saude publica no recife

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Apresentação de Cristina Sette em nosso Evento Recife com um Futuro Sustentável.

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Discutindo o Sistema Único de Saúde em Recife – PE

14/05/2012PDT

Cristina Sette

TAREFATAREFA

“Morder o fruto amargo e não cuspirMas avisar aos outros o quanto é amargoCumprir o trato injusto e não falharMas avisar aos outros o quanto é injustoSofrer o esquema falso e não cederMas avisar aos outros o quanto é falsoDizer também que são coisas mutáveisE quando em muitos a noção pulsarDo amargo, injusto e falso por mudarEntão, confiar à gente exausta o planoDe um mundo novo e muito mais humano!”

Geir CamposGeir Campos

• FREESE; FONTEBONNE (2006) classificam o perfil epidemiológico dos continentes e países em:

• Perfil Arcaico É aquele determinado pela “Precariedade e

Exclusão Social” e caracterizado historicamente pela elevada mortalidade infantil, baixa expectativa de vida e persistência secular das chamadas “doenças negligenciadas”.

Esse abrangente perfil está constituído por várias doenças transmissíveis endêmicas/epidêmicas, que são passíveis de serem prevenidas, controladas, erradicadas/eliminadas.

Perfil Moderno

É aquele caracterizado pelo “Bem-Estar Social”, sendo determinado historicamente pelo adequado emprego de políticas econômicas e sociais e, particularmente, através de políticas públicas, com a construção de uma rede de proteção social.

Apresenta baixa mortalidade infantil, elevada expectativa de vida e predomínio absoluto das DCNT sobre as DIP.

Perfil de Desigualdades

É aquele caracterizado pela secular heterogeneidade estrutural no interior de várias sociedades, com diferenciação e desigualdades acentuadas entre as diversas classes sociais.

Apresenta, por um lado, elevadas taxas para algumas DIP passíveis de controle como esquistossomose, malária, tuberculose etc. e, por outro, redução acentuada de doenças evitáveis por vacinação.

É evidente também, nesse perfil, a expansão das DCNT. Apresenta redução lenta e gradativa da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida, explosão da violência urbana, particularmente nas cidades de grande e médio porte.

Global Distribution of Child Deaths (each dot = 5000 deaths; about 30,000 deaths per day)

Source: Black et al., Lancet 2003; 361: 2226-34

1. Algumas questões sobre o SUS

2. A saúde coletiva e o SUS em Recife

3. O que é estratégico para o Recife?

1. Algumas questões sobre o SUS

2. A saúde coletiva e o SUS em Recife

3. O que é estratégico para o Recife?

Sistema Único de SaúdeEstrutura e Funcionamento

• É constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde sob gestão pública e atua em todo o território nacional, tendo sido instituído pela Constituição Federal de 1988

• Cada esfera de governo possui funções e competências específicas.

• O SUS está inserido no contexto das políticas públicas de seguridade social, com a previdência e a assistência social.

Constituição Federal de 1988

Estabelece que “a saúde é direito de todos edever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à reduçãodo risco de doença e de outros agravos e aoacesso universal e igualitário às ações e aosserviços para sua promoção, proteção erecuperação”. O texto da saúde está no • Título VIII – Da Ordem Social • Capítulo II – Da Seguridade Social • Seção II – Da Saúde, artigos 196 a 200

Estrutura Institucional e Decisória do SUS

Nacional

Estadual

Municipal

GestorComissão

IntergestoresColegiado

Participativo

Ministério da Saúde

Secretarias Estaduais

Secretarias Municipais

Comissão

Tripartite

Conselho

Nacional

Conselho

Estadual

Conselho

Municipal

Nacional

Estadual

Municipal

GestorComissão

IntergestoresColegiado

Participativo

Ministério da Saúde

Secretarias Estaduais

Secretarias Municipais

ComissãoTripartite

ComissãoBipartite

Conselho Nacional

Conselho Estadual

Conselho Municipal

Comissão Regional

Município Sede da Macro

MACRORREGIÃO 1 - Metropolitana ( Regiões de Saúde - I, II, III, XII)

PETROLINA

SERRA TALHADA CARUARU

RECIFE

MACRORREGIÃO 2 - Agreste (Regiões de Saúde - IV, V)

MACRORREGIÃO 3 - Sertão ( Regiões de Saúde – VI, X, XI)

MACRORREGIÃO 4 - Vale do São Francisco e Araripe(Regiões de Saúde – VII, VIII e IX)

II

VIII

X

V

IVXI

XII

III

I

VI

IXVII

Algumas questões sobre o SUS• O SUS real, o SUS legal e o SUS

democrático

• Política econômica x políticas públicas

• Resistência a retrocessos

• Difusão da consciência do direito à saúde

• Descentralização

• Participação social

• Desenvolvimento técnico

• Financiamento

• Gestão do trabalho

• Amadorismo x profissionalização da gestão

Gestão da saúde

• A gestão da saúde trata de processos complexos: aqueles relacionados com as necessidades e demandas por saúde, e aqueles relacionados com as possibilidades de resposta social

A gestão contempla no mínimo a definição da política de saúde e do correspondente projeto técnico, implementados por meio do planejamento, financiamento, orçamento, programação, regulação, da organização da atenção à saúde, além do desenvolvimento de funções como gestão do trabalho e educação, informação e informática, ciência e tecnologia e as funções administrativas e financeiras.

Gestão

O gestor (a)

- As pessoas, seus perfis e suas escolhas

- O tempo – recurso sempre escasso

- A demonização do gestor público

- A difícil relação com a mídia

- O exercício da gerência – a articulação com o ambiente externo e interno, as mediações políticas, a cultura da organização, as equipes de trabalho

Na saúde, a produção dos serviços ocorre na relação entre o profissional de saúde e o usuário

QUESTÕES:- Qualificação profissional- Humanização do atendimento- Condições de trabalho- Relações de trabalho

No. de trabalhadores

Desempenho

Não aceitável Aceitável Superior

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Mudando a curva de desempenho

• O SUS pobre para pobres é difundido pela O SUS pobre para pobres é difundido pela mídia e percebido e sentido na pele por mídia e percebido e sentido na pele por milhões de usuáriosmilhões de usuários

• O O SUS democráticoSUS democrático e o e o SUS formalSUS formal ainda ainda parecem ficções para boa parte da parecem ficções para boa parte da população. população.

• O SUS que temos ainda precisa ser aquele O SUS que temos ainda precisa ser aquele no qual prevalece o interesse público e se no qual prevalece o interesse público e se respeitam os direitos dos cidadãos.respeitam os direitos dos cidadãos.

• Os bons resultados precisam ser Os bons resultados precisam ser conhecidos e defendidos pelos gestores, conhecidos e defendidos pelos gestores, usuários e trabalhadoresusuários e trabalhadores

1. Algumas questões sobre o SUS

2. A saúde coletiva e o SUS em Recife

3. O que é estratégico para o Recife?

Caracterização do Recife Divisão Territorial• 220 km²• Território marcado por profundas desigualdades• Composição territorial diversificada: 67,43% - morros 23,26% - planícies 9,31% - áreas aquáticas 5,58% - Zonas Especiais de Preservação Ambiental (ZEPA)• 6 Regiões Político-Administrativas (RPA’s)• Na saúde cada RPA corresponde a um Distrito

Sanitário

Estrutura Populacional

• A Cidade é considerada totalmente urbana

• População estimada de 1.634.808 habitantes em 2010, apresentando um crescimento populacional ascendente

• Perfil correspondente às tendências de crescimento do Estado de Pernambuco e do Brasil.

• Predominância das faixas etárias mais jovens.

Breve Análise da Situaçãode Adoecimento e Morte

• Hanseníase - a situação do Recife é de hiperendemicidade, constituindo-se prioridade para intensificação das ações de intervenção e controle.

• Tuberculose - O Recife encontra-se entre os 15 municípios do estado considerados prioritários para as ações de controle da tuberculose.

• Filariose - Atualmente, no Brasil, apenas a região metropolitana do Recife mantém a Filariose Linfática, havendo o compromisso internacional de eliminá-la até o ano de 2020.

Breve Análise da Situaçãode Adoecimento e Morte - Dengue

• No Recife, os primeiros casos de dengue, na forma clássica, foram registrados em Janeiro de 1995.

• Em 1996, surgiram casos na forma hemorrágica, sendo isolados dois sorotipos circulantes do vírus (Den1 e Den2). Até 1998, a doença apresentou-se com perfil epidêmico, e a partir de 1999, a situação epidemiológica da doença permanece preocupante.

• Com a introdução do Den3 no Recife, em 2002, ocorreu uma grande epidemia

• No ano de 2008, ocorreu uma nova epidemia que permaneceu por 12 semanas. Essa epidemia foi de menor intensidade que a do ano de 2002, e foram detectados os três vírus.

Breve Análise da Situaçãode Adoecimento e Morte

• AIDS - Entre os anos de 2000 e 2007, foram registrados pelo SINAN 2.554 casos confirmados de AIDS.

• Sífilis congênita - No Recife, no período entre 2001 e 2008, foram notificados 1.684 casos, dos quais 1064 (63,2%) poderiam ter sido evitados. Torna-se

imprescindível a qualificação da atenção pré-natal.

Breve Análise da Situaçãode Adoecimento e MorteMortalidade infantil e materna

• No período de 1980 a 2008, o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI), teve uma redução de 84,4%.

• O componente pós-neonatal merece destaque com um decréscimo de 90,8%, enquanto os óbitos neonatais apresentaram uma redução de 78,2%.

• No Recife, a Razão de Mortalidade Materna (RMM) oscilou entre 85,5 por 100.000 nascidos vivos (NV) em 2003 e 36,3/100.000 NV em 2007.

Coeficiente de Mortalidade Infantil. Recife, 1980 a 2007

Fonte: DVS/SM Recife

77,6

70,4

63,3

56,8

27,7

38,8

1314,416,5

27,4

47,1

65,265,4

56,8

44,0

38,1

43,5

35,5

25,3 24,921,2 22,4

20,4 18,2 18,615,4

52,7

67,565,7

16,1

8,910,3

11,6

30,3 30,8

35,1

31,632,333,3

38,6 31,1 31,1

25,9 26,6 27,2

21,219,5 18,8

17,4 18,515,5 16

15 13,2 13,1 10,6 11 4,14,14,9

35,0

30,1

24,9 24,7 24,721,5

17,416,3 16,9 15,9

8,6 7,9 6,4 5,7 6,4 5,4 5 5,5 4,8

32,533,433,9

39,1

5,20,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

CMI 77,6 67,5 65,4 65,7 70,4 65,2 63,3 52,7 56,8 56,8 47,1 44,0 43,5 38,1 35,5 27,4 25,3 24,9 21,2 22,4 20,4 18,2 18,6 15,4 16,1 16,5 14,4 13

CMN 38,6 33,3 30,3 32,3 31,6 35,1 30,8 27,7 31,1 31,1 25,9 26,6 27,2 21,2 19,5 18,8 17,4 18,5 15,5 16 15 13,2 13,1 10,6 11 11,6 10,3 8,9

CMPN 39,1 33,9 35,0 33,4 38,8 30,1 32,5 24,9 24,7 24,7 21,5 17,4 16,3 16,9 15,9 8,6 7,9 6,4 5,7 6,4 5,4 5 5,5 4,8 5,2 4,9 4,1 4,1

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Breve Análise da Situaçãode Adoecimento e Morte – Mortalidade geral

• As doenças do aparelho circulatório apresentam os maiores coeficientes de mortalidade no período de 2001 a 2008.

• Nos anos de 2001, 2007 e 2008, os óbitos por causas externas (violências) ocuparam a segunda posição, superando os coeficientes de mortalidade por neoplasias, que são a terceira causa.

• A mortalidade por óbitos provocados pelas doenças do aparelho respiratório ocupa a quarta colocação.

1. Algumas questões sobre o SUS

2. A saúde coletiva e o SUS em Recife

3. O que é estratégico para o Recife?

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