foram utilizados

os parâmetros que estão apresentados na tabela

I.

Tabela I – Parâmetros do Algoritmo Genético.

Parâmetro Situação

Tamanho da População 50

Máximo de Gerações 52

Tipo de Codificação Real

Estratégia de Seleção Amostragem Estocástica

Tipo de Cruzamento Disperso

Tipo de Mutação Adaptativo

4. Conclusões

A trajetória de referência é uma função

degrau com posição e velocidade

inicial , ;

posição e velocidade

final

.

Na Fig.4são apresentados os erros de

rastreamento utilizando os ganhos obtidos

através da metodologia proposta e os erros do

método analíticos apresentado em [1].

Figura 4: Resultados obtidos

Conforme a Figura 4 nota-se que a

trajetória simuladacom os ganhos obtidos pelo

AG apresenta maior precisão e menor tempo

de resposta, em relação à metodologia

proposta pelo método analítico.

A redução no erro de rastreamento de

trajetória se deve à consideração da dinâmica

não linear do manipulador na seleção dos

parâmetros do controlador PD. Logo, a

utilização da compensação de gravidade

proporciona permite diminuir os erros em

estado estacionário.

O AG é uma alternativa na

sintonizaçãodos controladores de

manipuladores e assim melhorar a precisão de

resposta do manipulador, ou seja, sua trajetória

final.

5. Referências

[1]Lewis, F et. al. Robot Manipulator Control: Theory

and Practice. 2. ed. New York: Marcel Dekker, Inc.

2004.

[2]Linden, Ricardo. Algoritmos Genéticos. 3. ed. Rio de

Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2012.

Page 75: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SINTONIZAÇÃO COM ALGORITMO GENÉTICO DO CONTROLADOR

PID COM TORQUE COMPUTADO DE UM MANIPULADOR ROBÓTICO

Thiago Murilo Grossi, [email protected]

1

Tayane Soares Vidal, [email protected]

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Avenida Alberto Carazzai, 1640. 86300-000 Cornélio Procópio - PR

1. Introdução

Um dos sistemas robóticos mais aplicados e

estudados na indústria, na área academica e até na

espacial, são os manipuladores robóticos chamados

simplesmente de manipuladores [1]. Um manipulador

consiste em uma cadeia cinimática movimentada por

atuadores, sendo de grande importância realizar ações

de controle sobre o espaço das juntas do manipulador,

para reduzir o erro de posição em relação à posição

desejada. Por se tratar de um sistema mecânico também

é necessario que o sistema não apresente uma oscilação

muito grande, uma vez que o estresse mecânico gerado

pode vir a danificar o sistema e reduzir a precisão no

rastreamento de uma trajetória desejada.

2. Métodos

Os métodos utilizados neste trabalho são

apresentados a seguir:

2.1. Modelo Dinâmico e Controle

O manipulador com dois graus de liberdade

conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1. Modelo do manipulador com dois graus

de liberdade.

Onde:

mn = massa do link n;

n = angulo do link n em relação à sua origem;

ln = comprimento do link n;

n = torque referente ao atuador da junta m;

g = aceleração da gravidade.

com .

Analisando o manipulador é possível obter o modelo

matemático que descreve a dinâmica do sistema,

utilizando a Formulação Lagrangiana obtêm-se o

modelo dinâmico direto, descrito por:

(1)

Sendo que, é a matriz de inércia em função de

, é o vetor que contem as forças referentes à

aceleração centrifuga e de Coriolis, as forças

devidas à ação da gravidade e representa o atrito

viscoso e atrito seco.

Uma vez que o modelo do manipulador é não-linear,

conforme apresentado na equação (1), optou-se por

linearizar o sistema por meio de uma linearização por

realimentação, onde utiliza-se o modelo dinâmico

inverso, dado pela Equação (2), este método é

conhecido como controle por torque computado.

(2)

Na Figura 2 é possível observar o esquemático da

malha de controle, utilizando o controlador PID e o

torque computado pelo modelo inverso.

Figura 2. Diagrama de blocos do sistema para controle

PID com torque computado.

2.2. Função Objetivo

A função objetivo utilizada na otimização é a

integral do erro absoluto ponderado pelo tempo (ITAE).

Este critério pondera o erro absoluto pelo tempo, sendo

matematicamente definido pela equação (3).

(3)

Temos que é o erro de rastreamento definido

por , onde é a referência e

a posição atual no espaço articular, este indicie de

desempenho atribui maior relevância aos erros obtidos

em instantes maiores de tempo.

2.3. Algoritmos Genéticos

Os Algoritmos Genéticos (AGs) fazem parte da

computação evolutiva, uma área em crescimento da

inteligência artificial, que podem ser empregados para a

solução de problemas em que a função objetivo é não

linear [2]. Os AGs são amplamente utilizados como

métodos de busca que tem como base os mecanismos de

seleção natural, dispondo de um sistema de valorização

das melhores soluções, com uma estrutura para

combina-las aleatoriamente, gerando assim uma nova

gama de soluções, denominada geração. Assim, a cada

Page 76: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

68

geração, novas soluções são criadas utilizando-se

informações da geração passada.

Embora usem um método heurístico e probabilístico

para obter as novas soluções, não deve ser considerado

como uma simples busca aleatória, uma vez que explora

de maneira inteligente as informações, buscando novas

soluções que melhorem ainda mais o critério de

desempenho [3].

2.4. Otimização do Controlador

A otimização do controlador é realizada com o AG,

tendo como função objetivo minimizar o ITAE,

encontrando assim os ganhos, proporcional ( ,

integrativo ( e derivativo ( , do controlador PID.

3. Resultados

O modelo da Figura 2 foi implementado no

MATLAB/SIMULINK® e o AG foi implementado

utilizando o MATLAB/Optimization Toolbox®,

utilizando os parâmetros dados pela Tabela I.

Tabela I – Parâmetros AG.

Parâmetro Situação

Tamanho da População 50

Máximo de Gerações 52

Tipo de Codificação Real

Estratégia de Seleção Amostragem Estocástica

Tipo de Cruzamento Disperso

Tipo de Mutação Adaptativo

Após a execução do AG obteve-se os ganhos

=5118,1; =1388,1 e =88,3. Para comparação

utilizou-se o método analítico apresentado por [4], onde:

(4)

(5)

(6)

Onde é a frequência natural, tendo o valor de

25rad/s e é o coeficiente de amortecimento com o

valor de 1, gerando assim os seguintes

ganhos =1875; =15625 e =75.

Com os ganhos obtidos foi possível obter os gráficos

referentes do erro e do torque, conforme apresentado

nas Figuras 3 e 4 respectivamente.

Figura 3. Gráfico do erro das juntas do manipulador

utilizando os ganhos obtidos.

Observando-se a Figura 3, é possível notar que com

a utilização do AG (linha continua) o erro foi reduzido

em um menor tempo, quando comparado com o Método

Analítico (linha tracejada).

Figura 4. Gráfico do torque das juntas do manipulador

utilizando os ganhos obtidos.

Por meio da analise da Figura 4, pode-se notar que o

torque gerado pelo AG é mais elevado somente no

inicio do movimento do manipulador. Nota-se ainda,

que não há picos no torque, o que poderia gerar um

grande estresse mecânico nos componentes do

manipulador, aumentando assim o desgaste e a chance

de rompimento dos links do mesmo.

4. Conclusões

Mediante as simulações, nota-se que a sintonização

do controlador PID utilizando-se o AG reduz de

maneira mais eficaz o erro no rastreamento de trajetória,

quando comparado com o método de sintonização

analítico.

A intensidade computacional para estas simulações é

relativamente baixa, aproximadamente 17 minutos para

a otimização ser concluída em um processador I5-

2450M com frequência de 2,50GHz, sendo assim viável

sua utilização, visto que em pouco tempo gasto para a

sintonização melhora significativamente o desempenho

do manipulador.

5. Referências

[1] L. A. Aguirre et. al., Enciclopédia de Automática:

Controle e Automação, volume III, 1ª ed., São

Paulo: Blucher, 2007.

[2] Ricardo Linden. Algoritmos Genéticos. 3ª ed. Rio de

Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2012.

[3] Mario Massa de Campos; Kaku Saito. Sistemas

Inteligentes em Controle e Automação de Processos.

Rio de Janeiro: Ciência Moderna Ltda., 2004.

[4] F. Lewis et. al. Robot Manipulator Control: Theory

and Practice. 2ª ed. New York: Marcel Dekker Inc.

2004.

Page 77: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SINTONIZAÇÃO ÓTIMA DE CONTROLADOR PID DE UM

MANIPULADOR ROBÓTICO

Tayane Soares Vidal, [email protected]

1

Thiago Murilo Grossi,[email protected]

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Avenida Alberto Carazzai, 1640. 86300-000 Conélio Procópio - PR.

1. Introdução

Manipuladores robóticos são equipamentos de

grande importância na indústria, estes são formados por

cadeias cinemáticas movimentadas por atuadores.O

controlador é responsável por fazer com que o erro de

tenda à zero [1]. Os manipuladores robóticos realizam

diversas tarefas, por isso seudesempenho no

rastreamento de trajetórias deve ser otimizado.

O objetivo deste estudo é apresentar uma

metodologia para sintonizar um controlador PID de um

manipulador robótico com dois graus de liberdade

mediante uma técnica de otimizaçãodenominada

Algoritmo Genetico (AG) [2].

Neste trabalho a sintonização ótima do controlador

PID leva em consideração a dinâmica do

manipulador.Oerro quadrático médio entre a posição de

referência e a posição dasjuntas do manipulador no

rastreamento de uma trajetória é minimizado através da

seleção dos parâmetros do controlador. Esta

metodologia é avaliada mediante simulações

computacionais.

2. Metodologia

2.1. Modelo Dinâmico do Manipulador

O manipulador robótico planar com dois graus de

liberdade é apresentado na Figura 1.

Figura 1. Manipulador com dois graus de liberdade.

Onde:

mn = massa do link n;

n = angulo do link n em relação à sua origem;

ln = comprimento do link n;

n = torque referente ao atuador da junta m;

g = aceleração da gravidade.

Com n Z1 | 1 ≤ n ≤ 2

O modelo dinâmico descreve a relação entre as

forças generalizadas atuando sobre o robô e o

movimento da estrutura governado por acelerações,

velocidades e posições das juntas[3].

O principio de Lagrange foi utilizado para formular

o modelo dinâmico do manipulador. O modelo

dinâmico direto do manipulador é obtido integrando a

Equação (1).

(1)

Sendo que, M( ) é a matriz de inércia em função

de , V( ) é o vetor que contem as forças referentes a

aceleração centrifuga e de Coriolis, G( ) as forças

devidas à ação da gravidade e F( ) representa o atrito

viscoso e atrito seco. O diagrama de blocos do sistema é

mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Diagrama de blocos do sistema.

Devido a não linearidade do modelo, o AG é

empregado para a sintonização ótima do controlador,

levando em consideração toda a dinâmica do

manipulador.

2.2. Algoritmo Genético (AG) Os AG’s são métodos de busca inspirados nos

mecanismos de seleção natural e genética, eles

combinam um mecanismo de valorização dos

indivíduos aptos ao objetivo definido, com uma

estrutura para ajustar e reproduzir de forma heurística

esses indivíduos, criando uma nova população. Apesar

de usar um método heurístico, o AG não trabalha apenas

de forma aleatoriamente uma vez que explora com

inteligência as informações disponíveis com a finalidade

de melhorar o desempenho [4].

O funcionamento básico do AG é apresentado na

Figura 3.

Alguns parâmetros como população inicial, seleção

natural, cruzamento e mutação; possuem características

a qual devem ser observadas de forma a adequar os

parâmetros do AG, com a finalidade de atender a

necessidade de cada otimização.

Page 78: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

70

Figura 3 – Fluxograma do Algorítmico Genético.

2.3.Função Objetivo A função objetivo a ser minimizada é o erro

quadrático médio (RMS)apresentado na Equação (2).

(2)

Onde, θ(k) é a posição correspondente à trajetória de

referência, θs(k) é a posição do manipulador, k é o

instante de tempo amostrado e m é o número total de

amostras. O problema de otimização solucionado

através do AG é apresentado na Equação (3).

(3)

Onde k = [kp ki kd] é o vetor dos ganhos do

controlador PID a serem determinadas pela otimização.

Para fins de comparação, o controlador PID foi

sintonizado com o método analítico apresentado em [5],

onde,

(4)

(5)

(6)

3. Resultados

Os parâmetros utilizados na execução do AG são

apresentados na Tabela I.

Tabela I – Parâmetros do AG.

Parâmetro Situação

Tamanho da População 50

Máximo de Gerações 52

Tipo de Codificação Real

Estratégia de Seleção Amostragem Estocástica

Tipo de Cruzamento Disperso

Tipo de Mutação Adaptativo

Após executar três vezes o AG foram encontrados os

mesmos valores ótimos dos ganhos do controlador PID:

kp=4910; ki=13079; kd=31. Quando usado o método

analítico com coeficiente de amortecimentoξi = 1 e a

frequência naturalωn = 25 rad/s, foram obtidos os

ganhos kp=1875; ki=15625; kd=75. O erro de

rastreamento para uma trajetória de referência degrau

utilizando os dois métodos é apresentado na Figura 4.

Figura 4– Erro de rastreamento da trajetória.

Observando a Figura 4, nota-se que utilizado o

método analítico é produzido um overshoot maior em

relação ao desempenho com os ganhos utilizando o AG.

Esta condição deve ser evitada em equipamentos

mecânicos de precisão. Adicionalmente, o AG reduz o

erro em um tempo muito menor do método analítico

fazendo com que o manipulador atinja seu melhor

desempenho.

O modelo do manipulador e o controle PID foram

simulados no software Matlab/Simulink®, o AG foi

implementado utilizando o Matlab/Optimization

Toolbox®, o tempo para encontrar os ganhos a partir do

AG é relativamente pequeno, cerca de 12 minutos em

uma estação de trabalho Intel i5, tornando o método

viável tanto em resultados na sintonização quanto em

relação ao seu custo computacional para a realização da

tarefa.

4. Conclusões

Neste trabalho foi apresentada uma metodologia

para determinar os ganhos de um controlador PID de

um manipulador robótico planar com dois graus de

liberdade utilizando o Algoritmo Genético. Os

resultados obtidos através de simulações mostraram que

a metodologia proposta é eficiente quando em

comparação ao método analítico.

5. Referências Bibliográficas

[1] J. J. Craig, Robótica,3. Ed,São Paulo: Pearson, 2012.

[2] R. Linden, Algoritmos Genéticos, 3ª ed, Rio de

Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2012.

[3] L. A. Aguirre et. al., Enciclopédia de

Automática:Controle e Automação, volume III, 1ª

ed., São Paulo: Blucher, 2007.

[4] M. M. de Campos; K. Saito, Sistemas Inteligentes

em Controle e Automação de Processos.

[5] F. Lewis et. al., Robot Manipulator Control: Theory

and Practice, 2ª ed, New York: Marcel Dekker

Inc.,2004.

Page 79: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

SISTEMA EÓLICO DE MOVIMENTAÇÃO E AQUECIMENTO DE ÁGUA

PARA PISCINAS

Guilherme Barrozo Viegas, email1: [email protected]

Celso Naves de Souza, email2: [email protected]

Marco Antonio Ferreira Finocchio, email3: [email protected]

1,2,3

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Avenida Alberto Carazzaí, 1640, Cornélio Procópio – Paraná

RESUMO: A utilização de energias renováveis é uma

solução eficiente para aplicação em diversas áreas. neste

trabalho são abordados os princípios de aquecimento de

piscinas por meio de fontes renováveis de energia e

materiais alternativos.o sistema é constituído por uma

turbina eólica do tipo savonius, construída com tonéis

de plásticos para captação da energia eólica, em

substituição ao motor elétrico.fazendo uma comparação

da viabilidade econômica e energética do sistema com

outros sistemas de aquecimento.

Palavras chave:Energias Renováveis, Eficiência

Energética, Turbina Eólica, Aquecimento de Piscina.

1. Introdução

O mercado de piscinas vem crescendo no Brasil.

Nos últimos dez anos, as vendas de produtos químicos

de tratamento de água de piscinas aumentaram a uma

média de 10% ao ano. De acordo com a Associação

Nacional dos Fabricantes e Construtores de Piscinas e

Produtos Afins (ANAPP) estima-se que o Brasil possua

cerca de 1,5 milhões de piscinas, atrás apenas dos

Estados Unidos [4].

Os sistemas mais comuns a serem utilizados em

piscinas são aquecedores elétricos, aquecedores a óleo

ou gás, bombas de calor e aquecedores solar.

O uso de coletores solares para aquecimento de água

é uma das várias maneiras de se aproveitar o imenso

potencial solar brasileiro, tendo que a maior parte do

território se localiza na região inter-tropical, possuindo

grande potencial para aproveitamento da energia solar

durante todo ano.Oíndice de radiação é um dos mais

altos do mundo, a região nordeste, devido à

proximidade com a linha do equador, apresenta um

potencial significativo de radiação, com uma

disponibilidade média de 500 a 700W/m², conforme o

atlas de irradiação solar do Brasil [2].

A utilização de uma fonte de energia renovável pode

ser feita por meioda bomba movida por energia eólica

para bombeamento de água, queé utilizado desde a

antiguidade. Este princípio de movimentação de água

ainda é muito rendável e eficiente nos dias atuais,

aproveitando-se do grande potencial eólico brasileiro,

estimado em cerca de 140GW, o que equivale a dez

usinas de Itaipu gerando energia sem parar [1]. O

Ministério de Minas e Energia afirma que é 50% a mais

que toda energia utilizada no país atualmente, somando

todos os outros meios de geração [1].

2. Metodologia e Materiais

A substituição da moto bomba elétrica pela bomba

eólica, requer uma série de fatores fundamentais para a

sua eficácia. Um dos pontos mais importantes é a

escolha da turbina ideal para a captação da energia

eólica, uma vez que existem vários tipos e modelos de

turbinas eólicas. O modelo Savonius apresenta várias

vantagens para o uso em bombeamento e como força

motriz.Diferente das turbinas convencionais de

sustentação, que trabalham em eixo horizontal podendo

alcançar alta rotação angular e baixo torque, o rotor de

Savonius tem predomínio de força de arrasto,

trabalhando em eixo vertical [5]. Devido às forças

predominantes de arraste, a turbina apresenta uma baixa

rotação angular, nunca ultrapassando a velocidade do

vento, o que acarreta um alto torque, possibilitando o

funcionamento com baixas velocidades de vento vindo

de qualquer direção. O torque de Savonius é produzido

pela diferença de pressão entre a superfície côncava e a

convexa, e também pela recirculação do ar que chega

por trás da superfície convexa [2]. Sua construção

baseia-se em duas partes do tonel de plástico ou metal

de 200 litros cortado ao meio, fixadas uma em oposição

à outra por uma de suas arestas longitudinais opostas.

Uma vez escolhido a turbina, deve-se identificar o

modelo de bomba hidráulica que melhor se ajusta ao

sistema. Bombas centrífugas apresentam uma alta

rotação, se tornando incompatíveis, já que a turbina

apresenta baixa rotação. Esta limitação em operações

em baixas velocidades de rotação, imposta pela turbina,

leva a escolha de bombas de deslocamento positivo,

onde a transmissão de energia ao líquido acontece

diretamente pela ação de um êmbolo, provocando o

deslocamento de um volume definido de líquido em

direção a tubulação de recalque. A bomba hidráulica de

deslocamento positivo, tipo alternativa de pistão de

simples efeito é de fácil fabricação, composta de um

cilindro, êmbolo e duas válvulas de retenção, uma

ligada à canalização de sucção e outra ligada à

canalização de recalque. Quando o êmbolo se

movimenta em direção ao ponto morto inferior, produz

uma depressão dentro do cilindro, abrindo a válvula de

admissão e fazendo com que a pressão do reservatório

de sucção impulsione o líquido para o seu interior. No

momento em que o pistão retorna ao ponto morto

superior, a válvula de descarga abre-se e o líquido é

descarregado a tubulação de recalque [3].

A transmissão de potência do eixo da turbina para a

bomba hidráulica é feita em dois estágios, no primeiro

uma transmissão por corrente faz com que a velocidade

de rotação da roda dentada motora da bomba seja menor

que a da turbina. Isto porque a faixa de velocidade de

rotação de operação do tipo da bomba escolhida abrange

Page 80: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

72

valores menores que aqueles de operação da turbina.

Além disso, o aumento do torque na polia motora da

bomba faz com que vença maiores alturas de elevação

da água. O segundo estágio da transmissão, transforma

o movimento rotativo da polia em alternativo, por meio

de um dispositivo tipo biela-manivela, que faz a biela

proporcionar o movimento retilíneo do êmbolo dentro

do cilindro.

Este trabalhovisa o dimensionamento e validação do

protótipo, proporcionando a circulação e aquecimento

d’água somente com o uso de energias renováveis, onde

a turbina captura a energia eólica, que é transmitida para

uma bomba hidráulica mantendo o fluxo da água para

um coletor solar, garantido o aquecimento e retorno da

água aquecida para a piscina.A Figura 1 apresenta o

sistema idealizado.

Figura 1. Conjunto turbina eólica transmissão e bomba.

3. Resultados

Os sistemas mais comuns de aquecimento de piscina

são aquecedores solares, a gás, diesel, lenha, elétrico e

bombas de calor. Todos eles possuem um alto custo de

aquisição e um gasto mensal para manter seu

funcionamento, seja de energia elétrica ou outros

combustíveis como gás e óleo diesel. Além do elevado

valor de investimento e operação, alguns destes sistemas

emitem poluentes para o meio ambiente, como no caso

dos aquecedores a lenha, gás e a óleo diesel,

dependendo de fontes de combustíveis fosseis e

madeira, que estão cada vez mais escassas e caras.

Em qualquer tipo de sistema de aquecimento para

piscina, é essencial o uso de uma manta térmica para

cobrir a piscina em períodos de não utilização,

principalmente durante a noite, quando acontece a maior

parte da queda da temperatura. Esta capa é um plástico

cheio de bolhas, com tratamento contra ultravioleta e

aditivos antioxidantes, o simples fato de manter essa

manta sobre a superfície da piscina gera uma economia

de até 30% no consumo do combustível do aquecedor

[2], devido à redução de perdas térmicas da piscina com

o meio ambiente,mantendo a temperatura por um

período maior de tempo, e protegendo a piscina

desujeira.

Um breve comparativo entre os sistemas existentes e

o idealizado é apresentado na TabelaI. Para todos os

casos, é necessário uma bomba hidráulica de

aproximadamente 1/3 de CV para movimentar a água da

piscina para os aquecedores. Se a piscina não possui

uma moto bomba, a aquisição da mesma gira em torno

de R$ 450,00 e o seu consumo mensal de energia

apresenta um aumento de até R$50,00 na conta de luz.

Tabela I - Preço de aquisição e gastosde cada sistema.

Aquecedor

Custo de

Aquisição

(R$)

Custo de

funcionamento

por mês (R$)

Custo de

funcionamento

por 10 anos(R$)

Bomba de

Calor

6.450,00 155,00 18.600,00

A Gás 3.700,00 570,00 68.400,00

Elétrico 1.840,00 555,28 66.633,60

A Óleo Diesel 5.450,00 476,40 57.168,00

A Lenha 7.450,00 150,00 à

403,00

18.000,00 à

48.360,00

Solar

Convencional

4.500,00 50,00 6.000,00

SEMA 1334,70 00,00 00,00

4. Conclusões

O sistema eólico de movimentação de água se

mostra uma solução promissora para bombeamento,

com a capacidade de deslocar cerca de cinco mil litros

de água por dia a uma altura de recalque de três metros,

somente com o uso da energia eólica. Esta capacidade

de bombeamento, somada a utilização de novos

materiais como o polietileno para o uso de coletores

solares, proporciona a criação de um sistema alternativo

para aquecimento de. Seu funcionamento garante uma

elevação considerável da temperatura da água, ao

contrário de aquecedores convencionais, que podem

atingir a quantia de até 68 mil reais por dez anos de uso.

5. Referências

[1] TIBA, Chigueru, FRAIDENRAICH, Naum. Atlas

solarimetrico e eólico do Brasil.Recife: Ed.

Universitária da UFPE, 2014.

[2] FARRET, Felix A. Aproveitamento de pequenas

fontes de energia elétrica. 2ª ed. Santa Maria. UFSM.

2010.

[3] HENN, Érico Antônio Lopes. Máquinas de fluído. 3ª

ed. Santa Maria. UFSM. 2012.

[4] VEJA. Tudo azul no mundo das piscinas. Revista

Veja, edição no 1839. Editora Abril. São Paulo,

04/02/2004.

[5] HINRICHS, Roger A., KLEINBACH, Merlin.

Energy its and the environment. Fifth edition. Brooks

Cole. New York, 2012.

Page 81: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

TÉCNICAS DE CONTROLE ÓTIMO APLICADAS EM UM MANIPULADOR

ROBÓTICO

Thamiris Lima Costa, [email protected]

1

Bruna Fortunato, [email protected]

Fabian Andres Lara Molina, [email protected]

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná, AvenidaAlberto Carazzai, 1640. 86300-000 Cornélio Procópio –

PR.

1. Introdução

Manipuladores robóticos são aplicados em diversas

tarefas: processos de manufatura, terapias de

reabilitação, exploração espacial [1]. Como estas

aplicações exigem do manipulador movimentos

específicos é importante projetar controladores que

proporcionem um desempenho adequado nos

movimentos do manipulador.

Neste trabalho sãoaplicadas técnicas de otimização

para sintonizar ocontrolador de um manipulador

robótico planar com dois graus de liberdade [1]. Para

isto foi considerado o controle de posição deum

manipulador planar de dois graus de

liberdade.Umcontrolador PD foi considerado para

controle de posição das juntas.Duas técnicas foram

utilizadas para a sintonização do controlador, a fim de

comparar os resultados obtidos.

A primeira técnica é baseada no método Regulador

Linear Quadrático (LQR) [2].Mediante o controlador

LQR foram obtidos os ganhos do controlador PD,

considerando um modelo dinâmico simplificado no qual

a dinâmica de cada junta é desacoplada e linear.

A segunda técnicatem como objetivo determinar os

ganhos do controlador PD solucionando um problema

de otimização com o Algoritmo Genético (AG) [3],

portantoo erro quadrático médio entre a posição de

referência e a posição das juntas do manipulador é

minimizado. Para isto é considerada uma entrada de

posição tipo degrau nas juntas.

As técnicas de controle do manipulador foram

simuladas no software Matlab/Simulink®. O AG foi

implementado utilizando o Matlab/Optimization

Toolbox®.

2. Metodologia

2.1. Modelo Dinâmico do Manipulador

O manipulador robótico estudadoé apresentado na

figura 1.

A dinâmica do manipulador, que foi obtida

utilizando a formulação de Lagrange, é mostrada na

equação (1).

(1)

Onde, M(θ) é a matriz de massa, V(θ, ) é o vetor

das forças de Coriolis e a força centrípeta, G(θ) é o

vetor das forças gravitacionais, τ é o torque aplicado nas

juntas e θ, , correspondem respectivamente à posição,

velocidade e aceleração nas articulações do

manipulador.

Figura 1. Manipulador planar de dois graus de

liberdade [1].

A figura 2 apresenta o diagrama de blocos do

controlador PD do manipulador.

Figura 2. Diagrama de blocos do sistema.

O modelo dinâmico direto do manipulador na Figura

2 foi obtido integrando a equação (1).

2.2. Controlador LQR

Para aplicar o controle LQRa dinâmica do

manipulador da equação (1)é formulada utilizando

arepresentação de espaço de estados apresentada na

equação (2), considerando: V(θ, )=0 e θ constante.

(2)

(3)

Assim foi determinada a matriz de ganho K,

apresentada na equação (3), onde K = [ ]são os

ganhos proporcional e derivativo do controlador.

O controlador LQR visa minimizar o índice de

desempenhoJ [2] da equação (4).

(4)

Page 82: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

74

2.3. AG para Sintonizar o Controlador

PD

O AG visa minimizar o erro quadrático médio, como

é apresentado:

(5)

(6)

O AGé utilizado para solucionar o problema de

otimização da equação (6),os ganhos do controlador PD

são selecionados para minimizar o erro quadrático

médio da equação (5).O AG é um método baseado na

teoria de Darwin que otimiza problemas por meio de um

processo evolutivo, resultando na melhor solução. Este

algoritmo começa com um conjunto de soluções

(população inicial) e por meio de iterações e aplicações

das operações (evolução, seleção natural, mutação e

crossover) o resultado obtido é o mais próximo do

mínimo global [3].O fluxograma doAGé apresentado na

figura 3.

Figura 3. Fluxograma do Algoritmo Genético [3].

3. Resultados

O AG foi implementado no software

Matlab/Simulink® utilizando o Matlab/Optimization

Toolbox®. Para esta implementação foram utilizados os

parâmetros que estão apresentados na tabela I.

Tabela I – Parâmetros do Algoritmo Genético [3].

Parâmetro Situação

Tamanho da População 50

Máximo de Gerações 52

Tipo de Codificação Real

Estratégia de Seleção Amostragem Estocástica

Tipo de Cruzamento Disperso

Tipo de Mutação Adaptativo

Os resultados das simulações mostram que a

sintonização dos ganhos do controlador PD, utilizando a

metodologia com o AG, permite reduzir o erro de

rastreamento de trajetória em relação aos resultados

obtidos utilizando o método LQR. Como é possível

observar na figura 4.

Figura 4. Gráfico dos erros do AG e do LQR.

A trajetória de referência é uma função degrau com

.

O método LQR foi projetado utilizando um modelo

dinâmico linear simplificado na equação (2).

A redução no erro de rastreamento de trajetória se

deve à consideração da dinâmica completa do

manipulador na seleção dos parâmetros do controlador

PD.

Analisando o gráfico da figura 4, pode-se observar

que a redução do erro de rastreamento do AG foi maior

em comparação ao método LQR.

4. Conclusões

A metodologia proposta neste trabalho é um método

alternativo aos métodos clássicos para sintonizar os

ganhos do controlador PD de manipuladores robóticos.

Os resultados das simulações mostram que a

metodologia mostrada neste trabalho que utiliza

oAlgoritmo Genético permite reduzir o erro de

rastreamento de trajetórias devido a que é considerada a

dinâmica completa no problema de otimização.

5. Referências

[1] Lewis, F et. al. Robot Manipulator Control: Theory

and Practice. 2. ed. New York: Marcel Dekker, Inc.

2004.

[2] Ogata, Katsuhiko. Engenharia de Controle Moderno.

Prentice Hall, 2003.

[3] Linden, Ricardo. Algoritmos Genéticos. 3. Ed. Rio

de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2012.

Page 83: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

UTILIZAÇÃO DA EVOLUÇÃO DIFERENCIAL EM PROBLEMAS

INVERSOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS

Rennan Otavio Kanashiro, [email protected]

1

Erik Taketa, [email protected]

Edson Hideki Koroishi, [email protected]

Fabian Andres Lara-Molina, [email protected]

1,2,3,4

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Av. Alberto Carazzai, 1640 Cornélio Procópio – PR

1. Introdução

Na área de engenharia mecânica é muito comum a

preocupação com desenvolvimento de novos

equipamentos. Por trás disso, há vários estudos em

andamento visando melhorar o funcionamento desses

equipamentos garantindo que possuam um bom

funcionamento, para isso é preciso que o mesmo possua

baixa propagação de vibrações e níveis de ruídos, já que

esses fatores são indesejáveis, pois podem reduzir a vida

útil desses equipamentos. Mais informações sobre o

assunto pode ser encontrada na literatura [3,4]

Ainda na área de engenharia mecânica, mais

precisamente na área de dinâmica de rotação, também,

existem estudos que procuram melhorar os modelos

matemáticos que já existem, assim, possibilitando levar

em conta características típicas e propriedades de

materiais dos rotores flexíveis e então reduzir as

vibrações e melhorar seu desempenho.

Para conseguir um modelo que represente o rotor é

preciso considerar vários subsistemas, que podem ser

definidos por sua geométrica, como eixos e discos de

acoplamento, e também há os subsistemas que são de

frequência ou estado dependente, como mancais e efeito

Coriolis. Então, com o uso do problema inverso, os

parâmetros desse modelo são identificados [1]. Para

solucionar esse problema inverso é utilizado métodos de

otimização, como por exemplo, o Algoritmo Genético

(GA), o algoritmo de Otimização da Colônia de

Formiga (ACO), ou também a Evolução Diferencial

(DE) e outros.

No presente trabalho é utilizado a técnica de

Evolução Diferencial em um problema inverso para

identificação de parâmetros dos mancais de um rotor

flexível.

2. Fundamentação Teórica

A resposta dinâmica do sistema mecânico

considerado é modelada através do Principio de

Hamilton, para isso é necessário calcular a energia de

deformação do eixo e a energia cinética do eixo e dos

discos. Os parâmetros dos mancais são considerados no

modelo fazendo o uso do principio do trabalho virtual.

Para discretizar a estrutura é utilizada o método dos

elementos finitos e a rigidez é obtida por meio da teoria

de viga de Timoshenko. A representação matemática do

modelo de um rotor é na forma de um conjunto de

equações diferenciais, de acordo com [4] assim como

pode ser visto na Eq. (1).

(1)

Onde, x(t) é o vetor de deslocamento

generalizado; [M], [Cb], [Cg], [K] e [Kg] são as matrizes

de inércia já conhecidas, rigidez, amortecimento viscoso

do mancal (pode incluir amortecimento proporcional),

giroscópica (com respeito a velocidade de rotação) e os

efeitos da variação da velocidade de rotação; é a

velocidade angular que varia no tempo, e Fu(t) é a força

de desbalanceamento.

O método Evolução Diferencial foi proposto por

Storn e Prince em 1995. Seu funcionamento é baseado

em conceitos evolutivos, ele consiste em achar um

ponto ótimo. Com o uso de operações vetoriais, o

método seleciona novos potenciais candidatos capaz de

resolver o problema.

3. Metodologia

O modelo discretizado do rotor pode ser observado

na Figura 1. Outros detalhes sobre o rotor podem ser

encontrados em [2]. A Tabela I apresenta os dados do

rotor utilizado nesse trabalho e a Tabela II apresenta o

limite inferior e superior, formando o intervalo de busca

para os parâmetros de rigidez K e amortecimento C nas

direções x e z dos mancais 1 e 2.

Figura 1. Modelo do rotor discretizado.

Os nós 4 e 31 correspondem aos mancais, os nós 8 e

27 correspondem aos sensores e os nós 13 e 22

correspondem a posição dos discos. Para a identificação

dos parâmetros foi utilizado a Evolução Diferencial, na

qual a função objetivo foi minimizar a diferenças entre a

função resposta em freqüência nominal e identificada.

As variáveis de projeto são: rigidez e amortecimento

dos mancais, cujo intervalo de projeto é apresentado na

Tabela II. O tamanho da populacional inicial utilizado

foi 150.

Page 84: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

76

Tabela I – Dados do Rotor.

Características do Rotor Valor

Massa do eixo (Kg) 4,1481

Massa do disco D1 (Kg) 2,6495

Massa do Disco D2 (Kg) 2,6495

Espessura de D1 (m) 0,1

Espessura de D2 (m) 0,1

Diâmetro do Eixo (m) 0,029

Módulo de Young (GN/m²) 205

Densidade (Kg/m³) 7850

Coeficiente de Poisson 0,3

Tabela II – Intervalo dos Parâmetros

Mancai

s

Propriedade

s

Direçã

o

Limites

Inferior Superior

1

K (N/m)

x 500000 5000000

z 500000 1000000

0

C (Ns/m) x 0 200

z 0 200

2

K (N/m)

x 5000000

0 1E+09

z 5000000

0 1E+09

C (Ns/m) x 0 200

z 0 200

Onde, K e C representam os parâmetros de rigidez e

amortecimento, respectivamente. E a direção horizontal

e vertical é representada por x e y, respectivamente.

4. Resultados

Os resultados obtidos com a otimização podem ser

vistos nas Figuras 2 e 3, onde é feito a comparação da

resposta do sistema real e o identificado.

Figura 2. Resultado da otimização com população

inicial de 150.

A linha continua preta indica o sistema real e a linha

pontilhada em cinza indica o sistema identificado.

Figura 3. Resultado da otimização com população

inicial de 150.

A partir dos resultados das Figuras 2 e 3, pode-se

observar que o processo de identificação de parâmetros

por meio do método DE foi eficiente já que a resposta

do sistema identificado coincidiu com a resposta do

sistema utilizado para realizar a identificação baseado

no problema inverso. Os valores de amortecimento, em

N.s/m, encontrados foram: Cx1= 20.6678, Cx2=

96.3911, Cz1= 62.4863, Cz2= 86.8229. E os valores de

rigidez, em N/m, encontrados foram: Kx1= 1.1105e+06,

Kx2= 6.3072e+08, Kz1= 1.5100e+06, Kz2=

6.9468e+07.

5. Conclusões

Pode-se concluir que os resultados encontrados

foram satisfatórios já que os parâmetros desconhecidos

foram identificados com sucesso. O fato de usar uma

população inicial menor está ligado diretamente ao

tempo computacional necessário, ou seja, com uma

menor população o tempo computacional gasto é menor

e ainda sim é possível conseguir bons resultados.

6. Referências

[1] A.A. Cavalini Jr et al, Evaluation of Heuristic

Optimization Methods Used For Rotor Model

Updating, XV EMC (2012)

[2] E. H. Koroishi et al, Numerical and Experimental

Modal Control of Flexible Rotor Using

Electromagnetic Actuator, Mathematical Problems

in Engineering, vol. 2014 (2014).

[3] G. Genta, Dynamics of Rotating Systems, Springer

Science Business (2005).

[4] M. Lalanne, G. Ferraris, Rotordynamics predictions

in engineering, John Wiley and Sons, Second Edition

(1998).

Page 85: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Cornélio Procópio

UTILIZAÇÃO DE ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS NO CONTROLE

ATIVO DE VIBRAÇÕES ATRAVÉS DA LÓGICA FUZZY

Daniel Almeida Colombo, [email protected]

1

Erik Taketa, [email protected]

Edson Hideki Koroishi, [email protected]

1,2,3

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Av. Alberto Carazzai, 1640 Cornélio Procópio - PR

1. Introdução No contexto da dinâmica do rotor [4] classifica as

técnicas de AVC em duas categorias principais: o

controle ativo de vibração, que consiste na aplicação de

forças laterais que se oponha às forças provocadas pela

vibração e o equilíbrio ativo que consiste na

redistribuição da massa ao longo do rotor, com a

participação de atuadores, de modo que o rotor possa ser

equilibrado.

Neste trabalho, o atuador eletromagnético (AEM) é

usado para controlar o comportamento dinâmico de um

rotor flexível. Neste tipo de atuador a dificuldade tem a

ver com a não-linearidade do atuador. Vários autores

têm proposto alternativas diferentes para lidar com tal

situação. [2] utilizaram o modelo inverso do atuador

para controlar um sistema de rotor. Para este objetivo,

os autores utilizaram o modelo inverso do AEM e

utilizaram a força de controle para determinar a corrente

elétrica que foi usada para acionar o AEM.

[3] e [1] utlizaram a Lógica Fuzzy baseado em

modelos locais para resolver sistemas não-lineares.

Nestes trabalhos, os autores utilizaram as desigualdades

matriciais lineares (LMIs) para resolver a Lógica Fuzzy,

considerando o modelo de Takagi-Sugeno. Esta

metodologia é utilizada, na presente contribuição, para

resolver o problema de não-linearidade do AEM que é

usado para controlar o sistema de rotor.

2. Modelamento do rotor

O modelo do rotor apresentado foi obtido utilizando

32 elementos de viga de Timoshenko. O rotor é

composto de dois discos e dois mancais, sendo que um

destes mancais é o mancal híbrido (mancal de rolamento

+ atuadores eletromagnéticos) apresentado pela Figura

1.

Figura 1. Mancal hibrido do rotor

A equação do movimento de um rotor flexível foi

determinada utilizando o Método dos Elementos Finitos

e é escrita na forma matricial dada pela Equação 1.

[ ] [ ] [ ] )()()()()( tFtFtxKKtxCCtxM EMAuggb +=++++ (1)

Onde x(t) é o vetor de deslocamentos

generalizados; [M], [K], [Cb], [Cg] e [kg] são as matrizes

bem conhecidas de inércia, rigidez, amortecimento

viscoso (que podem incluir amortecimento

proporcional), de Coriolis (com respeito à velocidade de

rotação) e o efeito da variação da velocidade de rotação;

é a velocidade variável no tempo angular, e Fu(t) e

FEMA(t) são as forças devido ao desequilíbrio e ao

atuador eletromagnético, respectivamente. A força

eletromagnética é dada pela Equação 2.

( )2

022

22

+++±

=

r

EMA

adcbe

afINF

(2)

3. Metodologia

A estrutura do controlador Fuzzy proposto é

mostrado na Figura 2.

Figura 2. Controlador Fuzzy utilizando a estratégia de

Takagi-Sugeno (adaptado de [1]).

Os termos ijf~

e ijg~ são a funções não lineares do

sistema, e no presente trabalho é, respectivamente, a

força eletromagnética nas direções x e z. 1ija , 2ija , 1ijb e

2ijb são os valores mínimos e de máximos ijf~

e ijg~ ,

respectivamente. Estes termos são utilizados para

determinar as funções auxiliares apresentadas pela

Equação 3, a partir destas funções auxiliares pode-se

calcular os valores de αis segundo a Equação 4.

Page 86: Anais do IV Simpósio Paranaense de Engenharia Mecânica SIPEM

78

21

1

2

21

2

1

))((~

))((~

ijij

ijij

ij

ijij

ijij

ij

aa

txfa

aa

atxf

=

=

e

21

1

2

21

2

1

))((~

))((~

ijij

ijij

ij

ijij

ijij

ij

bb

txgb

bb

btxg

=

=

(3)

gf ijpijpi = (4)

Com pf =1,2 e pg=1,2.

Os controladores locais Gis da Figura 4 são

determinados por meio de modelos locais, os quais são

lineares. Vale destacar que estes controladores locais

foram determinados utilizando o regulador linear

quadrático (LQR). Os modelos locais foram

determinados considerando os valores máximos e

mínimos da Equação 2, tanto para a direção x como para

a direção z. Como o sistema apresenta duas não-

linearidades (forças eletromagnéticas nas direções x e z),

a metodologia necessitou 4 modelos locais.

4. Resultados

O sistema rotativo foi analisado considerando uma

entrada impulsiva de 100N aplicada no disco 1. Os

controladores locais foram projetados utilizando o LQR,

sendo o controlador global determinado segundo a

metodologia apresentada na seção 3. A Figura 3. mostra

o deslocamento para os sistemas analisados e a Figura 4.

apresenta a função resposta em frequência (FRF).

Figura 3. Resposta do deslocamento do sistema

A resposta do sistema controlado mostra que o

controlador satisfez as expectativas do projeto, visto que

a resposta do sistema foi atenuada. Em um instante de

tempo de aproximadamente 0,1s, a amplitude na direção

x foi reduzida de 9,03x10-5 m para uma amplitude de

1,56x10-5 m, o que representa uma redução de 82,7%,

na direção z a amplitude foi reduzida de 7,663x10-5

para 1,68x10-5, representando 78,07% de redução.

Figura 4. Função resposta em frequência (FRF)

Analisando a Figura 4. é possível observar a

atenuação do deslocamento através dos picos da FRF.

Avaliando primeiramente na direção x, pode-se observar

que houve uma redução na amplitude de 9,39 dB no

primeiro modo e de 10,6 dB no segundo modo. Na

direção z houve uma redução de 5,77 dB e 7,09 dB para

o primeiro e segundo modo, respectivamente

5. Conclusão

Os resultados apresentados demonstram a eficiência

da utilização da Lógica Fuzzy para o controle de

sistemas rotativos. O modelo de Takagi-Sugeno,

vinculado com a compensação paralela, permitiu a

solução da não-linearidade do AEM através da solução

por meio de modelos locais. O controlador LQR foi

utilizado para solucionar esses modelos locais,

controlando assim, o sistema global. Diante disto,

através de simulações computacionais, o objetivo do

trabalho em mostrar a eficiência da técnica de controle

em um sistema rotativo por meio de Lógica Fuzzy

utilizando um AEM não-linear, foi alcançado.

6. Referências

[1] R. Cardim, Projeto de Controladores Baseados em

LMIs: Realimentação Derivativa e Sistemas Chaveados

Utilizando Estrutura Variável, Tese de Doutorado,

Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, (2009).

[2] J. Der Hagopian, and J. Mahfoud, Electromagnetic

actuator design for the control” of light structures,

Smart Structures and Systems, vol. 6, No. 1, 29-38,

(2010).

[3] R. Gaino, Controle de Movimentos de Pacientes

Paraplégicos Utilizando Modelos Fuzzy T-S, Tese de

Doutorado, Universidade Estadual Paulista, Ilha

Solteira, (2009).

[4] E. H. Koroishi, A. S. Borges, A. Ap. Cavalini Jr, and

V. Steffen Jr, Numerical and Experimental Modal

Control of Flexible Rotor Using Electromagnetic

Actuator, Mathematical Problems in Engineering, vol.

2014 (2014), Article ID 361418.

[5] M. V. Saldarriaga, Atenuação de Vibrações em

Máquinas Rotativas Flexíveis usando Materiais Visco

elásticos nos Suportes, Tese de Doutorado,

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia,

(2007).

Agradecimentos

Agradecemos à Universidade Tecnológica Federal

do Paraná (UTFPR-CP) pelo suporte material e

financeiro, o quão possibilitou a realização deste

trabalho.