valdir da silva torres qualificado nos autos da … · qualificado nos autos da reclamação...
Post on 10-Feb-2019
225 Views
Preview:
TRANSCRIPT
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 3ª VARA DO
TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP.
Processo nº 0000697-91.2012.5.02.0463
VALDIR DA SILVA TORRES,
qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista
proposta em face de VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA
DE VEÍCULOS AUTOMOTORES LTDA, vem perante V.Exa.,
por seu advogado, apresentar suas CONTRARRAZÕES DE
RECURSO ORDINÁRIO, nos termos do artigo 900 da
CLT, requerendo o seu processamento e o envio das
suas contrarrazões ao Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região.
SUSPENSÃO DOS PRAZOS PROCESSUAIS
Inicialmente informa o
reclamante que os prazos processuais ficaram
suspensos nos dias 04 e 05 de junho (5ª e 6ª
feira) em virtude do Feriado de Corpus Christi
(Portaria GP nº 99/2014).
JUN 4 5* Corpus Christi * Suspensão de expediente
Lei nº 9.093/95 c/c Lei Municipal 14.485/07
Nestes Termos
Pede Deferimento
São Bernardo do Campo, 08 de junho de 2015.
MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR
OAB/SP 148.128
EDSON MORENO LUCILLO
OAB/SP 77.761
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
RECORRENTE: Volkswagen do Brasil Indústria de
Veículos Automotores Ltda
RECORRIDO: Valdir da Silva Torres
ORIGEM: autos nº 0000697-91.2012.5.02.0463 da
3ª Vara do Trabalho de São Bernardo
do Campo – SP.
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância na parte que:
- condenou a reclamada no pagamento de 1 hora
extra por dia pela redução do intervalo para
refeição e descanso;
- condenou a reclamada no pagamento de horas
extras pelo trajeto da portaria até o setor de
trabalho;
- condenou a reclamada no pagamento de indenização
por danos materiais e morais pela moléstia
profissional adquirida pelo reclamante;
- revogou a advertência aplicada indevidamente
- condenou a reclamada no ressarcimento das
despesas de advogado.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
1. DA PRELIMINAR DE NULIDADE
Não prospera a preliminar de
nulidade arguida pela reclamada, vez que sequer
constou em ata de audiência qual prova que a
reclamada pretendia produzir (fls. 310).
A MM. Vara foi clara ao
fundamentar que as matérias com objetos de prova
técnica já foram produzidos.
Registre-se que a reclamada
não ratificou seus protestos em razões finais, o
que acarreta a preclusão da arguição de nulidade.
2. DO MÉRITO
DO TRAJETO DA PORTARIA ATÉ O SETOR DE TRABALHO
TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR – HORAS EXTRAS
APLICAÇÃO DO ARTIGO 4º DA CLT
APLICAÇÃO DA SÚMULA 429 DO TST
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que condenou a reclamada
no pagamento de 20 minutos extras por dia e seus
reflexos.
O ônibus fretado deixa o
reclamante na portaria da reclamada às 13:00
horas, sendo que o reclamante chega na ala XIII às
13:10 veste o uniforme anotando o ponto em média
às 13:15 horas.
A prova oral produzida em
audiência confirmou que o trajeto da portaria até
o setor de trabalho era de 10 minutos.
Depoimento da testemunha (Sr.
Itanaja de Assis Rego – fls. 310):
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
“trabalhou no mesmo setor do autor de 2010 até outubro de 2014;”
“que da portaria até o relógio de ponto, o trajeto durava 10 minutos;”
“que chegavam as 13 horas e batiam o ponto às 13h10;”
“que na saída marcavam o cartão e levavam 10 minutos até a portaria;”
“que a troca de uniforme era feita após a marcação do cartão de ponto na
entrada;”
“que trocavam a roupa e marcavam o cartão depois da troca na saída.”
Assim, temos que o reclamante
já está à disposição do empregador desde o momento
em que entra pela portaria da reclamada e no
retorno quando sai das dependências da empresa,
nos termos do artigo 4º da CLT e da Súmula 429 do
TST.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
“Art. 4º. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. PARÁGRAFO ÚNICO. Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.”
SÚMULA DO TST
“Nº 429 TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.”
Registre-se, que a Súmula nº
449 do TST determina expressamente a
impossibilidade de flexibilização nos minutos que
antecedem a sucedem a jornada de trabalho, senão
vejamos:
SÚMULA DO TST
“Nº 449 MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. LEI N. 10.243, DE 19.6.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE A partir da vigência da Lei n. 10.243, de 19.6.2001, que acrescentou o §1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.”
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
Desta forma, faz jus o obreiro
ao pagamento de 20 minutos extras por dia
trabalhado (10 minutos na entrada e 10 minutos na
saída), bem como seus reflexos para todos os
efeitos legais.
DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO
NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR
APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT
APLICAÇÃO DA SÚMULA 437, I, II E III, DO TST
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que condenou a reclamada
no pagamento de 1 hora extra por dia e seus
reflexos.
O Reclamante desfrutava de
apenas 30 minutos de intervalo para refeição e
descanso, pois tinha que comer e já voltar a
laborar, o que é vedado pelo “caput” do artigo 71
da CLT:
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
“Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatório a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. ...”
Registre-se que o intervalo
para refeição e descanso constitui medida de
higiene, saúde e segurança do trabalho, protegido
pela Constituição da República (art. 7º, XXII).
O artigo 71, parágrafo 3º, da
CLT diz que somente por ato do Ministro do Trabalho
é que poderá ser autorizada a redução do intervalo
para refeição e descanso e mesmo assim quando os
empregados não estiverem em regime de horas extras.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
O intervalo intrajornada para
refeição e descanso destina-se à recomposição
física do trabalhador, por intermédio da
alimentação, dentro da jornada de trabalho. Assim,
como este intervalo é um descanso que retrata uma
questão de saúde do trabalhador deve ser usufruído
na sua integralidade/totalidade.
A prova oral produzida em
audiência confirmou que o intervalo para refeição
e descanso era de apenas 30 minutos.
Depoimento da testemunha (Sr.
Itanaja de Assis Rego – fls. 310):
“trabalhou no mesmo setor do autor de 2010 até outubro de 2014;”
“que trabalhava no mesmo turno do reclamante;”
“que fazia o intervalo para refeição junto com o reclamante e usufruíam 30
minutos de horário de intervalo;”
A alegação da reclamada em seu
recurso de que a testemunha somente trabalhou com
o reclamante a partir de 2010 trata-se de mero
expediente de defesa para tentar esquivar-se do
pagamento de suas obrigações trabalhistas.
Vejamos a determinação da
Orientação Jurisprudencial nº 233 da SDI-1 do TST:
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL DA SDI-1 DO TST
“Nº 233 HORAS EXTRAS. COMPROVAÇÃO DE PARTE DO PERÍODO ALEGADO A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou aquele período.”
Desta forma, nos termos do
artigo 71, parágrafo 4º do mesmo artigo
consolidado e da Súmula 437, I e III, do TST, faz
jus o obreiro ao pagamento de 1 hora extra por dia
trabalhado e seus reflexos para todos os efeitos
legais.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
SÚMULA DO TST
“Nº 437 INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT I - Após a edição da Lei n. 8.923/1994, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. ... III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, §4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. ...”
DA REVOGAÇÃO DA ADVERTÊNCIA
APLICAÇÃO DO DECRETO-LEI Nº 229/67
APLICAÇÃO DO ARTIGO 473, IV, DA CLT
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que declarou nula a
advertência.
O reclamante no dia 10 de
março de 2012 compareceu na COLSAN – ASSOCIAÇÃO
BENEFICENTE DE COLETA DE SANGUE para doação de
sangue colaborando para o bem comum da sociedade.
O obreiro apresentou o
atestado na reclamada, porém a mesma não aceitou
referido atestado e aplicou de forma indevida uma
advertência formal no reclamante, o que poderá
prejudicá-lo para efeito de gradação de punições e
uma possível demissão por justa causa (docs. 191).
Desta forma, correta a
sentença de 1º grau que declarou a nula a
advertência formal aplicada pela reclamada, nos
termos do Decreto-lei 229/67 e do artigo 473, IV,
da CLT.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
APLICAÇÃO DO ARTIGO 7°, INCISO XXIX, DA CF
APLICAÇÃO DA SÚMULA 308 DO TST
A alegação da reclamada de que
deve ser reconhecida a prescrição quinquenal
trata-se de mero expediente de defesa para tentar
esquivar-se do pagamento de suas obrigações
trabalhistas.
No entendimento do reclamante a
ciência inequívoca de seu dano em decorrência da
incapacidade laboral em virtude das moléstias
profissionais é a partir do trânsito em julgado da
ação acidentária proposta em face do INSS. O
trânsito em julgado ocorreu em 09/12/2010 (fls.
292 do volume de documentos).
Mesmo que se admita que a ciência
inequívoca de seu dano em decorrência da
incapacidade laboral em virtude das moléstias
profissionais é a partir do laudo pericial da ação
acidentária proposta em face do INSS. O laudo
pericial foi depositado nos autos pelo Sr. Perito
em 20/09/2007 (fls. 241 do volume de documentos).
AÇÃO ACIDENTÁRIA LAUDO PERICIAL TRÂNSITO EM JULGADO
Valdir x INSS 20/09/2007 09/12/2010
AÇÃO TRABALHISTA DISTRIBUIÇÃO DA AÇÃO
Valdir x VOLKS 11/04/2012
Desta forma, temos que a ciência
da incapacidade laborativa foi dentro do prazo dos
últimos 5 anos da distribuição da ação.
Desta forma, não há que se falar
em prescrição bienal nem quinquenal.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL – ACIDENTE DO TRABALHO
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 19, 20 E 21 DA LEI 8.213/91
O obreiro em todas as funções
anteriormente exercidas efetuava movimentos de
cunho repetitivo e circular e devido à
agressividade das condições de trabalho adquiriu
moléstia profissional em seus ombros, o que não
lhe permite desenvolver suas antigas funções com a
mesma perfeição técnica e o mesmo desempenho.
Esclarece o reclamante que
ajuizou ação acidentária na Justiça Estadual Comum
em face do Instituto Nacional do Seguro Social
(Previdência Social) para postular o benefício do
auxílio-acidente, processo nº 236/07 que tramita
perante a 4ª Vara Cível da Comarca de São Bernardo
do Campo (fls. 235/292 do volume de documentos).
Na ação acidentária foi
realizada a perícia média, sendo que no laudo
pericial apresentado em 21/09/2007 o Sr. Perito
concluiu que o obreiro é portador de bursite
subacromial-subdeltóidea dos ombros bilaterais
acompanhada de tendinopatia do supra-espinhoso à
direita. As lesões do ombro direito determinam uma
incapacidade parcial e permanente que impede a
realização de trabalho vicioso (fls. 241/255 do
volume de documentos).
A sentença foi julgada
procedente, pois foi reconhecido o nexo entre as
atividades desenvolvidas com as moléstias
adquiridas. A sentença foi confirmada pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo ocorrendo o
trânsito em julgado da ação em 09/12/2010 (fls.
272/292 do volume de documentos).
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL – ACIDENTE DO TRABALHO
LAUDO PERICIAL
NEXO DE CAUSALIDADE E INCAPACIDADE LABORATIVA
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que reconheceu a doença
profissional.
Quando de sua admissão, o
autor submeteu-se a todos os exames médicos pré-
admissionais, sendo considerado apto e em
perfeitas condições físicas para as funções e
desempenhar.
O obreiro em todas as funções
anteriormente exercidas efetuava movimentos de
cunho repetitivo e circular e devido à
agressividade das condições de trabalho adquiriu
moléstia profissional em seus ombros (tendinopatia
e bursite), o que não lhe permite desenvolver suas
antigas funções com a mesma perfeição técnica e o
mesmo desempenho.
A reclamada nega que tenha
nexo de causalidade entre a doença que acomete o
autor e as atividades por si desencadeadas.
Foi determinada a realização
da perícia médica e o Sr. Perito concluiu que há
nexo entre a doença e as atividades desempenhadas,
pois o autor trabalhava em movimentos repetitivos.
O Expert às fls.08 do laudo
afirmou que o autor possui “moderadas restrições e
limitações funcionais para os movimentos de elevação, abdução e rotação interna dos membros superiores”
Pelo fato de alguns setores
estarem desativados, o Expert com base no laudo do
processo cível que julgou o pedido de auxílio-
acidente (B94) procedente, o qual o autor recebe
desde 2011, conclui que:
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
“[...] Conforme o laudo de vistoria realizado pelo Perito na ação contra o INSS, o trabalho realizado pelo Reclamante era moderado, com o predomínio da repetitividade sobre a força. Havia movimentos múltiplos de pinça e preensão além de elevação e movimentação conjugada de várias articulações. ... Os exames de ressonância magnética realizados demonstram tendinopatia do supraespinhoso bilateral e bursite, acompanhado de alterações degenerativas do acrômio claviculares. O exame médico pericial demonstra que o Reclamante apresenta moderadas restrições e limitações funcionais para os ombros direito e esquerdo. ...”
No tocante as moléstias, o
perito afirmou que o autor é portador de tendinopatia
do supraespinhoso bilateral e bursite nos ombros, concluindo
pela existência no nexo infortunístico, bem como
pela incapacidade permanente do autor, ficando
clara a culpa da empresa e o seu dever de
indenizar.
Não obstante ao fato de o
autor entender que a responsabilidade civil no
presente caso é objetiva, em razão da atividade da
empresa ter um grau de risco elevado, restou
provado pela perícia a culpa da reclamada que
manteve o autor em atividades que despendiam de
esforços físicos demasiados, repetitivos e
viciosos.
Quanto a incapacidade,
constata-se que o autor possui INCAPACIDADE
FUNCIONAL TOTAL, ou seja, não tem condições de
exercer as mesmas atividades que exercia junto à
reclamada, de acordo com perito na resposta ao
quesito “f” deste MM.Juízo (fls.25 do laudo).
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
Verifica-se que o estágio da
doença é crônico (fls.29 do laudo – quesito 11-b).
A moléstia é irreversível
(fls.26 do laudo – quesito 2).
DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL – ACIDENTE DO TRABALHO
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 186 E 927 DO CÓDIGO CIVIL
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 949 E 950 DO CÓDIGO CIVIL
APLICAÇÃO DO ARTIGO 5º, V E X, DA CF
Concorda o reclamante com a
sentença de 1ª Instância que condenou a reclamada
no pagamento de indenização por danos morais e
materiais.
Esclarece o obreiro que está
interpondo recurso ordinário para questionar a
perda funcional para a fixação da indenização da
pensão mensal vitalícia, bem como para questionar
o valor da indenização por danos morais.
Diante dos fatos acima
narrados, entende o reclamante que a reclamada
deve ser responsabilizada pelos danos causados ao
obreiro, “a priori” pela incapacidade laboral
decorrente do acidente de trabalho / doença
profissional e “a posteriori” a empresa no mínimo
agiu com imprudência e negligência estando ciente,
dos males que a agressividade do local de trabalho
estava causando ao obreiro.
A mais importante base legal
que estabelece a obrigação patronal sobre
prevenção dos acidentes de trabalho está no artigo
7º, inciso XXII, da Constituição Federal:
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; ...”
Como bem fundamentado na
sentença o ato ilícito está presente no fato de a
empresa oferecer ao autor um trabalho repetitivo e
sem adotar medidas que ajudariam a prevenir o
surgimento de doenças.
O dano resta configurado pela
doença adquirida pelo autor e sua incapacidade
parcial e permanente para o trabalho.
Presente também o nexo e a
culpa do réu por colocar o trabalhador para
trabalhar em condições que lhe prejudica, ao ser
negligente quanto à diminuição dos riscos à saúde
e segurança do trabalhador, conforme prevê o art.
7º, XXII, da CF/88.
Registre-se que a moléstia
adquirida está em estágio grave (crônica) e que o
grau de culpa da reclamada é severa, pois ofereceu
meio ambiente de trabalho degradante ao autor por
mais de 13 anos. Esclarece o obreiro que a
reclamada é uma empresa de grande capacidade
econômica.
Logo, presentes todos os
requisitos que dão ensejo ao reconhecimento da
responsabilidade civil.
Desta forma, correta a
sentença de 1ª Instância ao condenar a reclamada
ao pagamento de:
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
Pensão mensal vitalícia;
Indenização por Danos morais
Convênio médico vitalício
DO RESSARCIMENTO DAS DESPESAS PROCESSUAIS
APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT
APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL
Nos termos do artigo 8º da CLT
e dos artigos 389 e 404 do Código Civil, a
Reclamada deverá ressarcir a Reclamante com juros
e correção monetária e ressarcir inclusive as
despesas de honorários de advogado, no importe de
20% do valor da condenação.
Os honorários previstos nos
artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão
relacionados com os contratados entre o cliente e
o seu advogado, não se trata de sucumbência, mas
de ressarcimento integral do dano.
Em outras palavras, esse
ressarcimento legal direcionado ao lesionado não
se interage com a verba honorária imposta pela
sucumbência, havendo, assim, uma plena autonomia
dos honorários sucumbenciais em relação aos
contratuais.
A verba honorária imposta
pelo Novo Código Civil é uma indenização de
Direito Material, não guardando nenhuma relação
com o Direito Processual, sendo que o seu titular
é o lesionado e não o seu advogado.
Diante da violação de seus
direitos, não só em eventuais situações
extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve
ser indenizado pelas despesas havidas com o seu
advogado, sob pena de violação da própria razão de
ser do Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem
protetora.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
A restituição do seu crédito
há de ser integral, como bem assevera o disposto
no artigo 389 do Novo Código Civil, ou seja, as
perdas e danos, nas obrigações de pagamento em
dinheiro, serão pagas com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, abrangendo juros, custas e
honorários de advogado, sem prejuízo da pena
convencional.
A decisão judicial deverá
fixar, a título de indenização, os valores
efetivamente contratados entre o trabalhador e o
seu advogado, quando de fato houver o
reconhecimento da procedência parcial ou total da
postulação deduzida em juízo.
Claro está que essa
indenização será um crédito do empregado, na
qualidade de parte da relação jurídica processual,
já que se trata de um ressarcimento das despesas
havidas por ele em face da atuação profissional de
seu advogado.
CÓDIGO CIVIL
“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” “Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. ...”
Diante do exposto, requer o
Reclamante-recorrido seja negado provimento ao
recurso ordinário da reclamada para manter a
sentença de 1ª Instância para julgar a reclamação
trabalhista procedente.
São Bernardo do Campo – Rua Newton Monteiro de Andrade, 29, Centro, CEP: 09725-370 - Tel 4123 8325
Nestes Termos
Pede Deferimento
São Bernardo do Campo, 08 de junho de 2015.
MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR
OAB/SP 148.128
EDSON MORENO LUCILLO
OAB/SP 77.761
CONTRARRAZOES RO VOLKS - VALDIR
top related