universidade candido mendes - avm.edu.br sandra de araujo pinheiro.pdf8 introduÇÃo devido às...
Post on 07-Dec-2018
214 Views
Preview:
TRANSCRIPT
COOPERATIVA DE TRABALHO
“UMA ALTERNATIVA CONTRA O DESEMPREGO”
Por
Jacqueline Sandra de Araújo Pinheiro
Orientadora: Profª. Denise Guimarães
RIO DE JANEIRO
2005
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
EM DIREITO DO TRABALHO
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
EM DIREITO DO TRABALHO
COOPERATIVA DE TRABALHO
“UMA ALTERNATIVA CONTRA O DESEMPREGO”
Apresentação de monografia ao Conjunto
Universitário Candido Mendes como condição
prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Direito do Trabalho.
Por: Jacqueline Sandra de Araújo Pinheiro
3
AGRADECIMENTO
A todos os autores, corpo docente do Projeto
"A Vez do Mestre", à minha orientadora,
Professora Denise Guimarães, por sua
dedicação na revisão desta monografia. A
todos os meus amigos de turma, que direta
ou indiretamente contribuíram para a
realização deste trabalho, e em especial às
minhas queridas amigas, Valéria Lima e
Georgina Pereira, por terem me
acompanhado nesta longa jornada.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha família, que
é a razão de minha vida.
5
RESUMO
O objetivo desta pesquisa é, em última análise, apresentar como as
cooperativas de trabalho têm amenizado o problema do desemprego brasileiro
através de seus pressupostos de desburocratização dos laços trabalhistas e de
redução de encargos.
O cooperativismo de trabalho é uma forma associativa de produção e
capital, que evolui como um arranjo trabalhista mais igualitário, que as empresas
tradicionais, pois não somente as decisões, quanto a produção, são compartilhadas,
bem como o capital.
Este projeto visa também apresentar as influências das cooperativas
de trabalho no quadro social e econômico do país em seus diversos segmentos.
6
METODOLOGIA
Para a realização da presente pesquisa optou-se por uma pesquisa bibliográfica
especializada em Cooperativas, História e Legislação, jornais, revistas e Internet, de
forma a mostrar opiniões diversas sobre o tema em questão, limitando a análise dos
dados consultados às Cooperativas de Trabalho.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................
08
CAPÍTULO I
ENTENDENDO O UNIVERSO COOPERATIVISTA....................................... 10
CAPÍTULO II
A COOPERATIVA DE TRABALHO E O DIREITO.......................................... 36
CAPÍTULO III
A TERCEIRIZAÇÃO E AS COOPERATIVAS DE TRABALHO.......................
40
CONCLUSÃO .................................................................................................
45
BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................
47
ÍNDICE ............................................................................................................
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO ...............................................................................
50
ANEXOS ......................................................................................................... 51
8
INTRODUÇÃO
Devido às mudanças provocadas pela globalização no meio empresarial
nas últimas décadas, as empresas na busca por competitividade otimizaram
processos e automatizaram rotinas. Para suportar tais quebras de paradigmas os
quadros funcionais foram reduzidos, funções foram terceirizadas e a mão-de-obra
remanescente foi aperfeiçoada.
Estes ajustes na forma de organização das empresas provocaram a
exclusão de muitos trabalhadores da economia formal.
Os avanços tecnológicos vêm proporcionando ganhos de produtividade e
automação de tarefas produzir mais com menos esforço, porém representa uma
ameaça a criação de novos postos de trabalho. Os resultados práticos dessas
transformações são a concentração de renda, o desemprego, trabalhadores
estressados e uma sociedade angustiada por falta de emprego.
A globalização proporciona uma resposta via cooperativa, isto é, possui
os elementos para gerar empregos, através das cooperativas de trabalho, que
organizadas socialmente buscam atingir seu principal objetivo, a valorização do
homem através do processo produtivo.
Como não se sabe aonde chegará o processo dinâmico da globalização,
sabe-se apenas algumas de suas conseqüências. É certo que grande parte das
pessoas ainda não foram beneficiadas pela liberalização dos mercados. Ao
contrário, cresce o desemprego estrutural determinado pela necessidade de reduzir
custos para competir, que leva grande parte da sociedade ao desemprego,
colocando até regime democrático em risco.
9
Segundo a OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, em junho de
1997, haviam 903 dessas associações que juntas congregam perto de 152 mil
cooperados, e 3.500 funcionários movimentando 1% do PIB nacional. Em tempo de
desemprego, as cooperativas são uma forma de tirar o trabalhador da informalidade.
O desemprego tornou-se um dos maiores problemas do mundo atual, e
em especial no Brasil, onde vem crescendo nos últimos anos. A criação de novas
cooperativas de trabalho, podem aumentar o mercado de trabalho e diminuir a taxa
de desemprego.
Com a mudança provocada pela globalização, as empresas em busca da
redução dos custos passaram a utilizar estruturas enxutas, com mão-de-obra
qualificada e terceirizada, levando à extinção de algumas funções, sem a
possibilidade de reciclagem, provocando desta forma a exclusão de muitas pessoas
da economia formal. É nesse aspecto que o cooperativismo, principalmente de
trabalho, surge como alternativa para amenizar a situação, propiciando à obtenção
de trabalho e renda, devolvendo as pessoas à sociedade.
10
CAPÍTULO I
Entendendo o Universo Cooperativista
“A natureza jurídica própria da sociedade
cooperativa consiste em ser ela uma ‘sociedade
auxiliar’, de caráter institucional, a qual, na sua
condição de ente personificado, existe tão só para
prestar serviços aos associados,
independentemente da idéia de, como pessoa
jurídica, obter vantagens para si, em detrimento do
cooperado, investido da dupla qualidade: de
associado e utente dos serviços cooperativos”.
(Reginaldo Ferreira Lima)
11
NOTAS INTRODUTÓRIAS
1.1. Evolução Histórica No início da Idade Moderna verificou-se uma grande transição de modelo
econômico do mundo. A vida econômica, que estava sob a égide do sistema
feudalista, se transforma e surge o sistema de produção capitalista.
A ocorrência desta grande transição ocorre pelo fato de que a classe
burguesa começa a acumular grande quantidade de capital, uma vez que era
detentora das atividades comerciais. Com o acúmulo do capital, houve grande
investimento nas indústrias por esta classe. Por outro lado, o sistema feudal acaba
por deixar os camponeses sem qualquer meio de produção, pois as terras
concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, não restando outra alternativa a
não ser aventurar-se como mão-de-obra para a classe burguesa industrial.
1.1.1. A Revolução Industrial Inglesa
A produção capitalista surge na segunda metade do século XVIII, com a
Revolução Industrial na Inglaterra. Várias são as conseqüências desta Revolução,
como o aumento do comércio, o desenvolvimento científico, porém merece
destaque, a questão social.
O aumento da competitividade acaba por levar ao desemprego vários
artesãos, tecelões e outros que não possuíam a menor possibilidade de fazer frente
ao poderio industrial burguês.
Desta feita, o capitalismo criou uma grande massa de potenciais
trabalhadores, ou seja, a mão-de-obra era superior à necessária as industrias. O
grande objetivo dos capitalistas era a obtenção do lucro, o que leva os burgueses a
tomarem medidas que tem como conseqüência as terríveis condições de trabalho
que se sujeitavam a classe trabalhadora.
12
O historiador Florival Cáceres abordou o tema da questão social da
Revolução Industrial, o que se faz importante transcrever este pequeno trecho:
“A situação dos trabalhadores revela-se difícil nos
primórdios da Revolução Industrial. A disciplina nas
fábricas e a jornada de trabalho eram rígidas – não raro
trabalhava-se até 18 horas por dia; as fábricas,
localizadas ao lado dos rios, eram insalubres; os salários
baixos tornavam a alimentação deficiente; a
promiscuidade e as péssimas condições de vida dos
bairros operários produziam doenças e epidemias
devastadoras nos trabalhadores. Para piorar, os
capitalistas utilizavam a força de trabalho mais barata de
mulheres e crianças”.
1.1.2. Os Pioneiros de Rochdale
Em 1844, em Rochdale, perto da cidade de Manchester na Inglaterra, um
grupo de 28 tecelões começaram a se reunir e discutir uma maneira de contornarem
os malefícios trazidos pela Revolução Industrial, tentando buscar uma maneira de
melhorarem suas condições de vida.
Foi assim que eles criaram um tipo de associativismo, com idéias
extraídas de pensadores socialistas utópicos, também chamados de espiritualistas,
como Robert Owen (1771/1858), Charles Fourrier (1772/1837) e Sant-Simon (1760-
1825), no desejo de sempre buscarem a ajuda e assistência mútua.
Essa forma associativa, que não pretendia obter lucro, buscou melhorar a
alimentação e o vestuário de seus associados, além de fornecer outros produtos de
uso pessoal e objetos do lar. Após, planejaram a construção de casas, através de
ajuda mútua e iniciar o fabrico de produtos julgados imprescindíveis pela sociedade,
a fim de proporcionar trabalho aos seus membros. Ainda procuraram adquirir ou
13
arrendar terras para possibilitar o cultivo agrícola, dando meios de subsistência
àqueles que fossem desempregados ou que percebessem salários muito baixos.
Essa forma de associação criou o sistema cooperativista, e face ao
grande sucesso alcançado, levou a disseminação de suas regras o que culminou na
criação de várias cooperativas.
O cooperativismo desde o surgimento da pioneira se apresenta na
sociedade como o organizador das economias de muitos países, principalmente nos
subdesenvolvidos, funcionando de forma democrática, atuando como mediador das
pendências sociais como instrumento disciplinador do seu crescimento, e, conforme
as características do local onde se desenvolve, maior ou menor será a penetração e
o crescimento.
1.1.3. As Cooperativas de Trabalho no Brasil
No Brasil, as idéias de auto-ajuda foram vislumbradas na educação dada
pelos jesuítas aos indígenas, constituindo um modelo de sociedade solidária com
base no trabalho coletivo dos índios.
Porém, foi em 1847, no interior do Paraná, que o médico francês Dr.
Faivre, inspirado nas idéias cooperativistas, constituiu a Colônia Teresa Cristina.
Esta organização, considerada a primeira imbuída destas idéias, reunia produtores,
que por meio de ação comunitária, defendiam seus interesses.
Em 1902, constituiu-se a primeira cooperativa brasileira, a Caixa Rural
Raiffeisen, no Rio Grande do Sul, que seguia o modelo de cooperativas de crédito
da Alemanha, sendo sua principal atividade o recebimento de depósito e à
remuneração em cima destes.
Com o passar dos anos, viu-se um humilde crescimento do setor,
comparado com o desenvolvimento ocorrido depois de 1971, merecendo destaque a
14
criação, em 1907, das cooperativas agropecuárias de Minas Gerais, depois as
cooperativas vinculadas às colônias de imigrantes, ocorridas principalmente no sul
do país, e as cooperativas cafeeiras.
Com o advento da Lei nº 5.764/71, que delineou o regime jurídico das
sociedades cooperativas, trouxe uma impulsão ao aparecimento de diversas
cooperativas por todo o Brasil. Mesmo tendo algumas questões de intervenção
estatal, que foram revogadas pela Constituição Brasileira de 1988, esta lei procurou
demonstrar as peculiaridades deste tipo societário, diferenciando-o completamente
dos demais, sendo importante marco da história do cooperativismo brasileiro,
Após a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, o cooperativismo
também se desenvolveu, uma vez que a Carta Magna trouxe uma maior
liberalização do setor, inclusive proibindo essa intervenção estatal no funcionamento
das cooperativas.
O lapso de tempo ocorrido entre o aparecimento da doutrina
cooperativista na Europa e a chegada ao Brasil, dificultou um pouco o
desenvolvimento inicial das cooperativas, uma vez que já estavam difundidas as
idéias do sindicalismo, desinteressando, em primeiro momento, o estudo do
cooperativismo.
A primeira cooperativa de trabalho de que se tem notícia no Brasil é a
Cooperativa de Trabalho dos Carregadores e Transportadores de Bagagens do
Porto de Santos, criada com apoio estatal em 1938.
Porém, conforme salientado, o cooperativismo de trabalho não se
desenvolveu imediatamente, tendo somente iniciado realmente um crescimento a
partir de 1970, favorecido pelas novas interpretações realizadas quando ao regime
cooperativo, tanto é, que em 1971, foi publicada a Lei nº 5.764, que trata das
cooperativas, já trazendo uma série de vitórias para a doutrina cooperativista.
Na década de 90, com a promulgação da Constituição Brasileira de 1988,
e sua liberalização, bem como, com o advento da Lei nº. 8.949, de 09/12/1994, que
15
acresceu o parágrafo único ao art. 442, da Consolidação das Leis do Trabalho, que
na primeira parte repete o art. 90 da Lei 5.764/71, e na segunda diz que também não
há relação de emprego entre os associados e os tomadores de serviços de
cooperativas, ocorre a real explosão deste tipo de sociedade.
Gráfico 1: Evolução das Cooperativas de Trabalho no Brasil.
Fonte: Núcleo Banco de Dados – elaboração: GETEC/OCB.
obs.: 1. De 1990 a 1995 as Cooperativas médicas faziam parte do ramo de trabalho. A partir de 1996, elas foram
excluídas daquele ramo. 2. Ano 2002 – As cooperativas de transporte estão inclusas no ramo trabalho, apesar
de ter sido criado o ramo transporte em julho/2001.
As cooperativas de saúde foram extraídas das Cooperativas de trabalho
em 1996, segundo o gráfico acima, sendo que a quase totalidade delas têm seu
regime jurídico instituído como cooperativas de trabalho. Um exemplo disso são as
Unimeds, muito conhecidas no Brasil, sendo todas constituídas pelo regime de
cooperativas de trabalho médico. Assim, constata-se que o crescimento na década
de 90 foi estrondoso para o cooperativismo de trabalho.
Com este tamanho crescimento, o cooperativismo de trabalho teve alguns
problemas a enfrentar. Como o próprio texto legal decidiu definitivamente a questão
da não relação empregatícia entre tomadores de serviços e cooperados de
cooperativas, algumas empresas, com o intuito de se verem livres dos encargos
16
trabalhistas, vez por outra, forçavam seus empregados a constituírem uma
sociedade cooperativa ou as próprias empresas se revestiam também da qualidade
de cooperativas, fugindo totalmente das idéias dos princípios e finalidades desta.
Porém, com a ação reiterada dos membros do ministério público, da
justiça do trabalho e da própria comunidade cooperativista estas falsas cooperativas
foram, e ainda são, aos poucos descaracterizadas, colocando assim um freio
àqueles que utilizam a doutrina cooperativista de maneira errônea.
Certo é, que a simples designação de cooperativa não é a única peça
para se formar este tipo de sociedade, mas na verdade é a atenção ao conjunto de
princípios e regras determinadas pela legislação.
1.1.4. A Globalização e o Desemprego no Brasil
Atualmente, há uma tendência para o crescimento das cooperativas de
trabalho, primeiro devido ao aumento do desemprego, e segundo, face à própria
globalização, que, entre outros, acirrou ainda mais a concorrência, trazendo, como
conseqüência, a busca do setor empresarial em diminuir seus custos e aumentarem
a produtividade.
A globalização não tem influência direta sobre o desemprego ou a perda
do emprego. Ela pode provocar desemprego num setor ou indústria e beneficiar
outro setor comercial ou industrial e até mesmo o de prestação de serviços.
O processo de globalização gera a concorrência em todos os setores,
levando à exclusão de grande parte da mão-de-obra não qualificada, pois o requisito
básico para ingressar ou permanecer nessas empresas é a especialização. Por
outro lado a criação da Cooperativa de Trabalho, vem desempenhando um papel de
mediador, na tentativa de reaproveitar a mão-de-obra disponível e transforma-la, via
cooperativa, em geração de trabalho e renda, devolvendo-a para que possa
participar ativamente do mercado econômico no país.
17
O Brasil a partir de 1991 começou a abrir a sua economia. Nossas
empresas viveram protegidas durante muitos anos pela chamada proteção a
indústria nacional para que ela pudesse se fortificar e desenvolver.
Durante as décadas de 60 a 90 vivemos sob o regime da reserva de
mercado, quando empresas nacionais e multinacionais instaladas aqui, ficavam
protegidas dos produtos importados, que sofriam restrições de importação e até
mesmo a proibição, e quando eram importados, os produtos recebiam uma taxação
elevada.
As empresas multinacionais ou nacionais, obtinham a autorização de
aumento dos preços, do governo, através de seu departamento CIP (Custos
Indiretos de Produção), não permitindo assim o trabalho com custos e competição.
Os empregos se mantinham porque não havia competição; perdas com
entrada de concorrentes no mercado e redução de margens de ganho, o que
tornava esta economia irreal.
Outra situação impar era que as multinacionais instaladas aqui gozavam
de uma proteção devido ao acelerado crescimento da inflação brasileira, onde só
trabalhava com lucro quem soubesse administrá-la. As multinacionais sabiam muito
bem como lidar com essa inflação.
Com o lançamento do programa brasileiro da qualidade e produtividade
em 1988, o Brasil começou a se preparar para enfrentar os concorrentes
estrangeiros e para a abertura das importações. Tudo que se viu de lá para cá foi um
grande avanço na melhoria de nossa produtividade, melhor qualidade, mais
eficiência da empresa brasileira, mas com isso temos menos empregos disponíveis
e o conseqüente aumento do desemprego. Todavia, o desemprego que ocorreu
num setor industrial, por exemplo, criou emprego no setor de serviços.
18
Gráfico 2: Taxa de Desemprego no Brasil
Fonte: IBGE-Junho/2001
Observa-se no gráfico 2, a taxa de desemprego no Brasil em relação à população
economicamente ativa (PEA) foi de apenas 7% com projeção de reduzir pra 6,8% em
dezembro/2001. Observa-se também que as crises econômicas mundiais
influenciaram na taxa de desemprego elevando-a para 7,6% no período de 1998 a
1999.
Com relação ao gráfico 2, podemos observar que, no período entre 1999
a 2001, houve queda na taxa de desemprego, o que no mesmo período do gráfico 1,
corresponde à aceleração na evolução das cooperativas de trabalho no Brasil, o que
nos leva a pensar em sua influência na queda significativa nessa taxa de
desemprego.
1.2. SOCIEDADE COOPERATIVA As sociedades cooperativas têm por finalidade a prestação de serviços
aos associados para o exercício de uma atividade comum, econômica, sem que
tenham objetivos de lucro, conforme previsto pela Lei no 5.764/71 em seu art.3o.
“Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas
que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou
serviços para o exercício de uma atividade econômica, de
proveito comum, sem objetivo de lucro”.
(Lei no. 5.764/71, art. 3o.)
19
1.2.1 Conceito
Cada doutrinador possui sua maneira de definir qualquer instituto jurídico.
Alguns adentram minuciosamente no tema e procuram colocar no conceito todas as
questões importantes, outros, apenas semeiam alguns aspectos. Desta maneira,
imperioso é ressaltar alguns conceitos, e ao final elucidar as principais questões:
“As sociedades cooperativas são sociedades civis, com
forma e natureza jurídica próprias, constituídas para a
prática de atos cooperativos, voltados para os associados,
de interesse comum, sem objetivo de lucro”.
(Geraldo Ataliba)
“As cooperativas são sociedades de pessoas constituídas
para prestarem serviços aos associados ou
cooperativados, distinguindo-se das demais sociedades
ou empresas que atuam no setor econômico, em razão de
apresentarem características específicas, que as
distanciam totalmente do modelo de empresa capitalista
comum, assumindo grande relevo, neste contexto, o fato
de não distribuírem lucro aos associados. Trata-se de
uma espécie de gerenciamento, de assessoramento dos
cooperados. Assim, seus membros a constituem com o
objetivo de desempenharem, em benefício comum,
determinada atividade”.
(Celso Ribeiro Bastos)
“A sociedade cooperativa é sociedade em que a pessoa
do sócio passa à frente do elemento econômico e as
conseqüências da pessoalidade são profundas, a ponto
de torná-la espécie de sociedade”.
(Pontes de Miranda)
20
“As cooperativas são sociedades de pessoas, de cunho
econômico, sem fins lucrativos, criadas para prestar
serviços aos sócios de acordo com princípios jurídicos
próprios e mantendo seus traços distintivos intactos”.
(Renato Lopes Becho)
Percebe-se da leitura dos conceitos acima, que os doutrinadores em
primeiro momento abordam o aspecto da pessoa do cooperado, colocando a figura
deste à frente do capital, bem como informam que as sociedades cooperativas são
constituídas para prestar serviços aos associados. Àqueles que abordam o lado
econômico da sociedade, não deixam de olvidar que as cooperativas não auferem
lucros.
A Lei nº 5.764/71, em seu artigo 4º, também teceu um conceito de
cooperativa colocando que “são sociedades de pessoas, com forma e natureza
jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar
serviços aos associados”.
O que é importante frisar que em consonância, é colocado pela doutrina,
e pela lei, que a cooperativa como sociedade auxiliar deve prestar serviços para o
seu associado, então, na inteligência deste preceito, pode-se colocar que a
cooperativa possui como fim, a prestação deste serviço. Desta forma, importante se
faz determinar a diferença entre o fim e o objeto das sociedades cooperativas.
21
Tabela 1: Distribuição por Região do Cooperativismo de Trabalho
Região Número total
de
cooperativas
Número total
de
cooperados
Número total
de
empregados
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
55
197
283
857
524
717
5152
10.036
195.371
86.589
158
436
823
4.160
1.416
Total 1.916 297.865 6.993Fonte: OCB-jun/2001
Observa-se na tabela acima a distribuição de cooperativas de trabalho por região,
demonstrando uma maior concentração na região Sudeste.
Gráfico 3: Porcentagem de Distribuição das Cooperativas por Região
Fonte: OCB-jun/2001
22
1.2.2 Característica da Sociedade Cooperativa.
Segundo o art.1.094 do Código Civil, são características da sociedade
cooperativa:
I - Variabilidade, ou dispensa do capital social;
II - Concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - Limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
IV - Intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, ainda que por herança;
V - Quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no
número de sócios presentes à reunião, e não no capital social
representado;
VI - Direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não
capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII - Distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo
ao capital realizado;
VIII - Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso
de dissolução da sociedade.
Segundo o art. 1.095 do Código Civil, na sociedade cooperativa, a
responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada.
§ 1o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente
pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada
a proporção de sua participação nas mesmas operações.
23
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária
e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Segundo o art. 1.096 do Código Civil, sempre que a lei for omissa,
aplicam-se as disposições referentes à sociedade simples, resguardadas as
características estabelecidas no art. 1.094.
1.2.3 Fim e objeto social das sociedades cooperativas
As sociedades cooperativas, conforme já referenciado no presente
trabalho, nascem com a finalidade de prestar serviços aos sócios, sendo assim, este
o seu fim.
Porém, na busca da realização de atos correspondentes à sua finalidade,
as cooperativas, inseridas no mercado capitalista, necessitarão de procurar uma
atividade que lhes darão a possibilidade de alcançarem estes atos, com êxito, o que
seria seu objeto social.
Paulo de Barros Carvalho define e coloca o presente tema da seguinte
maneira:
“Fim das sociedades cooperativas é a prestação direta de
serviços a seus associados, sem objetivo de lucro. Já
objeto é o plexo de meios empregados para a obtenção
da finalidade proposta. A prestação de serviços aos
associados, naturalmente, tem como pressuposto o
exercício de atividades negociais, vale dizer, a forma pela
qual a cooperativa persegue seus desígnios finais”.
24
Neste mesmo entendimento, merece destacar também Geraldo Ataliba, definindo
que:
“[...] o fim das sociedades cooperativas está no prestar
desinteressadamente ‘serviços’ aos seus associados [...]
já o objeto da sociedade cooperativa diz respeito ao
‘gênero de serviço, operação ou atividade’, que venham a
adotar (CF.art. 5º, da Lei nº 5.764/71). Refere-se, enfim,
ao tipo, espécie ou gênero de atividade, para qual se
organize”.
Desta forma, claro que a cooperativa realizará negócios diretos com seu
cooperado e com o mercado externo, porém, merece destaque que, pelos princípios,
e pela própria instrumentalidade deste tipo de sociedade, ao realizar negócios
externos, o faz em nome dos cooperados.
É imperioso ressaltar os ensinamentos de Reginaldo Ferreira Lima, que
leciona que se pode divisar, por um lado, na sociedade cooperativa, um fim, que se
concretiza mediante a realização de negócios estatutários correspondentes àqueles
serviços que a cooperativa deve prestar aos sócios; e por outro lado, depara-se na
sociedade cooperativa com um objeto social, ou seja, com um tipo de atividade
negocial que ela necessita executar, externamente, no mercado, para tornar possível
a consumação do negócio interno, correspondente ao serviço que ela deve prestar
ao associado.
Conceituar é tarefa individual de cada doutrinador, desta feita, importante
é o destaque de alguns conceitos de cooperativa, que seguem abaixo:
“Cooperativa de trabalho é espécie de sociedade de pessoas
integrada por determinada categoria profissional que viabiliza a
contratação global da atividade de seus sócios pelos usuários de
seus serviços, prevista e valorizada expressamente, como direito
fundamental, pelo texto da Constituição de 1988”.
(Paulo de Barros Carvalho)
25
‘São organizações formadas por pessoas físicas, trabalhadores
autônomos ou eventuais, de uma ou mais classes de profissão,
reunidos para o exercício profissional em comum, com a
finalidade de melhorar a condição econômica e as condições
gerais de trabalho dos seus associados, em regime de
autogestão democrática e de livre adesão, os quais,
dispensando a intervenção do patrão ou empresário, propõe-se
a contratar a execução de obras, tarefas, trabalhos ou serviços
públicos ou particulares, coletivamente por todos ou por grupo
de alguns”.
(Marcelo José Ladeira Mauad)
Como um modelo de sociedade cooperativa, as cooperativas de trabalho,
possuem como finalidade essencial à prestação de serviços aos seus sócios, que,
face à peculiaridade da sociedade, são reunidos para o exercício profissional em
comum.
O objeto social, cuja definição já foi delineada no presente trabalho, é o
conjunto de atividades que a sociedade terá de realizar para atingir sua finalidade.
Exemplificando, uma cooperativa de trabalho médico possui como
finalidade a prestação de serviços aos médicos cooperados, e seu objeto social seria
as negociações realizadas em nome dos cooperados com pessoas físicas e
jurídicas, no intuito de angariar clientela e condições de trabalho e disponibilizá-las
aos médicos, que assim prestariam um serviço de melhor qualidade e mais
vantajoso economicamente que se empreendessem no labor individual, sem a figura
da cooperativa.
No presente caso, a cooperativa se revestiria, por exemplo, de operadora
de planos de saúde.
26
1.2.4 Diferenças entre Cooperativa e Empresa.
COOPERATIVA
EMPRESA
O principal é o homem.
O principal é o capital.
O cooperado é sempre dono e usuário da sociedade.
Os sócios vendem seus produtos e serviços a uma massa de consumidores.
Cada pessoa conta como um voto na assembléia.
Cada ação ou quota conta um voto na assembléia.
O controle é democrático.
O controle é financeiro.
É uma sociedade de pessoas que funciona democraticamente.
É uma sociedade de capital que funciona hierarquicamente.
As quotas não podem ser transferidas a terceiros.
As quotas podem ser transferidas a terceiros.
Afasta o intermediário.
São, muitas vezes, os próprios intermediários.
Os resultados retornam aos sócios de forma proporcional às operações.
Dividendos retornam aos sócios proporcionalmente ao número de ações.
Aberta à participação de novos cooperantes.
Limita, por vezes, a quantidade de acionistas.
Valoriza o trabalhador e suas condições de trabalho e vida.
Contrata o trabalhador como força de trabalho.
Defende preços justos.
Defende o maior preço possível.
Promove a integração entre as cooperativas.
Promove a concorrência entre as sociedades.
O compromisso é educativo, social e econômico.
O compromisso é econômico.
27
1.3. PRINCÍPIOS COOPERATIVISTAS
Tendo como regras basilares àquelas criadas pelos pioneiros de
Rochdale, as sociedades cooperativas confirmam a característica de ser uma
sociedade fundada na assistência e ajuda mútua.
As regras dos pioneiros são hoje estudadas como princípios cooperativos,
porém alguns autores abrem a discussão se realmente tratam-se de princípios,
conforme cita Renato Lopes Becho em sua obra.
Entende tal tese que os princípios são derivados de uma afirmação
fundamental da ciência ou da ascensão lógica da moral, ou ligados a uma série de
leis científicas ou de um conjunto de regras de controle.
As regras de Rochdale não seriam encaradas como princípios, por serem
simplesmente postulados que se criaram com os hábitos cooperativos.
Mesmo verificando tal tese, a presente monografia aborda as regras de
Rochdale como princípios, para uma melhor didática e face não importar esta
discussão ao tema principal deste trabalho, mesmo porque são poucos os
doutrinadores que conjugam deste pensamento.
Ainda importa ressaltar, que vários destes princípios foram lembrados
pelo legislador brasileiro quando da elaboração de leis cooperativistas.
Assim verifica-se a existência de sete princípios das cooperativas:
a) Adesão Voluntária e livre
As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as
pessoas aptas a utilizar os seus serviços, e dispostas a assumir as
28
responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais,
políticas ou religiosas.
b) Gestão Democrática Pelos Membros
As cooperativas são organizações democráticas controladas pelos seus
membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada
de decisões. Os homens e as mulheres eleitos como representantes dos outros
membros são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os
membros têm igual direito de voto (um membro, um voto), e as cooperativas de grau
superior são também organizadas de forma democrática.
c) Participação Econômica dos Membros
Os membros contribuem eqüitativamente para o capital das suas
cooperativas e controlam-no democraticamente. Pelo menos parte desse capital é,
normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem,
habitualmente, e se a houver, uma remuneração limitada ao capital subscrito como
condição da sua adesão. Os membros aplicam os excedentes a um ou mais dos
seguintes objetivos: desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através
da criação de reservas, parte das quais, pelo menos, será indivisível; benefício dos
membros na proporção das suas transações com a cooperativa; apoio a outras
atividades aprovadas pelos membros.
d) Autonomia e Independência
As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua,
controladas pelos seus membros. Se estas firmarem acordos com outras
organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem
fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e
mantenham a autonomia das cooperativas.
29
e) Educação, Formação e Informação
As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros,
dos representantes eleitos, dos dirigentes e dos trabalhadores de forma a que estes
possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas.
Informam o público em geral - particularmente os jovens, os líderes e os formadores
de opinião - sobre a natureza e as vantagens da cooperação.
f) Intercooperação
As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão
mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das
estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
g) Interesse pela Comunidade
As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas
comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
1.3.1 Simbologia
O Dia Internacional do Cooperativismo foi instituído em 1923 no
Congresso da ACI - ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL é comemorado no
primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados
pelo cooperativismo.
Antigamente o pinheiro era tido como um símbolo da imortalidade e da
fecundidade, pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade na sua
multiplicação. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a força e a
capacidade de expansão.
30
O circulo representa a eternidade, pois não tem horizonte final, nem
começo, nem fim.
O verde lembra as árvores, o princípio vital da natureza e a necessidade
de se manter o equilíbrio com o meio-ambiente e o amarelo simboliza o sol, fonte
permanente de energia e calor.
Assim nasceu o símbolo mundialmente conhecido do cooperativismo: um
círculo abraçando dois pinheiros para indicar a união do movimento, a imortalidade
de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos.
Tudo isso marcado pela trajetória ascendente dos pinheiros que se projetam para o
alto, procurando subir cada vez mais.
O cooperativismo possui uma bandeira formada pelas sete cores do arco-
íris, aprovada pela ACI - ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL em 1932, que
significa a unidade na variedade e um símbolo de paz e esperança, onde cada uma
delas tem um significado próprio: vermelho, coragem; alaranjado, visão de
possibilidades do futuro; amarelo, desafio em casa, na família e na comunidade;
verde, crescimento tanto do indivíduo como do cooperado; azul, horizonte distante, a
necessidade de ajudar os menos afortunados, unindo-os uns aos outros; anil,
necessidade de ajudar a si próprio e aos outros através da cooperação e o violeta,
beleza, calor humano e amizade.
31
1.3.2 Tipos de Cooperativas
Cooperativas agrícolas: As cooperativas de produção eram numerosas na
antiga URSS (kolkhoz), na China, nos países que compunham o bloco socialista, do
Leste europeu até fins da década de 1980, em Israel (Kibutz) e em outros países. As
sociedades de interesse agrícola coletivo, apesar de possuírem seu próprio estatuto,
devem ser relacionadas com as cooperativas. Operam no setor do planejamento
imobiliário, na construção de residências e na distribuição de energia elétrica.
Cooperativas artesanais: Sua finalidade é facilitar os artesões no exercício
de sua atividade: compra em comum de instrumentos e móveis, venda dos produtos
fabricados, pesquisa de mercados, etc.
Cooperativas de consumo: Organizações de consumidores que vendem
os produtos a preços de mercado e buscam contrapor-se às altas especulativas; os
lucros realizados são repartidos entre os seus membros. A tendência atual é dividir
os lucros em duas partes: a menor é redistribuída aos cooperados, a maior é
destinada a obras sociais ou educativas reservadas aos cooperados. O sucesso das
cooperativas de consumo foi especialmente grande na Áustria, Suíça, Bélgica e nos
países escandinavos. Na França estas cooperativas, dedicadas sobretudo ao setor
da alimentação, são filiadas à Federação Nacional das Cooperativas de Consumo
(FNCC).
Cooperativa de crédito. Entidade organizada segundo as normas que
regem as cooperativas, com o objetivo de organizar fundos destinados a
empréstimos pecuniários aos associados.
Cooperativa de trabalho ou de mão-de-obra: Espécie de cooperativa
operária de produção, que realiza, sem capital e à custa dos trabalhadores, uma
tarefa determinada, geralmente por conta de um patrão.
Cooperativa escolar: Associação de alunos estimulada por professores
que autofinancia algumas de suas atividades de trabalho e produções realizadas em
comum, geralmente fora da classe e do ensino quotidiano.
32
Cooperativa habitacional: Espécie de cooperativa cujo objetivo é ajudar
seus membros a resolver seus problemas de habitação, seja através do aluguel de
residências a preços favorecidos, seja através do financiamento para a construção
ou aquisição de casa própria.
1.3.3 Direitos e Deveres do Cooperados
Dos Direitos:
a) Utilizar os serviços prestados pela cooperativa;
b) Tomar parte nas assembléias gerais, discutindo e votando os assuntos que
nelas forem tratados;
c) Propor ao Conselho de Administração e às Assembléias Gerais as medidas
que julgar convenientes aos interesses do quadro social;
d) Efetuar, com a cooperativa, as operações que forem programadas;
e) Obter, durante os trinta dias que antecedem a realização da assembléia geral
informações a respeito da situação financeira da cooperativa, bem como sobre
os balanços e os demonstrativos;
f) Votar e ser votado para cargos no Conselho de Administração e no Conselho
Federal; e
g) No caso de desligamento da cooperativa, retirar o capital, conforme estabelece
o estatuto.
Dos Deveres:
a) Integralizar as quotas-partes de capital;
b) Operar com as cooperativas;
c) Observar com a cooperativa;
d) Cumprir fielmente com os compromissos em relação à cooperativa;
e) Respeitar as decisões da Assembléia Geral e do Conselho Diretor;
f) Cobrir sua parte, quando forem apuradas perdas no fim do exercício; e
g) Participar das atividades desenvolvidas pela cooperativa.
33
1.4 Estrutura Administrativa
Os associados são os donos da empresa cooperativa. Reunidos em
Assembléia Geral, órgão máximo de decisão, definem pelo voto os objetivos e
funcionamento do negócio. As decisões tomadas nestas reuniões gerais devem ser
respeitadas e cumpridas pela Diretoria e demais associados, quer estejam ou não
presentes às assembléias.
Para administrar a cooperativa os associados elegem uma diretoria e um
conselho fiscal. É importante que os dirigentes sejam escolhidos por apresentarem
real expressão de liderança, conhecimento e vivência dos princípios básicos do
cooperativismo.
Devem conhecer a legislação vigente e se empenharem no exercício das
atividades de planejamento, organização, direção e controle da empresa.
Conforme o volume e complexidade dos negócios, a diretoria pode
contratar pessoal externo à cooperativa para gerenciar áreas de trabalho que exijam
conhecimentos especializados ou habilidades técnicas comprovadas – do mesmo
modo como contratam mão-de-obra para serviços operacionais, quando necessário.
Basicamente, qualquer cooperativa, para o bom desenvolvimento de seus
trabalhos, utiliza a seguinte estruturação:
a) Assembléia Geral é uma reunião de todos os associados e constitui o principal
fórum de decisão da cooperativa. A igualdade do poder de voto de cada sócio
na definição dos interesses da empresa representa o princípio da gestão
democrática do empreendimento cooperativista.
b) Diretoria ou Conselho de Administração é o órgão superior na administração da
cooperativa, formado por cooperantes eleitos pelos demais associados,
responsável pela execução das propostas aprovadas pela Assembléia Geral,
34
podendo ainda indicar uma diretoria executiva, integrada por três de seus
membros, com a função de administrar o dia-a-dia da cooperativa.
c) Conselho Fiscal é o órgão independente dentro da cooperativa, cabe-lhe
fiscalizar, em nome dos demais associados, a administração do patrimônio e
das operações da cooperativa.
d) Órgãos Auxiliares da Administração constituídos por comitês, comissões ou
núcleos, com atribuições específicas.
e) A economia cooperativa disciplina o capital e concentra-se no homem sócio,
que em igualdade com todos os demais decide os rumos de sua vida
econômica, conforme os objetivos comuns. Segundo a legislação, o
volume de capital de cada sócio deve ser remunerado a uma taxa anual
limitada, no máximo, até 12% ao ano. Limitando o juro sobre o capital impede-
se a especulação financeira. Na cooperativa, o capital deve ser fator de
produção, e não de renda financeira.
É preciso incentivar a capitalização, pois na condição de empresários os sócios
devem aplicar recursos na empresa que lhes pertence. Devem investir e
garantir o capital de giro, para poder sempre honrar seus compromissos, sem
depender de empréstimo de terceiros.
Por estar participando do mercado, uma cooperativa deve garantir suas
atividades empresariais. O desenvolvimento dos serviços a serem prestados a
seus associados depende do desempenho financeiro da sociedade.
O princípio de cada pessoa representa um voto na cooperativa e faz do
associado seu principal elemento. Essa gestão democrática significa que o
dinheiro é utilizado para servir ao cooperante e não é o que determina o seu
poder.
f) Capital subscrito é uma obrigação financeira que a pessoa assume ao formar
ou ingressar numa cooperativa. É sua cota de participação no negócio,
intransferível a terceiros. Para preservar seu valor original, essa cota deve ser
necessariamente corrigida, principalmente quando ocorrer inflação.
35
g) Capital Integralizado é a integralização do valor subscrito pelo associado ao
capital da cooperativa, pode ser feito de uma só vez ou em parcelas. Os
próprios associados decidem como poderá ser pago esse compromisso,
podendo, inclusive, não ser necessariamente através de dinheiro.
36
CAPÍTULO II
A Cooperativa de Trabalho e o Direito
“As Cooperativas de Trabalho, são a solução para
a geração de emprego e renda”.
(Walter Barelli)
(ex. Secretário de Estado de Emprego e Relações do Trabalho)
37
A Cooperativa de Trabalho e o Direito
No Brasil, a Lei que rege a constituição e o funcionamento das
Cooperativas é a Lei de No. 5.764 de dezembro de 1.971. Nessa Lei estão
estabelecidos todos os princípios de criação e gestão de todas as Cooperativas,
quaisquer que sejam os segmentos das mesmas.
A cooperativa de trabalho deverá enquadrar-se no regime jurídico
estabelecido pela Lei nº 5.764/71, sob pena de ser autuada na forma do art. 1º, § 1º,
da Portaria do Ministro de Estado do Trabalho nº 925/95. Assim, a cooperativa de
trabalho deverá apresentar as seguintes características:
a) Número mínimo de vinte associados;
b) Capital variável, representado por quotas-partes, para cada associado,
inacessíveis a terceiros, estranhos à sociedade;
c) Limitação do número de quota-partes para cada associado;
d) Singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e
confederações de cooperativas, exceção feita às de crédito, optar pelo critério
de proporcionalidade;
e) Quorum para as assembléias, baseado no número de associados e não no
capital;
f) Retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às realizadas pelo
associado;
g) Prestação de assistência ao associado;
h) Fornecimento de serviços a terceiros atendendo a seus objetivos sociais.
Sendo a mesma submetida ao aval da OCB - Organização das
Cooperativas do Brasil, a OCE - Organização das Cooperativas do Estado e conta
ainda, com a chancela especial da ANCT - Associação Nacional das Cooperativas
de Trabalho, criando com isso todo o respaldo legal para que haja transparência em
sua formatação e operações com os cooperados e com seus clientes.
38
Segundo a OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, em junho de
1997 haviam 903 dessas associações que juntas congregavam perto de 152 mil
cooperados, e 3.500 funcionários movimentando 1% do PIB nacional. Em tempo de
desemprego, as cooperativas são uma forma de tirar o trabalhador da informalidade.
Na Lei 5.764/71, em seu artigo 90, estabelece que não há vínculo
empregatício entre o cooperado e a Cooperativa, pois a relação do mesmo com a
Sociedade é de "dono", pelo fato do profissional ter adquirido as cotas de Capital.
Tampouco há vínculo empregatício entre o cooperado e o cliente da Cooperativa
para o qual o mesmo eventualmente prestar serviços, pois sua relação com o
tomador é uma relação civil, e não trabalhista.
A própria CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, em seu artigo 442,
Parágrafo Único, especifica que não há vínculo empregatício entre cooperado e
Cooperativa, nem entre cooperado e tomador de serviços da Cooperativa.
2.1. Legislação
No Direito Constitucional, as Cooperativas são amplamente beneficiadas
pela nossa Constituição, pois guardam em si, os princípios de estímulo à valorização
do homem, através da cooperação mútua.
Em 1.988, através do Artigo 174, Parágrafo 2º, o Governo valorizou o
papel social que tais Sociedades tem imprimido ao país, inclusive apoiando e
fomentando o cooperativismo em todos os níveis sociais e profissionais. Além disso,
a própria OIT - Organização Internacional do Trabalho, tem apoiado indistintamente,
todas as iniciativas do cooperativismo no mundo.
No Direito Previdenciário, o Decreto Lei de no. 611/92, estabeleceu a
obrigatoriedade da contribuição à Previdência Social - INSS - por todos os
profissionais autônomos associados à Cooperativas de Trabalho e que nessa
condição, prestam serviços.
39
No Direito Tributário, a Constituição garante às Sociedades Cooperativas,
"adequado tratamento tributário aos atos cooperados", o que de pronto estabelece o
diferencial competitivo das Cooperativas em relação às Empresas Mercantis.
Entretanto, sistematicamente os interesses cooperativistas dessas
mesmas empresas, que sentindo-se ameaçadas pelo crescimento do movimento
cooperativista, estão buscando fomentar lobbys junto ao Governo, para que haja
uma excessiva tributação às Cooperativas.
Portanto, como a iniciativa social da Cooperativa de Trabalho, vem
agregando um índice satisfatório em relação às oportunidades de resgate dos
trabalhadores que estão hoje sofrendo as conseqüências da globalização, do
desemprego e da falta de renda, nossos Tribunais tem acatado todos os pedidos de
tutela jurisdicional, que as associadas da ANCT tem impetrado, no sentido de fazer
valer nosso direito de trabalhar, gerando riquezas e impostos condizentes com
nossa característica de Entidades Sem Fins Lucrativos.
É a própria Constituição Brasileira que garante o princípio de gestão
independente às cooperativas, isto é, estabelece que não poderá haver interferência
ou fiscalização do Governo no funcionamento das mesmas. Entretanto, a gestão
requer uma maior preocupação e cuidados na administração da Sociedade, exigindo
um alto grau de capacitação técnica e administrativa de sua Diretoria e Conselhos.
40
CAPÍTULO III
Terceirização e as Cooperativas de Trabalho.
“O trabalhador deve se conscientizar que a solução do
desemprego está nele mesmo e em um grupo profissional”.
(Walter Barelli)
(ex. Secretário de Estado de Emprego e Relações do Trabalho)
41
Terceirização e as Cooperativas de Trabalho.
A atuação das cooperativas em projetos terceirizados teve grande impulso
após o advento do parágrafo único do art. 442 da CLT.
“Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus
associados, nem entre estes e os tomadores de serviços
daquela”.
(Art.442 da CLT, parágrafo único)
Contudo, em face da objetividade do referido dispositivo legal, muitas
empresas passaram a acreditar que se terceirizassem atividades com uma
cooperativa estariam isentas dos riscos trabalhistas e previdenciários,
independentemente do conteúdo e da forma da relação a ser mantida.
Na esfera legal há o Enunciado 331 do TST – Tribunal Superior do
Trabalho - que regulamenta a terceirização nas atividades-meio, desde que
ausentes os pressupostos de subordinação e de pessoalidade, vedando, ainda, a
terceirização de atividades-fim na forma da prestação de serviços.
As sociedades cooperativas são entidades de profissionais que, de forma
democrática e livre, organizaram-na e desejam que a cooperativa seja a
organizadora do seu trabalho, negociadora das condições e do preço dos serviços
fornecidos e outros detalhes pertinentes. Ela não disponibiliza a mão-de-obra dos
seus sócios-cooperados e nem tem um único proprietário.
As relações internas entre a cooperativa e os seus sócios-cooperados dá-
se pelo ato cooperativo e todos os demais atos que tragam benefícios aos sócios
não poderão depender do seu tomador sob nenhum aspecto nem ter com ele uma
relação de exclusividade.
42
Conclui-se do Enunciado 331 do TST: As hipóteses de terceirização lícitas são
apenas quatro, a saber:
a) As previstas na Lei nº 6.019/74 (trabalho temporário), desde que presentes os
quesitos de necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
permanente da empresa tomadora ou acréscimo extraordinário de serviço;
b) Serviço de vigilância regida pela Lei nº 7.102/83;
c) Serviços de conservação e limpeza;
d) Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador. Nas hipóteses b,
c e d devem estar ausentes a pessoalidade e a subordinação.
e) Deve-se desconsiderar a formalidade da relação jurídica toda vez que se
verificar que a empresa tomadora utiliza-se de empresa interposta, (empresa
locadora), para contratar a mão-de-obra necessário à consecução de seus fins,
praticando a denominada simulação fraudulenta, pois é evidente a sua intenção
de colocar-se, simuladamente, numa posição em que a lei trabalhista não lhe
atinja, furtando-se, dessa forma, de seus efeitos, o que é vedado pelo art. 9º da
CLT e pelo art. 104 do Código Civil.
A cooperativa, quando tiver como objetivo a prestação de serviços a
terceiros, irá, ao oferecer sua mão-de-obra aos clientes, participar da chamada
terceirização, ou seja, quem contrata os serviços cooperados está diante da
chamada terceirização de mão-de-obra, vez que a empresa tomadora está
transferindo parte de seus serviços para ser realizados por cooperados (terceiros)
dentro de seu estabelecimento.
O agente de Inspeção do Trabalho também verificará se a sociedade
cooperativa se enquadra no regime jurídica estabelecido pela Lei nº 5.764/71.
43
3.1. Esclarecimentos Fundamentais ao Cooperado
Quando uma pessoa faz sua adesão uma cooperativa, expressa sua livre
vontade de participar da Sociedade, comprando as cotas-partes do Capital Social da
Cooperativa que, desde aquele momento, ficaram subscritas em seu nome,
acompanhando seu número de matrícula como associado.
Ser sócio-cooperado é, portanto:
a) A iniciativa maior que um profissional autônomo pode adotar, quando sente-se
em condição plena de colaborar com outros profissionais de sua categoria, na
busca de um objetivo comum.
b) É acreditar em sua condição autônoma - chefe de si mesmo - sem vínculo ou
subordinação com os clientes para os quais irá trabalhar através da
Cooperativa, dando o melhor de si, ampliando cada vez mais a qualidade de
seus serviços e aumentando a sua produtividade, negociando sua jornada de
trabalho, com flexibilidade, programando inclusive seus períodos de recesso ou
descanso.
c) É participar da solidificação do novo modelo de relações de mercado, primando
pela ética, pelo profissionalismo e pela autonomia na busca de resultados.
É importante ressaltar que o regime em sua relação com a Cooperativa é
de associado/autônomo, em face disto, temos diferenças com o regime de
empregados, CLT, descritas a seguir na tabela abaixo:
44
EMPREGADO CELETISTA COOPERADO
− Tem FGTS;
− Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço;
− Tem 13º salário;
− Tem férias de 30 dias, mais 1/3
do salário;
− Tem aviso prévio de 30 dias;
− Tem cobertura dos 15 primeiros
dias de afastamento pelo INSS.
− Não tem FGTS;
− Não tem 13º;
− Não tem férias de 30 dias, nem
acréscimo de 1/3 da
remuneração;
− Não tem aviso prévio de 30 dias;
− Não tem cobertura dos 15
primeiros dias de afastamento
pelo INSS.
45
CONCLUSÃO
A globalização e o avanço tecnológico são grande causadores da evolução
do trabalho e do próprio desemprego. As diferentes formas de trabalho, a idéia que
se tem do trabalho hoje, a diferença entre o emprego e o trabalho são pontos
essenciais para elucidar a importância do trabalho na sociedade atual. Podemos
facilmente evidenciar que seria impossível em nossa sociedade sobreviver sem o
trabalho e suas diferentes formas de manifestação.
Diante do complexo cenário econômico atual, as cooperativas surgem como
mediadoras, no desafio de oferecer bens, serviços e mão-de-obra qualificada de
acordo com os padrões da economia globalizada.
Concluo que, as cooperativas de trabalho têm uma potencialidade muito
grande, pois elas representam formas organizacionais com possibilidade de atuar
como técnica, e ao mesmo tempo, como ética reguladora dos mecanismos
econômicos, e, sobretudo, forma de equilíbrio entre as forças conservadoras e as
forças de mudanças de nossa economia.
Creio que o Direito do trabalho deve existir sempre, suas regras podem e
devem sofrer constantes alterações, na busca do equilíbrio das forças do capital e
trabalho, visando as possíveis melhorias das relações trabalhistas.
Constatei que, a iniciativa social da cooperativa de trabalho, vem agregando
um índice bastante satisfatório em relação às oportunidades de resgate dos
trabalhadores que estão sofrendo hoje as conseqüências da globalização.
É importante que a gestão do governo, diante do crescente desemprego,
favoreça ações que envolvam a comunidade em atividades que gerem benefícios e
renda. Uma das possibilidades é implantar a terceirização, mediante a atuação de
cooperativas de trabalhadores.
46
O incentivo à criação e à organização de cooperativas de trabalhadores se
referem à reintegração de populações desempregadas, apresentando assim uma
nova perspectiva de desenvolvimento econômico e social.
O fato é que o desemprego trata-se de um problema social que não resulta
exclusiva nem prioritariamente da incapacidade ou de erros individuais, mas
sobretudo das mudanças econômicas sociais e tecnológicas ocorridas na nossa
sociedade nos últimos anos.
Verifiquei que com o grande número de desempregados, podemos
perceber a importância do trabalho na nossa sociedade atual e partindo do ponto
que o desemprego gera uma verdadeira exclusão social, principalmente na
sociedade brasileira.
A globalização e automação vêm apenas acentuar esse quadro de
desemprego que traz consigo fome, marginalização e principalmente a exclusão
social.
.
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Adilson Tadeu de. Cooperativismo do trabalho - módulo 9. Brasília:
CONFEBRAS, 2001.
ATALIBA, Geraldo. Parecer para a Unimed de Porto Alegre – Cooperativa de
Trabalho Médico. Inédito. Datado de 10/11/1981.
BASTOS, Celso Ribeiro. Parecer para a Cooperativa Paulista de Médicos. Inédito.
Datado de 18/04/1996.
BECHO, Renato Lopes (coordenador). Problemas atuais do direito cooperativo. São
Paulo: Dialética, 2002.
BECHO, Renato Lopes. Tributação das cooperativas. São Paulo, Dialética, 1999. 2ª
Ed. rev. e ampl.
BULGARELLI, Waldirio. As sociedades cooperativas e a sua disciplina jurídica. Rio
de Janeiro, Renovar, 2000. 2ª ed. rev. e atual.
CÁCERES, Florival. História Geral. São Paulo, Moderna, 1988. 3ª Ed. rev. e ampl.
CARVALHO Paulo de Barros. Parecer solicitado por Reginaldo Ferreira Lima, na
condição de advogado de algumas sociedades cooperativas de trabalho.
Inédito. Datado de 17/12/1996.
CARVALHO, Paulo de Barros. Parecer para a Unimed do Brasil – Confederação
Nacional de Cooperativas Médicas. Inédito. Datado de 15/05/1986.
GRUPENMACHER, Betina Treiger (Coordenadora). Cooperativas e tributação.
Curitiba: Juruá, 2001.
48
Site de Internet:
ADV administração - Disponível em:
http://advconsultoria.tripod.com.br/admcoop.html. Acessado em 14/09/2004.
AMARAL, Líris Silvia Zoega T. do. Cooperativa de Trabalho . Jus Navigandi,
Teresina, a. 6, n. 58, ago. 2002. Disponível em:
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp. Acessado em: 25/11/2004.
Associação Nacional das Cooperativas de Trabalho (ANCT) - Disponível em:
http://www.anct.com.br/anct/index.html. Acessado em: 25/11/2004.
Dji – Legislação – Jurisprudências – Disponível em:
http://www.dji.com.br/codigos/2002_lei_010406_cc/010406_2002_cc_1093_a_1096.
htm. Acessado em 21/01/05.
Emprego e Qualidade - Disponível em:
http://hps.infolink.com.br/pombo/EmpregoeQualidadeVida.htm#5%20-
%20Novas%20tecnologias. Acesso em 21/01/05.
ÍNDICE AGRADECIMENTOS......................................................................................
DEDICATÓRIA ...............................................................................................
RESUMO ........................................................................................................
03
04
05
49
METODOLOGIA..............................................................................................
SUMÁRIO........................................................................................................
INTRODUÇÃO.................................................................................................
06
07
08
CAPÍTULO I
ENTENDENDO O UNIVERSO COOPERATIVISTA....................................... 11
1.1 Evolução Histórica.........................................................................
1.1.1 A Revolução Industrial Inglesa........................................
1.1.2 Os Pioneiros de Rochdale...............................................
1.1.3 As Cooperativas de Trabalho no Brasil.........................
1.1.4 A Globalização e o Desemprego no Brasil......................
1.2 Sociedade Cooperativa.................................................................
1.2.1 Conceito..........................................................................
1.2.2 Características Gerais da Sociedade Cooperativa.........
1.2.3 Fim e Objeto Social das Sociedades Cooperativas......
1.2.4 Diferenças entre Cooperativa e Empresa.......................
1.3 Princípios Cooperativistas.............................................................
1.3.1 Simbologia.......................................................................
1.3.2 Tipos de Cooperativa......................................................
1.3.3 Direitos e Deveres do Cooperado...................................
1.3.4 Estrutura Administrativa..................................................
11
11
12
13
16
18
19
22
23
26
27
29
31
32
33
CAPÍTULO II
A COOPERATIVA DE TRABALHO E O DIREITO.......................................... 37
2.1 Legislação.................................................................................... 38
CAPÍTULO III
A TERCEIRIZAÇÃO E AS COOPERATIVAS DE TRABALHO.......................
3.1 Esclarecimentos Fundamentais ao Cooperado...........................
41
43
CONCLUSÃO.................................................................................................. 45
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 47
ÍNDICE............................................................................................................. 49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
50
Projeto A Vez do Mestre
Pós-Graduação “Lato Sensu”
TÍTULO DA MONOGRAFIA:
COOPERATIVA DE TRABALHO: UMA ALTERNATIVA CONTRA O DESEMPREGO.
Data da entrega: _____________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Avaliado por: _______________________________ Grau _____________ .
Rio de Janeiro _____ de _______________ de 2005.
51
ANEXOS
EVENTOS CULTURAIS
52
top related