serviÇos ambientais e a valoraÇÃo dos recursos naturais - albano araújo

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SERVIÇOS AMBIENTAIS E A VALORAÇÃO DOS RECURSOS

NATURAIS

Sustentar 2014

Albano AraújoCoordenador de Conservação de Água

Doce

O QUE SÃO SERVIÇOS AMBIENTAIS ?

São funções prestadas pelos recursos naturais e que são essenciais para a vida na Terra (Daily, 1997).

OU Atividade humana que contribui para manter

ou aumentar a provisão de benefícios por meio do ambiente (Chomitz et al., 1999).

PRODUTOS AMBIENTAIS X SERVIÇOS AMBIENTAIS

Serviços ambientais

BIODIVERSIDADE-Atração de fauna silvestre;

-Conectividade de corredores biológicos;

-Serviços culturais (recreação, turismo e beleza cênica).

ÁGUA- Regulação do fluxo hídrico;

- Manutenção da qualidade;

- Controle de erosão e sedimentação;

- Manutenção do habitat aquático;

- Serviços culturais (recreação, turismo, valor

de existência).

CLIMA- Redução de emissões de CO2 (comparando com outros usos do

solo);

- Fixação de CO2.

- Regulação do regime de chuvas.

Origem : Teorema de Coase, 1960.

Externalidades são efeitos positivos ou negativos gerados pelas atividades de produção e consumo exercidas por um agente econômico e que atingem os demais agentes.

DEFINIÇÃO PSA

Uma transação voluntária na qual um serviço ambiental bem definido ou uma forma de uso da terra que possa assegurar este serviço é comprado por pelo menos um comprador de pelo menos um provedor sob a condição de que o provedor garanta a provisão deste serviço. (Wunder, 2005)

COMPRADORPROVEDOR

SA

Pagamentos por Serviços Ambientais

É uma forma de “precificar” os serviços ambientais e estimular a conservação, atribuindo-lhes valor.

A premissa básica para o pagamento por serviços ambientais é compensar os agentes econômicos que manejam o meio ambiente gerando bens ambientais e serviços que beneficiam não somente ele mesmo, mas toda a sociedade.

PRINCÍPIO

PRINCÍPIO

Alguns projetos de PSA em curso

NO EXTERIOR- Costa Rica- Estados Unidos (Conservation Reserve

program)- França

NO BRASIL- Proambiente- ICMS Ecológico- Bolsa Floresta- Produtor de Água- Iniciativas Privadas (Fundação Boticário, Natura, Rede

Hoteleira de Itacaré – BA)

Alguns projetos de PSA em curso

O PROGRAMA PRODUTOR DE ÁGUA

É um programa voluntário no qual são beneficiados produtores rurais que, por meio de práticas e manejos conservacionistas, venham a contribuir para o abatimento da erosão e para o aumento da infiltração de água, segundo o conceito provedor-recebedor.

Objetivos

Melhoria da qualidade da água, através do abatimento da erosão e sedimentação

Regularização da oferta de água por meio da adequada alimentação do lençol freático

Recuperação ambiental de bacias hidrográficas de importância estratégica para o País

Conscientização dos produtores e consumidores de água da importância da gestão integrada de bacias hidrográficas

Base Conceitual

Pagamentos baseados em custos de referência pré-estabelecidos;

Pagamentos serão feitos após a implantação do projeto proposto (produto);

Metas de cumprimento verificadas e certificadas por equipes técnicas sendo pré-requisito para o pagamento do incentivo.

OS 3 MÓDULOS DISTINTOS DO PPA

3 - CONSERVAÇÃO DE ÁGUA E SOLO

1 – RECUPERAÇÃODE APPs

2 - MANUTENÇÃO DE ÁREAS

FLORESTADAS

Práticas elegíveis

Reflorestamento com plantas nativas

Práticas Vegetativas

Práticas mecânicas

Barraginhas e terraços

Conservação de estradas rurais

Cálculo do abatimento da erosão

P.A.E (%) = 100 (1- Φ1 / Φo)P.A.E (%) = 100 (1- Φ1 / Φo)

Φ1= Fator de risco de erosão desejado

Φo= Fator de risco de erosão atual

O cálculo do P.A.E é feito usando-se fatores da Equação Universal de Perda do Solo (USLE)

Cálculo do abatimento da erosão

Manejo Convencional C P Φ

Algodão 0,62 1,00 0,62

Manejo Conservacionista

Algodão – rotação (gram/legum) 0,40 1,00 0,40

Algodão – em nível 0,62 0,50 0,31

Algodão – rotação em nível 0,40 0,50 0,20

Algodão – cordões verdes 0,62 0,20 0,12

Algodão – terraços 0,62 0,10 0,06

Algodão – rotação e terraços 0,40 0,10 0,04

Algodão – plantio direto 0,40 0,10 0,04

PAE = 36%PAE = 36%

PAE = 67%PAE = 67%

PAE = 90%PAE = 90%

PAE = 93%PAE = 93%

Cálculo do abatimento da erosão

Manejo Convencional C P Φ

Pastagem degradada 0,25 1,00 0,25

Manejo Conservacionista

Pastagem recuperada 0,12 1,00 0,12

Pastagem rotação com grãos 0,10 1,00 0,10

Reflorestamento 0,05 1,00 0,05

PAE = 52%PAE = 52%

PAE = 60%PAE = 60%

PAE = 80%PAE = 80%

Projeto Piloto – Extrema – MG (PCJ)

Produtor de Água Bacia do Ribeirão das Posses – Extrema – MG

Resultados da Restauração Florestal – 2004 a 2009

2004200920042009

20042009

Modelagem de Serviços Ambientais – Modelo InVEST

Intervenções no Uso da Terra modificam a oferta de Serviços Ambientais

Importante comparar diferentes cenários de Uso da Terra e suas consequências

Discussão de alternativas com stakeholders

O que é o InVEST?

Conjunto de modelos que tem a finalidade de quantificar, espacializar e valorar a oferta de serviços ambientais

BiodiversidadeArmazenagem e Sequestro de CarbonoProdução de hidroeletricidadeRetenção de NutrientesRetenção de SedimentosManejo FlorestalPolinização de plantios agrícolas

http://www.naturalcapitalproject.org

Características

Modelo espacialmente distribuído

Escala temporal anual Inputs: mapas em formato raster e tabelas

com parâmetros Baixa demanda de dados de entrada em

relação a outros modelos

Parâmetros para calibração Ferramenta gratuita que funciona em

ambiente ArcGis (toolbox)

POSSIBILIDADES

1. Gerar estimativas de processos biofísicos (ex. aporte de sedimentos) a partir de diferentes cenários de uso e manejo da terra

2. Identificar espacialmente que porções da bacia são mais estratégicas para provisão de serviços

3. Gerar estimativas financeiras dos serviços ambientais para cada cenário

RETENÇÃO DE SEDIMENTOS

Com base na Equação Universal da Perda de Solo (USLE) e no potencial de retenção de sedimentos pelo Uso da Terra, calcula a quantidade de sedimentos retidos e o valor deste serviço (em termos de custos de dragagem ou tratamento de água)

RETENÇÃO DE SEDIMENTOS

Estimativa de retenção de sedimentos:

Erosão considerando uso do solo e práticas de conservação de solo (USLE)

Diminuição da erosão conforme Eficiência de Retenção de Sedimentos de cada Uso da

TerraCaminho do fluxo de sedimentos

=QUANTIDADE DE SEDIMENTOS RETIDOS

RETENÇÃO DE SEDIMENTOS

Estimativa da valoração do serviço de retenção de sedimentos:

Custo unitário de remoção de sedimento (dragagem ou tratamento de água)

X Quantidade de sedimento retido

=Valor total do Serviço Ambiental de Retenção de

Sedimentos ($/ano)

Vegetação ciliar: filtro natural

Retenção

Proteção

Degradação evitada

Dados de entrada:

• Modelo Digital de Elevação (DEM)» Condicionamento hidrológico» Insumo para fator de rampa (LS)

• Erosividade (potencial de erosão pela chuva) - R

• Erodibilidade (suscetibilidade dos solos à erosão) - K

• Uso e cobertura da terra

Dados de entrada:Aplicação - Bacia do Ribeirão Pipiripau

Parâmetros de entrada:

Uso do Solo – C e P» Coeficientes relacionados à cobertura do solo (C) e

práticas de conservação de solos (P)

Coeficientes de Retenção de Sedimentos para cada uso da terraFloresta > Campo > Agricultura > solo nu

Fator de Acumulação de fluxo» Número de pixels confluentes para definir um curso d’água

Limite de declividade» O modelo usa 2 equações para o cálculo do fator LS (maior

e menor declive)

Estudo Invest: Resultados Bacia do Ribeirão Pipiripau – Cenário Atual (2008)

Erosão Total - USLE (ton/ano)

Erosão Total - USLE

(ton/ha/ano)

Exportação de Sedimentos (ton/ano)

Exportação de Sedimentos (ton/ha/ano)

Taxa de Aporte de Sedimentos

(%)

179.571 6,46 1.627,3 0,1 0,9%

Parâmetros para calibração:

Invest Silva,Chaves & Camelo (2011)

Erosão Total - USLE (ton/ha/ano)

1.627,3 1.550,1*

Exportação de Sedimentos (ton/ano)

6,46 6,50

* SILVA, C.R; CHAVES, H.M.L; CAMELO, A.P. Calibração e validação da equação universal de perda de solos modificada (MUSLE) utilizando dados hidrossedimentológicos locais. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, n.35, p 1431-1439, 2011.

Estudo Invest: Cenário com intervenção

• Critérios de Área Ativa de Rio (AAR) e erosão acelerada (perda de solo (A) >10 t/ha.ano).

Estudo Invest: Cenário com intervenção

• Usos passíveis de intervenção – Áreas prioritárias:

Uso da Terra Hectares %

Pastagens 591,5 12%

Agricultura extensiva 82,9 1%

Cultura Irrigada 134,8 13%

Solo Exposto 10,3 9%

Vias não pavimentadas 17,5 5%

Áreas Críticas (total)

836,9 5%

Estudo Invest: Resultados

CENÁRIO Erosão Total -

USLE (ton/ano)

Erosão Total - USLE

(ton/ha/ano)

Exportação de Sedimentos (ton/ano)

Exportação de Sedimentos (ton/ha/ano)

Taxa de Aporte de

Sedimentos (%)

Uso da Terra (2008) 179.571 6,46 1.627 0,1 0,9%Uso considerando intervenções em áreas prioritárias

173.452 6,19 1.481 0,1 0,9

REDUÇÃO ABSOLUTA 6.118,5 0,3 146,2 0,0REDUÇÃO PERCENTUAL 3,4% 4,2% 9,0% 9,0%

Estudo Invest: estimativa de área para compensação de Pegada Hídrica

Componente Pegada Azul (m3/ano) Pegada Cinza (m3/ano) Pegada Hídrica Reduzida Total

(m3/ano) Atual Reduzida Atual Reduzida

Produção 255.771 55.316 3.519.637 1.407.855 1.467.131

Funcionamento 300 300 692.209 276.884 277.184

Total 256.071 55.616 4.211.846 1.684.739 1.740.355

Seleção das Áreas para Compensação da Pegada Hídrica Áreas Prioritárias para Retenção de Sedimentos, N e P

Estudo Invest: estimativa de área para compensação de Pegada Hídrica

Seleção das Áreas para Compensação da Pegada Hídrica Áreas Prioritárias para os Três Parâmetros

Parâmetro Priorizado Área Prioritária (ha) Nível de Prioridade

Sedimento, Fósforo e Nitrogênio 928,3 1 – Máximo

Sedimento e Nitrogênio 19,6 2 – Muito Alto

Sedimento e Fósforo 107,8 2 – Muito Alto

Sedimento 850,4 3 – Alto

Fósforo e Nitrogênio 2,586,6 4 – Médio

Nitrogênio 214,4 5 – Baixo

Fósforo 875,0 5 – Baixo

Total 5.582,1

Estudo Invest: estimativa de área para compensação de Pegada Hídrica

Seleção das Áreas para Compensação da Pegada Hídrica Área Necessária para Compensação da Pegada Hídrica

Parâmetros Sedimentos Nitrogênio Fósforo

Aporte médio em ton/ha.ano e kg/ha.ano para N e P 37 7,84 0,80

Carga aceitável (kg/m3) 0,5 0,0037 0,0001

Volume de água disponibilizado (m3/ha.ano) 54.000 903 5.000

Área a compensar Pegada Reduzida 32,2 1.928 348

Pegada Atual 82,7 4.949 894

Estudo Invest: estimativa de área para compensação de Pegada Hídrica

Obrigado!Albano AraújoCoordenador de Água DoceThe Nature Conservancyaaraujo@tnc.org

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