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Anais do I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar ISSN 1980-4083 Comissão Científica Amália Neide Covic (IOP/GRAACC) Ana Mercês Bahia Bock (PUCSP) Antonio Sérgio Petrilli (IOP/GRAACC/UNIFESP) Cláudio Teixeira (Hospital Pequeno Príncipe) Conceição Vieira da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP) Cynthia Andersen Sarti (Depto de Pediatria/UNIFESP) Edina Mariko Koga da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP) Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC) Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC) Eneida Simões da Fonseca (UFRJ/Hospital Jesus) Marcos Lara (Faculdade Tancredo Neves) Maria Aparecida de Menezes (Faculdade Mozarteum de São Paulo) Maria da Graça Nicoletti Mizukami (UFSC/Universidade Mackenzie) Maria Regina Dubeux Kawamura (USP) Paulo de Tarso Puccini (CEDEP/IAMSPE) Raquel Furuie (Depto de Pediatria/UNIFESP) Rosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP) Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP) Comissão Organizadora Rosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP) Amália Neide Covic (IOP/GRAACC) Conceição Vieira da Silva (Depto de Enfermagem/UNIFESP) Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC) Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC) Raquel de Aguiar Furuie (Depto de Fonoaudiologia/UNIFESP) Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP) Colaboradores Aidê Mitie Kudo (Instituto da Criança/HCSP) Fabiana Aparecida de Melo (IOP/GRAACC) Graciella Watanabe (IOP/GRAACC) Luzia M. Costa (UNIFESP) Marina C. Pedro Fioratti (IOP/GRAACC) Rafael Purgato Turrini (IOP/GRAACC) Regina Penha Lucena(ITACI/HCSP) 1

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Anais do I Fórum Nacional de Atendimento Escolar HospitalarISSN 1980-4083

Comissão CientíficaAmália Neide Covic (IOP/GRAACC)

Ana Mercês Bahia Bock (PUCSP)

Antonio Sérgio Petrilli (IOP/GRAACC/UNIFESP)

Cláudio Teixeira (Hospital Pequeno Príncipe)

Conceição Vieira da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Cynthia Andersen Sarti (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Edina Mariko Koga da Silva (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC)

Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC)

Eneida Simões da Fonseca (UFRJ/Hospital Jesus)

Marcos Lara (Faculdade Tancredo Neves)

Maria Aparecida de Menezes (Faculdade Mozarteum de São Paulo)

Maria da Graça Nicoletti Mizukami (UFSC/Universidade Mackenzie)

Maria Regina Dubeux Kawamura (USP)

Paulo de Tarso Puccini (CEDEP/IAMSPE)

Raquel Furuie (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Rosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Comissão OrganizadoraRosana Puccini (Depto de Pediatria/UNIFESP)

Amália Neide Covic (IOP/GRAACC)

Conceição Vieira da Silva (Depto de Enfermagem/UNIFESP)

Eduardo Caliendo Marchesan (IOP/GRAACC)

Eduardo Kanemoto (IOP/GRAACC)

Raquel de Aguiar Furuie (Depto de Fonoaudiologia/UNIFESP)

Rudolf Wechsler (Depto de Pediatria/UNIFESP)

ColaboradoresAidê Mitie Kudo (Instituto da Criança/HCSP)

Fabiana Aparecida de Melo (IOP/GRAACC)

Graciella Watanabe (IOP/GRAACC)

Luzia M. Costa (UNIFESP)

Marina C. Pedro Fioratti (IOP/GRAACC)

Rafael Purgato Turrini (IOP/GRAACC)

Regina Penha Lucena(ITACI/HCSP)

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Mesa de AberturaProf. Dr. José Roberto Ferraro - Superintendente do Hospital São Paulo/Reitoria da UNIFESP

Prof. Dr Domingos Palma - Secretaria da Educação do Município de São Paulo

Profª Dra Rosana Puccini - Chefe do Depto de Pediatria/UNIFESP

Prof. Dr. Antonio Sérgio Petrilli - Superintendente Geral do Graacc

Profª Ms Amália Neide Covic - Setor de Pedagogia/IOP/GRAACC

AberturaPalestra: : Profª Drª Maria da Graça Nicoletti Mizukami Tema: “Aprendizagem da Docência”

Abertura dos trabalhos Dr Rudolf Wechsler

GT1 - Políticas Públicas Nas últimas décadas, as Políticas Públicas têm procurado implementar e assegurar a

intervenção pedagógica hospitalar.

Compreender a cultura de uma população escolar que se forma tanto ou ao mesmo tempo enquanto produto de um processo de democratização de estudo, mas também das modificações internas dos hospitais, é o que objetiva este Grupo de Trabalho.

Temas: Retrospectiva e tendências.

Encontros e desencontros entre as PP e a realidade educacional.

Implementação das PP.

O poder de deliberação e decisão.

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Síntese das DiscussõesMediadores: Cláudio Teixeira e Maria Aparecida de MenezesRelatório das atividades do GT1 elaborado por Maria Aparecida de MenezesDia 19/08/06 Período da ManhãOs trabalhos iniciaram-se pela primeira Mesa Propositiva, com a presença da Sra. Silvana Lucena dos Santos Drago da Divisão de Orientação Técnica (DOT) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME), com o tema “Retrospectivas e Tendências”.

A representante da SME de São Paulo fez um relato da política para o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais, apoiada em dados do período entre 2003 a 2006, embora o formato atual tenha se iniciado em 1998.

Entre as propostas de atendimento, figuram as escolas especiais destinadas aos alunos surdos e/ou com deficiência auditiva, salas de apoio e acompanhamento à inclusão, convênios com entidades e as classes hospitalares (existe apenas uma em um hospital do município).

Os participantes levantaram perguntas sobre os dados apresentados, disponibilização de recursos, parcerias com setores da saúde, acompanhamento e trabalho pedagógico e, questionaram intensamente, a política da gestão atual, em particular à posição de que é da escola que necessita dos serviços de apoio, a responsabilidade em procurar a Secretaria, pois “a escola tem autonomia para decidir o que é melhor para ela” - procedimento estabelecido tanto para as escolas quanto para classes hospitalares.

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A apresentação do Tema 2: “Experiência e Desafios”, de Marlene Aparecida Comin Araújo e Olga Samways não ocorreu por ausência das representantes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

A atividade seguinte, Comunicação Oral foi aberta com a apresentação do trabalho “A Relevância da Classe Hospitalar em Instituições Públicas de São Luís para Crianças de 07 a 10 anos”, apresentado por Márcia Letícia Araújo Pereira, cuja pesquisa demonstrou existir dificuldades para o cumprimento da lei naquele município, muitas crianças hospitalizadas perdem a seqüência dos estudos, pois existem apenas projetos do tipo brinquedoteca e o empenho na luta para a implantação de uma classe no Hospital Universitário em parceria com a Universidade Federal do Maranhão.

O trabalho seguinte, “Resgate Histórico da Escolarização do Hospital Erasto Gaertner”, de Margarida Mitsuko da Silva Skibinski e Mirta Cristina Pereira Pacheco, relatou o processo de implantação e desenvolvimento de uma classe em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, iniciado em 1988 com atividades de recreação, e vem crescendo, tendo como objetivo privilegiar a humanização, o contato com a escola de origem das crianças, a escolarização, enfim, o pedagógico.

As discussões que encerraram a manhã giraram sobre a pouca participação de representantes dos governos nos eventos; as necessárias trocas de informações entre cidades e secretarias; a mobilização das diferentes instâncias; as parcerias entre o público e privado, com o cuidado para não minimizar a obrigação do Estado

Período da TardeA Mesa Propositiva teve a coordenação de Ana Lúcia Tarouquella Schilke durante a apresentação dos temas 3 e 4, conforme a seguir.

“Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade” relato apresentado por Armando Arosa, fez um resgate histórico do processo da Secretaria Municipal de Educação de Niterói, a partir de 1993, quando ainda não havia estrutura para o atendimento hospitalar escolar e apresentou uma proposta de criação e implementação de uma unidade escolar municipal em ambientes hospitalar.

Na seqüência, a Profª Drª. Conceição Vieira da Silva do Departamento de Enfermagem da UNIFESP, representando as parceiras Regina Issuzu Hirooka de Borba e Ieda Aparecida Carneiro, apresentou o tema “Classe Hospitalar: Direito da Criança ou Dever da Instituição?”, cujo trabalho trouxe o posicionamento pela afirmação do direito das classes hospitalares, não só como garantia do cumprimento legal, mas também, a importância delas para o desenvolvimento da criança, pois é um período que marca o crescimento intelectual e compromisso com um grupo social ao qual pertence e isto deve ser preservado pela continuidade das atividades escolares.

Após a mesa, a Comunicação Oral sob o título “As Classes Hospitalares Em Santa Catarina: Caracterização” foi apresentada por Terezinha Maria Cardoso, que teve por objetivo conhecer as conhecer as classes hospitalares em funcionamento no estado de Santa Catarina. Os resultados indicaram que o trabalho desenvolvido não se limita aos conteúdos do currículo oficial, se estende à promoção da auto-estima do educando e, também, dos familiares que o acompanham, embora sejam precárias as condições de trabalho.Encerrando os trabalhos do dia, Fabiana Aparecida de Melo Oliveira trouxe sua pesquisa em andamento com o título “As Classes Hospitalares no Contexto das Políticas Públicas Brasileiras”, na qual faz uma coleta de dados, em consulta direta aos sites, sobre como o ensino, através de classes hospitalares, aparece legalmente previsto nos documentos normativos nacionais que prevêem a implantação das classes hospitalares nos diversos estados brasileiros. Os resultados têm indicado a obtenção de dados é difícil, são poucas as informações e para completar o mapeamento é necessário recorrer à literatura dedicada ao assunto.

O debate que se seguiu foi envolvente, com muitas questões sobre a nomenclatura utilizada; queixas quanto à falta de formação dos professores e dos profissionais dos hospitais, pois ensinar não é específico de um lugar, seja a escola comum ou a hospitalar e a necessidade de pressionar

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os órgãos públicos, pois as políticas públicas não se iniciam pelo Estado e, sim, por pressão.

Dia 20/08/06 Período da ManhãA Mesa Propositiva do dia contou com a coordenação do Prof. Eduardo Caliendo Marchesan.

O primeiro tema, “Vivência da Implantação das Classes Hospitalares” foi apresentado por Marlene Mayer A. Silva da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. A escolarização hospitalar naquele município, iniciou-se em 1987 no Hospital Pequeno Príncipe (instituição provada), com uma perspectiva lúdica. Algumas parcerias foram articuladas a partir de 1988 com outros hospitais e secretarias municipais e do estado. Ainda hoje não tem uma sala ou classe formal, do ponto de vista físico, e o trabalho ocorre nos diversos espaços e setores do hospital; a perspectiva é educacional e humanizadora.

Para o segundo tema, contamos com a presença de Rosemary Aparecida Hilário representando a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, que trouxe o relato “Estruturação da Classe Hospitalar em um Hospital Oncológico”, sobre a. Escola Especializada Schwester Heine que funciona no Hospital A. C. Camargo (Hospital do Câncer), cujas atividades iniciaram-se em 1987, fruto de um convênio com a Prefeitura do Município de São Paulo e a Secretaria Estadual de Educação do Estado. Atende crianças de zero a oito anos, com atividades pedagógicas e brinquedoteca, objetivando o desenvolvimento integral, escolarização e reinserção na escola de origem. O atendimento é oferecido a crianças de tratamento em estágio agudo, e também, em função da demanda, em parceria com a Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, articula oftalmologia e Educação Especial. Mais de 50% das crianças atendidas originam-se de outros estados brasileiros, principalmente do Norte.

No debate que se seguiu, surgiram questionamentos sobre o fato de a rede municipal oferecer uma única classe hospitalar para o atendimento à cidade de São Paulo e também sobre as parcerias ou rede de apoio que não deve substituir as políticas públicas. Ainda sobre parcerias, os convênios com as universidades foram bastante discutidos e os estagiários que não devem substituir os professores.

“Políticas Públicas para Escolas Hospitalares: Necessidade de Definições e Ações” intitulou o tema seguinte, da Profa. Dra. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula, cujo trabalho apresentou, através de levantamento bibliográfico e análise de documentos, um panorama no Brasil das escolas hospitalares. As conclusões apontam para o fato de que são poucas as Secretarias de Educação Especial que reconhecem o direito legítimo e implementam, de fato, as escolas nos hospitais; necessidade da construção e socialização de saberes para atuação dos educadores; medidas governamentais de implementação e acompanhamento do trabalho dos professores nas escolas hospitalares e uniformização terminológica.

Dando seguimento, a comunicação oral “Inclusão Escolar em Ambiente Hospitalar: Experiência com Crianças e Adolescentes em Tratamento Oncológico”, de autoria de Gilda Maria Maia Martins Saldanha, Izabel Cristina Ferreira Oliveira e João Gomes Tavares Neto, trouxe a experiência do atendimento educacional hospitalar no Pará, através de um convênio entre Secretaria de Estado de Educação e um hospital privado, cujo objetivo é a inclusão educacional, trabalho iniciado em 2002.

Na última comunicação oral o tema foi “Considerações sobre Escolarização no Contexto Hospitalar”, trabalho assinado por Mariliza Simonete Portela, Ariane Macedo, Neuseli Lipinski e Yvelise Vallim, que discorreu sobre o atendimento, rotina e atividades pedagógicas em um hospital particular de Curitiba com professoras cedidas pela Secretaria Municipal de Educação através de um convênio.

Na última discussão do grupo, emergiram questões trazidas pelos expositores como a nomenclatura utilizada de formas diferentes não só no ambiente escolar como hospitalar e foram retomadas outras já discutidas, como a formação dos professores de classes hospitalares, os estagiários, o número insuficiente de classes hospitalares implementadas e as parcerias.

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Alguns aspectos comuns ou tangentes aos trabalhos e discussões do GT1-Políticas Públicas:ØNo que se refere aos aspectos normativos, documentos, legislação, diretrizes, dados

estatísticos e terminologia:

-É imprescindível garantir o cumprimento da legislação, ou seja, a afirmação do direito legítimo para a implantação do atendimento escolar hospitalizado;

-Não ficar apenas nos marcos legais: é necessário verificar em que condições esse atendimento vem ocorrendo;

-Lutar pela flexibilização do sistema de dotação orçamentária a partir dos dados enviados às secretarias, os quais são tabulados e utilizados para a liberação de recursos, pois a flutuação é característica da condição do aluno/paciente;

-Faz-se necessária discussão e definição da terminologia utilizada, pois a ancoragem conceitual determina e sustenta as definições e ações das políticas públicas.

ØQuestionamento e indicativos no aspecto pedagógico:

-Firmar a importância do pedagógico, entendendo-o que não se limita ao conteúdo;

-Preservar a escolarização, considerando, paralelamente aos conteúdos, os aspectos emocionais e relacionais da criança hospitalizada;

-Compreender como fundamental a continuidade das atividades escolares num momento em que a criança está debilitada fisicamente, alijada de seu grupo social, mas atravessando o seu crescimento intelectual;

-Pensar um trabalho de interlocução com os familiares no processo de reinserção na escola pós-hospitalização.

Ø Quanto aos profissionais da educação e hospitais e, na perspectiva das políticas públicas, como encontrar o equilíbrio para:

-Dimensionar o perfil do profissional que trabalha nesse atendimento;

-Conseguir uma ampla discussão sobre formação: deve ser específica ou generalista? Deverá ser realizada na graduação ou na pós-graduação? Como e que tipo de investimentos devem ser feitos? Quais os saberes necessários? Qual o campo de conhecimento?

-Definir o papel do estagiário tanto nas universidades quanto nos hospitais.

ØEstabelecer, clara e atentamente, o papel das parcerias e doações para que o poder público não se desresponsabilize do que é seu dever.

Trabalhos apresentados

Arosa, Armando. "Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Prof. Armando Arosa

Superintendente de Desenvolvimento de Ensino / Subsecretário de Projetos Especiais – Niterói/RJ

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IntroduçãoCom surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente um novo desafio foi colocado para as Secretarias de Educação(SME) – a escolarização da criança/adolescente hospitalizado. Esta garantia legítima de direito ainda não encontrou respaldo nas políticas elaboradas e aplicadas pelas SMEs. Esta situação se materializa pelo fato do foco de atenção das SMEs estarem egocentradas nas escolas, dificultando sua atuação sistêmica em outros espaços educativos que não o escolar.

JustificativaQuando as SMEs assumem o atendimento educacional hospitalar, realizam esta ação mediante convênio, que engessam o atendimento educativo, muitas vezes, por não conhecer a dinâmica deste espaço e não ter discutido sobre a função da ação educacional em um hospital. Sua realização e pautada em projeto, pois esta atuação é entendida como modalidade da Educação Especial, sendo compreendida como uma ação periférica aprisionada na burocracia administrativa – financeira que restringem, e muito, a autonomia deste espaço educativo.

Este cenário sinaliza a necessita de pensar estratégias que garantam a efetivação das ações educativas hospitalares de forma a superarem o olhar reducionista que, hoje, sustenta fragilmente, as ações educacionais hospitalares.

MetodologiaMesa de Debate – Escola Hospitalar: Utopia ou Realidade. Este espaço reflexivo terá como proposta discutir a possibilidade de criação da Escola Hospitalar tomando como ponte de partida a experiência vivenciada pela Secretaria de Educação de Niterói na elaboração do Decreto que normatiza a criação da Escola Hospitalar naquele município.

Palavras-chave: Estatuto da Criança e do Adolescente, Escolarização, Escola Hospitalar, Debate.

Cardoso, Terezinha Maria. "AS CLASSES HOSPITALARES EM SANTA CATARINA: CARACTERIZAÇÃO" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido.

Terezinha Maria Cardoso

EED/CED/UFSC

IntroduçãoClasse Hospitalar (CH) é a terminologia do MEC/SEESP (Ministério de Educação/Secretaria de Educação Especial) para designar o atendimento pedagógico educacional no hospital. Seu principal objetivo é atuar no combate ao fracasso escolar comum às crianças/adolescentes que são submetidas a internações longas e/ou freqüentes, impossibilitando-as de acompanhar o ano letivo da escola regular. (MEC, 2002). Em Santa Catarina, a Portaria nº 30, SED, de 05 de março de 2001, que dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internado em hospitais, regulamenta esse atendimento no âmbito do Estado. O trabalho desenvolvido na Classe é referendado por uma escola da Rede Estadual de Ensino. Os dados da Secretaria de Educação

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apontam para a existência de 12 CH no Estado, a maioria criada no ano de 2002, duas implementadas em 2001 e uma em 2003.

MetodologiaEste texto traz parte dos resultados do projeto “Convergindo olhares para alunos hospitalizados: conteúdos, metodologias e práticas”, qual seja, conhecer as CH em funcionamento no Estado de SC. Os dados foram coletados por: questionário contendo tópicos que buscavam informações referentes à Classe propriamente dita e sobre a professora; entrevista, que aprofundavam com as impressões das professoras sobre a Classe e o seu trabalho; e fotografias que complementaram a análise da arquitetura das Classes. Ao todo, doze cidades foram percorridas em 7 regiões do Estado e 12 CH e em média 20 professores foram ouvidos, em entrevistas individuais e coletivas.

ResultadosAs CH visitadas são espaços agradáveis e acolhedores, que trazem à criança lembranças da escola, mas que se diferenciam dela na organização. Têm espaço próprio para o desenvolvimento do trabalho pedagógico e, a maioria delas, é fruto de adaptações de quartos, enfermaria, sala de espera ou sala de depósito. Com exceção de uma Classe, as demais não possuem ramal telefônico. Registram um atendimento médio mensal com variação entre 100, 40 e 23 atendimentos/mês.

Os dados produzidos na investigação indicam que o trabalho desenvolvido pelas professoras das CH não se limita aos conteúdos do currículo oficial, antes se estende à promoção da auto-estima do educando e, também, dos familiares que o acompanham. Lembram, também, que cognição e vida são faces de uma mesma moeda. Ao trabalharem os conteúdos escolares de forma lúdica, dão suporte emocional ao educando para enfrentar com maior tranqüilidade o período de internação. Assim, trazem o mundo da escola, (res)significando-a.

ConclusãoO cuidado parece ser a pedra angular da prática pedagógica efetivada nas CH. Sem negar as análises que desvelam as precárias condições de trabalho, buscamos qualificar os elementos de reprodução emocional da vida como indispensável para o processo de ensinar e aprender. Uma educação biocêntrica que entende a cognição para além de processos mentais e da consciência, como sinônimo de vida (MATURANA, 1998; CARVALHO, 1999; CECCIM, 1997; SOUSA, s/d).

Palavras-chave: classe hospitalar, fracasso escolar, educação biocêntrica.

Referências

CARVALHO, Marília P. No coração da sala de aula: gênero e trabalho docente nas séries iniciais. São Paulo: Xamã, 1999.

CECCIM, R. B. Criança hospitalizada: a atenção integral como uma escuta à vida. In: CECCIM, R. B.; CARVALHO, P. R. A. (org.) Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1997.

FONSECA, Eneida S. da. Implantação e implementação de espaço escolar para crianças hospitalizadas. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.8, n.2, p.205-222, jul./dez. 2002.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998.

MEC. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

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SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados em hospitais. Portaria n. 030, de 05 de março de 2001. Florianópolis: SED, 2001.

SOUSA, A. M. B. Educação Biocêntrica: uma poética da cognição... Florianópolis, s/d. Trabalho não publicado.GT2 – Currículo Todo professor hospitalar convive com duas realidades e uma só vivência, muitas vezes extremamente contraditória. Discutir a construção de um currículo não excludente é o que objetiva este Grupo de Trabalho.Temas:

A cultura escolar e a cultura hospitalar.

Estruturação do currículo pedagógico hospitalar.

Adequação entre currículo da escola hospitalar e da escola de origem.

Os diferentes tempos do estudar no hospital.

Menezes, Maria Aparecida, “GESTÃO E INCLUSÃO ESCOLAR” (2006)em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido.

Maria Aparecida de MenezesFaculdade Mozarteum de São Paulo/Curso de Pedagogia/[email protected]

IntroduçãoO presente trabalho é resultado de leituras e reflexões sobre o tema Educação Inclusiva, aliadas à experiência em escolas públicas e o cotidiano de trabalho com gestores, acrescidos da docência em cursos de Pedagogia nos quais, a intencionalidade de formação de coordenadores pedagógicos, diretores e supervisores, volta-se para o gerenciamento de unidades escolares de educação básica.

MetodologiaO estudo iniciou-se a partir de questionamentos provocados pela vivência com gestores e seus enfrentamentos diante das novas exigências escolares em presença da diversidade da clientela nas escolas, em particular, dos alunos com necessidades educacionais especiais e a composição do quadro de professores e demais educadores, incluindo o próprio gestor, cuja formação não contempla a demanda atual.

A partir desse contexto delineou-se o processo de estudos no desvelamento guiado pela questão norteadora: como pensar Gestão e Inclusão Escolar?

Buscou-se aporte teórico em Maria Teresa Mantoan, Paulo Freire, Vitor Paro e documentos pertinentes, que contribuíram no sentido de esclarecer a questão da Inclusão Escolar no cenário da escola brasileira.

ComentáriosProcuramos situar algumas contradições e conflitos e apontar a relação entre os novos compromissos assumidos pela escola e a necessária experiência do diálogo entre gestores e demais segmentos do contexto escolar.

Consideramos também necessário que os educadores estejam atentos à complexidade do tema e à sensibilidade indispensável para lidar com a Inclusão Escolar, reconhecendo as limitações, mas também transformações possíveis através de instrumentos legítimos de participação.

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Palavras-chave: Educação Inclusiva, Gestão, Inclusão Escolar.

Oliveira, Fabiana Aparecida de Melo. "AS CLASSES HOSPITALARES NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Fabiana Aparecida de Melo Oliveira

Graduanda em Letras pela Universidade de São Paulo. Professora-estagiária do Projeto Escola Móvel-Aluno Específico vinculado ao IOP/GRAACC.

Introdução O reconhecimento, por parte da legislação brasileira, de que crianças e adolescentes hospitalizados têm direito a atendimento pedagógico-educacional figura como um elemento extremamente relevante no contexto educacional nacional. Destarte, esta pesquisa pretendeu se configurar como um exercício de coleta de informações sobre como o ensino através de classes hospitalares aparece legalmente previsto ao longo deste território.

MetodologiaA pesquisa está centrada na consulta de documentos normativos que prevêem a implantação das classes hospitalares nos diversos estados brasileiros. Desse modo, destacou-se um levantamento de dados relacionados às políticas públicas em âmbito federal e, também, uma comparação entre as possíveis leituras e adaptações desenvolvidas pelas secretarias e conselhos estaduais de educação.

Mais especificamente, o levantamento de dados corresponde a uma consulta direta aos sites oficiais, tanto do Ministério da Educação e Desporto, como das secretarias e conselhos estaduais de educação de todo território nacional. O que se privilegiou, portanto, foram os documentos normativos, ou seja, leis, decretos, deliberações, pareceres e resoluções.

ResultadosA dificuldade de acesso a esses materiais foi o maior obstáculo vivenciado ao longo deste trabalho. Assim, é plausível destacar que nem todas as secretarias, bem como os conselhos estaduais de educação disponibilizam em seus sites oficiais os documentos que fundamentam suas determinações. Da mesma maneira, há que se mencionar que nenhum dos responsáveis pela área de educação especial contatado contribuiu com informações acerca da previsibilidade legal ou não de classes hospitalares em sua região de atuação.

Efetivamente foram encontradas, dentro da metodologia proposta, informações apenas sobre 11 regiões: Ceará, Pernambuco, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Nessa perspectiva, convém notar que as classes hospitalares são mencionadas como um serviço especializado ou como parte da estrutura de atendimento a alunos portadores de necessidades educativas especiais. A exceção cabe aos estados do Ceará e Pernambuco, onde tal terminologia sequer apareceu nos documentos analisados.

Como fazia parte do objetivo desta investigação trilhar as especificidades legais de todos os

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estados brasileiros, o que na prática foi impossível, pareceu fundamental buscar outras pesquisas que já tivessem abordado a temática das políticas públicas regionais no âmbito do ensino especial[1]. Assim, foi possível obter informações sobre outros estados, tais como Amapá, Amazonas, Pará, Bahia, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.

Desse modo, obteve-se informações sobre 18 estados, além do Distrito Federal. Desse total, apenas 8 estados e o próprio Distrito Federal, isto é, 50 % das regiões pesquisadas, apresentam as classes hospitalares em sua legislação (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul) enquanto nos demais, tal terminologia, ao menos nos documentos consultados, sequer apareceu citada textualmente.

Palavras-chave: Políticas Públicas, Inclusão, Escola Hospitalar

Referências Bibliográficas:BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, MEC/SEESP, 1994.

________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Especial. Classes hospitalares e atendimento domiciliar. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/sessp/pdf/livro09.pdf>

_________. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Resolução no 41, de 13/10/1995. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/bioetica/conanda.htm>. _________. Constituição da República Federativa do Brasil. Imprensa Oficial: 1988. _________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9394 de 20/12/1996. Disponível em:<http://www.unoparvirtual.com.br/lei9394.pdf>. _________. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CBE nº 2 de 11/09/01. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>.BUENO, José Geraldo Silveira & FERREIRA, Júlio Romero (coord.). Políticas regionais de educação especial no Brasil. Disponível em: <http://www.aped.org.br/26/outrostextos/tegt15.doc.>.

CEARÁ. Conselho Estadual de Educação. Resolução CEE/Ce no 361/2000. Disponível em: <http://www.cec.ce.gov.br/>.

________. Conselho Estadual de Educacao. Resolução CEE/CE 394/2004. Disponível na em: <http://www.cec.ce.gov.br/Docs/RESOLUCAO39/2004>.

DISTRITO FEDERAL. Conselho Estadual do Distrito Federal. Resolução no 02, de 06/07/1998. Disponível em: <http://www.se.df.gov.br/gcs/file.asp?id=3306>.

___________________. Resolução no 2, de 11/07/2001.Disponível em: <http:// www.mec.gov.br/legis/pdf/resolucao2.pdf.>.

ESPIRITO SANTO. Conselho Estadual de Educação. Resolução no 58/95. Disponível em: <http://www.cee.es.gov.br/scripts/cee004_R58_95.asp.>.

FONSECA, Eneida Simões da. A situação brasileira do atendimento pedagógico-hospitalar. Revista Educação e Pesquisa 25 (01): 117-129. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf>

________ . (Org.) Atendimento escolar hospitalar. Anais do I Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar: o trabalho pedagógico-educacional no ambiente hospitalar; a criança doente também estuda e aprende. Disponível em <http: //www.2.uerj.br/classhosp.2001>

_________ . Classe hospitalar: atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente

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hospitalizados. Disponível em: <http://www2.uerj.br/classhosp.2001>.

GOIÁS. Lei Complementar, de 28/12/1998. Disponível em: <http://www.gabinetecivil.goiás.gov.br/leis_complementar_n26.htm>.

MATO GROSSO. Conselho Estadual de Educação. Resolução CEE no 261/2002. Disponível em: <http://www.seduc.met.gov.br/conteudophp?sid=163&parent56>.

MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Educação. Parecer CEE no 424/03. Disponível em <http://www.cee.mg.gov.br/parecercee.htm>.

______________. Conselho Estadual de Educação. Resolução CEE no 451/03. Disponível em: <http://www.cee.mg.gov.br/resolucoescee.htm>.

PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE no 02/2003. Disponível em: <http://www.celepar7cta.pr.gov.br/seed/deliberacoes.nsf/publicadas>.

________. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE no 10/2005. Disponível em:<http://www.celepar7cta.pr.gov.br/seed/deliberacoes.nsf/publicadas>.

PERNAMBUCO. Conselho Estadual de Educação. Resolução CEE/PE no 01, de 14/02/2000. Disponível em: <http://www.cee.pe.gov.br/index_legislacao.htm>.

RIO DE JANEIRO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação 291/04. Disponível na internet em: <http://www.cee.rj.gov.br/coletanea/d291.pdf>.

RIO GRANDE DO SUL. Projeto de Lei 229/2003. Disponível em: <http://www.al.rs.gov.br/Diario/Proposicoes/PROP1589htm>.

SÃO PAULO. Conselho Estadual de Educação. Deliberação CEE no 05/2000. Disponível em: <http://www.ceesp.sp.gov.br/Deliberacoes/de_05_00htm>.

____________. Secretaria Estadual de Educação. Resolução SE no 61 de 2002. Disponível em: <http://www.edunet.sp.gov/itemlise/arquivos/61_2002htm>.

___________. Projeto de Lei 1123 de 2003. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integra/243213.htm>.

UNESCO/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA DA ESPANHA. (1994). Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educativas especiais: Acesso e qualidade. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>.

[1] Nesse sentido, a maior contribuição encontrada remete ao texto de BUENO, José Geraldo Silveira & FERREIRA, Júlio Romero (coord.). Políticas regionais de educação especial no Brasil.

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Paula, Ercília Maria Angeli Teixeira de."POLÍTICAS PÚBLICAS PARA ESCOLAS HOSPITALARES: NECESSIDADE DE DEFINIÇÕES E AÇÕES" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Profa. Dra. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

Docente de Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG/PR.

A escola hospitalar no Brasil vêm se expandindo, de forma expressiva, nas últimas décadas. Este fato demonstra que existem interesses de alguns setores da população brasileira em humanizar e reconhecer o direito à educação para crianças e adolescentes hospitalizados. No entanto, apesar de existirem inúmeros esforços dos estudiosos da área, educadores, profissionais de saúde, pessoas da sociedade civil e alguns órgãos públicos; as escolas nos hospitais ainda não recebem o devido cuidado, atenção e reconhecimento legal para a sua real efetivação na sociedade brasileira. Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica e reflexões apresentadas na tese de doutorado, por mim defendida, no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia no ano de 2005 a respeito das escolas nos hospitais. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico e análise de documentos que abordam esta temática. Na análise das Políticas Nacionais da Educação Especial, do Ministério da Educação, BRASIL (1994, 2001,2002) é possível verificar que as “Classes Hospitalares e os Atendimentos Domiciliares” estão contempladas nas resoluções da Educação Especial. Todavia, são poucas as Secretarias de Educação Especial que reconhecem este direito como legítimo, implementando de fato, as escolas nos hospitais. A maioria das escolas está relacionada às Secretarias da Educação Municipal ou Estadual. Também existem escolas relacionadas ao Governo Federal, como as escolas dos hospitais da Rede Sarah. Em alguns hospitais, a contratação dos professores é feita como prestação de serviços, com caráter privado. No que se refere à produção bibliográfica, os trabalhos de Ceccim e Carvalho (1997), Kosinski (1997) Fonseca (1999) Matos (1998), Barros (1999), Carvalho e Telles (2000), Amaral e Silva (2003), Baumel (2003), Fontes (2003) e Paula (2005), apontam para a necessidade urgente da construção e socialização de saberes para atuação dos educadores nos hospitais, de medidas governamentais de implementação e acompanhamento do trabalho dos professores nas escolas hospitalares. Uma produção mais recente como a de Mazzota (2006) discute questões relacionadas a necessidade de reflexões sobre a uniformização terminológica das Políticas Públicas da Educação Especial, a descontinuidade de programas e propostas e a coerência dos princípios esposados nestas Políticas. Nas Políticas Públicas das escolas hospitalares alguns aspectos merecem reflexões e ações efetivas como: a expansão das escolas nos hospitais, realização de concursos públicos para os professores, pagamento de insalubridade aos professores, discussão dos projetos político pedagógicos das escolas, garantia de verba nos orçamentos públicos para aquisição de materiais e vários outros aspectos a serem discutidos coletivamente nos Fóruns e Encontros Nacionais em defesa das escolas hospitalares.

Palavras Chave: Políticas Públicas, Escola no Hospital, Aluno Hospitalizado.

REFERÊNCIASAMARAL, Daniela P; SILVA, Maria T.P. Formação e prática pedagógica em classes hospitalares: respeitando a cidadania de crianças e jovens enfermos. Disponível em http://www.malhatlantica.pt/ecae-cm/daniela.htm. Acesso em 20 de Agosto de 2003

BARROS, Alessandra. A prática pedagógica em enfermaria pediátrica. Revista Brasileira de Educação. Set/Out/Nov de 1999, p. 20-27

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BAUMEL, Roseli. Formação de Professores: Algumas reflexões. In: BAUMEL, Roseli. (org) Educação Especial: Do querer ao fazer. Ed, Avercamp, 2003, p. 27-39

BRASIL, Política Nacional de Educação Especial. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria da Educação Especial. Brasília, 1994

_____ Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial. Conselho Nacional de Educação. Brasília. Disponível em http://www.mec.gov.br/cne/ftp/minuta/minuta1dox. Acesso em 03 de março de 2001

______, Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria da Educação Especial. Brasília, 2002

CARVALHO, Rosita E.; TELLES, Maria de Fátima. Políticas Públicas e Classe Hospitalar. In: Atendimento Escolar Hospitalar. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2000, P. 19-24

CECCIM, Ricardo B; CARVALHO, Paulo R. A. Comentando os direitos da criança e adolescente hospitalizado. In: CECCIM, Ricardo B; CARVALHO, Paulo R.A. Criança Hospitalizada: Atenção Integral como escuta à vida. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1997, p. 185- 191

FONSECA, Eneida S. Atendimento Pedagógico Educacional para Crianças e Jovens Hospitalizados: Realidade Nacional. Brasília. MEC/INEP, 1999

FONTES, Rejane. A escuta pedagógica à criança hospitalizada: discutindo o papel da educação no hospital. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003, 207 p.

KOSINSKI, Regina Taam. Educação em Enfermarias Pediátricas.São Paulo: Revista Ciência Hoje, Vol 23, n 133, 1997, p 74-75

MATOS, Elizete M. O desafio do professor universitário na formação do pedagogo para atuação na educação hospitalar. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 1998

MAZZOTA, Marcos. Identidade dos alunos com necessidades educacionais especiais no contexto da política educacional brasileira. Revista de Educação. Universidade Federal Fluminense, n 7, 2003, p. 11-18

PAULA, Ercília M.A. T. Educação, diversidade e esperança: a práxis pedagógica no contexto da escola hospitalar. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação. Universidade Federal da Bahia, 2005, 330 p.

Pereira, Márcia Letícia Araújo. "A RELEVÂNCIA DA CLASSE HOSPITALAR EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE SÃO LUÍS PARA CRIANÇAS DE 07 A 10 ANOS" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar, São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Márcia Letícia Araújo Pereira

Universidade Federal do Maranhão

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INTRODUÇÃO

A partir do século XX, iniciam-se as discussões sobre a relação pessoa, doença e cura e as mudanças em prol de uma política de humanização da saúde, partindo da organização do Sistema Único de Saúde (SUS).

O SUS foi efetivado em 2001 em todo país, visando uma transformação no atendimento aos pacientes em instituições públicas de saúde, de maneira a valorizar o ser humano integralmente. (FERNANDES, 2004)

Desta maneira, a pedagogia hospitalar tem se expandido pelo Brasil, principalmente atrelada à Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS. (FERNANDES, 2004)

O documento do Humaniza SUS enfatiza a atenção integral à saúde através da mudança de cultura da comunidade hospitalar e a construção coletiva de ações. Para não se efetivar como mais um programa, estabeleceu-se como uma política em que todas as dimensões da saúde da saúde devem perpassar. (BRASIL, 2004)

Em via desta preocupação, a educação imprimiu um novo papel para o pedagogo, o beneficiamento do desenvolvimento da criança através de experiências vivenciadas dentro do hospital envolvendo o brincar, o pensar, o criar e o trocar. Com este intuito, a mais antiga escola hospitalar do Brasil é organizada no Hospital Jesus em Vila Isabel, Rio de Janeiro. (FONSECA, 2004).

METODOLOGIAPara a realização desta investigação foram feitas análises bibliográficas específicas da

área de Pedagogia Hospitalar bem como de áreas afins: Saúde Pública e Psicologia Infantil. Julgou-se pertinente analisar as fontes bibliográficas, buscando explicações coerentes para a prática social inerente ao hospital, tendo em vista o processo de mudança constante da percepção de mundo do ser humano, a partir de sua vivência história, do meio em que vive e da transformação dos eventos com todas as ligações internas intrínsecas a esta; além disso, ressaltar a importância de uma classe hospitalar para ressignificação de valores e desejos interrompidos em crianças do ensino fundamental menor internadas em instituições públicas de São Luís.

RESULTADOSMuitas crianças hospitalizadas entre 07 e 10 anos, na cidade de São Luís têm perdido o ano letivo ou a seqüência dos estudos por falta de classes hospitalares. Pode-se pensar que como a incidência é maior de crianças de outros municípios do Estado, não seria viável o acompanhamento em ritmo de escolarização pelo distanciamento do hospital da escola.

COMENTÁRIOSO alcance do êxito atravessa os caminhos do planejamento flexível, com atividades que tenham início, meio e fim. No começo da semana, realizar visitas às enfermarias para examinar as possíveis saídas e entradas de crianças. Elaborar atividades e projetos diversificados que contemplem trabalhos em grupos e individuais. É necessário registrar e avaliar tudo, principalmente quando a classe tem certificação para o regresso do aluno à escola de origem. Quando possível, fazer contato com a escola do aluno.(FONSECA, 2003)

Palavras-chave: Sistema de Saúde Pública, Humanização, Pedagogia Hospitalar.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS. Brasília: MS, 2004. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/humanizasus> Acesso em: 14 jan. 2006.

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FERNANDES, Edicléa Mascarenhas. Construindo um hospital hospitaleiro: acolhendo a família. In: ENCONTRO NACIONAL, 3., ENCONTRO BAIANO DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO AMBIENTE HOSPITALAR, 1., 2004, Salvador. Anais..., Salvador, 2004. 1 CD-ROM. Produzido por Multimídia.

FONSECA. Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003, 97p.

_________. Atendimento educacional na enfermaria pediátrica do HUPE. In: ENCONTRO NACIONAL, 3., ENCONTRO BAIANO DE ATENDIMENTO ESCOLAR NO AMBIENTE HOSPITALAR, 1., 2004, Salvador. Anais..., Salvador, 2004. 1 CD-ROM. Produzido por Multimídia.

Portela, Mariliza Simonete, Macedo, Ariane, Lipinski, Neuseli, Vallim, Yvelise. "CONSIDERAÇÕES SOBRE ESCOLARIZAÇÃO NO CONTEXTO HOSPITALAR" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Mariliza Simonete Portela, Ariane Macedo, Neuseli Lipinski, Yvelise Vallim

Hospital Pequeno Príncipe

Secretaria Municipal de Educação de Curitiba

Introdução: Acompanhamento Escolar no Contexto HospitalarA educação tem um papel fundamental na formação do ser humano, devido ao potencial

de transformação ocorrendo em qualquer espaço, ou tempo, e o professor, um agente inovador que procura conhecer e apropriar-se de novos espaços sócio-educacionais promovendo educação.

Entende-se a família, a comunidade e a escola, como importantes espaços para a promoção da identidade do ser humano, ocupando a escola, pelo seu valor cultural, espaço de destaque que permite experiências significativas na construção de valores próprios e sua relação com a sociedade. No entanto, para um grande número de estudantes o hospital é um local de permanência constante, cíclica ou eventual e que deve ser considerado na perspectiva de ambiente educacional.

É crescente o número de hospitais, que através de seu programa de humanização prevê o atendimento educacional. Entre as entidades hospitalares, está o Hospital Pequeno Príncipe, onde o atendimento pedagógico é realizado por uma equipe que inclui professoras cedidas pela Secretaria Municipal de Educação através de um convênio entre as partes.

MetodologiaAs atividades pedagógicas culturais são elaboradas de acordo com a demanda prevendo a

utilização de recursos como pesquisas com o uso da internet, jogos, livros didáticos e literários...podendo resultar na elaboração de relatórios enviados às escolas de origem.

O atendimento pedagógico oferecido, busca a manutenção ou estabelecimento de vínculo com a escola, estudos e reflexões, aliando restabelecimento físico e enriquecimento cultural, mas

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com o mesmo grau de intensidade, busca tornar a sua permanência hospitalar mais prazerosa possível.

O atendimento se dá tanto em pequenos grupos nas enfermarias, quando é possível o agrupamento ou individualmente no leito, com o apoio dos diversos profissionais envolvidos, o que facilita o tempo de atendimento.

Na rotina diária está o cadastramento das crianças, o esclarecimento do trabalho junto ao familiar e um convite à atividades instigando seu interesse e curiosidade da criança. Estabelece-se um contrato verbal de parceria a seguir, o contato com a escola para definir os conteúdos para esse período. A oferta do atendimento pedagógico se estende às crianças de período curto de internamento, mesmo porque nem sempre se prevê o tempo de hospitalização.

ComentáriosPara dar continuidade aos estudos que ganham especificidade no contexto hospitalar,

apresentamos a síntese deste trabalho entendendo que a divulgação e troca de informações possa fortalecer este campo de atividades tão importantes para o bem estar dos estudantes.

Esta ação tem por objetivo não somente cumprir marcos legais, mas pretende gerar conhecimentos, promover reflexão sobre ações pedagógicas e contribuir para o estreitamento dos elos entre educandos, familiares e profissionais em seus aspectos relacionais. Assegurando o direito de retorno à escola e sua reintegração psicossocial, preservando seus direitos e promovendo a formação de indivíduos capazes de construir seu próprio conhecimento e valer-se dele para sua atuação na sociedade.

Palavras chave: hospital / atendimento pedagógico / formação

Referências BibliográficasAZENHA, G.M. Construtivismo de Piaget a Emíla Ferreiro. 7. ed. São Paulo: Ática, 2003

BICUDO, M.A.V. (org.) Pesquisa em Educação Matemática: Concepções & Perspectivas. São Paulo: UNESP, 1999

BICUDO, M.A.& GARNICA, A.V.M. Filosofia da Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2003

BRENELLI, R.P. O Jogo como Espaço para Pensar. São Paulo: Papirus, 2003

BRITO, M. R. F. de e GARCIA, V. J. N. A psicologia cognitiva e suas aplicações à educação. Florianópolis: Insular, 2000

CARRAHER, T & CARRAHER, D. Na Vida dez, na Escola Zero. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2003

D’AMBRÖSIO U. Etnomatemática Elo entre as Tradições e a Modernidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2002

D’AMBRÖSIO U. Matemática da Teoria à Prática. 10. ed. São Paulo: Papirus, 2003

GUERNELLI, N. N. A Criança com Leucemia na Escola. 1. ed. São Paulo: Livro Pleno, 2002

MACEDO, L.(org) Aprender com Jogos e Situações Problemas. Porto Alegre: Artmed, 2000

MORET, V.P. Construtivismo, a produção do Conhecimento em Sala de Aula. 4. ed. Rio de Janeiro, D&P, 2004PLACCO, V. M. de S. (org.) Psicologia e Educação. Revendo contribuições. São Paulo: EDUC, 2000

PONTE, J.P. Investigar a nossa própria prática. Em, Grupo de Trabalho sobre Investigação: Refletir e Investigar sobre a prática profissional Lisboa : Associação de professores de Matemática, 2002

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Saldanha, Gilda Maria Maia Martins, Oliveira, Izabel Cristina Ferreira, e Neto, João Gomes Tavares. "INCLUSÃO ESCOLAR EM AMBIENTE HOSPITALAR: EXPERIÊNCIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Gilda Maria Maia Martins Saldanha

Secretaria de Estado de Educação

Izabel Cristina Ferreira Oliveira

Hospital Ophir Loyola

João Gomes Tavares Neto

Secretaria de Estado de Educação

No Pará, o atendimento educacional público em ambiente hospitalar ocorre desde 2002, através de um convênio entre Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, Hospital Ophir Loyola - HOL e SEEPS. Este convênio instaurou o Programa Prosseguir cujo escopo é garantir educação de qualidade em uma perspectiva inclusiva e humanizadora. Este trabalho relata a experiência do atendimento educacional de crianças e adolescentes em ambiente hospitalar.

O Prosseguir atua em diversos setores do HOL. Na pediatria temos uma sala de recreação onde as crianças encontram brinquedos e jogos. São realizadas oficinas de criação artística, confecção de brinquedos e pinturas utilizando materiais e sementes amazônicas. Nas enfermarias da pediatria um professor acompanha a vida escolar das crianças interadas.

Na quimioterapia infantil, a brinquedoteca proporciona lazer, com brinquedos e jogos variados. No momento da quimioterapia o professor desenvolve atividades audiovisuais, artísticas e culturais, propiciando distração, prazer e amenizando o estresse físico e emocional.

Outro espaço de aprendizagem é a sala de aula onde são alfabetizadas crianças de 6 a 8 anos, enquanto outros professores atendem alunos de 1ª à 8ª séries. O atendimento educacional varia de acordo com a realidade de cada aluno. As crianças que não reúnem condições de freqüentar a escola são matriculadas na Escola Estadual Barão do Rio Branco e freqüentam as atividades educacionais no próprio hospital.

As atividades escolares são complementadas por pequenos projetos culturais componentes do nosso calendário letivo: Formatura de alfabetização e promoção letiva, Auto de Natal, Páscoa, Homenagem às Mães, Jogos Internos, Feira Cultural, Sessões de Cinema, Visitas a Museus e Parques Ecológicos etc.

O Prosseguir é um marco de qualidade para inclusão educacional de crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Suas ações têm contribuído para garantir educação formal com alegria e esperança no futuro compartilhada entre crianças, seus familiares e professores.

Palavras-chave: educação hospitalar, humanização, inclusão, esperança.

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Silva, Conceição Vieira da, Borba, Regina Issuzu Hirooka de, Carneiro, Ieda Aparecida. "Classe Hospitalar: Direito da Criança ou Dever da Instituição?" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Conceição Vieira da Silva

Universidade Federal de São Paulo/ Departamento de Enfermagem

Regina Issuzu Hirooka de Borba

Universidade Federal de São Paulo/ Departamento de Enfermagem

Ieda Aparecida Carneiro

Hospital São Paulo/ Serviço de Pediatria

Para questionarmos sobre a classe hospitalar como direito da criança e dever da instituição é preciso ressaltar sua importância para o desenvolvimento da criança.

Uma das características marcantes da criança escolar que vai dos 6 anos de idade até a adolescência é o senso de industriosidade, adquirido principalmente por meio da educação formal. É o período que marca o crescimento intelectual e o primeiro compromisso da criança com um grupo social. A motivação, o encorajamento e o reforço destas atitudes decorrem principalmente da aprovação e do reconhecimento dos membros do grupo de convívio. A privação destas oportunidades devido a alguma situação, como processo de adoecimento e hospitalização prolongada, ou quando não lhes são proporcionados condições pedagógicas adequadas, pode resultar em sentimento de inferioridade(1,2).

Estudos realizados com crianças portadoras de doenças crônicas têm demonstrado que a continuidade das atividades curriculares é o que mais elas sentiam falta após o advento da doença em suas vidas, pois um bom desempenho escolar prova sua capacidade cognitiva, restabelecendo a auto estima, a auto realização e assim sua auto afirmação(3,4).

O acompanhamento do currículo escolar durante a permanência da criança hospitalizada está contemplada no item 9 da resolução 41 de 10/95 do CONANDA(5) e no parágrafo 1º do artigo 13 da Resolução do Conselho Nacional de Educação Básica de 11/12/2001(6) que institui como uma das diretrizes da educação especial, a classe hospitalar, no sentido de contribuir para seu retorno e reintegração ao grupo escolar, e desenvolver currículo flexibilizador com crianças e jovens não matriculados no sistema educacional local, facilitando seu posterior acesso à escola regular. Assim, devemos firmar a classe hospitalar como Direito da Criança e Dever da Instituição, para que os direitos da criança sejam preservados, contribuindo para um melhor desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: classe hospitalar; defesa da criança e do adolescente, criança hospitalizada, pediatria

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Referências Bibliográficas1. Wong DL. Whaley & Wong. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997.

2. James SR, Ashwill JW, Droske SC. Nursing care of children: principles & practice. 2ª ed. USA: WB Saunders Company; 2002.

3. Pereira SR. (Re) construindo o hospital: a ótica da criança portadora de doença renal crônica. [Tese]. São Paulo (S P): Universidade Federal de São Paulo; 1999.

4. Borba RIH, Sarti CA. A asma infantil e o mundo social e familiar da criança. Rev Bras Alerg Imunopatol. 2005 setembro/outubro;28(5):249-54.

5. Brasil. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução n. 41 de outubro de 1995. Direitos da criança e do Adolescente hospitalizados. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF); 1995 out 17;Seção 1:319-20.

6. Brasil. Conselho Nacional de Educação Básica. Resolução CNE/CEB n.2, de 11 de setembro de 2001. Institui diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Diário Oficial da Republica Federativa do brasil, Brasília (DF);2001 set 14;Seção 1E:39-40.

Skibinski, Margarida Mitsuko da Silva e Pacheco, Mirta Cristina Pereira. "RESGATE HISTÓRICO DA ESCOLARIZAÇÃO DO HOSPITAL ERASTO GAERTNER" (2006), em: I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Margarida Mitsuko da Silva Skibinski - Assistente Social da Pediatria do Hospital Erasto Gaertner Curitiba/Pr

Mirta Cristina Pereira Pacheco - Professora da Prefeitura Municipal de Curitiba à disposição da Pediatria do Hospital Erasto Gaertner Curitiba/Pr

Introdução

As atividades pedagógicas no Hospital Erasto Gaertner em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, tiveram início em abril de 1988, de acordo com documento intitulado “Projeto da Ação Comunitária”, segundo o mesmo, a Prefeitura cederia uma professora para desenvolver atividades de recreação junto às crianças, duas vezes por semana por um período de quatro horas diárias.

A partir 1991, através de novo convênio, ao hospital seria cedida uma professora atuando cinco dias da semana com carga horária de quatro horas, sendo focado a “assistência escolar as crianças internadas, oferecendo atendimento individualizado e mantendo entrosamento com a escola a que pertencem as crianças” Citação: Cláusula Primeira do documento.

Relato da práticaNesse momento foi montada uma sala de aula junto ao refeitório na pediatria, essa sala foi equipada com móveis, televisor, livros... Tudo doado por pessoas e empresas cientes da necessidade uniram forças e iniciou-se um lindo sonho!

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Ao longo desses anos até o fim de 2004, as atividades escolares foram transcorrendo de forma a auxiliar as crianças em suas dificuldades escolares, a professora contava com o apoio de apostilas doadas por um colégio da rede particular de ensino. Findado o ano a professora regente se aposenta.

No início de 2005, nova professora assume a classe hospitalar e juntamente com o Serviço Social remodelam a didática, investindo em novos projetos, sendo:

- Escolarização: Buscando priorizar o resgate escolar, estimulando partilha de idéias;

- Gostar de Ler: Criação de uma biblioteca na sala de aula;

- Brincar Exercitando: Em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, estagiárias de Educação Física desenvolvem atividades lúdicas;

- Sala de Espera: Atendimento pedagógico aos pacientes do ambulatório;

- Exposição: Apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos alunos/pacientes.

ComentáriosFindamos o ano de 2005 com 1150 atendimentos.

Palavras-chave: atendimento pedagógico - criança – adolescente

Referências Bibliográficas

Convênio Prefeitura Municipal de Curitiba/ Liga Paranaense de Combate ao Câncer. Curitiba/Pr-1991

Projeto de Ação Comunitária. Liga Paranaense de Combate ao Câncer/Prefeitura Municipal de Curitiba. Curitiba/Pr-1988

Relatório Anual de Escolarização Hospitalar – Hospital Erasto Gaertner. Curitiba/Pr-2005

SKIBINSKI, MARGARIDA M. S.; NASCIMENTO, ROSANGELA P. A Pediatria do Hospital Erasto

Gaertner no tripé da qualidade de vida: Saúde, Educação e Humanização. Projeto nº 1295

Curitiba/Pr-2005

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GT2 - CurrículoTodo professor hospitalar convive com duas realidades e uma só vivência, muitas

vezes extremamente contraditória.Discutir a construção de um currículo não excludente é o que objetiva este Grupo

de Trabalho.Temas:

A cultura escolar e a cultura hospitalar. Estruturação do currículo pedagógico hospitalar. Adequação entre currículo da escola hospitalar e da escola de origem. Os diferentes tempos do estudar no hospital.

Síntese das DiscussõesMediador: Marcos Rodrigues de LaraRelatório das atividades do GT2 elaborado por Marcos Rodrigues de Lara

dia 19/08/2006

PARTE DA MANHÃ:

A primeira mesa temática contou a presença da Profa. Dra. Mere Abramowicz e da Profa. Dra. Edina Mariko Koga da Silva, tendo sido Coordenada pelo Prof. Dr. Marcos Masetto.

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A Profa. Mere iniciou as apresentações fazendo uma retrospectiva do tema Currículo mostrando sua trajetória desde suas primeiras abordagens como percurso, grade, rol de disciplinas, lista temática, etc. até a sua abordagem contemporânea de uma área multidisciplinar, inserida culturalmente em determinadas visões, voltada ao aluno e, principalmente, emancipatória.

Na segunda fala, a Profa. Edina apresentou sua experiência com um currículo inovador no ensino da medicina através do método de aprendizagem pela solução de problemas. Essa experiência foi adquirida fora do país na busca de novos métodos e práticas que a Unifesp vem tentando abordar. Nela, a Profa. Edina mostrou uma prática totalmente centrada no aluno, o fim da prática de aulas formais, onde o professor passa a ser um suporte na aprendizagem do aluno que vai, por si só e em grupo, buscar soluções e respostas aos problemas colocados pela Instituição. Estes problemas são elaborados pela Instituição, que estabelece o currículo necessário para a prática da medicina, e sua evolução através da complexização dos problemas a serem enfrentados. O aluno e seu grupo encontram suas formas e modos de aprender e vão se apoiar em todos os meios disponíveis para adquirir os conhecimentos necessários, não apenas no professor, o único detentor do conhecimento requerido no currículo tradicional.

Essa estrutura curricular deixou a platéia bastante interessada em temas complementares como condução dos temas e avaliação dos alunos. Quanto a avaliação dos alunos a Profa. Edina mostrou uma prática totalmente diferente da tradicional onde o aluno se auto-avalia, é avaliado por seus colegas de grupo, e pelo monitor do grupo. Ele é exposto, ainda, outras avaliações institucionais específicas na área das habilidades e das atitudes, formando assim o que a Profa. Mere havia chamado de currículo e avaliação multidisciplinar, abrangente e emancipatória.

Na seqüência das Comunicações Orais a Profa. Ana Lúcia Tarouquella Schilke apresentou o trabalho que a equipe da qual faz parte vem desenvolvendo em suas classes hospitalares para mostrar que o currículo de uma classe hospitalar não pode ser a simples transposição do currículo da escola tradicional ao custo de um “fragoroso naufrágio”. Para ela, falta a junção e significado para as atividades desenvolvidas no hospital com aquelas desenvolvidas nas escolas de origem. Nesse ponto foi apontado, inclusive com o reforço da platéia, o pouco aprofundamento teórico que esta prática vem tendo, carecendo de uma melhor definição de campo de conhecimento e atividade, inclusive intelectual.

Encerrando a parte da manhã a Profa. Cristiane Verdi apresentou sua comunicação oral sobre o trabalho desenvolvido pelo seu grupo na busca pela implantação de escolas hospitalares em sua região, sem grandes apoios conceituais ou práticos e sua luta na prática, ficando, novamente, clara a pouca base conceitual da área.

PARTE DA TARDE:

A segunda mesa temática do dia contou com a participação da Profa. Carolina Pereira Malachias Coutinho e da Profa. Dra. Raquel de Aguiar Furuie, sendo coordenada pela Profa. Dra. Veruska Andrade.

A Profa. Carolina mostrou, através de sua prática com crianças portadoras de limitações visuais, a necessidade do currículo envolver mais do que o simples conteúdo, mas também a intencionalidade no uso de materiais específicos e da ajuda que pode significar o envolvimento dos pais e da escola nesse processo. Foi debatido com a platéia a enorme necessidade que as classes hospitalares têm e treinarem seus profissionais de forma freqüente para não ficarem apenas nos conteúdos dos temas e ampliarem a noção de currículo, como falado na parte da manhã pela Profa. Mere. Outro ponto apontado foi a necessidade de transformar as mães em agentes de luta pela conquista das condições necessárias no meio em que a criança vive. Isso seria muito útil na sensibilização das escolas de origem em elaborarem materiais especiais para essas crianças. Foi lembrado que sempre existe uma forma para se aprender.

A Profa. Raquel, através de uma revisão histórica do ambiente hospitalar procurou dar significado as estruturas de poder encontrados nesse ambiente hoje, no qual se integram as classes hospitalares. Foram fortemente destacados o movimento de reconhecimento dos

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direitos da criança hospitalizada e das mães com filhos nesta condição. No debate com a platéia a Profa. Raquel fez a ligação entre os direitos buscados pela Profa Carolina em sua fala e o momento histórico e legal vivido pelas classes hospitalares.

Neste ponto das discussões das práticas foi apontada pela platéia a recomendação a ser feita para a coordenação dos próximos encontros para a realização de Oficinas de Práticas específicas como a de manuseio de material Braile, musica, artes, brincadeiras, etc. buscando a troca de experiências e o aperfeiçoamento de cada um.

Na sua comunicação oral a Profa. Maria de Fátima Ferreira dos Santos Oliveira mostrou a necessidade do currículo da classe hospitalar incluir o resgate da auto-imagem da criança através do suporte de humanização do ambiente hospitalar através de argumentos de conteúdo na relação professor(a)/aluno(a). Além disso, todo esse trabalho precisa buscar também ser aferido por indicadores objetivos para melhorar a relação da atividade com as instituições, inclusive as governamentais.

Fechando os trabalhos do dia, a Profa. Graciella Watanabe e o Prof. Rafael Purgato apresentaram seu trabalho de ensino de ciências nas classes hospitalares. Mostraram a necessidade de flexibilizar as metodologias aprendidas nos cursos de formação de professores (outra grande preocupação de toda a platéia) e demonstraram na prática que conteúdos em movimento geram currículos móveis e em construção constante. O maior esforço de adaptação deve ser no sentido de respeitar as condições em que se encontra a criança hospitalizada. Quem comanda o processo é a criança e não o conteúdo planejado. A grande preocupação dos dois professores foi de mostrar a enorme necessidade que as classes hospitalares enfrentam no treinamento de sus professores para uma situação que não conta com a simples aplicação da programação prévia. Ficou claro, pela fala dos dois professores, que ensinar ciência a crianças hospitalizadas é mais que ensinar conteúdo é propiciar uma forma delas se apropriarem de uma realidade hostil a elas mesmas, dando-lhes mais tranqüilidade no processo de internação.

Dia 20/08/2006

PARTE DA MANHÃ:

O segundo dia do GT de Currículo foi dominado pelo tema da informática, da computação e da virtualidade. Em um mundo cercado pela informática o Prof. Dr. Jacques Wainer, que compôs a primeira mesa temática do dia, colocou no centro da discussão uma questão básica: “Computador é bom para a Educação?”. Entendendo-se aqui a expressão “bom” como atingir boas notas, o Prof. Wainer apresentou sua recente pesquisa que, através de dois métodos diferentes mostra que, no primeiro método, pelo levantamento de artigos já publicados nos Estados Unidos nesta área (que são muito poucos), não se pode chegar a uma conclusão definitiva nem a favor nem contra. Pelo segundo método de análise baseado nos resultados do último ENEM, os dados estatísticos sobre as notas obtidas dos alunos divididos em classes sociais mostra que o computador não auxilia na obtenção de notas melhores nesse exame. E fica pior quando se verifica que o uso de computador nas classes mais populares está ligado a obtenção de notas mais baixas.

A Profa. Dra. Elizete Lúcia Moreira Matos, participante da mesa temática e também apresentadora da primeira comunicação oral (em substituição a sua equipe de trabalho) mostrou a implantação de um ambiente virtual voltado para a educação infantil em classe hospitalar (o primeiro no Brasil) reforçando que a virtualidade da informática é apenas uma ferramenta a serviço do currículo que carrega todas as intencionalidades básicas da educação.Um dos grandes pontos apontados pela Profa. Elizete foi a necessidade de treinamento dos professores neste meio pois muitos deles não são afeitos às ferramentas da informática.

Frentes as polêmicas questões apontadas pelo Prof. Wainer e pela prática trazida pela Profa. Elizete, a Profa. Dra. Myrtes Alonso, que coordenou esta mesa, concluiu das discussões da

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platéia que o que se aprende no ambiente virtual da computação talvez não seja capturado por avaliações tradicionais que se resumem a dar uma nota única pelo estoque de conhecimento demonstrado. Fica em aberto o formato para se apreender conteúdos explicitados nas falas do dia anterior tanto da Profa. Mere como da Profa. Edina que abordaram outras dimensões do saber (saber aprender, saber, ser, saber fazer, saber conhecer).

Na segunda comunicação oral do dia a Profa. Fabiana Ferreira do Nascimento centrou sua apresentação na intencionalidade de inserção social que o trabalho de sua equipe tem no uso da informática junto a jovens portadores de febre reumática. Numa demonstração de prática de um currículo que contempla fatores sociais, a Profa. Fabiana mostrou que, por serem estes jovens oriundos das camadas mais populares da sociedade, para as quais são, socialmente reservados trabalhos mais pesados com o emprego do esforço físico, para os quais estes jovens estariam absolutamente impossibilitados, a informática surge como uma possibilidade viável de inserção num mercado de trabalho que, normalmente lhes seria inatingível. Foi destacado o enorme esforço que este trabalho exige de seus executores para além do espaço da sala de aula no contato com parceiros do mercado de trabalho.

Na linha do tema de ajuste das ferramentas de informática para as intencionalidades do currículo, a Prof. Regina Célis Martinasso Galbiatti apresentou sua prática de aplicação de equipamentos especiais junto a uma criança portadora da Síndrome Werdniz Hoffmann que hoje consegue manifestar seus desejos e praticar suas atividades educacionais respeitadas suas limitações. Assim como no dia anterior, aqui também foi pontuado com a platéia que não se pode desistir de ninguém.

A última comunicação oral do dia, feita pela Profa. Maristela Silva Darela sobre sua prática de passeios de estudos com crianças hospitalizadas, demonstrou que o currículo que se pretende significativo deve ir para além do espaço escolar levando a criança a se ver como um ser emancipado no mundo que a circunda. Mais uma vez a prática educacional ficou intimamente ligada às intencionalidades dos conteúdos desejados no currículo além de trazer, como dizia Paulo Freire, o prazer para dentro do ato de aprender.

Das discussões da platéia ao longo das falas, pode-se destacar alguns pontos para serem aprofundados individual e coletivamente nos próximos encontros como:

1. recomendação das oficinas de práticas específicas.

2. ampliar a produção intelectual do grupo na busca de uma melhor delimitação do campo tanto teórico como o de atuação profissional.

3. discutir mais aprofundadamente se o modelo seguido atualmente é o melhor para transformar o que é hoje uma modalidade em uma atividade profissional.

4. discutir o modelo que gere dados estatísticos para dar base para pleitos de verbas e justifique a existência oficial da atividade, que hoje é invisível aos registros oficiais e às políticas públicas.

5. buscar autonomia para a atividade.

6. pode-se prever que sem estas definições de caminhos anteriores, não se formará um grupo fixo de profissionais da área no longo prazo.

Nota do Mediador:

Os trabalhos apresentados e as discussões geradas pela platéia foram infinitamente mais ricos do que eu pude traduzir nestas poucas palavras. Fica aqui minhas desculpas aos participantes que tornaram os trabalhos envolventes, meu convite aos que não puderam estar presentes nas apresentações e nos debates que leiam a íntegra dos trabalhos e meus agradecimentos aos organizadores do Fórum pelo convite e pela possibilidade que me deram de compartilhar dois dias com pessoas tão incríveis.

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Trabalhos apresentados

Coutinho, Carolina Pereira Malachias. "Atendimento Pedagógico na Área da Deficiência Visual do Hospital do Câncer A. C. Camargo" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Carolina Pereira Malachias Coutinho

Hospital do Câncer / Departamento de Pediatria / Escola Especializada Schwester Heine

IntroduçãoA Escola da Pediatria – Módulo Oftalmologia funciona desde dezembro de 2002 e faz parte de uma gama de 3 módulos instalados nos locais que atendem crianças no Hospital do Câncer A C. Camargo. Atende em média 530 pacientes por ano sendo 65% deles em idade entre 0 e 6 anos, 24% entre 7 e 10 anos, 6% entre 11 e 14 anos, 4% entre 15 e 18 anos e 1% com idade maior que 18 anos. 59% deles estão matriculados em escola regular ou especial. 48% vem de outros estados do Brasil, 30% vem de cidades do interior do estado de São Paulo e apenas 22% residem na capital.

Os pacientes comparecem à Escola Módulo Oftalmologia para os seguintes procedimentos médicos: avaliação oftalmológica, exame de fundo de olho, aplicação de laser (TTT), crioterapia, controle de Retinoblastoma, controle familiar de Retinoblastoma, curativo pós-operatório, avaliação pré-cirurgica para correção estética (Ex: reconstrução de órbita).A maioria desses procedimentos está ligada ao Retinoblastoma que é o tumor intraocular maligno mais freqüente na infância. Ele se origina de células que formam parte da retina, pode invadir o nervo óptico e atingir o sistema Nervoso Central. Classifica-se em esporádico (não hereditário), onde a criança acometida é a primeira da família a apresentar a doença e hereditário (germinal), onde os outros membros da família podem apresentar a mesma doença ou histórias de tumores ósseos. O Retinoblastoma pode aparecer em um ou em ambos os olhos e o diagnóstico geralmente é feito até os 4 anos de idade.

Para ver o mundo com formas e cores, é necessário um nervo óptico e uma retina intactos, sem alterações. Como

O Retinoblastoma pode causar alterações na retina, pode haver algum comprometimento visual, levando o indivíduo a condição de visão sub-normal ou cegueira em um ou em ambos os olhos. Existem casos de pacientes sem acometimento visual mas em função do exame de fundo de olho, procedimento freqüente no Setor de Oftalmologia, que implica na dilatação da pupila e conseqüentemente visão turva para perto, apresentam alterações visuais.

Relato de PráticaSendo essa a realidade dos pacientes, a escola trabalha com materiais adaptados às necessidades dos alunos, materiais esses que ajudam a tornar a aprendizagem significativa e auxiliam na alfabetização, estimulação visual de bebês, estimulação tátil, olfativa, lateralidade e organização espacial, discriminação de formas e cores, jogo simbólico, seriação e classificação, seqüência, memória, desenvolvimento da linguagem, familiarização de pontos, letras e números em Braille.São produzidos na própria escola do hospital com objetos reaproveitáveis e com auxílio

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de materiais específicos para deficientes visuais já existentes no mercado, além disso podem ser usados por qualquer tipo de criança, com ou sem visão sub-normal e cegueira.

A adaptação desses materiais pedagógicos, dos de uso em projetos e as formas de registros feitas pelos alunos, ajudam a garantir a adesão deles às atividades propostas e a minimizar o desconforto causado pelo tipo de atendimento oftalmológico do hospital.

Alguns exemplos de materiais voltados para:

ESTIMULAÇÃO DE BEBÊS: chocalhos com brilho e contrastes de cores (estimulação visual), guizos para pés e mãos (reconhecimento corporal).

ALFABETIZAÇÃO: alfabeto móvel em Braille de vários tamanhos e em tinta ampliado com contraste preto/branco para alunos com visão sub-normal, jogo de objetos a serem relacionados com suas respectivas escritas adaptadas.

QUANTIDADE: jogos com números adaptados e com peças concretas para contagem.

ESTIMULAÇÃO TÁTIL: dominó e jogo de memória com texturas, caixa tátil com objetos dentro para serem identificados, pareamento de bolas com texturas diferentes, jogo dos pesos para identificação das características de alguns materiais e associação com o peso dos mesmos.

ESTIMULAÇÃO AUDITIVA: jogo com diversos chocalhos onde o aluno tem que fazer o pareamento através dos sons.

ESTIMULAÇÃO OLFATIVA: jogo dos cheiros onde cada pote contém coisas com aromas distintos para serem identificados.

MEMÓRIA: jogo de memória com texturas para alunos com deficiência visual e memória com peças grandes e com desenhos ampliados em preto e branco para alunos com visão sub-normal.

DISCRIMINAÇÃO DE FORMAS E CORES: blocos lógicos de tamanho maior.

JOGO SIMBÓLICO: bonecas, coisas de cozinha, animais em miniatura.

SERIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO: seriação por tamanhos, classificação de formas geométricas e objetos de uso diário.

SEQÜÊNCIA: seqüência de histórias para serem montadas trabalhando a percepção temporal.

DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM: trabalho com objetos diversos em miniatura para que os alunos possam montar e escrever suas histórias.

ENSINO BRAILLE: materiais para familiarização e aperfeiçoamento da leitura e escrita Braille: células Braille feitas de caixa de ovo, E.V.A., madeira, pinos feitos de bolas e pregos. INFORMÁTICA: computador com software sintetizador de voz (virtual vision).

BIBLIOTECA BRAILLE: composta de livros didáticos, paradidáticos e infantis em Braille, livros e revistas falados.

Alguns exemplos de materiais adaptados para serem usados em projetos:

MEIO AMBIENTE: foi necessário montar uma bandeja que caracterizasse uma praia com água, areia, conchas, coqueiro, outra bandeja que caracterizasse o campo com terra, montanha de argila, grama, animais em miniatura, uma horta para os alunos plantarem sementes, regarem a terra e acompanharem as plantas em suas diversas fases do crescimento.

MAPA MUNDI: foi necessário pegar um mapa grande, destacar os países em relevo com cola colorida e trazer um globo terrestre.

BANDEIRA DO BRASIL: foi necessário fazer uma bandeira grande, onde cada cor e forma eram representadas por texturas diferentes, a escrita “ORDEM E PROGRESSO” foi feita em tinta e em Braille.

As atividades de leitura, escrita e desenho também são adaptadas. Para uma pessoa com dificuldade visual desenhar, pode-se usar uma tela para insetos ou uma folha de E.V.A embaixo

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da folha de sulfite presas em uma prancheta, assim, o que for desenhado fica em relevo na parte de trás da folha; para a escrita Braille é necessário uso da reglete e punção. Já para o aluno com visão sub-normal, oferecemos materiais que proporcionem contrastes usando cores mais fortes e contornos de linhas mais definidos, cadernos ampliados com pautas mais largas e linhas mais grossas, caneta preta de ponta porosa para contraste com as linhas, lápis 3B ou 6B, folha sulfite contornada com fita adesiva preta para que o contraste diferencie a folha branca da mesa geralmente clara. Ampliamos letras, figuras e textos quando necessário.

Acreditando na necessidade de uma continuidade do trabalho da Escola da Oftalmologia em casa e na escola, pais e professores são orientados em relação a como lidar, adaptar recursos e estimular seus filhos e alunos de forma a garantir o desenvolvimento integral dos mesmos nos aspectos psicoafetivo, cognitivo, sensório-motor, da sócio-interação, comunicação e linguagem. É deixado à disposição deles um material informativo para consulta sobre o Retinoblastoma, orientação e mobilidade, visão sub-normal, formas de adaptações de materiais em casa e na escola, manual de confecção de brinquedos voltados a estimulação de Deficientes Visuais, etc.

Quando há necessidade, a escola da Oftalmologia vai atrás de instituições/escolas especializadas para o encaminhamento dos pacientes que estão sem atendimento pedagógico especializado muitas vezes fora da cidade de São Paulo.

Os pacientes são periodicamente observados em relação ao seu desenvolvimento. Cada um tem sua ficha de acompanhamento para que se possa tomar as providências necessárias.

ConclusõesDe acordo com o grande número de pacientes que necessitam de orientações a seus pais e escolas, constata-se a importância do atendimento específico na área da deficiência visual na Escola da Pediatria – Módulo Oftalmologia. Percebe-se que o tipo de atendimento prestado ajuda a criança a se familiarizar com o ambiente hospitalar, minimiza o medo dos pacientes em relação aos procedimentos médicos, acalma-os na hora da consulta, e auxilia médicos e a equipe de enfermagem a fazerem os exames necessários com mais tranqüilidade.

Como em um primeiro momento a prioridade dos pais é a cura da doença do filho e não tanto a reabilitação visual e as questões ligadas à escolaridade, fica um pouco difícil orientá-los em relação a essas questões e esperar que eles busquem prontamente os recursos indicados mas mesmo assim, observamos que há adesão e participação na maior parte dos casos.

É de suma importância o envolvimento da escola regular ou especial do paciente nesse processo. Sem esse envolvimento, o trabalho não é tão efetivo e para fluir, uma parceria tem que se estabelecer: escola devidamente orientada e família envolvida!

“A criança cega ou com baixa visão pode se desenvolver muito bem desde que tenha acesso à educação com métodos e recursos adequados, que prepare seus sentidos para conhecer o ambiente, que tenha participação na vida familiar, amor, carinho e otimismo em seu ambiente. Isso é fundamental para ajudá-la a ter bom desenvolvimento afetivo e emocional, condição necessária para um pleno e harmonioso desenvolvimento global. As brincadeiras e os brinquedos são muito importantes em sua vida.”

Mara O de Campos Siaulys

Palavras-chaves: Retinoblastoma, deficiência visual, visão sub-normal, intervenção pedagógica e encaminhamentos.

Referências BibliográficasSIAULYS, Mara O. Campos Brincar para todos. São Paulo: Laramara, 2005.

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SIAULYS, Mara O. Campos Papai e mamãe, vamos brincar? São Paulo: Laramara, 1997.

SIAULYS, Mara O. Campos Brincar juntinhos. São Paulo: Laramara.

BRUNO, Marilda M. G. O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual. São Paulo: Laramara, 1993.

BRUNO, Marilda M. G. Deficiência visual: reflexões sobre a prática pedagógica. São Paulo: Laramara, 1997.

HADAD, Maria A O, SAMPAIO, Marcos W. e JOSÉ, Newton K. Auxílios para baixa visão volume I. São Paulo: Laramara, 2001.

MIN, Hsu Y., SAMPAIO, Marcos W. e HADAD, Maria A O Baixa visão: conhecendo mais para ajudar melhor. São Paulo: Laramara, 2001.

MAZINI, E. F. S. O perceber e o relacionar-se do deficiente visual. Brasília: CORDE, 1994.

SÉRIE ATUALIDADES PEDAGÓGICAS 6: programa de capacitação de recursos humanos do Ensino Fundamental – Deficiência visual, volumes 1, 2 e 3, MEC.

www.mec.gov.br

www.hcancer.org.br

www.espaçorealmedico.com.br

www.caccdurvalpaiva.org.br

www.tucca.org.br

Darela, Maristela Silva. "Saída de Estudo: o conhecimento além do espaço da Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Maristela Silva Darela

Instituição: Hospital Infantil Joana de Gusmão - HIJG

Introdução:

As propostas pedagógicas na classe hospitalar do HIJG vão além das atividades desenvolvidas no ambiente hospitalar. Como forma de promover um aprendizado mais amplo e diversificado são realizados passeios de estudo com os alunos que frequentam a escola no hospital. Esta iniciativa vem ao encontro do planejamento das professoras, que buscam na comunidade, espaços alternativos, com atividades relacionadas ao conteúdo que está sendo trabalhado. Abordando conteúdo referente ao Sistema Solar, por exemplo, realiza-se visita ao Planetário da UFSC; Energia Elétrica, no Projeto Casa Aberta da Eletrosul (apresenta as fontes de energia, economia de energia, preservação da natureza...); Direitos da Criança, na Vara da Infância e Juventude, discutindo os mesmos com Juizado e Conselheiros; Meio Ambiente, Oficina de Reciclagem de Papel do Centro Integrado de Cultura; Semana da Asa, Base Aérea; entre outros.

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Objetivos:

Ampliar os conhecimentos sobre o tema de estudo; promover a integração da criança com a comunidade local; possibilitar a saída do ambiente hospitalar.

Método:

Os passeios são realizados com a participação de alunos de 1ª a 8ª série, que frequentam a classe e apresentam condições de saírem da sua unidade. A cada saída do hospital as providências a serem tomadas são: ofício à Direção solicitando autorização; após deferimento, solicitação à chefia da Enfermagem e da Residência Médica, de um profissional destas áreas para acompanhar o passeio; autorização assinada pelos pais e médicos de cada paciente (local do passeio, data e horário); providência de transporte e lanche.

Resultados:

Para as crianças que estão hospitalizadas as saídas de estudo, ou passeios, são momentos de descontração. Mesmo tendo a professora objetivos específicos para este fim, temos consciência de que vai muito além disto. Mesmo encontrando algumas dificuldades para as saídas, o retorno é positivo. As mesmas vão desde a organização até a responsabilidade que cada profissional assume ao tirar o paciente do hospital. No entanto, a felicidade estampada no rosto de cada criança reforça o benefício que os passeios trazem. A possibilidade de se afastar do ambiente hospitalar, para muitas crianças (principalmente com internação mais prolongada), é uma forma de se relacionar com o mundo, de interagir com outras pessoas. Como profissionais da educação, acreditamos que essas experiências contribuem significativamente no processo de aprendizagem, uma vez que essa vivência dá ao aluno a possibilidade de uma melhor compreensão do conteúdo em questão.

Palavras-chave: classe hospitalar, ambiente hospitalar, espaços alternativos

Galbiatti, Regina Célis Martinasso. "Educação Alternativa – Alfabetização com Tecnologia Assistiva" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Regina Célis Martinasso Galbiatti

Secretaria Municipal de Educação de São José do Rio Preto/ Departamento de Educação Especial / Classe Hospitalar – Hospital de Base

O objetivo dessa apresentação é expor um trabalho realizado na Classe Hospitalar, durante o período 2005/2006, que promoveu um acompanhamento pedagógico para a inclusão, no processo educacional, de uma criança internada na UTI pediátrica do Hospital de Base de São José do Rio Preto, portadora de Atrofia Muscular Espinhal tipo I- Síndrome Werdnig-Hoffmann.Essa enfermidade faz com que a criança perca todos os movimentos, conseguindo comunicar-se apenas com os olhos. No entanto, o desenvolvimento cognitivo é normal e uma característica que vale ser ressaltada é a vivacidade e inteligência que os seus portadores

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possuem em contraste com a pouca atividade motora. Por meio de um método alternativo procurei criar estratégias de comunicação a fim de tentar alfabetizá-la, ao fazê-la interagir com o mundo da escrita por meio do olhar. Os resultados evidenciaram que a educação possibilita a criança re-significar sua vida e o espaço hospitalar em que se encontra, quebrando paradigmas e criando novas perspectivas para a educação dos especiais.

Palavras-chave: Classe Hospitalar, Educação Alternativa, Tecnologia Assistiva

Matos, Elizete L. M. "Projeto Eurek@ Kids – Inclusão Digital em Contexto Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Profª Drª Elizete L. M. Matos

PUCPR

INTRODUÇÃO

O Eurek@Kids é um projeto com apoio CNPq, para o desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem, principalmente ao atendimento de crianças e adolescentes hospitalizados. Esse Projeto foi iniciado em junho de 2005, com finalização e implantação definitiva prevista para junho de 2007. Visa contribuir significativamente, para ampliar a qualidade, de trabalhos multi/inter/disciplinares que vêm sendo aplicados em hospitais, com a incorporação do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação, como ferramenta de base para dar suporte às atividades de atendimento às crianças e adolescentes hospitalizados, em idade de escolarização. Acredita-se que, por extensão, este projeto tem condições de minimizar, sensivelmente, grandes percalços sociais, com soluções que destacam a inclusão social, a democratização tecnológica, a promoção humana, as novas formas de comunicação entre hospital e escola.

PALAVRAS-CHAVE: EUREK@ Kids, Criança e Adolescente, Ambiente Virtual de Aprendizagem e Escola.

METODOLOGIA

Este projeto integra a linha de pesquisa do Mestrado em Educação da PUCPR “Teoria e Prática Pedagógica na Formação de Professores” e envolve alunos PIBIC, alunos de graduação, mestrandos, professores do programa e professores da instituição. A coordenadora do projeto é a autora acima citada na apresentação desta proposta. Oportuniza a investigação de situações de pesquisa vinculadas às necessidades reais da educação e tecnologias em contexto diferenciado e

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emergente na sociedade.

RESULTADOSVisa, sem renunciar aos conteúdos específicos da aprendizagem normatizada, ir além, flexibilizando e agilizando os conteúdos do currículo escolar de modo que, por meio de um ambiente virtual de aprendizagem possa favorecer a continuidade da escolarização para crianças e adolescentes hospitalizados. Para atender as particularidades da realidade do aluno hospitalizado, precisa-se não só desenvolver metodologia própria para satisfazer tais necessidades, como também continuar dando condições para preparar e formar profissionais professores para essa nova ação educativa. Estuda e propõe contribuições para ampliar significativamente os trabalhos que vem sendo desenvolvidos em hospitais, incorporando o uso das Tecnologias Educacionais, para dar suporte as atividades educativas desenvolvidas ao atendimento da criança/adolescente em contexto hospitalar.

COMENTÁRIOSDiante do exposto, há que se proporcionar às crianças e adolescentes hospitalizados, além de atividades lúdicas, melhores condições que atendam efetivamente a sua manutenção escolar, diante do quadro que evidencia um cenário marcado de abandonos escolares e de limitações da própria escola em atender esses alunos com necessidades tão específicas. Em face dessa realidade, ficou evidente que se poderia mesclar o conhecimento adquirido e o aproveitamento dos recursos humanos disponíveis, numa conciliação que beneficiasse não só o dia-a-dia da criança e do adolescente hospitalizado, como também o seu vínculo com a escola. Dessa forma, propõe-se criar um ambiente virtual (salas de aulas virtuais) que seja capaz de fazer a mediação entre escola/hospital/aluno-hospitalizado. Cabe, assim, o devido realce no sentido de que este projeto, venha apontar novas vertentes, que favoreçam tanto o escolar hospitalizado quanto a sua respectiva escola.

BIBLIOGRAFIAGONZÁLES-SIMANCAS, José Luis y POLAINO-LORENTE, Aquilino. Pedagogia hospitalar: actividad educativa en ambientes clínicos. Madrid: Narcea SA de Ediciones, 1990.

GONZÁLEZ-SIMANCAS, J. L. La pedagogia hospitalaria desde la perspetiva educativa. Madrid: [s.n.], 1984.

MATOS, Elizete Lúcia Moreira. O desafio ao professor universitário na formação do pedagogo para atuação na educação hospitalar. Dissertação de Mestrado. PUCPR, 1998.

MATOS, E. L. M. e MUGGIATI, M. M.T. de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Editora Champagnat, 2001. MATOS, E. L. L. e GOMES, P. V. (Orgs.) Uma experiência de virtualização universitária: o Eureka na PUCPR. Curitiba: Champagnat, 2003.

MUGGIATI, Margarida Maria Teixeira de Freiras. Hospitalização escolarizada: uma nova alternativa para o escolar doente. Dissertação de Mestrado. PUCRS, 1989.

MATOS, E. L. M. EUREK@ Kids – Ambiente Virtual de Aprendizagem. Projeto CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico, 2005.

Matos, Elizete Lúcia Moreira, Furtado, Renata Largura de Lima, Foester,Henrique Carlos Heise. "EUREK@ KIDS – Ambiente Virtual de Aprendizagem" (2006), em I Fórum Nacional de

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Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Profª Drª Elizete Lucia Moreira Matos

PUCPR / Profª Mestrado em Educação

Renata Largura de Lima Furtado

PUCPR / Aluna Curso de Pedagogia

Henrique Carlos Heise Foester

Introdução O EUREK@ Kids é um projeto de desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem baseado no ambiente EUREKA da PUCPR, que visa auxiliar a comunicação entre crianças/adolescentes hospitalizados em idade escolar com a escola em que estão matriculados, onde possa haver, além de uma significativa melhora em seu quadro clinico, o acompanhamento dos conteúdos trabalhados na escola, atividades lúdicas e interação com os colegas e a professora. Este projeto está situa-se na área da Pedagogia Hospitalar, que atualmente é amplamente discutida no cenário educacional brasileiro, sendo a hospitalização escolarizada uma exigência do Ministério da Educação e Cultura, pautada na resolução n° 2, de 11-9-01, do CNE/CEB. A participação no desenvolvimento deste ambiente como aluna PIBIC num projeto CNPq juntamente com uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, vem de encontro com a vontade de aprofundar os conhecimentos na área de tecnologia educacional aliada ao atendimento do público alvo deste projeto.

MetodologiaPara desenvolver os objetivos propostos nesta pesquisa que está em fase de desenvolvimento e só finalizará em julho de 2007 foram utilizadas as metodologias exploratória, qualitativa e quantitativa. A amostra da pesquisa foram inicialmente duas Pedagogas da Secretaria Municipal de Educação que atuam no Hospital que será validado o projeto e onze professores responsáveis pelos laboratórios de informática nas Escolas Municipais de Curitiba. Houve também o reconhecimento do espaço onde o projeto será validado e em trabalho conjunto com equipe multidisciplinar do projeto a adequação do ambiente original EUREKA e o acompanhamento pedagógico no desenvolvimento das telas iniciais do ambiente.

ResultadosCom os dados coletados foi possível verificar que a relação criança/adolescente hospitalizado e escola poderá melhorar significativamente com o desenvolvimento do EUREK@ Kids, pois este poderá se tornar um poderoso recurso pedagógico no acompanhamento escolar, diminuindo desta forma a evasão escolar muitas vezes causada pelo período que o escolar permanece no hospital e também poderá auxiliar na recuperação do mesmo, visto que o vinculo com a comunidade escolar poderá ser mantida virtualmente. Em relação aos professores da rede municipal verificamos que há uma grande preocupação em capacitar os profissionais para que os recursos tecnológicos sejam inseridos a prática pedagógica de forma que promovam melhorias ao processo educacional.

Palavras-chave: EUREK@ Kids, crianças/adolescentes, hospitalização escolarizada, pedagogia hospitalar, ambiente virtual de aprendizagem.

Referências BibliográficasBEHRES, Marilda Aparecida. A formação continuada dos professores e a prática pedagógica.

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Curitiba: Champagnat, 1996.

__________, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1999.

BRASIL, Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002.

DELORS, Jacques. Educação para o século XXI. Tradução Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005.

MATOS, Elizete Lúcia Moreira. Pedagogia Hospitalar: uma possibilidade a mais. Revista Facinter, n.15 – www.facinter.br acesso em 21/04/2006.

_________, Elizete Lúcia Moreira; PAVÃO, Zélia Milléo. O desafio ao professor universitário na formação do pedagogo para atuação na educação hospitalar. 1998. 145 f.Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Paraná, 1998

MENEZES, Cinthya Vernize Adachi. A necessidade da formação do pedagogo para atuar em ambiente hospitalar: um estudo de caso em enfermarias pediátricas do hospital de clínicas da UFPR. Florianópolis, 2004.

MUGGIATI, Margarida Teixeira de Freitas; KNECHTEL, Maria do Rosário. Hospitalização escolarizada: uma nova alternativa para o escolar-doente. 1989. 87 f.Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 1989

SAGATIO, Sandra Guimarães. Pedagogia em ambientes clínicos: alguns aspectos didáticos pedagógicos no processo de hospitalização. Disponível em www.proec.ufpr.br/enec/download/pdf/3ENEC/educacao/PEDAGOGIGA. Acesso em 15/05/2006.

Nascimento, Fabiana Ferreira do, Schilke, Ana Lúcia Tarouquella, Muller, Regina. "O Ensino da Informática no Ambiente Hospitalar: O Paciente Virando Aluno/a e O/A Aluno/a Sendo Paciente" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Fabiana Ferreira do Nascimento

Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE

Ana Lucia Tarouquella Schilke

Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE

Regina Muller

Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE

IntroduçãoA febre reumática é uma doença séria, de difícil adesão ao tratamento e que vem

acometendo um numero crescente de crianças e adolescentes em nosso país, comprometendo significativamente a inserção desse futuro jovem, no mercado de trabalho, gerando com isso um problema social.

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Diante dessa evidência, pensamos em estratégias educativas que pudessem contribuir para a diminuição da exclusão social. Nosso trabalho surge da necessidade de garantir o acesso ao conhecimento de uma ferramenta, hoje, indispensável para o mercado de trabalho – a informática.

Nosso objetivo é contribuir para a diminuição das desigualdades sociais vivenciadas pelos portadores de febre reumática através da qualificação profissional desses jovens, possibilitando, ainda, a vinculação com o hospital garantindo assim adesão ao tratamento.

O trabalho em grupo permite a socialização de suas histórias de vidas. Eles/as a partir disso, re-significam essas experiências e incorporam a utilização da informática como um instrumento potencializador do acesso ao conhecimento.

MetodologiaO curso é dividido em cinco módulos de formação que mesclam conceitos da informática – Windows, Internet, Word, Excel e PowerPoint – com conhecimentos da vida cotidiana, onde ao final de cada modulo é realizado uma atividade extra-classe ligada aos temas geradores que surgem das demandas trazidas pelos/as alunos/as.

O curso tem duração de seis meses e as aulas acontecem semanalmente – aos sábados – das 09:00 as 12:00 com capacidade para 12 alunos.

Optamos por trabalhar com o referencial teórico baseado na metodologia sócio-construtivista de Vygotsky onde o professor atua como um mediador do conhecimento. Combinado a essa, a metodologia do conhecimento em rede, que visa possibilitar a esses adolescentes compreenderem novos caminhos do mundo do trabalho, sendo apresentados a novas tecnologias, as culturas existentes e aos novos conhecimentos que surgem.

ResultadosJá estamos na nossa terceira turma e mantemos um índice elevado de comparecimento as

aulas.

Percebemos que os alunos/pacientes mantém em dia a profilaxia secundária∗ e que contribuímos para expandir o conhecimento e a curiosidade desses/as adolescentes.

Sua auto-estima aumenta e eles/as se sentem valorizados por estarem participando de um curso oferecido pelo hospital.

Comentários ou ConclusõesO uso do computador hoje em dia e algo cotidiano na vida de muitos brasileiros e

atualmente quem não domina o seu uso é rotulado como analfabeto digital. Dependendo da profissão e sem o conhecimento da informática, o individuo tem dificuldades de encontrar uma posição no mercado de trabalho.

Durante todo o curso temos a preocupação de que esses/as adolescentes/as se questionem: qual a importância do curso; porque as informações que circulam nele são importantes; como fazer para perpetuá-las e quem poderá ser beneficiado por ela.

Diante disso, quando propomos uma intervenção pedagógica a este sujeito estamos propondo um novo pensar sobre a saúde e a educação de quem vivencia a rotina médico-hospitalar.

Nessa dimensão, o computador é utilizado e visto como uma ferramenta pedagógica que possibilita o trabalho em outras ações e dimensões e não somente como uma atividade fim.

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Palavras-Chave: Educação Hospitalar – Promoção da Saúde – Cidadania

Referências BibliográficasALVES, Nilda. Espaço e Tempo de Ensinar e Aprender In: CANDAU, Vera Maria. “Linguagens, Espaços e Tempos no Ensinar e Aprender”. Rio de Janeiro: DP&A, 2000 e GARCIA, Regina Leite. O Sentido da Escola. 3ª ed., Rio de Janeiro: DP&A, 2002

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação?. 33ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1995

DESLANDES, Suely Ferreira. A Construção do Projeto de Pesquisa. In: MINAYO, M. C. De S. (org.). “Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade”. Petrópolis: Vozes, 1994

ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: Uma Prática em Busca de Novos Sentidos, Rio de Janeiro: DP&A, 2000.FALZETTA Ricardo. Mãos ao Micro Professor! In: Revista Nova Escola, ano XVII, dez/2002, nº 158, p.48-9SERPA Dagmar e DIMENSTEIN Gilberto. Já não há mais futuro para o analfabeto digital In: “A Didática nunca mais será a mesma”. http://novaescola.abril.com.br/ed/110_mar98/html/repcapa.htm [acesso em 07/02/2006] FONTES, Rejane de Souza. A Escuta Pedagógica a Criança Hospitalizada: Discutindo o Papel da Educação no Hospital; Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Niterói:UFF, 2003FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992GENTILE, Paola. Navegar é Preciso – Rota de Navegação. In: Revista Nova Escola, Ano XVII, nº 150, p.56-7, Mar/2002NASCIMENTO, Fabiana Ferreira do. A Atuação e o Atendimento Pedagógico Hospitalar: Um Novo Caminho na Educação, Monografia (Especialização em Psicopedagogia), Universidade Candido Mendes, Ro de Janeiro: UCAM, 2004

PELLEGRINI, Denise. Aprenda com Eles e Ensine Melhor. In: Revista Nova Escola, Ano XVI, nº139, p.18-25, Jan/Fev 2001.

SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella e SILVA, Ana Esther Araujo. Apostila de Orientação para Prevenção de Febre Reumática: Profissionais de Ensino. Rio de Janeiro: INCL, 2003

SERRÃO, Margarida e BALEEIRO, Maria Clarice. Aprendendo a Ser e a Conviver. 2ª ed. São Paulo: FTD, 1999.

TAILLE, Yves de La, OLIVEIRA, Marta Kohl de e DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky e Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus, 1992

VALLA, Victor Vincent (org.). Saúde e Educação, Rio de Janeiro: DP&A, 2000

∗ Tratamento com penicilina benzatina de 14/14 ou de 21/21 dias para evitar novos surtos da doença.

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Oliveira, Maria de Fátima Ferreira dos Santos. "Pedagogia Hospitalar: Atividades Educativas e Integradora" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Maria de Fátima Ferreira dos Santos Oliveira

Unimed de Joinville Cooperativa de Trabalho Médico/ Centro Hospitalar Unimed

Serviço de Pedagogia Hospitalar

IntroduçãoA Unimed de Joinville Cooperativa de trabalho médico / Centro Hospitalar Unimed aposta no atendimento humanizado como diferencial. O Hospital foi inaugurado em Março de 2001. Atualmente com 133 leitos, possui a média de internação infantil na faixa de 14 leitos/dia, podendo chegar a 20 pacientes/dia atendidos pelo Serviço de Pedagogia Hospitalar que abrange crianças de 0 (zero) a 16 anos. Conta com uma Pedagoga especialista em educação,dois auxiliares administrativos como apoio. As atividades acontecem nos leitos da internação, na sala de Biblioteca e Brinquedoteca, na sala de recuperação do centro cirúrgico, na sala de espera e observação infantil do Pronto Atendimento.

Relato da Prática A prática Pedagógica é realizada através de Projeto Pedagógico Hospitalar com foco nas áreas:RJB (recreação, jogos e brincadeiras),AM (artes – musicalização através de cantigas de rodas, música popular brasileira e outras), AEX(arte expressão contação de histórias e filmes),APL(artes plásticas - pesquisa e observação de obras de artes e confecção de artesanato),AEH( Atendimento Escolar Hospitalar), Biblioteca e Brinquedoteca (empréstimos, recreação livre) e Mural Educativo (exposição do tema no Projeto Pedagógico Hospitalar).

Diariamente as atividades são programadas com base no PPH e situação clinica dos pacientes. A aplicação das mesmas é possibilitada pela ação da pedagoga e apoio dos voluntários do Centro Voluntário de Apoio à Saúde (CEVAS), do Programa Nacional de Incentivo a Leitura (PROLER) da Universidade de Joinville. A Biblioteca Uni-Duni-Med conta com o apoio do Programa Biblioteca Ambulante do SESC local. A Brinquedoteca Uni-Duni-Med está associada a Associação Brasileira de Brinquedoteca.

ComentáriosA prática pedagógica no Centro Hospitalar Unimed contribuiu para alcançar o objetivo de um atendimento humanizado, visando atender os direitos da criança e do adolescente hospitalizado, bem como, valorizando o pedagogo como parceiro para tal conquista.

Palavras-chave: 1.Educação. 2.Pedagogia Hospitalar 3.Brinquedoteca 4.Humanização Hospitalar 5.Projetos.

Referência Bibliográficas:

Matos,Elizete Lúcia Moreira; Muggiati, M. Teixeira de Freitas Pedagogia Hospitalar- Curitiba: Champagnat,2201.

Ensino da Arte em foco. Florianópolis:Ed. da UFSC,1994.

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CUNHA,Nylse Helena Silva.Brinquedos,desafios e descobertas - Petrópolis,Rj: Vozes,2005.

CUNHA,Nylse Helena Silva Brinquedo,linguagem e alfabetização/ - Petrópolis,Rj: Vozes,2004.

KIRINUS, Gloria.Criança e poesia na Pedagogia Freinet - São Paulo: Paulinas,1998. - (coleção Comunicar).

OLIVEIRA,Vera Barros de. Jogos de regras e a resolução de problemas - Petrópolis,Rj:Vozes,2004.

GOUVEIA,Maria Helena.Viva e Deixe Viver: histórias de quem conta histórias; coordenação Valmir Cimino; ilustrações Paulo Zilberman.São Paulo : Globo, 2003.

SANTOS,Santa Marli Pires (organizadora)- Brinquedoteca:a criança, o adulto e o lúdico . - Petrópilis,Rj : Vozes,2000.

MOLYES,Janet R. Só Brincar?O Papel do brincar na educação Infantil ; Trad. Maria Adriana Veronese. - Porto Alegre: Artmed Editora,2002.

SCHILKE, ANA LÚCIA TAROUQUELLA, NASCIMENTO, FABIANA FERREIRA DO. "TRABALHANDO CURRÍCULO NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM NOVO OLHAR NA TENTATIVA DE ROMPER COM AS GRADES DO CONHECIMENTO" (2006), EM I FÓRUM NACIONAL DE ATENDIMENTO ESCOLAR HOSPITALAR. SÃO PAULO, BRASIL.

RESUMO EXPANDIDO

Ana Lúcia Tarouquella Schilke

Secretaria Municipal de Educação de Niterói/ Coordenação de Educação e Saúde/Programa Pedagogia Hospitalar

Fabiana Ferreira do Nascimento

Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE

IntroduçãoO trabalho que apresentamos nasce das reflexões feitas sobre as estratégias de

construção do currículo vivencias e experimentadas no hospital no Programa Pedagogia Hospitalar∗. Entendemos esse processo como um caminho pedagógico que faz o contínuo exercício de re-ligar saberes curriculares com os conhecimentos da vida cotidiana.

Nosso principal objetivo é discutir a construção do currículo no atendimento educacional hospitalar tendo como perspectiva o diálogo entre conhecer – experimentar – viver.

MetodologiaNeste trabalho utilizamos como referencial teórico-metodológico o paradigma indiciário, além de dialogar com Barbier (1993), Gallo (2002), Freire (1998).

Nesta abordagem metodológica, a sensibilidade e a intuição são elementos que buscam compreender atitudes verbalizadas ou não presentes nas crianças/adolescentes internados,

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percebendo estes indícios, como subsídios necessários para elaboração de um currículo impregnado de sentido.

Nossa compreensão parte do pressuposto que a proposta metodológica de transposição de uma escola para dentro do hospital tende ao fracasso, isto porque, a utilização de um currículo endurecido, marcado pela disciplinarização do conhecimento, nega ao/a aluno/a internado/a a possibilidade de pensar criticamente o seu processo de adoecimento, isto ocorre porque o hospital possui demandas educativas e rotinas diferenciadas das vivenciadas em outros espaços educacionais.

Diante dessa afirmativa, problematizamos a construção de um currículo baseado na ação pedagógica que abra espaço para a troca de forma que essa se materialize em um co-agir tendo na base das relações – professor/aluno/hospital - escolhas educativas que potencialize a construção de um currículo que valorize a vida.

ResultadosA criança/adolescente constrói conhecimento de acordo com suas vivencias. A partir disso o/a professor/a planeja o conteúdo programático e organiza as atividades pedagógicas tendo como elemento articulador os seus interesses, desejos e necessidades.

Ao problematizar, no ambiente hospitalar, a compreensão do atendimento pedagógico-educacional da criança/adolescente, emerge nesse espaço uma concepção de educação que utiliza os recursos pedagógicos como ferramentas que tem o potencial de transformação da realidade.

Nesta perspectiva, o processo educativo é entendido como instrumento dinamizador na conquista de cidadania.

Comentários ou ConclusõesNuma lógica onde as inquietações, as dúvidas são elementos norteadores do currículo, a

ação educativa deixa de ser apenas tecnicista e instrumental. Seu objetivo é de potencializar um currículo vivo e em movimento que possibilita ampliar a capacidade humana, interferindo na formação da subjetividade das pessoas envolvidas no processo educativo. Estes sujeitos tornam-se capazes de exercer poder com vista a transformar as condições ideológicas e materiais de dominação em práticas que promovam a democracia.

O que ganha dimensão e sentido é trabalhar um currículo significativo que compreenda que a construção do conhecimento ocorre transdisciplinarmente, marcada pela interseção de vários campos de saberes.

Nesta abordagem, o currículo se configura como possibilidade de, em um espaço desigual, tentar garantir alguma forma de igualdade, onde o paciente assume o controle sobre o seu corpo, sobre sua enfermidade, fazendo escolhas e assumindo decisões juntamente com a equipe médica.

Palavras-chave: Educação Hospitalar – Escuta Sensível – Currículo - Cidadania.

Bibliografia:

BARBIER, R. (1993) A Escuta Sensível em Educação. In: Cadernos ANPED – Trabalhos nº 5, setembro.

CECCIM, R., FONSECA, E. (1999): Classes hospitalares: buscando padrões referencias de atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente hospitalizado. In: Revista Integração.9 (21).

BRASIL. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Resolução n.º 41 de 13/10/1995. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente/ Impressa Oficial, 1995 a.

______. Secretaria Nacional de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro

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1/MEC/SEESP. Brasília: a Secretaria, 1994. 66 p.

FREIRE, P. (1998): Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários a Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra.

FREIRE, P. (1975): Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra.

GALLO, S (2002): Transversalidade e Educação: pensando uma educação não disciplinar. In: ALVES, N. GARCIA, R. (orgs.) O Sentido da Escola. Rio de Janeiro: EP&A.

GARCIA, R. Saber/Saberes – a dúvida como Método. In: Letra Freudiana, agosto, 1997

GINZBURG, C. Mitos, Emblemas e Sinais: Morfologia e História. São Paulo: Companhia da Letras,1989

GIROUX, H e SIMON, R. Cultura Popular e Pedagogia Crítica: a vida cotidiana como base para o conhecimento curricular in MOREIRA, A. SILVA, T. (orgs.) Currículo, Cultura e Sociedade: São Paulo: Cortez,1994

NASCIMENTO, Fabiana Ferreira do. A Atuação e o Atendimento Pedagógico Hospitalar: Um Novo Caminho na Educação, Monografia (Especialização em Psicopedagogia), Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro: UCAM, 2004.

SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella. O Fazer Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Uma Possível Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em Alfabetização das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Niterói: UFF, 2003

SILVA, J. Estatuto da Criança e do Adolescente: Comentários. São Paulo: Editora Revista dos tribunais LTDA,1994

VALLA, V. V. A crise de interpretação é nossa: procurando compreender a fala das classes subalternas. In: Revista Educação & Realidade. 21(2): 177-190. Jul/dez, 1996

VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984

• Atendimento educacional à criança hospitalizada realizado pela Secretaria Municipal de Educação de Niterói e parceria com o Hospital Getúlio Vargas Filho e Hospital Universitário Antônio Pedro.

Verdi, Cristiane, Schnor, Rosa Maria, Jesus, Viviane Bonetti G. de. "Pedagogia Hospitalar – Contribuições e Benefícios" (2006) em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Cristiane Verdi IBPEX/Pedagogia Hospitalar

Rosa Maria Schnor

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IBPEX/Pedagogia Hospitalar

Viviane Bonetti G. de Jesus IBPEX/Pedagogia Hospitalar

IntroduçãoA Pedagogia Hospitalar proporciona o atendimento pedagógico-educacional às crianças e adolescentes que, dadas as suas condições especiais de saúde, se encontram impossibilitados de compartilhar as experiências sócio-cognitivas de sua família, de sua escola e grupo social.

MetodologiaA finalidade da Pedagogia Hospitalar, amparada pela Constituição Federal, LDB, ECA e Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados (Resolução nº 41 de 13 de outubro de 1995), é integrar educadores, equipe médica e família num trabalho que permite ao enfermo, por meio de ações lúdicas, recreativas e pedagógicas novas possibilidades e maneiras de dar continuidade a sua vida escolar e com isso beneficiar sua saúde física, mental e emocional, gerando mudanças no ambiente físico hospitalar, tornando-o mais alegre e estimulante com projetos pedagógicos adequados. Uma vez que esta é uma proposta pedagógica distinta da habitualmente praticada, visto que se dá em ambiente hospitalar, a escolarização que ali se processa necessita possuir características próprias, de acordo com o contexto vivenciado, visando a recuperação desta criança/adolescente.

Nesse sentido, educação é o conjunto das ações, processos, influências, estruturas, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. É uma prática social que atua na configuração da existência humana individual e grupal, para realizar nos sujeitos humanos as características de "ser humano". (Libâneo, 2000, p. 22)

ResultadosO papel da educação no hospital, e, conseqüentemente do pedagogo, é proporcionar ao enfermo, momentos de prazer, de construção de conhecimentos gerando situações de reflexão, de resgate de sua auto-estima, contribuindo para amenizar seu quadro clínico, visto que a atuação deste profissional, segundo a autora Matos (2001) “. . . nunca deve perder de vista o alvo do seu trabalho – o ser humano – que no momento necessita de ajuda, para soerguer-se de seu estado físico e psicológico acarretado pela doença” (40 – 41).

Conclusão:A Pedagogia Hospitalar vem como um importante vetor de excelência na qualidade de vida da criança e da família e ainda como um aliado dos profissionais envolvidos no tratamento. Busca, portanto, acelerar o retorno da criança ao convívio do seu lar, família, amigos e escola.

Palavras-Chave: pedagogia; criança; hospitalar; reflexão.

Referências BibliográficasMATOS, Elizete Lúcia Moreira. MUGGIATI, Margarida M. Teixeira de Freitas. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Champagnat, 2001.

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê?São Paulo: Cortez, 2000.

BRASIL. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução n° 41 de Outubro de 1995 (DOU 17/19/95).

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Watanabe, Graciella, Purgato, Rafael. "O Ensino de Ciências em Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Graciella Watanabe

Instituto de Física/ Universidade de São Paulo

Rafael Purgato

Instituto de Física/ Universidade de São Paulo

Introdução

O principal desafio dentro da Escola Móvel é instigar o aluno ao interesse pelo conhecimento durante o período em que se submete ao tratamento de câncer no hospital. Neste contexto, a discussão que se segue é a necessidade de um levantamento dos processos e abordagens adotados sob o enfoque das ciências exatas

A necessidade de entender quais as preocupações que permeiam a vida desses jovens estudantes fez com que este trabalho tivesse como foco a elaboração de um currículo capaz de trazer ao ambiente hospitalar e, ao mesmo tempo, escolar uma maneira de ensinar ciências onde o sujeito possa definir suas necessidades enquanto aluno.

A pergunta mais freqüente neste sentido é qual a representação que o aluno/paciente tem da escola e a finalidade de se aprender dentro do hospital.

Outro fator relevante citado por Fourez (2002) em seu trabalho é a preocupação entre discernir as nossas intenções enquanto professores sobre o que realmente queremos formar: cidadãos capazes de discutir com conhecimento os debates coletivos ou jovens desestimulados pelo não entendimento das funções de uma teoria cientifica sem um aval concreto?

Portanto, a intenção das experiências explicitadas neste trabalho é vincular o estudo científico à realidade do aluno, numa tentativa de trazer para o hospital uma abordagem com o intuito de estimular a capacidade de cada sujeito. Considera-se incluir nesta premissa, ainda, a idéia de que todo jovem estudante pode e deve ter interesses que vão além dos próprios bancos escolares e se dispõe ao êxito exterior, onde possa interagir em uma identificação entre a ciência e a realidade.

Metodologia

As experiências vivenciadas no período de março/2005 a julho/2006, como professores-estágiarios, trouxeram aos autores várias questões sobre a necessidade de elaborar aulas capazes de superar os períodos de afastamento dos alunos/pacientes de suas escolas de origem, bem como de direcionar para esses estudantes um enfoque científico num sentido mais amplo.

A maior preocupação foi gerar um processo de conhecimento onde professor/aluno pudessem dispor de mudanças capazes de produzir novas formas de dinâmica e organização de conteúdo, como afirmam Fiedler/Mattos (2002).

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Portanto, outro fator relevante para esta discussão foi inserir atividades investigativas tentando explorar a capacidade de cada indivíduo, permitindo a interação entre aluno/professor através da discussão diante dos problemas abordados, onde o sujeito pudesse interagir às atividades e sugerir soluções para explicar os fenômenos físicos adotados na experiência.

Conclusões

Foi observado, neste trabalho, que as atividades de experimentação, onde o ensino de ciências é influenciado diante das abordagens diferentes de cada professor, tornam-se especificas para cada aluno/paciente a fim de suprir as necessidades de cada sujeito diante de suas possíveis dificuldades.

A inserção de atividades de demonstrações investigativas e as analogias com o contexto hospitalar, quando inseridas como método de ensino de ciências, contribuem para o entendimento dos conteúdos por parte dos alunos, bem como para a sensação de realidade frente ao isolamento hospitalar.

Assim, torna-se necessário, por parte dos professores, muita flexibilidade para ensinar e desenvolver os conteúdos com cada aluno, uma vez que cada indivíduo tem suas particularidades.

Palavras-chave: classe hospitalar, ensino de ciências, atividades de experimentação.

Referências Bibliográficas

COVIC, A, WATANABE, G. Ensino da Física em classe hospitalar: um exemplo no campo da mecânica. Encontro Nacional dos Pesquisadores no Ensino de Ciências. Bauru: ENPEC, 2005.

FIEDLER-FERRARA, N.;MATTOS, C. Seleção e organização de conteúdos escolares: recortes na pandisciplinaridade. Encontro Nacional de Pesquisadores em Ensino de Física. São Paulo: SBF, 2002.

FOUREZ, G. Crise no ensino de ciências?. Investigação em Ensino de Ciências. Porto Alegre, 2003

KAWAMURA, M.R.D. Disciplinaridade, sim!. São Paulo: Ciência & Ensino, 1997.

NICIOLI, R. B. Jr.; HOSSOUME, Y. Representações sociais de radioterapia em crianças de classes hospitalares – contribuições para uma abordagem pedagógica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2004. (Monografia)

PETRILLI, A. S. (org). Uma intervenção na área do câncer da criança e do adolescente – doc. Parceria Universidade e Comunidade. São Paulo: UNIFESP/ EPM, 1991.

PIETROCOLA, M. Construção e realidade: o realismo cientifico de Mario Bunge e o ensino de ciências através de modelos. São Paulo: Universidade Federal Santa Catarina

WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no âmbito hospitalar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003. (Monografia)

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GT3 - Ensino e AprendizagemSão demais as questões, constatações e conhecimentos a serem construídos

sobre este tema.Fazer uma melhor leitura dos processos específicos ligados ao "por que aprender",

"o que é aprender" e "como aprender" nos ambientes de aprendizagem hospitalar é o que objetiva este Grupo de Trabalho.Temas:

Avaliação do processo. Aluno/paciente: quem é e como ele aprende? Formação de professores para ambiente de ensino/aprendizagem hospitalar. Aprender e ensinar: necessidades e possibilidades.

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Síntese das DiscussõesMediadoras: Eneida Simões da Fonseca e Monalisa de Cássia FogaçaRelatório das atividades do GT3 elaborado porMonalisa de Cássia Fogaça

19/08/2006.

Mesa propositiva: Profª. Drª Ercília Maria Angeli Teixeira de PaulaApresentação do Tema 1: “TO em Hospital Infantil: a Experiência do IOP/GRAACC/UNIFESP – Walkyria de Almeida Santos.

A terapeuta ocupacional Walkyria de Almeida Santos, iniciou sua palestra enfocando os 10 anos de Terapia Ocupacional no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP). Explanou a importância da TO no meio hospitalar e o relacionamento com o staff, enfocando: 1. O serviço da TO em saúde, predominantemente dentro do hospital.

2. Aspectos do trabalho com a criança hospitalizada e interface com a equipe educacional, pedagógica e multiprofissional.

3. Tecnologia Assistida (arsenal de recursos e serviços para contribuir, a fim de ampliar habilidades funcionais para pessoas com deficiências, promovendo a vida independente e a inclusão).Ressaltou a importância da fundamentação teórica que a TO deve ter ao inserir-se dentro de programas que visem o bem-estar da criança e adolescente com câncer.

Comunicação Oral 2: Classe Hospitalar: uma proposta de atendimento pedagógico – Cecília Maoela Radis Vieira Prioste.A apresentadora iniciou sua fala, dizendo que seu trabalho estava em fase inicial, por tratar-se de um estudo de iniciação científica. Abordou a importância da relação entre saúde e educação, para o desenvolvimento de atividades em prol ao aluno hospitalar. Enfocou o processo educacional dentro do âmbito hospitalar, esclarecendo as diferenças entre o lúdico e a educação formal. Ressaltou que classes hospitalares por ela visitadas, durante sua pesquisa, confundiam a real atuação do pedagogo dentro do hospital, ou seja, o enfoque priorizava as atividades lúdicas (hospitais particulares), realizadas na brinquedoteca, em relação à educação formal, propriamente dita. Ressaltou a resistência encontrada pelos próprios educadores em relação ao seu projeto de iniciação científica, fazendo uma crítica, na capacitação do pedagogo em sua formação universitária.

Comunicação Oral 3: A importância do projeto pedagógico na classe hospitalar – Ana Cristina Tediolli.A apresentadora discorreu sobre a importância de um projeto pedagógico que enfatizasse a educação forma em hospitais. Comentou sobre o número de classes hospitalares

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registradas no CENSO de 2005 no portal do MEC, sendo um total de 43 classes hospitalares reconhecidas. Disse que em sua pesquisa de levantamento de dados encontrou um total de 85 classes hospitalares, e diante da controvérsia, explicou a falta de divulgação do trabalho pedagógico hospitalar.

Apresentação do tema 3: A importância do pedagógico dentro da equipe multidisciplinar – Prof. Dr. Antonio Sérgio Petrilli (IOP/GRAACC/UNIFESP).O Prof. Petrilli iniciou sua palestra destacando a importância da Escola Móvel, coordenada pela Profª Amália Covic, no Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP), parceiro da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Disse que o GRAACC é uma organização não governamental, constituída por voluntários e colaboradores, além de professores e profissionais ligados a UNIFESP.Discorreu sobre o histórico do GRAACC, desde sua fundação até o presente momento. Ressaltou a importância de garantir a qualidade de vida de pacientes e familiares. E, para tal, compromisso, reforçou a importância da transformação cultural organizacional, no Instituto, visando à humanização no atendimento.Destacou a importância do voluntário entre o aluno, sendo o agente membro da interface entre a escola e a equipe multidisciplinar. Divulgou o número de crianças atendidas no GRAACC: 1400 registradas na Escola móvel.E, para finalizar, complementou dizendo: “O professor é o conjunto da obra. Faz parte de todo o processo dentro do Hospital”.

Apresentação do tema 4: aluno-paciente: quem é e como aprende – Profª Drª Ana Mercês Bahia Bock (PUC/SP).“O aluno não é destino, objetivo. O aluno é um passeio no processo ensino-aprendizagem”. Quem é o aluno? Como compreende? Como se coloca no processo?Dar a significação para o aluno de classes hospitalares: aluno-paciente e não paciente-aluno. Redimensionar a concepção do professor no processo educacional. Visualizar e contatar com o aluno, que faz parte do processo de conhecimento, e não o paciente que é visto como aluno.

Comunicação Oral 4: Simeão Britto da Silva, fez um relato de sua experiência de implantação da classe hospitalar em Recife.

Comunicação Oral 5: Fibrose Cística: Atendimento pedagógico e multidisciplinar – Sandra Mara de Albuquerque

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20/08/2006.Apresentação do tema 5: disciplinaridade e interdisciplinaridade – Profª Drª Maria Regina Dubeaux Kawamura.

Abordou a necessidade de resgatar o sentido da Escola, ou seja, uma “reconcepção” da Escola: o conhecimento como algo que dá sentido a vida; o aprendizado como prazer; a função do professor como parceiro e aprendiz. Sua palestra foi divida em subitens:

1. O sentido do conhecimento e a falta de sentido do conhecimento escolar•O conhecimento escolar como disciplinar: necessidade intrínseca dessa

disciplinaridade, em determinados níveis de ensino. •A fragmentação do conhecimento, mas, sobretudo, a perda de sentido.•A perda de sentido não tem origem na disciplinaridade, mas, no distanciamento da

realidade.•A escola passou a ter como objetivo as regras e características de cada

conhecimento, e não a busca do conhecimento como instrumento para compreensão do mundo.

•A contextualização, ou seja, o mundo cotidiano como ponto de partida, é o que permite dar novos significados ao conhecimento.

2. A escola como espaço de promoção de um conhecimento disciplinar(Percurso individual: acender a chama da curiosidade e da vontade de aprender.)

•Que acompanha, mas não se restringe aos conteúdos escolares...•Que busca conquistas para a independência de pensar, de criar...•Que incorpore conhecimentos apenas na medida em que façam sentido...•Que promova competências e não somente acúmulo de informação...•Que mobiliza para fazeres e ações...

3. Interdisciplinaridade e seus âmbitos•Nos objetivos formativos•Nas práticas e estratégias de aprendizado•Na ação do professor•Na composição das disciplinas

4. Desafios•É possível restringir a abrangência dos conhecimentos tratados?•É possível trabalhar com menos elementos e elementos de maior significado?•Como priorizar a formação (e não a informação), como priorizar o desenvolvimento de

competências próprias?

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•Como fortalecer a autonomia?•A educação como processo coletivo:

Equipe hospitalar, professores e alunos...Como seria possível estabelecer parcerias com familiares, escolas de origem, centros de formação?

Trabalhos apresentados

Albuquerque, Sandra Mara Amazonas de, Blacher, Judis. (2006) "Fibrose Cística: Atendimento Pedagógico e Multidisciplinaridade" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido.

Sandra Mara Amazonas de AlbuquerqueEscola Estadual Técnica em Saúde, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Programa de Apoio PedagógicoJudis BlacherEscola Estadual Técnica em Saúde, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Programa de Apoio Pedagógico

Introdução: O Programa de Apoio Pedagógico - PAP é um projeto de escola hospitalar pioneiro no RS que surgiu da parceria entre a Escola Estadual Técnica em Saúde- ETS e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre - HCPA em agosto de 1990. As equipes docentes do PAP acompanham crianças e adolescentes internados nas seguintes Unidades do hospital: Pediatria, Oncologia Pediátrica, CAPS e Psiquiatria Infanto-juvenil. Neste trabalho, focaremos os alunos portadores de Fibrose Cística-FC que, durante a internação, necessitam de isolamento protetor. Relato da prática: Nossos desafios: atender a todos, “fibrose” e “não fibrose” obedecendo aos seguintes critérios: divulgar os trabalhos dos alunos em isolamento protetor sem promover infecção cruzada; qualquer material levado a isolamento não pode retornar à sala de aula ; a entrada e/ou saída de um profissional nesses ambientes requer higienização adequada das mãos. A divulgação da produção de um aluno em isolamento protetor funciona da seguinte forma: após a aula, o docente higieniza-se e retira-se do ambiente; o aluno, de seu quarto, dita sua tarefa à professora que deve permanecer no corredor; as anotações são informatizadas e enviadas às escolas de origem. Comentários: Adaptar a escola às necessidades de cada indivíduo (Simões, 2003; Piaget, 1970) é nossa meta; Transpor limites, o nosso desafio. Integramos a equipe multidisciplinar de Fibrose Cística do HCPA, que é um dos centros de referência nesse tratamento, e participamos efetivamente dos rounds semanais. Os esclarecimentos sobre a doença respaldam a criação de rotinas específicas e facilitam nossa comunicação com os alunos, com as famílias e com as escolas. Melhor informadas, as escolas mostram-se mais acessíveis quanto ao envio de tarefas e mais tolerantes às recuperações de anos letivos; Nossos registros constatam: mesmo após prolongadas e/ou repetidas internações, raras são as perdas cognitivas e sociais. Palavras-chaves: Fibrose Cística - Multidisciplinaridade – Isolamento Protetor

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Bibliografia: FONSECA, ES. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memmon, 2003 .

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

LA TAILLE, Yves de. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 2002.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1970.

Garcia, Simone Hoerbe, Freitas, Soraia Napoleão. "Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar e a Educação Inclusiva: Ensino e Aprendizagem de um Aluno Pós-Hospitalizado" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Simone Hoerbe Garcia

Educadora Especial, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM/RS e bolsista CAPES.

Soraia Napoleão Freitas

Profa.Dra. do Departamento de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria/UFSM/RS e orientadora da pesquisa.

(INTRODUÇÃO) O atendimento escolar no ambiente hospitalar e a educação inclusiva são duas temáticas que estão inseridas nas discussões atuais da educação. O atendimento escolar no ambiente hospitalar é efetivado na classe hospitalar, que segundo a Política Nacional de Educação Especial (1994), garante acompanhamento educacional a crianças e jovens em situação de risco, como é o caso da internação ou tratamento hospitalar, uma vez que a hospitalização determina restrições às relações de convivência, às oportunidades sócio-interativas escolares, ou seja, compromete a relação com colegas e as relações de aprendizagem mediadas pelo professor e a exploração intelectual dos ambientes de vida social. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar se o acompanhamento pedagógico realizado na classe hospitalar do Hospital Universitário de Santa Maria/HUSM cumpriu a função de facilitador no processo de inclusão de um aluno pós-hospitalizado no âmbito escolar. (METODOLOGIA) Para tanto, foi realizado um estudo de caso de um aluno pós-hospitalizado, que freqüentou a classe hospitalar do Hospital Universitário de Santa Maria no período de 2000 a 2004 e que estava incluído na quinta-série de uma escola estadual do município de Santa Maria. Como instrumentos de coleta de dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as professoras da escola que atuaram junto ao aluno durante as fases de início, manutenção e término do tratamento de saúde e com a professora da classe hospitalar do referido aluno. (RESULTADOS) Assim, percebemos que o acompanhamento pedagógico realizado na classe hospitalar do Hospital Universitário de Santa Maria revelou ser um modelo a ser seguido por outros hospitais, uma vez que demonstrou o cumprimento de seu papel como facilitador no retorno a escola do aluno pós-hospitalizado,

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quando muitas vezes essa inclusão na escola após o confinamento hospitalar é um processo de difícil adaptação da criança do ponto de vista cognitivo e social. (CONCLUSÕES) Por tudo isso, afiançamos que o acompanhamento pedagógico oferecido pela classe hospitalar durante o tratamento de saúde foi de extrema importância, pois permitiu que o aluno, mesmo impossibilitado de freqüentar a escola, continuasse a estudar e acompanhar sua turma a partir dos materiais enviados pela escola. O aluno ao retornar a escola, apresentou facilidade de readaptação tanto escolar quanto social, pois não foi privado dos conteúdos escolares e dos relacionamentos afetivos durante a internação hospitalar, tendo a oportunidade de estabelecer novos vínculos de amizades no hospital, o que refletiu positivamente na reintegração com o grupo escolar.

Palavras -chave: Atendimento escolar no ambiente hospitalar - Educação Inclusiva - Ensino - Aprendizagem - Aluno pós-hospitalizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial, 2001.

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FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003.

LÜDKE, Menga & ANDRE, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

Oliveira, Tyara Carvalho de, Ribeiro, Amélia Escotto do Amaral. "Indicações para Atuação Docente em Classes Hospitalares" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Tyara Carvalho de Oliveira

Pós Graduada em Gestão em Saúde e Administração Hospitalar - Universidade Estácio de Sá/RJ

Amélia Escotto do Amaral Ribeiro

Doutora em Educação, Mestre em Educação e Mestre em Filosofia pela PUC/RJ. Professora da UERJ/FEBF.

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Esse texto amplia a reflexão a respeito da formação de professores, em um contexto social de demandas múltiplas, redefinindo espaços de atuação. Dentre estes, as Classes Hospitalares. Aprofundar a reflexão e o conhecimento sobre a Classe Hospitalar enquanto campo de atuação docente justifica-se na medida em que se observa certo desconhecimento a respeito dos aspectos conceituais e teórico-metodológicos que envolvem essa modalidade de ensino. A relevância de estudos neste campo relaciona-se com a possibilidade de desvelar para os Cursos de Formação de professores, um universo tanto conceitual quanto de atuação.

Resultados parciais de pesquisa descritiva realizada em diferentes espaços hospitalares revelam que um dos desafios a ser superado se refere às especificidades da prática docente nessa modalidade de ensino. Os dados coletados ratificam o que a literatura sobre o tema vem apontando. Em outras palavras, o professor de classe hospitalar desempenha um papel de mediador entre a criança e o hospital; para a criança ou adolescente hospitalizado, o contato com o professor e com a classe hospitalar é uma oportunidade de ligação com os padrões da vida cotidiana e com a vida em casa e na escola (Fonseca, 2003). Acrescenta-se ser indispensável o conhecimento das patologias mais freqüentes na unidade hospitalar em que atua para saber dos limites clínicos do paciente-aluno. Daí a necessidade de um preparo pedagógico, associado a uma orientação pedagógica especifica ao campo de atuação da classe hospitalar (Ortiz, 2000).

Quanto ao perfil pedagógico – educacional, torna-se relevante a adequação à realidade hospitalar, o respeito às potencialidades do aluno, motivando e facilitando sua inclusão no contexto escolar hospitalar. Tal inclusão implica estímulo à criança, tendo o conhecimento como elo entre o desejo de saber e a superação do distanciamento entre as necessidades curriculares (de cada criança) e o ambiente hospitalar.

O MEC (2002), no documento “Classe Hospitalar e atendimento Pedagógico domiciliar: estratégias e orientações” recomenda ao professor coordenador da proposta pedagógica da classe hospitalar ou em atendimento domiciliar o conhecimento sobre a dinâmica e o funcionamento dessa modalidade de ensino, assim como as técnicas pedagógicas e terapêuticas dela decorrentes, as rotinas da enfermaria, dos serviços ambulatórias e das estruturas de assistência social. Sua atuação articula-se com a equipe de saúde do hospital, com a Secretaria de Educação, com a escola de origem do educando de modo a orientar os professores de forma mais adequada.

Assim, exige-se um professor capacitado para trabalhar com a diversidade humana e cultural, para identificar as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, definindo e implantando estratégias de flexibilização e adaptação curriculares. Sugere-se que tenha formação em Educação Especial, em Pedagogia ou Licenciaturas; que tenha noções sobre as doenças e condições psicossociais vivenciadas pelos educandos e suas características. E, ainda, adequar e adaptar o ambiente às atividades e aos materiais, planejar o dia–a-dia da turma, registrar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido.

Palavras-Chave: Formação de Professores; Classe Hospitalar; criança/adolescente hospitalizado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASFONSECA, E.S. Atendimento Escolar no Ambiente Hospitalar. São Paulo: Memnon. 2003

MEC/SEESP. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações.Brasília.MEC/SEESP.2002

ORTIZ, Leodi Conceição Meireles. Construindo classe hospitalar: relato de uma pratica educativa em clinica pediátrica. Revista reflexão e Ação, v.8, n.1,p.93-100, jan/jun.2000.

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Pacheco, Mirta Cristina Pereira. "O Papel do Professor dentro do Setor de Hemodiálise" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Mirta Cristina Pereira Pacheco

Prefeitura Municipal de Curitiba/ Fundação Criança Renal/ Setor de Hemodiálise

Introdução: No ano de 1997 a Associação Criança Renal (hoje Fundação Criança Renal) responsável pelo tratamento de crianças portadoras de doenças renais, firmou convênio com a Secretaria de Educação do Município de Curitiba, solicitando professoras para exercerem atividades pedagógicas com os pacientes durante o tratamento de hemodiálise. Esta parceria, em nenhum momento objetivou a substituição da escola e sim a conscientização dos pacientes e pais quanto à importância de se dar continuidade aos estudos.

As sessões de hemodiálise têm duração em média de 04 horas cada uma e ocorrem três vezes por semana, garantindo assim, a permanência dos alunos em tratamento por tempo indeterminado.

No setor temos desde bebês que estão no tempo das descobertas, as crianças que aprendem rapidamente e os adolescentes que já compreendem melhor sua doença, entre revolta e incerteza freqüentam as aulas às vezes com muito ânimo e outras nem tanto!

Relato da prática:Dentro desse contexto, as professoras trabalham conteúdos referentes à série que os alunos/pacientes freqüentam, preferencialmente os repassados por suas escolas de origem ou conteúdos em que as crianças apresentavam dificuldade.

Manter contato com as escolas dos pacientes sempre que possível, tornou-se algo fundamental, repassando informações quanto a realidade de um renal crônico, suas limitações, tanto físicas (devido a não participação nas aulas de Educação Física), como alimentares (por ocasião do lanche servido) e a justificativa de faltas (internamentos prolongados e sessão de hemodiálise), quando necessário também pleiteado vagas em escolas, para crianças que iniciam tratamento hemodialítico durante o ano letivo e oriundas de outras cidades.

Comentários: Nosso grande desafio são os adolescentes que não freqüentavam mais as escolas e encontram-se com o ensino fundamental incompleto, formamos parceria com um Centro de Ensino Supletivo. Nos anos de 1999, 2000 e 2001 tivemos a grande satisfação de presenciarmos 12 formaturas no ensino fundamental.

Palavras-chave: Prática Pedagógica – Hemodiálise- Crianças

REFERÊNCIAS DA PESQUISA MÉDICA

BUCHALLA, Ana P. Prevenção desde a infância. São Paulo: Revista Veja. Abril, ano 37 nº 22 p.78, 2 de junho, 2004.

DINIZ, Denise P. – Presidente na organização do congresso. Anais do 1º Congresso Brasileiro de Saúde Mental e Qualidade de vida em Nefrologia. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 05 a 07 de Setembro, 2003.

FERMI, Márcia R. V. Manual de diálise para enfermagem. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003.

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Resumo Expandido

Cecília Manoela Radis Vieira Prioste

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Educação,

Pedagogia (Iniciação Científica)

Profa. Dra. Alda Luiza Carlini

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Educação,

Pedagogia, Professora Orientadora

Introdução: A classe hospitalar existe em função da necessidade dos alunos-pacientes

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permanecerem hospitalizados para se submeterem a tratamentos de doenças crônicas. Geralmente, esta internação ocorre por períodos longos e repetidos, o que dificulta o regresso dessas crianças à escola para dar continuidade aos estudos. Esta pesquisa objetivou caracterizar a ação educativa realizada pelos profissionais de educação com os pacientes escolares, na classe hospitalar, para descrever o seu funcionamento e a atuação desses profissionais.

Metodologia: A coleta de dados se realizou por meio da observação das atividades da classe hospitalar e pela entrevista com os professores responsáveis, utilizada para complementar as informações obtidas durante a observação.

Resultados e Comentários: A pesquisa proporcionou condições para o estudo teórico e para a observação da realidade dos profissionais de educação que atuam na classe hospitalar de um hospital da cidade de São Paulo. E, como Iniciação Científica, constituiu oportunidade de aprendizagem para a aluna-pesquisadora e de divulgação dessa modalidade de atuação educativa entre os alunos da Faculdade de Educação.

É fato que incluir as crianças e adolescentes internados na classe hospitalar ainda é um desafio, pois não são muitos os hospitais que têm demonstrado condições para respeitar esse direito constitucional. No entanto, no decorrer da pesquisa foi possível perceber que ainda são muitos os educadores que desconhecem essa forma de atuação profissional.

Palavras-chave: Classe hospitalar; alunos-pacientes; educação inclusiva.

Santos, Giselli Cláudia Pinheiro. "Alfabetização de Crianças em Tratamento Oncológico: Experiência em Curso no Hospital Ophir Loyola – Belém/PA." (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Giselli Cláudia Pinheiro Santos

Secretaria de Estado de Educação – Classe Hospitalar.

O trabalho de alfabetização desenvolvido pelo Hospital Ophir Loyola ocorre desde 2003, como uma das formas de atendimento pedagógico do Programa Prosseguir, resultado de convênio firmado entre a Secretaria de Estado de Educação e o referido hospital, que visa dar continuidade ao processo de ensino aprendizagem e reintegrar a criança à escola regular.

A classe de alfabetização atende a uma média de dezoito crianças na faixa etária de seis a oito anos, que se encontram em tratamento oncológico. A perspectiva de alfabetizar em espaço hospitalar requer um comprometimento pedagógico redobrado, não apenas pela condição de tratamento quimioterápico ao qual as crianças estão submetidas, mas também pelo fato de a maioria ser oriunda de famílias carentes em que a baixa escolaridade de seus pais contribui para que não sejam desenvolvidos o hábito e o estímulo à leitura.

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O método de alfabetização que utilizamos tem sua base no construtivismo, adaptando-se às necessidades e ao momento peculiar que a criança vivencia. Nossa atividade cotidiana tem como escopo o resgate da auto-estima e a criação de novas possibilidades para expressão de todas as potencialidades das crianças.

O ato de ler, a resolução de problemas e a compreensão do mundo dão substância ao nosso trabalho pedagógico, além da aplicação de atividades que desenvolvam habilidades de coordenação motora, percepção, lateralidade entre outras específicas a esta fase da educação infantil.

Recursos audiovisuais também são utilizados em nossas atividades diárias, assim como as aulas de informática, onde as crianças consolidam os conteúdos trabalhados através do contato com jogos educativos.

Temos alcançado resultados satisfatórios na medida em que conseguimos inserir as crianças no universo da leitura consolidando um trabalho sério e enriquecedor.

Palavras-chave: alfabetização, criança, tratamento oncológico.

Tediolli, Ana Cristina, Zenorini, Rita da Penha Campos. "A Importância do Projeto Pedagógico na Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Ana Cristina Tediolli

Universidade São Francisco – Campus Itatiba - (aluna do curso de Pedagogia)

Rita da Penha Campos Zenorini

Universidade São Francisco – Campus Itatiba - (professora/orientadora do curso de Pedagogia)

IntroduçãoO reconhecimento do trabalho nas classes hospitalares é incipiente em nosso país, não

tendo a merecida atenção e valorização do poder público. Dessa forma, nota-se a necessidade da conscientização da sociedade em relação à importância do atendimento pedagógico-educacional no contexto hospitalar. Esse trabalho procura atender as necessidades educativas, pois restabelece as ligações com a vida em casa e na escola e realiza a mediação didática-educativa promovendo o desenvolvimento da aprendizagem (FONSECA,1999).

Diante disso, é necessário que a sociedade, em especial os órgãos governamentais, reflitam sobre como possibilitar e intensificar a continuidade ao ensino das crianças e/ou

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adolescentes que por algum problema de saúde são impedidas de freqüentar a escola, passando a vivenciar uma realidade que desconhecem.

Como aponta Ceccim (1997) a aprendizagem pode ocorrer dentro do hospital, pois apesar das crianças estarem doentes, isso não as impede de continuar crescendo e se desenvolvendo. A Classe Hospitalar é o meio que vem ratificar o direito à educação, visando promover a escolarização, oportunizar o desenvolvimento e contribuir para a reintegração da criança hospitalizada à sociedade e à escola, após a alta hospitalar.

A partir dos estudos realizados constatou-se que a educação no contexto hospitalar é importante para o desenvolvimento cognitivo, físico e social. Sendo assim, é preciso que esse trabalho seja desenvolvido a partir da construção do Projeto Pedagógico para poder abranger as necessidades, dificuldades e interesses de cada indivíduo. Cabe ressaltar que esse documento possibilita mudanças, estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela instituição de ensino como um todo.

Diante de tais colocações, faz-se necessário refletir sobre o trabalho na classe hospitalar, no que se refere, em especial, a construção do projeto e suas implicações.

ObjetivoO presente estudo tem como objetivo principal analisar Projetos Pedagógicos que

embasam os atendimentos educacionais oferecidos na classe hospitalar.

MetodologiaForam realizadas buscas aos sites de hospitais que oferecem atendimento em classe

hospitalar. No momento, estão sendo feitos os contatos com os hospitais a fim de verificar se os mesmos possuem o Projeto Pedagógico. Após os contatos serão encaminhadas correspondências eletrônicas, para explicitar os objetivos do estudo e solicitar o acesso ao Projeto Pedagógico para análise.

ResultadosA presente pesquisa está em andamento, até o momento pôde-se observar, por meio dos

contatos feitos com os hospitais, que a maioria possuí um documento para nortear o atendimento educacional da classe hospitalar.

ComentáriosAo pensar no hospital como um espaço educativo, vê-se que o período em que a criança

encontra-se hospitalizada pode se tornar um tempo de construção de conhecimento e aquisição de novos significados, o que demonstra a importância dessa modalidade de ensino. Vale destacar a importância do Projeto Pedagógico como um caminho que possibilita a reflexão sobre as ações, as metas, o currículo a ser aplicado e as peculiaridades da realidade em que a instituição está inserida.

Palavras – chaves: Classe Hospitalar - Projeto Pedagógico

Referências Bibliográficas

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9.394, de 23 de dezembro de 1996. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001

BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações./ Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC; SEESP, 2002. 35p.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação básica. Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2001 79p.

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CECCIM, R. B. Aspectos da Ecologia da classe hospitalar no Brasil. Disponível em www.educacaoonline.pro.br. > acesso em 20 fev. 2006.

CECCIM, Ricardo B.; FONSECA, Eneida S. Classe Hospitalar: Buscando padrões referenciais de atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente hospitalizado. Revista Integração, Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, São Paulo. Ano 9, nº 21, 1999 p. 31-40

Centro Infantil Boldrini. Disponível: http//www.boldrini.org.Br > acesso em 20 abr 2006

Classe Hospitalar do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, disponível: http://inovando.fgvsp.br > acesso em 13 mar 2006

Diretrizes da criança e do adolescente hospitalizado, resolunão nº 41 de 13 de outubro de 1995. Disponível: www.sbp.com.br/img/documentos/doc-crianças-hosp. > acesso em 27 mar 2006

Estatuto da criança e do adolescente, lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Senado Federal, Brasília, 2004

FONSECA, Eneida da S. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo, Memnom, 2003. 100p.

FONSECA, Eneida S. A situação Brasileira do Atendimento Pedagógico-educacional hospitalar. Revista Educação e Pesquisa. São Paulo, v.25, nº1, jan/jun. 1999

FONSECA, Eneida S. Classe hospitalar: ação sistemática na atenção às necessidades pedagógico-educacionais de crianças e adolescentes hospitalizados. Revista Temas sobre Desenvolvimento. São Paulo, v.7, nº44, mai/jun, 1999, p. 32-37

FONSECA, Eneida S. Classe hospitalar: atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados. Disponível em http/ craae.ptr.usp.Br/itg/classe. > acesso em 18 mar. 2006

FONSECA, Eneida. S. , CECCIM, Ricardo. Atendimento pedagógico-educacional hospitalar: promoção do desenvolvimento psíquico e cognitivo da criança hospitalizada. Revista Temas sobre Desenvolvimento. São Paulo, v.7, nº42, jan/fev, 1999, p. 24-36

FONTES, Rejane de S. A escuta pedagógica à criança hospitalizada: discutindo o papel da educação no hospital. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, nº26, maio/agosto 2005. disponível: http://www.scielo.br/scielo.php?pid > acesso em 09 fev 2006

FONTES, Rejane de S. A reinvenção da escola a partir de uma experiência instituinte em hospital. São Paulo. Revista Educação e Pesquisa, vl.30, n.2, maio/ago. 2004, p. 271-282

Fundação Pio XII – Hospital de Câncer de Barretos – Classe Hospitalar é inaugurada. Disponível: www.hcancerbarretos.com.br > acesso em 13 mar 2006

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino – Aprendizagem e Projeto Político – Pedagógico – elementos metodológicos para elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 15ª ed., 2006

VEIGA, Ilma P. A. Projeto Político – Pedagógico da escola. Papirus, Campinas, 13ª ed., 2001.

VIKTOR, Mariana. Classe Hospitalar: Educador de Plantão. Revista Educação. São Paulo, março 2003, p. 19-22

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Vilhena, Eliana Pacheco. "Atendimento Pedagógico Hospitalar para Alunos das Primeiras Séries do Ensino Fundamental: Experiência do Hospital Ophir Loyola – Belém/PA" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Eliana Pacheco Vilhena.

Secretaria de Estado de Educação

O atendimento pedagógico para crianças do ensino fundamental desenvolvido no Hospital Ophir Loyola realiza-se através de uma turma em regime multisseriado, composta por alunos da 1ª, 2ª e 3ª séries. Esta relação de ensino-aprendizagem difere do cotidiano de uma escola formal, pois demanda práticas pedagógicas que ultrapassem o formalismo da instituição escolar. A finalidade é construir um ambiente de inclusão educacional e de humanização para o atendimento de crianças em tratamento oncológico.

Nas atividades aplicadas, utilizamos uma metodologia interdisciplinar – ainda que em estado embrionário -, buscando associar os saberes do aluno com os conhecimentos explorados no contexto das várias disciplinas trabalhadas. Com isso procuramos superar a fragmentação dos conhecimentos e instaurar uma relação de reciprocidade onde professores e alunos aprendem e ensinam.

As ações desenvolvidas junto à turma, além da escolarização em ambiente hospitalar buscam também, a preparação do aluno para o retorno à escola convencional. O atendimento pedagógico levado a termo no hospital ameniza o processo de normalização e auxilia o reencontro da criança com a vida extra-hospitalar, com seu círculo de relações e consigo própria.

Os resultados mais positivos decorrentes dessa relação educacional estão no fortalecimento dos vínculos afetivos existentes entre os alunos, seus familiares e os professores, possibilitando com isso um melhor desenvolvimento do tratamento, tornando mais agradável(m melhor arocidade onde professores e alunos aprendem e ensinam.litando o desenvolvimento do tratamento e diminuindo contexto d e menos extenso o período de permanência no hospital.

Palavras-chave: interdisciplinaridade, pedagogia hospitalar, tratamento oncológico

Watanabe, Giselle, Junior, Roberto Bovo Nicioli, Kawamura, Maria Regina Dubeux. "O Ensino Através DE TEMas NO ÂMBITO HOSPITALAR" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Giselle WatanabeInstituto de Física/ Universidade de São Paulo

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Roberto Bovo Nicioli JuniorInstituto de Física/ Universidade de São Paulo

Maria Regina Dubeux KawamuraInstituto de Física/ Universidade de São Paulo (orientadora)

Resumo

As duas monografias realizadas entre os anos de 2003 e 2005 na Escola Móvel[1] por licenciandos do curso de Física da Universidade de São Paulo trouxeram algumas expectativas e questões que não foram respondidas ou que não tiveram a oportunidade de serem abordadas naquele momento. Partindo desse anseio, essa pesquisa faz uma re-leitura desses trabalhos traçando como eixo central o ensino a partir de temas inseridos nos currículos tradicionais.

O primeiro trabalho tinha como foco a educação ambiental - tema água - e a sua relação com a problemática social. Os objetivos da pesquisa estavam vinculados às habilidades (analisar, interpretar, comunicar o conhecimento e a motivação) que os alunos pacientes de nível fundamental viriam desenvolver durante o processo de ensino-aprendizagem. Esses alunos produziam e interagiam com atividades relacionadas ao conteúdo escolar que remetem questões cotidianas, mais especificamente, socioambientais. O segundo trabalho tinha como preocupação o contexto atual do aluno, explorando conceitos de radioterapia. Aqui foram levantadas as principais etapas do tratamento de radioterapia pelos próprios alunos pacientes e, a partir de então, as principais formas de se trabalhar conceitos de radiação por meio desse tratamento foram abordadas.

Durante a pesquisa ficou evidente que a metodologia empregada no ensino tradicional não caberia no âmbito hospitalar, seja devido ao ambiente (espaço físico) ou as condições determinadas pela disponibilidade e limitações de cada aluno paciente. Para suprir essas necessidades foram elaboradas seqüências didáticas individuais que incluíam desde leituras, experimentos, produção de desenhos, relatórios e textos até entrevistas com alunos e familiares. Ao organizá-las foram considerados tanto a disponibilidade dos alunos quanto os conteúdos trabalhados nas escolas de origem.

Refletindo sobre as ações pedagógicas no âmbito hospitalar e analisando as condições das quais esses alunos são impostos fica evidente que as intervenções do professor, seja para organizar ou discutir conteúdos novos ou para orientar e redirecionar os conteúdos já trabalhados nas escolas de origem, são essenciais e indispensáveis. No entanto, essa intervenção deve ser devidamente dosada de modo que tanto a disponibilidade quanto a situação emocional e física do aluno paciente sejam consideradas.

Para que o professor faça as intervenções adequadas e devido a sua função multidisciplinar, parece-nos conveniente que o trabalho seja realizado a partir de temas. Para trabalhar tais temas Garcia (1998) aponta para a necessidade de dotar os conteúdos escolares de um enfoque que possibilite alterar a maneira do aluno de ver o mundo, sendo viável mediante a utilização do conhecimento metadisciplinar. Vale ressaltar que a escolha dos temas deve abarcar aspectos sociais, tecnológicos e científicos em diferentes graus de importância, mas é interessante que contemple a realidade desses alunos, que vise à formação de cidadãos para atuar em suas comunidades e que sejam capazes de tomar decisões mais conscientes. É necessário, segundo Santos (2000), que o currículo esteja centrado em competências de construção e mobilização de conhecimentos e valores que facultem competências de decidir e agir.

Espera-se que este trabalho traga aos docentes que atuam nas classes hospitalares oportunidades de reflexões abrangentes sobre as suas atitudes, em especial na escolha de temas que contemplem os currículos das escolas de origem e ao mesmo tempo atendam as expectativas dos alunos.

Palavras Chave: classe hospitalar, ensino de física, currículo, representações sociais, temas.

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Referências BibliográficasCOVIC, A. N. Atendimento pedagógico hospitalar: convalidando uma experiência e sugerindo

idéias para a formação de educadores. São Paulo: PUC, 2003.

GARCÍA, J. E. Hacia una teoría alternativa sobre los contenidos escolares. 1ed. Espanha: Díada Editora S. L., 1998.

NICIOLI, R. B. Jr.; HOSSOUME, Y. Representações sociais de radioterapia em crianças de classes hospitalares – contribuições para uma abordagem pedagógica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2004. (Monografia)

NICIOLI JUNIOR, R. B., Hosoume, Y. A radioterapia em classes hospitalares: contribuições para uma abordagem pedagógica. XVI SNEF - Simpósio Nacional de Ensino de Física. Rio de Janeiro: RJ, 2005.

PETRILLI, A. S. (org). Uma intervenção na área do câncer da criança e do adolescente – doc. Parceria Universidade e Comunidade. São Paulo: UNIFESP/ EPM, 1991.

SANTOS, Maria E. V. M. dos. A cidadania na “voz” dos manuais. Lisboa: Livros Horizonte, 2001.WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no

âmbito hospitalar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2003. (Monografia)

WATANABE, G.; ABIB, M. L. V. O ensino de Física nos primeiros anos de escolarização no âmbito hospitalar. IV ENPEC - Encontro nacional de pesquisa em educação em ciências. São Paulo: Bauru, UNESP, 2003

[1] A Escola Móvel, onde a pesquisa foi realizada, é uma organização não-governamental que visa auxiliar pedagogicamente crianças e adolescentes durante o tratamento de câncer. Ela surgiu em março de 2000, pela iniciativa dos professores Eduardo Kanemoto e Amália Neide Covic. Os objetivos da escola-móvel são: Resgatar os aspectos cotidianos e saudáveis da vida da criança e do adolescente, manter o vínculo e as relações com os saberes, com o desenvolvimento cognitivo e com os ambientes de aprendizagem, prevenir a exclusão e o fracasso escolar, reintegração social, auto-valorização, desenvolvimento de habilidades e competências e respeito aos direitos fundamentais da criança e do adolescente enfermo. De acordo com a resolução nº 2 de 11/09/01.

GT4 - PesquisaA construção de conhecimentos é uma necessidade que potencializa o

atendimento pedagógico hospitalar.Construir um quadro teórico-metodológico de recolhimento de informações, base

de dados e análise apropriada para dar conta da complexidade da realidade educacional hospitalar é o que objetiva este Grupo de Trabalho.Tema único:

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● A pesquisa vista a partir das práticas e as práticas revisitadas a partir das pesquisas. Duas realidades?

Trabalhos apresentados

Borba, Regina Issuzu Hirooka de, Sarti, Cynthia Andersen. "Mundo da Criança Portadora de Asma Grave na Escola" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Regina Issuzu Hirooka de Borba

Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Enfermagem.

Cynthia Andersen Sarti

Universidade Federal de São Paulo. Departamento de Medicina Preventiva

Introdução:Este estudo tem com propósito apresentar e discutir os resultados de um recorte da tese de doutorado(1) e teve como objetivo compreender o significado que a criança asmática grave e sua família atribuem à doença e o seu mundo na escola. Sabe-se que o fenômeno “asma” ocorre num contexto envolvendo não só o aspecto biológico, mas também as relações interpessoais em seus aspectos psicológicos e sociais, transformando-se em experiências difíceis às pessoas envolvidas, permeadas de sofrimento, dor e ameaça de morte. Metodologia: é um

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estudo de caso qualitativo, que busca uma compreensão abrangente do grupo, retratando a realidade em todas as suas manifestações(2,3) desenvolvido no ambulatório de Pediatria da Disciplina de Alergia de um hospital público do Município de São Paulo. Foram estudadas três crianças entre 9 e 10 anos e seus familiares, denominados casos Milton, Marco Antonio e Gabriela. Os dados foram coletados entre 2000 e 2002, mediante as técnicas de observação participante, entrevista semi-estruturada e não estruturada, e brinquedo terapêutico dramático. Resultados: No caso Milton, a relação da criança e a escola são marcadas com conflitos, pelas demandas do tratamento, o que determinam, que ela falte às aulas e que nem sempre possa desempenhar as atividades físicas e esportivas. Faltar às aulas representa um mal, pois deixa de aprender mais. Menciona a escola como um lugar legal, porque pode brincar e aprender. O caso Marco Antonio evidencia os conflitos com a escola, interferindo não só na assiduidade e nas brincadeiras, mas, sobretudo no relacionamento com os colegas que o discriminavam considerando-o louco, o que determinava sua rejeição pelo grupo, embora recebesse apoio pedagógico das professoras. O bom desempenho escolar faz com que o pai deposite esperança de que o filho tenha uma vida melhor. No caso Gabriela, apesar das crises de asma e convivência com inúmeras restrições, o desempenho da criança na escola e nas atividades esportivas parece não estar sendo prejudicado. Já em relação à convivência com as colegas, é conflituosa, preferindo manter distância das mesmas, para evitar que elas viessem em sua casa. Demonstra que gosta da escola por exercer uma função socializadora, sobretudo da escola de ginástica olímpica que representa uma realização importante em sua vida e seu esforço é ilimitado em conseguir uma boa classificação nas competições. Comentários: nos três casos estudados, a escola é valorizada tanto pela criança como pela família. O bom desempenho escolar das crianças alimenta na família a expectativa de um futuro mais promissor para elas com possibilidade de se formarem e terem um bom emprego. Tendo em vista as dificuldades encontradas pelas crianças em freqüentar a escola e o convívio com colegas, deve criar um trabalho conjunto entre os profissionais de saúde e da educação, assegurando a manutenção da educação formal e do convívio social salutar.

Palavras chave: escola; asma; enfermagem pediátrica

Referências Bibliográficas1. Borba RIH. A asma infantil e o mundo social e familiar da criança. [Tese]. São Paulo (SP): Universidade Federal de São Paulo; 2003.

2. Ludke M, André MEDA. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. 4ª reimp. São Paulo:EPU; 1986.

3. Becker HS. Métodos de pesquisa em ciências sociais. Trad. de Marco Xestevão e Renato Aguiar. 3ª ed. São Paulo: Hucitec; 1997.

Costa, Luzia Medeiros da, Robles, Roseli Monteiro, Carneiro, Ieda Aparecida, Souza, Natacha Oliveira, Bueno, Alexandra Oliveira, Bueno, Charles. "Visão de Alguns Profissionais da Educação sobre Classes Hospitalares" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Luzia Medeiros da Costa/Departamento de Pediatria

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Roseli Monteiro Robles/ Serviço Social/ Unifesp

Ieda Aparecida Carneiro/Unifesp/ Enfermaria de Pediatria

Natacha Oliveira Souza/ Unifesp/ Serviço Social

Alexandra Oliveira Bueno/ Unifesp/ Enfermaria de Pediatria

Charles Bueno/ USP/Faculdade de Educação

Resumo Segundo a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, a oferta de Educação Especial é dever do Estado. Desse modo é importante que os profissionais da rede pública de educação tenham ciência do atendimento pedagógico hospitalar, uma vez que a criança hospitalizada é considerado um aluno com necessidades educacionais especiais, segundo a Política Nacional de Educação Especial. A criança hospitalizada, de acordo com os Direitos da Criança e do Adolescene Hospitalizado e o ECA, têm direitos a ter continuidade do currículo escolar durante o período de hospitalização. Esse direito é reconhecido pelos profissionais de saúde e Educação.Este estudo objetiva promover interação entre escolas regulares próximos de uma Instituição de Saúde Terciário para conhecer a visão dos profissioanis de educacão quanto as Classes Hospitalares. Metodologia, estudo descritivo onde foi realizado entrevistas com Diretores e/ou Coordenadores de instituições educacionais públicas de nível de cursos Fundamental e Médio, no total de 03 escolas. Conclusão, foi identificado o desconhecimento dos educadores msobre as atividades pedagógicos hospitalares, porém os mesmos reconheceram a importância dessa nova modalidade pedagógica e apresentaram disponibilidade para participarem desse trabalho em conjunto com a Equipe de Saúde.

Palavras–Chave: Classes Hospitalares – Atendimento Pedagógico Hospitalar- Criança/Adolescente Hospitalizado/ Profissionais da Educação

Referência Bibliográficas

AMARAL, D. P.; SILVA, M.T.P. Formação e prática pedagógica em classes hospitalares: respeitando a cidadania de criança e jovens enfermos. Disponível em [http://www.malhatlantica.pt/ecae-cm/daniela.htm ]. Acesso em 04 de Abril de 2005.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial (SEEP). Brasília: MEC:SEESP, 1994. Livro 1, p-66.

BRASIL. Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados. Resolução nº 41, de 13/10/1995. Brasília: Imprensa Oficial, 1995

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, promulgada em 20/12/1996. Brasília: Imprensa Oficial, 1997

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar: Estratégias e Orientações. Brasília: MEC; SEESP, 2002

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de Outubro de 1988/ obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina V. S. Windt e Lívia Céspedes. 30ª ed. Atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 129. Coleção Saraiva de Legislação.

CAIADO, Kátia R. M. O Trabalho Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Um Espaço em Construção. In: Educação Especial: Do querer ao Fazer, Org. Maria Luísa Sprovieri Ribeiro, Roseli Cecília R. C. Baumel. Ed. Avercamp. São Paulo, 2003, p. 71- 78.

FONSECA, Eneida Simões da. Classe Hospitalar e Inclusão. Anais do III Congresso Brasileiro

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sobre Síndrome de Dawn.(Volume Complementar), p. 38-40 Curitiba: Centro de Convenções de Curitiba . 15 a 18 de Novembro, 2000.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. Paz e Terra, 25º ed. São Paulo, 1996.

PAULA, Ercília Maria Angeli Teixeira de. Crianças e Professores em Hospitais: Aprendizes Especiais na Diversidade dos Contextos Hospitalares. Salvador UFBA, 2001-2002: Dissertação de Doutorado.

PAULA, Ercília Maria Angeli Teixeira de. Desafios, Impasses e Perspectivas na Formação de Professores que Atuam em Hospitais. Anais do XII Congresso Endipe. Curitiba – 2004. Disponível em [ http://www.endipe.org.br]. Acesso em 19 de Março de 2005

Kryminice, Andressa, Matos, Elizete, Cunha, Célia Regina Algarte da. "Educar e Brincar, Não Tem Idade e Não Tem Lugar, É Só Começar! Também em Contexto Hospitalar..." (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Andressa Kryminice - IBPEX

Profª Drª Elizete Matos - PUCPR

Célia Regina Algarte da Cunha

INTRODUÇÃOA importância do brincar para crianças/adolescentes hospitalizadas, com diferentes

enfermidades é o que se vem pesquisando e vivenciando por meio de inúmeros projetos, tais como: “Enquanto o sono não vem”, “Sala de espera”, “Inclusão digital”, “Eureka kids” e “Hospitalização Escolarizada”, “Mural Interativo", propostas estas de cunho lúdico, educativo e recreativo, com o intuito de oportunizar um trabalho educacional e lúdico em ambiente hospitalar. Cabe destacar a estas propostas educacionais aplicadas em hospitais, como bem ressalta Matos (2001, p.38- 39) “irá beneficiar sua saúde mental, certamente refletirá positivamente nos aspectos da saúde física, contribuindo sensivelmente, para abreviar seu tempo de internação".

METODOLOGIANo desenvolvimento prático deste trabalho realizado nos hospitais para que possam ser

significativos aos enfermos; pois, os mesmos encontram-se fragilizados, necessitando de um olhar além do corpo adoecido, ressalta-se a valorização de suas capacidades, potencialidades e desejos, por meio do brincar que envolve ludicidade, o lazer, recreação e educação.Estas propostas, tem como objetivos abranger os diferentes contextos hospitalares, bem como, as diferentes rotinas; ou seja, preocupa-se desde a criança/adolescente que irá fazer apenas uma consulta, até o enfermo que irá permanecer por longos períodos em contexto hospitalar.

RESULTADOSA atuação em ambiente hospitalar,depende do envolvimento entre os profissionais, para

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que a sua aplicação seja realmente significativa. Segunda a autora acima citada

situa-se numa inter-relação entre os profissionais da equipe médica e a educação. Tanto pelos conteúdos da educação formal, como para a saúde e para a vida, como pelo modo de trazer continuidade do processo a que estava inserida de forma diferenciada e transitória a cada enfermo...Na realidade, esta área de atendimento constitui o modo especial de entender a pedagogia. De outro lado, na medida em que procura estar presente à condição enferma dos alunos, a Pedagogia Hospitalar está próxima, também de fazer da equipe inter/multi/transdisicplinar. (MATOS, 2001, p. 37).

Observa-se atualmente que a proposta da Pedagogia Hospitalar auxilia na recuperação e deixa mais alegre o ambiente hospitalar, que de alguma forma é visto como hostil por tratar de enfermidades, o que muitas vezes está relacionado a dor e ao sofrimento.

COMENTÁRIOSÉ importante que todos os envolvidos estejam realmente engajados nesta proposta e

dispostos a doar-se. E o pedagogo deverá, estar ciente da sua importância neste projeto, bem como ter habilidades e competências para tal. Com esta proposta, pode-se resgatar gradativamente a auto-estima, o brilho no olhar, a força, a superação e a alegria. Um pouco de romantismo nas palavras? Quem sabe? Mas isso é a essência da vida, é a essência desta criança/ adolescente enferma ou hospitalizada que não pode se apagar e que não pode lhe ser negada. É o educar, é o brincar, sem limite de idade, sem lugar certo, sem hora marcada, é só se entregar, é só começar!

Palavras- chaves: criança/ adolescente, hospitalizadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MATOS, E. L. M. e MUGGIATI, M. M. T. de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba, Ed. Champagnat, 2001. 90p.

Nascimento, Fabiana Ferreira do, Schilke, Ana Lúcia Tarouquella, Sardinha, Rosely. "Professor/a em Hospital: A Academia Formando O “Ideal” e O/A Profissional Trabalhando com O Real" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Fabiana Ferreira do Nascimento

Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras/Unidade de Projetos Nacionais/Programa PREFERE

Ana Lúcia Tarouquella Schilke

Secretaria Municipal de Educação de Niterói/ Coordenação de Educação e Saúde/Programa Pedagogia Hospitalar

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Rosely Sardinha

Secretaria Municipal de Educação de Niterói / Coordenação de Educação e Saúde/Programa Pedagogia Hospitalar

Introdução

Após a publicação da resolução 41 (que trata dos direitos da criança/adolescente hospitalizado) em 13 de outubro de 1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o direito à educação durante a internação, surge no cenário nacional, com status de obrigação legal.

Esse direito, agora formalmente reconhecido, coloca um novo desafio para os/as professores/as: como assegurar o direito à educação para a criança/adolescente hospitalizado visto que a academia só pensa a educação dentro da escola?

MetodologiaA ação pedagógica hospitalar ainda está em busca de referenciais teóricos que legitimem

e qualifiquem sua ação. Diante disso propomos nesse trabalho discutir as implicações resultantes da formação dos professores/as para atuarem no hospital uma vez que essa discussão ainda não alcançou os centros.

Utilizaremos como metodologia a pesquisa-ação objetivando compreender o processo de formação do/a professor/a para atuar no atendimento pedagógico educacional da criança/adolescente hospitalizado.

Na pesquisa-ação a relação entre conhecimento e ação está no centro da problemática metodológica, ativando o papel do/a professor/a pesquisador/a na situação investigada.

Essa metodologia permite refletir e transformar a ação através da interação inteligente e criativa entre o conhecimento teórico e prático emergente e resultante do diálogo reflexivo de todos/a os/a atores/as envolvidos no grupo.

ResultadosNosso estudo está pautado nas ações desenvolvidas por professores/as que atuam em

hospitais do município de Niterói/RJ e que utilizam o princípio da pesquisa-ação para qualificarem a sua prática.

Nesse trabalho, surgem estratégias de formação que visa garantir a discussão das implicações da ação educativa em um hospital, pois quando o/a educador/a chega nesse espaço, além de não conhecer a dinâmica e não ter discutido sobre a funcionalidade pedagógica de sua ação/atuação – que transcende nossa realidade e formação atual – sua relação ainda é de paciente e não de agente social em serviço.

Comentários ou ConclusõesÉ possível concluirmos que o hospital é um ambiente novo para o/a professor/a e que

embora esse/a, por um lado, tenha sua entrada profissional garantida legalmente; por outro, não tem respaldo numa pedagogia pensada para trabalhar com o/a aluno/a internado/a.

A academia hoje prepara o professor/a para trabalhar com a homogeneidade, mas quando esse volta sua ação para o ambiente hospitalar, encontra um ambiente cuja as diversidades (seja idade, patologia, interesses e outras) e problemáticas que envolvem cada individuo, saltam aos olhos. Na tentativa de unir o currículo formal com os desejos dos/as alunos/as hospitalizados/as surge uma proposta que objetiva garantir o seu pleno desenvolvimento cognitivo durante o seu período de internação e ao mesmo tempo estimular o socializar e o pensar criticamente o seu processo de adoecimento.

Palavras-chave: Educação Hospitalar – Formação – Currículo

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Referências Bibliográficas

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PERRENOUD, Philippe. Ensinar: Agir na Urgência e Decidir na Incerteza, trad. Claudia Schilling, 2ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2001

SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella. O Fazer Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Uma Possível Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em Alfabetização das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Niterói: UFF, 2003

Santana, Ívia Vianna. "Desafios e Propostas para O Atendimento Escolar Hospitalar: Aprender para Esquecer A Dor" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Ívia Vianna SantanaPontifícia Universidade Católica/ Instituto de Psicologia

Introdução:A partir de um trabalho sobre atendimento pedagógico em hospitais apresentado na

disciplina “Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem I” no 1o semestre de 2005 no curso de psicologia da PucMinas, foram levantadas as seguintes questões: É possível pensar o hospital como um espaço educacional? De que forma educação pode contribuir para a saúde da criança hospitalizada?

Por constatar a pouca existência de teorias sobre o Atendimento Escolar em Ambiente Hospitalar, escolhi este assunto como tema da monografia que será apresentada como trabalho de conclusão de curso em Dezembro de 2006.

Metodologia:Este trabalho se propõe a fazer um estudo de caso da construção de um projeto de

atendimento escolar para o Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, que realizado pelas alunas do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Minas Gerais. A partir deste estudo pretende-se problematizar a implantação do atendimento escolar em ambiente hospitalar de uma forma mais ampla não se restringindo ao caso exclusivamente.

Comentários:Em 2001 o Conselho Nacional de Educação - Secretaria de Educação Especial (SEESP)

através da Resolução n. 2 no Art. 13 regulamenta o atendimento educacional especial à criança, adolescente ou adulto que se encontrar impossibilitado de freqüentar a educação formal por causa de tratamento de saúde.

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A pouca existência de teorias ou estudos desta natureza em território nacional pode gerar, tanto na área educacional quanto na de saúde, o desconhecimento desta modalidade de ensino e uma falta de integração entre a educação e a saúde das crianças e aos jovens hospitalizados. Isto pode levar a violação do direito social à educação na forma prevista por lei ou significar um atendimento precário, indo de encontro à realidade psicossocial destes indivíduos. Sendo assim, pretendo pesquisar como se viabiliza a implantação do atendimento escolar hospitalar. Este direito regulamentado está de fato acontecendo?

O objetivo geral desta pesquisa é refletir sobre a implantação do Atendimento Escolar Hospitalar no sentido expresso pela lei. A partir daí pretende-se discutir esta modalidade de atendimento, pensando na viabilidade de uma educação no hospital.

Diante das pesquisas prévias, há uma escassa oferta desta modalidade de atendimento no estado de Minas Gerais. A partir dessa constatação pretendo apresentar uma discussão segundo Maria Helena Patto a respeito dessa distância constatada entre o legislado e a oferta do serviço, de equipamentos e reflexões sociais a respeito do tema.

PALAVRAS-CHAVE: Criança, Escola Hospitalar, Leis, Viabilidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BRASIL, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados. Resolução no. 41 de 13/10/1995. Brasília: Imprensa Oficial 2001.

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FONTES, Rejane de S. A escuta pedagógica à criança hospitalizada: discutindo o papel da educação no hospital. Rev. Bras. Educ. [online]. maio/ago. 2005, no.29 [citado 24 Maio 2006], p.119-138. Disponível em: <http://test.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782005000200010&lng=pt&nrm=iso>Acesso em 05 mar. 2006.

FONSECA, Eneida Simões da. Atendimento escolar hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003

FREITAS, Soraia Napoleão e Ortiz, Leodi C. Meireles. Classe hospitalar: interfaces do seu fazer didático. Cadernos de educação. FaE/UFPel, Pelotas v.20 p.201, Jan./jun. 2003.

MINAYO, Maria Cecília de Souza.(org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 23a ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

ORTIZ. Leodi C. Meireles, Construindo classe hospitalar: relato de uma prática educativa em clínica pediátrica. Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 8, n. 1, p. 93-100, jan./jun. 2000.

PATTO, Maria Helena Souza. Exercícios de indignação: escritos de educação e psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

Silva, Lucas Araújo, Matos, Elizete Lúcia Moreira. "Lazer, Recreação, Saúde e Educação: Um Benefício a mais em Contexto Hospitalar." (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Lucas Araujo Silva

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PUCPR/Especialização

Elizete Lúcia Moreira Matos

PUCPR/ Professora do Curso de Mestrado em Educação da PUCPR

Introdução.Neste trabalho apresenta-se alguns aspectos referentes a questão do lazer e da recreação

com ferramenta para o Professor em contexto hospitalar, sob, a visão das instituições de Ensino Superior no Curso de Pedagogia, quanto à formação do pedagogo e sua atuação em algumas realidades hospitalares na cidade de Curitiba- PR. É uma proposta inovadora e, portanto, o trabalho do pedagogo no hospital, apesar de ser uma pesquisa com uma caminhada de apenas 12 anos cientificamente, já apresenta leis nacionais que a incorporaram nas políticas educacionais.

Metodologia.As metodologias utilizadas nesta pesquisa foram: exploratória, qualitativa e quantitativa,

por essa ser a melhor forma de pesquisar a valia do objeto de pesquisa, utilizando entrevista, análise e bases bibliográficas. Diante destes aspectos é que se apresenta a questão relacionada ao lazer e a recreação e algumas definições e atribuições como ferramenta no processo ensino/aprendizagem. Destaca-se também a educação e saúde, com alguns resultados da pesquisa que envolveu profissionais em contexto hospitalar e instituições de ensino superior de Curitiba. As perguntas foram respondidas pela coordenação do curso de Pedagogia de cada instituição. E por fim aborda a pedagogia hospitalar, seu surgimento em contexto especifico na cidade de Curitiba.

Resultados e Comentários ou Conclusões.Em todos os cursos que responderam à pesquisa têm-se uma grande preocupação em

subsidiar a formação dos futuros pedagogos tanto para o contexto hospitalar com, para outros ambientes extra escolares. E na prática com os profissionais que atuam nesse contexto fica claro o auxílio do lazer e da recreação como ferramentas para o melhor desenvolvimento do trabalho pedagógico e a socialização das crianças e jovens, bem como para os pais e acompanhantes deles.

Palavras-chave: Pedagogia Hospitalar, Lazer, Recreação.

Referências Bibliográficas: ADAMS, P. (1999). Patch Adams: o amor é contagioso/ ilustração Jerry Van Amerongen; tradução Fabiana Colasanti. 8ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Sextante.

CAILLOIS, R. (1994). Los juegos y los Hombres. México.

MIAN, R. (2003). Monitor de Recreação: Formação Profissional.

DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS, Disabled Peoples’ International, 1981.

DUMAZEDIER, J. (1994). A revolução cultural do tempo livre; tradução e revisão técnica Luiz Octávio de Lima Camargo, colaboração na tradução Marília Ansarah. São Paulo, SP: Studio Nobel: SESC.

__________. (1979). Sociedade empírica do lazer; tradução Silvia Mazza e J. Guinsburg. São Paulo, SP: Perspectiva SA.

FLICK, U. (2004). Uma introdução à pesquisa qualitativa; tradução Sandra Netz. 2ª ed. Porto Alegre, RS: Bookman.

LDBEN – Lei 9394/96.

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MARCELINO, N. C. (2000). Lazer e educação. 7ª ed.Campinas, SP: Papirus

MATOS, E. L. M.; MUGGIATI, M. M. T. F. (2001). Pedagogia hospitalar. Curitiba, PR: Champagnat.

PILETTI, C (1989). Didática Geral. São Paulo, SP: Ática S.A.

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - Brasília: SEESP/MEC, 1994, p. 20.

RESOLUÇÃO n° 2, de 11-9-01, do CNE/CEB.

RESOLUÇÃO 45/91, de 14-12-90, da ONU.

THIOLLENT, M. (1996). Metodologia da pesquisa-ação/Michel Thiollent – 7ª ed. – São Paulo: Cortez.

WAICHMAN, P. (1997). Tempo livre e recreação: um desafio pedagógico; tradução Jorge Peres Gallardo. Campinas, SP: Papirus.

WARNOCK, M. (1978). Meeting Special Educational Needs (Londres).

Silva, Simeão Britto da, Lima, Walnéa Virgínia Mangueira. "Humanização e Educação: Possibilidades Didático-Pedagógicas em Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Simeão Britto da Silva

FAFIRE

Walnéa Virginia Mangueira Lima

FAFIRE

IntroduçãoNosso trabalho procurou levantar, por meio de pesquisas bibliográfica e de campo, as

possibilidades didático-pedagógicas vivenciadas pelas crianças e adolescentes que freqüentaram a sala de aula no IMP (Instituto Materno Infantil prof. Fernando Figueira, em Recife – PE), bem como os desafios presentes nessa prática educativa. De acordo com Fonseca (2003), “o atendimento escolar no ambiente hospitalar é uma realidade”.

MetodologiaO caminho metodológico considerou: a prática pedagógica realizada no período de fevereiro a dezembro de 2005 e implicou na identificação de 200 alunos/pacientes atendidos na sala de aula; as situações didáticas desenvolvidas; os níveis de complexidade; o tempo pedagógico de sua realização considerando o horário das aulas; e a contribuição no desenvolvimento de novos conceitos e/ou novas atitudes que pudessem ser verificadas pela escuta pedagógica (CECCIN & CARVALHO, 1977).

Resultados

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Trabalhando com os alunos em atividades pedagógicas sugeridas nos PCns, especialmente nas áreas de linguagem e comunicação observamos que, 86% dos alunos (n =170) apresentaram defasagem de conhecimento em relação à série informada; 15% (n = 30) não sabiam ler nem escrever, mesmo com freqüência/matrícula nas séries iniciais do ensino fundamental. Além disso, a pesquisa apontou que os desafios da prática educativa neste espaço são os seguintes: a baixa estima do aluno em função do estado de adoecimento; os exames clínicos rotineiros; a duração da aula = 2h para comportar atividades que completem ciclo (início, meio e fim); a inexistência de interação entre equipe de cuidadores e pedagogos hospitalares. Tudo isso levou-nos a considerar que o planejamento pedagógico deve adaptar-se às possibilidades físicas, cognitivas e às singularidades dos alunos.

ConclusõesNosso trabalho sugere como possibilidades didático-pedagógicas a utilização de coletâneas de atividades nas áreas de linguagem (narrativa de história, problematização, refacção do texto, leitura de imagens, etc.), comunicação, através de atividades lúdicas, transversalizadas pela realidade dos alunos/pacientes. Acreditamos que as sugestões aqui apresentadas apontam para caminhos de mediação didático-pedagógicas que poderão contribuir numa prática educativa humanizada no atendimento Escolar Hospitalar. Para tanto, reconhecemos que os profissionais do atendimento deverão ensinar tendo sempre em vista a pesquisa de novas possibilidades didático–pedagógicas que, em primeiro lugar, reconheçam as particularidades constitutivas do espaço Escolar Hospitalar. Em segundo lugar, compreenderem que todo processo de intervenções clínica ou pedagógica depende da problemática da criança e de seu quadro clínico. Desse modo, poderemos, enquanto educadores hospitalares beneficiar-nos dos modos de saberes e fazeres clínicos e pedagógicos que facilitem, técnica e eticamente, o conhecimento da realidade existencial e aprendencial dos alunos/pacientes, especificamente no que se refere às especificidades envolvidas em seus processos de aprender/ser no que pertine ao complexo das mediações que fundam a dinâmica do ensinar. Assim, o processo educativo poderá incluir o aluno/paciente no espaço Escolar Hospitalar, posto que significará auto-educar-se de maneira holística, (re)criativa etc.

Palavras – chave: Possibilidades didático – pedagógicas - Classe Hospitalar.

Referência BibliografiaBRASIL. MEC. Parâmetro Curriculares Nacionais.

BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar : estratégias e orientações. / Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC ; SEESP, 2002. 35 p.

____ . Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/ CBE nº 2 de 11/09/01. Diário Oficial da União nº 177, Seção 1E de 14/09/01, pp.39- 40. Brasília: Imprensa Oficial, 1991.

____ . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9394 de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Imprensa Oficial, 1996.

CECCIM, B. R.; CARVALHO, A . R. P. Criança hospitalizada: atenção integralcomo escuta à vida. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1997.

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CHARLOT. Bernard. Da Relação com o Saber. Porto Alegre – Artes Médias, 2000.

FONSECA, Eneida Simões Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memmon, 2003.

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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra 13ª ed.,1983.

MEIRIEU, Philippe. Aprender... Sim, mas como? Porto Alegre. Artmed, 7ª ed. 1998.

PERRENOUD, Philippe. A prática Reflexiva no oficio do professor. Porto Alegre:Artmed, 2002

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HENRI WALLON – Psicologia e Educação. Ed. Loyola

Weinhardt, Mariana S., Matos, Elizete L. M. "Formação de Professores com A Utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem em Contexto Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Resumo Expandido

Mariana S. Weinhardt

Elizete L. M. Matos

Pontifícia Universidade Católica do Paraná/ Departamento de educação a distância/ PUC-PR

INTRODUÇÃOA pedagogia hospitalar é um processo alternativo de educação continuada que ultrapassa o contexto formal da escola, pois levanta parâmetros para o atendimento de necessidades especiais transitórias do educando em ambiente hospitalar e domiciliar. Trata-se de conceber uma nova realidade com características educativas. Com o objetivo de, favorecer benefícios, no que tange à saúde, proporcionando uma formação ampla, mais densa, orgânica e articulada do professor, fortalecendo sua competência teórica e técnica e seu comprometimento político-social; contribuir para o desenvolvimento e aperfeiçoamento integral do educando enfermo, na continuidade de suas atividades pedagógicas e na recuperação mais rápida de sua saúde, proporcionando-lhe oportunidades e facilidades, para recuperar, manter e facilitar o desenvolvimento físico, intelectual cultural e social. A necessidade de formação continuada e de desenvolvimento de novas habilidades e novos meios de informação e comunicação para que o professor possa empregar com o educando hospitalizado. Com o projeto EUREK@KIDS, sendo este, um projeto de desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem, pensado principalmente para o atendimento de crianças/jovens hospitalizados, proposta com a certeza de estar contribuindo para ampliar significativamente os trabalhos que vem sendo desenvolvidos nos hospitais, incorporando o uso das Tecnologias de Comunicação e Informação, como ferramenta de base para dar suporte as atividades desenvolvidas para o atendimento da criança/jovem doente, diminuindo sensivelmente grandes percalços sociais, destacando-se a inclusão social, a democratização tecnológica, a promoção humana, as novas formas de comunicação e a educação inclusiva.

Palavras-chave: pedagogia hospitalar; escolarização; inclusão; formação continuada; lúdico.

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METODOLOGIAEste trabalho integra a linha de pesquisa do Mestrado em Educação da PUC-PR “Teoria e Prática na Formação de Professores”. Esta pesquisa tem como finalidade obter os fins da mesma far-se-á uma busca bibliográfica e num segundo momento, será feita a pesquisa de campo concretizada por meio de um questionário e entrevista destinados a criança/jovem, pais ou responsável e para o professor do hospital. É inaceitável a desculpa que criança/jovem doente não possam ter continuidade em seus estudos enquanto hospitalizados, utilizando o bom senso estimulando essas crianças/jovens nas condições possíveis. Por isso, resolveu-se por este estudo investigativo, para alertar a educadores que essa também é uma ação que pode minimizar significativamente a evasão escolar. Para este estudo será utilizada a metodologia da pesquisa-qualitativa e quantitativa.

RESULTADOS

A pesquisa ainda não possue resultados, pois está em desenvolvimento. Início do Mestrado em Educação-março de 2006.

COMENTÁRIOSA sociedade em busca de sua humanização não pode deixar de ocupar-se com a integração daqueles que, permanecendo excluídos a um estado de fragilidade física, às vezes, temporárias ou não, necessitam de um olhar mais sensível. Em se tratando da criança/ jovem em idade escolar acometida de enfermidade grave, os esforços dispensados são mais significativos, pois, é o futuro que está em jogo. Em vista disso, a sua inclusão nos processos educacionais deve constituir um dever da sociedade e direito da criança/jovem doente e hospitalizada.

BIBLIOGRAFIAAlmeida, F.J. Educação e Informática os Computadores na Escola. São Paulo: Cortez,1988.

BRASIL. Lei n° 8069 de 13-07-1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.

Domingues, D. A Arte no Século XXI: A Humanização das Tecnologias. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

GAZETA DO POVO. Enfermarias de hospitais viram salas de aula. Curitiba, 06/ 07/2003.

Lévy, P. A Inteligência Coletiva. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

Matos, E. L. M e MUGGIATI, M. M. T. F. Pedagogia Hospitalar Curitiba: Champagnat, 2001.

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Muggiati, M. M. T. F. Hospitalização Escolarizada: Uma nova Alternativa para o Escolar-Doente. Dissertação. Curitiba, 1989.

Novaes, L. H. V. S. Brincar é Saúde-O alívio do estresse na criança hospitalizada. Pelotas: Educat, 1998.

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Pôsters

Trabalhos apresentados

Gianelli, Maria Inez Della Vecchia, Figueiredo, Denise, Moribe, Izilda Y. S., Oliveira, Rita T. B. R. de, Lombardi, Ulisses. "Tecendo Laços com a Vida" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Maria Inez Della Vecchia Giannelli

Denise Figueiredo

Izilda Y S Moribe

Rita T B R de Oliveira

Ulisses Lombardi

Associação Pró- Hope Apoio à Criança com Câncer

Centro Educacional Pró-Hope

Introdução: No ano de 1999,como coordenadora de um curso de Pedagogia de uma faculdade de São Paulo, propus um projeto de intervenção escolar na área de saúde, com o objetivo de atender a demanda de crianças e jovens gravemente enfermos que estavam fora do circuito escolar, e ao mesmo tempo inovar os estágios dos alunos da Pedagogia. Entrei em contato com a Associação Pró-Hope, que inaugurara uma unidade de apoio para pacientes com câncer, que não estando mais em internação hospitalar, necessitavam permanecer na cidade para os necessários tratamentos .Vivenciamos várias versões até chegarmos ao formato atual, uma sala-escola, em dois turnos, com presença flexível para os alunos, multisseriação ( infantil e fundamental I), e articulação imprevisibilidade/não improvisação. Para desenvolvê-lo conto com a equipe de co-autores supra citada.Metodologia:Pedagogia de projetos foi o que melhor atendeu nossas necessidades.Aplicamos o conceito de transferência da psicanálise lacaniana, na construção de laços com o objeto do conhecimento e com o Outro, e utilizamos os princípios construtivistas-interacionistas. O atendimento é individual, com inserção grupal, por meio de projeto articulador, que envolve a sala e os acompanhantes dos alunos.Resultados:Inserção dos alunos no circuito escolar e na rede regular de ensino sempre em série mais avançada; resgate da identificação pela aposta na vida e autonomização do sujeito, decorrente da responsabilização e implicação do mesmo em sua aprendizagem; fortalecimento das relações com o acompanhante e hospedes da casa; formação de laço com a vida saindo do circuito pulsional de morte; aderência aos tratamentos; formação de laços com o conhecimento e o Outro; aposta na vida e no futuro.Comentários:Percebemos um arranjo novo na relação ensino aprendizagem com a priorização da diferença enquanto elemento articulador. Aos conceitos de escuta, nome do pai, laço agregam-se os de palavra verdadeira/oca (Freire) e plena/vazia (Lacan) Palavras de

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implicação e criação, para a educação que é sempre da ordem do imprevisível, onde não improvisar é escutar o sujeito que aprende, para não calarmos nossa angustia propondo o que julgamos importante ou necessário. Suportar a angustia para escutar a palavra do outro é o que pensamos para a educação de nossos dias.

Referências Bibliográficas:BAUMAN, Zigmunt. Modernidade Líquida Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2001.

_________, Amor Líquido. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 2003.

FREIRE, Paulo. Alfabetização: leitura do mundo leitura da palavra. Rio de Janeiro, Editora Terra e Paz, 1992.

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LACAN, Jacques. Escritos Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1998.

_______, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1973.

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Miranda, Alaíde Pamplona. "Atendimento Pedagógico em Espaço Hospitalar: Pediatria do Hospital Ophir Loyola-Belém/Pará" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Alaíde Pamplona Miranda

Secretaria de Estado de Educação

O atendimento pedagógico realizado na pediatria do Hospital Ophir Loyola é uma ação constitutiva do programa Prosseguir, desenvolvida através de um convênio entre a Secretaria de Estado de Educação e a instituição hospitalar com a finalidade de oferecer escolarização a crianças em tratamento oncológico.

Fundado nos princípios da educação para todos, da inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais e humanização das relações em ambiente hospitalar, nosso trabalho procura manter vivo o vínculo entre o paciente-aluno internado na pediatria e o processo de

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escolarização.

Buscamos o permanentemente o favorecimento do processo ensino-aprendizagem, através do desenvolvimento de ações fundadas na descoberta com alegria e prazer. Com as crianças em idade de alfabetização construímos atividades práticas que estimulam a coordenação motora, o desenvolvimento do raciocínio lógico e que dêem suporte ao processo de alfabetização.

Para as crianças que estão cursando o ensino fundamental, obedecemos aos conteúdos disciplinares estabelecidos nas grades curriculares da Secretaria de Educação, e a criança, durante o seu período de permanência no hospital, recebe o atendimento educacional na sala de aula, na sala de recreação ou no próprio leito.

Em busca de um atendimento global desenvolvemos atividades práticas que envolvem as crianças e seus familiares. São oficinas de criação artística, de construção de brinquedos utilizando material regional e enfatizando as peculiaridades da cultura amazônica. Juntamente com o grupo multiprofissional da pediatria, realizamos pequenos projetos para celebração de datas comemorativas e eventos que produzem uma mobilização nacional e local como a copa do mundo, as olimpíadas etc.

Os resultados positivos que temos alcançado decorrem da aliança entre as áreas da educação e da saúde, o mútuo envolvimento de profissionais dessas áreas tem contribuído tanto para o fortalecimento das ações educativas quanto para uma maior eficácia no tratamento de saúde.

Palavras-chave: escolarização, pediatria, tratamento oncológico.

Prazeres, Zoe Conceição Cotta Souza dos. "A Brinquedoteca e o Cuidado de Crianças em Tratamento Oncológico no Hospital Ophir Loyola – Belém/Pará" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil

Zoe Conceição Cotta Souza dos Prazeres

Hospital Ophir Loyola – brinquedoteca/quimioterapia

A brinquedoteca da quimioterapia do Hospital Ophir Loyola-HOL, atende a crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, em tratamento oncológico, que encontram-se enternados ou em tratamento ambulatorial.

Trabalhamos jogos simbólicos que envolvem o faz-de-conta. Confeccionamos brinquedos com sucatas (caixas de medicamentos e outros) e utilizamos a técnica de origami na construção de pássaros.

Dos jogos, exploramos as regras, o cumprimento de normas, o estímulo à atenção, a concentração, o raciocínio e o enfrentamento de elementos como competição e sorte(ganho e perda) O trabalho em grupo estimula a socialização entre as crianças e entre as crianças e os adultos. Os jogos de construção, instigam a capacidade de produzir com criatividade e imaginação. Neste contexto, a aprendizagem, a inteligência, a concentração e a atenção decorrem da realização de uma atividade agradável e provocadora. Quando isso ocorre, brincar torna-se um sinal de saúde.

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Mantemos um calendário de datas comemorativas (dia das mães, dia da criança, natal, etc.), com isso integramos os professores, os alunos e seus familiares em um processo de construção, que vai desde a elaboração cotidiana de atividades até a realização de eventos de culminância.

Cultivamos um “cantinho da leitura” com os clássicos infantis, revistas em quadrinhos e livros diversos, pois isto possibilita prazer como no ato de brincar. Isto tem favorecido o desenvolvimento de variadas linguagens. O entusiasmo da brincadeira associado à leitura faz com que a linguagem verbal se torne mais fluente e haja maior interesse pelo conhecimento de palavras novas. Favorece também o desenvolvimento da sociabilidade, pois brincando a criança desenvolve o seu senso de companheirismo ao mês mo tempo em que aprende a conviver em novas situações.

Brincar com o outro tem reforçado os laços afetivos, consolidado o companheirismo e o amor entre crianças, seus familiares e a recreadora.

Palavras-chave: brinquedoteca, tratamento oncológico, educação.

Sanchez, Ângela Maria, Ribeiro, Maria Aparecida de Lima. "Classe Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Angela Maria SanchezMaria Aparecida de Lima RibeiroHospital Infantil Cândido Fontoura

CLASSE HOSPITALAR

A Classe hospitalar do HICF foi implantada em julho de 2003, com o objetivo de dar continuidade às atividades escolares durante o período de internação de crianças e adolescentes do Ensino Fundamental e Médio. A partir de novembro de 2005 ampliou-se o atendimento, sendo contempladas.

São duas educadoras com formação em Pedagogia, que atuam de 2a a 6a feira, nos períodos da manhã e tarde, realizando atendimento em uma sala adaptada, com materiais pedagógicos e 04 computadores. Na impossibilidade de locomoção do paciente, a educadora vai até os leitos das enfermarias ou UTI, levando um notebook para a realização das atividades.

Além de atividades escolares, os alunos-pacientes têm a oportunidade de assistir filmes através dos projetos O Cinema vai até o leito e Sessão pipoquinha. Desde de sua implantação foram atendidas 760 crianças.

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Santos, Maria Cecília Kuzmann, Radatz, Marilze, Boyen, Criatiane Barcellos. "Humanização Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Maria Cecília Kuzmann Santos IBPEX

Marilze Radatz IBPEX

Cristiane Barcellos Boyen IBPEX

INTRODUÇÃOSendo um dos ramos da Pedagogia, a Pedagogia Hospitalar vem atender a crianças ou

adolescentes em idade escolar que se encontram hospitalizados e, portanto, impossibilitados de freqüentarem a escola. As atividades desenvolvidas em contexto hospitalar devem estimular os aspectos cognitivos, afetivos e social, nas vertentes inter/multi/transdiciplinares.

METODOLOGIAO direito da criança em prosseguir na sua formação escolar durante a permanência no

hospital e os benefícios do ensino e do material didático que são disponibilizados por meio de planejamentos, conforme as propostas em andamento, principalmente nos casos de hospitalização prolongada, estão asseguradas na lei: SEESP/MEC, (1994, p.20) “Ambiente hospitalar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens internados, que necessitam de educação especial e estejam em tratamento hospitalar”.

As atividades pedagógicas desenvolvidas proporcionam as crianças/adolescentes a diferença, a qual se traduz por um ambiente hospitalar, que é tradicionalmente triste para um espaço mais alegre e ameno.

Segundo algumas idéias, em que Matos, destaca e aqui se faz uma paráfrase, (2001, p. 75) ...a assistência pedagógica no hospital apresenta a vantagem de auxiliar pedagogicamente na problemática específica da criança/jovem hospitalizado, levando em consideração a hora de formular e realizar suas atividades escolares com momentos especiais planejados dentro de suas possibilidades.

CONCLUSÃOO pedagogo hospitalar pode atuar em hospitais, postos de saúde, atendimento domiciliar,

coordenar grupos voluntários para contribuírem nos vários aspectos pedagógicos, prevenção de acidentes, entre tantas outras possibilidades. O Pedagogo faz valer a ação lúdica, que funciona como instrumento amenizador e de grande benefício ao estado geral para crianças/adolescentes. Auxiliar na atenção das crianças/adolescentes que estão enfermas ou hospitalizadas.

Os trabalhos realizados nesta área indicam um olhar atento as questões de humanização e na formação bio/psico/cognitiva e social cultural da criança e adolescente hospitalizado, e nos alerta o quanto ainda necessitamos nos aprofundarmos e desenvolver mais pesquisas e discussões sobre educação. Saúde e humanização.

Palavras Chave: Humanização, Pedagogia Hospitalar, Educação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MATOS, E. L. M e MUGIATTI, M. M. T.de F. Pedagogia Hospitalar. Curitiba: Editora Champagnat, 2001, p.75.

Silva, Fátima Júlia Martins da, Franco, Vera Lúcia, Uchoa, Janete de Sá, Botelho, Simone. "O Brincar na Ação Educativa Hospitalar " (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Fátima Júlia Martins da Silva

VERA LÚCIA FRANCO

JANETE DE SÁ UCHOA

SIMONE BOTELHO

Secretaria Municipal de Educação de Niterói /Programa Pedagogia Hospitalar

Palavras-chave: Brincar - Ação Educativa - Criança

IntroduçãoAs conseqüências da internação são traumáticas. No brincar, observamos que as tensões provocadas pela internação diminuem sensivelmente.

No Hospital Getúlio Vargas Filho, o atendimento é voltado para a Educação Infantil, e a brincadeira é atividade imprescindível na abordagem com a criança, percebemos que brincando ela se expressa, mostra o que sentem e quem são, com a brincadeira interagem com pessoas e exploram novas oportunidades de forma prazerosa e significativa.

Relato de Prática

Paula∗ foi internada com quadro desnutrição. Permaneceu no hospital enquanto a mãe retornou para casa∗.

A menina aparentava ter menos idade, não andava, sem tônus muscular, com dificuldades em segurar pequenos objetos. Ficava em seu bercinho acuada, movimentando o corpo para frente e para trás. Possuía bastante dificuldade em aceitar gestos de afeto quando abordada, chorando e se retraindo. Uma boneca foi dada à Paula e a todo instante ela a embalava nos braços. “Assim como a presença de um objeto, uma boneca ajudam-na a sentir-se segura na hora de dormir, pois permite a recriação da situação mãe-filho na qual protegem-se mutuamente, os brinquedos no hospital cumprem um papel de proteção como objetos de transferência que fazem com que não se sinta sozinha”(Dolto,1999,p.99).

Paula participava das atividades junto às demais crianças. Acostumada a rotina, já nos esperava no bercinho. Observamos a cada dia que o seu estado físico dava sinais significativos de melhora, ficando de pé e empurrando a cadeirinha para que pudesse se locomover pelo corredor. Interagia ativamente nas atividades escolhendo o que queria fazer e com o que brincar.

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ConclusãoA recuperação de Paula era notada por todos. Ao ser contrariada demonstrava irritação, bem diferente daquela menininha apática que conhecemos no início.

Aproveitamos esses momentos para estimular o desenvolvimento e a aprendizagem infantil, criando situações-problema que desencadeiam a participação espontânea nas atividades pedagógicas propostas.

BibliografiaBARBIER,R.(1993) A Escuta Sensível em Educação; in Cadernos ANPED – Trabalhos nº 5,setembro.

CECCIM, R., FONSECA, E. (1999): Classes Hospitalares: buscando padrões referenciais de atendimento pedagógico-educacional à criança e ao adolescente hospitalizado. In: Revista Integração. 9 (21).

DOLTO,F. As etapas decisivas da infância. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

SCHILKE, Ana Lucia Tarouquella. O Fazer Pedagógico no Ambiente Hospitalar: Uma Possível Escuta das Potencialidades da Criança Internada, Monografia (Especialização em Alfabetização das Crianças das Classes Populares), Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Niterói: UFF, 2003

VYGOTSKY,L.S: O Papel do Brinquedo no Desenvolvimento. In: A Formação Social da mente. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991(ed. Orig. 1993).

WALLON, H. Do acto ao pensamento. Lisboa:Portugália,1966.

WINNICOTT,D.W.O Brincar e a Realidade.1971

∗ Nome fictício, idade: 2 anos e 8 meses

∗ Porque a mãe além de estar grávida de 6 meses ainda tinha mais três filhos, ficando as crianças sob os cuidados da enfermagem

Souza, Ademilson Chaves de. "Auto-Imagem de Crianças e Adolescentes: Relato de Experiência na Classe Hospitalar Ophir Loyola" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Ademilson Chaves de Souza

Secretaria de Estado de Educação/SEDUC.

Este relato apresenta a vivência pedagógica com crianças e adolescentes oriundas de várias cidades amazônicas, e que se encontram em tratamento oncológico no Hospital Ophir Loyola em Belém do Pará. O “Auto-imagem” é um projeto que se encontra em estágio embrionário, mas que é parte constitutiva do Programa Prosseguir que atende desde 2002, à classe hospitalar, no Hospital Ophir Loyola.

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A produção pedagógica do projeto Auto-Imagem é desenvolvida em aulas de história, geografia e ensino religioso. Com o auxílio da informtica que é utilizada como instrumento de apoio, são armazenados em banco de dados digitalizado, os desenhos e telas produzidos pelos alunos no cotidiano das aulas.

Apoiados em (COSTA, 2005 e PAIVA,2004) utilizamos o método da linguagem visual no processo ensino-aprendizagem. O aprender através da linguagem visual ocorre quando as crianças e adolescentes produzem iconografia e as interpretam com base em suas vivências e saberes anteriores. Neste processo de aprendizagem significativa(AUZUBEL, 1978) os alunos exercitam a criatividade, desenvolvem a expressão oral e a elaboração de textos.

A iconografia é um recurso pedagógico que tem atuado positivamente no aprendizado dos alunos (TREVISAN, 2002). Aprender história, geografia, ensino religioso e outras disciplinas através de leitura de imagens pode contribuir para a produção de um ambiente alegre e feliz estimulando a vontade de continuar os estudos (ALVES, 2000).

O Auto-Imagem, toma como desafio ensinar com alegria em ambiente hospitalar. E mesmo como resultado parcial e incompleto nota-se a alegria dos alunos, no olhar, no sorriso e na expressão facial, quando estes interagem com o computador, produzem desenhos , falam e escrevem sobre o que produziram.

Palavras-chave: crianças, adolescentes, linguagem visual, educação.

Sordi, Eliana De. "Danças Circulares na Formação e Prática do Professor no Atendimento Escolar Hospitalar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Eliana De Sordi

Secretaria de Educação de SBC - Equipe Técnica

IntroduçãoDanças Circulares, movimento iniciado por Bernhard Wosien na Escócia, constitui-se em

uma modalidade que utiliza danças tradicionais de vários povos, normalmente em círculo.

Escolhi esta atividade, correlata à minha formação em Psicologia, em função de experiências pessoais e profissionais nas áreas clínica e educacional – em rede pública, na Formação de Professores e Gestores de escolas de ensino regular com alunos com Necessidades Educacionais Especiais incluídos.

Relato da PráticaConheci as Danças Circulares em 1995, uma atividade prazerosa que proporciona

interação, compartilhamento, trocas, afeto, respeito e aceitação, na qual o corpo é exigido não apenas no movimento, mas na percepção de si, consciência de limitações e possibilidades, num

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processo de experiências e descobertas individuais e grupais.

Compartilhá-las e observar seus efeitos, constituiu-se em estímulo para o trabalho em oficinas para alunos de ensino comum e classes especiais.

Promoção de convivência entre pessoas com habilidades e competências diferentes, respeito às decisões grupais e às características de cada um, cooperação nas dificuldades e tolerância na resolução de conflitos foram visíveis.

Nesses, e nos grupos de formação de professores, os resultados observados foram semelhantes; exemplificados em depoimento.

“A dança trabalhou mais meu lado afetivo e “senti” mais meu corpo. O trabalho em grupo sempre nos traz descobertas e como estou me sentindo bem, os alunos também se sentirão - agora eu consigo ver com trabalhar com eles de uma forma mais gostosa”. (professora M)

ComentáriosAs Danças Circulares como um instrumento que utiliza aspectos lúdico, sensorial e

relacional na formação do professor, podem otimizar o aprendizado no trabalho escolar hospitalar, promovendo integração e cooperação nas relações entre crianças e adultos.

Palavras-chave: Danças Circulares, Formação do Professor.

Referências BibliográficasGARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1980.

OSSONA, Paulina. A educação pela dança. São Paulo. Summus, 1988.

RAMOS, Renata C. L. (org.) Danças Circulares Sagradas: uma proposta de dança e cura. São Paulo. TRIOM: Faculdade Anhembi Morumbi, 1998.

WOSIEN, Bernhard. Dança – Um caminho para a totalidade .São Paulo. TRIOM, 2000.

Szvarca, Yara Maria, Alves, Zulmira. "A Criança Hospitalizada: Aprender a (e) Brincar É só Começar" (2006), em I Fórum Nacional de Atendimento Escolar Hospitalar. São Paulo, Brasil.

Yara Maria Szvarca

Zulmira alves

Hospital Universitário Evangélico de Curitiba

INTRODUÇÃOO trabalho de Hospitalização Escolarizada que vem acontecendo efetivamente no

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA desde setembro de 2002, através de convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Curitiba e a Sociedade Evangélica Beneficente, está dando um importante passo em direção a consolidação dos valores éticos e democráticos,

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tornando-se assim, mais sensível às necessidades especiais de grupos socialmente fragilizados.

Atualmente, há no referido hospital atividades que incluem acompanhamento escolar para crianças e adolescentes hospitalizados, apresentações de teatro, música, contação de histórias, jogos, brincadeiras e inclusão digital.

Este trabalho tem como objetivo mostrar a prática pedagógica desenvolvida com crianças da educação infantil, internadas nas pediatrias do HUEC.

RELATO DA PRATICANa perspectiva das atividades, a abordagem pedagógica no ambiente hospitalar é

entendida como instrumento redutor dos efeitos traumáticos da internação e do impacto causado pelo distanciamento da criança e de sua rotina. A intenção é de transformar o período de internação hospitalar em um tempo de construção, de conhecimento e aquisição de novos significados.

No espaço disponível do hospital para o desenvolvimento das atividades tem-se buscado conhecer o mundo em que estas crianças vivem, respeitando a sua cultura e história, observando suas atitudes, escutando seus casos. As atividades lúdicas fazem parte do cotidiano das crianças e são planejadas á partir do interesse e das necessidades destas, proporcionando experiências e descobertas para as mesmas.

Isso pressupõe uma pedagogia ativa, cooperativa, aberta. Ensinar deve consistir em conceber, encaixar e regular situações de aprendizagem, segundo princípios ativos construtivistas e interacionistas.

CONCLUSAOAcreditamos que brincar é por si só uma vivência reestruturante que recupera o paciente e

ameniza o sofrimento da internação. Ao brincar, nos reequilibramos e reciclamos nossas emoções.

As atividades envolveram também as questões de tempo de internação, alimentação, alta dos colegas e óbitos, propiciando a compreensão dos objetos e das pessoas do ambiente hospitalar.

PALAVRAS-CHAVE: 1. pedagogia hospitalar; 2. lúdico; 3. educação infantil.

REFERÊNCIAS PAULA, Ercília M. A. T. Educação, diversidade e esperança: a práxis pedagógica no contexto da escola hospitalar. tese (doutorado) Salvador: 2005.

Anais, 1º Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar. UERJ.2000.

Brasil. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados. Resolução no. 41, de 13/10;1995. Brasília: Imprensa Oficial. 1995.

______Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CBE no. 2 de 11/09/2001. Diário Oficial da União no. 177, seção 1E de 14/09/2001. p.39-40. Brasília-DF: Imprensa Oficial. 2001.

_____ Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial. 1988.

______ LEI nº 11.104, de 21 de março de 2005.DOU 23/03/05.

______ Ministério da Educação. Classe Hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar:orientações e estratégias./Secretaria de Educação Especial. Brasilia: MEC;

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SEESP, 2002.Ceccim, R.B. Criança hospitalizada: necessidades educacionais. Palestra apresentada no 1o Encontro Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar: o trabalho pedagógico-educacional no ambiente hospitalar; a criança doente também estuda e aprende. Anais. p. 55-58. Rio de Janeiro: UERJ, 19 a 21 de julho de 2000 (disponível na internet em http://www2.uerj.br/~escolahospitalar. 2001.

______ R.B. & CARVALHO A C. Criança Hospitalizada. Atenção Integral como Escuta à Vida. Ed. UFRGS. 1997.

GIL, Juliana Dallarmi & Ercília Maria A.T. de Paula. Pedagogia Hospitalar, Olhar do Professor. UPG 2: 135-148, nov.1999.

______ Intervenção Pedagógica em Hospitais Infantis. II Encontro Nacional de Estágios UEPG, s/d.

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