sul de roraima
Post on 07-Jan-2017
229 Views
Preview:
TRANSCRIPT
PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL-SDTCOMISSAO DE IMPLANTACAO DE ACOES TERRITORIAIS
TERRITORIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTAVEL SUL DE RORAIMA
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMETO RURAL SUSTENTÁVEL
Propostas de Políticas Públicas para O Território Sul de Roraima
RORAIMA2010
1
PRESIDENCIA DA REPUBLICA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL-SDTCOMISSAO DE IMPLANTACAO DE ACOES TERRITORIAIS
TERRITORIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTAVEL SUL DE RORAIMA
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMETO RURAL SUSTENTÁVEL
Propostas de Políticas Públicas para O Território Sul de Roraima
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Sul de Roraima mediante o Diagnóstico Rural Participativo com os agricultores e agricultoras dos municípios Rorainópolis, Caracaraí, São Luiz, Caroebe e São João da Baliza no Estado de Roraima.
RORAIMA2010
2
Copyright © 2009.
Todos os direitos reservados. Está autorizada a reprodução total ou parcial deste
trabalho, desde que seja informada a fonte.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
3
COPERR⁄ADLIS⁄CIAT
.
Plano Territorial De Desenvolvimento Rural Sustentável: Propostas De Políticas Públicas Para O Território Sul De Roraima. Rorainópolis/RR: MDA, 2010. P. 120 f.: il.; 30 cm.
1.Plano 2. Políticas 3. Desenvolvimento I. Título.
PRESIDENTE DA REPÚBLICALuiz Inácio Lula da Silva
MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOGuilherme Cassel
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIALJosé Humberto de Oliveira
DELEGADA DO MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO EM RORAIMACélia Regina Maciel de Souza
PRESIDENTE DA COPERRValdecir Cardoso Lima
COORDENADOR DA CIATJuarez Pereira de Souza
CONSULTORIA TÉCNICA
Consultor responsável José Ricardo Almeida dos Santos
Coordenador técnicoAdriano Alves de Souza
REVISÃOJosefrancis Carneiro Farias MemóriaJosé Ricardo Almeida dos Santos
COLABORADORES
Jane Brito CoutinhoLuzia Rafaela Lucas de PaivaGildesandro de Souza CunhaCláudio Rêgo de OliveiraJosiê Santos FreitasJaqueline Beatriz Henker FreitagElexandro MendesJosé Josanias Alves de SousaCarlos Francisco Salgado BarrosoMario Cesar Martins Costa de FreitasCélia Regina Maciel de Souza
4
Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................................6
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................9
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................................................9
CONCEITOS E DEFINIÇÕES........................................................................................................................11
PARTE I - DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA..............................15
1.1 – INSERÇÃO REGIONAL......................................................................................................................161.2 – A IMPORTÂNCIA DE RORAIMA NA REGIÃO NORTE.................................................................22
1.2.1 – Clima..............................................................................................................................................241.2.2 – Vegetação.......................................................................................................................................251.2.3 – Bacia Hidrográfica: ......................................................................................................................261.2.4 – Situação Geográfica:.....................................................................................................................261.2.4 – Demografia de Roraima.................................................................................................................281.2.5 – Ocupação do Solo..........................................................................................................................291.2.6 – Economia do Estado......................................................................................................................30
FIGURA 03 .........................................................................331.3. – O TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA.........................................................................34
1.3.1 – Perfil dos Municípios Integrantes..................................................................................................35Município de Rorainópolis...................................................................................................................................35Município de São João da Baliza..........................................................................................................................41Município de São Luiz..........................................................................................................................................45
Total p/ Região......................................................................................................................................47Município de Caracaraí.........................................................................................................................................49Município de Caroebe...........................................................................................................................................53
1.3.2 – Estradas Principais........................................................................................................................571.3.3 – Unidades de Conservação.............................................................................................................611.3.4 – Principais Bacias Hidrográficas...................................................................................................611.3.5 - Aspectos Geoambientais.................................................................................................................611.3.6 – Uso e ocupação do solo.................................................................................................................631.3.7 – Passivo Ambiental..........................................................................................................................631.3.8 – Organização Social........................................................................................................................641.3.9 – Estrutura Agrária...........................................................................................................................681.3.10 – Aspectos Econômicos...................................................................................................................711.3.11 – Finanças Públicas .......................................................................................................................721.3.12 – Produção Agrícola.......................................................................................................................731.3.14 – Serviços Sociais e de Apoio à População do Território .............................................................741.3.15 – Assistência Técnica e Capacitação no Território........................................................................75
PARTE II - CONSTRUÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL E SUSTENTÁVEL PTDRS..................................................................................................................................77
2.1 – BREVE HISTÓRICO......................................................................................................................................782.2 – ANÁLISE SITUACIONAL: CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO...................802.3 – DEFINIÇÕES ESTRATÉGICAS PARA AS TOMADAS DAS DECISÕES NO TERRITÓRIO....................................................822.4 – OS PRINCÍPIOS ..........................................................................................................................................842.5 – VISÃO DE FUTURO......................................................................................................................................852.6 – ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO.................................................................................................................862.7 – EIXOS AGLUTINADORES...............................................................................................................................93
PARTE III – CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................114
3.1 – CONSOLIDAÇÃO DO PLANO.........................................................................................................1153.2 – ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL............................................................................1153.3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................119
5
APRESENTAÇÃO
No contexto das transformações econômicas, sociais, culturais e ambientais,
onde as mudanças acontecem cada vez mais aceleradas, foram necessárias
algumas atualizações de dados e novas propostas do Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável Sul de Roraima. O presente documento é
resultado de um trabalho inicial que tinha como título Plano Territorial de Desenvolvimento Sul de Roraima: Desenvolvimento Territorial com Gestão Social.
Com base nessas ponderações, foi possível ampliar nossos eixos
aglutinadores, linhas de ações, planos e projetos neste segundo trabalho,
mantendo algumas informações do primeiro PTDRS, porém, com uma nova
proposta e roupagem de Assistência Técnica e Extensão Rural baseada na
Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER). A construção do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do
Sul do Estado de Roraima – PTDRS -integra uma política pública do Ministério do
Desenvolvimento Agrário através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial.
Nesse contexto estão disseminadas diretrizes visando catalisar o desenvolvimento
sustentável das regiões do Brasil. Concebido sobre metodologias e estudos acerca
das teorias do desenvolvimento, o plano vem com o propósito de construir um novo
modelo de gestão para o desenvolvimento das localidades. A principal inovação
está no conclame, no propósito imperativo da participação dos atores sociais no
processo.
A teoria que consubstancia os procedimentos para elaboração de Planos
Estratégicos, considera que sejam construídas premissas, feitas grandes escolhas,
cujo desdobramento serão apresentadas em formas detalhadas, para finalmente
serem implantadas e/ou implementadas. Esse é o macro formado do Plano.
Diante deste contexto, o PTRDS do Sul do Estado foi concebido,
considerando variáveis locais, a partir do amadurecimento experimentado ao longo
dos últimos dez anos pelos atores sociais da região. O marco referencial desse
processo se remonta em um berço, que está inserido na implantação do Programa
Comunidade Solidária em meados da década de noventa. Daqueles dias até os
6
atuais houve uma evolução do senso social. Exemplo cabal desta afirmativa são a
criação e implantação da Comissão de Implantação das Ações Territoriais – CIAT
em Roraima.
A missão da CIAT está no propósito de harmonizar um ambiente propício
para a construção do PLANO. Nesse contexto estão inseridos questões das mais
diversas dimensões que foram e serão descritas ao longo do trabalho.
O Plano, enquanto instrumento para o planejamento e a gestão territorial
“representa o processo de construção de um modelo de desenvolvimento que
organiza as discussões, proposições e decisões em torno dos desafios a serem
enfrentados e resultados as serem alcançados”.
“O seu processo de construção transita a partir da reflexão crítica sobre os
problemas e potencialidades, das fragilidades e oportunidades, procurando
objetivar iniciativas na forma de projetos que concretizem a Visão de Futuro
concertada”.
Nesse sentido, a política do MDA-STR prevê que haja a necessidade de que
seja percorrido o itinerário do processo político e do processo técnico, para os
quais deverão ser mobilizados atores sociais do Território.
O Plano não é caracterizado apenas pelo documento que o representa, mas
sim, como um conjunto organizado de proposições e de decisões que confirmam
um acordo territorial que tem a participação da maioria dos atores sociais. Como
estabelece o arcabouço teórico.
Espera-se assim, que o plano territorial apresente algumas características
fundamentais para sua legitimidade:
Constituir-se como instrumento de gestão do desenvolvimento territorial,
garantido flexibilidade para os ajustes pertinentes;
Ter sido construído de forma participativa e, assim, ser fortemente apropriado
pelos atores territoriais.;
Ter caráter multidimensional e multi-setorial, oferecendo as condições
necessárias para a atração de investimentos diversos e com características
inovadoras;
Assumir mecanismos de monitoramento e avaliação a partir de informações
geradas nos territórios, de forma a efetivar um processo contínuo de revisão e
amadurecimento e aperfeiçoamento de suas diretrizes e propostas.
7
O conteúdo do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do
Sul do Estado de Roraima expressa estes preceitos
8
INTRODUÇÃO
O principal objetivo do presente documento consiste em demonstrar as
principais políticas públicas necessárias para setor primário no Território Sul de
Roraima, visando à devida implementação de ações conjuntas com a sociedade
civil, instituições públicas e o Estado. Cabe frisar que as propostas aqui inseridas
surgiram do anseio dos agricultores e agricultoras no sentido único da melhoria da
qualidade de vida no meio rural.
A proposta do plano é de que o desenvolvimento territorial supere o
crescimento segmentado e intermitente, a falta de oportunidade e de capacidades,
ultrapasse as barreiras sociais e políticas, para harmonizar-se com a cultura e
promova o crescimento econômico endógeno, a fim de valorizar os recursos, as
pessoas e os produtos do território.
Será necessário que sejam estabelecidos acordos, concessões, parcerias,
que o capital social agregue vantagens competitivas ao território, facilitando
alianças, sociedades, cooperação e confiança.
É preciso que se garanta a sustentabiidade do processo através da pratica
explicita da gestão social que significa sim apoiar o desenvolvimento de novas
institucionalidades, mas também agregar valor social a cada medida, cada ação,
cada projeto, cada atitude pessoal, visando sempre à melhoria sustentada da
qualidade de vida da população do território.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia aplicada para elaboração do plano Territorial de
Desenvolvimento Rural e Sustentável do Sul de Roraima se valeu da utilização e
uso de técnicas de visualização e moderação, e de alguns princípios do método
ZOPP de Planejamento Orientado para a Ação, sendo que foi possível a realização
dos procedimentos metodológicos do Diagnóstico Rural Participativo (DRP).
Assim como o uso da metodologia MAMPLA, que usa elementos do
planejamento estratégico favorece a identificação dos fatores favoráveis e
desfavoráveis ao desenvolvimento municipal, bem como indica as oportunidades e
9
ameaças, propiciando ainda a criação de planos de ação. É importante ressaltar
que, também, utilizamos a pesquisa bibliográfica como passo fundamental de
fundamentar teoricamente este plano.
Outro passo metodológico, adotado na elaboração do PTDRS consiste na
Pesquisa de Campo. Tal modalidade de pesquisa foi realizada em visitas nos
lotes dos colonos, nas agências de fomento, nas instituições de ATER, etc., onde
foi possível a aplicação de entrevistas e questionários para levantamento de dados
primários e secundários.
A importância do uso das metodologias acima é porque as ferramentas
utilizadas descartam o planejamento tradicional em função da sua visão estática e
retrospectiva da realidade e pelo fato de não antever conjunturas a frete.
Já o Planejamento Estratégico tem inerente na sua construção a
compreensão da realidade em constante mutação, e propicia a visão prospectiva e
favorece a antevisão de conjunturas a frente. Justamente por estes fatores que as
metodologias, foram selecionadas como modalidade preferencial na elaboração
dos planos estratégicos de desenvolvimento municipal.
O processo da construção do Plano foi desenvolvido e estruturado sob a
premissa básica da participação legítima e legal dos atores sociais do território. As
contribuições e opiniões foram os insumos, a matéria-prima, o pilar de sustentação
para garantir que os resultados contemplem, fundamentalmente o compromisso
institucional e a co-participação nas decisões com vista a se construir uma nova
realidade, galgada na responsabilidade compartilhada.
Nesse sentido, houve o cuidado e a preocupação de não se ocupar demais
pessoas com muitas atividades e responsabilidades. Assim, durante a realização
das oficinas temáticas foram extraídos e compilados, conforme relatórios nos
anexos do presente trabalho, as definições estratégicas para a construção do
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Território Sul de
Roraima.
A construção do Plano seguiu etapas independentes, mas integradas entre
si. Inicialmente foram consignadas as premissas ou fundamentos básicos
constituídos a partir da definição da Visão e da Análise Estratégica, onde se quer
alcançar, concomitante a esta etapa, foi aplicado no território, um instrumento –
10
questionário – de pesquisa no intuito de ratificar as informações levantadas nas
oficinas acerca do território.
Ainda nas oficinas de trabalho foi realizada a leitura dos ambientes externo
e interno ao território, realizado o levantamento dos problemas vivenciados e
definida a Visão de futuro do plano, aonde se quer chegar. Convém afirmar que
tais oficinas tiveram como pano de fundo as dinâmicas de grupos muito
importante na coleta de informações e socialização de todos e todas.
Na seqüência, foram feitas as grandes escolhas que representaram os
objetivos estratégicos e as ações/projetos, além da definição da postura
estratégica.
A implantação e/ou implementação do Plano é o passo seguinte que requer
a definição da logística, da divulgação, da definição de projetos estratégicos e dos
planos táticos e operacionais. A estrutura baseada em um sistema integrado.
Derradeiramente, a elaboração do PTDRS do Território Sul de Roraima
caracteriza-se fundamentalmente, como uma Pesquisa Desenvolvimento como
um processo dinâmico, passível de mudanças, sendo necessário revisões e
atualizações no decorrer dos percursos históricos dos sujeitos do campo.
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para iniciarmos a abordagem do documento, é necessário
fundamentalmente do nivelamento dos conceitos utilizados na construção e
consecução do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável - PTDRS.
Estes conceitos e definições foram extraídos de documentos de referências
produzidos pelo Grupo Temático de “Institucionalidade para Gestão Social do
Desenvolvimento Rural Sustentável” do CONDRAF – Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural e Sustentável e outros documentos produzidos no âmbito
do Ministério do Desenvolvimento Agrário e bibliografias afins.
A apresentação dos conceitos visam estabelecer o entendimento das
propostas construídas a partir deste novo enfoque.
Ordenamento e Desenvolvimento – “tem o sentido geral do termo utilizado nas
ciências ambientais e na geografia, mas com algumas diferenças fundamentais.
11
Vai mais além da caracterização, localização ou destinação da ocupação espacial
e político de que se revestem as políticas públicas, expressas nas mais diversas
formas, geralmente estimulando ou restringindo atividades, apoiando esse ou
aquele setor ou região; nesse contexto ordenamento é o processo de formulação
do direcionamento que se pretende dar ao conjunto de medidas derivadas das
políticas públicas, e onde se projetam as condições que se aspiram alcançar
durante, e após, o processo de intervenção, atingindo um certo nível estável de
transformações verificáveis.
Ordenamento Territorial – “é o sentido descendente do ciclo proposto de
articulação entre estado e governo e a sociedade/instituições. É o processo de
diagnóstico, escuta e estudos, formulação e validação, informação e capacitação,
articulação com os interlocutores e implementação. Com a integral participação
dos atores sociais, de forma que aperfeiçoamentos possam, e devam, ser feitos,
ajustando os instrumentos às condições locais, tendo por objetivo o processo
educativo, a participação social e o resultado econômico.”
Território – “espaço físico, geograficamente definido, não necessariamente
contínuo, compreendendo cidades e campo, caracterizado por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a
política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente
distintos, que relacionam interna e externamente por meio de processo específicos,
onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão
social, cultural e territorial”.
Território Rural – “São os territórios, conforme anteriormente, onde os critérios
mutidimensionais que os caracterizam, bem como os elementos mais marcantes
que facilitam a coesão social, cultural e territorial, apresentam, explicita ou
implicitamente, a predominância de elementos rurais. Nestes territórios incluem-se
os espaços urbanizados que compreendem pequenas e médias cidades, vilas e
povoados.”
Desenvolvimento Sustentável – “almeja resultados e soluções aos problemas
vivenciados pelas populações contemplando a combinação das dimensões do
desenvolvimento sustentável, econômica, sociocultural, político-institucional e
ambiental”.
12
Abordagem Territorial – “visa centrar foco das políticas no território, pois nele se
combinam a proximidade social, favorecendo a solidariedade e a cooperação, com
a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação dos serviços públicos,
organizando melhor o acesso ao mercado interno, chegando até ao
compartilhamento de uma identidade própria, que fornece uma sólida base para a
coesão social e territorial – verdadeiros alicerces para o capital social”.
Gestão Social e Desenvolvimento Territorial – “Deve ser estimulada pela
concretização dos espaços de debate e concertação para garantir a transparência,
a participação e a sustentabilidade. Ela deve ser vista como um universo em
construção que visa à gestão de assuntos públicos, principalmente políticas de
valor social para o desenvolvimento territorial. Assim, gestão social se relaciona
com os processos de descentralização política e administrativa, redefinindo novas
relações entre o político, o social e o econômico, além de conduzir ao
empoderamento da sociedade por meio de novas formas de compromissos entre
esta (sociedade) e o governo”.
Portanto, congregar estes conceitos, catalisar ações para a promoção de
movimentos transformadores requer fundamentalmente a quebra de muitos
paradigmas impregnados na sociedade brasileira; dos quais se destaca a parca
participação dos atores sociais nas definições e rumos da sociedade; sobretudo
naquilo que diz respeito ao destino dos segmentos econômico e social.
Assim, observa-se que nos últimos dez anos há uma atmosfera propícia que
incentiva e estimula a participação cada vez maior da sociedade na deliberação de
seus rumos. O Plano representa um exemplo cabal desta afirmativa. Portanto, é
premente que haja, cada vez mais, o exercício e o fortalecimento dos atores
sociais na busca incansável de definições e participação nos rumos da Gestão
Social e do Desenvolvimento Territorial nos mais diversos rincões desse imenso
país. O Empoderamento é o termo da vez que precisa efetivamente acontecer não
só na teoria, mas, sobretudo, na prática do dia-a-dia.
Considerar então, a partir deste novo horizonte, que “o Brasil necessita
aproveitar oportunidades de alterar efetivamente os velhos paradigmas orientados
para a concentração dos ativos e renda, para super exploração dos recursos
naturais e para discriminação de oportunidades. A solução definitiva virá apenas
13
com a aceitação de que transformações importantes deverão ocorrer na
sociedade, com o estabelecimento de padrões de desenvolvimento sustentáveis
em todos os setores, continuamente aprimorados por meio de ordenamentos
dinâmicos e democraticamente conduzidos”
É sob está égide que o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e
Sustentável do Sul do Estado de Roraima foi concebido.
14
PARTE I - DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE
RORAIMA
15
A elaboração do presente diagnóstico tem como objetivo apresentar
informações obtidas a partir de fontes secundárias identificadas nas pesquisas
bibliográficas, às quais foram agregados levantamentos de campo, na perspectiva
de construir um conjunto de hipóteses/questões que orientem as etapas de
construção do trabalho.
Neste sentido, teceremos algumas considerações teóricas do breve histórico
do território, da situação socioeconômica, índices populacionais, condições
edafoclimáticas, assuntos fundiários, o perfil das municipalidades. Desse modo,
será possível visualizar as principais cadeias produtivas em estágio de
potencialidade, os principais desafios e possibilidades de sucesso com
empreendimentos rentáveis que dignifiquem o homem e a mulher do campo.
1.1 – INSERÇÃO REGIONAL
A Amazônia engloba vários países da América do Sul, mas sua maior
porção está em território brasileiro, que corresponde a 63% do total da sua área.
Esse percentual também é impressionante quando se comparada às dimensões do
Brasil, a Amazônia corresponde a quase a metade do metade do território nacional.
Segundo Becker (2004), na escala macrorregional, três “espaços-tempo”
podem ser identificados hoje na Amazônia, na sua porção correspondente ao
território brasileiro, cada um com várias sub-regiões (figura 1). Segundo a citada
autora, tais sub-regiões são “descontíguas e suas feições resultam da combinação
de seu substrato cultural e geográfico, da densidade demográfica e da intensidade
em que nelas incidiu o processo recente de ocupação”.1 Assim sendo, observa-se
que as sub-regiões ora são caracterizadas por sua fisiografia (várzeas, vales
florestas), ora pela etnia, ou são caracterizadas por apresentar processos e
atividades econômicas modernas. São elas:
Macrorregião do Povoamento Consolidado;
Amazônia Central e
Amazônia Ocidental
Por isso, costuma-se afirmar que:
1 Amazônia, Amazônias, São Paulo, Contexto, 2001, p. 145.
16
“... Há várias amazônias na Amazônia, muitas delas
contraditórias entre si. Há que se optar por aquelas que tornem
possível uma vida melhor, não só para os seus habitantes, mas
também para o planeta. Poucas são as regiões do mundo que
têm esse trunfo. E esse caminho passa necessariamente por
incorporar suas populações aos direitos básicos de cidadania,
oferecendo-lhes condições de fazer o que já sabem, além de
buscar novos caminhos a partir da experiência acumulada. A
Amazônia exige uma visão complexa do meio ambiente que não
dissocie ecologia de justiça social, da cidadania". (Carlos Walter
Porto Gonçalves – 2001)2
A Macrorregião do Povoamento Consolidado corresponde ao sul e leste da
floresta, envolvendo grandes extensões do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão,
além das áreas desmatadas do sudeste do Pará, Rondônia e sul do Acre. A
dinâmica de povoamento da macrorregião
“... e o próprio ritmo de crescimento da população já são ditados
pelas cidades e o movimento da urbanização. Somente em áreas
de ocupação rural mais densa no Maranhão e no Pará, tal
dinâmica é comandada pelo movimento da pequena produção.
Apresenta os mais altos índices de renda per capta e de
desenvolvimento humano, à exceção de Marajó e do nordeste de
Tocantins. Por ter sido a grande área de expansão de fronteira
agropecuária, este arco passou a ser denominado Arco do Fogo
ou do Desmatamento ou das Terras Degradadas".3
A Amazônia Central corresponde à área cortada por
“novas estradas oficialmente previstas ou espontâneas,
estendendo-se do centro do Pará e extremo norte de Mato
Grosso até a estrada Porto Velho-Manaus e à hidrovia do rio
Madeira. Trata-se de extensa região possível de expansão de
2 Amazônia, Amazônias, São Paulo, Contexto, 2001, p. 10.3 Berta p.146
17
atividades valorizadas em velocidade máxima nos eixos, e de
expansão de novas fronteiras agropecuárias".4
Finalmente, a Amazônia Ocidental, que nos interessa mais diretamente para
fins do presente trabalho, segundo Becker (2004), corresponde a imensas
extensões de terras à margem das importantes rodovias, implantadas no passado,
ainda comandadas pelo “ritmo da natureza”, correspondendo aos estados do
Amazonas, Roraima e maior parte do Acre. Segundo a autora é imensa a
potencialidade da região não só em florestas, mas em disponibilidade de águas, a
que se somam recursos minerais. Sem dúvida, a biodiversidade é a grande riqueza
dessa região. Apesar da concentração econômica em Manaus ainda observa-se o
domínio do extrativismo e da circulação fluvial, com forte presença de populações
indígenas, caboclas e de forças militares A região também é marcada, segundo
Becker (2004) pela vulnerabilidade das fronteiras políticas com a Colômbia, Peru e
Bolívia, ao contrário da fronteira com a Venezuela que se caracteriza pelas
possibilidades de integração regional5. Para a citada autora a Amazônia ocidental
permite a identificação de várias sub-regiões, a saber:
Fronteira de Integração Continental; Alto Rio Negro; Várzeas do Solimões; Florestania e, Manaus e seu entorno.
A primeira, Fronteira de Integração Continental, é que o foco será maior uma
vez que esta compreende o Sul do Estado de Roraima, local onde foi definido o
território. A região corresponde à porção de Roraima beneficiada pela rodovia que
liga o estado à Venezuela e pela energia produzida pela hidrelétrica de Guri,
naquele país. Tal sub-região difere das demais fronteiras políticas da Amazônia
mais vulneráveis a interesses conflitantes quanto à soberania. Na Fronteira de
Integração Continental a “... densidade demográfica é ainda baixa e a população indígena
é bastante organizada, o que não impede a presença de fortes
conflitos... A sub-região tem grande potencial econômico não só
4 Berta p.1515E expressas pela rodovia e pelo fornecimento de energia elétrica de Guri
18
florestal e mineral como agrícola, baseado na produção de arroz
no lavrado, que deve ser revestida pela penetração da lavoura de
soja".6
Tal projeção será analisada mais detalhadamente ao longo do
desenvolvimento do trabalho. Na seqüência serão apresentadas breves
considerações de Roraima observada na perspectiva de sua inserção na Região
Norte do país. Informações inseridas na dimensões sociais, democráticas e
ambientais.
6 p.157
19
FIGURA 1 - AMAZÔNIA LEGAL – SUB-REGIONALIZAÇÃO ESQUEMÁTICA - 2003
Fonte: Backer, 2004.
20
Para efeito de informações censitárias e porque não dizer de definições
estratégicas do ponto de vista das tomadas de decisões de investimentos, a região
amazônica apresenta configurações demográfica de baixa representatividade,
inviabilizando assim a promoção e o incremento de políticas públicas voltadas ao
seu desenvolvimento.
Do ponto de vista populacional a região Norte apresentava, em 2000, um
percentual equivalente a 7,6% da população do país, segundo censo do IBGE.
Tabela - População residente e taxa de crescimento anual, segundo as Regiões e
Unidades da Federação da Região Norte 1980/2000
Tabela 01
Regiões e População residenteUnidades da Federação 1980 1991 2000
Brasil 119.002.706 146.825.475 169 544 443Nordeste 34.812.356 42.497.540 47.679.381Sudeste 51.734.125 62.740.401 72.262.411Sul 19.031.162 22.129.377 25.071.211Centro-Oeste 6.805.911 9.427.601 11.611.491Norte 6.619.152 10.030.556 12.919.949Rondônia 491.069 1.132.692 1.377.792Acre 301.303 417.718 557.337Amazonas 1.430.089 2.103.243 2.840.889Roraima 79.159 217.583 324.152Pará 3.403.391 4.950.060 6.188.685Amapá 175.257 289.397 475.843Tocantins 738.884 919.863 1.155.251Distrito Federal 1.176.935 1.601.094 2.043.169Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000.
21
1.2 – A IMPORTÂNCIA DE RORAIMA NA REGIÃO NORTE
O jovem Estado de Roraima, no limiar dos seus treze anos de existência,
tem uma premente necessidade de dotar os setores da economia – primário,
secundário e terciário – das condições adequadas de infra-estrutura, ambiência
propícia ao desenvolvimento e suporte institucional.
A economia local, mesmo em seu estado de incipiência, vem ensaiando os
primeiros passos no sentido de deflagrar vigoroso processo de desenvolvimento
sustentável e paulatinamente vai sendo superado o paradigma histórico que
atribuía esta função ao Governo do Estado.
Esta consideração é feita em face da antiga estrutura de Território Federal,
transposta pela autonomia político-administrativa, outorgada através da
Constituição Cidadã de 1988. Em 1991, quando assumiu o primeiro governador
eleito pelo voto direto houve, como medida inicial à consolidação institucional do
Estado, conforme preconiza a Carta Magna, a implantação dos três poderes, tarefa
fundamental que prossegue ao longo desses anos, para que o Estado de Direito,
conquistado pela nacionalidade há duas décadas, finque efetivamente suas raízes
neste rincão.
Em Roraima, segundo estimativa do IBGE para 2002, a população era de
346.871 habitantes. Deste total, 61,8% estava concentrada na capital. Outra
característica peculiar da população roraimense refere-se à sua formação: ainda
segundo o IBGE, 52,8% são de pessoas nascidas no Estado e os demais 47,2%
são migrantes advindos principalmente dos Estados do Maranhão - 18,2%, Pará -
6,2% e Amazonas - 6%.
Quanto à dimensão econômica, importa enfatizar que o setor terciário ainda
respondia por 73% da composição do PIB, representando os serviços públicos
cerca de 53% e os demais segmentos 20%. Depreende-se desta assertiva que a
dependência da economia em relação à esfera governamental é ainda
excessivamente alta e, por outro lado, é no Comércio e na Prestação de Serviços
que se concentram os recursos.
Outra constatação diz respeito à força de trabalho: o índice da população
economicamente ativa do Estado era em 2002 de 58,3%, sendo que deste número
85% está ocupado e 15% desocupado. Não obstante, em 2004 este quadro
22
agravou-se completamente em face da decisão do Governo do Estado em
promover concursos públicos para regularizar a situação do Estado em relação aos
contratos de seus servidores, oferecendo número de vagas estritamente
necessário ao funcionamento da estrutura governamental, muito abaixo do
exorbitante efetivo então existente nos quadros provisórios da administração
pública.
Os concursos vêm sendo realizados para atender à administração direta e
indireta do Poder Executivo, que é o maior empregador no Estado. Os reflexos
desta medida causaram forte impacto negativo no mercado de trabalho roraimense
e, por conseguinte, na sua economia - cerca de 20.000 servidores públicos foram
demitidos.
Neste contexto, importa ressaltar que o Setor Terciário Privado é o segundo
colocado no quesito oferta de força de trabalho no Estado, enquanto o Setor
Terciário Governamental é o maior empregador; o Universo das empresas deste
setor é de aproximadamente 5000. O número de postos de trabalho diretos
aproxima-se dos 25.000 em Boa Vista. É a esta população que o SESC direciona a
prestação de seus serviços.
Historicamente, a ocupação das terras de Roraima deu-se pela perspectiva
de preservação do território nacional, em função de situarem-se em áreas de
fronteira. O processo de ocupação esteve vinculado inicialmente à conquista do rio
Amazonas e posteriormente à conquista dos rios Negro e Branco. A região foi, no
passado, alvo de grande cobiça por parte de exploradores e aventureiros de várias
nacionalidades, que realizaram incursões exploratórias em busca de ouro e
especiarias, muitas vezes com a utilização de mão-de-obra indígena.
Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, o Território Federal
foi transformado em Estado, tendo sua implantação efetivada em 1991, com a
posse do primeiro Governador do Estado, eleito em 1990, para a gestão no
período 1991/1994. O presente Governo é, portanto, o segundo a administrar o
novo Estado, deparando-se ainda com grandes desafios de integração no contexto
nacional e de potencialização de fatores de integração internacional,
caracterizados pela sua situação geográfica e posição estratégica.
A região Norte é responsável por 45,27% da superfície do país, deste total
Roraima representa apenas 5,81%, o que corresponde a 225.116,1 km². O Estado
23
representa uma das nove unidades que integram a Amazônia Legal, situando-se no
extremo norte do território brasileiro, o que lhe confere a particularidade de possuir
a maior parte de suas terras no Hemisfério Norte.
A privilegiada situação geopolítica de Roraima permite boa integração do
estado com o mercado regional e internacional. Dentre os principais lugares com
quem interage, a Venezuela se apresenta, segundo informações da Secretaria de
Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN), como um dos
maiores compradores de soja, importando cerca de um milhão de toneladas de
grãos e 1,2 milhões de alimentos derivados, procedentes do Brasil central. É
importante registrar que através da Venezuela, a produção é transportada para
Europa, “através do mar do Caribe - Porto La Cruz e Porto Ordaz, distantes 1.200
Km e 700 Km, respectivamente, de Boa Vista, por rodovia asfaltada, de maneira
rápida e econômica, o que aumenta consideravelmente a competitividade da soja
produzida em Roraima”.7
A outra opção é a saída pelo Porto de Itacoatiara, através do Porto de
Caracaraí. Conforme informações da SEPLAN o projeto de expansão do Porto de
Berbice, localizado na Republica Cooperativista da Guiana, apresenta-se como
uma das grandes potencialidades de integração econômica e oportunidades
empresariais para o Estado de Roraima, bem como, países e estados próximos.
Situado a 541 km de Boa Vista e a 88 km de Georgetown, o porto localiza-se em
águas profundas do Atlântico o que possibilita a implantação de serviço
internacional de transporte de mercadorias por contêiner.
1.2.1 – Clima
O clima do Estado de Roraima caracteriza-se por ser: Tropical Úmido e
Equatorial Subúmido. A temperatura média mínima está na faixa de 20°C e
máxima de 38°C em regiões de níveis baixos em relação ao mar. Em regiões de
níveis entre 800m a 1000m a média é inferior a 18°C. Em localidades de altitudes
acima de 1100m a temperatura mínima noturna chega a 6°C e a diurna inferior a
20°C em qualquer época do ano.
O Estado possui duas estações climáticas bem definidas: Chuvosa
(Inverno), entre abril e setembro, sendo junho e julho os meses em que mais
7 Secretaria de estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, 2003.
24
chovem. Seca (verão), de outubro a março, sendo dezembro e janeiro os meses de
maior seca. A precipitação pluviométrica em média, varía de 2.200/2.250mm a SW
para 1.600/1.000mm a NE da Bacia do Rio Branco, sendo que a umidade relativa
média compensada anual varia de 65% a 90% no mesmo sentido da pluviosidade.
1.2.2 – Vegetação
Grande parte da cobertura vegetal de Roraima, integra a Floresta
Amazônica e, nessa condição, é considerada pela Constituição Federal como
“Patrimônio Nacional”, cuja utilização obedecerá parâmetros legais que assegurem
sua preservação.
A cobertura vegetal de Roraima é classificada no “Projeto RadamBrasil” em
oito tipos distintos: florestas ombrófilas tropicais de baixa e média altitude, florestas
ombrófilas tropicais densas de montanhas, florestas ombrófilas tropicais abertas
com e sem palmeiras (Chamadas matas de terra firme), floresta tropical estacional
semidecidual, floresta tropical densa, savanas, campos limpos do rio Branco e
refúgios ecológicos (tepuis).
As florestas tropicais densas de baixa e média altitude, ocorrem no
complexo das Guianas, ao norte do Estado, num relêvo médio de 600m, onde
cadeias de montanhas são cobertas com uma mata fechada. Várias espécies são
características como jutaí (himinaea parviflora), piquiá (caryocarvillosun),
mandioqueira (qualea dinizil), Sumaúma (ceiba pentandra), matamatá
(eschweilera) e sucupira (bowdichia guianensis).
Nos locais mais baixos e nos vales, a mata é ainda densa (extremos oriental
e ocidental com maior índice pluviométrico), encontrando-se também manchas de
florestas abertas, onde as palmeiras já se evidenciam. Espécies como: louro preto
(licania canella), carapanaúba (aspidusperma excelsum), acariquara (minquartia
guianensis), abiurana (lucuna lasiocaupa) são algumas entre as árvores, açaí
(enterpe oleracea) e inajá entre as palmáceas.
Em áreas planas do Estado, predomina a mata densa com árvores de médio
e grande porte, onde destacam-se a caferana (dendrobagia boliviana), cedro
(cedrela odorata), freijó (cordia goeldiana), muirapixuna (martiodendrom excelsum),
macucu de sangue (licania heteromorpha), muiratinga-da-várzea (olmediophaena
maxima), pau-rainha (centrolobium paraense) e copaíba (copaifera langsdorfii).
25
De todos os Estados Amazônicos, Roraima apresenta a maior variedade de
fisionomias vegetais. A heterogeneidade se deve ao forte gradiente pluviométrico
do sul para o norte do Estado, os diversos substratos geológicos e as variações
altitudinais.
1.2.3 – Bacia Hidrográfica:
A Bacia Hidrográfica do Estado, pertence à Bacia Amazônica e tem 204.640
Km2 de extensão. Os principais rios que banham o Estado são os rios Branco
(45.530 Km2), Uraricoera (52.184 Km2), Catrimani (17.269 Km2), Mucajaí (21.602
Km2), Tacutú (42.904 Km2) e Anauá (25.151 Km2).
1.2.4 – Situação Geográfica:
Roraima representa uma das nove unidades que integram a Amazônia
Legal, situando-se no extremo norte do território brasileiro, o que lhe confere a
particularidade de possuir a maior parte de suas terras no hemisfério norte.
O Estado apresenta limites internacionais que se estendem por 958 Km,
com a Venezuela e 964 Km, com a República Cooperativista da Guiana,
totalizando assim, 1.922 Km de fronteiras, faixa considerada de Segurança
Nacional, que lhe confere uma posição estratégica no que concerne às relações
internacionais entre o Brasil e esses países.
Tabela 02
Pontos Cardeais
Coordenadas Geográficas Limites Geográficos (Km)
Norte +05°16’20” -60°12’43” República da Venezuela
Sul -01°35’11” -61°28’30” Estados do Amazonas e Pará
Leste +01°13’45” -58°33’42” República Cooperativista da Guiana
Oeste +04°15’00” -64°49’36” Estado do Amazonas e República da Venezuela
Fonte IBGE
Observado na perspectiva dos municípios que hoje compõem o estado de
Roraima, observa-se que o mesmo vem sofrendo um processo de sucessivos
desmembramentos, e, conseqüentemente formação de novas unidades. Tal
dinâmica foi acentuada a partir de 1995 quando foram criados sete novos
26
municípios, passando de oito para quinze o total que hoje Roraima é composto.
Mas, muitas polêmicas perpassam a temática da divisão territorial.
Tabela 03
Município Distância Rodoviária Área em Km %
Alto Alegre 86 26.109,7 11,59Amajari 185 28.598,4 12,70Boa Vista - 5.711,9 2,54Bonfim 125 8.131,5 3,61Cantá 36 7.691,0 3,41Caracaraí 135 47.623,6 21,15Caroebe 338 12.098,5 5,37Iracema 93 14.403,9 6,39Mucajaí 51 11.981,5 5,32Normandia 185 7.007,9 3,11Pacaraima 214 8.063,9 3,58Rorainópolis 292 33.745,0 14,99S. João da Baliza 313 4.324,7 1,92São Luiz 298 1.533,9 0,68Uiramutã 331 8.090,7 3,59Fonte IBGE
Distâncias Rodoviárias de Boa Vista - Roraima em Km:Tabela 04
Brasil KM Venezuela KM Guiana KM
Manaus – AM 658,8 Sta. Helena Uairen 220 Lethem 125Belém – PA 1.434,3 Puerto Ordaz 853 Georgetown 450Brasília – DF 2.490 Ciudad Bolívar 950
Fortaleza – CE 2.566 Puerto La Cruz 1271Cuiabá – MT 2.098,1 Caracas 1551
Belo Horiz. – MG 3.117,7 Barcelona 1256São Paulo – SP 3.290,2 Maracay 1579
Rio de Janeiro – RJ 3.419,8 Valencia 1626Porto Alegre – RS 3.771,9 Barquisimeto 1764
Maracaibo 2053Fonte: Fonte Anuário IBGE
27
1.2.4 – Demografia de Roraima
No contexto populacional da região, Roraima é o Estado menos populoso:
concentra apenas 2,51% do total, ou seja, 324.397 habitantes. Desse total cerca
de 76% residem nas áreas urbanas, situação que não deve sofreu grandes
alterações nos últimos anos.
População de Roraima por Município – 1996/2000 – Tabela 05
Municïpio Urbano Rural 1996 2000
Amajari 799 4.500 4.623 5.299Alto alegre 5.192 12.694 13.771 17.886Boa vista 196.942 3.441 153.936 200.383Bonfim 3.001 6.336 5.660 9.337Cantá 1.162 7.388 7.671 8.550Caracaraí 8.215 6.023 9.664 14.238Caroebe 1.977 3.758 4.829 5.735Iracema 3.224 1.553 2.817 4.777Mucajaí 6.991 4.207 10.895 11.198Normandia 1.453 4.639 6.796 6.092Pacaraima 2.758 4.231 5.777 6.989Rorainópolis 7.175 10.302 7.544 17.477São João da Baliza 3.873 1.207 4.058 5.080São Luiz 3.445 1.873 4.456 5.318Uiramutã 525 5.268 4.634 5.793TOTAL 246.732 77.420 247.131 324.152FONTE IBGE* Estimativa considerando somente o total da população
Densidade Demográfica: 1,44 hab/Km2
Taxa de crescimento populacional: 4,57% ao ano (período: 1991/2000),
considerada uma das maiores do país.
28
1.2.5 – Ocupação do Solo
Para ilustrar a distribuição das terras do Estado, segundo a Secretaria de
Estado de Planejamento, Roraima possui a seguinte a configuração:
Tabela 06
Descrição Área (km 2) %Área total de Roraima 225.115,1 100Pretendida pela FUNAI 100.965 44,85Jurisdição do IBAMA 13.169 5,85EXÉRCITO 2.747 1,22ÁREAS ALAGADAS 13.394 5,95ÁREAS MONTANHOSAS 5.943 2,64ÁREA LIVRE 88.898 39,49ÁREA DISPONIVEL 44.449 19,745 Fonte: SEPLAN/DEES/DEPLAE - 2003
A figura, a seguir, ilustra com mais detalhes o quadro das Áreas de Uso
Especial do Estado de Roraima, elaborado pelo Instituto Sócioambiental8.
FIGURA 2 - ÁREAS DE USO ESPECIAL
8 Capobianco, p. 362, 2004.
29
Fonte: ISA, 2001.
1.2.6 – Economia do Estado
O perfil empresarial roraimense está embasado em micro e pequenas
empresas, constituídas, na sua grande maioria, por firmas individuais e sociedade
por quotas de responsabilidade limitada.
O fortalecimento empresarial de Roraima está atrelado a uma perspectiva
de desenvolvimento assentada, num primeiro momento, na consolidação da
produção de bens primários que garantam, a curto prazo, o auto-abastecimento
interno, em crescente níveis de processamento industrial e, cujo padrão
tecnológico é compatível com o atual estágio de desenvolvimento regional.
A dimensão geopolítica do Estado está sendo aproveitada como alavanca
indispensável para estimular o ciclo industrial.
As promissoras perspectivas em relação ao mercado externo têm na base
no avanço das relações fronteiriças com a proposta de se atingir novos mercados e
mediante o estímulo ao ingresso de capitais para a expansão das atividades
produtivas.
O conhecimento das tendências dos setores produtivos, das potencialidades
dos recursos naturais, aliado à identificação de novas oportunidades de
investimento são elementos essenciais para suportar um setor industrial capaz de
atender às demandas locais de consumo, geração de emprego e diversificação da
produção.
Observado do ponto de vista do Produto Interno Bruto - PIB, o estado de
Roraima representava no último Censo, uma situação de pouca importância no que
diz respeito à participação no total arrecadado pela região Norte.
PIB – EM MILHÕES DE REAIS – 2000 – Tabela 07
Ano 2000Região Norte (A) 50.650
Roraima (B) 1.117 Fonte: IBGE (2000).
1 Renda Per Capita
30
TAXA DE VARIAÇÃO PERCENTUAL NO PERÍODO – Tabela 08
ESPECIFICAÇÃO PERÍODO1970/75 1975/80 1980/85 1985/90 1990/95
RORAIMA 331,20 97,64 27,82 0,26 38,13REGIÃO NORTE 146,56 161,92 3,75 -3,12 6,03BRASIL 183,84 94,81 27,58 2,33 18,30FONTE: PEEM / EBAP / FGV
RENDA PER CAPITA VALORES ABSOLUTOS EM DÓLARES Tabela 09
ESPECIFICAÇÃO ANOS1970 1975 1980 1985 1990 1994 1995
RORAIMA 147
633
1.251
1.561
1.565
1.532
2.162
REGIÃO NORTE 197
485
1.271
1.318
1.277
1.073
1.354
BRASIL 355
1.006
1.961
2.502
2.560
2.541
3.028
FONTE: PEEM / EBAP / FGV
0
1000
2000
3000
4000
valo
res
abso
luto
s em
dól
ares
1970 1975 1980 1985 1990 1994 1995
DEMONSTRATIVO DA RENDA PER CAPITARORAIMA
REGIÃONORTE
BRASIL
Gráfico 01
Idioma: A língua oficial é o Português, como no resto do país, mas devido à
proximidade com a Venezuela e Guiana, parte da população fala inglês
(principalmente no Município de Bonfim e região) e Castellano (principalmente no
Município de Pacaraima e região), além das línguas indígenas como Makuxi,
Wapixana e Taurepang devido à existência dessas etnias no Estado.
Fuso Horário: Há diferença de -1 (uma) hora em relação a Brasília - DF, capital
do Brasil; -5 (cinco) horas durante o inverno e -6 (seis) horas durante o horário de
verão em relação à Europa e +4 (quatro) horas em relação a América Central.
Poder Estadual: Roraima é um estado da federação brasileira com regime de
governo democrático como em todo o país, representado por um Governador
(chefe do poder executivo), 24 Deputados Estaduais (que compõem a Assembléia
31
Legislativa) eleitos pelo diretamente pelo povo a cada 04 anos e os Tribunais
Regionais (que representam o poder judiciário).
Nos 15 (quinze) Municípios (Cidades) do Estado, a figura do Prefeito (chefe
do poder Executivo) e os 09 (nove) Vereadores (que compõem a Câmara
Municipal – poder Legislativo) também são eleitos diretamente pelo povo em
eleições Municipais a cada 04 anos.
A reforma agrária vem sendo implementada no estado de Roraima à mais
de 20 anos, 12 municípios já tiveram assentamentos, sendo que já foram
assentadas 11.682 famílias mas a área de 1.148.536 hectares tem capacidade de
suportar 22.711 famílias. O município com maior número de famílias assentadas é
o de Rorainópolis com 3.493 famílias em uma área de 297.398 hectares.
Dados Sobre A Reforma Agrária Em Roraima-2003 – Tabela 10
Município Cap. famílias Fam. Assentadas Área/ha
Alto Alegre 1.500 648 76..577,12Amajari 2.118 726 72.979,55
Boa Vista 906 906 79.050,02Bonfim 135 112 9.464,95Cantá 1978 669 110.856,06
Caracaraí 2241 1389 132.591,36Caroebe 3.000 1.263 164.266,70Iracema 2.269 911 206.672,26Mucajái 1.560 1.191 64.648,88
Rorainopólis 6.584 3.493 297.398,04São João da Baliza 157 226 10.608,39
São Luiz 263 148 16.436.15Fonte:
32
Figura 03
33
1.3. – O TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA
O propósito, a partir de agora é contextualizar e caracterizar o Território Sul
do Estado com objetivo precípuo de apresentar a sua realidade. Em alguns
momentos, as informações, apesar de serem do território fazem uma relação direta
com Roraima. Em outras, infelizmente, pela ausência de dados deixarão de
compor o documento.
Um alento nesse sentido serão os dados processados a partir da tabulação
dos questionários aplicados no território, que serão capazes de fornecer
informações atualizadas do local.
Figura 04
Vale ressaltar que o Território Sul de Roraima foi criado em 13/04/2004, com
finalidade especial de desenvolver socioeconômico ambiental, visando à melhoria
da qualidade de homens e mulheres roraimenses. Neste sentido, o
34
desenvolvimento aqui apontado tem caráter de sustentabilidade perpassando em
geração a geração.
1.3.1 – Perfil dos Municípios Integrantes
Inicialmente, os municípios de Caroebe, São João do Baliza, São Luiz do
Anauá, Rorainópolis e o Distrito de Novo Paraíso no município de Caracaraí, que
integram o Território Sul do Estado de Roraima e suas principais características
sócio-política e econômica:
A seguir faremos uma breve explanação do perfil da cada município que
compõem o território Sul do Estado de Roraima.
Município de Rorainópolis
Rorainópolis, nasceu com denominação de Vila do INCRA, numa referência
ao Projeto de Assentamento Dirigido Anauá – PAD/ANAUÁ, que possui sua sede
nesta localidade, desde de 1975, para instalação dos colonos migrantes de outros
estados do Brasil, mas começou a possuir características de vila no início do ano
de 1980. Vila do Incra passou a ser chamada de Rorainópolis nos anos 90, em
homenagem ao estado de Roraima. Foi transformado em município pela Lei nº 100
de 17 de outubro de 1995, com terras desmembradas do município de São Luis do
Anauá, a qual pertencem os seguintes distritos: à margem da BR 174 (Martins
Pereira, Nova Colina, Equador e Jundiá) e a sede Rorainópolis, à margem
esquerda do baixo Rio Branco (Santa Maria do Boiaçu, Taquera, Paraná da
Floresta, Do Cota, Remanso e Sumaúma). Santa Maria do Boiaçu é um dos
distritos mais antigo do município, foi fundada no dia 15 de abril de 1950, pelo
senhor Francisco Damásio. O município de Rorainópolis, foi instalado
administrativamente em 1º de janeiro de 1997, com a posse do seu primeiro
Prefeito eleito Antonio Carlos Lacerda Gago, para o quadriênio 97/2000. Pouco
mais de um ano de mandato, faleceu e assumiu para cumprimento do mandato o
vice-prefeito Geraldo Maria da Costa.
O município está localizado ao sul de Roraima, às margens da Rodovia
Federal Interamericana BR 174, que interliga Santa Helena do Uairén, fronteira
entre Brasil e Venezuela, com o Estado do Amazonas; a sede do município
distancia 291 Km da capital de Boa Vista e 468 Km de Manaus capital do
35
Amazonas. O município representa a porta de entrada e ligação do Estado com o
resto do Brasil. Destaque para a Vila do Equador, onde é cortado pela linha
imaginária do equador, que está representada por uma barra de ferro cravada em
uma rocha, situada à margem direita da BR 174. A vila de Jundiá, onde se
encontra os postos de fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda e
Secretaria de Segurança Pública, e onde inicia a reserva indígena Waimiri –
Atroari, por onde trafegam veículos em direção aos dois Estados. Dentro dessa
reserva encontra-se o rio Alalau, que limita o Estado de Roraima ao Estado do
Amazonas.
Figura 05LocalizaçãoLocaliza-se ao sul do Estado interligado aos demais municípios e ao Estado do Amazonas, através da BR - 174.
Limites- Norte: município de Caracaraí - Sul: Estado do Amazonas- Leste: municípios de São Luiz e São João da Baliza- Oeste: município de Caracaraí
Área- Área..........................................33.740,0 Km²- Participação em relação ao Estado..14,99 %
Criação do MunicípioLei nº 100, de 17 de outubro de 1995.
População Tabela 11
Rorainópolis Total Homens Mulheres Urbana Rural1996 7.544 4.033 3.511 2.712 4.832
2000 17.477 9.316 8.161 7.175 10.302Fonte: IBGE
Observa-se que, na relação homem/mulher, há predominância do sexo
masculino, com 1,14 homens para cada mulher, ficando eles com 53,3% do
contingente populacional, enquanto elas representam 46,7%. O quadro acima
36
mostra que 58,95% da população residente no município, concentra-se na zona
rural. A densidade demográfica é de 0,52 habitantes/Km².
A composição populacional deu-se, sobretudo, com a migração de
pessoas vindas principalmente do nordeste brasileiro, atraídos principalmente por
projetos de colonização do Programa Nacional de Reforma Agrária, do INCRA,
para o desenvolvimento da agricultura. Observa-se que de 1996 para 2000, a
população de Rorainópolis, cresceu 131,67%, considerado em termos
proporcionais o maior do país.
ClimaO clima do município é quente, com chuvas de verão e outono (Aw’i). Na região nordeste é equatorial, com uma estação seca (primavera) Amw.
TemperaturaA média da temperatura anual é de 26º C e a precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.
RelevoPredomínio de superfície plana (90%) e área alagável (10%).
Solos- Solos Hidromórficos Gleynizados- Solos Hidromórficos- Areia Quartzosza- Podzólicos Vermelho-Amarelos- Latossolo Vermelho-Amarelo- Latossolo Amarelo- Areia Quatizosa Hidromórfica
HidrografiaEstá composta pelos rios: Alalaú, Branco, Anauá e Jauaperí
Cobertura VegetalO município de Rorainópolis tem cobertura vegetal: floresta ombrófica e área de
contato (formação pioneira/floresta).
Estrutura FundiáriaNo município, predominam as pequenas propriedades agrícolas, oriundas do processo de colonização. A maior parte dos lotes possui até 100ha.
Áreas de Colonização
37
A situação fundiária do município de Rorainópolis está representada no quadro que se seguinte:
Tabela 12Projeto de
Assentamento Nº de Lote Quantidade de
Vicinal Assentado Residente
PAD/ANAUÁ 2142 43 1700
PA-INTEGRAÇÃO 402 07 270
PA-LADEIRÃO 80 01 48
PA-EQUADOR 180 02 85
PA-JUNDIÁ 180 01 130
VICINAL TRAIRÍ 80 01 70
SANTA MARIA DO BOIAÇU
80 01 30
TOTAL 3.142 56 2.333Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA
Por se tratar de áreas de assentamentos, há predominância de pequenas
propriedades rurais, variando de 50 a 100 hectares de tamanho.
A sede do Projeto de Assentamento Dirigido Anauá – PAD/ANAUÁ, presta
atendimento contínuo a todos os projetos de Assentamentos existentes no
município. O INCRA foi e é o grande agente de desenvolvimento rural do
município, boa parte da economia gira em torna da obtenção de créditos de
implantação aos assentados. Além de aprovar os projetos técnicos do PRONAF
tipo A.
Terras IndígenasÁrea Total: 6.254,25 Km²
Participação em relação ao total do Município: 18,53 %
Produção Agrícola e PecuáriaA agricultura do município de Rorainópolis tem como principais produtos
para comercialização o arroz, mandioca, banana, milho e laranja e cana. A tabela
abaixo mostra os dados aproximados da produção de 1999-2000.
Tabela 13Produto Unidade Área Área Produção Rendiment
38
Plantada (há) (a)
Colhida (ha) (b) (c) o Médio
(c/b)Arroz tonelada 620 580 1450 2.500
Mandioca tonelada 635 600 9.000 15.000
Banana Mil cachos 1.012 1.012 962 951
Milho tonelada 1.100 1.045 1.557 1.107
Laranja Mil frutos 45 40 965 24.125
Cana de açúcar tonelada 70 70 1400 20
Arroz tonelada 620 580 1450 2.500Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – 2000
Em relação à pecuária, o município não dispõe de grandes áreas
reservadas para fazendas, por esta razão a pecuária não é tão significativa a ponto
de ser um fator determinante na economia local. Limita-se também em função do
baixo nível de capitalização dos pequenos agropecuaristas e por o sistema de
criação utilizado ser o semi-extensivo, tanto na pecuária de corte quanto na de
leite. Rorainópolis consome em média cerca de 2 (duas) toneladas de carne ao dia,
totalizando um volume anual de 720 toneladas de carne bovina .
Na tabela a seguir podemos verificar os principais tipos de criação/produto
do município com base no Censo Agropecuário – 2000.
Tabela 14
Criação/Produto Unidade QuantidadePercentual em
relação ao Estado (%)
Bovinos Cabeça 19.761 4,94
Suínos Cabeça 6.769 10,74
Eqüinos Cabeça 420 1,50
Caprinos Cabeça 180 3,44
Aves Cabeça 20.210 6,76
Leite/ano Litro 54.000 4,63
Ovos/ano Dúzia 91.000 5,33Comércio e Serviços
Nas unidades empresariais do município de Rorainópolis foi constatado que
75% das microempresas possuem prédio próprio, os demais são alugados. Quanto
a constituição jurídica, 91% da empresas são firmas individuais, 8% são
39
sociedades por cotas de responsabilidades limitada e 1% são cooperativas. Dos
produtos comercializados 42% são oriundos de outros estados, 12% de outros
municípios e apenas 46% de Rorainópolis. Da produção de Rorainópolis 40% são
comercializados no comércio local e 60% em outros municípios e/ou estados.
Cumpre ressaltar que o município de Rorainópolis, como em todo o
território, a cadeia produtiva de ovinos tem-se destacado, devido investimentos e
custeios através dos governos da esfera municipal, estadual e Federal, onde está
sendo possível consolidar a cadeia primária ovina. Vejamos a tabela abaixo:
Tabela 15: cadeias produtivas de Rorainópolis/RR
DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Gir,
Canchin, Girolando, Cimental5.595
SUÍNOS Mestiça 88OVINOS Santa Inês e Mestiça 274
CAPRINOS - 08EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 49
AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 5.875PEIXES Tambaqui, Piau 2.800
OUTROS Abelhas 4 caixasFonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)
Em geral o grau de escolaridade dos proprietários das empresas é baixo,
situando-se entre o ensino fundamental incompleto e o completo, correspondes
72%. A média salarial paga aos funcionários das microempresas são baixos,
ficando em torno de 1 salário mínimo. As admissões são na maioria das vezes por
convite pessoal e indicações de amigos dos proprietários, os mesmos não assinam
carteira.
As principais dificuldades encontradas na condução das atividades
empresariais foram apontadas na seguinte ordem: pouco capital de giro; baixa
demanda efetiva; alto índice de inadimplência; desorganização do setor e forte
concorrência no mercado local.
PotencialidadesO potencial agrícola do município de Rorainópolis, segundo as condições
climáticas, possibilitam o cultivo de inúmeros produtos, entre os quais: café, cacau,
cana-de-açúcar, entre outros. Mas, considerando os hábitos da população,
40
predominam as culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens. E como já destacamos a cadeia produtiva ovina tem sido uma atividade econômica emergente na municipalidade.
A combinação de fatores físicos e econômicos resulta no que diz respeito ao
processo de ocupação de espaço, em agricultura baseada em cultivo de rápido
retorno e em pecuária semi-extensiva, comprometendo áreas de grande
potencialidade voltadas para lavouras de maior valor comercial como por exemplo:
a soja, cacau, cana-de-açúcar, entre outras, além de uma variedade enorme de
frutas.
Município de São João da Baliza
O município de São João da Baliza foi criado em 1º de julho de 1982, com
terras desmembradas do município de Caracaraí pela Lei Federal 7,009.
O Governo Federal, na década de 70, impulsionado pela filosofia de
ocupação da Amazônia estava abrindo a rodovia BR 210, denominada Perimetral
Norte, quando o pioneiro, João Pereira, perdeu uma baliza do serviço topográfico
da estrada no igarapé nas proximidades do local onde mais tarde surgiu o
município.
O município de São João da Baliza localiza-se ao sudeste do Estado,
interligado aos demais municípios através da BR - 210. A sede do município está
localizada a margem da BR 210 Km 70 no sudeste do Estado a 255 metros acima
do nível do mar, encontra-se a 0º57’02’’ de latitude norte e 59º54’41’’ de longitude
do meridiano de Greenwich ao sudeste do Estado. O acesso ao município é feito
pela BR 174 e pela 210, a uma distância de 570 Km de Manaus e 313 de Boa
Vista.
41
Figura 06Localização
Localiza-se ao sudeste do Estado, interligado aos demais municípios através da BR - 210.
Limites- Norte: município de Caracaraí - Sul: Estado do Amazonas - Leste: município de Caroebe - Oeste: municípios de Rorainópolis e São
Luiz
Área- Área.........................................4.324,7 Km²- Participação em relação ao Estado.1,92 %
Criação do MunicípioLei nº 7009, de 1º de julho de 1982.
População - População..................5.091 habitantes - Densidade demográfica (hab/Km²)....1,18
Clima
O clima do município é do tipo Awi (tropical chuvoso com pequeno período de seca) e Aji (tropical chuvoso sem estação seca).
Temperatura
A média anual é de 27º C e a precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.
Relevo
Apresenta-se com predominância em superfície plana (80%), relevo ondulado com colinas e vales (10%) e relevo com vertentes de declive forte (10%).
Solos
- Podzólicos Vermelho-Amarelos- Latossolo Vermelho - Amarelo
Hidrografia
A hidrografia do município é representada pelos rios Jauaperi e Anauá.
Cobertura Vegetal
O município tem a seguinte cobertura vegetal: floresta ombrófila densa.
Estrutura Fundiária
42
Na estrutura fundiária do município, predominam os minifúndios, pequenas propriedades rurais com até 100 hectares, ocupadas por posseiros e arrendatários.
Áreas de Colonização – Tabela 16
MUN. SÃO J. BALIZA
LOTE QUANT. VICINAIS
QUANT. COLONOS (residentes)
Baliza 749 10 450
TOTAL p/ Região 749 10 450FONTE: ITERAIMA - 1997
Terras Indígenas
Área Total: 1.797,56 Km²
Participação em relação ao total do Município: 41,56 %
Produção Agrícola do Município de São João da Baliza – 1997 – Tabela 17
PRODUTO UNIDADEÁREA
PLANTADA (ha) (A)
ÁREA COLHIDA (ha) (B)
PRODUÇÃO(C)
RENDIMENTO MÉDIO (C/B)
Arroz Ton. 330 317 867 2.735Feijão Ton. 7 6 2 333Milho Ton. 120 86 101 1.174Mandioca Ton. 8 8 103 12.875Abacaxi Mil Frutos 1 1 5 5.000Banana Mil Frutos 289 289 272 941Laranja Mil Frutos 7 4 96 24.000FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES
Potencialidades
Os projetos de assentamento do município têm em vista a densidade de
produtores e o volume de produção, apresentam um quadro de grãos, entre arroz,
milho, feijão e mandioca, além da significativa produção de fruticultura. Outra
potencialidade do setor primário destaca-se a ovinocultura, atividade emergente no município como em todo o Território. Vejamos a tabela:
43
Tabela 18: cadeias produtivas de São João da Baliza/RR
DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Girolando,
Holandês1573
SUÍNOS Mestiça 155OVINOS Santa Inês e Mestiça 920
CAPRINOS - 30EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 49
AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 2406Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)
A Cadeia produtiva da ovinocultura teve crescimento geométrico com a maior
proliferação do rebanho a cada ano. As unidades produtivas do município
apresentam melhoria na questão do manejo dos animais, os agricultores realizam
cursos de qualificação profissional, além de aquisição de políticas de custeio e
Assistência Técnica e Extensão Rural do governo do Estado de Roraima
A aptidão agrícola, dadas as condições climáticas, possibilita o cultivo de
inúmeros produtos, entre os quais café, cacau, cana-de-açúcar, entre outros. Mas,
considerando os hábitos da população e a infra-estrutura existente, predominam as
culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens.
44
Município de São LuizO Município de São Luiz do Anauá foi criado pela Lei n.º 7.009, de 1º de julho
de 1982. Assim como todos os municípios roraimenses que surgiram na época, tal
emancipação político-administrativa atendeu à política pública de ocupação e
integração da Amazônia Legal ao resto do país, implementada pelos governos
militares, através da expansão das fronteiras agrícolas nacionais. O nome é uma
homenagem à capital do Maranhão, terra natal da maioria dos pioneiros da
colonização, acrescentando-se Anauá em menção ao rio Anauá, o principal do
Município.
Na década de 90, com a criação de novos municípios no Estado, São Luiz do
Anauá cedeu parte de seu território para a constituição do Município de
Rorainópolis, antiga vila do INCRA. Além desta, faziam parte ainda de São Luiz do
Anauá as vilas Moderna, Martins Pereira, Nova Colina, Equador, Jundiá e Santa
Maria do Boiaçu. Com a emancipação de Rorainópolis, São Luiz permaneceu
apenas com a vila Moderna como núcleo populacional importante no seu interior,
além das vicinais.
Figura 07Localização
Localiza-se na região sudeste do Estado, interligado à sede do município de São João da Baliza e à localidade do Novo Paraíso (Km 500), através da BR - 210.
Limites- Norte: município de Caracaraí- Sul: município de Rorainópolis- Leste: município de São João da
Baliza- Oeste: município de Rorainópolis
Área- Área.......................................1.533,9 Km²- Participação em relação ao Estado....0,68 %
Criação do Município Lei nº 7.009, de 1º de julho de 1982.
45
PopulaçãoPOPULAÇÃO RESIDENTE POR DOMICÍLIO – Tabela 19
1991 2000
Total Urbana % Rural % Total Urbana % Rural %
8.558 2.268 26,50 6.290 73,50 5.311 3.447 73,55 1.864 26,45
A redução de 47,93% do contingente populacional registrada entre 1991 e
2000 deu-se em virtude da emancipação de Rorainópolis, fato este que contribuiu
também para a mudança de status dos domicílios, como vemos na figura abaixo. A
densidade demográfica também foi alterada: passou de 0,27 habitantes por km2 em
91 para 2,93 habitantes por km2 em 2000.
ClimaPredomina o clima tropical chuvoso com pequeno período seco (Awi) e
tropical chuvoso sem estação seca (Aji).
TemperaturaA média da temperatura anual varia de 28º a 38º C e a precipitação
pluviométrica é de 1.500 mm.
RelevoSuperfície plana (60%), apresenta relevo forte e fracamente ondulado (40%).
Solos- Latossolo Amarelo- Terra Roxa Estruturada- Podzólico Vermelho-Amarelo - Plinhosso Silico, Glei pouco úmido silico e Areia Quartzosa
HidrografiaA bacia hidrográfica que abastece o município nasce no rio Anauá, além do rio Branco e seus principais afluentes.
Cobertura Vegetal A cobertura vegetal característica do município é a floresta tropical úmida e floresta de transição.
Estrutura FundiáriaNa estrutura fundiária do município predominam os minifúndios, pequenas propriedades rurais com até 100 ha, ocupados por posseiros e arrendatários.
Áreas de Colonização – Tabela 20
RORAINÓPOLIS LOTE QUANT. VICINAIS
QUANT. COLONOS (residentes)
46
São Luiz 1.016 07 800Vila Moderna 242 03 90Total p/ Região 1.258 10 890FONTE: ITERAIMA - 1997
Terras IndígenasÁrea Total: 23,94 Km²Participação em relação ao total do Município: 1,56 %
Produção Agrícola e Pecuária – 1997Através dos dados coletados no Cadastro Empresarial do SEBRAE/RR
junto a empresas formais, verificamos a existência de 44 estabelecimentos
empresariais, distribuídos em diversos setores e ramos de atividade. Uma
pesquisa do consumidor realizada em meados de 1998 pelo SEBRAE em Roraima
revelou uma evasão de demanda da ordem de 28,26% das pessoas entrevistadas.
As cidades que mais absorvem esta procura são, por ordem absoluta, Boa Vista
(78,33%), São João da Baliza (25,83%) e Manaus (21,33%).
Tabela 21
PRODUTO UNIDADEÁREA
PLANTADA (ha) (A)
ÁREA COLHIDA (ha) (B)
PRODUÇÃO(C)
RENDIMENTO MÉDIO (C/B)
Arroz Ton. 260 245 872 3.559Feijão Ton. 49 48 14 292Milho Ton. 550 420 501 1.193Mandioca Ton. 17 17 191 11.235Banana Mil Frutos 148 148 129 872Laranja Mil Frutos 38 29 572 19.724FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES
O rebanho bovino é pequeno mas garante o abastecimento do Município. O
baixo nível de capitalização dos pecuaristas é um dos principais problemas para o
não desenvolvimento da atividade em caráter empresarial. O sistema caracteriza-
se em ultra-extensivo, com uso de técnicas convencionais, provocando uma baixa
produtividade do rebanho.
Na tabela abaixo podemos verificar os principais tipos de criação/produto do
Município com base no Censo Agropecuário de 1996.
Tabela 23CRIAÇÃO / PRODUTO UNIDADE QUANTIDADE
Bovinos Cabeça 13.122
Suínos Cabeça 2.340
47
Porcas Cabeça 640
Eqüinos Cabeça 390
Caprinos Cabeça 210
Galinhas Cabeça 6.790
Frangos Cabeça 9.845
Leite Mil litros 315
Vacas Ordenha 700
Ovos Mil dúzias 70
Mel Kg 600
Potencialidades
Esse município como toda a região sul do Estado, tem aptidão agrícola,
apresentando como principais produtos: arroz, milho e feijão, mandioca em
tubérculos e banana.
O potencial agrícola do município, segundo as condições climáticas,
possibilita o cultivo de inúmeros produtos, entre os quais, café, cacau, cana-de-
açúcar, entre outros. Mas, considerando os hábitos da população, predominam as
culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens.
A combinação de fatores físicos e econômicos resulta no que diz respeito ao
processo de ocupação de espaço, em agricultura baseada em cultivo de rápido
retorno e em pecuária semi-extensiva comprometendo áreas de grande
potencialidade voltadas para lavouras de maior valor comercial como por exemplo
a soja, cacau, cana-de-açúcar, entre outras, além de uma variedade enorme de
frutas. Outra potencialidade setor primário destaca-se a ovinocultura que vem
sendo trabalhada pelos agricultores e agricultoras como uma possível atividade
econômica rentável e altamente lucrativa. Vejamos os dados:
Tabela 24: cadeias produtivas de São Luis/RR DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS
BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental, Caracu, Santa Gertrude.
3077
SUÍNOS Mestiça 188OVINOS Santa Inês e Mestiça 187
CAPRINOS - 16EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 70
48
AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 1356PEIXES Tambaqui, Piau 00
Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)
Desse modo, a cadeia produtiva da ovinocultura necessita de projetos em
investimentos e custeios no sentido de melhorar cada vez mais os índices técnicos
de produção, manejo dos animais,
É grande o potencial para implantação de projetos voltados para o
aproveitamento dos recursos naturais tais como: expansão da área cultivada de
arroz, milho e feijão; diversificação produtiva com a introdução da lavoura de
cacau, café e cana-de-açúcar, dentre outras variedades.
Município de Caracaraí
O Município de Caracaraí, outrora um simples campo destinado ao Porto
de embarque de gado em trânsito de Boa Vista para Manaus – AM, era
propriedade particular do Cel. Bento Ferreira Marques Brasil. O nome “Caracaraí” é
de origem indígena e quer dizer gavião pequeno. Caracaraí foi constituído a partir
da Lei Federal nº 2495 de 17 de Maio de 1955. Está situado entre as capitais de
Boa Vista e Manaus. Essa localização estratégica favoreceu o seu crescimento,
pois sempre desempenhou o papel de entreposto entre as duas capitais, sendo
ponto de conexão entre as vias de acesso rodoviário e fluvial, fato provocado pelo
obstáculo natural ao trânsito de embarcações existentes no Rio Branco – a
Corredeira do Bem Querer – situada à cerca de 15 km ao norte da cidade.
Apresenta vocação natural para a pecuária, extrativismo madeireiro,
pesca, agricultura, mineração, turismo e artesanato, cujo potencial encontra-se em
desenvolvimento.
Após um grande período de desenvolvimento, atualmente, sofre os
reflexos da estagnação econômica do Estado de Roraima, e com a chegada da
Energia de Guri perdeu também parte da arrecadação do ICMS, do óleo diesel que
abastecia os motores da usina termoelétrica da capital.
49
Figura 08
LocalizaçãoLocaliza-se, em grande parte, no
sudoeste do Estado, dividido pelo rio Branco e detém a maior área física do Estado.
Limites- Norte: municípios do Cantá, Bonfim e Iracema- Sul: municípios de Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz- Leste: município de Caroebe e República da Guiana- Oeste: Estado do Amazonas
ÁreaÁrea.........................................47.623,6 Km²- Participação em relação ao Estado..21,15 %
Criação do MunicípioLei nº 2495, de 27 de maio de 1955.
PopulaçãoTabela 25
Total Homens Mulheres Urbana Rural
Caracaraí 14.286 7.553 6.733 8.236 6.050
Clima
O clima do município de Caracaraí é do tipo Aw’i - tropical chuvoso e aji-tropical chuvoso sem estação seca, com os totais anuais de precipitação pluviométrica relativamente elevados, permitindo o desenvolvimento da zona de mata floresta. A precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.
Temperatura
A média da temperatura anual é de 28º C. O intervalo de variação de temperatura no ano, situa-se entre 26º e 38º C.
Relevo
Predomina a superfície plana (70%), áreas inundáveis (20%) e elevações isoladas (10%).
Solos
- Solos Hidromórficos Gleyzados
50
- Podzólicos Hidromórficos
- Areia Quartzosa Hidromórfica
- Podzólico Vermelho-Amarelo
- Litólicos
- Latossolo Amarelo
- Concrecionário Laterítico
- Latossolo Vermelho-Amarelo
Hidrografia
O município de Caracaraí pertence à Bacia hidrográfica do médio e baixo rio Branco com inúmeras sub-bacias de regime permanente, incluindo as do rio Anauá. O principal manancial hídrico que atravessa a sede do Município é o rio Branco.
Cobertura Vegetal
Floresta ombrófila densa e área de contato (formação pioneira).
Estrutura Fundiária – Tabela 26
CLASSIFICAÇÃO Nº SITUAÇÃO Nº ESTRATOS (ha) QUANTIDADE
Mini 640 Proprietários 192 0 a 50 640
Pequenos 20 Arrendatários - 30 a 100 20
Médios 12 Posseiros 482 100 a 200 12
Grandes 02 Ocupantes - 200 a 500 02
TOTAL 674 - 674 - 674FONTE: SEPLAN - 1996
Áreas de Colonização – Tabela 27
MUN. CARACARAÍ LOTE QUANT. VICINAIS
QUANT. COLONOS (residentes)
Petrolina do Norte 401 02 65Serra Dourada 150 01 40Caicubi 80 01 -Cachoeirinha R. Branco 60 01 -Terra Preta 60 01 -RR – 170 493 01 290Novo Paraíso 70 01 15Água Boa de Cima 48 01 48Colônia Cemitério 50 - 30
51
TOTAL p/ Região 1.412 09 488FONTE: ITERAIMA - 1997
Terras IndígenasÁrea Total: 7.638,06 Km²Participação em relação ao total do Município: 16,03 %
Produção Agrícola do Município de Caracaraí – 1997 – Tabela 28
PRODUTO UNIDADEÁREA
PLANTADA (ha) (A)
ÁREA COLHIDA (há) (B)
PRODUÇÃO(C)
RENDIMENTO MÉDIO (C/B)
Arroz Ton. 290 273 633 2.319Feijão Ton. 13 11 3 273Milho Ton. 700 631 792 1.255Mandioca Ton. 231 231 3.170 13.723Abacaxi Mil Frutos 3 3 17 5.667Banana Mil Frutos 46 46 32 696Laranja Mil Frutos 37 20 454 22.700FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR
Potencialidades
O município de Caracaraí apresenta perspectivas agrícolas positivas, onde
estão assentadas cerca de 557 famílias de pequenos produtores. Além da
atividade agrícola, existe uma intensa atividade comercial baseada em produtos de
fabricação caseira.
A aptidão agrícola do município, segundo as condições climáticas, possibilita
o cultivo de inúmeras culturas. Mas, considerando os hábitos da população,
predominam as culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens. Outra
potencialidade do setor primário destaca-se a ovinocultura, uma vez que existem projetos que estão desenvolvendo a atividade econômica como alternativa rentável, possibilitando a dinamização da cadeia produtiva.
Tabela 29: cadeias produtivas de Caracaraí/RR DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS
BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental, Caracu, Santa Gertrude.
1974
SUÍNOS Mestiça 360OVINOS Santa Inês e Mestiça 838
CAPRINOS - 183EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 147
AVES Galinha Caipira 2301
52
PEIXES Piau 50Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)
A combinação de fatores físicos e o atraso tecnológico resultam num
processo de ocupação do espaço baseado na agricultura de subsistência e no
desenvolvimento da pecuária semi-extensiva, implicando em baixos níveis de
rendimento e produtividade.
O potencial para implantação de projetos voltados para o aproveitamento
racional dos recursos naturais não podem ser desprezado. A expansão da área
cultivada com produtos tradicionais (arroz, feijão, milho e mandioca) e a
diversificação da lavoura, introduzindo-se culturas de alto valor comercial, são
fatores a serem considerados.
O município tem na pesca uma grande vocação natural, sendo o maior
produtor do Estado.
Para a diversificação da matriz produtiva, existem perspectivas favoráveis ao
desenvolvimento de culturas de ciclo curto (maracujá, abacaxi, melancia e outras).
Município de Caroebe
O município de Caroebe criado em 04 de novembro de 1994 pela lei 082/94,
que o desmembrou do município de São João da Baliza, foi instalado de fato em 1º
de janeiro de 1997, com a posse de seu primeiro prefeito, Sr. Antônio de Sousa
Martins Filho e do vice-prefeito Sr. Ilário José de Lima.
A região foi povoada a partir do processo de colonização desencadeado
pelo Governo Federal no processo de ocupação da Amazônia, nas décadas de 70
e 80, e incrementado pela corrida garimpeira, que teve seu auge em meados de
80. Até hoje a maioria da população reside na área rural, sendo a economia
voltada para a agricultura.
A partir da década de 80, surgiram e Caroebe investimentos na área
agrícola. Incentivados pelo consumo da capital-Boa Vista Caroebe é ainda o
grande cultivador e fornecedor de banana e arroz.
Figura 09
53
LocalizaçãoLocaliza-se ao sudeste do Estado,
interligado ao município de São João da Baliza através da BR - 210.
Limites- Norte: município de Caracaraí e República da Guiana- Sul: Estado do Amazonas - Leste: Estado do Pará- Oeste: municípios de São João da Baliza e Caracaraí
Área- Área........................................12.098,5 Km²- Participação em relação ao Estado....5,37 %
Criação do MunicípioLei nº 082, de 04 de novembro de 1994.
População
A população do município é formada basicamente por assentados do
Projeto de Assentamento Jatapú - INCRA, oriundas do nordeste do país com
passagens pelas regiões centro – sul e parte do norte, principalmente do Estado de
Rondônia, normalmente com pouca tradição agrícola, descapitalizados e grande
parte endividados junto ao crédito oficial.
Com base no Censo/95 - IBGE, comparado com o último em 2002, a
população total em 1996 era de 4.847 habitantes passando em 2002 para 5735
habitantes, distribuídos seguinte forma:
- População......................4.847 habitantes- Densidade demográfica (hab/Km²)....0,40
ClimaO clima do município é do tipo Awi (quente com chuvas de verão e outono).
TemperaturaA média da temperatura anual é de 27º C e a precipitação pluviométrica é de
1.500 mm.Relevo
É composto por superfície plana (70%), áreas alagáveis ou inundáveis (terraços fluviais) e relevo fortemente ondulado (20%).
54
Solos
- Litossolos (RG)- Podzólicos Vermelho-Amarelos (PB1, PB 4 e PB 6)- Latossolos Vermelho-Amarelos (LV18, LV13 e LV 23)
Hidrografia
A hidrografia do município é representada pelos rios Novo, Caroebe e Jauaperi.
Cobertura Vegetal
A cobertura vegetal do município é floresta ombrófila densa.
Estrutura Fundiária
É baseada no PAD - Jatapu (Projeto de Assentamento Direcionado) patrocinado pelo INCRA e também possui várias vicinais de assentamento patrocinado pelo Estado. Assim sendo, predominam lotes com até 100 hectares.
Terras Indígenas
Área Total: 6.376,32 Km²Participação em relação ao total do Município: 52,70 %
Produção Agrícola do Município de Caroebe – 1997 – Tabela 30
PRODUTO UNIDADEÁREA
PLANTADA (ha) (A)
ÁREA COLHIDA (ha) (B)
PRODUÇÃO(C)
RENDIMENTO MÉDIO (C/B)
Arroz Ton. 220 201 424 2.109Milho Ton. 250 198 236 1.192Mandioca Ton. 37 37 421 11.378Abacaxi Mil Frutos 1 1 3 3.000Banana Mil Frutos 696 696 665 955Laranja Mil Frutos 7 4 98 24.500FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES
Potencialidades
O município de Caroebe possui vocação eminentemente agrícola. A
produção atual está direcionada para as culturas do arroz, milho, mandioca, laranja
e banana. Entretanto, a gama de produtos com perspectivas de cultivo é muito
vasta. Como exemplo pode-se citar: cacau, café, cana-de-açúcar, urucu, côco e
pupunha.
55
Os principais produtos agrícolas do município de Caroebe são a banana e a castanha-do-pará, sendo que o primeiro é comercializado nos mercados de Boa Vista e Manaus.
Existe grande potencial para culturas permanentes e essências florestais
nativas. A fruticultura tem sendo uma das bases da econômica do setor primário,
respondendo de modo significativo ao Produto Interno Bruto da Municipalidade. A
pecuária de corte tem sido uma atividade econômica importante, porém, tal
atividade tem causando impactos ambientais causando danos de degradação de
áreas, além do desmatamento e queimadas na região.
O extrativismo vegetal é representado pela extração da castanha, do
angelim, louro, roxinho, cupiúba e maçaranduba. Outra potencialidade do setor
primário consiste na ovinocultura merecendo destaque para futuros investimentos. Vejamos dados da tabela:
Tabela 31: cadeias produtivas de Caroebe/RR
DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Gir,
Canchin, Girolando, Cimental3458
SUÍNOS Mestiça 251OVINOS Santa Inês e Mestiça 229
CAPRINOS - 56EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 132
AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 2569PEIXES Tambaqui, Piau 6450
Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)
É importante ressaltar que a cadeia produtiva da ovinocultura nos censos do IBGE na época de sua realização, ainda, não constava dados quantitativos dessa atividade econômica. Convém enfatizar que através do DRP foi possível
visualizar a cadeia produtiva a partir de meados de 2000 e início da década de
2010, em razão das políticas empreendedoras da PETROBRÁS, agências de
fomento e políticas de custeios promovidas pelo Governo do Estado de Roraima.
56
1.3.2 – Estradas Principais
A malha viária do Território Sul do Estado, principal meio de escoamento da
produção e entrada dos bens duráveis e não-duráveis no Estado, é composta por
rodovias federais e estaduais as chamadas RR´s, assim como as vicinais
Os demais meios conhecidos utilizados pela logística para transportar a
produção do território são os meios de transporte aéreos e fluviais, que existem em
escalas significativamente menores e praticamente não utilizadas no local.
As estradas que compõem a malha viária do Território Sul do Estado de
Roraima, é composta principalmente por rodovias federais e vicinais. As principais
são:
Rodovias Federais
– BR 174 que atravessa o Estado no sentido Norte e Sul e liga Roraima ao vizinho
Estado do Amazonas e a República Bolivariana da Venezuela, passando pelos
municípios de Rorainópolis, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Boa Vista – a capital do
Estado, até Pacaraima, última fronteira brasileira com a Venezuela;
- BR 210 – Perimetral Norte – prevista para ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico,
cruza o Estado no sentido Leste e Oeste, passando pelos Municípios de Caroebe,
São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Caracaraí e a Colônia São José; neste
ponto a rodovia é interditada porque penetra na reserva indígena Yanomami;
- BR 431 que liga a BR 174 a santa Maria do Boiaçú, município de Rorainópolis,
integrante do Território;
- BR 432 que liga a BR 174 ao distrito de Novo Paraíso, localidade que integra
oTerritório.
Rodovias Estaduais e Municipais
As Estradas que compõem a malha viária do Território Sul de Roraima são
denominadas vicinais, para faciliar o entendimento da coloc]nização e da malha
viária que compõem o território estamos apresentando os mapas das vicinais de
cada município:
57
Figura 10
Figura 11
Figura 12
58
59
Figura 14
Figura 15
60
1.3.3 – Unidades de Conservação
As Unidades de Conservação inseridas no Território Sul do Estado de
Roraima são:
Tabela 32Unidade/Categoria Área/Há Município
Floresta Nacional do Anauá 260.190 Rorainópolis
Floresta Nacional do Jauarperí* 182.517 Rorainópolis e São João da Baliza
Situação da área, falta decreto de criação.Fonte: Núcleo de Unidade de Conservação IBAMA/RR
1.3.4 – Principais Bacias Hidrográficas
Especificamente no Território Sul de Roraima, a configuração hidrográfica é
composta de sub-bacias:
Tabela 33
Sub-bacias Área aproximada km² Afluentes
Catrimãni
Anauá
17.269
25.151
Camoji, aromopô, Catrimâni, AjaraniBaraúna, Anauazinho, Novo
Fonte:Roraima do hemisfério norte (1994). Agostinho 2001.
1.3.5 - Aspectos Geoambientais
Demografia
O Território Sul de Roraima também compartilha do modelo de ocupação
das terras definido na década de 70 pelo Governo Federal, cuja proposta a época
foi ocupar as regiões de fronteira no intuito de povoá-las para protegê-las.
Diante desta estratégia houve intensos movimentos migratórios para o
Estado, sobretudo de populações advindas das regiões nordestinas, da própria
região amazônica em especial dos Estados de Amazonas e Pará, além das regiões
do sul que vinham para Roraima a fim de obter melhores condições de vida.
Nesse sentido a formação demográfica do Território Sul de Roraima deriva
desse modelo composto basicamente pelo intenso movimento migratório,
transcorrido ao longo dos últimos trinta anos, cujas origens e o perfil da população
que chegou ao Estado são de pessoas oriunda dos Estados do Maranhão
principalmente, Amazonas, Pará, Ceará e Paraná. Depois do município de Boa
61
Vista, a capital, Rorainópolis possui a maior taxa de crescimento demográfico do
Estado.
Lamentavelmente o perfil predominante destas populações apontam para
parca ou nenhuma escolaridade, baixíssimas condições econômico-finaceira, nível
cultural e de esclarecimento voltado às crenças populares e fé cristã, ou seja, a
base da formação sócio-político e econômica do Território Sul é composta por um
caldeirão de culturas, completada pela participação das populações tradicionais –
os índios roraimenses, ou seja, a população espelha a realidade do Brasil.
Guardadas as similaridades com as características da constituição do
Estado, o território tem a seguinte configuração:
• Elevadas taxas de crescimento populacional, evoluindo de uma população de
40.885 habitantes em 1970, para 79.159 em 1980 e para 217.583 em 1991.
• Baixas densidades demográficas, principalmente, nas regiões sudoeste e sul do
estado;
• Alta concentração populacional na zona urbana, a exceção do município de
Caroebe.
• População indígena formada por várias sociedades tribais, correspondente a
cerca de 36.600 habitantes no total do Estado.
O fato que representa um marco na história e na demografia do Estado e
por conseguinte do Território sul é a transformação do território federal para Estado
com a promulgação da Constituição brasileira de 1988 . Em 1990, com a posse do
primeiro governador eleito pelo sufrágio universal, Roraima sai da condição de
completo isolamento vivido no passado, para a condição de Estado da Federação.
Outro registro importante a ser abordado diz respeito ao expressivo
crescimento populacional ocorrido durante a década de oitenta, estabelecendo
uma trajetória de crescimento populacional que permanece até os dias de hoje.
Entre 1980 e 1991, em apenas onze anos, a população aumentou 174,8%.
Segundo dados do IBGE, Roraima é o estado brasileiro que hoje mais recebe
migrantes, oriundos em grande medida da própria Amazônia.
Meados da década de noventa com criação dos oito municípios, e aí
incluem-se os quatro do território, com exceção o município de Caracaraí, há um
estado de acomodação populacional naquela região.
62
1.3.6 – Uso e ocupação do solo
A pressão econômica e populacional que incide atualmente sobre o estado,
e em especial no território, torna urgente a execução do Zoneamento Ecológico-
Econômico, realizado em pelo Governo do Estado em parceria com o Governo
Federal no início da década de 2000.
Nos dias atuais, apesar do ZEE ter sido concluído, ele ainda não foi
transformado em Lei, impedindo, portanto, a sua aplicação. Assim o instrumento
que em tese serve para orientar os tomadores de decisão sobre as áreas propícias
para cada tipo de atividade econômica e aquelas reservadas à proteção ambiental,
na prática não tem sido utilizado para o seu fim.
A política atual de ocupação do solo no território tem sido baseada no
modelo de ocupação agrícola promovido pelo governo federal, através do INCRA e
do Governo do Estado. O que se tem observado ao longo da última década são
conflitos sócio-ambientais, sendo necessário rever o atual modelo.
Uma das alternativas vislumbradas para melhorar esta situação pode ser a
otimização (intensificação) do uso de assentamentos já existentes – ao invés de
abertura de novas fronteiras, a agregação de tecnologias alternativas ao uso do
fogo respeitando as áreas de preservação permanente, e o desenvolvimento de
tecnologias econômica e ambientalmente adequadas.
Há, hoje, no território, um maior compromisso pelo fortalecimento das
políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, aumentando a
produtividade da agricultura e incentivo à tecnologias novas como o plantio direto,
o controle biológico e os sistemas agroflorestais, a pecurária extensiva, a pecuária
de leite, assim como a implantação de atividades consideradas novas para o local
como o turismo e o eco-turismo, este último expresso principalmente no município
de Rorainópolis e Caracaraí.
1.3.7 – Passivo Ambiental
Enquanto passivo ambiental, o território tem demonstrado que há um
movimento intenso de desmatamento ilegal. Fiscais do IBAMA têm registrado
autos de infrações com a apreensão de madeiras, animais silvestres e etc.
A principal fonte deste passivo está no desmatamento desenfreado das áreas
de preservação. As árvores, ou toras de madeiras como são chamadas são
63
derrubadas para a exportação para os vizinhos: o estado de Amazonas e para a
Venezuela. O produto sai do território sem agregar qualquer valor. Inclusive, a
madeira se constitui num dos principais produtos na balança comercial do Estado,
conforme quadro abaixo.Em face a ausência de informações específicas do
território, para efeito de ilustração, o quadro abaixo expressa a Balança Comercial
do Estado.
Balança Comercial de Roraima 1993-2003 – Em US$ 1.000FOB - Tabela 34
Ano Exportação Importação Saldo1994199519961997199819992000200120022003*
5.6344.3577.1162.5832.4821.7132.5864.3786.0223.097
4.1177.5446.6205.95410.2341.1544.8583.4392.7901.402
1.517-3.187
496-3.371-7.752
199-2.272
9393.2321.695
Fonte: Economia e Mercado 2003* janeiro a setembro de 2003
Em US$ 1.000 FOB - Tabela 35
Conta ValorTotal das Exportações 3.011.810
Bens de CapitalBens de capital (exceto equip transporte de uso industrial)
6.2286.228
Bens IntermediáriosAlimentos e BebidasInsumos Industriais
2.860.74710.914
2.849.833
Bens de ConsumoBens de consumo duráveisBens de consumo não duráveis
144.8351.915
142.920Fonte: Economia e Mercado 2003
1.3.8 – Organização Social
Historicamente o Brasil não possui uma cultura estruturada na formação de
organizações sociais. As características desta afirmativa está na própria formação
brasileira, especialmente, na recente história da revolução de 1964, ou Golpe de
64
1964 que coibiu toda e qualquer manifestação coletiva. A herança advinda desse
período constitui-se na pouca experiência no quesito articulação coletiva.
Entretanto, findada a fase da ditadura, e instalada a atmosfera da
democracia, houve a recuperação e revitalização da consciência de cidadania
nacional. Esses fatores atuaram e continuam atuando diretamente na formação
político-econômica e social brasileira.
Em meados da década de 90 a sociedade já desponta e respira novos
anseios para a recém democracia brasileira, herdada da vontade popular e calcada
na âncora da constituição cidadã. Considera como uma das principais conquistas
da democracia do povo brasileiro.
Articulações e parcerias passaram a representar o propósito de diversas
organizações, sejam elas públicas e/ou privadas. É nesse contexto que as
organizações sociais começam a despontar nas suas diversas representações:
sindicais, cooperativas, associações, partidárias, organizações não
governamentais, etc.
Em Roraima o contexto não se difere apenas na temporalidade. O Estado
por estar localizado no extremo norte do país recente das ações não chegarem em
tempo real. O advento da comunicação on line, via rede mundial de computadores,
trouxe um novo alento para o Estado.
Especialmente quando se aborda sobre a questão das organizações sociais
em Roraima é prudente relatar alguns fatores peculiares como localização do
Estado ser na região amazônica, a concentração de recursos naturais em
abundância, a existência de extensas áreas de preservação nacional, além da
existência de populações tradicionais – índios. Essas variáveis atraíram e
continuam atraindo um contingente expressivo de cidadão estimulados a criar
inúmeras organizações de cunho não governamental sob a bandeira da defesa dos
recursos naturais.
Numa concepção oposta a citada acima, o Estado também tem aqueles
organismos que foram estimulados a serem constituídos visando atender algumas
políticas públicas. A despeito do tema há, em especial, a própria constituição do
território sul de Roraima.
65
Os números expressivo de organizações sociais criadas sob a égide de
atender alguns dispositivos legais, demonstram que constituir instituições sociais
não tem dificuldade alguma. Entretanto, os propósitos de suas constituições é que
precisam ser melhor fiscalizados.
A situação real acerca da constituição e existência das organizações sociais
no território requer estudos específicos a fim de se mapear e se construir um
cadastro, um banco de dados capaz de refletir fidedignamente a realidade.
Existem iniciativas nacionais que primam pelo conceito de rede visando a
melhor articulação entre elas.
Infelizmente esta não é a realidade do território do sul de Roraima. A
situação que consta é de que não há efetivamente um cadastro único das
organizações sociais do estado. Não se sabe seu número exato, nem qual a
natureza da sua constituição e menos ainda a que se destina.
Entretanto, de prático o que há no território são organizações sociais
eminentemente constituídas sem fins lucrativos, como associações de produtores,
sindicatos de trabalhadores rurais, movimento de mulheres camponesas,
cooperativas de produtores, religiosas e organizações não governamentais em
defesa de povos indígenas.
A construção do presente plano é o resultado concreto e fiel de que as
organizações sociais estão se mobilizando, organizando-se para tomarem para si o
seu próprio destino. O conceito do empoderamento apesar de recente na realidade
brasileira, tem sido o propósito perseguido pela grande maioria das organizações
sociais já estabelecidas. Aquelas em que sua representatividade é legal e legítima
diante da sociedade.
No território, nos últimos dez anos inúmeras iniciativas advindas do poder
central estimularam a constituição de organizações sociais e na formação dos
atores sociais locais.
As dificuldades percebidas no sul do Estado quanto a formação e
constituição das organizações sociais se dão em face do perfil da população.
Como abordado em itens anteriores, as características dos brasileiros residentes
no território são a baixa escolaridade, a relativa vulnerabilidade social, com o
66
agravante do pouco tempo de estabelecido no Estado. O que representa, em uma
instância mais apurada, o incipiente apego ao local.
Mesmo assim, diante dos entraves, o Território tem demonstrado pujança
nesta seara, grande parte atribuída ao modelo desenvolvimentista implementado
pelo Governo Federal para descentralizar recursos financeiros. Este mecanismo
tem aproximado os atores sociais a procurar instituições associativas e
cooperativas visando serem beneficiários de políticas públicas.
O cadastro das organizações sociais do Estado registram
aproximadamente 200 organizações, entre elas de produtores rurais, partidos
políticos, associações de produtores, de artesão, de associações de pais e
mestres, cooperativas de produtores rurais e etc. Estes números foram extraídos
do Banco da Amazônia, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria
Estadual de Agricultura e Pesca, que apesar de não serem exatos, são os números
que aproximados da realidade.
Uma constatação acerca do tema é que os órgãos não possuem condições
técnicas e financeiras para a manutenção das informações atualizadas, o que
resulta na inexistência de dados confiáveis para efeito de execução da
função/atividade de planejar.
Outros catalisadores no processo de reconstrução das organizações sociais
no Território Sul de Roraima são: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas – SEBRAE, e a Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca.
Mais recentemente a CIAT, durante a construção do Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural e Sustentável.
O fortalecimento destas organizações passa definitivamente pelo
amadurecimento dos atores sociais que as compõem. E nesse sentido já se
constata que há um histórico desenhado no Território a partir de iniciativas com a
CIAT e ADLIS. As organizações registradas na Secretaria de Estado da Agricultura
e Pesca são:
Tabela 36Município Organizações Sociais
Caroebe 04
São João da Baliza 06
67
São Luiz do Anauá 09
Rorainópolis 25
Novo Paraíso 44Fonte: Economia e Mercado 2003
Estas organizações têm realizado importantes contribuições no processo de
desenvolvimento econômico e sustentável na medida em que se estabelecem em
propósitos firmes e se utilizam de estratégias coesas.
A Cooperativa de produtores de Banana, no município de Caroebe é um
exemplo desta afirmativa. O histórico da organização percorre a trajetória onde são
escritas as conquistas já realizadas pelos seus atores sociais em prol de melhores
condições de vida no município.
1.3.9 – Estrutura Agrária
O breve histórico no processo de construção do Território Sul de Roraima
aponta para a demonstração das características da estrutura agrária com:
Programas de assentamento rurais promovidos pelo INCRA que tem sua
arquitetura definida em formato espinha de peixe, o que representa um modelo que
não cria núcleos urbanos de suporte para os assentados forçando-os a, na medida
em que necessitem de serviços básicos, como educação e saúde, deslocarem-se
para as sedes dos municípios; pela realidade vivenciada no território este modelo
precisa ser revisto.
0
5
10
15
num
. pro
jeto
s
até 80 81-85 86-90 91-95 95-hoje
Número de Projetos de Assentamentos criados no Estado de Roraima por
Qüinqüênio
'''
Gráfico 02
68
-
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
área
(ha)
até 80 81-85 86-90 91-95 95-hoje
Projetos de Assentamento no Estado de Roraima - Qüinqüênio
Gráfico 03
Cumpre enfatizar que os lotes dos assentamentos de reforma agrária no
Território tem algum tipo de documentação, emitida por órgão público competente.
Vejamos abaixo os dados:
80
17
54
76
47
2
42
2717
2 3 5
36
2 4 71
9 4 1 1
20
34
0
20
40
60
80
1
TIPO DE DOCUMENTO
TÍTULO CIPRA ITR TITULO, CIPRA, CCIR, ITRCIPRA, CCIR, ITR CIPRA, CCIR CCIR, ITR CIPRA, ITRTITULO, CCIR, ITR TITULO, CIPRA, TITULO, CIPRA, ITR TITULO, CCIROUTROS Cadastro Escritura TITULO, ITRDeclaração CCIR Comprovante de compra EspelhoDemarcação NENHUM NÃO INFORMOU
Gráfico 04
69
DOCUMENTOS DO LOTE
90%
4% 6%
Lotes DocumentadosNenhum documentoNão Respondeu
Fonte: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009. Gráfico 05
A regularização fundiária no Território como em todo estado de Roraima
necessita de um estudo mais aprofundado, analisado com propriedade os assuntos
pertinentes a plataforma fundiária. Neste sentido, o Governo Federal tem
implementado algumas ações através do Programa Terra Legal no Território Sul.
Vejamos o processo de georreferenciamento e os beneficiados em áreas urbanas:
Tabela 37: Municípios georreferenciados e população beneficiada no território Sul de Roraima
Municípios Área (HÁ) georreferenciada População urbana 2007
Quantidades de domicílio
CAROEBE 208.8255 2.726 1.683
RORAINÓPOLIS 217.0614 10.114 5.462
SÃO JOAO DA
BALIZA
228.4580 3.993 1.458
Fonte: BRASIL (2010) TERRA LEGAL – RORAIMA – 2010 adaptado por SANTOS, J.R.A.
Considerando-se que o Estado de Roraima tem uma particularidade em sua
plataforma agrária, o georreferenciamento das áreas urbanas pertencentes a União
tem uma prioridade fundamental que consiste em beneficiar com políticas públicas
aos habitantes desses espaços geográficos. Neste contexto que através do
Programa Terra Legal torna-se possível compreender a dinâmica da estrutura
70
fundiária, existindo o repasse de doação de glebas ao Estado de Roraima, através
de convênios firmados entre Governo do Estado e Federal.
Não podemos negar que o Programa Terra Legal tem contribuído
satisfatoriamente visando a documentação de glebas certificadas, ações conjuntas
com o Governo Estadual, proporcionando passos de legitimação da regularização
fundiária no Território, uma vez que os trabalhos dessa natureza de
georreferenciamento tem contribuído para o desenvolvimento da situação
ambiental, social e econômica. Diante da proposição do Programa Terra Legal estão previstas a promoção de outorga do titulo de domínio de aproximadamente
11.500 ocupantes no Estado de Roraima para regularização fundiária (BRASIL,
TERRA LEGAL – RORAIMA, 2010).
1.3.10 – Aspectos Econômicos
As principais atividades econômicas, em comum, dos municípios são:
agricultura de subsistência como o arroz, milho, mandioca e feijão; pecuária
tradicional com predominância na criação de bovino com o rebanho estimado em
81.000 cabeças; Extrativismo Vegetal no qual os principais produtos de exploração
são: castanha do Brasil, lenha, frutas nativas, matéria prima para confecção do
artesanato e como atividade principal à extração de madeira de lei, com produção
anual estimada em 40.000 m³.
A estrutura econômica do Território Sul do Estado, à semelhança de
Roraima possui características de insipiência dos agentes econômicos.
Tradicionalmente, o principal agente de desenvolvimento é o Governo Federal,
através do repasse dos recursos dos Fundos de Participação aos Estados e
Municípios, conforme o código tributário nacional, inserido na Constituição Federal
a partir do Artigo 145.
O PIB, produto interno bruto, a preço básico corrente do Estado, em %:
Tabela 38Setor 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Primário 11,3 4,6 5,5 4,0 6,0 4,3
Secundário 15,7 17,1 18,0 12,8 12,3 8,4
Terciário 73,0 78,3 76,5 83,2 81,7 87,3
71
Total 100 100 100 100 100 100Fonte: Economia e Mercado 2003
O quadro acima reforça a tese de que o governo é o grande responsável
pela geração da riqueza no estado. A renda média dos chefes de domicílios, por
municípios – 2000
Tabela 39Município Renda Média R$
CaracaraíCaroebeRorainópolisSão João da BalizaSão Luiz do Anauá
532,72500,09369,38548,85471,81
Fonte: Economia e Mercado 2003
População Economicamente Ativa do Estado
Tabela 40Situação %
EmpregadosEmpregadoresConta-própriaNão remunerados em ajuda a membro da famíliaTrabalhadores na produção para o próprio consumo
66,11,724,63,44,2
Fonte: Economia e Mercado 2003
População empregada de Roraima segundo a condição no emprego 2000
Tabela 41Situação %
Com carteira de trabalho assinadaMilitares e funcionários públicosOutros sem carteira de trabalho assinada
28,728,542,8
Fonte: Economia e Mercado 2003
1.3.11 – Finanças Públicas
Receitas do Governo de Roraima 1998/2000Em milhares de reais - Tabela 42
Contas 1998 1999 2000Receitas CorrentesReceitas de Capital
425.2711.059
433.3991.982
569.87828.353
Fonte: Economia e Mercado 2003
72
Transferências Constitucionais ao Estado de Roraima – 2000/2002
Em milhares de reais - Tabela 43
Transferências 2000 2001 2002FPEIOFIPI-EXPFUNDEFLC87/96LC87/96-1579
302.210865
75.978751
0
355.645571
85.281873
0
440.14116117
100.1539630
Total 379.012 441.875 541.390Fonte: Economia e Mercado 2003
Repasse do FPM para os Municípios de Roraima – 2000/2002
Território Em milhares de reais - Tabela 44
Transferências 2000 2001 2002CaracaraíCaroebeRorainópolisSão João da BalizaSão Luiz do Anauá
774580580732732
959645943839839
1.261757
1.512989989
Total 3.398 4.225 5.508Fonte: Economia e Mercado 2003
1.3.12 – Produção Agrícola
A Produção Frutífera do Território é cultivada de forma tradicional, ou seja,
com pouca tecnologia produtiva, sendo a banana a principal cultura cultiva, no qual
o município de Caroebe é o maior produtor do Estado de Roraima, tendo como
principais mercados consumidores as capitais Boa Vista-RR e Manaus-AM. A
tabela abaixo, com os dez produtos mais importantes de cada município do
território, demonstra essa presença de produtos em comum, no qual está
explicitado:
Tabela 45Caroebe Rorainópolis S. J. da Baliza São LuizBanana Banana Banana Pecuária Corte
73
Pecuária Corte Galinhas Pecuária Corte Banana
Pecuária Leite Pecuária Corte Arroz Pecuária LeiteMandioca Pecuária Leite Pecuária Leite Milho
Arroz Mandioca Galinhas GalinhasGalinhas Milho Extrativismo Vegetal Arroz
Acerola Arroz Mandioca LaranjaExtrativismo Vegetal Suínos Milho Suínos
Milho Outras Permanente tangerina FeijãoCupuaçu Laranja Eqüinos Mandioca
Fonte: IBGE - Censo Agropecuário – 1995/1996.
É importante enfatizar que o Território Sul de Roraima destaca-se na
produção agropecuária, apresentando índices de produção significativos para
efetivação da dinamização econômica das cadeias produtivas. Vejamos alguns
dados:
Tabela 46: produção pecuária do Território Sul de Roraima DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS
BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental
15677
SUÍNOS Mestiça 1042OVINOS Santa Inês e Mestiça 2448
CAPRINOS - 293EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 447
AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 14501PEIXES Tambaqui, Piau 9300
Fonte: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009.
Como se pode observar o Censo Agropecuário do IBGE (1995-1996), ainda
não apontava dados da cadeia produtiva da ovinocultura em razão da falta de
investimento e projetos nessa atividade econômica do setor primário na época de
realização da contabilidade do censo. Neste sentido, foi possível mensurar
informações do quantitativo de ovinos, contabilizando cerca de 2.448 animais das
raças Santa Inês e Mestiça.
1.3.14 – Serviços Sociais e de Apoio à População do Território
Os serviços de apoio à população no território além daqueles garantidos por
lei e executados pelos entes governamentais federais, estaduais e municipais,
74
estão aqueles fornecidos pelas instituições como o Serviço de Apoio as Pequenas
e Médias Empresas – SEBRAE, o Serviço Social do Comércio –SESC, e de forma
itinerante, de acordo com as demandas o Serviço Nacional de Aprendizado Rural –
SENAR.
Os serviços prestados por estas instituições são basicamente voltados a
formação da população, ou seja, a educação, formação técnica e gerencial, além
da Assistência Técnica.
1.3.15 – Assistência Técnica e Capacitação no Território
Conforme o diagnóstico Rural Participativo, a ATER deve ser repensada e
estruturada como eixo fundamental na construção e disseminação de
conhecimentos para melhoramento técnico da produção e produtividade agrícola.
Neste sentido, o Território Sul de Roraima necessita de políticas publicas de ATER
que possa viabilizar novas tecnologias em prol do homem e mulher do campo.
Vejamos algumas sugestões propostas pelos agricultores e agricultoras:
Tabela 47: Sugestoes para melhoria da ATER do Território Sul de Roraima SUGESTÕES
• Acompanhar o produtor;• Aumentar o quadro de funcionários;• Orientação ao produtor com atenção e responsabilidade;• Melhoria na logística para os técnicos trabalharem;• Implantar na região uma Empresa de Assistência Técnica.• Freqüência técnica na propriedade
: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009.
Cumpre pontuar algumas considerações extremamente importantes na
tabela. A situação da logística tem sido um gargalo na operacionalização de ATER,
uma vez que a falta de veículos e combustível são problemáticas freqüentes. Outro
ponto importante consiste na possibilidade da criação de EMATER/RORAIMA com finalidade especial de otimizar os serviços de extensão rural no Território.
Desse modo, após a realização do Diagnóstico Rural Participativo em
decisão deliberativa apontou-se a modalidade de Assistência Técnica e Extensão
75
Rural com concepção agroecológica. Isto posto, para referendar essa modalidade
de assistência técnica temos a PNATER (Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), uma vez que essa política tem como objetivo geral
“Estimular, animar e apoiar iniciativas de desenvolvimento rural sustentável, que envolvam atividades agrícolas e não agrícolas, pesqueiras, de extrativismo, e outras, tendo como centro o fortalecimento da agricultura familiar, visando a melhoria da qualidade de vida e adotando os princípios da Agroecologia como eixo orientador das ações”.
Do ponto de vista da Assistência Técnica e do desenvolvimento da
capacidade técnica da força de trabalho no território o que se tem atualmente são:
Assistência Técnica – Governo do Estado de Roraima através da Secretaria de
Estado da Agricultura e Pesca.
Capacitação – Instituições Públicas e Privadas. As públicas atuam especificamente
na formação de docentes para rede pública e particular de ensino. No município de
Rorainópolis está o UERR – Universidade do Estado do Amazonas. Quanto às
instituições Privadas estão o SEBRAE/RR, o SENAR/RR e escolas de informática
e auxiliar de enfermagem.
76
Parte II - Construção do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural
e Sustentável PTDRS
Propostas de Políticas Públicas para o
Sul do Estado de Roraima com Gestão
Participativa
77
Considerando-se que o planejamento estratégico constituiu-se em um
instrumento que permite ao território visualizar transformações que ocorrem na
ambiência externa, principalmente no que se refere às mudanças nas diretrizes
governamentais, estaduais e federais, socioeconômicas, mercadológicas e
tecnológicas, permitindo ao corpo gestor do território posicionar-se de forma mais
eficaz frente a tais mudanças.
É por essa razão que o Plano Territorial Sul de Roraima tem como principio
norteador a dinâmica das mudanças econômicas, sociais, ambientais e culturais
visando compreender e solicitar a implementação de políticas públicas com método
de gestão participativa e democrática. No decorrer da leitura desse documento,
teceremos algumas considerações pertinentes a historicidade da elaboração do
PTDRS, o modelo de gestão almejada o percurso metodológico do DRP, as
principais tomadas de decisão, entre outras situações.
2.1 – Breve Histórico
A construção do Plano Territorial integra uma política pública do Ministério
do Desenvolvimento Agrário. Nesse contexto foram disseminadas as diretrizes
visando catalisar o desenvolvimento sustentável das regiões do Brasil. Concebido
sobre metodologias e estudos acerca das teorias do desenvolvimento, o plano vem
com o propósito de construir um novo modelo de gestão para o desenvolvimento
das localidades. A principal inovação está no conclame, no propósito imperativo da
participação dos atores sociais no processo. O empoderamento precisa acontecer
de fato e de direito.
Dessa maneira, a sustentação de tais preceitos de empoderamento, em
especial da classe oprimida, torna-se necessário um processo de dialogicidade
onde é possível que o homem e a mulher do campo sejam um ser de decisão (FREIRE, 1983, p. 25 grifo nosso). Logo, as propostas aqui apresentadas são
frutos das decisões coletivas de vários segmentos sociais para que nossa
governabilidade possa tomar conhecimento e legitime em projetos de cidadania.
A teoria que consubstancia os procedimentos para elaboração de Planos
Estratégicos, considera que sejam construídas premissas, feitas grandes escolhas,
78
cujo desdobramento serão apresentadas em formas detalhadas, para finalmente
serem implantadas e/ou implementadas. Esse é o macro formado do Plano.
Diante deste contexto, o PTDRS foi concebido, considerando variáveis
locais, a partir do amadurecimento experimentado ao longo dos últimos dez anos
dos atores sociais da região. O marco referencial desse processo se remonta no
seu berço, a partir da implantação do Programa Comunidade Solidária em meados
da década de noventa. Daqueles dias até os atuais houve uma evolução do senso
social. Exemplo cabal desta afirmativa é a criação da Comissão de Implantação
das Ações Territoriais – CIAT em Roraima.
A missão da CIAT foi harmonizar um ambiente propício para consolidar a
construção do PLANO. Nesse contexto estão inseridos questões das mais diversas
dimensões.
O Plano, enquanto instrumento para o planejamento e a gestão territorial
“representa o processo de construção de um modelo de desenvolvimento que
organiza as discussões, proposições e decisões em torno das questões a serem
enfrentadas e resultados as serem alcançados”. É oportuno afirmar que a gestão
territorial para o Território Sul de Roraima tenha como paradigma de cunho
ideológico democrático e participativo. Isso requerer comprometimento dos sujeitos
do campo, as instituições da sociedade civil e o Poder Público.
“O seu processo de construção transita a partir da reflexão crítica sobre os
problemas e potencialidades, das fragilidades e oportunidades, procurando
objetivar iniciativas na forma de projetos que concretizem a Visão de Futuro
concertada”.
Nesse sentido, a política do MDA-SDT prevê que haja a necessidade de que
seja percorrido o itinerário do processo político e do processo técnico, para os
quais deverão ser mobilizados atores sociais do Território.
O Plano não é caracterizado apenas pelo documento que o representa, mas
sim, como um conjunto organizado de proposições e de decisões que confirmam
um acordo territorial que tem a participação da maioria dos atores sociais. Como
estabelece o arcabouço teórico.
79
Espera-se assim, que o plano territorial apresente algumas características
fundamentais para sua legitimidade:
Constituir-se como instrumento de gestão do desenvolvimento territorial,
garantido flexibilidade para os ajustes pertinentes;
Ter sido construído de forma participativa e, assim, ser fortemente apropriado
pelos atores territoriais.;
Ter caráter multidimensional e multi-setorial, oferecendo as condições
necessárias para a atração de investimentos diversos e com características
inovadoras;
Assumir mecanismos de monitoramento e avaliação a partir de informações
geradas nos territórios, de forma a efetivar um processo contínuo de revisão e
amadurecimento e aperfeiçoamento de suas diretrizes e propostas.
Diagnosticar as problemáticas da agricultura familiar no Território, apontando
soluções importantes para o desenvolvimento agrícola territorial.
Demonstrar como um documento importante para legitimação de políticas
públicas para melhoria da qualidade de vida de homens e mulheres do campo.
Foi considerando os preceitos acima descritos que o PTDRS do Sul do
Estado de Roraima foi concebido.
2.2 – ANÁLISE SITUACIONAL: CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO
“Ninguém transforma sua vida sem conhecer sua própria realidade”
“[...] os esquemas e as “receitas” antes simplesmente importados, passam a ser substituídos por projetos, planos, resultantes de estudos sérios e profundos da realidade. E a sociedade passa assim, aos poucos, a se conhecer a si mesma. Renuncia à velha postura de objeto e vai assumindo a de sujeito.”. (FREIRE, 2003).
80
O pensamento epistemológico de Paulo Freire acima explicitado tem a
intencionalidade de referendar este Plano Territorial resultado de estudos sérios e
profundos da realidade. E o mais importante a participação dos agricultores e
agricultoras como sujeitos e não mais a postura de objetos. Portanto, tal plano não
surgiu de receitas prontas e acabadas realizadas outrora em gabinetes, mas fruto
ideológico de homens e mulheres do campo.
O processo da construção do Plano foi desenvolvido e estruturado sob a
premissa básica da participação legítima e legal dos atores sociais do território. As
contribuições e opiniões foram os insumos, a matéria-prima, o pilar de sustentação
para garantir que os resultados contemplem, fundamentalmente o compromisso
institucional e a co-participação nas decisões com vista a se construir uma nova
realidade, galgada na responsabilidade compartilhada.
Nesse sentido, houve o cuidado e a preocupação de não se ocupar demais
pessoas com muitas atividades e responsabilidades. Assim, durante a realização
das oficinas temáticas foram extraídos e compilados, conforme relatórios nos
anexos do presente trabalho, as definições estratégicas para a construção do
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Território Sul de
Roraima.
A construção do Plano seguiu etapas independentes, mas integradas entre
si. Inicialmente foram consignadas as premissas ou fundamentos básicos
constituídos a partir da definição da Visão e da Análise Estratégica, o que se quer
alcançar, considerando um horizonte temporal de quatro anos.
Isso implica na leitura dos ambientes externo e interno, na apresentação dos
atores relevantes e no levantamento dos problemas vivenciados no território, que
culminará na definição da Visão de futuro do plano, onde se quer chegar,
Na seqüência, foram feitas as grandes escolhas que representaram os
objetivos estratégicos e as ações/projetos. A implantação e/ou implementação do
Plano é o passo seguinte que requer a definição da logística, da divulgação, da
definição de projetos estratégicos e dos planos táticos e operacionais.
81
2.3 – Definições Estratégicas para as Tomadas das Decisões no Território
O desenho, a arquitetura do PTRDS teve como premissa básica, considerar
as dimensões social, econômica, democrática, regional e ambiental. Nesse
contexto houve, o momento para a elaboração do diagnóstico situacional da
realidade vivenciada no local, com o elenco dos pontos fortes e das fragilidades
internas
Foi considerada também, a questão do macroambiente do território, onde
foram vislumbradas as oportunidades, assim como foram apontadas às ameaças.
Destas varáveis foi construído o diagnóstico e a análise situacional do território.
O arcabouço teórico que permeia a elaboração do Plano aponta para
definições do Planejamento Estratégico, Tático e Operacional e conta com uma
postura estratégica.
A etapa exatamente posterior ao plano operacional requer a definição da
hierarquização das prioridades a fim de se construir uma agenda positiva das
ações programadas. No presente documento, esta etapa não está contemplada.
Na atual etapa, denominada II, do Plano há o registro e o mapeamento de
informações primárias colhidas in loco, através da aplicação de instrumentos de
pesquisa – questionários, e informações secundárias que após o processamento,
serão consolidadas em informações consistentes, com valor agregado, onde o
conhecimento gerado moldará o comportamento técnico e os modelos de gestão,
que sem sombra de dúvidas, nortearam os atores sociais durante a trajetória da
construção do PTRDS.
O propósito do modelo levará a tomada de decisões e ao controle social.
Assim decisões estratégicas, técnicas e/ou pontuais, terão implícitas o caráter da
construção e da valorização do conhecimento, do estudo da causa, do efeito e,
portanto, do fortalecimento e do comprometimento dos atores envolvidos no
processo.
Ainda durante a construção do PTRDS, outro propósito perseguido foi
estimular o maior número de atores sociais possíveis para que sua participação
fosse perene, com vista a criar uma cultura; visando também solidificar e cristalizar
o entendimento das questões do território, da visão da coesão social e territorial,
82
do conceito de desenvolvimento sustentável com abordagem territorial e do
fortalecimento das instituições ali representadas.
Esse objetivo visou integrar e interagir no território para construir uma
atmosfera adequada para a elaboração do diagnóstico situacional participativo, e
por conseguinte, do Plano , e que ele refletisse na íntegra, a visão de mundo, as
perspectivas e limitações dos atores sociais ali presentes; visando o
comprometimento com o desenvolvimento do território de maneira sustentável.
A essência do plano espelha a perspectiva futura, capaz de mobilizar a
população, criar uma rede para disseminar o paradigma da responsabilidade
compartilhada voltada para a construção de uma vida melhor, a partir do próprio
conhecimento, da leitura da realidade.
O resultado disso, entre as várias questões positivas trabalhadas pode ser
observada na capacitação dos atores sociais participantes do processo, no
fortalecimento das instituições do território, e na consolidação de um instrumento
norteador, balizador, construído para tornar-se o principal instrumento de mudança
no território.
O Plano representará um meio, uma ferramenta, que na sua concepção, tem
como característica a visão de processo e de futuro, considerando o curto, o médio
e o longo prazo; o documento representa os anseios dos atores que juntos
pactuaram compromissos visando o atingimento de metas e objetivos, sob a
perspectiva do enfrentamento das dificuldades estruturais, conjunturais e pessoais.
É importante frisar que este Plano tem 29 (vinte e nove) linhas de ações
delineadas conforme os eixos aglutinadores. Cabe ressaltar que algumas linhas de
ações permaneceram do primeiro PTDRS, uma vez que durante o percurso
histórico das implementações não fora executadas. Porém, novas ações surgiram
devido as mudanças e necessidades do Território.
A conclusão final acerca do processo de investigação e participação na
construção do plano do território sul de Roraima traz um alento na medida em que
estão acontecendo iniciativas públicas e privadas voltadas para o enfrentamento
das questões sociais, em especial nas localidades onde o ordenamento e o
desenvolvimento sustentável significará o melhoramento da qualidade de vida dos
atores sociais ali residentes.
83
A definição estratégica do Plano é Promover a Qualidade de Vida para a
população do Território num horizonte temporal de quatro anos.
2.4 – Os Princípios A serem perseguidos durante o processo de gestão do PTDRS ,
representam os compromissos impostos pelos participantes no sentido de cumprir
sua missão.
Os princípios representam grandes áreas de atuação selecionadas no
contexto da missão estabelecida. Correspondem à explicitação de posições ou
áreas de atuação projetadas para o Plano, e devidamente aceitas pelos atores
sociais participantes da elaboração do documento como desejáveis e possíveis.
A identificação dos princípios torna-se interessante medida que a missão é um
negócio extremamente amplo e, dificilmente, será alcançado em sua totalidade.
Os princípios pactuados entre os participantes e validados durante as oficinas
foram, atuar com:
Transparência durante o processo de construção, gestão e avaliação
Ética nas decisões tomadas
Responsabilidade para com os objetivos do plano
Fidelidade aos princípios e valores do plano
Respeito Mútuo no processo de gestão do plano
Qualidade nos procedimentos
Decência e integridade nas ações
Paz e harmonia no território
Comprometimento com as ações do território
Honestidade em todas as decisões e ações do plano no território
Respeito ao Meio Ambiente
Fé na conquista dos propósitos
Dignidade nos procedimento
Consciência Ambiental
Responsabilidade para com meio ambiente e ao próximo
Tratamento de Igualdade para todos
Compromisso coma comunidade
Respeito as Leis
84
Democracia para garantir a cidadania e o empoderamento
2.5 – Visão de Futuro
Considerando a metodologia e bibliografias pesquisas, significa que ela é o
limite que os atores sociais conseguiram enxergar dentro de um período de tempo
mais longo e uma abordagem mais ampla.
A visão de Futuro proporciona o grande delineamento do planejamento
estratégico a ser desenvolvido e implementado. A visão representa como o
território quer ser .
Durante a oficina de elaboração do Plano os atores sociais definiram
enquanto Visão de Futuro:
“Definir as principais políticas públicas para o Território Sul
de Roraima, com finalidade especial ao desenvolvimento
local, visando a melhoria da qualidade de vida do homem e
mulher do campo, nos aspectos econômicos, sociais,
ambientais, culturais”.
A seqüência da metodologia na construção do Plano definiu o
Posicionamento Estratégico, ou as diretrizes mestras que nortearão as
ações/projetos. Assim foram definidos as grandes diretrizes ou
O processo que definiu os quatro eixos aglutinadores pelos participantes das
oficinas, e representa o amadurecimento de suas prioridades. Tanto que estes
quatro eixos foram sendo ratificados ao longo dos últimos dose meses, ou seja,
são diretrizes consistentes que buscam efetivamente dar o norte para o alcance do
objetivo estratégico do Plano. Abaixo, os 08 (oito) Eixos Aglutinadores do
Desenvolvimento no território:
Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de
políticas públicas.
Políticas Públicas em Saúde Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território
Fortalecimento institucional
85
Infra-Estrutura para o Território.
Conservação dos recursos naturais
Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima
Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima
Além deles, foram definidos também os Eixos Transversais Desenvolvimento no território, aqueles que independente das diretrizes estão
inseridos na realidade:
Os Eixos transversais do Plano são:
Ø Meio Ambiente;
Ø Infra-estrutura;
Ø Gênero e Gerações;
A metodologia de desenvolvimento do Plano tem como aspecto relevante na
construção do Diagnóstico situacional e participativo a:
2.6 – Análise do Ambiente Externo
Na análise de ambientes externos são avaliados condições e fatores que
existem fora do controle da atuação da CIAT. Estas condições/fatores estão
contempladas as oportunidades e as ameaças, para a implantação e
desenvolvimento deste plano.
As oportunidades podem ser transformadas em fatores favoráveis (pontos
fortes), desde que sejam realizadas ações de forma eficaz, como também podem
ser transformadas em fatores desfavoráveis (pontos fracos), se aproveitadas de
forma ineficaz. Portanto as oportunidades são condicionantes que permitem e
facilitam a implementação do plano.
As oportunidades são aquelas apontadas durante as oficinas de
planejamento e correspondem as variáveis externas e não controláveis pelo
organismo e/ou organização, que podem criar condições favoráveis para a
consecução dos objetivos estratégicos do Plano, em relação a seu ambiente.
86
As oportunidades vislumbradas pelo atores sociais foram:
Energia Elétrica do linhão de guri - Venezuela
Comunicação - telefonia Fixa e móvel expandindo-se
Meios de Comunicação – Programa de rádio a disposição do território
Potencialidades para a atividade do turismo no território
Localização estratégica do território - Hemisfério norte
Potencial Hídrico no território
Abundância de Naturais no território
Estradas Asfaltadas e por asfaltar BR 210
Florestas Nacionais legalizadas e em processo de legalização
Manejo Sustentável dos Recursos Naturais em processo de
implantação
Potencial Extrativista no Território
Solos Agricultáveis no território
Mercado Consumidor Disponível no território e no seu entorno
Políticas Publicas Existentes
Integração dos Municípios do território
Matérias-Primas disponíveis no território
Linhas de acesso a Créditos disponíveis
Rodovias Federais formam a malha viária do território
Leis Ambientais implantadas
Clima Estável no território
Espaço Geográfico estratégico
Localização Geográfica estratégica
Alguns programas Sociais com foco nos problemas locais
Programa Luz para Todos.
As ameaças detectadas durante a elaboração do Plano, representam no
contexto do diagnóstico estratégico, as variáveis externas não controláveis pelo
atores sociais e que no processo, podem criar as condições desfavoráveis
As ameaças possuem um lado de oportunidade, que se devidamente
abordades de forma eficaz, podem ser transformadas em fatores favoráveis
87
(pontos fortes) ao desenvolvimento do município. As ameaças são condicionantes
que dificultam ou impedem a implementação do plano.
As ameaças definidas detectadas foram:
Energia Elétrica no campo Ineficiente e em alguns lugares inexistente
Comunicação - telefonia Fixa - ineficiente
Crescimento Demográfico Desordenado
Estradas abandonadas e sem manutenção no território
Instabilidade Política
Impunidade
Deficiência de manutenção na infra-estrutura do território, em especial nas
obras, algumas delas inacabadas: hospitais, estradas, escolas, centro de
comercialização, pontes. Vicinais, escola agrícola, presídio, lagoa de
estabilização, matadouro, casa de farinha, aeroporto, posto de saúde, bacia
leiteira e etc.
Invasão de terras públicas;
Estradas - BR 174 sem sinalização, sem manutenção, sem acostamento
Corrupção na Política do território
Questão Fundiária indefinida no Estado
Ausência de Infra-estrutura no território
Politicagem
Deficiência do atendimento de saúde no território
Êxodo Rural
Leis Ambientais
Falta de difusão Tecnológica no território
Educação no campo Descontinuada
Burocracia nas Linhas de Crédito
Falta de Política Agrícola Definida
Transporte Escolar Inadequado, irregular, sem manutenção
Regulamentação das Terras indefinidas
Fiscalização Ambiental Inoperante
Falta de Política de Educação Ambiental
Alterações Climáticas no território
Falta de Monocultivo no território
88
Medo de mudar dos atores sociais do território
Diversidades Culturais
Cultura Paternalista no Estado
Assistência Técnica Deficiente no território
Incentivo à Pecuária Latifundiária
Ingerência dos Gerentes Bancários nas definições de investimentos
Falta saúde no território
Falta transporte nas vicinais
Pouco investimento dos poderes públicos na estrutura existente
Políticas públicas indefinidas para o setor agrícola
90% dos créditos voltados para a pecuária
Pouca Oferta de capacitação
Deficiência na Assistência Técnica e Extensionista de Roraima
Assim como no ambiente externo, o diagnóstico estratégico requer que seja
realizada a Análise Interna, visando detectar os Pontos Fortes e os Pontos Fracos.
Os Pontos Fortes são as variáveis internas do Plano controláveis que
propiciam uma condição favorável em relação ao ambiente. Durante as oficinas de
elaboração do Plano, os atores sociais apontaram os seus pontos fortes como
sendo:
População Jovem, sem portadores de deficiências
Pouco Uso de Agrotóxico na agricultura
Existência de Economia Solidária no Território
Capacidade para produzir artesanato, cerâmica, hortaliças e mudas
Capacidade para gerenciar processo de inseminação
Capacidade para gerenciar propriedade Rural - Pecuária
Capacidade para operar Mecânica Pesada
Aproveitamento do clima para plantio
Participação em Cursos de Formação profissional
Diversidade Cultural na Localidade e no plantio
Localidade : fácil para convergir forças
Terras agricultáveis em abundância
Força de vontade da população
89
Aproveitamento da Energia Elétrica
Fazer uso SEBRAE/SEAPA – representante
Bom Nível de Participação da população nas discussões políticas
Busca de melhoria para o território
Associações de produtores estruturadas
União da população em prol das melhorias do território
Força de Vontade para o desenvolvimento do território
Acreditar no processo de mudanças
Seriedade Compromisso nas ações do território
Busca de Conhecimento através da participação
Organizações Rurais
Disponibilidade de Infra-Estrutura no território
Recursos Naturais aproveitáveis
Assistência Técnica
Bom mercado
Crédito rural disponível para fazer uso
Persistência em lutar pelos objetivos
Criatividade
Os Pontos Fracos são as variáveis internas controláveis que provocam uma
situação desfavorável ao alcance dos objetivos estratégicos em relação ao
ambiente. Para o plano foram elencados, enquanto pontos fracos no território o:
Pessimismo e negativismo dos atores sócias do território
Pouca Divulgação das áreas turísticas do território
Não saber escolher os representantes do território
Desunião entre os produtores rurais do território
Imediatismo nas ações propostas
Desinteresse e descrédito nas políticas públicas
Não sabem buscar informações
Medo do novo e das mudanças
Desânimo com a realidade instalada no território
Pouca consciência política
Alienação (em conseqüência das políticas assistencialistas)
90
Esperar pelos órgãos Públicos
Produtores não conservam o solo e a conseqüência é o assoreamento dos rios
Falta de consciência ambiental
Ausência de organização central das associações
Falta de mobilização para reformar as leis para agricultura familiar
Falta organização em escala de produção para melhor vender seus produtos
Falta saúde por deficiência alimentar
Descrédito nas Políticas Públicas
Produção agrícola de subsistência
Produção sem valor agregado no território
Incapacidade para produzir com qualidade
Desconhecimento dos direitos constitucionais
Falta de mobilização e cobrança para a recuperação das estradas
Pouca organização associativa e coletiva
Existe o excesso de responsabilidade sobre determinadas pessoas
Associações rurais desarticuladas
Falta de união e bom senso das pessoas
Eleição de gestores públicos sem compromissos com o povo
Pouco comprometimento dos envolvidos
Baixa escolaridade dos produtores rurais no território
Descréditos nos programas e projetos públicos
Pouca inclusão de gênero/participação da mulher nas discussões
Comodismo da população
Falta Capacitação na área rural
Escassos Recursos financeiros
Baixa Produção e produtividade
Produto sem valor agregado
Pesca Predatória no território
Os Pontos Neutros detectados durante a elaboração do plano são variáveis
do ambiente que não interferem na elaboração e análise do diagnóstico estratégico
e situacional, mas que foram apontados pelos atores sociais como existentes. Os
pontos Neutros foram:
91
Atravessador da produção que não remunera a produção de maneira justa
Crédito voltado para o segmento Agropecuário
Considerando a construção do diagnóstico estratégico há, na metodologia
de construção o conceito e definição da Postura Estratégica do Plano. Ela é
limitada por três aspectos: a missão, a relação positiva ou negativa entre as
oportunidades e ameaças, e a relação positiva ou negativa entre os pontos fortes e
fracos.
Existe na prática, um aspecto que influencia na definição da postura
estratégica que é o elemento psicológico, que envolve valores, atitudes,
motivações e anseios dos atores sociais, do território, bem como dos integrantes
que participaram ativamente do processo de construção do plano.
Entre as análises permitidas através da definição da Postura Estratégica,
pode-se verificar estabelecer:
• A sobrevivência
• A manutenção
• O Crescimento
• O Desenvolvimento
Na realidade, a escolha da Postura pode ser a combinação dessas
decisões, que irão atuar de acordo com as necessidades vivenciadas no território.
O quadro a seguir representa a postura estratégica definida para o PTDRS
do Sul do Estado:
Quadro 01AMBI
AMBIENTE INTERNOAnálise
SituacionalPredominância de
Pontos FracosPredominância de Pontos
Fortes
92
ENTE
EXTERNO
Predominância de Ameaças
Postura Estratégica: Sobrevivência
- Ausência de manutenção e inexistência de política desenvolvimentista
Postura Estratégica:Manutenção das crenças nas mudanças
- expectativas na implantação de políticas públicas desenvolvimentistas
Predominância de
Oportunidades
Postura Estratégica:Crescimento
- Expansão- Recuperação- Aproveitamento
Postura Estratégica:Desenvolvimento
- da educação-da produção- da cidadania- da estabilidade
Na consolidação da análise situacional construída a partir do diagnóstico da
realidade do território, o passo seguinte foi desenvolver os Eixos aglutinadores,
que são as diretrizes, os caminhos apontados pelos atores sociais capazes de
definir os objetivos estratégicos a serem alcançados no curto, médio e longo prazo.
O PTDRS desenvolveu as linhas de ações e as propostas de implantação e
implementação dos projetos no território.
2.7 – Eixos Aglutinadores
Inseridos em cada Eixo Aglutinador do Território, as linhas de Ações
Propostas, possuem objetivos factíveis e consensualmente alcançável. As linhas
de Ações representam de fato os Programas que serão desenvolvidos com a
definição explícitas de seus objetivos.
Os Objetivos são os alvos, ou pontos quantificados e qualificados, com
prazos de realizações e responsáveis. É o que se pretende atingir com o esforço
A definição dos Programas, assim como dos objetivos foi um exercício
complexo durante as oficinas, uma vez que era preciso hierarquizar, priorizar as
ações no território de forma que em seu contexto fosse considerado a factibilidade,
93
e os limites de atuação da CIAT e dos atores sociais. Mais do que nunca foram
considerados as variáveis que envolvem o processo de tomada de decisão.
Foram definidos Oito (08) Eixos Aglutinadores do Desenvolvimento no
Território:
Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de
políticas públicas.
Políticas Públicas em Saúde Fortalecimento institucional
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território
Infra-Estrutura para o Território.
Conservação dos recursos naturais
Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima
Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima
O primeiro eixo aglutinador consiste na proposta de políticas públicas para a
Educação do Campo, pois, essa modalidade de educação dignifica o homem e a
mulher do campo como sujeitos do processo ensino-aprendizagem, metodologias
de ensino-aprendizagem diferenciada da urbana, currículos adequados, didática
pedagógica que valorize a cultura camponesa e em especial a Educação do
Campo promove a cidadania, valorizando a agricultura familiar.
O eixo da Educação do Campo possui 07 (sete) linhas de ações, propondo
40 (quarenta) planos e projetos. É importante ressaltar que o povo indígena do
território teve sua reivindicação atendida neste Plano, sendo de fundamental
importância a inclusão de uma educação diferenciada para esses povos.
É importantíssimo enfatizar, inicialmente, quem são os sujeitos do campo
que consistem em “pequenos agricultores, quilombolas, indígenas9, pescadores, camponeses, assentados e reassentados, ribeirinhos, povos de florestas, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra, agregados, caboclos, meeiros, bóias-frias” (FENANDES & MOLINA, 2004, p. 64). Esses sujeitos fazem 9 A Educação do campo contempla a inclusão dos indígenas no processo pedagógico conforme os teóricos (FERNANDES & MOLINA, 2004)
94
parte do universo da Educação do Campo, onde todos e todas têm diversidades
culturais, conflitos sociais, políticos e econômicos no espaço geográfico onde
vivem.
O segundo eixo aglutinador corresponde as Políticas Públicas em Saúde,
uma vez que o Território necessita da melhoria da qualidade do atendimento e
infra-estrutura neste setor tão importante aos sujeitos do campo. Neste sentido,
esse eixo aglutinador está organizado em quatro linhas de ações, onde
destacamos a saúde indígena. São 19 (dezenove) planos e projetos em
proposição.
O Terceiro Eixo aglutinador é o Fortalecimento Institucional, tão importante
quanto os demais eixos, foi o fortalecimento institucional, que traduz a vontade da
CIAT e dos atores sociais no compromisso de que o Plano deverá se constituir no
principal instrumento de desenvolvimento no território. As Linhas de Ações desse
eixo são: A Gestão Associativa, a Regularização Fundiária e por último a Gestão
do Plano. As proposições desenvolvidas com propósitos de tornarem projetos são
de totalizam vinte e cinco.
O quarto eixo aglutinador foi à implantação das cadeias produtivas no território, cujas linhas de ações totalizaram nove que Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte; Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais; Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica; Crédito agrícola; Beneficiamento e comercialização da produção familiar; Mecanização agrícola; Olericultura; Recursos pesqueiros de águas continentais. Foram 50 (cinqüenta) propostas planos e projetos neste eixo aglutinador.
O quinto Eixo Aglutinador definido no Plano é a Infra-Estrutura básica do
território, nele foram programadas três linhas de ações que são: O Uso da
estrutura física existente no território, a Instalação de Sistema de Comunicação nas
sedes coletivas e a Infra-estrutura básica. O total de propostas de projetos para o
presente eixo soma dezesseis.
O sexto eixo aglutinador Conservação dos Recursos Naturais tendo como
propostas de linhas de ações Uso sustentável dos Recursos Naturais e implementação da agroecologia no território. Neste sentido, surgiram através
deste eixo importante 19 (dezenove) planos e projetos.
95
O sétimo eixo consiste no Fortalecimento da cultura, esporte e lazer, tendo
como linhas de ações Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima e Esporte e lazer. isto posto, foram 07 (sete)
planos e projetos propostos.
O derradeiro eixo aglutinador intitulado Articulação e mobilização política no
Território Sul de Roraima teve duas linhas de ações com 05 (cinco) propostas de
planos e projetos.
96
Propostas de Políticas Públicas para o Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável Sul de RoraimaRESUMO ANALÍTICO QUANTITATIVO DE PLANOS E PROJETOS DO PTDRS SUL DE RORAIMA
ORDEM DIMENSAO EIXOS AGLUTINADORES LINHAS DE ACOES NÚMERO DE PLANOS OU PROJETOS
01
SOCIAL
Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.
Educação do Campo: uma proposta pedagógica para o homem e mulher do campo.
06
Transporte escolar e Educação do Campo
01
Alimentação Escolar e Educação do Campo
08
Melhoria da infra-estrutura das escolas do campo.
03
Inclusão digital 03Educação profissional com ênfase em Educação do Campo
06
Políticas públicas e educação no campo.
10
Políticas Públicas em Saúde
Propostas básicas de saúde 09Saúde da família e indígena 03Combate as doenças endêmicas
04
Propostas de saneamento nas comunidades rurais do Território.
03
Fortalecimento institucionalGestão do plano de desenvolvimento territorial
07
Gestão ambiental integrada e 06
descentralizadaRegularização fundiária 04
02ECONÔMICA
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território
Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte.
09
Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais.
12
Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica
06
Crédito agrícola 04Beneficiamento e comercialização da produção familiar.
10
Mecanização agrícola 03Olericultura 03Recursos pesqueiros de águas continentais.
04
Infra-estrutura Uso da estrutura existente no território.
05
Instalação de sistema de comunicação nas sedes coletivas e centros de formação.
07
Infra-estrutura básica 0503 AMBIENTAL Conservação dos recursos
naturaisUso sustentável dos Recursos Naturais
13
Implementação da agroecologia no território
06
O4CULTURAL Fortalecimento da cultura,
esporte e lazer no território Sul de Roraima
Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima
03
Esporte e lazer04
05POLÍTICA Articulação e mobilização
política no Território Sul de Roraima
Incentivos fiscais e política de credito.
03
Qualificação profissional dos gestores públicos
02
DIMENSAO SOCIAL Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos
Implementação da Educação do
Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas
Educação do Campo: uma
1. Formação de grupos de pesquisas em parceria com Instituições de Ensino Superior para construção de propostas pedagógicas através da Educação do Campo no Território Sul de Roraima.
2. Construção de currículos escolares que atendam as realidades dos atores sociais do campo.
3. Formação continuada de professores e professoras numa perspectiva de Educação do Campo.
Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.
em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos através de políticas públicas.
proposta pedagógica para o homem e mulher do campo.
4. Valorização da Pedagogia da Alternância e da Terra.
5. Formalização de parcerias com as secretarias de educação do Território com finalidade especial de implementar as políticas públicas da Educação do Campo.
6. Educação de Jovens e Adultos numa concepção pedagógica de Paulo Freire.
Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.
Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos
Transporte escolar e Educação do Campo
1. Aumento e adequação da frota escolar para atender a demanda de estudantes do campo.
Alimentação Escolar e Educação do Campo
1. Regionalização da alimentação escolar através da produção de alimentos oriundos da agricultura familiar do Território Sul de Roraima.
2. Acompanhamento nutricional dos estudantes mediante profissional qualificado por escola.
3. Ampliação da frota de veículos para entrega da alimentação escolar.
4. Qualificação profissional das merendeiras das escolas do Território.
5. Regularização das centrais de organizações e cooperativas rurais para o fornecimento da merenda escolar.
6. Mapeamento dos produtos da agricultura familiar com potencial para o fornecimento da merenda escolar.
através de políticas públicas.
7. Regularização do produtor rural/bloco de notas para comercialização dos produtos para alimentação escolar.
8. Sensibilização das associações de pais e mestres e Conselho de Merenda Escolar para importância da regionalização da alimentação escolar dos estudantes.
Melhoria da infra-estrutura das escolas do campo.
1. Melhoria das escolas das vicinais, vilas e sedes. Nos aspectos estrutura física e qualidade do ensino no território.
2. Reformas das escolas do campo.3. Implantação de hortas escolas com finalidade pedagógica.
Inclusão digital
1. Acesso a internet para todas as escolas do campo do Território.
2. Aquisição de laboratórios de informática nas escolas da zona rural.
3. Realização de cursos de informática para estudantes e funcionários das escolas do campo.
Educação profissional com ênfase em Educação
1. Oferta de cursos de pós-graduação para professores numa perspectiva de Educação do Campo.
2. Cursos técnicos em agropecuária, agroindústria, florestal e recursos pesqueiros de águas continentais.
3. Curso de licenciatura em Educação do Campo.4. Implantação do Projovem Campo: saberes da Terra.
do Campo 5. Curso de Graduação nas Ciências Agrárias com Ênfase em Educação do Campo.
6. Curso de tecnólogo em Agroecologia.
Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.
Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos através de políticas públicas
Políticas públicas e educação no campo.
1. Políticas públicas em educação para portadores de necessidades educativas especiais (uso de Libras, braile, soroban, formação de professores especializados, salas de apoio pedagógico aos Portadores de necessidades, etc).
2. Políticas públicas aos povos indígenas do Território Sul de Roraima10
3. Aquisição de antenas parabólicas para funcionamento da TV ESCOLA.
4. Aparelhamento tecnológico das escolas da zona rural (TVs, DVDs, caixas acústicas, aparelhos de som, Data-show, etc).
5. Fortalecimentos dos conselhos escolares e Associações de Pais e Mestres.
6. Apoiar ações que envolvem os esportes nas escolas rurais.
7. Reformar e ampliar escolas da zona rural.8. Realização de concursos públicos para funcionários da
educação. 9. Ampliação do quantitativo de escolas do Ensino
Fundamental e Ensino Médio na Zona Rural.10.Implantação de bibliotecas rurais.
10 Proposta da FUNAI/RR e dos representantes indígena sendo uma reivindicação em plenária.
Políticas Públicas em Saúde
Implementar as políticas públicas na área da saúde no Território Sul de Roraima através de ações concretas dos poderes executivos (Federal, Estadual e Municipal) com apoio do poder legislativo e das entidades governamentais e não-governamentais numa perspectiva de melhoria da qualidade do atendimento no setor da saúde.
Propostas básicas de saúde
1. Instalação da farmácia popular em todos os municípios do território.
2. Implantação de laboratórios de patologia clínica nas comunidades rurais.
3. Estação de tratamento de água para consumo humano na zona rural.
4. Realização de oficinas para destino correto do lixo domiciliar.
5. Realização do programa de saúde bucal nas escolas e comunidades rurais.
6. Qualificação profissional dos agentes de saúde.7. Construção de postos de saúde na zona rural.8. Aumento do quadro de funcionários da saúde através de
concursos.9. Implementar programas da saúde da mulher no Território.
Saúde da família e indígena
1. Realização de programas de Educação Sexual.2. Implementação de programas de planejamento familiar.3. Ampliação e melhoria ao atendimento as populações
indígenas do território.Combate as doenças endêmicas
1. Controle da malária, dengue.2. Aumento da frota de veículos da FUNASA, Secretarias de
Saúde para combate das doenças endêmicas.3. Aumento de funcionários.4. Fomento a pesquisas
Propostas de saneamento nas comunidades rurais do Território.
1. Construção de poços artesianos nas comunidades rurais.2. Construção de sanitários com fossas sépticas na zona
rural.3. Tratamento da água com hipoclorito, fervura.1. Construção de sede de instituições no Território.2. Firmar parcerias inter-institucionais para realizar as ações.
Fortalecimento institucional
l
Gestão do plano de desenvolvimento territorial
3. Elaboração e implementação de projetos.4. Elaboração de planos de gestão dos bens públicos para
associações organizativas e conselhos municipais.5. Assessoramento técnico para gestão do plano.6. Realização de intercâmbios entre os territórios. 7. Qualificação profissional do gestor público para elaboração
de projetos com ênfase ao processo de participação nas ações estratégicas.
Gestão ambiental integrada e descentralizada
1. Construção de hortos no território.2. Sensibilização e mobilização dos gestores municipais para
despertar o interesse da gestão ambiental descentralizada.3. Estruturação dos órgãos ambientais.4. Elaboração de projetos que contemple o aproveitamento
dos resíduos sólidos, manejos comunitários e recuperação de áreas degradadas.
5. Promoção da Educação Ambiental 6. Realização de pesquisas e estudo sobre Zoneamento
agroecológico do Território para maior eficácia da gestão ambiental.
7. Realização de seminários, fóruns, simpósios sobre a gestão ambiental no Território.
Gestão associativa
1. Identificação das principais carências das organizações do território.
2. Assessoramento técnico as associações.3. Estruturação físico-financeira das organizações
associativas.4. Qualificação profissional em gestão, planejamento e
prestação de contas.
5. Fortalecimento da CIAT e dos atores sociais como instância representativa e deliberativa.
6. Adequações das cooperativas voltadas a comercialização.
Regularização fundiária
1. Realização de diagnostico da situação fundiária atual no território.
2. Sensibilização e mobilização das instituições competentes visando a desburocratização da questão fundiária.
3. Elaboração de propostas de políticas públicas voltadas para a realidade fundiária do território.
4. Apresentação de propostas voltadas para a melhoria da estrutura institucional (INCRA) para que sejam atendidas as demandas de regularização fundiária no Território.
DIMENSAO ECONÔMICA Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território
Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento e comercialização dos produtos do setor primário.
Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte.
1. Melhoramento genético da pecuária.2. Manejo de pastagens.3. Implantação de Unidades Demonstrativas
de Pastagens em todos os municípios do Território.
4. Construção de abatedouros em conformidade as normas sanitárias.
5. Acompanhamento zootécnicos dos animais.6. Vacinação dos rebanhos.7. Crédito rural para as atividades de pecuária. 8. Apoio com investimentos e custeios em
projetos e planos para a cadeia produtiva da ovinocultura.
9. Frota de veículos para o escoamento da produção pecuária.
Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais.
1. Incentivo a adubação orgânica para essas culturas numa concepção agroecológica..
2. Uso de mecanização agrícola em áreas já exploradas.
3. Distribuição de sementes.4. Implantação de viveiros para produção de
mudas frutíferas nos municípios do Território.
5. Realização de análises de solos e pesquisas voltadas para conhecimento técnico das culturas.
6. Estudos e projetos voltados para Sistemas Agroflorestais no Território.
7. Estudos das culturais anuais para verificação de viabilidade econômica.
8. Aquisição de mudas de plantas resistentes a pragas e doenças.
9. Beneficiamento, armazenamento e comercialização da produção.
10.Implantação de laboratórios de análise de solos no Território.
11. Apoio em investimentos e custeios em projetos e planos para a cadeia produtiva da bananicultura.
12.Frota de veículos para o escoamento da produção agrícola.
1. Aumento do quadro de técnicos de nível
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.
Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário
Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica.
superior e médio no Território.2. Formação de equipes profissionais em
diversas áreas de conhecimento (Ciências Agrárias, Ciências Humanas, Ciências exatas, Ciências da Saúde).
3. Formação continuada de técnicos com pressupostos da Pedagogia da Terra e da Alternância.
4. Programa de formação de consultores para elaborações de projetos e planos de negócios, etc.
5. Criação da EMATER RORAIMA6. Credenciamento de organizações rurais
como entidades de ATER.
Crédito agrícola 1. Investimento e custeios para fomento de agroindústrias.
2. Renegociação de dívidas dos projetos do PROCERA, FNO, PRONAF.
3. Divulgação do acesso ao crédito.4. Credenciar instituições junto as entidades
de fomento.
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.
Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário
Beneficiamento e comercialização da produção familiar.
1. Implantação de planos de negócios e economia solidária.
2. Criação de feiras livres no território.3. Implantação do selo de qualidade.4. Gerenciamento dos locais de
comercialização.5. Assessoria técnica para as agroindústrias
da agricultura familiar.6. Implantação de fabricas de ração.7. Qualificação profissional dos produtores
rurais da agricultura familiar.8. Construção de entrepostos comerciais em
Manaus-AM.9. Aquisição de frota de veículos para
efetivação da comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar.
10.Beneficiamento de polpas de frutas com finalidade especial de agregação de valor.
Mecanização agrícola 1. Aquisição de tratores e implementos agrícolas (grade, arado) para o Território.
2. Aquisição de enxadas rotativas para formação de canteiros para hortaliças.
3. Qualificação profissional através de curso de mecanização agrícola para tratoristas.
Olericultura 1. Implantação de casas de plasticultura (CASAS DE VEGETAÇÃO E ESTUFA) no Território.
2. Realização de estudos sobre as principais potencialidades olerícolas no Território.
3. Incentivo a horta comunitárias com ênfase
Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.
Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário
a produção de produção orgânicos.
Recursos pesqueiros de águas continentais.
1. Construção de viveiros escavados de peixes através de estudos e laudos técnicos com viabilidade econômica e ambiental.
2. Instalação de laboratórios de reprodução de alevinos no Território.
3. Implantação de fábrica de ração para peixes.
4. Políticas de aqüicultura no território
Infra-estrutura para
Tornar as estruturas físicas e equipamentos existentes funcionáveis, comunicação eficiente e implementar uma
Uso da estrutura existente no território.
1. Identificar as estruturas físicas e equipamentos inativas e precárias e suas finalidades no território.
2. Identificar a atividade que poderá ser
o território infra-estrutura básica no território.
realizada no local.3. Buscar parcerias com as instituições
públicas e privadas para viabilizar seu funcionamento .
4. Elaborar plano de gestão da estrutura física e dos equipamentos existentes para as organizações do território.
5. Buscar junto às instituições gestoras concessões de uso de bens públicos.
Instalação de sistema de comunicação nas sedes coletivas e centros de formação.
1. Instalação de sistema de internet via satélite nas sedes e centros de formações e escolas promovendo a inclusão digital para gêneros e gerações e etnias;
2. Capacitação no sistema de gêneros, etnias e gerações para o mercado de trabalho
3. Criar e manter um banco do território;4. Realizar estudos para identificar a
comunicação no território;5. Buscar concessões junto ao governo federal
para implantação de rádio comunitária;6. Formar parcerias para implantar os
sistemas;7. Acompanhar as instalações e
funcionamento do sistema;
Infra-estrutura básica
1. Fazer diagnóstico das necessidades de infra-estrutura básica;
2. Implantar e ampliar o atendimento dos agentes financeiros no território – Basa, BB e CEF;
3. Fiscalizar e reivindicar junto às autoridades componentes a execução dos projetos de infra-estrutura.
4. Sensibilização e mobilização dos gestores públicos para:
- Construção e implantação de ramais nas vicinais;- Saneamento básico, escoamento- Iluminação pública;- Pavimentação asfáltica;- Ampliação e manutenção das Estradas das vicinais;- Melhoria da oferta de energia elétrica;- Escoamento da produção;
5. Elaboração de propostas de Políticas Públicas voltadas para atender as necessidades de infra-estrutura básica no território;
DIMENSÃO AMBIENTAL Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos
Conservação dos recursos naturais
.
Realizar estudos e projetos voltados para o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais com finalidade econômica, social e ambiental.
Uso sustentável dos Recursos Naturais
1. Implantação do artesanato agro-extrativista no território.2. Qualificação e formação de profissionais para
aproveitamento dos recursos naturais.3. Certificação dos produtos agro-extrativista do território
(selo de qualidade).4. Implementação do projeto de manejo florestal sustentável.5. Implantação do ecoturismo.6. Implementação da pesca artesanal e amadora com
manejo.7. Implantação do extrativismo vegetal.8. Recomposição de áreas de Preservação Permanente
((matas ciliares, nascentes, e áreas com presença de erosão (voçorocas e em sulcos).
9. Fomento de recuperação de áreas degradadas.10.Produção de mudas florestais.11.Fiscalização e monitoramento da caça e pesca predatória12.Policiamento ambiental.13.Conservação dos mananciais em áreas urbanas e rurais.
Implementação da agroecologia no território
1. Implantação de Unidades Demonstrativas de Cultivos agroecológicos.
2. Banco de sementes crioulas.3. Criação de Institutos de Permacultura no Território.4. Implantação de captação da água da chuva com finalidade
de irrigação dos plantios.5. Implantação de SAFS6. Criação do curso Tecnólogo em Agroecologia (Nível
Superior).
DIMENSÃO CULTURALEixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos
Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima
Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima.
1. Apoio as manifestações culturais como festejos religiosos, festas agropecuárias, festival de música.
2. Incentivo aos cantores da terra.3. Curso de canto, música, dança instrumentos musicais, etc.
Esporte e lazer
1. Realização de torneios de futebol, atletismo, natação, etc.2. Estruturação de campos de futebol.3. Construção de quadras poliesportivas na zona rural.4. Apoio aos times das comunidades rurais do Território.
DIMENSÃO POLÍTICA Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos
Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima
Incentivos fiscais e política de credito.
1. Melhores propostas de política de crédito para o agricultor e agricultura rural.
2. Incentivos de política fiscal em prol de uma agricultura orgânica. 3. Criação de emendas parlamentares para promoção de projetos
de agricultura familiar para o Território.
Qualificação profissional dos gestores públicos
1. Realização de seminários, fóruns, cursos, simpósios sobre as políticas públicas descritas no PTDRS para os gestores públicos.
2. Elaboração de projetos de leis, emendas parlamentares, decretos, portarias, etc., que beneficie este PTDRS em nível municipal, estadual e federal.
Parte III – Considerações Finais
3.1 – CONSOLIDAÇÃO DO PLANO
O processo de construção do Plano Territorial Rural de Desenvolvimento
Sustentável do Sul de Roraima, realizado através de cinco oficinas de trabalho, via
aplicação da metodologia de trabalho que usa a visualização e a participação dos
atores sociais como insumo básico, em especial aqueles que são os
representantes legais e legítimos no território, percorreu uma trajetória que tem
início em momentos anteriores à própria construção do plano. Precisamente nas
oficinas da implantação da CIAT, considerada como o embrião, o nascedouro do
processo.
O pano de fundo dessa ação é o Território Sul de Roraima composto pelos
municípios de Caroebe, São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Rorainópolis e o
Distrito de Novo Paraíso, no município de Caracaraí.
Os conceitos apreendido para um novo propósito com certeza foram
fortalecidos através da sua massificação durante as oficinas. Pensar diferente,
pensar o território a partir de agora é o desafio para os atores do sul do Estado de
Roraima, que tem pela frente grandes anseios para serem perseguidos.
O cenário futuro pode ainda não ser efetivamente positivo, mas ele aponta
para representativas mudanças que significam de fato, melhoras.
A melhoria das condições de vida dos atores sociais do território não
depende exclusivamente de suas vontades. Eles sabem dessa verdade a partir da
construção participativa do presente plano. Eles têm noção clara de que estão
inseridos em dimensões mais complexas como a econômica, sociocultural,
ambiental e democrática.
Entretanto, o viés a partir de agora é de lutas, batalhas, desafios a serem
transpostos para seus objetivos maiores sejam alcançados. E empoderamento,
articulação, parcerias, negociações institucionais são as estratégias que serão
mais utilizadas a partir de agora.
3.2 – Acompanhamento e Avaliação do Plano Territorial
Outro processo de suma importância e imprescindível no contexto da
construção e elaboração do PTRDS do Sul de Roraima está no Acompanhamento
115
e Avaliação do Plano. Teoricamente, a concepção de um plano prevê a elaboração
do diagnóstico situacional de maneira participativa, considerando as peculiaridades
locais e a dinâmica da realidade.
A seguir vem o estabelecimento dos programas, ações, projetos e atividades
orientados para execução do plano, que deverão ser mensurados quantitativa e
qualitativamente a fim de comprovar o seu impacto na realidade do território.
A terceira e imprescindível parte está no processo acompanhamento e
avaliação do Plano. Os conceitos básicos de avaliação, segundo Marcio Bastos
Medeiros é o exame sistemático de certos objetos, baseado em critérios explícitos
e mediante procedimentos reconhecidos de coleta e análise de informações sobre
o conteúdo, estrutura, processo, resultados, qualidade e/ou impactos de quaisquer
intervenções planejadas na realidade. Envolve tanto julgamento com atribuição de
valor e mensuração e não é tarefa neutra, mas comprometida com princípios e
critérios. Requer uma cultura, uma disciplina intelectual e uma familiaridade prática,
amparadas em valores.
116
Figura16
Os modelos existentes para a consecução do processo de avaliação
consideram entre as suas variáveis a temporalidade. Nela são realizadas
avaliações quanto ao impacto, a metavaliação e ao monitoramento de programas.
Outro meio de se avaliar, é quanto ao tipo de avaliação, podendo ser a auto-
avaliação, a avaliação interna, a avaliação externa e a avaliação mista.
A avaliação é realizada a partir de objetivos e critérios, quais sejam:
A Eficácia
A Economicidade
A Eficiência
A Efetividade
Objetivos da Avaliação
Aprendizado
AVALIAÇÂO
Controle Social Tomada de Decisão
117
A Equidade
A Sustentabilidade
E a Análise do Custo-benefício, análise custo-efetividade.
Assim há elementos essenciais para a Avaliação, e condições de
avaliabilidade que precisam de:
Critérios de avaliação estabelecidos;
Objetivos e metas especificados;
Indicadores e linhas de base;
Dados, registros do processo;
Fontes de dados/meios de verificação
Abordagens consistentes com a natureza dos dados e dos objetos de avaliação
Considerando o conjunto desses mecanismos de avaliação, o presente
Plano prevê que a partir da elaboração da Agenda Positiva, da hierarquização das
Ações/projetos a serem realizados haja o desenvolvimento, nos mesmos modelos
da concepção do Plano, ou seja, que seja desencadeado outro processo de
construção de uma modelo de avaliação adequado. Nele estarão consideradas as
condições, as contingências, as limitações e as proposições a fim de que
efetivamente haja a avaliação continuada do Plano.
Portanto, o PTDR Sul de Roraima tem como propostas norteadoras através
políticas públicas visando a melhoria da qualidade de vida de homens e mulheres
do campo com ações concretas de geração de trabalho e renda.
118
3.3 – Referências Bibliográficas
Censo 2000 – IBGE
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 27.ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 2003.
Oliveira, Djalma – Planejamento estratégico Aplicado nas Organizações- Editora Altas, São Paulo, 2002 – 4ª edição.
Oliveira, Luiz Soares de – Economia dos Recursos Naturais, Desenvolvimento Sustentável e Teoria do Crescimento Econômico: Uma aplicação para o Brasil, Porto Alegre, junho de 2004, 96p
Roraima Economia e Mercado 2003 – Instituto Fecor de Pesquisa e Desenvolvimento – Boa Vista –FECOMÉRCIO-RR,2003,132p
Documentos Institucionais
MEDEIROS, Márcio – Avaliação do Plano Plurianual –PPA
Série Documento Secretaria de Desenvolvimento Territorial –SDT: “Referência
para uma Estratégia de Desenvolvimento Rural Sustentável no Brasil, publicado
pelo CODRAF, nº 04 NEAD/MDA em outubro de 2003, Brasília, março de 2005.
Série Documento Secretaria de Desenvolvimento Territorial –SDT “Marco
Referencial para Apoio ao Desenvolvimento de Território Rurais, publicado pela
SDT, Brasília, junho de 2005.
Série Documentos do CODRAF n° 01 “Institucionalidades para a Gestão Social do
Desenvolvimento Rural Sustentável” Brasília, setembro de 2005.
Perfil do Estado de Roraima – Secretaria Estadual de Planejamento – SEPLAN –
Boa Vista – 2002, 602p
119
top related