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RIO: A CIDADE ORFÃ DE CAPITAL
Jaqueline Jiora Crespo1
1 Graduada em História pela Universidade do Sagrado Coração – Bauru, SP. Artigo realizado sob orientação dos
professores Dra. Lourdes Madalena Gazarini Conde Feitosa, M.ª Nair Leite Ribeiro Nassarala e M.e Roger
Marcelo Martins Gomes.
RESUMO
A mudança da Capital, do Rio de Janeiro para Brasília, era um sonho almejado por muitos,
porém só foi concretizado no governo de Juscelino Kubitschek em seu plano de metas. Com isso o
país sofreu diversas transformações significativas, que mudaram a vida do povo brasileiro, e o Rio de
Janeiro foi o que mais sofreu com essa mudança. Dessa forma, este texto, através de uma pesquisa
bibliográfica, tem por objetivo demonstrar como ficou o Rio de Janeiro com a saída da capital para o
centro oeste do país.
Palavras-chave: Rio de Janeiro. A mudança da capital para Brasília. Consequências.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que mudar a capital era sonho antigo na história do Brasil. O Rio de Janeiro,
cidade que se tornou capital da Colônia em 1763 e que recebeu a Corte portuguesa em 1808,
apresentava inúmeros problemas. Além de ser vulnerável às invasões estrangeiras, tinha no
clima tropical, que favorecia as epidemias, um grave obstáculo. Já na República, a cidade foi
palco de inúmeras revoltas e era considerada o espaço da desordem. Tudo isso favorecia o
sonho de uma capital no interior.
Portanto, qual foi o fator principal que levou a capital do Rio de Janeiro a Brasília?
O presidente Juscelino Kubitschek resgatou a ideia de uma nova capital para
concretizar as transformações que foram propostas em seu governo.
Dessa forma, a construção de Brasília foi um dos fatos mais marcantes da história
brasileira e da política de JK no seu mandato de 5 anos como presidente, sendo uma das
maiores obras do século XX. A ideia de construir uma nova capital no centro geográfico do
País estava prevista na Constituição de 1891, na Constituição de 1934 e na Constituição de
1946, mas foi adiada por todos os governos brasileiros desde 1891.
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Juscelino, após ser indagado por um jovem estudante de tabelião em um dos seus
comícios, inclusive sobre o artigo referente à nova capital, acaba por prometer seu total
cumprimento e passa a incluir este artigo em seu plano de metas, tornando-o foco do seu
mandato e construindo Brasília em tempo recorde.
Porém, nenhum planejamento para que o Rio de Janeiro enfrentasse essa mudança de
forma positiva foi realizado.
Esse artigo tem por objetivo demonstrar como ficou o Rio de Janeiro com a saída da
capital para o centro oeste do país.
Para se compreender o tema a ser trabalhado, será realizada uma pesquisa
bibliográfica.
1 CAPITAL: RIO DE JANEIRO
O Rio de Janeiro foi fundado em 1º de março de 1565, quando Estácio de Sá lançou o
marco de fundação da cidade, na península à entrada da baía de Guanabara, entre os morros
Cara de Cão e Pão de Açúcar, no atual bairro da Urca. Na sequencia, instalou-se o pelourinho,
como símbolo das atribuições judiciais da municipalidade, começando a ocupação e o
povoamento da cidade (FERNANDES, 2011).
Assim nasceu a cidade do Rio de Janeiro, mantendo a posse da Coroa Portuguesa.
Dois anos depois, a cidade foi transferida para o Morro do Castelo, devido às lutas com os
tamoios e franceses, quando foi fundada a Capitania Real do Rio de Janeiro (FERNANDES,
2011).
E, como era determinado pela legislação em vigor em Portugal, Estácio de
Sá instituiu o Regimento e o Foral da municipalidade, que regulamentaram
os seus deveres e privilégios e os direitos e deveres dos seus povoadores.
Assim, lançou as bases do governo local e produziu os primeiros
documentos da história da cidade (FERNANDES, 2011, p. 27).
Para melhor administrar a cidade que crescia rápido, em 1572, Portugal decidiu dividir
o Brasil em dois governos, sediados um em Salvador e o outro no Rio de Janeiro. Com muitas
transformações marcantes, o Rio de Janeiro foi expandindo-se como deveria e tornou-se então
a única capital do Brasil em 1763.
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O Rio de Janeiro tornou-se capital da colônia portuguesa em 1763. Em 1808,
virou a sede de todo o império português com a atropelada fuga da
monarquia de Lisboa para o trópico. O Rio passou a ser a capital de um
império que incluía Angola e Moçambique, na África; Goa, na Índia; Timor,
Sudeste Asiático; e Macau, China (BONALUME NETO, 2015, p. 01).
O cenário do Rio de Janeiro passou a mudar com a transferência da monarquia, em
1808, onde “consolidou-se a ideia de construir um império na América Portuguesa”. [...] Para
tanto, seria preciso adaptá-la a essa nova condição dotando-a de instituições-chave que
marcassem seu lugar de Corte, como dizia à época (MOTTA, 2004, p. 09-10).
No pobre cenário da cidade colonial teve então lugar a uma verdadeira febre
de empreendimentos. Fundaram-se escolas - de medicina, de marinha, de
guerra, de comércio, uma imprensa Régia, que sempre fora recusada à
colônia; uma livraria, que seria o núcleo da futura Biblioteca Nacional; o
Jardim Botânico; a Academia de Belas Artes; o Teatro Real; o Banco do
Brasil (MOTTA, 2004, p. 10).
Portanto, para que o Rio de Janeiro se tornasse a capital do país, foi preciso muito
empreendimento e muitas adaptações.
Figura 1 - Rio de Janeiro na década de 50
Fonte: Fernandes (2011).
Dessa forma, compreende-se que a “elevação do Rio de Janeiro ao estatuto de Capital
esteve associada à emergência do ciclo do ouro em Minas Gerais e outras províncias,
valorizando os portos de escoamento do produto mais próximos às áreas de extração, as
Minas Gerais” (FREITAS, 2009, p. 280).
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Para que isso ocorresse o Rio de Janeiro se tornou um lugar de muitos
empreendimentos, passando a ser o palco da consolidação do império português.
O Rio de Janeiro, ao obter desde sua fundação o título de cidade, incorporou
um caráter de excepcionalidade e de importância que a luta pela conquista
do seu território aos franceses e aos seus aliados tupinambás, os tamoios,
somente justificou. Sua posição estratégica no Atlântico Sul, como porto de
reabastecimento das frotas da “carreira das Índias” e de partida das
expedições destinadas ao extremo sul do continente americano, é outro fator
que explica a sua fundação como cidade (FERNANDES, 2011, p. 27).
Passou-se a construir essa nova metrópole através da fundação de escolas, comércios,
uma imprensa Régia, uma Biblioteca Nacional, um Jardim Botânico; Academia de Belas
Artes; o Teatro Real; o Banco do Brasil, entre outras conquistas (MOTTA, 2004).
O Rio de Janeiro, ao obter desde sua fundação o título de cidade, incorporou
um caráter de excepcionalidade e de importância que a luta pela conquista
do seu território aos franceses e aos seus aliados tupinambás, os tamoios,
somente justificou. Sua posição estratégica no Atlântico Sul, como porto de
reabastecimento das frotas da “carreira das Índias” e de partida das
expedições destinadas ao extremo sul do continente americano, é outro fator
que explica a sua fundação como cidade (FERNANDES, 2011, p. 27).
Assim, a cidade foi aos poucos se adequando aos novos moldes europeus, com
fachadas neoclássicas, arcos triunfais, que foram projetados para dar ao Rio de Janeiro a cara
de uma Capital europeia.
Essa época foi marcada por diversas transformações, para a grande cidade do Rio, e o
grande colaborador em destaque que hoje não é reconhecido como tal foi Gomes Freire de
Andrada, o último Capitão-Governador do Rio de Janeiro e o que por mais longo tempo
exerceu o cargo, pois governou durante trinta anos (BICALHO, 2003).
Foi com Gomes Freire que ocorreu uma grande soma de serviços prestados à cidade,
não se limitando apenas ao Rio de Janeiro, mas estendendo a todo o território meridional,
incluindo Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Colônia do
Sacramento (BICALHO, 2003).
Assim, a cidade foi se tornando uma importante metrópole para os feitos do governo
português, com a colaboração do então capitão Gomes Freire.
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O Rio de Janeiro passou a ser o centro das atenções do País, nela estavam as principais
construções, como a dos novos Arcos da Carioca, que ficou pronto em 1750 e que até hoje
enfeita a paisagem carioca, em substituição aos Arcos Velhos construídos por Aires de
Saldanha, que foi Governador entre 1719 e 1725, mas que tinham se revelado precários.
Sabe-se que Gomes Freire:
a) edificou o Paço dos Governadores, depois dos Vice-Reis, Real e Imperial
sucessivamente, para dar à cidade uma sede digna de sua importância. O prédio
foi construído entre 1744 e 1750, no local onde antes funcionava o Armazém
Del Rei, e lá se encontra até hoje como Centro Cultural Paço Imperial;
b) promoveu a construção do Convento de Santa Teresa, onde está sepultado, e a
cujas freiras, a quem chamava de suas filhas, foi sempre muito dedicado;
c) construiu o Convento da Ajuda em 1750, demolido em 1911;
d) levantou no Terreiro do Carmo um chafariz, levando até ele a água que vinha
do Largo da Carioca, através de um cano que passava pela Rua do Cano, atual
Sete de Setembro. Este chafariz, posteriormente, foi removido por D. Luís de
Vasconcelos;
e) construiu a Casa do Trem, com o objetivo de armazenar material bélico. O
local possuía uma oficina para conserto de armas e uma fundição;
f) ampliou as obras de defesa da cidade;
g) reformou a Casa da Câmara para nela instalar o Tribunal da Relação;
h) iniciou a construção de uma nova Sé para a cidade, no Largo de São Francisco,
atual Sé, mas o projeto não foi adiante e no local foi depois construída, já no
tempo de D. João, a Academia Real Militar;
i) deu início ao Hospital dos Lázaros, recolhendo os leprosos que vagavam pela
cidade em duas casas localizadas em uma chácara em São Cristóvão;
j) mandou reconstruir a Fortaleza da Ilha das Cobras e construiu a Fortaleza da
Conceição, em 1743, onde até hoje se acham localizados serviços do Exército;
k) abriu ruas e estradas, construiu pontes e realizou muitas outras obras de
melhoramento urbano.
Através de todas essas transformações ocorridas no Rio de Janeiro, pode-se com
certeza reconhecer a importância que a cidade representou às conquistas realizadas nesse
período.
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Também se encontravam localizadas as principais forças militares da Colônia; se
concentravam as negociações e o controle do Sul e até mesmo do Norte; possuía o porto de
maior importância do país, e com isso era o principal escoadouro dos metais e diamantes das
Minas Gerais; concentrava as maiores riquezas da Colônia.
Por tudo isso compreende-se o que levou a cidade do Rio de Janeiro a ser elevada para
capital do País, já que atendia não só aos interesses da Coroa, mas tornava oficial uma
situação já existente de fato.
Portanto, como afirma Motta (2004), a cidade do Rio de Janeiro mereceu o título de
cidade capital do Brasil, pois ela significou um papel de suma importância na construção da
identidade nacional do país.
Porém, mesmo os tantos avanços e transformações positivas que a cidade-capital
trouxe para o país, não fez com que morresse a ideia de transferir a capital do litoral para o
interior, não só para resguardar o Poder de uma possível invasão, mas também para levar o
desenvolvimento a outras regiões do Brasil (IBGE, 2015).
2 AS PRIMEIRAS IDEIAS DA MUDANÇA
O Rio de Janeiro tornou-se então uma cidade importante e capital do país por diversos
motivos que culminaram com a chegada da família real portuguesa no Brasil, tornando-se
palco de diversos fatos históricos que marcaram a cidade.
Além da matriz irradiadora da unidade e da ordem, a construção da
capitalidade do Rio de Janeiro tinha ainda um outro pilar: o cosmopolitismo.
A cidade era o principal elo com o mundo europeu, garantindo sua própria
inserção no chamado processo civilizacional e se tornando a fonte de
irradiação dessa civilização no país. Pode-se acreditar, em larga medida, ao
potencial mercantil do Rio de Janeiro – que só fez crescer após a
Independência – o lugar preeminente que essa cidade ocupou na economia
imperial (MOTTA, 2004, p. 16).
Foi palco das mais diversas situações políticas sociais ocorridas no Brasil, porém a
ideia de se mudar a capital do país para o interior, sendo a mais antiga que se conhece datada
desde o remoto período do Marquês de Pombal, mas não para ser sede da Colônia e sim do
próprio Reino de Portugal, já era discutida por José Bonifácio, braço direito e ministro de D.
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Pedro I, que também demonstrava o interesse em estabelecer a capital onde ela se encontra
atualmente.
José Bonifácio de Andrada e Silva, primeiro ministro e outra figura importante do
governo brasileiro, também expôs sua vontade em transferir a capital. Assim, em 1823, o
Patriarca da Independência propôs a criação de uma nova capital no interior do Brasil, longe
dos portos para garantir a segurança do país, e sugeriu o nome Brasília. A ideia foi tomando
corpo até que, no mesmo ano, José Bonifácio encaminhou à Assembleia Constituinte do
Império do Brasil a "Memória sobre a necessidade de edificar no Brasil uma nova capital",
sugerindo como sede a comarca de Paracatu, em Minas Gerais, com os nomes Petrópole ou
Brasília (IBGE, 2015).
Nesta mesma época várias figuras importantes pleiteavam que houvesse a mudança da
capital do Rio de Janeiro para o interior do País, dentre elas o Visconde de Porto Seguro que,
aderindo à causa, fez vários tipos de manifestos onde preferia São João Del Rei, considerando
depois o Planalto Central mais importante; outro foi Holanda Cavalcanti, em 1852, onde
apresentou ao Senado um projeto de lei dispondo sobre a construção da Capital, sendo
mantido o topônimo Brasília, sugerido pelo Patriarca da independência – José Bonifácio
(IBGE, 2015).
De acordo com o IBGE (2015), o projeto de lei apresentava a seguinte proposta: "art.
3. ° - Fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 km²
que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal." Em seu
parágrafo único, o citado artigo dizia: "Efetuada a mudança da Capital, o atual Distrito
Federal passará a constituir Estado".
Foi a partir da Proclamação da República que o país passou a direcionar novas visões
políticas, econômicas, sociais, e um dos pontos fundamentais que passou a ser visto por outro
prisma foi a redefinição do papel da capital na nação republicana.
Assim, identificam-se três momentos distintos na reconfiguração que o Rio de Janeiro
sofreu para exercer o papel de Distrito Federal: o do debate sobre a transferência da capital
para o interior (1891) e sobre a Lei Orgânica do Distrito Federal (1892); o da implantação do
que se pode chamar de “Política da Capital” durante o governo Campos Sales (1898-1902); e
o da reiteração da cidade como vitrine do país, com as reformas urbanas empreendidas pelo
prefeito Pereira Passos (MOTTA, 2004, p. 18-19).
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Com essas novas propostas de transformações, a que mais chamou a atenção do
parlamento foi a mudança da capital, gerando, assim, um intenso debate na Assembleia
Constituinte de 1891.
A vocação mística de Brasília se inicia quando é incorporada à sua história o
sonho de Dom Bosco. O santo italiano sonhou com uma depressão bastante
larga e comprida, partindo de um ponto onde se formava um grande lago,
entre os paralelos 15º e 20º, e que repetidamente uma voz lhe dizia que “...
quando vierem escavar as minas ocultas, no meio destas montanhas, surgirá
aqui a terra prometida, vertendo leite e mel. Será uma riqueza
inconcebível..." No ano de 1892, foi nomeada a Comissão Exploradora do
Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luiz Cruls e integrada
por médicos, geólogos e botânicos, que fizeram um levantamento sobre
topografia, o clima, a geologia, a flora, a fauna e os recursos materiais da
região do Planalto Central. A área ficou conhecida como Quadrilátero Cruls
e foi apresentada em 1894 ao Governo Republicano (GOVERNO DE
BRASILIA, 2015, p. 1).
As motivações da transferência da capital foram as mais variadas, pois as
“Disposições Transitórias” de 1891 já previam essa transição de sede que, não tendo sido
executada na Velha República, acabou renovada na constituição promulgada em 1934.
Destaca-se ainda interesses políticos locais, dentre outros, como o caso do deputado
Tomas Delfino, que defendia a transferência da capital, ou seja, a transformação da cidade do
Rio de Janeiro em estado federado, o estado da Guanabara (MOTTA, 2004).
Mesmo sabendo que a capital do país estava já estabelecida, o ideal de transferi-la para
o Centro Oeste passou a ser mais cogitada em virtude de que traria mais desenvolvimento no
âmbito da modernização, focando a industrialização. Com isso, buscava uma combinação de
estilo político, o populismo, a ideologia de unificação do país e o reforço ao nacionalismo
(BARBOSA, 2011).
Com a proclamação da República, seus dirigentes se viram diante do desafio
de construir um país republicano. Não se tratava, como alguns acreditaram,
de apagar o passado e começar a escrever em uma folha em branco. A tarefa
seria bem mais difícil e demorada, já que um projeto de construção de um
novo Estado e de uma nova nação significava, antes de tudo, um processo de
seleção entre aquilo que deveria ser eliminado e o que poderia ser
incorporado do regime derrubado. [...] Como reconheciam os próprios
contemporâneos, um dos componentes fundamentais dessa estabilidade era a
redefinição do papel da capital na nação republicana (MOTTA, 2004, p. 18).
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Com o passar dos anos, a ideia da transferência da capital foi momentaneamente
adormecida, entretanto levantada novamente pelos ideais republicanos, pois sabiam que a
cidade ainda trazia consigo ideais monarquistas, pois os republicanos afirmavam que certas
características atribuídas à cidade do Rio de Janeiro não se encaixariam no perfil da capital
republicana idealizada por alguns deputados.
De acordo com Motta (2004, p. 19), “a implantação da ordem considerada um
elemento-chave do projeto republicano, parecia bastante comprometida pela “maléfica
influência” que emanaria da antiga imperial, em função do caráter “agitado” e revolucionário”
de sua população [...].
Um dos primeiros presidentes republicanos a retomar o assunto sobre a mudança da
capital foi Floriano Peixoto, que criou em 1892 a "Comissão Exploradora do Planalto Central
do Brasil", cabendo ao cientista Luiz Cruls, Diretor do Observatório Nacional um completo
trabalho que ficou conhecido como "Quadrilátero Cruls". Não obstante os vários objetos
apresentados, a comissão foi extinta em 1897 (IBGE, 2015).
Seguindo suas ideias, o Presidente Epitácio Pessoa, em 1922, assina decreto que prevê
o inicio da construção da Nova Capital e, em 7 de setembro de 1922, é lançada a pedra
fundamental em Planaltina (IBGE, 2015).
Em 1953, o Presidente Getúlio Vargas determina o levantamento aéreo do
"Quadrilátero Cruls", onde foram demarcados 5.850 km² de área, abrangendo terras dos
municípios goianos de Planaltina, Luziânia e Formosa, sendo os trabalhos concluídos na
gestão do Presidente Café Filho.
Figura 2 - Missão Cruls
Fonte: Revista Veja (2009).
E finalmente a ideia passa a ser concretizada com o governo de Juscelino Kubitschek.
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3 A CONCRETIZAÇÃO DO SONHO COM JUSCELINO – BRASÍLIA
Um pouco antes de Juscelino ser eleito o país atravessava diversas crises, entre elas
estão os resquícios da segunda guerra mundial, o golpe militar, o suicídio do presidente
Getúlio Vargas.
Assim, em 1955, iniciou-se a batalha para a sucessão presidencial. Candidatos não
faltavam, todos dispostos a se sacrificarem pela nação (MOCELLIN, 1988).
No começo da campanha à presidência da república, Juscelino afirmava que iniciara
seus comícios pelo centro do país por preferir adotar uma conduta inédita, em virtude dos
outros candidatos que iniciavam ao redor litorâneo, ou seja, resolve começar junto aos
eleitores do Brasil Central, mais precisamente na cidade de Jataí (GO) (KUBITSCHEK,
1975).
Foi em seu discurso, na cidade de Jataí, que Juscelino declarou que, se eleito fosse,
cumpriria rigorosamente a Constituição. Interpelado por um repórter, Juscelino fez a seguinte
afirmação:
O senhor disse que, se eleito, irá cumprir rigorosamente a Constituição.
Desejo saber, então, se pretende pôr em prática o dispositivo da Carta Magna
que determina, nas suas Disposições Transitórias, a mudança da Capital
Federal para o Planalto Central." Procurei identificar o interpelante. Era um
dos ouvintes, António Carvalho Soares - vulgo Toniquinho -, que se
encontrava bem perto do palanque. [...]. Respondi, contudo, como me cabia
fazê-lo na ocasião: "Acabo de prometer que cumprirei, na íntegra, a
Constituição e não vejo razão por que esse dispositivo seja ignorado. Se for
eleito, construirei a nova Capital e farei a mudança da sede do Governo
(KUBITSCHEK, 1975, p. 8).
“Realizadas as eleições, Juscelino Kubitschek obteve a vitória com 3.077.411 votos
(36%). Juarez Távora ficou em segundo lugar com 2.610.462 (30%), seguido de Ademar de
Barros, com 2.222.725 (24%); ficando na lanterna, amargando a derrota, Plínio Salgado, com
632.848 (8%)” (MOCELIN, 1988, p. 252).
Concretizada a vitória de JK e Jango, a UDN, para não perder a mania,
tentou impedir a posse de Juscelino, alegando que este não obtivera a
maioria absoluta. Os militares da “Cruzada Democrática” pregavam
abertamente o golpe (grandes democratas!). O General Teixeira Lot,
Ministro da Guerra, porem, era um defensor da legalidade. Para ele, “aquele
que vencesse assumiria”. Esse posicionamento do austero militar
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desagradava os seus companheiros de farda de tendência golpista
(MOCELIN, 1988, p. 252-253).
Dessa forma, Juscelino assumiu o poder em 31 de janeiro de 1956, procurando colocar
em prática o “slogan” de sua campanha “50 anos de progresso em 5 de governo”. Ele adotou
uma política desenvolvimentista, acelerando a expansão industrial e abrindo as portas do país
para a entrada, em larga escala, do capital estrangeiro (MOCELLIN, 1988).
Como já foi citado acima, ele foi realmente o único presidente a colocar em prática o
sonho de mudar a Capital do País; fiel à determinação constitucional de transferir a capital
para o Planalto Central da República, o Presidente Juscelino Kubitschek encaminhou ao
Congresso a "Mensagem de Anápolis", transformada na Lei n.º 2.874, de 19 de setembro de
1956, propondo a criação da Companhia Urbanizadora da Nova Capital - NOVACAP - e
mantendo BRASÍLIA, como nome da metrópole (IBGE, 2015).
Através da proposta de Juscelino, a data da mudança da Capital Federal foi fixada pela
Lei n.º 3.273, art. 1. ° in verbis: "... será transferida, no dia 21 de abril de 1960, a Capital da
União para o novo Distrito Federal, já delimitado no Planalto Central do País" (IBGE, 2015).
A construção de Brasília foi um velho sonho e vitória do nacionalismo
brasileiro. Desde o romantismo, a visão profética de um futuro radioso
acompanha as cenas de fundação nas tentativas de “autodelimitação e
esforço de uma identidade nacional coesa – diretamente proporcional, é
claro, ao desenraizamento, ao dilaceramento, que, no entanto, a definem”
(SILVA apud OLIVEIRA NETO, 2010, p.115).
Ao construir Brasília o politico Juscelino, inicia, assim, sua ascensão, pois a
implantação da sede do governo em Brasília mostra nitidamente a contribuição, tanto para a
povoação como para o desenvolvimento socioeconômico da Região Centro-Oeste
(BARBOSA, 2011).
3.1 A FUNDAÇÃO DE BRASÍLIA
O presidente Juscelino cumpre, então, a sua promessa, a construção de Brasília,
exemplo de um processo moderno de construção nacional. Ela significaria mais que um
símbolo de uma nova época, traria embutida a ideia de criar essa nova época, inserindo-se,
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pois, em um projeto modernizador da sociedade brasileira que tinha na arquitetura a sua face
mais visível da modernidade (MOTTA, 2004).
Somente em 1955 foi delimitada uma área de 50 mil quilômetros quadrados
– onde localiza-se o atual Distrito Federal. A construção da nova capital teve
início em abril de 1956, no comando do então presidente Juscelino
Kubitschek de Oliveira, com a criação da Companhia Urbanizadora da Nova
Capital (NOVACAP) e o Projeto de Lei nº 2.874, o governo lançou o edital
do Concurso Público para a construção do Plano Piloto (BRASÍLIA, 2015,
p.1).
Foi a partir da Lei sancionada em 1956 por Juscelino, criando a Companhia
Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), que o presidente passou a planejar a cidade
idealizada por ele. Participou desse planejamento o engenheiro e político mineiro Israel
Pinheiro, formado na Escola de Minas de Ouro Preto, filho do ex-presidente de Minas Gerais,
João Pinheiro, e amigo de JK.
Segundo Otto Lara Resende, Brasília foi produto de uma conjugação de quatro
loucuras: a de Juscelino, a de Israel Pinheiro, a de Oscar Niemeyer e a de Lúcio Costa. Israel
Pinheiro foi figura fundamental na construção da nova capital, mas não se deve esquecer o
papel de Bernardo Saião e Ernesto Silva, também diretores da Novacap e destemidos
tocadores de obras, como gostava JK (OLIVEIRA, 2015).
O edital do concurso para a escolha do projeto urbanístico de Brasília foi
marcado para março de 1957. O arquiteto e urbanista Affonso Eduardo
Reidy, por exemplo, discordou dos termos do edital e não participou do
concurso. Concorreram 26 projetos, dos quais 16 foram eliminados na
seleção prévia. Entre os que ficaram estavam o de Lúcio Costa, o de Nei
Rocha e Silva, e de Henrique Mindlin, o de Paulo Camargo, o de MMM
Roberto e o da firma Construtec. O projeto aprovado, de autoria de Lúcio
Costa, dividiu a opinião dos arquitetos (OLIVEIRA, 2015, p. 1).
Assim, quem acabou realizando o projeto foi Lucio Costa, (que partiu do traçado de
dois eixos cruzando em ângulo reto como o sinal da cruz. Um destes eixos leva às áreas
residenciais, sendo levemente inclinado, dando à cruz a forma de um avião; o outro
denominado Monumental, com 16 km de extensão, abriga os prédios públicos e os palácios
do Governo Federal no lado leste; no centro a rodoviária e a torre de TV, e no lado oeste os
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prédios do Governo do Distrito Federal) e Oscar Niemeyer, autor dos principais projetos
arquitetônicos da cidade (BRASÍLIA, 2015).
Figura 3 - O primeiro rabisco da construção de Brasília
Fonte: Revista Veja (2009).
No dia 21 de abril de 1960 a estrutura básica da cidade está edificada e Brasília é
inaugurada. Os candangos (nome dado aos primeiros habitantes da nova cidade) comemoram
ao lado de Oscar Niemeyer, Israel Pinheiro, Lúcio Costa e Juscelino Kubitschek, os principais
responsáveis pela construção de Brasília (BRASÍLIA, 2015).
Após a construção da nova capital brasileira, entende-se que a ideia de sua edificação
apoiou-se na alegada incapacidade de o Rio de Janeiro continuar a exercer a função de
“cabeça” de um país que precisava se modernizar e se integrar ao mundo desenvolvido com
segurança e tranquilidade.
Barbosa (2011) afirma, com as palavras de Marla Rodrigues, que mesmo observando a
contribuição de povoamento e o desenvolvimento socioeconômico da região Centro-Oeste,
identifica-se que não houve apenas pontos positivos, pois o progresso econômico também
gerou muitas dívidas. Apesar de o Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido 7% ao ano e da
taxa de renda per capita ter aumentado num ritmo quatro vezes maior do que o da América
Latina, as exportações não atingiram o mesmo valor do endividamento e JK foi se enforcando
com a própria corda. O capital estrangeiro que trazia riquezas ao Brasil era o mesmo que lhe
cobrava montanhas de juros pelos empréstimos realizados pelos Estados Unidos. Nessa época
a taxa de inflação crescia sem parar e a moeda brasileira estava cada vez mais desvalorizada.
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Dessa forma, convém avaliar não somente os aspectos positivos e negativos da
fundação de Brasília, mas também quais os efeitos deixados na antiga capital do País – Rio de
Janeiro.
4 E O RIO, COMO FICOU?
A análise da mudança se iniciou logo e o jornal Correio da Manhã teve em sua
manchete, já em meados de 1958 – “Que será do Rio de Janeiro?”, pois como afirma Motta
(2004, p.48), “a identificação do Rio com o Brasil penetrou tão profundamente o espírito de
sua metrópole que as grandezas Rio são as grandezas do Brasil; as fragilidades do Rio são as
fragilidades do Brasil; o calor do Rio, o calor do Brasil; a paisagem do Rio, a paisagem do
Brasil...”.
Até abril de 1960, o Brasil tinha o que poderia haver de mais próximo, no
mundo inteiro, a uma capital perfeita. A partir dali, perdeu-a para sempre.
Até hoje não dá para entender porque um país abençoado pela existência de
um prodígio como o Rio de Janeiro, uma das cidades que a natureza e o
gênio humano colocaram entre as mais brilhantes do planeta, decidiu que ela
não servia mais para ser sua capital (REVISTA VEJA, 2009).
O Rio acabou se tornando em Estado da Guanabara, e teve que se adaptar à nova
realidade dinâmica social e econômica, pois ficou comprometida com a perda de autonomia
política, administrativa e financeira ocorrida no fim dos anos 1960.
Com a perda da capitalidade, o Rio de Janeiro, que tinha uma ampla conquista
econômica e social, teve que se reconstruir, tornando-se um Estado.
Ao deixar de ser capital, o Rio virou uma cidade-estado: Guanabara. Mas a
sonhada autonomia política naufragou na ditadura militar. As verbas federais
minguaram e o dinheiro do setor de serviços - oriundo, principalmente, da
classe média formada pelos funcionários públicos - também ficou escasso.
Em 1974, o então presidente Ernesto Geisel sanciona a lei da fusão, unindo a
ainda rica Guanabara ao Estado do Rio, que sobrevivia a duras penas, com
uma economia basicamente ancorada na agricultura (JORNAL O GLOBO,
2013).
Como relata Motta (2004), a partir de 1960 a situação do Rio de Janeiro resultou em
um esvaziamento político, cultural e econômico.
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Aos “anos dourados”, representado pelo período em que fora o cérebro e o coração do
país, seguiram-se os “anos de chumbo”, marcados por drásticas mudanças em seu estatuto
politico e administrativo (MOTTA, 2004).
Numa destas mudanças, que implicariam em seus aspectos econômicos, políticos, e
sociais, passou de estado da Guanabara para município do Rio de Janeiro, a capital do Estado
do Rio de Janeiro, visto sua importância para o país.
Desta forma, “ao glorioso passado de centro politico e cultural do país sucedeu o
presente de crise e decadência, resultado do abandono a que fora relegada pelos governos
estadual e federal” (MOTTA, 2004, p.56).
Não foi o Rio de Janeiro que perdeu o direito de ser a capital do Brasil. Foi o
Brasil que perdeu o direito de ter sua capital no Rio de Janeiro. Isso não tem
conserto (REVISTA VEJA, 2009).
A antiga capital do país se sentiu rejeitada, e a excessiva dependência do governo
central impediu que a cidade se preparasse devidamente para resolver os seus problemas de
forma autônoma, melhor maneira de produzir cidadãos e governos responsáveis. A
capitalidade do passado deixou no Rio de Janeiro a marca da irresponsabilidade, da
dependência e da desordem, cujos efeitos se fazem sentir até hoje (MOTTA, 2004).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para se alicerçar uma nação é preciso que o povo se mantenha unido, forte e sob um
governo que saiba realmente manter esse ideal de nação. Quando D. João e sua família real
vieram construir suas relações com o Brasil, concluíram, através da analise de seus dirigentes,
que o Rio de Janeiro seria o ambiente ideal para que se construísse o ideal de uma nação forte.
E assim foi feito, o Rio se transformou no verdadeiro alicerce do País.
Mas os ideais começaram a mudar o rumo da almejada capital do país, em virtude de
buscas grandiosas, afirmando ser a segurança do país. Foi a partir dos ideais propostos por um
presidente republicano, Juscelino Kubitschek, que tudo mudou realmente, porém essa
transformação ocorreu sem que fosse realizado um planejamento de como ficaria o Rio de
Janeiro com a mudança da capital para Brasília.
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Essa mudança deveria ter trazido benefícios, tanto para o Rio como para Brasília, mas
infelizmente não ocorreu assim. Brasília trouxe progresso à região central, irradiando o
mesmo a todo o país, porém talvez muito aquém daquilo que o Rio de Janeiro poderia ter feito
se tivesse continuado como a capital.
O carioca se sentiu “roubado”, “traído”, teve parte da sua alma morta por esta atitude.
Não se trata de fazer pouco caso de Brasília, mas de poder-se imaginar o quanto foi perdido
nestes 50 anos de progresso após o desmanche do patrimônio incomparável que a nação havia
construído no Rio, a exemplo da demolição do Palácio Monroe, um dos principais
monumentos da arquitetura carioca e antiga sede do Senado Federal, sob a alegação de que o
mesmo atrapalhava o trânsito e um túnel do metrô (que já estava pronto quando este foi
demolido).
Mesmo após tudo que aconteceu com o Rio nestes últimos 50 anos, ele nunca deixou
de ser vitrine e a “cara” do nosso país. É a cidade mais lembrada no exterior quando se pensa
em Brasil, e também a cidade brasileira mais procurada por turistas de todo o mundo,
mostrando que a cidade faz jus ao Provérbio Português: “Quem foi Rei, nunca perde a
majestade”.
RIO DE JANEIRO: THE CITY ORPHAN OF CAPITAL
ABSTRACT
To move the Capital from Rio de Janeiro to Brasília was a dream sought by many people, but
it was only implemented in the Plan of Goals of Juscelino Kubitschek’s government. With such move,
the country suffered several significant changes that altered the life of the Brazilian population, and
Rio de Janeiro was the city that suffered the most. Therefore, through a bibliographic study, we aim to
show how Rio de Janeiro was after the capital moved to the country’s Midwest.
Keywords: Rio de Janeiro. Move the Capital to Brasília. Consequences.
REFERÊNCIAS
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do Rio de Janeiro para Brasília. Monografia apresentada ao curso de Licenciatura Plena em
História, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Jussara,
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