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História da Escrita de Cagliari

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O MUNDO DA ESCRITA

A escrita é simples para aqueles que já sabem ler e escrever, porém mostra-se complicada para aquele que a desconhece.

• A escola, no período inicial da vida de uma criança, impõe a ela o ato de ler e escrever desconsiderando o que pode representar a escrita e a leitura.

Ao mostrarmos ao educando o sistema de símbolos gráficos as Letras, dificultamos quando apresentamos para ele várias Letras e várias formas de usá-la, nesse momento da aprendizagem. são mais parecidas as letras ‘b’ e ‘d’ do que as diversas formas dos ‘as’ – Maiúsculo, minúsculo, cursivo, de forma...

Um dos objetivos mais importantes da alfabetização é ensinar a escrever.

A escrita é uma atividade nova para a criança, e por isso mesmo requer um tratamento especial na alfabetização.

Espera-se que a criança, no fim de um ano de alfabetização, saiba escrever e não que saiba escrever tudo e com correção absoluta.

Alguns métodos de alfabetização ensinam a escrever pela escrita cursiva chegando mesmo a proibir a escrita de forma. A razão que alegam frequentemente é que a criança aprende a escrever com letra de forma tem que aprender depois a fazê-lo com letra cursiva.

É preciso ouvir das crianças o que é escrever para que serve a escrita valorizando opiniões que cada uma possa apresentar.

Um outro equívoco da escola é não permitir que as crianças escrevam usando a sua arte de traçar as letras.

O ATO DE ESCREVER

A escola é talvez o único lugar onde se escreve muitas vezes sem motivo...

Certas atividades representam um puro exercício de escrever.

Estamos tão acostumados a ler e escrever na nossa vida diária, que não percebemos que nem todos leem e escrevem como nós, mesmo os que vivem bem próximo.

Alfabetizar grupos sociais que encaram a escrita como uma simples garantia de sobrevivência na

sociedade é diferente de alfabetizar grupos sociais que acham que a escrita, além de

necessária, é uma forma de expressão individual de arte de passatempo.

A maneira como a escola trata o escrever leva facilmente muitos alunos a detestar a escrita e em consequência a leitura, o que é realmente um irreparável desastre educacional.

Antes de ensinar a escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita e qual julgam ser sua utilidade.

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Ninguém escreve ou lê sem motivos, sem motivação. É justamente por isso que, em certas culturas, o uso da escrita se apresenta como algo secundário e dispensável mesmo e, em outras, como absolutamente imprescindível

Não basta saber escrever, para escrever. É preciso ter uma motivação para isso. Grande parte da população das cidades trabalha em serviços que não exige a escrita.

Os programas de alfabetização, sobretudo de adultos, precisam ser elaborados não em função de uma cultura julgada ideal e excelente para todos, mas de acordo com as reais necessidades e anseios de cada um.

A escrita

A escrita consiste na utilização de sinais (símbolos) para imprimira ideia humana.

Ler

Interpretar

Compreender

Ter conhecimento

Familiarizar-se com a linguagem escrita.

Escutar e compreender o discurso do outro.

Usar corretamente o repertorio linguístico .

Fases da escrita Pictórica – Ideográfica - Alfabética

Segundo Cagliari (1993), a história da escrita — vista no seu conjunto, sem seguir uma linha de evolução cronológica de nenhum sistema especificamente

pode ser dividida em três fases: a pictórica, a ideográfica e a alfabética.

A pictórica se distingue pela escrita através de desenhos ou pictogramas.

Estes aparecem em inscrições antigas, mas podem ser vistos de maneira mais elaborada nos cantos Ojibwa da América do Norte, na escrita asteca e nas histórias em quadrinhos.

Pintura rupestredatada na antiguidade ou pré-história. Transmite ideia, conceito ou objeto através de um desenho.

Fase pictórica Esta fase se caracteriza pela

escrita através de desenhos especiais chamados ideogramas(Sinal - exprime a ideia, não sons da palavra que representa essa ideia: os caracteres egípcios eram ideogramas).

Esses desenhos foram perdendo, ao longo de sua evolução, alguns dos traços mais representativos das figuras retratadas

Já os pictogramas estão associados não a um som, mas à imagem do que se quer representar; são representações bem simplificadas dos objetos da

realidade.

Hoje existe mais uma tecnologia em que a fase pictórica também se destaca:O chat, diálogo on-line, uma conversa em que os participantes digitam sua fala, numa linguagem muito informal e cheia de particularidades, com uso de símbolos, chamados smileys ou emoticons, para indicar o contexto emocional do que está sendo escrito.

Já os pictogramas (Cagliari,1993) estão associados não a um som, mas à imagem do que se quer representar; são representações bem simplificadas dos objetos da realidade.

Fase ideográfica

Evoluiu através das formas de escrita pictográficas e se manifesta através de desenhos- ideogramas.Mais importantes são a egípcia (também chamada de hieroglífica), a mesopotâmica(suméria), as escritas da região do mar Egeu (por exemplo, a cretense) e a chinesa (da qual provém a escrita japonesa).

Escrita egípcia de um mesmo texto em forma hieroglífica (pictográfica) e na forma hierática (não-figurativa) correspondente.Fonte: CAGLIARI, 1993, p. 108.

A fase ideográfica se caracteriza: pela escrita através de desenhos especiais chamados ideogramas.

• Esses desenhos foram perdendo, ao longo de sua evolução, alguns dos traços mais representativos das figuras retratadas e tornaram-se uma simples convenção da escrita.

• As letras do alfabeto do português, por exemplo, vieram desse tipo de evolução.

FASE ALFABÉTICA A fase alfabética se caracteriza pelo uso das letras, que tiveram sua origem

nos ideogramas, mas perderam o valor ideográfico, assumindo uma nova função de escrita: a representação puramente fonográfica.

O ideograma perdeu seu valor pictórico e passou a ser simplesmente uma representação fonética.

Línguas semíticas, conjunto de línguas faladas pelo grupo étnico dos semitas.Esses antigos povos identificados pela fala semítica envolvem os arameus, assírios, babilônios, sírios, hebreus, fenícios e caldeus

.

Os sistemas mais importantes são o semítico, o indiano e o Greco-latino, que deste provem o nosso alfabeto latino e o cirílico (grego) e que também originou o alfabeto Russo.

OS FENÍCIOS Os fenícios eram povos de origem semita, utilizaram vários sinais da escrita egípcia formando um inventário muito reduzido de caracteres, cada qual representava um som consonantal.Dadas as características das línguas semíticas, não era muito importante escrever as vogais; as palavras eram reconhecidas apenas pelas consoantes.Como podem ser encontradas até hoje num dos modos de escrita do árabe e do hebraico.

Os gregosCagliari (1993) afirma que adaptaram o sistema de escrita fenícia, ao qual juntaram as vogais, uma vez que, em grego, as vogais têm uma função linguística muito importante na formação e no reconhecimento de palavras.

Assim, escrevendo consoantes e vogais, os gregos criaram o sistema de escrita alfabética que apresenta um inventário menor de símbolos e permite a maior possibilidade combinatória de caracteres na escrita.

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111.

Os caracteres dos sistemas de escritos pictográficos e ideográficos, poder servir de basear no seu sentido direto, ou mesmo estabelecer as bases na representação semântica, significado e a interpretação da palavra, signo, frase ou expressão de um determinado contexto, correspondente a unidades morfológicas, ou seja, no estudo da formação ou classificação de palavras.

Os caracteres dos sistemas ideográficos podem representar sílabas, adquirindo um caráter fonográfico. (Gráficos Sons das palavras) relacionado com algo ou com alguém que se distingue ou simboliza uma época, uma cultura, uma área do conhecimento: discurso icônico.

Já os gregos usaram o sistema de escrita dos fenícios e fizeram uma adaptação, a ele, adicionando as vogais, relevantes na formação e no uso do reconhecimento das palavras.Nesse aspecto, aos gregos devemos o privilégio da invenção da escrita alfabética, que contém vogais e consoantes. Dessa forma, a escrita alfabética possui menor número de símbolos e, por isso, favorece maior possibilidade combinatória dos aspectos gráficos que a envolvem.

segundo Cagliari, o grego antigo tinha um sistema de escrita chamado brustrofédon. Neste sistema, começava-se a escrever numa linha em cima à direita e ia-se até o final dessa linha, todavia, na linha seguinte; invertia-se a direção das letras. Dessa forma, a terceira linha era semelhante à primeira e, assim por diante

Nesse contexto, Cagliari novamente nos mostra que a escrita grega também foi incorporada e adaptada pelos romanos, sofrendo variações, dessa forma, formou o sistema greco-latino, originando, assim, o nosso alfabeto. O sistema de escrita apresentou formalizações: escrevemos de cima para baixo e da esquerda para a direita, comum entre vários sistemas de escrita, nem todos são assim, nos revela Cagliari (1995) sobre a escrita chinesa e japonesa: os chineses e os japoneses escrevem da direita para esquerda em colunas verticais, já os árabes escrevem da direita para a esquerda, em linhas de cima para baixo.

Os computadores que são hoje verdadeiras bibliotecas, o lugar da memoria coletiva, da nossa sociedade que não só guarda os valores em uso na sociedade mas que traça também os destinos da pessoas e da própria humanidade como antigamente faziam as bibliotecas, os livros os pergaminhos e as próprias representações pictóricas das cavernas, ou seja, houve apenas uma mudança de suporte, pois a necessidade de deixar registrado sua historia acompanha a humanidade desde que sempre e não seria nesse “Admirável Mundo Novo” diferente.

Escrita Leitura Leitura Fala

Os sistemas de escrita

Os sistemas de escrita podem ser divididos em dois grupos:

Os baseados no significados ( Escrita Ideográfica)Os baseados no significante (Escrita Fonográfica)

Escrita Ideográfica (Significado)

São pictóricos, motivados pelos significados que querem transmitir. Não depende de uma língua especifica.

Escrita Fonográfica (Significante)

Depende essencialmente dos elementos sonoros de uma língua para poder ser lido e decifrado

Muitos sistemas de escrita ideográfica vão mudando durante o tempo e incorporam muitos elementos da escrita fonográfica.

Isso também acontece quando o sistema alfabético procura representações silábicas, geram uma necessidade de simplificar o excesso de detalhes que a escrita tem.

Observando hoje a forma ortográfica do português, notamos que as relações entre letra e som (base de qualquer escrita alfabética) são muito complexas em diversos pontos.

A escrita, para ser lida por outra pessoa, é apresentada geralmente em caracteres que facilitam a leitura.

AS PRODUÇÕES DE TEXTOS

A criança pequena , num primeiro momento tenta escrever fazendo rabiscos pequenos , e misturando linhas retas e curvas. Escrita Cifrada

Quando , ao dizer que está escrevendo , a criança desenha algumas letras agrupadas de forma aleatória , ela já possui uma ideia do que seja a escrita.

A criança não procura copiar , e sim representar o que ela imagina que seja a escrita.É importante deixar que as crianças experimentem como escrever as letras e dar tempo para que isso aconteça.A criança usa sua fala como referência para a escrita.A produção de um texto escrito envolve vários problemas específicos.

Não precisa-se estudar a Gramática para começar a escrever , pois as crianças já dominam a língua portuguesa na modalidade oral.As crianças devem ser orientadas quanto á forma do que se vai escrever.É importante que a professora ensine todas as letras do alfabeto .A escola não deveria preocupar-se somente com a ortografia , mas também com o funcionamento da fala.

Deixar as crianças escreverem textos espontâneos é de fundamental importância.O excesso de preocupação com a ortografia desvia a atenção do aluno. Isso não significa que o aluno não precise aprender a ortografia , mas deve-se ser ensinado na medida e no tempo certo.

A PRODUÇÃO DE TEXTOS ESPONTÂNEOS PELA CRIANÇA

Inicialmente a professora pode transcrever histórias contadas

pelas crianças.

Histórias contadas pelas crianças de 2º ano escritas pela

professora:

1- Nasceu um bebê na casa do Claudinei. O bebê chama Juliana. Ele mama leite na mamadeira e usa fralda.

2- O pai de foi Célia foi trabalhar e foi assaltado. Roubaram sua marmita e todo o dinheiro que recebeu.

Quem for funcionar com a escriba da criança, deve transcrever o que a criança dita e da maneira como ela dita.

1- A menina estava na floresta e veio um temporal muito forte. A menina estava com medo porque ela estava sozinha.

2- O cara saiu da casa dele e foi tomar pinga e aí ele ficou meio caindo.

3- O menino ia indo na rua e viu a lua,aí ele foi vendo só a lua e depois caiu no meio da rua.

Depois da transição a professora lê a história e pode propor melhoramentos.

Uma boa prática, depois que as crianças adquirem um certo desembaraço para escrever, é conversar com elas sobre sua produção.

A professora não deve usar o texto para corrigir ortografia.Uma boa prática, depois que as crianças adquirem para escrever, é conversar com elas sobre a sua produção.

Nada mais natural que falantes de variedades diferentes usem recursos alfabéticos

O que se fala com i pode ser escrito em

português com as letras i ,e, lh e nh

Vive: vivi Palha: paia

A função da escrita deve ser trabalhada. Para isso é preciso que sejam lidos para as crianças livros de literatura infantil.

É preciso não corrigir demais as crianças: deve-se dar tempo para que aprendam e incentivar a autocorreção e autocrítica

Não se deve esquecer que nesta fase de desenvolvimento a criança precisa brincar.

Exemplos de textos espontâneos escritos pelas crianças

Texto espontâneo- transcrito

O jabutiO jabuti viu uma mioca. Ele pergutouVocê save ode temUma fruta dona miocaDeci cei aleobrigado

Texto com introdução e espontâneo

O gato comeu o peixeO xalé é de xaxáO gato comeu o rato

ANÁLISE DOS ERROS ORTOGRÁFICOS DOS

TEXTOS

Transcrição Fonéticas

Os erros mais comuns dos alunos são caraterizados por uma transcrição fonética;

Exemplo: Dici (disse) Qui(que)O aluno escreve i em vez de e porque pronunciamos i e não e Exemplo: vaibora (vai embora ) Ainsima(ai em cima )

Uso Indevido Das Letras

O uso indevido das letras se caracterizam pelo fato do aluno escolher uma letra para representar o som de uma palavra

Exemplo: Susego (Sossego) Dici (disse) Aseito (aceito) Xata (chata) Não consideramos troca de vogais como

uso indevido porque quase sempre representam transcrições fonéticas.

Hipercorreção

A Hipercorreção é muito comum quando o aluno já conhece a forma ortográfica e sabe diferenciar as pronúncias .

Exemplos: Soutou (soltou) Jogol (jogou) Armadilia (armadilha)

Modificações da Estrutura segmental das palavras

Alguns erros ortográficos não refletem a uma transcrições fonética, nem de fato se relaciona diretamente com a fala .

Exemplo: Voi (Foi) Bida (Vida) Save( sabe)

Juntura Intervocabular e Segmentação

Quando a criança começa a escrever textos espontâneos ,verifica-se que costuma juntar todas as palavras .

Exemplo: eucazeicoéla (Eu casei com ela ) Mimatou (Me matou) A gora (Agora) A fundou( afundou)

Forma Morfológica Diferente

Alguns erros ortográficos acontecem porque na variedade de dialetal que se usa certas palavras tem características próprias que dificultam o conhecimento ,a partir da fala de sua forma ortográfica.

Exemplos: Adepois(depois )Nium(em um ou num) Pacia( passer)Ta (Está)

Forma estranha de traçar as letras

A escrita cursiva apresenta grandes dificuldades não para quem escreve como para quem lê

Exemplo: Save (sabe)

Uso indevido de letras maiúscula e minúscula

Ensinar que os nomes próprios devem ser escritos com letra maiúscula

Acentos Gráficos

Deve-se ensinar acentos no início da aprendizado para criança.

Exemplo: Vó(vou) Não(não) Leao (leão)

Sinais de Pontuação

Esses também não são ensinados no início da aprendizagem, e por isso tem dificuldades mais tarde.

Exemplo: Era.uma.vez Era –uma-vez

AcertosÉ fácil ver que há muito mais acertos do que erros nos textos;Os acertos geralmente não levados em conta ,mas os erros pesam toneladas, é preciso deixar as crianças escreverem livremente e após trabalhar as dificuldades.

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