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Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural

Comunicação Social

Prof° José Geraldo de Oliveira

CONTEÚDO

• Teoria crítica - Escola de Frankfurt e a indústria cultural

[Adorno/Horkheimer]

• Importância dos meios de comunicação e da cultura de mercado na

formação do modo de vida contemporâneo;

• Comunicação não pode ser estudada como fenômeno independente,

mas atrelada aos processos históricos e sociais;

• As pessoas se “engajam” na esfera social através do consumo estético

massificado = exploração mercantil da cultura.

• Walter Benjamim – A obra de arte na época da sua reprodutibilidade

técnica.

• Habermas – Ação Comunicativa e espaço público.

• A sociedade é o resultado do processo de transformação da natureza

pelo homem.

• O trabalho é o fator responsável pela socialização dos seres

humanos e a criação das bases materiais de seu modo de vida.

• Os indivíduos trabalham cooperativamente para satisfazes as suas

necessidades, estabelecendo determinadas relações sociais, que ao

mesmo tempo, se transformam em condição do próprio trabalho.

• A sociedade surge, pois, com o estabelecimento de um certo modo

de vida, em cujas base se funda o desenvolvimento da civilização.

Friedrich Engels ( 1820-1895)

Karl Marx ( 1818 -1883)

• A sociedade é dividida em homens que trabalham e homens que

dirigem os vários processos de trabalho, condiciona os processos

comunicativos.

• A consciência é produzida dentro de condições de desigualdades.

• O trabalho possibilita a formação de consciência do meio sensível

e esta se expressa necessariamente na linguagem, nascida com a

necessidade de cooperação entre os homens.

• A linguagem não é senão a condensação simbólica da praxis

humana que possibilita a comunicação.

A história nada mais é do que a sucessão de diferentes

gerações, cada uma das quais explora os materiais, os

capitais e as forças de produção a ela transmitidos pelas

gerações anteriores; ou seja, de um lado, ela prossegue

em condições completamente diferentes da atividade

precedente, enquanto de outro modifica as circunstâncias

anteriores através de uma atividade totalmente diferente (

MARX e ENGELS, 1977: 70).

• A comunicação deve ser estudada, em sequência, como processo de

generalização simbólica da práxis humana, enquanto mediação mais ou

menos universal do modo de produção.

• A comunicação é uma categoria abstrata, que precisa ser compreendida

no contexto da totalidade concreta, determinada em última instância pelo

modo de produção dominante na sociedade.

• O indivíduo é produto do trabalho.

• O homem não se diferencia dos animais só pelo manejo de símbolos,

mas antes pelo fato de produzir seus meios de subsistência, criar e

transformar praticamente as suas condições materiais de vida.

• O primeiro ato histórico é a produção dos meios necessários à

sua sobrevida, que, em seguida, criam novas necessidades,

entre as quais a necessidade de cooperação entre os

homens.

• Em dado momento, os homens descobrem que a cooperação

pode facilitar a satisfação de suas necessidades, que o

trabalho em conjunto e sua divisão social representam uma

força produtiva, passando então a viver em sociedade.

• A comunicação surge no momento, em que as necessidades de trabalhar

em conjunto determina o estabelecimento de certas relações não apenas

entre os homens e a natureza, mas sobretudo entre os próprios indivíduos.

• As relações sociais não surgem para satisfazer necessidades gregárias

abstratas, mas por necessidade de cooperação objetiva.

• Não é um produto de uma vontade de comunicação, mas efeito

comunicativamente mediado do desenvolvimento da cooperação nos

processos de trabalho.

• A produção e o trabalho são fatores de desenvolvimento da comunicação,

da linguagem e da consciência.

• 1923 – Pesquisadores do Instituto de Pesquisa

Social estudam a sociedade capitalista e o

movimento operário.

• Amplia os horizontes para estudos críticos sobre a

cultura capitalista e a psicologia.

• Uma de suas principais ambições era realizar uma

síntese entre Marx e Freud, ou seja, examinar os

fundamentos culturais e psicológicos do modo

capitalista de produção e, inversamente, os efeitos

do capitalismo na cultura e no psiquismo.

Integrantes do simpósios sobre

marxismo, núcleo fundador da

Escola (1923)

• O clima político na Alemanha da época não era dos melhores.

• A República de Weimar, fundada depois da queda do imperador

Guilherme II em 1919, com a derrota da Alemanha na 1ª Guerra Mundial,

já nasceu conturbada.

• Dívidas externas, desemprego, rivalidades entre diversas correntes

políticas, greves, tudo isso assolava a nação alemã.

• Tentativa de um golpe político, dado em 1922 por um obscuro líder

político de grupos direitistas, chamado Adolf Hitler.

• Em 1930, Max Horkheimer assume a diretoria da instituição. O ambiente

social e político da Alemanha não havia melhorado muito, ao contrário.

• No início dos anos 1930 a Alemanha começa a sentir

os fortes efeitos da crise da Bolsa de Nova York (1929).

• As rivalidades políticas aumentam; de um lado

socialistas, comunistas e social-democratas e de outros

grupos direitistas de diversos graus de radicalismo. Os

liberais perdem gradativamente a força, enquanto

aumentava o desemprego, a miséria e a falta de

perspectivas.

• Em 1933 o Partido Nacional Socialista tem maioria no

Parlamento e Adolf Hitler tornar-se o Chanceler.

Integrantes do simpósios sobre

marxismo, núcleo fundador da Escola

(1923)

• Um período de crescente autoritarismo e antissemitismo.

• A Escola de Frankfurt, que sempre teve uma visão crítica, influenciada pelo

marxismo (neomarxismo) não tem mais função nessa sociedade.

Max Horkheimer Teodor Adorno Walter Benjamin Eric Fromm Herbert Marcuse Jurgen Habermas

• O instituto de pesquisas sociais muda-se para a Califórnia, em 1934 por

causa da perseguições promovidas pelo nazismo.

• Os pesquisadores se vêm diante do mais avançado exemplo de

sociedade capitalista da época [Estados Unidos].

• O choque com a sociedade de consumo americana leva os

pesquisadores a realizarem uma série de pesquisas e reflexões que

ficou conhecida pelo nome de “teoria crítica”.

• Apontam que a sociedade capitalista, a

industrialização e a cultura de massa possuem

aspectos negativos.

• Denunciam a alienação, a corrupção da cultura, a

infantilização e a nova forma de escravidão a que

o ser humano “moderno” está sujeito.

• A Teoria Crítica tem nuances e opiniões às vezes

opostas, como o encantamento de Benjamim pela

cidade moderna e o pessimismo de Adorno.

• A sociedade de consumo é alienante e desumanizante.

• A crítica não é sentida pelas pessoas que participam como

consumidores da sociedade.

• Boa parte dos norte-americanos acreditavam que a industrialização

trouxe os benefícios de uma vida confortável [ Casas com

eletrodomésticos].Em meio a essa festa de consumo, os teóricos veem

a opressão e recorrem à dicotomia entre “civilização” e “cultura”.

• “Agente da barbárie”, os meios de comunicação, são veículos

propagadores de ideologias das classes dominantes que se

impõe às classes populares pela persuasão ou manipulação.

• A Dialética do Iluminismo é uma reflexão a respeito das

consequências nefastas da “indústria da cultura” sobre a

liberdade individual, já que os meios de comunicação nunca

encorajam o exercício do espírito crítico.

• A um indivíduo livre, liberado pela “razão objetiva”, não

escaparia que o mundo por eles apresentados não é e nem

poderia ser real.

• O conceito de “indústria da cultura” se destina à análise crítica

da produção de bens simbólicos, em escala industrial.

• A produção em série e a promoção publicitária acarretam a

homogeneização dos padrões de gostos, proporcionando uma

deterioração da Kultur genuína.

• A racionalidade técnica havia subordinado os fatos de cultura a

um princípio de serialização e a um padronização,

“massificando-os”.

• O conceito-chave da proposição franfkurtiana, a “indústria da

cultura” era viva ilustração e ardorosa denúncia do processo

capitalista de mercantilização de artefatos culturais.

• A exploração comercial de produções culturais trariam um

reforço à dominação ideológica exercida, proporcionando

“alienação, “conformismo político” e “passividade mental”.

• Produzidas para fins mercantis, tais criações perdem a “aura”,

tornando-se mercadorias; descaracterizando-se as

manifestações artísticas genuínas pelo espetáculo de que

devem fazer parte ou em que devem transformar.

• Para atender a um consumidor extenso e indeterminado há um

rebaixamento da qualidade dos “produtos”.

• A relação entre o artista e o público passou a ser medida pela

técnica, que não é ideologicamente neutra.

• O homem ter se tornado superior à natureza também

possibilitou a noção da superioridade do homem sobre o

homem. A dominação ao outro se dá por que o outro é

somente parte da natureza já subjugada.

• Esta dominação não depende do sistema econômico-

social vigente. Em qualquer sistema, seja capitalista ou

socialista, a primazia da técnica tem os mesmos efeitos.

• A força do esclarecimento está em sua própria

contradição. O sistema vigente é sempre fortalecido na

mesma medida em que faz parecer que seu fim está

próximo, já que as tecnologias aumentam a

possibilidade de conforto para a espécie humana ao

mesmo tempo em que intensificam a exploração e a

dominação.

• Assim como qualquer sistema, o esclarecimento é

totalitário, ele entra em todas as esferas da vida e se

instala dramaticamente.

• A reprodução incessante da técnica e o

desencantamento do mundo também produzem

sujeitos desencantados. Esses são sujeitos

racionalizados e completamente adaptáveis à

autoridade da esfera econômica, são vazios, são

somente casca, são sujeitos ocos, é por isso que o

mercado passa a ser o novo juiz dos valores e das

liberdades dos sujeitos da modernidade

desencantada ao extremo.

• O sujeito da economia, que seria o sujeito racional,

toma o mercado, esfera última da interação humana

em um mundo desencantado, como o verdadeiro

produtor de valores que podem e devem ser

seguidos.

• Para os autores [adorno e horkheimer], a

grandiosidade que o poder do esclarecimento

forneceu ao homem foi o seu sucesso e seu fracasso.

• Foi a crescente dominação da natureza que viabilizou

o esvaziamento do homem e sua total submissão às

tecnologias.

• O desenvolvimento da Indústria Cultural que

possibilitou um controle completo sobre o homem: a

indústria cultural é um complexo de comunicação e

simbolização que perpetua as estruturas vigentes,

causando estímulos aos quais o público espectador

não tem respostas adequadas.

• A indústria cultural não fomenta convicções, impulsos

de transformação, reflexões sobre o mundo, muito

pelo contrário, seu papel no mundo de

superficialidade é evitar todos os impulsos que

poderiam formar um sujeito de fato ativo.

• A equação conhecimento = poder gerado pela

primazia da técnica que causa a subjugação e

dominação do homem.

• A barbárie, com uma roupagem científica e racional,

domina as esferas da vida e não é nem mesmo

percebida. Chega a ser incentivada e apoiada pelas

massas, incapazes de perceberem que o avanço

científico trouxe consigo a permanente exploração de

seus corpos e de suas almas.

• Quando a tecnologia empurra o mundo para a industrialização,

os teóricos percebem que a sociedade de consumo conseguiu

colocar a civilização no lugar valorativo da cultura.

• A civilização “engole” a cultura e se transforma em “cultura de

massa”.

• O cidadão americano, intoxicado pelo consumo e pela cultura de

massa, deixou de ter aspirações elevados.

• Submete-se ao trabalho e a exploração.

• A cultura de massa cria uma hiper valorização da subjetividade,

dos sentimentos, da felicidade individual, que elimina as marcas

da dominação concreta do mundo exterior.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

• O Estado totalitário não exerce mais a hedionda

“manipulação da consciência”.

• É a “Indústria da cultura” e os meios de

comunicação, provenientes do desenvolvimento

técnico, ocupam espaço na “teoria da

dominação” [ social e ideológica].

• A crítica radical é uma denúncia “apocalíptica”

da “barbárie cultural” que os meios de

comunicação transmitem.

• Expressão utilizada por Adorno e Horkheimer na

Dialética do Esclarecimento (1947) no capítulo, “A

Indústria Cultural: O Iluminismo como Mistificação

das Massas”, em substituição do termo “cultura de

massas”, para designar a produção e difusão de

bens simbólicos em escala industrial.

Uma cultura concebida e vendida como

mercadoria e motivada pelo desejo de lucro.

“O consumidor não é rei, como a indústria cultural

gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa

indústria, mas seu objeto”.

• Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural, como

subsistema da sociedade capitalista, reproduz a sua

ideologia e estrutura.

• A Indústria Cultural configura produtos veiculados pelos

mass media. Portanto, não designa peças culturais

provindas da elite nem da população menos favorecida.

• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na

constatação de que a sociedade industrial não realizou

as promessas do iluminismo humanista. Pois o

desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um

acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.

• As reflexões de Adorno e Horkheimer assentam na

constatação de que a sociedade industrial não realizou

as promessas do iluminismo humanista. Pois o

desenvolvimento da técnica e da ciência não trouxe um

acréscimo de felicidade e liberdade para o Homem.

• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica

acabou por o escravizar, alienando-o.

• A Indústria Cultural configura produtos

veiculados pelos mass media. Portanto, não

designa peças culturais provindas da elite

nem da população menos favorecida.

• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da

cultura popular, como da cultura erudita, o

seu valor real. O resultado, a indústria

cultural, não conduz à experiência

libertadora da fruição estética.

• O princípio da reprodução deformaria a

obra, nivelando-a por baixo. Por exemplo:

adaptações de livros a filmes, que são

adocicadas para se tornar mais apetecíveis

ao consumo.

Críticas à Indústria Cultural Aquilo que a indústria cultural oferece decontinuamente novo não é mais do que arepresentação, sob formas sempre diferentes,de algo que é sempre igual (Adorno, 1967, 8).

• O sistema condiciona o tipo, a qualidade e a função do consumo na sociedade.

• A indústria cultural provoca a homogeneização dos padrões de gosto.

• Para os frankfurtianos, os produtos da Indústria Cultural teriam 3 funções:

1. Ser comercializados;

2. Promover a deturpação e a degradação do gosto popular;

3. Obter uma atitude passiva dos consumidores.

• [...] O cinema e o rádio não precisam mais se apresentar como arte. A

verdade de que não passam de um negócio, eles a utilizam como uma

ideologia destinada a legitimar o lixo que propositalmente produzem. Eles se

definem a si mesmos como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos

de seus diretores gerais suprimem toda dúvida quanto à necessidade social

de seus produtos.

• O facto de que milhões de pessoas participam dessa indústria imporia

métodos de reprodução que, por sua vez, tornam inevitável a disseminação

de bens padronizados para a satisfação de necessidades iguais.

• A racionalidade técnica hoje é a racionalidade da própria dominação. Ela é o

caráter compulsivo da sociedade alienada de si mesma. Os automóveis, as

bombas e o cinema mantêm coeso o todo e chega o momento em que seu

elemento nivelador mostra sua força na própria injustiça à qual servia. Por

enquanto, a técnica da indústria cultural levou apenas à padronização e à

produção e, série, sacrificando o que fazia a diferença entre a lógica da obra

e a do sistema social.

“O espectador não deve agir pela suaprópria cabeça: o produto prescrevetodas as reacções: não pelo seucontexto objectivo que desaparece malse volta para a faculdade de pensar –mas através de sinais. Qualquerconexão lógica que exija perspicáciaintelectual, é escrupulosamente evitada”(Horkheimer; Adorno, 1947: 148).

“A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais” Adorno apud Wolf (1994: 77).

• Os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade, impedindo a atividade mental do indivíduo.

• A indústria cultural reflete o modelo do

• A estrutura multiestratificada das mensagens

reflete a estratégia de manipulação da indústria

cultural.

• A recepção das mensagens dos media escapam

ao controlo da consciência. O espectador absorve

ordens, indicações, proibições, sem senso crítico.

• Uma das estratégias de dominação da indústria

cultural é a estereotipização, modelos simplificados

indispensáveis para organizar e antecipar as

experiências humanas.

• A divisão dos produtos em gêneros conduz

ao desenvolvimento de formas fixas e impõe

modelos estabelecidos de expectativas.

• Os sujeitos encontram-se privados da

verdadeira compreensão da realidade e da

experiência de vida pelo uso constante de

óculos esfumaçados, oferecidos pelo

sistema através da indústria cultural.

INDUSTRIA CULTURA

[Márcia Tiburi ]

• Do século XX até hoje, a inteligência e a sensibilidade coletivas vivem sob o jugo da

Indústria Cultural. Podemos dizer que o todo da cultura se tornou indústria. Nossa vida

sensível toma consciência de si por meio das manifestações artísticas, da educação, da

leitura.

• Das artes clássicas à arte culinária, podemos dizer que há um trabalho humano de

intensificação e valorização das experiências vividas. A Indústria Cultural é hoje a

produção de experiência empobrecida.

• Desde a televisão (o nervo central da produção de imagem), até a alimentação (há uma

Indústria Cultural que coordena o processo alimentar como processo social), passando

pela saúde física (a Indústria da Vida Saudável) e pela saúde mental (Indústria da Vida

Feliz), todos os processos humanos passam por um método de uniformização e

banalização ao qual podemos chamar de Indústria.

• Cabe avaliar se a Indústria Cultural da Felicidade afetou as nossas vidas.

• Ela une e descaracteriza

tanto a “cultura superior”

quanto a arte popular: para a

primeira representa uma

simplificação e sem

compromisso com a

seriedade; para a segunda,

uma domesticação, que

subtrai do “popular” seu

caráter autêntico.

• Ao invés de libertar o Homem, o progresso da técnica

acabou por o escravizar, alienando-o.

• A reprodutibilidade técnica retirou, tanto da cultura

popular, como da cultura erudita, o seu valor real. O

resultado, a indústria cultural, não conduz à

experiência libertadora da fruição estética.

• O princípio da reprodução deformaria a obra,

nivelando-a por baixo. Por exemplo: adaptações de

livros a filmes, que são adocicadas para se tornar mais

apetecíveis ao consumo.

1. INTRA-ARTÍSTICA - a produção da obra se dá por

critérios e técnicas próprios ao objeto. A pintura é

diferente da música e se guia normas e valores

distintos.

2. EXTRA-ARTÍSTICA - típica da indústria cultural.

Busca suas técnicas e critérios em outros campos,

no caso, no campo da produção de mercadorias.

Podemos pensar que as formas de cultura criadas e

mantidas por governos autoritários [como forma de

propaganda] também se pauta por esses critérios.

• A indústria cultural não acaba com o “individualismo” da arte,

mas o submete a critérios comerciais, daí sua feição

ambígua.

• O “grande escritor”, por exemplo, ainda é identificado como

tal, a pesar de se incorporar á lógica do mercado editorial

• Adorno relativiza a questão de pensar o papel da industrial

cultural no comportamento das massas.

• Esse papel não deve ser subestimado, mas que também é

importante pensar a arte em si, e não apenas na sua

dimensão social.

• Tem efeitos na massa, mas esses efeitos estão

subordinados às próprias transformações [negativas]

produzidas na arte e na cultura.

• A cultura disseminada não produz uma consciência

política.

• Os padrões de comportamento dela derivados são

claramente “conformistas”.

• Democratiza uma forma de pensar e agir que é

incapaz de auxiliar o homem na sua busca por

emancipação.

• O cidadão comum sabe do “logro”, mas fecha os olhos

porque ela produz uma satisfação imediata [infantilismo].

• Ela apela para a “sedução” para vender uma vida

conformista e reacionária.

• Para manter o mundo tal qual ele é, com suas contradições

justificadas pelo silêncio das massas.

• Os produtores rebatem dizendo que o que fazem é “apenas

entretenimento” e não arte. Adorno retruca: “nenhuma

infâmia é amenizada pelo fato de declarar-se como tal”. O

objetivo final da Indústria Cultural são a dependência e a

escravidão.

• Adorno retruca: “nenhuma infâmia é

amenizada pelo fato de declarar-se como

tal”.

• O objetivo final da Indústria Cultural são

a dependência e a escravidão.

• Indústria cultural ≠ Cultura de massas

• Cultura de massa surge espontaneamente das próprias

massas na forma de arte popular.

• A mídia adquirem poder sobre a sociedade.

• Poder dos economicamente mais fortes.

• Todo conteúdo produzido pela indústria cultural tem a

função de perpetuar a mensagem, os valores, o poder e

o domínio da situação. É sempre a representação de

uma forma diferente de uma mesma ideia.

• A mensagem é sempre a mesma apresentada com uma

nova roupagem.

• Exclui o novo

• Esse tipo de mensagem determina:

• o modo como é usufruída - sem interpretação

• A qualidade do conteúdo – baixa

• Autonomia da audiência - Inexistente

• A cultura industrial promove a fuga à

subjetividade, fuga à necessidade de pensar

por ser:

• Padronizada

• Onipresente

• Baixa qualidade

• Os estereótipos facilitam a fuga à subjetividade, já

que o indivíduo fica seguro de que não haverá

surpresas e suas expectativas serão supridas.

• Música Pop

• Reconhecimento = Compreensão

• Música Rica

• O reconhecimento é um meio para a

compreensão

• Chico Buarque – Cálice

• Pink Floyd – The Wall

• A arte tem a função de prometer um mundo de justiça e felicidade no

futuro, enquanto o presente é marcado pela injustiça e pela opressão.

• Com o desenvolvimento da sociedade industrial “os bens culturais,

concretizados em obras literárias, sistemas filosóficos e obras de arte

são derrubados de seus pedestais, deixam de ser bens de consumo de

luxo, destinados a uma elite burguesa, para se converterem em bens

de consumo de massa”, graças à possibilidade de reprodução técnica

[WALTER BENJAMIN].

• A cultura se transforma em mercadoria e perde o seu potencial

emancipatório, a sua espiritualidade e capacidade de levar o homem a

um estado de liberdade acima das necessidades materiais do dia-a-dia.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

Angelus Novus. Paul Klee - 1920

“A nova produção cultural tem a função de ocupar o

espaço do lazer que resta ao operário e ao

trabalhador assalariado depois de um longo dia de

trabalho, a fim de recompor suas forças para voltar

a trabalhar no dia seguinte, sem lhe dar trégua para

pensar sobre a realidade miserável em que vive”.

• Ela cria a ilusão de uma “felicidade” no presente,

que é sempre conquistada pelo consumo

(material ou simbólico). Se vive a liberdade de

escolha entre produtos lançados no mercado.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

• A cultura é marcada por 3 fatores:

- Serialização

- Padronização

- Divisão social do trabalho

• Alguns autores apontam que a teoria crítica traz uma

certa nostalgia de uma forma de arte que, afinal,

nunca esteve disponível para a maioria das pessoas

do mundo.

• Ela é acusada de ser elitista: é uma crítica cultural

que remonta ao mundo (impossível) anterior à

técnica industrial.

ESCOLA DE FRANKFURT[ Elementos da Teoria Crítica ]

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

• Modo de produção capitalista e seus

reflexos na área da cultura.

• Teses sobre as tendências evolutivas

da arte, nas atuais condições

produtivas.

• Põem de lado os conceitos

tradicionais: criatividade e gênio;

validade eterna e estilo; forma e

conteúdo.

• Formulação de exigência

revolucionárias na política artística.

• Modo de produção capitalista e seus reflexos

na área da cultura.

• Teses sobre as tendências evolutivas da arte,

nas atuais condições produtivas.

• Põem de lado os conceitos tradicionais:

criatividade e gênio; validade eterna e estilo;

forma e conteúdo.

• Formulação de exigência revolucionárias na

política artística.

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

• A obra de arte sempre foi reprodutível

• Novidade: reprodução técnica

Imprensa: reprodução técnica da escrita

Fotografia: reprodução da imagem

Cinema falado: reprodução da imagem e do

som

• Reprodução do som – alto padrão de qualidade

das técnicas de reprodução.

• Para estudar esse padrão, nada mais instrutivo

que examinar como duas funções – a

reprodução da obra de arte e a arte

cinematográfica – repercutem uma sobre a

outra.

WALTER BENJAMINAURA

• Mesmo na reprodução mais perfeita, um

elemento está ausente: o aqui e agora da

obra de arte, sua existência única, no lugar

em que ela se encontra.

• A história da obra está ausente na

reprodução.

• A autenticidade da obra é a quintessência

de tudo o que foi transmitido pela tradição, a

partir de sua origem, desde sua duração

material até o seu testemunho histórico.

• Desaparece a autoridade da obra.

WALTER BENJAMINA obra de Arte na era de sua reprodutibilidade técnica

(1935/1936)

• O que se atrofia na era da reprodutibilidade técnica da obra de arte é sua aura.

• A técnica da reprodução destaca do domínio da tradição o objeto reproduzido.

WALTER BENJAMINAURA

Aura

Aura

A aura é a absoluta singularidade do aqui e agora.

“A aparição única de uma coisa distante, por mais

perto que ela esteja” (BENJAMIN: p. 170).

WALTER BENJAMINAURA

• Substitui a existência única da obra por uma

existência serial

• Abalo da tradição

• Seu agente mais poderoso é o cinema

WALTER BENJAMINReprodução técnica

“No interior de grandes períodos históricos, aforma de percepção das coletividades humanasse transforma ao mesmo tempo que seu modo deexistência” (BENJAMIN: p. 169).

WALTER BENJAMINReprodução técnica

• Diferentes formas de percepção• Crescente difusão e intensidade dos movimentos de massa• Reprodução:

• Fazer as coisas ficarem mais próximas• Possuir o objeto

WALTER BENJAMINReprodução técnica

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

A destruição da auraWALTER BENJAMINReprodução técnica

WALTER BENJAMINReprodução técnica [Yasumasa Morimura ]

WALTER BENJAMINReprodução técnica [Yasumasa Morimura ]

• Unicidade da obra de Arte – culto/ritual (religioso

ou o culto do Belo).

• A história da Arte está entre esses dois polos

• Pré-história – magia – valor de culto

• O que importa nessas imagens é que elas

existam, e não que sejam vistas.

• Com a reprodução técnica, a obra de arte se

emancipa, pela primeira vez na história, de sua

existência parasitária, destacando-se do ritual

• A obra de arte reproduzida é cada vez mais a

reprodução de uma obra de arte criada para ser

reproduzida.

WALTER BENJAMINValor de culto e de exposição

• Nas sociedades primitivas a técnica se fundia com o ritual.

• Na nossa sociedade a técnica se emancipa.• A técnica refuncionaliza a arte e exige um novo

aprendizado e uma nova percepção.• Torna-se uma segunda natureza humana.

• À medida que as obras de arte se emancipam do

seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que

elas sejam expostas.

• De Instrumento mágico para obra de arte.

• Refuncionalização da arte.

WALTER BENJAMINValor de culto e de exposição

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

O Discóbolo (lançador

de disco) - Míron Discobolus – Sui Jianguo-

2003

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Nascimento de Vênus –

Sandro Botticelli

Tomoko Nagao. Botticelli - 2012

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

A última ceia – Leonard Da Vinci

Viridiana (1961), de Luis Buñuel

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Yo mama's last supper . Renée Cox. 1996

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Mona Lisa. Leonardo da Vinci.

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Mona Lisa. Leonardo da Vinci.

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

A criação de Adão. Miguelangelo [ 1511]

Caravaggio. A vocação de São Mateus –

[1598 – 1601]

ESTE É UM ÍCONEda obra de arte à cultura popular

Cezary Bodzianowski Onto. Lodz 2009

• A fotografia pode ser feita em um grande número de cópias e

a ideia de autenticidade da cópia não faz sentido.

• Mas, no momento em que o critério da autenticidade deixa de

aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte

se transforma.

• Em vez de fundar-se no ritual, ela passa a funda-se em outra

práxis: a política

WALTER BENJAMINAutenticidade

• A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato

na técnica de sua produção.

• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em

massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.

• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é

tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um

quadro, não pode pagar um filme.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

• A reprodutibilidade técnica do filme tem seu fundamento imediato

na técnica de sua produção.

• Esta não apenas permite, da forma mais imediata, a difusão em

massa da obra cinematográfica, como a torna obrigatória.

• A difusão se torna obrigatória, porque a produção de um filme é

tão cara que um consumidor, que poderia, por exemplo, pagar um

quadro, não pode pagar um filme.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

• O filme serve para exercitar o homem nas novas percepções e

reações exigidas por um aparelho técnico cujo papel cresce

cada vez mais em sua vida cotidiana.

• Fazer do gigantesco aparelho técnico do nosso tempo o objeto

das inervações humanas – é essa a tarefa histórica cuja

realização dá ao cinema o seu verdadeiro sentido.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

• O cinema é sempre uma experiência coletiva,

diferentemente da obra de arte “aurática”, cuja fruição é

individual.

• O cinema se parece mais com a arquitetura do que com a

pintura: nasce para ser habitado por muitos, para abrigar a

massa.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

“Enquanto o capitalismo continuar conduzindo o jogo, o único

serviço que se deve esperar do cinema em favor da revolução

é o fato de permitir uma crítica revolucionária das antigas

concepções de arte”.

• A principal força revolucionária das reproduções técnicas é

o fato de corroerem a figura do “especialista”.

• A massa, diante de uma reprodução, se porta como um

semi-especialista capaz de emitir juízos.

• “No cinema, o público não separa a crítica da fruição”.

Diminui a autoridade do perito em função de que todos

podem compartilhar da criação.

• Benjamin se refere aos cinema-diversão, que era o grosso

da produção de sua época.

WALTER BENJAMINO filme é uma criação da coletividade

• Com a fotografia, o valor de culto começa a recuar, em todas as

frentes, diante do valor de exposição.

• Retrato: último sopro do culto (culto da saudade).

• Fotos como autos da história – orientam a recepção num sentido

determinado.

WALTER BENJAMINFotografia e Cinema como Arte

WALTER BENJAMINFotografia e Cinema como Arte

• Quando surge o cinema retoma uma questão: a fotografia alterou a

natureza da arte?

• Para dar o caráter de arte ao cinema introduzem a ideia de culto.

“É a tendência estéril de copiar o mundo exterior, com suas ruas,

interiores, estações e restaurantes, automóveis e praças, que têm

impedido o cinema de incorporar-se ao domínio da arte".

“O cinema ainda não compreendeu seu verdadeiro sentido, suas

verdadeiras possibilidades....Seu sentido está na sua faculdade

característica de exprimir, por meios naturais e com uma incomparável

força de persuasão, a dimensão do fantástico, do miraculoso e do

sobrenatural”.

• As pessoas identificam-se com o que possuem;

• Encontram a sua alma no seu automóvel e

aparelhagem doméstica.

• O homem consumista chegou ao cúmulo da alienação,

pois ele não é capaz de refletir sobre os seus objetivos

e, muito menos, sobre os objetivos da sociedade.

• Marcuse defendeu a violência da luta de classes como

única forma de dar fim aos processos alienatórios e

distorcidos com os quais o poder econômico domina a

cultura e subjuga os homens, pela ignorância e

doutrinamento.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• A luta de libertação não caberia aos trabalhadores já

que eles eram alienados pelo sistema cultural e

mediático.

• Quem lutaria seria determinados grupos sociais

minoritários: estudantes e artistas.

• Considerava que muita da infelicidade e da violência

social advém de frustrações libidinosas.

• Tornou se uma das vozes da flexibilidade dos

costumes sexuais [ Ano 60 ] tentando conjugar Marx e

Freud.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

HERBERT MARCUSE & A DIMENSÃO ESTÉTICA

• A teoria crítica influenciou muito os trabalhos do

grupo da Internacional Situacionista, contando

com Guy Debord e Raoul Vaneigem, autores

importantes para as revoltas do Maio de 68, em

França.

• Marcuse, influenciou, nos U.S.A., o aparecimento

do movimento chamado então “Nova Esquerda”,

também nos anos 60 e 70, inicialmente restrito a

estudantes universitários na Students for a

Democratic Society. Este movimento, sem nunca

ter desenvolvido uma organização tradicional,

advogou a democracia participativa e protestou

contra a guerra no Vietnã.

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

• Aclamado mundialmente como filósofo e ideólogo da

libertação e da revolução nos anos 1960.

• Critico das sociedades totalitárias: nazismo, fascismo,

stalinismo e da sociedade de consumo norte-americana.

• Critico de todas as formas de poder totalitário: combinação de

coordenação política terrorista da sociedade e coordenação

técnico econômica não terrorista que se dá pela manipulação

dos desejos e necessidades vitais humanas.

• Influenciou o movimento dos intelectuais revolucionários e os

ativistas radicais norte-americanos dos anos 1960

(movimento de minorias, estudantes e Panteras Negras etc.)

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

• Influências teóricas: Hegel, Heidegger, Husserl, Lukács, Karl Jasper

diminuídas à partir da leitura dos Manuscritos Econômicos-

Filosóficos de Marx em1932, onde a partir questão da alienação

encontra o fundamento filosófico da teoria da revolução.

• Com a ascensão do nazismo se exila nos EUA e elabora uma Teoria

Critica da sociedade capitalista do pós-guerra, a sociedade afluente.

• O centro é a denúncia do papel da indústria cultural, da

comunicação de massas como poderoso elemento de dominação,

conformismo e alienação.

• Teórico da Contra-cultura.

• A sociedade industrial-consumista com seus

mecanismos do Estado do Bem-Estar Social e avanços

tecnológicos são os responsáveis por um sistema

totalitário de dominação.

• Controlada pela racionalidade e lógica da produtiva,

produção de massa, criadora de um artificialismo e de

uma racionalidade institucional.

• Reino da pseudo-liberdade: ilusão de poder escolher

o que o sistema. Liberdade é meio de dominação.

• O inconformismo perde sentido na medida que

necessidades padronizadas são satisfeitas: Sociedade

sem oposição. Sensação de liberdade: euforia na

infelicidade, no consumo.

AS NOVAS FORMAS DE CONTROLE

HERBET MARCUSE

(1898-1979)

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• Proclama a igualdade abstrata “todos são

consumidores” que se realiza como desigualdade

concreta.

• Exerce controle sobre a consciência humana, cria

mecanismos de cooptação e reduz a impotência o

pensamento contestador e crítico.

• Atitudes dos indivíduos prescritas e previsíveis.

• Ideologia dominante: liberação dos desejos regulados

pelo mercado o que implica na sua degradação.

• Revolução/Liberdade sexual: armadilha soporífera e

manipulada: “sexo o ópio da juventude”.

• Erotização como fuga da realidade.

• Sociedade eficaz utilização de todos os recursos

tecnológicos para o controle dos indivíduos.

• A dominação funciona com uma administração das

necessidades e prazeres do indivíduo.

• Questão central: produção de falsas necessidades

impostas e alienadas. O consumo pelo consumo.

• Repressão das necessidades libertárias.

• Perda da autonomia humana, a independência de

pensamento e o espaço para a de oposição.

• Presente em todas as esferas da vida pública e privada.

• Ao indivíduo resta a “adaptação voluntária” e a-crítica ao

sistema ao sistema de conduta e pensamento.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• Ponto comum das sociedades totalitárias: supressão

da individualidade pela mecanização de

desempenhos e procedimentos.

• Impostos pelas instituições políticas e de ordem

tecnológicas.

• Consumo manipulado pela propaganda e mídia.

• Processos de cooptação e absorção dos conflitos.

• O indivíduo não luta mais por liberdade, as falsas

necessidades e as satisfações repressivas mascaram

e impõe a consciência de servidão.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• A redução do elemento crítico e contestador leva o

indivíduo a impotência e produz a mediocrização

em massa.

• Sociedade controlada por um (ir) racionalidade

produtiva.

• Implantação de pensamento e modo de vida

único.

• Não há alternativa ao sistema só aprimoramento.

• Império da razão técnica: tudo possui um único

valor e significado. Eliminação de qualquer

contradição.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL

• A liberdade e os direito individuais tão importantes na

origem da sociedade industrial, perdem o sentido e o

conteúdo tradicional. A falta liberdade confortável.

• A liberdade individual tornou-se a liberdade de morte,

de alienação, de ausência de valores e de

degradação social.

• Mecanismo do conformismo: o homem na busca

dos desejos pessoais manipulados, perda a

dimensão de totalidade e multilateralidade e vê

a-criticamente o sistema capitalista de consumo.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

CONSCIENCIA UNIDIMENSIONAL

• A superação do sistema é possível pela utopia

da Grande Recusa, pelo questionamento do

modo de vida e pensamento dominantes e pelo

resgate da liberdade individual perdida.

• Sujeito histórico do processo todos aqueles

que rejeitam o consumo programado a

integração na sociedade capitalista:

movimentos de juventude, beatniiks, hippies,

explorados e marginalizados etc.

• A classe operária incorporada pelo sistema.

• Ideólogo de das manifestações de1968.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

O FIM DA RACIONALIDADE TECNOLOGIA

• O desenvolvimento tecnológico pervertido e gerador de

desperdício (consumo manipulado e produção de

armamentos) não liberou o tempo livre para o

desenvolvimento da individualidade.

• Instrumento de controle do tempo de trabalho e tempo livre

(lazer). A técnica como o mais eficaz instrumento de político.

• Necessidade de ser redimensionado para o

desenvolvimento da individualidade e de necessidades

vitais.

• A Grande Recusa não se realizou, o sistema capitalista com

o avanço tecnológico continua amortecendo, absorvendo e

derrotando o lógica do protesto.

• Che Guevara ícone daqueles tempos virou grife.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

• Marcuse separa progresso técnico de progresso

humanitário.

• Progresso humanitário ligado a noções de qualidade

vida e liberdade humana.

• Progresso técnico pressuposto de todo progresso

humanitário tem como finalidade a satisfação de

necessidades humanas.

• Progresso técnico não leva automaticamente ao

humanitário, não é um fim em si mesmo.

• Sempre é preciso saber a que necessidades atende.

HERBERT MARCUSE & O HOMEM UNIDIMENSIONAL

PROGRESSO TÉCNICO E PROGRESSO HUMANITÁRIO

JÜRGEN HABERMAS (1929)

• Integra a segunda geração da Escola de Frankfurt.

• Foi integrado à escola só depois da publicação de sua

teoria sobre a esfera pública.

• Retoma a teoria crítica, fazendo uma reflexão sobre a

opinião pública e a relação entre a mídia e política.

• Seu trabalho mais importante é a “A mudança

estrutural da esfera pública burguesa” (1962) e

a“Teoria do agir comunicativo” (1981).

• Seu sistema filosófico busca revelar as possibilidades

da razão, da emancipação e da comunicação crítica e

racional das instituições da modernidade.

• Acredita que a modernidade é um projeto que foi

interrompido. Nega o termo pós-modernidade.

TEORIA CRÍTICA HOJE

• A continuidade dos trabalhos da Teoria Crítica

foram desenvolvidos por Jurgen Habermas.

• Os seus conceitos mais conhecidos são os de

Racionalidade Comunicativa e Esfera Pública.

• A Racionalidade Comunicativa é aquela que é

possibilitada, por qualquer linguagem, num

debate em que nenhum dos participantes

esteja limitado por coação e todos estejam

apostados em produzir a melhor proposta e os

melhores argumentos.

• Em toda sua obra, Habermas defende a retomada dos

valores iluministas. Ele afirma que a modernidade não

terminou, mas que seu projeto foi interrompido. É

preciso retomá-lo.

• Afirma que a “esfera pública” se desenvolveu na

era burguesa. Algo semelhante – embora mais

limitado – existia em outros períodos: Grécia – ágora;

Roma – fórum. Na Idade Média, ela deixou de existir.

• Na modernidade, no século XVIII, ela surge com a

imprensa partidária e independente. Com ela, os

cidadãos podem exercer os seus direitos políticos e

construir uma sociedade democrática.

ESFERA PÚBLICA

ESFERA PÚBLICA

• É o local onde se exerce esta racionalidade

comunicativa (distinto da esfera privada e da esfera

do Estado).

• Habermas pretende legitimar propostas e ideias que

estejam fora do alcance das ciências, valorizando a

democracia participativa e o debate, livre de

coações e de jogos de força.

• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à

forma dominante de produção de propostas e

intervenções políticas, manipuladas pelos mídia e

sem participação dos interessados.

ESFERA PÚBLICA

• Habermas afirma que a “esfera pública” é

modificada já em meados do século XIX, quando a

mídia torna-se um negócio privado, dominado por

grandes empresas. A questão política e a democracia

ficam em segundo plano.

• A “Teoria da ação comunicativa”, que propõe uma

pragmática da comunicação, das relações

interpessoais, retoma elementos da teoria da “esfera

pública”. Ela prega a participação mais ativa, por meio

da comunicação, nas comunidades. Com isso, espera

enfrentar todos os tipos de arbitrariedades.

ESFERA PÚBLICA

ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS

• O pensamento de Habermas envolve duas

dimensões: uma mais ampla, relacionada à noção de

esfera pública, desenvolvida no início dos anos 1960,

e outra voltada para a interação entre indivíduos, com

o agir comunicativo, a partir do final da década de

1970.

• Esses dois planos envolvem a prática racional da

comunicação, fenômeno central da vida humana.

Com a chamada “teoria da ação comunicativa”,

Habermas se preocupa com “a pragmática universal

da comunicação”.

Comunicar não é apenas trocar informações. É agir,

interferir na ação e modificar atitudes em diferentes

escalas. A racionalidade do mundo ocidental, levada a

efeito a partir do século 18, baseia-se sobretudo em um

uso racional da comunicação em várias escalas (SÁ

MARTINO, 2009: 57).

• Habermas Defende que a modernidade não teria

existido sem a mídia. Sem imprensa não havia, a

partir do século 18, a esfera pública.

ESFERA PÚBLICA E COMUNICAÇÃO EM HABERMAS

A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA

Habermas vê uma mudança na esfera pública já no início do

século XIX, quando os jornais passam a ser regidos por

interesses econômicos.Transformada em empresa, a mídia se

transforma em instrumento econômico sem, no entanto, perder o

caráter político. A esfera pública se liga ao mercado (SÁ

MARTINO, 2009: 59).

• O surgimento e a consolidação da imprensa diária favoreceu

a troca de ideias e os debates. Dentre os efeitos políticos,

podem ser enumerados:

- fim do monopólio da Igreja quanto ao conhecimento;

- mudança das relações do poder, já que as decisões políticas,

divulgada nos jornais, poderia ser do conhecimento de todos.

Para satisfazer os anunciantes e o mercado, surge um

jornalismo apolítico e imparcial, que é criticado por

Habermas como potencialmente danoso ao debate

político, pois “ [...] seu aspecto político-estratégico

torna-se parte do interesse econômico”. Assim, a nova

esfera pública é “ [...] colonizada pelas regras do

mercado que regem os meios de comunicação (SÁ

MARTINO, 2009: 59).

A IMPRENSA E A ESFERA PÚBLICA

ESFERA PÚBLICA

• Essa posição de Habermas é uma uma crítica à forma

dominante de produção de propostas e intervenções políticas,

manipuladas pelos mídia e sem participação dos interessados.

• No começo da modernidade o espaço público fazia a mediação

entre o Estado e a Sociedade.

• O desenvolvimento do industrialismo faz com que a função

pública se transforme em função publicitária.

• Não é mais o debate entre homens livres e esclarecidos, mas

um mecanismo de criação de opiniões, baseadas em discursos

de sedução e manipulação.

• O cidadão tende a se transformar em um consumidor de

comportamentos espetacularizados e atitudes estereotipadas.

• Sob a ótica de Habermas, em

sociedades complexas a esfera

pública forma uma estrutura

intermediária que faz a mediação

entre o sistema político, de um

lado, e os setores privados do

mundo da vida e sistemas de ação

especializados em termos de

funções de outro lado.

ESFERA PÚBLICA

• Hoje, os meios de comunicação e até o jornalismo

colaboram com essa construção.

• O que vemos no jornal e na TV não é capaz de mobilizar

as pessoas para que percebam a real situação de

exploração da sociedade. Os fatos não são conectados

nem interpretados de maneira a constituírem um todo,

que permitiria uma visão transformadora do mundo.

• As transformações pelas quais passa a esfera pública

dentro da perspectiva de Habermas podem ser divididas

em três momentos.

ESFERA PÚBLICA

1. Corresponde aos interesses privados da nobreza no

tocante à construção da esfera pública;

2. constitui-se pelo estabelecimento da esfera pública

burguesa, no qual a racionalidade e a reflexão a

respeito dos interesses da burguesia seriam os

parâmetros de sua construção;

3. Se processaria uma refeudalização da esfera

pública, ou seja, ocorreria uma interpenetração entre

interesses públicos e privados.

ESFERA PÚBLICA

A MÍDIA NA ESFERA PÚBLICA

• A imprensa passa, historicamente, a ser um espaço

privilegiado para a formação da opinião pública, uma

vez que consegue atingir grande número de pessoas.

• No jornalismo veiculado via internet, televisão, rádio,

jornais e revistas se formaria uma gama

suficientemente diversificada de formas de abordar a

notícia, com conteúdos diversos, e possibilidades de

ilustrar o cidadão com opiniões capazes de lhe dar

condições de efetivamente tomar decisões.

• A mídia e o jornalismo propriamente dito constituem-se

desta forma, elementos fundamentais na formação da

esfera pública.

USOS DA COMUNICAÇÃO

• No final da década de 1970, Habermas volta a

publicar trabalhos sobre a comunicação. Desta vez,

interessa-se pela pragmática do discurso. Ela visa

estudar a interação entre as pessoas para obter

melhores resultados com a comunicação.

USOS DA COMUNICAÇÃO

Ao selecionar as informações, o profissional de mídia

utiliza sua premissa de ser o portador de um discurso

válido e, no entanto, faz uso estratégico da comunicação

na medida em que a informação passada gera uma ação

enquanto que as que não foram selecionadas

simplesmente não têm existência social. Aqui é possível

notar a unidade na obra de Habermas: a seleção das

informações que atingem a esfera pública é uma das

situações de uso estratégico da comunicação (SÁ

MARTINO, 2009: 62).

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco• Segundo Umberto Eco, o problema apontado pelos

teóricos da Escola de Frankfurt assemelha-se a uma visão

apocalíptica. Seriam críticos e teóricos que anunciam o

“desastre” trazido pela indústria cultural.

• Existem também aqueles que defendem a existência da

indústria cultural, como um fenômeno positivo, são os

integrados.

• Apocalípticos: frankfurtianos

• Integrados: funcionalistas

• Eco lança um novo olhar sobre as antigas teorias que

tentavam explicar a relação entre a sociedade e os meios

de comunicação.

• Há uma “problemática mal formulada".

• Os Integrados não conseguem perceber os problemas gerados pela indústria cultural, defendendo a democratização do acesso a determinadas obras e bens culturais.

• Segundo os mesmos a cultura de massa oferece um acervo de informações e dados acerca do Universo sem sugerir critérios de discriminação, mas sensibilizando o homem contemporâneo diante do mundo.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

“A cultura de massa é a cultura dohomem contemporâneo”(UmbertoEco).

A cultura de massa se torna uma“definição de ordem antropológica,válida para indicar um preciso contextohistórico, no qual os fenômenos dacomunicação estão entrelaçados e jánão se pode comparar o nível daprodução cultural recente com a deoutras épocas”(ECO, apud SANTOS).

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

• A cultura de massa modifica, adapta e destrói a verdadeira cultura para poder vende-la.

• A culura de massa nivela por baixo e equipara tudo nesse patamar: mostra Beethoven, a Mona Lisa e o Pica-Pau como se fosse a mesma coisa.

• Nem todo mundo está preparado para ter acesso à cultura. A ideia de uma “cultura para as massas”é uma contradição.

• “facilitar” significa mudar, cortar, adaptar: a cultura é destruída em nome do sucesso e do lucro.

XX

X

X

A cultura de massa permitiu o acesso

de mais pessoas a bens culturais

antes restritos a pouco.

A cultura de massa eleva o nível

intelectual das pessoas e permite a

popularização da arte: agora todo

mundo conhece Beethoven e a Mona

Lisa.

A cultura de massa acabou com os

preconceitos: agora qualquer um pode

ouvir todo tipo de música, ter acesso à

cultura.

A cultura de massa facilita o acesso à

obra de arte, tornando-as mais

populares e conhecidas.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOS

X

X

• Os valores humanos são deixados de lado, enquanto futilidades ganham status de arte e política.

• Na indústria cultural os artistas são transformados em operários. A criatividade é substituídas por fórmulas e padrões, e a inovação é sempre vista com desconfiança: sucesso significa lucro.

Cultura não é mais uma coisa erudita e distante: qualquer coisa se torna cultura imediatamente.

Artistas sempre trabalharam para os nobres, para os reis, e tinham que criar conforme a vontade deles. A cultura de massa deu até mais espaços para a criação individual – veja-se Chaplin, Disney ou Griffith.

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

• Os "apocalípticos" estariam equivocados por considerarem a cultura

de massa ruim simplesmente por seu caráter industrial.

• Não se pode ignorar que a sociedade atual é industrial e que as

questões culturais têm que ser pensadas a partir dessa constatação.

• Os "integrados", por sua vez, estariam errados por esquecerem que

normalmente a cultura de massa é produzida por grupos de poder

econômico com fins lucrativos, o que significa a tentativa de

manutenção dos interesses desses grupos por meio dos próprios

MCM.

• Não é pelo fato de veicular produtos culturais que a cultura de massa

deva ser considerada naturalmente boa, como querem os

"integrados".

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

“O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dosprodutos da indústria seja boa em si, segundo uma idealhomeostase do livre mercado, e não deva submeter-se a umacrítica e a novas orientações”(ECO).

“O erro dos apocalípticos é pensar que a cultura de massa sejaradicalmente má, justamente por ser um fato industrial, e quehoje se possa ministrar uma cultura subtraída aocondicionamento industrial”(ECO).

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

“A falha está em formular o problema nestes termos: é bom ou mau que exista a

cultura de massa?”

“Na verdade, o problema é: do momento em que a presente situação de uma

sociedade industrial torna ineliminável aquele tipo de relação comunicativa

conhecido como conjunto dos meios de massa, qual a ação cultural possível a

fim de que permitir que esses meios possam veicular valores culturais?” (ECO)

“Daí a necessidade de uma intervenção ativa das comunidades culturais no

campo das comunicações de massa. O silêncio não é protesto, é cumplicidade; o

mesmo ocorrendo com a recusa do compromisso.” (ECO)

APOCALÍPTICOS & INTEGRADOSUmberto Eco

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