secretaria de desenvolvimento social, criança e juventude · foram estabelecidas estratégias e...

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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

INDICADORES PARA DIAGNOSTICO E

ACOMPANHAMENTO DO SUAS E ESTRATEGIAS DE

ENFRENTAMENTO À POBREZA

CURSO

Facilitador(a): Andrea Perotti

Módulos Unidades Temas

Módulo I: VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL NO SUAS

1

A pobreza no Brasil e as formas do seu

enfrentamento / Conceito e Conjuntura de

Vulnerabilidade

2Breve Histórico da Assistência Social / Gestão do

SUAS com foco em Vigilância Social

3 Diagnóstico Socioterritorial e Planejamento no SUAS

Módulo II: INDICADORES E FONTES DE DADOS

4 Fontes de dados e indicadores sociais

5 CadÚnico

6 Censo SUAS

Módulo III:INSTRUMENTOS E APLICAÇÃO

7Ferramentas de gestão da informação para

diagnóstico

8

O diagnostico socioterritorial no planejamento das

ações do SUAS e estratégias de enfrentamento à

pobreza

Desproteção /Vulnerabilidade

Vigilância Socioassistencial

IndicadoresPobreza

Planejamento,Monitoramento

e AvaliaçãoDiagnostico Socioterritorial

Neste Curso...

Objetivo do

Curso

Capacitar os gestores e técnicos de assistência social para a realização de diagnósticos sobre a realidade socioeconômica e a dimensão da pobreza nos estados e municípios brasileiros.

Capacitar os participantes na resolução de problemas aplicados ao seu município, diagnosticando sua população e seu território

Dar conhecimento aos participantes sobre o conjunto de ferramentas e fontes de informações disponíveis no Portal da SAGI-MDS.

? ? ? ?• Apresentações individuais:

Nome, Município, Serviço ou Setor onde atua, Função e tempo de exercício na assistência social

• Motivações para a escolha do Curso

Conhecendo o Grupo

Vídeo

Escola Sem Partido

INTENCIONALIDADE DO PROCESSO EDUCATIVO

Não existe neutralidade. Ou o processo educativo tem a intenção de reproduzir a submissão e a opressão do

trabalhador / usuário ou ele visa promover a autonomia e o “empoderamento”...

• diálogo

• problematização

• construção compartilhada do conhecimento

• emancipação

• compromisso com a construção do projeto democrático e popular.

Programa que integra a Política de EducaçãoPermanente do SUAS (estabelecida naRESOLUÇÃO do CNAS Nº 4, DE 13 DE MARÇODE 2013, por efeito da NOB RH) emperspectiva de :

a. Consolidação de um modelo de atençãocidadã na perspectiva do direito.

b. Desprecarização do trabalho, dostrabalhadores e agentes sociais do SUASatravés do esforço coletivo e integrado.

c. É espaço de trocas e debates quepermitam aos participantes suspender seucotidiano e reconstruí-lo à luz deconceitos e paradigmas.

Capacita

SUAS

- Fortalecer Compreensões que permitam

(re)significar a práxis profissional

- Fortalecer Práticas que busquem a

emancipação e autonomia dos sujeitos

(trabalhadores, usuários, conselheiros, rede)

- Fortalecer Capacidades de análise de

conjuntura quanto ao modelo social produtor

de exclusões e às ameaças ao próprio sistema

de proteção social

Logo...

Unidade 1A POBREZA NO BRASIL E AS

FORMAS DO SEU ENFRENTAMENTO / CONCEITO E

CONJUNTURA

• No Brasil, a pobreza normalmente é definida como a incapacidade dos indivíduos terem uma condição de vida adequada em decorrência dos baixos rendimentos auferidos.

• Embora mensurada fundamentalmente pela renda, a pobreza não se limita a ela, revelando-se também por meio da privação de necessidades básicas.

• A pobreza deve ser considerada em seu caráter multidimensional.

• “Pobres” são aqueles que, de modo temporário ou permanente, não têm acesso a um mínimo de bens e recursos, sendo excluídos em graus diferenciados da riqueza social.

Precisamos falar sobre pobreza.... A pobreza é um fenômeno político.

A pobreza é um fenômeno estrutural, histórico, sistêmico.

A pobreza acomete grupos populacionais por gerações.

A pobreza revela diferenças e desigualdades regionais locais e globais

A pobreza no Brasil está relacionada ao modelo econômico capitalista.

A pobreza no Brasil está relacionada ao modelo de desenvolvimento excludente.

A produção da pobreza é proporcional à produção da riqueza : acumulo do que é produzido por muitos nas mãos de poucos.

A produção de riquezas e a reprodução da pobreza não são fenômenos naturais, mas sim produto da ação humana ao longo da história.

No capitalismo, a riqueza não se distribui. Se concentra.

Essa reflexão se centra na relação da exploração da força de trabalho pelo capital econômico.

Vídeo

Uma Visão de Estrutura Social

(Eduardo Marinho)

Assistência Social

Desproteção Social

Pobreza

• É preciso levar em conta a diversidade das vulnerabilidadessociais, a forma como as desigualdades se reproduzem e adiversidade de modos e de dinâmicas de vida.

• Exige-se um “olhar atento” às peculiaridades dos territórios, àdiversidade de públicos, aos contextos de produção ereprodução da desigualdade, assim como às estratégiasadotadas para prestar-lhes atendimento com equidade.

A situação de desproteção social é histórica e é coletiva, mesmo que se manifeste a partir de um indivíduo ou uma família.

!!!! A identificação e reconhecimento das condições de vulnerabilidade das famílias e dos territórios é um importante

desafio para as equipes de vigilância e de proteção socioassistencial

A importância de relacionar POBREZA E VULNERABILIDADE

Na Assistência Social, a vulnerabilidade foi conceituada pela PNAS, comocaracterizando situações de fragilidade relacional ou social, destacandosua conexão com as situações de “pobreza, privação (ausência de renda,precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou,fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social(discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, entreoutras).” (PNAS, 2004; pg. 33).

Os princípios e diretrizes da política de assistência social, os eixosestruturantes do SUAS estabelecidos pela PNAS, o Plano Decenal doSUAS, a Tipificação de Serviços Socioassistenciais reconhecem asmúltiplas situações de vulnerabilidade associadas a necessidades objetivase subjetivas às quais se somam as dificuldades materiais, relacionais eculturais que impactam sobre os vínculos familiares e comunitários .

Vulnerabilidade na PNAS

A vulnerabilidade NÃO É DEFINIDA PELAPOBREZA, “ainda que os riscos dedesestabilização recaiam mais fortementesobre os que são desprovidos de reservaseconômica “(Castel, 1998, p. 25).

A vulnerabilidade envolve relações deconvívio conflitivas, de violência, depreconceito/discriminação, de abandono,de apartação, de confinamento e/ouisolamento de indivíduos, grupos oufamílias.

Logo...

Reflexão Coletiva

Questão 1: O que caracteriza a sociedade em que vivemos?

Questão 2:Quem são os grupos mais vulneráveis?

Como se mede a pobreza no Brasil?

Boa parte dos estudos, inclusive as estatísticas oficiais, relacionam pobreza à rendaper capita familiar, ou seja, quanto dinheiro a família ganha por mês, dividido pelonúmero de integrantes do núcleo familiar (pais, filhos, dependentes).

A insuficiência de renda é um fator importante para definir a pobreza, mas não é oúnico.

A pobreza pode ser medida de várias formas, uma vez que se apresenta como umacategoria multidimensional que não se reduz a privações materiais:

Podemos considerar como “pobres” as pessoas em condição de insegurançaalimentar e nutricional, baixa escolaridade, pouca qualificação profissional,fragilidade de inserção no mundo do trabalho, acesso precário à água, energiaelétrica, saúde e moradia.

A pobreza também pode ser uma categoria política, na medida em que se traduzpela carência (negação) de direitos, de oportunidades, de informações e depossibilidades (Martins, 1991).

Esse enfoque da pobreza como um conjunto de privações que vão além da renda é chamado de “enfoque multidimensional

da pobreza”.

Assim, além de indicadores de renda e emprego, faz uso de indicadores de acesso a recursos sociais que interferem no

padrão de vida das pessoas, tais como saúde, educação, transporte, moradia, aposentadoria e pensões, etc.

Enfoque Multidimensional da Pobreza

Extrema PobrezaÉ o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir.

Plano Brasil sem Miséria (2011-2014)• Acesso a transferências

monetárias• Acesso a serviços públicos• Oportunidades de emprego e

renda.

O DIAGNOSTICO:

A pedido do governo, o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) a partir dos dados do Censo 2010, identificou 16,2 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza - 4 milhões de domicílios particulares permanentes encontram-se na faixa de “sem rendimento e com rendimento nominal mensal domiciliar per capita de 1 a 70 reais”, o que representava 8,5% da população brasileira.

• 46,7% das pessoas na linha de extrema pobreza viviam em áreas rurais enquanto 53,3% nas áreas urbanas.

• 59% vivem no Nordeste, 21% no Sul e Sudeste e 20% no Norte e Centro-Oeste

• 40% têm menos de 14 anos de idade

• A população negra e parda corresponde a 70,8% dos extremamente pobres

O Plano Brasil Sem Miséria enquanto modelo de uso de dados e indicadores para planejar e definir estratégias de implementação da política publica e

demostrar resultados e impactos

AS ESTRATÉGIAS:

Foram estabelecidos eixos de atuação: “A garantia da renda, para alívio imediato da situação de extrema pobreza... / ...o acesso aos serviços públicos, para melhorar e expandir as condições de educação, saúde e cidadania das famílias e ... / ...a inclusão produtiva em perspectiva da elevação das capacidades e oportunidades de trabalho e renda entre as famílias mais pobres do campo e das cidades”.

Foi estabelecida uma estratégia intersetorial de implementação com 22 ministérios envolvidos onde politicas setoriais foram integradas e articuladas entre si, gerando inclusive novos programas e serviços.

Foram estabelecidas estratégias e metas diferenciadas para o meio urbano e rural, assim como para públicos específicos.

A região nordeste foi priorizada, por apresentar os maiores índices.

Foi definida a estratégia de busca ativa para localizar e incluir os invisíveis.

• Redução de 62% da miséria entre crianças de 0 a 6 anos

• 22 milhões de beneficiários saem da extrema pobreza

• 910 mil famílias localizadas em junho de 2013

• 1.205 equipes volantes, em 1.038 municípios e 10 lanchas entregues no início de 2013

• 48,5 mil novas escolas aderem ao ensino em tempo integral

• 31.700 escolas com tempo integral possuem a maioria de seus alunos beneficiários do Bolsa Família

• Até abril de 2013, 888 novas creches construídas e 2.822 em construção

• 506 mil novos alunos matriculados em cursos de formação profissional, sendo 66% mulheres e 48% tendo entre 18 e 29 anos

• 757 novas Unidades Básicas de Saúde em territórios pobres

OS RESULTADOS / IMPACTOS (OS MENSURÁVEIS)

• O crescimento da cobertura do Programa Saúde na Família, aliado ao aumento da cobertura do Bolsa Família, reduziu a mortalidade infantil em 19,4%.

• 1,3 mil operações de microcrédito produtivo realizadas por beneficiários do Bolsa Família

• Número de beneficiários do PBF com seus negócios formalizados através do MEI sobe de 81 mil para 290 mil entre 2012 e 201

• 29 mil famílias de agricultores rurais implantaram projetos de produção com assistência técnica especializada e recursos de fomento

• Em 2010, produtores rurais de baixa renda representavam 32% do total dos beneficiados PAA pelo e à partir de 2011, sua participação aumentou para 46% (totalizando 120 mil famílias)

• Até junho de 2013 foram 355 mil cisternas entregues, com capacidade para 16 mil litros de água

• PIB - Produto Interno Bruto per capita real brasileiro (estimativa que divide toda a riqueza do país pelo número de habitantes)

• Índice de Gini - mede a distribuição de renda, ou seja, a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, varia de zero a um, onde zero (0) representa uma situação de igualdade perfeita e um (1) significa a concentração máxima de renda. O u seja, quanto maior o Índice de Gini, maior a desigualdade.

• IDH – Índice de Desenvolvimento Humano O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.

• Renda domiciliar per capita - Rendimento total que incorpora todas as fontes de renda, incluindo as transferências monetárias.

EXEMPLOS DE INDICADORES (MAIS CONHECIDOS) QUE, SE COMPARADOS EM SERIE HISTÓRICA OU ENTRE

LOCALIDADES, PODEM EXPRESSAR MAIOR OU MENOR GRAU DE POBREZA OU INCLUSÃO ENTRE ANOS E REGIÕES:

• População Economicamente Ativa

• Taxa de Desemprego

• Perfis de Ocupação – Rais / MTE

• Trabalho Infantil

• Mortalidade Infantil

• Esperança de vida ao nascer / Expectativa de Vida

• Analfabetismo - Censo IBGE

• Anos de Estudo - Censo IBGE

• Taxa de Frequência na Escola - MEC

• Taxa de Evasão Escolar - MEC

OUTROS EXEMPLOS DE INDICADORES QUE PODEM CONTRIBUIR COM LEITURAS ACERCA DA POBREZA

Exercício-Grupos por Município-

Perguntas Orientadoras:

1) O seu município tem se dedicado a identificar e monitorar dados de pobreza eextrema pobreza?

Se sim, esses dados estão organizados por território e grupos populacionais? Qual aestratégia é empregada para identificar e monitorar esses dados? Existemestratégias especificas para esses territórios e grupos?

Se não, quais as dificuldades (técnicas e institucionais) para realizar essemapeamento e acompanhamento? Que medidas são necessárias para fazê-lo?

2) Políticas isoladas são capazes de enfrentar todas as dimensões da pobreza? Existemestratégias intersetoriais em desenvolvimento? É possível relatar alguma experiênciaexitosa? Quais as dificuldades e perspectivas para uma atuação que articule e integrediversas políticas setoriais?

3) Quais as possibilidades de implementação de políticas locais de enfrentamento àpobreza que se pautem em medidas verdadeiramente emancipatórias, empoderadoras,que se orientem para a autonomia e protagonismo do usuário enquanto sujeitoshistóricos e de direito?

Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social

Gerência de Projetos e Capacitação

www.sigas.pe.gov.brE-mail: capacitasuas.pe@sedsdh.pe.gov.br

Telefone: 81 3183 0702

Centro Universitário Tabosa de Almeida – ASCES-UNITA

E-mail: capacitasuaspe@asces.edu.brTelefones: (081) 2103-2096

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