vivÊncias crÍticas e reflexivas nas aulas de … · programas de escolas especiais para alunos...
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VIVÊNCIAS CRÍTICAS E REFLEXIVAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Cláudio Miranda De Morais1
Prof. Me. Arestides Pereira da Silva Júnior2
RESUMOA superação da visão de que Educação Física dedica-se somente aos movimentos corporais e as práticas esportivas se apresenta como tema desenvolvido neste estudo, pois a disciplina fundamenta a formação do indivíduo em seus aspectos físicos, culturais, sociais e psicológicos. Essa formação só é possível a partir de práticas educativas que despertem a visão crítica e reflexiva dos educandos. O objetivo deste artigo é apresentar através de um relato de experiência os resultados do projeto de intervenção denominado “Vivências críticas e reflexivas nas aulas de Educação Física”, realizado no Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto no município de Foz do Iguaçu - Paraná. Na implementação do projeto participaram 114 alunos de 04 turmas (7ª e 8ª série) do Ensino Fundamenta. O projeto teve como objetivos: apresentar aos professores de Educação Física e alunos uma proposta crítico reflexiva para ser adotada nas aulas de Educação Física; conscientizar os alunos sobre a importância da disciplina de Educação Física no Ensino Fundamental como elemento fundamental na formação de um cidadão crítico e reflexivo; desenvolver aulas criativas e estimulantes no sentido de despertar a consciência crítica e reflexiva; despertar nos adolescentes o gosto pela teoria e prática da atividade física para a manutenção e melhoria da saúde ou para a prática como lazer. O resultado da implementação permitiu perceber que as atividades proporcionaram aos alunos a condição para refletir sobre a necessidade de pensar antes de agir.Palavras-chaves: Criticidade, Reflexão, Educação Física.
1 INTRODUÇÃO
Desde a década de 1980, a comunidade científica voltou-se aos estudos da
Educação Física que contribuiu para o surgimento de tendências ou correntes
renovadoras. Tais debates evidenciavam severas críticas ao modelo vigente, muitos
autores constituíram discursos e publicações sob a denominação de “progressista”,
a fim de que se construísse um movimento renovador na disciplina. Surgiram,
então, várias proposições relevantes e como conseqüência, interrogações acerca de
sua legitimidade, como campo de conhecimento (DARIDO, 2005).
1 Professor PDE – Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto – Ensino Fundamental e Médio - Foz do Iguaçu - PR.2 Mestre em Educação Física (USJT); Docente do Curso de Educação Física da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); Professor orientador PDE.
Percebe-se, desta forma, que atualmente as tendências críticas na Educação
Física fazem parte dos principais documentos norteadores desta disciplina. Nos
PCNs (1997) é possível perceber essa influência nas características esperadas da
formação dos alunos em cidadãos críticos, destacando-se as seguintes:
• Participação em atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo,
dignidade e solidariedade;
• Conhecimento, valorização, respeito e apropriação da pluralidade como
elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis e
relacionando-os com os efeitos sobre a saúde individual e coletiva;
• Conhecimento acerca da diversidade de padrões de saúde, beleza e
desempenho que permitam os diferentes grupos sociais, compreendendo sua
inserção na cultura em que são produzidos e analisando criticamente os
padrões divulgados pela mídia;
• Reivindicação, organização e interferência no espaço, sobretudo público, de
maneira autônoma, por exemplo, requerendo locais adequados para
promover atividades corporais de lazer.
No Estado do Paraná, foram criadas as Diretrizes Curriculares da Educação
(DCEs), este documento foi elaborado entre os anos de 2003 a 2008 através de uma
construção coletiva, na qual professores de todo o Estado discutiram a proposta até
a sua versão final. A principal característica do documento é a sua abordagem
crítica, na qual segundo os seus textos refere-se à disciplina de formação/atuação.
As DCEs contextualizam a inserção do conhecimento disciplinar em uma
realidade plena de vivência, buscando o enraizamento do conhecimento explícito na
dimensão do conhecimento tácito. Essa argumentação chama a atenção para
importância da práxis no processo pedagógico, o que contribui para que o
conhecimento ganhe significado para o aluno, de forma que aquilo que lhe parece
sem sentido seja problematizado e aprendido (PARANÁ, 2008).
Trabalhar de forma a desenvolver a capacidade crítica de compreensão da
abrangência dos fatos e fenômenos, cujos passos seguintes permitam o
desenvolvimento do pensamento abstrato e da sistematização do conhecimento é
um dos objetivos apresentados nas DCEs (PARANÁ, 2008).
Na construção deste estudo foi questionado sobre as principais dificuldades
que os professores enfrentam ao trabalhar as aulas de Educação Física para
trabalhar os conteúdos com uma abordagem crítica e reflexiva.
Desta forma, o objetivo deste artigo é apresentar através de um relato de
experiência os resultados do projeto de intervenção denominado “Vivências críticas e
reflexivas nas aulas de Educação Física, realizado no Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto
no município de Foz do Iguaçu – Paraná”.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Em oposição à vertente tecnicista, esportivista e biologista, surgem na década
de 70 novos movimentos na Educação Física Escolar inspirados no novo momento
histórico social que passava o País. Desta forma, formou-se uma comunidade
científica na Educação Física, de modo que passaram a existir tendências ou
correntes, cujos debates evidenciavam severas criticas ao modelo vigente até então
(DARIDO, 2005).
Coletivo de Autores (1992) afirmaram que neste mesmo sentido e para a
mesma época, a Educação Física passou por várias transformações, por exemplo, a
concepção biológica da Educação Física, particularmente no Ensino Fundamental,
levou à crítica em relação ao predomínio dos conteúdos esportivos.
Na área da Educação Física surgiram várias concepções, e todas elas tendo
em comum a tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e
tradicional, sendo elas: Psicomotricidade, Desenvolvimentista, Construtivista, PCNs,
Saúde Renovada, Crítico-superadora e Crítico-emancipatória (DARIDO, 2005).
Analisar as principais características das tendências que permeiam o contexto
nacional no que diz respeito á temática da Educação Física escolar é fundamental,
uma vez que a discussão dessas questões com os professores é muito importante
para que explicitem os pressupostos pedagógicos que estão por trás da atividade do
ensino, na busca de coerência entre o que se pensa estar fazendo e o que
realmente se faz (PARANÁ, 2008).
As perspectivas pedagógicas que se instalam na Educação Física, na maioria
dos casos aparecem com características particulares, mesclando aspectos de mais
de uma linha pedagógica. Para compreender essa variedade de propostas, são
analisadas a seguir algumas tendências surgidas a partir da década de1980 nas
áreas de Educação Física escolar (DARIDO, 2005).
A seguir são apresentadas as principais características das Abordagens
Pedagógicas da Educação Física de acordo com Darido (2005):
• Psicomotricidade: o Francês Jean Lebuch foi o que mais influenciou esse
pensamento no Brasil. A psicomotricidade foi divulgada inicialmente em
programas de escolas especiais para alunos portadores de necessidades
especiais físicas e mentais. O surgimento da Psicomotricidade em 1970, em
contraposição aos modelos anteriores. Nele, o envolvimento da Educação
Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender ,com os
processos cognitivos, afetivos e psicomotores,buscando a formação integral
do aluno.
• Desenvolvimentista: defende a idéia de que o movimento é o principal meio e
fim da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo
com uma seqüência de desenvolvimento. Sua base teórica é,
essencialmente, a psicologia do desenvolvimento e aprendizagem;
• Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista-
interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento
humano. Embora preocupada com a cultura infantil, essa abordagem se
fundamenta também na psicologia do desenvolvimento.
• Crítico-Superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórica-crítica
desenvolvida por Saviani, cujo objeto da Educação Física é a cultura corporal,
formada por conteúdos, tais como: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e
as danças. O conhecimento é sistematizado em ciclos e de forma
historicizada, conforme o grau de complexidade.
• Crítico-emancipatória: parte de uma concepção de movimento denominada de
dialógica. O movimento humano é entendido como uma das formas de
comunicação com o mundo, sob uma visão crítica e independentemente do
segmento social a que se pertença.
• Saúde renovada: a abordagem da saúde renovada tem por paradigma a
Aptidão Física relacionada á Saúde e por objetivos informar, mudar atitudes e
promover a prática sistemática de exercícios.
• PCNs: os conteúdos destinados especialmente aos dois últimos ciclo do
Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) indicam a possibilidade de aproximação
entre a abordagem proposta para o componente curricular Educação Física.
Os documentos seguem a LDB, lei nº 9394\96 (BRASIL, 1996), que já
estabelece, em seu artigo 26º, os rumos que a Educação Física escolar deve
seguir .No parágrafo terceiro, define-se a Educação Física como componente
curricular de Educação Básica, cuja oferta deverá estar integrada á proposta
pedagógica da escola, ajustando-se ás faixas etárias e as condições da
população escolar, e sendo facultativa nos cursos noturnos.
Conforme Brito (1999), o Conselho Nacional de Educação enfoca os PCNs
como: uma proposta curricular dentre outras, uma proposta significativa, porém não
obrigatória, mas que se tenha alternativa ás propostas curriculares dos estados e
municípios. Ao analisar as propostas dos PCNs, a qualidade dos documentos para o
Ensino Fundamental foi aceito (DARIDO et al., 2001; SANCHES NETO, 2003).
Atualmente as abordagens críticas da Educação e da Educação Física
ganharam uma denotação importante, pois consideram que a aprendizagem é um
fenômeno amplo e complexo para se definir exclusivamente em função da figura do
professor como “ditador” e do aluno submisso a todo processo.
Neste sentido, Souza (2006) comenta que a prática pedagógica é uma ação
fundamental, pois na efetivação, encontram-se os interesses e divergências da
sociedade. Representa um processo amplo em busca de questionamentos, não
prontos e acabados, mas sim de instrumentos que possibilitam uma intervenção
consciente da realidade, na perspectiva de transformação. Afirma ainda, que as
tentativas de realizar trabalhos mais coletivos vão assumindo contornos mais nítidos.
Têm-se buscado maior participação do professor e abertura também para o aluno
que passa a ser levado em consideração.
Bonadiman (2008) explica que a escola deve voltar-se para a inserção do
aluno no cotidiano das questões sociais que marcam o universo cultural, assim
forma o cidadão capaz de atuar de maneira competente na sociedade. Desta forma,
os conteúdos que permeiam a educação devem estar consonantes com as questões
sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação
podem ser essenciais no exercício de direito e deveres.
Segundo Sousa (2006), o compromisso da escola deve ser com a
democratização do saber em sua totalidade, e para isso, será necessário eliminar os
mitos e preconceitos estabelecidos ao longo das diferentes doutrinas educacionais.
Dar um novo significado as aulas é um exercício que requer amplas possibilidades
de intervenção, para superar a dimensão meramente motriz e imprimir sua dimensão
histórica, cultural e social, cuja idéia ultrapassa a visão de que o corpo se restringe
ao biológico, ao mensurável.
Pode-se apresentar a discussão sobre a diversidade cultural em termos
corporais, para que os alunos respeitem as diferenças identificadas e se posicionem
frente a elas de modo autônomo, em opções pautadas nos conhecimentos
relevantes apresentados pelo professor. Torna-se interessante ampliar a
comunicação entre as comunidades escolares, intensificar seu diálogo com outros
ambientes socioculturais e envolver tanto os valores do cotidiano dos alunos como
também aqueles que desconhecem (SOUSA, 2006).
De acordo com Selbach (2010), a Educação Física deve ser trabalhada sob o
viés de interlocução com disciplinas variadas, que permitam entender o corpo em
sua complexidade; ou seja; uma abordagem biológica, antropológica, sociológica,
psicológica, filosófica e política, juntamente por sua constituição interdisciplinar.
A simples comparação entre contexto sócio-histórico promove juízos de valor
sobre as diferentes temporalidades, além do anacronismo, quando elementos de
uma dada época são transportados automaticamente para outro período histórico. O
presentismo, por exemplo, é a forma mais comum do anacronismo (PARANÁ, 2008).
Para evitar o anacronismo, é necessário uma compreensão dos conceitos de
tempo e de espaço, muito caros ao entendimento do processo sócio-histórico de
constituição das dimensões filosófica, científica de todas as disciplinas escolares
(PARANÁ, 2008).
Selbach (2010) apresentou quatro pilares da educação mundial e que se
incorporados nas aulas de Educação Física poderão trazer resultados positivos. Os
quatro pilares da educação precisam ser desenvolvidos em seus conteúdos
conceituais, procedimentais e atitudinais.
• Ensinar a conhecer – o ensino não pode ter como eixo central o assunto que
se ensina, mas fazer com que o aluno se utilize desse assunto para aprender
outras coisas. Toda aprendizagem significativa necessita sempre interligar
natureza e humanidade, conhecimento e aplicação, análise e síntese, o
ontem e o hoje manifestado em todas as aulas, em todos os momentos.
• Ensinar a fazer - Saber o que fazer com o que se aprendeu e saber o como
aplicar o conteúdo aprendido na escola, na rua, no mundo onde se procura
viver e conviver. E na Educação Física o saber fazer e o bem fazer se
constroem em cada assunto que se aprende e em cada aula que o professor
ministra. A cultura do movimento em todas as suas atividades instiga o
aprender a conhecer para exercitar um aprender a fazer.
• Ensinar a compartilhar - É inviável uma Educação Física individualista e
egoísta em lugar de uma Educação Física que interliga gentes, compõe
grupos solidários e estuda a sociedade. Ensinar a compartilhar é bem mais do
que revelar que sempre existem outros em cada um de nós, é ensinar como
essa união pode ser construída, analisar fracassos e sucessos nessas
tentativas, fazendo com que o aluno perceba que trabalhar em grupo não é
apenas estratégia de um projeto escolar, mas caminho na construção de uma
felicidade coletiva.
• Ensinar a ser – A Educação Física é um instrumento essencial para fazer o
aluno a aprender a ser. Não se é professor de verdade se as aulas não
ajudam o aluno a conhecer, por conhecer saber fazer, por bem fazer melhor
compartilhar e assim, ao ser, se autoconhecer e ajudar a mudar o mundo em
que vive e aprende a conviver.
Nas propostas curriculares considera-se que os fatos e conceitos são
somente um tipo de conteúdos e que juntamente com eles devem ser levados em
consideração os outros tipos de conteúdos aos quais pertencem os exemplos
anteriores: certas estratégias ou habilidades para resolver problemas, selecionar a
informação pertinente de uma determinada situação ou usar conhecimentos
disponíveis para enfrentar situações novas e inesperadas, ou seja, os
procedimentos e atitudes, valores e normas (COLL, 2000).
Para Brandl, (2010) os conteúdos no processo educativo nas escolas são os
conhecimentos valorizados em uma determinada cultura e são oriundos das
diversas áreas que compõem o universo científico. Normalmente os conteúdos são
desenvolvidos isoladamente no interior de cada disciplina, sem vinculo com as
demais, e sua organização tem sido marcada pela linearidade e pela segmentação
dos assuntos, o que caracteriza uma concepção de currículo como acúmulo de
conhecimentos que ocorre por meio do processo de ensino e aprendizagem.
Desta forma, para se desenvolver a reflexão na Educação Física escolar é
necessário passar por vários assuntos relacionados ao processo de ensino e
aprendizagem, por exemplo, a valorização da história de vida dos professores e
alunos visando o aproveitamento do conhecimento prático advindo dessa
valorização da história, em que a maior preocupação pode estar focada em como o
professor ensina e como o aluno aprende. Para Selbach (2010) a reflexão durante
ou após qualquer ação pedagógica e sua flexibilidade frente a certas situações
inesperadas, precisa buscar uma coerência entre os momentos de prática e os
relacionados à ênfase na teoria.
Desta forma, para se discutir conteúdos de Educação Física torna-se
necessário buscar as origens históricas e as evoluções transformações que cada
sujeito passa a partir das suas relações sociais, além disso é necessário discutir o
estatuto e o valor educativo dos valores explícitos pela disciplina (BONADIMAN,
2008).
Assim sendo, o professor de Educação Física deve buscar reduzir a
fragmentação valorizando mais a totalidade que as partes, para conseguir solucionar
problemas constantes do cotidiano aos quais estão relacionados, principalmente, o
mundo do trabalho (SELBACH, 2010).
A proposta reflexiva em torno da tarefa educativa da Educação Física é uma
das maiores dificuldades na tarefa educacional, ela se situa entre duas classes
distintas de fenômenos: a formação humana e a capacitação.
A formação humana da criança como tarefa educacional consiste na criação
das condições que guiam e apóiam a criança em seu crescimento como um ser
capaz de viver no auto-respeito pelo outro, que pode dizer não a si a partir de si
mesma e cuja individualidade, identidade e confiança em si mesma não se
fundamentam na oposição ou diferença com relação aos outros, mas no respeito por
si mesmo, de modo que possa colaborar precisamente porque não teme
desaparecer na relação.
A capacitação como tarefa educacional consiste na criação de espaços de
ação onde se exercitem as habilidades que se deseja desenvolver, criando um
âmbito de ampliação das capacidades de fazer na reflexão sobre esse fazer como
parte do viver que se vive e deseja viver.
Maturana (2001) explica que a formação humana é o principal objetivo do
processo educativo contemplando-a o aluno poderá viver como um ser socialmente
responsável e livre. Assim, ele será capaz de refletir sobre sua atividade e de ver e
corrigir erros. O educando deve buscar a sua identidade para desenvolver uma
capacitação que o instrumentalize a realizar a sua tarefa educacional.
O professor deve evitar uma posição contemplativa da realidade para
conseguir evidenciar e explicar para os alunos as contradições entre a teoria e
prática. Deve possibilitar as condições para que os alunos tenham uma formação
crítica e autônoma. Para isso é necessário que fiquem cada vez mais independentes
em relação ao próprio professor.
3 DESENVOLVIMENTO
Este artigo apresenta através de um relato de experiência os resultados do
projeto de intervenção denominado “Vivências críticas e reflexivas nas aulas de Educação
Física, realizado no Colégio Estadual Dr. Arnaldo Busatto no município de Foz do Iguaçu -
Paraná. O referido projeto faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE,
da Secretaria de Educação do Estado do Paraná.
Na implementação do projeto participaram 114 alunos de 04 turmas (7ª e 8ª série)
do Ensino Fundamental. O projeto teve como objetivos: apresentar aos professores de
Educação Física e alunos uma proposta crítico reflexiva para ser adotada nas aulas
de Educação Física; conscientizar os alunos sobre a importância da Disciplina de
Educação Física no Ensino Fundamental como elemento fundamental na formação
de um cidadão crítico e reflexivo; desenvolver aulas criativas e estimulantes no
sentido de despertar a consciência crítica e reflexiva; despertar nos adolescentes o
gosto pela teoria e prática da atividade física seja para a manutenção e melhoria da
saúde ou para a prática como lazer.
Antes da intervenção do projeto foi elaborado como Produção Didática
Pedagógica, uma Unidade Didática contendo atividades direcionadas aos alunos e
professores dos anos finais do Ensino Fundamental. Esta Unidade Didática
apresenta uma proposta de realização de práticas pedagógicas voltadas para o
estabelecimento de uma visão crítica e reflexiva em relação à Educação Física. Esta
proposição vem de encontro à necessidade de superar o estigma da disciplina que é
vista e trabalhada apenas como movimento e corpo em detrimento à formação
integral do educando.
O projeto de intervenção foi desenvolvido entre os meses de fevereiro a maio
do ano de 2011. Inicialmente foi realizada uma reunião com a direção e equipe
pedagógica da escola com a finalidade de apresentar o projeto e esclarecer dúvidas
de seu desenvolvimento, sendo esta ação realizada no dia 27 de fevereiro de 2011.
Neste encontro foi trabalhado o texto “O Mito” escrito por Roberto Shinyashiki (1997)
e que contribuiu para debater sobre os problemas que permeiam o ambiente escolar
e que impedem a formação de cidadãos críticos. Foi uma oportunidade de construir
junto com os professores, equipe pedagógica e direção uma proposta de reflexão e
criticidade, a partir da leitura foram debatidos os valores que desejamos formar para
cada dimensão do comportamento humano em relação às ações de ensinar e
aprender, voltando a atenção para o Projeto Político Pedagógico da escola segundo
os princípios da LDB 9394/96 e das DCE’s do Estado do Paraná.
No dia 05 de março de 2011, o projeto foi apresentado aos alunos
participantes. Para verificar e diagnosticar aspectos gerais sobre a Educação Física,
como: a motivação, desmotivação, interesses, entendimento sobre o aspecto crítico,
democrático e social, foi aplicado um questionário com os alunos participantes e
com os professores da turma. Os resultados serão apresentados no próximo
capítulo deste artigo.
Além da aplicação do questionário, foi trabalhado o texto extraído dos
Parâmetros Curriculares (PCN- Educação Física, 1998, p. 34 e 40) que aborda a formação
do senso crítico para questões sociais, políticas e esportivas, e que contribui para uma
formação cidadã. Após a leitura buscou-se promover um debate para compreender o
posicionamento dos alunos em relação a uma educação crítico reflexiva, procurando
conhecer as concepções que os mesmos possuem a esse respeito.
Durante o desenvolvimento do projeto, foram aplicadas atividades relativas
aos conteúdos trabalhados na Educação Física, relacionando-a com a atualidade de
forma crítica metodológica da aplicação dos conteúdos. Durante o desenvolvimento
das atividades tanto teóricas quanto práticas foram estimuladas os questionamentos
e momentos para a reflexão no sentido de possibilitar uma formação mais crítica,
justa e democrática na Educação Física.
No dia 19 de março de 2011, quando os professores de Educação Física do
Colégio Dr.Arnaldo Busatto reuniram-se para assistir ao Filme: “A cidade da Alegria”
e debateram em conjunto os processos desenvolvidos sobre a educação crítico-
reflexiva proposta, apresentando os prós e contras, os professores compreenderam
a importância em formar cidadãos críticos e capazes de realizar ações voltadas para
o bem comum, entendendo também que este é o papel da escola.
No dia 27 de março de 2011 os alunos de 7ª e 8ª séries do Ensino
Fundamental assistiram ao filme “Meu pé esquerdo” e depois debateram o assunto
do filme até chegar a um conceito sobre a importância da construção de uma
identidade pessoal.
A partir do dia 17 de abril até o dia 10 de maio as turmas envolvidas no
desenvolvimento do projeto desenvolveram jogos e brincadeiras previstos no projeto
de implementação seguindo uma abordagem crítica de cada atividade,
demonstrando receptividade e senso de participação coletiva na formação de um
posicionamento crítico reflexivo das atividades propostas. As atividades foram
realizadas conforme o planejamento na Produção Didática Pedagógica e em
consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, considerando os conteúdos
estruturantes (esporte, jogos, brincadeiras, dança, ginástica e lutas) e elementos
articuladores (corpo, ludicidade, saúde, desportividade, técnicas e tática, lazer
diversos e mídia). Além disso, a referida implementação esteve em consonância
com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola.
Ao final da implementação foi aplicado um questionário com os alunos no
sentido de verificar se as estratégias adotadas, os conteúdos selecionados e
trabalhados, a metodologia utilizada e outros aspectos importantes surtiram efeito
com o desenvolvimento do projeto. Os resultados são apresentados no próximo
capítulo deste artigo.
Também é importante destacar como parte de atividades desenvolvidas no
Programa de Desenvolvimento Educacional a minha participação como professor
tutor no Grupo de Trabalho em Rede (GTR). Tive como incumbência trabalhar os
assuntos pertinentes ao projeto com 6 professores de Educação Física. Desta
forma, foram desenvolvidos 5 encontros virtuais, nos quais foram discutidos os
textos trabalhados no projeto, aplicados questionários com estes professores bem
como discutido a possibilidade de aplicação e efetividade de uma proposta de
Educação Física reflexiva e crítica nas escolas em que atuam.
4 RESULTADOS
Em relação ao questionário inicial de diagnóstico com alunos, no turno
matutino participaram da investigação 58 alunos de 7ª série e, no turno vespertino
56 alunos de 8ª série, num total de 114 alunos. O grupo caracteriza-se por ser
formado com alunos de idade entre 13 a 16 anos, onde 52% do grupo é do gênero
masculino e 48 % do gênero feminino.
Foi perguntado aos alunos o que mais os motiva para participar das aulas de
Educação Física apresentando como alternativa a forma como o professor conduz a
aula, o conteúdo, as atividades, o local da aula ou outra alternativa a ser descrita por
eles. 49% afirma que é motivado pela forma como o professor conduz a aula, 19% é
motivado pelo conteúdo da aula, as atividades realizadas motivam outros 20% dos
alunos, 9% se motivam com o local das aulas e 3% afirma que a motivação é outra,
mas não indica o que. O gráfico 1 apresenta uma visualização desta questão:
Gráfico 1:Motivação para as aulas de Educação Física
As mesmas alternativas foram colocadas em relação ao paradoxo da
motivação, questionando os alunos sobre as principais causas de desmotivação na
participação das aulas. A resposta à questão surpreende, pois 35% dos alunos
consideram desmotivador o local onde a aula é realizada, 26% acha que o conteúdo
pode ser desmotivador, 23% consideram que as atividades podem desmotivar os
alunos , 10% atribui a desmotivação ao professor e 6% acha que há outros motivos
para aula não ser significativa na sua aprendizagem.
O segundo gráfico apresenta uma visualização deste parecer dos alunos.
Gráfico 2: Causas de desmotivação para as aulas de Educação Física.
Na busca por um esclarecimento a respeito de como o professor trabalha os
conteúdos de Educação Física no Ensino Fundamental foram apresentadas três
alternativas referindo-se à aula prática, à aula teórica e à aula teórico prática. Esta
questão apresentou que 90% dos alunos considera que os professores aliam a
teoria à prática, 8% considera que as aulas são somente práticas e 2% dos
entrevistados consideram as aulas apenas teóricas.
No entanto, ao identificar a relação entre as atividades desenvolvidas pelo
professor de Educação Física e a reflexão sobre a importância da prática,
demonstrou que 86 alunos, ou seja 75% considera que as aulas não estimulam a
reflexão, e que eles apenas se exercitam ou jogam sem pensar se isso levará a
algum resultado, exceto quando há uma competição, os outros 25% dos alunos
responderam que sim, mas não justificaram a sua resposta demonstrando que não
uma formação crítica e que responderam sem pensar.
A concepção que os alunos têm da disciplina, apresenta que 40% dos alunos
se refere à Educação Física como prática de esportes e outros 50% relacionam à
saúde, somente 10% se limita a dizer que simplesmente é bom. Desta forma, ao
questionar sobre o aluno ser crítico, os alunos declararam que querem estar sempre
por dentro do assunto, pois ter opinião sobre diversos assuntos é bom.
Analisando o resultado dessa avaliação prévia em relação à criticidade no
desenvolvimento de conhecimentos na disciplina de Educação física, percebe-se
que os alunos não possuem uma concepção do que seja ser crítico, ou se domina
esse conceito não liga a criticidade ao desenvolvimento de ações e atividades na
aula de Educação Física.
Após o desenvolvimento das aulas onde houve reflexão a partir de textos e
filmes, foi aplicado no dia 11 de maio um segundo questionário que teve como
objetivo avaliar o desenvolvimento da implementação pedagógica realizada a
respeito da formação crítica dos alunos.
A primeira questão solicitou aos alunos que indicassem se após o
desenvolvimento do projeto de implementação passaram a entender o que se refere
a uma consciência crítica frente ao ensino de Educação Física. Os alunos
responderam que perceberam que a aula de Educação Física não se resume a sair
da sala de aula para uma atividade diferente, atualmente eles veem o conhecimento
desenvolvido na disciplina de uma maneira diferente, com mais responsabilidade,
também as discussões sobre as regras dos jogos passaram a serem mais críticas e
a promoverem mais conhecimento relativo à Educação Física.
Os alunos também foram questionados se após o desenvolvimento do projeto
passaram a compreender a importância da Educação Física para a vida. Como
resultado desta pergunta 95% dos alunos responderam que sim, pois passaram a
entender a Educação Física mais do que somente prática, desenvolvendo a
concepção de que educar-se para o desenvolvimento físico contribui para a melhoria
da qualidade de vida de todas as pessoas, traz mais saúde e melhora as relações
sociais.
Enfim, foi solicitado aos alunos que descrevessem como o desenvolvimento
deste projeto de intervenção contribuiu para mudar a sua visão da Educação Física.
Os alunos declararam que a reflexão crítica melhorou o ensino, que antes não
entendia muito bem para que servia a Educação Física e achavam que era só um
jeito de brincar, mas após os debates e reflexões perceberam a importância de se
desenvolver fisicamente, tanto para viver melhor a sua própria identidade quanto
para viver em sociedade.
Os professores de Educação Física participaram de debates em grupos de
trabalho em rede, realizando uma formação especial. O GTR oportuniza aos
educadores debaterem assuntos previamente estabelecidos e no caso da educação
crítico-reflexiva permeia o debate sobre assuntos que nem sempre é possível
desenvolver na escola.
Os professores que participaram do GTR gostaram do projeto e várias
perguntas foram debatidas, alguns reclamaram que sentem dificuldade em encontrar
espaço de debate dentro da escola em que atuam e também possuem pouca
habilidade com os grupos em rede dificultando esta ação, mas que as poucas
participações permitiram aprender sobre assuntos muito interessantes e criativos
como é o caso da educação crítico-reflexiva.
O desenvolvimento do projeto de intervenção junto aos professores também
foi avaliado pelos educadores que participaram, foi aplicado um questionário aos
professores de Educação Física para conhecer a percepção que os mesmos têm da
reflexão crítica na disciplina de Educação Física.
Na primeira questão perguntou-se aos professores se eles consideram o
Projeto Político Pedagógico (PPP) do estabelecimento para realizar o planejamento
das aulas de Educação Física. A relação dos professores com o PPP da escola é
apresentada no gráfico 3 a seguir.
Gráfico 3: relação entre o planejamento e o PPP da escola.
O PPP é o documento que permite ao professor conhecer as necessidades
educacionais dos alunos, promover a educação de forma multidisciplinar, atendendo
às necessidades de formação social e de cidadania plena.
Desta forma, a relação entre o planejamento de ensino do professor e o PPP
da escola necessita representar as necessidades de formação adequadas à
legislação educacional e às determinações da Constituição Federal, que preveem a
formação cidadã como uma das urgências na formação humana atual.
Foi questionado também aos professores se as diretrizes curriculares são
utilizadas para a realização do planejamento de ensino, a este respeito 66% dos
professores afirmam que sim, 11% não usam as diretrizes para planejar suas aulas
e 23% utilizam este recurso esporadicamente considerando parte de suas diretrizes.
A terceira questão questionou os educadores se eles desenvolvem o seu
trabalho realizando aulas práticas ou aulas teóricas ou, ainda, se eles realizam os
dois tipos de metodologia. As informações dos professores foram unânimes
declarando que utilizam a teoria aliada à prática
Foi perguntado aos professores se as atividades desenvolvidas nas aulas de
Educação Física estimulam a reflexão sobre a importância da prática, obtendo de
todos, uma resposta afirmativa, justificando que o aluno crítico é aquele que
compreende melhor a sua relação com o conhecimento e com os outros alunos, o
aluno crítico é construtivo, curioso, pesquisador, e participativo. Assim, ao
desenvolver uma metodologia que conduza à reflexão o professor estará
promovendo uma formação voltada para a criticidade, o que vai beneficiar o aluno
no estabelecimento de relações sociais e na melhoria da sua autoestima.
Para se estimular a criticidade nas aulas de Educação Física, os professores
consideram que as aulas práticas são mais difíceis de desenvolver esse tipo de
reflexão, pois os alunos demonstram dificuldade em se concentrar o que dificulta a
reflexão. Geralmente as aulas práticas de Educação Física são realizadas fora da
sala de aula o que torna os alunos mais dispersos dificultando a concentração.
É necessário perceber que não se formam alunos críticos e reflexivos sem
permitir a realização de uma prática pedagógica voltada para a construção de
conhecimentos críticos. Assim, foi solicitado aos educadores que realizassem uma
autoavaliação de sua prática pedagógica o que resultou numa constatação crítica de
que há muito a ser estudado para se realizar uma formação crítica de maneira
efetiva, pois os educadores ainda não se sentem à vontade para promover a
reflexão crítica dos alunos.
Alguns professores afirmaram que os debates e estudos realizados em grupo
durante a implementação didática do projeto PDE abriu novas perspectivas de se
realizar estudos para permitir uma formação crítica não apenas dos alunos, mas de
toda a sociedade, pois a reflexão e a crítica imprime melhoria nas oportunidades de
escolha, nas relações de trabalho e negociações. Desta forma, os professores que
participaram da pesquisa perceberam que a sociedade contemporânea necessita de
oportunidade de se expressar e de sujeito atuantes que atuem socialmente com
ética e respeito pelos valores sociais e morais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste projeto teve como objetivo realizar uma proposta que
permitisse empreender práticas pedagógicas voltadas para a formação de uma visão
crítica e reflexiva em relação à disciplina de Educação Física, tendo em vista que se
trata de uma disciplina que carrega o estigma de ser vista e trabalhada como
movimento corporal em detrimento à formação integral de cada indivíduo.
No entanto, torna-se necessário desenvolver ações didáticas que contribuam
para o desenvolvimento da reflexão e de uma visão crítica sobre as relações sociais,
a humanidade e a própria Educação Física, que historicamente apresenta uma
oposição ao conhecimento desenvolvido de maneira tecnicista, esportivista e
biologista, como aconteceu até o final do século XX. É necessário considerar que a
Educação Física vai além de formar apenas o corpo, ela se apresenta como uma
ciência que trabalha a formação integral do ser humano.
As atividades desenvolvidas neste projeto tiveram como característica
promover a reflexão e a criticidade entre os alunos de 7ª e 8ª séries do Ensino
Fundamental. Tanto as aulas teóricas quanto as aulas práticas foram planejadas
para a promoção de uma educação cidadã voltada para a reflexão e a críticidade,
tanto entre os alunos quanto entre os professores as práticas foram aprovadas e a
participação intensa permitiu maior reciprocidade no ensino da disciplina de
Educação Física.
As ações desenvolvidas na implementação contribuíram para movimentar o
espaço escolar, os alunos passaram a participar mais das atividades da escola e a
dar opinião em assuntos que são pertinentes à sua formação.
Os professores perceberam que o espaço escolar é produtivo para a
realização de ações que desenvolvam a criticidade e se envolveram em diferentes
ações e debates formando uma concepção diferente de educação escolar,
apresentando uma educação comprometida com a realidade.
REFERÊNCIAS
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