síntese dos conceitos básicos da didáctica do português cátia e inês

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Síntese dos Conceitos Básicos da Didáctica

do Português (Módulo 1)

16 de Maio de 2010

Instituto Politécnico de Setúbal

Escola Superior de Educação

Título: Síntese dos Conceitos Básicos da Didáctica do Português (Módulo 1)

Unidade Curricular: Introdução à Didáctica do Português

Docentes: Fernanda Botelho

Curso: Licenciatura em Educação Básica

Turma: A

Ano: 3.º

Semestre: 2.º

Elaborado por: Cátia Patrícia Dias, 070142044

Inês Tavares, n.º 070142067

16 de Maio de 2010

Síntese dos Conceitos Básicos da

Didáctica do Português

A evolução da espécie humana conduziu ao desenvolvimento das

sociedades e respectivas comunidades linguísticas. A língua poder-se-á

caracterizar-se natural ou artificial, sendo que a primeira surge através de

manifestações espontâneas, erigidas com o homem, a segunda é criada pelo

homem, num curto período de tempo, colocando em causa a sua continuidade

na comunidade de falantes.

A linguagem depende de dois factores cruciais ao seu desenvolvimento:

o factor genético, dotado de um sistema cognitivo, inato e universal (faculdade

da linguagem) que permite ao ser humano uma actividade linguística; o factor

social, ou seja, o input linguístico de qualidade, que permite ao indivíduo o

desenvolvimento correcto do seu sistema linguístico. A capacidade natural para

adquirir linguagem é comum a todos os humanos, que pouco tempo após o seu

nascimento começam a tomar conhecimento deste sistema sofisticado e

complexo, e é através deste mesmo que nos tornamos capazes de apresentar

um vasto conhecimento universal linguístico. Estes factores possibilitam ao ser

humano a troca de informação, envolvendo a codificação, a transmissão e a

descodificação de uma mensagem (comunicação).

Assim, a aquisição da linguagem implica a memorização de regras

específicas do sistema, quanto à fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e

pragmática. Crescer linguisticamente torna o sujeito capaz de adquira a mestria

das regras e estrutura do uso, pois a interiorização das regras da língua

permite compreender e produzir frases nunca antes ouvidas ou pronunciadas,

demonstrando assim o conhecimento intuitivo da língua por parte de cada

sujeito. Independentemente das características que cada língua possui, a

comunicação verbal é universal, prova disso aponta para o facto de qualquer

criança ser capaz de adquirir uma língua na comunidade em que está inserida

através da exposição à mesma. Esta aquisição é natural e espontânea,

capacidade da espécie humana presente na nossa herança genética.

Para falar em qualquer língua, seja ela materna, segunda ou estrangeira,

é necessário ao indivíduo deter competências comunicativas adaptadas a cada

contexto. Desta forma, torna-se claro que o processo de comunicação é algo

inevitável de acontecer. A comunicação ocorre sempre que trocamos

informações com outros, utilizando sistemas simbólicos como suporte para

esse fim. Este processo ocorre entre um emissor e um receptor, seja

oralmente, seja por troca de olhares ou gestos. Todavia, este processo implica

o conhecimento do código linguístico e respectiva utilização de acordo com o

contexto em que o individuo se encontra inserido num determinado momento.

A comunicação é assim processada de forma multicanal e/ou

multimodal. A partir deste contexto, desenvolve-se o conceito de competência

comunicativa, a qual se define como “o conhecimento (prático e não

necessariamente explicitado) das regras psicológicas, culturais e sociais que

comandam a utilização da fala no enquadramento social”.

A competência comunicativa compreende três tipos de competências,

nomeadamente, competências linguísticas, competências sociolinguísticas e

competências pragmáticas. A competência linguística engloba conhecimentos

ao nível do léxico, fonologia, sintaxe, gramática e semântica. Deste modo, para

falar uma língua é necessário conhecer o emprego das palavras, da forma da

língua e do seu desenvolvimento a nível físico. Conhecer uma língua

estrangeira torna-se assim em algo positivo, de tal forma que a mesma nos dá

a oportunidade de conhecermos ainda melhor a nossa própria língua,

comparando ambas (competência metalinguística). A organização desta

competência irá variar de indivíduo para indivíduo e também no mesmo

indivíduo.

A competência sociolinguística articula condições socioculturais, que

regulam o comportamento comunicativo nos diferentes âmbitos do uso

linguístico. Revela-se sensível a convenções sociais, podendo afectar toda a

comunicação linguística em culturas diferentes, ainda que os interlocutores

nem sempre se apercebam de tal situação.

Por último, e não menos importante, a competência pragmática,

respeitante ao uso da língua em funcionamento, ou seja, à produção da fala

nos diferentes ambientes culturais. Divide-se em componente discursiva,

funcional e esquemática. Insere-se nas competências do saber-fazer a nível da

comunicação verbal.

Podemos assim compreender a importância que as línguas

desempenham aquando da nossa vivência em sociedade, pois através das

mesmas temos acesso a outros conhecimentos que desenvolvem os nossos

valores, atitudes e competências enquanto cidadãos.

Com a evolução da espécie humana, o ensino e a forma como

comunicamos toma diferentes proporções e deve com isso, assumir a

consciencialização inerente à necessária melhoria de qualidade do ensino.

Deste modo, é essencial reconhecer a instituição escolar como uma instituição

que forma cidadãos conscientes e mais predispostos para um mundo

económico, social e cultural, pois Portugal torna-se cada vez mais num País de

multilinguismo crescente. Assim sendo, torna-se essencial ser um competente

conhecedor da língua portuguesa para o exercício da profissão docente em

geral. O profissional que não o seja será incapaz de identificar correctamente o

nível de desenvolvimento linguístico que os seus alunos se encontram,

colocando em causa a adequação de métodos apropriados a um

desenvolvimento mais complexo.

Um profissional idóneo deve deter diversos conhecimentos que

perpetuem um bom desenvolvimento linguístico dos estudantes, tentando uma

maior e melhor integração, por parte dos discentes, no processo de leitura e da

escrita, compreendendo, o profissional, que todo este processo é determinado

por etapas lógicas que facilitam, de certo modo, a aprendizagem e

compreensão no que respeita à forma (fonologia), formação (morfologia e

sintaxe), conteúdo (semântica) e uso da língua (pragmática). Desta forma, no

que diz respeito ao desenvolvimento do vocabulário dos alunos, torna-se

necessário que o profissional de educação seja proficiente da Língua

Portuguesa, ou seja, que tenha domínio do português europeu padrão, quanto

à sua sintaxe, morfologia e formas de tratamento; que saiba captar informação

explícita de maneira a poder transformá-la em informação implícita; que seja

fluente na expressão oral e na expressão escrita, de modo a dominar as

técnicas dos diversos géneros textuais e repertórios diversificados da

oralidade; que seja competente na utilização da metalinguística para correcção

da sua produção oral e escrita e controlo da compreensão oral e da leitura.

Quando nos deparamos com os cursos de formação de professores,

percebemos que o problema actual centra-se na necessidade em garantir que

os seus estudantes dominam estes conhecimentos e que são capazes de os

pôr em prática na sua intervenção educativa. O objectivo principal destes

cursos prende-se à necessidade de preparação dos professores de 1º ciclo

para o espaço educativo que é a escola, para que vejam este espaço como

instituição promotora de iguais oportunidades, onde é essencial que o trabalho

desenvolvido seja inovador e crítico, eliminando quaisquer lacunas que os

estudantes do ensino básico possam ter.

Acima de tudo, o profissional deve avaliar a sua prática pedagógica,

reorganizá-la se necessário, para uma intervenção pedagógica mais adequada

em conformidade com as necessidades actuais das crianças.

Assim sendo, o profissional deve mobilizar adequadamente estratégias

de ensino que motivem o aprendente na aquisição da língua, já que estas

competências fazem parte da actividade profissional que constitui ser

professor.

A Didáctica é uma ciência que aplica variadas metodologias de ensino

de uma forma transversal e transdisciplinar, integrando uma multiplicidade de

saberes e autonomia, tanto por parte do aluno, como do professor. Funciona

como um elemento transformador da teoria na prática. A didáctica não deverá

centrar-se unicamente na prática de pressupostos teóricos pois é necessário

contemplar igualmente intervenções de aula, transformando-as em

aprendizagens significativas. Assim, tornar-se-á necessário que a prática

educativa envolva conjuntamente educador e educando.

De acordo com Alarcão (1993, 1998, 1999), esta ciência estrutura-se em

três pólos de acção, a Didáctica da acção profissional ou educativa, a Didáctica

Curricular (específica a cada especialidade) e Investigação em Didáctica.

Relativamente à Didáctica de Línguas, a mesma subdivide-se em três etapas, a

Didáctica Instrumental, Didáctica Específica e Didáctica do Plurilinguismo. Em

relação à última, essa compreende uma competência plurilingue e pluricultural,

que se traduz na capacidade para utilizar as línguas, para comunicar com a

interacção cultural, bem como na experiência em várias culturas. É também

encarada como uma didáctica de recursos, pois a competência plurilingue ou

pluricultural não é a sobreposição ou da justaposição de competências

distintas, e sim de uma competência complexa a que um indivíduo pode

recorrer em diversos contextos e condições, sujeito a diversas limitações, para

realizar actividades linguísticas que impliquem processos linguísticos de

produção e/ou recebimento de assuntos diversos em domínios específicos.

Assim, a didáctica do plurilinguismo organiza as línguas entre si de

acordo com os contextos em que se inserem. Todavia, o profissional de

educação deve revalorizar a centralidade da utilização da língua materna no

processo de ensino-aprendizagem.

Referências Bibliográficas:

SIM-SIM, Inês – Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa: Universidade

Aberta, 1998.

MATEUS, Maria Helena Mira e VILLALVA, Alina – O Essencial sobre

Linguística. Lisboa: Caminho, 2006. Pp. 13-17.

DUARTE, Inês, “A formação em Língua Portuguesa na dupla perspectiva do formando como utilizador e como futuro docente da língua materna” in Inês Sim-Sim (org.), A formação para o Ensino da Língua Portuguesa na Educação Pré-Escolar e no 10º Ciclo do Ensino Básico, Cadernos de Formação de Professores, n.º 2, 2001, pp. 27-34.

TAVARES, Clara Ferrão – Didáctica do português – Língua materna e

não materna – No Ensino Básico. Lisboa: Porto Editora, cop. 2007.

CONSELHO DA EUROPA, coord. de ed. Ministério da Educação,

GAERI – Quadro europeu comum de referência para as línguas:

aprendizagem, ensino, avaliação. Lisboa: ASA, 2001.

FERRAZ, Maria José – Ensino da Língua Materna. Colecção: O

Essencial sobre Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 2007.

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