texto teorico sequencia narrativa redes

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Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do RNDiretoria de Educao e Cincia DIACDisciplina: Lngua PortuguesaCurso: Tecnologia em Redes de ComputadoresTurma: 20121.1.01415.1VAno letivo: 2012.1 Carga-horria: 69h/aProf. Dr. Florncio Caldas de Oliveira

Texto terico 3Sequncia narrativa

O texto classificado como narrativo caracteriza-se por ter a sequncia narrativa como dominante (no caso de tambm estarem presentes a dialogal e a descritiva, por exemplo) ou exclusiva (no caso de no haver outras sequncias presentes no texto).Assim, como as demais sequncias (dialogal, descritiva explicativa e argumentativa), a narrativa possui caractersticas que lhe so peculiares:1) a presena do relato de um fato real ou fictcio, seja um fato desenvolvido ou condensado;2) a presena de verbos encadeadores da histria (relato do fato), dispostos numa relao de causa consequncia (anterioridade posterioridade) ou concomitncia e flexionados no pretrito perfeito do modo indicativo;3) a presena de uma macroestrutura composta, quando completa, das seguintes partes: situao inicial / complicao / resoluo / situao final / moral ou avaliao.As partes dessa macroestrutura dizem respeito, especialmente, evoluo do fato relatado. A situao inicial corresponde a uma fase da sequncia narrativa em que ainda no se formou o conflito gerador da histria. De certa forma, cria condies para que ele surja. A complicao diz respeito ao surgimento e evoluo do conflito. Constitui, geralmente, a parte mais desenvolvida. A resoluo d fim ao conflito fazendo surgir uma soluo para ele. A situao final, decorrente da resoluo, apresenta um quadro finalizador para a histria contada. A moral/avaliao consiste na reflexo que pode ser abstrada da histria contada.Enquanto todas as demais partes da sequncia narrativa se situam no plano figurativo, a moral/avaliao remete para o temtico. Somente resgatando-a, no caso de estar implcita, o leitor poder, em certos casos, definir com segurana a inteno comunicativa presente.Tomando-se como exemplo um conto tradicional infantil, tem-se a seguinte distribuio das proposies:

BRANCA DE NEVE

situao inicialA invejosa madrasta de Branca de Neve trata-a como servial

ComplicaoUm dia, a madrasta descobre que Branca de Neve a mulher mais bonita do reino e resolve dar fim enteada. Contrata um caador que...

ResoluoFingindo-se de vendedora de ma, a madrasta oferece uma fruta envenenada moa. Ao mord-la, ela perde os sentidos e colocada, pelos sete anes, em um caixo funerrio, no qual permanece em sono profundo.

situao finalImpressionado com a beleza de Branca de Neve, um prncipe vindo de um reino distante, beija-a e sacode desesperadamente o corpo da suposta defunta na tentativa de despert-la. O movimento provocado pelo rapaz faz a moa expelir o pedao de ma envenenado. Nesse momento, o feitio desfeito e o par romntico tem seu momento de glria.

moral/avaliaoSempre h um antdoto para o mal.

Nem sempre as partes da macroestrutura da sequncia narrativa apresentam-se na ordem explicitada acima. Pode-se iniciar a sequncia pela situao final, resoluo ou moral/avaliao, por exemplo. Ou se excluem algumas partes, como a resoluo e a situao inicial. Ou ainda tornar explcita a moral/avaliao, que muito comum. Todas essas alteraes dependem dos propsitos do enunciador, dos efeitos que ele objetiva atingir.Cabe tambm ao enunciador do texto eleger o foco narrativo que melhor sirva consolidao da histria. Dentre os mais comuns, encontram-se o foco narrativo de 1 pessoa e o de 3 pessoa.No foco narrativo de 1 pessoa, a histria narrada por um dos sujeitos que a viveu, seja ele de importncia capital ou at mesmo secundria para o relato. Nesse caso, tem-se uma viso parcial da histria: ela narrada do ponto de vista de um dos sujeitos, admitindo-se, pois, outras verses para explicitar determinadas constataes.J no caso de foco narrativo de 3 pessoa, o narrador no se insere na histria como um dos sujeitos que a viveram. Nesse caso, tem-se a viso de fora a qual tanto pode apresentar-se de forma onisciente (quando o narrador conhece a profundidade daquilo que narra, sendo capaz de revelar o que se encontra superficialmente oculto), quando como observador dos fatos (quando apenas registra o que pode ser percebido pelos sentidos).Essas formas bsicas de foco narrativo no esgotam os modos de focalizao diversos e inventivos a que o enunciador pode recorrer para realizar seus intentos. Revelar tudo sobre um dado personagem e sobre um outro, apenas o essencial, intrometer-se na histria e coment-la com o leitor ou ser onisciente, ora em relao a um personagem, ora em relao a outro so algumas possibilidades de foco narrativo utilizadas, por exemplo, em textos literrios. Mais uma vez, cabe ao enunciador eleger aquilo que torne o texto mais interessante ou mais eficiente.So muitos os gneros textuais em que a sequncia narrativa se apresenta, seja de forma completa ou incompleta: conto, romance, notcia, depoimento policial...

REFERNCIAS

ADAM, J. M. Les Texts: types et prototypes. Paris: Edicions Nathan, 1992.PLATO & FIORINI J. L. Lies de Texto: leitura e redao. So Paulo: tica, 1996.

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