seguro respadm.230811d comercio
Post on 28-Jul-2015
120 Views
Preview:
TRANSCRIPT
egislacao@diariodocomercio.com.br -
Ideias< v <!!%<< • l>
Seguro e a responsahilidade do administrador MARCO AURELIO BICA· LHO DE ABREU CHAGAS*
0 C6digo Civil de 2002 ampliou significativamente 0 enfoque atinente a responsabiliza~ao dos administradores das sociedades. o exercicio de suas fun~oes, reza o artigo 1.011 do C6digo: o administrador da sociedade devera ter o cuidado e a diligencia que todo homem ativo e probo costuma empregar na administra~ao de seus pr6prios neg6cios.
E, ainda, os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas fun~oes (art. 1.016 do CC).
Ja o C6digo Tributcirio, em seu artigo 135, determina · que a responsabilidade dos s6cios e administradores somente ocorrera quando demonstrados de forma inequivoca os elementos ligando tais pessoas aos fatos, ou melhor, o fato de os s6cios haverem agido com excesso de poderes ou infra~ao a lei, contrato social ou estatutos.
Isto quer dizer que, se o
r • . ,,.,,_... ' <'\ ;: 10\ ' • I ~ ft • . ,
empresario ou administrador agir dentro da lei e do contrato social ou estatuto e, por circunstancias do mercado, a empresa da qual e s6cio ou administrador nao cumpra com suas obriga~oes tributarias, seus bens particulares nao respondem pela divida tributaria. Trata-se do caso de simples inadimplencia de tributos, e nao de sonega~ao ou infra~ao a lei.
Logo, e nula a pretens{LO da Fazenda em apropriar-se do patrimonio particular de s6cios sem demonstrar que estes praticaram infra~iio a lei ou ao contrato social de sociedade limitada. Neste sentido, a decisiio do STJ (lnformativo STJ n9 353-21 I 04 e 25 I 05). A Sumula 430 a.ssim se manifestou: "0 inadimplemento da obriga~iio tributaria pela sociedade niio gera, por si s6, a responsabilidade salidaria do s6cio-gerente."
Na pratica se verifica que a Fazenda Publica no procedimento que redundara na execu~iio fiscal de tributos, no instante da inscri~iio do debito na Divida Ativa ou quando da elabora~iio da peti~iio inicial do processo executivo, e de praxe determinar a inclusiio dos s6cios ou administradores da empresa executada na condir;ao de co-obrigados.
f
Repita-se, nos expressos termos do caput do art. 135, segundo o jurista Kiyoshi Harada, somente obriga~oes tributarias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou com infra~ao de lei, contrato social ou estatuto acarretam a responsabilidade pessoal do administrador, s6cio ou niio. E acrescenta o citado tributarista: "Ato prati-
"E nula a pretensiio da Fazenda em apropriar-se do
patrimonio de s6cios sem demonstrar que
estes praticaram infrat;iio a lei ou ao
contrato social"
cado com excesso de poder significa qualquer ato praticado pelo administrador extrapolando suas atribui~oes, normalmente definidas no contrato social ou estatuto, de sorte que, nesse caso, infringe tambem a disposi~iio contratual ou estatutciria."
Os administradores, como vista, sao os responsaveis
pela gestao das sociedades com ou sem fins lucrativos e respondem por seus atos, no exercicio de suas atividades. E nesse aspecto convem transcrever aqui trechos bem elucidativos do artigo do promotor de Justi~a da Promotoria de Funda~oes e Entidades de Interesse Social e Professor da Universidade Cat6lica de Brasilia dr. Jose Eduardo Saba Paes, intitulado "A desconsidera~ao da personalidade juridica e a responsabilidade dos administradores":
"Quaisquer deles ( administradores), sejam legais ou voluntarios, podem ser responsabilizados pelos atos de gestao, responsabilidade esta que podera compreender os campos administrativo, penal ou civil."
"A desconsidera~iio da personalidade juridica e uma doutrina que visa desacreditar a personalidade juridica da entidade, isto e, niio considerar os efeitos da personifica~iio para atingir a responsabilidade dos s6cios, caso estes tenham agido com abuso de direito por meio da pessoa juridica de que fazem parte."
Constata-se, por todo o exposto, que os administradores de uma empresa ou de
uma entidade com ou sem fins lucrativos sao os responsaveis pela boa gestao desses empreendimentos. De modo que, no exercicio de suas fun~oes na condi~ao de administrador, em face das responsabilidades assumidas, pode ver o seu patrimonio particular ser comprometido, razao por que deve se acautelar resguardando-o de eventuais riscos, inerentes a essas atividades de gestao.
Entendemos que a contrata~iio de um seguro de responsabilidade civil de administradores, que se destina a prote~iio para os dirigentes que tem o poder de gestao, "com cobertura para responsabilidades estatutarias, incluindo responsabilidade por dividas trabalhistas e tr:ibutarias", seria uma forma plausivel de minimizar esses riscos aqui assinalados.
* Advogado tributarista, s6cio fundador do Cunha Pereira & Abreu Chagas -Advogados Associados e assessor juridico da Associa~ao Comercial e Eempresarial de Minas (ACMinas)
Artigos para esta pagina pelo e-mail: legislacao@diariodocomercio.com. br
ou de 'mllitipla incidencia' faz com que seus efeitos nao se produzam, apenas, nos limites territoriais da entidade tributante, mas se estendam a outras unidades federadas".
Densidade - Para o relator do processo, ministro Dias 'lbffoli, a questao apresenta densidade constitucional e extrapola os limites subjetivos das partes. "Com efeito, a materia concernente a antecipa~iio do pagamento do tributo por meio de decreto estadual niio e nova; tendo sido objeto de diversas decisoes de ambas as Thrmas desta Corte", disse o ministro, ao citar o RE 294543.
Como niio ha precedente do Plenario, o ministro entendeu que o tema merece uma aruilis€ definitiva desta Corte, quando decidira se 0 caso e de altera¢q do momento da ocorrencia do fato juridico tributario (como decidiu o ac6rdiio contestado) ou se a antecipa~iio do prazo d£ recolhimento do ICMS integra a estrutura normativa do referidc tributo.
"E mister ressaltar que tendo em vista a quantidade df causas similares em trfunite err todas as instancias da Justi~E brasileira, o reconhecimento dE relevancia do tema constitucid nal aqui deduzido possibilitad ao Plenario deste Supremo Tri bunal julgar a materia sob ~ egide do instituto da repercus sao geral, com todos os benefi cios dai decorrentes"1 finalizou i relator. As informa~oes sao di STF.
top related