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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA ANAIS CONEEAGRI - 2016 XXIX Congresso Brasileiro dos Estudantes de Engenharia Agrícola e Ambiental 1ª Edição Organizadores: Marcos Alexandre Teixeira Samantha Farias Figueiredo Wallace Mattos Pereira Niterói RJ 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

ANAIS CONEEAGRI - 2016

XXIX Congresso Brasileiro dos Estudantes de Engenharia Agrícola e Ambiental

1ª Edição

Organizadores:

Marcos Alexandre Teixeira

Samantha Farias Figueiredo

Wallace Mattos Pereira

Niterói – RJ

2016

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Organizadores

Marcos Alexandre Teixeira

Samantha Farias Figueiredo

Wallace Mattos Pereira

Anais - XXIX Congresso Brasileiro dos Estudantes de Engenharia Agrícola e Ambiental

1ª Edição

Niterói – RJ

AGRAH Consultoria

2016

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Código do ISBN

978-85-93877-00-1 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF

C749 Anais - XXIX Congresso Brasileiro dos Estudantes de Engenharia

Agrícola e Ambiental (29.: 2016: Niterói, RJ).

Anais ... / XXIX Congresso Brasileiro dos Estudantes de

Engenharia Agrícola e Ambiental; organização AGRAH Consultoria;

Coordenadores Marcos Alexandre Teixeira, Samantha Farias Figueiredo,

Wallace Pereira. – Niterói: [s.l], 2016.

1 CD-ROM.

Evento realizado no período de 17 a 24 de abril de 2016. 1. Engenharia agrícola. 2. Meio ambiente. I. Escola de

Engenharia. II. Teixeira, Marcos Alexandre (ed.). III. Figueiredo,

Samantha Farias. IV. Pereira, Wallace Mattos. V. Título.

CDD 630 (21. ed)

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Comitê Científico

Marcos Alexandre Teixeira (UFF– Presidente)

Ednilton Tavares de Andrade (UFLA)

Carlos Eduardo Silva Volpato (UFLA)

Ademir Fontana (Pesquisador Embrapa Solos –RJ)

Guilherme Tavares (USP)

Equipe de Organização

Samantha Farias Figueiredo

Wallace Mattos Pereira

Regis Vieira

Caroline Piccoli

Magdo Júnio

Lucas Casseres

Eliane Cristina Braga

Mariane Pires

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Apresentação

O curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da UFF foi criado em 27 de Janeiro de 1993, completando 23 ininterruptos anos de atividade no ensino pesquisa e extensão em Engenharia Agrícola, formando excelentes profissionais.

Assim sendo, coube a este curso, recuperar a cronologia deste que é o maior fórum dos estudantes de eng. agr. E ambiental do Brasil. Não podendo recusar este chamado, a comissão científica tomou para si a tarefa de fazer deste evento um sucesso, organizado a sua XXIX edição, recebendo estudantes de engenharia agrícola e ambiental de todo Brasil.

Tendo recebido mais de 70 trabalhos das mais variadas instituições irmãs espalhada no território brasileiro, unido sob a temática: "Engenheiro Agrícola e Ambiental: urbano e rural, desafios tecnológicos, logística, atuação e responsabilidade"; vê-se refletido o momento em que o campo se vê nesta encruzilhada, em que -cada vez mais – aproxima os extremos da cadeia produtiva: produtores e consumidores. Todos cada vez mas questionadores das decisões e novos paradigmas que se impõem a uma produção ecologicamente saudável, socialmente responsável e que aproxime - de forma não antagônica - produtores e consumidores.

Foram selecionados trabalhos de diferentes campos de atuação do Eng. Agrícola, que vieram trazer não só um reflexo da produção desses estudantes de graduação, mas completar as temáticas dos cursos e palestras que integraram: alunos, professores e professionais das diversas áreas que puderam trazem uma visão do que se espera do setor agrícola brasileiro, cada vez mais tecnificado (fruto da melhor formação dos seus profissionais), e cada vez mais consistente de suas responsabilidades frente à sociedade.

Com a realização de nossas atividades esperamos ter podido contribuir para uma formação sólida e ética dos estudantes de Eng. Agrícola e Ambiental brasileiros, trazendo-os para um foro onde possam interagir, crescer como um corpo coeso de profissionais e celebrar o desenvolvimento deste campo de atuação que tanto orgulho traz ao nosso país.

Membros da Comissão Acadêmica do XXIX Congresso brasileiro dos estudantes de engenharia agrícola e ambiental

Marcos Alexandre Teixeira

Samantha Farias Figueiredo

Wallace Mattos Pereira

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Todos os autores se responsabilizam pela autenticidade, aspectos técnicos,

forma de escrita e direita autorais dos artigos apresentados e constantes desse

livro, isentando os membros responsáveis pela organização do XXIX

Congresso brasileiro dos estudantes de engenharia agrícola e ambiental de

qualquer responsabilidade de tal natureza. Artigos enviados que foram

considerados fora da formatação foram desconsiderados (a organização se

permitiu pequenas mudanças para ajustes editoriais).

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Sumário

A expansão da Cana-de-açúcar e a dinâmica do uso e cobertura da terra no município de Itápolis

01

Análise da interferência do pré-aquecimento do óleo e da temperatura de transesterificação nas características físico químicas do biodiesel

04

Análise de alguns parâmetros microbiológicos e físico-químicos de polpas de frutas cacau comercializadas em petrolina-juazeiro

08

Análise Georreferenciada em Áreas de Cultivo Mínimo e Plantio Convencional na Cultura da Soja

10

Aplicação de esterco bovino via fertirrigação na cultura do milho 14

Aquecedor Solar em Placa de PVC: Montagem e Funcionamento 15

Atributos físicos do solo em um Latossolo sob sistemas de manejo durante 18 anos

17

Atuação do N E Zn no diâmetro de colmo da cana-de-açúcar 20

Automação de um sistema de irrigação localizada por gotejamento empregando o microcontrolador AVR 8-BIT

22

Avaliação da evasão do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense

24

Avaliação da precipitação e evapotranspiração, obtidas por satélites com estações de superfície no estado de Goiás

27

Avaliação do desempenho de biotécnicas na proteção e conservação de talude em aterro no bairro de Dois Irmãos – Recife/PE

30

Avaliação do filme de PVC e do pré-resfriamento sobre a conservação de brócolis

33

Avaliação do Índice de Anomalia de Chuva (IAC) para Arinos-MG (1986-2014)

35

Avaliações físicas de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill) 38

Caracterização Morfométrica da Sub-Bacia do Ribeirão do Cachimbal, Pinheiral-RJ

40

Coagulação/Floculação de Efluente de Abatedouro Utilizando Moringa Oleifera Lam como Coagulante

43

Crescimento Inicial da Cana-de-açúcar Submetida ao Estresse Salino e Duas Frações de Lixiviação

46

Desempenho de Genótipos de Soja de Ciclo Semitardio /Tardio em Rondonópolis-MT

50

Desenvolvimento de plataforma em computação em nuvem para rastreabilidade alimentar

53

Desenvolvimento e análise de um sistema de monitoramento de umidade relativa e temperatura em estufa agrícola

55

Dinâmica Populacional e Proporções Urbana/Rural no Território do Sudoeste Goiano

57

Distribuição dos Solos Apresentados nas Reuniões Brasileiras de Classificação e Correlação

60

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Divulgação direcionada aos estudantes de cursos técnicos para reduzir a evasão do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental

63

Estudo da Intensidade de Precipitação para a Sub-Bacia de Ribeirão do Cachimbal, Pinheiral-RJ

67

Estudo de viabilidade econômica de terceirização de parte do processo produtivo de uma cachaçaria

70

Firmeza e perda de massa de banana ‘Prata Anã’ revestida com fécula de mandioca

72

Ffrações oxidáveis do carbono orgânico em latossolo cultivado com cana-de-açúcar sob aplicação de vinhaça e queima da palhada

74

Índices físicos e infiltração de água de um latossolo vermelho-amarelo

76

Inserindo e visualizando dados do levantamento de campo no software ArcGIS

78

Parâmetros produtivos da espiga de milho safrinha com aplicação de Zn

80

Perfil educacional dos alunos ingressantes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense

82

Programa de monitoria de postura 85

Variabilidade espacial da umidade e densidade do solo antes e depois da passagem do subsolador em um Latossolo Vermelho Amarelo

88

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A expansão da Cana-de-açúcar e a dinâmica do uso e

cobertura da terra no município de Itápolis

Vítor Guilardi (1,2), Carlos César Ronquim (1)

(1) Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa Monitoramento por Satélite

(Av. Soldado Passarinho, 303 Fazenda Chapadão CEP 13070-115 Campinas, SP, Brasil)

(2) Unicamp - Universidade Estadual de Campinas (Zeferino Vaz Barão Geraldo, Campinas - SP,

13083-970)

RESUMO: Nas últimas décadas, o cultivo da cana-de-açúcar foi ampliado em todo o país, principalmente no estado de São Paulo. Diversas áreas tradicionais na produção de citros foram destinadas à sua expansão, como vem ocorrendo no município de Itápolis. O avanço da canavicultura causa enormes transformações na dinâmica de uso e cobertura da terra, com inevitáveis alterações socioeconômicas e ambientais. O objetivo desse trabalho foi mapear as mudanças no uso e cobertura da terra do município de Itápolis, que abrange aproximadamente 100 mil hectares. Com o intuito de estimar as áreas de substituição da citricultura pela cana-de-açúcar, realizou-se o mapeamento baseado na interpretação de imagens de satélite de três épocas distintas: 1988, 2002 e 2015. Para mensurar as áreas de cada cultura e gerar mapas, foi utilizado o software ArcGis® 10.1 e suas ferramentas conhecidas como ArcToolboxes. Observou-se que a canavicultura avançou, passando de 17,4 mil hectares cultivados no ano de 1988, para 47,3 mil hectares em 2015, representando 47,3% da área total do município. Já a citricultura que ocupava 40 mil hectares, ocupa hoje 30 mil hectares. Pode-se concluir que grandes áreas cultivadas com citros foram substituídas pela cana-de-açúcar ao longo do período. Termos de indexação: Canavicultura, Uso e cobertura da terra, Citricultura.

The Advancement of Sugarcane and the Dynamics of the Land Cover in the city of Itápolis

ABSTRACT: In recent decades, the cultivation of sugarcane has been expanded throughout the country, mainly in the state of São Paulo. Several traditional areas in citrus production were intended for its expansion, as has occurred in the county of Itápolis. The advancement of sugarcane production cause huge changes in the dynamics of the land cover, with inevitable socioeconomic and environmental changes. The aim of this study was to map changes in land use and land cover in the city of Itápolis, covering approximately 100 thousand hectares. In order to estimate the areas of citrus replacement for sugarcane was held based on the interpretation of satellite images for mapping three distinct seasons: 1988, 2002 and 2015. To measure the area of each crop and generate maps, the ArcGIS® 10.1 software and its tools called ArcToolboxes was used. It was observed that the sugarcane slipped, from 17,4 thousand hectares cultivated in 1988 to 47,3 thousand hectares in 2015, representing 47.3% of the total area of the city. The citrus culture which occupied 40 thousand hectares, today occupies 30 thousand hectares. It can be concluded that large areas cultivated with citrus have been replaced by sugar cane over the period. Index Terms: Sugarcane, Land cover, Citrus culture.

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INTRODUÇÃO A cultura da cana-de-açúcar vem se expandindo por todo o estado de São Paulo, e tomando áreas de todos os tipos de culturas. Em Itápolis – SP, que no passado foi uma das maiores cidades produtoras de citros, o avanço da cana-de-açúcar vem causando enormes transformações na dinâmica de uso e cobertura das terras com inevitáveis impactos ambientais e socioeconômicos. Dos quase 100 mil hectares da área do município, mais de 47 mil hectares estão sendo utilizados para o cultivo de cana-de-açúcar. Com a chegada dos canaviais, também chegam máquinas, tirando os empregos dos antigos trabalhadores da lavoura, forçando-os a procurarem outros postos de trabalho. Apesar de não ser o principal setor empregatício do agronegócio em São Paulo, a citricultura é uma das maiores na ocupação de mão de obra, principalmente na etapa de colheita da laranja que é realizada quase exclusivamente por braços humanos. Para estes municípios, a substituição da laranja por outras culturas, como por exemplo, a cana-de-açúcar, também tem impactos significativos na arrecadação. Como muitas cidades não têm usinas de açúcar e álcool, elas deixam de receber os impostos e ficam apenas com o ônus de abrigar trabalhadores que vêm de outros estados brasileiros onerando, ainda mais, as prefeituras no âmbito da saúde, da assistência social, da segurança pública, dentre outros setores. O objetivo desse trabalho é mapear a mudança de uso e coberturas das terras do município de Itápolis, SP no período de 1988 a 2015 e a partir desse mapeamento estimar as alterações socioeconômicas e ambientais principalmente em função da substituição do agroecossistema da citricultura para a cultura da cana-de-açúcar. MATERIAL E MÉTODOS Itápolis está situada na região Norte do estado de São Paulo, localizada a uma latitude 20º56'58" S e a uma longitude

48º28'45" W, a uma altitude de 573 metros. A área total do município é cerca de 100 mil hectares. O mapeamento do município foi baseado na interpretação de imagens de satélite, feitas em três épocas distintas: 1988, 2002 e 2015. Essa interpretação de imagens foi feita delimitando manualmente áreas de cultivo, de construídas, de mata, entre outras, gerando um mapa do uso e cobertura das terras. Utilizando software ArcGis 10.1, carregam-se as imagens para a área de trabalho, em seguida cria-se um arquivo do tipo .shapefile (layer) utilizando a ferramenta “features to line” que permite que sejam desenhadas linhas livres que delimitam as áreas de estudo. Após serem desenhadas as linhas, o arquivo shapefile de linhas deve ser transformado em um arquivo shapefile que contenha os polígonos abrangendo as áreas delimitadas. Para isso, utilizando a ferramenta “feature to polygon” transforma automaticamente as linhas traçadas em polígonos, intersec servindo de máscara para identificar o uso de cobertura do solo. A identificação visual requer experiência para distinguir a ocupação do solo, principalmente no caso da citricultura, que pode ser confundida com diversos outros tipos de culturas. Para auxiliar na distinção de cultivos cítricos, Martins et al¹, apresentam exemplos de formas de plantio mais utilizadas na citricultura.

Figura 1: Ilustração do comando

“Feature to Line”, que habilita a confecção de polígonos do software ArcGis 10.1 em forma de linhas

livres. RESULTADOS E DISCURSSÃO De acordo com os dados numéricos de área e uso de cobertura em cada ano, nota-se o crescente domínio do uso do solo no cultivo da cana-de-açúcar, e da diminuição drástica da citricultura no município, como fica evidente na tabela 1 e nos mapas da figura 3. Em 1988 a área de cana-de-açúcar representava apenas 17,4% da área total do município, que é de 100 mil hectares. Já em 2002 a área cultivada cresceu, passando a representar

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20,4% da área total do município. Atualmente, a área utilizada para o cultivo da cana-de-açúcar representa 47,2% da área total do município tendo aumentado cerca de 30 mil hectares. Quanto à citricultura, de acordo com os cálculos, houve uma significativa redução de área no período de 2002 a 2015. De 1988 para 2002 houve um aumento de 11401,1 hectares, e de 2002 para 2015 uma perda de 21448,7 hectares. O município de Itápolis que já teve mais da metade da área de seu município cultivada com citros, atualmente apresenta somente cerca de 30% de sua área ocupada pela cultura. Nota-se que os produtores estão substituindo suas lavouras de citros por cana-de-açúcar, por ser um produto de maior valor comercial, menor custo de produção e maior facilidade de cultivo, visto que as usinas dão todas as condições necessárias para a implantação dos canaviais ao fazerem contratos de arrendamento. Outros fatores incentivam o abandono da lavoura de citros pelos produtores como a dificuldade de contratação de mão de obra durante a colheita, e principalmente a alta incidência de patógenos durante o ciclo da cultura, como está evidenciado em artigos do Instituto de Economia Agrícola²,³. A substituição da citricultura pela canavicultura também tem impactos significativos na arrecadação de impostos, além dos impactos ambientais.

Tabela 1: Área ocupada em hectares (ha) e suas

respectivas porcentagens referentes à área total, por cada classe de uso e cobertura das terras no

município de Itápolis, SP nos anos de 1988, 2002 e 2015.

Figura 2: Uso e cobertura das terras no município de

Itápolis em 1988, 2002 e 2015 respectivamente (em escala original 1:215:000).

CONCLUSÃO Como resultado observou-se que dos 100 mil hectares da área total do município mais de 47 mil hectares, 47,2% do total, estão sendo utilizados para o cultivo de cana-de-açúcar, um aumento expressivo visto que em 1988 eram apenas 17,4 mil hectares, 17,4% do total. Nota-se que houve um aumento em aproximadamente de 30 mil hectares da área de cana-de-açúcar nos últimos 25 anos, sendo que a citricultura perdeu em torno de 10 mil hectares de área para os canaviais. Os resultados mostram que a área ocupada pela citricultura, que era 2,3 vezes maior do que a área ocupada pela cana-de-açúcar no ano de 1988, que passou a ser 1,6 vezes menor em 2015. Essas alterações na mudança de uso e cobertura das terras agrícolas do município configuram expressivos impactos ambientais e socioeconômicos, inclusive para a diversidade do uso e cobertura das terras do município. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARTINS, V. A., MOREIRA, M. A., ADAMI, M. Painel Amostral Geotecnológico para Estimativa de Áreas de Citros. Rev. de Economia Agrícola, São Paulo, v. 58, n. 2, p. 71-90, jul./dez. 2011. BAPTISTELLA, C. S. L., VICENTE, M. C. M., FAGUNDES, P. R. S., AMARO, A. A. Análises de Indicadores do Agronegócio. 2012: Difícil Ano Para a Laranja. v. 7, n. 12, dezembro 2012. BOTEON, M., PAGLIUCA, L. G., Análise da sustentabilidade econômica da citricultura paulista. Citrus Research & Technology, Cordeirópolis, v.31, n.2, p.101-106, 2010.

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Análise da interferência do pré-aquecimento do óleo e da temperatura de transesterificação nas características físico químicas do biodiesel

Gerd Brantes Angelkorte(1); Ivenio Moreira da Silva(2); Roberto Guimarães Pereira(3)

(1)

Graduando em Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Fluminense; [email protected].

(2) Professor; Universidade Federal Fluminense – TER; [email protected].

(3) Professor; Universidade Federal Fluminense – TEM/PGMEC/MSG/PGEB; [email protected].

RESUMO O presente estudo tem por objetivo analisar as interferências da temperatura de pré-aquecimento e do processo de transesterificação, no rendimento do biodiesel e nas características físico químicas do biodiesel produzido. Para isso, utilizou-se o óleo de soja como fonte de triglicerídeo, o metanol como álcool na proporção de 30% V/V, o hidróxido de potássio (KOH) como catalizador a 1% e utilizou-se o agitador magnético com o intuito de forçar o processo de transesterificação. Para as análises físico químicas utilizou-se o viscosímetro de capilar para determinar a viscosidade cinemática e o picnômetro para verificar a massa específica dos biodieseis. Os resultados revelaram que todos os biodieseis produzidos estavam dentro das normas NBR. Em relação ao rendimento, o biodiesel 70-70ºC possui o maior rendimento de produção, o biodiesel 25-70ºC possui a menor viscosidade cinemática e o biodiesel 50-50ºC possui a maior massa específica. Termos de indexação: Biocombustível, Energia Alternativa, Biomassa.

INTRODUÇÃO

O primeiro motor ciclo diesel foi desenvolvido por Rudolf Diesel (1838-1913) e construído pela companhia francesa Otto no ano de 1900 para ser exposto e apresentado para a sociedade na Feira Mundial de Paris. Segundo Nitske & Wilson

(1965) o motor funcionou plenamente com óleo de amendoim e funcionando tão bem, que aparentemente não houve qualquer estranheza em relação ao seu funcionamento por parte dos observadores. Isso deveu-se ao fato que o motor operou de forma idêntica aos demais motores lá expostos e que tinham como fonte de energia, outros óleos. Portanto, devido a esse fato, podemos destacar a suma importância de um estudo adequado sobre a utilização/fabricação de biodieseis de óleos vegetais em motores a diesel.

Neste contexto, a bioenergia está sendo avaliada como uma alternativa viável e promissora, em curto e médio prazo, para ocupar um maior espaço na matriz energética mundial, principalmente para atender parte das necessidades do setor de transportes, segundo Barros (2007). Porém, é importante também salientar que existe uma ampla gama de possibilidades de utilização dos biocombustíveis em todo o setor energético. O biodiesel é um biocombustível de origem renovável, que pode ser produzido a partir de diferentes fontes de matérias primas e o seu processo de produção do biodiesel demanda cuidados que refletem na sua qualidade. Assim, o biodiesel deve passar por uma série de análises que atestem sua aptidão ao uso. Propriedades físicas como a viscosidade cinemática e a massa específica influenciam na qualidade da combustão. O presente estudo, procura estudar a relação da viscosidade cinemática e da massa específica dos biodieseis de soja, com as temperaturas de pré-aquecimento e de produção do biodiesel no processo de transesterificação.

MATERIAL E MÉTODOS O estudo dividiu-se em duas etapas: a de

produção do biodiesel através da transesterificação via cadeia metílica, e a caracterização físico química dos biodieseis.

Para a produção do biodiesel, variou-se o processo a fim de obter-se três diferentes tipos de biodiesel, variando primeiramente a temperatura de pré-aquecimento do óleo de soja e posteriormente, a temperatura durante o processo de transesterificação, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Tipos de biodieseis

Biodiesel Pré-

Aquecimento Transesterificação

1 50°C 50°C

2 70°C 70°C

3 25ºC 70°C

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O biodiesel foi produzido através de bateladas, nas quais, utilizou-se 100 ml de óleo de soja de cozinha, pré-aquecido na estufa até estabilização, 30 ml de metanol e 1% do catalizador hidróxido de potássio (KOH), segundo Tomasevic & Marinkovic (2003), no Laboratório de Termociências – LATERMO – UFF.

Com o metanol no Erlenmeyer, adicionou-se o catalizador e o bastão magnético e em seguida, com o auxílio do agitador magnético, houve a dissolução dos compostos. Após esse processo, já com o óleo pré-aquecido e, novamente com o auxílio do agitador, acrescentou-se a solução metanol + KOH ao óleo em um processo de gotejamento, de modo a favorecer a transesterificação na temperatura adequada para cada biodiesel produzido, Figura 1. Posteriormente, esperou-se uma hora até que a reação fosse totalmente estabilizada e somente após, colocou-se a mistura no funil de bromo, de modo a permitir a separação do biodiesel e da glicerina, gerada durante a transesterificação.

Figura 1 – Processo de transesterificação

Com o intuito de assegurar uma completa separação entre as partes, aguardou-se vinte e quatro horas até que o processo de separação fosse completamente estabilizado e com isso, como pode ser visto na Figura 2, a glicerina, mais densa do que o biodiesel, fica na parte de baixo do balão de decantação, facilitando a sua extração.

Figura 2 – Processo de separação biodiesel e glicerina

Posteriormente, realizou-se a lavagem do biodiesel produzido, de modo a eliminar completamente qualquer tipo de impureza

restante no mesmo. Esse processo foi realizado através de adição de água destilada e pré-aquecida a 50°C, juntamente com gotas de HCl (ácido clorídrico) aguardando-se cerca de vinte minutos para haver uma completa separação das partículas de glicerina do biocombustível, Figura 3. A seguir, colocou-se o biodiesel lavado em um recipiente, indo diretamente para a estufa, onde permaneceu por duas horas a uma temperatura de 105°C assegurando-se que toda a água destilada e o HCl evaporassem.

Figura 3 – Processo de lavagem do biodiesel

Esse processo foi repetido por três vezes para cada tipo de biodiesel produzido, de forma a assegurar que houvesse uma quantidade adequada para o processo de caracterização.

E posteriormente, seguiu-se o processo de caracterização do biodiesel, no Laboratório de Reologia – LARE – UFF. O estudo priorizou o foco na determinação das diferenças entre as massas específicas e viscosidades cinemáticas dos três diferentes tipos de biodieseis produzidos.

No qual, para determinar a massa específica de cada biodiesel, utilizou-se o banho termostático, de modo a conseguir definir uma escada de temperatura por massa específica. Assim, colocou-se o biodiesel no picnômetro e o mesmo foi preso em um suporte, Figura 4, possibilitando a submersão parcial do equipamento até que o combustível atingisse a temperatura necessária para o estudo. Após esse ponto, adotaram-se alguns métodos para o controle da temperatura no interior do picnômetro, como a verificação da temperatura da água do banho termostático, através de um termômetro digital de alta precisão e também, da adição de alguns tubos de ensaio com quantidades de biocombustíveis semelhantes ao encontrado no picnômetro, novamente medindo-se a temperatura. Mediante essa verificação, utilizou-se uma balança analítica para determinar a massa do conjunto picnômetro + biodiesel. Repetiu-se esse procedimento cinco vezes para cada temperatura e biodiesel estudado, de forma a eliminar erros pertinentes a origem mecânica deste procedimento.

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Figura 4 – Resfriamento do picnômetro

Por sua vez, para determinar a viscosidade cinemática do biodiesel, utilizaram-se três viscosímetros com capilares distintos, submersos em um banho termostático com janelas para observação e verificação.

O procedimento para determinar a viscosidade cinemática dos biodieseis iniciou-se ajustando o banho termostático a uma temperatura de 40°C e em seguida, introduzindo uma pequena quantidade do fluido, suficiente para encher 2/3 do bulbo inferior do viscosímetro, colocando-o em submersão no banho termostático. Transcorrido o tempo para que o biocombustível chegasse à temperatura de 40°C, aferiu-se mecanicamente o tempo gasto para que ele percorresse as duas marcas de controle do viscosímetro. Esse procedimento foi repetido cinco vezes para cada combustível, de modo a eliminar imprecisões óticas e mecânicas dessas medições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No processo de produção do biodiesel de soja,

verificou-se que houve uma pequena melhora no rendimento quando o processo de transesterificação acontecia há uma temperatura de superior, como pode ser observado na Figura 5. Por outro lado, não foi possível observar melhoras na produção em relação ao pré-aquecimento do óleo.

Figura 5 – Gráfico do rendimento de produção

Como pode-se observar na Tabela 2, o biodiesel que apresentou maior rendimento de produção, 78,1% da mistura óleo de soja mais

metanol, foi o com pré-aquecimento a 70ºC e produção a 70ºC, sendo o mesmo, cerca de 1% superior ao biodiesel com com pré-aquecimento a 25ºC e produção a 70ºC e 4% superior ao biodiesel com pré-aquecimento a 50ºC e produção a 70ºC

Tabela 2 – Rendimento de produção

Biodiesel Rendimento (%)

25-70 °C 77,5641

50-50 °C 75,4308

70-70 °C 78,0769

Porém, na caracterização físico-química dos biocombustíveis, observou-se que tanto para a análise da massa específica Figura 6, quanto para a análise da viscosidade cinemática Figura 7, o biodiesel produzido com pré-aquecimento a 50ºC e produção a 50ºC, possui os maiores resultados dentre todos os demais.

Figura 6 – Gráfico da massa específica em rampa de

temperatura

Figura 7 – Gráfico da viscosidade cinemática a 40ºC

Na análise da massa específica, é possível verificar que conforme o esperado houve um aumento da mesma a medida que a temperatura do banho termostático diminuiu. Chegando a haver uma variação de até 9,5 Kg/m³ como foi o

74,5 %

75,5 %

76,5 %

77,5 %

78,5 %Rendimento

25-70 °C 50-50 °C 70-70 °C

880 Kg/m³

882 Kg/m³

884 Kg/m³

886 Kg/m³

888 Kg/m³

890 Kg/m³

892 Kg/m³

10 °C 15 °C 20 °C 25 °C

Massa Específica

Biodiesel 25 - 70 °C Biodiesel 50 - 50 °C

Biodiesel 70 - 70 °C

3,8 mm²/s

4,0 mm²/s

4,2 mm²/s

4,4 mm²/s

4,6 mm²/s

Viscosidade Cinemática 40ºC

25-70 °C 50-50 °C 70-70 °C

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caso do biodiesel 70-70ºC e estando sempre na faixa de 1 a 1,1% de acréscimo na massa específica em todos os biodieseis, conforme Tabela 3.

Tabela 3 – Massa específica com rampa de temperatura

Biodiesel Massa Específica (Kg/m³)

10 °C 15 °C 20 °C 25 °C

25 - 70 °C 890,1 887,3 884,1 881,3

50 - 50 °C 892,0 889,0 886,0 882,9

70 - 70 °C 891,2 887,8 884,7 881,7

Já na viscosidade cinémática, observa-se na Tabela 4 novamente o biodiesel 50-50ºC é o que possui maior valor, sendo o mesmo 13% superior ao biodiesel 25-70ºC e 5% superior ao biodiesel 70-70ºC.

Tabela 4 – Viscosidade cinemática a 40ºC

Biodiesel Viscosidade Cinemática

(mm²/s)

25-70 °C 4,0280

50-50 °C 4,5596

70-70 °C 4,3439

Portanto, apesar do biodiesel 25-70ºC possuir um rendimento de produção e uma massa específica ligeiramente inferior ao biodiesel 70-70ºC, ele possui uma viscosidade cinemática 8% superior ao mesmo. Com isso, apesar do menor rendimento, esse biodiesel possui características que auxiliam a haver uma melhor performance interna no motor diesel, visto que a menor viscosidade proporciona um menor desgaste e resistência ao conjunto de componentes do motor.

CONCLUSÕES Todos os biodieseis produzidos apresentaram

um rendimento adequado de produção, sendo condizente com outros estudos já desenvolvidos anteriormente.

Em relação as características físico químicas, todos os biodieseis estão de acordo com as normas NBR 7.148, massa específica a 20ºC, e NBR 10.441, viscosidade cinemática a 40ºC.

O presente trabalho pode determinar que existe uma relação direta com a temperatura do processo de transesterificação com o aumento do rendimento da produção do biodiesel.

Referindo-se a cada biodiesel produzido, verificou-se que cada um possui uma vantagem, o biodiesel 25-70ºC é o que possui menor viscosidade cinemática entre todos, o que é de grande importância visto a diminuição da resistência causada pelo menos nos componentes internos do motor. Por outro lado, o biodiesel 70-70ºC é o que possui o melhor

rendimento de produção e o biodiesel 50-50ºC apesar de ter menor rendimento, possui uma maior viscosidade cinemática, o que também pode ser importante para casos de trabalho em temperaturas elevadas ou em máquinas que necessitem de torque elevado, porém, ruim em climas mais frios.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores do Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente – TER, principalmente aos professores Ivenio Moreira da Silva que me ajudou na minha caminhada inicial e que me fez abrir os olhos para a minha jornada cientifica e Flávio Castro da Silva por todo o incentivo e dedicação para que eu pudesse manter a minha paixão pela arte da pesquisa laboratorial. Agradeço também o professor Roberto Guimarães Pereira por abrir as portas de seus laboratórios, LARE e LATERMO, para que essa pesquisa fosse desenvolvida.

REFERÊNCIAS BARROS, E. V. A matriz energética mundial e a competitividade das nações: bases de uma nova geopolítica. Engevista, v. 9 n. 1, p. 47-56, 2007. NITSKE, W.R., WILSON, C.M. Rudolf Diesel, Pionner of the Age of Power, University of Oklahoma Press, Norman, Oklahoma, 1965. TOMASEVIC, A. V., MARINKOVIC, S. S. Methanolysis of used frying oils. Fuel Process Technol. 2003, 81, 1-6.

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Análise de alguns parâmetros microbiológicos e físico-químicos de polpas de frutas cacau comercializadas em

petrolina-juazeiro(1).

Sâmara Nelrye Carvalho de Oliveira2, Vanessa Polon Donzeli 3, Acácio Figueiredo Neto4, Fabíola Araújo5.

(1)Trabalho executado com recursos da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

(2)Estudante. Colegiado Engenharia Agrícola e Ambiental, Campus Juazeiro, Rodovia BA 210 Km 4 S/N Juazeiro - BA CEP 48908-810. [email protected].

(3)Professora. Colegiado Engenharia Agrícola e Ambiental, Campus Juazeiro, Rodovia BA 210 Km 4 S/N Juazeiro - BA CEP 48908-810.

(4)Professor. Colegiado Engenharia Agrícola e Ambiental, Campus Juazeiro, Rodovia BA 210 Km 4 S/N Juazeiro - BA CEP 48908-810. Acá[email protected].

(5)Técnica de laboratório. Colegiado Engenharia Agrícola e Ambiental, Campus Juazeiro, Rodovia BA 210 Km 4 S/N Juazeiro - BA CEP 48908-810. Fabí[email protected].

RESUMO: Com o grande crescimento da produção e comercialização de polpas de frutas na região, o objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação de alguns parâmetros físico-químicos e microbiológicos refletindo a qualidade das polpas comercializadas nos municípios de Petrolina (PE) e juazeiro (BA). Foram analisados polpas de sabor de cacau de quatro marcas quanto ao número total de bolores e leveduras, coliformes totais e termotolerantes a 45°C (fecais), bem como valores de pH, do °Brix e cor. As análises apresentaram uma variância significativa ao nível de 5% na cor C*, na cor h e no valor da levedura. Estando de acordo com a Instrução Normativa N°1, de 07 de Janeiro de 2000, podendo ser consumidos sem causar danos à saúde humana. Termos de indexação: Coliformes. Polpas de frutas. Bolores.

INTRODUÇÃO

Em virtude da grande variedade de frutas

com sabores exóticos e bastante agradáveis, o comércio de polpa de frutas congeladas vem aumentando consideravelmente na região semiárida do Nordeste. A qualidade da polpa está relacionada à preservação dos nutrientes e às suas características microbiológicas, físico-químicas e sensoriais, que devem ser próximas da fruta in natura, de forma a atender as exigências do consumidor e da legislação específica da ANVISA (Pariz, 2011). O objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação de alguns parâmetros físico-químicos e microbiológicos que

refletem a qualidade de polpas de frutas congeladas de sabor de cacau comercializadas nos municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

MATERIAL E MÉTODOS

Foram analisadas quatro amostras de polpas de frutas de sabor de cacau de uma marca A, de uma marca C, da marca D e da marca E comercializadas em Juazeiro - BA e Petrolina - PE. As polpas foram adquiridas em supermercados das cidades de Juazeiro e Petrolina e levadas para o laboratório de Microbiologia Geral da Universidade do Vale do São Francisco, onde foram realizadas as análises microbiológicas. As análises físico-químicas foram realizadas no laboratório de sementes LAPA da Universidade do Vale do São Francisco. As análises físico-químicas foram realizadas de acordo com Lutz (1985). As análises microbiológicas foram realizadas conforme descrevem Santos et al. (2008).

RESULTADOS E DISCURSSÃO

Serão apresentados resultados

estatísticos utilizando o Teste de Tukey sobre os sabores de cacau entre as marcas A, C, D e E. A tabela 1 demonstra a análise de variância das amostras de cacau. As analises demonstram que houve uma variância significativa ao nível de 5% na cor C*, na cor h e no valor da levedura. Não houve análise da variância dos coliformes totais e nem dos termotolerantes por apresentarem a soma dos quadrados próximo ou igual à zero. A média do °Brix da marca D e a média do pH da

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marca A e C não estam de acordo com a norma estabelecido pela Instrução Normativa n° 1 de janeiro de 2000, apresentando valores, respectivamente, diferente de 14 e 3,4 para amostras de cacau. Essa alteração pode ser explicado pelo fato de que a quantidade de sólidos solúveis pode variar com a quantidade de chuva durante a safra e no processamento dessas frutas é comum o acréscimo de certa quantidade de água para despolpadoras, resultando uma baixa nos teores de °Brix nas polpas. O pH das polpas deve apresentar o valor mínimo correspondente com o padrão estabelecido pela Norma, assim garanti a sua conservação sem a necessidade de tratamento térmico muito elevado, não colocando em risco a sua qualidade.

Tabela 1. Teste de Tukey do sabor de cacau entre as quatro marcas.

As médias com a mesma letra não diferem estatisticamente entre si. ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade. * Significativo ao nível de 5% de probabilidade. ns não significativo. F = Estatística do teste F. P.M. = Ponto Médio. CV = coeficiente de variância.

Os resultados obtidos na contagem de leveduras e bolores mostram-se similares aos resultados encontrados nas análises realizados por Dantas et aL. (2012), na qual apresentaram 100% de ausência de coliformes termotolerantes nas marcas A, B e C.

CONCLUSÃO

Os valores quantitativos de leveduras,

coliformes totais e fecais avaliados, das quatro marcas, estão de acordo com o que regra a legislação brasileira do Ministério da Agricultura e Abastecimento, por meio da Instrução Normativa N°1, de 07 de Janeiro de 2000, podendo ser consumidos sem causar danos à saúde humana.

REFERÊNCIAS

PARIZ, KELIMAR LEVIS. Avaliação da qualidade microbiológica de polpas de frutas. Disponível

em: http://www.bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/2012424102432265tcc[15]_completo_kelimar_levis_de_pariz.pdf. Acesso em: 25 de Fevereiro de 2014.

DANTAS,REBECA DE L.; ROCHA, ANA PAULA TRINDADE; ARAÚJO, ALFREDINA DOS S.; RODRIGUES, MARIA DO S. A.; MARANHÃO, THÁBATA K. L. QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE POLPA DE FRUTAS COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE, PB. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.14, n.2, p.125-130, 2012. Disponível em: http://www.deag.ufcg.edu.br/rbpa/rev142/Art1421.pdf. Acesso em 23 de Janeiro de 2014.

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1

Análise Georreferenciada em Áreas de Cultivo Mínimo e Plantio Convencional na Cultura da Soja (1).

Emiliano Alves Caetano Netto (2); Helio Lopes Araújo (3); Josué Gomes Delmond (4);

Jefferson Pereira de Abreu (5); Pedro Rogério Giongo (6).

(1) Programa de iniciação científica da UEG, pela bolsa PBIC/UEG, (3,5) Graduando em Engenharia Agrícola, Universidade

Estadual de Goiás – GO, [email protected], (2,6) Discentes do Curso de Engenharia Agrícola – Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Santa Helena - GO.

RESUMO: A agricultura exige do produtor rural um elevado nível de especialização fazendo com que as empresas rurais se projetem para ter um alto nível tecnológico tenha um crescimento maior no mercado em relação às áreas de produção. O trabalho teve como objetivo verificar a variabilidade espacial de atributos físicos do solo e dados da cultura de soja em dois anos de cultivo. O trabalho foi conduzido na Fazenda Nova, localizada no município de Jandaia, próximo a BR 060, quilômetro 274. As áreas avaliadas foram cultivadas com Soja (Glycine max) ao longo dos dois anos de pesquisa, gerando mapas que colaboram na tomada de decisão para o manejo do solo e implantação de outras culturas em duas áreas e dois manejos, plantio convencional e cultivo reduzido. Pode-se concluir que as características físicas do solo e da cultura da soja, tiveram variabilidade nas áreas estudadas, ou seja, não apresentaram uniformidade tanto no sistema de cultivo mínimo quanto no plantio convencional. Palavra Chave: agricultura de precisão, geoestatística, krigagem.

INTRODUÇÃO

As rápidas transformações na agricultura têm exigido do produtor rural um alto grau de especialização para que não perca a competitividade e tenha um aumento na capacidade gerencial das empresas rurais. Aliado a esta capacidade gerencial o produtor também deve ser capaz de captar dados e informações relativas ás áreas de produção, com o objetivo de adaptar novas tecnologias à sua realidade, buscando assim, minimizar os riscos em que o produtor está exposto. Em termos econômicos, a utilização desta tecnologia possibilita a priorização de investimentos em áreas onde o potencial de produção seja mais efetivo, garantindo maior retorno econômico. Do ponto de vista ambiental a racionalização e a redução do uso de insumos devem ser avaliadas como um dos principais benefícios da agricultura de precisão (ANTUNIASSI et al., 2000). O solo, quando mantido em seu estado natural, apresenta características físicas adequadas ao desenvolvimento normal das plantas a dinâmica dessas características é alterada quando se passa do plantio convencional para o plantio de cultivo mínimo, ao se estudar a fertilidade de um solo, há de se fazer um levantamento completo da mesma e caracterizar sua variabilidade espacial. Neste contexto, a utilização de semivariogramas e métodos de

interpolação, como a krigagem, definem o grau de dependência no espaço de uma grandeza medida e o domínio de cada amostragem (MANZIONE et al., 2002). Este trabalho teve como objetivo estudar a aplicação de técnicas da goestatística e agricultura de precisão, para identificação da variabilidade espacial de atributos físicos do solo e dados do cultivo da soja em dois anos consecutivos, em sistema de cultivo mínimo e plantio convencional.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no município Jandaia - GO, nas coordenadas geográficas das áreas é área – A1: 17°11'22.1”S e 50°12'58.2”W, área – A2: 17°11'13.4”S e 50°13'13.0”W, (em coordenadas UTM: A1: X- 583350.9454, Y- 8099316.212; A2: X- 582914.829, Y- 8099585.345; Fuso 22). As áreas avaliadas foram cultivadas com Soja (Glycine max) ao longo dos dois anos de pesquisa, demonstrada na Figura 1 em solo caracterizado como Argissolo Vermelho-Amarelo.

Figura 1: Área de execução do experimento

Tratamentos e amostragens

Para o levantamento georeferenciado da área foi utilizado um GPS da marca Garmin, modelo Etrex 30, que auxiliou na identificação e localização dos pontos de coleta. O “grid” se caracteriza por possuir uma malha de tamanho regular, de 50 X 50 m de aresta. Esse grid foi dimensionado virtualmente sobre o mapa da área experimental e descarregados no GPS. De forma a obtermos no mínimo 100 pontos por área experimental com base em Souza et. al. (2014).

Com o auxilio do GPS foram demarcados os pontos de coleta dos dados e a amostragem de solo, os quais foram: densidade do solo (Ds), resistência à

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penetração (RP), teor de clorofila (TC), número de plantas por metro (PM), pH do solo (pH) e produtividade (Prod). As amostras de solo foram coletadas com anel de aço de bordas cortantes de volume interno conhecido, respeitando os pontos no grid, acondicionadas em plástico filme e vedado para o transporte e conduzidas para o Laboratório para determinação segundo metodologia proposta pela Embrapa (1997).

As análises de RP no primeiro ano foram realizadas na entre linha de semeadura em cada pondo do grid nas profundidades de 0 a 60 cm com registro de resistência a cada cm utilizado um medidor eletrônico de resistência à penetração da marca Falker PLG 1020 com velocidade de penetração da haste ângulo de penetração de 30°, seguindo-se as normas da (ASABE, 2006).

A determinação do teor relativo de clorofila para primeiro ano foi realizada com uso de um clorofilômetro da marca Falker modelo CFL1030. A determinação foi realizada nas folhas do terço superior da planta completamente desenvolvidas, onde foi realizada uma leitura por ponto do grid. O número de planta foi obtido após a coleta de todas as plantas em um metro quadrado em cada ponto do grid antes da colheita, A produtividade foi determinada por coleta de plantas em 1m², conduzidas para laboratório, os grãos foram colocados em sacos de papel e conduzidos à unidade armazenadora (COMIGO) em Santa Helena de Goiás para determinação do peso de cada amostra e umidade, os dados foram digitados em planilha eletrônica para o levantamento da produção a 13% b.u. (base úmida).

Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e de dependência espacial entre as amostras utilizando o software GS+ versão estudantil, para os dados que apresentaram variação geográfica foram gerado mapas de disposição.

Através do software geoestatístico GS+ foi

realizado o cálculo e ajuste dos semivariogramas experimentais; Verificação entre os modelos de semivariogramas fornecidos pelo software (linear, esférico, exponencial e gaussiano), o que melhor se ajustou ao modelo experimental; A verificação da qualidade do ajuste foi realizada mediante a técnica da Validação Cruzada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A densidade do solo não apresentou

variabilidade espacial na área com manejo do solo no sistema PC, esse comportamento era esperado, pois, a mobilização do solo realizada em área total homogenia essa característica. A média encontrada na área de PC foi inferior à encontrada na área de PR, 1,37 e 1,67 g.cm-3 respectivamente.

FIGURA 1 – Mapas de krigagem para a densidade do solo para as áreas A2 nas safras de 2013-2014 para o cultivo de soja.

A variação de resistência à penetração na

área A1 apresenta resultados inferiores nas regiões próximas à mata, sendo justificado por serem áreas novas de expansão da lavoura e redução das áreas de reserva, ainda pode existir relação com a maior deposição de matéria orgânica nessa região. A área A2 apresenta menor resistência à penetração no centro, pode ser explicada pelas operações mecanizadas durante o preparo do solo, no centro da área não são realizadas manobras e o conjunto mecanizado está em velocidade estabilizada para operação. A avaliação de clorofila na cultura da soja para inferir sobre adubação nitrogenada é comprometida pela simbiose que as plantas realizam com bactérias suprindo a planta desse nutriente (Alves et al., 2006) que varia a leitura de clorofila (YODER et al., 1995.

Figura 2 – Mapas de krigagem para a resistência a penetração para as áreas A1 (“a”, “c”) e A2 (“b”, “d”) nas safras de 2012 -2013 (“a”, “b”) e 2013-2014 (“c”, “d”) para o cultivo de soja regulada.

A variação espacial do número de plantas por

metro apresentou redução no número de plantas na bordadura, esse efeito pode está relacionado à redução da velocidade da máquina e local de realização de manobras provocando irregularidade no comportamento da máquina.

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Figura 3 – Mapas de krigagem para a clorofila para as áreas A1 nas safras de 2012 -2013 (a) e 2013-2014 (b) para o cultivo de soja.

A produção nas duas áreas apresentou variação nos dois anos de cultivo nas bordas da área. Ao realizar a sobreposição de mapas observa-se que o centro da área é onde melhor se realizou o preparo do solo, local menos susceptível intempéries e a distribuição foi semente foi uniforme.

Figura 4 – Mapas de krigagem para o número de plantas por metro para as áreas A1 (“a”, “c”) e A2 (“b”, “d”) nas safras de 2012 -2013 (“a”, “b”) e 2013-2014 (“c”, “d”) para o cultivo de soja regulada para 11 plantas por metro.

Figura 5 – Mapas de krigagem para o número de plantas por metro para as áreas A1 (“a”, “c”) e A2 (“b”, “d”) nas safras de 2012 -2013 (“a”, “b”) e 2013-2014 (“c”, “d”) para o cultivo de soja regulada para 11 plantas por metro.

Figura 6 – Mapas de krigagem para a produção para as áreas A1 (“a”, “c”) e A2 (“b”, “d”) nas safras de 2012 -2013 (“a”, “b”) e 2013-2014 (“c”, “d”) para o cultivo de soja regulada para 11 plantas por metro.

CONCLUSÕES

As características físicas do solo (Ds e RP) apresentaram variação nas duas áreas. As características físicas foram analisadas só no primeiro ano devido que a Ds apresentar pouca variação no decorrer das safras e a RP não se tem tanta variação em camadas mais profundas. O teor de clorofila teve variação no primeiro ano apenas na área A1, sendo que a área A2 não

apresentou variação. No segundo ano as duas áreas apresentaram variação. O pH teve variabilidade na área A1 nas profundidades de 0 a 20 cm, já na área A2 não houve variação nas profundidades de 0 a 20 cm, sendo que a área A2 apresentou variação nas profundidades de 20 a 40 cm. A produtividade da cultura e o numero de plantas por metro apresentaram variabilidade espacial nas áreas A1 e A2 no decorrer das duas safras.

AGRADECIMENTOS Agradeço ao fomento do programa de iniciação

científica da UEG, pela bolsa PBIC/UEG. COMIGO que disponibilizou o seu laboratório para análise dos dados da cultura. Fazenda Nova por conceder a área para realização do experimento.

REFERÊNCIAS

ALVES, B. J. R.; ZOTARELLI, L.; FERNANDES, F. M.; HECKLER, J. C.; MACEDO, R. A. T. de; BODDEY, R. M.; JANTALIA, C. P.; URQUIAGA, S. Fixação biológica de nitrogênio e fertilizantes nitrogenados no balanço de nitrogênio em soja, milho e algodão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n. 3, p.449-456, 2006. ANTUNIASSI, U. R., JUNIOR, C. D., Aplicação localizada de produtos fitossanitários. In: BORÉM,A.; GIÚDICE,M. P. DEL, QUEIROZ, D. M., MANTOVANI, E. C., FERREIRA, L. R., VALLE, F. X. R., GOMIDE, R. L. (Org). Agricultura de Precisão. Viçosa-MG, p. 181-202, 2000. ASABE - American Society of Agricultural and Biological Engineers. Soil cone penetrometer: ASAE standard S313. 3. St. Joseph: ASABE, 2006. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solo. Manual de Métodos de Análise de Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA, (EMBRAPA-CNPS, Documento 1), p. 212, 1997. geoestatistica e na krigagem de mapas de atributos do solo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Ciência Rural, Campinas - SP, v. 44, n. 2, p. 261-268, 2014. MANZIONE, R. L.; RODRIGUES, J. B. T.; ZIMBACK, C. R. L. Análise espacial multivariada na avaliação de parâmetros químicos do solo. In: Balastreire, L. A. AVANÇOS NA AGRICULTURA DE PRECISÃO NO BRASIL NO PERÍODO DE 1999-2001. Piracicaba - SP, p.347, 2002. SOUZA, Z. M.; SOUZA, G. S.; JUNIOR, J. M.; PEREIRA, G. T.; Número de amostras na análise geoestatistica e na krigagem de mapas de atributos do solo. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Ciência Rural,Campinas - SP, v. 44, n. 2, p. 261-268, 2014. YODER, B. J.; PETTIGREW-CROSBY, B. E. Predicting nitrogen and chlorophyll content and concentrations from reflectance spectra (400-2500 nm) at leaf and canopy scales. Remote Sensing Environmental, New York, v. 53, p. 199-211, 1995.

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Aplicação de esterco bovino via fertirrigação na cultura do milho

Fabiane Pereira da Silva Vieira1; Jorge Alfredo Luiz França2; Raiane Ferreira Miranda3; Edilson Henrique Resende4; Rilley Castro Wanderley5

1 Discente em Engenharia Agrícola, Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí/Urutaí – GO,

[email protected]; 2

Mestrando em Fitotecnia, Universidade Federal de Uberlândia/ Uberlândia – MG; 3

Engenheira Agrícola; 4

Engenheiro Agrícola; 5

Engenheiro Agrícola.

RESUMO: A qualidade das plantas cultivadas é

consequência da utilização de um fertilizante

apropriado para o desenvolvimento da cultura.

Buscou-se através desse trabalho avaliar a

influência da fertirrigação utilizando esterco

bovino no desenvolvimento inicial de plantas de

milho (Zea mays, l.), cultivadas em solo puro e

solo com 25% de esterco. Foram avaliadas a

altura, massa seca da parte aérea e massa seca

do sistema radicular das plantas cultivadas em

copos descartáveis em ambiente ao ar livre no

município de Urutaí-GO. O delineamento

experimental consistiu em um delineamento

inteiramente casualizado com três tratamentos e

20 repetições por tratamento. Os dados obtidos

foram submetidos à análise de variância e as

médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível

de 5% de probabilidade. Os resultados

apontaram que a fertirrigação com esterco

bovino proporciona melhor crescimento e

aumento da massa seca da parte aérea das

plantas de milho, para a matéria seca do sistema

radicular observou-se melhores resultados nas

plantas cultivadas em solo com 25% de esterco.

Termos de indexação: desenvolvimento,

aérea, radicular

INTRODUÇÃO

A cultura do milho tem sido alvo de vários

estudos, visando a determinação dos níveis

ótimos de diversos fatores que influenciam sua

produção, como fenologia, área foliar, pragas,

doenças, exigências hídricas e nutricionais.

Resende et al. (1990), afirmaram que a extração

de nutrientes varia em percentagem com a

produtividade. Fertirrigação é a aplicação de

fertilizantes através da água de irrigação e de

acordo com Mendonça & Mantovani (2001) teve

seu início no Brasil com a aplicação de resíduos

orgânicos e posteriormente avançou para a

aplicação de fertilizantes minerais para a

produção de hortaliças, frutas e grãos. Os

estercos foram muito utilizados no passado, mas

com o advento dos adubos químicos o interesse

pelos fertilizantes orgânicos diminuiu. Vários

tipos de adubos orgânicos são capazes de

aumentar o rendimento de grãos do milho,

incluindo esterco bovino, esterco de suínos ou

cama de aves (MENESES, 1993). O esterco

bovino aumenta também o rendimento da parte

aérea da planta do milho cultivado para silagem

(Tran e N'Dayegamiye, 1996). Objetivou-se

neste trabalho avaliar o desenvolvimento inicial

de plantas de milho (Zea mays, L.) quando

submetidas à fertirrigação com esterco bovino

em relação à aplicação na forma sólida.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no município

de Urutaí, estado de Goiás, situado a 17° 27'

52'' S, 48° 12' 13'' W e 821 metros de altitude.

Foi instalado um experimento em DIC com três

tratamentos e vinte repetições. Os tratamentos

consistiram em: Tratamento 1: solo com 25% de

esterco bovino irrigado com água

normal; Tratamento 2: solo puro irrigado via

fertirrigação com 25% de esterco bovino e

Tratamento 3 (testemunha): solo puro

irrigado com água normal. Foi utilizado esterco

bovino curtido, obtido em uma propriedade rural

localizada nas proximidades do município de

Urutaí - Go. O solo utilizado foi coletado no

próprio local onde o experimento foi instalado. As

sementes de milho (Zea mays, L.) foram

semeadas em copos descartáveis de 200 ml. Os

tratamentos foram sorteados em uma área ao ar

livre, de modo a formar seis linhas, cada linha

com dez plantas. Acrescentaram-se duas linhas

nas laterais servindo como bordadura. A

irrigação foi feita uma vez ao dia sempre ao fim

da tarde durante todo o período do experimento.

13

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Após 20 dias da data de semeadura foi realizada

a medição da altura das plantas utilizando uma

régua graduada. As mudas foram retiradas dos

copos e lavadas em água corrente. Foi feita a

separação da parte aérea e do sistema radicular.

As amostras foram secas em estufa de

ventilação forçada de ar a 45 ºC durante 72

horas para determinação da massa seca da

parte aérea e do sistema radicular. Os dados

obtidos na realização do experimento foram

submetidos a análise de variância pelo teste de

Tukey a 5% de significância.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos na avaliação da massa

seca do sistema radicular e da parte aérea das

plantas de milho estão representados no gráfico

1.

Gráfico 1: Resultados de massa seca. Tratamento 1 (solo +

25% de esterco), tratamento 2 ( testemunha), tratamento 3

(fertirrigação). Médias seguidas pela mesma letra e mesmo

número não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % de

probabilidade.

Conforme observa-se no gráfico 1, os resultados

de massa seca da parte aérea foram

influenciados pelo tipo de tratamento, sendo que

as plantas que receberam o tratamento de

fertirrigação apresentaram os melhores

resultados. Em relação à massa seca do sistema

radicular os melhores resultados foram

observados no tratamento 1, onde o solo

recebeu 25% de esterco de bovino. No gráfico 2,

estão representados os resultados obtidos para

altura das plantas de milho. Observa-se menor

crescimento devido efeito do tratamento 1 (solo +

25% de esterco), os tratamentos 2 e 3

(testemunha e fertirrigação), tiveram mesmo

efeito sobre o crescimento das plântulas.

Gráfico 2: Resultados de altura das plântulas. Tratamento 1

(solo + 25% de esterco), tratamento 2 ( testemunha),

tratamento 3 (fertirrigação). Médias seguidas pela mesma

letra e mesmo número não diferem entre si pelo teste de

Tukey a 5 % de probabilidade.

A disponibilização de esterco bovino via

fertirrigação proporcionou os melhores

resultados em todas as variáveis analisadas,

visto que os nutrientes contidos na solução

apresentam-se mais facilmente disponíveis para

a absorção pela planta.

CONCLUSÕES A aplicação do esterco bovino via fertirrigação é

uma boa alternativa para o fornecimento de

nutrientes para a cultura do milho.

REFERÊNCIAS

MENDONÇA, F. C.; MANTOVANI, E. C. Análise econômica da utilização da fertirrigação na cafeicultura na região de Araguari - MG. Anais

do II Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil,

p.462-470, 2001.

MENESES, O. B. Efeitos de doses de esterco no rendimento do feijão-de-corda e do milho em cultivos isolados e consorciados. Mossoró: ESAM, 1993.

RESENDE, M.; FRANÇA, G. E.; ALVES, V. M.

C. Considerações técnicas sobre a cultura do milho irrigado. Sete Lagoas: EMBRAPA,

CNPMS, 1990. 24p.

TRAN, T. S.; N'DAYEGAMIYE, A. Longterm effects of fertilizers and manure application on the forms and availability of soil phosphorus. CanadianJournalofSoil Science,

v.75, n.3, p.281-285, 1996.

.

a 1

a 1

A2

a 2

a1

a2

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Aquecedor Solar em Placa de PVC: Montagem e Funcionamento

Tiago Rodrigues da Costa (2); Antonio de Paula dos Santos (3); Ayrton Dourado Pereira (4); Marcos Vinícius da Silva (5); Raphaela Christina Costa

Gomes (6). (1) Trabalho executado com recursos da Universidade Estadual de Goiás, campus de Santa Helena de Goiás. (2) Estudante do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás, cidade de Santa Helena de Goiás – GO, email: [email protected]; (3) Estudante do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás. (4) Estudante do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás. (5) Estudante do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás. (6) Professor do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO: O coletor solar tem a função de aquecer água a parti do momento em que ocorre a incidência de luz solar em sua superfície, à água armazenada em seu interior aquece e diminui de densidade, tornando-se mais leve que a água fria. Assim, a água presente no interior dos coletores se movimenta para a caixa e simultaneamente a água estocada nela flui em direção ao coletor, mas pro precaução a residência deve conter um chuveiro eletrônico para dias sem sol. O sistema funciona com a água mais fria do reservatório que corre para os coletores (que devem ficar em um nível inferior ao do reservatório) quando o coletor for aquecido à água vai aquecer ficando mais leve e voltará ao reservatório. Os coletores do aquecedor solar são fabricados com placas de forro modular de PVC. Esse coletor difere dos comerciais por não utilizar caixa e cobertura de vidro, que permitem a obtenção do efeito estufa (aquecimento adicional). A tubulação pode ser feita com tubos comerciais de PVC marrom, considerando a natural limitação térmica do coletor solar. Isto evita a utilização mais complexa e custosa dos tubos de cobre para água quente, que são mais caros.

Termos de indexação: coletor solar, reservatório, água.

INTRODUÇÃO

O coletor solar é um dispositivo que promove o aquecimento de um fluido, como água, através da conversão da radiação eletromagnética proveniente do Sol em energia térmica (CORREIA; MUJANJE, 2011).

O funcionamento do aquecedor solar inicia-se quando a energia solar irradiante, luz e infravermelho, incidem sobre a superfície preta dos coletores. A energia absorvida transforma-se em calor e aquece

a água que está no interior dos coletores. A água aquecida diminui a sua densidade e começa a se movimentar em direção à caixa, dando início a um processo natural de circulação da água, chamado de termossifão. Por isso a caixa de água deve estar mais alta que os coletores. Esse processo é contínuo, enquanto houver uma boa irradiação solar ou até quando toda água do circuito atingir a mesma temperatura (SOCIEDADE DO SOL, 2003).

Por ser uma forma barata e uma eficiente para redução de custos com energia elétrica, o objetivo com este projeto foi montá-lo e descrever os procedimentos utilizados.

MATERIAL E MÉTODOS

O sistema de aquecimento solar com o uso de forro de PVC foi montado nas dependências da Universidade Estadual de Goiás, Unidade de Santa Helena de Goiás (latitude: -17° 48’ 49’’, longitude: -50° 35’ 49’’ e altitude: 562 metros ao nível do mar). Foram utilizados os seguintes materiais: 2m de cano PVC que foram cortados em duas partes de 1m cada de 32 mm de diâmetro, 3 placas de forro de PVC, 2 tampas de cano de PVC 32 mm, 4 joelhos PVC 32 mm, Tinta preta fosca, cola (a cola indicada é massa loctite durepox com o auxílio de silicone entre outras), reservatório para água a ser aquecida, esmeril, cegueta e trena. Foram cortados dois canos de PVC com 70 cm de comprimento, fez-se três furos de 20 cm de comprimento por 5 mm de largura, depois foi cortado três placas de forro de PVC com 1m de comprimento por 20 cm de largura, bem lavadas e enxugadas. Conectaram-se as placas de PVC com os canos cortados e pintou-as de preto fosco, conectou os joelhos no encanamento e as áreas que ficaram abertas foram tampadas com as tampas de PVC 32 mm, o encanamento conectado a placa foram

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pintadas de preto fosco (FIGURA 1). Após a montagem do sistema foi instalado o reservatório (FIGURA 2). FIGURA 1. Aquecedor solar montado sob orientação do norte e inclinação segundo a latitude da região.

FONTE: Arquivo pessoal. FIGURA 2. Acoplamento do reservatório ao sistema de aquecimento solar.

FONTE: Arquivo pessoal.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Observou-se que o sistema funcionou corretamente, aquecendo a água do reservatório, Carminatti e Bartoli (s.d.) identificaram no projeto um aquecimento da água entre 27 e 50 ºC e Correia e Mujanje (2011) observaram que a temperatura no sistema ficou estável quando atingiu 38ºC. Além de ser um mecanismo interessante para redução de custos com energia elétrica, há o fator de reaproveitamento de materiais.

CONCLUSÕES

O aquecedor solar de placa de PVC aquece a água podendo significar grande economia de energia e consequentemente

uma diminuição no valor da sua conta. Além de ser mais econômico no seu custo do que um aquecedor convencional, e possui a mesma função que é aquecer a água, tornando-se uma escolha mais sustentável.

AGRADECIMENTOS

A UEG UnU campus de Santa Helena de Goiás pelo espaço cedido, e aos docentes do curso de engenharia, pelo incentivo a produção acadêmica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARMINATTI, M.R.; BARTOLI, J.R. Coletores solares de baixo custo para aquecimento de água: avaliação da eficiência térmica pós instalação (2 anos) e análises da qualidade de água. Disponível em: http://www.prp.unicamp.br/pibic/congressos/xvicongresso/paineis/045333.pdf. Acesso em 23 de agosto de 2012. CORREIA, A.J.M.; MUJANJE, D.S. Dispositivo de aquecimento de água usando energia solar. Mestrado em Ensino de Física. Universidade Pedagógica de Moçambique, Beira, 2011. SOCIEDADE DO SOL. Manual de instrução de manufatura e instalação experimental do aquecedor solar de baixo custo. 2003. Disponivel em: < http://www.sociedadedosol.org.br/asbc/asbc_online.htm>. Acesso em 05 de setembro de 2012. WOELZ, A.T.; FRUGIS, P.; CHERUBINE, G.; DESIATI, F.; POERSCH, C.I.; KEUTMANN, C.; CHÉNIER, D.; PINHO, A.O.; SANTOS, D.L.P. Manual de instrução de manufatura e instalação experimental do aquecedor solar de baixo custo. Disponível em: <http://www.sociedadedosol.org.br/asbc/asbc_online.htm>. Acesso em 25 junho 2012.

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Atributos físicos do solo em um Latossolo sob sistemas de

manejo durante 18 anos(1)

Jacson Roberto Tenfen(2); Thaine Evelyn Luchetti Lapere (3); Elaine

Reis Pinheiro Lourente(4), Júlio César Salton(5); Marcondes de Souza

Padilha(3); Lucas Araujo Rodrigues (3)

(1) Trabalho executado com recursos da Capes

(2) Mestre em Engenharia Agrícola, Programa de Pós-graduação em Engenharia Agrícola;

Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD; Dourados, MS; [email protected]

(3) Estudante de Engenharia Agrícola; Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD;

Dourados, MS

(4) Professora do curso de Engenharia Agrícola e Programa de Pós-graduação em Engenharia

Agrícola, UFGD, Dourados-MS

(5) Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados, MS

RESUMO: Ao longo do tempo, o impacto das gotas de

chuva em um solo descoberto provoca uma

redução na infiltração de água no solo,

tendo isso como base, o objetivo do

trabalho foi avaliar o efeito do uso e manejo

do solo sobre atributos físicos do solo. As

avaliações foram efetuadas em 4 diferentes

sistemas, sendo eles: a) Lavoura com

monocultivo em sistema plantio

convencional (SPC), com as culturas de

soja no verão e de aveia no inverno; b)

Lavoura em sistema plantio direto (SPD)

com rotação de culturas, sendo elas, soja e

milho no verão e trigo e aveia no outono,

inverno e primavera; c) Sistema Integração

Lavoura Pecuária com a alternância entre

lavouras (soja/aveia) e pastagem

(Brachiaria decumbens) conduzida em

SPD, com ciclos de dois anos de lavoura

SILP-a (Sistema de integração lavoura

pecuária - aveia), dois de pastagem SILP-p

(Sistema de integração lavoura pecuária -

pastagem) e d) Sistema de Pastagem

permanente (SPP) com B. decumbens

utilizada por bovinos de corte. As coletas

para análises físicas do solo foram

realizadas nas faixas de profundidade de 0-

0,05; 0,05-0,15 e 0,15-0,30 metros, para

determinação da macroporosidade,

microporosidade e densidade do solo. O

impacto negativo do pisoteio animal nos

sistemas integrados sobre atributos físicos

do solo ficou restrito as camadas mais

superficiais.

Termos de indexação: Física do solo;

Manejo do solo; Integração lavoura-

pecuária

INTRODUÇÃO

A adoção de práticas de manejo e

tecnologias possibilita maior rentabilidade

para os produtores, como o Sistema Plantio

Direto (SPD) e o Sistema Integração

Lavoura Pecuária (SILP).

Contudo, restrições ao desenvolvimento

radicular, previstas com base em atributos

físicos, nem sempre se refletem em

redução no rendimento, uma vez que as

culturas apresentam diferente tolerância à

compactação (REICHERT et al., 2009). No

geral não é esperado encontrar

compactação do solo por pisoteio animal

abaixo de 10 cm de profundidade, em

áreas manejadas em SPD, e esta

compactação pode ser revertida por

processos naturais que ocorrem no solo,

como a alternância de ciclos de

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umedecimento e de secagem, o que está

relacionado à resiliência do solo (CONTE et

al., 2011).

MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado em um experimento com 18 anos de duração existente na Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados – MS (22º14'S - 54º49'W e altitude de 430 metros). O solo é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico típico, caulinítico, de textura muito argilosa, com 710 g kg-1 de argila, 175 g kg-1 de silte e 115 g kg-1 de areia. A área experimental está localizada em uma faixa de transição entre os biomas Cerrado e Mata Atlântica, com clima classificado como Cwa (Köppen), mesotérmico úmido, com os verões quentes e invernos secos. As avaliações foram efetuadas nos seguintes sistemas de manejo do solo: a) Lavoura com monocultivo em sistema plantio convencional (SPC) de soja no verão e aveia no inverno sob preparo do solo utilizando uma gradagem aradorae duas gradagens niveladoras; b) Lavoura em sistema plantio direto (SPD) com rotação de culturas, sendo no verão soja e milho, e no inverno as culturas de trigo e aveia para produção de grãos e nabo forrageiro e aveia para produção de palha; c) Sistema Integração Lavoura Pecuária com a alternância entre lavouras (soja/aveia) e pastagem (Brachiaria decumbens) conduzida em SPD, com ciclos de dois anos de lavoura (SILP-a) e dois de pastagem (SILP-b). A pastagem é utilizada por bovinos de corte com lotação ajustada para 7 kg de massa seca de forragem para 100 kg de peso vivo por dia; d) Sistema de Pastagem permanente (SPP) com B. decumbens utilizada por bovinos de corte, sem a utilização de adubação ou corretivos. As áreas estão dispostas em faixas com dimensões de aproximadamente 4.000 m2 para cada um dos sistemas. Os sistemas de manejo foram implantados em 1996 em uma área de 28.000 m2. As coletas para análises físicas do solo foram realizadas nas faixas de profundidade de 0-0,05; 0,05-0,15 e 0,15-0,30 m. Foram coletadas um total de 45 amostras indeformadas, considerando 15 locais e 3 profundidades em cada sistema, por meio de anéis de kopech (100 cm3) para determinação da macroporosidade, microporosidade e densidade do solo. Foi

realizada análise de variância considerando a fonte de variação entre os sistemas e dentro dos sistemas, em que cada ponto analisado correspondeu a uma repetição no sistema. As médias foram submetidas ao teste de Scott Knott (p < 0,05). RESULTADOS E DISCURSSÃO A maior densidade do solo na profundidade de 0-0,05m foi observada no sistema SILP-p seguido da SPP (Tabela 1). Esses resultados podem estar associados a pressão exercida pelos animais no solo que variam de 350 a 400 Kpa, podendo esse valor chegar ao dobro de pressão com o animal em movimento, contribuindo para importantes incrementos nesta variável (NIE et al., 2001). O efeito negativo do pisoteio animal, ocorre quando as condições de umidade estão acima da faixa de friabilidade Tabela 1: Valores de densidade do solo, nas camadas

de 0-0,05m; 0,05-0,15m e 0,15-0,30m, em cinco sistemas de manejo do solo (Dourados-MS, 2013).

Esses resultados estão muito próximos de valores considerados críticos para desenvolvimento das raízes que de acordo com resultados de Reichert (2009), é de 1,35 Mg m-3 em solos com textura semelhante, ocasionando modificações morfológicas nas raízes que restringem a absorção de água e nutrientes e a exploração de camadas mais profundas do solo (COLLARES et al., 2008). O cultivo da cultura de aveia no SILP-a, promoveu redução nos valores da infiltração de água no solo, em comparação com o SILP-p. A cultura da aveia, em função da morfologia e volume do sistema radicular contribui para melhor estruturação do solo. No SPC foi observada menor densidade em superfície quando comparado com SILP-p, SPD e SPP, porém, há incremento

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de 11% na camada de 0,05 a 0,15m. Em áreas recém preparadas (SPC), há incrementos no valor desta variável com a profundidade, estando associado ao adensamento subsuperficial causado pelo preparo do solo. No SPD o incremento na densidade na camada de 0,05-0,15m se deve ao efeito negativo do tráfego de máquinas já que há um efeito cumulativo das pressões exercidas por pneus agrícolas que podem se expressar mais profundamente no perfil do solo. A semelhança entre os sistemas na camada de 0,15-0,30m evidencia que a compactação em sistemas agrícolas tem se mantido na camada superficial (ALVES E SUZUKY, 2004). A macroporosidade foi maior nas áreas de produção de grãos, SPC, SILP-a e SPD-a na camada de 0-0,05m, não havendo diferença entre estes sistemas (Tabela 2). A inclusão do sistema de produção de culturas no SILP-a proporcionou incremento nesta porosidade de aeração, sendo 67% superior ao SILP-p. Com o decorrer do tempo, mesmo sem mobilizar o solo, pode haver aumento da porosidade total e de aeração, devido à ação do sistema radicular da cultura da aveia preta. Tabela 2: Valores de macroporosidade nas camadas

de 0-0,5m, 0,5-0,15m e 0,15-0,30m, em cinco sistemas de manejo do solo.

O componente animal também contribuiu para maior microporosidade do solo na camada de 0-0,5 m no SILP e SPP (Tabela 3). Na profundidade de 15-30 cm, com exceção SPP, os sistemas se tornaram semelhantes.

Tabela 3: Valores de microporosidade nas camadas de 0-0,5m, 0,5-0,15m e 0,15-0,30m, em cinco

sistemas de manejo do solo (Dourados-MS, 2013).

CONCLUSÃO O impacto negativo do pisoteio animal nos

sistemas integrados sobre atributos físicos

do solo ficou restrito as camadas mais

superficiais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, M. C. & SUZUKI, L. E. S. Influência de

diferentes sistemas de manejo do solo na

recuperação de suas propriedades físicas. Acta Scientia Agrícola, v. 26, p. 27-34, 2004.

COLLARES, G.L. et al. Compactação de um

Latossolo induzida pelo tráfego de máquinas e

sua relação com o crescimento e produtividade

de feijão e trigo. R. Bras. Ci. Solo, 32:933-942,

2008.

CONTE, O. et al. Evolução de atributos físicos

de solo em sistema de integração lavoura-

pecuária. Pesquisa Agropecuária Brasileira,

v.46, p.1301-1309, 2011.

NIE, Z.N.; WARD, G.N. & MICHAEL, A.T.

Impact of pugging by dairy cows on pastures

and indicators of pugging damage to pasture soil

on south – Western Victoria. Aust. J. Agric. Soil Res., v.52, p. 37-43, 2001.

REICHERT, J. M. et al. . Reference bulk density

and critical degree compactness for no-till crop

production in subtropical highly weathered soils.

SoilTill Res., 102: 242-254, 2009b.

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ATUAÇÃO DO N E Zn NO DIÂMETRO DE COLMO DA CANA-DE-

AÇÚCAR

PEDROSA, Juliana Silva(1); TEIXEIRA, Marconi Batista(2); CABRAL FILHO,

Fernando Rodrigues(3); SANTOS, Cláudio Carvalho dos(3); CUNHA, Fernando Nobre(3); SOARES, Frederico Antonio Loureiro(2).

(1)

Estudante Universidade do Estado de Goiás - Campus Santa Helena de Goiás – GO [email protected]

(2) Professor Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano –

Câmpus Rio Verde - GO; (3)

Estudante Instituto Federal de Educação Ciencia e Tecnologia Goiano. Câmpus Rio Verde - GO

RESUMO: Objetivou-se com este estudo analisar a produção de fitomassa da cana-de-açúcar em diferentes níveis de fertirrigação nitrogenada e adubação com zinco. O experimento foi conduzido em condições de campo, em área da fazenda rio paraiso II pertencente à usina raízen, no município de jatai, GO. Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, analisado em esquema de parcela subdividida 4 x 5, com quatro repetições. Os tratamentos consistirão em quatro doses de n (0, 60, 120 e 180 kg ha-1) proveniente da ureia via fertirrigação por pivô-central e cinco doses de zinco (0, 2,5, 5,0, 7,5 e 10 kg ha-1) aplicados manualmente em solução de água na cana-planta. Analisou-se fitomassa seca do colmo (FSC) por determinação em balança analítica com precisão de 0,01 gramas aos 210 e 250 dias após plantio (DAP). Verificou-se interação entre as doses de nitrogênio e doses de zinco em resposta a fitomassa

seca. Termos de indexação: Saccharum

officinarum L. Fibra. Fertirrigação

INTRODUÇÃO

A técnica da fertirrigação possibilita a

redução de mão-de-obra visto que a

operação da adubação é eliminada, ainda a

eficiência de aplicação do fertilizante via

água de irrigação é aumentada uma vez que

com esta técnica é possível flexibilizar a

época de aplicação fracionando as doses

(OLIVEIRA et al., 2007).

Este trabalho teve como objetivo avaliar

a o diâmetro de colmo da cana-de-açúcar

submetida a quatro doses de N e cinco

doses de Zn.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em

condições de campo, em área da fazenda

Rio Paraiso II pertencente à Usina Raízen,

no município de Jatai, GO. O solo da área

experimental é classificado como Latossolo

Vermelho distrófico, muito argiloso. Adotou-

se o delineamento experimental de blocos ao

acaso, analisado em esquema de parcela

subdividida 4 x 5, com quatro repetições. Os

tratamentos consistiram em quatro doses de

N (0, 60, 120 e 180 kg ha-1) baseadas na

recomendação de 120 kg ha-1 proveniente

da ureia via fertirrigação por pivô-central e

cinco doses de zinco (0, 2,5, 5,0, 7,5 e 10 kg

ha-1) aplicados manualmente em solução de

água na cana-planta, variedade IACSP 95-

5000, desenvolvida pelo IAC, que se destaca

na adaptação ao Cerrado. A fertirrigação

nitrogenada foi dividida em três aplicações,

sendo 120, 150 e 180 dias após o plantio

(SOUSA; LOBATO, 2004).

As parcelas foram constituídas por cinco

linhas de cana de cinco metros de

comprimento espaçadas de 1,50 m entre si,

constituindo 45 m2 por parcela, totalizando

1440 m2. A sub-parcela referente as doses

de zinco tiveram microparcelas próprias de

duas linhas de cana de um metro de

comprimento, dentro da parcela do

respectivo tratamento. Aos 210 e 250 dias

após plantio (DAP) analisou-se em duas

plantas por unidade experimental, os colmos

foram submetidos à secagem em estufa de

circulação forçada de ar, a 65oC até massa

constante, e determinada a fitomassa seca

do colmo (FSC) por determinação em

balança analítica com precisão de 0,01

gramas.

Os dados foram submetidos à análise de

variância, aplicando-se o teste F ao nível de

5% de probabilidade. Em função da

significância das variáveis quantitativas,

ajustou-se equações de regressão,

considerando-se as respectivas doses de

nitrogênio e zinco, utilizando-se o programa

estatístico SISVAR® (FERREIRA, 2011).20

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em função do aumento de 60 kg ha-1 da

DN, a fitomassa seca do colmo aos 210 DAP

(FSC1) nas DZn de 2,5 e 5,0 kg ha-1

apresentaram incremento de 0,012 e 0,018

kg, respectivamente e nas DZn de 7,5 e 10

kg ha-1 os maiores valores de FSC1 foram

verificados nas maiores DN (Figura 1A). Em

função do aumento de 2,5 kg ha-1 da DZn,

a FSC1 nas DN de 120 e 180 kg ha-1

apresentaram aumento de 0,013 e 0,030 kg,

respectivamente e nas DN de 0 e 60 kg ha-

1 os maiores valores para esta variável

foram verificados nas maiores DZn (Figura

2B).

Figura 1 - Comportamento da fitomassa seca do

colmo (FSC) aos 210 dias após plantio (DAP) em função das doses de nitrogênio dentro de cada nível de dose de zinco (A); Comportamento da FSC aos 210 DAP em função das doses de zinco dentro de cada nível de dose de nitrogênio (B).

Em função do aumento de 2,5 kg ha-1 da

DZn, a fitomassa seca do colmo aos 250

DAP (FSC2) nas DN de 60, 120 e 180 kg ha-

1 apresentaram aumento de 0,028; 0,024; e

0,025 Kg, respectivamente, e na DN de 0 kg

ha-1 o maior valor para esta variável foi

verificado na maior DZn (Figura 1).

Figura 2 - Comportamento da fitomassa seca do

colmo (FSC) aos 250 dias após plantio (DAP) em função das doses de zinco dentro de cada nível de

dose de nitrogênio.

Otto et al. (2009) verificaram incremento

da massa da parte aérea da cana-de-açúcar

com aumento das doses de N uma vez

aplicada nas doses de 40, 80 e 120 kg ha-1

de N na forma de ureia, aplicados no sulco

de plantio, ainda verificaram um

crescimento significativo da parte aérea

com adição de N em todas as épocas

avaliadas.

Em função da aplicação de N, Trivelin et

al. (2002) e Bologna-Campbell (2007)

verificaram aumento linear na fitomassa da

parte aérea na cultura da cana-de-açúcar

quando realizado a avaliação no final do

ciclo.

CONCLUSÕES

As maiores produções de fitomassa seca

do colmo foram proporcionadas pelas

maiores doses de nitrogênio e zinco.

REFERÊNCIAS

BOLOGNA-CAMPBELL, I.R. Balanço de nitrogênio e enxofre no sistema solo-cana-de-açúcar no ciclo de cana-planta. 2007. 110p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistic alanalysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011. OLIVEIRA, J. T. DE L.; CHAVES, L. H. G.; CAMPOS, V. B.; SANTOS JÚNIOR, J. A.; GUEDES FILHO, D. H. Fitomassa de girassol cultivado sob adubação nitrogenada e níveis de água disponível no solo. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, v. 6, n. 1, p.23-32, 2012. OTTO, R.; FRANCO, H. C. J.; FARONI, C. E.; VITTI, A. C.; TRIVELIN, P. C. O. Fitomassa de raízes e da parte aérea da cana-de-açúcar relacionada à adubação nitrogenada de plantio. Pesquisa agropecuária brasileira, v.44, n.4, p.398-405, 2009. TRIVELIN, P.C.O.; VITTI, A.C.; OLIVEIRA, M.W.; GAVA, G.J.C.; SARRIÉS, G.A. Utilização de nitrogênio e produtividade da cana-de-açúcar (cana-planta) em solo arenoso com incorporação de resíduos da cultura. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.26, p.637-646, 2002. SOUSA, D.M.G.; LOBATO, E. (Eds). Cerrado: correção do solo e adubação. 2. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica/Embrapa-CPA, 2004. 416 p.

Dose de Nitrogênio (Kg ha-1)

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0 60 120 180

FSC

-21

0 D

AP

(Kg)

Dose de Nitrogênio (t ha-1)

2,5

5

7,5

10

A

Dose de Zinco (Kg ha-1)

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0 2,5 5 7,5 10

FSC

-21

0 D

AP

(Kg)

0

60

120

180

B

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0 2,5 5 7,5 10

FSC

-21

0 D

AP

(Kg)

Dose de Zinco (t ha-1)

0

60

120

180

B

FSC

-25

0 D

AP

(K

g)

Dose de Zinco (Kg ha-1)

21

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AUTOMAÇÃO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

LOCALIZADA POR GOTEJAMENTO EMPREGANDO O

MICROCONTROLADOR AVR 8-BIT

BOMBARDELLI, Wagner W. Ávila(¹); FERNANDES, Eduardo Theodoro(²);

SOUZA, Elieser Lagos(³); SILVA, Rodrigo Pinheiro da(4); VIEIRA NETO, José

Gabriel(5); PRADO, Giuliani do(6)

(1) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. E-mail: [email protected]

(2) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. E-mail: [email protected]

(3) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. E-mail: [email protected]

(4) Biólogo e graduando em Física pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail:

[email protected]

(5) Professor do Dpto. de Engenharia Agrícola – DEA, Universidade Estadual de Maringá – UEM,

Campus do Arenito – CAR, Cidade Gaúcha – PR. E-mail: [email protected]

(6) Professor do Dpto. de Engenharia Agrícola – DEA, pela Universidade Estadual de Maringá –

UEM, Campus do Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. E-mail: [email protected]

RESUMO: Na perspectiva do público campesino, fora

desenvolvido uma alternativa tecnológica,

de baixo custo, como apoio para produção

agrícola. Dessa forma, com emprego do

microcontrolador AVR 8-bit, programou-se

a automação de um sistema de irrigação

localizada. Desenvolveu-se o Controlador

Lógico Programável (CLP) para o Sistema

Automatizado de Irrigação Localizada por

Gotejamento (SILGAUTO), e com ele,

realizou-se a calibração dos sensores de

suporte (umidade do solo e vazão na linha),

os quais promovem o acionamento do

atuador (válvula solenoide). Os sensores

de umidade atuam através da resistência

elétrica fornecida pelo meio, baseado na

curva de umidade gravimétrica para a dada

classe de textura predominante nos solos

da região, através do método-padrão de

estufa. Uma rotina processa os sinais

através de uma interpolação spline cúbica,

retornando a umidade em base volumétrica

(cm³·cm-3). Para isso, realizou-se dois

ensaios de umidade: numa com o solo

arenoso (arenito Caiuá) de Cidade Gaúcha

- PR, noutra com o solo argiloso (basáltico)

de Maringá – PR. Com emprego de um

teste de variância, a um nível de

significância de 5%, não se constatou

diferença significativa entre os grupos

amostrais dos sensores, validando a

uniformidade de leitura entre estes. A

vazão fora calibrada de acordo com a

derivação do tipo Shunt, permitindo a

mensuração de fluxos maiores. Os dados

são armazenados num cartão microSD e

disposto na rede interna (LAN). O custo

total deste equipamento no varejo é de R$

335,72, contabilizando a válvula solenoide

e demais sensores, ou de R$206,19 se

adotado a compra pelo atacado. Dessa

forma, concluiu-se que o sistema

automatizado de irrigação de baixo custo

se tornou uma alternativa viável para

agricultores familiares, principalmente por

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apresentar valores consideravelmente

menores em relação aos disponíveis no

mercado.

Termos de indexação: umidade do solo,

automação, eletrométrico

ABSTRACT: From the perspective of peasant public,

outside developed an alternative

technology, low cost, such as support for

agricultural production. Thus, with use of

the AVR 8-bit microcontroller, programmed

to automation of an irrigation system

located. Developed the Programmable

Logic Controller (CLP) for the Automated

System for Irrigation Located Drip

(SILGAUTO), and with it, there was the

calibration of supported sensors (soil

moisture and streamflow in line), which

promote the drive actuator (solenoid valve).

Humidity sensors operate by electrical

resistance provided by environment, based

on the gravimetric moisture curve for the

given predominant texture class in the soils

of the region through the standard method

of greenhouse. A routine processes the

signals through a cubic spline interpolation,

returning moisture on a volumetric basis

(cm³·cm-3). For it has held two moisture

trials: in with the sandy soil (sandstone

Caiuá) Cidade Gaúcha - PR, another with

the clay soil (basaltic) Maringá - PR. With

use of a variance test at a significance level

of 5%, no significant difference has found

between the sample groups of sensors,

validating the uniformity reading

therebetween. The flow rate has calibrated

according to the derivation of the Shunt

type, enabling the measurement of higher

flows. The data is stored on a microSD card

and provisions of the internal network

(LAN). The total cost of this equipment in

retail is R $ 335.72, accounting for the

solenoid valve and other sensors, or R $

206.19 if adopted by buying wholesale.

Thus, it has concluded that the automated

irrigation low cost has become a viable

alternative for farmers, especially for

presenting considerably lower values than

those available on the market

Index Terms: soil moisture, automation,

electrometric

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Avaliação da evasão do curso de Engenharia Agrícola e

Ambiental da Universidade Federal Fluminense.

Andressa Rosas de Menezes(1); Bianca Almeida da Silva(1); Eliane Cristina Braga(1); Liza Freitas Silva(1); Marcos Alexandre Teixeira(2); Carlos

Rodrigues Pereira(2). (1)

Graduanda de Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Fluminense; Niterói, EJ; [email protected]

(2) Professor Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente; Universidade Federal

Fluminense.

RESUMO: Observou-se, na última década,

uma expansão do ensino universitário, com um aumento significativo de vagas oferecidas nas universidades públicas e privadas, acompanhado por um aumento no abandono do curso pelos alunos. Diante desta percepção, o objetivo do presente trabalho foi o de avaliar as causas da evasão dos alunos ingressantes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense. O estudo foi conduzido pelos alunos bolsistas do Programa de Educação Tutorial – PET Engenharia Agrícola e Ambiental, através do Projeto de Apadrinhamento de Calouros, desenvolvido pelo grupo desde o primeiro semestre de 2013. Para a obtenção dos dados pertinentes ao estudo, foram passados questionários com perguntas chaves, no início de cada período entre o segundo semestre de 2013 até o primeiro semestre de 2015. Observou-se que as causas da evasão escolar do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense se originam de diversas fontes, que devem ser levadas em conta e analisadas em suas minúcias a fim de se traduzir em políticas que visem, não só a permanência dos alunos no curso, bem como a formação dos mesmos dentro do período de tempo esperado. Termos de indexação: evasão,

vestibulandos, questionário.

INTRODUÇÃO O curso de Engenharia Agrícola e

Ambiental da Universidade Federal Fluminense foi criado no ano de 1993 (TGR, 2015). Apesar de ser um curso com uma relação candidato vaga de 20 para uma, e significativo número de ingressantes por ano (100); os números de

evasão são altos, no que se formam aproximadamente 15 alunos por semestre.

No contexto de um curso de ciências agrárias em meio urbano, existem problemáticas de manutenção das aulas práticas em campo e mais ainda de promover o contato do aluno com a área agrícola, onde soma-se o fato de que grande parte dos vestibulandos entram no curso sem um conhecimento claro das áreas de atuação e os conhecimentos que o mesmo abrange (presente também em outros cursos); que acaba por se juntar à uma intenção subjacente de fazer, em momento oportuno, transferência interna para outro curso da própria UFF.

O objetivo do trabalho foi avaliar a evasão dos alunos ingressantes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense.

MATERIAL E MÉTODOS

Para avaliação da evasão do curso

foram extraídas informações do sistema

acadêmico da UFF como situação do aluno

e coeficiente de rendimento das turmas de

vestibulandos do segundo semestre de

2013 ao primeiro semestre de 2015.

Além disso, como parte das atividades

do PET, nessas turmas foi aplicado um

questionário com perguntas objetivas

acerca do interesse e conhecimento do

aluno no/do curso, com o intuito de levantar

informações sobre os anseios e ambições

dos ingressantes. Todos os dados foram

analisados em planilhas eletrônicas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Do segundo semestre do ano de 2013

ao primeiro semestre de 2015 entraram

200 alunos no curso de Engenharia

Agrícola e Ambiental (50 vagas por

semestre) e apenas 142 estão com

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matrícula ativa, o que indica um percentual

de evasão de 29% (Tabela 1). Dos alunos

matriculados 9,2% estão em situação de

trancamento.

O semestre com o maior número de

desistências foi o primeiro de 2014 em que

apenas 18 alunos continuaram no curso.

Dos alunos que continuaram no curso,

observou-se que em todos os semestres o

coeficiente rendimento médio da turma foi

inferior à média para aprovação em

disciplinas de 6,0 (de 10,0), sendo a média

e mediana de CR de 5,28 (Tabela 1).

Tabela 1. Relação de alunos matriculados

e coeficiente de rendimento médio por período.

Período Matriculados Trancamentos CR

2/2013 36 8 5,32

1/2014 18 3 5,18

2/2014 44 2 5,37

1/2015 44 0 5,24

Total: 142 13

De acordo com os dados obtidos junto

ao Departamento de Engenharia Agrícola e

do Meio Ambiente da UFF (TGR, 2015), a

evasão de alunos foi de cerca de 40% no

quinquênio 2010-2015, considerando a

grade curricular do curso de engenharia

distribuída em 10 semestres.

Dos estudantes que ingressaram no

curso em 2013, 79% confirmaram a

matrícula em 2014, evidenciando, portanto,

uma evasão de 21% (Tabela 2).

Tabela 2. Análise da quantidade de alunos em 2015, distribuídos entre seus anos de ingresso.

Ano Distribuição de Vagas (%)

2015 100

2014 79

2013 65

2012 76

2011 58

2010 59

2009 43

2008 32

2007 16

2006 9

2005 5

Dos dados do questionário repassado

aos alunos ingressantes entre os anos

2013 e 2015 (Tabela 3), com base na soma

do porcentual percentual de alunos que

apontou interesse em fazer mudança de

curso e do percentual de alunos que entrou

no curso devido a nota de corte do Sistema

de Seleção Unificada (SISU); foi feita uma

comparação ao percentual real de evasão

observada para esses períodos,

apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3. Dados d Evasão dos

questionários aplicados pelo Programa de Apadrinhamento de Calouros, sob responsabilidade do PET Agrícola e Ambiental UFF.

Ano % de Evasão Estimada

2013 20

2014 32

2015 40

Como 50 alunos ingressam no curso e formam-se em média 15 alunos a cada semestre, chaga-se à uma evasão de 28%.

CONCLUSÕES

A porcentagem de discentes que

evadiram do curso nos últimos 5 anos, não

diz respeito somente aos desistentes, por

terem feito uma escolha errônea no

ingresso acadêmico, mas também aos que

ficaram retidos nas disciplinas oferecidas

na grade curricular pelo baixo rendimento

acadêmico (Baixo CR).

No que acredita-se que a dificuldade de

passar nas disciplinas oferecidas no ciclo

básico, que compreende disciplinas de

cálculo e física, seja o motivo desta

desistência por parte dos alunos.

Essa deficiência, comum à todas as

engenharias da Universidade, também se

reflete na não conclusão no tempo previsto

nos diversos cursos de engenharia.

O coeficiente de rendimento médio,

abaixo da média de aprovação em

disciplinas exigida pela Universidade

também pode ser explicado pela

reprovação dos alunos nas matérias iniciais

do curso, em especial no início do curso.

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A porcentagem de alunos evadidos em

2014, segundo dados do TGR assemelha-

se à porcentagem estimada no questionário

distribuído pelo PET Agrícola e Ambiental

UFF em sua pesquisa no ano de 2013,

quando 20% alegaram que matricularam-se

pela nota de corte do (SISU) e/ou com a

pretensão de efetuar mudança para outro

curso.

Tal informação corrobora a afirmação de

que muitos alunos ingressam no curso sem

o desejo de concluí-lo em sua totalidade.

Em relação à diferença quantitativa dos

ingressantes aos formandos, comprova-se

a deficiência técnica que se traduz na

dificuldade do aluno de Engenharia

Agrícola em concluir o curso.

Assim, pode-se sugerir que as causas

da evasão escolar do curso de Engenharia

Agrícola e Ambiental da Universidade

Federal Fluminense não possuem somente

uma única origem.

As diversas variáveis que permeiam

essa discussão devem ser levadas em

conta e analisadas em suas minúcias a fim

de se traduzir em políticas que visem, não

só a permanência dos alunos no curso,

bem como a formação dos mesmos dentro

do período de tempo esperado (10 a 15

semestres).

Destas, tem-se o exemplo da disciplina

de Introdução, que tem como um de seus

objetivos dar a real dimensão da atuação

do Engenheiro agrícola, como um exemplo

de ação interna ao curso.

Manutenção das ações de diminuição

das repetências e baixo rendimento

acadêmico (em especial nos primeiro

período), como ação sistêmica da

Universidade.

O programa de apadrinhamento,

executado pelo PET, é um exemplo de

ação que pode facilitar a construção de

uma ponte entre estas diferentes

dimensões – interna curso / sistêmica

universidade.

REFERÊNCIAS

Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense – TGR UFF. Criação do Curso: Informações.

Disponível em: http://www.tgr.uff.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=8. Acesso em: 02/12/2015.

Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense

– TGR UFF. Processo E-MEC 20216939 – Formulário INEP. Niterói, 10 de outubro de

2015. Disponível em: http://www.tgr.uff.br/images/stories/ENADE_201_E-MEC_Proc_20216939_2015-09-23.pdf. Acesso em: 02/12/2015.

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AVALIAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO, OBTIDAS POR SATÉLITES COM ESTAÇÕES DE SUPERFÍCIE

NO ESTADOS DE GOIÁS (1)

Victor Hugo Moraes (2); Pedro Rogerio Giongo (3).

(1) Trabalho executado com recursos da Universidade Estadual de Goiás, câmpus de Santa Helena de Goiás. (2) Estudante do curso de Engenharia Agrícola; Universidade Estadual de Goiás; Santa Helena de Goiás – GO, email: [email protected]; (3) Professor Doutor do curso de Engenharia Agrícola; Universidade Estadual de Goiás; Santa Helena de Goiás;email:[email protected].

RESUMO: Objetivando analisar de forma comparativa os dados de precipitação pluvial por meio do satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission) e de evapotranspiração, pelo satélite MODIS (Moderate Resolutions Imaging Spectroradiometer), com dados de superfície, oriundos de estações meteorológicas, foi escolhido para o estudo o Estado de Goiás, com área de aproximadamente 340.111,783 km2 segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014). Foram utilizados dados mensais coletados em estações meteorológicas (automáticas e convencionais), distribuídas e representativos no Estado de Goiás para os anos de 2012 e 2013. A coleta de dados das estações foi feita através do site do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e os dados satelitários foram disponibilizados atreves da plataforma LAPIG- MAPS. Depois de finalizar a coleta de dados nesta pesquisa, os dados das estações de precipitação foram comparados com os pixels das imagens TRMM, cujo pixel correspondente era o mais central às coordenadas geográficas da estação, assim como os dados de evapotranspiração de superfície foram comparados com os pixels das imagens MOD16, e posteriormente foram criados mapas trimestrais para o ano de 2012 e 2013. Os dados do satélite TRMM, apresentaram boa correlação com os valores de precipitação das estações meteorológicas de superfície para todo o Estado de Goiás; A evapotranspiração do satélite MODIS (MOD16) obteve alta correlação com os dados de superfície apenas nos período de chuva, e baixa correlação no período seco para todo o Estado de Goiás.

Termos de indexação: Satélites meteorológicos, estações meteorológicas, registros.

INTRODUÇÃO As medidas e estimativas de precipitação

e evapotranspiração, podem ser feitas por meio de estações meteorológicas ou por meio de satélites meteorológicos. Os dois tipos apresentam vantagens e desvantagens e podem pender para um ou outro lado, dependendo da atividade que será realizada e com qual objetivo.

O TRMM possui dois objetivos principais: compreender a distribuição espacial das chuvas nas regiões tropicais e analisar os sistemas convectivos e a distribuição de calor (WEITER, 2007).

O conhecimento da evapotranspiração em escala regional é indispensável em planos de gerenciamento dos recursos hídricos, uma vez que, juntamente com outros fatores, condiciona temporal e espacialmente as disponibilidades e os déficits (SANTIAGO, 2001).

Essa pesquisa teve como objetivo analisar de forma comparativa os dados de precipitação pluvial por meio do satélite TRMM e de evapotranspiração, pelo satélite MODIS, com dados de superfície, oriundos de estações meteorológicas, distribuídas no Estado de Goiás, nos anos de 2012 e 2013.

MATERIAL E MÉTODOS

Para o estudo foi escolhido o Estado de Goiás, com área de aproximadamente 340.111,783 km2 segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), utilizando dados de 15 estações meteorológicas distribuídas pelo estado de Goiás.

Foram utilizados dados mensais coletados em estações meteorológicas (automáticas e convencionais), distribuídas e representativa no Estado de Goiás. A coleta de dados das estações foi feita através do site do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). O banco de dados do INMET fornece dados diários e acumulado

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mensal, permitindo assim a obtenção dos dados de precipitação mensal dos anos de 2012 a 2013. A evapotranpiração de superfície foi determinada com o uso da equação de Hargreaves (1974), utilizando dados também disponibilizados pelo INMET.

Os dados do satélite TRMM (precipitação) e MODIS (evapotranspiração), foram adquiridos na plataforma LAPIG-MAPS, mantida pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG/UFG).

Depois de finalizar a coleta de dados nesta pesquisa, os dados das estações de precipitação foram comparados com os pixels das imagens TRMM, cujo pixel correspondente era o mais central às coordenadas geográficas da estação, assim como os dados de evapotranspiração de superfície foram comparados com os pixels das imagens MOD16.

Para a interpolação e confecção dos mapas de precipitação e evapotranspiração de superfície, foi utilizado o programa gráfico SURFER versão 8.0. Foram criados mapas trimestrais para o ano de 2012 e 2013.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A alta correlação entre os dados de estações meteorológicas de superfície e dados de satélites permitem afirmar uma alta confiabilidade a todos os demais dados da imagem de satélite quando comparados com os dados pontuais de superfície. FIGURA 1: Distribuição espacial por interpolação de valores acumulados de precipitação (mm) trimestrais no estado de Goiás (2012) com dados de 15 estações meteorológicas de superfície e Distribuição espacial de precipitação (mm) trimestral no Estado de Goiás para o ano de 2012 com dados do TRMM.

FONTE: Arquivo pessoal.

FIGURA 2: Distribuição espacial por interpolação de valores acumulados de precipitação (mm) trimestrais no estado de Goiás (2013) com dados de 15 estações meteorológicas de superfície e Distribuição

espacial de precipitação (mm) trimestral no Estado de Goiás para o ano de 2013 com dados do TRMM.

FONTE: Arquivo pessoal.

Os dados trimestrais de precipitação das

estações de superfície quando submetidos a interpolação e comparados com os mapas gerados aos dados do TRMM, apresentaram alta relação. Os resultados desta pesquisa corroboram com os encontrados por Sousa et al. (2013), que também trabalharam com dados do satélite TRMM para precipitação na região do Pantanal Mato-Grossense.

O terceiro trimestre para os mapas (Figuras 1 e 2) são registradas as menores precipitações, tanto para os dados da estação de superficie quanto os dados do TRMM, caracterizando o período seco em praticamente todo o Estado de Goiás. Para os demais trimestres, os dados tambem foram bem semelhantes, ainda comparando a Figura 1 e a Figura 2. Esses resultados estão semelhantes aos encontrados por LEIVAS et al. (2009), que já constatou também alta semelhança entre dados do TRMM e estações pluviométricas de superfície.

Os dados de precipitação estimados a partir de satélites como o TRMM podem ser uma alternativa eficiente e barata quando comparados a instrumentos no solo, como estações meteorológicas e pluviométricas, que possuem custos mais elevados e necessitam de constante manutenção e aferição dos dados (NÓBREGA et al. , 2008).

A evapotranspiração é uma importante variável meteorológica que pode ser influenciada por diferentes fatores isolados ou inter-relacionados, como: altitude local, velocidade e frequência de vento, tipo de cobertura vegetal, disponibilidade hídrica do solo, incidência de radiação, entre outros.

Ainda que os dados de evapotranspiração tenham apresentado menor correlação entre satélite e superfície, é possível identificar a potencialidade e disponibilidade de informações em larga escala espacial e temporal, considerando a falta de informação e sua importância para aplicação na área agrícola.

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FIGURA 3: Distribuição espacial de evapotranspiração (mm) trimestrais no estado de Goiás (2012) com dados de 15 estações meteorológicas de superfície e Distribuição espacial da evapotranspiração (mm) trimestral no Estado de Goiás (2012) com dados obtidos pelo produto MOD16.

FONTE: Arquivo pessoal. FIGURA 4: Distribuição espacial de evapotranspiração (mm) trimestrais no estado de Goiás (2013) com dados de 15 estações meteorológicas de superfície e Distribuição espacial da evapotranspiração (mm) trimestral no Estado de Goiás (2013) com dados obtidos pelo produto MOD16.

FONTE: Arquivo pessoal.

CONCLUSÕES

Os dados do satélite TRMM, apresentaram boa correlação com os valores de precipitação das estações meteorológicas de superfície para todo o Estado de Goiás;

A evapotranspiração do satélite MODIS (MOD16) obteve alta correlação com os dados de superfície apenas nos período de chuva, e baixa correlação no período seco para todo o Estado de Goiás.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Universidade Estadual de Goiás (UEG) – câmpus de Santa Helena de Goiás pelo espaço cedido, docentes do curso de engenharia, pelo incentivo a produção cientifica e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Avaliação do desempenho de biotécnicas na proteção e conservação de talude em aterro no bairro de Dois Irmãos –

Recife/PE¹.

André Cardim de Aguiar², Clodomir Barros Pereira Junior³, Vicente de Paula Silva , Lidiane Almeida Pessoa , Marcos Adriano Marques Pessôa

Sales⁶. (1) Trabalho executado com recursos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), CNPq. (2) Graduando; Universidade Federal Rural de Pernambuco; Recife - PE; [email protected]; (3) Mestrado em Eng. Ambiental; Universidade Federal Rural de Pernambuco; Recife – PE; (4) Doutor em Eng. Civil; Universidade Federal Rural de Pernambuco; Recife – PE; (5) Bióloga do Departamento de Biologia; Universidade Federal Rural de Pernambuco; Recife – PE; (6) Graduado em Eng. Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Rural de Pernambuco; Recife – PE. RESUMO: Com o intuito de propor mecanismos para avaliar o desempenho de biotécnicas na conservação e proteção de taludes em aterros em zonas urbanas, contribuindo para criação de tecnologias que possam ser utilizadas na conservação das encostas e assim atender às exigências legais e técnicas. Foi avaliada a resistência ao cisalhamento em parcelas experimentais, em tipologias diferentes de coberturas de solo. A hipótese a ser verificada foi que diferentes tipos de coberturas e combinações contribuem para maximizar a resistência do solo ao cisalhamento, auxiliando na conservação e proteção de taludes em aterros urbanos. Termos de indexação: Bioengenharia, Erosão, Sedimentos, Degradação Ambiental.

INTRODUÇÃO

A reabilitação ambiental de taludes e encostas envolve fatores dependentes de características biológicas, climáticas e ambientais, intrínsecas ao local de estudo, fazendo-se necessários diagnósticos, monitoramento dos impactos ambientais e medidas mitigadoras para não resultar em custos desnecessários. Por essa razão, faz-se necessário os estudos básicos referentes a fatores como: precipitação, o solo e a vegetação, que podem fornecer subsídios para programas de gestão ambiental de manejo de taludes e encostas que visem à manutenção dos recursos

naturais ou a recuperação das áreas degradadas (BRASIL, 2009).

Com o objetivo de avaliar, em escala piloto o desempenho de técnicas de bioengenharia de solo na conservação e proteção de taludes de aterro urbano na cidade do Recife. Para determinar a condutividade hidráulica em diferentes tipos de biotécnicas (retentores de sedimentos, biomanta e espécie vegetal quanto à capacidade de redução da perda de umidade a resistência a tensão ao cisalhamento de amostras de substratos das parcelas sob tratamento de biotécnicas.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no talude do

centro de logística da COMPESA, bairro de Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil. No experimento foram construídas 21 parcelas com 2,0 m de largura por 10,0 de comprimento, uma parcela de testemunha e diferentes tipos de tratamento: Solo Desnudo (SD). Retentores de sedimentos em Solo desnudo (RSD); Biomanta de fibra de sisal (BFS); Vetiveria zizanioides L (Nash), casualizado (VC); Vetiveria zizanioides L (Nash), em fileiras horizontais (VH); Retentor de sedimento com Vetiveria zizanioides L (Nash) casualizado (RVC); Retentor de sedimento Vetiveria zizanioides L (Nash), em fileira horizontal (RVH). Destas foram selecionadas 16 parcelas experimentais constituídas de quatro tipologias as quais foram submetidas a quatro repetições, que representaram quatro tipos de coberturas

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que podem vir a ser adotadas na recuperação de áreas degradadas. Biomanta sisal

Para sua confecção utiliza-se desde algodão, fibra de coco beneficiada, sisal, turfa, trigo, milho e palhada até restos de culturas agrícolas. As biomantas normalmente são tecidas em material totalmente biodegradável, como tecido vegetal ou em conjunto com um material sintético, composto por polipropileno, polietileno, náilon e outros compostos (Figura 1). Retentor de sedimento Outro elemento muito utilizado na bioengenharia é o retentor de sedimento que são confeccionados em rolos de tecido de algodão preenchidos com fibras naturais. Estes retentores (Figura 2), devem ser ancorados, principalmente após a execução dos serviços de estabilização de taludes. As estruturas de detenção e retenção de sedimentos representam a principal ferramenta para controle de erosão em leito de canais e voçorocas. (KOSTADINOV, 2004). Sistema Vertiver O Sistema vetiver (SV), o qual é baseado nas aplicações da planta vetiver (Vetiveria zizanioides L.), recentemente classificado como Chrysopogon zizanioides, foi desenvolvido inicialmente pelo Banco Mundial, com o objetivo de ser utilizado para a conservação dos solos e águas na Índia, durante a década de 1980. Além da grande importância de aplicação do sistema em terrenos cultivados, os experimentos científicos conduzidos ao longo desses anos demonstram claramente que o Sistema Vetiver (Figura 3) é um método natural muito eficaz e de baixo custo (PEREIRA, 2015). RESULTADOS E DISCUSSÃO A hipótese a ser verificada foi que diferentes tipos de coberturas e combinações contribuem para maximizar a resistência do solo ao cisalhamento, auxiliando na conservação e proteção de taludes em aterros urbanos. As amostras de solo-raiz do capim vetiver apresentaram maiores valores de resistência ao cisalhamento (Tabela 1) e de coesão

(Tabela 2), portanto, mais densa, resistente ao escorregamento e consequentemente à erosão. Sendo esse tratamento recomendado como biotécnica para o talude estudado, mas sugere-se aprofundar os estudos de forma que a pesquisa tenha uma longevidade de um ano e diversificar mais as biotécnicas de engenharia.

CONCLUSÃO

Como conclusão dos experimentos foi observada que a umidade do solo não foi suficiente para que houvesse o desenvolvimento do capim vetiver, haja vista termos um ano atípico que não proporcionou desenvolvimento das plantas em um curto espaço de tempo. A partir disto, sugere-se melhorar a manutenção no que se refere à adubação e irrigação para apresentar melhor eficiência.

REFERÊNCIAS BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria Executiva. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de vegetação rodoviária. - Rio de Janeiro, 2009.734p. KOSTADINOV, Soil Erosion and Sediment Transport Within Small Torrential Drainage Basins of Serbia, Poster Report Booklet; Symposium AHS: Sediment transport through the fluvial system; Moscow, August 2004,p.p. 16-21. PEREIRA Júnior, Clodomir Barros Biotécnicas de proteção de taludes em aterros urbanos / Clodomir Barros Pereira Júnior. – Recife, 2015. 66 f.: il.

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Figura 1 – Biomanta. Figura 2 – Retentores de sedimentos Figura 3 - Vetiveria zizanioides L.

Tabela 1 – Parâmetros de Resistência ao cisalhamento

Tabela 2 – Índices físicos de cisalhamento das amostras

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Avaliação do filme de PVC e do pré-resfriamento sobre a conservação de brócolis

Ítalo de Souza Gomes Amorim(1); Acácio Figueiredo Neto(2); Josenara Daiane de

Souza Costa(3)

(1)Graduando em Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Juazeiro-BA,

[email protected]; (2)

Professor do Colegiado de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Juazeiro-BA;

(3)Mestranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande,

Campina Grande-PB.

RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência da aplicação do pré-resfriamento com gelo e do uso de filme PVC após a colheita sobre a conservação de inflorescências de brócolis armazenados a 5 ± 1°C e 85 ± 5 % UR. Procedeu-se à avaliação das inflorescências quanto à perda de massa fresca e aos teores de clorofila e de açúcares solúveis totais após os intervalos de tempo de 12, 24, 72, 168, 336 e 504 horas de armazenamento. O filme PVC foi o melhor tratamento para manter a qualidade, em termos de turgescência e de cor, de brócolis armazenados sob refrigeração (5°C e 85 % UR) Quanto ao consumo de carboidratos, tanto o uso de filme de PVC quanto o pré-resfriamento com gelo o reduziram nas flores de inflorescências de brócolis armazenadas a 5 °C e 85 % UR, até o sétimo dia de armazenamento. Termos de indexação: Hortaliças, qualidade, armazenamento.

INTRODUÇÃO

Um dos fatores que limitam a armazenagem

pós-colheita de brócolis é a perda de massa fresca, que está fortemente associada à perda de firmeza (murchamento) e à perda da cor verde, com o conseqüente amarelecimento dos floretes, devido à degradação da clorofila (Gillles & Toivonen, 1995). Klleber et aI. (1993), estudando o pré-resfriamento de brócolis com cobertura de gelo, verificaram que esse tratamento retardou a murcha pós-colheita de brócolis.

Todavia, a combinação de pré-resfriamento com gelo raspado e o uso de filme de PVC poderia favorecer a presença de água líquida no interior da embalagem, promovendo a deterioração dos brócolis (Bracketi, 1987).

Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito do pré-resfriamento com gelo raspado e da embalagem com filme de PVC sobre a conservação pós-colheita de brócolis armazenado sob refrigeração.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas inflorescências de brócolis (Brassica oleracea L.) obtidas de plantas cultivadas em Horta Periurbana na cidade de Petrolina e após a colheita levadas ao Laboratório de Armazenamento Produto Agrícola da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).

Imediatamente, elas foram submetidas aos seguintes tratamentos: 1 - gelo raspado aplicado na base da inflorescência, cobrindo 2/3 dessa por 2 horas, em condições ambiente, com temperatura média de 25ºC e Umidade Relativa (UR) de 85 %; 2 - cobertura individuai de cada inflorescência com filme de PVC (151m de espessura), sem pré-resfriamento; 3 - controle, sem gelo e sem filme de PVC, Após o período de aplicação dos tratamentos, as inflorescências foram armazenadas em câmara fria, com temperatura e UR ajustadas para 5 ± 1 DC e 85 ± 5 %, respectivamente.

Procedeu-se à avaliação das inflorescências quanto à perda de massa fresca e aos teores de clorofila e de açúcares solúveis totais após os intervalos de tempo de 12, 24, 72, 168, 336 e 504 horas de armazenamento. A perda de massa foi expressa em porcentagem. A estimativa dos teores de clorofila total foi feita por meio de espectrofotometria (Arnon, 1949) e os resultados foram expressos em mg g'l MS. A quantificação de açúcares solúveis totais nas inflorescências foi realizada segundo o método fenol-sulfúrico (Dubois et aI., 1956).

O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema de parcelas subdivididas. Nas parcelas foram avaliados os tratamentos (controle, pré-resfriamento e filme de PVC) e nas subparcelas, os intervalos de avaliação (12, 24, 72, 168, 336 e 504 horas). Os dados foram submetidos à análise de variância, comparando-se as médias pelo teste de Tukey à 5 % de probabilidade.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas inflorescências pré-resfriadas e que receberam o tratamento controle, a perda de turgidez ocorreu entre o segundo e terceiro dia, correspondendo à perda de massa fresca de cerca de 11 % em relação à massa inicial (Tabela 1). Todavia, o filme de PVC foi mais eficiente que o gelo para evitar a perda de massa fresca durante o período de armazenamento, verificando-se nos brócolis, aos 21 dias de armazenamento, perda de apenas cerca de 1,01 % da massa inicial.

Tabela 1 - Valores médios de perda de massa acumulada (%) em inflorescências de brócolis durante o armazenamento a 5°C e 85% UR.

Médias seguidas por uma mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

Os brócolis embalados com filme de PVC

apresentaram menor degradação de clorofila. O teor médio de clorofila dos brócolis embalados foi de 210,34 mg 100 s' MS, aos 24 dias de armazenamento, valor esse correspondente a 88 % do teor inicial de clorofila (Tabela 2). Tabela 2 - Valores médios dos teores de clorofila (mg 100 g" MS) durante o armazenamento de inflorescências de brócolis a 5 ºC e UR de 85 %,

Médias seguidas por uma mesma letra na coluna não diferem

significativamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

Aos 14 dias de armazenamento dos brócolis a

5 °C e 85 % UR, houve queda de aproximadamente 40 % dos teores médios de clorofila, com valores finais de 130, 12 e 137,03 mg 100 g.' MS•', respectivamente, para os brócolis que receberam os tratamentos controle e pré-resfriamento (Tabela 2). Segundo Leja et aI. (2002), a baixa temperatura e o filme plástico favorecem a inibição da senescência dos brócolis, preservando a clorofila e a qualidade visual, corroborando o que foi observado neste estudo.

Houve queda acentuada dos teores de açúcares solúveis nas primeiras 24 horas pós-

colheita, em conseqüência da pita demanda respiratória resultados que confirmam os obtidos por Endres (1996), que observaram queda acentuada de açúcares solúveis em brócolis nas primeiras 24 horas de armazenamento a 20°C.

As flores das inflorescências embaladas com filme de PVC apresentaram níveis de açúcares mais elevados até 168 horas, todavia não houve diferença estatística entre os resultados dos tratamentos ao final de 14 dias (336 horas) de armazenagem (Tabela 3).

Tabela 3 - Valores médios dos teores de açúcares solúveis totais (mg g" MS) em inflorescências de brócolis durante armazenamento a 5 °C e 85 % UR.

Médias seguidas por uma mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade.

CONCLUSÕES O filme PVC é o melhor tratamento para manter

a qualidade, em termos de turgescência e de cor, de brócolis armazenados sob refrigeração (5°C e 85 % UR).

REFERÊNCIAS ARNON, 0.1. Copper enzyme in isolated chloroplasts. Polyphenoloxidase in Beta vulgaris. Plant Physiology, ~24,p.411-416,1949. BRACKETT, R.E. Microbiological consequences of minimally processed fruits and vegetables. Journal of Food Quality, v.1 O, p.195-206, 1987.

DUBOIS, M.; GILLES, K. A.; HAMILTON, J.K.; REBERS, PA; SMITH, F. Colorimetric method for deterrnination of sugars and related substances. Analytic Chemistry, V. 28, p. 350-356, 1956. ENDRES, L. Características da senescência Pós-colheita de brócolis (Brassica oleracea L. varo italica cv. Piracicaba Precoce). 1996.60 f.

Dissertação (Mestrado em Fisiologia Vegetal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG. 1996. GILLlES, S.L.; TOIVONEN, P.M.A. Cooling method influences the postharvest quality of broccoli. HotScience, v. 30, n. 2, p. 313-315, 1995. KLlEBER, A.; JEWELL, L.; SIMBEYA, N. Ice or an ice-replacement agent does not improve refrigerated broccoli storage at 1 ºC. Hort Technology, v. 3, p. 317-318, 1993. LEJA, M.; MARECZEK, A; ATARZYNASKA, A.; ROZ, S. Antioxidant ability of broccoli flower buds during short-term. Food Chemistry, v. 72, p. 219-222, 2002.

Período de armazenamento (horas)

Tratamentos 12 24 72 168 336 504

Controle 214,27A 194,58A 190,30A 154,40B 130,12B -

Pré-Resfriamento

216,44A 207,96A 206,62A 189,69AB 137,03B -

Filme PVC 228,20A 236,19A 234,52A 209,60A 227,47A 210,34

Período de armazenamento (horas)

Tratamentos 12 24 72 168 336 504

Controle 97,89B 83,39B 95,83B 85,34B 82,52A -

Pré-Resfriamento

100,01A 90,94B 95,52B 96,28AB 87,10A -

Filme PVC 113,49A 107,51A 108,07A 102,34A 85,97A -

Período de armazenamento (horas)

Tratamentos 12 24 72 168 336 504

Controle 2,91 A 5,69 A 11,12 A 27,83 A 48,86 A -

Pré-Resfriamento

2,13 B 3,75 B 11,05 A 30,64 A 48,20 A -

Filme PVC 0,25 C 0,18 C 0,27 C 0,71 B 0,85 B 1,01

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Avaliação do Índice de Anomalia de Chuva (IAC) para Arinos-MG (1986-2014)

Willyan Caldeira Corte1, Rodrigo Nogueira Martins1, Danilo Pereira Ribeiro2

1Acadêmico de Engenharia Agrícola e Ambiental – IFNMG/Januária, e-mail: [email protected]; [email protected] 2Professor do IFNMG/Januária, Doutor em Recursos Hídricos e Ambientais, e-mail:[email protected]

RESUMO O município de Arinos (15º 54’ 19’’ S e 46º 6’ 32’’ W), altitude de 507 m, está localizado na região noroeste do estado de Minas Gerais, mais precisamente na Microrregião de Unaí. O presente trabalho visou a avaliação do grau de severidade dos eventos hidrológicos no município para a série histórica. Os dados pluviométricos mensais de uma série histórica de 29 anos (1986-2014) foram tabelados e os meses sem dados pluviométricos foram corrigidos com auxílio do método de regressão simples com base nos dados da estação vizinha mais próxima. Depois do preenchimento das falhas, os dados foram agrupados por ano. E posteriormente os dados anuais foram utilizados para o cálculo do Índice de Anomalia de Chuvas (IAC) para classificação dos anos. Após a classificação é possível observar que há a predominância de períodos úmidos na série histórica estudada, sendo a série histórica composta por 18 anos úmidos (62%) e 11 anos secos (38%). Embora a análise da série mostre que há a predominância de anos úmidos no município, é possível observar que nos últimos 8 anos da série, há a ocorrência de 4 anos secos, apresentando dentre esses 2 anos classificados como extremamente secos. O índice de anomalia de chuva mostrou-se eficiente para avaliação do grau de severidade dos eventos hidrológicos. Ficou constatado a partir do estudo uma tendência de aumento da frequência de anos secos.. Termos de indexação: precipitação, severidade, seca.

INTRODUÇÃO O IAC vem sendo constantemente usado por

profissionais como uma importante ferramenta na análise das precipitações

considerando-se sua simplicidade de manuseio (SANCHES et al., 2014).

No trabalho de Campos et al. (2015) o IAC foi utilizado como um dos recursos para avaliação do impacto nos cenários futuros das possíveis

mudanças climáticas na bacia hidrográfica do rio do Curimataú.

Arinos, Minas Gerais, tem uma economia baseada na agricultura e pecuária, sendo de grande importância a análise das condições de tempo e clima da região que podem influenciar a produção do município. Portanto, objetivou-se com este trabalho avaliar os índices de anomalias de chuva para Arinos-MG, a partir de uma série histórica de 29 anos (1986-2014).

MATERIAL E MÉTODOS O município de Arinos (15º 54’ 19’’ S e

46º 6’ 32’’ W), altitude de 507 m, está localizado na região noroeste do estado de Minas Gerais, mais precisamente na Microrregião de Unaí. Para desenvolvimento do trabalho foram utilizados dados pluviométricos mensais disponibilizados gratuitamente no site do INPE. Os dados pluviométricos mensais de uma série histórica de 29 anos (1986-2014) foram tabelados e os meses sem dados pluviométricos foram corrigidos com auxílio do método de regressão simples com base nos dados da estação vizinha mais próxima. Depois do preenchimento das falhas, os dados foram agrupados por ano. E posteriormente os dados anuais foram utilizados para o cálculo do Índice de Anomalia de Chuvas (IAC), desenvolvido e utilizado por Rooy (1965) e adaptada por Freitas (2004), equações 1 e 2.

Equação 1:

NM

NNIAC 3 , para anomalias

positivas

Equação 2:

NX

NNIAC 3 , para

anomalias negativas Sendo: N = precipitação observada (mm);

N = precipitação média da série histórica (mm);

M = média das dez maiores precipitações anuais da série histórica (mm);

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X = média das dez menores precipitações anuais da série histórica (mm). Os resultados das análises foram agrupados de acordo com a metodologia sugerida por Freitas (2005) e readaptada por Araújo et al. (2009) (Tabela 1). Tabela 1. Classes de Intensidade do Índice de Anomalia de Chuvas (IAC) para Arinos-MG.

Índice de Anomalia de Chuva (IAC)

Faixa do IAC Classe de

Intensidade De 4 acima Extremamente

Úmido 2 a 4 Muito Úmido 0 a 2 Úmido 0 a -2 Seco -2 a -4 Muito Seco

De -4 abaixo Extremamente Seco

Fonte: Freitas (2005) readaptada por Araújo et al. (2009)

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Classificando os IAC’s de acordo com o grau de severidade dos eventos, observa-se que há a predominância de períodos úmidos na série histórica estudada, sendo a série histórica composta por 18 anos úmidos (62%), variando entre as classes de Úmido, Muito Úmido ou Extremamente Úmido, e 11 anos secos (38%) ao longo da série sendo classificados Seco, Muito Seco ou Extremamente Seco (Figura 1 em anexo).

Embora a análise da série mostre que há a predominância de anos úmidos no município, é possível observar que nos últimos 8 anos da série, há a ocorrência de 4 anos secos, apresentando dentre esses 2 anos classificados como extremamente secos. Fato esse, que não é observado nos anos anteriores da série histórica. Isso mostra que o ciclo hidrológico da região está sendo drasticamente afetado pelas mudanças climáticas.

CONCLUSÕES

O índice de anomalia de chuva mostrou-se eficiente para avaliação do grau de severidade dos eventos hidrológicos. Ficou constatado a partir do estudo uma tendência de aumento da frequência de anos secos, sendo esses dados essenciais para que a municipalidade de Arinos se conscientize sobre a importância do sistema de abastecimento do município, já que a falta de um sistema de abastecimento eficiente, e o aumento da frequência de anos secos e a diminuição da precipitação anual, podem afetar negativamente a economia do município.

REFERÊNCIAS

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precipitação e da quadra chuvosa da Bacia do Rio Paraíba utilizando índice de anomalia de chuva (IAC). Ambi-Agua, v.4, p.93-110, 2009.

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FREITAS, M. A. S. A Previsão de Secas e a Gestão Hidroenergética: O Caso da Bacia do Rio Parnaíba no Nordeste do Brasil. In: Seminário Internacional sobre Represas y Operación de Embalses, 2004, Puerto Iguazú. Anais do Seminário Internacional sobre Represas y Operación de Embalses. Puerto Iguazú: CACIER, v. 1. p. 1-1. 2004 SANCHEZ, F. O.; VERDUM, R.; FISCH, G. O Índice de Anomalia de Chuva (IAC) na avaliação das precipitações anuais em Alegrete/RS (1928-2009). Caminhos de Geografia Uberlândia. v.15, n.5, 73-84, 2014.

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ANEXOS: Figura 1. Índice de Anomalia de Chuva (IAC) para Arinos (1986-2014)

-8

-6

-4

-2

0

2

4

61986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

19

93

19

94

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

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IAC

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1

Avaliações físicas de grãos de soja (Glycine max (L.) Merrill)

Fabiane Pereira da Silva Vieira1; Jorge Alfredo Luiz França2; Murillo Pires Ferreira3; Bruno Peres Romeiro4

1 Discente em Engenharia Agrícola, Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí/Urutaí – GO, [email protected]; 2 Mestrando em Fitotecnia, Universidade Federal de Uberlândia/ Uberlândia – MG; 3

Engenheiro Agrícola; 4 Engenheiro Agrícola.

RESUMO: A qualidade dos grãos é um parâmetro bastante relevante para comercialização e processamento, podendo afetar o valor do produto. Objetivou-se neste trabalho a avaliação da homogeneidade de grãos de soja através da determinação de algumas propriedades físicas, como circularidade, esfericidade, perímetro, volume, massa específica aparente e unitária e porosidade dos grãos. Foram utilizadas sementes de soja da marca Nidera, Pionner e grãos comuns. O trabalho foi desenvolvido no laboratório de sementes do Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí, localizado no município de Urutaí, estado de Goiás. Para cada parâmetro analisado foram realizadas três repetições. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. As sementes Pionner apresentaram maior valor de massa específica aparente, seguida dos grãos comuns e sementes Nidera. O formato mais aproximado para a esfera foi observado nas sementes Pionner, com valor de esfericidade superior a 90 %.

Termos de indexação: circularidade, esfericidade, porosidade, qualidade.

INTRODUÇÃO

Segundo Brooker et al. (1992), a qualidade dos grãos é um parâmetro bastante relevante para comercialização e processamento, podendo afetar o valor do produto. Apesar de toda a tecnologia disponível à agricultura brasileira, as perdas qualitativas e quantitativas, originadas durante o processo de pós-colheita, ainda não são bem controladas e, durante o armazenamento, a massa de grãos é constantemente submetida a fatores externos, os quais podem ser físicos, como temperatura e umidade; químicos, como fornecimento de oxigênio, e biológicos, como bactérias, fungos, insetos e roedores. Outro aspecto considerado crítico e determinante durante a comercialização dos grãos é a aparência. No que se refere à soja, alterações em propriedades químicas e físicas podem ocorrer durante a etapa de armazenagem (SINCLAIR, 1995). Objetivou-se neste trabalho a

determinação de algumas propriedades físicas de grãos de soja, como circularidade, esfericidade, perímetro, volume, massa específica aparente e unitária e porosidade dos grãos.

MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Sementes do Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí, GO, com altitude média de 821 m e latitude 17° 27 52 Sul e longitude 48° 12 13 Oeste. Segundo classificação Köppen, o clima é Cwa, caracterizado como úmido tropical com inverno seco e verão chuvoso. Foram utilizadas sementes de soja da marca Nidera, Pionner e grãos comuns. Em cada parâmetro analisado foram realizadas três repetições. Para a determinação das dimensões dos grãos foi utilizado um paquímetro digital. Cada amostra de grãos foi analisada por três integrantes do grupo a fim de obter médias das medidas e proporcionar prática laboratorial aos integrantes. Para a determinação da massa específica aparente foi utilizado um bécker de vidro de 50 ml e uma balança eletrônica de precisão com aproximação de 0,001 g. Colocou-se o bécker sobre a balança, em seguida tarou-se a balança. Foram colocados grãos de soja no bécker até o volume de 50 ml, em seguida, pesou-se a massa correspondente ao volume de 50 ml de grãos de soja. A massa específica aparente foi obtida dividindo-se a massa dos grãos pelo volume do bécker. Para a determinação da porosidade foi utilizada uma bureta graduada de vidro de 50 ml, óleo de soja e um bécker de 50 ml. Foram adicionados grãos de soja no bécker até o volume de 50 ml, em seguida foi adicionado óleo de soja na bureta até o volume de 50 ml. O bécker foi colocado abaixo da bureta, e em seguida a torneira da mesma foi aberta até o óleo completar o volume. Verificou-se o volume de óleo gasto para preencher os espaços porosos referentes ao volume de 50 ml. A porosidade foi determinada dividindo-se o volume de óleo gasto pelo volume do bécker. A massa específica unitária foi obtida dividindo-se a massa específica aparente por um menos a porosidade dos grãos. Os parâmetros foram obtidos pelas seguintes fórmulas:

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2

Circularidade (%):

Esfericidade (%):

Perímetro (mm):

Área (mm²):

Volume (cm³):

Massa específica aparente (g.cm-³):

Massa específica unitária (g.cm-³):

Porosidade (%):

em que: a= altura do grão (mm) b= largura do grão (mm) c= espessura do grã (mm) Mt= massa total dos grãos (g) Vt= volume total (ml) Vg= volume dos grãos E= porosidade (cm³.cm-3)

Os dados obtidos foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade para verificar possíveis diferenças entre as variáveis analisadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As sementes de soja da marca Pionner apresentaram o maior valor de circularidade dos grãos. De acordo com todos os avaliadores, a circularidade manteve-se sempre acima de 90%. Os grãos comuns apresentaram o menor valor de circularidade dos grãos. A circularidade do grão (C) não variou estatisticamente dentre os tratamentos, logo esta apresentou coeficiente de variação (CV) de 5,85% e média geral de 89,28%.

Também não houve diferença significativa para o perímetro do grão (P), com CV de 1,79% e média geral igual a 27,86 mm. Para a área do grão (A) foi observado média geral de 132,59 mm². Todavia o CV foi de 10,40%, sendo superior aos CV dos demais parâmetros. O volume do grão (V) foi estatisticamente igual entre os tratamentos, com CV de 8,8% e média geral igual 1,01 cm³. A esfericidade do grão (Ф) corresponde à maior aproximação para formato da esfera, esta igual a 100%. Houve diferença significativa entre as sementes Pionner e os grãos comuns, sendo o formato mais aproximado para esfera, referente as sementes Pionner de 90,46% e CV baixo de 1,79%. A amostra que apresentou maior valor de massa específica aparente (1,60 g.cm-³) foram as sementes Pionner, seguidas dos grãos comuns com valor de 1,48 g.cm-³, e das sementes Nidera com valor de 1,45 g.cm-³. Para os grãos comuns, a porosidade foi de 0,40 cm³ de ar para cada cm³ de grãos de soja, e massa específica unitária de 2,46 g.cm-3.

CONCLUSÕES

As sementes Pionner apresentaram maior valor de massa específica aparente, seguidas dos grãos comuns e sementes Nidera. O formato mais aproximado para a esfera, foi observado nas sementes Pionner, com valor de esfericidade superior a 90 %.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BROOKER, D. B.; ARKEMA, F. W. B.; HALL, C. W. Drying and storage of grains and oilseeds. New York: Van Nostrand Reinhold, 1992. 450p.

SINCLAIR, J. B. Reevaluation of grading standards and discounts for fungus damaged soybean seeds. Journal of the American Oil Chemists’ Society, v.72, n.12, p.1415-1419, 1995.

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Caracterização Morfométrica da Sub-Bacia do Ribeirão do Cachimbal,

Pinheiral-RJ(1)

Gaia-Gomes, J. H.(2); Pereira, M. G.(3); Delgado, R.C.(4); Salvador, C.A.(5); Lopes, G.S.(6)

(1)Trabalho executado com recursos da FAPERJ. (2)Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; Bolsista CAPES(3); Professor Titular do Departamento de Solos/IA; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected];(4)Professor Adjunto II; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; (5)Professor Adjunto I; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; (6)Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]. RESUMO: A identificação das homogeneidades em uma sub-bacia e o conhecimento dos fatores que a influenciam podem ser estudados por meio da associação de métodos qualitativos e quantitativos. Diante disso, esse estudo teve como objetivo caracterizar morfometricamente e avaliar a suscetibilidade da sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal a desastres naturais. A caracterização morfométrica foi baseada em (Christofoletti (1969, 1974); Rocha e Kurts (2001) e Strahler (1952)) e na utilização do programa ArcGIS 10.1. Verificou-se que a sub-bacia de Ribeirão do Cachimbal possui área total de 104,15 km², perímetro de 63,41 km, comprimento do rio principal de 21,79 km e rede de drenagem de 5ª ordem; o kC de 1,74; Ic de 0,33; e Kf de 0,34 classificam a sub-bacia como formato alongado, o que determina baixa probabilidade a enchentes. Termos de indexação: sub-bacia hidrográfica, modelo digital de elevação, morfometria.

INTRODUÇÃO

A bacia hidrográfica é uma área onde ocorre a drenagem das precipitações para o curso d’agua principal e seus afluentes, devido as suas características geográficas e topográficas. Para Rodrigues et al. (2008) ela é tomada como unidade de planejamento para uso e exploração dos recursos naturais, já que seus limites são permanentes dentro horizonte.

A análise morfométrica vem sendo utilizada para diferenciar áreas homogêneas dentro de uma bacia hidrográfica por meio da obtenção de dados quantitativos. Ela consiste na caracterização física da bacia, onde são verificados indicadores específicos, de maneira a qualificar as modificações ocorridas na área (Pissarra et al., 2004), através do uso de parâmetros calculados, como: comprimento de cursos d’água, fator forma, coeficiente de

conformidade, índice de circularidade, dentre outros ( Alves & Castro, 2003).

O modelo digital de elevação (MDE) pode ser adicionado ao processo de caracterização morfométrica como uma ferramenta de alta praticidade. Para Luiz et al. (2007) o MDE é definido como a representação digital de uma seção da superfície, por meio de coordenadas planimétricas e coordenadas correspondentes à elevação.

Diante desse contexto, o objetivo desse estudo foi caracterizar morfometricamente e avaliar a suscetibilidade da sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal a desastres naturais.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no município de Pinheiral, Rio de Janeiro, na região do Médio Paraíba Fluminense, na sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal, que compõe a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, localizado entre as latitudes 22°29’03’’S e 22°35’27’’S e entre as longitudes 43°54’49” W e 44°04’05”W. O programa ArcGis 10.1 foi utilizado para gerar o modelo digital de elevação, com a finalidade de se determinar algumas características morfométricas da sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal. As características morfométricas foram divididas em geométricas (área, perímetro, fator forma, coeficiente de compacidade (Kc), índice de circularidade (IC)) e rede de drenagem (comprimento do curso d’água principal, comprimento total dos cursos d’agua e a ordem dos cursos). A área e o perímetro total da bacia foi determinado através do programa ArcGis 10.1. O fator forma (Kf), o coeficiente de conformidade (Kc) e o índice de circularidade (IC) foram determinadas com base em Christofoletti (1969, 1974) e Rocha e Kurts (2001). Sendo encontrados com as seguintes equações: O Kf foi determinado pela seguinte equação:

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em que, Kf –Fator forma; L – Comprimento do eixo da bacia, em m; e A – Área de bacia, em m². O Kc foi determinado pela seguinte equação:

Kc = 0,28 P A

em que, Kc – Coeficiente de conformidade; P – Perímetro da bacia, em m;e A – Área da bacia, em m². O IC foi determinado pela seguinte equação:

Ic = 12,57 ∗ A/P² em que, IC – Índice de circularidade; P – Perímetro da bacia, em m; e A – Área da bacia, em m².

O comprimento do curso d’água principal, o comprimento total dos cursos d’agua e a ordem dos cursos foram determinadas por meio do uso do programa ArcGis 10.1. A ordem dos cursos d’água foi classificada segundo Strahler (1952) onde os menores canais são considerados de primeira ordem; os canais de segunda ordem surgem da confluência de dois canais de primeira ordem; os canais de terceira ordem da confluência de dois canais de segunda ordem; os canais e quarta ordem da confluência de dois canais de segunda ordem, e assim sucessivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontrados são apresentados na Tabela 1. A sub-bacia de Ribeirão do Cachimbal possui área total de 104,15 km², perímetro de 63,41 km e comprimento do rio principal de 21,79 km. Os valores verificados para o coeficiente de compacidade (Kc), índice de circularidade (IC) e para o fator forma (Kf), classificam a sub-bacia de Ribeirão do Cachimbal com formato alongado. Tal formato facilita o escoamento da água (Torres et al., 2011), e conseqüentemente diminuição da suscetibilidade a enchentes em condições normais de precipitação (Cardoso et al., 2006).

Verificou-se que a sub-bacia estudada possui ramificações de quinta ordem, o que aponta um sistema de drenagem pouco ramificado, mantendo padrão similar ao constatado por Abdala et al. (2009).

Tabela 1 - Características físicas da sub-bacia hidrográfica do Ribeirão do Cachimbal/ Pineiral-RJ.

CONCLUSÃO

A drenagem da sub-bacia é pouco ramificada. O método utilizado mostra-se adequado e de alta

praticidade, podendo ser emrpegado em estudos em outras localidades.

A sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal não apresenta propensão a enchentes devido ao seu formato alongado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDALA, V.L.; TORRES, J.L.R; BARRETO, A.C. Análise hidrológica das nascentes da bacia do alto curso do rio Uberaba. Caminhos de Geografia Uberlândia v. 10, n. 31, p.171-183, 2009. ALVES, J. M. P.; CASTRO, P. T. A. Influência de feições geológicas na morfologia da bacia do rio Tanque (MG) baseada no estudo de parâmetros morfométricos e análise de padrões de lineamentos.Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 33, n.2,p117-127,2003. CARDOSO, C. A. et al. caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Debossan, Nova Friburgo, RJ. Revista Árvore, v.30, n.2, p.241-248, 2006. CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas. Noticia Geomorfológica, v.9, n.18, p.35-64, 1969. CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1974. 150p. LUIZ, S.; SANTOS, A.R.S.; BRENNER, T.L.“Geração de Modelo Digital de Elevação a partir de Imagens Reference Stereo do Satélite IKONOS”. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis – SC, INPE, p. 581-587, 2007. PISSARRA, T. C. T.; POLITANO, W. ; FERRAUDO, A. S. Avaliação de características morfométricas na relação solo-superfície da bacia hidrográfica do córrego rico, Jaboticabal (SP). Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, n.2,p.297-305, 2004. ROCHA, J. S. M.; KURTS, S. M. J. M. Manual de manejo integrado de bacias hidrográficas. 4.ed. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 120p, 2001. RODRIGUES, F. M.; PISSARRA, T. C. T.; CAMPOS, S. Caracterização morfométrica da microbacia hidrográfica

Kf =A

L2

Índices morfométricos Unidade Valores Área km2 104,15 Perímetro km 63,41 Fator forma (Kf) ---- 0,34 Coeficiente de compacidade (Kc)

---- 1,74

Índice de circularidade (IC) ---- 0,33 Comprimento do rio principal km 21,79

Comprimento total km 288,11 Ordem da bacia ---- 5

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do córrego da Fazenda da Glória, município de Taguaritinga, SP. Irriga, v.13, n.3, p.310-322, 2008. STRAHLER, A. N. Hypsometric analysis of erosional topography. Bulletin Geological Society of America,63, p.1117 -1142, 1952. TORRES, J. L. R.; PEREIRA, M. G.; OLIVEIRA, F. A. DE; PAIVA, J. DE; CORNÉLIO, E. DE P.; FERNANDES, F. S. Análise das características quantitativas e qualitativas da microbacia do córrego barreiro, afluente do rio Uberaba. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.35, n.4, p.931-939, 2011.

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Coagulação/Floculação de Efluente de Abatedouro Utilizando Moringa Oleifera Lam como Coagulante(1).

Aline de OLIVEIRA(2), Talita WERBERICH(3), Milene Carvalho BONGIOVANI(4),

Roselene Maria SCHNEIDER(5), Adriana Garcia do AMARAL(6).

(1) Trabalho executado com recursos da FAPEMAT. (2,3) Estudante; Universidade Federal de Mato Grosso; Sinop; Mato Grosso; [email protected](2), [email protected](3); (4,5,6) Professor; Universidade Federal de Mato Grosso; Sinop; Mato Grosso; [email protected](4), [email protected](5), [email protected](6).

RESUMO: Por conta da necessidade crescente de tratamentos alternativos de águas residuárias de baixo custo e de fácil acesso, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de um produto natural (Moringa oleifera lam), quando utilizado como agente coagulante, na remoção de turbidez e cor de um efluente proveniente de abatedouro de suínos. O coagulante foi preparado, em solução salina (NaCl – 1M) e solução salina (KCl – 1M), todas as soluções do coagulante foram preparadas no momento do ensaio. Para avaliação do efeito do coagulante no efluente, foram realizados ensaios de coagulação/floculação utilizando o aparelho Jar- test, sendo avaliados os efeitos das dosagens de 200, 500, 1000, 1500 e 2000 mg.L-1 de Moringa em solução salina (NaCl e KCl). Os parâmetros analisados foram cor e turbidez. Pelos resultados da análise estatística, as dosagens ótimas obtidas para o coagulante Moringa NaCl e Moringa KCl foram 1000 mg.L-1 e 1500 mg.L-

1, respectivamente. Com estas dosagens observou-se remoções dos parâmetros analisados quando da utilização da solução salina NaCl (63,9% turbidez e 56,3% cor) e quando se utiliza o coagulante em solução salina KCl (57,4% turbidez e 45,2 % cor).

Termos de indexação: turbidez, cor, coagulante natural.

INTRODUÇÃO

A intensificação da suinicultura nas últimas décadas, fazendo face a uma maior procura dos seus produtos, contribui para a produção de grandes quantidades de efluentes, cujo armazenamento, tratamento e destino final levantam problemas ambientais.

Cerca de 85% da água utilizada no processo agroindustrial de um abatedouro é descartada como efluente. O mesmo é composto por grande quantidade de sangue, gorduras, excrementos e fragmentos de tecido. Esses elementos geram grande quantidade de matéria orgânica, além de alta concentração de sólidos em suspensão e alta demanda bioquímica de oxigênio (DBO) (Amuda e Alade, 2006; Bazrafshan et al., 2012).

Tratamento de efluentes provenientes de atividades agroindustriais tem sido extensivamente estudado em sistemas de tratamento biológico convencionais (Escobar et al., 2005) por serem eficazes e econômicos. No entanto, tempos de retenção hidráulica longos e grandes exigências de área tornam estes processos por vezes menos atraentes do que os tratamentos físico - químicos, que necessitam de menor tempo de retenção, como a coagulação/floculação (Drogui et al., 2008), sendo a busca por coagulantes naturais o alvo de muitos estudos (Beltrán-Heredia et al., 2010; Sánchez-Martín et al., 2010).

O aumento da carga residual, proveniente de atividades agroindustriais é uma problemática que baseia novas pesquisas de coagulantes naturais. Tendo isso em vista o presente trabalho buscou analisar a eficiência do extrato de semente de Moringa oleifera Lam, para remoção turbidez e cor de um efluente de abatedouro de suínos.

MATERIAIS E MÉTODOS

O efluente utilizado no trabalho foi

proveniente de um abatedouro de suínos, localizado no município de Sinop – MT, o mesmo não era submetido a qualquer tipo de tratamento preliminar. A amostra foi acondicionada em um recipiente e mantida resfriada. A mesma foi encaminhada para a realização de análises no laboratório para uma caracterização inicial. As análises feitas foram turbidez, UV254nm, DQO, DBO, SST, pH, turbidez e cor essas realizadas de acordo com o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005).

Para os ensaios de coagulação/floculação foi utilizado como coagulante natural, a semente de Moringa oleifera Lam. Este coagulante foi preparado, em duas soluções salinas (NaCl – 1M e KCl – 1M) denominados como MO (NaCl) e MO (KCl) na proporção 5% (m/v). Todas as soluções foram preparadas no momento do ensaio. Posteriormente ambos foram agitados por 30 minutos.

Os testes de coagulação/floculação/ sedimentação foram realizados em aparelho jar- test de seis provas com regulador de rotação para a mistura das soluções. Os ensaios experimentais

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foram realizados com 6 (seis) amostras do efluente simultaneamente, em béqueres de 500 mL de capacidade, com 250 mL de efluente bruto. O pH das amostras foi mantido constante durante todo o experimento. Durante os testes com os coagulantes foram utilizadas diferentes condições de rotação e tempo no aparelho Jar- test, apresentadas na Tabela 1. A faixa de dosagem para o coagulante em solução durante os ensaios foi de 200, 500, 1000, 1500 e 2000 mg.L-1. O valor ótimo de dosagem foi aquele com a redução mais significativa do valor de turbidez e cor em termos de porcentagem. Para avaliar a melhor faixa de dosagem dos coagulantes MO (NaCl) e MO (KCl), foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial no arranjo 2x5, sendo os fatores: dois tipos de coagulantes (MO (NaCl) e MO (KCl)) e cinco dosagens para ambos os coagulantes, com três repetições, perfazendo um total de 15 experimentos para cada coagulante utilizando o programa Sisvar.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A caracterização do efluente está apresentada na Tabela 2. Observa-se altos valores de DBO e DQO e sólidos em suspensão, demonstrando que o efluente bruto dos experimentos apresentava alta carga orgânica.

Nos testes sem a adição de coagulante, observou-se queda dos níveis de cor (3433,33 uH) e turbidez (404 NTU) respectivamente, quando comparado ao efluente bruto, sendo isto devido a presença de sólidos sedimentáveis.

As médias dos residuais dos parâmetros cor e turbidez do efluente tratado pelo processo de coagulação/floculação com MO (NaCl) e MO (KCl) estão apresentadas na Tabela 3.

Em geral, analisando cada parâmetro, menores residuais de turbidez (< 200 NTU) e cor (< 1800), foram observados com dosagem na faixa de 1000-2000 mg.L-1 para a MO (NaCl) e 1500-2000 mg.L-1 para a MO (KCl), sendo observado nas mesmas dosagens, melhores remoções para a MO (NaCl). Sendo que estes não estão de acordo com a legislação (CONAMA 357/2005).

A Figura 1 mostra os gráficos das variáveis envolvidas de acordo com o delineamento fatorial, sendo avaliado as eficiências de remoção para os parâmetros turbidez e cor.

O teste Tukey para comparação múltipla foi usado para determinar a dosagem ideal de cada solução utilizada e qual a melhor solução a ser utilizado na preparação do coagulante Moringa oleifera Lam.

Quanto aos parâmetros de remoção, a análise estatística indica que as diferentes soluções preparadas são estatisticamente diferentes somente na dosagem de 1000 mg.L-1 para turbidez e 500 e 1000 mg.L-1 para cor (letras maiúsculas). Avaliando cada solução em diferentes dosagens (letras minúsculas), observa-se diferença estatística entre as dosagens, sendo que, para a MO (NaCl), a

melhor faixa de dosagem foi de 1000-2000 mg.L-1, e de 1500-2000 mg.L-1 para a MO (KCl). Para estas faixas de dosagens ótimas obtidas, verifica-se que os menores residuais de cor e turbidez foram observados quando da utilização da MO (NaCl) com recomendação de utilização da menor dosagem (1000 mg.L-1), já que minimiza os custos no tratamento do efluente. Com estas dosagens observou-se remoções dos parâmetros analisados (> 60% para turbidez e > 55% para cor) com residuais (< 150 NTU para turbidez e < 1500 uH para cor).

CONCLUSÕES

Dentre as duas soluções utilizadas com a Moringa oleifera Lam, a MO (NaCl) foi a que apresentou maior remoção de turbidez e cor utilizando menor dosagem (1000 mg.L-1). Apesar dos residuais de cor e turbidez do efluente tratado não estarem de acordo com a legislação vigente, este tratamento pode ser considerado um pré-tratamento do efluente. Diante dos resultados apresentados pode-se concluir que a Moringa possui potencial coagulante, necessitando de estudos mais aprofundados com a finalidade de avaliar se há algum componente com potencial coagulante que esteja mascarado e aumente sua eficiência na coagulação/floculação.

REFERÊNCIAS

AMUDA, O. S.; ALADE, A., 2006, “Coagulation/ flocculation process in the treatment of abattoir wastewater”, Desalination, v. 196, pp. 22-31. APHA American Public Health Association, 2005, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 21st, Centennial Edition, Washington. BAZRAFSHAN, E., MOSTAFAPOUR, F.K., FARZADKIA, M., OWNAGH, K.A., MAHVI, A.H., 2012, Slaughterhouse wastewater treatment by combined Chemical Coagulation and Electrocoagulation Process, PLoS One, v. 7, pp. 1-8. BELTRÁN-HEREDIA, J., SÁNCHEZ-MARTÍN, J., GÓMEZ-MUÑOZ, M.C., 2010, “New coagulant agents from tannin extracts: Preliminary optimization studies”, Chemical Engineering Journal, v. 162, pp. 1019-1025. BONGIOVANI, M. C.; KONRADT-MORAES, L. C.; BEGAMASCO, R. et al. Os benefícios da utilização de coagulantes naturais para obtenção de água potável. Acta Scientiarum Technology, 2010, v. 32, p. 167-170, Maringá, PR DROGUI, P.; ASSELIN, M.; BRAR, S.K.; BENMOUSSA, H.; BLAIS, J.F., 2008, “Electrochemical removal of pollutants from agro-industry wastewaters”, Separation and Purification Technology, v. 61, pp. 301-310. ESCOBAR, F. C.; MARIN, J.P.; MATEOS, P. A.; GUZMAN, F. R.; BARRANTES, M. D., 2005, “Aerobic purification of dairy wastewater in continuous regime: Part II: Kinetic study of the organic matter removal in two reactor configurations”, Biochemical Engineering Journal, v. 22, pp. 117-124. SÁNCHEZ-MARTÍN, J., BELTRÁN-HEREDIA, J., SOLERA-HERNÁNDEZ, C., 2010, “Surface water and wastewater treatment using a new tannin-based coagulant. Pilot plant trials”, Journal of Environmental Management, v. 91, pp. 2051-2058.

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FIGURAS E TABELAS

Tabela 1 – Condições Jar- test Parâmetros M. NaCl M. KCl

velocidade de mistura rápida (rpm) 95 95 tempo de mistura rápida (min) 2 2

velocidade de mistura rápida (rpm) 35 35 tempo de mistura rápida (min) 30 30 tempo de sedimentação (min) 60 60

(Amuda e Alade, 2006)

Tabela 2 - Caracterização do efluente Parâmetros Valores

Turbidez (NTU) 870 Cor (uH) 5700

pH 6,58 UV254nm (cm-1) 2,653 DQO (mg.L-1) 1611,11 DBO (mg.L-1) 927,5 SST (mg.L-1) 1080,0

Tabela 3 - Médias dos residuais de turbidez e cor na determinação da dosagem ótima dos coagulantes PAC

e Tanfloc Dosagem Turbidez Residual Cor Residual

mg.L-1 MO. NaCl MO. KCl MO. NaCl MO. KCl 200 433,3 381,0 3886,7 3946,7 500 365,0 406,0 3366,7 4280,0 1000 146,0 273,7 1500,0 2473,3 1500 201,3 172,0 1773,3 1880,0 2000 182,3 128,7 1433,3 1646,7

Figura 1 – Análise dos parâmetros (1) turbidez e (2) cor na etapa de coagulação/floculação utilizando os coagulantes PAC e Tanfloc. Letras minúsculas (avaliação da dosagem para cada coagulante) e letras

maiúsculas (avaliação do coagulante em cada dosagem) nos pontos dos gráficos identificam diferentes grupos estatísticos (Teste Tukey, p < 0,05)

-20

0

20

40

60

80

100

200 500 1000 1500 2000

Re

mo

ção

de

Tu

rbid

ez

(%)

Dosagem (mg.L-1)

MO (NaCl) MO (KCl)

b

-40

-20

0

20

40

60

80

100

200 500 1000 1500 2000

Re

mo

ção

de

Cor

(%)

Dosagem (mg.L-1)

MO (NaCl)

bB

bA

bA cA

bAcA

aA

aA

bB

bA bA

aA aA

bA

cA

cA

aA aA aA aA

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Crescimento Inicial da Cana-de-açúcar Submetida ao

Estresse Salino e Duas Frações de Lixiviação

Leandro Candido Gordin(1); Marcone da Silva Barros(1); Raquele

Mendes Lira(2); Erick Bruno Pacheco Albuquerque(1); Gerônimo Ferreira da

Silva(3); Enio Farias de Franca e Silva(4)

(1) Bolsista de Iniciação científica/PIBIC, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE

(2) outoranda em Engenharia Agrícola, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE

(3) Prof. Adjunto, Depto. Engenharia Agrícola, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE

(4) Prof. Associado, Depto. Engenharia Agrícola, Univ. Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE

RESUMO: O estresse salino tem influência sobre os processos fisiológicos e o metabolismo das plantas. Isto ocorre devido à redução do potencial osmótico da solução do solo, que restringe a absorção de água pelas raízes. A utilização de águas com elevadas concentrações de sais na irrigação podem influenciar ainda mais estes danos. Porém, a utilização da fração de lixiviação poderá proporcionar um ambiente mais tolerável para as plantas, por transportar os sais para áreas mais distantes das raízes. Sabendo que cada cultura responde diferentemente as mesmas condições em que são submetidas, objetivou com o presente trabalho avaliar o crescimento inicial da cana-de-açúcar submetida ao estresse salino e duas frações de lixiviação. O experimento foi conduzido em lisimetros de drenagem na Estação de agricultura irrigada Professor Ronaldo Freire de Moura, Universidade Federal Rural do Pernambuco(UFRPE), Recife. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2 com 4 repetições, sendo: cinco níveis de salinidade da água de irrigação: T1=0,5; T2=2,0; T3=3,5; T4=5,0 e T5=6,5 dS m-1, obtidos com a adição de NaCl e CaCl2na água de abastecimento e duas frações de lixiviação correspondente a: L1=100% e L2=120% da evapotranspiração da cultura. Conclui-se, que as variáveis de crescimento foram afetados negativamente

em função dos níveis de salinidade da água de irrigação, e que a lâmina L2 proporcionou maiores resultados independente do nível salino. Termos de indexação: Irrigação, Salinidade, Saccharum officinarum L.

INTRODUÇÃO A utilização de águas salobras na agricultura pode ocasionar danos de produção. O estresse salino geralmente afeta todos os aspectos da fisiologia e metabolismo das plantas. Isto ocorre devido à redução do potencial osmótico da solução do solo, que provoca distúrbios nutricionais e efeitos específicos de alguns íons (ESTEVES E SUZUKI, 2008). Geralmente, o primeiro efeito da salinidade no desenvolvimento das culturas é a redução no crescimento, provocado pelo decréscimo no potencial hídrico da solução do solo a nível abaixo do necessário para que ocorra a absorção de água pelas células das raízes (TAIZ; ZEIGER 2004). Os danos provocados as culturas devido o uso da irrigação com água salobras podem ser reduzidos com a utilização de uma fração lixiviação, no qual, tende a

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transportar o sais para áreas mais distantes das raízes, e reduzir, assim,os efeitos da salinidade sobre as plantas. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA 2014,), o Brasil e maior produtor mundial de açúcar e etanol, produtos oriundos da cana-de-açúcar e tem volume previsto para exportações de 32,6 milhões de toneladas. No entanto, o cultivo em Pernambuco ocorre comumente em áreas litorâneas, no qual, a água utilizada para irrigação pode apresentar altos teores de sal. Diante do exposto objetivou com o presente trabalho avaliar o crescimento inicial da cana-de-açúcar submetida ao estresse salino e duas frações de lixiviação. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na estação de agricultura irrigada Professor Ronaldo Freire de Moura, em lisímetros de drenagem, na Universidade Federal Rural do Pernambuco(UFRPE) – Campus Recife. A área experimental foi composta por uma bateria de 40 lisímetros de drenagem, com capacidade de 1.000 L, diâmetro externo na borda superior 1.380 mm e altura externa de 745 mm, eqüidistantes a 1,20 m, nas duas direções, e as caixas assentadas a 0,65 m de profundidade, ficando uma borda de 0,10 m acima da superfície do solo para evitar a entrada de água de chuva ou irrigação, proveniente do escoamento superficial, (ALBUQUERQUE FILHO et al., 2009). Além da estação lisimétrica foram coletados os dados climáticos em uma estação meteorológica climatológica automática, para que diariamente fosse estimado a evapotranspiração de referência (ETo) e calculado a evapotranspiração de cultura (ETc), para realização da irrigação que foi procedida em sistema de gotejamento. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2 sendo cinco níveis de salinidade da água de irrigação: T1=0,5; T2=2,0; T3=3,5; T4=5,0 e T5=6,5 dS m-1, e

duas frações de lixiviação correspondente a: L1=100 e L2=120% da evapotranspiração da cultura e quatro repetições de cada tratamento totalizando 40 parcelas experimentais. Os níveis salinos foram obtidos com a adição de NaCl e CaCl2 a água de abastecimento, porém, o tratamento T1 (testemunha)não foi adicionado sais na água de abastecimento. A variedade da cana-de-açúcar estudada foi RB 867515. Plantou-se em cada lisímetro seis rebolos com duas gemas e aos 30 dias após a semeadura (DAS) realizou-se um desbaste deixando apenas três plantas por lisímetro com seus respectivos perfilhos que nasceram posteriormente. Aos 60 (DAS) foi iniciada a aplicação dos tratamentos e medido a altura e diâmetro das plantas, e posteriormente a cada 30 dias até os 150dias após a semeadura (DAS). Para medição da altura utilizou-se uma trena sendo medido a distância da superfície do solo até a última região auricular visível da folha +. Para medição do diâmetro utilizou-se um paquímetro digital na altura correspondente a 1/3 a partir da base. Os resultados encontrados foram submetidos à análise de variância e quando apresentaram significância foi realizada regressões e teste de Tukey quando as lâminas foram significativas. RESULTADOS E DISCURSSÃO Analisando a altura em função dos níveis de salinidade submetidos e lâminas de irrigação, pode-se observar através da análise de variância que, o fator salinidade apresentou significância de 1% de probabilidade aos 90 DAS, e também houve efeito da salinidade aos 120 e 150 DAS, sendo estas ao nível de 5% de probabilidade. Já para o fator lâmina apenas houve efeito significativo aos 150 DAS ao nível de 5% de probabilidade. Não ocorreu interação entre salinidade e lâminas de irrigação em nenhuma data analisada (Tabela 1). Já para a variável diâmetro, o fator salinidade apresentou efeito significativo a partir dos 90 DAS até a última análise aos 150 DAS. O fator lâmina apresentou significância a partir dos 120 DAS. Assim como ocorreu para altura, não

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houve interação entre salinidade e lâmina de irrigação em nenhuma análise (Tabela 2). Na figura 1 pode ser observada as regressões realizadas para a altura do colmo nos respectivos dias em que foi apresentado significância (90, 120 e 150 DAS) isto para o fator salinidade. Foi verificado que as menores alturas foi obtida com o maior nível salino, ou seja, em plantas que foram irrigadas com água de 6,5 dS m-1 sendo encontrado um valor médio de 1,5 m, e para as plantas testemunha as que não receberam sal na água de irrigação, esta altura média foi de 1,80 m, isto aos 150 DAS. Em trabalho realizado na Universidade do Estado da Carolina do Norte, García e Medina (2010) observaram um crescimento menor de plantas de cana-de-açúcar, irrigadas com NaCl, que as da testemunha, e, comparando esse sal com o Na2SO4, o efeito foi maior nas plantas que receberam cloreto de sódio. Na tabela 3 e 4, pode-se observar o teste de tukey realizado para as lâminas de irrigação aplicada, no qual, verificasse que aos 150 DAS a lâmina que proporcionou maiores alturas e diâmetro independente do nível salino, foi a lâmina L2. Na figura 2 encontram-se as análises de regressão realizadas para o diâmetro do colmo. Verifica-se de maneira geral que houve um aumento no diâmetro das plantas com o passar dos dias, sendo este aumento de maneira mais lenta para as plantas submetidas aos níveis mais salinos: CONCLUSÃO Conclui-se, portanto que a concentração de sais da água de irrigação afeta negativamente a altura e o diâmetro do colmo da cana-deaçúcar. A lâmina L2 proporcionou maiores diâmetros independente do nível salino. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE FILHO, J. A. C.; LIMA, V. L A.; MENEZES, D.; AZEVEDO, C. A. DANTAS NETO, J.; SILVA JÚNIOR, J. G. Características Vegetativas do Coentro Submetido a Doses do Polímero Hidroabsorvente e Lâminas de Irrigação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.13, n.6, p.671–679, 2009.

ESTEVES, B.S.; SUZUKI, M.S. Efeito da Salinidade Sobre as Plantas. Oecologia Australis, v.12, n.4, p.662-679, 2008. MAPA- Ministério da Agricultura e Pecuária. Cana-de-açúcar. Disponível em:http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/canade-acucar. Acesso em: 03 de Dezembro de 2015. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006

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Desempenho de Genótipos de Soja de Ciclo Semitardio /Tardio em Rondonópolis-MT

Rafael Ferreira da Silva (2); Thiago Aurélio Arruda Silva(3) ; Analy Castilho

Polizel de Souza(4).

(1) Trabalho executado com recursos do CNPq;

(2)Graduando; Universidade Federal de Mato Grosso; Rondonópolis, Mato Grosso;

[email protected]; (3)

Graduando; Universidade Federal de Mato Grosso; [email protected].

(2) Orientadora; Universidade Federal de Mato Grosso;

[email protected].

RESUMO: A cultura da soja possui uma

variação adaptabilidade, devido a grande

sensibilidade das cultivares ao fotoperíodo. A

ferrugem da soja, causada pelo fungo

Phakopsora pachyrhizi, tem sido a doença de

maior impacto. O objetivo deste trabalho foi

avaliar linhagens de soja de ciclo

semitardio/tardio, com o intuito de chegar as

novas cultivares que sejam resistentes ao fungo

Phakopsora pachyrhizi Syd, e caracteres

agronômicos favoráveis. O experimento foi

instalado no campus experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso, em

Rondonópolis/MT, em delineamento de blocos

casualizados, utilizando-se 30 genótipos, sendo

26 linhagens e 4 testemunhas, com três

repetições. Foram analisadas as seguintes

variáveis: Número de dias para floração, altura

da planta na maturação e floração, altura de

inserção da primeira vagem, teor de clorofila

(SPAD) e ferrugem asiática. As médias foram

submetidas á analise de variância e

comparadas pelo teste de Scott Knott, a 5 % de

probabilidade. Após análises estatísticas,

concluiu-se que os genótipos UFU 04, 05, 06,

10 e 19 apresentaram caracteres desejáveis

para a cultura da soja.

Termos de indexação: Glycine max; ferrugem;

produtividade.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max L.) é uma das

culturas mais cultivadas no mundo, estando

presente em quase todo o território brasileiro

(REZENDE et al., 2009). O cultivo da soja est

entre as atividades econômicas que

apresentaram crescimentos mais expressivos

no agronegócio mundial nas últimas décadas.

Altos rendimentos somente são obtidos

quando as condições ambientais são favoráveis

em todos os estágios de crescimento (GILIOLI

et al., 1995; MARTINS et al., 1999), assim, a

época de semeadura é um fator determinante

para o sucesso na busca de altas

produtividades, alcançadas quando se

conseguem justapor o desenvolvimento das

fases fenológicas da cultura com a presença de

ambiente climático favorável à expressão da

produtividade da cultivar em uso (OLIVEIRA,

2003). Com o surgimento da ferrugem asiática

(Phakopsora pachyrhizi) no Brasil, em 2001 o

uso de fungicidas foi intensificado e novas

moléculas foram registradas para o controle de

doenças na cultura.

Diante do exposto objetivou-se avaliar

linhagens de soja de ciclo semitardio /tardio,

afim de desenvolver cultivares com resistência

parcial ou total à ferrugem asiática da soja,

aumentando o desempenho dos caracteres

agronômicos da soja.

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio foi em Latossolo Vermelho,

safra 2014/2015, no período de Dezembro à

Abril no campus experimental do Curso de

Engenharia Agrícola e Ambiental da

Universidade Federal de Mato Grosso, no 50

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município de Rondonópolis/MT. O preparo do

solo foi realizado de acordo com a análise

química do solo e as recomendações da cultura.

Utilizou-se grade de discos intermediária. A

adubação foi realizada no momento da

semeadura, sendo 60 de P2O5 e de K2O kg ha-1

na área total do experimento. A calagem para a

correção da acidez do solo foi realizada na área

seguindo a recomendação de 2,26 t ha-1

.

O delineamento experimental foi de

blocos casualizados, foram utilizadas 26

linhagens de ciclo semitardio/tardio,

provenientes do Programa de Melhoramento

Genético de Soja da Universidade Federal de

Uberlândia, estando em fase de avaliações em

ensaios regionais, como testemunhas utilizou-se

as cultivares: UFUS XAVANTE, UFUS

IMPACTA, Msoy 8866 e Msoy 8787. Cada

parcela foi composta de 4 linhas de 4,0 m de

comprimento, espaçadas de 0,5 m, totalizando 8

m2.

A semeadura foi realizada em dezembro

de forma manual. Foi realizada a inoculação das

sementes no sulco de semeadura e aplicações

de fungicida conforme recomendado para a

cultura.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram submetidos a analise de

variância por meio do programa estatístico

Sisvar, utilizando o teste de F e as médias foram

agrupadas pelo teste de Scott e Knott (1974), a

5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com as análises de variância,

observou-se que para os caracteres número de

dias para floração, altura da planta na floração e

segunda leitura SPAD, houve diferenças

significativas entre os genótipos avaliados. Já as

variáveis altura de inserção de primeira vagem,

altura de planta na maturação e primeira leitura

SPAD, não houve diferença significativa entre

os genótipos avaliados (Tabela 1).

Quanto ao número de dias para a

floração destacaram-se: UFU 01, 02, 04, 05, 06,

09, 10, 11, 14, 15, 18, 19, 20, 24 e 25(Tabela 1).

Quanto à altura de plantas na floração, os

genótipos que se destacaram foram: UFU 4, 5,

8, 10, 20, 21, 23, 24, UFUS Impacta e Msoy

8866 (Tabela 1). Na segunda avaliação de

leitura SPAD destacaram-se: UFU 3, 6, 9, 10,

11, 15, 23 e Msoy 8866 (Tabela 1). Os

genótipos não diferem entre si quanto aos

valores de severidade e numero de pústulas

cm2, que medem o grau a ferrugem da soja.

CONCLUSÕES

Os genótipos UFUS 04, 05, 06, 10 e

19, apresentaram caracteres desejáveis para a

cultura da soja, mesmo com o ataque total da

ferrugem asiática.

REFERÊNCIAS

GILIOLI, J. L.; TERASAWA, F.; WILLEMANN, W.;

ARTIAGA, O. P.; MOURA, E. A. V. & PEREIRA, W.

V. 1995. Soja: Série 100. FT Sementes, Cristalina,

Goiás. 18 p. (Boletim Técnico 3).

OLIVEIRA, E. de. 2003. Comportamento de

genótipos de soja quanto a doenças de final de

ciclo e qualidade de sementes em diferentes

ambientes no Estado de Goiás. Tese de Doutorado.

Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás.

177p.

REZENDE, D. F. Implicações da interação genótipo

por ambiente e divergência genética das linhagens

de soja. 2009. 147 f. Dissertação (mestrado em

fitotecnia), Universidade Federal de Uberlândia,

Uberlândia MG, 2009.manejo para uma doença

reemergente. Revisão Anual de Patologia de Plantas,

v.13, p.351- 395, 2005

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Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Scott-Knot

Tabela 1. Número de dias para floração (NDF), Altura da Planta na Floração (APF), 1° e 2° Leitura do teor de

clorofila (SPAD), Altura da Planta na Maturação (APM), Altura de Inserção da Primeira Vagem (AIPV).

GENÓTIPO NDF APF 1° SPAD 2° SPAD APM AIPV UFU 01

53.0 a 55.1 b 44.3 a 45.4 b 64.2 a 5.22 a UFU 02

53.0 a 53.7 b 45.1 a 42.4 c 48.5 a 4.38 a UFU 03

37.0 c 54.8 b 48.5 a 50.1 a 59.6 a 6.44 a UFU 04

53.0 a 62.4 a 42.0 a 46.2 b 64.1 a 6.38 a UFU 05

51.0 a 71.1 a 43.4 a 46.6 b 72.2 a 5.27 a UFU 06

53.0 a 56.6 b 50.5 a 48.1 a 78.3 a 5.10 a UFU 07

47.0 d 50.3 b 48.0 a 31.2 d 64.3 a 5.94 a UFU 08

47.0 b 70.1 a 45.0 a 45.8 b 66.7 a 4.83 a UFU 09

53.0 a 58.5 b 44.8 a 50.7 a 63.4 a 6.60 a UFU 10

51.0 a 61.7 a 43.7 a 50.4 a 68.7 a 5.77 a UFU 11

53.0 a 52.7 b 47.2 a 50.6 a 57.0 a 6.44 a UFU 12

39.0 c 54.2 b 41.6 a 44.1 b 59.1 a 4.05 a UFU 13

47.0 b 59.7 b 44.7 a 46.6 b 63.4 a 5.27 a UFU 14

53.0 a 52.5 b 41.5 a 42.2 c 60.9 a 5.33 a UFU 15

51.0 a 48.1 b 41.9 a 48.3 a 61.4 a 5.22 a UFU 16

45.0 c 53.1 b 41.3 a 44.3 b 72.3 a 3.74 a UFU 17

51.0 a 46.5 b 42.5 a 44.6 b 56.0 a 5.49 a UFU 18

49.0 a 58.3 b 44.2 a 41.3 c 62.8 a 5.99 a UFU 19

53.0 a 79.3 a 43.9 a 46.0 b 67.3 a 7.16 a UFU 20

47.0 b 61.9 a 42.4 a 46.8 b 65.1 a 5.45 a UFU 21

49.0 c 60.2 b 45.4 a 45.3 b 62.0 a 5.55 a UFU 22

47.0 b 63.8 a 46.7 a 50.0 a 64.6 a 4.83 a UFU 23

51.0 a 63.1 a 48.8 a 46.0 b 55.0 a 5.11 a UFU 24

51.0 a 53.9 b 42.3 a 45.1 b 50.5 a 5.99 a UFU 25

53.0 b 54.7 b 44.4 a 43.3 c 58.5 a 5.55 a UFUS XAVANTE

49.0 c 57.9 b 40.7 a 45.5 b 58.2 a 4.49 a UFUS IMPACTA

47.0 b 70.5 a 44.5 a 48.1 a 71.1 a 4.99 a Msoy 8866

37.0 c 71.6 a 42.0 a 44.8 b 67.7 a 5.66 a Msoy 8787

53.0 a 53.9 b 42.0 a 43.2 c 45.2 a 5.49 a

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DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMA EM COMPUTAÇÃO

EM NUVEM PARA RASTREABILIDADE ALIMENTAR

SOUZA, Elieser Lagos(¹) ; FERNANDES, Eduardo Theodoro(²); BOMBARDELLI, Wagner W. Ávila(³)

(1) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. Email: [email protected]

(2) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. Email: [email protected]

(3) Graduando em Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Campus do

Arenito – CAR, de Cidade Gaúcha – PR. Email: [email protected]

RESUMO: A demanda crescente pelos s martphones

como suporte às operações diárias,

corrobora a importância da tecnologia de

informações em setores agrícolas.

Percebese também, um crescente

investimento na rastreabilidade dos

alimentos consumidos. Dessa forma, com

uso de qrcodes (códigos de barra

bidimensionais) aliado aos dados

armazenados em nuvem, fora desenvolvido

um sistema de rastreabilidade alimentar

online. Permitese, de tal maneira, informar

ao consumidor sobre a origem e qualidades

particulares do produto (lote e safra), bem

como produção, insumos aplicados,

colheita, transporte e venda. De mesma

forma, os produtores e empresas são

favorecidos com tomadas de decisões mais

racionais, através de um gerenciamento

otimizado, com cadastro de códigos e

acompanhamento da mercadoria, como

horário e região onde suas embalagens

estão sendo lida uma vez que se tem

conhecimento dos locais em específico,

com mapas, de onde seus produtos

possuem maior demanda. Para uso, basta

que se efetue um cadastro com dados de

contato e atuação, procedido com

inclusões de mercadorias e seus dados

intrínsecos de produção, logística, fotos e

textos editáveis. Os dados serão

assimilados para um qrcode, que

acompanhará o produto em sua

embalagem. O consumidor, por sua vez,

acessando este, terá acesso dinâmico a

todas informações do produto consumido,

permitindo ainda, o posicionamento GPS

da empresa e contato direto (chamada ou

mensagem) com seu serviço de

atendimento. Por fim, a plataforma se

apresenta como uma alternativa

tecnológica, de acessibilidade simples, que

promove melhorias no gerenciamento e

vínculos mais estreitos com clientes.

Termos de indexação: Rastreamento

alimentar, qrcode, computação em nuvem.

ABSTRACT: The growing demand for smartphones to

support daily operations, corroborates the

importance of information technology in

agricultural sectors. It is clear, too, a

growing investment in traceability of food

consumed. Thus, using qrcodes

(twodimensional bar codes) combined with

the data stored in the cloud, outside

developed an online food traceability

system. It is permitted, so, inform the

consumers about the origin and particular

qualities of the product (batch and harvest)

as well as production, applied inputs,

harvest, transport and sale. De Similarly,

producers and companies are favored with

more rational decisionmaking, through a

streamlined management, with registration

codes and accompanying goods, as time

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and region where their packages are being

read as it is aware of in specific locations

with maps, where its products have higher

demand. For use, it is enough to make a

record with contact information and role,

proceeded with goods inclusions and its

intrinsic production data, logistics, photos

and editable text. The data will be

assimilated for a qrcode, which accompany

the product on its packaging. The

consumer, in turn browsing this will have

dynamic access to all information at the

consumed, while still allowing the GPS

positioning of the company and direct

contact (call or message) with your service.

Finally, the platform is presented as an

alternative technology, simple accessibility,

promoting improvements in management,

and closer links with customers.

Index Terms: Food tracking, qrcode, cloud

computing

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Desenvolvimento e análise de um sistema de monitoramento

de umidade relativa e temperatura em estufa agrícola(1).

Eduardo Theodoro Fernandes(2); José Gabriel Vieira Neto(3) ; Wagner Wilson Ávila Bombardelli(4); Elieser Lagos de Souza(5), Rodrigo Pinheiro

da Silva(6). (1) Trabalho de conclusão de curso desenvolvido na Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Campus

do Arenito (CAR), situado no município de Cidade Gaúcha – PR. (2) Graduado em Engenharia Agrícola; UEM-CAR; [email protected] (3) Professor Assistente; Universidade Estadual de Maringá; Cidade Gaúcha, PR; [email protected] (4) Graduado em Engenharia Agrícola; UEM-CAR; [email protected] (5) Graduando em Engenharia Agrícola; UEM-CAR. [email protected] (6) Graduado em Ciências Biológicas e graduando em Física; UEM-CAR. [email protected]

RESUMO: O uso de sistemas de aquisição de dados e controle de estufas agrícolas está cada vez mais interligado com a necessidade de rentabilizar recursos energéticos e garantir padrões da qualidade do produto final. O contínuo decréscimo do custo de computadores e microcontroladores tem feito com que os sistemas computacionais sejam cada vez mais utilizados em aplicações de monitoramento de estufas, principalmente quando se é necessária atenção frequente às alterações dos fatores ambientais, tais como a temperatura e a umidade relativa. Nesta perspectiva, fora desenvolvido um sistema de aquisição de dados (datalogger), de baixo custo, através da plataforma de código aberto Arduino, disposto do microcontrolador ATmega328. O sistema desenvolvido registra a coleta das informações microclimáticas de um ambiente protegido, através do emprego de três distintos sensores, de baixo custo, disponíveis no mercado. Em questão, fora comparado e validado os valores adquiridos com o banco de dados meteorológico presente na estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, localizada no perímetro do estudo. Desta forma, mediante a análise dos sinais coletados, se constatam melhorias no gerenciamento agrícola, perante o monitoramento climático de ambientes controlados, através de dados fidedignos com a realidade. Termos de indexação: ambiência, cultivo protegido, controle climatológico.

INTRODUÇÃO As Estufas agrícolas são exemplos de

ambiente para cultivo protegido dos mais utilizados na agricultura. Essas construções

têm por objetivo proporcionar boas condições para o cultivo e manejo de determinada cultura, havendo a possibilidade de controlar fatores climáticos que estão diretamente relacionados à produtividade.

Em países tropicais como o Brasil, o cultivo protegido em estufas, geralmente eleva a temperatura em seu interior, sendo este fenômeno um dos problemas no seu manejo. As mudanças das condições ambientais, além de se tornarem maléficas às culturas, devido suas faixas de termo neutralidade, causam mudanças fisiológicas, tornando-as mais predispostas à infecção por patógenos (VIDA et al., 2004).

É possível fazer-se uso de novas tecnologias, com a possibilidade de monitoramento e manipulação de diversas variáveis envolvidas em um ambiente protegido, tais como: a umidade relativa, temperatura e índice de luminosidade. De certa forma, o uso de microcontroladores de baixo custo e que seja Open Source (software livre), aplicado a sistemas de cultivo em estufas, ou mesmo na produção animal (aviários), não é uma tecnologia diifundida nacionalmente. (BELEM, 2011).

Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo principal, desenvolver um datalogger de baixo custo com a função de monitorar e coletar dados climáticos de temperatura e umidade relativa de estufas agrícolas. Como objetivos específicos, efetuou-se a comparação de dados entre três diferentes sensores, e posteriormente, compararam-se os dados obtidos pelos sensores do microcontrolador com um modelo matemático de estimação de temperatura e umidade interna.

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MATERIAL E MÉTODOS O estudo procedeu na Universidade

Estadual de Maringá, nas dependências do Campus do Arenito (CAR), localizado em Cidade Gaúcha – PR, conforme a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, situada no Campus universitário. Realizou-se uma análise comparativa com modelos matemáticos consolidados internacionalmente para determinação de temperatura interna e umidade relativa interna em estufas agrícolas.

No cálculo do balanço de energia, utilizou-se o método de balanço proposto por Hellickson e Walker (1983) e ASHRAE (1978). De forma geral, o balanço de energia é definido como a diferença entre o ganho e perda de calor sensível para um determinado meio, em condições estáveis.

Para o balanço de massa, ou seja, determinação da umidade relativa interna da casa de vegetação utilizou-se o método proposto por Albright (1990).

Os dados climatológicos para a realização das modelagens acima citadas, foram concedidos pelo INMET, correspondendo a uma série com periodicidade de 7 anos. Também verificou-se a relação entre o monitoramento realizado pelo datalogger, com os dados médios extraídos da estação automática do INMET, com o intuito de analisar o comportamento dos sensores frente às sensibilidades e variações climáticas durante a realização do experimento (aproximadamente dois meses).

Foram realizadas quatro simulações através da modelagem empregada, buscando analisar dados para estrutura aberta e fechada para os períodos de inverno e verão. Definiu-se então: estrutura de verão aberta (EVA), estrutura de verão fechada (EVF), estrutura de inverno aberta (EIA) e estrutura de inverno fechada (EVF).

Utilizaram-se três sensores de baixo custo para a confecção do protótipo, sendo: DHT11, DHT22 e LM35 (apenas temperatura). O sistema também possuí uma tela LCD para acompanhamento em tempo real das variáveis, um módulo de cartão microSD para o armazenamento dos dados e um relógio de tempo real (RTC), responsável por registrar o horário exato em que cada dado é salvo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores de temperaturas internas

obtidos pelos modelos matemáticos são considerados para a estação de verão (EV)

ou para a estação de inverno (EI), sendo dois extremos. Para o período de aquisição de dados, datado próximo à transição de estação para o inverno, os valores dos sensores se aproximaram das condições de inverno, proposto pelo método de balanço de energia. Pode-se afirmar que as condições de estrutura no verão aberta (EVA) e no inverno fechada (EIF) contemplam a maioria das umidades relativas registradas pelos sensores.

CONCLUSÕES Os sensores tiveram o comportamento

semelhante às alterações ocorridas no meio externo, através das sensibilidades apresentadas com as variações no clima externo. Observa-se que houve um acompanhamento das condições internas medidas pelos sensores em relação às condições externas.

O sensor DHT11 apresentou maior diferença entre os dados da estação meteorológica. Os sensores DHT22 e LM35 tiveram comportamentos de variação de temperatura mais próximos a estação meteorológica.

Desta forma, recomenda-se o uso deste como uma opção para produtores rurais que buscam baixo investimento em controle de estufas agrícolas.

REFERENCIAS

ALBRIGHT, L. D. Environment control for animals and plants. St. Joseph: ASAE, 1990. 453 p. ASHRAE. Environment control for animals and plants. In: ASHRAE Handbook of Applications. USA: ASHRAE, 1978. Chapter 22, p. 22.1 – 22.20, 1978.

BELEM, A. R. Z. Sistema de monitoramento de temperatura e umidade em aviários. 2011. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia da Computação) – Centro Universitário de Brasília, Brasília, 67p., 2011. VIDA, J. B.; ZAMBOLIM, L.; TESSMANN, D. J.; BRANDÃO FILHO, J. U. T.; VERZIGNASSI, J. R.; CAIXETA, M. P. Manejo de doenças de plantas em cultivo protegido. Fitopatologia Brasileira. v. 29, p355-372, 2004.

HELLICKSON, M. A.; WALKER, J. N. Ventilation of agricultural structures. St. Joseph: ASAE, 1983. 372 p.

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Dinâmica Populacional e Proporções Urbana/Rural no Território do Sudoeste Goiano(1).

Marcos Vinícius da Silva(2); Divina Aparecida Leonel Lunas (3); Pedro

Rogerio Giongo (3); Haihani Silva Passos (4).

(1)

Trabalho executado com recursos do grupo de pesquisa NEDET do Sudoeste Goiano. (2)

Estudante do curso de Engenharia Agrícola, pela Universidade Estadual de Goiás, cidade de Santa

Helena de Goiás – GO, email: [email protected]; (3)

Professores da Universidade Estadual de Goiás. (4)

Professora do Instituto Federal Goiano Câmpus de Rio Verde.

RESUMO: O Estado de Goiás vem experimentando desde a década de 1970 um acelerado crescimento populacional, segundo os dados do GeoBrasil (2000), é o segundo maior Estado receptor de migrantes do país, a migração é entendida como uma mobilidade forçada que acompanham o movimento da força de trabalho, como consequências das relações capitalistas,e trabalham nesta perspectiva. A área de estudo é referente ao Território Rural Sudoeste - GO está localizado na região Centro-Oeste e é composto por 12 municípios: Acreúna, Cachoeira de Goiás, Castelândia, Maurilândia, Montividiu, Paraúna, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Santo Antônio da Barra, São João da Paraúna e Turvelândia. Muitos municípios não têm apresentado o mesmo índice de crescimento na zona rural em relação ao urbano, destacando que falta política de fixação ao homem no campo, bem como fortalecer e apoiar a agricultura familiar, onde, a população do Sudoeste Goiano de 2000 á 2010 teve um grande crescimento no setor urbano

Termos de indexação: Goiás, municípios,

crescimento.

INTRODUÇÃO

O Estado de Goiás vem experimentando

desde a década de 1970 um acelerado crescimento populacional, segundo os dados do GeoBrasil (2000), é o segundo maior Estado receptor de migrantes do país. O estudo desse fenômeno é de grande relevância nas pesquisas demográficas, agrária e urbana, pois o movimento populacional perpassa e produz um

redesenhar de territórios, do campo para a cidade, da cidade para o campo, de cidade para cidade. Além disso, a migração permite analisar as transformações sócio espaciais do território goiano, seja pelos espaços "luminosos" de atração, como a região metropolitana de Goiânia, Entorno de Brasília e Sudoeste Goiano ou pelos espaços "opacos" de repulsão, Norte e Nordeste goiano.

A migração é entendida como uma mobilidade forçada que acompanham o movimento da força de trabalho, como consequências das relações capitalistas, e trabalham nesta perspectiva. Para Oliveira (1999), a migração ocorre a partir das modificações das estruturas sócio econômicas promovidas pela industrialização do campo; Damiani (1997), estuda as migrações como uma reprodução do capitalismo; para Rua (1997), as correntes migratórias vão votar-se para os pólos regionais em desenvolvimento; Ainda para Haesbaert (1996), a migração vai produzir um redesenhar de territórios; Também Santos (1985), afiram que a expansão do chamado capital técnico científico tem como consequência a migração forçada, que se dá como incapacidade financeira de continuar sendo proprietário ou investidor ou da incapacidade técnica de exercer as novas funções; e Becker (1996), concebe a migração como uma mobilidade forçada pelas necessidades do capital e não mais como um ato soberano de vontade pessoal.

A partir desta abordagem pretende-se estudar o crescimento da população no período de 2000 á 2010, bem como as proporções de ocupação nas zonas rural e urbana.

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MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado através da pesquisa bibliográfica sobre o crescimento da população do Sudoeste Goiano nos anos de 2000 á 2010, identificando suas principais características, bem como a analise de dados censitários sobre o crescimento/ocupação populacional dos municípios que compõem o território do sudoeste goiano.

A área de estudo é referente ao Território Rural Sudoeste - GO está localizado na região Centro-Oeste e é composto por 12 municípios: Acreúna, Cachoeira de Goiás, Castelândia, Maurilândia, Montividiu, Paraúna, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Santo Antônio da Barra, São João da Paraúna e Turvelândia conforme a localização da Figura 1.

Figura 1 – Localização geográfica dos municípios do Sudoeste Goiano.

Fonte: Base Cartográfica, 2006; Base Territorial: DETER/SDT/MDA; Elaboração: CGMA/SDT/MDA.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve um alto crescimento populacional para a maioria dos municípios, e também uma grande diferença no quantitativo residente em cada um desses (Figura 2), ainda destaca o município de Rio Verde, como o mais populoso e também com maior índice de crescimento populacional no período considerado.

Figura 2 – População total dos municípios do Território Sudoeste Goiano, nos anos de 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, senso demográfico (2000); IBGE, senso demográfico (2010).

Figura 3 – Percentual da população urbana (A) e rural (B) para os municípios do território do sudoeste goiano para os anos 2000 e 2010.

Fonte: IBGE, senso demográfico (2000); IBGE, senso demográfico (2010).

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Na Figura 3A, observamos que praticamente todos os municípios seguem a tendência nacional de urbanização e crescimento das cidades, enquanto que na Figura 3B, o único município que apresenta aumento na proporção da comunidade rural é Santo Antônio da Barra.

Muitos municípios não tem apresentado o mesmo índice de crescimento na zona rural em relação ao urbano, destacando que falta política de fixação ao homem no campo, bem como fortalecer e apoiar a agricultura familiar.

CONCLUSÕES

A população do Sudoeste Goiano de 2000 á 2010 teve um grande crescimento no setor urbano, isso ocorreu devido ao forte poder do capitalismo que influência no crescimento da população no setor urbano e no setor rural ainda prevalece pouca parte da população que compõem a população de cada cidade, onde são compostos por assentamentos e agricultura familiar.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a equipe de pesquisa que compõe o NEDET sudoeste Goiano. Ao financiamento do CNPq via Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDT).

REFERÊNCIAS BECKER, Olga Maria Schild. Mobilidade Espacial da População: conceitos, tipologia, contextos. In: CASTRO, I.E. de.Etalli (org). Questões atuais da reorganização do território. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 1996.

CALAÇA, M.; CHAVEIRO, E.F.; SILVA, M.C. Uma Análise da Representação da Migração no Estado de Goiás, 1970 a 2004. Instituto de Estudos Sócio Ambientais IESA/UFG. Disponível em:<https://projetos.extras.ufg.br/conpeex/2004/posgraduacao/PGHumanas/Monica.htm>. Acesso em: 09 de outubro de 2015.

DAMIANI, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 1997.

HAESBERT, Rogério. "Gaúchos" e baianos no "novo" nordeste: entre a globalização econômica e a reinvenção das identidades territoriais. In: CASTRO, I.E.de. Et. Alli (org). Questões atuais da reorganização do território. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,

1996.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao>, acessado em 15 de outubro de 2015.

OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Território e migração: uma discussão conceitual na geografia. Simpósio Internacional sobre Migrações. São Paulo: USP, 1999.

RUA, João. Repensando a Geografia da População. Revista do Departamento de Geografia: UERJ, n.1, jan. 1997 (p.57-71).

SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985.

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Distribuição dos Solos Apresentados nas Reuniões Brasileiras de Classificação e Correlação

Andressa Rosas de Menezes(¹); Ademir Fontana(2).

(1)Estudante de Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Fluminense; Niterói, RJ;[email protected]; (2) Pesquisador; Embrapa Solos.

RESUMO: A Reunião de Classificação e Correlação de Solos (RCC) é um evento técnico-científico que busca a validação e aprimoramento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) por meio de estudos de solos em diferentes regiões do Brasil, contando com a participação de professores, pesquisadores, profissionais, técnicos e estudantes da área de Ciência do Solo. Considerando a importância do conhecimento dos solos, o intuito do trabalho é apresentar a distribuição dos perfis de solo apresentados nas edições das RCCs.Os dados necessários para o distribuição dos perfis no mapa do Brasil foram extraídos dos Guias de Campo das RCCs, tabelados em planilha eletrônica e suas respectivas coordenadas foram plotadas em um sistema de informações geográficas. Os perfis de solo apresentados e discutidos nas RCCs estão em diversas regiões, porém com pouca representação no interior da Amazônia e do Cerrado brasileiro. A classe dos Latossolos e Argissolos apresentam a maior correlação com suas respectivas Unidades de Mapeamento do Mapa de Solos do Brasil. Além disso, foi maior a participação de Latossolos, Argissolos e Cambissolos e menor de Organossolos, Gleissolos e Plintossolos das RCCs em questão. Termos de indexação: Mapeamento, SiBCS e levantamento de solos.

INTRODUÇÃO

A Reunião de Classificação e Correlação de Solos é um evento técnico-científico promovido pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e organizado conjuntamente com a Embrapa Solos desde 1978, a qual tem por objetivo a validação e aprimoramento do SiBCS (Santos et al., 2013) por meio de correlações in situ entre ocorrências no território brasileiro das classes de solos, suas características geoambientais, suas vulnerabilidades e potencialidades para uso agrícola (SBCS, 2015).

A evolução e o aperfeiçoamento do SiBCS consiste em uma necessidade contínua para a ciência do solo brasileira, visto a crescente demanda pela aplicação dos conceitos das classes em levantamentos e mapeamentos de solos, bem como destes para o planejamento de utilização da terra e do monitoramento ambiental.

Neste contexto, o intuito do trabalho é apresentar a distribuição dos perfis de solo apresentados nas edições das RCCs.

MATERIAL E MÉTODOS

Para realização da distribuição dos perfis de solo no mapa do Brasil, foram extraídas as informações da descrição de campo dos presentes nos guias das RCCs quanto à classificação até o terceiro nível categórico (Grande Grupo), localização e coordenadas geográficas. Foram mapeados 193 perfis de solo de todas as reuniões, exceto da I, IV e VI RCCs pela ausência de informações referentes às coordenadas geográficas dos perfis obtidas em campo.

As reuniões sem perfis representados no mapa foram realizadas em: I – Rio de Janeiro; IV – Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia; VI – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Os dados extraídos foram tabelados em uma planilha eletrônica e em seguida foram plotados em um arquivo shapefile, que foi trabalhado em um sistema de informações geográficas para elaboração do mapa.

Foi realizado um comparativo dos perfis plotados com o Mapa de Solos do Brasil (SANTOS et al, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os 193 perfis de solo estão distribuídos nas mais diversas áreas do país (Figura 1), no entanto observa-se a ausência de perfis levantados em regiões do Cerrado e no interior da Amazônia, os maiores biomas brasileiros em extensão.

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Quanto aos perfis levantados, nota-se que nas RCCs em questão, as classes de solo que tiveram o maior número de perfis foram Latossolos (47), Argissolos (28) e Cambissolos (27). Enquanto as classes com menor participação foram Organossolos (0), Gleissolos (3) e Plintossolos (6).

Por meio da sobreposição dos perfis das RCCs e do Mapa de Solos do Brasil (SANTOS et al, 2011), observa-se-se uma baixa correlação entre a ocorrência das classes de solos descritas em campo (perfis da RCC) e suas respectivas Unidades de Mapeamento (UM) do Mapa de Solos do Brasil. Considerando apenas o primeiro componente das UM, apenas 34,2% dos perfis estavam em áreas previstas pelo Mapa de Solos do Brasil, sendo a maior correspondência relativa das classes do Latossolos (63,3%) e dos Argissolos (50%). Salienta-se desta forma, a necessidade de validação do Mapa de Solos do Brasil por meio de perfis levantados nos diferentes mapeamentos, bem como seu aprimoramento.

Ressalta-se a importância de realização de levantamentos em maior nível de detalhe e pesquisas na área de ciência dos solos em ambos ambientes, em função da dinâmica ambiental dos ecossistemas destas regiões e da biodiversidade presente.

CONCLUSÕES

Os perfis de solo apresentados nas

RCCs estão distribuídos por diversas regiões, porém com pouca representação no interior da Amazônia e do Cerrado brasileiro.

As classes dos Latossolos e Argissolos apresentam a maior correlação com suas

respectivas Unidades de Mapeamento do Mapa de Solos do Brasil. Além disso, foi maior a participação de Latossolos, Argissolos e Cambissolos e menor de Organossolos, Gleissolos e Plintossolos das RCCs em questão.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Rosângela

Straliotto, pelas discussões sobre a importância deste trabalho e ao Humberto Gonçalves dos Santos pela disponibilização domaterial e guias das RCCs.

REFERÊNCIAS

Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. RCC - Reunião Brasileira de Classificação e Correlação de Solos. http://www.sbcs.org.br/rcc/. Acesso em: 04/12/2015. SANTOS, H.G.; CARVALHO JÚNIOR, W.; ÁGLIO, M.L.D.; SILVA, J.S.; DART, R.O.; PARES, J.G.; FONTANA, A.; MARTINS, A.L.S.; OLIVEIRA, A.P. Mapa de Solos do Brasil. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 1 mapa, color. Escala 1:5.000.000. SANTOS, H.G.; JACOMINE, P.K.T.; ANJOS, L.H.C.; OLIVEIRA, V.A.; LUMBRERAS, J.F.; COELHO, M.R.; ALMEIDA, J.A.; CUNHA, T.J.F.; OLIVEIRA, J.B. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3ª ed. revisada e ampliada. Brasília, DF: Embrapa, 2013, 353p.

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Figura 1. Distribuição dos solos apresentados nas RCCs.

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Divulgação direcionada aos estudantes de cursos técnicos

para reduzir a evasão do curso de Engenharia Agrícola e

Ambiental

Marlon Gomes Dias (1), Guilherme Barbosa Reis (1)

(1) Bolsista do Programa de educação tutorial de Engenharia Agrícola e Ambiental

RESUMO: O curso de Engenharia Agrícola e Ambiental não é conhecido, os vestibulandos simplesmente não optam imediatamente pelo curso fazendo com que a evasão se torne um dos maiores problemas enfrentado pelas universidades. Os institutos federais oferecem diversos cursos relacionados à área agrária e ambiental porém os alunos desconhecem a opção de se tornar Engenheiro Agrícola e Ambiental. Realizou-se neste trabalho uma divulgação direcionada aos estudantes de cursos técnicos para reduzir a evasão do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental utilizando redes sócias e cartazes enviados aos institutos que ofereciam curso técnico relacionado. No ano de 2015, posterior as divulgações observou-se um aumento do número de alunos com cursos técnicos ingressantes no curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. Termos de indexação: Evasão, divulgação, curso técnico..

INTRODUÇÃO Os Institutos Federais são uma grande oportunidade para os brasileiros se inserirem rapidamente no mercado de trabalho e ingressarem em instituições de ensino superior.Com o plano de expansão e valorização profissional, a rede federal de educação profissional e tecnológica, do governo de Luís Inácio Lula da Sila, deveria ser uma única rede até o ano de 2010 e em 2009, O que antes eram Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET’s), escolas agrotécnicas federais (EAF’s) e

escolas técnicas passaram a se chamar Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, passando de 140 unidades para 354 tendendo a se expandir a cada ano. A oportunidade de fazer ensino médio e curso técnico para jovens de 14 a 18 anos é de grande relevância para uma boa formação profissional e pessoal, porém para muitos não é o suficiente. O ensino médio de qualidade, os cursos técnicos em áreas de conhecimento necessários ao mercado, assim como o ritmo de estudos, a oportunidade de iniciação científica, estágios nas áreas específicas são os maiores pontos que favorecem os alunos que estudam em Instituto Federal tenham grandes chances e estejam à frente para ingressar na faculdade e seguir no ensino federal de qualidade. A proposta do governo para democratizar da educação e acabar com o preconceito de uma que as Instituições Federais de ensino superior não eram acessíveis para pessoas de baixa renda e que não receberam o ensino de base adequado, já estão em prática e requerem muitas mudanças. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), criado em 1998, com intuito de avaliar os alunos egressos do ensino médio hoje é a porta de entrada para as instituições de ensino superior (IES) através do Programa Universidade para todos (ProUni) e o Sistema Seleção Unificada(SISU) exame este que é acessível a todo e qualquer brasileiro, sendo que estudantes de ensino médio e pessoas declarantes de baixa renda podem realizá-lo gratuitamente.

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Diante disso, assume-se que as IES recebem atualmente alunos de diferentes condições financeiras, contextos sociais, culturas e ensino de base gerando uma multidiversidade incrível e oportunidades de conhecimento fora da sala de aula, contudo a inexperiência, a facilidade de acesso junto à dinâmica de que a nota no ENEM definirá seu curso trazem consigo o ingresso de alunos, em determinados casos, despreparados, desinteressados e com motivos como distancias do ambiente familiar, baixa condição financeira, dificuldade de aprendizado e ritmo de estudos, a transferirem de curso, ou pior, abandonar o ensino superior, evidenciando assim um grande problema nas IES, a evasão dos alunos. Segundo Teles (1995), entende-se por evasão toda forma de saída do curso de graduação que não seja a própria graduação do aluno no curso. Incluindo neste contexto as desistências, mudanças de curso, transferência e jubilamento (desligamento feito pela universidade por parâmetros previamente determinados), sendo este problema enfrentado não apenas no Brasil, mas também em instituições internacionais. Os cursos de engenharias são muito afetados pelo problema de evasão devido as suas matérias iniciais serem consideradas difíceis pela maioria e mais rigorosamente cobradas do que no ensino de base ou até mesmo desconhecidas por muitos sendo algo novo, difícil e sem conhecimento básico prévio para manter o processo de aprendizado efetivo. É isso que acontece no curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa. O curso de Engenharia Agrícola e Ambiental tem como objetivo graduar profissionais com conhecimentos e habilidades para desenvolverem técnicas de produção de alimentos de forma sustentável, mas poucos conhecem esta profissão fazendo com que a considerada nota de corte, pelo SISU seja baixa em comparação a demais cursos da área, onde os alunos que estejam em dúvida em qual curso seguir optem pela Engenharia Agrícola e Ambiental, após conhecê-la

devido ao fato de ausência de conhecimento prévio sobre a mesma. Tais problemas refletem em um alto índice de evasão no curso fazendo com que as universidades e grupos de pesquisa, como o programa de educação tutorial, busquem técnicas de diminuí-la como a divulgação do curso voltada aos alunos que saem do ensino médio e técnico de áreas de interesse e procurem seguir na caminhada acadêmica. MATERIAL E MÉTODOS A divulgação nos Institutos Federais foi através de e-mail dos coordenadores dos cursos e grupos/perfis de redes sociais utilizando uma cartilha de divulgação digitalizada (Figura 1) que constavam as áreas de conhecimento, bem como a estrutura do Departamento de Engenharia Agrícola, professores e grupos de pesquisa/ensino/extensão.

Figura 1: Cartilha de divulgação.

Fez-se um levantamento dos Institutos Federais de cinco estados do Brasil, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Goiás e Mato Grosso onde se encontrou mais cursos Técnicos relacionados à área de Engenharia Agrícola e Ambiental que são: Técnico em Agropecuária, técnico em Meio Ambiente, Técnico em Agroindústria, Técnico em Agroecologia e Técnico em Controle Ambiental. Os coordenadores dos cursos

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citados receberam via e-mail institucional a cartilha de divulgação solicitando que divulgassem aos seus alunos. A divulgação ainda contou com duas etapas, quinze dias anteriores à abertura do SISU fez-se postagens em grupos e perfis da rede social facebook possibilitando uma busca aos estudantes de interesse. Durante o período de inscrições do SISU fez-se novas postagens.

Posterior ao início do semestre letivo da universidade buscou-se o levantamento de dados entre os alunos veteranos através de um questionário online (Figura 2) e dos alunos recém-admitidos na universidade por meio de um formulário apresentado em disciplina específica do curso Introdução à Engenharia Agrícola e Ambiental.

Figura 2: Questionário online

RESULTADOS E DISCURSSÃO Após levantamento de dados percebeu-se que houve um considerável aumento no número de alunos que ingressaram no curso de Engenharia Agrícola e Ambiental vindo de Institutos Federais (Figura 03).

Figura 3: Número de alunos ingressantes com curso

técnico.

O número de alunos ingressantes na engenharia agrícola e ambiental com curso técnico relacionado ocupou aproximadamente o valor de 22,5% das vagas ofertadas. Todos os alunos com curso técnico, no referido ano, se mantiveram no curso após passar o primeiro semestre letivo. Espera-se que ao passar dos anos o trabalho de divulgação no institutos federais alcancem um maior público e que outras técnicas possam ser utilizadas. CONCLUSÃO Considerando-se o aumento nos alunos com cursos técnicos no curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade federal de Viçosa onde a evasão é um dos maiores problemas, uma divulgação direcionada aos estudantes de cursos técnicos é viável REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGES, Priscila; MEC e universidades estudam planos para combater evasão ; disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/mec-e-universidades-estudam-planos-para-combater-evasao/n1597622390779.html acesso em 23 Mar 2015. FERNANDEZ, F.C.M.; GESTÃO DOS INSTITUTOS FEDERAIS: O DESAFIO DO CENTENÁRIO DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA; Disponível em http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/267 ; Acesso em 21 Mar 2015

0

2

4

6

8

10

Antes de

2011

2012 2013 2014 2015

Quantidade de

Ingressos

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TELES, Ana Regina T. F. O estudo da evasão como um dos elementos de subsídio às reformas curriculares. In: Anais Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia. p. 1199-1209..

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Estudo da Intensidade de Precipitação para a Sub-Bacia de Ribeirão do Cachimbal, Pinheiral-RJ(1)

Gaia-Gomes, J. H.(2); Pereira, M. G.(3); Delgado, R.C.(4); Salvador, C.A.(5); Lopes, G.S.(6)

(1)Trabalho executado com recursos da FAPERJ. (2)Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; Bolsita CAPES;(3) Professor Titular do Departamento de Solos/IA; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected];(4)Professor Adjunto II; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; (5)Professor Adjunto I; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]; (6)Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Seropédica, Rio de Janeiro; [email protected]. RESUMO: A precipitação, dentre as variáveis climáticas, é uma das que mais pode promover modificações nos cenários urbano e rural, podendo apresentar diferentes intensidades, duração e freqüência. O seu conhecimento se faz necessário, pois devido aos seus distintos padrões, pode influenciar tanto os aspectos agronômicos quanto nos desastres ambientais. Dessa forma o presente estudo tem por objetivo determinar o tempo de concentração (Tc), baseando-se no método proposto por Kirpich e a intensidade de precipitação máxima (I) por meio do uso do programa Pluvio 2.1 para a sub-bacia de Ribeirão do Cachimbal localizada no município de Pinheiral-RJ, em um cenário futuro de 100, visando fornecer informações que auxiliem no planejamento do município. Termos de indexação: bacia hidrográfica, chuvas intensas, variável climática.

INTRODUÇÃO

As variações climáticas vêm sendo estudadas nos últimos anos de forma mais intensa em função dos desastres ambientais observados no Brasil e no mundo. Segundo Ortolani & Camargo (1987), a precipitação é a variável climática que mais afeta a produção agrícola. Adicionalmente a precipitação (intensidade, duração e freqüência) pode favorecer o processo erosivo, promover alagamentos, desmoronamentos de terras (Tucci, 2000) e outras catástrofes, culminando com perdas materiais e humanas.

Para Silva & Clarke (2004) a precipitação intensa é entendida como chuva extrema, com duração, distribuição espacial e temporal crítica para uma área ou bacia hidrográfica. Pinheiral, dentre os municípios do Vale do Paraíba, é um dos que apresenta os maiores problemas relacionados aos

processos erosivos. A partir do exposto o objetivo desse estudo é determinar o tempo de concentração (Tc), baseando-se no método proposto por Kirpich (1940) e a intensidade de precipitação máxima (I) por meio do uso do programa Pluvio 2.1 para a sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal localizada no município de Pinheiral-RJ, em um cenário futuro de 100 anos.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no município de Pinheiral, Rio de Janeiro, na região do Médio Paraíba Fluminense, na sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal, que compõe a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, localizado entre as latitudes 22°29’03’’S e 22°35’27’’S e entre as longitudes 43°54’49” W e 44°04’05”W. O programa Pluvio 2.1, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa-MG foi utilizado para gerar um modelo, cuja finalidade é determinar a intensidade de precipitação (I) na sub-bacia de Ribeirão de Cachimbal. Esse programa realiza a espacialização dos dados de chuvas intensas pelo método do inverso da quinta potência da distância. De acordo com Cecílio & Pruski (2003) o erro médio percentual é igual a 19,37% e o erro máximo igual a 88,34%, valores aceitáveis se tratando de precipitações máximas. Para Pruski et al. (2006) o uso da quinta potência da distância faz com que localidades mais próximas àquelas de interesse tenham maior peso na interpolação dos parâmetros da equação.

O Pluvio 2.1 gerou o modelo apresentado na seguinte equação:

i =.

( + )

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em que: i - intensidade da precipitação máxima, em mm/h; tc - tempo de concentração, em min; T - período de retorno, em anos; e k, a, b, c - constantes de ajuste locais.

Para a determinação da intensidade de precipitação máxima também foi calculado o tempo de concentração (Tc) na sub-bacia do Ribeirão do Cachimbal/Pinheiral-RJ, se baseando no método proposto porKirpich (1940). O Tc foi determinado pela seguinte equação: em que: Tc - Tempo de concentração, em horas; L – Comprimento do rio principal, em km;e H – Desnível entre a cota da nascente do rio principal e, a cota da sessão de controle, em m.

Para a medição do comprimento do rio principal e do desnível entre a cota da nascente do rio principal e a cota da sessão controle, foi utilizado o programa ArcGIS 10.1. A planilha eletrônica Excel (2007) foi empregada para a confecção do gráfico de correlação entre intensidade de precipitação (I) e tempo de recorrência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontrados são apresentados na

Figura 1 e na Tabela 1. Os valores de comprimento do rio principal (L) e desnível entre as cotas da nascente e sessão de controle (H) foram respectivamente 21,9 Km e 320 m.

A intensidade de precipitação máxima em função do tempo de recorrência pode ser observada na Figura 1. Verifica-se que essa relação apresenta padrão logaritmo.

Figura 1 - Relação entre a intensidade de precipitação máxima (I) (mm/h) e tempo de recorrência (anos).

A partir do tempo de concentração (Tc), que foi

de 3,61 horas (216,6 minutos), construiu-se a Tabela 1 relacionando o tempo de recorrência e a intensidade de precipitação. Verificou-se que a maior intensidade de precipitação foi de 103,28 mm h-1.

Tabela 1 - Intensidade de precipitação máxima (mm h-1) em função do tempo de retorno (anos) preestabelecido.

Tempo de recorrência (anos)

Intensidade da Precipitação Máxima

(mm h-1) 1 38,37

2 44,54

5 54,24

10 62,95

20 73,07

30 79,73

40 84,81

50 88,98

60 92,54

70 95,66

80 98,44

90 100,97

100 103,28

Fonte: Resultados gerados por meio de análise na planilha eletrônica do Excel (2007).

Em estudo das precipitações máximas para o

município de Mossoró-RN, em um período de retorno de 100 anos de uma série histórica de 38 anos fornecida pelo posto meteorológico pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia, (INMET), localizada no campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, verificou-se uma precipitação de 303, 78 mm (Freire et al., 2012).

Em estudo similar, Araújo (2006) observou valores de precipitação da ordem de 208,7 mm para a bacia do rio Paraíba, em um período e retorno de 100 anos, utilizando dados de precipitações máximas de 33 postos meteorológicos da bacia do rio Paraíba.

CONCLUSÃO

A relação entre intensidade de precipitação máxima (mm/h) e tempo de recorrência apresenta padrão logaritimo.

A utilização do programa Pluvio 2.1 como ferramenta para determinação da intensidade de precipitação máxima é de alta praticidade, o que proporciona uma facilidade de obtenção dos resultados.

Os valores de intensidade de precipitação máxima observados podem variar de acordo com a região estudada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, L. E. De; Análise estatística de chuvas intensas na bacia hidrográfica do rio Paraíba. 2006. 94 f. Dissertação, (Mestrado em Meteorologia), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande.

TC = (0,87. L3

H)0,385

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CECÍLIO, R. A.; PRUSKI, F. F. Interpolação dos parâmetros de interpolação de chuvas intensas com o uso do inverso de potências das distâncias. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 7, n.3, p. 501-504, 2003. FREIRE, F. G. C.; OLIVEIRA, A. M. DE P.; J. E. SOBRINHO, J. E. ; BATISTA, R. O. ; SANTOS, W. DE O. ; Barreto, H. B. F. Estudo das precipitações máximas para o municipio de Mossoró-RN, Brasil. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada v.6, nº.1, p 3-7 , 2012. KIRPICH, Z.P. Time of concentration in small agricultural watersheds, Civil Engineering, v. 10, n. 6, p.362-, 1940. ORTOLANI, A. A.; CAMARGO, M. B. P. Influência dos fatores climáticos na produção. Ecofisiologia da Produção Agrícola. Piracicaba: Potafos, 249 p., 1987. PRUSKI, F.F.; SILVA, D.D.; TEIXEIRA, A.F.; CECÍLIO, R.A.; SILVA, J.M.A.; GRIEBELER, N.P. Hidros. Dimensionamento de sistemas hidroagrícolas. Editora UFV. Viçosa. 2006. 259p. SILVA, B. C. DA ; CLARKE, R. T. Análise estatística de chuvas intensas na bacia do Rio São Francisco. Revista Brasileira de Meteorologia, v.19, n.3, 265-272, 2004. TUCCI, C.E.M. (org.) 2000. Hidrologia – Ciência e Aplicação. Porto Alegre: UFRGS, 943p, 2000.

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ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE TERCEIRIZAÇÃO DE PARTE DO PROCESSO PRODUTIVO DE UMA

CACHAÇARIA.

Eliane Cristina Braga(1); Marcos Alexandre Teixeira(2) . (1) Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental, Bolsista Iniciação Científica, Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente, UFF, Niteroi – RJ, [email protected]

(2) Engenheiro Agrícola, Prof. Doutor Departamento de Engenharia e do Meio Ambiente, UFF, Niteroi – RJ, [email protected]. RESUMO: A cachaça, produto internacionalmente reconhecido como brasileiro, com destaque no mercado interno, em especial no segmento artesanal, cada dia conquista mais espaço no mercado internacional.

Neste sentido, espera-se uma expansão das unidades produtivas, no que foi avaliado a viabilidade econômica de terceirizar parte do processo produtivo, considerando a expansão e regularização de um alambique artesanal localizado na zona rural do município de Arcos, Minas Gerais. Com a avaliação dos custos de implantação, de uma cachaçaria de médio porte (40 mil litros de cachaça / ano e envase de 104 litros/dia, num horizonte de 5 a 10 anos).

Verificou-se que a Unidade de Envelhecimento é um dos maiores custos individuais, uma etapa que define a qualidade do produto final, não sendo recomendada a sua terceirização, não se justificando, economicamente, a terceirização desta etapa do processo de fabricação. Desta forma recomenda-se uma mudança no sistema de gestão do processo produtivo, visando a redução de custos de produção da cachaça, com a terceirização do envase em regime de cooperativa, onde o produtor leva o seu produto para ser acondicionado nas garrafas e colocado no mercado.

Termos de indexação: custos, gestão, arranjo produtivo.

INTRODUÇÃO

A cachaça nacional é uma aguardente que se origina do mosto fermentado de cana-de-açúcar, sendo produzida, geralmente, com graduação alcoólica de 38 a 48% de volume. É um produto tipicamente brasileiro, tendo sua história evoluído juntamente com a do país (Scarton, 2011).

O Brasil produz dois tipos de cachaça: a industrial, responsável por 70% da produção nacional; e a de alambique ou artesanal, com 30% da fatia de mercado.

As diferenças essenciais entre os dois mercados estão implicadas no processo de fabricação e no valor de comercialização. A cachaça ocupa a primeira posição no mercado interno de bebidas destiladas, detendo uma fatia de 87% do volume total comercializado, evidenciando o crescimento favorável em termos econômicos, principalmente com a abertura para o mercado internacional (SEBRAE, 2008).

A produção de cachaça artesanal de boa qualidade inicia-se na implantação do projeto, quando se define a variedade da cana a ser plantada, as técnicas de cultivo e colheita, culminando com a escolha dos tipos de equipamento e instalações das unidades fabris, considerando todas as etapas produtivas da aguardente – recepção, fermentação, destilação, envelhecimento, envase e armazenagem (MAPA, 2005)

O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a viabilidade econômica de terceirização de parte do processo produtivo de uma cachaçaria, considerando os custos de implantação de uma fábrica de cachaça.

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MATERIAL E MÉTODOS O objeto de estudo foi a expansão e

regularização de um alambique artesanal localizado na zona rural do município de Arcos, Minas Gerais com avaliação dos custos de uma implantação, da planta fabril, com equipamentos instalados, de uma cachaçaria de médio porte, com produção de 40 mil litros de cachaça e capacidade de envase de 104 litros/dia, dentro do horizonte de 5 a 10 anos.

Considerou-se uma planta fabril, dividida em 6 módulos: Unidade de Recepção e Limpeza (20 m²), Unidade de Moagem (20 m²), Unidade de Diluição (20 m²), Unidade de Fermentação e Destilação (40 m²), Unidades de Envelhecimento e Envase (210 m²) e Unidades de Armazenamento (20 m²).

Os custos para a expansão foram agrupados em uma Estrutura Analítica de Projeto – EPA, incluindo-se todas as variáveis envolvidas, bem como os custos gerais – preparação do terreno e serviço especializados; os custos dos projetos estruturais – civil, elétrico e hidráulico/sanitário e dos maquinários – equipamentos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a EAP observa-se que os custos de implantação das unidades produtivas, representa quase toda a totalidade dos custos da unidade fabril.

Nas Unidades de Recepção e Limpeza, Moagem, Diluição, Fermentação e Armazenamento, os projetos estruturais são responsáveis pela maior fatia dos gastos iniciais, onde a fatia mais onerosa corresponde aos custos com mão-de-obra. Já na Unidade de Envelhecimento e Envase são os maquinários quem pesam no orçamento, grande parte desse custo recaindo na aquisição de tonéis.

Observou-se também que a Unidade de Envelhecimento e Envase foi a que mais gerou custos na implantação da unidade fabril, sendo responsável por mais de 66% do custo total do empreendimento.

CONCLUSÕES

A Unidade de Envelhecimento e

Envase é a que configura maior custo de implantação. Por ser uma etapa do processo bastante significativa para a qualidade do

produto final, não se recomenda a retirada dessa unidade da planta fabril. Por conseguinte, não se justifica, economicamente, a terceirização do processo de fabricação, sendo, portanto, necessário que se volte o olhar para uma mudança no sistema de gestão do processo produtivo, visando a redução de custos de produção da cachaça.

Neste sentido, os autores sugerem que a adoção de um arranjo produtivo local, com as etapas somente do envase, armazenagem e distribuição, poderia ser uma opção viável de redução de custos, por não impactar diretamente na qualidade, mas com impacto não muito significativo nos custos totais (4 %).

Esta estratégia se justifica em termos de uma visão de Arranjo Produtivo, em que as ações de controle de qualidade e custos de distribuição poderiam ser assumidas na forma de uma cooperativa.

AGRADECIMENTOS Os autores agradecem os dados

dos fabricantes locais, assim como suas contribuições ao processo de discussão das opções de flexibilização dos custos.

REFERÊNCIAS

SCARTON, Luciana Maria. Governança na cadeia de cachaça artesanal: o caso do grupo Alambiques Gaúchos. Porto Alegre: 2001, 138 p. O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Estudos de Mercado: Cachaça Artesanal. São Paulo: setembro de 2008. MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para a aguardente de cana e para a cachaça: Instrução Normativa n°13. Brasília, 29 de junho de 2005.

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Firmeza e perda de massa de banana ‘Prata Anã’ revestida com fécula de mandioca

Josenara Daiane de Souza Costa(1); Ítalo de Souza Gomes Amorim(2); Marylia de Sousa Costa(3); Anny Karoline Rocha Quirino(4); Acácio Figueiredo Neto(5).

(1)

Mestranda em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande-PB, [email protected];

(2)Graduando em Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Vale do São Francisco,

campus Juazeiro-BA; (3)

Pós-graduanda em Processamento de Frutas e Hortaliças, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, Petrolina-PE;

(4)Graduanda em Engenharia Agronômica, Universidade

Federal do Vale do São Francisco, campus Petrolina-PE; (5)

Professor do Colegiado de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Vale do São Francisco, campus Juazeiro-BA.

RESUMO: A redução de alterações físicas dos frutos pode ser conseguida com o uso de revestimento com materiais comestíveis e biodegradáveis. Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito de biofilme à base de fécula de mandioca na firmeza e perda de massa de banana ‘Prata Anã’. As bananas foram selecionadas, lavados e revestidos com biofilme nas concentrações de 2%, 5% e 8% e armazenados a 26 ± 1°C por 12 dias, realizando a cada três dias as avaliações de firmeza e perda de massa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 x 5 (tratamentos x períodos de armazenamento). O revestimento a base de fécula de mandioca caracterizou-se como uma boa alternativa para manter a qualidade pós-colheita da banana ‘Prata Anã’, reduziu a perda de firmeza e de massa à medida que aumentou a concentração. Termos de indexação: Musa sp.,

armazenamento, biofilme.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais

de bananas, sendo esta a fruta in natura mais

consumida pelos brasileiros, com produção em 2014 de

7,18 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 523,28 mil hectares (Reetz et al., 2015).

No país as perdas pós-colheita de bananas podem chegar a 42% (Reetz et al., 2015), sendo as principais causas: as falhas no processo de cultivo, o ponto de colheita incorreto, o armazenamento e a embalagem inadequados, as péssimas condições de transporte e a ausência de tecnologias de conservação do fruto (Borges et al., 2004).

Muitos métodos têm sido desenvolvidos para aumentar a vida útil de frutas frescas, um dos quais é o uso de revestimentos comestíveis que

podem apresentar vantagens, como reduzir a perda de água e o murchamento da fruta, retardar o amadurecimento, reduzir os danos causados pelo frio no armazenamento refrigerado, reduzir os danos mecânicos causados pelo manuseio e transporte, reduzir a deterioração, proporcionar brilho ou polimento aos frutos e ainda pode servir de veículo para ingredientes úteis, como compostos antimicrobianos, antioxidantes, absorvedores de etileno, corantes e aromatizantes (Togrul & Arslan, 2003).

O revestimento à base de amido de mandioca seria um dos mais viáveis para o Nordeste brasileiro que apresenta grande potencial de oferta deste produto. O Nordeste é responsável por 49% da mandioca produzida no Brasil (Mapa, 2003). O revestimento é facilmente obtido a partir da gelatinização do amido em dispersão aquosa aquecida a 58-70°C (Ciacco & Cruz, 1992; Souza & Andrade, 2000) e posterior retrogradação sobre a superfície do fruto.

Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito do revestimento à base de fécula de mandioca em diferentes concentrações, na firmeza e perda de massa de banana ‘Prata Anã’ armazenada à temperatura ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS

As bananas da cultivar ‘Prata Anã’ da safra de

2014 foram provenientes do Perímetro Irrigado Salitre. Os frutos foram colhidos verdes, pré-lavados em campo e levados ao Laboratório de Pós-Colheita da Universidade Federal do Vale do São Francisco, onde foram selecionados e novamente lavados com detergente (1:10 v/v) e secos à temperatura ambiente.

Após separação em buquês de três bananas foram imersas nas soluções de fécula de mandioca, nas concentrações de 0, 2, 5 e 8%, por um minuto e dispostos em bandejas sob ventilação artificial para

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secar. A obtenção das soluções foi por meio da geleificação do amido em água aquecida em banho-maria até 70°C, sob agitação constante por 15 min. Após a secagem os frutos foram acondicionados à temperatura ambiente (26 ± 1°C) por um período de 12 dias. As análises foram realizadas a cada três dias de armazenamento.

A Perda de massa foi determinada com auxílio de balança semi-analítica com precisão de 0,01g e os resultados foram expressos em porcentagem. Para determinação da resistência da casca à penetração utilizou-se penetrômetro digital INSTRUTERM, modelo PTR-300, com ponteira cilíndrica de 8 mm de diâmetro. As medidas foram realizadas na região equatorial dos frutos com casca, sendo expressa em Newton (N).

Análise estatística

Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 4 × 5, sendo quatro concentrações da solução (0, 2, 5, 8%) quatro tempos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 dias). Os resultados foram submetidos à análise de regressão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como a película de fécula de mandioca é um

material semipermeável, as bananas de todos os tratamentos perderam peso ao longo dos doze dias de armazenamento (Figura 1). Percebe-se ainda que quanto maior o percentual de fécula no revestimento, menor foi a perda de massa, sendo cerca de 33% para o controle e 21% quando se utilizou o biofilme de fécula 8%, o que permitiria um armazenamento por mais tempo, levando-se em consideração este atributo.

Figura 1 – Perda de massa (%) de banana ‘Prata Anã’ revestida com biofilme de fécula de mandioca, nas concentrações de 0% (controle), 2, 5 e 8% em função do período de armazenamento em temperatura ambiente.

Independente do tratamento utilizado, o processo

de amadurecimento resultou na diminuição da firmeza da casca da banana (Figura 2). Contudo, com o aumento do percentual de fécula no revestimento, a firmeza dos frutos foi maior no final do armazenamento, semelhante aos resultados

encontrados por Silva et al. (2011) estudando o efeito de revestimentos de amido gelatinizado no armazenamento refrigerado de banana prata (Musa

balbisiana colla).

Figura 2 – Firmeza (N) de banana ‘Prata Anã’ revestida com biofilme de fécula de mandioca, nas concentrações de 0% (controle), 2, 5 e 8% em função do período de armazenamento em temperatura ambiente.

CONCLUSÕES

O biofilme de fécula de mandioca reduziu a

perda de firmeza e de massa das bananas ‘Prata Anã’. O revestimento a 5% proporcionou melhor relação custo/benefício.

REFERÊNCIAS BORGES, A. L.; SOUZA, L. da S. Exigências edafoclimáticas In: BORGES, A. L.; SOUZA, L. da S. (Ed.). O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa

Mandioca e Fruticultura, p. 132-145, 2004. CIACCO, C. F.; CRUZ, R. Fabricação de amido e sua utilização. Secretaria da Indústria, Comércio e

Tecnologia, São Paulo. 1992. 150p. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br. 2003. REETZ, E. R.; KIST, B, B.; SANTOS, C. E.; CARVALHO, C.; DRUM, M. Anuário Brasileiro da Fruticultura 2014. Santa Cruz do Sul: Gazeta Santa Cruz, 2015, 108p. SILVA, A. A. L.; BONOMO, R. C. F.; CHAVES, M. A.; REBOUÇAS, K. H.; SANTOS, T. D. R.; OLIVEIRA, A. A. C. L. Efeitos de revestimentos de amido gelatinizado no armazenamento refrigerado de banana Prata (Musa AAB). Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.3, p.235-241, 2011. SOUZA, R. C. S.; ANDRADE, C. T. Investigação dos processos de gelatinização e extrusão de amido de milho. Polímeros: Ciência e Tecnologia, São Paulo, v.10, n.1, p.24-30, 2000. TOGRUL, H.; ARSLAN, N. Extending shelf-life of peach and pear by using CMC from sugar beet pulp cellulose as a hydrophilic polymer in emulsions. Food Hydrocolloids.

V. 18, p. 215-226, 2004.

y (0%) = 2,7657x + 0,3665; R² = 0,99

y (2%) = 2,2310x + 1,1251; R² = 0,98

y (5%) = 2,0402x + 2,6953; R² = 0,95

y (8%) = 1,7932x + 0,6198; R² = 0,99

0

10

20

30

40

50

60

0 3 6 9 12

Per

da

de

mas

sa (

%)

Período de armazenamento (dias)

0% 2% 5% 8%

y (0%) = -5,6322x + 68,140; R² = 0,50

y (2%) = -7,8933x + 98,267; R² = 0,68

y (5%) = -4,0600x + 92,467; R² = 0,86

y (8%) = -5,3828x + 105,870, R² = 0,92

0

30

60

90

120

150

180

0 2 4 6 8 10 12

Fir

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)

Período de armazenamento (dias)

0% 2% 5% 8%

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FRAÇÕES OXIDÁVEIS DO CARBONO ORGÂNICO EM LATOSSOLO CULTIVADO COM CANA-DE-AÇÚCAR SOB APLICAÇÃO DE VINHAÇA E

QUEIMA DA PALHADA (1)

Daniel Macedo de Oliveira (2); Adriana Rodolfo da Costa (3); Leidiane Vilela

Calixto (4); Patrícia Magalhães Neves (5), Antonio de Paula dos Santos (5), Helio Lopes Araújo (5).

(1) Trabalho executado com apoio da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Santa Helena de Goiás. (2) Engenheiro Agrícola, Santa Helena de Goiás - GO, Email: [email protected]; (3) Professora, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Santa Helena de Goiás, Email: [email protected]; (4) Bióloga, Instituto Federal Goiano, Câmpus Rio Verde; (5) Estudante, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Santa Helena de Goiás.

RESUMO: A matéria orgânica é um dos componentes do solo, que possui papel fundamental no que diz respeito à questão da fertilidade, conservação e manejo deste, e uma das formas de se medir sua qualidade é através do fracionamento. O objetivo deste trabalho foi avaliar as frações oxidáveis do carbono orgânico, em Latossolo cultivado com cana de açúcar sob fertirigação com vinhaça e queima da palha, em diferentes idades de instalação da cultura. As amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-40 cm, em áreas de primeiro, décimo segundo e décimo sexto corte da cana, com quatro repetições. Como referência utilizou-se uma área de mata. Estas foram analisadas de acordo com as frações oxidáveis do carbono orgânico em função da variação na concentração de ácido sulfúrico, e as frações são denominadas F1, F2, F3 e F4. A área de Mata, independente da profundidade, apresentou um equilíbrio entre as frações oxidáveis do carbono orgânico. E nas áreas de canaviais um equilíbrio entre as frações mais lábeis (F1+F2) com as frações mais recalcitrantes (F3+F4) não foi observado, exceto na área de 16º corte nas duas primeiras profundidades, indicando que a constante adição de material orgânico (vinhaça e torta de filtro) no solo proporciona uma maior disponibilidade de MOS. Termos de indexação: Saccharum officinarum L., matéria orgânica, labilidade, qualidade do solo.

INTRODUÇÃO

As preocupações com o meio ambiente estiveram sempre em foco nas últimas décadas. As buscas por novas tecnologias e alternativas que visem amenizar os impactos ambientais são o foco da sociedade em geral. Neste contexto, os combustíveis de fontes renováveis, como o biodiesel e o etanol vêm sendo muito utilizado, contribuído para que o setor sucroalcooleiro apresente uma expansão significativa.

A exploração da cana-de-açúcar vem aumentando em todo território nacional, inclusive no estado de Goiás. Na região sudoeste do estado, estudos apontam que a expansão vem sendo cada vez mais ascendente (Lima & Garcia, 2011). Uma preocupação é a monocultura, uma vez que a cana é cultivada sem rotação de cultura. Este ato leva a preocupações com os aspectos bióticos e abióticos do meio ambiente.

A matéria orgânica é um dos componentes do solo, que possui papel fundamental no que diz respeito à questão da fertilidade, conservação e manejo deste. Sabe-se que a proporção da parte viva do solo advém justamente da quantidade de matéria orgânica presente. Esta possui variantes que interferem no seu teor como umidade, temperatura, topografia e biomassa presente no solo. Os níveis de carbono oxidável presente no solo possuem características distintas em sua disponibilidade e labilidade (Loss et al., 2009).

De acordo com as características da área, o uso e ocupação do solo os teores de carbono oxidável mudam significativamente, como aponta o estudo de Batista et al., (2014). Assim como existem poucos estudos sobre os teores de matéria orgânica na cultura da cana (Torres et al., 2014) este trabalho se justifica dada sua importância no Sudoeste Goiano e para o país, visto que a mesma é matéria prima para produção de biocombustível.

O objetivo deste trabalho foi avaliar as frações oxidáveis do carbono orgânico, em Latossolo cultivado com cana de açúcar sob fertirigação com vinhaça e queima da palha, em diferentes idades de instalação da cultura e profundidades do solo.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido em canaviais da Usina Vale do Verdão Açúcar e Álcool, localizada no município de Turvelândia no Sudoeste Goiano, com altitude média de 620 m. As áreas de coleta foram selecionadas com base na idade de cultivo após a última reforma do canavial, compreendendo uma sequência de idades 1, 12 e 16 anos e uma área de referência (mata nativa) com colheita mecanizada, e fertirrigada com vinhaça após a colheita.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (cortes e mata), três profundidades (0,00-0,10; 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m) e quatro repetições. Foram coletadas amostras deformadas de solo com trado holandês, no mês de novembro de 2014, após realizada a colheita mecanizada da cana-de-açúcar. As amostras compostas por três pontos foram coletadas na entre-linha de cultivo.

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Para as análises químicas, o solo foi seco ao ar e passado em peneira de 0,2 mm, só então foram submetidas ao fracionamento do carbono por graus de oxidação segundo metodologia proposta por Chan et al., (2001) e adaptadas por Rangel et al. (2008). O fracionamento do C resultou em quatro frações, com graus decrescentes de oxidação em função da concentração de ácido sulfúrico.

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO. Os resultados da fertilidade de cada área são apresentados na Tabela 02. Verifica-se uma tendência de redução do pH do solo a medida em que aumenta-se a idade dos canaviais, sendo esta diferença mai acentuada na profundidade de 10-20cm. A acidez potencial do solo (H+Al) em áreas cultivadas apresentou-se mais elevada nas áreas cultivadas que na área de mata nativa. E o potássio (K), foi sempre inferior na camada de 10-20cm, em todas as áreas cultivadas. TABELA 02. Resultado da análise de solo das áreas e das profundidades avaliadas

Fonte: Solo Forte: laboratório de análises agrícolas, 2015.

Na Tabela 3 encontram-se os valores do F calculado, para os fatores de variação área, profundidade, bem como a interação entre eles. TABELA 3. Valores do F calculado, para os fatores de variação área, profundidade

Análise de Variância e nível de significância: (*) significativo a 0,05 de probabilidade; (**) Significativo a 0,01 de probabilidade; (NS) não significativo.

Para interpretação dos resultados as frações foram avaliadas separadamente e associadas Observa-se na tabela 3 que os valores obtidos para as diferentes frações oxidáveis estão dentro da faixa de valores apresentados por outros autores em trabalhos com diversos solos e sob diferentes usos (RANGEL et al. 2008; LOSS et al. 2010; BARRETO et al., 2011; COSTA et al., 2013). A Tabela 4 apresenta.. Estudos com fracionamento do carbono orgânico do solo indicam que os maiores teores de carbono na fração F1 tendem

a ser encontrados naquelas áreas onde há aporte de matéria orgânica via resíduos vegetais (CHAN et. al. 2001; BLAIR et. al. 1995; RANGEL et. al. 2008; LOSS et. al. 2010). Para Guareschi, Pereira (2013) e Rangel et al (2008), esses resultados indicam que nas áreas avaliadas há predominância no solo de matéria orgânica de maior biodisponibilidade. CONCLUSÃO

A constante adição de material orgânico (vinhaça e torta de filtro) no solo proporciona uma maior disponibilidade de MOS, representada pelas frações mais lábeis (F1+F2), com forme demonstrado pelas áreas de cana 16 e cana 12 anos. A área de Mata, independente da profundidade, apresentou um equilíbrio entre as frações mais biodisponíveis (F1+F2) do carbono orgânico e aquelas mais recalcitrantes (F3+F4), e a área cultivada com cana a 16 anos também apresentou este equilíbrio entre as frações apenas nas duas primeiras camadas avaliadas. Observa-se nos solos de mata e cana de 16 anos uma tendência a diminuir o teor das frações a medida em que se aprofunda a camada do solo. TABELA 4. Frações oxidáveis da matéria orgânica nas diferentes camadas e áreas de amostragem.

Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,05 de probabilidade.

REFERÊNCIAS ANDRADE C. A.; OLIVEIRA, C. de & CERRI, C. C. Qualidade da matéria orgânica e estoques de carbono e nitrogênio em Latossolo tratado com biossólido e cultivado com eucalipto. R. Bras. Ci. Solo. Viçosa, v. 29, n. 5, p. 803-816, 2005. BARRETO, P. A. B.; Distribuição de frações orgânicas e conteúdo de C e N em solos sob eucalipto de diferentes idades e sistemas agroflorestais de cacau. 2009. 96f. Tese (Pós-Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Doctor Scientiae.) - Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuária. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2009. BATISTA, I.; CORREIA M.E.F.; PEREIRA M.G.; BIELUCZYK W.; SCHIAVO J.A.; ROUWS J.R.C.; Frações oxidáveis do carbono orgânico total e macrofauna edáfica em sistema de integração lavoura-pecuária. Rev. Bras. Ciênc. Solo, vol. 38, n. 3, p. 797-809. ISSN 0100-0683, 2014. BLAIR, G. J.; LEFROY, R. D. B. & LISLE, L. Soil carbon fractions based on their degree of oxidation, and the development of a carbon management index for agricultural systems. Aust. J. Agr. Res., 46:1459-1466, 1995. CHAN, K.Y.; BOWMAN, A. & OATES, A. Oxidizible organic carbon fractions and soil quality changes in an oxicpaleustalf under different pasture ley. Soil Sci.,166:61-67, 2001. COSTA, E. M.; SILVA, H. S.; RIBEIRO, P. R. Matéria orgânica do solo e o seu papel na manutenção e produtividade dos sistemas agrícolas. Goiânia: ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, v. 9, n.17; p. 2011842 3, 2013. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia (UFLA), v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011.

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Índices físicos e infiltração de água de um latossolo vermelho-amarelo

Fabiane Pereira da Silva Vieira1; Jorge Alfredo Luiz França2

1 Discente em Engenharia Agrícola, Instituto Federal Goiano - Câmpus Urutaí/Urutaí – GO, [email protected]; 2 Mestrando em Fitotecnia, Universidade Federal de Uberlândia/ Uberlândia – MG.

RESUMO: O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é de fundamental importância para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de irrigação e drenagem, bem como auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção da água e aeração no solo. Neste trabalho, objetivou-se determinar o efeito da ação antrópica em um latossolo vermelho-amarelo do cerrado goiano submetido a diferentes tipos de manejo. Para isso foram determinadas características físicas e a taxa de infiltração estável do solo. De acordo com os resultados verificou-se que, para um mesmo solo submetido a diferentes tipos de manejo, houve incremento de 262,90% para área cultivada com hortaliças e, redução de 37,10% para área com cultivo anual, na taxa de infiltração estável, quando comparada com a área de mata.

Termos de indexação: conservação do solo, taxa de infiltração, infiltrômetro.

INTRODUÇÃO O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é de fundamental importância para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de irrigação e drenagem, bem como auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção da água e aeração no solo (GONDIN et al., 2010). De acordo com FAGUNDES et al (2012), vários métodos de campo têm sido utilizados para determinar a taxa de infiltração de água de um solo, dentre eles pode-se destacar o método do infiltrômetro de anel, por ser simples e de fácil execução. Para tanto, torna-se necessário adotar métodos, cuja determinação baseia-se em condições semelhantes àquelas observadas durante o processo ao qual o solo é submetido, uma vez que a taxa de infiltração é muito influenciada pelas condições de superfície e conteúdo de umidade do solo (XEREZ et al., 2012). Objetivou-se determinar o efeito da ação antrópica em um solo submetido a diferentes tipos de manejo, por meio da determinação de características físicas e da taxa de infiltração estável.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido nas dependências do Instituto Federal Goiano campus Urutaí, GO, com altitude média de 821 m e latitude 17° 27 52 Sul e longitude 48° 12 13 Oeste. Segundo classificação Köppen, o clima é Cwa, caracterizado como úmido tropical com inverno seco e verão chuvoso. Foram realizados testes com infiltrômetro de anel em áreas utilizadas para o cultivo de hortaliças, para cultivo de culturas anuais (milho e soja) sob pivô central e área de mata. A taxa de infiltração estável para cada área foi determinada conforme recomendações descritas por Paiva e Paiva (2003). Para a determinação da umidade inicial e da curva de retenção de água no solo, amostras de solo das camadas 0-20, 20-40 e 40-60 cm, foram coletadas por meio de trado tipo Uhland. A partir dos dados coletados foram ajustados modelos empíricos para descrever a infiltração acumulada e a taxa de infiltração segundos os modelos de Kostiakov (Equação 1 e 2, respectivamente) e Kostiakov-Lewis (Equação 3 e 4, respectivamente).

I = k tα (Equação 1)

i = k α tα-1 (Equação 2)

I = k tα + Tie t (Equação 3)

i = k α tα-1 + Tie (Equação 4)

em que: I = infiltração acumulada (cm minuto-1); k, α = parâmetros de ajuste (e cm minuto-1 e adimensional, respectivamente); i = taxa de infiltração (cm minuto-1); t = tempo percorrido desde o inicio da infiltração (minuto); e

Tie = taxa de infiltração estável (cm minuto-1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura1 está apresentada a distribuição da umidade do solo nas diferentes áreas estudadas. Pode-se verificar o comportamento antagônico entre as áreas cultivadas com mata e com hortaliças, uma vez que, enquanto na área de mata o teor de umidade reduz com o aumento da profundidade, na área com hortaliças, ocorre o incremento de umidade com a profundidade do solo. Também, pode-se observar que na área cultivada com culturas anuais sob pivô central, no sistema convencional

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de preparo de solo, o teor de umidade permanece praticamente constante com incremento da profundidade.

Figura 1- Distribuição da umidade do solo para as áreas submetidas a diferentes métodos de manejo.

À medida que a água infiltra pela superfície, as camadas superiores do solo vão se umedecendo de cima para baixo, alterando gradativamente o perfil de umidade. Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. Quando o aporte de água à superfície cessa, isto é, deixa de haver infiltração, a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas.

Uma das consequências observadas no manejo incorreto do solo é sua compactação, aumentando a massa específica, o que reduz a infiltração de água no solo e proporciona o escoamento superficial, com consequente perda de solo e de fertilizantes, além do assoreamento e contaminação dos cursos de água. Conforme dados de campo e ajuste de modelos empíricos, as áreas cultivadas com horta, culturas anuais e de mata apresentaram valores de Tie iguais a 225, 23 e 62 mm h-1, respectivamente. Assim, para um mesmo solo submetido a diferentes tipos de manejo, verificou-se que, em comparação com a área de mata, incremento de 262,90% para área cultivada com hortaliças e, redução de 37,10% para área com cultivo anual, na taxa de infiltração estável. Segundo Bernado et al. (2006), a área cultivada com horta e a de mata apresentam Tie classificadas como “muito alta”, enquanto a área cultivada com cultura anual sob pivô central e manejo do solo convencional, a Tie apresenta classificação “alta”. Conforme esperado, a área cultivada com hortaliças, por revolver constantemente parte as camadas de solo, apresentaram incrementos na taxa de infiltração, enquanto a área sob pivô central, embora também ocorra movimentação das camadas superficiais, ocorreu maior selamento superficial, provocando maior redução na taxa de infiltração.

CONCLUSÕES

De acordo com resultados obtidos verificou-se determinação da taxa de infiltração estável por meio do infiltrômetro de anel é uma ferramenta fácil e prática estudar a ação antrópica sobre a infiltração da água no solo. A cobertura vegetal e a estruturação do solo reduzem o selamento superficial e proporcionam maiores taxas de infiltração estável. Para um mesmo solo submetido a diferentes tipos de manejo, verificou-se que, em comparação com a área de mata, incremento de 262,90% para área cultivada com hortaliças e, redução de 37,10% para área com cultivo anual, na taxa de infiltração estável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDO, S; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. Viçosa: UFV, 2006. 625 p.

FAGUNDES, E. A. A.; KOETZ, M.; RUDEL, N.; SANTOS, T. S. S.; PORTO, R. Determinação da infiltração e velocidade de infiltração de água pelo método de infiltrômetro de anel em solo de cerrado no município de Rondonópolis-MT. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, nº: 14, p. 370, 2012.

GONDIM, T. M. S.; WANDERLEY, J. A. C.; SOUZA, J. M.; FILHO, J. C. F.; SOUZA, J. S. Infiltração e velocidade de infiltração de água pelo método do infiltrômetro de anel em solo arenoargiloso. Pombal: REBAGA, v.4, n.1, p. 64-73, 2010.

PAIVA, J. B. D.; PAIVA, E. M. C. D. Hidrologia Aplicada à gestão de pequenas bacias hidrográficas. Porto Alegre: ABRH, 2003.

XEREZ, F. N. F. B.; CARVALHO, F. W. A.; PEREIRA, M. M. Pereira; M. K. M.; VIANA, P. C.; SOUZA, J. M. Determinação da velocidade de infiltração pelo método do infiltrômetro - unidade produtiva de goiaba – IFCE, 2012.

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Inserindo e visualizando dados do levantamento de campo no software

ArcGIS (1)

Thamires Rodrigues de Sá Valle (2)

(1)

Trabalho executado com os recursos do Programa de Monitoria, PROGRAD/UFF. (2)

Monitora da disciplina de Topografia no ano de 2013, Departamento de Análise Geoambiental, Instituto de

Geociênicas, Universidade Federal Fluminense; Niterói; Rio de Janeiro; [email protected]

RESUMO: O trabalho topográfico, junto a investigações geotécnicas e hidrológicas, compõe o estudo preliminar de projetos de engenharia, permitindo o planejamento territorial, monitoramento de áreas de preservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, execução de obras civis, projetos urbano arquitetônicos, etc. Em comum às possibilidades de aplicação, o uso de softwares e ferramentas digitais torna-se fundamental para processar e armazenar os dados obtidos em campo ou histórico local. E nesse sentido, os Sistemas de Informações Geográficas merecem destaque por permitirem a inserção de informações georreferenciadas num banco de dados. O objetivo deste trabalho consiste em descrever o procedimento para inserir dados produzidos na aula de campo sobre nivelamento geométrico no software ArcGIS, e visualizar curvas de nível e perfil da porção do terreno. O nivelamento foi feito com um nível automático europeu Carl Zeiss Jena NI025 e mira do tipo INVAR, e o processamento de dados foi feito utilizando-se o software ArcGIS versão 10.1 e 10.2, a malha municipal digital do Estado do Rio de Janeiro, disponível no site do IBGE, e o Microsoft Office Excel 2010. Os resultados do trabalho demonstraram não ser possível a visualização gráfica do terreno através da distribuição de pontos cotados no nivelamento geométrico. Sugere-se que, nas futuras práticas, seja levantada maior quantidade de pontos e que estes estejam mais distribuídos espacialmente, ocupando maior área. Além disso, indica-se também que sejam usados aparelhos de Sistema de Posicionamento Global – GPS – para a localização exata dos pontos, evitando aproximações visuais no Google Earth, uma fonte de erro no geoprocessamento. Termos de indexação: topografia, nivelamento geométrico, geoprocessamento.

INTRODUÇÃO

A topografia reúne instrumentos e metodologias que viabilizam a medição de ângulos, distâncias e desníveis de forma a descrever uma porção da superfície terrestre.

Segundo Spartel & Luderitz (1979), os levantamentos topográficos podem ser classificados em expeditos, comuns e de precisão, variando a exatidão das informações e a complexidade dos recursos utilizados. Seja qual for, o desenho topográfico é um dos principais frutos do trabalho e trata da representação do terreno em escala e convenção de sinais apropriados (Spartel & Luderitz, 1979). As informações topográficas podem ser inseridas em softwares de geoprocessamento, facilitando o acesso e atualização do banco de dados relativos ao local. O ArcGIS é um software desenvolvido pela ESRI – Environmental Systems Research Institute, empresa norte americana fundada em 1969 e de grande destaque no cenário global de Geoprocessamento e Sistema de Informações Geográficas – SIGs (ESRI, 2013a). O programa permite criar, gerenciar, editar e compartilhar mapas, e é composto por extensões que possibilitam a leitura e manipulação dos dados. O ArcInfo, por exemplo, inclui o ArcCatalog, ArcToolbox e ArcMap responsáveis respectivamente por gerenciar dados geográficos e tabelas de atributo, converter e processar dados, e criar e editar mapas (Santos, 2009). Desta forma, a proposta deste trabalho é descrever de forma detalhada e didática o procedimento para inserir dados do nivelamento geométrico no software ArcGIS, gerando a representação do terreno em curvas de nível e perfil topográfico.

MATERIAL E MÉTODOS

O nivelamento geométrico realizado em aula de campo foi feito com um nível automático europeu Carl Zeiss Jena NI025 e mira do tipo INVAR. Além disso, o levantamento seguiu as diretrizes expostas na NBR 13133, produzida em maio de 1994 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

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Figura 1: Nível automático europeu Carl Zeiss Jena NI025.

Os pontos cotados foram distribuídos próximo ao Instituto de Geociências. Os dados do levantamento foram organizados em caderneta de campo e transferidos para planilha do Microsoft Office Excel.

Figura 2: Feições (pilastras) levantadas no nivelamento geométrico.

Figura 3: Feições (postes de iluminação) levantadas no nivelamento geométrico.

As coordenadas geográficas foram obtidas através do Google Earth por meio de aproximação visual, uma vez que, durante as aulas práticas, os pontos são referenciados apenas descritivamente. A malha municipal digital do Estado do Rio de Janeiro é disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Além disso, foram utilizadas as versões 10.1 e 10.2 do ArcGIS for Desktop. Uma vez não ser possível acessar determinadas funções na versão acadêmica e gratuita, foi preciso recorrer ao LABCAD, laboratório da Escola de Engenharia que possui licença completa do software. Por fim, os procedimentos para inserção de dados e representação gráfica no ArcGIS foram descritos através de texto e imagens, de modo a minimizar dúvidas e permitir o acompanhamento do leitor.

Figura 4: Tela representativa de um dos procedimentos descritos no trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Embora os dados de entrada fossem pontos cotados, não foi possível obter as curvas de nível e o perfil topográfico da área levantada devido à distribuição espacial dos pontos. O ArcGIS constrói as representações tridimensionais baseando-se na interpolação de pontos por triangulação, a exemplo do modelo TIN – Triangulated Irregular Network (ESRI, 2013b). A triangulação é um método gráfico utilizado para interpolar pontos de forma a descrever em mais detalhes a superfície do terreno. E para que a descrição seja verossímil, os pontos cotados devem estar bem distribuídos, ocupando uma área ampla e dispostos de forma semelhante a uma matriz.

CONCLUSÕES

Sugere-se que nas futuras práticas seja levantada uma maior quantidade de pontos e que estes estejam mais distribuídos espacialmente, ocupando área mais ampla de forma a permitir a geração do modelo TIN através da triangulação. Além disso, indica-se também que sejam usados aparelhos de Sistema de Posicionamento Global –GPS – para a localização exata dos pontos, evitando aproximações visuais no Google Earth, uma fonte de erro no geoprocessamento.

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores da disciplina de Topografia, em especial ao professor Jefferson da Silveira Martins, pelo acolhimento e apoio durante meu vínculo com a monitoria.

REFERÊNCIAS

a. Norma Técnica: ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 13133 Execução de Levantamento Topográfico. Rio de Janeiro, 1994. 35p. b. Livro: ESPARTEL, Lélis. Caderneta do campo 11.ed. Porto Alegre : Ed. Globo, 1979. c. Internet: ESRI Environmental Systems Research Institute. About ESRI. 2013a Disponível em <http://www.esri.com/about-esri/history>. Acesso em 25 set 2013. ______. GIS Tutorial 10, ArcGIS 3D Analyst. 2013b Disponível em: <http://downloads2.esri.com/ESRIpress/images/144/GISTutorial_samplechapter.pdf> Acesso em: 06 out 2013 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Geociências. Produto. Mapeamento Topográfico. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/default_prod.shtm#TOPO > Acesso em 25 set 2013. SANTOS, Renato Prado dos. Introdução ao ArcGIS – Conceitos e Comandos. 2009. Disponível em <

http://www.ctec.ufal.br/professor/crfj/Extensao/ArcGIS/Apostila+Renato+Prado+Vol+2.pdf > Acesso em 02 out 2013

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PARÂMETROS PRODUTIVOS DA ESPIGA DE MILHO SAFRINHA COM APLICAÇÃO DE Zn

PEDROSA, Juliana Silva(1); TEIXEIRA, Marconi Batista(2); CABRAL FILHO, Fernando Rodrigues(3); SANTOS, Cláudio Carvalho dos(3); CUNHA,

Fernando Nobre(3); SOARES, Frederico Antonio Loureiro(2).

(1) Estudante Universidade do Estado de Goiás - Campus Santa Helena de Goiás – GO [email protected] (2) Professor Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Câmpus Rio Verde - GO; (3)Estudante Instituto Federal de Educação Ciencia e Tecnologia Goiano. Câmpus Rio Verde - GO

RESUMO: Visando entender a influência da época de aplicação de Zn nos parâmetros produtivos do milho safrinha, objetivou-se com esse trabalho avaliar os parâmetros produtivos relacionados ao grão e sabugo, do milho safrinha submetido a aplicação de zinco via solo após o plantio. O experimento foi desenvolvido nas condições de campo em sistema de plantio convencional, na estação experimental do Instituto Federal Goiano –

campus Rio Verde – GO, no ano agrícola 2015. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso constituído de quatro aplicações de zinco em diferentes épocas (36, 43, 50 e 57 dias após plantio) com quatro repetições. Foram obtidos o número de fileiras de grãos (NFG), diâmetro de sabugo (DS) e massa de grãos por espiga (MGE). Concluímos que o zinco aplicado no solo na cultura do milho safrinha, apenas favoreceu positivamente as variáveis analisadas NFG, DS e MGE quando aplicado no máximo aos 43 DAP, após esse período, não foi observado efeito positivo.

Termos de indexação: Produção. Época. Nutrição.

INTRODUÇÃO

Entre os micronutrientes, o Zn é considerado elemento de grande importância na nutrição das plantas, pois participa como componente de um grande número de enzimas, sendo que suas funções básicas na planta estão relacionadas ao metabolismo de carboidratos, proteínas e fosfatos, e na formação de estruturas das auxinas, RNA e ribossomos (FAGERIA E ZIMMERMANN, 1979). Sua forma mais comum na solução do solo é a do cátion Zn2+ que se movimenta no solo por difusão, caminhando a favor do gradiente de concentração, isto é, de uma região de maior concentração para outra de menor concentração (MALAVOLTA, 2006)

Objetivou-se com esse trabalho avaliar os parâmetros produtivos relacionados ao grão e sabugo, do milho safrinha submetido a aplicação de zinco via solo após o plantio.

MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido nas

condições de campo em sistema de plantio convencional, na estação experimental do Instituto Federal Goiano – campus Rio Verde – GO, no ano agrícola 2015.

O solo foi classificado como Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf), de textura média.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso constituido de quatro aplicações de zinco em diferentes épocas (36, 43, 50 e 57 dias após plantio) com quatro repetições.

Foi aplicado um fertilizante mineral simples em suspensão, a base de zinco, via solo, sendo a dose aplicada de 300 ml ha-1. Teor total de Zinco 748 g L-1, densidade 1,87 g cm-3 (25°C).

Foram obtidos o número de fileiras de grãos (NFG), diâmetro de sabugo (DS) e massa de grãos por espiga (MGE).

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F ao nível de 1 e 5% de probabilidade, e em casos de significância, foi realizada a análise de regressão à 5% de probabilidade.

.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

O número de fileiras de grãos diminui progressivamente conforme o passar dos dias após o plantio para a aplicação do zinco. O NFG foi praticamente igual quando aplicado o zinco aos 36 e 43 DAP, tendo acréscimo de 0,25 quando aos 43 DAP. O menor NFG foi quando aplicado o zinco aos 57 DAP, sendo igual a 14,5.

Aos 36, 43 e 50 DAP o NFG foi praticamente igual a 17, tendo diferenças de 1,45, -2,86 e -4,42%, aos 36, 43 e 50 DAP da aplicação de zinco.

Figura 1 – Número de fileiras de grãos (NFG) em função a diferentes épocas de aplicação do zinco (36, 43, 50 e 57 DAP).

Conforme a Figura 2, a regressão

adequou-se a uma equação polinomial do segundo grau, com R2 igual a 0,90.

Para o DS, da mesma forma que o NFG, também foi ligeiramente maior quando aplicado o zinco aos 43 DAP quando comparado aos 36 DAP, 3,48%. O menor DS também foi encontrado aos 57 DAP, sendo igual a 27 mm. O maior DS foi observado quando aplicado o zinco aos 43 DAP, sendo igual a 29,75 mm.

Figura 2 – Diâmetro de sabugo (DS) em função a diferentes épocas de aplicação do zinco (36, 43, 50 e 57 DAP).

A MGE (Figura 3) possui o mesmo

comportamento que o DS (Figura 2), quando em função da aplicação de zinco em diferentes épocas. A maior MGE foi observada quando aplicado o zinco aos 43 DAP, sendo 1,75% maior que aos 36 DAP, que obteve o segundo maior valor de MGE, seguido por 50 e 57 DAP, 0,2142 e 0,2086 kg, respectivamente.

Figura 3 – Massa de grãos por espiga (MGE) em função a diferentes épocas de aplicação do zinco (36, 43, 50 e 57 DAP).

Observa-se que para todas as variáveis

analisadas, a aplicação de zinco após os 43 DAP não surte efeito positivo nas mesmas, sendo que aos 43 DAP obteve-se os melhores resultados.

Jamami (2006) cita que a massa dos grãos de milho é afetada a partir do estádio de grão leitoso, devido a dois fatores primordiais, sendo eles, a água e os nutrientes.

CONCLUSÕES Concluímos que o zinco aplicado no solo

na cultura do milho safrinha, apenas favoreceu positivamente as variáveis analisadas NFG, DS e MGE quando aplicado no máximo aos 43 DAP, após esse período, não foi observado efeito positivo.

REFERÊNCIAS FAGERIA, N.K.; ZIMMERMANN, F. J.P.

Interação entre fósforo, zinco e calcário em arroz de sequeiro. Revista Brasileira de Ciência do solo, Campinas, v.3 n.2, p 88- 92, 1979.

JAMAMI, N.; BULL, L. T.; CORRÊA, J. C.; RODRIGUES, J. D. Resposta da cultura do milho (Zea mays L.) à aplicação de boro e de zinco no solo. Acta Sci. Agron., v.28, n.1, p.99-105, 2006.

MALAVOLTA, E. Manual de nutrição de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2006. 638p.

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Perfil educacional dos alunos ingressantes do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal

Fluminense(1).

Eliane Cristina Braga(2); ANDRESSA ROSAS MENEZES(3) ; BIANCA ALMEIDADA SILVA(3); LIZA FREITAS SILVA (3); CARLOS RODRIGUES

PEREIRA (4).

(1) Trabalho executado com recursos do Programa de Educação Tutorial – Pet Engenharia Agrícola e Ambiental. (2) Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental, Bolsista Iniciação Científica, Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente, UFF, Niterói-RJ, [email protected]. (3) Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental, Bolsista PET Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente, UFF, Niterói-RJ, [email protected]; [email protected]; [email protected]. (4) Engenheiro Agrônomo, Pós-doutor em Produção Vegetal, Tutor PET Engenharia Agrícola e Ambiental, Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente, UFF, Niterói-RJ, [email protected].

RESUMO: Nos últimos anos, o aumento das vagas verificadas nas universidades públicas e privadas foi proporcional deserção dos alunos. Diante desta realidade, o objetivo do presente trabalho foi descrever o perfil dos ingressantes do curso de graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal Fluminense, bem como avaliar a evasão do curso a partir das pretensões dos mesmos alunos. A importância desse tipo de estudo está relacionada à aplicação de metodologias para melhorar a qualidade do curso e atrair o público alvo. Para este estudo, foram passados questionários com perguntas chaves, no início de cada período entre 2013 a 2015. Observou-se que majoritariamente, a área ambiental teve impacto na escolha do curso e também a nota de corte do Sistema de Seleção Unificada – SISU. Por consequência, a falta de interesse na área agrícola pode ser um dos motivos para evasão do curso. Termos de indexação: questionários, evasão, análises.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos verificou-se um aumento significativo na oferta de vagas pelas universidades públicas e privadas, sobretudo com o advento de Programas Sociais de inclusão e acesso ao Ensino

Superior, como o Sistema de Cotas e o Programa Universidade para Todos – ProUni. Em contrapartida, o número de evasão escolar cresceu concomitantemente com as ofertas de vagas.

Dentro os fatores que influenciam a deserção escolar, encontram-se aqueles ligados à problemas internos da instituição – infraestrutura e acervo deficitários, deficiência didático-pedagógica e métodos de avaliação; e externos – escolha equivocada do curso, dificuldades de aprendizagem, problemas financeiros. Além disso, muitos alunos ingressam na Universidade pela nota de corte do Sistema de Seleção Unificada – SISU, não sendo, portanto, sua primeira e principal escolha de curso. Cabe, então, à Instituição de Ensino, avaliar continuamente as expectativas e satisfação dos discentes, identificando problemas e implantando soluções que atenuem a evasão escolar (Pereira, 2003).

O ponto de partida para o entendimento da deserção escolar deve ser o delineamento do perfil dos discentes ingressantes, uma vez que tal conhecimento permite a compreensão da dinâmica do processo que acarreta a evasão ou mobilidade de entre cursos (Machado, 2002).

Diante desta realidade, o objetivo do presente trabalho foi descrever o perfil dos ingressantes bem como avaliar a evasão do curso a partir das pretensões dos mesmos

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alunos. A importância desse tipo de estudo está relacionada à aplicação de metodologias para melhorar a qualidade do curso e atrair o público alvo.

MATERIAL E MÉTODOS

No início de cada período, a partir do

primeiro semestre de 2013 até o primeiro

semestre de 2015, foram passados

questionários com perguntas objetivas

referentes aos interesses e expectativas dos

alunos ingressantes no curso.

Os dados obtidos foram inseridos em

planilhas eletrônicas, gerando-se gráficos

que permitiram a análise do perfil desses

alunos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a tabela 1 (anexo), observa-se que a maior parte dos alunos ingressantes justificaram a escolha do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental por ter interesse na área ambiental. Além disso, houve um aumento do número de alunos que escolhem o curso em função da nota de corte do Sistema de Seleção Unificada (SISU) e que pretendem fazer mobilidade para outro curso da universidade. Por outro lado, a porcentagem de alunos que escolheram o curso por ter interesse na área agrícola, diminuiu, principalmente se comparado a relevância da escolha pela área ambiental. Nos semestres de 2013/1 a 2014/1 houveram alunos que escolheram o curso por gostar das disciplinas de matemática, física e biologia, porém nos dois últimos semestres analisados não houve influência desses fatores.

CONCLUSÕES

Os resultados analisados sugerem que a

falta de interesse pela área agrícola pode ser um dos motivos da evasão do curso, porém outros fatores também devem ser levados em conta, como: escolha errônea do curso pela falta de informação e maturidade; dificuldade nas disciplinas do ciclo básico de engenharia; falta de aulas práticas.

Com base nas deficiências identificadas, a coordenação do curso poderá utilizar esse material para construir metodologias diferenciadas que incentivem a participação ativa dos alunos e promovam a melhoria da

qualidade da educação e do ensino, garantindo sua permanência na graduação.

REFERÊNCIAS

PEREIRA, F. C. B. Determinantes da evasão de alunos e os custos ocultos para as Instituições de Ensino Superior: uma aplicação na Universidade do Extremo Sul Catarinense. 2003. 172 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

MACHADO, M. C. T. Perfil dos estudantes da UFG: uma análise a partir do processo seletivo 2002. Sociedade e cultura, Goiânia, v.5, n. 2, p. 137-145, jul-dez 2002.

ANEXO

Tabela 1 – Tabela Percentual da escolha do curso

Engenharia Agrícola e Ambiental de acordo com critérios atrativos ao ingressante.

Critérios Períodos

2013.1 2013.2 2014.1 2014.2 2015.1 Área

Agrícola

11

6

24

21

9

Área Ambiental

42

46

38

62

28

Nota de corte do

SISU

11

6

5

0

30

Gosta de exatas

11

14

10

0

0

Pretende mudar de

curso

0

3

5

3

11

Outro

25

23

19

14

21

Não respondeu

0

3

0

0

2

Total (%) 100 100 100 100 100

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Programa de monitoria de postura (1).

Thaíse Nunes Lima (2); Eliane Cristina Braga (2); Andressa Rosas de

Menezes (2); Bianca Almeida da Silva (2), Islaine Nascimento da Silva (2), Marcos Alexandre Teixeira (3).

(1) Trabalho executado com recursos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). (2) Graduanda em Engenharia Agrícola e Ambiental; Universidade Federal Fluminense. (3) Departamento de Eng. Agrícola e do Meio Ambiente; Universidade Federal Fluminense; Niterói/RJ; [email protected] / [email protected]; RESUMO: De acordo com o contexto de desenvolvimento da avicultura brasileira e do incentivo e fomento à produção familiar, este trabalho sugere diretrizes para o desenvolvimento de uma cartilha para registro e acompanhamento da produção e manejo de galinhas poedeiras, que fosse adequado aos agricultores do Assentamento Fazenda Engenho Novo no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. A finalidade do material é possibilitar o monitoramento do trabalho desenvolvido pela EMATER-RJ, com foco, principalmente, no fornecimento de ovos para a merenda escolar do munícipio. Este consiste de uma folha com desenhos e ícones (sem texto), em que o produtor, na sua maioria, não-letrado possa ir marcando a produção, alimentação, morte de animais, vacinação e vermifugação. O objetivo é poder acompanhar as aves poedeiras, permitindo ao agricultor gerenciar o plantel e a produção, assim como fornecer subsídios que ajude o Extensionista a monitorar o projeto. Termos de indexação: Galinhas poedeiras, programa de manejo, extensão rural.

INTRODUÇÃO A atividade da avicultura brasileira

iniciou com produtores familiares e voltada em sua totalidade para a subsistência, porém nas últimas décadas apresentou um significativo desenvolvimento, graças a implantação de políticas de incentivo de desenvolvimento do setor, juntamente com o emprego de novas tecnologias de manejo de produção de aves e melhoramento genético, levando ao aumento da produtividade e qualidade do produto. Como resultado, aumentou a oferta, e à preços mais acessíveis, levando à expansão da exportação da carne de frango, bem como a ampliação do consumo no mercado interno.

O país ocupa hoje a sétima posição no ranking de maior produtor de ovos, porém o consumo interno médio anual de ovos, de 161.5 unidades/habitantes/ano ainda é considerado baixo, principalmente levando-se em conta a população brasileira e o potencial da avicultura de postura nacional (UBABEF, 2014).

A agricultura familiar tem grande potencial no mercado avícola, especialmente na produção de ovos e carne de galinha caipira, itens cuja procura crescente por parte dos consumidores que buscam produtos de maior qualidade nutricional e livres de agroquímicos.

Além de servir para consumo familiar, pode ser uma importante fonte de emprego e renda para o produtor rural, com a venda dos produtos no mercado local ou, como no caso da área de atuação desta equipe, para o programa de merenda escolar do município.

Porém, dada a dispersão geográfica dos produtores, é necessário ter instrumentos que possibilite o acompanhamento da produção pelos técnicos agrícolas, o que não é a realidade hoje. O desenvolvimento de um material que o agricultor familiar com baixa capacidade de leitura possa usar, enfoque do presente trabalho, poderia – e muito - mudar este panorama.

Diante deste contexto o objetivo do trabalho, como já dito anteriormente, consiste no desenvolvimento de uma cartilha para registro e acompanhamento da produção e manejo das galinhas, a qual os cooperados do Assentamento Fazenda Engenho Novo no município de São Gonçalo possam fazer uso. Ressaltando que o trabalho de extensão e instalação dos galinheiros foi desenvolvido pela EMATER-RJ em parceria com o ITERJ – Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

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A cartilha leva em consideração aspectos relevantes para gestão e controle da produção de ovos de galinhas caipiras, sanidade do animal e a adequação ao público alvo, isto é, os produtores contemplados pelo programa de produção de ovos caipiras da EMATER-RJ. A cartilha deve ser autoexplicativa e o produtor deve ser capaz de preenchê-la sem auxílio do técnico agrícola.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para elaboração da cartilha é

considerado o horizonte de dois anos, tendo em vista o tempo necessário para reposição do lote de animais (SANTOS et. al., 2009). Desta forma, a cartilha é organizada em semanas, de modo que cada coluna a ser preenchida corresponderá a informações obtidas durante uma semana, totalizando 104 semanas ao final da mesma. Para gestão da granja são considerados aspectos referentes à produção de ovos, alimentação, mortalidade vacinação e vermifugação.

A produção semanal é representada pela ilustração de um ovo, que corresponderá a uma dúzia produzida. Este ovo ilustrado é dividido em quatro partes, logo cada quarto de ovo preenchido é equivalente a três ovos produzidos. Considerando que cada galinha produz um ovo por dia e que o programa do EMATER contempla o produtor com 45 galinhas, espera-se uma produção de 315 ovos por semana. Assim a cada semana representada na cartilha tem trinta ovos ilustrados para preenchimento do produtor.

O controle do consumo de ração deverá ser preenchido semanalmente e é representado pela ilustração de um peso de 4 kg fracionado em quatro partes, de modo que cada parte equivale a 1 kg de ração consumida. Considerando que o consumo médio de ração por galinha, no período de maior consumo, é de 120g/ave/dia (BASSI et. al. 2006), estima-se que o lote de 45 galinhas consuma até 37,8 kg por semana. Desta forma, para o controle do consumo de ração semanal há 10 pesos de 4 kg para preenchimento do produtor.

A mortalidade deverá ser preenchida a cada quatro semanas e é representada pela ilustração de uma galinha dividida em quatro partes. Cada quarto de galinha ilustrada equivale a uma morte e a cada quatro semanas haverá quatro galinhas

ilustradas (16 mortes) para preenchimento do produtor.

O controle de vacinas é representado pela ilustração de uma injeção colocada na época de vacinação de acordo com o calendário de vacinas em função da idade do lote (SANTOS et. al., 2009). A vacinação é composta por vacinas que previnem quatro tipos diferentes de doenças que podem acometer as galinhas poedeiras e que são aplicadas de acordo com o programa de vacinação. Ao vacinar as galinhas o produtor deve apenas riscar a ilustração.

Por último, a vermifugação é representada pela ilustração de um comprimido que aparecerá a cada 60 dias para ser preenchido, levando em conta o período recomendado de vermifugação (SANTOS et. al., 2009).

O esboço da cartilha com a explicação do seu uso de espaço pode ser visto da figura 1. A cartilha é dividida em colunas que representa cada semana de vida das galinhas poedeiras e cada linha representa os fatores relacionados a atividade, como ditos anteriormente, produção de ovos, alimentação, mortalidade, vacinação e vermifugação.

Este primeiro formato é baseado em informações obtidas na literatura específica para tal atividade e poderá haver alterações, caso haja necessidade, após o início de sua utilização. Além disso, poderá ser estudada maneiras de promover melhorias na cartilha se assim necessário for.

Figura 1: Proposta de layout da Cartilha com uso do espaço e sentido de uso. Vale ressaltar que serão consultados os

profissionais da EMATER e do ITERJ, assim como material especialmente dirigido par a agricultura familiar como EMBRAPA (2009), para análise dos dados e entendimento dos itens da mesma, bem como na orientação inicial do uso. A dinâmica de preenchimento deve ser simples, de modo que basta riscar ou

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hachurar as ilustrações feitas ao longo da cartilha.

CONCLUSÕES A cartilha pode ser um importante

instrumento para que o produtor tenha controle de sua produção, acompanhando a produtividade, consumo de ração e mortalidade de animais, bem como mantendo-o atento para questões de sanidade animal como o período de vacinação e vermifugação.

Diante do exposto, será possível, por meio do monitoramento, otimizar a produção, promover soluções para o melhoramento da produtividade e qualidade do produto, e consequentemente, a qualidade de vida do produtor gerando maior retorno financeiro da atividade.

REFERÊNCIAS

BASSI, Levino; SAATKAMP, Márcio; ROSA, Paulo S.; ÁVILA, Valdir S. da. Poedeira Embrapa 051. Concórdia: EMBRAPA, 2006. Disponível em:http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/60162/1/CUsersPiazzonDocuments18065.pdf. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual sobre criação de galinha caipira na agricultura familiar: noções básicas. Belém, 2009. 28 p. SANTOS et al. Criação de galinha caipira para produção de ovos em regime semi-intensivo. Programa Rio Rural, Manual técnico 18 Niterói: PESAGRO, 2009. 30 p. UBABEF – União Brasileira de Avicultura. Relatório Anual 2014. São Paulo: UBABEF, 2014. Disponível em: http://www.ubabef.com.br/files/publicacoes/8ca705e70f0cb110ae3aed67d29c8842.pdf.

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Variabilidade espacial da umidade e densidade do solo

antes e depois da passagem do subsolador em um Latossolo

Vermelho Amarelo(1)

Wellisson Pereira Martins(2); Larissa Rodrigues Gonçalves (2); Aldenice

de Souza Oliveira(2); Paloma Garcia Meneses(2); Gracielly Ribeiro de

Alcântara(³)

(1) Trabalho executado com recursos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Norte de Minas Gerais – Campus Januária

(2) Graduando de Engenharia Agrícola e Ambiental; Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Norte de Minas Gerais; Januária, Minas Gerais; [email protected].

(3) Professor D.Sc, Engenharia Agrícola; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Norte de Minas Gerais

RESUMO: Analisar a composição física de um solo se tornou na atualidade, de extrema importância na garantia de uma boa produção na agricultura. O objetivo desse trabalho foi avaliar a variabilidade espacial da umidade (U) e densidade aparente (Ds) antes e depois da passagem de um subsolador em um Latossolo Vermelho Amarelo em uma área experimental do IFNMG – Campus Januária. Foi feita uma amostragem do solo com grade amostral de 20 m x 20 m em uma áreas de seis ha, perfazendo um total de 145 pontos. Antes da passagem do subsolador, realizou-se análises físicas de 100 amostras retiradas aleatoriamente no espaçamento da área, assim adquiriu-se as médias de densidade e umidade. Após a passagem do subsolador, em cada ponto amostral, foram determinados os seguintes atributos do solo: densidade aparente (Ds) e umidade (U) nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm. Os dados foram submetidos à estatística descritiva e análise geoestatística, para obtenção dos mapas de contorno para saber se realmente houve necessidade de utilização do subsolador na área em estudo. Com os dados gerados pode-se dizer se o solo esteve ou não compactado e se o procedimento da subsolagem foi feito de forma correta. Através das análises dos dados e dos mapas de contorno verificou-se que o solo permaneceu

compactado após a passagem do subsolador. Termos de indexação: amostra, estrutura, profundidade. INTRODUÇÃO Um dos importantes fatores para se levar em consideração na produção da agricultura são as propriedades físicas do solo, pois estão ligados diretamente na redistribuição de água no solo, bem como na capacidade de desenvolvimento de uma determinada cultura. O uso intensivo de máquinas agrícolas estão causando a compactação do solo alterando a sua composição física, como a umidade e densidade. Conforme Carvalho et al. (2007) atributos físicos como densidade e umidade são indicadores da qualidade do solo. Assim, conhecendo a variabilidade espacial das propriedades do solo, pode-se minimizar os erros no manejo do solo e da cultura (Filho et al. 2007). O trabalho teve como objetivo avaliar as estruturas fisicas do solo, tais como densidade e umidade, e determinar as áreas do solo que estiveram compactadas para verificar se houve ou não a necessidade da passagem do subssolador e se o procedimento incidiu de forma correta. MATERIAL E MÉTODOS

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A pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais (IFNMG), situado na Fazenda São Geraldo, S/Nº, KM 6, bairro Bom Jardim, latitude 15º 28’ 55’’ S, longitude 44º 22’ 41’’ W e altitude 474 m. O solo da área estudada é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo (JACOMINE, et al., 1979); está situado sob pivô central, possuindo vinte anos de cultivo em uma área de seis hectares. A amostragem do solo foi realizada antes da passagem do subsolador 100 amostras retiradas de forma aleatória, após a passagem do subsolador, foi realizado em toda área de estudo uma grade de 20 m x 20 m, perfazendo um total de 145 pontos. Em cada ponto amostral foram retiradas amostras nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm para determinação da densidade do solo (Ds) e umidade (U). A verificação da densidade do solo (Ds) foi determinada pelo método do anel volumétrico com volume interno conhecido, conforme EMBRAPA (1997), ocorrendo no final do período de avaliação da umidade. Para a obtenção dos valores da umidade do solo foi usado o método termogravimétrico, conforme EMBRAPA (1997). As amostras de solo foram pesadas e levadas à estufa a 105-110ºC, permanecendo nesta condição no período de 24 horas. Logo após, retirou-se as amostras da estufa, resfriadas e posteriormente pesadas. Os valores de umidade e densidade foram submetidos à estatística descritiva para verificar o comportamento geral dos dados. Para verificação da variabilidade espacial da compactação do solo, os dados foram submetidos à análise geoestatística. Verificada a dependência espacial, o dados foram interpolados pela krigagem ordinária e foram confeccionados os mapas de contorno. RESULTADOS E DISCURSSÃO As propriedades do solo analisadas antes da passagem do subsolador apresentaram valores que demonstraram a compactação do solo. Na tabela 1 estão apresentados as médias dos valores da densidade (Ds) e umidade do solo antes da passagem do subsolador, e percebe-se que os valores encontrados

apresentaram bem próximos uns dos outros, apesar da diferença de profundidade. Tabela 1. Média dos valores de umidade (%) e

densidade (g/cm3) antes da subsolagem do

solo.

Na Tabela 2 estão apresentados os resultados das análises estatísticas descritivas do solo estudado após a subsolagem. O coeficiente de variação (CV) foi de 19,02% para a umidade de 0-20, e 19,53 % para umidade de 20-40. Vê-se que esses valores foram próximos um do outro, apesar da diferença de profundidade. Esse fato ocorreu devido aos dias de coleta das amostras estarem em períodos chuvosos e ensolarados. Notou-se que em dias chuvosos parte superficial do solo de 0-20 cm, encontrava-se com maior teor de umidade. Nos dias ensolarados, a parte profunda do solo de 20-40 cm apresentou-se com maior umidade, devido à taxa de infiltração, com isso acredita-se que ouve um equilíbrio de umidade das diferentes profundidades. Isso foi comprovado, analisando as médias das umidades de 0-20 cm e 20-40 cm que tiveram menos de um décimo de diferença. A densidade do solo de 0-20 cm foi menor que a de 20-40 cm, o que era esperado, pois de acordo com Costa et al. (2003), a densidade tende a aumentar com a profundidade, o que se deve a fatores como teor reduzido de matéria orgânica, menor agregação, menor penetração de raízes, maior compactação ocasionada pelo peso das camadas sobrejacentes, dentre outros. Ainda assim, apresentaram os seus valores elevados, pois conforme Camargo & Alleoni (1997), o valor de referência considerado ideal para a Ds, estaria entre 1,0 e 1,2 g/cm3. Em comparação ao antes e depois da passagem do subsolador, observa-se que os dados de densidade apresentou uma variação, diminuindo o seu valor após o uso da máquina. É certo de que quanto mais compactado for o solo, maior é a densidade, havendo redução no espaço poroso do solo impedindo a passagem da água, do ar e da penetração das raízes.

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Sendo assim, após a passagem do subsolador e do cultivo da plantação de sorgo a densidade reduziu, porém apresentou valores elevados, evidenciando a compactação do solo. A Figura 1a apresenta o mapa interpolado da umidade de 0-20 cm, sendo a parte verde à verde escuro com maiores valores, a de azul à azul escuro de menores valores de umidade. Observa-se que ouve um equilíbrio na amplitude de variação de cada ponto localizado na área, a parte central obteve maior homogeneidade com umidades mais elevadas do que as partes das bordas voltadas para o oeste e a leste. Apesar de alguns dias terem sido chuvosos verificou-se que o solo apresentava um alto índice de evaporação de água por causa das elevadas temperaturas observadas nos dias de coleta dos dados, uma vez que a temperatura média da região apresentou em torno de 31°C e a umidade relativa do ar em torno de 40%. Já na Figura 1b, obtiveram-se os valores da umidade de 20-40 cm, visto uma maior proporção dos valores na parte oeste do mapa. Os valores da densidade nas Figuras 2 a e b estão proporcionais em toda a área do mapa tanto o de 0-20 cm quanto o de 20-40 cm. Pode-se dizer que a densidade de 20-40 cm se mostrou mais elevada à de 0-20 cm, o que era esperado, pois quanto maior à profundidade mais compactado está o solo e maior a densidade. Os dados analisados apresentaram-se densidade elevada, evidenciando solo compactado, e que mesmo depois da subsolagem o solo obteve valores que apontam o não resultado da descompactação do solo. CONCLUSÃO O solo da área em estudo apresentou umidade relativamente baixa e densidade aparente alta, o que indica um solo compactado. O uso do subsolador não foi capaz de eliminar a compactação, evidenciando uma nova intervenção na área para eliminação das áreas compactadas.

AGRADECIMENTOS Os agradecimentos vão para todos os participantes que contribuíram de forma crucial para a realização dessa pesquisa. Ao IFNMG/Januária pela contribuição financeira e dos materiais necessários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMARGO, O.A.; ALLEONI, L.R.F. Compactação do solo e o desenvolvimento das plantas. Piracicaba: USP/ESALQ, 1997, p.132. CARVALHO, A.J.A.; SOUZA, E.H.; MARQUES, C.T.S.; GAMA, E.V.S.; NACIF, P.G.S. Caracterização física dos solos dos quintais agroflorestais e cultivos monotípicos na região de Amargosa, Bahia. Rev . Brasileira de Agroecologia . vol.2, n.2. pag. 941-944. 2007. COSTA, A.M.; SOUZA, M.A.S.; SILVA JUNIOR, A.M.; FALQUETO, R.J.; BORGES, E.N. Influência da cobertura vegetal na densidade de três solos da cerrado. In: Anais . II Simpósio Regional de Geografia. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia – MG. 2003. EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Manual de métodos de análises de solo. Centro Nacional de Levantamento e Conservação do Solo. Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 1997, p.212. FILHO, L. C. A.; OLIVEIRA, E. L.; FARIA M. A.; ANDRADE, L. A. B. Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.). Rev. Ciência Agronômica., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, 2008. JACOMINE, P. K. T. et al. Levantamento exploratório: reconhecimento de solos do Norte de Minas Gerais - área de atuação da Sudene. Recife: EMBRAPA-SNLCS/ SUDENE-DRN, 1979. p. 10-11.

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