amputação de membros
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Amputação De Membros
Jucyleide Borba Santos
Reabilitação Do Amputado
Definição: ablação parcial ou total de um membro ou parte dele
Objetivo: abordagem global do paciente, buscando o máximo de suas potencialidades (psicossocial, familiar e profissional) proporcionado pelo trabalho de uma equipe multidisciplinar
Histórico Prótese: grego – pros (em lugar de)
tithemi (colocar)
Conceito vem desde a antigüidade
484 a.C. Pé madeira
25 a.C até 50 d.C novas técnicas cirúrgicas
3º século a.C. Prótese de bronze e ferro, cobertura de madeira
218- 202 d.C primeiros relatos de amputação membros superiores
Após duas guerras mundiais grandes avanços na preservação do membro, cirurgias reconstrutivas e proteteização
Epidemiologia
Censo demográfico 2000 (500.000 casos)
EUA: ocorrem cerca de 43000 a cada ano
Amp membros inferiores: tipicamente em
idosos
Amp membros superiores: indivíduos mais
jovens, sexo masculino
Faixa etária infantil: principal etiologia
congênita
Etiologias
Trauma: agente mecânico, elétrico,
térmico ou químico
Doença vascular periférica/infecção
Tumores
Infecção
Úlceras tróficas
Malformação congênita
Princípios De Técnica Cirúrgica Cirurgias eletivas ou de urgência
Cirurgia 02 tempos: ablação e reconstrução
Cotos fisiológicos
Extremidade óssea
Cotos nervosos e vasos
Retalhos musculares (mioplastia/miodese)
Fechamento da pele
Nível amputação: localização anatômica
Desarticulação/ transdiafisária
Doença Vascular Periférica
70% dos casos amputação
MMII
Diabetes mellitus, doença
aterosclerótica e
tromboangeite obliterante
(doença Buerger)
Diabetes lesão vascular,
motora, sensorial e
autonômica pé de risco
para mal perfurante
plantar (15 vezes)
Doença Vascular Periférica
70% dos casos amputação MMII
Principal sintoma: dor na
panturrilha ao caminhar
Outros sinais: pele seca,
descamativa; Crescimento
anormal das unhas
Obstrução aguda: aspecto pálido
ou azulado
Diabetes mellitus
Distúrbio causado pela falta absoluta ou relativa de insulina
Elevação dos níveis sangüíneos de glicose (70 a 110mg/ml)
Diabetes lesão vascular, motora, sensorial e autonômica pé de risco para mal perfurante plantar (15 vezes)
Mal Perfurante Plantar
Infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados com anormalidade neurológicas e vários graus de doença vascular periférica
Neuropatia Diminuição da sensibilidade predispõe a
traumatismo da pele e articulações
Formação de calos, fissuras, ulcerações
Paralisia da musculatura intrínseca
Dedos em garra
Perda de volume muscular
Desabamento dos arcos plantares
Alteração da sudorese
Avaliação Do Pé De Risco
Inspeção da pele
Exame do pé
Avaliação pé de risco
Teste do diapasão
Reflexo de Aquileu
Teste de sensibilidade- monofilamento de Semmes-Weistein (10g)
Áreas De Risco Para Ulcerações
1 2
3 4
Formação calo Hemorragia
subcutânea
Abertura da pele Osteomielite
Ulceração por estresse repetitivo
Inspeção dos pés
Calçado adequado
Evitar costuras e relevos internos
Largura
Profundidade
Solado
Palmilhas
Amputação Traumática
22% dos casos
Faixa etária 21-30 anos
Membro residual após implantação poucofuncional amputação deve ser levada emconsideração
Múltiplos danos
Deformidade Congênita
3% casos
Membro malformado não funcional considerar cirurgia (amputação ou reconstrução)
Associação de outras má-formações congênitas
Tumor
5% casos
Faixa etária 11-20 anos
Amputação proximal à lesão
Aumento recente na ressecção segmentar do membro
Flutuação no volume do coto durante quimioterapia
Finalidade Da Protetização
Restituir condição de suporte de peso
e mobilidade do membro inferior
Critérios para protetização
Condição clínica favorável
Coto satisfatório
Função cognitiva adequada
Motivação suficiente
Suporte familiar e social
Contra-indicação Para Protetização
Insuficiência cardíaca grave
Insuficiência respiratória grave
Síndrome isquêmica MI descompensada
Diabetes mellitus descompensado
Insuficiência renal descompensada
Paraplegia
Hemiplegia
contralateral
Artropatia grave
quadril/joelho
contralateral
Amaurose
Quadro demencial
Condição Do Coto
Formato
Pele
Consistência
Cicatriz cirúrgica
Amplitude articular
Circumetria
Sensibilidade
Restrições
Alinhamento
Braço de alavanca
insuficiente
Exostose óssea
Alteração dermatológica
Impossibilidade de carga
axial
Preparo Pré-protético
Provisão de órtese para mobilidade
Posicionamento
Após cicatrização completa do coto
Enfaixamento do coto
Massagem/dessensibilização
Fortalecimento muscular
Condicionamento aeróbico para AVDs
Orientações gerais
Posicionamento Adequado No Leito
Evitar posição no leito em flexão , abdução , rotação externa de coxa e flexão de joelho quando amputado de perna(transtibial)
Manter o membro inferior alinhado
Não colocar travesseiro em baixo do coto e entre as pernas, pois evitará contraturas musculares
Evitar ficar na cama com o coto fletido
Evitar flexionar o joelho em amputações transtibiaisquando estiver sentado
Não apoiar o coto sobre a muleta
Técnica De Enfaixamento
02 faixas 10cm
01 faixa 15cm e
01 faixa 10cm
Dessensibilização
Estímulos sensitivos realizados na extremidade distal do coto que irão levar ao saturamento dos receptores e das vias aferentes sensitivas , visando uma normalização da sensibilidade local .
Através de movimentos lentos e graduais, começando do estimulo mais fino para o mais áspero
Etapas 1º - Algodão
2º - Esponja de face fina
3º - Esponja de face grossa
4º - Lixa fina
5º - Lixa grossa
6º - Calor superficial pode ser utilizado, com o objetivo pré-cinético
Prescrição da prótese
Reabilitação protética
Manuseio da prótese
Esquema corporal
Treinamento funcional
Independência nas atividades da vida diária
e de vida prática
Ortostatismo e marcha
Amputações Parciais Do Pé
Desarticulação Metatarsofalangeana
Remoção hálux: diminui característica de impulsor
Deslocamento do hálux em valgo
Risco úlcera plantar
Transmetartarsiana
Preservação da estrutura
plantar do pé
Pontos de apoio/calcâneo/
1º e 5º metatarsos
diminuição da área de
apoio
Descarga peso em
extremidade óssea
Estabilidade estática
comprometida
Amputação Lisfranc
Articulação formada entre o tarso anterior e o metatarso
Amputação ao nível proximal dos metatarsianos
Boa mobilidade
Ruptura arco plantar
Amputação De Chopart
Preservação do tálus e calcâneo
Deslocamento posterior calcâneo (eqüinovaro)
Diminuição da flexão plantar /dorsal
Marcha assimétrica com perda de propulsão,
passo mais curto
Amputação Pirogoff
Fusão da tíbia com
ossos do tarso
Alta incidência de
complicação
Necessita de encaixe
mais abrangente
Amputação Syme
Amputação ao nível do tornozelo
Remoção total dos ossos pé
4-7cm até nível do solo
Carga axial
Suspensão nos maléolos
Tipos De Próteses De Membro
Inferior Princípio de construção
Convencionais ou exoesqueléticas
Estrutura externa rígida (sustentação peso, aspecto cosmético)
Modulares ou endoesqueléticas
Estrutura interna de sustentação formada módulos, revestimento cosmético de espuma
Encaixes Para Próteses Membros
Inferiores
Requisitos básicos
Envolvimento preciso
coto
Não inibir circulação
sanguínea
Contato total
Maior descarga distal
possível
Amputação transtibial
Realizada entre a articulação tibiotársica e o joelho
Três níveis: terço proximal, médio e distal
Melhor prognóstico à reabilitação e funcionalidade da marcha
Encaixes Para Amputações Transtibiais
Encaixe PTB (1961)
Descarga de peso sobre tendão patelar
Bordo proximal termina a nível do centro joelho
Suspensão supracondiliana
Encaixe KBM
Bordo anterior
termina abaixo da
patela
Descarga peso
sobre tendão
patelar
Suspensão
supracondiliana
Encaixe Tipo PTS (1965)
Bordo anterior
envolve patela
Pressão sobre
tendão quadríceps
Suspensão
supracondiliana
Impede
hiperextensão joelho
Regiões De Alívio
1. Côndilo femural medial
2. Côndilo tibial medial
3. Côndilo tibial lateral
4. Tuberosidade tibial
5. Crista tibial
6. Ponto distal da tíbia
7. Cabeça da fíbula
8. Ponto distal da fíbula
Regiões De Pressão
Utilizar tecidos moles para exercer
pressão e descarga parcial de peso
Tiragem de molde
Desarticulação Joelho
Coto com boa alavanca e musculatura preservada
Apoio distal
Suspensão supracondiliana
Amputação transfemural
Pode ser dividido em três setores verticais:
Área apoio (5cm abaixo tuberosidade isquiática)
Área de controle da marcha (2/3 do comprimento
total)
Área terminal (1/3 distal com contato total)
Comprimento mínimo para controle do coto (12cm
abaixo trocanter)
Comprimento ideal de coto de coxa 30-36 cm
Encaixes transfemurais
Quadrilátero
CAT-CAM
Apoio tuberosidade
isquiático
Medida AP<ML
Contenção
isquiática
Medida AP>ML
Confecção do Encaixe Transfemural
Amputação transfemural
Desarticulação Quadril
Amputação intertrocantérica
Hemipelvectomia: precário resultado funcional, não permite boa distribuição de carga
Prótese canadense (endoesquelética ou exoesquelética)
Encaixe: cesto
Hemipelvectomia: cesto englobando parte da região torácica
Dificuldade para sentar
nivelado- uso de articulações
modulares, centro de rotação
anterior
Prótese Membros Inferiores
•Mecanismo funcionamento joelho
• Fricção constante
• Controle da fase de apoio
• Policêntrico
• Bloqueio manual
• Controle por fluido
Articulações De Joelho
Tipos de joelhos
Livre: segurança durante fase de apoio através do alinhamento estático
Com trava opcional
Auto-bloqueante: freio atua em dependência da carga exercida
Articulações De Joelho
Princípio cinemático
Articulação
monocêntrica:
centro de rotação
fixo
Articulação
policêntrica: centro
de rotação
momentâneo
Articulações De Joelho
Controle da fase de balanço
Sistema mecânico: composto por uma mola, limitação velocidade de marcha
Sistema hidráulico ou pneumático: controle mais preciso velocidade pendular, adaptação automática diferentes velocidades de marcha
Tipos de pés sem articulação
Pé SACH : calcanhar macio, absorção
impacto, dinamiza marcha, projeção
anterior
Pé geriátrico: calcanhar + macio, absorção
impacto, simula flexão plantar
Pé dinâmico: calcanhar macio, antepé
flexível, liberação energia
Pé Dinamic Plus : estrutura interna,
absorção energia, mola forma de “S”,
dinamiza marcha
Tipos Pés
Pé articulado uniaxial: art.
monocêntrica, amortecedor
borracha, limite dorso-flexão,
indicação restrita
Pé Greissinger Plus: art. em forma
de “U”, movimentos multiaxiais,
absorve irregularidades do solo
C-Walk: mola C em fibra de
carbono,maior mobilidade, rápido
contato do pé, amortização, melhor
simetria da marcha
Pés de resposta dinâmica em carbono
SPRINGLITE
Amputação Membro Superior
Perda de importantes funções:
sensibilidade terminal, capacidade de
preensão e habilidade manipulativa
Causas: trauma, deformidade congênita,
tumor
20% amputações
Maior parte é de origem traumática (atividades industriais e construção civil)
Regularização é indicada quando não for possível o reimplante
Tentar manter o comprimento do polegar
Amputações parciais do index resultam em coto não funcional
Amputação Parcial De Mão
Amputação Parcial De Mão
Amputação transmetacarpiana é recomendada em amputação proximal dos dedos médio e anular
Conversão de amputação digital para transmetacarpiana aproxima os dedos adjacentes e permite a adequada posição em concha
Cobrir as extremidades ósseas com pele de boa
qualidade, palmar se possível e com coxim
gorduroso
Não se deve cobrir as extremidades ósseas com
cotos dos tendões
Neuromas digitais são altamente incapacitantes
Desarticulação De Punho Amputação através da
articulação radiocárpica
Cobertura do coto com a pele palmar das regiões tênar e hipotenar
Remover processos estilóides
Manter íntegra a articulação radioulnar distal
Boa adaptação e fixação prótese
Permite uso prótese simples com grande capacidade funcional
Amputação De Antebraço
Amputação transradial
Menor massa muscular oferece pouca proteção a estímulos externos dos neuromas
Nível mais proximal funcional- cerca de 5cm distal ao processo coronóide da ulna
Cotos curtos têm má adaptação à prótese
Ideal para próteses mioelétricas
Desarticulação Do Cotovelo Separação entre úmero e os
ossos do antebraço
Pele posterior do cotovelo é mais recomendada para a cobertura da extremidade distal do úmero
Nervo ulnar deve ser seccionado bem proximal
Os epicôndilos fornecem apoio para uma eventual prótese
Boa suspensão da prótese pela forma distal do coto
Dificulta colocação de articulações funcionais
Amputação De Braço
Efetuada entre cristas do epicôndilos e tubérculo menor
Coto possui função de alavanca
Cotos acima da inserção do peitoral têm pouco controle da prótese
Níveis proximais se comportam como desarticulação escapuloumeral
Desarticulação Escapuloumeral/
Escapulotorácica
Nível de amputação
geralmente restrito à
etiologia oncológica
Altamente
disfuncional
Resultado
antiestético
Difícil protetização
Próteses Membros Superiores
Classificação funcionalidade
Não funcionais: passivas ou estéticas restabelecem aspecto externo, carregar objetos
Funcionais:
Ativas (mecânicas)-fonte energia interna
Mioelétricas (fonte externa)
Híbrida (ativa+mioelétrica)
Bibliografia
AACD medicina de reabilitação: princípios
e prática, ed artes médicas, 2007
Compêndio OTTO BOCK, 2002
Medicina física e reabilitação- parte 2,
Chamlian, TR, 1999
Medicina de reabilitação, 2ª ed.,Lianza,
Guanabara Koogan, 1995