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ANA PAULA DE LIMA ANÁLISE BIOQUÍMICA E HISTOLÓGICA DA TOXICIDADE DO SYMPHYTUM OFFICINALE FITOTERÁPICO E HOMEOPÁTICO EM FÍGADO E RINS DE RATOS Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área Patologia. Orientadora: Profa. Dra. Adriana Aigotti Haberbeck Brandão Co- orientadora: Profa. Dra. Maria Nadir Gasparoto Mancini São José dos Campos 2009

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ANA PAULA DE LIMA

ANÁLISE BIOQUÍMICA E HISTOLÓGICA DA TOXICIDADE DO

SYMPHYTUM OFFICINALE FITOTERÁPICO E HOMEOPÁTICO EM

FÍGADO E RINS DE RATOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de São

José dos Campos, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita

Filho”, como parte dos requisitos para obtenção do título de MESTRE,

pelo Programa de Pós-Graduação em BIOPATOLOGIA BUCAL, Área

Patologia.

Orientadora: Profa. Dra. Adriana Aigotti Haberbeck Brandão

Co- orientadora: Profa. Dra. Maria Nadir Gasparoto Mancini

São José dos Campos

2009

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BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Adriana Aigotti Haberbeck Brandão (Orientadora)

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos

Universidade Estadual Paulista – UNESP

Profa. Adjunta Rosilene Fernandes da Rocha

Faculdade de Odontologia de São José dos Campos

Universidade Estadual Paulista – UNESP

Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

São José dos Campos, 21 de julho de 2009.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus avôs Geraldo de

Lima (in memorian), Amélia Barbosa Arantes de Lima e Etelvina

de Andrade Lemes, por serem meus exemplos de retidão,

coragem e amor.

Aos meus pais Luiz Gonzaga de Lima e Maria Luzia

de Lima por todos os cuidados, carinhos, palavras de incentivo e

discernimento, sabedoria, ensinamentos, orações, correções,

companhia e apoio. Dedico este meu trabalho a vocês. Sou grata

por tudo.

Ao meu irmão Luiz Danilo de Lima, por toda

disposição e cuidado. E por sempre acreditar e confiar em mim.

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Agradeço a Deus pelo dom da minha vida e por

todas as bênçãos que Ele tem derramado sobre mim. Por ter estado comigo em todos os momentos, pelos dons, pela companhia, amizade. Agradeço por Sua presença através das pessoas, dos amigos, dos que me ajudaram, dos que me ensinaram. Enfim sou grata a Ti, Senhor.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Agradeço de forma especial à Profª. Drª. Adriana

Aigotti Haberbeck Brandão por ter me orientado com grande disposição, intenso trabalho, paciência e abnegação. Agradeço por tudo que me ensinou e por ter estado comigo. Agradeço também pelo relacionamento com uma pessoa tão especial, com grande bondade, sabedoria e capacidade.

Agradeço à minha co-orientadora, Profª. Drª. Maria Nadir Gaparoto Mancini, por toda atenção, carinho, ajuda e convivência. Seus ensinamentos e conhecimentos foram essenciais para a realização deste trabalho.

Agradeço à Profª. Adj. Rosilene Fernandes da Rocha. Por ter me orientado na graduação, tendo me dado assim, a oportunidade de conhecer a área da pesquisa. Agradeço também pelos conselhos, carinho, além de ter me ajudado sempre que precisei.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, representada pelo Diretor da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Prof. Adj. José Roberto Rodrigues, pela oportunidade da realização do mestrado.

Agradeço à Profª. Adj. Cristiane Yumi Koga Ito, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, da mesma instituição, pela dedicação ao nosso curso.

Agradeço aos professores Dr. Gokithi Akisue e Lincoln Marcelo L. Cardoso da FAPI – Faculdade de Pindamonhangaba, pela preparação do fitoterápico e por toda atenção dispensada ao nosso trabalho.

Agradeço à Profª Titular Yasmin Rodarte Carvalho, pelos concretos ensinamentos em patologia bucal, pela disposição em seu trabalho e por toda ajuda.

Agradeço ao Prof. Adj. Luiz Antônio Guimarães Cabral e Profª. Adj. Janete Dias de Almeida, pelos inúmeros ensinamentos adquiridos na clínica de Propedêutica Estomatológica, que contribuem fortemente na consolidação da minha formação.

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Agradeço ao Prof. Ass. Ivan Balducci pelos ensinamentos sobre estatística. Além da convivência agradável e divertida.

Aos professores Adj. Ana Sueli Rodrigues Cavalcante, Dr. Miguel Angel Castillo Salgado, Adj. Monica Fernandes Gomes, Dr. José Benedito Oliveira Amorim pela ajuda e convivência.

Agradeço aos funcionários: Antônio Domingos Sávio Barbosa Maia Vasconcelos, Lourival Jacobs, Marcos Antonio Correa Alfredo, Walter Cruz. Todos vocês ajudaram de forma indispensável neste trabalho.

Agradeço a todas as bibliotecárias, representadas por Silvana Alvarez.

Agradeço à aluna de iniciação científica: Anita Carolina de Lourdes Ribeiro por toda ajuda durante o trabalho.

Agradeço especialmente às amigas Giselle Segnini Senra e Michelle Cardoso pela ajuda, principalmente nas horas difíceis. Obrigada!

Agradeço aos amigos da pós-graduação Victor Hugo Farina, Ana Lourdes Machado, Cristina Werkman, que ajudaram diretamente em diferentes partes do trabalho.

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Agradeço aos amigos da pós-graduação: Camila Porto de Deco, Cristiane A. Pereira, Lilibeth F. de Brito P. Forte, Mary Anne M. Bárbara, Nívea Cristina Sena Costa, Polyana das G. F. Vilela, Fernanda Bertini Moreira, Fernando A. Perrella, Luís Felipe das C. e S. de Carvalho e Márcia Hatakeyama. Todos vocês de alguma forma de ensinaram muitas coisas.

Agradeço à Profª. Drª. Ana Lia Anbinder, por ter

me orientado na iniciação científica e por toda ajuda. Agradeço aos amigos Ana Paula Pereira Masa,

Andrea Cristina Castanho, Wagner Luis Pereira, pela amizade. Agradeço aos Animais experimentais pelo

sacrifício em benefício dos seres humanos. Agradeço à CAPES pela bolsa de mestrado. Agradeço a todos que de alguma forma me

ajudaram durante o mestrado e em toda minha formação (e não foram poucos). Valeu!!

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“A diferença entre o remédio e o veneno está na dose.”

Paracelsus

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SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................. 12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................. 13

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................15

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................18

2.1 Symphytum officinale L .....................................................................18

2.2 Homeopatia.......................................................................................19

2.3 Fitoterapia.........................................................................................21

2.4 Toxicidade em plantas medicinais.....................................................23

2.5 Avaliações bioquímica de toxicidade.................................................25

2.6. Alcalóides Pirrolizidínicos.................................................................27

2.7 Mecanismo de ação do alcalóide ......................................................32

2.8 Toxicidade do Symphytum officinale L ..............................................33

3 PROPOSIÇÃO.....................................................................................38

4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................39

4.1 Animais .............................................................................................39

4.2 Preparo da droga vegetal constituída das folhas de Symphytum officinale L...............................................................................................40

4.3 Preparo da amostra para administração aos animais ........................42

4.4 Peso corporal dos animais ................................................................43

4.5 Tratamento homeopático ..................................................................44

4.6 Tratamento fitoterápico .....................................................................44

4.7 Tratamento do grupo controle ...........................................................44

4.8 Anestesia ..........................................................................................46

4.9 Coleta do sangue para os exames bioquímicos ................................46

4.10 Eutanásia ........................................................................................47

4.11 Remoção de fígado e rins ...............................................................47

4.12 Análise histológica ..........................................................................47

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4.13 Avaliação toxicológica bioquímica ...................................................48 4.13.1 Determinação da atividade de Fosfatase alcalina..........................49 4.13.2 Determinação da atividade da Alanina aminotransferase..............49 4.13.3 Determinação da atividade da Aspartato aminotransferase..........50 4.13.4 Determinação da atividade da Gama glutamil transferase............51 4.13.5 Determinação da concentração de uréia.......................................51 4.13.6 Determinação da concentração de creatinina................................52 4.14 Análise estatística ...........................................................................52

5 RESULTADOS.....................................................................................54

5.1 Análises bioquímicas ........................................................................54

5.1.1 Fosfatase alcalina.............................................................................54 5.1.2 Alanina aminotransferase.................................................................58 5.1.3 Aspartato aminotransferase.............................................................61 5.1.4 Gama glutamil transferase...............................................................64 5.1.5 Concentração de Uréia.....................................................................69 5.1.6 Creatinina.........................................................................................72 5.2 Peso corporal....................................................................................76

5.3 Análises histológicas.........................................................................80

5.3.1 Análises histomorfométricas.............................................................80 5.3.1.1 Focos de inflamação.....................................................................80 5.3.1.2 Focos de fibrose............................................................................84 5.3.2 Análise histológica descritiva............................................................89 6 DISCUSSÃO......................................................................................102

7 CONCLUSÃO ....................................................................................118

8 REFERÊNCIAS .................................................................................119

APÊNDICE..............................................................................................128

ANEXO....................................................................................................131

ABSTRACT.............................................................................................132

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Lima AP. Análise bioquímica e histológica da toxicidade do Symphytum officinale fitoterápico e homeopático em fígado e rins de ratos [dissertação]. São José dos Campos: Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista; 2009.

RESUMO

O Symphytum officinale (confrei) é uma planta usada desde a antiguidade para o tratamento da consolidação de fraturas. Existem relatos de seu uso in natura, como fitoterápico ou como medicamento homeopático. Recentemente foram relatados casos de intoxicação em humanos e em animais que consumiram a planta e desenvolveram lesões hepáticas graves que foram associadas à presença de alcalóides pirrolizidínicos. Tais fatos levaram à proibição do uso interno da planta. No entanto, não há relato de efeitos adversos associados à sua formulação homeopática. O objetivo deste trabalho foi comparar os efeitos do Symphytum officinale, preparado como medicamento fitoterápico e homeopático, avaliando sua toxicidade hepática e renal. Foram utilizados 42 ratos adultos saudáveis, divididos em três grupos de acordo com os diferentes tratamentos: Symphytum officinale 500mg/kg (F), Symphytum officinale 6CH 2 glóbulos (H) e água como placebo no grupo controle negativo (C), que foram administrados diariamente a cada animal por via oral por gavagem. Os sacrifícios foram realizados 30 e 60 dias após o início do tratamento. A avaliação toxicológica foi feita através de análise bioquímica da atividade enzimática da fosfatase alcalina (FA), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama glutamil transferase (GGT) e da concentração plasmática de uréia e creatinina. Também foi realizada análise histológica e histomorfométrica de fígado e rim. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos de t (Student) e ANOVA 1 fator (5%). Tanto as análises bioquímicas quanto histológicas indicaram discretas alterações hepáticas e evidenciaram ausência de alterações renais. As modificações no perfil de atividade enzimática, na uréia e creatinina e no peso dos animais sugeriram alterações no metabolismo hepático interferindo na síntese de proteínas. As alterações histológicas foram compatíveis com hepatite crônica leve com desenvolvimento de fibrose importante apenas no grupo F. A formulação fitoterápica usada foi hepatotóxica e provocou mais alterações que a homeopática.

Palavras-chave: Confrei. Homeopatia. Symphytum officinale. Fitoterapia.

Toxicidade de drogas.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AE = Atividade Enzimática

AGAT = Arginina glicina amidinotransferase

ALT = Alanina Aminotransferase

ANOVA = Análise de Variância

ANVISA = Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AP = Alcalóides Pirrolizidínicos

AST = Aspartato Aminotransferase

C = Grupo Controle

CH = Centesimal Hahnemanniana

cm = Centímetro

DVO = Doença Veno-Oclusiva

EHESo = Extrato hidroetanólico de Shymphytum officinale

EUA = Estados Unidos da América

F = Grupo Fitoterápico

FA = Fosfatase alcalina

FDA = Food and Drug Administration

g = Gramas

GAMT = S-adenosilmetionina guanidinoacetato metiltransferase

GGT = Gama Glutamil Transferase

gl = Grau de Liberdade

H = Grupo Homeopático

HE = Hematoxicilina e eosina

K = Fator de calibração

Kg = Quilograma

mg = Miligrama

mg/dL = Miligrama por Decilitro

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NO = N-Óxido

OMS = Organização mundial de saúde

PCNA = Antígeno nuclear para células em proliferação

SQ = Soma dos Quadrados

SUS = Sistema Único de Saúde

U/l = Unidade Internacional por Litro

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1 INTRODUÇÃO

A regeneração de lesões ósseas causadas por fraturas,

processos infecciosos, neoplasias ou anomalias do desenvolvimento,

representa ainda um grande desafio em procedimentos médicos e

odontológicos, o que leva a vários estudos visando agentes

farmacológicos que facilitem sua modulação.

As desigualdades sociais e regionais em nosso país

deixam uma parcela da população sem a possibilidade de realizar os

tratamentos propostos pelo estado atual da ciência nas diversas doenças

que acometem o ser humano. Por isso é importante ampliar as opções

terapêuticas com o objetivo de realizar uma inclusão social, oferecendo

aos cidadãos a possibilidade de um tratamento adequado e seguro. A

necessidade do uso sustentável da biodiversidade em nosso país reforça

também a necessidade do estudo na área dos fitoterápicos.

Muito embora se reconheça a legitimidade do

conhecimento tradicional, uma planta para ser usada em qualquer

atividade ou programa de fitoterapia deve ser cientificamente validada.

Isso consiste de várias etapas, que vão desde a verificação se a atividade

atribuída existe e a avaliação dos riscos de seu uso, até a sua produção

industrial. É essa luta por uma fitoterapia dita científica que precisa ser

perseguida por todas as pessoas comprometidas com o estudo de plantas

medicinais e o seu retorno social (Albuquerque; Andrade, 2007).

Em 2006, duas importantes Políticas Nacionais na área

de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foram aprovadas. A primeira é a

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema

Único de Saúde (SUS), da Portaria 971, do Ministério da Saúde, de 03 de

maio de 2006 e a segunda, a Política Nacional de Plantas Medicinais e

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Fitoterápicos, do Decreto Presidencial 5.813, de 22 de junho de 2006, e

que pretende garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso

racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso

sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e

da indústria nacional (Brasil, 2006a; Brasil, 2006b; Brasil, 2007).

O Symphytum officinale, é uma planta indicada no

tratamento de consolidação de fraturas e doenças ósseas, conhecida há

mais de 2000 anos devido às suas propriedades cicatrizantes. Suas

propriedades medicinais se devem à presença de alantoína, taninos e

mucilagens, sendo mais concentrados nas raízes (Carvalho, 2004).

O Symphytum officinale contém também alcalóides

pirrolizidínicos, nas folhas e raízes, que cronicamente podem apresentar

toxicidade hepática provocando enfermidade veno-oclusiva e induzindo

degeneração do hepatócito e cirrose. Devido a estes alcalóides presentes

na planta seu uso interno está proibido no Brasil, entre outros países

(Brasil, 1992).

Apesar da ação tóxica com o uso prolongado, o

Symphytum officinale pode ser indicado como medicamento específico

para casos de traumatologia óssea (fraturas), pois apresenta efeitos sobre

o retardo na consolidação e dores periosteais. Porém, só pode ser usado

de modo tópico, restrito apenas ao período de regeneração, o que

representa um pequeno espaço de tempo. Nesse caso utiliza-se o extrato

veiculado em compressas, cremes ou pomadas. (Pozetti, 1991).

É necessário que se façam estudos sobre a possibilidade

do delineamento do uso racional do Symphytum officinale, não

esquecendo que qualquer medicamento seja homeopático ou alopático,

apresenta reações adversas quando utilizado em doses e posologias

incorretas.

O tratamento com o Symphytum officinale sob

formulação homeopática também é indicado para reparo de lesões

ósseas. Este se baseia no uso de pequenas doses, com altíssimas

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diluições. Não existe relato de efeito hepatotóxico quando manipulado

conforme técnica homeopática, o que merece uma investigação.

Assim, é valido um estudo comparativo entre as duas

formulações de confrei, avaliando seus efeitos sobre o fígado e também

nos rins, que são os principais órgãos responsáveis pela metabolização

de medicamentos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Symphytum officinale L

O Symphytum officinale L. é uma planta pertencente à

família Boraginaceae, conhecida popularmente como confrei ou consólida

e é usada como cicatrizante pela medicina tradicional. É conhecida há

mais de 20 séculos e utilizada para consolidar e soldar ossos fraturados e

as bordas das feridas. É natural do norte da Ásia e do leste europeu,

tendo seu emprego medicinal registrado na Grécia, já no tempo de

Hipócrates (377 - 460 AC). Chegou ao Brasil no início do século XX

trazido pelos imigrantes italianos para alimentação de animais domésticos

(Chaves, 2003; Carvalho, 2004).

O confrei, além de seu efeito como planta medicinal,

devido ao seu alto teor de nutrientes, vitaminas e sais minerais foi

utilizado como alimento e fertilizante. Entre todas as plantas do reino

vegetal, o confrei é uma das que contém maior teor em proteínas,

conhecida como a mais rápida na produção de proteínas do mundo

(Carvalho, 2004).

O confrei contém os seguintes compontentes: alantoínas,

mucilagens, taninos, saponinas, colina, açúcares, triterpenos, vitaminas,

aminoácidos, esteróides, ácidos orgânicos e ácido fólico (Goldman et al.,

1985; Vaz; Jorge, 2006).

No início dos anos 80 o confrei foi amplamente divulgado

na mídia como possuidor de propriedades terapêuticas “milagrosas” para

várias doenças, incluindo a leucemia e outros cânceres e a partir daí

houve um grande aumento no consumo e muitas pessoas passaram a

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ingerir o confrei em saladas, sucos e chás regularmente. O confrei passou

a ser amplamente utilizado como ração para gado. Entretanto, pouco

tempo depois, foram identificados alcalóides pirrolizidínicos (AP) no

confrei, que consumidos em longo prazo poderiam causar doença veno-

oclusiva (DVO) no fígado e câncer hepático, motivo pelo qual o confrei

passou a ser proibido para uso interno. No Brasil essa proibição existe

desde 1992 (Pozetti, 1991; Brasil, 1992; Chaves, 2003).

2.2 Homeopatia

Homeopatia (do grego homoios, semelhante + pathos,

doença) é uma prática médica única em seu gênero, baseada na

integração e na personalização do doente e de seu tratamento (Cornillot,

2005). A homeopatia, ao invés de considerar no indivíduo um conjunto de

sistemas fisiológicos isolados e distintos com um binômio saúde/doença,

analisa o indivíduo segundo uma abordagem dinâmica, integrada e

multifatorial em vista dos aspectos bio/psico/sócio/espirituais que definem

a individualidade humana (Teixeira, 2007).

Há mais de 200 anos, Samuel Hahnemann, na busca por

uma terapêutica menos iatrogênica do que a usada pela medicina de sua

época utilizava, como sangrias, laxantes, sudoríferos e diuréticos,

resolveu parar de clinicar e dedicou-se a traduzir escritos médicos.

Enquanto traduzia a Materia Medica de Cullen, em 1790, interessou-se

pelo uso de uma substância chamada “Cinchona officinalis” (quinina ou

simplesmente quina) usada na Europa para tratamento da malária e a

experimentou em si mesmo. Percebeu então que a partir de determinada

dose, desencadeavam-se nele os mesmos sintomas da enfermidade para

a qual era indicada como curativa. Nascia a partir desta descoberta a

prática da Medicina Terapêutica pelos Semelhantes, teorizada milênios

antes por Hipócrates (Correa et al., 1997; Cornillot, 2005; Mello, 2007;

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Teixeira, 2007). Similia Similibus Curentur é a lei da cura pelos

semelhantes; segundo a qual a doença pode ser debelada pela aplicação

de pequenas medidas de elementos semelhantes à doença (Correa et al.,

1997).

Em 1799, Hahnemann controlou uma epidemia de

Escarlatina com o medicamento Belladona. Em 1813 tratou a epidemia de

Tifo em Leipizig, curando 178 de 180 casos com apenas uma fatalidade.

Na grande epidemia de cólera de 1831, a Homeopatia perdeu apenas 6

de 154 pacientes enquanto a medicina convencional da época perdeu 821

de 1501 casos (55%). Hahnemann também deu um espantoso

ensinamento de Saúde Pública para a época, publicando conselhos sobre

ventilação, higiene, esterilização, infecção e quarentena. Há que se

lembrar que o bacilo da cólera foi somente descoberto por Koch em 1883,

e isto valoriza a inteligência privilegiada e o poder de observação do Dr.

Hahnemann que não era um teórico, mas um magnífico praticante da

“Arte de Curar” que trouxe um novo conceito de medicina (Mello, 2007).

Como algumas plantas e substâncias eram tóxicas,

algumas vezes ocorriam efeitos adversos importantes. Hahnemann

decidiu, então, diluir os medicamentos ao máximo, de maneira que sua

toxicidade fosse diminuída, obtendo resultados promissores com a nova

terapêutica (Sigolo, 1996; Correa et al., 1997).

No Brasil, a partir de 1979, a homeopatia passou a

constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica

Brasileira e em 1980, do rol de especialidades do Conselho Federal de

Medicina, deixando de fazer parte das medicinas alternativas e passando

a constituir parte do que hoje se chama medicinas integrativas (Correa et

al., 1997).

A homeopatia baseou-se num processo tanto experimental

quanto empírico. No início sua semiologia proveio da experimentação

sobre o homem sadio, efetuada segundo o método Hahneamanniano,

portanto parcialmente experimental e empírico pelo trabalho de

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observação dos médicos homeopatas e pela aquisição de uma

experiência prática. O desenvolvimento da pesquisa em Homeopatia vem

se efetuando progressivamente, tentando integrar os conhecimentos

destes dois processos. Os trabalhos podem agrupar-se da seguinte

forma: pesquisa biológica experimental, pesquisa clínica, pesquisa físico-

química e pesquisas que integram a dimensão “holística” da homeopatia.

(Cornillot, 2005).

2.3 Fitoterapia

A utilização de plantas com fins medicinais, para

tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas

de prática medicinal da humanidade. No início da década de 1990, a

Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 65-80% da

população dos países em desenvolvimento dependiam das plantas

medicinais como única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde

(Figueiredo; Kaplan, 1997; Veiga Junior; Pinto, 2005).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

define fitoterápico como todo medicamento obtido empregando-se

exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo

conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela

reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança

são validadas através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização

e documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos

fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua

composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem

as associações destas com extratos vegetais (ANVISA, 2004).

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Existe o conceito de que devem ser usadas as plantas

integrais, com o argumento de que a extração do princípio ativo elimina

outros componentes que interagiriam com a substância principal para

exercer os seus efeitos benéficos. Considera-se também que grande

número de plantas medicinais não contém um princípio ativo específico e

suas propriedades terapêuticas derivariam da totalidade de seus

ingredientes (Clapauch et al., 2002).

As plantas medicinais têm seu uso baseado no

conhecimento popular sobre seus efeitos e geralmente são plantadas,

colhidas e preparadas sem um critério rigoroso, estando sujeitas a uma

série de variações. A diferença destas para o medicamento fitoterápico

reside na elaboração da planta desde seu plantio até uma formulação

farmacêutica específica e padronizada, o que permite conhecer seus

componentes e garante o controle da qualidade do fitoterápico (Veiga

Junior; Pinto, 2005).

Foi através da observação e da experimentação pelos

povos primitivos que as propriedades terapêuticas de determinadas

plantas foram sendo descobertas e propagadas de geração em geração,

fazendo parte da cultura popular (Turolla; Nascimento, 2006; Cunha,

2009).

Vários fatores têm contribuído para o aumento no uso e

interesse em relação às plantas medicinais. Entre outros podemos

destacar que muitos países não impõem prescrição e regularização sobre

preparos de ervas, além de o acesso a esse tipo de terapia ser irrestrito e

de baixo custo. O fato dos tratamentos derivados de plantas não

requererem testes pré-clínicos extensos e síntese farmacêutica

laboratorial, são atraentes. Também há uma crença de que os

tratamentos com ervas medicinais são “naturais” e, portanto seguros,

gerando um sentimento de melhor controle da doença e da conduta em

relação à doença. Por todos esses fatores o interesse pela fitoterapia por

parte dos profissionais e dos órgãos de Saúde Pública tem aumentado.

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Também se constatou um aumento no uso de ervas medicinais (Stickel et

al., 2005).

Niggemann e Grüber (2003) em sua revisão de literatura

associam a grande procura desse tratamento ao fato da medicina

científica não conseguir curar algumas doenças e somente promover um

alívio.

O Brasil é um país com muitas potencialidades neste

campo, por possuir a maior diversidade vegetal do mundo. Sob o ponto

de vista químico e farmacológico, menos de 1% das espécies vegetais

foram analisadas (Araújo et al, 2007).

2.4 Toxicidade em plantas medicinais

As plantas em relação à saúde do homem se dividem em

duas categorias: aquelas que curam e alimentam e aquelas que causam

injúrias. É importante mencionar que uma planta pode estar em um ou

outro grupo dependendo da concentração ou quantidade do extrato da

planta utilizada. Há sem dúvida, algumas plantas medicinais que podem

produzir lesões perigosas e até envenenamentos fatais (Figueiredo;

Kaplan, 1997).

Muitas vezes os tratamentos à base de plantas são feitos

sob orientação de curandeiros e os pacientes por acharem que plantas

medicinais não são tóxicas devido a sua origem natural, não procuram

uma ajuda profissional (Deng, 2002).

Outro problema em relação a plantas medicinais é a

automedicação. A maioria dos indivíduos que faz uso de plantas

medicinais não relata seu uso, pois não considera as plantas medicinais

como “remédio”, ou por temer não ser levado a sério pelos seus médicos

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por fazer uso das mesmas (Dasgupta, 2003; Niggemann; Grüber, 2003;

Stickel et al., 2005).

Existe o problema de interação medicamentosa entre

plantas medicinais e substâncias químicas. As medicinas alternativas

podem apresentar certo risco e às vezes severos efeitos colaterais. Em

geral, o padrão de efeito colateral de tratamentos alternativos é similar

aos observados no uso de medicamentos convencionais (Niggemann;

Grüber, 2003).

O risco de qualquer remédio causar efeito colateral

depende da dose e de parâmetros relativos ao paciente como idade,

carga genética, presença de doenças sistêmicas e uso concomitante de

outras substâncias (Niggemann; Grüber, 2003).

Vários fatores contribuem para a toxicidade durante o

tratamento com plantas medicinais. Misturas de plantas, a estação do ano

em que a planta foi colhida, diferentes procedimentos para extração, erros

de identificação botânica. Existe ainda, a contaminação das plantas por

microrganismos, toxinas fúngicas, pesticidas, metais pesados,

substâncias sintéticas; como também a adulteração e a própria

constituição química da planta (Deng, 2002; Dasgupta, 2003; Niggemann;

Grüber, 2003; Stickel et al., 2005; Veiga Junior; Pinto, 2005).

Nos Estados Unidos da América (EUA), produtos

derivados de plantas são caracterizados como suplementos alimentares e

não são fiscalizados como medicamentos, não sendo assim necessário

comprovar sua eficiência e eficácia pela Food and Drug Administration

(FDA). Essa falta de fiscalização e regularização rigorosa nos EUA leva a

uma grande variação na composição e também permite produtos de

qualidade inferior (Dasgupta, 2003; Stickel et al., 2005).

Entre os efeitos colaterais que podem ocorrer associados

ao uso de plantas medicinais são relatadas diversas lesões hepáticas.

Certas plantas têm sido identificadas como causadoras de hepatite aguda

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e crônica, colestase, lesões autoimunes induzidas pelas plantas, lesões

vasculares, insuficiência hepática e cirrose (Stickel et al., 2005).

Segundo Stickel et al. (2005), aproximadamente 21% dos

pacientes que procuram clínicas de hepatologia fizeram uso de

preparações de plantas, e 13% relatam terem recorrido às plantas

medicinais para tratar doenças do fígado.

Há dificuldade no diagnóstico de envenenamento por

plantas na clínica diária e existe urgência de maior informação sobre os

efeitos tóxicos das plantas, para o melhor reconhecimento e tratamento

dos pacientes com esse problema (Deng, 2002).

O fígado é um órgão central de metabolização de

substâncias sendo o primeiro alvo das doenças relacionadas a

medicamentos. Componentes ingeridos são predominantemente

biotransformados no fígado por ação de enzimas metabolizadoras,

incluindo as enzimas do citocromo P450, monooxigenases, glutationas

transferases, entre outras. A indução de algumas destas enzimas podem

apresentar mecanismos com uma grande variabilidade individual na

susceptibilidade a danos hepáticos (Stickel et al., 2005).

2.5 Avaliações bioquímica de toxicidade

O aumento do nível das enzimas hepatobiliares é um dos

marcadores mais sensíveis da doença hepática induzida por drogas

(Gayotto, 2001).

Em relação às enzimas hepáticas, o aumento da

fosfatase alcalina (FA), da gama glutamiltransferase (GGT), da alanina

aminotransferase (ALT) e da aspartato-aminotransferase (AST) pode

resultar de alterações reversíveis a irreversíveis nas membranas

hepatocelulares associadas com necrose, colestase, hipoxia,

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hipoperfusão, inflamação, ação de agentes infecciosos e toxinas ou

excesso de depósitos hepatocitários de lipídeos, cobre ou glicogênio

(Bistiner et al., 2002)

A enzima FA está amplamente distribuída nos tecidos

humanos, principalmente mucosa intestinal, fígado (canalículos biliares),

túbulos renais, baço, ossos (osteoblasto) e placenta. A FA sérica tem

grande significado clínico na investigação das desordens hepatobiliares e

ósseas. Nas enfermidades hepatobiliares, as elevações da atividade da

enzima são encontradas, principalmente na obstrução extrahepática.

Neste caso a atividade da FA se eleva devido ao incremento na síntese

da enzima, induzida pela colestase (Motta, 1989).

As aminotransferases AST e ALT que exercem papéis

centrais na catalisação de várias reações tanto para síntese como para

degradação de aminoácidos, estão amplamente distribuídas nos tecidos

humanos. As atividades mais elevadas de AST encontram-se no tecido

cardíaco, fígado, músculo esquelético; e as pequenas quantidades são

encontradas nos rins, pâncreas, baço e eritrócitos. A ALT apresenta-se

em elevados níveis no fígado (Motta, 1989).

Desordens hepatocelulares agudas apresentam um

aumento significativo na atividade dessas enzimas. Na hepatite virótica ou

tóxica, a ALT geralmente apresenta atividade maior que a AST. Na cirrose

hepática, essas enzimas também se encontram elevadas, nestes casos a

atividade da AST é maior que da ALT (Motta, 1989).

A enzima GGT é encontrada predominantemente na

membrana das células do fígado, rim, próstata e pâncreas. A atividade

desta enzima é elevada em todas as formas de desordens hepatobiliares.

Os maiores aumentos são observados nos casos de obstrução biliar intra

ou pós-hepática. A GGT é mais sensível que a FA na detecção de

icterícia obstrutiva e de outras doenças. Além disso, a GGT é utilizada na

diferenciação da fonte de elevação da FA, pois a GGT apresenta valores

normais nas desordens ósseas e durante a gravidez. A GGT é também

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um indicador do alcoolismo, particularmente, da forma oculta (Motta,

1989).

Na avaliação da função renal, pode-se usar a creatinina

sérica para estimar o ritmo de filtração glomerular. Tanto a creatina-

fosfato como a creatina, em condições fisiológicas, espontaneamente

perdem o ácido fosfórico ou água, respectivamente, para formar a

creatinina, seu anidrido. A creatinina livre não é reutilizada no

metabolismo corporal e assim funciona somente como um produto dos

resíduos de creatina. Valores aumentados indicam a deterioração da

função renal, sendo que o nível sérico geralmente acompanha,

paralelamente, a severidade da doença renal. Os níveis de creatinina

muitas vezes não ultrapassam os limites de referência até que 50 a 70%

da função renal esteja comprometida (Motta, 1989; Kirsztains, 2007).

O nível de uréia no plasma é afetado pela função renal,

pelo conteúdo protéico da dieta e pelo teor do catabolismo protéico e

estado de hidratação do paciente. O nível de uréia serve como um índice

preditivo da insuficiência renal sintomática e no estabelecimento de

diagnóstico na distinção entre várias causas de insuficiência renal. Os

aminoácidos provenientes do catabolismo protéico são desaminados com

a produção da amônia. Sendo a amônia tóxica, esta é convertida em uréia

no fígado associada ao CO2 (Motta, 1989).

2.6. Alcalóides Pirrolizidínicos

Entre seus princípios ativos o confrei contém os

Alcalóides pirrolizidínicos (AP), que despertam interesse em relação ao

risco à saúde associado com o consumo crônico e sistêmico desta planta

e de outras plantas quem também apresentam estes alcalóides (Pozetti,

1991; Rode, 2002).

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Os AP são tóxicos e muitos vegetais que contém altas

concentrações de tais compostos são conhecidos como responsáveis

pela morte lenta de animais, equinos e bovinos, principalmente, pelos

danos severos que provocam no fígado (Pozetti, 1991).

Os AP formam um grupo diverso com cerca de 360

estruturas, com ocorrência restrita a certas plantas superiores. São

sintetizados nas raízes, folhas e caules, dependendo da família da planta.

Mais de 350 tipos de AP tem sido identificados em mais de 6000

diferentes plantas das famílias das Boraginaceae, Compositae e de

determinadas leguminosas entre outras (Silva, 2000).

São representados por um anel pirrolizidínico. (Figueiredo;

Kaplan, 1997; Silva 2000). Os APs são compostos de uma base necina e

um ácido nécico, que podem formar monoésteres, diésteres ou triésteres

de cadeias abertas e diésteres macrocíclicos, sendo que a base necina

pode apresentar ou não insaturação na posição 1,2 (Figura 1). Estes AP

ocorrem preferencialmente na forma N-óxido em plantas e insetos. Na

espécie de Senecio os AP são sintetizados exclusivamente como N-

óxidos, que são a forma molecular específica para translocação a longa

distância, e armazenamento dentro do vacúolo (Silva, 2000).

O risco de saúde para humanos e animais domésticos é

devido ao fato dos vertebrados terem a capacidade metabólica de

converter muitos AP em pirróis tóxicos, que são hepatotóxicos,

mutagênicos e carcinogênicos (Figueiredo; Kaplan, 1997).

Os alcalóides pirrolizidínicos encontrados nas espécies

Heliotropium, Senecio, Symphytum e Crotalaria são particularmente

hepatotóxicos (Stickel, 2005).

Em relação ao confrei, o conteúdo de alcalóides pode ser

variável de acordo com a época do ano e a idade da planta. Também há

diferença, entre o conteúdo de alcalóides na raiz e nas partes aéreas da

planta, com maior conteúdo nas raízes (Stickel, 2000). O confrei contém

pelo menos 7 tipos de alcalóides: intermedina, licopsamina, acetil

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intermedina, acetil licopsamina, simlandina, simfitina, equimidina e outros

(Rode, 2002).

A hepatotoxicidade de plantas contendo AP em humanos

é bem estabelecida e dose-dependente. A “doença do senécio” foi

descrita pela primeira vez na África do Sul, seguida por relatos na

Jamaica sobre crianças desenvolvendo ascites, hepatomegalia e

eventualmente cirrose após ingestão de chás. No Afeganistão houve um

surto de hepatotoxicidade causada por AP advindo de plantas do gênero

Heliotropium que apresentavam principalmente a heliotrina e lasiocarpina.

Outra epidemia foi observada na Índia, causada pela planta Crotalaria spp

que contaminou cereais durante a colheita. A espécie Crotalária também

é conhecida como hepatotóxica e é responsável por numerosos casos de

doença veno-oclusiva (DVO) do fígado causada por AP (Winship, 1991;

Stickel, 2000; Stickel, 2005).

A doença veno-oclusiva (DVO) é uma obliteração não

trombótica parcial ou total de pequenos ramos venosos intra-hepáticos,

por tecido conjuntivo frouxo subendotelial. Esta lesão é provavelmente

decorrente de inflamação ou destruição do endotélio venular levando a

edema subintimal, fragmentação e necrose da parede venular,

observando-se freqüentemente necrose de hepatócitos perivenulares com

posterior colagenização e esclerose perivenular. O resultado da obstrução

do fluxo venoso causa congestão hepática e necrose centrolobular

resultadando em falência hepática aguda, fibrose hepática ou cirrose

(Gayotto,2001; Stickel, 2005).

Os primeiros agentes tóxicos associados a esta doença

foram os AP presentes em chás de ervas, do gênero Senecio e

Heliotropium, particularmente a Crotalária. Atualmente os principais

agentes associados ao desenvolvimento de DVO são citostáticos,

agentes antimetabólicos e alquilantes utilizados na terapia antineoplásica

(Gayotto,2001; Stickel, 2005).

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O efeito tóxico dos pirróis gerados enzimaticamente

conduz a um defeito no endotélio dos sinusóides com aumento da

permeabilidade e extravasamento de células vermelhas do sangue para

dentro do espaço de Disse. Subseqüentemente fibras reticulares são

geradas dentro da luz de veias centrolobulares terminais com eventual

obstrução das veias (Stickel, 2000). O espessamento das paredes dos

vasos venosos conduz a uma obstrução funcional do fluxo e a uma

congestão centrolobular, resultando em necrose dos hepatócitos

centrolobulares seguida por necrose das células mesenquimais.

Subsequentemente pode se desenvolver fibrose formando septos a partir

de veias centrolobulares em vez de a partir dos espaços porta. Sinais de

inflamação geralmente estão ausentes (Stickel, 2000).

Investigações ultra-estruturais revelaram que a ocorrência

de vesículas no hepatócito, na borda sinusoidal, gera uma obstrução nos

sinusóides. O acúmulo de hepatócitos com vesículas junto com os debris

celulares nas áreas perisinusoidais podem explicar o fato da hipertensão

portal se tornar evidente antes da obstrução do fluxo venoso ter sido

desenvolvida. A detecção das vesículas nos hepatócitos pode ser vista

em outras doenças como as colestases, hepatites alcoólicas, rejeições de

transplantes e outras. (Stickel, 2000; Yeong et al., 1991).

Além da hepatotoxicidade, AP também têm mostrado dano

aos pulmões. Como na DVO, defeitos endoteliais são a causa de

extravasamento de células sanguíneas, oclusão vascular venosa e

subseqüente desenvolvimento de hipertensão pulmonar (Stickel, 2000).

Toxicidade pulmonar por AP foi somente descrita em

roedores experimentalmente expostos a monocrotalina, um AP

encontrado no confrei (Stickel, 2000).

Outros órgãos potenciais para toxicidade incluem o

glomérulo renal, pâncreas e trato gastrintestinal, apesar das lesões terem

sido observadas somente em animais experimentais (Stickel, 2000).

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Além dos danos agudos e crônicos aos órgãos, os AP

podem induzir tumorigênese, particularmente no fígado. A simfitina, maior

AP constituinte do confrei, tem sido associada com o carcinoma

hepatocelular em ratos. O pressuposto é que, os efeitos alquilantes dos

metabólitos pirrólicos de alta reatividade conduzem a transformação

neoplásica dos hepatócitos. Entretanto esta transformação só foi

observada em animais experimentais (Stickel, 2000).

Uma associação entre AP e câncer em humanos não foi

encontrada. Considerando a exposição de humanos a AP através das

ocorrências mundiais, comparado com os animais de experimentação,

parece improvável que humanos desenvolvam carcinogênese frente a

essa planta (Stickel, 2000).

Figura 1 – Fórmula do AP e seu N-óxido, esquematizado em suas vias de

metabolização. (adaptado de Rode, 2002).

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2.7 Mecanismo de ação do alcalóide

Os AP contidos nas plantas são quimicamente não

reativos e quando ingeridos, grande parte deles é excretado sem

biotransformação, e o restante é metabolizado no fígado. A ativação do

alcalóide requer de-hidrogenação de AP com produção de pirróis que são

eletrofílicos e reagem com componentes teciduais nucleofílicos, como

ácidos nucléicos e proteínas. Como o fígado é o principal local de

produção desses pirróis tóxicos, ele é um dos dois principais órgãos-alvo,

seguido pelo pulmão (Prakash et al., 1999; Rode, 2002; Stickel, 2005).

Uma primeira via de metabolização dos APs está

relacionada com a clivagem por esterases com liberação de necina ou

ácido nécico, sendo que nenhuma dessas vias é tóxica ou sofre posterior

metabolização. Esta via metabólica é muito importante porque a clivagem

das esterases é uma cadeia de detoxificação que promove a limpeza

gerando produtos não tóxicos.

Uma segunda via de metabolização destes alcalóides é a

formação dos derivados N-óxidos (NO) por monoxigenases microssomais.

A formação de N-oxidos é outra via detoxificante que tem importância

diferente entre as espécies. A monoxigenase considerada como sendo a

mais importante na biotransformação são as monoxigenases

microssomais flavinas do fígado. Muitos estudos mostram que as

monoxigenases microssomais do citocromo P450 também podem ser

responsáveis pela catalização da N-oxidação de alguns alcalóides

pirrolizidínicos em especial (Prakash et al., 1999; Stickel, 2000; Stickel,

2005).

A família de enzimas do citocromo P450, além do papel

detoxificante, também pode formar componentes tóxicos de substâncias

previamente inócuas (Stickel, 2000).

Outra via de conversão dos AP gera metabólitos

pirrólicos tóxicos reativos através da oxidação do alfa-carbono

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(desidrogenação) catalisado também pelas monoxigenases do citocromo

P450. Esses metabólitos têm alta toxicidade e propriedades alquilantes

que causam dano ao endotélio do fígado e de outros órgãos (Prakash,

1999; Stickel, 2000, Rode, 2002).

Segundo Pearson (1993), os pirróis podem promover um

elo cruzado do DNA de cadeia dupla, podendo desta forma promover um

efeito antimitótico. Ocorrendo nos hepatócitos, leva a expansão do

citoplasma sem haver divisão nuclear, transformando a célula hepática

em megalócitos. À medida que as células morrem são substituídas por

tecido conjuntivo fibroso e o fígado gradualmente começa a se tornar

insuficiente. A doença pode ser de caráter agudo ou crônico e também

acarretar alterações mutagênicas em varias espécies animais.

2.8 Toxicidade do Symphytum officinale

Pessoa et al. (2007) avaliaram histologicamente a ação

sistêmica do Symphytum officinallis homeopático (6CH) diluído em base

hidroalcoólica (BHA) nos tecidos hepático, gástrico e subcutâneo de

camundongos. Utilizaram 18 camundongos machos divididos em quatro

grupos: Symphytum officinallis 6CH e BHA via oral nos períodos de 30 e

60 dias e Symphytum officinallis 6CH e BHA tópico por 60 dias. Obtiveram

biópsias do fígado e do intestino dos animais tratados por via oral e do

tecido subcutâneo dos animais tratados com aplicação tópica. Não houve

alteração morfológica nos tecido subcutâneo e intestinal tanto dos animais

6CH quanto nos BHA. Entretanto, o tecido hepático dos animais tratados

com Symphytum officinaliis 6CH e BHA, demonstrou alterações

degenerativas moderadas, nos dois períodos avaliados. Concluiram assim

que efeitos adversos podem surgir também durante o uso homeopático

indicando a necessidade de mais estudos sobre o assunto, ressaltando a

consideração da ação da base hidroalcoólica no fígado.

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Yeong et al.(1991) utilizaram três grupos de ratos adultos

jovens que foram alimentados com alcalóides pirrolizidínicos derivados do

confrei russo para estudar os efeitos da erva no fígado. Os animais do

grupo I receberam dose única de 200mg/Kg de peso corporal. O grupo II

recebeu 100 mg/kg três vezes por semana durante 3 semanas e o Grupo

III 50 mg/Kg três vezes por semana por 3 semanas. Todos os ratos

mostraram ao microscópio de luz e ao miscroscópio eletrônico evidências

de danos hepáticos e que a severidade foi dose dependente. Houve

edema nos hepatócitos e necrose hemorrágica nas células perivenulares.

Houve concomitantemente perda das células de revestimento endotelial

com rompimento da parede sinusoidal e os sinusoides foram ocupados

com debris celulares, organelas dos hepatócitos e células vermelhas do

sangue. O extravasamento de células vermelhas do sangue foi evidente.

Vênulas hepáticas terminais foram estreitadas por proliferação da camada

íntima, e no grupo II e III, fibras de reticulina saindo dos vasos foram

observadas. Tais aspectos foram descritos na doença veno-oclusiva

causada por alcalóides pirrolizidínicos de outras fontes de planta como o

Senecio e a Crotalaria. Os autores comentam que a segurança do confrei,

planta largamente usada, em relação ao consumo humano necessita de

mais estudos.

Yeong et al. (1993) destacaram uma deficiência na

literatura sobre a toxicidade em baixas doses dos alcalóides derivados do

confrei. Com o objetivo de sanar essa dúvida os autores utilizaram 8 ratos

adultos jovens que receberam semanalmente uma dose de 50 mg/Kg de

alcalóides derivados do confrei russo, durante 6 semanas. Foram

utilizados dois ratos como controle. O sacrifício foi realizado uma semana

após a última dose e o fígado dos ratos foi examinado por microscópio

óptico e eletrônico. Ao microscópio de luz foi possível observar congestão

vascular, discreta necrose na zona três, perda da definição da membrana

celular dos hepatócitos. Extensas anormalidades ultraestruturais foram

identificadas na forma de desbridamento endolelial e perda da

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microvilosidade do hepatócito. Um achado interessante neste trabalho foi

a formação difusa de vesículas nas bordas sinusoidais dos hepatócitos.

Muitas vesículas foram localizadas no espaço de Disse, promovendo o

preenchimento deste e algumas vezes chegando a ocluir o lúmen

sinusoidal. Houve evidência de dano tardio com a colagenização do

espaço de Disse. Os autores destacam ainda que a formação de

vesículas nos hepatócitos ocorre em uma variedade de condições

patológicas mas há pouca informação na literatura sobre os efeitos da

formação de vesículas na fibrinogênese e na microcirculação e seu papel

na patogênese da doença hepática. Concluíram que os AP do confrei

podem servir como um modelo experimental para o estudo do processo

de formação de vesículas.

Mei et al., (2005) avaliaram a mutagenicidade do confrei

no gene cII no fígado de ratos transgênicos “Big Blue”. Grupos de 6 ratos

machos com seis semanas de idade foram alimentados com uma dieta

basal ou dieta de confrei. Os ratos do grupo experimental receberam

alimentação com 2% de raiz de confrei. Os animais sofreram eutanásia

após 12 semanas de tratamento. Freqüências de mutação foram

determinadas no gene cII do fígado dos ratos alimentados com confrei. O

resultado indicou que o confrei induz tumor hepático através de

mecanismo genotóxico e o espectro mutacional dos ratos tratados com

confrei sugerem que os alcalóides pirrolizidínicos das plantas são

responsáveis por indução de mutação e iniciação de tumor no fígado de

rato.

Mei et al. (2006) utilizaram 6 ratos machos transgênicos

do tipo “Big Blue” que foram alimentados com uma dieta basal contendo

8% de raiz de confrei. Os animais foram tratados por 12 semanas e

sacrificados um dia após o final do tratamento. Através de análises com

biologia molecular, observaram que a dieta com confrei resultou em

transformações na expressão de genes hepáticos, bem como em uma

significante diminuição no peso dos animais e aumento de freqüência de

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mutação. Foi utilizado um valor p menor do que 0,001. Foram

selecionados 2726 genes identificados como expressados

diferencialmente nos ratos alimentados com confrei, comparados aos

animais controle. Entre esses genes, há 1617 genes associados a

funções particulares, e diferencialmente expressados no fígado dos ratos

alimentados com confrei. Estes foram envolvidos no metabolismo, injúria

às células endoteliais e injúria ao fígado, além de anormalidades,

incluindo fibrose hepática e desenvolvimento de câncer. O perfil da

expressão gênica mostra um melhor entendimento dos mecanismos

obscuros da toxicidade hepática induzida pelo confrei. Integração da

expressão gênica com as mudanças patológicas pode ser usada para

formular o esquema da toxicidade e tumorigênese induzidos pelo confrei.

Guo et al. (2007) compararam a expressão dos genes e

as funções biológicas que foram alteradas pelo confrei, em relação as

alteradas por um alcalóide puro, usado como protótipo de carcinogênese.

Para tanto, utilizaram grupos de 6 ratos “Big Blue” que foram tratados com

o alcalóide a 1 mg/Kg por gavagem 5 vezes por semana, por 12 semanas

ou foram alimentados com uma dieta contendo 8% de raízes de confrei

por 12 semanas. Os animais foram sacrificados 1 dia após o fim do

tratamento e os fígados foram coletados para análise da expressão

gênica. Houve grande diferença entre os genes e os processos biológicos

que foram encontrados entre os animais do grupo alimentado com o

confrei e o que recebeu alcalóide puro. Entretanto, houve um número de

genes e processos funcionais da carcinogênese, que foi comum para os

dois tratamentos, mostrando uma forte correlação entre os dois

tratamentos, o que sustenta que os AP contidos no confrei são os

principais componentes responsáveis pela carcinogênese causada pela

planta.

Cao et al. (2008) demonstraram preocupação em relação

as técnicas de análise da presença de AP no conteúdo de produtos como

suplementos alimentares e remédios. A maioria das técnicas

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espectrométricas avalia apenas os AP deixando de contemplar a análise

de seus derivados N-óxidos (NO), que segundo os autores podem ser

igualmente hepatotóxicos, podendo ser pneumotóxicos, genotóxicos e

carcionogênicos. Relatam que essa ineficiência da metodologia coloca em

risco a segurança dos seres humanos. Através de 2 testes os autores

analisaram amostras obtidas comercialmente de extrato de raiz de confrei

e de confrei russo para detectar a presença de AP e seus NO,

questionando a metodologia de 3 trabalhos pré-existentes. Demonstraram

a inadequação dos métodos reportados para detectar a quantidade AP e

seus NO, nesses trabalhos.

Gomes et al. (2007) usaram um protocolo para indução

de carcinogênese hepática em curto período de tempo em ratos. Extrato

de confrei a 10 % foi administrado por gavagem aos animais do grupo

experimental três vezes por semana, e os animais do grupo controle

receberam água destilada. Após análise macroscópica e microscópica

observaram no grupo tratado com confrei, redução do número de lesões

macroscópicas pré-neoplásicas, da porcentagem de células ovais e de

figuras de mitose, de células positivas para antígeno nuclear para células

em proliferação (PCNA) e nódulos pré-neoplásicos acidófilos. Por outro

lado houve um aumento na presença de megalócitos e degeneração

vacuolar. Taxas de fibrose, armazenamento de glicogênio e número de

nucléolos não foram alterados. Os autores concluíram que o tratamento

com confrei reduziu a taxa de proliferação celular neste modelo

experimental.

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3 PROPOSIÇÃO

O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos do

Symphytum officinalle L. no fígado e rins de ratos comparando o

medicamento fitoterápico na dose de 500mg/Kg/dia com a formulação

homeopática em 6CH, investigando a toxicidade destas duas formulações

após 30 e 60 dias de uso.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Animais

Este estudo foi realizado de acordo com os Princípios

Éticos na experimentação animal, adotados pelo Colégio Brasileiro de

Experimentação Animal (COBEA), com aprovação fornecida pelo Comitê

de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de São José dos

Campos – UNESP, sob o Protocolo nº 043/2007-PA/CEP de 06 de

novembro de 2007 (Anexo).

Para este trabalho foram utilizados 42 ratos machos

adultos (Rattus norvegicus, variação albinus, Wistar), com

aproximadamente noventa dias de idade, peso médio de 300 gr, mantidos

em gaiolas em temperatura ambiente e alimentados com ração e água ad libitum, fornecidas pelo Biotério da Faculdade de Odontologia de São

José dos Campos -UNESP.

Aos 90 dias de idade, os animais foram divididos em 3

grupos , de acordo com o tratamento: Homeopático com Symphytum officinale 6CH (H), fitoterápico Symphytum officinale (F) e grupo controle

(C). Destes, foram eutanasiados 8 animais de cada um dos três grupos,

no período de 30 dias e 6 animais de cada um dos três grupos no período

de 60 dias.

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4.2 Preparo da droga vegetal constituída das folhas de Symphytum officinale

O material vegetal foi coletado no sítio Pinheiros,

localizado no bairro Vila Élvio, pertencente ao município de Piedade, no

Estado de São Paulo e identificado pelo Prof. Dr. Gokithi Akisue no

herbário da Universidade de São Paulo – USP.

As folhas da espécie foram colhidas inteiras e secas naturalmente

a sombra durante 05 (cinco) dias, posteriormente foram submetidas à

secagem complementar em estufa a temperatura controlada de 45 °C

durante 72 horas. Após a secagem, as folhas foram pulverizadas em

moinho de facas de modo que suas partículas tiveram seu diâmetro

máximo padronizado por tamis de malha 20 Mesh.

Para a obtenção do extrato fluido das folhas da espécie

foi empregado o Processo A da Farmacopéia Brasileira 2° ed. (1959)

adaptado para as características do estudo. Assim, 1.000 g da droga

vegetal pulverizada grosseiramente (partículas com diâmetro padronizado

em 20 Mesh) foram submetidos a intumescimento em solução

hidroetanólica 70% (v/v) ficando neste estado de repouso por 30 minutos.

O material já intumescido, após o tempo de 30 minutos,

foi acondicionado em um vaso percolador. Durante este procedimento

tomou-se o cuidado de não compactar o material excessivamente de

modo a não dificultar a passagem do solvente durante o processo de

percolação, resistência esta, resultante do possível aumento da força de

capilaridade frente à pressão hidrostática do sistema (Saito, 1988).

Uma vez acondicionada, a droga vegetal, e todo sistema

para percolação já montado, foi adicionada solução hidroetanólica 70%

(v/v) até que se cobriu 10 cm acima do nível da droga vegetal, que ficou

em repouso neste estado de maceração durante 24 horas. Após o

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repouso em maceração foi iniciado o processo de percolação com fluxo

controlado de 25 gotas por minuto (Figura 2).

Foram recolhidos os primeiros 850 mL de extrato,

correspondendo à primeira fração extrativa, que foi acondicionada e

reservada em vidro âmbar fechado. Esta primeira fração extrativa foi

armazenada em refrigerador à temperatura de 8 °C. A percolação foi

continuada até o esgotamento da droga vegetal, mantendo-se o fluxo de

25 gotas por minuto até a sua conclusão.

Após o esgotamento da droga vegetal, a segunda fração

extrativa obtida foi concentrada em aparelho evaporador rotativo acoplado

a vácuo em temperatura de 45 °C, e concluído em aparelho de “banho-

maria”, também a temperatura de 45 °C, até se obter o volume final de

150 mL destra fração extrativa. Este volume foi acrescentado à primeira

fração reservada, totalizando 1.000 mL de extrato fluido na proporção de

1:1 (ativos solúveis presentes em 1.000 g da droga vegetal, dissolvidos

em 1.000 mL de extrato fluido hidroetanólico).

Uma alíquota, equivalente a 500 g, do extrato fluído

obtido foi evaporado para fins de redução do teor de etanol, sendo este

processo iniciado em aparelho evaporador rotativo a 45 ºC, sob vácuo, e

concluído em “banho-maria”. A evaporação foi conduzida, em temperatura

de 45 º C, até uma redução de 75% da massa inicial do extrato, o que

consiste à obtenção de uma massa de extrato hidroetanólico evaporado

equivalente a 125 g (Figura 3). Este extrato hidroetanólico evaporado das

folhas de Symphytum officinale foi identificado como “EHESo”.

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Figura 2 – Esquema demonstrativo do processo de produção da droga vegetal e do

extrato hidroetanólico.

4.3 Preparo da amostra para administração aos animais

Foi preparada uma dispersão contendo 250 mg.mL-1 de

EHESo em solução aquosa de Tween 80 (monoleato de sorbitano

polioxietileno) a 12,0%. Esta dispersão foi utilizada para administração

oral aos animais conforme as doses referentes a cada grupo

experimental.

Os procedimentos acima descritos foram realizados no

Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Pindamonhangaba –

FAPI.

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Figura 3 – Esquema demonstrando o processo de evaporação do extrato

hidroetanólico e do preparo da dispersão utilizada para administração aos animais.

4.4 Peso corporal dos animais

Todos os animais foram identificados e pesados no dia do

início do tratamento (peso inicial) e no dia da eutanásia (peso final). Cada

rato foi colocado em gaiola individual e pesado (g) em balança digital e o

percentual de aumento de peso de cada um dos animais foi calculado

conforme a fórmula:

Aumento de peso (%) = (Peso final – Peso inicial) x100/ Peso inicial

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Além disso, os animais do grupo F foram pesados

semanalmente para cálculo da dose do fitoterápico.

4.5 Tratamento homeopático

Foram administrados a cada animal, do grupo

homeopático (H), através de gavagem, 02 glóbulos de Symphytum officinallis 6CH* dissolvidos em 1 ml de água filtrada por dia (Figura 4).

4.6 Tratamento fitoterápico

Foram administrados a cada animal, através de gavagem,

extrato de Symphytum officinalle na dose de 500 mg/Kg do peso do

animal por dia. O tratamento foi realizado até o dia anterior à eutanásia.

Para tanto, cada animal do grupo fitoterápico (F), foi pesado

semanalmente para cálculo da dose.

4.7 Tratamento do grupo controle

Foram administrados a cada animal, através de gavagem,

02 glóbulos de sacarose* sem componente homeopático, dissolvidos em

um ml de água filtrada por dia, até o dia da eutanásia.

______________ * Pharmaciantiga Homeopatia, São José dos Campos – SP.

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Figura 4 – Tratamento: a) administração do tratamento através de gavagem; b)

medicamentos homeopático e fitoterápico, seringa e agulha de gavagem.

a

b

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4.8 Anestesia

Para a eutanásia os animais foram pesados e

anestesiados usando-se uma mistura de Cloridrato de xilasina 2%

(Anasedan), substância sedativa e relaxante muscular, com Cetamina

base (Francotar- Virbac- Roseira, SP, Brasil), anestésico geral, por via

intramuscular, na relação de 0,8:0,5 e administrada na dose de

0.1ml/100gr de peso corporal, por via intramuscular. Os ratos foram

pesados para calcular a dose ideal de anestésico para cada animal.

4.9 Coleta do sangue para os exames bioquímicos

Antes da eutanásia, foi realizada a coleta de uma amostra

de sangue de todos aos animais de todos os grupos. Para realização

deste procedimento os animais foram anestesiados e foi feita uma incisão

na região abdominal do animal para exposição da artéria aorta abdominal.

Em seguida, com o auxílio de uma seringa de plástico (volume 5 ml)

heparinizada, foi removida uma amostra de aproximadamente 4 ml de

sangue. O plasma foi obtido a partir da centrifugação a 5000 rpm das

amostras de sangue por 10 minutos. Estas amostras foram pipetadas,

armazenadas em tubos eppendorf e mantidas a –20 ºC, sendo

submetidas posteriormente às análises espectrofotométricas.

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4.10 Eutanásia

Para a eutanásia os animais foram submetidos à

anestesia geral profunda e sangria.

Os animais de todos os grupos foram divididos de acordo

com o período experimental de 30 e 60 dias. A eutanásia foi realizada no

dia seguinte ao fim da medicação de cada período experimental.

4.11 Remoção de fígado e rins

Foram removidos o fígado e o rim direito de cada animal

para avaliação histológica. O material foi fixado em formol a 10% por um

período mínimo de 48 horas.

4.12 Análise histológica

Após fixação, o fígado e o rim foram incluídos em blocos

de parafina e foram realizados cortes seriados com espessura de 5 μm,

os quais foram estendidos em lâminas de vidro. Uma lâmina do fígado de

cada animal foi corada com HE e uma lâmina com Tricrômico de Mallory.

Para os rins foi confeccionada uma lâmina de cada animal com a

coloração de HE.

As lâminas de fígado e rim foram submetidas à análise

em microscopia de luz. Com o objetivo de auxiliar a observação foi

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confeccionada uma Tabela (Apêndice A), cujo os dados serviram de base

para a análise microscópica descritiva, histomorfométrica e para análise

estatística.

A Tabela considerou as alterações microscópicas citadas

na literatura como características de toxicidade hepática por AP e

alterações renais que possam indicar efeitos tóxicos. Para o fígado foram

considerados dados referentes a presença de inflamação, proliferação

canalicular, fibrose, degeneração vacuolar de hepatócitos, necrose de

hepatóxitos, hemorragia, congestão, lesão endotelial e alterações

vasculares. Para os rins foram avaliados a presença de degeneração

vacuolar nos túbulos, inflamação, fibrose, congestão, hemorragia e

alteração glomerulares e vasculares.

Para análise histomorfométrica foi realizada a contagem

dos focos de inflamação e de focos de fibrose em todo o corte do fígado

de todos os animais. A análise microscópica foi feita em duplicada por um

único observador.

4.13 Avaliação toxicológica bioquímica

A avaliação do potencial tóxico das doses homeopáticas e

fitoterápicas administradas de Symphytum officinale foi feita não só

através do exame histológico do fígado e do rim mas também pela análise

bioquímica específica para fígado e rins.

Para avaliação do fígado foram realizadas as análises da atividade

enzimática de fosfatase alcalina (FA), alanina aminotransferase (ALT),

aspartato aminotransferase (AST), gama glutamil transferase (GGT) e

para os rins a análise da concentração de uréia e creatinina.

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4.13.1 Determinação da atividade de Fosfatase alcalina (FA)

A atividade enzimática da fosfatase alcalina foi avaliada

pelo método descrito por Roy, 1970 através da timolftaleina monofosfato

como substrato, que após hidrólise libera a timolftaleína, que apresenta

cor azul em meio alcalino. Foi usado espectrofotômetro SHIMADZU-UV-

1203 séries a 590 nm. A cor formada é diretamente proporcional à

atividade enzimática.

Para o cálculo da atividade enzimática (AE) em U/I foram

utilizadas, como referência padrão, soluções de timolftaleína

correspondentes à atividade enzimática de 45, 22,5 e 12,25 U/I. As

absorbâncias destes padrões foram medidas e utilizadas no levantamento

da curva padrão utilizando-se o programa computacional Graph-Pad

Prism versão 3.0 (GraphPad Software Inc., San Diego Califórnica, U.S.A).

O fator de calibração (Fc) calculado através da regressão linear foi

utilizado para o cálculo das AE nas amostras séricas através da relação:

AE= Fc x Absorbância da amostra. O levantamento da curva padrão para

obtenção do Fc foi realizado em todas análises bioquímicas deste

trabalho.

Durante as medidas da AE foram utilizadas alíquotas de

50 μl de soro e os ensaios foram realizados em duplicata, no máximo 24

após a coleta do sangue dos animais.

4.13.2 Determinação da atividade da alanina aminotransferase (ALT)

A atividade enzimática da alanina aminotransferase foi

avaliada pelo método descrito em Bergmeyer e Bernt, 1974 no qual esta

enzima catalisa a transferência do grupo amino da alanina para α-

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acetoglutarato, formando o glutamato e o piruvato. O piruvato formado

reage com a 2,4-dinitrofenilhidrazina, dando a hidrazona correspondente,

cuja intensidade da cor, em meio alcalino, foi medido no

espectrofotômetro SHIMADZU-UV-1203 séries a 505 nm. Para o cálculo

da atividade enzimática nas amostras de sangue foram utilizadas como

padrões de referências, soluções do substrato e piruvato de sódio

correspondentes à atividade enzimática de 46,8; 27,5 e 13,5 U/I. As

absorbâncias dos padrões foram medidas no espectrofotômetro e

utilizadas para o levantamento da curva padrão para obtenção do Fc, cujo

valor foi utilizado no cálculo da concentração das amostras. Durante os

ensaios, em duplicata, foram utilizadas alíquotas de 0,1 ml de soro.

4.13.3 Determinação da atividade de aspartato aminotransferase (AST)

A atividade enzimática da aspartato aminotransferase foi

avaliada pelo método descrito por Bergmeyer e Bernt, 1974. A enzima

catalisa a transferência do grupo amino do aspartato para α-cetoglutarato,

formando o glutamato e o oxaloacetato. O oxaloacetato formado reage

com a 2,4-dinitrofenilhidrazina, produzindo a hidrazona correspondente,

cuja intensidade da cor, em meio alcalino, foi medida no

espectrofotômetro SHIMADZU-UV-1203 séries a 505 nm. Para o cálculo

da atividade enzimática da enzima nas amostras de sangue foram

utilizadas como padrões de referências, soluções de substrato e piruvato

de sódio nas concentrações correspondentes à atividade enzimática de

91,6; 54,9; 29,4 e 11,6 U/I. As absorbâncias destes padrões foram

utilizadas para o levantamento da curva padrão com a finalidade de se

obter o Fc, cujo valor foi utilizado no cálculo das concentrações das

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amostras de sangue. Durante os ensaios, em duplicata, foram utilizadas

alíquotas de 0,1 ml de soro.

4.13.4 Determinação da atividade da gama glutamil transferase (GGT)

A atividade enzimática da gama glutamil transferase foi

avaliada pelo método descrito por Szasa modificado, utilizando o kit da

LABTEST.

A gama glutamil transferase catalisa a transferência do

grupamento glutamil da L-�-glutamil-3-carboxi-4-nitroanilida para a

glicilglicina, formando L-�-glutamilglicilglicina e a p-nitroanilida.

A quantidade de p-nitroanilida formada de coloração

amarelada, que apresenta elevada absorbância em 405 nm, é

diretamente proporcional à atividade da GGT na amostra.

4.13.5 Determinação da concentração de uréia

A concentração de uréia nas amostras de soro foram

avaliada pelo método da diacetilmonoxima, descrito por Moura et al., 1994

que se baseia na reação direta entre a uréia e a diacetilmonoxima (2,3-

butadiona monoxima) na presença da tiossemicarbazida e íons cádmio

em meio ácido.

Durante os ensaios, em duplicata, foram utilizadas

alíquotas de 0,1 ml de plasma. Estas amostras foram imersas em água

fervente durante 10 minutos para que ocorresse a reação entre a uréia e

a diacetilmonoxima. Ao final da reação, as amostras apresentaram uma

cor rosa-púrpura, cuja resultante foi proporcional à concentração de uréia.

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Em seguida, foi adicionado 2ml da amostra na cubeta de vidro do

espectrofotômetro SHIMADZU-UV-1203 séries e foi medida a 540 nm.

Para o cálculo da concentração de uréia nas amostras de soro foram

utilizadas como padrões de referências, soluções do substrato e piruvato

de sódio correspondentes à atividade enzimática de 20, 40, 60, 80 e 100

mg/dl. As absorbâncias dos padrões foram medidas no espectrofotômetro

e utilizadas para o levantamento da curva padrão para obtenção do Fc,

cujo valor foi utilizado no cálculo da concentração das amostras.

4.13.6 Determinação da concentração de creatinina

A dosagem de creatinina plasmática foi realizada pelo

método colorimétrico utilizando o kit da LABTEST, cujo princípio baseia-

se no método de Jaffé (1886) modificado onde a creatinina reage com

solução de picrato, em meio alcalino, produzindo um complexo de picrato

de cratinina de cor amarelo-avermelhado. Decorridos os 10 minutos de

incubação em banho-maria a 37 ºC, a adição do ácido acético 11,4 mol/L

(acidificante) abaixa o pH para 5,0 bloqueando a reação e ao mesmo

tempo promovendo a decomposição do picrato de creatinina,

permanecendo inalterada a cor derivada dos cromogênos, que foram

medidas espectrofotometricamente.

4.14 Análise estatística

Os dados obtidos nas análises bioquímicas, na

porcentagem de aumento de peso dos animais e na análise

histomorfométrica foram submetidos à análise estatística descritiva e

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inferencial sob auxílio do programa computacional Minitab (versão 14.12,

Minitab Inc., 2004) e Prism (versão 5.0, Graph Pad., 2007) e Statistix 8.0.

A estatística descritiva consistiu nas medidas de:

tendência central (média), variabilidade (desvio padrão, faixa dos valores);

e tiveram representação gráfica com o gráfico de colunas.

A unidade experimental foi o rato. O nosso experimento

teve 24 ratos no grupo de 30 dias e 18 ratos no período de 60 dias.

Foram analisadas duas variáveis independentes: período

e tratamento. A variável dependente (resposta) para as análises da FA,

ALT, AST, GGT foi a atividade enzimática, para a Creatinina e Uréia foi a

concentração plasmática e para a análise histomorfométrica foi a

quantidade de focos de inflamação e de fibrose no fígado. Também foi

avaliada a variação no ganho de peso dos animais, cuja variável

dependente foi a porcentagem de ganho de peso dos animais.

A estatística inferencial consistiu nos testes t (Student) de amostras independentes que verificou o fator período em cada

tratamento (C, H ou F) e ANOVA (1 fator) que foi realizado entre os

tratamentos possíveis, C, H ou F em cada um dos períodos (30 e 60

dias). O nível de significância adotado para os dois testes foi o valor

convencional de 5%.

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5 RESULTADOS

A análise dos dados obtidos será apresentada a seguir,

primeiramente os obtidos através das análises bioquímicas, seguido do

peso corporal dos animais e posteriormente aqueles obtidos com a

análise histomorfométrica, finalizando os resultados com a análise

histológica descritiva do fígado e rim dos animais.

5.1 Análises bioquímicas

Serão apresentados os resultados das análises

bioquímicas da Fosfatase alcalina, Alanina aminotransferase, Aspartato

aminotransferase, Gama glutamiltransferase, Creatinina e Uréia. Um dos

ratos do grupo C no período de 30 dias morreu durante a anestesia e não

pode ter seus dados bioquímicos avaliados, portanto o n nesse grupo foi

7.

5.1.1 Fosfatase alcalina

Os dados das absorbâncias obtidos das leituras

espectrofotométricas durante a análise bioquímica da Fosfatase alcalina

(FA) foram convertidos em atividade enzimática expressa em Unidade

internacional/l (U/l), mediante a multiplicação pelo fator final de calibração

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(K= 121,200), conforme explicado em materiais e métodos. A unidade U/l

representa a quantidade de enzima que libera por hidrólise 1 micromol de

produto por minuto por litro. O valor da atividade enzimática da FA para

cada replicata estão representados na Tabela 37 (Apêndice B).

Os dados da estatística descritiva estão representados

na Tabela 1 e Figura 5.

Tabela 1 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da atividade enzimática (U/l) da FA sanguínea nos grupos controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp)UI/l

C 30 7 20,53±4,25

C 60 6 31,23±4,95

H 30 8 24,57±9,20

H 60 6 35,17±7,33

F 30 8 23,96±5,81

F 60 6 30,70±3,35

n= número de amostras

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56

C30 C60 H30 H60 F30 F600

10

20

30

40

50U

I/L

Figura 5 – Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da atividade

enzimática da FA (UI/L) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e tratamento).

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, nos grupos controle e tratados, pode-se verificar

que:

O grupo C60 (31,23±4,95UI/l) teve maior AE que o grupo

C30 (20,53 ± 4,25 UI/l). Essa diferença é estatisticamente significante

segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 4,14; gl = 9;

p=0,003<0.05).

O grupo F60 (30,70±3,35 UI/l) apresentou maior AE que

a o grupo F30 (23,96±5,81 UI/l). Essa diferença é estatisticamente

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

2,73; gl = 11; p=0,020<0,05).

O grupo H60 (35,17±7, 33 UI/l) apresentou maior AE que

o grupo H30 (24,57±9,20 UI/l). Essa diferença é estatisticamente

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

2,40; gl = 11; p=0,035<0,05).

Uma análise comparativa na atividade enzimática da FA

entre os grupos controle, homeopático e fitoterápico para os períodos de

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30 e 60 dias foi efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados

para o período de 30 dias estão na Tabela 2 e para o período de 60 dias

na Tabela 3.

Tabela 2 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias referentes aos dados da atividade enzimática de FA nos grupos H, C e F.

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 69,15 34,5734 0,74 0,4906

Resíduo 20 936,75 46,8374

Total 22 1005,90

No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre o grupo controle,

C(20,53±4,25) e os grupos tratados F(23,96±5,81) e H(24,57±9,20).

Tabela 3 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias referentes aos dados da atividade enzimática de FA nos grupos H, C e F.

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 71,441 35,7203 1,20 0,3290

Resíduo 15 447,075 29,8050

Total 17 518,516

No período de 60 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os grupos controle

C(31,23±4,95) e os grupos tratados F(30,70±3,35) e H(35,17±7,33).

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58

5.1.2 Alanina aminotransferase

Os dados das absorbâncias obtidos durante a análise

espectrofotométricas da Alanina aminotransferase (ALT) foram

convertidos em atividade enzimática (U/l), mediante a multiplicação pelo

fator final de calibração (K= 182,00), como explicado anteriormente Os

valores das atividades da ALT para cada replicata estão representados na

Tabela 38 (Apêndice B).

Os dados da estatística descritiva estão representados

na Tabela 4 e Figura 6.

Tabela 4 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da atividade enzimática (U/l) da ALT nos grupos controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação.

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp) U/l

C 30 7 22,35±3,24

C 60 6 17,79±1,281

H 30 8 16,85±4,32

H 60 6 19,26±2,80

F 30 8 20,83±5,22

F 60 6 22,52±3,05

n= número de amostras

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C30 C60 H30 H60 F60 F300

5

10

15

20

25U

I/L

Figura 6 - Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da atividade

enzimática da ALT (UI/L) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias nos grupos controle e tratados, pode-se verificar

que:

O grupo C30 (22,347±3.241UI/l) apresentou AE maior

em relação ao grupo C60 (17,790±1.281UI/l). Essa diferença é

estatisticamente significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 3,42; gl = 8; p=0,009<0.05).

O grupo F60 (22,52±3,05 1UI/l) apresentou AE diferente

do grupo F30 (20,83±5,22 UI/l). Essa diferença é estatisticamente não

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

0,76; gl = 11; p=0,462>0,05).

O grupo H60 (17,790±1,281 UI/l) apresentou AE

diferente do grupo H30 (16,85±4,321 UI/l). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 1,27; gl = 11; p=0,232>0,05).

Uma análise comparativa da atividade enzimática da ALT

entre os grupos controle, homeopático e fitoterápico para o período de 30

e 60 dias foi efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados

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60

para o período de 30 dias estão na Tabela 5 e para o período de 60 dias

na Tabela 6.

Tabela 5 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias referentes aos dados da atividade enzimática da ALT nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 123,395 61,6975 3,21 0,0618

Resíduo 20 384,416 19,2208

Total 22 507,811

No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os grupos controle

C(22,35±3,24 U/l), fitoterápico F(20,83±5,22 U/l) e homeopático

H(16,85±4,32 U/l).

Tabela 6 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias referentes aos dados da atividade enzimática da ALT nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 70,378 35,1892 5,63 0,0150*

Resíduo 15 93,677 6,2452

Total 17 164,056

*p<0,05

No período de 60 dias, verifica-se que a hipótese de

igualdade (Ho) entre os grupos C (17,79±1,281 U/l), H (19,26±2,80 U/l) e

F (22,52±3,05 U/l) foi rejeitada (p= 0,0150 < 0,05). Quando se aplica o

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61

teste de comparação múltipla de Tukey (5%), observam-se os efeitos dos

tratamentos neste período conforme a Tabela 7.

Tabela 7 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%) no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos tratamentos, para a atividade enzimática da ALT

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

F 22,522 A

H 19,262 A B

C 17,790 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente

significante

Através dos resultados estatísticos apresentados na

Tabela 6, verifica-se que o grupo F60 apresenta AE de ALT maior em

relação ao grupo C60. Sendo esta diferença estatisticamente significante.

Ainda, constata-se que não há diferença estatística entre o grupo H60 em

relação aos grupos C60 e F60.

5.1.3 Aspartato aminotransferase

Os dados das absorbâncias obtidos após as leituras

espectrofotométricas durante a análise bioquímica da Aspartato

aminotransferase (AST) foram transformados em atividade enzimática

(U/l), mediante a multiplicação pelo fator final de calibração (K= 286,40).

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Os valores originais de AST para cada replicata estão representados na

Tabela 39 (Apêndice B).

Os dados da estatística descritiva estão representados

na Tabela 8 e Figura 7.

Tabela 8 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio

padrão) dos valores da atividade enzimática (UI/L) de AST sanguínea nos grupos C, H e F, segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp) U/l

C 30 7 44,33±5,43

C 60 6 42,89±3,58

H 30 8 40,97±2,49

H 60 6 46,02±4,31

F 30 8 40,74±6,47

F 60 6 45,08±3,00

C30 C60 H30 H60 F30 F600

20

40

60

UI/L

Figura 7 - Gráfico de colunas (Média ± desvio padrão) dos valores da atividade

enzimática da AST (UI/L) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e tratamento).

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63

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, nos grupos controle e tratados, pode-se verificar

que:

O grupo C30 (44,33±5,43 UI/l) apresenta AE diferente do

grupo C60(42,89±3,58 UI/l). Essa diferença é estatisticamente não

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

0,57; gl = 10; p= 0,580>0.05).

O grupo F60 (45,08±3,00 UI/l) apresenta AE diferente do

grupo F30 (40,74±6,47 UI/l) Essa diferença é estatisticamente não

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

1,67; gl = 10; p=0,125>0,05).

O grupo H60 (46,02±4,31 UI/l) apresenta atividade

enzimática maior que o grupo H30 (40,97±2,49 UI/l) Essa diferença é

estatisticamente significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 2,56; gl = 7; p=0,038<0,05).

Uma análise comparativa da atividade enzimática da

AST entre o grupo controle e os grupos tratados para o período de 30 e

60 dias foi efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados para

o período de 30 dias estão na Tabela 9 e para o período de 60 dias na

Tabela 10.

Tabela 9 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias referentes aos dados da atividade enzimática da AST nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 58,978 29,4888 1,15 0,3371

Resíduo 20 513,415 25,6707

Total 22 572,392

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No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os grupos,

C(44,33±5,43), F(40,74±6,47) e H(40,97±2,49).

Tabela 10 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias, referentes aos dados da atividade enzimática da AST nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 30,921 15,4606 1,15 0,3434

Resíduo 15 201,897 13,4598

Total 17 232,818

No período de 60 dias, através da ANOVA não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os medicamentos,

C(42,89±3,58), F(45,08±3,00) e H(46,02±4,31).

5.1.4 Gama glutamiltransferase

Durante as dosagens espectrofotométricas da Gama

glutamiltransferase (GGT), as absorbâncias registradas foram

transformadas em atividade enzimática (U/l) através da multiplicação pelo

fator final de calibração (K= 801,30). Os valores da atividade enzimática

da GGT obtidos para cada réplica estão representados na Tabela 40

(Apêndice C).

No grupo C, no período de 30 dias um animal não foi

utilizado por apresentar valores muito discrepantes, portanto o n para

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esse grupo foi de 6. Os dados da estatística descritiva estão

representados na Tabela 11 e Figura 8.

Tabela 11 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da atividade enzimática (U/l) de GGT nos grupos C, H e F, segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp)

C 30 dias 6 68,85±21,77

C 60 dias 6 77,66±27,13

H 30 dias 8 40,72±18,71

H 60 dias 6 50,35±11,15

F 30 dias 8 47,73±19,74

F 60 dias 6 50,21±14,14

C30 C60 H30 H60 F30 F600

20

40

60

80

100

UI/l

Figura 8 - Gráfico de colunas (Média ± desvio padrão) dos valores da atividade

enzimática da GGT (UI/L) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

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Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, nos grupos controle e tratados, pode-se verificar

que:

O grupo C60 (77,66±27,13 U/l) apresenta AE diferente

do grupo C30 (68,8±21,8 UI/l). Essa diferença é estatisticamente não

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

0,62; gl = 9; p=0,550>0.05).

O grupo F60 (50,2±14,1 U/l) tem AE diferente do grupo

F30 (47,7±19,7 U/l). Essa diferença é estatisticamente não significante

segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 0,27; gl = 11;

p=0,789>0,05).

O grupo H60 (50,3±11,1 U/l) apresenta AE diferente do

grupo H30 (40,7±18,7 U/l). Essa diferença é estatisticamente não

significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t =

1,20; gl = 11; p=0,255>0,05).

Uma análise comparativa da atividade enzimática da

GGT entre os 3 grupos para o período de 30 e 60 dias foi efetuada por

meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados para o período de 30 dias

estão na Tabela 12 e para o período de 60 dias na Tabela 14.

Tabela 12 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias, referentes aos dados da atividade enzimática da GGT nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 2842,3 1421,17 3,58 0,0480*

Resíduo 19 7547,9 397,26

Total 21 10390,2

* p< 0,05

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Pode-se verificar que a hipótese de igualdade (Ho) foi

rejeitada (p= 0,0480 < 0,05). Quando se aplica o teste de comparação

múltipla de Tukey (5%), pode-se verificar a formação de grupos

homogêneos em relação aos tratamentos neste período, Tabela 13.

Tabela 13 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%), no período de 30 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos tratamentos, para a atividade enzimática da GGT

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 68,845 A

F 47,727 A B

H 40,716 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante.

A maior AE é aquela estabelecida pelo grupo C e a menor

AE é aquela estabelecida pelo grupo H, no período de 60 dias. Essa

diferença é estatisticamente significante. O grupo F ocupa posição

intermediária.

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Tabela 14 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias, referentes aos dados da atividade enzimática da GGT nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 2998,20 1499,10 4,24 0,0347*

Resíduo 15 5302,84 353,52

Total 17 8301,04

*p<0,05

Pode-se verificar que a hipótese de igualdade (Ho) foi

rejeitada (p= 0,0347 < 0,05). Quando se aplica o teste de comparação

múltipla de Tukey (5%), podem-se verificar os efeitos dos tratamentos

neste período. Tabela 15.

Tabela 15 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%), no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos tratamentos, para a atividade enzimática da GGT

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 77,659 A

H 50,349 B

F 50,215 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

A maior AE é aquela estabelecida pelo grupo C. A

diferença entre esta e os demais grupos é estatisticamente significante.

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5.1.5 Concentração de Uréia

Os dados das absorbâncias obtidos durante a análise

espectrofotométrica da uréia foram convertidos em concentração (mg/dl)

através da multiplicação pelo fator final de calibração (K= 150,20). Os

valores das concentrações de Uréia para cada replicata estão

representados na Tabela 41 (Apêndice C).

Os dados da estatística descritiva estão representados

na Tabela 16 e Figura 9.

Tabela 16 - Medida de tendência central (média) e de dispersão

(desvio padrão) dos valores da concentração de Uréia (mg/dl) nos grupos controle, homeopático e fitoterápico segundo os períodos de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp) mg/dl

C 30 7 34,01±1,37

C 60 6 35,74±6,90

H 30 8 32,31±2,91

H 60 6 34,92±4,46

F 30 8 29,64±3,43

F 60 6 34,65±2,11

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70

C30 C60 H30 H60 F30 F600

10

20

30

40

50m

g/dL

Figura 9 - Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da concentração

de Uréia (mg/dL) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, no grupo C e nos grupos tratados F e H, pode-

se verificar que:

O grupo C30 (34,01±1,37 mg/dL) apresentou

concentração de Uréia diferente do grupo C60 (35,74±6,90 mg/dL). Essa

diferença é estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 0,60; gl = 5; p=0,573>0.05).

O grupo F30 (29,64±3,43 mg/dl) apresentou menor

concentração de Uréia que o grupo C60 (34,65±2,11 mg/dl). Essa

diferença é estatisticamente significante segundo o teste t (Student) de

amostras independentes (t = 3,37; gl = 11; p=0,006<0,05).

O grupo H30 (32,31±2,91 mg/dl) apresentou

concentração de uréia diferente do grupo H60 (34,92±4,46 mg/dl). Essa

diferença é estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 1,25; gl = 8; p=0,247>0,05).

Uma análise comparativa na concentração de Uréia entre

o grupo C e os grupos tratados F e H para o período de 30 e 60 dias foi

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efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados para o período

de 30 dias estão na Tabela 17 e para o período de 60 dias na Tabela 18.

Tabela 17 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias, referentes aos dados da concentração de Uréia nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 3,450 1,725 2,12 0,1465

Resíduo 20 1,629 8,147

Total 22 1,974

No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os três medicamentos,

C(34,01±1,37 mg/dL), F (29,64±3,43 mg/dl), H (32,31±2,91 mg/dl) .

Tabela 18 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias, referentes aos dados da concentração de Uréia nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 3,848 1,9240 0,08 0,9233

Resíduo 15 359,515 23,9677

Total 17 363,363

No período de 60 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os três medicamentos,

C(35,74±6,90 mg/dL), F(34,65±2,11 mg/dl), H(34,92±4,46 mg/dl).

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72

5.1.6 Creatinina

Os dados das absorbâncias obtidos após as leituras

espectrofotométricas durante a análise bioquímica da Creatinina foram

transformados em concentração de Creatinina (mg/dl), mediante a

multiplicação pelo fator final de calibração (K= 55,250 mg/dl). Os valores

originais de Creatinina para cada réplica estão representados na Tabela

42 (Apêndice C). Os dados da estatística descritiva estão representados

na Tabela 19 e Figura 10.

Tabela 19 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da concentração de creatinina (mg/dl) nos grupo controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp) mg/dl

C 30 7 6,83±3,22

C 60 6 6,179±2,12

H 30 8 2,234±1,348

H 60 6 4,894±1,198

F 30 8 3,654±1,771

F 60 6 3,766±1,17

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C30 C60 H30 H60 F30 F600

2

4

6

8

10m

g/dL

Figura 10 - Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da concentração

de Creatinina (mg/dl) segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, nos grupos C e tratados F e H, pode-se verificar

que:

O grupo C30 (6,83±3,22 mg/dl) apresentou concentração

de creatinina diferente do grupo C60 (6,18±2,12 mg/dl). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,43; gl = 10; p=0,673> 0.05).

O grupo F30 (3,65±1,77 mg/dl) apresentou concentração

de creatinina diferente do grupo F60 (3,77±1,18 mg/dl). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,14; gl = 11; p=0,889>0,05).

O grupo H30 (2,23±1,35 mg/dl) apresentou

concentração de creatinina menor que o grupo H60(4,89±1,20 mg/dl).

Essa diferença é estatisticamente significante segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 3,89; gl = 11; p=0,002< 0,05).

Uma análise comparativa na concentração de creatinina

entre os grupos C e tratados F e H, para o período de 30 e 60 dias foi

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efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados para o período

de 30 dias estão na Tabela 20 e para o período de 60 dias na Tabela 22.

Tabela 20 - Resultados da ANOVA para o período de 30 dias, referentes aos dados da concentração de Creatinina nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F P

Tratamento 2 81,494 40,7472 8,42 0,0022*

Resíduo 20 96,809 4,8404

Total 22 178,303

*p<0,05

Pode-se verificar que a hipótese de igualdade (Ho) foi

rejeitada (p= 0,0022 < 0,05). Quando se aplica o teste de comparação

múltipla de Tukey (5%), podem-se verificar os efeitos dos tratamentos

neste período. Tabela 21.

Tabela 21 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%), no período de 30 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos tratamentos, para a concentração de creatinina

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 6,8273 A

F 3,6535 B

H 2,2343 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

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Com a informação apresentada na Tabela 21, verifica-se

que no período de 60 dias, no grupo C a concentração de creatinina é

maior em relação aos demais grupos. Esta diferença é estatisticamente

significante. A maior média é aquela estabelecida pelo grupo C. Essa

diferença é estatisticamente significante.

Tabela 22 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias,

referentes aos dados da concentração de creatinina nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 17,4874 8,74371 3,59 0,049*

Resíduo 15 36,5806 2,43871

Total 17 54,0680

*p<0,05

Pode-se verificar que a hipótese de igualdade (Ho) foi

rejeitada (p= 0,049 < 0,05). Quando se aplica o teste de comparação

múltipla de Tukey (5%), podem-se verificar os efeitos dos tratamentos

neste período conforme a Tabela 23.

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Tabela 23 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%), no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos tratamentos para a concentração de.creatinina

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 6,1788 A

H 4,8942 A B

F 3,7662 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

A maior média é aquela estabelecida pelo grupo C e a

menor média é aquela estabelecida pelo grupo F, no período de 60 dias.

Essa diferença é estatisticamente significante. O grupo H ocupa posição

intermediária.

5.2 Peso corporal

Os valores dos pesos dos animais foram transformados

em porcentagem de ganho de peso, conforme explicado em materiais e

métodos.

Esses dados foram submetidos à análise descritiva,

cujos resultados podem ser observados na Tabela 24 e Figura 11.

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Tabela 24 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da porcentagem de ganho de peso nos animais do grupo controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp) %

C 30 8 3,77±6,73

C 60 6 16,24±5,53

H 30 7 3,18±6,19

H 60 6 6,87±2,51

F 30 8 -0,589±10,82

F 60 6 8,25±6,66

C30 C60 H30 H60 F30 F60-5

0

5

10

15

20

%

Figura 11 - Gráfico de colunas (Média ± desvio padrão) dos valores de porcentagem

de ganho de peso dos animais segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

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78

Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias, na porcentagem de ganho de peso, nos grupos

C e tratados F e H, pode-se verificar que:

O grupo C60 (16,24 ± 5,53 %) supera o grupo C30 (3,77

± 6,73 %). Essa diferença é estatisticamente significante segundo o teste t

(Student) de amostras independentes (t =3,80; gl = 11; p=0,003<0.05).

O grupo F60 (8,25±6,66 %) difere do grupo F30 (-

0,589±10,82 %). Essa diferença é estatisticamente não significante

segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 1,88; gl = 11;

p=0,086>0,05).

O grupo H60 (6,87±2,51 %) difere do grupo H30

(3,18±6,19 %). Essa diferença é estatisticamente não significante

segundo o teste t (Student) de amostras independentes (t = 1,44; gl = 8;

p=0,187>0,05).

Uma análise comparativa da porcentagem de ganho de

peso entre os 3 grupos para o período de 30 e 60 dias foi efetuada por

meio do teste ANOVA 1 fator. Os resultados para o período de 30 dias

estão na Tabela 25 e para o período de 60 dias na Tabela 26.

Tabela 25 - Resultados da ANOVA referentes aos dados de porcentagem de ganho de peso no período de 30 dias nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 88,48 44,2384 0,65 0,5340

Resíduo 20 1366,61

Total 22 1455,09

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No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os três medicamentos,

C(3,77±6,73), F(-0,589±10,82) e H(3,18±6,19).

Tabela 26 - Resultados da ANOVA referentes aos dados de porcentagem de ganho de peso no período de 60 dias nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 306,997 153,498 5,67 0,0147*

Resíduo 15 406,259 27,084

Total 17 713,256

*p<0,05

Pode-se verificar que a hipótese de igualdade (Ho) foi

rejeitada (p= 0,0147 < 0,05). Quando se aplica o teste de comparação

múltipla de Tukey (5%), podem-se verificar os efeitos dos tratamentos

neste período conforme a Tabela 27.

Tabela 27 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%), no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação à porcentagem de ganho de peso

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 16,238 A

F 8,2484 B

H 6,8694 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

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80

A média de maior porcentagem de ganho de peso é

aquela estabelecida pelo grupo C. A diferença desta média para as

demais é estatisticamente significante.

5.3 Análises histológicas

5.3.1 Análises histomorfométricas

5.3.1.1 Focos de inflamação

Os dados obtidos através da análise histomorfométrica,

pela contagem dos focos de infiltrado inflamatório no fígado de cada um

dos animais foram submetidos à análise estatística descritiva e estão

representados na Tabela 28 e Figura 12.

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Tabela 28 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da quantidade de focos inflamatórios no fígado dos animais, nos grupos controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp)

C 30 8 28,63±10,13

C 60 6 23,50±9,25

H 30 8 23,00±12,78

H 60 6 7,17±3,06

F 30 8 23,13±8,01

F 60 6 20,00±6,72

C30 C60 H30 H60 F30 F600

10

20

30

40

Foco

s de

Infla

maç

ão

Figura 12 - Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da contagem de

focos inflamatórios, segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

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Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias nos grupos controle e tratados, pode-se verificar

que:

O grupo C30 (28,63±10,13) apresentou quantidade de

focos inflamatórios diferente do grupo C60(23,50±9,25). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,99; gl = 11; p=0,346>0.05).

O grupo F60 (20,00±6,72) apresentou quantidade de

focos inflamatórios diferente do grupo F30 (23,13±8,01). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,79; gl = 11; p=0,445>0,05).

O grupo H60 (7,17±3,06) apresentou quantidade menor

de focos inflamatórios em relação ao grupo H30 (23,00±12,78). Essa

diferença é estatisticamente significante segundo o teste t (Student) de

amostras independentes (t = 3,38; gl = 8; p=0,010<0,05).

Uma análise comparativa da quantidade de focos

inflamatórios entre os grupos controle, homeopático e fitoterápico para o

período de 30 e 60 dias foi efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os

resultados para o período de 30 dias estão na Tabela 29 e para o período

de 60 dias na Tabela 30.

Tabela 29 - Resultados da ANOVA referentes aos dados da quantidade de focos inflamatórios no período de 30 dias nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Tratamento 2 165,08 82,542 0,75 0,4845

Resíduo 21 2310,75 110,036

Total 23 2475,83

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No período de 30 dias, através da ANOVA, não foi

possível rejeitar a hipótese de igualdade (Ho) entre os grupos controle

C(28,63±10,13), fitoterápico F(23,13±8,01) e homeopático

H(23,00±12,78).

Tabela 30 - Resultados da ANOVA 1 fator referentes aos dados da quantidade de focos inflamatórios no período de 60 dias nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F P

Medicamento 2 887,44 443,722 9,5 0,0022

Resíduo 15 700,33 46,689

Total 17 1587,78

*p<0,05

No período de 60 dias, verifica-se que a hipótese de

igualdade (Ho) entre os grupos C (23,50±9,25), H (7,17±3,06) e F

(20,00±6,72) foi rejeitada (p= 0,0022< 0,05). Quando se aplica o teste de

comparação múltipla de Tukey (5%), observam-se os efeitos dos

tratamentos neste período conforme a Tabela 31.

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Tabela 31 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%) no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação aos focos de infiltrado inflamatório.

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

C 23,500 A

F 20,000 A

H 7,1667 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

Através dos resultados estatísticos apresentados na

Tabela 21, verifica-se que o grupo H60 foi menor em relação aos demais.

Essa diferença foi estatisticamente significante.

5.3.1.2 Focos de fibrose

Os dados obtidos através da análise histomorfométrica,

pela contagem dos focos de fibrose no fígado de cada um dos animais

foram submetidos à análise estatística descritiva e estão representados

na Tabela 32 e Figura 13.

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Tabela 32 - Medida de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão) dos valores da quantidade de focos de fibrose no fígado dos animais, nos grupos controle, homeopático e fitoterápico segundo o período de avaliação

Tratamento Tempo (dias) n (m±dp)

C 30 8 0,375±1,061

C 60 6 0,333±0,516

H 30 8 0,500±0,756

H 60 6 0,000±0,000

F 30 8 2,625±2,504

F 60 6 2,670±2,80

C30 C60 H30 H60 F30 F600

1

2

3

4

5

Fibr

ose

Figura 13 - Gráfico de colunas (média ± desvio padrão) dos valores da contagem de

fibrose, segundo as 6 condições experimentais estabelecidas pelas variáveis do estudo (período e medicamento).

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Quando se avalia comparativamente a influência dos

períodos de 30 e 60 dias nos grupos C e tratados H e F, pode-se verificar

que:

O grupo C30 (0,375±1,061) apresentou quantidade de

focos de fibrose diferente do grupo C60 (0,333±0,516). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,10; gl = 10; p=0,925>0.05).

O grupo F60 (2,670±2,80) apresentou quantidade de

focos de fibrose diferente do grupo F30 (2,625±2,504). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 0,03; gl = 10; p=0,978>0,05)

O grupo H60 (0,00±0,00) apresentou quantidade de

focos de fibrose diferente do grupo H30 (0,500±0,756). Essa diferença é

estatisticamente não significante segundo o teste t (Student) de amostras

independentes (t = 1,87; gl = 7; p=0,104>0,05).

Uma análise comparativa da quantidade de focos de

fibrose entre os grupos controle, homeopático e fitoterápico para o

período de 30 e 60 dias foi efetuada por meio do teste ANOVA 1 fator. Os

resultados para o período de 30 dias estão na Tabela 33 e para o período

de 60 dias na Tabela 35.

Tabela 33 - Resultado da ANOVA referentes aos dados da fibrose no período de 30 dias nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 25,5833 12,7917 4,82 0,0190

Resíduo 21 55,7500 2,6548

Total 23 81,3333

*p<0,05

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87

No período de 30 dias, verifica-se que a hipótese de

igualdade (Ho) entre os grupos C (0,375±1,061), H (0,500±0,756) e F

(2,625±2,504) foi rejeitada (p= 0,0190< 0,05). Quando se aplica o teste de

comparação múltipla de Tukey (5%), observam-se os efeitos dos

tratamentos neste período conforme a Tabela 34.

Tabela 34 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%) no período de 30 dias. Formação de grupos homogêneos em relação à fibrose

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

F 2,6250 A

H 0,5000 B

C 0,3750 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

Através dos resultados estatísticos apresentados na

Tabela 34, verifica-se que no período de 30 dias, o grupo F apresentou

maior quantidade de fibrose em relação aos demais. Essa diferença foi

estatisticamente significante.

Tabela 35 - Resultados da ANOVA para o período de 60 dias, referentes aos dados da fibrose nos grupos H, C e F

Efeito gl SQ QM F p

Medicamento 2 25,3333 12,6667 4,67 0,0265

Resíduo 15 40,6667 2,7111

Total 17 66,0000

*p<0,05

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88

No período de 60 dias, verifica-se que a hipótese de

igualdade (Ho) entre os grupos C (0,333±0,516), H (0,000±0,000) e F

(2,670±2,80) foi rejeitada (p= 0,0265< 0,05). Quando se aplica o teste de

comparação múltipla de Tukey (5%), observa-se os efeitos dos

tratamentos neste período conforme a Tabela 36.

Tabela 36 - Resultados do teste de comparação múltipla de Tukey (5%) no período de 60 dias. Formação de grupos homogêneos em relação à fibrose

Tratamento Média Grupos Homogêneos*

F 2,6667 A

C 0,3333 A B

H 0,000 B

*conjuntos que apresentam letras iguais indicam diferença não estatisticamente significante

Através dos resultados estatísticos apresentados na

Tabela 36, verifica-se que no período de 60 dias, o grupo F apresentou

maior quantidade de fibrose em relação ao grupo H. Essa diferença foi

estatisticamente significante. E o grupo C teve quantidade de focos de

fibrose intermediária entre os outros grupos.

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89

5.3.2 Análise histológica descritiva

Para avaliar os possíveis efeitos tóxicos do confrei no

fígado e nos rins dos ratos foram usadas como base as alterações citadas

na literatura por pesquisadores que estudaram os efeitos do confrei ou

dos AP isoladamente, como pode ser verificado no quadro apresentado

no apêndice A. Foram analisados aspectos indicativos de intoxicação

aguda e crônica como reação inflamatória e suas seqüelas e alterações

vasculares e circulatórias.

As alterações observadas foram semelhantes nos grupos

controle e tratados com as duas formulações de confrei, variando apenas

na quantidade ou intensidade dos itens avaliados. Os dados são descritos

a seguir.

5.3.2.1 Grupos controle de 30 e 60 dias: análise histológica do fígado

As alterações inflamatórias consistiram de pequenos

acúmulos de leucócitos, que na grande maioria dos casos eram de

células mononucleares, basicamente linfócitos. Raramente foram

observados alguns neutrófilos em meio ao foco inflamatório. Não foram

encontrados eosinófilos, macrófagos, plasmócitos ou células gigantes. Os

focos inflamatórios (Figura 14) se localizaram nos espaços porta, em

áreas intralobulares ou na região centrolobular, por vezes atingindo a

parede da veia centrolobular. Aos 30 dias houve predomínio da

localização portal, seguida pela intralobular e depois pela centrolobular.

Aos 60 dias predominou a localização portal, seguida pela intralobular e

depois pela centrolobular. A quantidade de focos inflamatórios em espaço

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90

porta foi praticamente a mesma nos 30 e 60 dias, porém, a inflamação

nas outras localizações diminuiu sensivelmente.

A necrose de hepatócitos (Figura 15) isolados ocorreu

em pequena proporção, sendo 5 focos aos 30 dias e 1 foco aos 60 dias.

A dilatação de vasos linfáticos em grandes espaços porta

foi encontrada em 1 caso aos 30 dias e em 2 casos aos 60 dias.

A proliferação canalicular foi um achado pouco

consistente uma vez que só foi observado em grandes espaços porta,

como presença de pequenos ductos ao redor de um ducto maior, e não

foi encontrado em regiões intralobulares ou associado a focos

inflamatórios. Aos 30 dias foram notados em 3 animais e aos 60 dias em

5 animais.

A fibrose foi observada em apenas um foco em um

animal aos 30 dias, como delicada radiação que se estendia a partir de

uma veia centrolobular. Aos 60 dias foi observado um discreto aumento

das fibras colágenas em um espaço porta de 1 animal e em um foco

intralobular de outro animal.

Entre as alterações vasculares foi observado congestão

discreta em região centrolobular em várias áreas em 1 animal aos 30 dias

e em 2 animais aos 60 dias. Não foram encontradas lesões endoteliais,

áreas de hemorragia, espessamento ou obliteração da luz de veia em

nenhum animal nos dois tempos experimentais. Um animal do grupo C60

exibia espessamento de parede em uma única artéria em um grande

espaço porta.

Degeneração vacuolar representada por discreta

quantidade de vacúolos pequenos mal delimitados e espalhados

difusamente no citoplasma dos hepatócitos foi encontrada em todos os

animais. Esta alteração era mais evidente nas zonas periféricas

subcapsulares do fígado, porém também ocorreu em focos distribuídos ao

acaso ou em áreas centro lobulares.

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91

Vacúolos intranucleares não foram encontrados em

nenhum rato. Os hepatócitos hipertrofiados (megalócitos) estavam

presentes em quase todos os ratos, distribuídos ao acaso, geralmente

próximos a focos de inflamação, mas, não constituíram um achado de

destaque.

5.3.2.2 Grupos controle de 30 e 60 dias: análise histológica do rim

Os rins não apresentaram alterações histológicas dignas

de nota. Não foram encontrados focos de inflamação ou de fibrose,

congestão ou áreas de hemorragia, nem alterações em paredes

vasculares. Pequenas áreas de vacuolização discreta em alguns túbulos

contornados foram observadas em alguns animais nos dois períodos

experimentais.

5.3.2.3 Grupos tratados com confrei homeopático de 30 e 60 dias: análise

histológica do fígado

As alterações inflamatórias consistiram de pequenos

acúmulos de leucócitos, que eram de células mononucleares,

basicamente linfócitos. Não foram observados no foco inflamatório

neutrófilos, eosinófilos, macrófagos, plasmócitos ou células gigantes. Os

focos inflamatórios se localizaram principalmente nos espaços porta, e

por vezes em áreas intralobulares ou na região centrolobular e na parede

da veia centrolobular. Aos 30 dias houve predomínio da localização em

espaço porta, com cerca de 50% dos focos, seguida pela localização

intralobular e pela centrolobular. Aos 60 dias predominou a localização

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portal, com cerca de 2 terços dos focos, seguida pela intralobular e depois

pela centrolobular. A quantidade de focos inflamatórios foi maior aos 30

dias que aos 60 dias, sendo que em espaço porta foi 3,7 vezes maior e

nas outras localizações foi 6 vezes maior, evidenciando que a intensidade

de inflamação diminuiu sensivelmente com o tempo.

A necrose de hepatócitos isolados ocorreu em pequena

proporção, sendo 4 focos aos 30 dias e nenhum foco aos 60 dias.

A dilatação de vasos linfáticos (Figura 19) em grandes

espaços porta foi encontrada em 3 casos aos 60 dias e em nenhum caso

aos 30 dias.

A proliferação canalicular aqui também foi um achado

pouco consistente uma vez que só foi observado em grandes espaços

porta, como presença de pequenos ductos ao redor de um ducto maior, e

não foi encontrado em regiões intralobulares ou associado a focos

inflamatórios. Aos 30 dias foram notados em 10 animais e aos 60 dias em

3 animais.

A fibrose aos 30 dias foi observada em apenas 3

animais, somando um total de 4 focos, como delicada radiação que se

estendia a partir de 2 veias centrolobulares ou como delicada trama em

dois pequenos focos intralobulares. Aos 60 dias não foi observado

nenhum foco de fibrose nos animais.

Aos 30 dias, entre as alterações vasculares foi

observada congestão discreta, na região centrolobular, somando um total

de 5 áreas em dois animais. Também foram encontradas 8 áreas de

hemorragia discreta, aparentemente associadas com pequenas lesões

endoteliais focais. Não foi observada congestão, hemorragia ou lesão

endotelial aos 60 dias, nem espessamento ou obliteração da luz de veia

em nenhum animal nos dois tempos experimentais.

Degeneração vacuolar (Figura 17) representada por

discreta quantidade de vacúolos pequenos mal delimitados e espalhados

difusamente no citoplasma dos hepatócitos foi encontrada em todos os

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animais. Esta alteração foi mais evidente nas zonas periféricas

subcapsulares do fígado, porém também ocorreu em focos distribuídos ao

acaso ou em áreas centro lobulares. Em cerca de metade dos animais a

vacuolização foi de intensidade moderada na região periférica.

Vacúolos intranucleares não foram encontrados em

nenhum rato. Os hepatócitos hipertrofiados (megalócitos) estavam

presentes em quase todos os ratos, distribuídos ao acaso, geralmente

próximos a focos de inflamação, mas, não constituíram um achado de

destaque.

5.3.2.4 Grupos tratados com confrei homeopático de 30 e 60 dias: análise

histológica do rim

Os rins não apresentaram alterações histológicas dignas

de nota. Não foram encontrados focos de inflamação ou de fibrose,

congestão ou áreas de hemorragia, nem alterações em paredes

vasculares. Pequenas áreas de vacuolização discreta em alguns túbulos

contornados foram observadas em alguns animais nos dois períodos

experimentais.

5.3.2.5 Grupos tratados com confrei fitoterápico de 30 e 60 dias: análise

histológica do fígado

As alterações inflamatórias consistiram de pequenos

acúmulos de leucócitos, que eram de células mononucleares,

basicamente linfócitos. Assim como no tratamento homeopático, não

foram observados no foco inflamatório neutrófilos, eosinófilos,

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macrófagos, plasmócitos ou células gigantes. Os focos inflamatórios se

localizaram principalmente nos espaços porta e por vezes em áreas

intralobulares ou na região centrolobular e na parede da veia

centrolobular. Aos 30 dias houve predomínio da localização em espaço

porta, com cerca de 50% dos focos, seguida pela localização intralobular

e pela centrolobular. Aos 60 dias predominou a localização portal, com

cerca de 75% dos focos, seguida pela intralobular e depois pela

centrolobular. A quantidade de focos inflamatórios foi maior aos 30 dias

que aos 60 dias, sendo que em espaço porta foi 1,3 vezes maior, na

região intralobular foi 2 vezes maior e na área centrolobular foi 4 vezes

maior. A intensidade de inflamação diminuiu sensivelmente com o tempo,

principalmente fora do espaço porta.

A necrose de hepatócitos isolados ocorreu em pequena

proporção, sendo 5 focos aos 30 dias e 3 focos aos 60 dias.

A dilatação de vasos linfáticos em grandes espaços porta

foi encontrada em 3 casos aos 30 dias e em 4 casos aos 60 dias.

A proliferação canalicular foi observada em grandes

espaços porta, como presença de pequenos ductos ao redor de um ducto

maior, e não foi encontrado em regiões intralobulares ou associado a

focos inflamatórios. Aos 30 dias foram notados em 9 focos e aos 60 dias

em11 focos.

A fibrose (Figura 16 b) aos 30 dias foi observada em

todos os animais, somando um total de 22 focos, sendo 1 em espaço

porta, 16 em região centrolobular e 5 em áreas intralobulares. Os focos

consistiam em fibrose delicada com radiação que se estendia a partir de

veias centrolobulares ou de delicada trama focal envolvendo alguns

hepatócitos em áreas intralobulares. Aos 60 dias foi observada fibrose em

2 terços dos animais, distribuídas de modo semelhante nas diversas

localizações.

Aos 30 dias, entre as alterações vasculares foi

observada congestão discreta (Figura 16 a), na região centrolobular, em

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75% dos animais, somando um total de 25 áreas nos seis animais.

Também foram encontradas 2 áreas de hemorragia intralobular discreta

em dois ratos. Aos 60 dias foi encontrada congestão discreta em todos os

ratos e um foco de hemorragia. O espessamento de parede de artéria

(Figura 19) em grandes espaços porta foi observado em 13% dos animais

aos 30 dias e em 50% dos animais aos 60 dias. Lesão endotelial ou veias

com espessamento de parede ou obliteração da luz não ocorreu em

nenhum animal nos dois tempos experimentais.

Degeneração vacuolar representada por discreta

quantidade de vacúolos pequenos mal delimitados e espalhados

difusamente no citoplasma dos hepatócitos foi encontrada em todos os

animais. Esta alteração foi mais evidente nas zonas periféricas

subcapsulares do fígado, porém também ocorreu em focos distribuídos ao

acaso ou em áreas centro lobulares. Em um terço dos animais a

vacuolização foi de intensidade moderada.

Vacúolos intranucleares não foram encontrados em

nenhum rato. Os hepatócitos hipertrofiados (megalócitos) estavam

presentes em quase todos os ratos, distribuídos ao acaso, geralmente

próximos a focos de inflamação, mas, não constituíram um achado de

destaque.

5.3.2.6 Grupos tratados com confrei fitoterápico de 30 e 60 dias: análise

histológica do rim

Os rins não apresentaram alterações histológicas dignas

de nota (Figura 18). Não foram encontrados focos de inflamação ou de

fibrose, congestão ou áreas de hemorragia, nem alterações em paredes

vasculares. Pequenas áreas de vacuolização discreta em alguns túbulos

contornados foram observadas em alguns animais nos dois períodos

experimentais.

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Figura 14 - Alterações inflamatórias no fígado. a) inflamação crônica ao redor de

veia centrolobular. Grupo F, 60 dias, HE 200X b) região centrolobular mostrando inflamação destruindo parte da parede da veia e provocando um foco de hemorragia. Grupo F, 60 dias, HE 400X.

aa

b

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Figura 15 - Alterações inflamatórias no fígado. a) focos de inflamação crônica na

parede de veias centrolobulares se difundindo para áreas intralobulares, grupo F, 60 dias. HE 400X. b) foco em região intralobular ao redor de hepatócito necrosado, grupo F, 30 dias. HE 400X.

a

b

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Figura 16 - Alterações microscópicas no fígado. a) congestão na região

centrolobular, grupo C, 30 dias. HE 400X. b) região centrolobular, com congestão, focos de inflamação na parede de veia centrolobular e fibrose discreta se irradiando em direção aos hepatócitos, grupo F, 30 dias. Tricrômico de Mallory 400X.

b

a

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Figura 17 - Alterações microscópicas. a) Degeneração vacuolar em fígado na região

periférica subcapsular, grupo H, 30 dias. HE 400X. b) Degeneração vacuolar na região centrolobular, grupo C, 30 dias. Tricrômico de Mallory 400X.

b

a

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Figura 18 - Alterações microscópicas. a) rim exibindo túbulos normais na região

medular, grupo F, 30 dias. b) cortical renal exibindo glomérulos e túbulos contorcidos normais, grupo F, 60 dias. HE 400X.

b

a

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Figura 19 - Alterações em espaço porta. Artéria com espessamento de parede,

proliferação de canalículos biliares, dilatação de vasos linfáticos e inflamação crônica, grupo H, 60 dias. a) HE 200X . b) Tricrômico de Mallory 200X.

b

a

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6 DISCUSSÃO

As enzimas, catalisadores orgânicos que são

responsáveis pela maioria das reações químicas do corpo, são

encontradas em todos os tecidos. Algumas são identificadas no plasma

ou no soro e a mensuração de sua taxa sanguínea pode indicar um

estado de normalidade ou de dano celular (Pincus et al., 1995).

A FA trata-se não de uma enzima, mas de uma família de

enzimas, produzida em vários tecidos incluindo ossos, fígado, rins,

intestino, pulmões, placenta, leito vascular, neutrófilos e linfócitos T

ativados e é encontrada normalmente no sangue de pessoas sadias

(Alves e Arruti, 2008; Motta, 1989).

Podem-se observar valores diminuídos da atividade da FA

no hipotiroidismo do adulto ou no cretinismo e também no escorbuto. A

taxa de FA pode aumentar em casos de lesões hepáticas como fibrose,

cirrose, obstrução biliar (colelitíase), hepatocarcinoma e metástases

(Motta, 1989). Também aumenta sempre que aumente a atividade de

osteoblastos, em situações como na fase de consolidação óssea de

fraturas, durante o período de crescimento em crianças e jovens e em

situações que resultem em alterações na remodelação óssea em doenças

como a osteomalácia, a Doença de Paget e o câncer ósseo primário ou

secundário (mieloma múltiplo, sarcomas, metástases) (Gorina, 1984).

Valores aumentados de FA são observados em muitas

outras doenças como raquitismo renal, insuficiência renal crônica,

diabetes mellitus, septicemia, colite ulcerativa ou outras doenças

intestinais inflamatórias, tireotoxicose, hiperparatiroidismo, má absorção

intestinal de vitamina D, infartos do miocárdio, pulmonares e renais e

algumas doenças autoimunes. Também é observado um aumento

discreto, considerado fisiológico, na ingestão aumentada de gorduras e na

gestação normal (Jorge, 2006).

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Segundo Nobre et al. (2004), nos animais em que foi

dosada a fosfatase alcalina houve um aumento marcante da mesma. Esta

enzima apesar de não ser hepato-específica aumenta nos casos de

danos hepáticos em decorrência de sua liberação na superfície sinusoidal

dos hepatócitos, bem como na regurgitação das iso-enzimas biliares nos

casos de colestase. A intoxicação por alcalóides pirrolidizínicos (AP) pode

alterar a face sinusoidal dos hepatócitos e também provocar colestase.

Em nosso trabalho não foi observado aumento

significante da atividade enzimática da FA relacionado ao tratamento com

confrei, tanto na forma fitoterápica quanto na homeopática. Entretanto, foi

observado um aumento da atividade no período de 60 dias em relação ao

de 30 dias, em todos os grupos, inclusive nos grupos controle.

Julgando-se pela idade dos animais na época do sacrifício

(4 e 5 meses de idade) pode se aventar uma influência discreta na

atividade enzimática da FA devido aos animais estarem em fase de

crescimento ósseo e do organismo como um todo. Também não se pode

concluir que indica a presença de alterações hepáticas causadas

especificamente pelo confrei, uma vez que ocorreu também no grupo

controle. Esta variação deve refletir outras alterações teciduais às quais

todos os animais estiveram sujeitos ao longo do experimento e que

aumentaram com o tempo de exposição. Alguns autores relatam aumento

de FA em situações de inflamação intestinal, como a retocolite ulcerativa

e a Doença de Crohn (Jorge , 2006). No entanto, não foram avaliadas

neste trabalho alterações inflamatórias no trato gastrointestinal, lesões

consecutivas ao uso repetitivo de gavagem ou lesões associadas ao

estresse da manipulação diária.

A atividade das aminotransferases tem sido usada como

indicadora de danos hepatocelulares desde 1955. A ALT é encontrada no

fígado e catalisa a transferência do grupo amino da alanina,

permanecendo o ácido pirúvico (Pincus et al., 1995).

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A atividade da ALT é significativamente elevada em uma

variedade de alterações hepáticas incluindo infecções virais, cirrose,

esteatose não alcoólica e toxicidade por drogas. Entretanto, também há

relatos de casos em que a ALT não se encontra aumentada em alguns

pacientes com doenças hepáticas histologicamente confirmadas como

cirrose, esteatose não alcoólica ou hepatite C (Yang et al., 2009).

O aumento da atividade da ALT sérica também pode ser

observado em condições não associadas a danos hepáticos como

doenças musculares e doença celíaca e também pode aparecer em

pessoas aparentemente saudáveis (Yang et al., 2009).

Na avaliação de toxicidade por drogas há alguns

exemplos em que a elevação de ALT sérica em roedores ocorreu mesmo

na ausência de danos histológicos ao fígado (Yang et al., 2009).

Em nosso trabalho observamos que houve diferença

significante na atividade enzimática de ALT no período de 30 dias quando

C60 foi menor que C30 e no período de 60 dias quando o grupo F60 foi

maior que C60. O tratamento homeopático levou a aumento discreto não

significante de 30 para 60 dias. Estes dados podem sugerir, em nosso

modelo experimental, uma lesão hepática discreta e crescente

dependente do tempo e do tipo de tratamento. Nessas condições o

aumento da permeabilidade da membrana plasmática hepática permite o

extravasamento da enzima do meio intracelular para o plasma sanguíneo.

A enzima AST, que catalisa a transaminação de L-

aspartato e alfa-cetoglutarato em oxalacetato e glutamato, é encontrada

em quase todos os tecidos, logo, a atividade sérica da AST não é

específica para nenhum tecido, porém o músculo e o fígado podem ser

considerados suas maiores fontes (Silva et al., 2007).

A AST está elevada nas doenças que envolvem os

tecidos que são ricos nesta enzima, sendo estes o coração, fígado,

músculo esquelético, rins, cérebro, pâncreas, baço e pulmões. Observa-

se diminuição da AST durante a gravidez e aumento durante o infarto do

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miocárdio, hepatite aguda (viral ou tóxica), cirrose, congestão hepática e

icterícia obstrutiva entre outras doenças. Apesar de a enzima AST

apresentar grande atividade no infarto do miocárdio, existe outras

enzimas que são indicadores suficientes e confiáveis de necrose

miocárdica, tornando o uso da AST redundante (Pincus et al., 1995).

Oitenta por cento da AST dos hepatócitos está nas

mitocôndrias. Teoricamente, no dano hepatocelular leve, quando a

membrana plasmática do hepatócito está danificada, mais AST e ALT

citoplasmático são liberados no soro. Com dano hepatocelular mais

grave, os danos mitocondriais causam a liberação da AST mitocondrial,

elevando a atividade catalítica da AST. Assim, a AST é usada para

monitorar a terapia com drogas potencialmente hepatotóxicas; um

resultado acima de três vezes o limite superior normal deverá sinalizar o

término da terapia (Pincus et al., 1995).

Em nossos resultados não foi observada diferença

estatisticamente significante entre o grupo controle e os grupos tratados

aos 30 ou aos 60 dias. Em relação a cada tratamento, individualmente, foi

observado que a atividade enzimática de AST no grupo controle diminuiu

discretamente aos 60 dias e que aumentou discretamente nos grupos

tratados. Porém, só houve diferença significante entre os grupos H30 e

H60. Estes dados parecem não demonstrar toxicidade hepática associada

ao uso do confrei fitoterápico em nosso modelo experimental. A pequena

diferença observada com o tratamento homeopático pode estar

relacionada à ação da medicação homeopática no fígado ou em algum

outro tecido não identificado pela nossa metodologia. A literatura científica

atual não sugere os mecanismos de ação do confrei homeopático o que

dificulta nossa discussão sobre os achados.

A enzima GGT está presente na membrana celular e nas

frações microssomais e pode estar envolvida no transporte de aminoácido

através das membranas celulares e no metabolismo da glutationa. Os

rins, o fígado e o pâncreas são ricos em GGT. O principal valor clínico da

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medida de GGT está no estudo de doença hepatobiliar (Pincus et al.,

1995).

A atividade desta enzima aumenta no soro de pacientes

com lesões hepatobiliares, nas hepatites virais agudas e na hepatite

alcoólica, assim como nas hepatites crônicas e na obstrução biliar. Esta

enzima é particularmente interessante no reconhecimento das metástases

hepáticas de uma neoplasia e constitui a enzima de maior sensibilidade

como teste de triagem de distúrbio hepático (Gorina, 1984).

Bondan (2006), que estudou bovinos intoxicados por

Senécio, observou que a atividade das enzimas AST e GGT no soro foi

significativamente maior no grupo intoxicado por Senécio quando

comparadas ao grupo controle.

Segundo Nobre et al. (2004), GGT é um bom marcador

para doença subclínica nos equinos. A elevação dos níveis séricos de

GGT tem um alto grau de especificidade para danos hepáticos. A GGT

normalmente está limitada ao retículo endoplasmático liso, onde o

sistema de oxidase mista é ativo. Os AP são ativados por este sistema,

causando danos e levando a liberação da GGT no soro.

No presente trabalho não houve diferença

estatisticamente significante em cada grupo C, F e H entre os períodos de

30 e 60 dias. Entretanto, no período de 30 dias o grupo C apresentou

atividade enzimática estatisticamente maior em relação ao grupo H,

enquanto o grupo F teve atividade enzimática intermediária. No período

de 60 dias, o grupo C também apresentou atividade enzimática maior que

os grupos H e F. O grupo controle apresentou atividade enzimática

sempre maior que os tratados.

A diminuição da atividade da GGT dos animais tratados

tanto com a formulação fitoterápica quanto com a homeopática nos

períodos de 30 e 60 dias, em relação aos respectivos controles ocorre,

possivelmente em função do decréscimo na sua síntese hepática, como

resultado da ação da planta inteira ou dos alcalóides no fígado. Talvez

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tenham ocorrido outras alterações no metabolismo hepático, discretas e

fora do padrão das alterações tóxicas esperadas.

Não é possível explicar porque a medicação

homeopática diminuiu a atividade enzimática da GGT. Através da

manipulação farmacêutica da planta, em alta diluição, não seria esperado

presença tóxica ou perigosa de nenhum componente. Diversas

substâncias tóxicas e venenos são usados como medicamento

homeopático sem apresentar risco aos pacientes (Correa, 1997).

Um fato importante da intoxicação por AP presentes em

plantas é a ocorrência de lesão hepática progressiva, podendo se

observar os sinais clínicos da doença vários meses após a ingestão

(Nobre, 2004).

A uréia é o maior produto final do catabolismo de

aminoácidos e proteínas, e é gerada no fígado através do ciclo da uréia.

Do fígado, a uréia entra no sangue para ser distribuída a todos os fluidos

intracelulares e extracelulares, já que a uréia é livremente difundida

através da maioria das membranas celulares. A maior parte da uréia é

finalmente excretada pelos rins, porém quantidades mínimas são também

excretadas pela transpiração e degradadas por bactérias nos intestinos.

As concentrações séricas de uréia variam amplamente no indivíduo

saudável e são influenciadas por fatores diversos como a ingestão

dietária de proteínas e o estado de hidratação. As causas da azotemia

incluem desidratação, choque, volume sanguíneo diminuído e

insuficiência cardíaca congestiva. Uma causa adicional do aumento da

uréia sérica é o catabolismo protéico aumentado, por exemplo, como na

febre, estresse e queimaduras (Woo; Cannon, 1995).

Em nosso trabalho, foi observado que no grupo F a

concentração de uréia no período de 30 dias foi menor que em todos os

outros grupos. Este valor aumentou em F60, sendo estatisticamente

diferente. Não foi verificada diferença estatisticamente significante entre

os grupos C30, C60, F60, H30 e H60. Este resultado indica que o

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tratamento com o fitoterápico exerceu uma ação importante aos 30 dias

que provocou a queda da uréia plasmática. É possível que tenha agido no

fígado prejudicando o ciclo de geração da uréia.

A uréia sempre está elevada na insuficiência renal, mas

não é um marcador confiável de função renal, pois sua elevação depende

muito da alimentação e do estado de hidratação do animal.

Neste estudo em função da ação da planta utilizada não

podemos descartar a possibilidade de uma insuficiência hepática com

diminuição na atividade metabólica do fígado, interferindo no ciclo da

uréia, ainda que discretamente.

A creatinina é um composto orgânico nitrogenado não

protéico formado irreversivelmente pela hidrólise não enzimática da

creatina liberada durante a defosforilação da creatina fosfato. Embora

muitos tecidos utilizem a creatina, o músculo esquelético é o principal

estoque (95%) de creatina e fosfocreatina corporal e dessa forma é o

principal sítio de produção de creatinina. Uma vez gerada, a creatinina

entra na circulação por difusão simples e é filtrada pelos rins, sendo

posteriormente excretada na urina (Heymsfield et al., 2005). Como a

produção de creatinina é relativamente constante, aumentos na

concentração plasmática desse composto indicam redução na excreção

renal. Ainda, tendo em vista que a concentração da creatinina plasmática

é influenciada por poucas variáveis extra-renais e não é reabsorvida pelos

túbulos renais, a sua concentração serve como melhor índice da taxa de

filtração glomerular que a uréia plasmática, sendo, portanto um indicador

mais sensível da capacidade funcional dos rins.

A origem endógena da creatinina é determinada pela

síntese de seu precursor, a creatina, no fígado e nos rins. A síntese da

creatina envolve duas reações sucessivas. A primeira reação, catalisada

pela enzima arginina:glicina amidinotransferase (AGAT), envolve os

aminoácidos arginina e glicina formando o ácido guanidinoacético,

processo que ocorre no rim. A segunda reação, que ocorre no fígado,

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envolve a metilação do ácido guanidoacético catalisada pela enzima s-

adenosilmetionina:guanidinoacetato metiltransferase (GAMT), com a

participação do aminoácido metionina, formando a creatina (Rodwell,

1996). A creatina assim formada é então distribuída para diversos tecidos

do organismo, especialmente músculo, através do sangue (Figura 20).

A quantidade de creatinina plasmática é derivada,

praticamente em sua totalidade, da degradação da creatina e creatina

fosfato que estão presentes no tecido muscular. Sua produção é

proporcional à massa muscular total em indivíduos saudáveis (Devlin,

1998). Assim, a creatinina vem sendo usada para estimar o índice de

massa muscular esquelética ou massa corporal magra. Por este motivo,

em situações de atrofia muscular e outras enfermidades relacionadas,

ocorre diminuição do teor de creatinina plasmática (Lukaski, 2005).

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Figura 20 - Esquema da formação da creatina endógena. (adapato de Rodwell, 1996)

Entre as causas da diminuição dos níveis de creatinina

no plasma são consideradas a hidratação excessiva, a insuficiência

hepática e algumas doenças musculares degenerativas (González, 2009).

A excreção de creatinina só é realizada por via renal,

uma vez que ela não é reabsorvida nem reaproveitada pelo organismo.

Por isso, os níveis de creatinina plasmática refletem a taxa de filtração

renal, de forma que níveis altos de creatinina indicam uma deficiência na

funcionalidade renal.

Entre as causas de aumento plasmático da creatinina,

devem ser consideradas a azotemia pré-renal por diminuição da perfusão

renal, como por exemplo na desidratação, a azotemia renal devido à

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insuficiência renal, a azotemia pós-renal por obstrução do fluxo urinário ou

ruptura de bexiga ou simplesmente uma atividade muscular intensa ou

prolongada.

Na prática, a produção de creatinina é constante e muito

pouco afetada pelo aumento do catabolismo das proteínas tissulares e da

dieta.

Em nosso trabalho verifica-se uma diminuição na

concentração de creatinina plasmática nos grupos H e F (p = 0,0022) em

relação ao grupo C, no período experimental de 30 dias. Da mesma

forma, os grupos H60 e F60 apresentaram diminuição significativa (p =

0,049) em relação ao grupo controle. No período de 60 dias, verifica-se

que o grupo F teve menor concentração de creatinina que o grupo C,

estatisticamente significante, e que o grupo H também apresentou menor

concentração em relação ao C, porém esta diferença não foi

estatisticamente significante.

A creatinina é eliminada do plasma pela filtração

glomerular e não é reabsorvida nos túbulos em grau significativo,

portanto, é excretada na urina. A dosagem de creatinina no sangue é útil

na avaliação da função renal, pois o seu valor aumenta na medida em

que diminui a velocidade de filtração glomerular. Desta forma, quando a

creatinina encontra-se elevada no sangue pode-se inferir uma

insuficiência renal. Por outro lado, a diminuição dos níveis plasmáticos de

creatinina pode estar relacionada a um aumento na taxa de filtração

glomerular que aumenta a velocidade do fluxo urinário e

conseqüentemente eleva a excreção urinária de creatinina diminuindo a

sua concentração plasmática. O aumento do fluxo urinário pode ser

causado por uma diurese excessiva ou aumento na ingestão de água

(hidratação excessiva) pelos animais quando submetidos ao tratamento.

No entanto, como os animais tratados (F e H) nos

períodos de 30 e 60 dias não apresentaram variações significativas nos

níveis plasmáticos de uréia em relação ao controle, pode-se eliminar a

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possibilidade de insuficiência renal, mesmo observando baixa creatinina

no sangue dos animais tratados.

Outra explicação para os valores diminuídos de

creatinina é a redução da massa muscular observada nos animais

tratados em nosso estudo. Animais intoxicados com AP apresentam entre

os sinais clínicos um quadro caracterizado por emagrecimento

progressivo.

Em relação ao peso corporal dos animais utilizados nesta

pesquisa, verificamos que apenas no grupo C houve aumento,

estatisticamente significante, da porcentagem de ganho de peso no

período de 60 dias em relação ao de 30 dias. Comparando o grupo

controle com os tratados, verifica-se que aos 60 dias os animais do grupo

C tiveram porcentagem de ganho de peso superior aos animais tratados

tanto com a formulação homeopática quanto a fitoterápica

Esses dados em relação à porcentagem de ganho de

peso dos animais podem explicar a maior concentração de creatinina nos

animais do grupo controle, uma vez que a creatinina é obtida através da

creatina, que é armazenada nos músculos.

Os valores de referência da creatinina variam com a

massa muscular, já que ela é derivada da creatina dos músculos.

(Kirsztajn, 2007). Portanto a maior concentração de creatinina no grupo C

seria devido à diminuição de creatina e fosfocreatina nos grupos tratados

e não à deficiência renal.

Valores diminuídos de creatinina também podem estar

relacionados com o decréscimo na síntese hepática de creatina. Neste

caso, uma insuficiência hepática causada pelos AP, presentes no extrato

administrado aos animais tratados pode diminuir a atividade da enzima

GAMT que promove a metilação do acido guanidoacético, diminuindo a

biosíntese de creatina a precursora da creatinina.

A análise histológica e histomorfométrica fornecem dados

mais seguros em relação às alterações que acontecem nos tecidos.

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Segundo Barros et al. (2007), que estudaram em bovinos

o diagnóstico da intoxicação por Senecio brasiliensis, planta com alto teor

de AP, os testes laboratoriais da função hepática nem sempre são

indicadores confiáveis de animais subclinicamente afetados por AP. A

biopsia hepática de animais foi um método mais seguro para diagnóstico.

As principais lesões histopatológicas encontradas pelos autores,

localizadas no fígado de animais intoxicados por AP, consistiram de graus

varáveis de fibrose hepática, proliferação de ductos biliares e

hepatomegalocitose. Vacuolização do núcleo de hepatócitos,

acompanhada por marginação da cromatina para a periferia nuclear e

ocasionais pseudo-inclusões acidófilas intranucleares, também foram

observadas. Estes autores não encontraram perda de peso nos animais

(Barros et al., 2007).

Nobre et al., 2004, estudando a intoxicação por Crotalaria retusa em eqüinos, observaram perda de peso dos animais e anorexia

entre outros sinais clínicos. As principais lesões histopatológicas

observadas foram graus variados de fibrose, principalmente periportal,

megalocitose caracterizada pelo aumento do citoplasma e do núcleo dos

hepatócitos, cromatina nuclear distribuída irregularmente e proliferação de

células dos ductos biliares. Áreas multifocais de hemorragias

centrolobulares ou mediozonais foram também observadas. A maioria dos

cortes exibia infiltrado inflamatório, principalmente mononuclear, necrose

hemorrágica centrolobular, associada à congestão e hemorragias, que

coaleciam com áreas vizinhas em alguns cortes e vacuolização de

hepatócitos, principalmente os centrolobulares. Nos rins observaram

marcada congestão com focos de hemorragia preferencialmente na

medular, sendo mais acentuados em alguns eqüinos. Discreta

vacuolização no epitélio tubular, cilindros hialinos e megalocitose em

alguns eqüinos também foram observados.

Correa, et al. (2008) estudando a intoxicação por Senecio

brasiliensis em bovinos e observaram desorganização celular do

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parênquima hepático com megalocitose, vacuolização, fibrose difusa e

moderada, especialmente evidente na região portal, colestase e

proliferação do ducto biliar. Os hepatócitos mostraram corpos de pseudo-

inclusão e núcleos vacuolados. Fibrose e oclusão da veia centrolobular,

regeneração micronodular de hepatócitos e necrose individual dos

hepatócitos foram também achados significantes, facilmente observados

na coloração de Tricrômico de Masson.

Bondan (2006), que estudou bovinos intoxicados por

Senécio, observou através da histopatologia do fígado de animais

intoxicados por AP a presença de danos nos hepatócitos, com fibrose e

hiperplasia de ductos biliares, hepatomegalocitose e variados graus de

colestase.

Torres (2003), que estudou lesões hepáticas de bovinos

intoxicados experimentalmente por Senecio brasiliensis observou figuras

de apoptose, necrose em células isoladas, esteatose microgoticular e

macrogoticular, inclusões hialinas intracitoplasmáticas e megalocitose. A

fibrose foi uma lesão constante em todos os animais, nas localizações

portal, centrolobular e pericelular. Alguns animais apresentaram DVO. O

infiltrado inflamatório portal e intralobular foram pouco significantes.

A análise histológica, em nosso trabalho, mostrou uma

hepatite crônica leve em todos os grupos (controles e tratados),

caracterizada pela presença de pequenos focos de infiltrado inflamatório

basicamente de linfócitos. A principal localização foi em espaço porta,

tanto aos 30 quanto aos 60 dias, em todos os grupos. As localizações

intralobulares e ao redor de veias centrolobulares variou de acordo com

os tratamentos e diminuiu aos 60 dias. Hepatócitos necrosados foram

observados apenas em alguns animais, tanto nos grupos controles como

nos tratados, associados a focos de inflamação.

A análise histomorfométrica mostrou maior quantidade de

focos inflamatórios no período de 30 dias em relação ao período de 60

dias em todos os grupos, porém apenas o grupo homeopático apresentou

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diferença estatística entre os períodos (p=0,010). O grupo H no período

de 60 dias foi o grupo que apresentou menor quantidade de focos

inflamatórios (p=0,0022).

Pode-se aventar a possibilidade de que os animais

reagiram adequadamente ao agente agressor que causou essa

inflamação, uma vez que esta foi observada com maior intensidade no

período de 30 dias e diminuiu aos 60 dias.

Pode-se ainda relacionar a expressiva diminuição da

inflamação à ação do medicamento na formulação homeopática.

Vários trabalhos, relacionados com a intoxicação por AP

mostram que a inflamação não é uma característica dessa intoxicação

(Torres, 2003; Stickel, 2002).

Através destes resultados histomorfométricos pode-se

observar que a presença dos focos de infiltrado inflamatório parece não

ter relação com o tratamento com o confrei, tanto na formulação

fitoterápica como na homeopática, no período de 30 dias. É possível que

esteja associado a algum outro fator relacionado com nosso modelo

experimental, pois o grupo controle apresentou maior quantidade de focos

de inflamação em relação aos grupos tratados. Pode-se suspeitar da via

de administração ou de outras condições comuns a todos os animais.

Em relação à quantidade de focos de fibrose observou-se

presença significativamente maior no grupo F nos dois períodos

experimentais, o que coincide com a maioria dos trabalhos associados

com a intoxicação por AP.

Tanto no grupo F quanto nos demais grupos que

apresentaram fibrose, esta foi caracterizada por focos de fibrose delicada

com radiação que se estendia a partir de veias centrolobulares ou por

delicada trama focal envolvendo hepatócitos isolados em áreas

intralobulares. É importante ressaltar que no grupo tratado com

homeopatia nenhum animal apresentou fibrose aos 60 dias, exibindo

comportamento muito diferente do grupo tratado com fitoterápico. Embora

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no confrei homeopático tenha se desenvolvido inflamação não ocorreram

seqüelas deste processo.

A DVO é uma obliteração não trombótica parcial ou total

de pequenos ramos venosos intra-hepáticos, por tecido conjuntivo frouxo

subendotelial (Gaotto, 2001; Stickel, 2005). Em nosso modelo

experimental não ocorreu DVO em nenhum animal. Apesar de este

achado ser citado na literatura, esta importante alteração foi relatada

quando se usou a planta em altas concentrações. (Magnabosco et al,

1997).

A proliferação canalicular foi um achado pouco

consistente uma vez que só foi observado em grandes espaços porta,

como presença de pequenos ductos ao redor de um ducto maior, e não

foi encontrado em regiões intralobulares ou associado a focos

inflamatórios como é observado na literatura.

A proliferação canalicular observada em nosso estudo

teve pouca expressão em comparação ao observado na literatura de

intoxicação por AP. Foi observada maior proliferação canalicular no

período de 60 dias em relação ao de 30 em todos os grupos, porém

somente alguns animais dos grupos apresentaram esta alteração,

constituindo assim um número muito pequeno para análise estatística.

Foi observada degeneração vacuolar em todos os animais

de todos os grupos. No grupo tratado com homeopatia esta alteração foi

mais intensa em alguns animais. No entanto, estes dados não parecem

ter relação com os medicamentos usados.

Os rins de todos os animais não apresentaram alterações

histológicas, confirmando a avaliação bioquímica que não evidenciou

alterações metabólicas neste órgão.

Quanto às alterações vasculares observamos congestão

discreta na região centrolobular em apenas alguns grupos. No grupo

controle ocorreu em 12,5% dos animais aos 30 dias e em 33% aos 60

dias. No grupo homeopático ocorreu em 25% dos animais aos 30 dias e

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no fitoterápico em 75% aos 30 dias e em 100% aos 60 dias. Tais dados

estão de acordo com a literatura que também descreve congestão

centrolobular.

Apesar de não haver relato na literatura de alterações em

artérias foi encontrado em nosso material espessamento da parede de

artéria em espaço porta em 16,6% dos ratos do grupo C60, em 13% de

F30 e em 50% de F60. Tal achado histológico é sugestivo de lesão por

hipertensão, porém como foi encontrado apenas no exame microscópico

não foram realizados outros exames para verificação clínica deste

achado.

Em nosso trabalho, com nosso modelo experimental não

foram observados sinais de carcinogênese em nenhum dos animais.

Cabe ainda a consideração que o número da nossa

amostragem foi pequeno e que se faz necessária uma melhor

investigação destes achados com um “n” maior de animais que garantam

uma análise estatística mais consistente.

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7 CONCLUSÃO

Conclui-se que, com a metodologia empregada :

a) O confrei na formulação homeopática e

fitoterápica apresentou efeitos de pouca intensidade

sobre o fígado comprovado pelas alterações

bioquímicas e histológicas.

b) As alterações no perfil bioquímico e no peso dos

animais sugerem alteração no metabolismo hepático

interferindo na síntese de proteínas.

c) A formulação fitoterápica provocou mais

alterações que a homeopática.

d) A análise microscópica foi compatível com o

desenvolvimento de hepatite crônica

e) A formulação homeopática interferiu

positivamente na diminuição da inflamação hepática

de acordo com o tempo.

f) Não foi observada DVO causada por AP em nosso

modelo experimental.

g) Não foram encontradas alterações carcinogênicas

em nosso modelo experimental.

h) Os animais do grupo controle também

apresentaram alterações inflamatórias, sugerindo

ação de outros fatores além do confrei.

i) Em relação aos períodos de 30 e 60 dias o perfil

bioquímico mostrou diferenças variáveis entre os

diversos grupos.

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APÊNDICE A - Quadro da análise histomorfométrica e histológica. FÍGADO INFLAMAÇÃO – pequenos focos de Espaço porta Centrolobular Intralobular Parede de veia

centrolobular Parede de veia hilar

Hilo

PROLIFERAÇÃO CANALICULAR Espaço porta Hilo Outros locais

FIBROSE Espaço porta Centrolobular Intralobular Hilo Parede de veia

centrolobular Parede de veia hilar

DEGENERAÇÃO VACUOLAR DE HEPATÓCITOS Periférica Periportal Centrolobular Focos

aleatórios

HEMORRAGIA Hemorragia intralobular

Hemorragia espaço porta

Hemorragia hilo

Congestão Lesão endotélio

Dilatação de linfáticos

OUTROS Necrose de hepatócitos

Hepatócito hipertrofiado

Vacúolo intranuclear

Espessamento artéria espaço porta

Espessamento artéria hilo

RIM Inflamação Cortical Inflamação Medular Inflamação em

Glomérulos

Degeneração vacuolar em túbulos contornados

Degeneração vacuolar em túbulos excretores

Fibrose cortical Fibrose medular Lesão endotelial

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APÊNDICE B - Dados originais de FA, ALT e AST Tabela 37 - Valores de FA, obtidos por espectrofotometria após

multiplicação pelo fator de calibração da FA C30 C60 H30 H60 F30 F60 22.725 26.664 21.998 25.270 18.301 31.997 17.635 33.633 26.725 35.209 34.966 30.967 17.574 33.088 20.180 41.875 21.877 35.209 17.877 24.301 42.238 28.785 18.968 27.755 18.301 37.875 33.330 35.512 22.786 25.937 29.149 31.815 14.847 44.359 19.453 32.360 20.483 16.726 29.209 20.483 26.119

Tabela 38 - Valores da ALT obtidos por espectrofotometria após multiplicação pelo fator de calibração da ALT

H30 F30 C30 H60 F60 C60 14.924 25.207 18.018 13.650 21.385 18.291 18.200 21.021 25.025 20.020 27.118 15.379 8.918 16.926 20.657 21.294 21.840 18.109 18.382 12.558 22.022 19.929 18.746 18.018 21.749 17.472 26.481 20.111 20.930 17.745 19.565 29.211 19.201 20.566 25.116 19.201 20.293 23.296 25.025 12.740 20.930

Tabela 39 - Valores da AST obtidos por espectrofotometria após multiplicação pelo fator de calibração da AST

F30 F60 C30 C60 H30 H60 40.526 39.810 43.533 39.810 40.955 39.380 50.263 43.819 53.414 39.953 37.948 42.817 35.227 45.394 43.103 41.385 42.101 45.681 30.072 46.254 43.819 41.528 37.948 47.829 38.521 46.826 42.387 46.254 40.526 49.690 47.686 48.402 35.800 48.402 45.824 50.693 40.669 48.258 41.385 42.960 41.098

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APÊNDICE C - Dados originais da GGT, Creatinina e Uréia. Tabela 40 - Valores de GGT obtidos por espectrofotometria após

multiplicação pelo fator de calibração da GGT H30 H60 C30 C60 F30 F60 26.443 36.059 50.081 45.674 30.449 33.655 29.648 43.270 54.488 51.684 31.251 41.668 32.052 46.075 57.694 64.104 32.052 43.270 37.260 50.482 59.697 93.752 39.664 54.088 50.883 59.697 86.140 103.768 48.078 54.488 59.296 66.508 104.970 106.974 52.485 74.120 72.918 58.896 17.228 88.944

Tabela 41 - Valores da uréia obtidos por espectrofotometria após multiplicação pelo fator de calibração da uréia

C30 C60 F30 F60 H30 H60 33.344 26.811 24.858 32.293 29.289 28.763 33.344 29.815 27.336 33.420 31.767 32.443 33.870 35.222 27.412 33.570 31.993 33.645 34.246 37.625 28.087 34.471 32.068 34.546 34.922 38.677 30.641 35.973 33.945 39.578 36.348 46.262 30.791 38.151 34.321 40.554 31.993 32.143 37.175 35.823 27.937

Tabela 42 - Valores da creatinina obtidos por espectrofotometria após

multiplicação pelo fator de calibração da creatinina

C30 C60 F30 F60 H30 H60 4.669 3.398 2.403 1.823 3.840 3.232 5.166 3.840 2.569 3.149 3.812 4.475 5.663 6.078 3.398 3.812 1.133 4.696 8.481 7.707 3.785 4.144 1.437 4.945 10.000 7.790 4.807 4.420 2.348 5.083 11.409 8.260 4.917 5.249 3.619 6.934 2.403 0.829 0.884 6.520 0.801

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ANEXO – Certificado do comitê de ética em pesquisa animal.

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Lima AP. Biochemical and histological analysis of Symphytum officinale renal and hepatic toxicity in rats treated with the plant phytotherapic and homeopathic formulations [dissertation]. São José dos Campos: School of Dentistry of São José dos Campos, UNESP - São Paulo State University; 2009.

ABSTRACT

Symphytum officinale (comfrey) is a plant used over thousands of years to treat bone fractures consolidation. There are reports of its use in natura, as phytotherapic and as homeopathic medication. Recent scientific reports described cases of human and animal intoxication, with development of severe hepatic lesions after consumption of this plant, associated with the presence of pyrrolizidine alkaloids. Because of these facts its internal use was prohibited. However, there are no reports of adverse effects of Symphytum officinale´s homeopathic formulation. The aim of this work was to compare the effects of Symphytum officinale used as phytotherapic and as homeopathic formulations, evaluating its hepatic and renal toxicity. Adult healthy rats (n=42) were divided in 3 groups according to treatment with Symphytum officinale 500mg/kg (F), Symphytum officinale 6CH 2 globules (H), and water as placebo for negative control (C), given daily orally by gavage to each animal. They were sacrificed 30 and 60 days after beginning of treatments. The toxicological evaluation was realized by biochemical analysis of the enzymatic activity of alkaline phosphatase (AF), aspartate aminotransferase (AST), alanine aminotransferase (ALT), gamma-glutamyl transferase (GGT) and of creatinine and urea plasmatic concentration. Histological and histomorphometric analysis of liver and kidney was also conducted. Data were submitted to statistical t (Student) and ANOVA 1 factor (5%) tests. Both biochemical and histological analysis showed mild hepatic alterations and no renal alterations. The modifications of the enzymatic activity, of urea and creatinine, and of rats’ weight suggested hepatic metabolic alterations interfering on protein synthesis. Histological analysis was compatible with chronic mild hepatitis with development of important fibrosis only in the F group. The phytotherapic formulation used was hepatotoxic and induced more alterations than the homeopathic one.

Keywords: Comfrey. Symphytum officinale. Homeopathy. Phytotherapy, Drug Toxicity

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