vínculos afetivos e solidariedade

Post on 06-Jun-2015

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Health & Medicine

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Apresentação que trata sobre vínculos afetivos e solidariedade.

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As relações sócio-afetivas: a importância da afetividade na construção dos laços de

solidariedade e convivência

Natasha Tatiana Costa

No decurso de sua existência o homem procura formas de se

manter inserido no ambiente em que vive para poder cumprir sua

tarefa: de ser humano.

Esta evolução se dá de maneira ininterrupta, através dos relacionamentos:

Consigo mesmo;Com outros seres;Com a natureza.

Uma Inteligência Afetiva pressupõe:

Autoconhecimento

Aceitação do Outro

Autoconhecimento

Desenvolvimento da Consciência

Reconhecer necessidades,

desejos, emoções e ações;

Autoconhecimento

Assumir responsabilidades;

Acompanhar os sistemáticos

processos de mudança da vida.

Aceitação do Outro

Reconhecer semelhanças e

diferenças

Aceitar seu modo de ser

Compreender seu comportamento

Dar e receber afeto

Identificar quando cuidar

Criar vínculos de confiança

Aceitação do Outro

Jean-Yves Leloup propõe que nossa

atenção para com o outro contemple um “olhar do coração” que o revivifique e

o ajude a sair engrandecido desse

encontro.

Relações Afetivas

Relações Afetivas

Através do “olhar que revivifica”

incorporamos ao nosso modo de ser diferentes maneiras de

pensar, de sentir e de agir .

Relações Afetivas

Através de seus relacionamentos o homem se revitaliza, cresce,

aprende, troca, ama e se reconhece como ser humano.

Na interdependência:

Construímos maneiras de ser e de estar no mundo

Criamos normas de convivência

R E L A C I O N A M E N T O S

R E L A C I O N A M E N T O S

Na interdependência:

Fazemos história

Criamos a cultura e a arte

Evoluímos teórica, técnica e

espiritualmente

“A vida consiste de relacionamentos que só têm verdadeiro significado se contemplam um processo de auto-revelação. Dessa forma, é importante reconhecer a si próprio no relacionamento com o outro. Depois disso o relacionamento se torna um movimento no qual você se descobre gradativamente e, essa descoberta representa o passo inicial de sua transformação”.

(Krishnamurti)

“Se olharmos para nossos relacionamentos atuais, veremos que eles se constituem num processo de formação de resistências de uns contra os outros, num muro por cima do qual olhamos o outro, mas nos conservamos atrás dele, quer seja um muro psicológico, material, econômico ou nacional.”

O que nos separa dos outros é o anteparo

de proteção que criamos ao nosso

redor, para evitar o sofrimento, o que nos conduz a um

isolacionismo cujo resultado

experimentamos todos os dias em nossa sociedade.

A comunicação conturbada que utilizamos no

cotidiano decorre do isolacionismo

instituído que funciona como um desagregador dos relacionamentos interpessoais.

C O M U N I C A Ç Ã O

C O M U N I C A Ç Ã O A F E T I V A

Comunicar deveria servir para

compartilhar o mundo interior, mas tem

servido para ocultar o que queremos dizer.

Ao longo da vida aprendemos pouco

sobre como comunicar ao outro o

que está acontecendo conosco; pelo

contrário, somos estimulados a tentar

esconder nossos sentimentos em

relação a quase tudo o que nos acontece.

C O M U N I C A Ç Ã O A F E T I V A

Nos tornamos dissimulados. Falamos mas não comunicamos o que estamos sentindo, pois

não corresponde à nossa verdade interna.

C O M U N I C A Ç Ã O A F E T I V A

Vivemos num círculo vicioso de comunicações subliminares que

nos expõem a situações desfavoráveis para a criação de

vínculos que promovam o comprometimento mútuo.

C O M U N I C A Ç Ã O A F E T I V A

CONVIVÊNCIA

É um acontecimento básico e social, repousa em múltiplos conhecimentos que devemos

adquirir à medida que nos desenvolvemos como seres

humanos, pois em diferentes tempos e culturas o homem

sempre se organizou para viver junto.

CONVIVÊNCIA

Envolve dois ou mais indivíduos que desejam (ou precisam) viver em comum, com familiaridade,

construindo intimidade.

CONVIVÊNCIA

Sintomas de uma crise civilizacional

Há um descuido e um descaso manifesto pelo destino dos pobres e marginalizados da humanidade, flagelados pela fome crônica, mal sobrevivendo da tribulação de doenças,outrora erradicadas e atualmente retornando com redobrada virulência

Há um descuido e um descaso imenso pela sorte dos desempregados e aposentados, sobretudo dos milhões de excluídos do processo de produção, tidos como descartáveis e zeros econômicos. Esses nem sequer ingressam no exército de reserva do capital. Perderam o privilégio de serem explorados a preço de um salário mínimo e de alguma seguridade social.

Há um descuido e um abandono crescente da sociabilidade nas cidades. A maioria dos habitantes sentem-se desenraizados culturalmente e alienados socialmente. Predomina a sociedade do espetáculo, do simulacro e do entretenimento.

Há o descuido e descaso pela dimensão espiritual do ser humano, pelo espírito de gentileza que cultiva a lógica do coração e do enternecimento por tudo o que existe e vive.

Há um descuido e um descaso na salvaguarda de nossa casa comum, o planeta Terra. Solos são envenenados, ares são contaminados, águas são poluídas, florestas são dizimadas, espécies de seres vivos são exterminadas, pondo em risco a continuidade do experimento da espécie homo sapiens e demens.

Saber

Cuidar

A ternura vital é sinônimo de cuidado essencial. A ternura é o

afeto que devotamos às pessoas e o cuidado que aplicamos às

situações existenciais.

É um conhecimento que vai além da razão,

pois mostra-se como inteligência

que intui, vê fundo e estabelece comunhão.

A ternura é o cuidado sem obsessão: inclui também o trabalho, não como mera produção utilitária, mas como obra que expressa a criatividade e a auto-realização da pessoa.

É um afeto que, à sua maneira, também conhece.

Ela não é efeminação e renúncia de rigor no

conhecimento.

Na verdade só conhecemos bem quando nutrimos afeto e nos

sentimos envolvidos com aquilo que queremos conhecer.

A carícia constitui uma das expressões máximas do cuidado. A carícia é essencial quando se transforma numa atitude, num modo de ser que qualifica a pessoa em sua totalidade, na psique, no pensamento, na vontade, na interioridade, nas relações que estabelece.

O órgão da carícia é, fundamentalmente, a mão: a mão que toca, a mão que afaga, a mão que estabelece relação, a mão que

acalenta, a mão que traz quietude.

Mas a mão não é simplesmente mão. É a pessoa humana que através da mão e na mão revela um modo-de-ser-carinhoso.

A carícia toca o profundo do ser humano, lá onde se situa seu centro pessoal. Para que a carícia seja verdadeiramente essencial precisamos afagar o eu profundo e não apenas o ego superficial da consciência.

Como a ternura, a carícia exige total altruísmo, respeito pelo outro e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e de amar.

O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado. Assim como a estrela precisa de aura para brilhar, assim o afeto precisa da carícia para sobreviver. É a qualidade da carícia que impede o afeto de ser mentiroso, falso ou dúbio.

Hoje, na crise do projeto humano, sentimos a falta clamorosa de cuidado em toda a parte. Suas ressonâncias negativas se mostram pela má qualidade de vida, pela penalização da maioria empobrecida da humanidade, pela degradação ecológica e pela exaltação exarcebada da violência

Não busquemos o caminho de cura fora do ser humano. O ethos está no próprio ser humano, entendido em sua plenitude que inclui o infinito. Ele precisa voltar-se sobre si mesmo e redescobrir sua essência que se encontra no cuidado.

O diálogo é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo, para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na

relação eu-tu. Esta é a razão por que não é possível o diálogo entre os que querem a pronúncia do mundo e os

que não a querem; entre os que negam aos demais o direito de dizer a palavra e os que se acham negados deste direito. É preciso primeiro que, os que assim encontram negados no direito primordial de dizer a

palavra, reconquistem esse direito, proibindo que este assalto desumanizante continue. Se é dizendo a palavra

com que, “pronunciando” o mundo, os homens o transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual

os homens ganham significação enquanto homens. Por isto, o diálogo é uma exigência existencial.

Paulo Freire

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