versos do nascer ao pôr-do-sol
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Versos do Nascer ao Pôr-do-sol
Emerson Ehing, Apologia do Caos.
Vislumbro matizes opacosno momento que precedeo nascer, louco nascer do solPinheirais quase guisame ainda está frio e geadoUma sombra de mim
dança alienada e hipnóticaEla veio do Oriente quandolá era noite e fazia-se oculta
RANNOOBE-RUNABORONOEEra o nome do xamã que trazia
o Sol, precedendo o nascerdo dia. JARANURON -ele dizia
NABOORE NABOORE -ele silenciava Vindo do Oeste, o fulgor
delirificante do astro projetavaa nitidez ulterior das folhase das pedras. Raio-Solflordeslizava macio em dunaem areia multiplicada
a minutos daqui Com o dedo indicador pego uma partícula ela flutua, em direção ao Sol. Abro os olhos e revejo os pinheirais Já é vindo
o dia lindo que exige a nossa história Que o governo não estrague tudo! Que o sistema não foda com tudo! Um cosmos âmbar disseca-se na pétala ramificada, plasmatizando dimensões indeferíveis RANNOOBE-RUNABORONOE
cavalgou serpentes sobre os espelhos do céu traçando nosso Destino O Destino do meu & do seu Coração De alma para alma: Viajaremos juntos
De encontro Ao último horizonte
Atravessando campos de centeio Avistaremos nosso lar E estaremos prontos
Não desataremos nossas mãos Com a passagem da tempestade
Vamos! Meu amor selvagem.
Não satisfeitocrystalizei num prisma
violáceooutra mensagemde alma para alma:
É maravilhoso poder te ver sorrir Olhando para meus olhos Congele esta imagem Como profunda semente da nossa luta
É a Liberdade estarmos juntos sentindo-nos e nada mais É a Liberdade e a felicidadeDe cultivarmos o sonho realizado Coroando a Rainha & se Rei.
Extasiado, não vi o tempo passarAbordei uma nuvem passageira:
- por que bloqueias a luz que está a me iluminar? Não sabes que este astro magnífico é calor a meu favor?
Ela retrocedeu e inclinou-se à minha fronte, ainda lhe disse: - sabes que tu és sombra
para minha sombra.Ela olhou para mim no
instante em que a fitei - "Deixe chover-me pela extensão de seu corpo, poeta maldito, deixa-me tira-lo de sua febre
suas frondosas lembranças do Amanhecer tornar-se-ão tempestade com a chegada da tarde". JARANURON - Eu disse
NABOORE NABOORE - Eu silenciei
Então a nuvem foi embora chocada com a luz que transpassou suas moléculas vaporosas. Um lagarto desceu rapidamente
do alto das pedras translúcidas e subiu sorrateiramente no meu colo, que o abraçou JARANURON - Eu disse
NABOORE NABOORE - Eu silencieiRANOOBE-RUNABORONOE solfejou
o retinir estridente da Espada e com ela tocou o tambor O lagarto foi até ele,
olhando para mim, que tocava o tambor
Da tangente crepuscular surgiu longe, distante, o som de uma
guitarra distorcida. Vertiampalavras que traduziam a alma
Lágrimas literatizadas não confundeme não sorriem, simplesmente gotalizam
reminiscências e algo mais, angústiaminha e dos demais, do súbito, do viver
Inexplicáveis e contendíveis foram as vidas e visões vividas naquele segundo a seguir, totalizava ele uma Eternidade Mas eles não percebiam o segundo
JARANURON - Disse a EternidadeNABOORE NABOORE - Silenciou a Escuridão
E silenciosa ela devorou os segundos
para que os homens vissem negra a Eternidade
Negas agora tua culpa! Revidou o infinito em seu grito ressonante
de dortalhando em trêmulos
compassos angustiadoso rastro de que
a felicidade ainda está por aqui Viro-me
para o outro lado observando a distância
do Sol absorvendo a tarde
seguindo a leste onde irá se pôr
O Crepúsculo Retrógradoestá todo além
desta bobagemJARANURON - Disse a EternidadeOBERON - Reverberou teu espírito
quando cuspi na face dos limites estreitos que te fazem assim
RUNABOORE NOBORONOE cessou o cavalgar do tambor, ergueu braços,
mãos e folhas e ervas em direção ao céu e elevou seu espírito ao Sol, que compartilhava, quase impondo, a luz Do alto, ele transformou-se em águia
e segui em direção a Liberdade livre de tudo que o prenda, sendo feliz
e acreditei que para ser feliz eu deveria ser livre, livre! Sim, Livre dos pesos que me faziam-me arrastar-me e vomitar-me
livre das paredes brancas e vazias que me cercavam. Fui o ponto negro que surgiu e escorreu pela parede que agora, inexistia como a Escuridão
Tudo é tão claro e cristalino Vejo você
através de mim e o odeio Quebro aquele babaquara que está lá no espelho e me liberto de mim mesmo Vi que a liberdade era como um vazio que tudo preenchia, gritava mas ninguém ouvia, tocava mas ninguém sentia E quando ela não estava mais lá todos a queriam Então quando o Sol se pôs o Crepúsculo arrojou-se à um novo horizonte ouvi a Voz de Deus
JARANURON - Ele disseNABOORE NABOORE - Ele silenciou.
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