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Seminário de Daniel
1 IAGE Silverino Kull
IAGE: Instituto de Agricultura e Evangelismo
Classe: Seminário de Daniel
Professor: Silverino Kull
Tema: O Sonho de Nabucodonosor
Nome: ____________________________________
Data:___________
Daniel Capítulo 2. A Estátua Misteriosa
Esboço
Daniel Capítulo 2:1-2. O Sonho de Nabucodonosor.
Daniel Capítulo 2: 3-12. A Ineficiência dos deuses Babilônicos e o Decreto de Morte.
Daniel Capítulo 2:13-23. Deus Revela o Sonho a Daniel e ele Louva ao Senhor.
Daniel Capítulo 2: 24-26. Daniel intercede Pelos Magos de Babilônia.
Daniel Capítulo 2:27-36. Daniel Revela o Sonho ao Rei.
Daniel Capítulo 2: 37-45. Daniel Interpreta o Sonho do Rei.
Daniel Capítulo 2: 46-49. O Rei Reconhece o Deus Verdadeiro e Daniel é Exaltado em Babilônia.
Sinopse do Capítulo 2
Nesse Capítulo vamos encontrar a história mundial em uma grande estátua composta de diferentes
metais que representam diferentes impérios. A profecia foi dada não a Daniel, mas a Nabucodonosor. Deus
no capítulo 2 pretende desmascarar o sistema de adoração de Babilônia assim como desmascarou a falsa
educação no Capítulo 1.
Para o homem é impossível fazer uma construção de cima para baixo, porém para Deus isto é
possível. Neste capítulo vemos Deus delineando a história mundial em uma estátua de cima para baixo. A
começar pela cabeça. A estátua foi construída aos poucos ao longo dos séculos.
Comentário do Capítulo 2
Daniel Capítulo 2:1-2. O Sonho de Nabucodonosor
“E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor” verso 1
Na primeira parte do verso, temos uma aparente contradição. Este capítulo relata que o rei teve um
sonho e Daniel interpretou o sonho que ele tivera. Porém, o rei teve o sonho no ano segundo de seu
reinado, quando Daniel já tinha passado pelos três anos de treinamento Daniel 1: 5. Contudo, essa
aparente desarmonia pode ser facilmente compreendida à luz do que já estudamos no capítulo um.
Daniel ao relatar este acontecimento, usou o ano oficial do reinado de Nabucodonosor, 604 a.C. e
não o ano de ascensão que foi 605 a.C. Assim, concluímos que o ano segundo de Nabucodonosor foi
o ano 602 a.C.
“Logo depois que Daniel e seus companheiros entraram no serviço do rei de Babilônia, ocorreram
acontecimentos que revelaram a uma nação idólatra o poder e a fidelidade do Deus de Israel”. Profetas e Reis
491.
“teve sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se lhe o sono.” Verso 1
A preocupação que se apoderou de Nabucodonosor, era pertinente ao futuro de Babilônia. Quando o
Profeta foi revelar-lhe o sonho, mencionou o que o rei estava pensando antes de dormir Daniel 2: 29.
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Nabucodonosor estava tornando Babilônia uma potência mundial e ele não aceitava o pensamento de
que um dia ela pudesse deixar de existir. Este foi o resultado de sua frustração de espírito.
Contudo, A pergunta a ser feita é: Por que Deus deu a um rei pagão uma visão tão importante?
Seguem algumas possíveis respostas: I. Deus tornou conhecido o que o rei ansiava saber Daniel 2: 29;
II. Deus quis deixar bem claro a ineficiência dos Babilônios e seus deuses. Deixando evidente que somente Ele,
cuja habitação não é com os homens, poderia revelar o que estava oculto (o sonho);
III. Deus lançou por terra o sistema educacional e religioso de Babilônia;
IV. Deus identificou o Seu povo diante dos homens. Quando o sonho foi revelado, Daniel ficou conhecido como
aquele que adorava um Deus soberano;
V. Deus revelou para Seu povo, em todas as gerações futuras, os acontecimentos finais, que iriam suceder nos
últimos dias Daniel 2: 29.
“Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus,” verso 2
Os reis gozavam de muitos privilégios e um destes era ter uma equipe de homens especializados em
todos os ramos relacionados às ciências da época, hoje conhecido como “espiritismo”. Algo
semelhante aconteceu quando faraó esteve à frente de Moisés e Arão e houve a necessidade de
convocar os magos do Egito. Êxodo 7: 11.
Daniel e seus amigos não foram convocados diante do rei para participar desses acontecimentos, esta
é uma peculiaridade do grande Deus; sempre deixa o melhor para o final. Vemos isto nas bodas de
Caná, João 2: 10; e na última geração de fieis Hebreus: 11: 40, etc. Deus deixaria a situação chegar
ao extremo e então agiria, pois é no limite dos homens que Deus atua.
“Magos”
Chefes dos magos. Praticavam ritos supersticiosos para prever o futuro.
“Astrólogos”
Tem raiz na palavra “ashipu” = exorcista. Estudavam as estrelas para prever o futuro.
“Encantadores”
Professavam ser capazes de produzir encantamentos. Comunicavam-se com os mortos.
“Caldeus”
Classe de eruditos na corte de Babilônia. Os melhores astrônomos da época, igualmente hábeis
em outras ciências exatas. Incluíam mágica e astrologia em suas atividades.
Adivinhação, mágica, exorcismo e astrologia eram praticados por homens de grande conhecimento
científico.
“Supõe-se lisonjeiramente que as superstições pagãs tenham desaparecido diante da civilização do século vinte. Mas a Palavra de Deus e o severo testemunho dos fatos declaram que a feitiçaria é praticada neste século tanto quanto o foi nos
velhos tempos da magia. O antigo sistema de magia é, na realidade, o mesmo agora conhecido como moderno espiritismo.”
Os Atos dos Apóstolos, pág. 289.
Daniel Capítulo 2: 3-12. A Ineficiência dos deuses Babilônicos e o Decreto de Morte
“E o rei lhes disse: Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito.” Verso 3
Antes de fazer o absurdo pedido aos seus servos o rei deixa claro que: Aquele sonho era muito
importante, pois ele estava perturbando-o.
“Mas embora a mente do rei estivesse profundamente impressionada, foi-lhe impossível, quando despertou,
recordar as particularidades.” Profetas e Reis 491.
“E os caldeus disseram ao rei em aramaico” verso 4
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As famílias reais e a classe governamental do império Babilônico eram caldeias, e, por conseguinte
falavam em aramaico ou siríaco. (Este idioma seria como o inglês hoje).
O livro de Daniel foi escrito em dois idiomas. Do capítulo 2: 4 a 7: 28 foram escritos em aramaico,
ou siríaco, a língua dos caldeus. Já os capítulos 1: 1 até o 2: 3, e do capitulo 8: 1 a 12: 13 foram
escritos em hebraico, a língua materna dos judeus.
“Ó rei, vive eternamente!” verso 4
Qual era o propósito dos magos e astrólogos ao elogiarem o rei? Não passava de um funesto plano
para enganá-lo. Eles pretendiam dar uma interpretação que lhes fosse favorável, mesmo em
detrimento do real sentido do sonho. Entretanto o rei sabia que eles tinham o propósito de enganá-lo,
como é visto no verso nove.
“O assunto me tem escapado” verso 5
Quem deu o sonho ao rei? Deus. E porque Ele mesmo o fez ter amnésia? Foi para mostrar a
falibilidade do seu sistema de adoração. Os seus deuses não puderam lhe revelar o sonho.
O rei pede algo que aos olhos humanos é sem nexo. Não obstante, o texto pode ser interpretado da
seguinte forma: Na verdade o rei lembrava-se de partes do sonho, mas temeu ser enganado e em
função disso não colaborou com nenhuma informação aos seus servos. Se eles eram capazes de
interpretar o sonho, porque não poderiam descobrir o sonho sem lhes revelar detalhes?
“embora a mente do rei estivesse profundamente impressionada, foi-lhe impossível, quando despertou, recordar as
particularidades.” Profetas e Reis 491.
“sereis despedaçados” verso 5
Exigindo isto dos magos e astrólogos, toda a falibilidade deles ficaria patente aos olhos do rei e
conseguintemente seriam castigados, e literalmente feitos em pedaços pela remoção dos seus
membros e até mesmo os familiares deles sofreriam terríveis punições.
“e vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande
honra” verso 6
Era um costume comum entre os povos pagãos da antiguidade, oferecer recompensas por
empreendimentos bem-sucedidos, por isso que lhes foi prometido a devida retribuição. Porém, diante
desses homens duas portas foram abertas: uma terrível morte e ou recompensas e reconhecimentos
temporais.
Situação semelhante José, filho de Jacó, enfrentou no Egito. Faraó teve um sonho e o seu espírito
perturbou-se, Gênesis 41: 8. Então os magos foram chamados perante a realeza, no entanto não
puderam interpretar o sonho. Sendo assim, José foi levado à presença do rei , o qual lhe revelou o
sonho e consequentemente foi proclamado sub rei de todas as províncias do Egito. Gênesis 41: 38-
44.
“Responderam segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação.”
verso 7
O temor começou a tomar conta dos magos e astrólogos, pois sabiam que o rei não estava brincando,
e não os pouparia visto que, a intolerância é uma insígnia peculiar de Babilônia, e estes homens
conheciam muito bem, sabiam que o seu tempo estava esgotando-se.
Deus estava quebrantando o coração do rei, Ele estava prestes a revelar o real caráter dos deuses de
Babilônia e conseguintemente exaltar o caráter do Deus verdadeiro. Assim, ficaria claro aos olhos de
Nabucodonosor, a ineficiência e falibilidade dos seus magos e astrólogos e as suas intenções de
enganá-lo assim como a fragilidade de todo seu sistema pagão de adoração.
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“O rei sabia que, se eles podiam realmente dar a interpretação poderiam contar o sonho também. O Senhor havia, em Sua
providência, dado o sonho a Nabucodonosor e feito com que se esquecesse dos pormenores, ao passo que a terrível impressão lhe ficara na mente, a fim de desmascarar as pretensões dos sábios de Babilônia.”. Santificação 34.
“Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo” verso 8
O rei sem mais demora declara aos seus sábios que ele não seria enganado por palavras de lisonjeio.
Ele percebeu que era plano dos seus servos ganharem tempo para solucionar o problema que diante
deles estava.
Por que Deus não permitiu que Nabucodonosor se lembrasse do sonho?
Para criar um sentimento de expectativa que tornaria o rei ansioso para ouvir a interpretação.
Para expor a falibilidade do sistema religioso de Babilônia.
Para exaltar o Seu servo (Daniel), que O exaltaria.
“pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença” verso 9
O rei relembra aos magos a sentença pronunciada no verso cinco e deixa claro que ele sabia dos
planos deles de enganá-lo quando disse: “pois vós preparastes”. Assim ele jogou por terra o objetivo
deles.
Ao perceberem que o rei não seria facilmente enganado, grande temor se apoderou dos servos. Pois
aquela atitude de lisonja do verso quatro para com Nabucodonosor e a atitude questionadora do rei,
nos versos cinco a nove, nos leva a entender que eles haviam utilizado esse estratagema outras vezes,
visto que assistiam diariamente diante do trono real. O rei desconfiado exigiu sob pena de morte a
interpretação do sonho.
“Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei” verso 10
No capítulo um de Daniel, a falsa adoração prevalecia, com a retirada dos utensílios da casa do
Senhor e sendo colocados na casa dos deuses de Babilônia. Daniel 1: 2. No entanto, no capítulo dois,
uma significativa mudança ocorre. Os líderes religiosos de Babilônia juntamente com seus deuses
são humilhados e o Deus de Daniel começa a ser reconhecido. ALELUIAS. Jeová está preparando o
caminho para jogar por terra o falso sistema de adoração e por conseguinte, demonstrar o poder do
verdadeiro.
“nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou
caldeu.” Verso 10
Os intérpretes são levados a dizer que o pedido do rei foi demasiado insano, pois quem haveria de
satisfazer tal exigência? Por que eles não puderam interpretar o sonho? Eles só podiam interpretar o que
Satanás lhes revelava. Esse sonho foi dado a Nabucodonosor por Deus e era desconhecido ao próprio
Satanás, pois ele não pode penetrar os pensamentos humanos.
“ninguém há que o possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.” Verso 11
Os adivinhos reconhecem a inutilidade dos seus deuses e exaltam a um deus desconhecido, cuja
morada não era com os homens. Sabemos que este Deus é o grande EU SOU.
Quando Paulo esteve a disputar com os atenienses, ele disse que o deus desconhecido, a quem eles
adoravam, era o Deus que ele anunciava. Atos 17: 23.
“Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia.” Verso
12
Os sábios a quem foi ordenado morrer, eram senão a classe mais alta de todo reino Babilônico, no
entanto a tirania do rei era grande, a ponto de matar os seus mais instruídos e capazes servos, pois
parte destes haviam sido instruídos na própria babilônia, assim como Daniel.
“Este tipo de ação é o que podemos esperar de homens com alta autoridade que são controlados por paixões não santificadas.” The Youth's Instructor, 22-11-1894. Ellen G. White.
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Daniel Capítulo 2:13-23. Deus Revela o Sonha a Daniel e ele Louva ao Senhor
“buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.” Verso 13
Esta é a primeira vez que Daniel é mencionado neste capítulo. Não obstante ele e os seus amigos não
compareceram diante do rei, quando se solicitou que todos os sábios deveriam fazê-lo. É provável
que por serem recém-formados, não eram considerados capacitados para algo que era tido com tão
grande relevância, por mais que fossem doutos, ainda eram iniciantes. Contudo, uma coisa ficou
clara, Daniel e os seus amigos no segundo ano de Nabucodonosor, haviam concluído o período de
preparação. Daniel 1: 5.
“Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque” Verso 14-15
As palavras de Daniel revelam-nos a inexorável confiança que ele depositava em Deus, achava-se
diante da morte, no entanto a sua resoluta calma e segurança no poder divino sobrepôs todo o temor.
Ester quando soube da trama de Hamã contra os judeus, de forma prudente e com muita
sabedoria, reverteu a situação e o povo foi poupado da morte. Ester Capítulo 5.
Quando nossa vida está sendo dirigida por Deus, nem a fome, nem a doença, nem mesmo a
morte, tem poder para nos fazer perder o controle.
A fé de Paulo, não oscilava mesmo diante das grandes provas pelas quais ele passava. Atos
21: 9-13; II Timóteo 4: 8-9 e Romanos 8: 35-36.
“Por que se apressa tanto o decreto da parte do rei?” Verso 14-15
A urgência do rei revela-nos que ele estava sequioso de vingança. Passou-lhe a calma e ficara
exposto o seu caráter, que é a insígnia do seu reino: A intolerância.
“E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo” Verso 16-17
Vemos a mão de Deus conduzindo, pois, a esta altura dos acontecimentos, o que o rei não dispunha
era de mais tempo. Apesar disso, o tempo foi concedido a Daniel. Todavia, o requerimento de Daniel
foi diferente do pedido dos sábios, que tiveram a início na presença do rei. Ele pediu que lhe fosse
concedido tempo e seria dada a interpretação. Daniel demonstrou fé em Deus. Ele não sabia o sonho, mas acreditou que Deus o responderia.
Fé semelhante vemos Elias exercendo. Ele ainda não havia avistado a chuva, mas disse a Acabe que
ela estava a caminho. I Reis 18: 41-46.
“Daniel se arriscou a entrar na presença do rei a fim de lhe implorar que concedesse tempo para revelar o sonho e a
interpretação.” Santificação 35
“Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a... seus companheiros” Verso 16-17
Fica explícito neste verso que os amigos de Daniel, não estavam informados quanto aos últimos
acontecimentos no tocante a execução do plano idealizado pelo rei, de matar todos os sábios de
Babilônia.
“Eu quisera gravar nos jovens o fato de que o Deus de Daniel é o seu Deus, deles próprios, e seja qual for a dificuldade que
se levante façam o que fez Daniel, pedir "misericórdia ao Deus do Céu". The Youth's Instructor, 22/11/1894. Ellen G.
White.
“Deus não faltará a Sua igreja na hora do maior perigo. Ele prometeu livramento. Profetas e Reis, pág. 538.
“Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu” Verso 18-20
Os jovens foram unânimes em orações e súplicas. Teriam que alcançar a misericórdia de Deus e por
fim receberem a interpretação do sonho, da qual, as suas vidas dependiam. Entretanto, Deus
cooperava com eles, pois se mantiveram fiéis a Ele.
“foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” Verso 18-20
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Todos os jovens empenharam-se em súplica a Deus; todavia a Daniel foi dada a revelação do sonho.
Então ele levantou a voz em oração ao Senhor, e O adorou. Essa dádiva, o dom dos sonhos e visões,
ele recebera do próprio Deus. “mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos.” Daniel
1:17.
“Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade” Verso 18-20
Quando o profeta exalta o nome de Deus, o que está sendo exaltando é o Seu caráter, pois, na bíblia
caráter representa o nome; Gênesis 32: 27-28; Êxodo 34: 5-7.
Dos versos 23 a 24, temos a oração de Daniel em agradecimento a revelação recebida de Deus.
“ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis”. Verso 21-23
A palavra tempos, refere-se a tempos proféticos, e o estabelecimento e a remoção de reis seriam a
revelação da própria estátua, onde reinos surgiriam e cairiam.
Daniel enfatiza a onipotência de Deus, sendo Ele o único que pode reger o universo com suas
peculiaridades. Reis são entronizados e removidos por Ele; dEle emana a sabedoria e conhecimento,
as quais são divididas entre os homens, segundo a Sua vontade.
“Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.” Verso 21-23
Nada está oculto aos olhos de Deus, para Ele, luz e trevas é a mesma coisa; Salmo 139: 12; o Seu
trono está sob uma luz incessível aos homens; I Timóteo 6: 16.
“e agora me fizeste saber o que te pedimos” Verso 21-23
Embora seja Daniel quem foi escolhido para receber a revelação, ele não reteve para si os méritos,
mas, envolveu também os seus amigos, os quais com ele buscaram em orações e súplicas juntos.
Vemos que a humildade e hombridade, são insígnias que Daniel portava.
Deus revelou o sonho aos jovens porque eles eram fiéis. “E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a
receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista. I
João 3: 22.
Daniel Capítulo 2: 24-26. Daniel intercede Pelos Magos de Babilônia
“Não mates os sábios de Babilônia” Verso 24
A primeira ação de Daniel foi ir ao executor dos sábios, para interceder por eles, com esta atitude
Daniel revela o caráter de Cristo, que intercede pelos pecadores.
Os ímpios não sabem o quanto são abençoados por causa dos justos. Entre muitos exemplos que
temos nas escrituras, atemo-nos ao de Paulo, quando este sofreu um naufrágio com muitos outros
homens que eram ímpios. Todos foram poupados em resultado à justa vida do Apóstolo Atos 27: 23-
24.
Fazer o bem aos que nos fazem o bem pode ser fácil, mas fazer o bem aos que querem nos fazer mal,
só tendo o caráter de Jesus, DTN 760, Abigail demonstrou tal caráter. I Samuel 25. Romanos 12:
21.
“Mesmo os pecadores cujo coração não se ache inteiramente cerrado ao Espírito de Deus, corresponderão à bondade; conquanto
devolvam ódio por ódio, darão também amor por amor. É, porém, unicamente o Espírito de Deus que dá amor em troca de ódio. Ser bondoso para o ingrato e o mau, fazer o bem sem esperar retribuição, é a insígnia da realeza celeste, o sinal certo pelo qual os filhos do
Altíssimo revelam sua elevada condição.” MDC 75
“Daniel demonstrou a mais perfeita cortesia, tanto para com os mais idosos como para com a juventude. Permaneceu como uma
testemunha de Deus, e procurou tomar tal atitude que não se precisasse envergonhar por lhe ter o Céu ouvido as palavras ou contemplado as obras”. Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 263.
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“Então Arioque, ... disse-lhe assim: Achei um homem dentre os cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a
interpretação.” Verso 25-27
Fica notório o contraste entre o caráter de Daniel no verso 23 e o de Arioque no 25. Enquanto Daniel
unificou-se com os seus amigos a respeito da revelação dada por Deus; Arioque projetou-se para
receber todo o mérito como tendo solucionado o problema.
“Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação?” Verso 25-27
Estando o jovem profeta, agora com dezoito anos, diante do rei, foram lhes ditas as seguintes
palavras: “Podes tu fazer-me saber o sonho”. Neste momento Daniel teve a áurea oportunidade de
exaltar-se a si próprio simplesmente dizendo: sim. Porém esta não foi a atitude deste humilde servo
de Deus.
Daniel Capítulo 2:27-36. Daniel Revela o Sonho ao Rei
“O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao
rei;” Verso 25-27
A resposta que Nabucodonosor esperava sem dúvida seria outra. Daniel foi sincero ao tornar o rei
ciente de que nenhum sábio, por mais aplicado que fosse não seria capaz de dar-lhe a interpretação.
Nem o mais perscrutador da astrologia ou um assíduo estudioso das ciências da época poderia fazê-
lo.
No momento da crise, onde Deus precisava ser vindicado, Ele pôde contar com Daniel e hoje, Ele
pode contar com você?
“Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de
acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes:” Verso
28
A mente do rei é projetada para o Deus de Israel, sendo Ele o revelador do sonho do rei. Pois a
revelação pertence a Ele. Quando José estava diante do padeiro e copeiro de Faraó na prisão, ambos
tiveram sonhos, e pediram a José que interpretasse; Porém José disse que a interpretação pertencia a
Deus e que Ele lhes daria o significado do sonho; Gênesis 40: 8.
A mesma atitude humilde de Daniel revela-se na vida de José, quando este esteve diante de Faraó
para revelar-lhe um sonho. José direcionou toda honra e reconhecimento para Deus; Gênesis 41: 16.
“O rei estava em grande aflição no meio de todas as suas riquezas e glória; mas o jovem exilado permanecia calmo e feliz
em seu Deus. Mais do que nunca, esse poderia ter sido o tempo para Daniel exaltar-se, para tornar preeminente sua própria bondade e superior sabedoria. Mas seu primeiro esforço foi declarar sua despretensão a todas as honras e exaltar a Deus
como a fonte da sabedoria.” Santificação, págs. 35-36.
“acerca do que há de ser depois disto” Verso 29
O rei tinha sido privilegiado com uma visão que cobriria grande parte da história universal. A partir
do seu reinado até a aniquilação final dos ímpios após a descida da nova Jerusalém, pois ela será o
monte que encherá toda terra. Apocalipse 21: 1-2.
“E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes”
Verso 30
Esta é a primeira vez neste capítulo, que Daniel diz ter recebido a revelação do sonho do rei, mesmo
assim, ele não se considerou melhor ou superior a outrem.
Ao longo deste comentário ficará claro que Deus quis revelar para Nabucodonosor, que Babilônia
não seria eterna.
Do verso 31 em diante, Daniel começa a revelar o sonho ao rei.
Seminário de Daniel
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“A cabeça daquela estátua era de ouro fino” Verso 31-33
Babilônia. 605 aC. 539 aC.
“seu peito e os seus braços de prata” Verso 31-33
Medo Pérsia. 539 aC. 331 aC.
“seu ventre e as suas coxas de cobre;” Verso 31-33
Grécia. 331 aC. 168 aC.
“As pernas de ferro” Verso 31-33
Roma Imperial. 168 aC. 538 dC.
“seus pés em parte de ferro e em parte de barro” Verso 31-33
Roma Papal 538 dC 1798 dC,
Estando diante do rei, Daniel despertara a mente dele quanto aos detalhes do sonho, descrevendo um
quadro geral da estátua antes de entrar na interpretação propriamente dita.
“a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.” Verso 34
Ao lermos o verso 34, veremos que Deus utiliza mais tempo para descrever os acontecimentos
pertinentes à pedra, que é cortada sem auxílio de mãos, do que os reinos anteriores, mencionados nos
versos 32 e 33. De modo que, cinco reinos são descritos em dois versos, ao passo que se utiliza um
versículo para descrever a destruição da estátua pela ação da pedra. Logo, somos levados a concluir
que a parte mais importante do sonho seria a pedra e o que a ela diz respeito.
Todos os reinos que são representados nesta estátua serão destruídos até a segunda vinda de Jesus, o
último deles será por ocasião da vinda de Cristo. No entanto, ao longo da história desde o início do
império Neobabilônico, o primeiro reino representado na imagem, até Roma Papal, o ultimo reino,
todos seriam abatidos uma primeira vez; entretanto não seria uma aniquilação total como se segue no
verso 35.
“uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão” Verso 34
A pedra que foi cortada sem auxílio de mãos, refere-se à segunda vinda de Cristo.
Daniel 2:35
Unindo o verso 34 e 35, veremos que ele pode ser interpretado de duas formas.
Primeira: A destruição dos pés de barro e ferro, mencionando no verso 34, e a destruição de todos os
elementos da estátua mencionado no verso 35, acontece no mesmo tempo, isto é, na segunda vinda
de Jesus. Uma vez que segundo Apocalipse 13:2, onde temos uma besta, que representa os pés da
estátua, com caracteres dos reinos anteriores, assim quando os pés forem destruídos, os outros reinos,
indiretamente serão destruídos juntos, uma vez que o último reino assimilou as características deles.
Segunda: A primeira palavra deste verso é “Então”; esta palavra nos mostra que algo vai acontecer
depois que a pedra fere os pés. Se compreendermos de forma clara o verso 34, onde a pedra destrói
os pés, isto na segunda vinda de Cristo; e por conseguinte, fizermos a correta interpretação do verso
35; onde vemos que todos os reinos representados pela estátua serão destruídos ao mesmo tempo
inclusive os pés, podemos entender que estamos falando da destruição final, depois do milênio,
sendo assim, teríamos um hiato de mil anos entre o verso 34 e o 35. Pois, depois do milênio estes
reinos estarão todos juntos ao mesmo tempo, visto que até a segunda vinda de Jesus eles estarão
separados um dos outros por milênios de distância.
Outro detalhe, é que o verso 35 diz que eles seriam eliminados para sempre, e sabemos que isso não
acontece na segunda vinda de Jesus, senão na terceira. “os quais se fizeram como pragana das eiras
do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles” verso 35. Quando o texto diz que
Seminário de Daniel
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não se achou lugar para eles, referindo-se aos reinos; é por que eles serão completamente
aniquilados, jamais tornarão a existir. E a expressão “poeira do estio” refere-se à aniquilação total,
completa, e isto ocorre na terceira vinda.
“mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.” verso 35
A pedra tornando-se um grande monte e enchendo toda a terra; é o estabelecimento do reino de Deus
neste mundo. Quando o reino de Deus será estabelecido neste mundo, restaurando assim todas as
coisas? Na segunda ou terceira vinda de Jesus? Obviamente que será na terceira.
“Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei.” Verso 36
Daniel descreve todo o sonho que tivera o rei antes de trazer a interpretação do mesmo. Este verso
revela-nos o nobre caráter de Daniel. Quando ele disse: “diremos” notem que está no plural, ele
possivelmente estaria referindo-se a seus amigos, que estavam fazendo parte deste drama ou a Deus
O qual tivera dado ao jovem a interpretação, no entanto, as duas interpretações revelam-nos a
humildade deste jovem.
Daniel Capítulo 2: 37-45. Daniel Interpreta o Sonho do Rei Para o Rei
“tu és a cabeça de ouro” verso 37-38
Depois de ter relembrado todo o sonho ao rei, Daniel começa a dar a interpretação.
O reino da Babilônia não foi considerado o reino representado na estátua pela parte do ouro por mera
coincidência. Este reino era conhecido pelo seu luxo, riqueza, poder e magnificência. O próprio Deus
o chama de copo de ouro em Jeremias 51: 7.
A cabeça de ouro representa o reino da Babilônia, não somente Nabucodonosor. Este reino vigorou
deste de 605-539 a.C. Lembre-se: um homem reinou após o outro no mesmo reino. Naquele
momento Nabucodonosor representou Babilônia porque ele era o rei atuante, o mesmo segue com os
outros reinados.
A cidade de Babilônia era parte do reino fundado por Ninrode, bisneto de Noé Gênesis. 10:8-10. O
império Neo-babilônico foi fundado por Nabopolassar 626-605 a.C., pai de Nabudonosor 605-562
a.C.
“depois de ti se levantará outro reino” verso 39
Neste momento ficou evidente para Nabucodonosor que seu pretencioso desejo, de tornar Babilônia
eterna, não seria realizado, pois viria outro reino após o seu.
Daniel começa a remover o véu do futuro para o rei pagão. O profeta disse: “depois de ti se levantará
outro reino”. O próprio livro de Daniel revela-nos quem seria este segundo reino que levantar-se-ia
depois de Babilônia. O Capítulo 5 de Daniel, registra a queda do Império babilônico, por parte dos
Medos e Persas, tendo como rei Dario; Daniel 9: 1, e seu sobrinho Ciro. Daniel 6: 28; isto no ano da
539 aC. Daniel 5: 30-31. Acerca deste reino havia profetizado Isaias cerca de 160 anos antes da
queda de Babilônia. O profeta relata que este reino seria inferior a Babilônia. Todavia, o reino Medo
chegou a superá-la em expansão territorial, porém não superou o luxo e a ostentação; assim somos
levados a crer, que a inferioridade deste reino, não seria em diâmetro, mas sim em riquezas. Este
segundo reino, dominou de 539-331 aC.
Seminário de Daniel
10 IAGE Silverino Kull
Este reino, incluía o antigo império Medo e as novas aquisições do conquistador Persa Ciro, que veio
a se tornar o rei da nação. Sob sua permissão Dário o Medo foi constituído rei sobre Babilônia
Daniel 9:1.
“e um terceiro reino, de bronze, o qual dominará sobre toda a terra.” verso 39
O profeta menciona um terceiro reino. Este reino seria a Grécia, tal como vemos em Daniel 8: 20-21.
O Capítulo oito de Daniel revela-nos a batalha titânica entre a Medo Pérsia e Grécia, na famosa
batalha de Arbelas em 331 aC., onde Alexandre o Grande liderou os gregos à vitória. Sob a liderança
deste rei, o Império Grego-Macedônico, tornou-se senhor de grande parte do mundo. Sua influência
pode ser sentida até os dias de hoje; este reino disseminou filosofias e conceitos que tem atravessado
os séculos. O reino da Grécia dominou de 331-168 aC.
Os soldados Gregos eram notados por suas armaduras de bronze. Seus capacetes, escudos e
machados de guerra eram feitos de bronze. O historiador Herodotus nos diz que Psamtik I do Egito
chama piratas Gregos invasores de “homens de bronze vindos do mar” (Herodotus i. 152, 154).
“o quarto reino será forte como ferro” verso 40
Sem dúvida que o profeta está referindo-se a Roma Imperial. De todos os reinos que são
representados na estátua, nenhum foi tão perseguidor como o Império Romano. Contudo, alguns
estudiosos deste capítulo, levantam dúvidas quanto a identidade do reino de ferro, se ele foi ou não o
terrível Império Romano.
A própria Bíblia revela-nos de fato quem foi este reino. Analisaremos alguns textos nos quais se verá
a influência de Roma Imperial em todo escopo escriturístico.
1. Em Gênesis 3: 15, podemos ver a descrição do quarto reino muitos séculos antes dele existir.
Aqui temos uma mulher, que em profecia é igreja, e uma semente, que seria Cristo. Aqui temos
descrito a crucifixão de Cristo. A pergunta que deveria vir à nossa mente seria: Qual nação
satanás utilizou para apoiar os planos dos judeus para matar Jesus? Não foi Pilatos e Herodes,
líderes romanos. Portanto, podemos ver que o quarto reino seria um instrumento preponderante
para a eliminação da vida de Cristo e, por conseguinte a perseguição dos discípulos.
2. Já em Deuteronômio 28: 48-53, temos uma história muito conhecida, as bênçãos e maldições.
Conquanto não existisse este reino, Moises escrevera acerca dele. Este é um capítulo profético, e
está profetizando a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Qual reino foi o executor deste juízo
sobre Jerusalém? Não seria Tito, um general Romano? Daniel 8: 23 e Deuteronômio 28: 50.
3. Lucas revela-nos um poder que era mundial, um reino que tinha autoridade em todo o mundo.
Este reino era Roma Imperial. Lucas 2: 1. No recenseamento, todas as pessoas deveriam alistar-
se, isto forçadamente por um decreto expedido por um imperador romano, César Augusto.
4. Foi durante uma terrível fome nos dias dos discípulos, que identificamos outro líder romano, por
nome Cláudio César, que tinha poder sobre toda a terra. Atos 11: 28.
5. Quando Paulo e Silas estavam em sua segunda viagem, 49-52 dC., eles tiveram uma experiência
muito desagradável em Tessalônica, uma cidade da Macedônia região da Grécia. Os judeus
reuniram um grupo de desordeiros e excitaram a cidade contra Paulo e Silas, porquanto diziam
que eles estavam contradizendo os decretos de César, e que havia outro rei, “este Jesus”. Atos
17: 5-7. Não obstante, não era César imperador Romano? Porque haveriam decretos seu em
vigência em regiões Gregas.
6. O Apóstolo João descreve uma cena intrigante. Uma mulher que estava preste a dar à luz, e um
dragão, querendo devorar a criança quando nascesse, Apocalipse 12: 1-5. A criança que haveria
de nascer seria Cristo, de modo que, quando o menino nascesse era plano de Satanás eliminá-Lo
ainda bebê, pois bem sabia satanás a obra que aquela indefesa criança deveria de fazer. Qual
nação foi usada por ele para tentar executar tal plano? Roma Imperial, através de Herodes.
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11 IAGE Silverino Kull
Grande Conflito 438. Ele mandou matar todos os bebes de dois anos para baixo, tentando assim,
eliminar o salvador ainda criança. Mateus 2: 16.
Dos quatro reinos descritos neste capítulo, foi dedicado um verso inteiro para descrever Roma
Imperial. Deus queria que ficasse claro quem seria este reino, sua importância na profecia. Se
olharmos para estes impérios com uma visão panorâmica, ficará evidente que de todos estes, o mais
cruel e avassalador foi Roma Imperial, em seus dois estágios; Roma Pagã e Papal.
“quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro” verso 41
Notemos que esse barro é de boa qualidade, especial.
Agora é mencionado um quinto reino. Inquestionavelmente, esse representa Roma em sua segunda
faze, a Papal, que é representado em Daniel 7 por um pequeno chifre e em apocalipse 13 por uma
terrível besta.
“será um reino dividido” verso 41
Essa divisão não se refere à separação de pés e dedos, mas sim de ferro e barro. Ou seja, a igreja e o
Estado nunca se unem por comungar do mesmos pensamentos, mas sim por terem interesses em
comum. Podemos destacar como exemplo a união que houve entre os judeus e Roma, para matarem
Jesus.
“em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro” verso 41
Este reino é constituído de uma mescla de barro e ferro, isto mostra que ele tem duas essências
singulares e antagônicas, pois sabemos que barro e ferro não se fundem. O que representa o barro e o
ferro em Daniel 2?
Ferro
Força estatal de Roma (v. 40). Em Romanos 13:4, Paulo fala sobre o poder do estado, e diz
que ele é portador da espada da justiça. Sabemos que neste período a espada era feita de ferro.
Sendo assim, o ferro representa o Estado, poder político.
Barro de oleiro:
Repetidas vezes, as escrituras chamam o homem de barro. Gênesis 2:7, Jó 10:9; 33;6. E
chama a igreja de Deus de Barro. Isaias 64:8, Jeremias 18:1-6.
“A mistura da religião com a política é representada pelo ferro e pelo barro. Esta união está enfraquecendo o poder das
igrejas”. (MS 63, 1899).” 4 BC 1168.8.
“A mistura da Igreja com o Estado é representada pelo barro e o ferro. Essa união está derrubando o poder da Igreja. Pois dando para a Igreja o poder que pertence ao Estado, vai trazer resultados terríveis. Pois a Igreja tem investido suas forças na
política.” Manuscritos n° 63, página 1899.
“ferro misturado com barro de lodo.” verso 41
Olhando para o início do verso, vemos um barro bom, “barro de oleiro”, mas agora vemos barro de
lodo. O que aconteceu com o barro de oleiro que era bom? Sabemos que o barro representa a igreja,
uma vez que se uniu ao Estado, ela se apostatou, tornando-se barro de lodo. Salmo 40:2, Isaias
57:20.
“E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será
forte, e por outra será frágil.” Verso 42
Aqui temos de forma bem definida a menção aos dedos da estátua. O interessante é que os dedos são
chamados de reino, isto mostra que os pés, e os dedos, são reconhecidos separados, os pés um reino e
os dedos outro reino, somando um sexto reino neste Capítulo.
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Tradicionalmente, a IASD interpreta estes dedos como sendo as dez divisões de Roma Imperial.
Roma sofreu várias invertidas de tribos barbaras vindas do Norte a partir de 352 dC., depois que
Constantino mudou a cede de do Império do Ocidente para o Oriente, em 331 dC., deixando assim a
porta aberta para estas incursões. As invasões começaram em 352 dC., estendendo-se até 476 dC.
quando o Império na parte Ocidental estava completamente conquistado e divido entre dez tribos.
Seguem os nomes.
1. Francos – França: 352 dC
2. Alamanos- Alemanha: 352 dC.
3. Suevos- Portugal: 406 dC.
4. Burgúndios- Suíça. 406 dC
5. Vândalos- 406 dC. Eliminados em 534 dC.
6. Visigodos- Espanha: 408 dC
7. Anglo-Saxões- Inglaterra: 449 dC.
8. Lombardos- Itália: 453 dC.
9. Ostrogodos-453 dC. Eliminados em 538 dC.
10. Hérulos-476 dC. Eliminados em 493.
Quando olhamos para Daniel 7, veremos que estas tribos surgem do quarto animal, ou seja, de Roma
Imperial. Trazendo o mesmo raciocínio para Daniel 2, interpreta-se que estes dez dedos, só podem
representar os dez chifres de Daniel 7: 7.
Será que estes dedos realmente representam os dez cifres? Passemos a analisar.
1. Os dez chifres, surgem como resultado da divisão de Roma Imperial, e não de Roma Papal,
pois os dedos estão anatomicamente depois de Roma Papal e não Imperial, colocando-os
assim, para além de 1798 dC.
2. Eles são o produto do quarto reino, de ferro, e não o de barro e ferro.
3. Os dedos da estátua serão destruídos por Cristo em Sua vinda, e não pelo Chifre pequeno,
como aconteceu com três dos dez chifres.
4. A pedra destrói pés e dedos, e em 538 dC., já não existia mais 10 chifres, senão 7.
5. Os dez chifres são poderes militares os dez dedos são políticos religiosos, ou seja, estão em
um período onde a igreja e o estado estão enamorados.
6. Atribuir aos dedos, a identidade dos chifres, estaríamos também, marcando a vinda de Cristo
para antes de 493 dC., pois é a pedra que destrói os pés, e neste ano o primeiro dos dez
chifres caíram.
7. Anatomicamente falando, os dedos representam o último reino que deverá estar em vigência,
antes do fim, ao passo que os dez chifres foram apresentados no quinto século.
8. Teríamos que fazer ginastica com a profecia, pois sairíamos de 1798 dC., e voltaríamos para
476 dC.
9. Se tentarmos harmonizar dedos e chifres, haveria grande conflito entre Daniel 2 e Daniel 7.
Pois desequilibraria a harmonia sucessiva de surgimento e queda de reinos existentes em
ambos.
10. Os 10 dedos são chamados de “reino” no singular, os dez chifres sabemos que foram dez
reinos distintos. Daniel 7:24.
Sendo assim, precisamos olhar para além dos pés da estátua, e vermos onde poderemos encontrar a
interpretação satisfatória para esses dedos.
Segundo o Apocalipse, nos últimos dias, dez reis estariam sobre um reino. Apocalipse 17:12. “E os
dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino. ” Estes reis, que reinam em um
reino, estarão unidos ao poder religioso. Apocalipse 17:12. “mas receberão poder como reis por uma
hora, juntamente com a besta.” Estes chifres representam sem dúvidas os dedos da estátua. Eles são
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a nova ordem mundial. Nosso mundo, foi divido pela ONU “Organização das Nações Unidas” em
dez blocos. Como disposto a seguir.
10 divisões mundiais – Site oficial da União Europeia.
1. América do Norte
2. América Central e Caribe
3. América do Sul
4. Europa Ocidental
5. Europa Oriental e Ásia Central
6. Mediterrâneo e Oriente Médio
7. África
8. Nordeste e Sul da Ásia
9. Sudeste da Ásia
10. Austrália e Pacífico
Esta visão, está mais em harmonia com o escopo profético que a visão anterior, que acredita serem os
chifres.
“misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro,” Verso 43
O verso diz que haveria uma união com semente humana, mas não ligar-se-iam completamente.
Quando vemos semente sendo mencionada na Bíblia, diz respeito a casamento, e é isso que temos
aqui, um casamento entre a igreja e o Estado, uma ralação de intimidade conjugal ilícita. Roma Papal
se enamorou com Estado em algum momento de sua história? A resposta é sim. Este poder desde seu
início, esteve em relação ilícita com o Estado. Em apocalipse o Revelador descreve amplamente a
relação da prostituta, referindo-se ao Papado, com os reis da terra. Apocalipse 17:1-2; 18:3 e 9,
Ezequiel 23:36-48.
O fato de eles não se ligarem, é porque o Estado e a igreja se copulam com interesses em comuns,
mas não com a mesma ideologia. Por exemplo: Quando os Fariseus e os Saduceus se uniram a Roma
Imperial para matar Cristo, eles se uniram com o Estado para um propósito em comum, mas não
estavam unidos em coração e mente. O mesmo acontecera, a igreja se unira ao Estado novamente, porém será para realizar seus propósitos satânicos.
“A mistura da Igreja com o Estado é representada pelo barro e o ferro. Essa união está derrubando o poder da Igreja. Pois dando
para a Igreja o poder que pertence ao Estado, vai trazer resultados terríveis. Pois a Igreja tem investido suas forças na política.”
Manuscritos n° 63, página 1899.
“Assim como como o ferro não se mistura com o barro”. Verso 43
Agora, interessante que esse barro e ferro, mencionado nessa parte do versículo, seria ferro e barro
literal, pois sabemos que em essência são distintos, e não podem se fundir.
“Mas, nos dias desses reis”. Verso 44
A mistura que haveria de acontecer mencionada par Daniel no verso 43, seria a união do poder
religioso com o poder civil, ou seja, o Estado. Além de podermos mencionar, que poderia ser
também “esses reis”, os pés e os dedos. Pois os pés de barro e ferro, representa o papado, e os dedos
a nova ordem mundial, e estarão juntos. Apocalipse 17:12.
O verso 44 deixa-nos claro que a pedra, que é cortada sem o auxílio de mãos seria no período destes
reinos. Então, quando a união da igreja e estado se concretizarem será estabelecido o reino de Deus
sendo, pois, esta pedra o Seu reino. Mateus 25: 31-34.
Apocalipse 17: 12 nos ajudara a compreender, porquanto este verso é uma magnificação de Daniel
2, especialmente os pés e os dedos. Antes de Cristo voltar a ferida mortal vai ter sido curada
completamente, a união da igreja com estado será completa, neste momento os pés de ferro e barro
vão estar formados e conseguintemente os dez dedos, pois é neste momento que a pedra á de distraí-
los. Esta pedra está sob o governo de Cristo, assim como Ele é eterno o Seu reino também seria
eterno. Lucas 1: 33. Este reino será estabelecido depois da aniquilação das forças das trevas. I
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Coríntios 15: 24. Do monte Sião projetar-se-á para todo o universo o poder e gloria deste reino,
eternamente. Miquéias 4: 7.
“cortada uma pedra, sem auxílio de mãos” Verso 45
A pedra cortada sem auxílio de mãos, será quem efetuara este extermínio, pois esta pedra foi
estabelecida pelo próprio Deus. Isaias 28: 16.
“ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro” verso 45
Este verso nos ajuda a entender os anteriores, pois, aqui temos cinco reinos, com uma clara
separação entre o barro e o ferro mostrando que embora unidos, representam duas coisas distintas.
Alguém pode perguntar: porque não se apresenta então os dedos como reino nessa parte do verso?
Notemos que não está fazendo referência aos reinos, senão aos materiais que os representam. Tanto
que o barro e o ferro são apresentados separados por vírgula.
Por que foi usada uma pedra para simbolizar o desterro final desses reinos? Conquanto representasse
a Cristo, a pedra também era símbolo de juízo. Todos os que cometessem determinada classe de
pecados, como adultério por exemplo, eram apedrejados, estes reinos rebelaram-se contra lei de
Deus, portanto deveriam receber tal juízo.
Daniel Capítulo 2: 46-49. O Rei Reconhece o Deus Verdadeiro e Daniel é Exaltado em Babilônia
“Então o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel” verso 46-49
Visto que este rei era pagão, esta seria a forma de reconhecer a sabedoria de Daniel, o adorando.
Continuando o reconhecimento para com o servo do Deus altíssimo, Nabucodonosor deu-lhe
presentes.
“Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e
revelador de mistérios” verso 46-49
Com tais palavras, o rei estava reconhecendo a ineficiência dos deuses babilônicos e seu sistema de
adoração. Nesse momento podemos dizer, que o alvo foi atingido, o plano de Deus foi coroado com
êxito. Deus pode contar com Daniel, e juntos desmascararam o falso sistema religioso de Babilônia.
Agora, o sistema de educação e o religioso desse reino, caiu.
“Então o rei engrandeceu a Daniel, ... e o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como
também o fez chefe dos governadores sobre todos os sábios de Babilônia.” verso 46-49
Conquanto fosse um jovem de dezoito anos, Testemunhos Para Igreja, Vol. 4, 570, Daniel se
tornou sobremaneira conhecido em Babilônia. O poder da influência não é limitado por cultura,
idade, instrução ou religião.
Alguém pode dizer: Daniel foi preparado para ser governante de sucesso. Mas e Jose, um simples
pastor de ovelhas e jovem a borda da roupa do pai? Ele também se tornou governador do Egito.
“E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e
Abednego.” verso 46-49
Daniel não buscava reconhecimento ou poder, ele pediu ao rei que seus amigos fossem colocados em
cargos que poderiam exercer mais influência e, por conseguinte, projetar de forma mais ampla o
grande Deus de Israel. Todavia Daniel teve a oportunidade de assumir um posto ainda mais elevado
que os seus amigos.
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