resumo para entregar - a igreja triunfante - gombrich
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
ARTES VISUAIS - HISTÓRIA DA ARTE II
ANDRÉ LUÍS ONISHIKARINA PIVA SOARES
MÁRLLON LUIZ DE ALMEIDA CHAVESVANESSA AURÉLIA BONDANCE ROCHA
A IGREJA TRIUNFANTE – SÉCULO XIIIHISTÓRIA DA ARTE - GOMBRICH
Gombrich caracteriza em seu livro que, a arte Gótica, também conhecida como
a arte das catedrais, desenvolveu-se na Europa durante a idade média, no florescer do
Renascimento, séc. XII. Uma era de transformações políticas, sociais, culturais
e econômicas que ocorreu na Europa Ocidental. Esse movimento vem contrapor à
escola anterior, a Românica. A nova idéia nasceu na França setentrional. Assim, era
transparente nas igrejas o trabalho de arquitetos e artistas, tanto na estética estrutural,
tendo a fachada com três portas significantemente altas, rosáceas, vitrais grandiosos
decoradas com ilustrações do evangelho, seus arcos ogivais e janelas cobertas pelos
rendilhados esculpidos em pedra, suas colunas laterais (naves) exteriores se
elevavam ao céu com formato pontiagudo, de maneira atrevida que expressassem a
devoção religiosa, significando o templo de Deus, com elevações altas devido a
proximidade ao céu, proximidade a Deus, fazendo com que fieis, ao entrarem no local,
se sentissem pequenos à tal grandiosidade religiosa. Esculturas decoravam a parte
exterior e interior das igrejas, pinturas também eram feitas e todas com caráter
religioso, contando histórias da bíblia, de tal forma que despertava emoção aos fiéis
que ali freqüentavam. Era uma atração de pedra e vidro, que foi conquistando espaço.
No inicio, poderia se considerar uma invenção técnica, mas seus efeitos e
repercussões tomaram um rumo com objetivos mais ambiciosos. Manteve-se o teto
das igrejas abobadadas, mas foi se modificando as estruturas que caracterizam o
período gótico. Gombrich expõe aqui as características das estruturas góticas que
marcam este período.
“Tudo o que se precisava era de pilares finos e "costelas" estreitas nas arestas
da abóbada. Qualquer coisa de permeio podia ser dispensada sem perigo de
desabamento da estrutura. Não havia necessidade de pesadas paredes de pedra —
pelo contrário, podiam ser abertas grandes janelas.” (GOMBRICH, p. 137)
“Os arcos redondos do estilo românico, por exemplo, eram inadequados aos objetivos
dos construtores góticos. A razão é a seguinte: se recebo a tarefa de fechar o vão
entre dois pilares com um arco semicircular, só existe uma maneira de o fazer. A
abóbada atingirá sempre uma determinada altura, nem mais nem menos. Se eu
quisesse alcançar uma altura maior, teria que fazer o arco mais profundo. Nesse caso,
a melhor solução não é ter um arco redondo, mas unir dois segmentos de arco. Foi
essa a idéia do arco ogival. Sua grande vantagem é que pode ser variado a vontade,
mais achatado ou mais pontiagudo segundo as exigências da estrutura.” (GOMBRICH,
p. 137)
“As pesadas pedras da abóbada não exercem apenas pressão para baixo, mas
também para os lados, à maneira de um arco retesado. Também aqui o arco ogival
constituiu um aperfeiçoamento em relação ao arco redondo, mas, de qualquer modo,
os pilares não eram por si só suficientes para suportar essa pressão de dentro para
fora. Nas naves laterais abobadadas isso não representou grande dificuldade.
Contrafortes (ou botaréus) podiam ser construídos do lado de fora. [...] Uma igreja
gótica parece estar suspensa entre essas estruturas mais delgadas de pedra como
uma roda de bicicleta — que não se deforma em virtude de seus finos raios — suporta
a sua carga. Em ambos os casos, é a distribuição uniforme de peso que torna possível
reduzir o material necessário à construção, cada vez mais, e sem pôr em perigo a
solidez do todo.” (GOMBRICH, p. 137)
Estruturas:
As esculturas do período gótico associam-se intimamente ao surgimento da
arquitetura das catedrais.
As principais características da escultura gótica são:
A tendência ao naturalismo;
A busca da beleza ideal.
Em oposição à rigidez e abstração próprias do românico, os escultores góticos
procuravam imitar a natureza e reproduzir pequenos detalhes vegetais como figuras
dotadas de movimento e expressividade.
A visão religiosidade havia mudado – em relação ao da alta Idade Média – e
estabeleceu-se uma relação mais direta com a divindade; o gótico centrou-se nas
figuras de Cristo e da Virgem; e buscou a humanidade das figuras divinas. Os
principais temas religiosos eram a vida de Cristo e da Virgem, a Ressurreição e o
Juízo Final.
A Catedral de Chartres
Suas esculturas de corpo e feições faciais muito perfeitas, elas parecem
movimentar-se e olhar solenemente umas para as outras, e suas vestes indicam
claramente as articulações de um corpo.
Quase todas as figuras das catedrais góticas possuem um emblema de
mensagem e significado entendido e meditado pelos fiéis.
A Catedral de Estrasburgo
Em A Morte da Virgem, exibida no pórtico do transepto (edifício de uma ou mais
naves que sua planta se dá ao formato de cruz) sul da catedral, é outra das esculturas
góticas que mostram bem a expressão do corpo e do rosto, parecendo, inclusive,
mostrar o sentimento de cada indivíduo – o artista dominou a técnica e consegue
recuperar a arte de deixa que a estrutura do corpo revele-se sobre as dobras das
roupagens, e consegue retratar fisionomia e expressão nos rostos da escultura.
Segue-se, ainda, um pouco da arte anterior – a romana – no quesito simetria,
mas o artista não o seguiu perfeitamente, seu arranjo não é puramente simétrico.
A Catedral de Naumburg
Os cavaleiros reais feitos nesta catedral são bastante convincentes.
"As estátuas, de homens e mulheres, parecem estar prestes, a qualquer
momento, a descer dos seus pedestais e juntar-se à companhia dos vigorosos
cavaleiros e graciosas damas cujos feitos e infortúnios enchem as páginas dos nossos
livros de história."
Na Idade Média não havia retratos, o rei ou o bispo contratavam pintores para
retratá-los, mas não era um retrato fiel, desenhavam uma figura convencional, algo
que fosse mais simbólico e tivesse as características de um rei ou um bispo.
Gombrich comenta a figura de um elefante, desenhado por um historiador inglês, onde
ele mostra a proporção do tamanho do elefante com o tamanho do homem. Aqui ele
faz referencia que os artistas medievais desta época tinham a noção de proporção,
mas não a utilizavam porque não achavam importantes.
MATTHEW PARIS: Um elefante e seu cornaca. Desenhado em 1255. Cambridge, Corpus Chrisli College.
Em relação à escultura, apenas na segunda metade do século XIII é que
escultores começaram a estudar os métodos clássicos com a intenção de representar
a natureza de forma mais convincente. Um artista a explorar tais métodos foi Nicola
Pisano, que em suas esculturas nota-se tal mudança. Uma das obras que Gombrich
comenta é a história da Anunciação aos Pastores, tratando-se de passagens bíblica.
Se tornava mais fácil para os escultores do que para os pintores, produzirem uma obra
fiel a realidade, pois esculpindo dava a forma necessária de relevo, não precisavam se
preocupar com a ilusão de profundidade.
NICOLA PISANO: Anunciação, Natividade e Pastores. Do púlpito em mármore do Balistério de Pisa.
Concluído em 1260
Giotto de Bondone (1266-1337)
Giotto di Bondone foi um importante pintor e arquiteto italiano do período do
Renascimento Cultural. Nasceu em 1266 na cidade de Colle Vespignano (região da
Toscana) perto de Florença e faleceu na mesma cidade em 1337.
Discípulo do grande mestre Cinni di Pepo (também conhecido como Cimabue),
Giotto é considerado por estudiosos de história da arte como o grande inovador, pois
introduziu a perspectiva na pintura. Foi também um artista que fez a ligação entre a
arte medieval e a renascentista, logo, também é considerado um dos precursores do
Renascimento.
Abandona a rigidez bizantina e adota em suas figuras o volume, explora a
tridimensionalidade nas pinturas. Suas obras eram realizadas em afrescos e murais,
retratando a figura de santos, da igreja católica, bastante humanizadas com aparência
de seres humanos reais.
Em sua obra: “A fé” - vê-se uma matrona segurando uma cruz na mão direita e um
pergaminho na mão esquerda, onde ele explora a ilusão de profundidade em uma
superfície plana, tendo a impressão de ser uma estátua em redondo, principalmente
como ela trabalha luz e sombra nas vestes, aparentando ilusão de volume.
Giotto: A Fé. Mural na capella dell’ Arena em Pádua.
Gombrich, faz uma comparação com um dos afrescos de Giotto: “A
Lamentação do Cristo) com uma miniatura do sec. XIII: “O Sepultamento de Cristo”,
cujo o tema é o velório em torno do corpo morto de Cristo, com a Virgem abraçando
seu filho pela ultima vez, onde Gombrich comenta que nesta obra, o artista não tinha
interesse algum de representar como poderia ter acontecido, não se tinha o cuidado
de reproduzir as imagens em harmonia e proporção, eram representadas em espaço
exprimidos e sem se importarem com problemas de espaço. Já na obra de Giotto,
mencionado a cima, Maria debruçada sobre o corpo de Cristo, é reforçado pelos
gestos emocionados e expressões sofridas das figuras ao seu redor, as cores claras
aumentam a intensidade das emoções nas faces e também, procurou encaixar
corretamente todos os personagens.
Giotto utilizava a pintura como forma de substituir palavras escritas e, mais do
que isso, transmitir a ilusão da vida real, como se estivesse sendo representado em
um palco.
O Sepultamento de Cristo. De um soltério manuscrito de Bonmont. Pintado provavelmente entre 1250 e
1300.
Giotto: A Lamentação do Cristo. Mural da Capella ell’ Arena, em Pádua.
Principais momentos da vida de Giotto:
Começou a pintar com apenas 11 anos de idade. Em 1280, ingressou numa
escola de afrescos na cidade de Roma. Entre 1303 e 1310, realizou um dos mais
importantes trabalhos, a pintura da Capela degli Strovegni na cidade de Pádua. Em
1313, cria um mosaico para a antiga Basílica de São Pedro em Roma. Em 1320,
chefiou a construção da catedral de Florença.
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