ui versidade federal da bahia - gerenciamento.ufba.br 2004 - 2006/monografia... · estudo do...
Post on 20-Jan-2019
215 Views
Preview:
TRANSCRIPT
U�IVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉC�ICA
DEPARTAME�TO DE CO�STRUÇÃO E ESTRUTURAS
ADRIA�O OLIVEIRA MATOS
ESTUDO DO PLA�EJAME�TO EM LI�HA DE BALA�ÇO
DE UMA OBRA EM PAREDES-PAI�ÉIS COM APLICAÇÕES
DE PRI�CÍPIOS DA CO�STRUÇÃO E�XUTA
Salvador 2006
ADRIANO OLIVEIRA MATOS
ESTUDO DO PLA�EJAME�TO EM LI�HA DE BALA�ÇO
DE UMA OBRA EM PAREDES-PAI�ÉIS COM APLICAÇÕES
DE PRI�CÍPIOS DA CO�STRUÇÃO E�XUTA
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão e Tecnologia da Produção de Edifícios da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia.
Orientador: Prof. Dr. Emerson de Andrade Marques Ferreira
Co-orientador: Profa. Dra. Débora de Góis Santos
Salvador 2006
À minha mãe Sonia, um farol, que
sempre me norteou a ter fé e
perseverança nos momentos de
incerteza. À Marysa, minha fonte
inesgotável de inspiração, meu arrimo,
você faz meus olhos brilharem. E a toda
minha família, Pai, irmãos e sobrinhos,
pelo apoio. Essa vitória não é minha, se
não for de vocês. Muito obrigado.
AGRADECIME�TOS
À Professora Débora de Góis Santos, pela orientação, crítica e paciência.
À empresa Norcon, por permitir utilizar as suas obras como instrumento de
pesquisa e dados.
Aos colegas engenheiros, técnicos, estagiários e envolvidos na obra estudada
neste trabalho, pela paciência e boa vontade em esclarecer as dúvidas em seu local de
trabalho.
A Deus, Nossa Senhora e Amigos Protetores, que estão sempre a me proteger nas
preces de minha mãe.
Aos que acreditaram na conclusão do trabalho.
RESUMO
Muito antes da vida contemporânea impor a vivência da realidade futura antes dela se
concretizar devido às necessidades imediatas, os profissionais da construção civil assim já
viviam, através de planejamentos e previsões de ações a serem executadas. O desafio sempre
foi determinar, com antecedência, os problemas e as dificuldades a serem evitados no
momento de executar os serviços. Para tanto, o primordial é determinar o que fazer, quem
fazer, com o que, onde e, principalmente, quando e em que prazo. Neste trabalho são
levantados temas e propostas de estudos que envolvem a programação de uma obra, através
de uma ferramenta alternativa à utilizada pela construtora no empreendimento em estudo, e
também a introdução de novas tendências de gestão de processos na programação de obras
industrializadas. A idéia do trabalho é provocar o debate sobre uma forma alternativa de
planejar e controlar uma obra de maneira simplificada, prática e eficiente, que utiliza a técnica
de Linha de Balanço, assim como enfocar os efeitos sobre esse planejamento decorridos da
aplicação da forma de gestão de processos da construção enxuta em obras com paredes-
painel.
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Gestão de Processos; Linha de Balanço.
ABSTRACT
A lot before the contemporary life to impose us the existence of the future reality before her to
sum up due to the immediate needs, the professionals of the civil construction lived like this
already, through planning and actions forecasts for execute. The challenge always went
determine, in advance, problems and the difficulties for avoided in during the services. For so
much, the primordial is to determine what to do, who to do, with the one that, where and,
mainly, when and in that period. In this work they are lifted up themes and proposed of
studies that involve work programming, through an alternative tool used for the manufacturer
in the enterprise in study, and also the introduction of new tendencies of processes manager in
the programming of industrialized works. The idea’s work is to provoke the debate about an
alternative form of to plan and to control a work in a simple way, practice and efficient, that it
uses the Line of Balance technique, as well as focusing the effects about this planning in the
application in the way of processes manager of the lean construction in works with wall-
panel.
KEYWORDS: Planning; Processes Manager; Line of Balance.
LISTAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 - Paredes-painéis na “bateria” ............................................................................................ 18
2 – Pré-laje na horizontal ...................................................................................................... 18
3 – Transporte em pórtico ..................................................................................................... 19
4 – Transporte em caminhão ................................................................................................. 19
5 – Assentamento das paredes-painéis .................................................................................. 20
6 – Escoramento .................................................................................................................... 20
7 – Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional ................................................... 22
8 – Modelo de processo de Construção Enxuta .................................................................... 23
9 – Duas formas de planejar uma mesma obra (hipotética) .................................................. 27
10 – Definição de Linhas de Balanço ................................................................................... 31
11 – Cálculo de ritmo ............................................................................................................ 36
12 – Planta de situação do empreendimento – Plano de ataque ........................................... 45
13 – Seqüência de execução dos serviços nos blocos ........................................................... 46
14 – Unidade Básica (Pavimento tipo) ................................................................................. 49
LISTA DE QUADROS
1 – WBS da Empresa ............................................................................................................ 47
2 – WBS do estudo ............................................................................................................... 48
SUMÁRIO
1 I�TRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
Justificativa ............................................................................................................... 10
Objetivos ................................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 11
1.2.2 Objetivo primário ............................................................................................. 11
1.2.3 Objetivo secundário ......................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 13
2.1 Considerações Gerais ................................................................................................ 13
2.2 Técnica Construtiva de Painéis Portantes ................................................................. 13
2.2.1 Industrialização da construção civil no Brasil ................................................. 14
2.2.2 Descrição e características do sistema ............................................................. 16
2.2.3 Usinagem, transporte e montagem ................................................................... 17
2.2.3.1 Usinagem .............................................................................................. 17
2.2.3.2 Transporte ............................................................................................ 18
2.2.3.3 Montagem ............................................................................................ 19
2.3 Princípios da Construção Enxuta .............................................................................. 21
2.3.1 Base conceitual ................................................................................................. 21
2.3.2 Princípios para a Gestão de Processos ............................................................. 24
2.3.2.1 Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor ...................... 25
2.3.2.2 Reduzir a variabilidade ........................................................................ 25
2.3.2.3 Reduzir o tempo de ciclo ...................................................................... 26
2.3.2.4 Simplificação através de redução de números de partes ...................... 28
2.4 Técnica de Programação de Obra por Linha de Balanço .......................................... 29
2.4.1 Emprego da técnica de Linha de Balanço ........................................................ 30
2.4.2 Características da aplicação da técnica em edifícios ........................................ 31
2.4.3 Metodologias de aplicação da Linha de Balanço ............................................. 32
2.4.4 Emprego da Linha de Balanço (LDB) ............................................................. 33
2.4.4.1 Tempo de duração das atividades ........................................................ 34
2.4.4.2 Tempo de duração das unidades básicas (D.U.) .................................. 34
2.4.4.3 Duração total da obra ........................................................................... 35
2.4.4.4 Eliminação de folgas entres atividades ................................................ 36
9
2.4.4.5 Determinação do número de equipes ................................................... 37
2.4.4.6 Estratégia de execução da obra ............................................................ 37
3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 39
4 ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DA TÉC�ICA DE LDB EM UMA
EMPRESA ..................................................................................................................
41
4.1 Descrição da Empresa e da Obra ............................................................................. 41
4.2 Características da Obra ao Início do Trabalho ......................................................... 42
4.3 Propostas para a Elaboração do Planejamento por Linha de Balanço ..................... 43
5 RESULTADOS E�CO�TRADOS .............................................................................. 51
6 CO�SIDERAÇÕES FI�AIS E RECOME�DAÇÕES ............................................. 54
REFER�CIAS ............................................................................................................... 57
AP�DICES .................................................................................................................... 59
A�EXOS .......................................................................................................................... 70
10
1 I�TRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Todo gerenciamento de uma obra parte do princípio de que a execução dos
serviços seguirá uma seqüência natural de precedências. Entretanto, para se saber e
determinar qual serviço começar quando o seu antecessor permitir, não é preciso vivenciar a
necessidade.
A capacidade de ordenar e idealizar serviços que serão executados fora do tempo
de precisão, com suas necessidades de recursos humanos, econômicos, físico-espaciais e
tecnológicos, e prazo é a habilidade de planejar ou programar.
Nas empresas de construção civil, a programação prévia de serviços tem como
meta projetar os serviços da obra, de maneira que se possa escolher, com antecedência, os
métodos construtivos e os meios de produção. A finalidade do planejamento é obter
resultados equacionados entre o maior desempenho no processamento e o maior rendimento
nos custos de execução.
Existem várias ferramentas para planejar e acompanhar o desenvolvimento das
atividades de execução para a indústria da construção civil. A obra é o produto final da
construção civil e, como tal, a maioria dos seus processos se repete ao longo do
empreendimento. Para projetos que tenham características lineares e de serviços repetitivos, a
técnica de programação indicada é a Linha de Balanço, que possui como vantagens
elaboração e acompanhamento, praticidade e facilidade de interpretação das atividades.
Contudo, o sucesso de qualquer técnica de planejamento é a sua associação a uma
gestão de processo que garanta não só a eficiência, como também a eficácia do sistema de
produção da obra. Desta forma, o presente trabalho associou à Linha de Balanço a aplicação
11
dos princípios da construção enxuta e a industrialização da construção, por intermédio da
montagem de paredes-painel.
A aplicação dos princípios da nova filosofia de gerenciamento da construção
enxuta é uma tendência que a construção civil vem utilizando para garantir os resultados da
gestão de processos em suas obras.
Além da técnica de planejamento e da gestão de processos, outro fator que deve
ser levado em consideração para um bom desempenho é o sistema construtivo. O sistema de
construção por painéis portantes em si já possui muito dos princípios da construção enxuta, o
que pode ser considerado um facilitador, assim forma-se um terceiro sustentáculo no estudo
da aplicação em obra desses três elementos.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O presente estudo tem como objetivo geral conferir o desempenho de duas
técnicas de programação através da otimização das tarefas por meio de aglutinação. Elas têm
em comum uma obra que possua em suas características principais a repetição de serviços e a
industrialização no seu sistema de produção.
1.2.2 Objetivo primário
Avaliar os resultados da aplicação dos princípios da construção enxuta em um
planejamento de pequenos lotes de produção, utilizando a técnica de Linhas de Balanço em
obras de painéis portantes e pré-lajes.
12
1.2.3 Objetivo secundário
Comparar a transparência de informações entre as técnicas de programação Linha
de Balanço e a utilizada pela obra, em termos de visualização dos recursos materiais e
humanos, simplificação e rapidez na interpretação dos dados, e facilidade de elaboração.
13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Considerações Gerais
Na área da construção civil brasileira tem-se observado e debatido que esse setor
da economia pouco tem se aproximado das características da industrialização, no que diz
respeito ao planejamento das suas etapas de produção e, mais especificamente, ao controle e
ritmo de execução. Tal fato, na grande maioria das obras, resulta em projeto e execução
distantes entre si, talvez pela forma única com que cada produto é gerado, com suas incertezas
de mercado, variabilidade da demanda, condições ambientais, e também pelo total
desconhecimento, por parte das empresas, do controle dos processos da produção.
A falta de planejamento, com a não aplicação de uma técnica de programação
adequada, faz que muitas vezes o empreendimento seja realizado com métodos construtivos
equivocados, deixando de ser uma produção enxuta para, conseqüentemente, se aproximar de
uma produção em massa.
Neste capítulo serão abordados os temas relativos ao planejamento e linha de
produção em pequenos lotes no setor da construção civil, por meio de conceitos e técnica de
programação e industrialização, ou seja, da construção enxuta, linha de balanço e aplicação de
elementos pré-moldados, respectivamente. Estas abordagens vão alicerçar a metodologia
empregada.
2.2 Técnica Construtiva de Painéis Portantes
14
2.2.1 Industrialização da construção civil no Brasil
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa necessitava de uma resposta técnica e
econômica para erguer e promover a indústria da construção; logo, a opção pelo “Grande–
painel” pré-fabricado foi a solução encontrada, convertendo essa tecnologia em um logotipo
daquele período (CAMPOS, 2003).
As utilizações em massa dessa tecnologia na área da habitação, ocorridas naquela
época, criaram uma espécie de estigma, que ligava a construção com pré-fabricado. Isso
ocorreu durante anos, devido à uniformidade, monotonia, e rigidez na arquitetura, ou seja,
nenhuma flexibilidade (Op. cit.).
Tornar-se-ia muito estreita, permanecer ainda hoje, com a definição de
industrialização calcada nos padrões da Europa na época do pós-guerra, sendo que esse
modelo vem sendo revisado e reformulado nos seus países de origem desde a década de 1980
(Op. cit.).
No Brasil, as construções pré-fabricadas de concreto surgiram na década de
sessenta (1960), porém o sistema popularizou-se nos anos 1980 com as obras industriais (Op.
cit.).
Segundo Pedreira de Freitas (1993), nesta mesma época uma forte crise assola o
setor da construção civil do Brasil, fazendo com que houvessem expressivos cortes nos
orçamentos, atingindo muitas obras. Em conseqüência dessa situação, surgiu uma crescente
procura para a construção de habitações.
Isso fez com que aumentasse a procura por uma alternativa na forma convencional
de construção, que igualava as pequenas e grandes obras na adoção de suas técnicas
construtivas mais comuns na época, como:
15
• Execução de estruturas em concreto armado e posterior complementação de
seus vazios com elementos que possibilitem a vedação.
• Execução de elementos de vedação com blocos, que possuam características
estruturais (Op. cit.).
Nos dois sistemas o número de elementos existentes que complementam o
conjunto total da obra é grande, tornando difícil equacionar a execução com produtividade e
qualidade. Entretanto, com a adoção de itens complementares, pode-se garantir a qualidade
sem prejuízo da produtividade e do custo (PEDREIRA DE FREITAS, 1993).
Na procura por novos processos construtivos, que conciliassem bons índices de
produtividade, qualidade e baixo custo, o Arquiteto Pedreira de Freitas conheceu na Colômbia
uma técnica de construção, de origem alemã, adaptada para o país importador. Após análise
de viabilidade, resolveu introduzir tal sistema no Brasil, com adaptações aos fatores
climáticos, econômicos e culturais do nosso país (Op. cit.).
Através de Pedreira de Freitas, o sistema de painéis pré-fabricados de concreto,
que justapostos formam pavimentos e edifícios completos, é apresentado a um empresário que
decide experimentar o sistema em um loteamento. É instalada uma usina de pré-fabricado
que, no prazo de trinta dias, entrega um edifício de quatro pavimentos (Op. cit.).
De acordo com Franco (2005), com todos os objetivos técnicos atingidos, tais
como estanqueidade, isolamento térmico e acústico, baixos custos de manutenção e produção,
alto índice de produtividade, satisfação do cliente e competitividade de mercado, o sistema
permite novos desafios, ou seja, a produção de edifícios de oito pavimentos.
Assim, a partir de 1980, a técnica de painéis portantes está instalada no Brasil
(PEDREIRA DE FREITAS, 1993), em Aracaju, capital do estado de Sergipe, através de uma
das maiores empresas do ramo da construção civil do estado e da região. O processo de
16
industrialização no estado passa a tomar formas mais robustas com a introdução de elementos
de pré-lajes e pré-vigas nas obras (NORCON, 2006).
A partir daí, e a cada ano, a industrialização passou a ditar o ritmo dos
empreendimentos no mercado sergipano, tanto das obras que possuem elementos pré-
fabricados, pois assim conseguem aumentar sua produtividade, quanto das obras que não
possuem pré-fabricados, pois são forçadas a acompanhar o ritmo para não perder mercado
(NORCON, 2006).
2.2.2 Descrição e características do sistema
Conforme Pedreira de Freitas (1993), o sistema foi pensado e criado para ser
executado por elementos pré-moldados de concreto armado, preparados em centrais fora ou
dentro do canteiro de obra. Os elementos básicos que compõem o conjunto de pré-moldados
são painéis portantes, pré-lajes, escadas e alguns elementos complementares.
Por ter como característica a completa pré-fabricação, o investimento inicial desse
sistema é alto, pois com o elevado índice de repetição dos painéis, é necessário o uso de
fôrmas metálicas. Entretanto, a longo prazo, com o uso constante, o custo das fôrmas vai
sendo amortizado e, conseqüentemente, a edificação tem seu custo reduzido.
Os painéis portantes, como já explanado, têm função estrutural e de vedação ao
mesmo tempo, têm a superfície lisa nos dois lados para as paredes internas e com pequenos
detalhes arquitetônicos para as paredes da fachada; possuem instalações embutidas, dispensa
revestimento e é acabado para o serviço de pintura. As pré-lajes, da mesma forma, dispensam
acabamento na sua superfície inferior, restando à parte superior uma concretagem com função
de substituir a camada de regularização. As escadas são pré-fabricadas, assim como os outros
17
elementos, e se apóiam em consolos aparafusados nas paredes (PEDREIRA DE FREITAS,
1993).
Todas as peças transformadas no conjunto da obra são capazes de transmitir e
suportar, respectivamente, esforços verticais e horizontais, devido a ventos ou eventuais
abalos sísmicos, além de garantirem os isolamentos térmicos, acústicos e a estanqueidade
através de pingadeiras postas estrategicamente nas emendas da fachada.
2.2.3 Usinagem¹, transporte e montagem
2.2.3.1 Usinagem
O local onde se processa a usinagem, denominado de unidade industrial ou central
de produções, deve possuir um conjunto mínimo de equipamentos, fôrmas metálicas
especiais, uma usina própria de concreto e equipamento de içamento que suporte um peso
mínimo de três toneladas. As pré-lajes são armados e concretados na horizontal; já os painéis
portantes são armados na horizontal e concretados na vertical, em um conjunto de fôrmas
denominadas “bateria”, que usa o calor de hidratação do concreto como acelerador de cura.
As baterias trabalham também como vibrador, para facilitar o concreto auto-adensável
(ilustrações 1 e 2). O concreto é dosado para atingir uma resistência adequada no momento da
desforma.
Usinagem¹ - Processo industrial de produção de peças em grande escala
18
Ilustração 1. Paredes-painéis na “bateria”. Ilustração 2. Pré-laje na horizontal.
2.2.3.2 Transporte
Da fabricação das peças até à sua aplicação na obra existem três etapas de
transporte. Dentro da Unidade Industrial, o transporte pode ser feito por vários tipos de
equipamentos, tais como ponte-rolante, pórtico, e até mesmo gruas de capacidade de três
toneladas, dependendo da estrutura da usina (ilustração 3). A segunda etapa de transporte, que
compreende da usina até o local de montagem, é feita por intermédio de caminhões (ilustração
4): as painéis portantes seguem em suportes que os mantêm em posição vertical, e por isso em
maior quantidade; já as pré-lajes seguem na posição horizontal e são transportados em menor
quantidade. Na última parte da operação de transporte, que se limita ao canteiro de obra, o
deslocamento dos painéis é feito por intermédio de gruas que suportem até três toneladas.
Em toda a seqüência de transporte, compreendida entre a fabricação e a
montagem, havendo a necessidade de estocagem, intermediando cada operação, deve-se
obedecer à regra de que os painéis portantes são armazenados de modo vertical, usando para
isso suportes, e as pré-lajes são estocadas de forma horizontal e intercaladas por anéis de
borracha.
19
Ilustração 3. Transporte em pórtico. Ilustração 4. Transporte em caminhão.
2.2.3.3 Montagem
A seqüência de montagem segue um plano pré-estabelecido. A saída ou arranque
da fundação deve ter um controle rígido, pois a partir daí os outros elementos seguem
automaticamente os posicionamentos definidos.
A garantia de prumo e alinhamento é feita de maneira simples, por gabaritos e
escoras metálicas que travam as peças, tanto na parte inferior como na parte superior. O
assentamento dos painéis portantes é feito sem armaduras de traspasse, garantindo o
engastamento de um painel no outro; e colocado apenas um lastro de argamassa em toda a
extensão de contato da peça com as lajes, para garantir a regularização para seu apoio
(ilustração 5).
A seqüência de montagem é feita de modo a colocar, inicialmente, uma peça
portante, e logo após, formando um ângulo de 90º, outra parede de travamento. A união entre
as peças é garantida por pontos de solda pré-determinados que são concretados em seguida
com graute.
20
Montadas as paredes, inicia-se a montagem das pré-lajes, que devem ser
distribuídas sobre cimbramentos, devidamente niveladas por escoras metálicas de regulagem
com roscas finas (ilustração 6).
Ilustração 5. Assentamento das paredes-painéis. Ilustração 6. Escoramento. Fonte: SANTOS, 1998.
Distribuídas as lajes, são colocados os conduites, as ferragens negativas e lançado
o concreto de complemento de forma a atingir a espessura final da laje indicada em projeto.
Devido à rigidez das pré-lajes, pode-se executar o concreto de complementação, de forma
bem acabada para eliminar a camada de regularização antes do material de acabamento do
piso.
Ao fim da montagem, o acabamento fica muito simplificado, pois são eliminados
serviços intermediários. A exemplo das instalações elétricas, que ficam resumidas apenas à
enfiação e ao assentamento dos acabamentos, as instalações hidrossanitárias são executadas
através de kits prontos e apenas encaixadas; as esquadrias, portas e janelas, que já vêem
prontas, são encaixadas nos vãos de medidas uniformes; os materiais de revestimento de piso
e parede são aplicados diretamente com cola nos painéis; como no revestimento, a pintura é
21
executada diretamente sobre as lajes e painéis; nas fachadas são feitos apenas tratamento de
estanqueidade nas juntas e aplicação de textura, pois os painéis de fachada são executados
com detalhes arquitetônicos, reduzindo assim custos com acabamento exteriores.
2.3 Princípios da Construção Enxuta
O setor da construção civil sofre com a eficiência e a eficácia do sistema de
produção, no tocante à Gestão de Processos. Com o objetivo de solucionar essa deficiência é
que, desde os anos de 1990, o conceito de Produção Enxuta tem sido estendido, adaptado e
adequado para a atualidade da construção civil. Esse novo conceito é denominado de
Construção Enxuta.
Nessa parte do trabalho serão levantados os princípios e conceitos da Construção
Enxuta, cuja abordagem é relevante para o entendimento da relação desse conceito com o
método construtivo escolhido para a investigação.
2.3.1 Base conceitual
O entendimento do novo conceito de processo de produção é a diferença entre as
duas formas de gerenciamento: a tradicional e a produção enxuta (FORMOSO, 2005). Para o
autor, hoje em dia tem-se, ainda, o entendimento de processo de produção como “um conjunto
de atividades de conversão, que transforma os insumos (materiais, informações) em produtos
intermediários (alvenaria, estrutura, revestimento) ao final em edificação”, conforme ilustrado
na ilustração 7.
22
Ilustração 7: Modelo de processo na filosofia gerencial tradicional.
De acordo com Formoso (2005), esse entendimento pode ser ainda fragmentado
em processos menores ou subprocessos, o que não deixa de ser um processo de conversão.
Uma execução de estrutura envolve a execução fôrmas, montagem de armaduras,
concretagem, cura, desfôrma e rescoramento. Dentro dessa lógica de entendimento de
processo de produção, o esforço de redução de custo total está direcionado para a redução de
custo de cada fragmento de processo (subprocesso), e também o valor do produto de um
subprocesso está associado ao custo dos seus insumos.
Dentro dessa visão gerencial dominante são detectadas deficiências, tais como: a
não consideração de atividades entre os processos de conversão, e que, não agregam valor
como inspeção, transporte, espera por material, retrabalho, etc.; classicamente sabe-se que se
gasta com eles aproximadamente 67% do tempo em um canteiro de obras (Op. cit.).
Assim, existe uma grande tendência de concentrar esforços na melhoria dos
subprocessos e não no sistema de produção, bem como a não execução ou processamento dos
produtos, conforme as necessidades dos clientes, gera produtos não funcionais. Há ainda outra
deficiência que é a desconsideração do processo como um conjunto de elementos distintos, a
saber: processamento, transporte, inspeção e espera ou pior concentração dos esforços na
melhoria no processamento sem considerar as atividades de transporte e espera (Op cit.).
23
Após esta contextualização, para se chegar ao entendimento do conceito da
produção enxuta é necessário compreender a diferença entre processo e operação (Op. cit.).
De acordo com Shingo (1996, 103), “Processos transformam matérias-primas em
produtos. Operações são as ações que executam essas transformações”.
Conforme San Martin (1999) apud Santos (2000, p. 8) tem-se as seguintes definições
para processo e operação:
• “Processo é o fluxo definido pelos materiais, constituído por uma seqüência de
eventos, em que esses são transformados no produto final. Esses eventos podem ser caracterizados
como conversão ou processamento, inspeção, espera ou transporte”.
• “Operação é o fluxo definido pelas pessoas ou máquinas, constituído pela seqüência
de ações (ou trabalhos) executadas sobre os materiais. Essas ações também podem ser
caracterizadas como conversão ou processamento, inspeção ou transporte / deslocamento e ainda
outras que não coincidem com as atividades dos fluxos de processos”.
O modelo de processo da construção enxuta, por sua vez, assume que um processo
consiste em um fluxo de materiais, desde a matéria prima até o produto final, sendo o mesmo
constituído por atividades de transporte, espera, processamento (ou conversão) e inspeção,
(ilustração 8). As atividades de transporte, espera e inspeção não agregam valor ao produto
final, sendo por essa razão denominadas atividades de fluxo (FORMOSO, 2005).
Ilustração 8: Modelo de Processo de Construção Enxuta (KOSKELA, 1992).
24
Em resumo, “Toda atividade constitui o encontro físico, na produção, dos fluxos de
processos e de operações, sendo os processos a maneira como os materiais são arranjados para a
realização de um determinado serviço, e as operações os movimentos realizados pelos operários e
equipamentos para possibilitar tal realização” (SAN MARTIN, 1999 apud SANTOS, 2000).
2.3.2 Princípios para a Gestão de Processos
Juntamente com o conceito básico da construção enxuta, Koskela (1992) propôs
onze princípios para melhorar a eficiência do processo construtivo. Esses resultaram no que se
conhece hoje como modelo Transporte, Fluxo e Valor (TFV), descrito em sua tese (Koskela,
2000):
• Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor;
• Aumentar o valor do produto final;
• Reduzir a variabilidade;
• Reduzir o tempo de ciclo;
• Diminuir o número de partes ou ciclos;
• Aumentar a transparência do processo;
• Aumentar a flexibilidade de saída;
• Introduzir melhoria contínua no processo;
• Focar o controle no processo global;
• Manter um equilíbrio entre melhorias nos fluxos e nas conversões;
• Fazer benchmarking.
Nesse tópico serão abordados os princípios da Construção Enxuta, que de acordo
com a gestão de processos são mais adequados para esse trabalho. Dentro da definição de
cada princípio será feita uma exemplificação prática de sua aplicação, relacionando mais
25
especificamente com o método construtivo de painéis portantes, método escolhido para este
estudo.
2.3.2.1 Reduzir a parcela de atividades que não agregam valor
Esse é o princípio mais importante do conceito da produção enxuta, onde se pode
não só melhorar, mas também aperfeiçoar a eficiência dos processos de produção, através da
redução das perdas, e até mesmo da eliminação de atividades (FORMOSO, 2005).
Para atingir esse princípio é necessário que primeiro se trace o fluxo do processo,
identificando as atividades, para que se possa controlá-las e até, na melhor das situações,
eliminá-las. No sistema de painéis portantes pode-se perceber a essência do princípio em
várias atividades que sofreram alterações.
Um exemplo foi implantado na obra pesquisada: ao invés de fazer a abertura de
passagem de tubulação e depois o assentamento cerâmico com acabamento nos furos,
simplesmente inverteu-se a seqüência de processamento, ou seja, primeiro assenta-se a
cerâmica e depois furam as passagens de tubulação, eliminando assim o tempo gasto pelo
pedreiro com o acabamento e aumentando a produtividade. Outro exemplo é o fato de usar
um concreto mais fluido, ou seja, auto-adensável, para não precisar gastar tempo e um número
elevado de profissionais com o espalhamento do concreto.
2.3.2.2 Reduzir a variabilidade
A obra, produto da construção civil, possui características próprias e bem
diferenciadas de qualquer outro produto. Por isso, a variabilidade está fortemente presente nas
atividades de produção de uma obra. A variabilidade dos processos anteriores está mais
26
focada nos fornecedores; a do próprio processo ligada mais especificamente à execução das
atividades, e, por fim, a variabilidade na demanda refere-se às necessidades dos clientes.
A necessidade de reduzir a variabilidade vem dos princípios de que a
padronização do produto é a garantia da qualidade prevista na especificação, ou seja, a
tendência é reduzir as atividades que não agregam valor e o tempo de execução dos serviços.
No sistema de painéis portantes pode-se avaliar a variabilidade como um problema de baixo
efeito e impacto, pois em todas as suas etapas de produção a padronização está presente,
desde a escavação, passando pela estrutura, que elimina alvenaria por completo e seus
acabamentos, instalações já embutidas nos painéis, e, por fim, revestimentos que são
aplicados diretamente nas paredes e lajes.
2.3.2.3 Reduzir o tempo de ciclo
Segundo Formoso (2005), o tempo de ciclo é definido como a soma de todos os
tempos para produzir um produto (tempo de transporte, espera, inspeção e de processamento).
Neste trabalho, o produto é uma obra de construção civil. A aplicação desse princípio leva à
compressão do tempo disponível como forma de eliminar as atividades de fluxo que não
agregam valor. A redução do tempo de ciclo tem origem no just in time e a sua aplicação
agrega outras vantagens:
• Entrega mais rápida ao cliente. Ao invés de espalhar produtos em
processamento por toda a obra, as equipes devem se concentrar na conclusão de pequenos
lotes de produção. Essas unidades podem ser entregues mais cedo aos clientes. Com isso,
existe uma amortização dos custos de desembolso, já que haverá um retorno mais cedo.
27
• A gestão de processos torna-se mais fácil. A quantidade de produtos
inacabados em estoque, denominado de trabalho em processo, é menor, facilitando o controle
da produção e o aproveitamento do espaço físico disponível.
• Aumento do efeito aprendizagem. Com a diminuição do volume de produtos
em processamento há uma tendência à diminuição de sobreposição de serviços. À medida que
os erros forem aparecendo nesses pequenos lotes de produção, o aprendizado com a correção
das causas dos problemas, pode ser aproveitado para melhorar a execução dos próximos lotes.
• Estimativas futuras de demanda são mais precisas. Com os lotes de produção
menores e os prazos de entrega reduzidos, as empresas têm uma estimativa mais precisa de
demanda e mercado.
Para exemplificar, a ilustração 9 mostra duas maneiras diferentes de planejamento
estratégico de execução de um empreendimento hipotético. Na primeira proposta de
planejamento, o tempo de ciclo é grande, fazendo com que haja superposição de serviços. No
segundo caso, o tempo de ciclo é reduzido, os lotes de produção são menores e, com isso,
todos os benefícios acima citados são aplicados.
Ilustração 9: Duas formas de planejar uma mesma obra (hipotética).
28
2.3.2.4 Simplificação através de redução de números de partes
Quando comparadas a execução de uma obra pelo método convencional e uma
obra com a técnica de painéis portantes verifica-se que no segundo caso esse princípio foi
extremamente usado, pois houve uma redução na quantidade de atividades que não agregam
valor para sua execução, já que serviços auxiliares de preparação e conclusão foram
eliminados.
O maior exemplo da aplicação desse princípio nas obras de painéis portantes é
justamente o uso de seus painéis, pois com eles há diminuição considerável de etapas para
execução da vedação vertical de uma edificação. Elimina-se alvenaria, vergas, chapisco e
massa de regularização de paredes, reboco e emboço.
Os princípios da Construção Enxuta têm origem nos conceitos da produção
enxuta; esse novo padrão tem suas idéias surgidas nos anos de 1950, no Japão, seguindo a
Gestão da Qualidade Total e o Just inTtime, sendo o Sistema Toyota de Produção seu ponto
mais alto de aplicação (FORMOSO, 2005).
O Sistema Toyota de Produção caracteriza-se pela “produção com estoque zero,
ou sem estoque, o que equivale dizer que cada processo é abastecido com os itens necessários,
na quantidade necessária, no momento necessário, ou seja, just-in-time” (SHINGO, 1996),
isso que dizer, no tempo certo, sem geração de estoque, situação que causa sérios problemas
em uma obra, tais como os citados por Macedo (2004):
a) Custo financeiro;
b) Custo de gerenciamento de estoque;
c) Necessidade de espaço físico;
d) Possibilidade de deteriorização, roubo, vandalismo;
e) Não permite a visualização dos problemas.
29
A Construção Enxuta tem suas raízes na indústria automotiva japonesa que, por
sua vez, visa a redução do tempo de ciclo de produção, do tempo de espera, do desperdício e a
produção em pequenos lotes, diferente do Taylorismo e Fordismo. Dentro dessa visão
industrial, o processo construtivo que mais se aproxima da linha de produção automotiva é o
de painéis portantes.
2.4 Técnica de Programação de Obra por Linha de Balanço
Os empreendimentos que utilizam técnica construtiva com elementos pré-
fabricados conseguem reduzir a quantidade de serviços em sua execução. Conseqüentemente,
com a redução de parte dos serviços, há uma redução no seu tempo de execução, ou seja,
redução no tempo de transporte, inspeção, processamento e espera, no chamado tempo de
ciclo. A redução do desperdício de tempo faz com que os serviços sejam executados de forma
ritmada e com uma programação paralela. No caso mais específico de obra com painéis
portantes os serviços, além de serem ritmados e com reduzido desperdício de tempo, são
excessivamente repetitivos. Por isso, a técnica de planejamento de obras mais indicada para
empreendimentos com essas características é a Linha de Balanço.
Segundo Ichihara (1998) apud Prado (2002), a Linha de Balanço é uma das
técnicas de programação mais conhecidas pelos pesquisadores para projetos de construções
lineares. Essa técnica originou-se na indústria da manufatura e após a Segunda Guerra
Mundial foi adotada na indústria da construção civil.
No Brasil ela foi introduzida a partir da década de 1970 no planejamento da
construção de conjuntos habitacionais. A Linha de Balanço apresenta cronograma de barras
em duas dimensões, permitindo a visualização de várias informações a respeito das
30
atividades, tais como quem vai executar, onde, quando e em que ritmo. Ainda é utilizada para
planejamento de longo prazo (SANTOS, 2005).
2.4.1 Emprego da técnica de Linha de Balanço
A técnica de Linha de Balanço é aplicada para programar atividades repetitivas
que venham a ocorrer ao longo de vários postos de trabalho em um canteiro de obras. Essa
técnica vem sendo aplicada com mais freqüência em obras de conjunto habitacional,
rodoviárias, de saneamento e de edifícios altos. Neste último caso, a técnica é usada de forma
simples e seqüencial nas atividades de repetição, nos diversos apartamentos ou pavimentos
(MENDES JR; HEINECK, 1998).
No Brasil, a técnica de Linha de Balanço ainda é pouco aplicada. Entretanto, ela
vem adquirindo espaço nos canteiros de obra, pois não se encontra com facilidade outra
técnica de programação que permite a interpretação de tantos tipos de informações de uma só
vez.
A Linha de Balanço é uma técnica essencialmente gráfica (ilustração 10). As
atividades são representadas em um diagrama de espaço/tempo, no qual o eixo vertical
representa as unidades básicas e o eixo horizontal, o tempo (ABRAHAM, 1998 apud
PRADO, 2002); outras características são: facilidades de elaboração, fácil visualização da
necessidade de recursos materiais e humanos, além de ser simples e de rápida interpretação
gráfica.
Este trabalho aproveitou as características da Linha de Balanço para empregá-la
na programação e no acompanhamento da obra em estudo, a qual possui atividades bem
definidas, equipes reduzidas e fixas, quantidade de serviço reduzido e ótimo ritmo de
execução.
31
Ilustração 10: Definição de Linha de Balanço (PRADO, 2002).
2.4.2 Características da aplicação da técnica em edifícios
A Linha de Balanço é uma técnica que, em geral, é mais apropriada para obras
lineares, entretanto, para obras de edifícios pode-se aplicá-la com modificações em suas
características. No caso de edifícios é aconselhável que seja admitida como unidade repetitiva
os pavimentos tipo, que é a forma mais utilizada ou o apartamento. Sendo assim, deve-se
observar na programação de edifícios com Linha de Balanço a diferença no cálculo do ritmo
de execução das atividades. Com a definição da unidade básica de repetição da obra, seja o
apartamento ou o pavimento, fica o ritmo definido como a quantidade de unidades básicas
(apartamentos ou pavimentos) que se deve concluir em um dado prazo de tempo (semana ou
mês), para que a conclusão seja atendida no prazo final. A Linha de Balanço sugere que todas
as atividades da obra sejam executadas em um só ritmo, tornando a programação
completamente paralela, onde não haja desperdício de tempo entre o fim de uma atividade e o
início de outra, ou, no caso, desperdício de tempo na passagem de uma unidade básica para
outra (MENDES JR; HEINECK, 1998).
32
Devido ao dimensionamento corriqueiro de apenas uma equipe para cada
atividade a ser executada nas obras de construção de edifícios, o ritmo passa a ser o mesmo da
duração da equipe na unidade básica (apartamento ou pavimento), ou seja, o ritmo natural.
Como conseqüência mais provável, as atividades antecessoras e predecessoras terão ritmos
diferentes, ocasionando uma programação não paralela de atividades, ou seja, haverá serviço
sendo executado em todos os pavimentos, o que, em termos práticos, não será problema se a
obra tiver um prazo longo de execução (MENDES JR; HEINECK, 1998).
2.4.3 Metodologias de aplicação da Linha de Balanço
Conforme o exposto sobre a Linha de Balanço com relação à sua
empregabilidade, tais como forma simples, seqüencial e de fácil elaboração e aplicabilidade,
como também sobre as características da técnica construtiva escolhida para a elaboração desse
trabalho, observa-se que três métodos de aplicação da Linha de Balanço podem ser sugeridos
(MENDES JR; HEINECK, 1998).
A primeira metodologia de programação é mais adequado para obras onde os
níveis de detalhamento dos serviços são altos e o prazo não é reduzido, o que permite utilizar
intervalos de tempo entre as várias fases construtivas. Essa metodologia consiste em agrupar
as atividades em etapas construtivas (Op. cit.).
Permanecendo com os autores, a segunda metodologia pode ser usada com um
número menor de atividades, agrupando-as em pacotes de trabalho relacionados. Neste caso, a
maioria das atividades é programada seqüencialmente. Poucas são programadas em paralelo,
como, por exemplo, Colocação de Portas e Esquadrias de Alumínio, e outras programadas
separadamente, como as de Revestimento Externo e Acabamentos das Instalações. Nesta
33
metodologia, os conflitos entre as atividades (precedências) devem ser resolvidos em cada
pavimento à medida que se vai programando (Op. cit.).
A terceira metodologia procura mesclar a programação pela Linha de Balanço e o
PERT/CPM, focando mais a atenção no caminha crítico, determinado para uma rede no
pavimento tipo. Essa programação é feita seguindo uma rede de atividades, começando pelo
caminho crítico (Op. cit.).
Analisando cada metodologia de programação, conclui-se que o primeiro tipo não
é adequado ao estudo de caso proposto, pois este possui altos níveis de detalhamento e longo
prazo de execução; a terceira metodologia, assim como a primeira, dentro das características
da obra de painéis portantes, onde possui poucas atividades, é a menos adequada ao estudo; a
segunda metodologia é a mais adequada ao tipo de obra em estudo, tendo em vista a tendência
ao uso de duas formas de programação, em seqüência e em paralelo, sendo a programação
realizada na planilha eletrônica.
2.4.4 Emprego da Linha de Balanço (LDB)
A adoção da Linha de Balanço como técnica de programação parte,
primeiramente, da escolha da obra a ser realizada, que se baseia em fatores construtivos,
definição da unidade base, disponibilidade financeira, conveniência de financiamentos,
facilidade de venda, layout do canteiro e facilidade de aplicação do método.
O empreendimento escolhido para gerar os dados necessários da programação por
LDB, neste trabalho, possui sete blocos de apartamentos com aproximadamente 2.758,32 m²
cada; por sua vez, a unidade de bloco possui nove pavimentos, sendo o térreo também com
quatro unidades residenciais, perfazendo um total de 40 apartamentos por bloco, e 280 no
total.
34
No pacote de execução do empreendimento também constam obras
complementares de infra-estrutura (água, esgoto, telefone, energia, gás e calçamento), além de
quadra esportiva, salão de jogos, salão de festas e portaria.
Para facilitar a aplicação da técnica da Linha de Balanço tomou-se como unidade
básica o pavimento tipo, por ser o de maior repetitividade.
A partir das decisões acima adotadas, o passo seguinte é a obtenção de dados que
alimentarão a programação.
2.4.4.1 Tempo de duração das atividades
Determinada a unidade básica, pode-se utilizar a técnica do WBS - Work
Breakdown Structure, ou mais especificamente EAP - Estrutura Analítica de Projetos, para a
elaboração do parcelamento da obra em pacotes de serviços. Faz-se então a alocação dos
quantitativos de serviço em cada unidade básica.
Com os quantitativos já definidos e a tabela de composição de serviço unitário ou
a tabela de composição de preços unitários para orçamentos, define-se a quantidade de mão de
obra necessária para cada serviço, assim como os profissionais e os ajudantes para cada
atividade. Com essas equipes estipuladas, é determinado o tempo de duração de cada
atividade da unidade (LOSSO; ARAÚJO, 1995).
2.4.4.2 Tempo de duração das unidades básicas (D.U.)
Estabelecidas as durações de todas as atividades necessárias para a elaboração de
uma seqüência, que tenha uma lógica de precedência normal exeqüível para uma obra, inicia-
se a elaboração do PERT/CPM. A partir da rede feita pode-se estabelecer a duração da
35
unidade básica, por meio da soma das durações de cada atividade necessária (LOSSO;
ARAÚJO, 1995).
2.4.4.3 Duração total da obra
Segundo Losso e Araújo (1995), o prazo máximo de duração do empreendimento
é estipulado por fatores externos à técnica da Linha de Balanço, devido a fatores
condicionantes, referentes à viabilidade do empreendimento, tais como demanda de mercado,
planejamento de investimento, financiamento e retorno financeiro, concorrência, bem como
prazo mínimo de execução. Dentro desse prazo máximo, encontra-se o prazo de folga por
eventuais atrasos, tempo para implantação do canteiro de serviços e execução da fundação.
Portanto, para a determinação da duração total da obra deve-se subtrair do prazo
máximo os meses que não participam efetivamente da execução. Partindo desse princípio,
encontra-se o ritmo de execução (ilustração 11), onde:
Tb - Tempo de base
Tr - Tempo de ritmo
Tm - Tempo de mobilização
R - Ritmo de execução da unidade básica
DT - Duração total da obra
DU - Duração total da execução da unidade básica
n - Número de unidades básicas
36
Ilustração 11: Cálculo de ritmo (PRADO, 2002).
2.4.4.4 Eliminação de folgas entre atividades
Após encontrar o ritmo de execução da unidade básica, o passo seguinte é
determinar o número de equipes para execução de cada atividade. Entretanto, nesse passo da
seqüência de cálculo, é bastante provável encontrar atividades com ritmos diferentes, ou seja,
na rede PERT/CPM as durações calculadas não são iguais ou múltiplas do mesmo ritmo
(LOSSO; ARAÚJO, 1995).
Isso significa que, com esse desbalanceamento de ritmo, haverá interceptação da
curva de um processo sobre um ou mais processos posteriores, devido à diferença de
inclinação e os chamados Buffers (abertura no tempo insuficiente para as datas de início dos
processos) (PRADO, 2002).
Conforme (Op. cit.), essas folgas no tempo, sempre que possível, devem ser
evitadas, pois podem causar paradas nas tarefas, utilização ineficiente de equipamentos e
ociosidade nas equipes, aumento de custos, bem como atraso no prazo final de entrega da
obra.
37
Dessa forma, a melhor solução para contornar essa situação é alterar a rede
PERT/CPM inicial, de forma que se obtenham tarefas com ritmos iguais ou múltiplos entre si.
Utiliza-se, portanto, o seguinte critério para facilitar o emprego da técnica da
Linha de Balanço, evitando os indesejáveis Buffers (LOSSO; ARAÚJO, 1995):
• Examinam-se as atividades que possuem durações diferentes, ou não múltiplas
entre si.
• Detectadas estas atividades, alteram-se suas durações tornando-as múltiplas,
aumentando ou diminuindo o número de integrantes das equipes.
• Observam-se as atividades que poderiam ser executadas pela mesma equipe,
logo poderiam formar durações múltiplas entre si.
2.4.4.5 Determinação do número de equipes
Conforme Losso e Araújo (1995), finalizada a reorganização de todas as
atividades, de modo que obedeçam a um mesmo ritmo de execução, parte-se para a
determinação do número de equipes necessárias para cada serviço. As equipes são
determinadas pela divisão da duração de cada atividade pelo ritmo já calculado.
2.4.4.6 Estratégia de execução da obra
Antes de elaborar o desenho da Linha de Balanço, é recomendável uma análise da
maneira de execução da obra dentro do canteiro. Para Schmitt (1992) apud Prado (2002), a
definição de como a obra será realizada depende de fatores como:
• Fatores construtivos;
• Definição da unidade base;
38
• Disponibilidade financeira;
• Conveniência de financiamentos;
• Facilidade de venda;
• Layout do canteiro;
• Facilidade de aplicação do método da Linha de Balanço.
39
3 METODOLOGIA
Com a intenção de fazer um estudo de verificação da facilidade de programação e
interpretação da Linha de Balanço em obras que possuam o sistema construtivo em painéis
portantes e produção em linha, conforme os princípios da construção enxuta, pode-se
caracterizar o trabalho como um estudo de caso.
Para iniciar este estudo de caso, primeiramente fez-se necessário escolher a
unidade que constitui o caso para estudo, ou seja, uma obra com execução em painéis
portantes.
A coleta de dados deve ser feita, antes de tudo, por intermédio: da análise e
interpretação da composição de insumos, projetos, planejamento; da observação direta
semanal, nos casos de serviço com ciclo de repetição semanal, como a estrutura, e observação
direta diária, nos casos de serviços com ciclo de repetição com esse mesmo espaço de tempo,
como a aplicação da textura na fachada; da entrevista não estruturada com os engenheiros de
obra e programador, mestre, técnicos e funcionários; e dos registros fotográficos (ver
apêndice A) e comparação dos dados da atual obra com a fornecida no relatório de estágio
curricular obra Pacifico Norte, que possui o mesmo sistema construtivo (MATOS, 1999).
Na programação, o princípio da construção enxuta, o qual se refere à redução do
tempo de ciclo, será empregado utilizando o maior número de serviços a ser executado por
uma só equipe no pavimento, ou seja, agrupando serviços e concentrando equipes na
conclusão mais cedo desses serviços, a fim de iniciar o mais breve possível a próxima tarefa.
Ainda na programação, a estratégia será planejar a estrutura de forma a executar
os blocos em série, ao invés de espalhar serviços inacabados por todo o canteiro. Antecipar os
serviços com acabamentos mais grossos e postergar os serviços de acabamento mais fino,
40
para que haja um histograma com distribuição mais uniforme. A maioria das atividades será
programada em seqüência, com poucas programadas em paralelo, que será o caso da fachada
e o deslocamento da grua.
Determinando uma seqüência de elaboração da programação desse estudo podem-
se listar as seguintes etapas:
• Escolher um empreendimento que possua característica de linha de produção;
• Determinar a unidade básica de repetição, apartamento ou pavimento tipo,
retirando-se toda área que não haja repetição;
• Adquirir o maior número possível de fontes de coletas de dados tais como
projetos, programação da obra, composição dos serviços e dados de serviço semelhantes aos
de outros empreendimentos;
• Levantar o quantitativo dos serviços da unidade de repetição;
• Levantar “in loco” através de entrevistas, pesquisas e observações, todos os
dados complementares às fontes anteriormente citadas. Ainda, levantar tempo e quantidade de
homens para execução de determinados serviços;
• Preparar a EAP da programação com no mínimo dois níveis de detalhamento;
• Calcular através do índice de produtividade, i=(H x h) /Q, onde H é a
quantidade de operários, h representa o tempo em hora e Q é a quantidade de serviço;
• Determinar a duração total da unidade básica, através da soma dos tempos
necessários para execução de todos os serviços da unidade de repetição;
• Determinar a equipe de operários para cada serviço;
• Identificar as atividades afins e agrupá-las para execução de apenas uma equipe
de operários;
• Determinar a duração total da obra;
41
• Calcular o ritmo de execução da unidade básica [R=(n – 1) / TR], onde n é o
número de pavimento e TR é o tempo de ritmo;
• Eliminar as interferências entre as curvas das tarefas, com re-estudo dos
serviços que não possuam o mesmo ritmo ou possuam ritmos múltiplos entre si; e
• Lançar em planilha eletrônica os dados da LDB.
42
4 ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DA TÉC�ICA DE LDB
EM UMA EMPRESA
4.1 Descrição da Empresa e da Obra
A empresa escolhida para fornecimento de dados na programação de obra, pelo
método de Linha de Balanço, foi a Norcon - Sociedade Nordestina de Construções S/A, pelo
fato dela ser a pioneira no uso de elementos pré-fabricados em obras, no estado de Sergipe, e
por possuir obras no sistema de painéis portantes quando do estágio inicial deste estudo.
A construtora Norcon iniciou, em 1958, suas atividades na construção civil, com
obras industriais e públicas. Dez anos após, ela direcionou suas atividades para o ramo das
obras residenciais. Em 1980 é criada a unidade industrial, com o intuito de suprir as
necessidades de suprimento habitacional que o mercado de Sergipe possuía, para consumo
próprio. Inicialmente destinada à fabricação de blocos de concreto, a unidade industrial passa
a vislumbrar novas atuações, face aos altos custos com insumos e ao descontentamento de
seus proprietários com a técnica construtiva convencional. A partir do ano de 1984, Aracaju,
capital do estado de Sergipe, passa a ter obras com pré-lajes e pré-vigas.
Na década de 1990, a Norcon investe ainda mais em industrialização, e dessa vez
com características de uma linha de produção. É o início das obras com painéis portantes.
Justamente por essa característica de linha de produção industrial e obra enxuta,
em termos de quantidades de serviços, é que esse tipo de empreendimento foi escolhido para
o estudo proposto por esse trabalho.
A obra pesquisada situa-se na cidade de Aracaju, e é realizada pela Norcon. O
foco central do trabalho, para coleta de dados, possui 12.013,69 m² de área de terreno,
43
19.436,58 m² de área total construída, onde estão incluídas área da guarita, clube e lixo com
128,34 m² e sete edifícios totalizando 19.308,24 m².
Cada edifício possui 40 unidades de apartamento, cada apartamento com 56,48
m². Em média, são nove pavimentos e o térreo com 225,92 m² e 49,91 m² de área de
circulação comum por pavimento, além de gabarito de altura de 33,27 m.
O empreendimento tem um padrão médio, com três quartos, sala, cozinha, área de
serviço e banheiro. Revestimento nas áreas molhadas e piso cerâmico em todos os
compartimentos.
4.2 Características da Obra ao Início do Trabalho
No início do estudo de caso, a obra encontrava-se no estágio de mobilização de
equipamentos para o serviço de terraplenagem mecanizado e a implantação do canteiro de
obra.
A programação sugerida pela gerência de planejamento do empreendimento para
controle e acompanhamento da execução dos principais serviços, foi o cronograma de barras
ou gráfico de Gantt, por meio do aplicativo de gerenciamento de projetos, utilizando o MS
Project.
Para essa programação, a empresa tomou algumas decisões, levando em
consideração os seus conhecimentos adquiridos de experiências vividas e atuais, tais como:
- Prazo de execução da obra (trinta meses);
- Nível de detalhamento nas atividades da programação, em vista do volume de
serviço que a obra proporciona; neste exemplo, foram dois níveis de detalhamento;
- Tamanho da equipe, vinculado ao ritmo que se deseja atingir ou ao volume de
serviço;
44
- Produtividade esperada e ritmo a ser imposto, o que influencia no número de
equipes simultâneas, para uma só atividade, em apartamentos ou pavimentos diferentes;
- Estratégia de execução, ou seja, plano de ataque;
- Utilização de tecnologia e equipamentos para construção, o que influencia nas
decisões adotadas.
No que se refere ao plano de ataque, a equipe de planejamento da empresa optou
por executar o empreendimento em três etapas. A primeira etapa, composta por três blocos de
apartamentos, infra-estrutura principal, quadra, piscina, guarita e clube, tem prazo de entrega
de quatorze meses. O plano de ataque dessa primeira etapa ficou da seguinte forma: primeiro
ocorreu simultaneamente a execução dos blocos um e dois, depois o bloco três, em seguida
toda a área comum e a infra-estrutura principal. A segunda etapa é formada pela execução dos
blocos quatro e cinco, bem como suas áreas comuns durante dez meses. A terceira e última
etapa, semelhante à segunda, é formada pela execução dos blocos seis e sete, além de suas
áreas comuns, em um período de nove meses.
4.3 Propostas para a Elaboração do Planejamento por Linha de Balanço
A expressão planejamento faz com que se pense em um conjunto de processos que
estabelece uma coordenação de ações ou tomadas de decisões, objetivando um resultado.
O planejamento tem por função prever todos os trabalhos ou serviços a serem
realizados antes do seu início, com tanta antecedência que se possa escolher método
construtivo, forma de produção, produtividade, mão-de-obra, equipamentos e máquinas,
canteiro de obras, técnica de programação e até recursos financeiros.
Segundo Gehbauer (2002), o planejamento pode ser dividido em setores
diferentes, mas de estreita relação uns como os outros: Planejamento dos métodos de
45
execução; Planejamento da obra; Planejamento dos recursos operacionais e financeiros; e
Planejamento do canteiro de obras.
Neste trabalho o setor do planejamento que mais sugeriu um estudo, e, por
conseguinte, um debate dos resultados, foi o planejamento da obra, pelo fato de ser a área
onde se encontra uma maior deficiência de análise e controle das informações disponíveis no
planejamento.
O estudo começou a tomar forma com a idéia de planejar um empreendimento
pela técnica de Linha de Balanço aplicada em conjunto com os princípios da construção
enxuta. Entretanto, esse planejamento não poderia ser de uma obra que possuísse
características convencionais, de maneira a evidenciar as vantagens da referida técnica. A
proposta era pesquisar uma obra que possuísse características diferenciadas sobre as demais
disponíveis no mercado de Aracaju, pelo fato desta técnica construtiva estar sendo bem aceita
no mercado, a ponto da empresa expandir esse tipo de empreendimento para outras cidades
em estados vizinhos, além da redução de mão-de-obra e agilidade na execução dos serviços.
Esses diferenciais foram relacionados por ordem de prioridades que
influenciariam na escolha da obra, como: técnica construtiva, semelhança com uma linha de
produção industrial; tecnologias empregadas; programação por técnica diferente da Linha de
Balanço; e baixa quantidade de serviço em sua unidade de repetição ou quantidade de
serviços semelhantes em sua unidade de repetição, que pudessem ser agrupados.
A partir desses critérios, a obra foi selecionada, e todas as decisões para o início
da programação foram tomadas, conforme descrito no item 4.2. Verificou-se também que a
empresa utilizaria o método de diagrama de barras no empreendimento, o que levou à adoção
da Linha de Balanço para este trabalho.
O plano de ataque arquitetado tem semelhanças e diferenças com o elaborado para
o empreendimento, sem que isso comprometesse a entrega no prazo final estipulado pela
46
empresa, a exemplo da execução da obra por etapas, edifícios de cada etapa individualmente,
de forma consecutiva, ou seja, inicia-se um serviço em um bloco após o término de outro.
Iniciando o condomínio pela parte frontal da avenida principal, em direção ao fundo do
terreno; primeiramente foi planejado o conjunto de três blocos, “E”; “F” e “G”, e toda a área
de convivência, guarita, clube, quadra, piscina e infra-estrutura (ilustração 12); em seguida,
mais dois blocos, “A” e “B”; e por último, a etapa com os blocos “C” e “D”. Para a execução
da estrutura a grua é posta entre dois prédios, para que haja apenas três deslocamentos em
todo o período da obra, e no acabamento da fachada é utilizada uma plataforma telescópica.
Ilustração 12: Planta de situação do empreendimento - Plano de ataque.
Por conveniência, decidiu-se atacar os serviços de modo seqüencial, de forma a
começar um trabalho apenas depois de terminado o serviço predecessor e sempre em uma
direção, havendo inversão apenas na execução dos serviços desenvolvidos na fachada
(ilustração 13).
47
Assim, assumiu-se uma ligação com a construção enxuta de redução do tempo de
ciclo, conseqüentemente, aumento do efeito aprendizagem e diminuição de produtos
inacabados.
Bloco “E” Bloco “F” Bloco “G” Bloco “A” Bloco “B” Bloco “C” Bloco “D”
Ilustração 13: Seqüência de execução dos serviços nos blocos.
Visando tornar a programação por Linha de Balanço facilitada, foram necessárias
simplificações. Por exemplo, o empreendimento possuía obras complementares, como a infra-
estrutura, a guarita e o clube, as quais foram desconsideradas.
O WBS ou EAP foi montado, tomando-se como base a estrutura da obra,
retirando-se dele os itens preliminares; fundação; serviços no ático; montagem de elevadores;
serviços no acabamento como assentamento de acabamentos elétricos, hidráulicos e portas;
assentamento de bancadas; vistorias; limpeza final da torre; entrega de apartamentos e toda a
área comum, de lazer e comunitário. Foram acrescentados na programação da obra novos
itens, serviços que ficaram subtendidos como, por exemplo, Estrutura de Piso e Paredes, além
48
de Fachada. Esses últimos tiveram que ser mais detalhados, a fim de calcular os períodos de
execução (quadros 1 e 2).
A unidade básica de repetição na execução da estrutura é o pavimento tipo, e por
esse motivo decidiu-se permanecer com esse nível de detalhamento.
item Tarefa item Tarefa
1 Início 33 Montagem de elevadores
2 SERVIÇOS PRELIMI�ARES 34 OBRA FI�A �O TIPO
3 Projetos 35 Aquisição dos materiais para prumadas hidrossanitárias
4 Administração Local 36 Prumadas hidrossanitárias/Águas pluviais
5 Serviços Preliminares 37 Assentamento de shaft em banheiro
6 Equipamentos e Despesas de Manutenção 38 Regularização dos painéis
7 Serviços Gerais de Canteiro 39 Impermeabilização de box e ralos
8 I�FRA-ESTRUTURA 40 Execução de contrapiso - quarto/sala
9 Execução de sapatas/pescoços 41 Execução de contrapiso - wc/cozinha
10 Instalações e camadas do terreno 42 Assentamento de cerâmica
11 ESTRUTURAS DE PISO E PAREDES 43 Tratamento de fissuras/selador
12 Paredes do térreo 44 Massa corrida
13 Estruturas de piso e paredes 45 Rejuntamento de piso e parede
14 Montagem de escadas pré-moldadas 46 Colocação de batentes/portas/ferragens
15 PISO TÉC�ICO E ÁTICO 47 Execução de furação de pisos e ralos
16 Alvenaria de platibanda 48 Colocação de kits esgotos
17 Alvenaria de calhas 49 Enfiação elétrica/prumadas
18 Montagem de telhado e Rufos 50 Forro de gesso
19 Reboco do ático 51 1ª demão de pintura
20 Regularização de calhas e aplicação de mantas 52 Assentamento de bancadas de cozinha
21 Instalações e desvios na cobertura 53 Esquadria e vidros
22 Execução de casa de máquinas 54 2ª demão de pintura
23 OBRA BRUTA �O HALL 55 Assentamento de acabamento de portas
24 Elevação de alvenaria 56 Acabamentos elétricos
25 Aperto na alvenaria 57 Louças/Metais e carenagens
26 Regularização de painéis 58 Limpeza final na torre
27 Chapisco e taliscas 59 EQUIPAME�TOS COMU�ITÁRIOS
28 Emboço interno 60 Quadra, Piscina, Guarita e Clube
29 Textura/Escadaria Hall 61 I�FRA-ESTRUTURA
30 FACHADA 62 Infa-estrutura
31 Plataforma e textura de fachada 63 E�TREGA DE APARTAME�TOS
32 MO�TAGEM DE ELEVADORES 64 Início Quadro 1: WBS da Empresa.
49
item Tarefa item Tarefa
1 ESTRUTURAS DE PISO E PAREDES 23 Regularização de painéis
2 Montagem de paredes 24 Tratamento de juntas/selador
3 Montagem de escadas pré-moldadas 25 Aplicação de textura
4 Concretagem de pilares 26 OBRA FI�A �O TIPO
5 Montagem de pré-laje 27 Prumadas hidrossanitárias/Águas pluviais
6 Instalação elétrica/Tubulação 28 Assentamento de shaft em banheiro
7 Armação de negativo 29 Regularização dos painéis
8 Concretagem da pré-laje 30 Execução de contrapiso - quarto/sala/wc/cozinha
9 OBRA BRUTA �O HALL 31 Tratamento de fissuras/selador
10 Elevação de alvenaria 32 Assentamento de cerâmica
11 Aperto na alvenaria 33 Assentamento de soleiras/peitoris/soco de boxes
12 Chapisco e taliscas 34 Rejuntamento de piso e parede
13 Emboço interno 35 Execução de furação de pisos e ralos
14 Regularização de painéis 36 Colocação de kits esgotos
15 Execução de contrapiso 37 Enfiação elétrica/prumadas
16 Assentamento de cerâmica 38 Forro de gesso
17 Rejuntamento de piso 39 Esquadria e vidros
18 Tratamento de juntas/selador 40 Colocação de portas/ferragens
19 Pintura/Textura/Escadaria Hall 41 Massa corrida
20 Assentamento de shaft na escada 42 1ª demão de pintura
21 FACHADA 43 2ª demão de pintura
22 Instalação de plataforma 44 Limpeza final na torre Quadro 2: WBS do estudo.
Para o cálculo do quantitativo de operários necessários para a execução do
serviço, levantado em cada pavimento, pode-se verificar exemplos na planilha do apêndice B.
Nessa planilha estão contidos os nomes de cada serviço, os profissionais necessários à sua
execução, os índices de produtividade e a quantidade de dias para a realização do serviço. Ela
é formada pelos dados do levantamento quantitativo dos serviços, quantidade de dias para
execução e índice de produtividade. Automaticamente o número de homens necessários para a
execução do serviço é respondido pela planilha, que possui a função para o cálculo de tal
valor.
50
O levantamento quantitativo da unidade básica (pavimento tipo) (ilustração 14)
foi obtido através de anotações de projetos da obra, entrevistas com o engenheiro, o mestre e
os técnicos de edificação e instalação. Por outro lado, os índices de produtividade para a
determinação da quantidade de mão-de-obra (apêndice B) foram calculados após obtenção
dos valores unitários dos quantitativos dos serviços, através de entrevistas com os operários
envolvidos na produção, além de apropriação “in loco”, comparação e atualização com
relatório de estágio curricular “Obra Pacífico Norte”, (MATOS, 1999), que possui
características construtivas semelhantes à obra em discussão.
Foram feitos agrupamentos de serviços, juntando-se os serviços do hall com os
dos apartamentos, a fim de chegar ao quantitativo da unidade básica. Isso foi feito para que,
dessa forma, uma equipe pudesse fazer o maior número possível de atividades, respeitando a
característica de cada profissional; por exemplo, pedreiro de acabamento com revestimento
cerâmico não participa na programação de serviços com argamassas, e assim, da mesma
forma, ocorreu com outros profissionais.
Ilustração 14: Unidade Básica (Pavimento Tipo).
51
5 RESULTADOS E�CO�TRADOS
Com vistas aos resultados encontrados, por intermédio da programação do
empreendimento pela técnica de Linha de Balanço e no planejamento, sugerido pela empresa
através do gráfico de Gantt (apêndice C e anexo A), pode-se verificar que, no planejamento
elaborado neste trabalho, há uma tendência à redução no tempo gasto para execução dos
serviços. Essa observação leva a acreditar que essa contração no tempo total pode ter sido
ocasionada pelas seguintes ocorrências:
- A obra possui características de uma linha de produção, devido à sua técnica
construtiva que lembra uma linha de montagem automotiva. Por esse motivo a programação
da obra por Linha de Balanço seguiu uma tendência linear e contínua, não atacando um
serviço em um bloco, antes de ter terminado o mesmo serviço no bloco anterior (Figura 7),
como pode ser verificado nas duas programações no exemplo serviço de estrutura e obra bruta
no hall.
- A obra, como já foi dito, por causa da sua técnica construtiva, possui
semelhanças com uma linha de produção e, por conseguinte, a maioria dos princípios da
construção enxuta está nela aplicada, como a redução de número de partes de serviços com o
agrupamento dos mesmos, a exemplo do agrupamento do acabamento do hall e dos
apartamentos, para que fossem executados ao mesmo tempo.
É possível perceber ainda que no sistema construtivo adotado neste estudo, os
princípios da construção enxuta estão explicitamente aplicados em muitos dos serviços. Por
exemplo, o princípio que se refere à redução das atividades que não agregam valor pode ser
notado nos serviços de instalações elétricas, onde, os eletrodutos, quadro de distribuição,
conexões, caixinhas de interruptores e tomadas, já vêm embutidos nos painéis portantes,
desde a unidade industrial, ao invés de ter que assentá-los na obra; nas instalações
52
hidrossanitárias, as paredes já são produzidas com rasgos para assentamento dos kits prontos;
as portas já são adquiras prontas e assentadas com espumas de poliuretano; a realização de
furos nas lajes é feita somente após o assentamento cerâmico para evitar tempo de espera nos
acabamentos; etc.
A redução de variabilidade é vista, entre outros exemplos, no próprio sistema
construtivo que elimina junto com a alvenaria, os seus acabamentos, proporcionando a
aplicação direta dos revestimentos, e assim padronizando o acabamento. O princípio da
redução de número de partes, a exemplo do princípio anterior, a eliminação da alvenaria,
elimina a necessidade de rebocar a parede, ou seja, não há necessidade de preparar a parede
para receber o revestimento.
Com o agrupamento de equipes nas unidades básicas, para concentração de
esforços para o término mais cedo dos serviços, conseqüentemente ocorre a redução do tempo
de ciclo, e com a estratégia de execução de um bloco por vez, desde os serviços estruturais,
houve redução de produtos inacabados em estoque, diminuição de frente de trabalho e,
certamente, a entrega ao cliente antecipada.
Observando-se ainda na programação (ver apêndice B), pode-se verificar que
devido à sua versatilidade foi possível não só representar os serviços, seus locais, os
profissionais envolvidos na execução e suas datas, como também os dias corridos, ou seja, as
semanas excluindo os sábados, domingos, feriados e férias coletivas da empresa, para uma
comparação mais aproximada; a montagem e desmontagem da grua; e o histograma. Os
serviços foram representados em cores díspares, com tonalidade diferente nos serviços que
possuam mais de uma equipe em pavimentos distintos para que possam ser melhor
visualizados.
Na programação por LDB verifica-se apenas uma etapa, a primeira, das três
previstas que completam o conjunto da obra. Isso aconteceu durante o acompanhamento de
53
campo, pelo fato da realização deste trabalho coincidir com o período da execução dessa
primeira etapa. Entretanto, a programação das duas outras etapas, pela lógica dos resultados
encontrados e da invariabilidade de serviços que o sistema possui pode ser estendida, o que
permite concluir que o avanço programado seguirá o mesmo raciocínio e terá, de forma
proporcional, os mesmos resultados.
54
6 CO�SIDERAÇÕES FI�AIS E RECOME�DAÇÕES
Toda obra é o produto final da construção civil, possuindo cada uma
características próprias, não só na conclusão, mas também no desenvolvimento da execução,
tais como custo, prazo, porte e complexidade, e as várias soluções de técnicas e meios de
produção empregados.
O planejamento prévio possibilita a tomada de decisões, otimizando a execução e
minimizando, e até mesmo eliminando, perdas, falhas e improvisações, que ocorram na obra.
A função do planejamento é servir de ferramenta que gerencie e controle toda a fase de
execução, utilizando o cronograma e o orçamento para balizar os prazos e os custos da obra.
Muitas são as técnicas para se planejar uma obra: neste trabalho tentou-se planejar
uma obra que possuísse a técnica construtiva de painéis portantes, utilizando como ferramenta
a Linha de Balanço juntamente com os princípios da construção enxuta mais apropriados à
técnica construtiva.
Explicitado anteriormente, descrito como objetivo, o presente trabalho teve como
finalidades fazer uma verificação entre as duas técnicas de planejamento, uma propriamente
aplicada em obra pela empresa, e a outra, Linha de Balanço, proposta por esse trabalho, de
modo a avaliar os resultados da aplicação dos princípios da construção enxuta no
planejamento e verificar as vantagens da aplicação da Linha de Balanço em obras com painéis
portantes.
Conclui-se que a Linha de Balanço pode ser preparada em planilhas eletrônicas, o
que ameniza os argumentos de que uma das suas dificuldades comparadas ao MS Project era
o fato da técnica não possuir aplicativos eletrônicos próprios para sua elaboração, o que
dificultava sua correção, ou ajustes após o planejamento concluído.
55
Outro ponto a ser verificado é a dificuldade de planejar na Linha de Balanço
serviços que sejam independentes, e ocorram ao mesmo tempo que outros serviços na unidade
básica. Como exemplo, tem-se a execução da fachada que como a técnica construtiva em
avaliação aponta, pode iniciar após a conclusão da estrutura; para sua demonstração e
visualização na Linha de Balanço é necessária uma adaptação, já que a técnica usa o
pavimento como divisão, diferentemente do MS Project, que utiliza os serviços, o que facilita
a programação de serviços concomitantes.
Contrapondo aos dois primeiros questionamentos, deve-se verificar que a Linha
de Balanço comparada ao gráfico de Gantt, como ferramenta de programação, é mais eficiente
na gestão da produção, na mesma proporção que ela difunde melhor, por assim dizer, o seu
entendimento e a visualização das informações na obra. Isso ocorre desde a gerência até os
profissionais da obra, empenhados na execução, que são capazes de entender rapidamente
quem, os profissionais envolvidos nos serviços em seus quantitativos parciais e totais; onde, a
unidade básica, pavimento ou apartamento, em que os operários estão trabalhando e quando
devem estar e fazendo algo.
A repetitividade contínua da execução de serviços proposta pela técnica de LDB
proporciona uma melhoria na especialização da mão-de-obra, no efeito aprendizagem e, como
conseqüência desse último, melhora a motivação, pois a equipe aumenta a produtividade o
mais rápido possível.
Quanto aos resultados da aplicação dos princípios da construção enxuta na
programação, pode-se concluir que com a aglutinação de alguns serviços a serem executados
por uma mesma equipe, pacote de trabalho, houve uma redução no tempo de ciclo da unidade
básica e, conseqüentemente, uma redução no tempo de ciclo de execução de cada edifício.
56
Com essa redução, conclui-se que há menos trabalho em progresso, e o efeito
aprendizagem é mais bem aproveitado; além disso, possíveis erros podem ser solucionados
logo nos primeiros lotes de unidades básicas.
A praticidade e a simplicidade que a obra oferece, devido a sua técnica
construtiva, visto que, ela se torna, praticamente, reduzida a montagem e acabamentos,
tornando-se quase uma obra linear, permite e facilita a utilização da programação por Linha
de Balanço, devido a suas vantagens já comentadas anteriormente.
A partir do estudo realizado, é pertinente a sugestão de novas linhas de estudo
para trabalhos futuros:
- Estudar os resultados da aplicação dos princípios da construção enxuta, a partir
da redução do tempo de ciclo, nos custos do orçamento do empreendimento.
- Estudar no histograma da obra se há redução de mão-de-obra com a aplicação da
redução de tempo de ciclo.
- Aplicar em outra técnica construtiva não convencional, a comparação das
técnicas de planejamento associadas aos princípios da construção enxuta.
- Agregar ao estudo um planejamento de compra e entrega de materiais,
equipamentos e contratação de mão-de-obra, utilizando a mesma metodologia deste trabalho.
57
REFER�CIAS
CAMPOS, P. E. Fonseca de. Notas de publicação no site da ABCIC: Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto. Resumos... Aracaju, 2003. Disponível em: <http://www.abcic.com.br>. Acesso em: abr. 2003.
FORMOSO, Carlos T. Notas de aula do curso de especialização em Gestão e tecnologia da produção de edifícios. Resumos... Salvador, UFBA, 2005.
FRANCO, Luiz Sérgio. Notas de aula do curso de especialização em Gestão e tecnologia da produção de edifícios. Resumos... Salvador, UFBA, 2005.
GEHBAUER, Fritz. Planejamento e gestão de obras. Curitiba-PR: CEFET-PR, 2002.
ISATTO, Eduardo L.; FORMOSO, Carlos T. A nova filosofia de produção e a redução de perdas na construção civil. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 7., v. 2, Florianópolis, SC. Artigo técnico, 1998, p. 241-249. Disponível em: <http://www.infohab.org.br>.
KOSKELA, Lauri. An exploration towards a production theory and its application to construction. Dissertation for the degree of Doctor of Technology to be presented with due permission for public examination and debate in Luna Auditorium in Spektri Duo at Helsinki University of Technology. Finland-Espoo: Technical Research Centre of Finland, 2000.
KOSKELA, Lauri. Application of the newproduction philosophy to construction. CIFE Technical Report N. 72, Center for Integrated FacilityIngineering, Department of Civil Engineering, Stanford University, 1992.
LOSSO, I. R.; ARAÚJO, H. N. Aplicação do método da linha de balanço: estudo de caso. In: ENTAC 95, Rio de Janeiro, Artigo técnico, 1995, 6p. Disponível em: <http://www.infohab.org.br>.
MACEDO, R. F. de. Análise de viabilidade dos processos construtivos (gesso projetado e emboço) a partir da aplicação da nova filosofia da construção. Salvador, 2004, p.11-17. (Trabalho de conclusão de curso). Universidade de Salvador, UFBA.
MATOS, Adriano O. Relatório de estágio curricular: obra industrializada: Pacífico Norte. Aracaju, Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Engenharia Civil, Publicação Interna, 1999.
MENDES Jr., R.; HEINECK, Luiz Fernando M. Dados básicos para programação de edifícios com linha de balanço: estudo de caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO QUALIDADE NO PROCESSO CONSTRUTIVO, v. 1, Florianópolis, SC. Artigo técnico, 1998, p. 687-695. Disponível em: <http://www.infohab.org.br>.
PEDREIRA DE FREITAS, A. C. L. Sistemas de painéis portantes. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, v. 1, São Paulo. Artigo técnico, 1993, p. 331-337. 1993. Disponível em: <http://www.infohab.org.br>.
58
PRADO, R. L. Aplicação e acompanhamento da programação de obras em edifícios de mutilos pavimentos utilizando a técnica de linha de balanço. Florianópolis, SC, 2002. 140f. Dissertação (mestrado em Engenharia Civil). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
SANTOS, Débora de G. Analise construtiva dos tipos de laje utilizados nos sistemas estruturais das edificações de Florianópolis. Florianópolis, SC, 2000. p.5-15. Dissertação (mestrado em Engenharia Civil). Programa de pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
SANTOS, D. G. et al. Trabalho de inovações tecnológicas. Florianópolis, SC, 1998. Trabalho Acadêmico (Disciplina de Aplicação de Engenharia de Produção na Construção Civil). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
SANTOS, Débora de G. Notas de aula da Matéria de Gerenciamento das construções. Resumos... Aracaju, UFS, 2005.
SHINGO, S. O Sistema Toyota de produção: do ponto de vista da engenharia de produção. Porto Alegre-RS: Artes Médicas, 1996.
NORCON - SOCIEDADE NORDESTINA DE CONSTRUÇÕES. Notas do site da construtora Norcon. Resumos... Aracaju, 2005. Disponível em: <http://www.norcon.com.br>. Acesso em: set. 2006.
64
APÊNDICE B – Exemplo de planilha para cálculo de quantitativo de mão-de-obra
Montagem de paredes Assent de soleiras/peitoris/boxes 4 apto
QUANT. 87 QUANT. 50,92
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Soldador 0,26 2,69 1,00 Pedreiro 0,65 1 4,00
Op. De grua 0,27 2,69 1,00 Servente 0,08 1 1,00
Pedreiro 0,26 2,69 1,00
Carpinteiro 0,39 2,69 2,00 Exec. de contrapiso - quarto/sala/wc/coz 4 apto
Servente 2,69 2,69 10,00 QUANT. 225,92
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Execução de contrapiso hall Pedreiro 0,3771 2 5,00
QUANT. 6,9 Servente 0,07 2 1,00
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Pedreiro 0,3771 2 1,00 Rejuntamento de piso e parede 4 apto
Servente 0,07 2 1,00 QUANT. 411,6
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Emboço interno hall Servente 0,324 1,9 8,00
QUANT. 5,6
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS Colocação de portas/ferragens 4apto
Pedreiro 1,377 0,88 1,00 QUANT. 24
Servente 0,18 0,11 1,00 FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Marceneiro 1,457 2 2,00
Rejuntamento de piso hall Massa corrida 4 apto
QUANT. 6,9 QUANT. 651,54
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Servente 0,324 0,04 7,00 Pintor 0,1365 2,526582704 4,00
Aplicação de textura fachada 2ª demão de pintura 4 apto
QUANT. 18976 QUANT. 651,54
FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS FUNÇÃO ÌNDICIE DIAS Nº DE HOMENS
Pintor 0,097386172 105 2,00 Pintor 0,216 2 8,00
top related