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TERRITÓRIO E PODERLUÍS ESPINHA SILVEIRA

Alexandre Evaristo, Bárbara Rosário, Fátima Basto, Guilherme Santos, Inês Passinhas, João Fernandes, Marta Carmo

História do EstadoProfessor Doutor Rui Branco

27 Novembro 20111º Semestre

Ano Lectivo 2011/2012

Contextualização histórica Funcionamento da sistema

administrativo de 1835 A reforma do sistema Centralização legal Relações entre o Estado central e a

periferia Reorganização do espaço

Provincias; Distritos; Concelhos; Freguesias.

Reflexão critica

Carta Constitucional 1826

Redigida e outorgada por D. Pedro IV em 1826, foi a Constituição que teve mais tempo em vigor, sofrendo 4 alterações ao longo da sua vigência;

Influenciada pela Constituição Brasileira de 1824 e a Carta Constitucional da França de 1814, D. Pedro, seu redactor, quis que fosse mais moderada

A Guerra Civil Portuguesa ou as Guerras Liberais opuseram entre 1828 e 1834 as facções liberais de D. Pedro e as facções miguelistas de D. Miguel, ambos filhos de D. João VI que disputavam a sucessão do pai na coroa;

A relação ténue que o pai tinha com ambos os filhos complicou a questão: originalmente D. Pedro é considerado rei por ser o primogénito mas um mês depois abdica da coroa  para a filha, Maria, que casa com o tio Miguel, assumindo assim a regência de Portugal por respeito à Constituição do Brasil de 1824;

Em 1828, as Cortes aclamam D. Miguel como o rei legítimo de Portugal.

Em 1831, D. Pedro e as suas forças desembarcam nos Açores preparados para desafiar as forças do seu irmão para lutar pelo direito ao trono da sua filha, Maria;

Após 3 anos de luta, em 1834, com a intervenção dos exércitos da Quádrupla Aliança, a paz é assinada em Évoramonte e D. Maria sobe ao trono, jurando a Carta Constitucional.

Fim da Guerra Civil

Agravamento da situação económica

Desestruturação do império

colonial

Desorganização das

actividades económicas

Caracterização socioeconómica

Legislação de 1835 – carácter

descentralizador (sistema

administrativo)

Dificuldades de financiamento do

Estado

Igreja insatisfeita

Discórdias entre liberais (sistema constitucional)

Tentativa legislativa falhada:

órgãos administrativos funcionavam mal entre si hierarquicamente;

sistema de eleição misto era ineficaz; duração exígua da generalidade dos

cargos (um ano); criação das juntas de paróquias

destabilizou o normal funcionamento das mesmas.

As leis de Outubro de 1840 e de Novembro de 1841 inverteram esta

tendência descentralizadora:

controlo sobre as câmaras foi apertado; eleitorado foi restringido; órgãos paroquiais deixaram de fazer

parte da organização administrativa.

"... assiste-se novamente ao reforço do poder central, a democracia que se tentou implementar nas instituições municipais cede lugar a uma apertada

tutela..."(José Mattoso,1998, pag.148)

Código Administrativo (1842-1878):

Facção liberal ultraconservadora;

Sistematizou as inovações da legislação de, seguindo as linhas orientadoras de Mouzinho da Silveira."É usual realçar o papel precursor da legislação

revolucionária de Mouzinho da Silveira, que ao passo que abolia a estrutura financeira do Antigo Regime, a pretendia

substituir por um sistema de contribuições directas uniformes e repartidas na proporção dos rendimentos dos contribuintes (decretonº22, de 16 Maio de 1832)." (Pedro

Lains da Silva, 2005, pag.307)

Nomeados por:

Requisitos/ membros Reuniões: Funções:

Magistrados (distrito

e concelho)

Rei - - -

Regedor de

paróquia

Administrador do concelho e Governador

civil

- - -

Junta geral de distrito

Câmaras e conselhos municipais

Rendimento suficiente

para serem deputados

Uma vez por ano, durante quinze dias

-

Conselho de distrito Rei

Rendimento igual ao dos Procuradores da Junta de

Distrito

Semanalmente

+ Tribunal Administrati

vo: Funcioname

nto dos municípios

Nomeados por:

Requisitos/ membros

Reuniões: Funções:

Câmaras

Eleições directas

(indivíduos com um

rendimento mínimo anual)

Saber ler, escrever e

contar-

Perderam as atribuições judiciais,

mantendo as restantes

Conselho municipal - - -

+ Câmara: aprovação de empréstimos, estabelecimen

to de hipotecas,

lançamento de

contribuições e orçamento do município

Junta de Paróquia

(deixou de fazer parte

da organizaçã

o administra

tiva)

Eleições directas

Pároco e vogais -

Administração da Igreja e dos

bens das paróquias

Regime centralizador instituído pelo

Código Administrativo de

1842

Bens materiais

Funcionários suficientes em

número e competências

Concurso público (administração

central)

Igualdade de oportunidades

Selecção baseada no mérito

Progresso dos direitos do individuo

Aperfeiçoamento da administração

“o sistema político liberal assumiu-se como a doutrina de uma sociedade burguesa fundada na meritocracia e no princípio da concorrência entre

os indivíduos” (Vítor Neto, 1998,pp.26,)

Porém, o Estado tinha pouco pessoal na administração periférica;

Funcionários mal remunerados; Alguns cargos eram gratuitos o que lhes

retirava autoridade e poder.

O Estado apoiava-se nas elites locais para controlar o território

Relações entre o Estado central e a periferia

Dinâmica contratual, segundo Pedro Tavares de Almeida;

Governadores civis não eram apenas o meio de troca de informação entre o poder central e local: procuravam “harmonizar interesses e regular conflito”.

A nível municipal, considera que existia uma certa autonomia relativamente ao Estado central, devido à debilidade do mesmo.

Porém, os próprios municípios apresentavam várias fragilidades relativamente:

Às eleições; Às finanças locais.

Províncias; Distritos; Concelhos; Freguesias.

Reorganização do Espaço: Dimensão Essencial da Revolução Liberal

Inexistência de particularismos provinciais, ao contrário do que acontecia noutros países;

Manutenção das províncias do antigo regime (que eram uma circunscrição eminentemente militar) com as devidas adaptações;

Vão ganhar um novo papel com o liberalismo: Em 1821 e em todas as eleições realizadas até 1859 (ao abrigo da Carta Constitucional) vão constituir o circuito por onde eram eleitos os deputados.

As Províncias

Mapa I – Províncias, 1842

Criação do Liberalismo; Primeiro esboço apresentado em 1827; Objectivo: aperfeiçoamento

administrativo; Critérios de divisão têm em

consideração as características físicas do território e a distribuição populacional.

Os Distritos

Mapa II – Distritos, 1842 Mapa III - Distritos, 1991

Mapa IV – Sobreposição de distritos (1842) e comarcas (1826)

Os ConcelhosEvolução dos concelhos: Muitos concelhos foram extintos; 282 concelhos sofrem alteração de fronteiras.

Quadro I – Evolução dos concelhos 1826-1842

Classes Nº de concelhos %

1 70 8,88

2 436 55,33

3 282 35,79

Total 788 100,00

Legenda: Classes: 1 . concelhos que mantêm fronteiras inalteradas;2 . concelhos extintos;3 . concelhos que permanecem, sofrendo modificação de fronteiras.

Mapa V – Evolução dos concelhos 1826-1842

Área dos concelhos:

Reduziu-se o número de concelhos com menos de 100 km2;

40% dos concelhos tem área ≥ 200 km2;

Área média dos concelhos subiu de 112 km2 para 232 km2.

Área (km2) Nº concelhos %

0-9 1 0,26

10-19 0 0,00

20-29 4 1,05

30-39 12 3,14

40-49 14 3,66

50-59 11 2,88

60-69 19 4,97

70-79 28 7,33

80-89 12 3,14

90-99 14 3,66

100-199 114 29,84

200-299 55 14,40

300-399 45 11,78

400-499 15 3,93

500-999 30 7,85

≥1000 8 2,09

Total 382 100,00

Quadro II – Concelhos de 1842 – Área

Área média por província: Redução de concelhos com área inferior a 100 km2 de

províncias como o Alentejo, o Algarve e a Beira Baixa. Os concelhos com área ≥ 500 km2 que existiam em

1826 no Minho, na Beira e em Trás-os-Montes, depois de 1842 só se mantêm na região mediterrânica e em Trás-os-Montes.

A área média por província mostra que zonas como Minho, o Douro a Beira Alta e a Estremadura tem valores < média nacional.Província Área média (km2)

Douro 115,82

Beira Alta 118,93

Minho 152,17

Estremadura 227,87

Trás-os-Montes 247,87

Beira Baixa 267,36

Algarve 326,92

Alentejo 479,68

Quadro III – Área média por província

Mapa VI– Concelhos 1842

As Freguesias

Quadro IV – Freguesias não cartografadas, por província.

Quadro V – Área das freguesias, 1842.

Quadro VI – Área das freguesias, por província

Quadro VII – Área das freguesias, por distrito

Quadro VIII – Número de indivíduos por freguesia

Mapa VII - Freguesias, 1842

Reflexão crítica

Instituição do concurso público; Fragilidades do sistema administrativo:

Autonomia dos municípios; Cobrança de impostos; Promiscuidade entre poderes do estado e da

igreja; Diminuição do número de concelhos.

SILVEIRA, Luís da Espinha, Território e Poder, Patrimonia, 1997

Mattoso, José, Historia de Portugal - O liberalismo, Editorial Estampa, 1998

Silva, Pedro Lains da, História Económica de Portugal 1700-200, o século XIX, volume II, Editora Imprensa de Ciências Sociais, 2005

Neto, Vítor, O Estado, a Igreja e a Sociedade em Portugal, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1998

Bibliografia

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