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Apresentação: “Pioneirismo, perseverança, confi ança” .................4

Diretores do IEN ..............................................................................6

História em cinco décadas: introdução ...........................................7

1962 a 1971 ............................................................................... 8

1972 a 1981 ............................................................................. 13

1982 a 1991 ............................................................................. 18

1992 a 2001 ............................................................................. 23

2002 a 2012 ............................................................................. 26

Expediente.....................................................................................34

TemasCada cor corresponde a uma das principais áreas de pesquisas e serviços realizados pelo IEN em 50 anos de a vidade. Os textos em cinza destacam fatos importantes do setor nuclear que veram infl uência na história do Ins tuto.

Engenharia Nuclear

Reatores Rápidos

Instrumentação e Controle

Química e Materiais Nucleares

Física Nuclear e Radiofármacos

Radioproteção e Rejeitos

Técnicas Nucleares

Energia Nuclear no Brasil e no Mundo

Índice

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Há pouco mais de 60 anos, logo após o término da 2ª Guerra Mundial, o Brasil inicia a tomada de ações concretas para o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia. Naquele momento foram razões de Estado e de Se-gurança Nacional que mo varam tais ações. No entanto, estavam ali colo-cados os alicerces para o crescimento econômico e melhoria social do País.

Em 1951 houve a fundação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien fi co e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) seguiu-se em 1956.

A fundação do nosso Ins tuto de Engenharia Nuclear (IEN), em maio de 1962, também é parte do processo histórico da construção das bases de Ciência e Tecnologia no Brasil.

Esta edição comemora va dos 50 anos do IEN apresenta a linha do tem-po dos principais trabalhos desenvolvidos no Ins tuto, desde a construção do Reator Argonauta, nosso marco inicial, até nossa atual par cipação no projeto do Reator Mul propósito Brasileiro (RMB), des nado a produzir ra-diofármacos, desenvolver a tecnologia dos materiais usados na energia nu-clear e prover feixes de nêutrons para estudos em Ciências Básicas.

Pensar o futuro, como requer o desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, é sempre um desafi o maior em um País onde ainda há tantas urgências a resolver. A área de energia nuclear, tendo em vista razões de natureza ge-opolí ca e os obstáculos daí decorrentes, apresenta difi culdades adicionais para o desenvolvimento de tecnologia própria. Também, ao longo de nossa existência, o desenvolvimento do setor nuclear, fundamentalmente fi nancia-do pelo Estado, sofreu com as crises econômicas pelas quais passou o Brasil.

Pioneirismo, perseverança, confi ança

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Assim, o leitor atento perceberá que, além dos casos de sucesso, houve pro-jetos que não veram con nuidade. Faz parte da nossa história. E nossa história contém exemplos que são tão visionários quanto, ainda nos anos 70, ao sul do Equador, buscar o desenvolvimento da tecnologia de reatores nucleares regeneradores rápidos.

Esta ousadia nos empolga!

Por isso esta edição comemora va dos 50 anos do IEN é também um tribu-to àqueles que construíram este Ins tuto. Mais que os êxitos ob dos, seu maior legado é a perseverança. A capacidade de colocar trabalho, estudo e empenho no desenvolvimento da energia nuclear a serviço do Brasil, a des-peito de toda sorte de difi culdades.

E a energia nuclear tem muito a oferecer. A escassez energé ca vivida em 2002 apontou para a revisão da matriz energé ca nacional, onde a geração de energia elétrica de origem nuclear surge como opção economicamente viável e de baixo impacto ambiental. Na área da saúde, técnicas e exames de medicina nuclear, além dos óbvios bene cios diretos para os pacientes, resultam também em economia de gastos públicos em razão da possibilida-de de diagnós cos precoces e de tratamentos menos dispendiosos.

O IEN é hoje uma ins tuição detentora e produtora de conhecimento. Aten-de a demandas diretas do Estado, bem como forma recursos humanos e promove a transferência de tecnologia e a inovação para a Sociedade.

Inspirado pelos nossos pioneiros e confi ante na juventude, aquela de nossos alunos e a dos nossos outros jovens de todas as idades, o Ins tuto de Enge-nharia Nuclear segue em frente em sua missão de traduzir conhecimento em qualidade de vida para os brasileiros.

Paulo Augusto Berquó de SampaioDiretor do IEN

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Diretores do IEN desde sua criação:

1962 a 1965 - Jonas Correia Santos

1965 a 1969 - Mário Donato Amoroso Anastácio

1970 a 1973 - Roberto Gomes de Oliveira

1973 a 1977 - Luiz Osório de Brito Aghina

1977 a 1978 - Leonel Eduardo de Montandon Braga

1978 a 1982 - Silvério Carlos Belo Lisboa

03/82 a 10/82 - Sérgio Gorreta Mundim

1982 a 1990 - Alcyr Maurício

1990 a 1991 - Luiz Alberto Ilha Arrieta

1991 a 1992 - Hilton Andrade de Mello

1992 a 1993 - Zelinda Carneiro Gonçalves

1993 a 1999 - Luiz Alberto Ilha Arrieta

1999 a 2003 - Sérgio Chaves Cabral

2003 a 2011 - Julio Cezar Suita

2012 - Paulo Augusto Berquó de Sampaio

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A Era Nuclear teve seu início marcado por vários eventos, como a descoberta da fi ssão nucle-ar, na Alemanha, em 1938, e a primeira reação nuclear em cadeia, no reator da Universidade de Chicago, a “Pilha de Chicago”, em 1942. Se não há consenso sobre seu marco fundamental, há concordância sobre quando e onde foi anunciada ao mundo: em 1945, com a explosão das bombas em Hiroshima e Nagasaki.

O poder que assustou também fascinou, e virou ob-jeto de pesquisa mundial. Outros usos da energia nu-clear foram desenvolvidos: em geração de eletricida-de, medicina, indústria, agricultura. Na corrida pelo domínio da nova tecnologia, o Brasil nha o papel de fornecedor de recursos minerais estratégicos: as areias monazí cas, exploradas desde os anos 40 por empresas estrangeiras por conterem minerais de in-teresse comercial (terras-raras) e nuclear (urânio e tório). Nos anos 50, o país decidiu inves r na forma-ção de especialistas em engenharia e sica nuclear.

Em 1956, o esforço de cien stas do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), presidido pelo almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, levou à criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Neste mesmo ano, o governo americano lançou o programa Átomos para a Paz, que permi a a exportação de serviços, equipamentos e materiais para aplicações pacífi -cas da energia nuclear.

O Brasil não deixou passar a oportunidade e, com apoio do programa, adquiriu dois rea-tores de pesquisa para unidades da CNEN: o IEA-R1, instalado em 1958 no Ins tuto de Pes-quisas Energé cas Nucleares (Ipen), em São Paulo; e o Triga, instalado em 1960 no Centro de Desenvolvimento de Técnicas Nucleares (CDTN), em Belo Horizonte.

O terceiro reator de pesquisa do país, o Argo-nauta, instalado no Rio de Janeiro, foi constru-ído pela indústria nacional com apoio de um grupo de engenheiros, ex-bolsistas do Átomos para a Paz nos Estados Unidos. Assim começa a história do Ins tuto de Engenharia Nuclear.

História em cinco décadas: introdução

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1962-1971

1962 O IEN é criado por convênio entre a Comis-são Nacional de Energia Nuclear e a Uni-versidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro) para abrigar o reator Argonauta e desenvolver tecnolo-gia nuclear. Foi a realização da 30ª meta do governo Juscelino Kubitschek: dotar o Rio de Janeiro de um reator experimental.

1963 O presidente João Goulart visita as instalações da CBV Mecânica, no bairro carioca de Bonsucesso, onde foram fabricadas as peças do reator.

Marco da engenharia nuclear no país, o Argonauta foi constru-ído por engenheiros e técnicos da CNEN e das empresas CBV Mecânica e Microlab, a par r de um projeto adquirido do Ar-gonne Na onal Laboratory (EUA). Os elementos combus veis do reator foram fabricados pelo Ipen, em São Paulo. Foram im-portados apenas o urânio enriquecido do combus vel, a grafi -te moderadora de nêutrons e poucos componentes eletrônicos.

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A colina da Sapucaia, na Ilha do Fundão, é o local escolhido para a instalação do IEN (ao fundo, o edi cio da Reitoria da UFRJ). Enquanto os prédios eram construídos, engenheiros, pesquisadores e técnicos trabalhavam em áreas cedidas na Escola Nacional de Engenharia, no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e na CBV.

1965 Em 20 de fevereiro o reator a nge sua primeira cri calidade (reação nuclear em cadeia controlada).

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No dia 7 de maio o Argonau-ta é ofi cialmente inaugurado, com a presença do presidente Humberto de Alencar Castello Branco. Nos meses seguintes são criados os setores de en-genharia nuclear, sica nucle-ar e instrumentação do IEN.

1967 Primeiras pesquisas em físi-ca de reatores e aplicações industriais de técnicas nucle-ares como gamagrafia.

Aquisição de um gerador de nêutrons, u -lizado principalmente em análise de mate-riais por a vação com nêutrons rápidos.

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1967/68

São inaugurados o prédio central (administração, biblioteca e laboratórios) e o auditório.

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Tratados de paz nuclearO Brasil assina, em 1968, o Tratado de Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe.

No mesmo ano a ONU propõe o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que visa impedir a proliferação da tecnologia de produção de armas nucleares e promover o desarmamento nuclear. O governo brasileiro recusou-se a assiná-lo na época, por considerá-lo discriminatório com as nações não nucleares, e só seria seu signatário 30 anos depois, em 1998.

1969 O IEN é encarregado pela CNEN de estruturar um programa nacional de reatores regeneradores rápidos, para estudo da tecnologia desse po de reator.

Reatores rápidosEntre os modelos de reator estudados no mundo desde os anos 50, diferenciados principalmente pe-los tipos de combustível e de sistemas de refrigeração utilizados, o reator regenerador rápido era um dos mais promissores. Enquanto os reatores térmicos convencionais consomem apenas combustível físsil (urânio 235), o reator rápido usa também material fértil (urânio 238) e o transforma em material físsil (plutônio), que é reutilizado. O aproveitamento energético aumenta em até 70%, uma grande vantagem quando se acreditava que as jazidas de urânio estariam esgotadas em poucas décadas. No-vas prospecções, nos anos 70, mostraram que a reserva mundial é muito maior.

1970 Outras técnicas nucleares começam a ser desenvolvidas com o uso do reator Argonauta: aplicações industriais com radiotraçadores, análise por a vação com nêutrons térmicos e neutrongrafi a.

Canal de nêuntrons do Argonauta

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Primeira usinaO Brasil inicia em 1972 a construção de sua primeira usina nuclear, Angra 1. O reator, escolhido por concorrência internacional, é um modelo PWR (refrigerado a água pressurizada) da empresa americana Westinghouse/GE.

1972-1981

1972 Em junho, o IEN é transferido para a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear (CBTN), transformada em 1974 na empresa estatal Nuclebrás. Criada para gerir o desenvolvimento nacional do ciclo do combus vel nuclear, a Nuclebrás deu origem às Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em 1988.

1972 Montagem do Circuito Térmico a Sódio (CTS-1), para estudo de sistemas de refrigeração a metal líquido u lizados nos reatores rápidos. O CTS-1 foi construído pela empresa nacional CBV.

1973 Inauguração do Laborató-rio de Materiais Nucleares (Laman), onde são insta-lados os laboratórios de ensaios e desenvolvimento de materiais, de análises químicas e de processos químicos nucleares.

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1974 Instalação do acelerador de par culas de energia variável Cíclotron CV-28, para pesqui-sas em sica nuclear e apli-cações de técnicas nucleares. Em 1980 são instaladas as primeiras células de processa-mento de radioisótopos para diagnós co médico com o uso de aceleradores. Com meia--vida em geral mais curta que os radioisótopos produzidos em reator, eles geram doses menores de radiação para os pacientes. Foram desenvolvi-dos métodos de produção de iodo-123, gálio-67, tálio-201, índio-111 e bromo-77.

Radioatividade e MedicinaO uso médico da radiação começou quase junto com a descoberta do raio X, por Wilhelm Roentgen, em 1895, da radioatividade natural, por Antoine Becquerel, em 1896, e do elemento rádio, por Marie e Pierre Curie, em 1898. Um dos primeiros experimentos de Roentgen em sua pesquisa foi radiogra-far uma das mãos da esposa. A nova técnica teve enorme repercussão e difundiu-se rapidamente. Em 1897 já era utilizada no Brasil para estudo dos ossos e localização de cálculos e corpos estranhos nos órgãos humanos internos.

Nos anos seguintes foram realizadas as primeiras radioterapias para tratamento de câncer, com feixes de raios X ou fontes de rádio. No século XX, a Radiologia evoluiu com a criação de novas técnicas.

Nos anos 40 surgiu mais uma especialidade: a medicina nuclear, na qual elementos químicos radioa-tivos, os radioisótopos, são administrados ao paciente para fi ns de terapia ou diagnóstico. Na década seguinte foram desenvolvidas as câmaras cintilográfi cas, equipamentos que transformam em imagens a passagem dos radioisótopos pelo corpo humano.

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Novas usinasEm 1976 é assinado o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, para a aquisição de oito reatores nucleares de potência fabricados pela Siemens. Fazem parte desse contrato as usinas Angra 2, que entrou em operação em 2000, e Angra 3, com inauguração prevista para 2016.

1975 A CNEN assina contrato com a França para a construção de um reator de pesquisa térmico-rápi-do. O chamado Projeto Cobra (Coopéracion Brésil Rapide) é interrompido em 1979, depois que o governo dos Estados Unidos, contrário ao Acordo Brasil-Alemanha, que incluía transferência de tecnologia, recusa-se a liberar o combus vel, de origem americana.

As usinas Angra 2 (à esquerda) e Angra 1

Uma das mais importantes contribuições da energia nuclear para a humanidade, a medicina nuclear chegou ao Brasil em meados da década de 50, com a inauguração dos serviços de aplicações médicas de radioisótopos na Santa Casa do Rio de Janeiro, em 1956, e na Universidade de São Paulo, em 1959, precursores da especialidade na América Latina. A produção nacional de radiofármacos foi iniciada em meados da década de 60, pelo Ipen. Atualmente mais de dois milhões de procedimentos médicos são realizados por ano, no país, com radioisótopos produzidos ou processados por unidades da CNEN.

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Tecnologia nuclear nacionalEm 1979 inicia-se o Programa Nuclear Paralelo, liderado pela Marinha do Brasil, com o objetivo de criar tecnologia nacional para a construção de um submarino com propulsão nuclear. Para isso era preciso desenvolver tanto o ciclo do combustível quanto o projeto de um reator PWR para propulsão naval. O programa teve apoio técnico do Ipen/CNEN e foi mantido fora do conheci-mento público até 1987, quando o então presidente José Sarney anunciou o domínio nacional do enriquecimento do urânio (uma das etapas mais complexas do ciclo do combustível), pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), com apoio do Ipen. No ano seguinte, o progra-ma paralelo seria incorporado às pesquisas ofi ciais.

1979 O IEN volta a ser uma unidade da CNEN.

Restrições estimulam pesquisa nacionalNa década de 80, os Estados Unidos impõem restrições à exportação de quaisquer materiais e equi-pamentos relacionados ao ciclo do combustível nuclear. Em reação, a CNEN determina a suas unidades a nacionalização de vários processos. Ao IEN coube projetar e fabricar equipamentos eletrônicos de instrumentação nuclear e desenvolver tecnologias de obtenção de materiais usados no enriquecimento químico do urânio. A medida estimulou a expansão dessas atividades e a cons-trução de novas instalações.

AprendizadoEm 1979, o acidente no reator de Three Mile Island (EUA) deixou o mundo em alerta, mas foi tam-bém uma lição para os engenheiros nucleares. Mostrou a efi ciência da cúpula de contenção, que evita a dispersão da radiação no ambiente (inexistente em Chernobyl, cujo acidente ocorreria alguns anos depois), e revelou o mecanismo da circulação passiva, quando a água de refrigeração circula natural-mente, sem interferência humana.

Este mecanismo passivo foi incorporado em projetos de reatores de terceira geração. Nenhum trabalha-dor ou vizinho da usina foi morto ou ferido no acidente que, no entanto, provocou profunda revisão em questões como planos de resposta a emergências, engenharia de fatores humanos e proteção radiológica.

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1980 Com o incen vo à nacionalização de equipamentos, a área de instrumentação desenvolve, nos 30 anos seguintes, mais de 60 protó pos de instrumentos eletrônicos para reatores, radioproteção, laboratórios e medicina nuclear. Alguns foram fabricados no IEN sob demanda, outros veram a tecnologia transferida para a indústria nacional.

É criado um setor de materiais e metalurgia, para o estudo e desenvolvimento de materiais para a área nuclear. Reúne laboratórios divididos em três áreas: Ensaios (mecânicos, metalúr-gicos, não destru vos e térmicos), Corrosão e Soldagem.

A doação de um circuito de água pela Alemanha foi a origem da criação do Laboratório de Termo--Hidráulica Experimental (LTE). O circuito é u lizado na pesquisa de técnicas de medição de escoamen-to, como suporte experimental ao desenvolvimento de programas de simulação termo-hidráulica com-putacional e na formação de alunos de graduação e pós-graduação.

1981 O IEN assina acordo com a Itália para a instalação de três circuitos experimentais de refrige-ração a sódio e transferência de tecnologia do sódio para reatores rápidos.

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1982-1991Angra 1 em operaçãoEm 1982 entra em operação a usina Angra 1, da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Trinta anos depois, as usinas Angra 1 e Angra 2 contribuem com cerca de 30% da geração de eletricidade no Rio de Janeiro e 3% da matriz energética brasileira.

1983 É instalado o primeiro laboratório de proteção radiológica, com a u lização de técnicas como espectrometria gama, para análise das águas de refrigeração do reator Argonauta, e testes de esfregaço, para análise de contaminação radioa va de super cies. Também são instalados os laboratórios de calibração de fontes ra-dioa vas e de tratamento de rejeitos.

É criado o Projeto Reator Produtor de Radioisótopos (RPR), para construção de um reator na-cional dedicado à produção de radioisótopos, atendendo às demandas nas áreas de medicina e agricultura. O projeto é paralisado em 1988.

Espectrometria gama (2001).

Teste de esfregaço (2012).

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1984 Construção do Galpão Tecnológico de Sódio, para abrigar os circuitos adquiridos da Itália, mas devido a circunstâncias polí cas e econômicas, apenas um circuito auxiliar chegou a ser montado. Em 1987, é assinado acordo com a Argen na para a fabricação do primeiro reator a nêutrons rápidos da América La na, que não seguiu adiante. O Programa de Reatores Rá-pidos foi paralisado em 2000.

Efeito ChernobylO acidente na central nuclear de Chernobyl, em 1986, provocou uma retração na indústria nuclear em todo o mundo. A Itália, por exemplo, parceira do Brasil no projeto de Tecnologia do Sódio, encer-rou suas atividades nucleares após um referendo popular ocorrido em 1987. A crise afetou também o Programa Nuclear Brasileiro em diversos projetos, entre eles o estudo de reatores rápidos.

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1985 Inauguração do prédio que abriga os laboratórios de instrumentação e controle.

Neste ano é instalada a nova mesa de instrumentação e controle do reator Argonauta, proje-tada pelo IEN com um sistema que atende às necessidades de um reator de potência. Com a experiência adquirida, são desenvolvidas também as mesas de instrumentação do reator IPEN/MB-01, do Centro Tecnológico da Marinha, instalado em 1988; e do reator Triga, do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), instalado em 1996.

Na década seguinte são projetados diversos módu-los de instrumentação para as usinas da central nuclear de Angra dos Reis.

1986 Início do fornecimento dos radiofármacos iodo-123 e gálio-67 para exames por imagem em hospitais do Rio de Janeiro.

Construção de novos laboratórios de química nuclear, para a nacionalização de tecnologias de materiais estratégicos. Foram desenvolvidos métodos de produção do solvente TBP (usado no processamento do urânio), de enriquecimento do boro e de obtenção de berílio metálico (materiais usados como absorvedores de nêutrons em reatores nucleares). Todos esses pro-cessos foram paralisados em 1990, por determinação do Governo Federal.

ia Nuclear (CDTN/CNEN), instalado em 1996.

Mesa do Argonauta Mesa do Triga

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Brasil domina ciclo do urânioCom a sétima maior reserva mundial conhecida de urânio, o Brasil conquistou em 1987 o domínio tecnológico de todo o Ciclo do Combustível Nuclear, composto de seis etapas: mineração e concen-tração (yellow cake)→conversão (gás) →enriquecimento→reconversão (pó) →pastilhas→elementos combustíveis. Apenas outros dez países no mundo detêm a tecnologia completa do ciclo.

A INB (então Nuclebrás) inaugurou em 1982 a primeira usina de urânio do país, em Poços de Caldas (MG), e a fábrica de elementos combustíveis, em Resende (RJ). Em 1985 foi entregue a primeira

recarga de elementos combustíveis para a usi-na Angra 1, montados com urânio brasileiro processado no exterior. No fi nal da década se-guinte foram inaugura-das as fábricas de pó e de pastilhas, em Resende, e a unidade de yellow cake em Caitité (BA).

Em 2006 foi implantada a usina de enriquecimen-to da INB, que opera ain-da em escala-piloto, com uma cascata de ultracen-trífugas desenvolvidas e fornecidas pelo CTMSP.

Goiânia 1987O acidente radiológico em Goiânia (GO) com uma cápsula de césio-137 (usada para radiotera-pia), ocorrido em setembro de 1987, acelera ações da CNEN na regulamentação e gerenciamento de rejeitos de baixa e média radioatividade. Além da construção do depósito defi nitivo em Abadia de Goiás, para armazenar os rejeitos do acidente, são ampliadas as instalações intermediárias de rejeitos no IEN, Ipen e CDTN.

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1988 Transferência, para a indústria na-cional, da tecnologia de três equi-pamentos desenvolvidos no IEN: o Monitor Portá l de Radiação 7013, a Placa Analisadora Mul canal e a Ca-deia de Medidas Nucleares.

1989 O laboratório de manutenção eletrô-nica é designado pela AIEA centro de treinamento e referência na América La na e Caribe. Até 2002, quando o programa foi encerrado, 34 técnicos la no-americanos em instrumenta-ção fi zeram treinamento no IEN.

Paz no Cone Sul1991 - Brasil e Argentina assinam acordo e criam a Abacc – Agência Brasileiro-Argentina de Contabi-lidade e Controle de Materiais Nucleares. O objetivo é garantir, nos dois países e para a comunidade internacional, o uso de materiais nucleares com fi ns exclusivamente pacífi cos.

1987 O acidente em Goiânia mobiliza por alguns meses quase todos os servido-res do IEN: no recolhimento e armaze-namento do material contaminado e no acompanhamento das ví mas do Hospital Naval Marcílio Dias (RJ). Os rejeitos hospitalares foram recolhidos e armazenados pelo Ins tuto em seu depósito intermediário.

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1992-2001

1992 É transferido para o IEN o Laboratório de Extração por Solventes, antes instalado em outra unidade da CNEN, o Ins tuto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). Nesse laboratório, com cem estágios de separa-ção em cascata, são desenvolvidas técni-cas de obtenção de urânio, tório, tântalo, nióbio, tânio e terras-raras (lantanídeos) com grau de pureza acima de 99,9%.

1993 O IEN desenvolve uma planta-piloto para separação de terras-raras, instalada na unidade da INB em Buena, distrito de São Francisco de Itabapoana (RJ) com grandes reservas de monazita.

Início de nova linha de pesquisa em técnica nuclear aplicada: a tomografi a com nêutrons. Neste ano é desenvolvido um protó po de tomógrafo de primeira geração para uso na in-dústria. Nos anos 2000 mais dois protó pos são desenvolvidos. O mais recente, de quinta geração, produz imagens de processos dinâmicos em tempo real.

1994 Início das pesquisas sobre radônio, pelo setor de proteção radiológica. O radônio é um gás ra-dioa vo emi do por minérios que contêm urânio e tório, presentes em minas, solos, material de construção. A pesquisa visa medir os efeitos da concentração do gás no ambiente.

Em defesa do ambiente: Rio 92O alerta de cientistas e ambientalistas era antigo: a ação do homem está esgotando os recursos naturais do planeta e provocando o aquecimento do clima global. Até que a ECO-92, a 2ª Conferência das Na-ções Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, assinalou o compromisso de 179 países com a redução das emissões de gases de efeito estufa e com o desen-volvimento sustentável. A repercussão mundial da ECO-92, também chamada de Rio-92, abriu mais espaço para pesquisas relacionadas à proteção ambiental em instituições científi cas, inclusive no Brasil.

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Inauguração do Sistema Kipros para pro-dução do radioisótopo iodo-123 com alto grau de pureza, adquirido do Laboratório de Karlshue, na Alemanha, com apoio da AIEA. Com o sistema é iniciada a produção comercial regular e ro neira dos radiofár-macos iodeto de sódio, para exames de reoide, e MIGB (metaiodobenzilguanidi-

na), para exames cardiológicos.

1999 Entra em operação o Circuito de Circulação Natural (CCN) do labo-ratório de termo-hidráulica, intei-ramente projetado e construído no IEN, em escala reduzida de 1:10. O sistema é u lizado em estudos so-bre reatores PWR de terceira gera-ção, cujos circuitos de remoção de calor são passivos, ou seja, atuam por gravidade, sem necessidade de acionamento mecânico.

1998 Início de novas pesquisas sobre aplicações de radio-traçadores, produzidos em reator ou cíclotron. Foram desenvolvidas diversas apli-cações, como avaliação de processos industriais, con-trole de estações de trata-mento de rejeitos e medidas de poluição ambiental.

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É montado um conjunto de labora-tórios químicos na área de tecno-logia ambiental, para desenvolvi-mento de métodos de tratamento de efl uentes industriais e de mine-ração contendo metais pesados.

2001 Instalação de um alvo no cíclo-tron CV-28 para produção de fl úor-18, radioisótopo emissor de pósitrons u lizado na síntese do radiofármaco fl úor-desoxigli-cose (FDG). Com o FDG são re-alizados os avançados exames por imagem PET (sigla em in-glês para tomografi a por emis-são de pósitrons), para diagnós- cos em oncologia, neurologia,

neuropsiquiatria e cardiologia.

2000 É instalado o Laboratório de Ultras-som, com apoio da AIEA. Nele são desenvolvidas técnicas não conven-cionais de análise de materiais por ul-trassom, linha de pesquisa na qual o IEN foi precursor no país, desde 1994. Os principais projetos são: avaliação de tensões em estruturas metálicas (como vasos de pressão, dutos e tu-bulações) e, a par r de 2006, caracte-rização de combus vel nuclear.

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2002-2012

Energia nuclear é opção limpaNo início do século 21 já estava claro que a principal causa do efeito estufa e do aquecimento global é a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Para atender à demanda futura por energia, a saída é o uso de fontes limpas e renováveis: energia eólica ou solar, gás natural, biocombustíveis, hidrelétricas, usinas nucleares.

As discussões coincidiram com o momento em que a maior parte das usinas em operação no mun-do, instaladas nos anos 70, estavam próximas do fi m de sua vida útil. Por ser uma tecnologia dispo-nível e segura, economicamente viável e sem impacto ambiental, cientistas e mesmo algumas orga-nizações ambientais passaram a defender uma nova geração de reatores como opção para conter as emissões de gases do efeito estufa.

Criação do Laboratório de Computação Paralela, um sistema computacional (cluster) do po Beowulf, atualmente com 144 núcleos de processamento e 144 gigabytes de memória.

É u lizado em pesquisas de mecânica dos fl uidos computacional, o mização e neutrônica.

Evolução na medicina nuclearDesenvolvidas na década de 70, duas novas técnicas trouxeram grandes avanços no diagnóstico por imagem: a tomografi a por emissão de fóton único (Spect) e a tomografi a por emissão de pósitrons (PET). Capazes de detectar, em imagens acuradas do metabolismo do corpo humano, anormali-dades em estágio muito precoce, os dois exames iriam revolucionar o planejamento terapêutico em áreas como oncologia, neuropsiquiatria e cardiologia.

Enquanto os aparelhos Spect foram rapidamente disseminados, os equipamentos PET só teriam uso comercial nos anos 90, quando a instalação de novos cíclotrons permitiu o fornecimento regional, uma vez que os emissores de pósitrons têm meia-via extremamente curta. O fl úor-18, produzido pela CNEN desde 1999, é o radioisótopo mais utilizado nesse tipo de exame.

Em 2006, uma emenda constitucional fl exibilizou o monopólio da CNEN na produção nacional de radioisótopos e radiofármacos, autorizando instituições privadas a produzir e comercializar radioisó-topos de meia-vida curta para uso médico, agrícola e industrial.

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2002 É criado o Laboratório de Tecnologia de Membranas Poliméricas, com apoio da Petrobras, para desenvolvimento de tecnologia nacional de produção de membranas de nanofi ltração. Princi-pais linhas de pesquisa: dessulfatação da água do mar usada na exploração do petróleo em alto-mar e tratamento de rejeitos radioa vos líquidos.

Atualmente há mais de 60 usinas em construção no mundo, entre elas Angra 3. O Programa Nucle-ar Brasileiro, retomado em 2007, prevê a implantação de mais usinas até 2030. Pesquisas na área de engenharia de reatores ganham novos incentivos.

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2003 É instalado o segundo acelerador de par culas do IEN, um cíclotron compacto modelo RDS-111 dedica-do à produção de fl úor-18.

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Inauguração do Laboratório de Interfaces Homem/Sistema (Labihs), um simulador do sistema de controle e operações de um reator PWR similar ao de Angra 1. Seu principal obje vo é o estudo de fatores humanos e o desenvolvimento de interfaces avançadas para salas de con-trole de centrais nucleares e instalações industriais com alto grau de complexidade, visando melhorar sua efi ciência, confi abilidade e segurança. O sistema do Labihs foi adquirido do Ins tuto Kaeri, da Coreia do Sul.

Contrato de transferência, para a empresa nacional MRA, da tecnologia de fabricação de cinco detectores de radiação: os monitores MRA 7027 (para ambientes), MIR 7028 (para super cies) e MRH 7029 (para rejeitos hospitalares); e as sondas Geiger-Müller 7027 e cin lométrica 7026.

Laboratório de Interfaces Homem-Sistema.

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É implantado o Pro-grama de Pós-Gra-duação do IEN, com mestrado profi ssio-nal em Engenharia de Reatores. Este curso tornou-se, em 2010, o mestrado acadêmi-co em Ciência e Tec-nologia Nucleares.

2006 Criação do Laboratório de Inteligência Ar fi cial Aplicada (LIAA), para reunir e organizar os estudos realizados no Ins tuto com a aplicação de técnicas de inteligência ar fi cial (IA) a problemas da engenharia nuclear e áreas correlatas. Interdisciplinar, o LIAA par cipa de diversas linhas de pesquisa do IEN e abrange técnicas como computação evolucionária, redes neurais e lógica nebulosa.

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Criação do Laboratório de Realidade Virtual (LabRV), com uma rede de compu-tadores e uma sala de pro-jeção para visualização de imagens em estéreo (3D). O LabRV desenvolve ambien-tes virtuais para aplicações que vão desde o planeja-mento de evacuação de pré-dios em situações de emer-gência até a u lização de realidade virtual no projeto de interfaces de operação de instalações industriais. É u -lizado também em a vida-des de divulgação e ensino.

As pesquisas sobre aplicações nucleares na indústria incluem novas técnicas: neutrongrafi a digital com uso de tela de fósforo e gamagrafi a digital com radioisótopos.

2009 O IEN integra o Ins tuto Nacional de Ciência e Tecnologia em Reatores Nucleares Inova-dores. Os INCTs são redes de pesquisa criadas pelo MCTI para agregar em áreas temá cas os estudos de pesquisadores de diferentes ins tuições. O INCT de reatores inovadores é coordenado pela Coppe/UFRJ e tem o IEN na vice-coordenação.

O IEN par cipa da concepção do projeto do Reator Mul propósito Brasileiro (RMB), um reator de 20 megawa s planejado para suprir as necessidades do país em radioisótopos para uso médico, além de servir para testes de combus vel nuclear e materiais estruturais de reatores de potência e para a realização de pesquisas com feixes de nêutrons em apoio a várias áreas de conhecimento.

Cinco ins tuições de ciência e tecnologia par cipam do projeto do RMB. O IEN coordena as áreas de projeto dos sistemas de refrigeração e de instrumentação e controle do reator.

2008 É criado o Laboratório de Usabilidade e Confi abilidade Humana (Labuch), para análise de fatores humanos na operação de equipamentos e salas de controle de instalações industriais.

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Nova lição: FukushimaO acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011, causado por tsunami de grande inten-sidade, trouxe novamente ao debate o uso seguro da geração nucleoelétrica. As análises do acidente ainda estão em curso, mas certamente, como em Three Mile Island e Chernobyl, conduzirão ao apri-moramento da segurança da operação e do projeto de novas centrais nucleares.

2011

2012Maquete: novo laboratório de radiofármacos (à frente)

2010 Os Laboratórios de Medidas Radiológi-cas ganham novas instalações, reunindo as áreas de pesquisas e serviços em radio-metria, espectrome-tria gama, dosimetria termoluminescente e medidas de radônio.

Têm início as obras de am-pliação e modernização do setor de produção de radio-fármacos do IEN. O projeto, alinhado aos princípios de boas prá cas de fabricação (BPF) para produtos farma-cêu cos, vai propiciar um aumento signifi ca vo na capacidade de atendimento a uma demanda que cresce, em média, 10% ao ano.

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A atual gestão do IEN tem como propósito atender às demandas do Estado brasileiro e aprofundar as relações com a sociedade nas áreas de ensino e de transferência de tecnologia.

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Expediente:O Ins tuto de Engenharia Nuclear é uma unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Presidente da RepúblicaDilma Vana Roussef

Ministro de Ciência, Tecnologia e InovaçãoMarco Antônio Raupp

Presidente da Comissão Nacional de Energia NuclearÂngelo Fernando Padilha

Diretor do Ins tuto de Engenharia NuclearPaulo Augusto Berquó de Sampaio

Revista IEN 50 anosPesquisa, redação e edição: Valéria Campelo (Assessoria de Comunicação do IEN)

Projeto gráfi co: MMDemby Comunicação

Fotos: Acervos IEN, CNEN, Eletronuclear e INB

Principais referências da pesquisa:Publicações ins tucionais:O Argonauta (1980-1990)Informa vo IEN/CNEN (1980-1982)O Jornal do IEN (2001-2007)

Livro:A opção nuclear: 50 anos rumo à autonomia. Ana Maria Ribeiro de Andrade, MAST, 2006

Depoimentos de servidores e ex-servidores do IEN.

ContatosRua Hélio de Almeida, 75 Cidade Universitária - Ilha do Fundão CEP: 21941-906 - Rio de Janeiro, RJ

(21) 2173-3700www.ien.gov.br

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