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Trabalho sobre O conto e a Narrativa, inclui um conto para ler e interpretar e a explicação dos varios tipos de narrador e conto .

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Texto Narrativo

Trabalho realizado por:

Beatriz Santos nº3101 Docente: Elisabete LopesDylan Fernandes nº3107 Disciplina: PortuguêsJosé Rodrigues nº3113 Módulo: Textos narrativos/descritivos INuno Alves nº3119

Texto narrativo

Dedicatória

Sumário:

Introdução:

1-Categorias da Narrativa:Narrativa- Narrativa é uma exposição de fatos, uma narração, um conto ou uma história. As história em quadrinhos, romances, contos e novelas, são, entre outras, formas de se contar uma história, logo, são narrativas.As narrativas são expressas por diversas linguagens: pela palavra, pela imagem, pela representação, etc..

Ação- A ação é o conjunto de acontecimentos que acontecem num determinado espaço e tempo. Acção é o primeiro elemento essencial ao texto narrativo.

Tempo:Tempo cronológico ou tempo da história - é o tempo em que a ação acontece.Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a ação se desenrola.Tempo psicológico - é um tempo subjetivo( vivido ou sentido pela personagem), que flui em consonância com o seu estado de espírito.Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador. Este pode escolher narrar os acontecimentos:

Por ordem linear e neste caso poderá falar-se numa isocronia; Com alteração da ordem temporal (anisocronia), recorrendo à analepse

(acontecimentos do passados) ou à prolepse (acontecimentos do futuros); A um ritmo temporal ( medido pela relação entre a duração da história, medida em

minutos, horas, dias,... e a duração do discurso medida em linha e páginas); A um ritmo temporal diferente (anisocronia), no qual o narrador pode servir- se de

elipses (omissão de acontecimentos), pausas (o tempo da história para para dar lugar a descrições) e de resumos ( resumo de acontecimentos pouco relevantes ou preparação para eventos importantes).

Narrador:Participação:

Heterodiegético: Não participante. Autodiegético: Participa como personagem principal. Homodiegético: Participa como personagem secundária.

PersonagensProtagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é

fundamental para o desenvolvimento da ação.

Antagonista: Que atua em sentido oposto; opositor; adversário. Personagem que é contra alguém ou algo.

Personagem secundária: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da acção.

Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.

Espaço ou ambienteEspaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movem.

Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes.

Espaço ou Ambiente psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e sentimentos.

O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.

Modo de ExpressãoA narrativa pode-se apresentar através de diferentes formas de expressão literária, que condicionam a forma como o leitor reage à narrativa. Afinal, não é só o que se conta que define a qualidade de uma narrativa, mas também como se conta.

2-Conto Tradicional Popular

2.1-DEFINIÇÃO - Narrativa de transmissão oral que apresenta uma estrutura breve e simples e possui uma intenção lúdica e moralizante.

2.2-EstruturaArquitetura clássica do conto popular:

• Situação inicial;

• Parte preparatória;

• Nó da intriga;

• Desenlace.

2.3-Características:

• As personagens, tempo e espaço têm um carácter, quase sempre, indefinido.

• As personagens são identificadas pelas suas atividades profissionais ou posição social e familiar;

• Quer o tempo quer o espaço aparecem identificados de forma muito vaga.

• Todos os textos possuem em si uma lição de moral. Por isso é sempre possível cruzar a moral da história com um provérbio.

3-Distinção entre conto tradicional popular e conto literário

Tempo:

No conto tradicional popular Decorre num tempo limitado, embora possa ser num tempo prolongado, mas indefinido enquanto no conto literário, decorre num tempo limitado e definido.

Espaço:

O conto tradicional popular ocorre em um ou mais espaços geralmente indefinidos enquanto no conto literário decorre em certos espaços definidos e limitados.

Linguagem:

No conto tradicional há presença frequente do maravilhoso (elementos fantásticos ou mágicos);- marcas de oralidade na linguagem, provenientes da tradição popular destes relatos;- superstições populares, como por exemplo, a presença frequente dos números três e sete, muito importantes na cultura popular.

No conto literário a linguagem é mais cuidada, apesar de poder aparecer a linguagem popular, e literária, preocupação do embelezamento do discurso (recursos expressivos e estilísticos).

Autor:

No conto tradicional popular desconhecido, de origem coletiva, transmitido por tradição oral, no conto literário o autor é geralmente identificado.

Objetivo:

O conto tradicional popular tem como objetivo o lazer e a moralidade enquanto no conto literário tem como objetivo apenas o lazer.

4-Bibliografia do autor (Manuel da Fonseca)

Manuel Lopes Fonseca, mais conhecido como Manuel da Fonseca (Santiago do Cacém, 12 de Outubro de 1911 —  Lisboa, 11 de Março de 1993) foi um escritor  (poeta, contista, romancista e cronista)  português.

Após ter terminado o ensino básico, Manuel da Fonseca prosseguiu os seus estudos em Lisboa. Estudou no Colégio Vasco da Gama, Liceu Camões, Escola Lusitânia e Escola de Belas-Artes. Durante os períodos de férias escolares, aproveitava para regressar ao Alentejo, a sua terra natal. Daí que o espaço de eleição dos seus primeiros textos seja o Alentejo. Só mais tarde e a partir de Um Anjo no Trapézio é que o espaço das suas obras passa a ser a cidade de Lisboa.

Membro do Partido Comunista Português (PCP), Manuel da Fonseca fez parte do grupo do Novo Cancioneiro e é considerado por muitos como um dos melhores escritores do neorrealismo português. Nas suas obras, carregadas de intervenção social e política, relata como poucos a vida dura do Alentejo e dos alentejanos.

A sua vida profissional foi muito distinta tendo exercido nos mais diferentes sectores: comércio, indústria, revistas, agências publicitárias, entre outras.

Era membro da Sociedade Portuguesa de Escritores quando esta atribuiu o Grande Prémio da Novelística a José Luandino Vieira pela sua obra Luuanda, o que levou ao encerramento desta instituição e à detenção de alguns dos seus membros na prisão de Caxias, entre os quais Manuel da Fonseca.

Em sua homenagem, a escola secundária de Santiago do Cacém, denomina-se Escola Secundária Manuel da Fonseca e a biblioteca municipal de Castro Verde, Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca.

4.2-BibliografiaObras:

Poesia: Rosa dos ventos – 1940 - Edição do autor Planície – 1941 Poemas dispersos – 1958 Poemas completos – 1958 Obra poética

Contos : O Largo O Retrato - 1953 Aldeia Nova – 1942 O Fogo e as cinzas – 1953 - Edição Três Abelhas Um anjo no trapézio – 1968 Tempo de solidão – 1973 Tempo de solidão - Edição especial dos Estúdios Cor (edição limitada e

oferecida pela editora no Natal de 1973). Mestre Finezas A Torre da Má Hora Mataram a Tuna! A Testemunha

Romance:

Cerromaior – 1943

Seara de vento – 1958

5-ContoA Harpa

Era a vez do Luciano. Curvou-se, pôs o joelho em terra e apontou o berlinde. Atento, Júlio esperou. Mas o golpe demorava. Luciano parecia alhear-se cada vez mais da jogada, como se

escutasse qualquer ruído distante. Acabou por erguer a cabeça.

Estrada abaixo, Lena corria de braços abertos. Vinha de sapatos pretos, meias pretas, bibe preto. E, sobre os cabelos claros, um grande laço preto.

Toda ela vestia de luto carregado. Mas os seus movimentos eram leves e cheios de vivacidade. Passou, sentindo o prazer da corrida, airosa e veloz. O vento abriu-lhe o bibe e, por momentos,

apareceu a descoberto o colo muito branco que formava com o rosto uma mancha alva no meio do luto.

-Parece uma andorinha -disse Júlio.

Os dois garotos iam virando a cabeça e seguiam-na com os olhos. Nenhum sabia ao certo se ela os vira, embora a ambos parecesse que Lena os havia olhado de soslaio.

Luciano continuava de joelhos no pó alvacento do largo. Sempre a correr, Lena ia agora saltando, ora sobre um pé, ora sobre o outro. Por fim, desapareceu na curva da rua, a caminho

de casa da madrinha.

Luciano voltou-se. Apontou o berlinde entalado entre os dedos, desfechou o golpe, e falhou. Júlio, já de joelho no chão, preparava-se para jogar, quando Luciano levantou a pequena esfera

e disse:

-Não jogo mais.

Júlio viu-o ir sentar-se à sombra. Aproximou-se:

-Ficaste zangado, hem?

-Eu?

-Pois! -acrescentou Júlio.

-Ela passou sem olhar para ti.

-Quero lá saber disso!

-Então porque deixaste de jogar?

Luciano olhou-o de revés, por cima do ombro. Mas nada respondeu. Esticou as pernas, foi-se voltando, e acabou por ficar estendido sobre o passeio, com o queixo encostado aos punhos.

Júlio curvou-se e começou a desenhar com o dedo sobre o pó do largo. Parecia completamente absorvido. Súbito, a mão parou-lhe:

-Não te percebo. Ela anda sempre à tua volta, e tu corres com ela; agora, que passou sem te olhar, ficaste danado.

-Fiquei nada! -cortou Luciano. Júlio sorriu com tristeza:

-Bem vi que ficaste.

Voltou a correr com o dedo sobre o pó: -Se fosse comigo, já eu a namorava.

-Tu?

-Sim... É bem bonita, a Lena...

Luciano ergueu o tronco, recolheu as pernas, e sentou-se:

-Se achas que ela é assim tão bonita, porque é que não a namoras? Júlio curvou-se ainda mais para o chão:

-Ela só gosta de ti...

-Quem te disse isso?

-Ninguém -respondeu Júlio, encolhendo os ombros.

-Mas vê-se muito bem.

- Não. -murmurou Luciano, logo acrescentando, com vivacidade.

- Não, eu não gosto nada da família dela. É uma gente que nem eu sei!

-Mas que tem que ver com isso a família dela?

-Tem muito. Uma pessoa ou gosta de uma família toda ou não gosta de ninguém dessa família.

Júlio esqueceu os desenhos sobre a poeira.

-Mas, eu... -começou ele, hesitante -, eu não gosto nada da família da Lena, e gosto dela.

-Isso és tu.

E Luciano, com um ar superior, voltou a estender-se ao comprido sobre o passeio. Um carreiro de formigas passava-lhe perto do nariz e, como Júlio nada mais dissesse, entretido a riscar de novo o pó, Luciano pôs-se a observar as evoluções das formigas. Assim estavam, quando Lena apareceu. Corria como se fosse direitinha para casa, mas, dando uma larga viragem, começou

a andar às voltas pelo largo. Júlio seguia-a com os olhos. Luciano olhava para o carreiro das formigas.

5.1-Ficha de trabalho

6-Conclusão

7-Referência bibliográfica

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