a igreja militante e a igreja triunfante

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A IGREJA MILITANTE E A IGREJA TRIUNFANTE O pensamento dos diversos acontecimentos preditos no livro de Apocalipse deviam acontecer num futuro próximo é declarado especificamente três vezes: as coisas que devia acontecer logo (cap 1: 1; 22:6) o tempo está próximo (cap 1: 3) e que certamente venho logo(cap 3: 11; 22: 7, 12, 20). Também há referencia indireta a mesma idéia (cap 6: 11; 12:12; 17: 10), a reposta pessoal de João a está declaração do próximo cumprimento do propósito divino foi: Amém; sim vem Senhor Jesus (cap 22: 20 ). Por tanto o conceito da iminência do regresso de Jesus se fala implícito e explicito através de todo o livro. A segunda vinda de Cristo é o grande acontecimento culminante do antiguíssimo conflito entre o bem e o mal que começou quando Lúcifer colocou em juízo o caráter e o Governo de Deus. As declarações de Apocalipse em outras passagens Bíblicas a respeito da eminência da volta de Cristo devem ser entendidas dentro dos limites deste Grande Conflito. Deus poderia ter aniquilado com toda justiça a Lúcifer quando com obstinada impenitência persistiu em sua rebelião; porém a Sabedoria divina deferiu a exterminação do mal até que a natureza e os resultados do pecado se fizessem plenamente visível para os habitantes do universo. Qualquer dos diversos momentos cruciais da historia deste mundo, a justiça divina poderia ter a pregoado. Está feito!, e Cristo poderia ter vindo para inaugurar Seu reino de justiça. Faz muito tempo que poderia ter terminado Seus planos para a redenção do homem. Assim como foi dado a Israel a oportunidade de preparar o caminho para o reino eterno de Deus na Terra prometida, e novamente quando voltou de seu exilo babilônico. Assim também foi oferecido a Igreja dos tempos apostólicos o privilégio de completar a comissão evangélica. Outra oportunidade semelhante chegou com o grande despertar do segundo advento do século XIX. Porém em todos esses casos o povo escolhido de Deus não soube aproveitar a oportunidade que lhe foi oferecida com tanta bondade. O movimento adventista, animado pelo o conselho inspirado, esperava que Cristo voltasse em 1844. Quando Cristo não apareceu no fim do século, foi lembrado muitas 1

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Page 1: A Igreja Militante e a Igreja Triunfante

A IGREJA MILITANTE E A IGREJA TRIUNFANTE

O pensamento dos diversos acontecimentos preditos no livro de Apocalipse deviam acontecer num futuro próximo é declarado especificamente três vezes: as coisas que devia acontecer logo (cap 1: 1; 22:6) o tempo está próximo (cap 1: 3) e que certamente venho logo(cap 3: 11; 22: 7, 12, 20). Também há referencia indireta a mesma idéia (cap 6: 11; 12:12; 17: 10), a reposta pessoal de João a está declaração do próximo cumprimento do propósito divino foi: Amém; sim vem Senhor Jesus (cap 22: 20 ). Por tanto o conceito da iminência do regresso de Jesus se fala implícito e explicito através de todo o livro. A segunda vinda de Cristo é o grande acontecimento culminante do antiguíssimo conflito entre o bem e o mal que começou quando Lúcifer colocou em juízo o caráter e o Governo de Deus. As declarações de Apocalipse em outras passagens Bíblicas a respeito da eminência da volta de Cristo devem ser entendidas dentro dos limites deste Grande Conflito. Deus poderia ter aniquilado com toda justiça a Lúcifer quando com obstinada impenitência persistiu em sua rebelião; porém a Sabedoria divina deferiu a exterminação do mal até que a natureza e os resultados do pecado se fizessem plenamente visível para os habitantes do universo. Qualquer dos diversos momentos cruciais da historia deste mundo, a justiça divina poderia ter a pregoado. Está feito!, e Cristo poderia ter vindo para inaugurar Seu reino de justiça. Faz muito tempo que poderia ter terminado Seus planos para a redenção do homem. Assim como foi dado a Israel a oportunidade de preparar o caminho para o reino eterno de Deus na Terra prometida, e novamente quando voltou de seu exilo babilônico. Assim também foi oferecido a Igreja dos tempos apostólicos o privilégio de completar a comissão evangélica. Outra oportunidade semelhante chegou com o grande despertar do segundo advento do século XIX. Porém em todos esses casos o povo escolhido de Deus não soube aproveitar a oportunidade que lhe foi oferecida com tanta bondade. O movimento adventista, animado pelo o conselho inspirado, esperava que Cristo voltasse em 1844. Quando Cristo não apareceu no fim do século, foi lembrado muitas vezes aos crentes adventistas que o Senhor poderia ter vindo antes deste tempo ( Tes. Igreja volume 8 pag 115-116). Quando foi pedido a EGW que explicasse, porque o tempo tinha continuado muito mais do que seus primeiros testemunhos pareciam indicar, respondeu: Como foi no caso de Cristo com seus discípulos? Estavam enganados? Os anjos de Deus em suas mensagens para os homens representam o tempo como muito curto.. Porém tem falhado a Palavra de Deus? Nunca! Deve se lembrar que as promessas e as ameaças são igualmente condicionais ( I MS 76-77). Por tanto é claro que ainda que a segunda vinda de Cristo não dependa de nenhuma condição das repetidas declarações das Escrituras, que a vinda de Cristo estava próxima, mas é evidente que estava condiciona pelas as respostas da igreja, a exortação para a terminação da pregação do evangelho em sua geração. Não tem falhado a Palavra de Deus, que declarou á séculos, que o dia de Cristo estava próxima (Rom 13: 12), Jesus teria voltado logo se a igreja tivesse feito a obra que Ele a encomendou. A igreja não tinha direito de esperar o Seu Senhor, pois não tinha cumprido as condições. De modo que as declarações do anjo de Apocalipse a João a respeito da iminente volta de Cristo para pôr fim o reinado do pecado, deve ser entendida como uma expressão da vontade de Deus e de seu propósito. Deus nunca pensou em demorar a consumação do

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plano da salvação; sempre tem expressado Sua vontade, e que o regresso de Nosso Senhor Jesus Cristo, não se retarde muito. Estas declarações não deve entender-se em términos da presciência de Deus, de que havia uma demoras tal, nem tão pouco a luz da perspectiva da historia de que tem acontecido. A historia do mundo desde esse tempo. É verdade que Deus sabia de ante mão que a vinda de Cristo seria demorada, uns dois mil anos; porém quando enviou seus mensageiros a igreja por intermédio do Apóstolo expressou essas vontade por meio em termos de Sua vontade e propósito a respeito deste acontecimento, para que Seu povo estivesse informado de que a providencia divina, não havia necessidade de uma demora. Por conseguinte as sete declarações a respeito da breve volta de Jesus devem entender como uma expressão da vontade de Deus, como promessa expressada condicionalmente, e não como declarações baseada no conhecimento prévio de Deus.(Comentário Bíblico Volume 7 pag 746-747)

Os Sete Diáconos

"Ora naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano." Atos 6:1.A igreja primitiva era constituída de muitas classes de pessoas de diferentes nacionalidades. Ao tempo do derramamento do Espírito Santo, no dia do Pentecoste, "em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu". Atos 2:5. Entre os que adotavam a fé dos hebreus, reunidos em Jerusalém, havia alguns comumente conhecidos como gregos; entre estes e os judeus da Palestina tinha havido desde muito tempo desconfiança e mesmo antagonismo.O coração daqueles que se converteram mediante o trabalho dos apóstolos, abrandou-se e uniu-se pelo amor cristão. A despeito de preconceitos anteriores, todos estavam em harmonia uns com os outros. Satanás sabia que, enquanto esta união continuasse a existir, ele seria impotente para deter o progresso da verdade evangélica; e procurou tirar vantagem de anteriores hábitos de pensar, na esperança de que por este meio pudesse introduzir na igreja elementos de desunião.Assim aconteceu que, aumentando o número dos discípulos, o inimigo conseguiu despertar suspeitas de alguns que antigamente tinham tido o hábito de olhar com ciúme a seus irmãos na fé, e descobrir defeitos em seus guias espirituais; e, desta maneira, "houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus". Atos 6:1. A causa da queixa foi a negligência que se alegava na distribuição diária de auxílio às viúvas gregas. Qualquer desigualdade seria contrária ao espírito do evangelho, contudo Satanás conseguira despertar a suspeita. Dever-se-iam agora tomar medidas imediatas para remover todo o motivo de descontentamento, para que não acontecesse triunfar o inimigo em seus esforços de acarretar divisão entre os crentes.Os discípulos de Jesus tinham chegado a uma crise em sua experiência. Sob a sábia direção dos apóstolos, que trabalhavam unidos no poder do Espírito Santo, a obra cometida aos mensageiros do evangelho havia-se desenvolvido rapidamente. A igreja se ampliava de contínuo, e este crescimento em membros representava constante aumento de trabalho para os que tinham responsabilidades. Pessoa alguma, ou mesmo um grupo de homens, poderiam levar sozinhos o pesado fardo sem pôr em perigo a prosperidade futura da igreja. Havia necessidade de uma redistribuição das responsabilidades que tão fielmente tinham sido levadas por uns poucos nos primeiros dias da igreja. Os apóstolos precisavam dar agora um importante passo para a organização evangélica na igreja, pondo sobre outros alguns dos encargos até agora levados por eles sós.

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Convocando uma reunião dos crentes, os apóstolos foram levados pelo Espírito Santo a esboçar um plano para a melhor organização de todas as forças ativas da igreja. Chegara o tempo, declararam os apóstolos, em que os chefes espirituais que superintendiam as igrejas deveriam ser aliviados da tarefa de distribuir aos pobres, e de outros encargos semelhantes, de modo que pudessem estar livres para levar avante a obra de pregar o evangelho. "Escolhei pois, irmãos, dentre vós," disseram eles, "sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra." Atos 6:3 e 4. Este conselho foi seguido e, pela oração e imposição das mãos, sete varões escolhidos foram solenemente separados para seus deveres como diáconos.A designação dos sete para tomarem a direção de ramos especiais da obra mostrou-se uma grande bênção para a igreja. Estes oficiais tomaram em cuidadosa consideração as necessidades individuais, bem como os interesses financeiros gerais da igreja; e, pela sua gestão acautelada e seu piedoso exemplo, foram, para seus colegas, um auxílio importante em conjugar os vários interesses da igreja em um todo unido.Que este passo estava no desígnio de Deus é-nos revelado nos imediatos resultados para o bem, que se viram. "Crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé." Atos 6:7. Esta colheita de almas era tanto o resultado de maior liberdade assegurada aos apóstolos como o zelo e poder mostrados pelos sete diáconos. O fato de terem sido esses irmãos ordenados para a obra especial de olhar pelas necessidades dos pobres, não os excluía do dever de ensinar a fé. Ao contrário, foram amplamente qualificados para instruir a outros na verdade; e se empenharam na obra com grande fervor e sucesso.À igreja primitiva tinha sido confiada uma obra de constante ampliação - estabelecer centros de luz e bênção, onde quer que existissem almas sinceras e dispostas a se dedicarem ao serviço de Cristo. A proclamação do evangelho devia abranger o mundo, e os mensageiros da cruz não poderiam esperar cumprir sua importante missão a menos que permanecessem unidos pelos laços da afinidade cristã, revelando assim ao mundo que eles eram um com Cristo em Deus. Não tinha seu divino Guia orado ao Pai: "Guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós"? João 17:11. E não declarara Ele com respeito a Seus discípulos: "O mundo os aborreceu, porque não são do mundo"? João 17:14. Não pleiteara com o Pai que eles pudessem ser "perfeitos em unidade" "para que o mundo creia que Tu Me enviaste"? João 17:23 e 21. Sua vida e poder espirituais dependiam de íntima relação com Aquele que os havia comissionado para pregar o evangelho.Somente enquanto estivessem unidos com Cristo podiam os discípulos esperar possuir o poder acompanhante do Espírito Santo e a cooperação dos anjos do Céu.Com o auxílio desses divinos instrumentos, apresentariam ao mundo uma frente unida, e seriam vencedores no conflito que eram forçados a manter incessantemente contra os poderes das trevas. Enquanto persistissem em trabalhar unidos, mensageiros celestiais iriam adiante deles, abrindo-lhes o caminho; corações seriam preparados para a recepção da verdade, e muitos seriam ganhos para Cristo. Enquanto permanecessem unidos, a igreja avançaria "formosa como a Lua, brilhante como o Sol, formidável como um exército com bandeiras". Cant. 6:10. Nada lhe impediria o progresso. Ela avançaria de vitória em vitória, cumprindo gloriosamente sua divina missão de proclamar o evangelho ao mundo.A organização da igreja em Jerusalém deveria servir como modelo para a organização de igrejas em todos os outros lugares em que mensageiros da verdade conquistassem conversos ao evangelho. Aqueles a quem fora entregue a responsabilidade da administração geral da igreja, não deveriam assenhorear-se da herança de Deus, mas,

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como sábios pastores, apascentar "o rebanho de Deus", "servindo de exemplo ao rebanho" (I Ped. 5:2 e 3); e os diáconos deveriam ser "varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria". Atos 6:3. Estes homens deveriam, unidos, defender o direito e mantê-lo com firmeza e decisão; assim teriam sobre o rebanho todo, uma influência para a união.Mais tarde, na história da igreja primitiva, quando nas várias partes do mundo muitos grupos de crentes se constituíram em igrejas, a organização da mesma foi mais aperfeiçoada, de modo que a ordem e a ação harmoniosa se pudessem manter. Todo membro era exortado a bem desempenhar sua parte. Cada qual devia fazer sábio uso dos talentos a ele confiados. Alguns foram dotados pelo Espírito Santo de dons especiais - "primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas". I Cor. 12:28. Todas estas classes de obreiros, porém, deveriam trabalhar em harmonia."Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo assim é Cristo também." I Cor. 12:4-12.Solenes são as responsabilidades impendentes sobre os que são chamados a agir como dirigentes na igreja de Deus na Terra. Nos dias da teocracia, quando Moisés estava procurando levar sozinho fardos tão pesados que logo sucumbiria sob eles, foi ele aconselhado por Jetro a fazer planos para uma sábia distribuição de responsabilidades. "Sê tu pelo povo diante de Deus," aconselhou Jetro, "e leva tu as coisas a Deus; e declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer." Jetro sugeriu mais que fossem escolhidos homens como "maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez". Os escolhidos deviam ser "homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza". Deviam ser estabelecidos "para que julguem este povo em todo o tempo", aliviando assim Moisés da exaustiva responsabilidade de atender a muitos assuntos de menor importância, que podiam ser solucionados com habilidade por auxiliares consagrados. Êxo. 18:19-22.O tempo e a força dos que, na providência de Deus, foram colocados em posições de mando e responsabilidade na igreja, devem ser gastos no trato com assuntos de maior importância, que demandem capacidade especial e largueza de coração. Não é o plano de Deus que tais homens sejam solicitados na solução de assuntos de pequena consideração, que outros são bem qualificados para manejar. "Seja que todo o negócio grave tragam a ti," aconselhou Jetro a Moisés, "mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir: assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar." Êxo. 18:22 e 23.Em harmonia com este plano, "escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo trouxeram a Moisés, e todo o negócio pequeno julgaram eles". Êxo. 18:25 e 26.

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Mais tarde, ao escolher setenta anciãos para com eles repartir as responsabilidades da liderança, Moisés foi cuidadoso em selecionar para seus auxiliares homens que possuíssem dignidade, são juízo e experiência. Em suas instruções a esses anciãos ao tempo em que foram ordenados, ele esboçou algumas das qualificações que habilitam um homem a ser dirigente sábio na igreja. "Ouvi a causa entre vossos irmãos," disse Moisés, "e julgai justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que está com ele. Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ouvireis assim o pequeno como o grande: Não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus." Deut. 1:16 e 17.O rei Davi, ao fim de seu reinado, fez solene exortação aos que tinham o encargo da obra de Deus em seus dias. Convocando a Jerusalém "todos os príncipes de Israel, os príncipes das tribos, e os capitães das turmas, que serviam o rei, e os capitães dos milhares, e os capitães das centenas, e os maiorais de toda a fazenda e possessão do rei, e de seus filhos, como também os eunucos e varões, e todo o varão valente", o idoso rei solenemente os advertiu "perante os olhos de todo o Israel, a congregação do Senhor, e perante os ouvidos do nosso Deus", para que guardassem e buscassem "todos os mandamentos do Senhor vosso Deus". I Crôn. 28:1 e 8.A Salomão, como aquele que devia ocupar posição de maior responsabilidade, Davi exortou de maneira especial: "E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-O com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o Senhor todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos: Se O buscares, será achado de ti; porém, se O deixares, rejeitar-te-á para sempre. Olha pois agora, porque o Senhor te escolheu... esforça-te." I Crôn. 28:9 e 10.Os mesmos princípios de piedade e justiça que deviam orientar os líderes entre o povo de Deus nos dias de Moisés e de Davi, deviam ser igualmente seguidos por aqueles a quem foi entregue o cuidado da recém-organizada igreja de Deus na dispensação evangélica. Na obra de ordenar as coisas em todas as igrejas, e na ordenação de homens capazes para agir como oficiais, os apóstolos se orientaram pelas altas normas de governo esboçadas no Antigo Testamento. Mantiveram o princípio de que aquele que é chamado para ocupar posição de maior responsabilidade na igreja, "seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes". Tito 1:7-9.A ordem que foi mantida na primitiva igreja cristã, possibilitou-lhes avançarem firmemente como bem disciplinado exército, vestido com a armadura de Deus. Os grupos de crentes, se bem que espalhados em um grande território, eram todos membros de um só corpo; todos se moviam em concerto e em harmonia uns com os outros. Quando surgia dissensão em uma igreja local, como mais tarde aconteceu em Antioquia e em outros lugares, e os crentes não podiam chegar a um acordo entre si, não se permitia que tais assuntos criassem divisão na igreja, mas eram encaminhados a um concílio geral de todo o conjunto dos crentes, constituído de delegados designados pelas várias igrejas locais, com os apóstolos e anciãos nos cargos de maior responsabilidade. Assim os esforços de Satanás para atacar a igreja nos lugares isolados, foram contidos pela ação concorde por parte de todos; e os planos do inimigo para esfacelar e destruir foram subvertidos."Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos." I Cor. 14:33. Ele requer que o método e a ordem sejam observados na administração dos negócios da igreja hoje, não menos do que o foram nos antigos tempos. Deseja que Sua obra seja levada avante com proficiência e exatidão, de modo

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que possa pôr sobre ela o selo de Sua aprovação. Cristão deve estar em união com cristão, igreja com igreja, cooperando o instrumento humano com o divino, achando-se cada agência subordinada ao Espírito Santo, e tudo em combinação para dar ao mundo as boas novas da graça de Deus. (AP pág 68-96)

Os mensageiros escolhidos de Deus, empenhados em árduo trabalho, jamais deveriam ser compelidos a entrar na luta a sua própria custa, sem o compreensivo e cordial auxílio de seus irmãos. É a parte dos membros da igreja repartir liberalmente com os que põem de lado seus afazeres seculares para que se possam dar a si mesmos ao ministério. Quando os ministros de Deus são encorajados, Sua causa avança grandemente. Quando, porém, por causa do egoísmo dos homens, seu justo sustento é retido, suas mãos se enfraquecem, e muitas vezes sua utilidade é seriamente prejudicada.O desprazer de Deus é despertado contra os que professam ser Seus seguidores, e no entanto permitem que consagrados obreiros padeçam necessidade, enquanto empenhados em ministério ativo. Essas criaturas egoístas serão chamadas a prestar contas, não apenas pelo abuso do dinheiro do seu Senhor, mas também pela depressão e angústia que sua conduta fez pesar sobre Seus fiéis servos. Os que são chamados para a obra do ministério, e ao chamado do dever renunciam a tudo e se empenham no serviço de Deus, devem receber por seus abnegados esforços salários suficientes para se manterem e a suas famílias. (Atos dos Apóstolos pág 340)

O voluntário e abnegado servo de Deus, que trabalha incansavelmente por palavra e doutrina, leva sobre o coração um pesado fardo. Ele não mede sua obra pelas horas. Seu salário não tem influência em seu trabalho, nem se desvia ele de seu dever por causa de condições desfavoráveis. Recebeu do Céu sua missão, e do Céu espera a recompensa quando a obra a ele confiada estiver concluída.É desígnio de Deus que tais obreiros estejam livres de ansiedade desnecessária, a fim de que possam obedecer completamente à injunção de Paulo a Timóteo: "Medita estas coisas; ocupa-te nelas." I Tim. 4:15. Conquanto devam ser cuidadosos em exercitar-se o bastante para manter a mente e o corpo vigorosos, não é todavia plano de Deus que sejam compelidos a gastar grande parte de seu tempo em empreendimentos seculares.Esses fiéis obreiros, embora dispostos a se gastar e se deixar gastar pelo evangelho não são isentos de tentação. Quando embaraçados e sobrecarregados de ansiedade por deixar a igreja de lhes prover o devido sustento financeiro, alguns são ferozmente assediados pelo tentador. Quando vêem seus labores tão levianamente apreciados, tornam-se deprimidos. De fato, eles aguardam o tempo do juízo para receber a legítima recompensa, e isto os anima; contudo, suas famílias precisam de roupa e alimento. Se se pudessem sentir libertos de sua missão divina, de bom grado trabalhariam com suas próprias mãos. Mas eles sentem que seu tempo pertence a Deus, não obstante a curteza de vistas dos que deveriam prover-lhes suficientes fundos. Sobrepõem-se à tentação de empreenderem atividades pelas quais logo se colocariam além do alcance da penúria; e continuam a trabalhar para o avançamento da causa que lhes é mais amada que a própria vida. Para assim proceder, porém, são forçados a seguir o exemplo de Paulo e empenham-se por algum tempo em trabalho manual enquanto continuam a promover sua atividade ministerial. Assim procedem, não para buscar seus próprios interesses, mas os interesses da causa de Deus na Terra.Há vezes em que parece ao servo de Deus impossível fazer a obra que necessita ser feita, porque faltam meios para levar avante um trabalho sólido e forte. Alguns ficam

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temerosos de que com os recursos de que dispõem não possam fazer tudo quanto sentem ser seu dever fazer. Mas se avançarem com fé, a salvação de Deus será revelada e o êxito acompanhará seus esforços. Aquele que ordenou a Seus seguidores ir por todas as partes do mundo, susterá cada obreiro que em obediência a Seu mando procura proclamar Sua mensagem.Na promoção de Sua obra, nem sempre o Senhor torna todas as coisas claras a Seus servos. Algumas vezes Ele prova a confiança de Seu povo deparando-lhes circunstâncias que o compelirão a prosseguir pela fé. Não raro leva-os a lugares difíceis e apertados, e ordena que avancem quando seus pés parecem estar tocando as águas do Jordão. É em tais ocasiões, quando as orações de Seus servos ascendem a Ele em fervente fé, que Deus abre o caminho diante deles e leva-os a um lugar espaçoso.Quando os mensageiros de Deus reconhecerem suas responsabilidades em relação às partes necessitadas da vinha do Senhor, e no espírito do Obreiro por excelência trabalharem incansavelmente para a conversão de almas, os anjos de Deus prepararão o caminho diante deles, e os meios necessários para o avançamento da obra serão providos.(Atos dos Apóstolos, 355-358)

"Estuda Para te Mostrares... Aprovado"

A causa de Deus necessita de homens eficientes; homens preparados para fazerem o serviço de mestres e pregadores. Homens de pouco preparo escolar têm trabalhado com certa medida de êxito; teriam conseguido, porém, maior sucesso ainda e sido obreiros mais eficientes, se houvessem recebido já desde o princípio disciplina mental.A Timóteo, ministro jovem, escreveu o apóstolo Paulo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." II Tim. 2:15. A obra de ganhar almas para Cristo, exige cuidadoso preparo. Não se deve entrar para o serviço do Senhor, sem a necessária instrução, e esperar o maior êxito. Os mecânicos, os advogados, os comerciantes, os homens de todas as atividades e profissões, são educados para o ramo de atividade que esperam seguir. É seu propósito tornarem-se o mais eficientes possível. Dirigi-vos à modista ou costureira, e ela vos dirá quanto tempo lidou até se tornar senhora de seu ofício. O arquiteto vos dirá quanto tempo levou para compreender a maneira de planejar uma construção elegante e cômoda. E o mesmo se dá com todas as carreiras a que os homens se dediquem.Deveriam os servos de Cristo mostrar menos diligência em preparar-se para uma obra infinitamente mais importante? Deveriam ser ignorantes dos meios e modos a se empregarem para ganhar almas? Requer conhecimento da natureza humana, profundo estudo, meditação, e fervorosa oração saber como aproximar-se de homens e mulheres para tratar dos grandes temas que dizem respeito a seu bem-estar eterno.Não poucos dentre os que têm sido chamados para cooperar com o Mestre, têm deixado de aprender seu mister. Têm desonrado o Redentor entrando na Sua obra sem o necessário preparo. Alguns há que, enfadados com o falso verniz a que o mundo chama refinamento, têm passado ao extremo oposto, tão nocivo quanto o primeiro. Recusam-se a receber o polimento e refinamento que Cristo deseja Seus filhos possuam. O pastor deve lembrar que é educador, e se nas maneiras e linguagem se mostra vulgar e sem polidez, os que possuem menos conhecimentos e experiência seguirão a mesma trilha.

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Conhecimento Superficial

Um jovem pastor nunca deve ficar satisfeito com um conhecimento superficial da verdade, pois não sabe onde se lhe exigirá que testemunhe em favor de Deus. Muitos terão de comparecer perante reis e doutos da Terra, a fim de responderem por sua fé. Aqueles que possuem compreensão apenas superficial da verdade, não têm sido obreiros que não têm do que envergonhar-se. Ficarão confundidos, e não serão capazes de explicar claramente as Escrituras.Fato lamentável é que o progresso da causa seja prejudicado pela falta de obreiros instruídos. Muitos carecem de requisitos morais e intelectuais. Eles não exercitam a mente, não cavam em busca dos tesouros ocultos. Visto que apenas tocam a superfície, adquirem unicamente o conhecimento que à superfície se encontra.Pensam os homens que hão de ser capazes de, sob a pressão das circunstâncias galgar a posições importantes, quando têm negligenciado o preparar-se e disciplinar-se para a obra? Imaginarão que podem ser instrumentos polidos nas mãos de Deus para a salvação das almas, se não têm aproveitado as oportunidades que lhes foram oferecidas a fim de se habilitar para a obra? A causa de Deus pede homens completos, capazes de compreender, planejar, construir e organizar. E os que apreciam as probabilidades e possibilidades da obra para este tempo, buscarão, mediante estudo profundo, obter todo o conhecimento que lhes seja possível da Palavra, para ajudar os necessitados, enfermos pelo pecado.Um pastor nunca deve julgar que já aprendeu bastante, podendo agora afrouxar os esforços. Sua educação deve continuar por toda a vida, cada dia ele deve estar aprendendo e pondo em prática os conhecimentos adquiridos.Que os que se estão preparando para o ministério não esqueçam nunca que o preparo do coração é, de todo, o mais importante. Soma alguma de cultura intelectual ou preparo teológico o pode substituir. Os brilhantes raios do Sol da Justiça têm de brilhar no coração do obreiro, purificando-lhe a vida, antes de a luz vinda do trono de Deus poder, por intermédio deles, brilhar para os que se acham em trevas.Durante a noite passaram perante mim muitas cenas, e tornaram-se claros muitos pontos relativos à obra que temos a fazer para nosso Mestre, o Senhor Jesus cristo. Alguém, cheio de autoridade, proferiu as palavras, e procurarei repetir em palavras finitas as instruções dadas relativamente à obra a ser feita. Disse o Mensageiro celestial:O ministério está-se enfraquecendo devido a estarem assumindo a responsabilidade de pregar homens que não receberam o necessário preparo para essa obra. Muitos têm cometido um erro em receber credenciais. Eles terão de empreender uma obra para a qual se achem mais aptos do que a pregação da palavra. Estão sendo pagos do dízimo, mas seus esforços são fracos, e não devem continuar a ser pagos desse fundo. Em muitas maneiras o ministério está perdendo seu caráter sagrado.Os que são chamados ao ministério da palavra devem ser obreiros leais, abnegados. Deus pede homens que compreendam que devem desenvolver esforço fervoroso, homens que ponham em seu trabalho reflexão, zelo, prudência, capacidade, e os atributos do caráter de Cristo. A salvação de almas é obra vasta, e requer o emprego de todo talento, todo dom da graça. Aqueles que nela se empenham devem constantemente crescer em eficiência. Devem possuir desejo fervoroso de robustecer suas faculdades, sabendo que elas se enfraquecerão sem uma provisão sempre crescente de graça. Cumpre-lhes buscar atingir em sua obra maiores e sempre maiores resultados. Quando nossos obreiros assim fizerem, ver-se-ão os frutos. Ganhar-se-ão muitas almas para a verdade.

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Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus, é o alvo a ser atingido. À frente do estudante existe aberta a senda de um contínuo progresso. Ele tem um objetivo a realizar, uma norma a alcançar, os quais incluem tudo que é bom, puro e nobre. Ele progredirá tão depressa, e tanto, quanto for possível em cada ramo de verdadeiro conhecimento. ( OB págs 92-95)

"Pregues a Palavra"

"Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua vinda e no Seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." II Tim. 4:1 e 2.Nessas incisivas e fortes palavras, torna-se patente o dever do pastor de Cristo. Ele tem de pregar a "palavra", não as opiniões e tradições dos homens, não fábulas aprazíveis ou histórias sensacionais, para mover a imaginação e despertar as emoções. Não deve exaltar-se, mas, como na presença de Deus, colocar-se perante o mundo a perecer, e pregar a palavra. Não deve haver nenhuma leviandade, nenhuma frivolidade, nenhuma interpretação fantasiosa; o pastor deve falar com sinceridade e profunda seriedade, como uma voz vinda de Deus a expor as Sagradas Escrituras. Cumpre-lhe oferecer aos ouvintes aquilo que é de maior interesse para seu bem presente e eterno. Irmãos meus que ministrais, ao vos achardes perante o povo, falai do que é essencial, o que instrui. Ensinai as grandes verdades práticas que devem ser introduzidas na vida. Ensinai o poder salvador de Jesus, "em quem temos a redenção... a saber, a remissão dos pecados". Col. 1:14.Esforçai-vos por fazer com que vossos ouvintes compreendam o poder da verdade.Os pastores devem apresentar a firme palavra da profecia como o fundamento da fé dos adventistas do sétimo dia. As profecias de Daniel e Apocalipse devem ser cuidadosamente estudadas e, em ligação com elas, as palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29.O capítulo vinte e quatro de Mateus é-me apresentado repetidamente como devendo ser exposto à atenção de todos. Vivemos atualmente no tempo em que as predições deste capítulo se estão cumprindo. Expliquem nossos pastores e mestres essas profecias àqueles que estão instruindo. Deixem fora de seus discursos assuntos de menor importância, e apresentem as verdades que hão de decidir o destino das almas.O tempo em que vivemos pede vigilância contínua, e os ministros de Deus devem apresentar a luz sobre a questão do sábado. Devem advertir os habitantes do mundo quanto a estar Cristo para vir em breve, com poder e grande glória. A última mensagem de advertência ao mundo tem de levar homens a ver a importância que o Senhor dá à Sua lei. Tão claramente deve a mensagem ser apresentada, que nenhum transgressor, ouvindo-a, seja desculpável em deixar de discernir a importância de obedecer aos mandamentos de Deus.Fui instruída a dizer: Reuni das Escrituras as provas de que Deus santificou o sétimo dia, e leiam-se essas provas perante a congregação, mostre-se aos que não têm ouvido a verdade, que todos quantos se desviam de um claro "Assim diz o Senhor", têm de sofrer os resultados de seu procedimento. Em todos os séculos o sábado tem sido a prova de lealdade a Deus."Entre Mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre", declara o Senhor. Êxo. 31:17.

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Excessiva Diplomacia nas Coisas Sagradas

O evangelho sofre agora oposição de todos os lados. A confederação do mal nunca esteve tão forte como atualmente. Os espíritos do mal se estão combinando com agentes humanos para combater os mandamentos de Deus. A tradição e a mentira são exaltados acima das Escrituras; a razão e a ciência acima da revelação; o talento humano acima dos ensinos do Espírito; formas e cerimônias acima do poder vital da piedade. Pecados ofensivos têm separado o povo de Deus. A infidelidade se está rapidamente tornando moda. "Não queremos que Este reine sobre nós", é a linguagem de milhares. Luc. 19:14. Os ministros de Deus devem erguer a voz como uma trombeta, e mostrar ao povo as suas transgressões. Os sermões suaves tão freqüentemente pregados, não fazem impressão duradoura. Os homens não são tocados até ao fundo do coração, porque as claras e penetrantes verdades da Palavra de Deus não lhes são ditas.Muitos dos que professam crer na verdade, diriam, caso exprimissem seus sentimentos reais: "Que necessidade há de se falar tão positivamente?" Bem poderiam então perguntar: "Por que necessitava João Batista de dizer aos fariseus: 'Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?' Mat. 3:7. Que necessidade tinha ele de provocar a ira de Herodias, dizendo a Herodes que lhe era ilícito viver com a mulher de seu irmão? Perdeu a vida, por falar assim positivamente. Por que não poderia ter agido de maneira a não incorrer na cólera de Herodias?"Assim têm os homens raciocinado, até que a excessiva diplomacia tomou o lugar da fidelidade. Permite-se ao pecado passar sem repreensão. Quando se há de ouvir mais uma vez na igreja a voz da repreensão fiel: "Tu és este homem"? II Sam. 12:7. Não fossem tão raras essas palavras, e veríamos mais do poder de Deus. Os mensageiros do Senhor não se devem queixar de que seus esforços sejam infrutíferos, enquanto não se arrependerem de seu amor pela aprovação, seu desejo de agradar aos homens, o qual os leva a suprimir a verdade, e a clamar: Paz, quando Deus não falou paz.Oxalá todo ministro de Deus compreendesse a santidade de sua obra e de sua vocação. Como mensageiros divinamente indicados, os pastores se acham em posição de terrível responsabilidade. Cumpre-lhes trabalhar, da parte de Cristo, como mordomos dos mistérios do Céu, animando os obedientes e advertindo os desobedientes. A norma mundana não deve influir em sua conduta. Eles não se devem apartar jamais do caminho em que Jesus lhes pediu que andassem. Cumpre-lhes avançar em fé, lembrando-se de que estão rodeados de uma nuvem de testemunhas. Não devem falar suas próprias palavras, mas as que Aquele que é maior que os potentados da Terra lhes pediu que falassem. Sua mensagem tem de ser: "Assim diz o Senhor."Deus pede homens que, como Natã, Elias e João, apresentem destemidamente Sua mensagem, a despeito das conseqüências; que falem a verdade, embora isso importe no sacrifício de tudo quanto possuam.

Como Setas Agudas

As palavras de Cristo eram como setas agudas, que iam ao alvo, e feriam o coração de Seus ouvintes. Todas as vezes que Se dirigia ao povo, fosse grande ou pequeno Seu auditório, Suas palavras exerciam sobre alguém efeito salvador. Nenhuma mensagem que caísse de Seus lábios se perdia. Cada palavra que proferia revelava nova responsabilidade aos que O ouviam. E hoje em dia, os pastores que estão anunciando

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em sinceridade a última mensagem de misericórdia ao mundo, dependendo de Deus quanto a forças, não precisam recear que seus esforços sejam vãos. Embora olho algum possa ver o caminho da seta da verdade, quem pode dizer que ela não atingiu o alvo, e penetrou no coração dos que a ouviram? Se bem que nenhum ouvido humano haja percebido o grito da alma ferida, todavia a verdade abriu silenciosamente caminho para o coração. Deus falou à alma; e, no dia do ajuste final de contas, Seus fiéis pastores achar-se-ão com os troféus da graça remidora, para dar honra a Cristo.Ninguém pode dizer o que se perde por tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Há, em todas as congregações, pessoas que se acham hesitantes, quase decididas a se pôr inteiramente do lado de Deus. Estão-se tomando decisões; demasiadas vezes, porém, o pastor não possui o espírito e poder da mensagem, e não se faz nenhum apelo direto aos que estão oscilando na balança.Nesta época de trevas morais, é preciso alguma coisa mais do que secas teorias para mover as almas. Os pastores devem manter ligação viva com Deus. Devem pregar como quem crê naquilo que diz. Verdades vivas, caindo dos lábios do homem de Deus, farão com que os pecadores tremam, e os convictos exclamem: O Senhor é meu Deus; estou resolvido a colocar-me inteiramente do lado do Senhor.O mensageiro de Deus nunca deve deixar de esforçar-se por obter mais luz e poder. Ele deve lidar sempre, orar sempre, sempre esperar, por entre desânimos e trevas, decidido a adquirir um perfeito conhecimento das Escrituras, e a não ficar atrás em dom algum. Enquanto houver uma alma a receber benefício, ele deve avançar sempre com renovada coragem a cada esforço. Enquanto for verdade que Jesus disse: "Não te deixarei, nem te desampararei" (Heb. 13:5), e a coroa da justiça for oferecida ao vencedor, enquanto nosso Advogado interceder em favor do pecador, os ministros de Cristo devem trabalhar com esperançosa e infatigável energia, e perseverante fé.Os homens que assumem a responsabilidade de apresentar ao povo a palavra provinda da boca de Deus, tornam-se responsáveis pela influência que exercem em seus ouvintes. Se são verdadeiros homens de Deus, saberão que o objetivo de pregar não é entreter. Não é meramente fornecer informações, nem convencer o intelecto.A pregação da palavra deve apelar para a inteligência, e comunicar conhecimento, mas cumpre-lhe fazer mais que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos ouvintes. Não deve introduzir histórias divertidas na pregação. Cumpre-lhes esforçar-se por compreender a grande necessidade e anelo da alma. Ao achar-se perante sua congregação, lembre-se de que há entre os ouvintes pessoas em luta com a dúvida, quase em desespero, quase sem esperança; pessoas que, constantemente assediadas pela tentação, estão combatendo um duro combate contra o adversário das almas. Peça ele ao Salvador que lhe dê palavras que sirvam para fortalecer essas almas para o conflito contra o mal.( OB pág 147-152)

Ministério Consagrado

Cristo deu em Sua vida e lições, perfeito exemplo de ministério abnegado, o qual tem sua origem em Deus. Deus não vive para Si próprio. Pela criação do mundo e pela sustentação de todas as coisas, está Ele constantemente ministrando a outros. Ele "faz que o Seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos". Mat. 5:45. Este ideal de ministério o Pai confiou a Seu Filho. Foi dado a Jesus permanecer à testa da humanidade, para por Seu exemplo ensinar o que significa

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ministrar. Toda a Sua vida esteve sob a lei do serviço. Serviu a todos e a todos ministrou.Mais de uma vez procurou Jesus estabelecer este princípio entre Seus discípulos. Quando Tiago e João pediram um lugar de preeminência, Ele disse: "Todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a Sua vida em resgate de muitos." Mat. 20:26-28.Desde Sua ascensão Cristo tem conduzido Sua obra na Terra por meio de escolhidos embaixadores e por cujo intermédio Ele fala aos filhos dos homens e ministra a suas necessidades. A grande Cabeça da igreja superintende Sua obra através da colaboração de homens ordenados por Deus para agir como Seus representantes.A posição dos que foram chamados por Deus para trabalhar por palavra e doutrina para o reerguimento de Sua igreja é de grave responsabilidade. Estão no lugar de Cristo rogando a homens e mulheres que se reconciliem com Deus; e eles só podem cumprir sua missão se receberem sabedoria e poder do alto.Os ministros de Cristo são guardadores espirituais do povo confiado a seu cuidado. Sua obra tem sido comparada a do vigia. Nos tempos antigos as sentinelas eram muitas vezes colocadas sobre os muros da cidade, onde, de posição vantajosa, pudessem dominar importantes postos a ser guardados, e dar advertência da aproximação do inimigo. De sua fidelidade dependia a segurança de todos os que estavam dentro da cidade. A determinados intervalos exigia-se-lhes que chamassem uns aos outros a fim de estarem seguros de que todos estavam despertos e que nenhum dano sobreviera a alguém. O brado de animação ou de advertência era repetido de um ao outro até que ecoasse ao redor de toda a cidade.O Senhor declara a cada ministro: "A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por vigia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio de seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio de seu caminho, ... livraste a tua alma." Ezeq. 33:7-9.As palavras do profeta declaram a solene responsabilidade dos que são designados como guardas da igreja de Deus, despenseiros dos mistérios de Deus. Devem ser vigias sobre os muros de Sião, para fazer soar o toque de alarma à aproximação do inimigo. Almas estão em perigo de cair sob a tentação, e perecerão, a menos que os ministros de Deus sejam fiéis ao seu encargo. Se por qualquer razão seu senso espiritual se torna tão embotado que são incapazes de discernir o perigo, e por deixarem de dar advertência o povo perecer, Deus requererá de sua mão o sangue dos que se perderem.É privilégio dos vigias sobre os muros de Sião viver tão perto de Deus e ser tão susceptíveis às impressões de Seu Espírito que Ele possa operar por meio deles, a fim de advertir do perigo a homens e mulheres, e apontar-lhes o lugar de segurança. Fielmente devem adverti-los do inevitável resultado da transgressão, e devem fielmente salvaguardar os interesses da igreja. Em tempo algum devem eles relaxar sua vigilância. Sua obra requer o exercício de cada faculdade do ser. Em sons de trombeta sua voz deve fazer-se ouvir, e nunca deixar soar uma nota confusa ou hesitante. Não pelo salário devem eles trabalhar, mas porque não podem agir de outra maneira, pois sentem que há um ai sobre eles se deixarem de pregar o evangelho. Escolhidos por Deus, selados com o sangue da consagração, devem eles libertar a homens e mulheres da destruição impendente.O pastor que é um coobreiro de Cristo terá um profundo senso da santidade de sua obra, e das labutas e sacrifícios requeridos para executá-la com êxito. Ele não planeja seu

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próprio bem-estar ou conveniência. Esquece-se de si mesmo. Na busca da ovelha perdida não percebe que está cansado, com frio ou com fome. Tem apenas um objetivo em vista - a salvação do perdido.Aquele que serve sob a bandeira sangrenta de Emanuel terá a fazer o que requererá heróico esforço e paciente perseverança. Mas o soldado da cruz permanece inabalável na frente de batalha. Ao arremessar o inimigo o ataque contra ele, ele procura a fortaleza para auxílio, e ao apresentar ao Senhor as promessas da Palavra, é ele fortalecido para os deveres da hora. Ele sente sua necessidade de fortaleza do alto. As vitórias que alcança não o levam à exaltação própria, mas sim a apegar-se mais e mais firmemente ao Poderoso. Apoiando-se neste Poder, está ele capacitado a apresentar a mensagem de salvação de forma tão impressiva que ela vibrará em outras mentes.O que ensina a Palavra precisa, ele próprio, viver em consciente e contínua comunhão com Deus pela oração e estudo de Sua Palavra; pois nela está a fonte da fortaleza. A comunhão com Deus comunicará aos esforços do pastor um poder maior que a influência de sua pregação. Não se deve ele permitir privar-se deste poder. Com um fervor que não pode ser negado, deve pleitear com Deus para que o fortaleça e prepare para o dever e as provações, e lhe toque os lábios com a brasa viva. É demasiado fraco o apego que os embaixadores de Cristo muitas vezes têm às realidades eternas. Se os homens andarem com Deus, Ele os esconderá no abrigo da Rocha. Assim abrigados, podem ver a Deus tal como Moisés O viu. Pelo poder e luz que Ele comunica podem compreender e realizar mais do que seu finito julgamento havia considerado possível.O engodo de Satanás é usado com mais êxito contra os que se sentem deprimidos. Quando o desencorajamento procura derrotar o pastor, exponha ele perante Deus suas necessidades. Foi quando os céus estavam como bronze sobre Paulo que ele confiou mais amplamente em Deus. Mais que a maioria dos homens, ele conhecia o significado da aflição; mas atentai para seu grito de triunfo quando, sitiado pelas tentações e conflitos, seus pés se apressavam rumo ao Céu: "A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem." II Cor. 4:17 e 18. Os olhos de Paulo estavam sempre voltados para o invisível e eterno. Reconhecendo que estava lutando contra poderes sobrenaturais, pôs sua confiança em Deus, e nisto repousava sua força. É pelo contemplar Aquele que é invisível que se obtém a força e o vigor da alma, e é quebrado o poder das coisas terrenas sobre a mente e o caráter.Deve o pastor misturar-se livremente com aqueles por quem trabalha a fim de familiarizar-se com eles e saber como adaptar seus ensinos às necessidades deles. Havendo pregado um sermão, a obra do pastor apenas começou. Há um trabalho pessoal para ele fazer. Deverá visitar o povo em seus lares, falando e orando com eles com fervor e humildade. Há famílias que jamais serão alcançadas pelas verdades da Palavra de Deus a menos que os mordomos de Sua graça entrem em seus lares e lhes indiquem o mais alto caminho. Mas os corações dos que fazem esta obra devem pulsar em uníssono com o coração de Cristo.Muito está compreendido na ordem: "Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha." Luc. 14:23. Ensinem os pastores as verdades em famílias, aproximando-se daqueles por quem trabalham; ao assim cooperarem com Deus, Ele os revestirá de poder espiritual. Cristo os guiará em sua obra, dando-lhes palavras que penetrarão profundo no coração dos ouvintes. É privilégio de cada pastor poder dizer com Paulo: "Nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus." "Nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas, ... testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo." Atos 20:27, 20 e 21.

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O Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os que choravam, consolando os aflitos, inspirando paz aos desconsolados. Tomava as criancinhas nos braços e as abençoava, e dizia palavras de esperança e conforto às mães cansadas. Com infalível gentileza e ternura, Ele Se aproximava de cada forma de miséria e aflição humanas. Trabalhava não para Si mesmo, mas para os outros. Era o servo de todos. Sua comida e bebida era levar esperança e ânimo a todos aqueles com quem entravam em contato. E ao atentarem homens e mulheres para as verdades que caíam de Seus lábios, tão diferentes das tradições e dogmas ensinados pelos rabinos; brotava-lhes a esperança no coração. Havia em Seus ensinos um fervor que enviava Suas palavras ao íntimo com convincente poder.Os ministros de Deus devem aprender o método de trabalho de Cristo, para que possam tirar dos celeiros de Sua Palavra o que irá suprir as necessidades espirituais daqueles por quem trabalham. Somente assim poderão desempenhar-se da tarefa que lhes foi confiada. O mesmo Espírito que habitou em Cristo ao repartir Ele a instrução que estava constantemente recebendo, deve ser-lhes a fonte de conhecimento e segredo de seu poder em realizar a obra do Salvador no mundo.Alguns que trabalharam no ministério deixaram de alcançar sucesso porque não deram interesse total à obra do Senhor. Não devem os pastores abrigar interesses ao lado da grande obra de levar almas ao Salvador. Os pescadores a quem Cristo chamou, imediatamente deixaram suas redes e seguiram-nO. Não podem os pastores fazer um trabalho aceitável para Deus, e ao mesmo tempo levar o fardo de grandes empreendimentos de negócios pessoais. Tal divisão de interesse diminui-lhes a percepção espiritual. A mente e o coração são ocupados com coisas terrenas, e o serviço de Cristo toma o segundo lugar. Procuram ajustar sua obra para Deus pelas circunstâncias, em vez de ajustar as circunstâncias aos reclamos de Deus.As energias do pastor são todas necessárias para o seu alto chamado. Suas melhores faculdades pertencem a Deus. Não deve ele envolver-se em especulações, ou em qualquer outro negócio que o desvie de sua grande obra. "Ninguém que milita", escreveu Paulo, "se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra." II Tim. 2:4. Assim deu o apóstolo ênfase à necessidade do pastor se consagrar sem reservas ao serviço do Mestre. O pastor que está integralmente consagrado a Deus recusa empenhar-se em negócios que poderiam impedi-lo de se dar inteiramente ao sagrado mister. Não procura riquezas ou honra terrestres; seu único propósito é falar a outros a respeito do Salvador que Se deu a Si mesmo para levar aos seres humanos as riquezas da vida eterna. Seu supremo desejo não é acumular tesouros neste mundo, mas chamar a atenção dos indiferentes e desleais para as realidades eternas. Ele pode ser convidado a empenhar-se em empresas que prometam grandes lucros mundanos, mas a tais tentações ele responde: "Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" Mar. 8:36.Satanás apresentou este engodo a Cristo, sabendo que se Ele o aceitasse, o mundo jamais seria redimido. E sob diferentes disfarces ele apresenta a mesma tentação aos ministros de Deus hoje, sabendo que os que forem enganados por ela serão infiéis ao seu legado.Não é vontade de Deus que Seus ministros procurem enriquecer. Com respeito a isto escreveu Paulo a Timóteo: "O amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão." Pelo exemplo, bem como por preceito, o embaixador de Cristo deve mandar "aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem

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ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna". I Tim. 6:10, 11 e 17-19. ( Atos dos Apóstolos, 359-367)

Nada existe mais precioso à vista de Deus que Seus ministros, os quais vão aos lugares desolados da Terra para semear as sementes da verdade, na esperança da colheita: Ninguém a não ser Cristo pode medir a solicitude de Seus servos ao saírem em busca dos perdidos. Ele lhes outorga Seu Espírito, e por seus esforços as almas são levadas a tornarem do pecado para a justiça.Deus está chamando homens que estejam dispostos a deixar suas fazendas, negócios, se necessário a família, para se tornarem missionários para Ele. E o chamado será respondido. Tem havido no passado homens que, constrangidos pelo amor de Cristo e pelas necessidades dos perdidos, deixaram os confortos do lar e a sociedade de amigos, inclusive da esposa e filhos, para irem a terras estrangeiras, entre idólatras e selvagens, a fim de proclamar a mensagem de misericórdia. Muitos nessa empreitada perderam a vida, mas outros têm surgido para levar a obra. Assim passo a passo a causa de Cristo tem progredido, e a semente semeada em tristeza tem produzido uma abundante colheita. O conhecimento de Deus tem sido estendido amplamente, e a bandeira da cruz plantada em terras pagãs.Para a conversão de um só pecador, o ministro deve forçar ao máximo suas energias. A alma criada por Deus e por Cristo redimida, é de grande valor, por causa das possibilidades perante ela, das vantagens espirituais que lhe tem sido concedidas, das habilidades que pode possuir se vitalizada pela Palavra de Deus e da imortalidade que pode obter através da esperança apresentada no evangelho. E se Cristo deixou as noventa e nove ovelhas para que pudesse buscar e salvar a única que se havia extraviado, podemos nós ser justificados fazendo menos? Não constitui o negligenciar trabalhar como Cristo trabalhou, sacrificar como Ele sacrificou, a traição de sagradas verdades, um insulto a Deus?O coração do verdadeiro ministro está cheio do intenso desejo de salvar almas. São gastos o tempo e a força, e nenhum penoso esforço é evitado, pois outros precisam ouvir as verdades que levaram a sua própria alma tamanha alegria, paz e satisfação. O Espírito de Cristo repousa sobre ele. Ele vela pelas almas como quem deve dar conta delas. Com os olhos fixos na cruz do Calvário, contemplando o Salvador suspenso, confiando em Sua graça, crendo que Ele estará com ele até o fim, como sua proteção, sua fortaleza, sua eficiência, ele trabalha para Deus. Com rogos e convites, misturados com a segurança do amor de Deus, ele busca conquistar almas para Jesus, e no Céu é contado entre os que são "chamados, e eleitos, e fiéis". Apoc. 17:14.( Atos do Apóstolos, 369-371)

O Cuidado com as Maneiras e o Vestuário

O pastor deve lembrar que sua atitude no púlpito, sua maneira de falar, seu vestuário, produzem nos ouvintes impressão favorável ou desfavorável. Cumpre-lhe cultivar a cortesia e a fineza de maneiras, conduzindo-se com a suave dignidade própria de sua

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alta vocação. Sua conduta deve caracterizar-se por um quê de solenidade e piedosa autoridade, aliado à mansidão. Vulgaridade e rudeza não são toleráveis no trato comum da vida, e muito menos deverão ser permitidas na obra do ministério. A atitude do pastor deve estar em harmonia com as santas verdades que ele proclama. Suas palavras devem ser, em todos os sentidos, cuidadas e bem escolhidas.Os pastores não têm de modo algum permissão de se conduzir no púlpito como os atores, assumindo atitudes e expressões com fins de mero efeito. Eles não são atores, mas mestres da verdade. Gestos menos dignos, impetuosos, não emprestam nenhum vigor à verdade exposta; ao contrário, desagradam a homens e mulheres que julgam calmamente e vêem as coisas no seu verdadeiro aspecto.O pastor que aprendeu de Cristo estará sempre consciente de ser um mensageiro de Deus, comissionado por Ele para realizar uma obra cuja influência deve perdurar por toda a eternidade. Não lhe deve absolutamente entrar nas cogitações o chamar sobre si a atenção, sobre seu saber ou capacidade. Seu inteiro objetivo deve ser levar pecadores ao arrependimento, indicando-lhes, tanto por preceito como por exemplo, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Cumpre-lhe falar como alguém que tem a consciência de se achar revestido de poder e autoridade de Deus. Seus discursos devem possuir uma sinceridade, um fervor, um poder de persuasão, que leve os pecadores a se refugiarem em Cristo.O cuidado no vestuário é digno de consideração. O pastor deve trajar-se de maneira condigna com sua posição. Alguns têm falhado a esse respeito. Em alguns casos, não somente tem havido falta de gosto e boa combinação no vestuário, mas este tem sido desalinhado e sujo.O Deus do Céu, cujo braço move o mundo, que nos dá vida e nos sustém com saúde, é honrado ou desonrado pelo vestuário dos que oficiam em honra Sua. Ele deu a Moisés instruções especiais relativas a tudo que dizia respeito ao serviço do tabernáculo, e especificou a vestimenta que deviam usar os que haviam de servir perante Ele. "Farás vestes santas a Arão, teu irmão, para glória e ornamento" (Êxo. 28:2), foi a direção dada a Moisés. Tudo que dizia respeito ao vestuário e conduta dos sacerdotes devia ser de molde a impressionar o espectador com um sentimento da santidade de Deus, de Seu culto, e da pureza exigida dos que entravam à Sua presença.Aos sacerdotes não era permitido entrar no santuário com os sapatos nos pés; pois as partículas de pó a eles aderidas profanariam o lugar santo. Tinham de deixar os sapatos no pátio, antes de entrar no santuário, e também lavar as mãos e pés antes de atuar no tabernáculo, ou no altar de oferta queimada. Assim era constantemente ensinada a lição de que toda mancha precisa ser removida dos que se chegam à presença de Deus.A influência do pastor negligente em seu vestuário, é desagradável a Deus, e a impressão causada nos que o ouvem é de que ele não considera a obra em que se acha empenhado mais sagrada do que o trabalho comum. E não somente isso, mas, em lugar de lhes mostrar a importância do traje apropriado e de bom gosto, ele lhes dá um exemplo de relaxo e falta de asseio, que alguns não demoram em seguir.Deus espera que Seus pastores, em maneiras e vestuário, representem devidamente os princípios da verdade e a santidade de seu ofício. Cumpre-lhes estabelecer um exemplo que auxilie homens e mulheres a atingirem norma elevada.__________Os homens têm o poder de extinguir o Espírito de Deus; é-lhes deixada a faculdade de escolher. É-lhes permitida liberdade de ação. Podem ser obedientes mediante o nome e a graça de nosso Redentor, ou desobedientes, e sofrer as conseqüências.O homem é responsável quanto a receber ou rejeitar a verdade sagrada e eterna. O Espírito de Deus está continuamente convencendo, e almas estão decidindo pró ou

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contra a verdade. Quão importante, pois, que todos os atos da vida sejam tais que deles não se necessite arrepender, especialmente entre os embaixadores de Cristo, que estão agindo em Seu lugar!( O.B E. pág 172-174)

Como Deus Educa Seus Obreiros

Deus disciplina Seus obreiros, a fim de que eles se possam preparar para preencher os lugares que lhes são designados. Deseja habilitá-los para fazer serviço mais aceitável. Há pessoas que desejam ter autoridade, e que necessitam da santificação proveniente da submissão. Deus opera uma mudança em sua vida. Talvez lhes ponha diante deveres que eles por si não haveriam de preferir. Se estiverem dispostos a deixar-se guiar por Ele, dar-lhes-á graça e força para cumprir esses deveres num espírito de submissão e auxílio. Assim se habilitam a ocupar lugares em que suas disciplinadas aptidões serão de grande utilidade.Alguns, Deus educa mediante decepções e aparentes fracassos. É Seu desígnio que eles aprendam a dominar as dificuldades. Inspira-lhes resolução de tornar cada aparente fracasso um sucesso. Muitas vezes os homens oram e derramam lágrimas por causa das perplexidades e obstáculos que os enfrentam. Mas, se eles mantiverem o princípio de sua confiança firme até ao fim, Deus lhes abrirá o caminho. O êxito virá, ao lutarem contra dificuldades que parecem invencíveis, e, com esse êxito, lhes sobrevirá a maior alegria.Uma vida monótona não favorece o desenvolvimento espiritual. Alguns só podem atingir a mais alta norma de espiritualidade mediante uma mudança na ordem regular das coisas. Quando, em Sua providência, Deus vê que é essencial que sobrevenham mudanças, para a edificação do caráter, perturba a tranqüila corrente da vida. Ele vê que um obreiro necessita de estar mais intimamente ligado com Ele; e, para efetuar isso, separa-o de amigos e conhecidos. Quando Ele estava preparando Elias para a trasladação, fazia-o mudar de um lugar para outro, a fim de que o profeta não se estabelecesse comodamente, e deixasse assim de adquirir força espiritual. E era o desígnio de Deus que a influência de Elias fosse uma força para ajudar a muitas almas a adquirir uma experiência mais larga e proveitosa.Muitos há que não se sentem satisfeitos para servir ao Senhor corajosamente no lugar que lhes foi designado por Ele, ou fazer sem murmurar a obra que lhes pôs nas mãos. É justo ficar malsatisfeito com a maneira em que cumprimos o dever, mas não devemos estar descontentes com o dever em si mesmo, por preferirmos fazer outra coisa. Em Sua providência, Deus põe diante das criaturas humanas serviço que será qual remédio para seu espírito doente. Assim Ele busca levá-los a pôr de lado a preferência egoísta que, se satisfeita, os tornaria incapazes para a obra que tem para eles. Se aceitam e realizam esse serviço, sua mente será curada. Se o recusam, serão deixados a lutar consigo mesmos e com outros.Os que não têm permissão de descansar em sossego, mas têm de estar em contínuas mudanças, armando a tenda hoje num lugar e amanhã noutro, lembrem-se de que o Senhor os está guiando, e que este é Seu modo de os auxiliar em formar um caráter perfeito. Em todas as mudanças que lhes são exigidas, Deus deve ser reconhecido como seu companheiro, guia e proteção.( OB pág 269-270).

Consagrai Tempo a Conversar com Deus

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Têm-me sido dadas instruções especiais quanto a nossos pastores. Não é a vontade de Deus que eles busquem ser ricos. Não se devem meter em empresas mundanas; pois isso os incapacita para dedicar suas melhores energias às coisas espirituais. Mas devem receber o suficiente para manter-se a si mesmos e a sua família. Não devem ter sobre si tantas responsabilidades que não possam dar a devida atenção à igreja na própria família; pois é seu especial dever educar os próprios filhos para o Senhor.É grande erro manter um pastor constantemente ocupado em negócios, viajando de um lugar para outro, e ficando até tarde da noite a assistir a reuniões de mesas e comissões. Isso o fatiga e deixa-o sem ânimo. Os pastores devem ter tempo para descansar, para obter da Palavra de Deus o rico alimento do pão da vida. Devem ter tempo para tomar refrescantes porções de consolação da corrente de água viva.Lembrem-se os pastores e professores de que Deus os considera responsáveis quanto a ocupar seu cargo da melhor maneira que lhes seja possível, e pôr em sua obra o melhor de suas energias. Não devem tomar deveres que estejam em conflito com a obra que Deus lhes deu.Quando pastores e professores, premidos pelo peso de responsabilidades financeiras, sobem ao púlpito ou entram na sala de aula com o cérebro fatigado e os nervos sobrecarregados, que se pode esperar senão que se use aquele fogo comum, em lugar do fogo sagrado ateado por Deus? Os tensos e impotentes esforços decepcionam os ouvintes, e prejudicam ao que fala. Ele não teve tempo para buscar ao Senhor, não teve tempo para pedir com fé a unção do Espírito Santo. ...Recebi instruções para dizer a meus coobreiros: Se quereis ter os ricos tesouros do Céu, precisais manter íntima comunhão com Deus. A menos que o façais, vossa alma será tão destituída do Espírito Santo como os montes de Gilboa do orvalho e da chuva. Quando correis de uma coisa para outra, quando tendes tanto que fazer que não vos é possível dedicar algum tempo a conversar com Deus, como podereis esperar poder em vossa obra?A razão por que tantos de nossos pastores pregam sermões fracos, sem vida, é deixarem que uma porção de coisas de natureza mundana lhes ocupe o tempo e atenção. A não ser que haja contínuo crescimento na graça, faltar-nos-ão as palavras apropriadas à ocasião. Comungai com o vosso próprio coração, e depois, comungai com Deus. A menos que assim façais, vossos esforços serão infrutíferos, devido à não santificada pressa, e à confusão.Pastores e professores, que vossa obra exale a preciosa graça espiritual. Não a torneis comum, misturando-a com coisas profanas. Caminhai para a frente, e para cima. Purificai-vos "de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus". II Cor. 7:1.Precisamos de nos converter diariamente. Nossas orações devem ser mais fervorosas; serão então mais eficazes. Cada vez mais forte deve ser nossa confiança de que o Espírito de Deus há de estar conosco, tornando-nos puros e santos, tão retos e perfumados como o cedro do Líbano. Testimonies, vol. 7, págs. 250-252.( OB 271-272)

Exame Para o Ministério

Não devem ser animados a ir para o campo como pastores, homens que não dêem inequívocas provas de haverem sido chamados por Deus. O Senhor não confia o cuidado de Seu rebanho a indivíduos não habilitados. Os que Deus chama, devem ser homens de profunda experiência, experimentados e provados, homens de um são discernimento, homens que ousem reprovar o pecado num espírito de mansidão, e que

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compreendam a maneira de alimentar o rebanho. Deus conhece os corações e sabe a quem escolher. Testimonies, vol. 1, pág. 209.

Pouco se tem feito quanto a conhecer pastores; e por essa mesma razão as igrejas têm recebido os serviços de homens não convertidos, ineficientes, que têm acalentado o povo para adormecer, em lugar de o despertar para zelo e atividade maiores na causa de Deus. Há pastores que vêm ao culto de oração, e dizem sempre, sempre as mesmas velhas orações sem vida; pregam os mesmos discursos secos de semana a semana, de mês a mês. Não têm nada de novo e inspirador a apresentar a sua congregação, e isso é uma demonstração de que não são participantes da natureza divina. Cristo não está habitando no coração pela fé.Os que professam guardar e ensinar a santa lei de Deus, e todavia estão continuamente a transgredi-la, são pedras de tropeço tanto aos pecadores como aos crentes na verdade. A maneira frouxa, negligente em que eles consideram a lei de Jeová e o dom de Seu Filho, é um insulto a Deus. A única maneira por que podemos corrigir esse espalhado erro, é examinar atentamente todo aquele que se quer tornar um ensinador da Palavra. Aqueles sobre quem repousa essa responsabilidade, devem-se informar de sua história desde a época em que professou crer na verdade. Sua experiência cristã e seu conhecimento das Escrituras, a maneira por que observa a verdade presente, tudo deve ser compreendido. Ninguém deve ser aceito como obreiro na causa de Deus, enquanto não tornar manifesto que possui uma experiência real e viva nas coisas de Deus.Aqueles que se acham a ponto de entrar para ensinar a verdade bíblica ao mundo, devem ser cuidadosamente examinados por pessoas fiéis e experientes. Depois de terem alguma experiência, há ainda outro trabalho a ser feito quanto a eles: devem ser apresentados ao Senhor em fervorosa oração, a fim de que Ele indique, por Seu Santo Espírito, se são aceitos aos Seus olhos. Diz o apóstolo: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos." I Tim. 5:22. Nos dias dos apóstolos, os ministros de Deus não ousavam confiar em seu próprio juízo quanto à escolha ou aceitação de homens para tomar a solene e sagrada posição de porta-voz de Deus. Eles escolhiam os homens segundo o seu juízo, e depois os punham perante o Senhor, a ver se Ele os aceitaria como representantes Seus. Nada menos do que isso se deve fazer agora.Encontramos em muitos lugares homens que foram postos à pressa em cargos de responsabilidade como anciãos de igrejas, quando não se acham habilitados para ocupar tal posição.

Não têm o devido domínio de si mesmos. Não exercem boa influência. A igreja se acha continuamente em perturbação em conseqüência do caráter defeituoso dos dirigentes. As mãos foram muito precipitadamente impostas sobre esses homens.Os ministros de Deus devem ser homens de boa reputação, capazes de dirigir com prudência o interesse por eles despertado. Achamo-nos em grande necessidade de homens competentes, que tragam honra e não ignomínia à causa que representam.Os pastores devem ser examinados especialmente a ver se possuem uma clara compreensão da verdade para este tempo, de modo a poderem apresentar um bem organizado discurso sobre as profecias ou sobre assuntos práticos. Se eles não podem apresentar com clareza assuntos bíblicos, precisam ouvir e aprender ainda. A fim de serem mestres da verdade bíblica, devem examinar as Escrituras com zelo e oração, familiarizando-se com elas. Tudo isso deve ser considerado cuidadosamente e com oração, antes de se mandarem homens para o campo de trabalho. Testimonies, vol. 4, págs. 406 e 407.

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Em Timóteo, Paulo viu alguém que apreciava a santidade da obra de um ministro; que não se atemorizava ante a perspectiva de sofrimento e perseguição; que estava pronto a ser ensinado. Todavia o apóstolo não se arriscou a tomar a responsabilidade de exercitar Timóteo, jovem não provado, para o ministério evangélico, sem primeiro certificar-se plenamente quanto a seu caráter e vida passada.O pai de Timóteo era grego, e sua mãe judia. Desde criança ele conhecia as Escrituras. A piedade que ele presenciara em sua vida doméstica era sã e sensata. A confiança de sua mãe e de sua avó nos sagrados oráculos, lembravam-lhe continuamente as bênçãos que há em fazer a vontade de Deus. A Palavra de Deus era a regra pela qual essas duas piedosas mulheres haviam guiado Timóteo. O poder espiritual das lições que delas recebera conservou-o puro na linguagem, e não contaminado pelas más influências de que se achava rodeado. Assim a instrução recebida através do lar havia cooperado com Deus em prepará-lo para assumir responsabilidades.Paulo viu que Timóteo era fiel, firme e leal, e escolheu-o como companheiro de trabalho e de viagem. Os que haviam ensinado Timóteo na infância foram recompensados com vê-lo, ao filho de seu cuidado, ligado em íntima associação com o grande apóstolo. ...Paulo amava a Timóteo, seu "verdadeiro filho na fé". I Tim. 1:2. O grande apóstolo muitas vezes puxava pelo discípulo mais jovem, interrogando-o acerca da história bíblica; e enquanto viajavam de um lugar para outro, ensinava-lhe cuidadosamente a maneira de trabalhar com êxito. Tanto Paulo como Silas, em todas as suas relações com Timóteo, procuravam aprofundar a impressão que já se fizera em seu espírito quanto à natureza sagrada e séria da obra do ministro evangélico. Atos dos Apóstolos, págs. 203 e 204.Em sua obra, Timóteo buscava de Paulo constantemente conselho e instrução. Não agia por impulso, mas consideradamente e com calma reflexão, indagando a cada passo: É este o caminho do Senhor? Atos dos Apóstolos, pág. 205.94 ( OB pág 437-448)

O Sustento do Evangelho

O Senhor fez com que a proclamação do evangelho dependesse do trabalho e dádivas voluntárias de todo o Seu povo. Aquele que proclama a mensagem de misericórdia aos homens caídos, tem outra obra a fazer - apresentar ao povo o dever que lhes cabe de sustentar a obra de Deus com seus recursos. Precisa ensinar-lhes que uma parte de suas rendas pertence a Deus, e deve-se dedicar, religiosamente, à Sua obra. Esta lição cumpre-lhe apresentar tanto por preceito, como por exemplo; deve cuidar em que, pelo próprio exemplo, não enfraqueça a força de seu ensino.Aquilo que, de acordo com as Escrituras, foi posto à parte, como pertencendo ao Senhor, constitui a renda do evangelho, e não mais nos pertence. Não é nada menos que sacrilégio, um homem lançar mão do tesouro do Senhor a fim de se servir a si, ou a outros, em seus negócios temporais. Alguns são culpados de haver retirado do altar do Senhor aquilo que Lhe foi especialmente consagrado. Todos devem considerar esse assunto sob seu verdadeiro aspecto. Ninguém, vendo-se em situação precária, tire dinheiro consagrado a fins religiosos, empregando-o para seu próprio proveito, e acalmando a consciência com o dizer que o restituirá futuramente. Prefira cortar as despesas segundo as rendas que tem, restringir as necessidades e viver de acordo com os meios, a usar o dinheiro do Senhor para fins seculares

O Emprego do Dízimo

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Deus deu orientação especial quanto ao emprego do dízimo. Ele não quer que Sua obra seja entravada por falta de meios. Para que não haja uma obra acidental, nem engano, Ele tornou bem claro o nosso dever sobre esses pontos. A porção que Deus reservou para Si, não deve ser desviada para nenhum outro desígnio que não aquele por Ele especificado. Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo segundo seu juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam considerar como obra do Senhor.O pastor deve por preceito e exemplo, ensinar o povo a considerar o dízimo como sagrado. Não deve pensar que o pode reter e aplicar conforme o seu próprio juízo, por ser pastor. Não lhe pertence. Ele, pastor, não tem a liberdade de separar para si o que pense pertencer-lhe. Não deve apoiar qualquer plano para desviar de seu legítimo emprego os dízimos e ofertas dedicados a Deus. Eles devem ser postos em Seu tesouro, e mantidos sagrados para o serviço dEle, de acordo com o que designou.Deus deseja que todos os Seus mordomos sejam exatos no seguir os planos divinos. Eles não devem alterar os mesmos para praticar alguns atos de caridade, ou dar algum donativo ou oferta quando e como eles, os agentes humanos, acharem oportuno. É um lamentável método da parte dos homens, procurarem melhorar os planos de Deus, inventando expedientes, tirando uma média de seus bons impulsos, contrapondo-os às reivindicações divinas. Deus requer de todos que ponham sua influência do lado de Seu plano. Ele o tornou conhecido; e todos quantos quiserem cooperar com Ele, têm de levar avante este plano, em vez de ousar tentar melhorá-lo.O Senhor instruiu a Moisés quanto a Israel: "Tu, pois, ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente." Êxo. 27:20. Isso devia ser uma oferta contínua, para que a casa de Deus fosse devidamente provida do que era necessário para Seu serviço. Seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade do Senhor, e que deve ser escrupulosamente cuidada. Mas o fundo para essa obra não deve provir do dízimo.Uma mensagem muito clara, definida, me foi dada para nosso povo. É-me ordenado dizer-lhes que estão cometendo um erro em aplicar os dízimos a vários fins, os quais, embora bons em si mesmos, não são aquilo em que o Senhor disse que o dízimo deve ser aplicado. Os que assim o empregam, estão-se afastando do plano de Deus. Ele os julgará por essas coisas.Um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para fins escolares. Outros argumentam ainda que os colportores devem ser sustentados com o dízimo. Comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado - o sustento dos pastores. Deveria haver hoje no campo uma centena de obreiros bem habilitados, onde existe unicamente um.

Uma Obrigação Solene

O dízimo é sagrado, reservado por Deus para Si mesmo. Tem de ser trazido ao Seu tesouro, para ser empregado em manter os obreiros evangélicos em seu trabalho. Durante longo tempo o Senhor tem sido roubado, porque há pessoas que não compreendem ser o dízimo a porção que Deus Se reserva. Alguns se têm sentido malsatisfeitos, e dito: "Não devolverei mais o dízimo; pois não confio na maneira por que as coisas são dirigidas na sede da obra." Roubareis, porém, a Deus, por pensardes que a direção da obra não é correta? Apresentai vossa queixa franca e abertamente, no devido espírito, e às pessoas competentes. Solicitai em vossas petições

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que se ajustem as coisas e ponham em ordem; mas não vos retireis da obra de Deus, nem vos demonstreis infiéis porque outros não estejam fazendo o que é correto.Lede atentamente o terceiro capítulo de Malaquias, e vede o que diz o Senhor a respeito do dízimo. Se nossas igrejas tomarem sua posição baseadas na Palavra do Senhor, e forem fiéis na devolução do dízimo ao Seu tesouro, mais obreiros serão animados a entrar para a obra ministerial. Mais homens se dedicariam ao ministério, não estivessem eles informados da escassez do tesouro. Devia haver abundante provisão no tesouro do Senhor, e haveria, se corações e mãos egoístas não houvessem retido os dízimos, ou empregado os mesmos para sustentar outros ramos de trabalho.Os reservados recursos de Deus não devem ser usados a esmo. O dízimo pertence ao Senhor, e todos aqueles que tocam nele serão punidos com a perda de seu tesouro celestial, a menos que se arrependam. Que a obra não continue mais a ser impedida porque o dízimo foi desviado para vários fins diversos daquele para que o Senhor disse que ele devia ir. Devem-se estabelecer provisões para esses outros ramos da obra. Eles devem ser mantidos, mas não do dízimo. Deus não mudou; o dízimo tem de ser ainda empregado para a manutenção do ministério. A abertura de novos campos requer mais eficiência ministerial do que possuímos agora, e é preciso haver meios no tesouro.Os que saem como pastores, têm uma solene responsabilidade pesando sobre eles, a qual é estranhamente negligenciada. Alguns gostam de pregar, mas não dedicam trabalho pessoal às igrejas. Há grande necessidade de instruções relativamente a obrigações e deveres para com Deus, especialmente no que respeita à devolução honesta do dízimo. Nossos pastores sentir-se-iam grandemente entristecidos se não fossem prontamente pagos por seu trabalho; mas, consideram eles que deve haver alimento no tesouro de Deus, com que se sustentem os obreiros? Se eles deixam de fazer todo o seu dever em educar o povo a ser fiel no devolver a Deus o que Lhe pertence, haverá falta de meios no tesouro para levar avante a obra do Senhor.O superintendente do rebanho de Deus, deve-se desempenhar fielmente de seu dever. Se, porque isso lhe é desagradável, ele toma a atitude de deixar que qualquer outro o faça, não é um obreiro fiel. Leia ele as palavras do Senhor em Malaquias, acusando o povo de roubo para com Ele ao reterem os dízimos. O poderoso Deus declara: "Com maldição sois amaldiçoados." Mal. 3:9. Quando aquele que ministra por palavra e doutrina, vê o povo seguindo um caminho que trará sobre si essa maldição, como pode negligenciar seu dever de dar instruções e advertências? Todo membro de igreja deve ser ensinado a ser fiel em devolver um dízimo honesto. Testimonies, vol. 9, págs. 246-251.( OB pág 224-228)

Nem todos quantos sentem que foram chamados a pregar, devem ser animados a atirar-se e a sua família, imediatamente sobre a igreja para receber contínuo sustento financeiro. Há perigo de que alguns, de limitada experiência, sejam estragados por lisonjas, e por imprudente animação a esperar inteiro sustento sem que haja de sua parte qualquer esforço sério. Os meios dedicados à dilatação da obra de Deus não devem ser consumidos por homens que desejam pregar apenas para receber o sustento, satisfazendo assim uma ambição egoísta quanto a uma vida cômoda.( O.B pág 237).

Ordenação

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"Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, ... e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado." Atos 13:1 e 2. Antes de serem enviados como missionários ao mundo pagão, esses apóstolos foram solenemente consagrados a Deus com jejum e oração e a imposição das mãos. Assim foram eles autorizados pela igreja não somente para ensinar a verdade, mas para realizar o rito do batismo e organizar igrejas, achando-se investidos de plena autoridade eclesiástica.A igreja cristã estava a esse tempo entrando numa fase importante. A obra de proclamar a mensagem evangélica entre os gentios devia agora prosseguir com vigor; e, em resultado, a igreja se havia de fortalecer por uma grande colheita de almas. Os apóstolos que tinham sido designados para dirigir essa obra, estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito da demolição da "parede de separação que estava no meio" (Efés. 2:14), a qual por tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam naturalmente de acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como ministros do evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes.Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a enfrentar; e para que sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja, mediante revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua ordenação era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos gentios as boas novas do evangelho.Tanto Paulo como Barnabé já haviam recebido sua comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não ajuntou à mesma nenhuma graça ou virtual qualificação. Era uma forma reconhecida de designação para um cargo específico bem como da autoridade da pessoa no mesmo. Por ela o selo da igreja era colocado sobre a obra de Deus.Essa forma era significativa para os judeus. Quando um pai judeu abençoava os filhos, punha-lhes reverentemente as mãos sobre a cabeça. Quando um animal era votado ao sacrifício, a mão daquele que se achava revestido da autoridade sacerdotal colocava-se sobre a cabeça da vítima. E quando os ministros da igreja de crentes de Antioquia puseram as mãos sobre Paulo e Barnabé, pediam, por esse gesto, que Deus concedesse Sua bênção aos escolhidos apóstolos, em sua consagração à obra específica a que haviam sido designados.Em época posterior, o rito da ordenação mediante a imposição das mãos sofreu muito abuso; ligava-se a esse ato uma insustentável importância, como se sobreviesse de vez um poder aos que recebiam essa ordenação, poder que os habilitasse imediatamente por toda e qualquer obra ministerial. Mas, na separação desses dois apóstolos, não há registro a indicar que fosse qualquer virtude comunicada pelo simples ato da imposição das mãos. Há unicamente o singelo relatório de sua ordenação, e da influência que ela teve em sua obra futura.As circunstâncias ligadas à separação de Paulo e Barnabé pelo Espírito Santo, para um definido ramo de serviço, mostram claramente que Deus opera mediante designados instrumentos em Sua igreja organizada. Anos atrás, quando o propósito divino a respeito de Paulo foi primeiramente revelado ao mesmo, pelo próprio Salvador, Paulo foi imediatamente depois posto em contato com os membros da recém-organizada igreja de Damasco. Demais, essa igreja não foi por mais tempo deixada na ignorância quanto à experiência pessoal do fariseu convertido. E agora, que a divina comissão então dada devia ser mais plenamente levada a efeito, o Espírito Santo, dando novamente testemunho a respeito de Paulo como um vaso escolhido para levar o evangelho aos gentios, impôs à igreja a obra

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de ordená-lo e a seu companheiro de trabalho. E enquanto os dirigentes da igreja de Antioquia estavam servindo "ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-Me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado". Atos 13:2 Deus fez de Sua igreja na Terra um conduto de luz, e, por intermédio dela comunica Seus desígnios e Sua vontade. Ele não dá a um de Seus servos uma experiência independente da experiência da própria igreja, ou a ela contrária. Nem dá a um homem um conhecimento de Sua vontade para toda a igreja enquanto esta - o corpo de Cristo - é deixada em trevas. Em Sua providência, Ele coloca Seus servos em íntima relação com a igreja, a fim de que tenham menos confiança em si mesmos, e mais em outros a quem Ele está guiando para levarem avante Sua obra.Tem havido sempre na igreja os que estão constantemente inclinados à independência individual.Parecem incapazes de compreender que a independência de espírito é suscetível de levar o instrumento humano a ter demasiada confiança em si mesmo, e em seu próprio discernimento, de preferência a respeitar o conselho e estimar altamente a maneira de julgar de seus irmãos, especialmente os que se acham nos cargos designados por Deus para guia de Seu povo. Deus investiu Sua igreja de especial autoridade e poder, por cuja desconsideração e desprezo ninguém se pode justificar; pois aquele que assim procede, despreza a voz de Deus.Os que são inclinados a considerar como supremo seu critério individual, acham-se em grave perigo. É o planejado esforço de Satanás separar a esses dos que são condutos de luz, e por cujo intermédio Deus tem operado para edificar e estender Sua obra na Terra. Negligenciar ou desprezar aqueles que Deus designou para arcar com as responsabilidades da direção ligadas ao progresso da verdade, é rejeitar o meio ordenado por Ele para auxílio, animação e fortalecimento de Seu povo. Desprezar qualquer obreiro na causa do Senhor, e pensar que a luz não lhe deve vir por nenhum outro instrumento, mas diretamente de Deus, é assumir uma atitude em que está sujeito a ser iludido pelo inimigo, e vencido. Em Sua sabedoria, o Senhor tem designado que, mediante a íntima relação mantida por todos os crentes, cristão esteja unido a cristão, igreja a igreja. Assim estará o instrumento humano habilitado a cooperar com o divino. Todo agente estará subordinado ao Espírito Santo, e todos os crentes unidos num esforço organizado e bem dirigido para dar ao mundo as alegres novas da graça de Deus. Paulo considerava a ocasião de sua ordenação formal, como assinalando o início de uma nova e importante época na obra de sua vida. É desse tempo que ele faz datar, depois, o começo de seu apostolado na igreja cristã. Atos dos Apóstolos, págs. 160-165.

Foi na ordenação dos doze que se deram os primeiros passos na organização da igreja, que depois da partida de Cristo devia levar avante Sua obra na Terra. A respeito dessa ordenação, diz o relato: "E subiu ao monte e chamou para Si os que Ele quis; e vieram a Ele. E nomeou doze para que estivessem com Ele e os mandasse a pregar." Mar. 3:13 e 14. ...Com alegria e júbilo, Deus e os anjos contemplavam esta cena. O Pai sabia que por intermédio desses homens haveria de brilhar a luz do Céu, que as palavras por eles ditas ao testemunharem de Seu Filho, haveriam de ecoar de geração em geração, até ao fim dos séculos.Os discípulos deviam sair como testemunhas de Cristo para anunciar ao mundo o que dEle tinham visto e ouvido. Seu cargo era o mais importante dos cargos a que já haviam sido chamados seres humanos, apenas inferior ao do próprio Cristo. Eles deviam ser obreiros de Deus na salvação dos homens. Como no Antigo Testamento os doze

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patriarcas ocupavam o lugar de representantes de Israel, assim os doze apóstolos representam a igreja evangélica. Atos dos Apóstolos, págs. 18 e 19.95

Reuniões de Negócios

Em todas as nossas reuniões de negócios, bem como nas religiosas e sociais, queremos ter Jesus ao nosso lado como guia e conselheiro. Não se tenderá à leviandade onde se reconhecer a presença do Salvador. O próprio eu não se fará saliente. Haverá um reconhecimento da importância da obra que se tem de fazer. Um desejo de que os planos a serem feitos sejam dirigidos por Aquele que é poderoso em conselho.Se acaso fossem abertos os nossos olhos, veríamos anjos do Céu em nossas assembléias. Se nos fosse dado compreender isto, não haveria desejo de apegar-nos às nossas opiniões sobre pontos sem importância, o que tantas vezes retarda o andamento das reuniões e da obra. Se se fizessem mais orações verdadeiras, se mais consideração solene fosse dada a assuntos de valor, mudar-se-ia o tom de nossas reuniões de negócios, tornando-se mais elevado. Todos sentiriam que a assembléia se convocou para delinear planos para a divulgação da obra, e que o objetivo desta é unicamente salvar almas.Tudo quanto fazemos e dizemos é transferido para os livros do Céu. Não sejamos culpados de fazer descer a obra de Deus ao nível das transações de negócios comuns. Nossa norma deve ser alta; nosso espírito, elevado.Há sempre alguns que, quando seus irmãos estão empurrando para diante, pensam ser seu dever puxar para trás. Fazem objeções a tudo que é proposto,e combatem todo plano que não partiu deles próprios. Há ali ocasião para as pessoas desenvolverem uma indevida confiança em si mesmas. Nunca aprenderam na escola de Cristo a preciosa e todo-importante lição de se tornar manso e humilde. Não há nada mais difícil para os que são dotados de vontade forte, do que desistir de suas idéias, e submeter-se ao juízo dos outros. É-lhes duro tornar-se suscetíveis de ensino, brandos e cordatos.É importante, em nossas reuniões de negócios não se perder precioso tempo em debater pontos de pouca importância. O hábito da crítica mesquinha não deve ser alimentado, pois deixa os espíritos perplexos e confundidos, e envolve em mistério as coisas mais claras e simples. Se existir entre os irmãos aquele amor, que os leva a estimar os outros acima de si mesmos, cederão suas próprias idéias e desejos ante os dos outros. É nosso dever estudar, a cada dia e a cada hora a maneira em que podemos atender à oração de Cristo, de que Seus discípulos sejam um, assim como Ele e o Pai são um. Preciosas são as lições que se podem aprender por manter diante de nós a oração de nosso Salvador, e fazer a nossa parte para cumprir Seu desejo.Na parte de negócios que se ligam à obra de Deus, e na prática das coisas sagradas, nunca seremos demasiado cuidadosos no guardar-nos contra o espírito de irreverência; nunca, nem por um instante, deve a Palavra de Deus ser empregada de maneira fraudulenta, para levar adiante um ponto que estamos ansiosos de ver triunfar. A honra, a integridade e a verdade precisam ser guardadas, custe o que custar ao próprio eu. Todo nosso pensamento, palavra e ação deve ser submetido à vontade de Cristo.A leviandade é descabida em reuniões em que a solene obra e Palavra de Deus são consideradas. Pediu-se em oração que Cristo presidisse à reunião, e comunicasse Sua sabedoria, Sua graça e justiça. Será coerente tomar uma decisão que ofenderá a Seu Espírito, e será contrária a Sua obra?

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Conservemos em mente que Jesus Se acha em nosso meio. Então a assembléia será penetrada, da parte do Espírito de Deus, por uma influência que eleva e controla. Manifestar-se-á aquela sabedoria "do alto", que é "primeiramente, pura, depois, pacífica, ... cheia de misericórdia e de bons frutos" (Tia. 3:17), a qual não pode errar. Em todos os planos e decisões deve haver aquela caridade que "não busca os seus interesses"; que "não suspeita mal"; que "não folga com a injustiça, mas folga com a verdade"; que "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". I Cor. 13:5-7.

Que cada um dos que se assentam em concílios e reuniões de comissões escreva no coração as palavras: Estou trabalhando para o tempo e a eternidade; eu sou responsável perante Deus pelos motivos que me levam à ação. Seja esta a sua divisa. Seja sua a oração do salmista: "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios. Não inclines o meu coração para o mal." Sal. 141:3 e 4. Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 198.

A construção do tabernáculo não se iniciou senão algum tempo depois que Israel chegou ao Sinai; e tal edificação sagrada foi pela primeira vez erguida no início do segundo ano a partir do êxodo. A isto se seguiram a consagração dos sacerdotes, a celebração da Páscoa, o recenseamento do povo e a conclusão de vários arranjos essenciais à sua organização civil ou religiosa, de modo que passaram quase um ano no acampamento junto ao Sinai. Ali o seu culto tomara forma mais definida, foram dadas as leis para o governo da nação, e levara-se a efeito uma organização mais eficaz como preparo para a sua entrada na terra de Canaã.O governo de Israel caracterizou-se pela organização mais completa, maravilhosa tanto pelo seu acabamento como pela sua simplicidade. A ordem, tão admiravelmente ostentada na perfeição e arranjo de todas as obras criadas por Deus, era manifesta na economia hebréia. Deus era o centro da autoridade e do governo, o Soberano de Israel. Moisés desempenhava o papel de seu chefe visível, em virtude de indicação divina, a fim de administrar as leis em Seu nome. Dos anciãos das tribos foi mais tarde escolhido um concílio de setenta, para auxiliar a Moisés nos negócios gerais da nação. Vinham em seguida os sacerdotes, que consultavam o Senhor no santuário. Chefes ou príncipes governavam as tribos. Abaixo destes estavam os capitães de milhares, capitães de cem, capitães de cinqüenta, e capitães de dez; e, por último, oficiais que poderiam ser empregados no desempenho de deveres especiais. Deut. 1:15.( PP pág 374)

Deus é um Deus de ordem. Tudo que se acha em conexão com o Céu, está em perfeita ordem; a sujeição e a perfeita disciplina assinalam os movimentos da hoste angélica. O êxito apenas pode acompanhar a ordem e a ação harmoniosa. Deus requer ordem e método em Sua obra hoje, não menos do que nos dias de Israel. Todos os que estão a trabalhar para Ele devem fazê-lo inteligentemente, não de maneira descuidada, casual. Ele quer que Sua obra seja feita com fé e exatidão, para que sobre ela ponha o sinal de Sua aprovação.(PP pág 376)

A Justa Remuneração Para os Pastores

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Aqueles que se acham empenhados no ministério devem receber nesta vida uma justa remuneração por seu esforço. Dedicam todo o seu tempo, pensamento e esforço ao serviço do Mestre; e não está nos desígnios de Deus que o ordenado que se lhes paga seja insuficiente para suprir as necessidades da família. O ministro que faz sua parte segundo sua capacidade, deve receber aquilo a que faz jus.Os homens que decidem quanto cada obreiro há de receber, devem esforçar-se sinceramente para corresponder à idéia de Deus em suas decisões. Alguns dos que têm servido em comissões de ajuste de salário têm faltado em discernimento e critério. Por vezes a comissão tem sido composta de homens que não possuíam real compreensão da situação dos obreiros, e que têm repetidamente levado verdadeira opressão e penúria a certas famílias, devido a suas errôneas decisões. Sua administração tem dado lugar ao inimigo para tentar e desanimar os obreiros e, em alguns casos, os tem posto fora da obra. Deve-se mostrar escrupuloso cuidado no ajustar os salários dos obreiros. Os que são escolhidos para tomar parte nas comissões de salários, devem possuir uma clara percepção, estar familiarizados com o trabalho que estão fazendo. Devem ser "homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza". Êxo. 18:21.O pastor deve ter certa margem para agir, pois fazem-se muitas solicitações a seus recursos financeiros. Encontra freqüentemente em seu trabalho, pessoas tão pobres, que pouco têm para comer e vestir, e não possuem as necessárias acomodações para dormir. Ele precisa socorrer os que são verdadeiramente necessitados, saciar-lhes a fome e cobrir-lhes a nudez. Também se espera dele que se ponha à frente dos bons empreendimentos, ajude a construir igrejas, e a fazer avançar a causa de Deus em outras terras.O missionário escolhido por Deus não pode ter residência fixa, mas tem de levar a família de um lugar para outro, muitas vezes de um para outro país. A natureza de seu trabalho assim o exige. Essas freqüentes mudanças, porém, obrigam-no a sérias despesas. Depois, também, para exercer uma boa influência, sua esposa e filhos e ele próprio, devem dar um bom exemplo quanto a vestir-se com decência e correção. Sua aparência pessoal, sua residência e os arredores da mesma - tudo deve falar em favor da verdade que defendem. Eles devem parecer sempre animados e bem dispostos, a fim de levarem raios de sol aos que necessitam de auxílio. Esses obreiros são muitas vezes obrigados a hospedar os irmãos, e ao mesmo tempo que isso lhes é um prazer, é também uma despesa adicional.É uma terrível injustiça uma comissão de salários decepcionar um digno pastor que se acha em necessidade de cada moeda que tem sido levado a esperar. O Senhor declara: "Porque Eu, o Senhor, amo o juízo; aborreço o que foi roubado, oferecido em holocausto." Isa. 61:8, Versão Trinitariana. Ele quer que Seu povo manifeste um espírito liberal em todo o seu trato com seus companheiros. O princípio que serve de base a Sua ordem ao antigo Israel: "Não atarás a boca ao boi que trilha o grão" (I Cor. 9:9; Deut. 25:4), é um princípio que nunca deve ser posto de lado por alguém que tenha de tratar da remuneração dos que se dedicaram à divulgação da causa de Deus no mundo, e que empregam suas forças em elevar o espírito dos homens da contemplação das coisas terrestres à das celestiais. Deus ama a esses obreiros, e quer que os homens lhes respeitem os direitos.O sistema de oito horas não encontra lugar no programa do ministro de Deus. Ele deve-se manter de prontidão a qualquer hora. Deve conservar sua vida e energia; pois se é apático e indolente, não pode exercer uma influência salvadora. Se ocupa uma posição de responsabilidade, deve estar preparado para assistir a reuniões de comissão e concílios, passando horas num trabalho cansativo para o cérebro e os nervos, fazendo

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planos para a divulgação da causa. Essa espécie de trabalho é um pesado encargo para a mente e o corpo.O ministro que tem uma devida apreciação do serviço, considera-se como servo de Deus pronto a atender a qualquer momento. Quando, com Isaías, ouve a voz do Senhor, dizendo: "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" ele responde: "Eis-me aqui, envia-me a mim." Isa. 6:8. Não pode dizer: Eu me pertenço; farei o que me aprouver com o meu tempo. Ninguém que consagrou a vida à obra de Deus como Seu ministro, vive para si próprio. Sua obra é seguir a Cristo, ser um agente voluntário e um coobreiro do Mestre, recebendo dia a dia Seu Espírito, e agindo como o Salvador fazia, sem vacilar nem ficar desanimado. É escolhido de Deus como fiel instrumento para promover a obra missionária em todas as terras, e cumpre-lhe ponderar bem o caminho que segue.Aqueles que nunca suportaram o encargo de tal obra, e que pensam terem os escolhidos e fiéis ministros de Deus uma fácil tarefa, devem ter em mente que as sentinelas de Deus se devem achar constantemente no posto do dever. Seu trabalho não se mede por horas. Ao serem verificados os seus salários, se, por palavra ou por pena, homens egoístas lhes limitam indevidamente os salários, comete-se assim um grande erro.Os que têm sobre si cargos administrativos em ligação com a causa de Deus, podem-se permitir er justos e leais; podem-se permitir tratar as coisas segundo os justos princípios. Quando, em tempos de crise financeira, se pensa que os salários devam ser reduzidos, seja publicada uma circular expondo a verdadeira situação, e então indague-se dos empregados da associação se, nessas circunstâncias, eles poderiam passar com menos para o seu sustento. Todos os arranjos feitos com aqueles que se acham ao serviço de Deus, devem ser considerados como uma sagrada transação entre o homem e seu semelhante. Os homens não têm o direito de tratar os obreiros como se fossem objetos inanimados, sem voz ou expressão própria.

A Esposa do Pastor

O pastor é pago por seu trabalho e isso é justo. E se o Senhor dá à esposa da mesma maneira que ao marido, o encargo da obra, e ela dedica seu tempo e energias a visitar as famílias e expor-lhes as Escrituras, embora não lhe hajam sido impostas as mãos da ordenação, ela está realizando uma obra que pertence ao ramo do ministério. Deveria então seu trabalho ser reputado por nada?Têm-se feito por vezes injustiça a mulheres que trabalham tão dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como necessárias à obra do ministério. O plano de pagar os obreiros homens, e não pagar a suas esposas, as quais partilham de seus esforços, não é segundo o mandamento de Deus, e, caso seja seguido em nossas associações, é capaz de desanimar a nossas irmãs de se habilitarem para a obra em que se devem empenhar. Deus é um Deus de justiça, e se os pastores recebem pagamento por seu trabalho, as esposas, que se consagram à obra com igual desprendimento, devem ser pagas além do salário que os maridos recebem, mesmo que elas não o solicitem.Os adventistas do sétimo dia não devem, de forma alguma, amesquinhar a obra da mulher. Se esta entrega seu serviço doméstico nas mãos de uma auxiliar fiel e prudente, e deixa seus filhos em boa guarda ao passo que ela se ocupa na obra, a associação deve ter a sabedoria de compreender a justiça de remunerá-la.O Senhor tem uma obra para as mulheres, da mesma maneira que para os homens. Elas podem efetuar uma boa obra para Deus, caso aprendam primeiro na escola de Cristo a preciosa e todo importante lição da mansidão. Importa que não somente usem o nome de Cristo mas que Lhe possuam o Espírito. Importa que andem como Ele andou

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purificando a alma de tudo quanto contamine. Então serão de benefício aos outros, apresentando-lhes a completa suficiência de Jesus. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 404.(O.B págs 449-453).

Uma Sábia Distribuição de Meios

Os membros devem contribuir alegremente para a manutenção do ministério. Devem exercer abnegação e economia, a fim de não ficar atrás em nenhum valioso dom. Somos peregrinos e estrangeiros, procurando uma pátria melhor, e toda alma deve fazer com Deus um concerto com sacrifício. O tempo de salvar almas é breve, e tudo quanto não seja necessário para prover necessidades positivas, deve ser levado como oferta de gratidão a Deus.E é dever dos que trabalham na palavra e na doutrina manifestar um justo espírito de sacrifício. Repousa sobre aqueles que recebem os liberais donativos da igreja, e administram os meios no tesouro de Deus, uma solene responsabilidade. Cumpre-lhes estudar cuidadosamente as providências do Senhor, a fim de discernir onde existe a maior necessidade. Eles têm de ser colaboradores de Cristo no estabelecer Seu reino na Terra, em harmonia com a oração do Salvador: "Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu." Mat. 6:10.Deve-se considerar a obra em todo o mundo. Novos campos têm de ser penetrados. Lembrem-se nossos irmãos de que se exigem muitos meios e muito trabalho árduo para levar a obra avante em novos campos.Ao fazer planos para a causa em campos estrangeiros, há a considerar as dificuldades a serem encontradas, devendo-se prestar aos obreiros um voluntário apoio. Aqueles que se encontram à testa dos negócios na sede da causa, têm de examinar detidamente as necessidades dos vários campos; pois eles são os mordomos de Deus, destinados a estender a verdade, a todas as partes do mundo. Eles são inescusáveis, se permanecem em ignorância com respeito às necessidades da obra. Cumpre-lhes conhecer as vantagens e dificuldades de cada campo e depois, com um espírito de interesse altruísta, têm de trabalhar para a divulgação da causa como um todo.Quando aqueles que têm de destinar às necessidades da obra do Senhor os meios de Seu tesouro, houverem procurado obter uma justa compreensão das condições, deverão aproximar-se do propiciatório pedindo uma clara intuição e sabedoria celestial, a fim de que vejam as necessidades dos países longínquos, bem como dos que lhes ficam mais próximos. Eles nunca hão de buscar o Senhor em vão. Ao pedirem-Lhe que os ajude a fazer avançar a obra nas regiões distantes, hão de receber graça do alto.Manifeste-se uma desinteressada igualdade no tratar com o corpo de obreiros na pátria e no estrangeiro. Devemos compreender mais e mais que os meios trazidos ao tesouro do Senhor nos dízimos e ofertas de nosso povo, devem ser empregados para a manutenção da obra, não somente na pátria, mas nos campos estrangeiros. Os que residem em lugares onde a obra se acha há muito estabelecida, devem limitar suas supostas necessidades, de maneira que a obra em novos campos possa ir avante. Há, nas instituições já há muito estabelecidas, o desejo de obter cada vez mais vantagens. Mas o Senhor declara que não deve ser assim. O dinheiro de Seu tesouro tem de ser empregado em estabelecer a obra em todo o mundo.

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Os lugares da vinha do Senhor em que pouco ou nada se tem feito, pedem àqueles em que já se acham estabelecidas instituições, que compreendam a situação. Que os homens dos campos que, segundo a indicação de Deus, já têm sido em grande parte trabalhados, e onde a causa se acha solidamente estabelecida, restrinjam sua ambição de estender-se. Não pensem nas grandes coisas que desejariam fazer, continuando a aumentar suas comodidades, ao passo que outras partes da vinha ficam desprovidas. É ambição egoísta que leva os homens a exigirem mais para um campo já possuidor de amplos recursos, ao passo que campos missionários se encontram em necessidade.Se o Senhor favorece mais a obra em certos países do que em outros, é para que seja revelado um espírito de verdadeira liberalidade, um desejo de ajudar aos que necessitam grandemente de auxílio para obter uma posição estável, e dar reputação à obra. O Senhor não faz acepção de pessoas nem de lugares. Sua obra é um grande todo. Sua verdade tem de ser proclamada a toda nação, tribo, língua e povo; e, à medida que novos campos são penetrados e o povo aceita a verdade, precisam-se edificar casas de culto e edifícios escolares, bem como se devem suprir outros recursos. É mister que haja prelos em operação em muitas partes do mundo.A obra do Senhor em novos territórios tem de ser levada avante, a uma feliz realização. Os planos de Deus têm de ser seguidos, e não as inclinações dos que quereriam reunir na região sobre que superintendem, todas as vantagens possíveis, ao passo que se esquecem de que outras partes da vinha do Senhor se acham inteiramente destituídas dessas vantagens.Em algumas associações tem-se considerado louvável o economizarem-se meios, e apresentar um grande excesso no tesouro. Deus, porém, não tem sido honrado com isso. Teria sido preferível que o dinheiro assim depositado houvesse sido sabiamente empregado em manter obreiros diligentes e capazes em campos necessitados.Em seus esforços para economizar, nossos irmãos devem cuidar em não restringir o emprego dos meios onde o mesmo, feito com sabedoria, é necessário. Para o estabelecimento de escolas e hospitais, deve-se adquirir terreno suficiente para seguir o plano que o Senhor delineou quanto a essas instituições. Devem-se tomar providências para cultura de frutas e verduras e, sempre que possível, convém comprar terras bastantes para impedir que outros edifiquem, próximo da instituição, edifícios de caráter objetável.Por vezes, quando uma obra chegou a certo grau de desenvolvimento, e aqueles que trabalharam ativamente em benefício dela pediram, com necessidade, mais auxílio, seu pedido foi rejeitado, não lhes sendo proporcionadas as vantagens que teriam tornado sua obra eficaz. Isso lhes levou desânimo ao coração, prejudicando a causa de Deus. Os que têm tido receio de empreender a obra nas cidades grandes, pelo fato de que isso importa em trabalho ativo e no emprego de meios, precisam entender a magnitude do dom que o Senhor fez ao dar Seu Filho para salvar o mundo. Nossas cidades podem ser trabalhadas, se os homens confiarem em Deus, e trabalharem ativa e abnegadamente.

Economia em Trabalho Missionário

Os obreiros de Deus devem trabalhar com inteligência, economia e humildade. Há pessoas que empreendem muito, e assim fazendo, pouco realizam. Nossos esforços devem ser mais concentrados. Cada golpe deve produzir efeito. O espírito deve estar ativo para discernir os melhores meios e modos de alcançar o povo que se acha próximo de nós. No esforço de fazer uma obra distante, deixamos muitas vezes passar

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oportunidades ao nosso alcance. Desta forma se perdem meios e tempo em ambos os lugares.Nossos obreiros missionários devem aprender a economizar. O maior reservatório, embora seja alimentado por fontes abundantes e vivas, deixará de satisfazer às necessidades, se houver brechas por onde vaze o conteúdo. Não se deve permitir que um único homem decida se certo campo justifica grandes esforços. Se os obreiros num campo dirigem a obra de maneira que incorra em grandes despesas, estão impedindo o caminho de modo que outros campos - os quais talvez melhor justificassem o desembolso - não podem ser penetrados.Nossos obreiros mais jovens devem satisfazer-se de abrir caminho entre o povo lentamente, com segurança, sob os conselhos dos que têm tido mais experiência. As idéias de muitos são demasiado elevadas. Uma maneira mais humilde de trabalhar haveria de dar bons resultados. É animador ver os jovens entrarem no campo missionário, pondo todo o ardor e zelo na obra; mas não se lhes deve permitir que liderem sozinhos, e mantenham a causa de Deus onerada de dívidas. Todos devem se esforçar, mediante sábia orientação e ativo trabalho, por arranjar o bastante para pagar as próprias despesas.Eles devem trabalhar para fazer com que a causa se mantenha a si mesma, e ensinar o povo a depender de si.Nossos pastores não se devem sentir em liberdade de pagar grandes somas por salas para reuniões, quando não tomam a responsabilidade de cuidar pessoalmente do interesse despertado. Os resultados são demasiado incertos para justificar o emprego de meios tão rapidamente. Se igrejas e salas se abrem a qualquer obreiro, e há o desejo de ouvir, eles devem aproveitar a oportunidade, e fazer o mais que possam; mas não é sábio que um único indivíduo se lance presumidamente ao trabalho, como se fosse dotado de um grande talento, como se fosse um Moody ou um Sankey, e faça um pródigo desembolso de meios.Ao enviar missionários para os países estrangeiros, devemos escolher aqueles que sabem economizar, que não têm grande família, e que, compreendendo a brevidade do tempo e a grandeza da obra a ser realizada, se mantenham o quanto possível, livres de qualquer coisa que lhes possa distrair o espírito da grande obra. A esposa, colocando-se ao lado do marido, pode realizar tanto quanto ele, se for dedicada, e livre para fazê-lo. Precisamos de missionários que o sejam em todo o sentido da palavra, que ponham de lado considerações egoístas, dando à causa de Deus o primeiro lugar; e que, trabalhando com vistas unicamente em Sua glória, se mantenham como servos prontos para todo instante, dispostos a ir onde Ele lhes peça, e a trabalhar em qualquer posição para dilatar o conhecimento da verdade. Necessita-se, na causa, de homens que tenham esposas que amem e temam a Deus, e que possam ajudar os maridos na obra, nos campos missionários.Nossos obreiros precisam aprender primeiro a economia, não somente em seus esforços para levar avante a causa da verdade, mas também em suas despesas domésticas. Devem colocar a família de maneira que dela possam cuidar com o mínimo possível de despesas. Não nos são, em nossa obra, oferecidos donativos e legados como acontece com outras denominações; e aqueles que se não educaram quanto a viver dentro dos limites de seus recursos, terão certamente de fazê-lo ou, do contrário, empregar-se de outra maneira. Hábitos de condescendência egoísta, ou falta de tato e habilidade da parte da esposa e mãe, podem ser uma causa constante de escassez de fundos; e todavia essa mãe talvez julgue estar fazendo o melhor que pode, pois nunca foi ensinada a restringir suas necessidades e de seus filhos, e nunca adquiriu habilidade e tato nos

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negócios domésticos. Daí, uma família pode requerer para sua manutenção duas vezes tanto quanto bastaria para outra do mesmo tamanho.Todos devem aprender a tomar notas de suas despesas. Alguns o negligenciam como não sendo coisa essencial; é um erro, porém. Todas as despesas devem ser anotadas com exatidão. Eis uma coisa que muitos de nossos obreiros terão de aprender.O Senhor não está satisfeito com a atual falta de ordem e exatidão entre os que trabalham na Sua obra. Mesmo nas reuniões de negócios da associação, poder-se-ia economizar muito tempo e evitar muitos erros, mediante um pouco mais de estudo e pontualidade. Tudo quanto tenha qualquer relação com a obra de Deus deve ser tão perfeito quanto seja possível ao cérebro e às mãos humanos.__________Como coobreiros de Deus, deveis aproximar-vos uns dos outros. Devem-se dar lições de amor, confiança e respeito mútuos, tanto no púlpito, como fora dele. Deveis viver segundo ensinais. Lembrai-vos de que os recém-convertidos olham ao vosso exemplo.Alguns daqueles para quem trabalhais, desejarão que o trabalho se faça segundo seus métodos, pensando que são os melhores; mas, se possuís o espírito e a mansidão de Cristo, se mostrais respeito e amor uns pelos outros, Deus vos habilitará a aperfeiçoar esse trabalho de modo a ser-Lhe agradável. Trabalhai por vossa própria alma, até à rendição do próprio eu, até que Cristo reconheça em vós Sua própria imagem. Essa será a lição mais de molde a impressionar aqueles a quem educais.Nos campos estrangeiros, especialmente, a obra não pode ser realizada senão mediante planos bem delineados. Conquanto vos devais esforçar para trabalhar em harmonia com as instituições dos que se acham à testa da obra, muitas circunstâncias imprevistas surgirão, para as quais eles não tomaram providências. É preciso que os que se encontram no campo de batalha se aventurem a alguma coisa, corram certos riscos. Haverá crises que exigem uma ação pronta.Ao iniciarem-se missões em terras estrangeiras, é de especial importância que se comece a obra como deve ser. Os obreiros devem cuidar em não restringi-la devido a planos acanhados. Se bem que o estado do tesouro exija economia, há perigo de que a mesma seja exercida de maneira que redunde em prejuízo em vez de lucro. Assim tem na verdade acontecido em algumas de nossas missões onde nossos obreiros têm aplicado a suas faculdades quase inteiramente a fazer planos para agir dentro do mínimo possível de despesas. Com uma orientação diferente, muito mais se poderia haver conseguido; e, afinal, menos teriam sido os recursos diminuídos ao tesouro.Nosso progresso tem sido mais lento em campos novos, devido a não serem populares perante o mundo as verdades especiais que apresentamos. A observância do sábado do sétimo dia é uma pesada cruz para todos quantos aceitam a verdade. Muitos que podem ver que nossas doutrinas são apoiadas nas Escrituras, esquivam-se a aceitá-las, porque não desejam tornar-se singulares, ou porque, pela obediência à verdade, seriam separados de seu meio de vida. Por isso, é preciso muita sabedoria em estudar a maneira de apresentar a verdade ao povo.Em alguns lugares, a obra deve começar pequenina, e avançar lentamente. Isso é tudo quanto os obreiros podem fazer. Em muitos casos, porém, poder-se-ia fazer, com bons resultados, um mais amplo e decidido esforço ao inicio. A obra na Inglaterra poderia estar muito mais adiantada atualmente, se nossos irmãos não houvessem procurado, ao começo, trabalhar com tanta economia. Se houvessem alugado boas salas, levando avante o trabalho como quem possui grandes verdades, as quais hão de necessariamente triunfar, teriam obtido êxito maior. Deus quer que a obra seja começada de modo que as primeiras impressões dadas sejam, o quanto possível, as melhores.

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Cuidai em manter o elevado caráter da obra missionária. Que todos quantos se acham ligados a nossas missões, tanto homens como mulheres, perguntem constantemente: "Que sou eu? e que devo ser e fazer?" Lembrem-se todos de que não podem dar a outros aquilo que eles próprios não possuem; portanto não se devem satisfazer com suas maneiras e hábitos naturais, sem procurar mudar para melhor. Diz Paulo: "Prossigo para o alvo". Filip. 3:14. Deve haver contínua reforma, incessante progresso, se queremos aperfeiçoar um caráter harmônico.

O Senhor quer homens que vejam a obra em sua grandeza, e compreendam os princípios que têm sido com ela entretecidos desde seu começo. Ele não quer que uma ordem mundana de coisas se introduza para moldar a obra em linhas totalmente diferentes daquelas que Ele traçou a Seu povo. A obra precisa ter o cunho de seu Originador. Testimonies, vol. 7, pág. 209.__________Ao estabelecer a obra em novos lugares, economizai em tudo que for possível. Apanhai as migalhas; que nada se perca. A obra de salvar almas deve ser levada avante segundo a maneira por que Cristo a traçou. Ele declara: "Se alguém quiser vir após Mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-Me." Mat. 16:24. É unicamente pela obediência a esta palavra que podemos ser Seus discípulos. Estamos nos aproximando do fim da história deste mundo, e os vários ramos da obra de Deus devem ser desenvolvidos com muito mais sacrifício próprio do que até agora se tem manifestado. Testimonies, vol. 7, págs. 239 e 240.( OBE pág 454-463)

Paciência Quando Ofendido

Não podemos permitir que nosso espírito se irrite por algum mal real ou suposto que nos tenha sido feito. O inimigo que mais carecemos temer é o próprio eu. Nenhuma forma de vício tem efeito mais funesto sobre o caráter do que a paixão humana quando não está sob o domínio do Espírito Santo. Nenhuma vitória que possamos ganhar será tão preciosa como a vitória sobre nós mesmos.Não permitamos que nossa suscetibilidade seja facilmente ferida. Devemos viver, não para vigiar sobre nossa suscetibilidade ou reputação, mas para salvar almas. Quando estamos interessados na salvação das almas, deixamos de pensar nas pequenas diferenças que possam levantar-se entre uns e outros na associação mútua. De qualquer sorte que os outros pensem de nós ou conosco procedam, nunca será necessário que perturbemos nossa comunhão com Cristo, nossa companhia com o Espírito. "Que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas, se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus." I Ped. 2:20.Não vos vingueis. Quanto puderdes, removei toda a causa de mal-entendido. Evitai a aparência do mal. Fazei o que estiver em vosso poder, sem comprometer os princípios, para conciliar o próximo. "Se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta." Mat. 5:23 e 24.Se vos forem dirigidas palavras impacientes, nunca respondais no mesmo tom. Lembrai-vos de que "a resposta branda desvia o furor". Prov. 15:1. Há um poder maravilhoso no silêncio. As palavras ditas em réplica a alguém encolerizado por vezes

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servem apenas para o exasperar. Mas se a raiva encontra o silêncio, e um espírito amável e paciente, em breve se desfaz.Sob uma tempestade de palavras ferinas e acusadoras, conservai apoiado o espírito na Palavra de Deus. Que o espírito e o coração sejam repletos das promessas divinas. Se sois maltratados ou acusados injustamente, em vez de responder com raiva, repeti a vós mesmos as preciosas promessas:"Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem." Rom. 12:21."Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nEle, e Ele tudo fará. E Ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meio-dia." Sal. 37:5 e 6."Nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido." Luc. 12:2."Fizeste com que os homens cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água; mas trouxeste-nos a um lugar de abundância." Sal. 66:12.Somos inclinados a procurar junto de nossos semelhantes simpatia e ânimo, em vez de os procurar em Jesus. Em Sua misericórdia e fidelidade, Deus permite muitas vezes que falhem aqueles em quem depositamos confiança, a fim de que possamos compreender quanto é insensato confiar nos homens e apoiar-nos na carne. Confiemos inteira, humilde e desinteressadamente em Deus. Ele conhece as tristezas que nos consomem no mais profundo do ser e que não podemos exprimir. Quando tudo nos parece escuro e inexplicável, lembremo-nos das palavras de Cristo: "O que Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois." João 13:7.Estudai a história de José e de Daniel. O Senhor não impediu as armadilhas dos homens que procuravam fazer-lhes mal; mas conduziu todos os planos para o bem de Seus servos, que no meio de provas e lutas mantiveram sua fé e lealdade.Enquanto estivermos no mundo, encontraremos influências adversas. Haverá provocações para ser provada a nossa têmpera; e é enfrentando-as com espírito reto que as virtudes cristãs são desenvolvidas. Se Cristo habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e tolerantes, alegres no meio das contrariedades e irritações. Dia após dia, e ano após ano, vencer-nos-emos a nós próprios e cresceremos num nobre heroísmo. Tal é a tarefa que sobre nós recai; mas não pode ser cumprida sem o auxílio de Jesus, firme decisão, um alvo bem determinado, contínua vigilância e oração incessante. Cada um tem suas lutas pessoais a travar. Nem o próprio Deus pode tornar nosso caráter nobre e nossa vida útil, se não colaborarmos com Ele. Quem renuncia à luta perde a força e a alegria da vitória.Não precisamos guardar nosso próprio registro das provas e dificuldades, dos desgostos e tristezas. Todas estas coisas estão escritas nos livros, e o Céu tomará o cuidado delas. Enquanto relembramos as coisas desagradáveis, passam da memória muitas que são gratas à reflexão, como a misericordiosa bondade de Deus que nos rodeia a cada instante e o amor, de que os anjos se maravilham, com que deu Seu Filho para morrer por nós. Se como obreiros de Cristo sentis que tendes maiores cuidados e provas que os outros, lembrai-vos de que há para vós uma paz desconhecida dos que evitam estes fardos.Há conforto e alegria no serviço de Cristo. Mostremos ao mundo que não há insucesso na vida com Deus.Se vos não sentis satisfeitos e alegres, não faleis dos vossos sentimentos. Não influais negativamente sobre a vida dos outros. Uma religião fria e sombria, jamais atrairá almas para Cristo. Afasta-as dEle, para as redes que Satanás lança aos pés dos perdidos. Em vez de pensar em vosso desânimo, pensai na força de que podeis dispor em nome de Cristo. Que vossa imaginação se fixe nas coisas invisíveis. Que os pensamentos se dirijam para as evidências do grande amor de Deus por vós. A fé pode sofrer a prova,

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vencer a tentação, suportar o insucesso. Jesus vive como nosso advogado. Tudo o que nos assegura a Sua mediação nos pertence.Não pensais que Cristo aprecia quem vive inteiramente para Ele? Não pensais que visita os que, como o amado João no exílio, estão em lugares difíceis e penosos? Deus não permite que um de Seus devotados obreiros seja abandonado, a lutar sozinho contra forças superiores, e que seja vencido. Preserva, como jóia preciosa, todo aquele cuja vida está escondida com Cristo em Deus. De cada um destes diz: Eu "te farei como um anel de selar; porque te escolhi." Ageu 2:23.Falai pois das promessas; falai do desejo que Jesus tem de abençoar. Ele não nos esquece nem um só instante. Quando, apesar das circunstâncias desagradáveis, repousamos confiadamente no Seu amor e mantemos nossa comunhão com Ele, o sentimento da Sua presença inspirará uma alegria profunda e tranqüila. De Si disse Cristo: "Nada faço por Mim mesmo; mas falo como o Pai Me ensinou. E Aquele que Me enviou está comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada." João 8:28 e 29. ...Cultivai o hábito de falar bem do próximo. Detende-vos sobre as boas qualidades daqueles com quem estais associados, e olhai o menos possível para seus erros e fraquezas. Quando sois tentados a queixar-vos do que alguém disse ou fez, louvai alguma coisa na vida ou caráter dessa pessoa. Cultivai a gratidão. Louvai a Deus pelo Seu admirável amor em dar a Cristo para morrer por nós. Nada lucramos em pensar em nossas mágoas. Deus convida-nos a meditar na Sua misericórdia e no Seu amor incomparável, a fim de que sejamos inspirados com o louvor.Os trabalhadores ativos não têm tempo de se ocupar com as faltas do próximo. As faltas e fraquezas dos outros não fornecem alimento para a vossa vida. A maledicência é uma dupla maldição, que recai mais pesadamente sobre quem fala do que sobre quem ouve. Quem espalha as sementes da dissensão e discórdia, colhe em sua própria alma os frutos mortais. O próprio ato de olhar para o mal nos outros desenvolve o mal em quem olha. Detendo-nos sobre as faltas do próximo, somos transformados na sua imagem. Mas contemplando Jesus, falando do Seu amor e da perfeição de Seu caráter, imprimimos em nós as Suas feições. Contemplando o alto ideal que Ele colocou diante de nós, subiremos a uma atmosfera santa e pura, que é a própria presença de Deus. Quando aí permanecemos, sairá de nós uma luz que irradia sobre todos os que estiverem em contato conosco.Em vez de criticar e condenar o próximo, dizei: "Devo trabalhar para minha própria salvação. Se coopero com Aquele que deseja salvar a minha alma, devo vigiar-me cuidadosamente, afastar de minha vida tudo o que é mau, vencer todo o defeito, tornar-me nova criatura em Cristo. Por isso, em lugar de enfraquecer os que lutam contra o mal, fortalecê-los-ei com palavras animadoras." Somos demasiado indiferentes para com os outros. Esquecemos muitas vezes que nossos companheiros de trabalho têm necessidade de força e animação. Tende o cuidado de lhes assegurar vosso interesse e simpatia. Ajudai-os pela oração e fazei-lhes saber que orais por eles. A Ciência do Bom Viver, págs. 485-493.__________Todos os que professam ser filhos de Deus deviam ter na mente que, como missionários, serão postos em contato com todas as classes de espíritos. Há os corteses e os rudes, os humildes e os altivos, os religiosos e os céticos, os instruídos e os ignorantes, os ricos e os pobres. Estes diferentes espíritos não podem ser tratados da mesma maneira; todos porém carecem de bondade e simpatia. Pelo mútuo contato nosso espírito deve tornar-se delicado e refinado. Dependemos uns dos outros, e estamos intimamente unidos pelos laços da fraternidade humana.

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É pelas relações sociais que a religião cristã entra em contato com o mundo. Cada homem ou mulher que recebeu a iluminação divina deve derramar luz na senda tenebrosa dos que não conhecem o melhor caminho. A influência social, santificada pelo Espírito de Cristo, deve desenvolver-se na condução de almas para o Salvador. Cristo não deve ser escondido no coração como um tesouro cobiçado, sagrado e doce, fruído exclusivamente pelo possuidor. Devemos ter Cristo em nós como uma fonte de água, que corre para a vida eterna, refrescando a todos os que entram em contato conosco. A Ciência do Bom Viver, págs. 495 e 496.

Dons Diversos

O Senhor não distribui a homem algum um território especial em que ele só deva trabalhar. Isso é contrário a Seus planos. Seu desígnio é que, em todo lugar em que a verdade for anunciada, haja em ligação com a mesma espíritos e dons diversos, de modo a exercer em sua influência sobre o trabalho. Homem algum possui sabedoria suficiente para cuidar de um interesse sem auxiliares, nem ninguém se deve considerar competente para fazê-lo. O fato de uma pessoa ser dotada de aptidão num sentido, não é prova de que seu discernimento seja perfeito em todos os outros assuntos, e que não seja necessário unir à sua a sabedoria de outro espírito.Aqueles que trabalham juntos, devem buscar perfeita harmonia. Todavia ninguém deve pensar que não lhe é possível trabalhar com pessoas que não vejam as coisas exatamente como ele, e que não sigam, em seus trabalhos, os mesmos planos. Se todos manifestarem um espírito humilde, suscetível ao ensino, podem-se evitar atritos. Deus tem posto na igreja vários dons. Estes são preciosos, em seu devido lugar, e a todos é dado ter uma parte na obra de preparar um povo para a próxima vinda de Cristo.__________Nossos pastores que ocupam lugares de responsabilidade, são homens aceitos por Deus. Sua origem, sua posição anterior, se andaram atrás do arado, se usaram os instrumentos do carpinteiro ou desfrutaram as vantagens de um colégio, não importa; se Deus os aceitou, acautelem-se todos quanto a lançar sobre eles a mais leve crítica. Não faleis nunca desdenhosamente de algum homem; pois ele pode ser grande aos olhos do Senhor, ao passo que aqueles que se sentem grandes talvez sejam pouco estimados por Deus devido à perversidade de seu coração. ...Nem um momento de nosso precioso tempo deve ser dedicado a fazer com que outros se conformem com nossas idéias e opiniões pessoais. Deus quer educar os homens empregados como colaboradores nesta grande obra, no mais alto exercício da fé, e no desenvolvimento de um caráter harmônico.Os homens têm dons vários, e uns são mais aptos para o ramo da obra do que para outro. Aquilo que um pode ser incapaz de realizar, seu colega de ministério pode estar apto a fazer. A obra de cada um é importante, em sua posição. A cabeça de um homem não deve reger a de outro. Se alguém se ergue, julgando que não deve ser influenciado por ninguém, que possui discernimento e capacidade para compreender todo ramo da obra, esse homem decairá da graça de Deus. Testimonies, vol. 4, págs. 608 e 609.__________É a fidelidade, a lealdade para com Deus, o serviço de amor, que obtêm a aprovação divina. Todo impulso do Espírito Santo, que leva os homens à bondade e a Deus, é anotado nos livros do Céu, e no dia de Deus serão louvados os obreiros pelos quais operou.

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Entrarão no gozo do Senhor quando virem no reino aqueles que foram redimidos por seu trabalho. E terão o privilégio de participar de Sua obra lá, porque se habilitaram pela participação na mesma aqui. O que seremos no Céu, é o reflexo do que somos agora no caráter e no serviço sagrado. Parábolas de Jesus, pág. 361.

Unidade na Diversidade

Deus tem maneiras várias de operar, e possui obreiros diversos, aos quais confia diferentes dons. Um obreiro pode ser bom orador, outro bom escritor, outro ainda pode possuir o dom da oração sincera, fervorosa, outro o de cantar, e ainda outro a capacidade de expor com clareza a Palavra de Deus. E cada um desses dons se deve tornar uma força em favor de Deus, pois Ele opera por meio do obreiro. A um dá o Senhor a palavra da sabedoria, a outro conhecimentos, a outro fé; todos, porém, devem trabalhar sob a mesma orientação, isto é, tendo a Cristo como Cabeça. A diversidade de dons conduz à diversidade de operação; "mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos". I Cor. 12:6.O Senhor deseja que Seus escolhidos servos aprendam a se unir num esforço harmônico. Talvez pareça a alguns que o contraste entre seus dons e os de seus coobreiros é demasiado grande para permitir que se unam em esforço assim harmônico; mas, ao lembrarem que há variedade de espíritos a serem atingidos, e que alguns rejeitarão a verdade apresentada por um obreiro, abrindo o coração à verdade de Deus ante o modo diferente de outro, eles hão de esforçar-se esperançosamente por trabalhar juntos, em união. Seus talentos, conquanto diversos, podem-se achar todos sob a direção do mesmo Espírito. Em toda palavra e ação, manifestar-se-ão bondade e amor; e ao ocupar cada obreiro fielmente o lugar que lhe é designado, a oração de Cristo em favor da unidade de Seus seguidores será atendida, e o mundo conhecerá que esses são Seus discípulos.Os obreiros de Deus devem unir-se uns aos outros com amorável simpatia e confiança. Aquele que diz ou faz qualquer coisa que tenda a separar os membros da igreja de Cristo, está anulando os desígnios de Deus. Disputas e dissensões na igreja, o nutrir suspeitas e incredulidade, são desonrosos para Cristo. Deus deseja que Seus servos cultivem afeição cristã uns pelos outros. A verdadeira religião liga os corações, não somente com Cristo, mas uns aos outros, na mais terna união. Quando soubermos o que significa estar assim unidos com Cristo, e com nossos irmãos, uma fragrante, benéfica influência acompanhará nossas obras aonde quer que formos.Os obreiros nas cidades grandes devem-se desempenhar de suas várias partes, fazendo todo esforço para produzir os melhores resultados. Cumpre-lhes falar com fé e agir de maneira a impressionar o povo. Não devem limitar a obra a suas idéias particulares. Tem-se feito muito isso entre nós, como um povo, e tem servido para afastar o êxito da obra. ...Nenhuma criatura humana deve ligar outras a si, como se as devesse dominar, dizendo-lhes que façam isso, proibindo-lhes que façam aquilo, comandando, ditando, agindo como um oficial para com uma companhia de soldados. Assim procediam os sacerdotes e príncipes no tempo de Cristo, mas não é correto. Depois que a verdade houver impressionado o coração, e homens e mulheres tiverem aceito seus ensinos, devem ser tratados como propriedade de Cristo, e não do homem. Em ligando o espírito das pessoas a vós, estais levando o mesmo a desprender-se da Fonte de sua sabedoria e suficiência. Eles devem confiar inteiramente em Deus; somente assim podem crescer em graça.

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Por maior que seja a pretensão de um homem quanto à sabedoria e conhecimentos, a menos que seja ensinado pelo Espírito Santo, é profundamente ignorante das coisas espirituais. Precisa compreender o perigo em que se encontra, bem como sua ineficiência, e confiar completamente nAquele que é o único capaz de guardar as almas que a Ele se entregam, capaz de lhes comunicar o Seu Espírito e enchê-las de desinteressado amor para com os outros, habilitando-as assim a dar testemunho de que Deus enviou ao mundo Seu Filho para salvar os pecadores. Os que estão verdadeiramente convertidos, hão de avançar juntos, em unidade cristã. Não haja divisão na igreja de Deus, nada de imprudente autoridade sobre os que aceitam a verdade. Em tudo que se faça e diga, deve aparecer a mansidão de Cristo.Cristo é o fundamento de toda igreja verdadeira. Temos Sua inalterável promessa de que Sua presença e proteção serão dadas a Seus fiéis, aos que andam em Seu conselho. Cristo tem de ser o primeiro, até ao fim. Ele é a fonte da vida e da força, da justiça e santidade. E Ele é tudo isso para aqueles que tomam o Seu jugo e aprendem dEle a ser mansos e humildes.A alegria e dever de todo serviço é exaltar a Cristo perante o povo. Este é o fim de todo trabalho verdadeiro. Fazei com que Cristo apareça; escondei nEle o próprio eu. Isto é sacrifício que tem valor. Testimonies, vol. 9, págs. 144-147.( OBE pág 475-485)

O Espírito de Independência

Antes de partir para a Austrália, e desde que cheguei a este país, tenho sido instruída que há uma grande obra a ser feita nos Estados Unidos. Os que estavam na obra a princípio, estão desaparecendo. Apenas uns poucos dos pioneiros da causa permanecem agora entre nós. Muitos dos pesados encargos antigamente assumidos por homens de longa experiência, estão agora recaindo sobre homens mais jovens.Esta transferência de responsabilidades para obreiros cuja experiência é mais ou menos limitada, acha-se acompanhada de alguns perigos contra os quais precisamos precaver-nos. O mundo está cheio de lutas pela supremacia. O espírito de afastamento de companheiros na obra, o espírito de desorganização, está no próprio ar que respiramos. Por alguns, todos os esforços por estabelecer ordem são considerados perigosos - como uma restrição da liberdade individual, devendo, pois, ser temidos como sistema papal. Estas almas iludidas consideram virtude orgulhar-se de sua liberdade em pensar e agir independentemente. Declaram que não aceitam a opinião de homem algum; que não são responsáveis para com homem nenhum. Fui instruída de que Satanás se esforça especialmente para levar homens a julgar que Deus Se agrada de que escolham seu próprio modo de proceder, independentemente do conselho de seus irmãos.Aí reside um grave perigo para a prosperidade de nossa obra. Precisamos agir discretamente, ajuizadamente, em harmonia com o juízo de conselheiros tementes a Deus; pois nesse procedimento, só, está nossa segurança e força. De outro modo Deus não pode operar conosco e por meio de nós e em nosso favor.Oh, como Satanás se regozijaria se alcançasse êxito em seus esforços de penetrar no meio deste povo, e desorganizar a obra num tempo em que a organização integral é essencial, e constitui a maior força para evitar os movimentos de oposição, e refutar pretensões não abonadas pela Palavra de Deus! Precisamos manter as linhas uniformemente, para que não haja quebra do sistema de organização e ordem, que se ergueu por meio de sábio, cuidadoso trabalho. Não se deve dar autonomia a elementos desordeiros que desejem controlar a obra neste tempo.

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Alguns têm apresentado a idéia de que, ao aproximarmo-nos do fim do tempo, cada filho de Deus agirá independentemente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas a leis, cada uma influenciando a outra a fazer a vontade de Deus, prestando obediência comum à lei que lhes dirige a ação. E, para que a obra do Senhor possa avançar sadia e solidamente, Seu povo deve unir-se.Os movimentos esporádicos, agitados, de alguns que pretendem ser cristãos, são bem representados pelo trabalho de cavalos fortes, mas não adestrados. Quando um puxa para a frente, outro puxa para trás, e à voz de seu guia, um se precipita para diante, e o outro fica imóvel. Se os homens não agirem em harmonia na grande e importante obra para este tempo, haverá confusão. Não é bom sinal recusarem-se os homens a unir-se a seus irmãos, e preferirem agir sozinhos. Falem os obreiros confidencialmente com os irmãos que estão dispostos a apontar cada desvio dos princípios verdadeiros.Pág. 488Se os homens tomarem o jugo de Cristo, não poderão puxar cada um para o seu lado; puxarão com Cristo.Alguns obreiros puxam com toda a força que Deus lhes deu, mas não aprenderam ainda que não devem puxar sozinhos. Em vez de isolar-se, puxem eles em harmonia com seus coobreiros. A menos que isso façam, sua atividade se processará fora de tempo e em direção errada. Trabalharão muitas vezes contra aquilo que Deus deseja ver feito, e assim sua obra é mais do que inútil.Por outro lado, os guias dentre o povo de Deus devem precaver-se contra o perigo de condenar os métodos de obreiros que são pelo Senhor levados a fazer uma obra especial que só poucos estão habilitados para desempenhar. Sejam os irmãos que estão em cargos de responsabilidade, cuidadosos em criticar maneiras de proceder que não estejam em perfeita harmonia com seus métodos de trabalho. Não suponham jamais que cada plano deva refletir a sua própria personalidade. Não temam confiar nos métodos de outros, pois recusando confiar num coobreiro que, com humildade e zelo consagrado está fazendo uma obra especial, na maneira por Deus designada, eles estão retardando o avanço da causa do Senhor.Deus pode servir-Se, e servir-Se-á dos que não tiverem instrução esmerada nas escolas dos homens. Duvidar de Seu poder para fazer isso, é manifesta incredulidade; é limitar o poder onipotente dAquele para quem nada é impossível. Quem dera houvesse menos dessa cautela indesejável, desconfiante! Ela deixa tantas forças da igreja sem serem usadas; fecha o caminho, de modo que o Espírito Santo não Se possa utilizar de homens; mantém em ociosidade os que estão dispostos e ansiosos para trabalhar segundo a maneira de Cristo; desencoraja de entrarem na obra a muitos que se tornariam

coobreiros eficientes de Deus, caso tenham uma oportunidade razoável.Para o profeta, a roda dentro de uma roda, a aparência de criaturas viventes com elas relacionadas, tudo parecia complicado e inexplicável. Mas a mão da infinita Sabedoria é vista entre as rodas, e ordem perfeita é o resultado da obra das mesmas. Cada roda, dirigida pela mão de Deus, opera em harmonia perfeita com cada uma das demais rodas. Foi-me mostrado que instrumentos humanos são propensos a buscar demasiado autoridade, procurando dirigir eles mesmos a obra. Excluem de seus métodos e planos o Senhor Deus, o poderoso Obreiro, e não Lhe confiam tudo relativamente ao avanço da obra. Ninguém deve por um momento imaginar que é capaz de dirigir as coisas que pertencem ao grande EU SOU. Deus em Sua providência está preparando um caminho de maneira que a obra possa ser feita por agentes humanos. Fique, pois, cada qual em

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seu posto de dever, para desempenhar sua parte para este tempo, e saiba que Deus é seu instrutor.

A Associação GeralFui muitas vezes instruída pelo Senhor de que o juízo de homem algum deve estar sujeito ao juízo de outro homem qualquer. Nunca deve a mente de um homem ou a de uns poucos homens ser considerada suficiente em sabedoria e autoridade para controlar a obra, e dizer quais os planos que devam ser seguidos. Mas quando numa Assembléia Geral, é exercido o juízo dos irmãos reunidos de todas as partes do campo, independência e juízo particulares não devem obstinadamente ser mantidos, mas renunciados.Pág. 490Nunca deve um obreiro considerar virtude a persistente conservação de sua atitude de independência, contrariamente à decisão do corpo geral.Por vezes, quando um pequeno grupo de homens, aos quais se acha confiada a direção geral da obra tem procurado, em nome da Associação Geral, exercer planos imprudentes e restringir a obra de Deus, tenho dito que eu não poderia por mais tempo considerar a voz da Associação Geral, representada por esses poucos homens, como a voz de Deus. Mas isto não é dizer que as decisões de uma Associação Geral composta de uma assembléia de homens representativos e devidamente designados, de todas as partes do campo, não deva ser respeitada. Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Associação Geral, devam ter autoridade. O erro que alguns estão em perigo de cometer, é dar à opinião e ao juízo de um homem, ou de um pequeno grupo de homens, a plena medida de autoridade e influência de que Deus revestiu Sua igreja, no juízo e voz da Associação Geral reunida

para fazer planos pela prosperidade e divulgação de Sua obra.Quando este poder, que Deus colocou na igreja, é entregue inteiramente a um só homem, e ele é revestido da autoridade de servir de critério para outros espíritos, acha-se então mudada a verdadeira ordem da Bíblia. Os esforços de Satanás sobre o espírito de tal homem seriam os mais sutis, e por vezes quase dominantes; pois o inimigo teria a esperança de, por meio de seu espírito, poder influenciar muitos outros. Demos à mais altamente organizada autoridade na igreja aquilo que somos propensos a dar a um só homem ou a um pequeno grupo de homens. Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 405-409.(OBE pág 486-490)

Casas de Culto

Em se despertando qualquer interesse numa vila ou cidade, esse interesse deve ser apoiado. Os lugares devem ser completamente trabalhados, até que se erga uma humilde casa de culto como sinal, como monumento do sábado de Deus, como uma luz entre as trevas morais. Esses monumentos devem aparecer em muitos lugares, como testemunhos da verdade. Em Sua misericórdia, Deus providenciou para que os mensageiros do evangelho vão a todos os países, línguas e povos, até que o estandarte da verdade seja estabelecido em todas as partes do mundo habitado.

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Onde quer que surja um grupo de crentes, deve-se construir uma casa de culto. Não deixem os obreiros o lugar sem fazer isso.Em muitos lugares onde se tem pregado a verdade, os que a têm aceitado não dispõem de muitos recursos, e pouco podem fazer quanto a garantir certas vantagens que recomendem a obra. Muitas vezes isso torna difícil o estender a mesma. À medida que as pessoas ficam interessadas na verdade, os pastores de outras igrejas lhes dizem - e essas palavras são ecoadas pelos membros das ditas igrejas: "Esse povo não tem igreja, e não tendes lugar de culto. Sois um grupinho, pobre e ignorante. Em breve os pastores irão embora, e o interesse há de desaparecer. Então haveis de abandonar essas novas idéias que tendes recebido." Acaso supomos que isso não traz uma forte tentação aos que vêem as razões de nossa fé, e são convencidos pelo Espírito de Deus quanto à verdade presente?

Repete-se muitas vezes que, de um pequeno começo se pode desenvolver um grande interesse. Se manifestarmos em promover os interesses do reino de nosso Redentor, sabedoria, santificado discernimento e hábil administração, havemos de fazer tudo ao nosso alcance para dar ao povo a certeza da estabilidade de nossa obra. Erguer-se-ão humildes santuários, onde os que aceitam a verdade encontram um lugar em que adorar a Deus de acordo com os ditames de sua consciência.__________Sempre que seja possível, ao serem dedicadas a Deus, encontrem-se as igrejas livres de dívidas. Quando se edifica uma igreja, ergam-se os membros da mesma e edifiquem. Sob a orientação de um pastor que seja guiado pelos conselhos de seus companheiros de ministério, trabalhem os recém-conversos com suas próprias mãos, dizendo: "Precisamos de uma casa de reuniões, e é mister que a possuamos." Deus pede a Seu povo que faça corajosos e unidos esforços em Sua causa. Faça-se assim, e em breve se ouvirão vozes de ações de graças: "Que coisas Deus tem feito!" Núm. 23:23.Não devemos fazer ostentação em nenhuma de nossas igrejas, pois isso não haveria de dar impulso à obra. Nossa economia deve dar testemunho de nossos princípios. Devemos empregar métodos de trabalho que não sejam transitórios. Tudo deve ser feito com solidez. ...__________Foi-me apresentado o modo frouxo de certas igrejas quanto a manter-se em dívidas e nelas andar. Em alguns casos, encontra-se um contínuo compromisso sobre a casa de Deus. Há um juro contínuo a ser pago. Isso não deve ser, nem é necessário que assim seja. Se se manifesta pelo Mestre aquela sabedoria, e tato, e zelo que Deus requer, efetuar-se-á uma mudança nessas coisas. As dívidas serão liquidadas. Deus pede as ofertas dos que podem dar, e mesmo os membros mais pobres podem fazer sua pequena parte. A abnegação habilitará todos a fazerem qualquer coisa. Tanto idosos como jovens, pais como filhos, têm de mostrar sua fé por suas obras. Que os membros da igreja sejam vigorosamente impressionados quanto à necessidade de desempenhar cada um sua parte. Faça cada um o mais que lhe for possível. Quando há vontade de fazer, Deus abre o caminho. Não é Seu desígnio que Sua obra seja entravada por dívidas.Deus pede sacrifício individual. Isso não trará somente prosperidade financeira, mas também espiritual. A abnegação e o sacrifício próprio hão de operar maravilhas na divulgação espiritual da igreja. ...

A pergunta que cada cristão tem de dirigir a si mesmo como prova, é: "Tenho eu, no mais íntimo de minha alma, um supremo amor por Cristo? Amo eu Seu tabernáculo? Não será o Senhor honrado por eu tornar Sua sagrada instituição

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Pág. 434minha consideração primeira? É meu amor por Deus e meu Redentor, bastante forte para me levar a renunciar o próprio eu? Quando tentado para me entregar a prazer ou diversão egoísta hei de eu dizer: Não, não gastarei coisa alguma para meu próprio prazer, enquanto a casa de Deus se achar sobrecarregada de dívidas?"Nosso Redentor pede muito mais do que Lhe damos. O próprio eu interpõe seus desejos de ser o primeiro; mas o Senhor exige o coração inteiro, a inteira afeição. Ele não entrará aí em segundo lugar. E não deve Cristo possuir nossa primeira e mais elevada consideração? Não exigirá Ele essa prova de nosso respeito e lealdade? Essas coisas se acham no fundo da própria vida de nosso coração, no círculo familiar e na igreja. Se o coração, a alma, as energias, a vida são consagrados inteiramente a Deus, se as afeições Lhe são inteiramente dedicadas, haveremos de torná-Lo supremo em todo o nosso serviço. Quando nos acharmos em harmonia com Deus, a idéia de Sua honra e glória sobrepujará a tudo mais. Pessoa alguma é a Ele preferida em nossas dádivas e ofertas. Temos a consciência do que significa ser sócios de Cristo na sagrada firma.A casa onde Deus Se encontra com Seu povo será querida e sagrada a qualquer de Seus filhos leais. Não se permitirá que ela seja embaraçada com dívidas. Consentir em tal coisa, parecer-se-ia quase o mesmo que negardes a vossa fé. Estareis prontos a fazer um grande sacrifício pessoal, contanto que possais ter uma casa livre de compromissos, onde Deus Se encontre com Seu povo e o abençoe.Toda dívida de nossas casas de culto pode ser paga, se os membros da igreja tomarem sábias medidas, desenvolvendo ativos e zelosos esforços para cancelar a dívida. E em todos os casos em que se salde.uma dívida, seja realizada uma reunião de ação de graças, a qual será como uma nova consagração a Deus, de Sua casa. Testimonies, vol. 6, págs. 100-104.__________A necessidade de uma casa de reuniões, no lugar em que há um grupo de crentes recém-organizado, foi-me apresentada numa vista panorâmica. Vi operários construindo humildes casas de culto. Aqueles que se haviam pouco antes convertido à fé, estavam auxiliando com mãos voluntárias, e os que possuíam recursos ajudavam com seus meios. No pavimento inferior da igreja, acima do solo, estava preparada uma escola para as crianças, e para aí era enviada uma professora. Não havia grande número na escola, mas era um feliz começo. Ouvi os cânticos das crianças e dos pais: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." Sal. 127:1. "Louvai ao Senhor! Ó minha alma, louva ao Senhor! Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver." Sal. 146:1 e 2.O estabelecimento de igrejas, a edificação de casas de reuniões e edifícios escolares, estendia-se de cidade a cidade, e o dízimo crescia para ajudar a levar avante a obra. Construíam-se edifícios não somente num lugar, mas em muitos, e o Senhor estava operando para aumentar Suas forças.Nessa obra todas as classes hão de ser atingidas. Quando o Espírito Santo operar entre nós, almas que não se acham preparadas para o aparecimento de Jesus hão de ser convencidas. Vêm às nossas reuniões, e são convertidos muitos que, durante anos não assistiram a reuniões em igreja alguma. A simplicidade da verdade lhes toca o coração. Os adoradores do fumo sacrificam seu ídolo, e os bebedores de bebidas alcoólicas, fazem o mesmo. Eles não o poderiam fazer, se não se apoderassem pela fé, das promessas de Deus, quanto ao perdão de seus pecados.A verdade, segundo se encontra na Palavra, chega a elevados e humildes, ricos e pobres; aqueles que recebem a mensagem tornam-se coobreiros nossos e de Deus, e ergue-se

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uma força poderosa para trabalhar harmonicamente. Esta é nossa obra. Não deve ser negligenciada no trabalho de nenhuma de nossas reuniões campais. É parte de toda missão evangélica. Em vez de empregar todo talento no trabalho em favor dos mais humildes excluídos, devemos buscar, em toda parte, suscitar um grupo de crentes que se unam conosco em elevar a norma da verdade, e trabalhar pelos ricos. Então, ao estarem as igrejas estabelecidas, haverá um acréscimo de auxiliares para trabalhar pelos deserdados da sorte e os excluídos. Boletim da Associação Geral, março de 1899.Muitas pessoas que não pertencem a nossa fé, estão anelando o próprio auxílio que os cristãos têm o dever de dar. Caso o povo de Deus mostrasse genuíno interesse em seu próximo, muitos seriam alcançados pelas verdades especiais para este tempo. Coisa alguma dará, ou jamais poderá dar reputação à obra, como ajudar o povo indo ao seu encontro onde se acham. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 518. (OB pág 431-436)

O último grande conflito está diante de nós, mas virá ajuda para todos os que amam a Deus e obedecem a Sua lei, e a Terra, a Terra toda, será iluminada com a glória de Deus. "Outro anjo" descerá do Céu. Este anjo representa o alto clamor, o qual procederá dos que estão-se preparando para clamar poderosamente, com forte voz: "Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável." Apoc. 18:1 e 2.Temos uma mensagem probante para ser transmitida, e sou instruída a dizer para o nosso povo: "Uni-vos! Uni-vos!" Mas não devemos unir-nos com os que apostatam da fé, dando atenção a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. Com coração amável, bondoso e sincero, devemos sair para proclamar a mensagem, não dando atenção aos que se afastam da verdade. Manuscrito 31, 1906.(III ME pág 412)

Quisera advertir a todos os crentes que aprendam a manter piedosa vigilância sobre si mesmos, para que Satanás não lhes afaste o coração de Deus e passem inconscientemente a trabalhar segundo o método de Satanás, sem perceber que mudaram de dirigentes, e se encontrem sob o perigoso poder de um tirano.Como uma Igreja, devemos estar bem despertos e labutar pelos que erram entre nós, como cooperadores de Deus. São-nos fornecidas armas espirituais, poderosas para destruir a fortaleza do inimigo. Não devemos arremessar os raios contra a militante Igreja de Cristo, pois Satanás está fazendo tudo que pode nesse sentido, e seria melhor que vós que pretendeis ser o remanescente do povo de Deus não fôsseis encontrados ajudando-o, denunciando, acusando e condenando. Procurai restaurar, não demolir, desalentar e destruir. Manuscrito 21, 1893. (Publicado na Review and Herald, 8 de novembro de 1956.)( III ME,19)

Apresentar uma Frente Unida

O testemunho de todo crente na verdade deve ser como se fosse um só. Todas as vossas pequenas divergências, que suscitam o espírito combativo entre os irmãos, são ardis de Satanás para desviar as mentes da grande e terrível questão que está diante de nós. A verdadeira paz advirá entre o povo de Deus quando mediante zelo unido e fervorosa oração for perturbada a falsa paz que existe em grande medida. Agora há diligente trabalho a ser feito. Agora é o tempo de manifestardes vossas qualidades

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soldadescas; apresente o povo do Senhor uma frente unida aos inimigos de Deus, da verdade e da justiça. ...Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja primitiva, "da multidão dos que creram era um o coração e a alma". Atos 4:32. O Espírito de Cristo tornou-os um. Este é o fruto de permanecer em Cristo. ...Temos necessidade de iluminação divina. Todo indivíduo está procurando tornar-se um centro de influência, e enquanto Deus não trabalhar por Seu povo, eles não verão que a subordinação a Deus é a única segurança para toda alma. Sua graça transformadora em corações humanos conduzirá a uma unidade que ainda não foi compreendida, pois todos os que são assemelhados a Cristo estarão em harmonia uns com os outros. O Espírito Santo produzirá unidade. Carta 25b, 1892.( III ME, 20)

Unidade, Nosso Credo

A oração de Cristo a Seu Pai, contida no capítulo dezessete de João, deve ser o credo de nossa Igreja. Ela nos revela que nossa desavença e desunião estão desonrando a Deus. Lede todo o capítulo, verso após verso. Manuscrito 12, 1899.( III ME, 21)

Não Agir Independentemente

Nenhum conselho ou sanção é dado na Palavra de Deus para que os que crêem na mensagem do terceiro anjo sejam levados a supor que podem agir independentemente. Podeis assentar isso para sempre em vossa mente. São as armadilhas de espíritos não santificados que tendem a promover um estado de desunião. Os sofismas de homens podem parecer corretos a seus próprios olhos, mas não são verdade e justiça. "Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, ... reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz." Efés. 2:14-16.Cristo é o elo de ligação na áurea corrente que vincula os crentes em Deus. Não deve haver separações neste grande tempo de prova. Os componentes do povo de Deus são "concidadãos dos santos, e... da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor". Efés. 2:19-21. Os filhos de Deus constituem um conjunto unido em Cristo, o qual apresenta Sua cruz como o centro de atração. Todos os que crêem são um nEle.( III ME.21)

Sentimentos humanos levarão os homens a tomar a obra em suas próprias mãos, e assim o edifício se torna desproporcionado. O Senhor emprega, portanto, uma variedade de dons para fazer que o edifício seja simétrico. Nenhum aspecto da verdade deve ser ocultado ou receber pouca consideração. Deus só pode ser glorificado se o edifício, "bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor". É abrangido aqui um grande assunto, e os que compreendem a verdade para este tempo devem atentar para a maneira como ouvem, e como edificam e educam outros para pô-la em prática. Manuscrito 109, 1899.( III ME. 21/22)

O que é Ratificado Pelo Céu

"Em verdade vos digo que tudo que ligardes na Terra terá sido ligado no Céu, e tudo que desligardes na Terra, terá sido desligado no Céu." Mat. 18:18. Quando toda especificação dada por Cristo é cumprida no verdadeiro espírito cristão, então, e

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unicamente então, o Céu ratifica a decisão da igreja, porque seus membros têm a mente de Cristo e procedem da maneira como Ele procederia se estivesse na Terra. Carta 1c, 1890.( III ME, 22)

Ação Independente

Afastando-se da Fé

Deus está ensinando, dirigindo e guiando Seu povo, para que possam ensinar, dirigir e guiar a outros. Haverá, entre o remanescente destes últimos dias, como sucedeu com o antigo Israel, os que querem agir independentemente, que não estão dispostos a submeter-se aos ensinos do Espírito de Deus e que não atenderão a advertências ou conselhos. Tenham essas pessoas sempre em mente que Deus possui uma Igreja sobre a Terra, à qual Ele delegou poder. Os homens quererão seguir seu próprio critério independente, desprezando conselhos e repreensões; mas, com tanta certeza como fazem isso, eles se afastarão da fé, e seguir-se-á a desgraça e a ruína de almas. Os que se arregimentam agora para apoiar e enaltecer a verdade de Deus, estão se alinhando de um lado, permanecendo unidos de coração, espírito e voz em defesa da verdade. Carta 104, 1894.

Força Proveniente da Ação em Conjunto

Força Proveniente da Ação em ConjuntoO Senhor deseja que todos os que desempenham uma parte em Sua obra dêem testemunho em sua vida do santo caráter da verdade. O fim está próximo, e agora é o tempo em que Satanás fará esforços especiais para desviar o interesse e separá-lo dos importantíssimos assuntos que devem chamar a atenção de todas as mentes para a ação concentrada.Um exército não pode ser bem-sucedido em coisa alguma se as suas diversas partes não agirem harmoniosamente. Se cada soldado atuasse independentemente dos outros, o exército logo ficaria desorganizado. Em vez de obter força da ação concentrada, ele se dissiparia em esforços desconexos e inexpressivos. Cristo orou para que Seus discípulos fossem um com Ele, assim como Ele era um com o Pai. ...Sejam quais forem as boas qualidades de um homem, ele não poderá ser um bom soldado se agir independentemente. De vez em quando talvez seja realizado algum bem; mas, com freqüência, o resultado é de pouco valor, e muitas vezes o fim revela que foi causado mais dano do que bem. Os que agem independentemente dão a impressão de realizar alguma coisa, atraem a atenção e brilham intensamente, e então desaparecem. Todos precisam puxar numa só direção, a fim de prestar eficiente serviço para a Causa. ...Deus requer ação conjunta de Seus soldados, e para haver isto na igreja é essencial o domínio-próprio; deve-se praticar o domínio-próprio. Carta 11a, 1886.

Trocar Idéias - Comparar Planos

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Em todo esforço em cada lugar no qual é apresentada a verdade há necessidade de opiniões diferentes, de dons diferentes, e que sejam conjugados diversos planos e métodos de trabalho. Todos devem fazer questão de aconselhar-se uns com os outros e de orar juntos. Cristo disse: "Se dois dentre vós, sobre a Terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedida por Meu Pai que está nos Céus." Mat. 18:19. Nenhum obreiro possui toda a sabedoria que é necessária. Deve haver uma comparação de planos e troca de idéias. Nenhum homem deve considerar-se competente para dirigir um empreendimento, em qualquer lugar, sem auxiliares.Um homem pode ter tato num sentido, mas ser um fracasso completo nalguns pontos essenciais. Isto faz com que sua obra seja imperfeita. Ele necessita que o tato da mente e os dons de outro homem sejam unidos aos seus esforços. Todos devem estar em perfeita harmonia no trabalho. Se podem trabalhar só com os que vêem as coisas exatamente como eles e seguem precisamente os seus planos, serão então um fracasso. O trabalho será deficiente porque nenhum desses obreiros aprendeu as lições na escola de Cristo que os habilitam a tornar todo homem completo em Cristo Jesus. Todos devem estar melhorando constantemente. Devem aproveitar toda oportunidade e tirar o máximo proveito de todo privilégio, até se tornarem mais habilitados para sua grande e solene obra.Deus colocou, porém, na Igreja diversos dons. Todos eles são preciosos em seu devido lugar, e todos devem desempenhar uma parte no aperfeiçoamento dos santos.Esta é a ordem de Deus, e os homens devem labutar de acordo com os Seus preceitos e providências se quiserem ter êxito. Deus só aceita os esforços que são efetuados de bom grado e com coração humilde, sem o traço de suscetibilidades pessoais ou egoísmo. Carta 66, 1886. Praticado nos Primeiros Tempos

Quando a Causa era mais nova, meu marido costumava aconselhar-se com homens que tinham bom senso. Então a obra era muito menor do que é agora, mas ele não se julgava capaz de dirigi-la sozinho. Escolhia conselheiros dentre os que se achavam revestidos de responsabilidade em todas as partes da obra. E depois de se aconselharem uns com os outros, esses homens retornavam a seu trabalho sentindo ainda maior responsabilidade de levar avante a obra de maneira correta, de elevar, purificar e solidificar, para que a Causa de Deus pudesse avançar vigorosamente. Manuscrito 43, 1901.

Independência - uma Ilusão de Satanás

É uma ilusão do inimigo alguém achar que pode desligar-se dos agentes designados por Deus e trabalhar de um modo independente ideado por ele mesmo, em sua própria e pretensa sabedoria, e ainda ser bem-sucedido. Embora suponha estar realizando a obra de Deus, não prosperará até o fim.Somos um só corpo, e todo membro deve estar ligado ao corpo, devendo cada pessoa trabalhar em sua respectiva capacidade. Carta 104, 1894.

Não é bom sinal quando os homens não querem unir-se com seus irmãos, mas preferem agir sozinhos; quando não querem receber a seus irmãos porque estes não concordam exatamente com a sua opinião. Se os homens querem levar o jugo de Cristo, eles não podem agir independentemente. Tomarão o jugo de Cristo e puxarão junto com Ele. Manuscrito 56, 1898.

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À medida que nos aproximamos da crise final, em vez de achar que há menos necessidade de ordem e harmonia de ação, devemos ser mais sistemáticos do que temos sido até agora. Toda a nossa obra deve ser dirigida de acordo com planos bem definidos.Estou recebendo luz do Senhor de que neste tempo deve haver mais sábia direção do que em qualquer outro período de nossa história. Carta 27a, 1892.

A Organização Plena é Essencial

Oh, como Satanás se regozijaria se alcançasse êxito em seus esforços de penetrar no meio deste povo, e desorganizar a obra num tempo em que a organização integral é essencial, e constitui a maior força para evitar os levantes falsos, e refutar pretensões não abonadas pela Palavra de Deus! Precisamos manter as linhas uniformemente, para que não haja quebra do sistema de organização e ordem, que se ergueu por meio de sábio, cuidadoso labor. Não se deve dar autonomia a elementos desordeiros que desejem controlar a obra neste tempo.Alguns têm apresentado a idéia de que, ao aproximarmo-nos do fim do tempo, cada filho de Deus agirá independentemente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas a leis, cada uma influenciando a outra para fazer a vontade de Deus, prestando obediência comum à lei que lhes dirige a ação. E, para que a obra do Senhor possa avançar sadia e solidamente, Seu povo deve unir-se. Testimonies, vol. 9, págs. 257 e 258.( III ME, 23-26)

Em comparação com os milhões do mundo, o povo de Deus será, como tem sido sempre, um pequeno rebanho; mas se permanecerem na verdade como revelada em Sua Palavra, Deus será seu refúgio. Permanecerão sob o amplo abrigo da Onipotência. Deus é sempre a maioria. Quando o som da última trombeta penetrar a prisão dos mortos, e os justos saírem triunfantes, exclamando: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória" (I Cor. 15:55), para permanecerem então com Deus, com Cristo, com os anjos e com os leais e fiéis de todos os tempos, os filhos de Deus serão a grande maioria.Os verdadeiros discípulos de Cristo seguem-nO através de severos conflitos, suportando a negação de si mesmos e experimentando amargos desapontamentos; mas isto lhes ensina a culpa e o ai do pecado, e assim são levados a olhar para ele com repulsa. Participantes dos sofrimentos de Cristo, estão destinados a participar de Sua glória. Em santa visão o profeta contemplou o triunfo final da igreja remanescente de Deus. Ele escreve:"E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos... que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos." Apoc. 15:2 e 3.

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"E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em uas testas tinham escrito o nome dEle e o de Seu Pai." Apoc. 14:1. Neste mundo suas mentes foram consagradas a Deus; serviram-nO com o intelecto e com o coração; e agora Ele pode colocar Seu nome "em suas testas". "E reinarão para todo o sempre." Apoc. 22:5. Eles não entram e saem como quem suplica um lugar. São daquele número aos quais Cristo diz: "Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." Dá-lhes as boas-vindas como Seus filhos, dizendo: "Entra no gozo do teu Senhor." Mat. 25:34 e 21."Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro." Apoc. 14:4. A visão do profeta representa-os como estando sobre o monte de Sião, cingidos para santo serviço, vestidos de linho branco, que representa a justiça dos santos. Mas todos os que seguirem o Cordeiro no Céu, precisarão primeiro tê-Lo seguido na Terra, não contrariados ou por capricho, mas em confiante, amorável e voluntária obediência, como o rebanho segue o pastor."E ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico novo diante do trono, ... e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da Terra... E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus." Apoc. 14:2-5."E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do Céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido." "E a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel." "E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro. Apoc. 21:2, 11, 12, 21 e 22."E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e Seus servos O servirão. E verão o Seu rosto, e nas suas testas estará o Seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do Sol, porque o Senhor Deus os alumina." Apoc. 22:3-5."E mostrou-me o rio puro de água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações." Bem-aventurado aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas." Apoc. 22:1, 2 e 14."E ouvi uma grande voz do céu, que dizia:Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens,Pois com eles habitará,E eles serão o Seu povo,E o mesmo Deus estará com eles,será o seu Deus." Apoc. 21:3.(AA pág 590-592)

A menos, porém, que os membros da igreja de Deus hoje estejam em viva associação com a Fonte de todo o crescimento espiritual, não estarão prontos para o tempo da ceifa.

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A menos que mantenham suas lâmpadas espevitadas e ardendo, deixarão de receber a graça adicional em tempos de especial necessidade.Todo obreiro que segue o exemplo de Cristo, estará apto a receber e empregar o poder que Deus prometeu a Sua igreja para a maturação da seara da Terra. Manhã após manhã, ao se ajoelharem os arautos do evangelho perante o Senhor, renovando-Lhe seus votos de consagração, Ele lhes concederá a presença de Seu Espírito, com Seu poder vivificante e santificador. Ao saírem para seus deveres diários, têm eles a certeza de que a invisível atuação do Espírito Santo os habilita a serem "cooperadores de Deus". I Cor. 3:9. (AP pág 56)Nas palavras "unicamente a Jesus", está contido o segredo da vida e do poder que marcaram a história da igreja primitiva. Ao ouvirem pela primeira vez as palavras de Cristo, os discípulos sentiram sua necessidade dEle. Eles O buscaram, O acharam e O seguiram. Com Ele estavam no templo, à mesa, na encosta das montanhas ou no campo. Eram como alunos com o professor, dEle recebendo diariamente lições da eterna verdade.Este princípio, temos de manter firmemente em nossos dias. A bandeira da verdade e da liberdade religiosa desfralda pelos fundadores da igreja evangélica e pelas testemunhas de Deus durante os séculos decorridos desde então, foi, neste último conflito, confiada a nossas mãos. A responsabilidade deste grande dom repousa com aqueles a quem Deus abençoou com o conhecimento de Sua Palavra. Temos de receber essa Palavra como autoridade suprema. Cumpre-nos reconhecer o governo humano como uma instituição designada por Deus, e ensinar obediência ao mesmo como um dever sagrado, dentro de sua legítima esfera. Mas, quando suas exigências se chocam com as reivindicações de Deus, temos que obedecer a Deus de preferência aos homens. A Palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana. Um "Assim diz o Senhor", não deve ser posto à margem por um "Assim diz a igreja", ou um "Assim diz o Estado". A coroa de Cristo tem de ser erguida acima dos diademas de autoridades terrestres. ( AA pág 69)Não se nos exige que desafiemos as autoridades. Nossas palavras quer, faladas quer escritas, devem ser cuidadosamente consideradas, para que não sejamos tidos na conta de proferir coisas que nos façam parecer contrários a lei e á ordem. Não devemos dizer nem fazer coisa alguma que nos venha desnecessariamente impedir o caminho. Temos de avançar em nome de Cristo, defendendo as verdades que nos foram confiadas. Se formos proibidos pelos homens de fazer essa obra, podemos então dizer como os apóstolos: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” (Idem)

Há hoje necessidade de um tal reavivamento da verdadeira religião do coração como o que foi experimentado pelo antigo Israel. O arrependimento é o primeiro passo que deve ser dado por todos os que desejam voltar a Deus. Ninguém pode efetuar isto por outrem. Devemos individualmente humilhar nossa alma perante Deus, e lançar fora nossos ídolos. Quando houvermos feito tudo o que pudermos, o Senhor nos manifestará a Sua salvação.( P.P.pag 590)

Não se haviam compenetrado de que sua fé era simplesmente uma fé nominal, e perderam o poder da mesma para prevalecerem com Deus. A lei de Deus, contida na arca, era também um símbolo de Sua presença; mas haviam lançado o desprezo aos mandamentos, desdenharam suas reivindicações e contristaram o Espírito do Senhor de

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modo que Se retirou do meio deles. Quando o povo obedecia aos santos preceitos, o Senhor estava com eles, para agir em prol deles, com Seu poder infinito; mas, quando olharam para a arca, e não a puseram em relação com Deus, e tampouco honraram Sua vontade revelada pela obediência à Sua lei, serviu-lhes ela de pouco mais que uma caixa comum. Olhavam para a arca como as nações idólatras olhavam para os seus deuses, como se ela possuísse em si os elementos de poder e salvação. Transgrediam a lei que nela se continha; pois o seu mesmo culto à arca determinou a formalidade, a hipocrisia e a idolatria. Seu pecado os separara de Deus, e Ele não lhes poderia dar a vitória antes que se arrependessem e abandonassem sua iniqüidade.Não bastava que a arca e o santuário estivessem no meio de Israel. Não bastava que os sacerdotes oferecessem sacrifícios, e que o povo fosse chamado filhos de Deus. O Senhor não toma em consideração o pedido daqueles que acariciam a iniqüidade no coração; está escrito que "o que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável". Prov. 28:9.( P.P. pág 584)

Foi-me mostrado que o julgamento de nenhum homem devia render-se ao julgamento de outro. Mas quando o julgamento da Associação Geral que é a mais elevada autoridade que Deus tem sobre a Terra é exercido, independência e julgamento particulares não devem ser mantidos, mas renunciados. Mas você erra grandemente em dar á mente e ao julgamento de um homem a autoridade e a influencia que Deus investiu em Sua igreja no julgamento e voz da Associação Geral.Quando este poder que Deus colocou na igreja é atribuído a um homem, e ele é investido com a autoridade de ser julgamento para outras mentes, então a verdadeira ordem bíblica é alterada. Os esforços de Satanás sobre a mente de um tal homem será muito sutil e ás vezes irresistível, porque através desta mente ele pensa que pode afetar muitos outros. Sua opinião sobre a liderança está correta, se você der á mais alta autoridade organizada na igreja o que você deu a um homem Nunca foi à intenção de Deus que Sua obra levasse o timbre da mente e do julgamento de um homem. Homens de força e poder nesta causa que Deus usará para Sua glória são aqueles que foram contestados, contrariados e frustrados em seus planos.A grande razão por que os irmãos B e C são presentemente deficientes na experiência e que deviam agora ter é o fato de que ao têm tido confiança em si mesmos. Eles evitaram responsabilidades porque assumindo-ás, suas deficiências seriam traídas á luz. Estavam bem dispostos em deixar meu marido liderar e levar responsabilidades e permitiram que ele fosse mente e julgamento para eles. Estes irmãos são fracos quando deviam ser fortes. Não ousaram seguir seu julgamento próprio e independente, com receio de cometer erros e serem censurados por isto, ao passo que estavam dispostos a serem tentados e fazer meu marido responsável se pensassem que pudessem ver e erros em sua conduta. Não levaram os fardos com ele. Eles têm se referido continuamente a meu marido, fazendo-o assumir responsabilidades que deviam ter partilhado com ele, até ficarem fracos naquelas qualificações em que deviam ser fortes. São fracos em força moral quando poderiam ser gigantes, qualificados para serem colunas na causa de Deus.Esses irmãos não têm confiança própria, ou confiança de que Deus de fatos os guiará se segurem a luz que Deus lhes deu. Nunca foi a intenção de Deus que homens fortes, independentes, de intelecto superior, se apegassem a outros em busca de apoio como a hera se apega ao carvalho. Todas as dificuldades, os reveses, os problemas e os desapontamento que os servos de Deus enfrentarem no trabalhos ativo somente os fortalecerão na formação de caráter correto. Fazendo uso das próprias forças mentais, os obstáculos que encontrarem demonstrar-se-ão bênçãos positivas. Ganharão músculos

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mentais e espirituais para ser usadas em ocasiões importantes com os melhores resultados. Aprenderão autoconfiança e ganharão segurança em sua experiência de que Deus os está realmente guiando. Ao encontrarem perigos e terem verdadeira angustia de espírito, serão obrigados a meditar e sentir a necessidade de oração em seu esforço de avançar inteligentemente e trabalhar com êxito na causa de Deus; descobrirão que conflito e perplexidade, evocam o exercício de fé confiança em Deus, e aquela firmeza que desenvolve poder. Está constantemente surgindo a necessidade de novos métodos e recursos para enfrentar emergências. São postas em uso faculdades que jazeriam inativas não fossem estas necessidades prementes na obra de Deus. Isto provê uma experiência variada, de modo que não haverá emprego para homens de uma só idéia, nem para aqueles que não são totalmente desenvolvidos. Homens de força e poder nesta causa que Deus usará para Sua glória são aqueles que foram contestados, contrariados e frustrados, em seu planos. Os irmãos B e C podiam ter convertido seus fracassos em importantes vitórias; mas, em vez disto, eles se esquivaram das responsabilidades que os tornariam sujeitos a erros. Estes preciosos irmãos deixaram de obter aquela educação que é fortalecida pala experiência e que leitura, estudo e todas as vantagens obtidas de outras formas nunca proporcionarão. Você irmão A, tem tido força para levar algumas responsabilidades. Deus tem aceito seus trabalhos diligentes e abençoado seus esforços. Você tem cometido alguns erros, mas por causa de alguns fracassos não deve de modo algum julgar mal suas aptidões nem duvidar da força que pode achar em Deus. Não tem estado disposto e pronto a assumir responsabilidades. Você por natureza se inclina a evita-las e a escolher uma atividade mais fácil, como escrever e exercitar a mente onde nenhum interesse especial e vital está envolvido. Comete um erro ao depender de meu marido pra lhe dizer o que fazer. Este não é o trabalho que Deus deu a meu marido. Você deve procurar o que há para fazer e assumir as responsabilidades desagradáveis por si mesmo. Deus o abençoará se assim agir. Precisa desempenhar responsabilidades relacionadas com a obra de Deus segundo seu melhor critério. Mas deve ser cauteloso, para que seu critério não seja influenciado pelas opiniões dos outros. Se é evidente que você cometeu erros, é seu privilegio transformar estes fracassos em vitória evitando os mesmos no futuro. Recebendo instruções sobre o que fazer, você nunca obterá a experiência necessária para qualquer posição importante. O mesmo é aplicável a todos os que ocupam as diferentes posições de confiança nos vários escritórios de Battle Creek. Eles não devem ser persuadidos, mimados e ajudados a todo momento, pois isto não capacitará homens para posições importante. São obstáculos que fazem homens fortes. Não é ajuda, mas dificuldades, conflitos e reveses que fazem homens de fibra moral. Excesso de facilidade e o evitar responsabilidades têm feito covardes e anões daqueles que devem ser responsáveis homens de força moral e forte musculatura espiritual. Os homens que devem em toda emergência, ser fieis como a agulha em indicar o pólo têm se tornado ineficientes por seus esforços para proteger-se da censura e por esquivar-se de responsabilidades, por temor de fracasso. Homens de gigantesco intelecto são bebes na disciplina, porque são covardes quanto ao tomar sobe si e levar avante o encargo quanto a tomar sobre si e levar avante os encargos que devem assumir. Estão negligenciando o tornar-se eficientes. Cofiaram por demasiado tempo em um homem que planejasse por eles e raciocinasse da maneira como eles mesmos são perfeitamente capazes de fazer, no interesse da causa de Deus. Deficiência mentais vêm ao nosso encontro por toda parte. Homens que se satisfazem em deixar outros planejarem e raciocinarem em seu lugar não se acham plenamente amadurecidos. Se fossem deixados a planejar por si mesmo, mostrar-se-iam criteriosos, perspicazes. Mas quando se põem em contato com a causa

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de Deus, isto para eles é coisa completamente diversa; perdem essa faculdade quase por completo. Contentam-se com permanecer incompetentes e ineficientes, como se outros tivessem de fazer por eles o planejamento e boa parte do raciocínio. Há homens que se mostram completamente incapazes de abrir caminho para si mesmos. Terão de sempre apoiar em outros para que façam seus planejamentos e seus estudos, como que lhes sendo a mente e o discernimentos? Deus Se envergonha de semelhantes soldados. Ele não Se sente honrado com terem eles uma parte a desempenhar em Sua causa enquanto forem meras máquinas. São necessários homens independentes, fervorosamente esforçados, não homens maleáveis como argila. Os que querem seu trabalho ao alcance das mãos, que pretendem determinada quantidade de serviço e salário fixo, e desejam experimentar um trabalho adequado sem o incomodo da adaptação ou treino, não são os homens que Deus chama para trabalhar em Sua causa. O homem que não saiba adaptar suas aptidões a quase qualquer lugar, se a necessidade exigir, não é homem para o tempo atual. Os homens que Deus ligar a Sua causa não são vacilantes em sem fibra, sem músculos ou força moral de caráter. É só mediante continuado e perseverante esforço que os homens podem ser disciplinados para assumir uma parte na causa de Deus. Não deve esses homens desanimar se das circunstancias e o ambiente forem os mais desfavoráveis. Não devem desistir de seu propósito como sendo completo fracasso, antes de se convencer, além de qualquer duvida, de que não podem fazer muito para honra de Deus e beneficio das almas. Homens há que se lisonjeiam de que poderiam fazer algo de grandes e bom se tão-somente as circunstancias fossem outras, ao passo que ao fazem uso das faculdades que já têm, trabalhando nos encargos que a providencia lhes proveu. O homem pode criar suas circunstancias, mas as circunstancias nunca devem criar o homem. O homem deve aproveitar as circunstancias como instrumentos seus para seu trabalho. Deve ele dominar as circunstancias, mas jamais permitir que as circunstancias o dominem. A independência individual e o poder individual são as qualidades agora necessárias. O caráter individual não precisa ser sacrificado, mas deve ser ajustado, cultivado, enobrecido. Foi- me mostrando que é o dever de meu marido desfazer-se das responsabilidades que outros bem gostariam que ele levasse porque isto os livraria de muitas dificuldades. O raciocínio rápido e o claro discernimento de meu marido, obtidos mediante treino e exercício, o têm levado a assumir muitas responsabilidades que outros deviam ter assumido. Irmão A, você é vagaroso demais. Deve cultivar qualidades opostas. A causa de Deus requer homens de golpe de vista, capazes de agir pronta e energicamente no momento oportuno. Se você espera para avaliar cada dificuldade e pensar cada perplexidade que encontrar, bem pouco haverá de realizar. Encontrará dificuldades e obstáculos a cada passo, e deve, com propósito firme, decidir vencê-los, ou do contrario será por eles vencido. Vezes há em que vários meios e propósitos, métodos diversos de atuação quanto á obra de Deus, equilibram-se uniformemente na mente; é exatamente então que se faz mister o melhor critério. E se alguma coisa é feita para esse fim deve ser feita no momento oportuno. A mais leve inclinação do peso na balança deve ser notada, decidindo imediatamente a questão. Muita demora fatiga os anjos. Ocasionalmente é até mais desculpável tomar uma decisão errada do que ficar sempre a vacilar, hesitando ora para uma direção, ora para outra. Maior perplexidade e desgraça resultam de hesitar e duvidar assim do que de agir ás vezes muito apressadamente.

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Tem-me sido mostrado que as mais assinaladas vitórias e as mais terríveis derrotas se têm decidido em minutos. Deus requer pronta ação. Demora duvida, hesitações e indecisão frequentemente dão toda vantagem ao inimigo. Meu irmão, você precisa reformar-se. O fazer as coisas em tempo pode ser bom argumento em favor da verdade. Perdem-se frequentemente vitórias devido a tardança. Haverá crises nesta causa. A ação pronta e decisiva no momento oportuno conquistará gloriosos triunfos, ao passo que tardança e negligencia resultarão em grandes fracassos e positiva desonra para Deus. Movimentos rápidos no momento critico frequentemente desarmam o inimigo, o qual fica decepcionado e vencido, pois esperava dispor de temo para delinear planos e atuar mediante artifícios. Deus deseja homens ligados á Sua obra em Battle Creek cujo discernimento seja pronto, cuja mente, quando necessário, atue como relâmpago. Maior prontidão é positivamente necessária na hora do perigo. Cada plano pode estar bem delineado para dar resultados certos, e todavia uma demora abem pequena é capaz de fazer com que as coisas assumam aspecto inteiramente diverso, e os grandes objetivos que poderiam ter sido alcançados se perdem por falta de rápida previsão e de pronta decisão. Muito se pode fazer no sentido de exercitar a mente para vencer a indolência. Há ocasiões em que se tornam necessárias cautela e grande deliberação; a precipitação seria loucura. Mas, mesmo nesses casos, muito se tem perdido por demasiada hesitação. Exige-se, até certo ponto, cautela; mas a hesitação e a prudência em determinadas ocasiões têm sido mais desastrosas do que teria sido um fracasso devido á precipitação. Meu irmão, você precisa cultivar prontidão. Fora com sua maneira hesitante. Você é vagaroso e negligencia assumir o trabalho e realiza-lo. Você precisa deixar essa maneira acanhada de trabalhar, pois isso é errado. Quando a descrença toma conta de seu coração, seu trabalho é de qualidade tão hesitante, irresoluta e instável que você nada realiza e impede que outros o façam. Seu interesse limita-se a ver dificuldades e despertar duvidas, mas você não tem interesse nem coragem para vencer as dificuldades ou dissipar as duvidas. Em tais ocasiões você precisa entregar-se a Deus. Precisa de força de caráter e menos teimosia e obstinação. Esta morosidade, esta lerdeza de ação, é um dos maiores defeito em seu caráter prejudica sua utilidade. Sua lentidão em decidir-se em relação á causa e obra de Deus é por vezes lamentável. Não é de modo algum necessária. Ação pronta e decidida pode obter grandes resultados. Você está geralmente disposto a trabalhar quando se sente inclinado, pronto para agir quando pode ver claramente o que há para ser feito; mas deixa de ser aquele beneficio á causa que poderia ser se fosse pronto e resoluto no momento critico, e vencesse o hábito de hesitação e demora que tem marcado seu caráter e grandemente retardado a obra de Deus. Este defeito, a menos que seja vencido, se demonstrará, em ocasiões de grandes crises, desastrosos para a causa e fatal para a própria alma. Pontualidade e ação decidida no momento certo precisam ser adquiridas, pois você não possui estas qualidades. Nas guerras e batalhas das nações com freqüência se vence mais por boa tática em ação pronta do que em um encontro serio e mortal com o inimigo. A habilidade de fazer negócios com rapidez, e ainda faze-lo bem é uma grande aquisição. Meu irmão, você tem realmente sentido que sua falta. Mas, segundo aquilo que o Senhor me mostrou neste assunto, estes movimentos lerdos de sua parte têm grandemente impedido a obra de Deus e resultado em muitas coisas por fazer, as quais realmente deviam ter sido feitas com prontidão. Ser-lhe-á difícil agora fazer em seu caráter as modificações que Deus requer que você faça, porque lhe foi difícil ser pontual e rápido na ação da juventude. Quando o caráter está formando, os hábitos fixos, e as faculdades mentais e morais se tiverem firmado, é muito difícil desaprender hábitos

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errôneos, ser rápido na ação. Você deve reconhecer o valor do tempo. Não pode ser desculpado por deixar o importantíssimo, embora desagradável trabalho, com a esperança de livrar-se dele completamente, ou pensando que se tornará menos desagradável, enquanto você ocupa o tempo com trabalhos agradáveis, que não exigem muito esforço. Você deve fazer primeiro o trabalho que tem de ser feito e que envolve os interesse vitais da causa, e assumir as atividades menos importantes depois de acabadas as mais necessárias. Pontualidade e decisão na obra e causa de Deus são muito necessárias. Atrasos são virtualmente derrotas. Os minutos são áureos e devem ser aproveitados da melhor maneira possível. Relações terrenas e interesses pessoais devem sempre ser secundários. Nunca deve a causa de Deus ser levada a sofrer em qualquer particularidade por causa de nossos amigos terrestres ou os mais queridos parentes “E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu; Senhor deixa que primeiro eu vê enterrar meu pai. Mas Jesus lhe observou: Deixa aos mortos o enterrar os seu mortos; porém tu, vai e anuncia o Reino de Deus. Disse também outro: Senhor, eu Te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” Luc. 9: 59-62, Nenhum laço terreno, nenhuma consideração terrena, devia pesar um só momento na balança contra o dever á causa e obra de Deus. Jesus cortou Sua ligação com todas as coisas para salvar um mundo perdido, e Ele requer de nós consagração plena e total. Há sacrifícios a serem feitos pelos interesses da causa de Deus. O sacrifício do sentimento é o mais incisivo que é requerido de nós;mas afinal é um sacrifício pequeno. Você tem muitos amigos, e se os sentimento são santificados, não precisa sentir que está fazendo um sacrifício muito grande. Você não deixa sua mulher entre pagãos. Não é chamado a palmilhar o deserto ardente da África, e nem a enfrentar prisões e deparar-se com provas a cada passo. Seja cuidadoso ao apelar á sua compaixão e a permitir que sentimentos humanos e considerações pessoais se misturem com seus esforços e trabalhos pela causa de Deus. Ele requer serviço desinteressado e voluntário. Você deve prestar tal serviço e ainda cumprir com seus deveres para com sua família; mas considere isso uma questão secundária.( III TI pág 492-500).

A religião que professamos é colorida por nossa disposição e temperamento naturais; por conseguinte é da mais alta importância que os pontos fracos em nosso caráter sejam fortalecidos pelo o exercício e que os pontos fortes, mas desfavoráveis, sejam enfraquecidos ao trabalhar na direção contrária e fortalecer qualidades opostas. Mas alguns irmãos não fizeram o que poderiam e deviam ter feito o que poderia ter dado a meu marido encorajamento suficiente para ajudá-lo a continuar assumindo algumas responsabilidades á frente da obra. Seus colaboradores não atuaram independentemente, esperando luz e dever para si mesmos; não se valeram das aberturas de Suas providencia , nem consultaram sobre planos de atuação e nem se uniram em seus planos e maneira de trabalho. ( III TI pág 504)

Deus deseja homens de ação. Quer homens que, quando decisões importantes precisam ser tomadas, sejam fiéis como a agulha o é ao pólo; homens cujos interesses especiais e pessoais são concentrados, como o foram os do Salvador, no grande interesse geral pela salvação de almas. Satanás atua sobre a mente humana sempre que uma oportunidade lhe é dada para assim fazer; e se aproveita do tempo e do lugar mais apropriados onde pode fazer o máximo de serviço no seu interesse e o maior dano á causa de Deus. Negligenciar fazer o que podemos, e que Deus requer que façamos em Sua causa, é um

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pecado que não pode ser atenuado com desculpas de circunstancias ou condições, pois Jesus fez provisão para todos em qualquer emergência. Meu irmão, ao fazer o trabalho de Deus você será colocado numa variedade de circunstâncias que requererão presença de espírito e domínio próprio, mas que o qualificarão a adaptar-se ás circunstancias e peculiaridades da situação. Então pode agir desembaraçadamente. Você não deve subestimar sua habilidade de fazer sua parte nas várias exigências da vida prática. Onde está consciente de deficiências, trabalhe imediatamente para remediar estes defeitos. Não espere que outros vão suprir seus deficiências, enquanto você prossegue indiferentemente, como se fosse natural que sua disposição peculiar precisasse ficar sempre assim. Aplique-se seriamente para sanar estes defeitos, para que seja perfeito em Cristo Jesus, “sem faltar em coisa alguma”. Tia 1: 4 Se formar acerca de si mesmo uma opinião demasiado elevada, concluirá que seus trabalhos são de maior importância do que na verdade são, e pleiteará uma independência individual que chega aos limites da arrogância. Se for ao outro extremo e formar de si mesmo uma opinião demasiado baixa, sentir-se-á inferior e deixará uma impressão de inferioridade que muito limitará a influencia que poderia exercer para o bem. Você deve evitar qualquer dos extremos. Não se deixar controlar pelo sentimento; nem devem as circunstancias afeta-lo. Você pode formar um conceito correto de si mesmo – conceito que se demonstrara uma salvaguarda contra ambos os extremos. Pode ter atitude dignificada sem vã autoconfiança; pode condescender e contemporizar sem sacrificar o respeito próprio ou a independência pessoal, e sua vida pode ser de grande influencia junto aos de classe alta como os de condição social humilde. Nunca permita que sua conduta seja influenciada por seus parentes mais queridos. O tempo chegou quando a maior prudência precisa ser exercida em referencia á causa e obra de Deus. É necessário discernimento para saber quando falar e quando guardar silêncio. Desejo de simpatia frequentemente leva á grave imprudência de revelar os sentimento a outros. Sua presença frequentemente evoca simpatia quando seria melhor para você se não o recebesse. É importante que todos se familiarizem com a tendência da própria conduta diária, e com os motivos que inspiram ações especificas. Cada ato da vida deles é julgado não pela aparência exterior, mas pelo motivo que ditou a ação. ( III TI pág 504-506).

COMO A IGREJA DE DEUS DEVE ORDENAR SEUS FILHOS

Deus responsabilizou Eli, como sacerdote e juiz de Israel, pela condição moral e religiosa de Seu povo, e, em sentido especial, pelo caráter de seus filhos. Ele devia a princípio ter tentado restringir o mal por meio de medidas brandas; mas, se estas não dessem resultado, devê-lo-ia ter subjugado pelos meios mais severos. Incorreu no desagrado do Senhor por não reprovar o pecado e executar a justiça no pecador. Não se pôde contar com ele para que Israel fosse conservado puro. Aqueles que têm muito pouca coragem para reprovar o mal, ou que pela indolência ou falta de interesse não fazem um esforço ardoroso para purificar a família ou a igreja de Deus, são responsáveis pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever. Somos precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter impedido nos outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses atos tivessem sido nossos.

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Eli não dirigiu sua casa segundo as regras de Deus para o governo da família. Seguiu seu próprio juízo. O extremoso pai deixou de tomar em consideração as faltas e pecados dos filhos, em sua meninice, comprazendo-se com o pensamento de que após algum tempo eles perderiam suas más tendências. Muitos estão hoje a cometer erro semelhante. Julgam que conhecem um meio melhor para educar os filhos do que aquele que Deus deu em Sua Palavra. Alimentam neles más tendências, insistindo nesta desculpa: "São muito novos para serem castigados. Esperemos que fiquem mais velhos, e possamos entender-nos com eles." Assim os maus hábitos são deixados a se fortalecerem até que se tornam uma segunda natureza. Os filhos crescem sem sujeição, com traços de caráter que são para eles uma maldição por toda a vida, e que podem reproduzir-se em outros.Não há maior desgraça para os lares do que permitir que os jovens sigam o seu próprio caminho. Quando os pais tomam em consideração todo desejo dos filhos, e com estes condescendem no que sabem não ser para o seu bem, os filhos logo perdem todo o respeito para com os pais, toda a consideração pela autoridade de Deus e do homem e são levados cativos á vontade de Satanás. A influencia de uma família mal dirigida é dilatada, e desastrosa a toda a sociedade. Acumula uma onda de males que afeta famílias, comunidades e governos.Por causa da posição de Eli, sua influência era mais vasta do que se ele fora homem comum. Sua vida familiar era imitada em todo o Israel. Os funestos resultados de seu proceder negligente e amante da comodidade, eram vistos em milhares de lares que se modelaram pelo seu exemplo. Se se condescende com os filhos em práticas ruins, ao mesmo tempo em que os pais fazem profissão de religião, a verdade de Deus é levada ao opróbrio. A melhor prova de cristianismo de uma casa é o tipo de caráter gerado pela sua influência. As ações falam mais alto do que a mais positiva profissão de piedade. Se os que professam a religião, em vez de aplicarem esforços ardorosos, persistentes e diligentes para manter um lar bem dirigido em testemunho dos benefícios da fé em Deus, forem frouxos em seu governo, e condescendentes com os maus desejos de seus filhos, estarão a fazer como Eli, e trarão injúria à causa de Cristo e ruína sobre si e suas casas. Mas, por maiores que sejam os males da infidelidade paterna sob qualquer circunstância, são eles dez vezes maiores quando existentes nas famílias daqueles que são designados para ensinadores do povo. Quando estes deixam de governar sua casa, estão, pelo seu mau exemplo, transviando a muitos. Sua culpa é tanto maior do que a dos outros quanto sua posição é de maior responsabilidade.Fora feita a promessa de que a casa de Arão andaria diante de Deus para sempre; mas esta promessa fora dada sob a condição de que se dedicassem eles à obra do santuário com singeleza de coração, e honrassem a Deus em todos os seus caminhos, não servindo ao eu, nem seguindo suas próprias inclinações perversas. Eli e seus filhos tinham sido provados, e o Senhor os ncontrara inteiramente indignos da exaltada posição de sacerdotes ao Seu serviço. E Deus declarou: "Longe de Mim." I Sam. 2:30. Ele não pôde cumprir o bem que tencionara fazer-lhes, porque deixaram de desempenhar a sua parte.O exemplo dos que administram em coisas santas deve ser de maneira que incuta no povo a reverência para com Deus, e o receio de O ofender. Quando os homens, servindo de embaixadores "da parte de Cristo" (II Cor. 5:20) para falar ao povo acerca da mensagem de misericórdia e reconciliação, enviada por Deus, fazem uso de sua vocação sagrada qual manto para encobrir a satisfação egoísta ou sensual, constituem-se eles os agentes mais eficazes de Satanás. Como Hofni e Finéias, fazem com que os homens desdenhem a oferta do Senhor. Podem prosseguir com sua má conduta, em segredo, por algum tempo; mas, quando finalmente é apresentado seu

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verdadeiro caráter, a fé do povo recebe um abalo de que muitas vezes resulta a destruição de sua confiança na religião. Fica na mente uma desconfiança contra todos os que professam ensinar a Palavra de Deus. A mensagem do verdadeiro servo de Cristo é recebida com dúvida. Surge constantemente a pergunta: "Não se mostrará este homem ser como aquele que julgávamos tão santo, e achamos tão corrupto?" Assim a Palavra de Deus perde o seu poder sobre a alma dos homens.encontra inteiramente indignos da exaltada posição de sacerdotes ao Seu serviço. E Deus declarou: "Longe de Mim." I Sam. 2:30. Ele não pôde cumprir o bem que tencionara fazer-lhes, porque deixaram de desempenhar a sua parte.O exemplo dos que administram em coisas santas deve ser de maneira que incuta no povo a reverência para com Deus, e o receio de O ofender. Quando os homens, servindo de embaixadores "da parte de Cristo" (II Cor. 5:20) para falar ao povo acerca da mensagem de misericórdia e reconciliação, enviada por Deus, fazem uso de sua vocação sagrada qual manto para encobrir a satisfação egoísta ou sensual, constituem-se eles os agentes mais eficazes de Satanás. Como Hofni e Finéias, fazem com que os homens desdenhem a oferta do Senhor. Podem prosseguir com sua má conduta, em segredo, por algum tempo; mas, quando finalmente é apresentado seu verdadeiro caráter, a fé do povo recebe um abalo de que muitas vezes resulta a destruição de sua confiança na religião. Fica na mente uma desconfiança contra todos os que professam ensinar a Palavra de Deus. A mensagem do verdadeiro servo de Cristo é recebida com dúvida. Surge constantemente a pergunta: "Não se mostrará este homem ser como aquele que julgávamos tão santo, e achamos tão corrupto?" Assim a Palavra de Deus perde o seu poder sobre a alma dos homens.Na reprovação de Eli a seus filhos acham-se palavras de uma significação solene e terrível - palavras que todos os que ministram em coisas sagradas bem fariam em ponderar: "Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o Senhor, quem rogará por ele?" I Sam. 2:25. Houvessem seus crimes lesado unicamente seus semelhantes, e poderia o juiz ter feito a reconciliação, indicando uma pena, e exigindo a devida restituição; e assim os transgressores poderiam ter sido perdoados. Ou, se não tivessem eles sido culpados de um pecado de presunção, uma oferta para o pecado poderia ter sido apresentada por eles. Mas seus pecados estavam de tal maneira entretecidos com seu ministério de, na qualidade de sacerdotes do Altíssimo, oferecerem sacrifício pelo pecado, e a obra de Deus foi de tal maneira profanada e desonrada perante o povo, que nenhuma expiação por eles poderia ser aceita. Seu próprio pai, embora fosse sumo sacerdote, não ousou interceder em favor deles; não os podia defender da ira de um Deus santo. De todos os pecadores, são os mais culpados os que lançam o desdém aos meios que o Céu proveu para a redenção do homem - pecadores estes que "de novo crucificam o Filho de Deus, e O expõem ao vitupério". Heb. 6:6.(P.P. pág 578-580)

Não Deve a Mensagem ser Embuçada – Satanás ideou um estado de coisas por cujo meio a proclamação da terceira mensagem angélica será detida. Devemos acautelar-nos de seus planos e métodos. Não deve haver abrandamento da verdade nem dissimulação da mensagem para este tempo. A mensagem do terceiro anjo deve ser fortalecida e confirmada. O capitulo dezoito do Apocalipse revela a importância de apresentar a verdade, não de maneira acanhada, mas com ousadia e autoridade... Têm havido demasiados rodeios na proclamação da terceira mensagem angélica. Não tem a mensagem sido proclamada com a clareza e nitidez com que deveria tê-lo sido. EV 230.

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Marchar Pela Fé – Os Meios Virão. – Devemos nós esperar que os habitantes dessas cidades venham ter conosco e digam: “Se quiserem vir a nós e pregar, nós os ajudaremos a fazer isto e aquilo?” Eles não sabem coisa alguma de nossa mensagem. O Senhor quer que façamos nossa luz brilhar diante dos homens para que Seu Espírito Santo comunique a verdade aos sinceros de coração que a buscam. Á medida que fizermos esta obra, veremos que os meios fluirão aos nossos tesouros, e teremos recursos com que prosseguir com um trabalho ainda mais amplo e de mais vasto alcance. Não avançaremos pela fé, tal como se estivéssemos milhares de dólares? Não possuímos nem a metade da fé necessária. Façamos nossa parte no sentido de advertir estas cidades. A mensagem de advertência tem de atingir o povo que está prestes a perecer, inadvertido e sem salvação. Como poderemos protelar? Ao avançarmos, virão os recursos. Mas temos de avançar pela fé, confiantes no Senhor Deus de Israel.EV pág 61.

Erros Introduzidos por Líderes Religiosos

Tendo a Bíblia aberta diante de si, e professando respeitar-lhe os ensinos, muitos dos líderes religiosos de nossa época estão destruindo a fé nela como Palavra de Deus. Ocupam-se em dissecar a Palavra, e estabelecer as próprias opiniões acima de suas declarações positivas. A Palavra de Deus perde, em suas mãos, o poder regenerador. É por isso que a incredulidade espalha-se, e reina a iniqüidade.Depois de minar a fé na Bíblia, Satanás encaminha os homens a outras fontes em busca de luz e poder. Assim se insinua ele. Os que se desviam dos claros ensinos da Escritura, e do poder convincente do Espírito Santo de Deus, estão convidando o domínio dos demônios. A crítica e as especulações concernentes às Escrituras, têm aberto o caminho ao espiritismo e à teosofia - essas formas modernas do antigo paganismo - para conseguir firmar-se mesmo nas professas igrejas de nosso Senhor Jesus Cristo.EV.591.

O Erro e o Fanatismo num Ministério em Confusão

Deus chama Seu povo a serem cristãos em pensamentos, palavras e ações. Lutero declarou que a religião nunca se acha em tanto perigo, como entre os reverendos. Posso dizer que muitos dos que manuseiam a verdade não se acham santificados por ela. Não possuem a fé que opera por amor e purifica a alma. Acostumam-se a lidar com as coisas sagradas e, por isto, muitos manuseiam a Palavra de Deus irreverentemente. Não têm andado na luz, antes fecham a ela os olhos.Esta é uma época de assinalada rejeição da graça que Deus designou conceder a Seu povo, para que, nos perigos dos últimos dias, não sejam vencidos pela iniqüidade dominante, e se unam à hostilidade do mundo contra o povo remanescente de Deus. Sob a capa de cristianismo e santificação, há de prevalecer vasta e manifesta impiedade, em grau terrível, e isto continuará até que Cristo venha para ser glorificado em todos os que crêem. Nos próprios pátios do templo, ocorrerão cenas que poucos imaginam. O povo de Deus será provado, para que Ele possa distinguir "entre o que serve a Deus e o que não O serve". Mal. 3:18. Manuscrito 15, 1886.EV.592-591.

Falsificação de Dons Espirituais

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Ergueram-se muitos erros, e se bem que eu fosse então pouco mais que uma criança, fui enviada pelo Senhor de um lugar para outro a reprovar os que estavam sustentando essas falsas doutrinas. Havia pessoas em risco de caírem em fanatismo, e eu era mandada em nome do Senhor a dar-lhes advertência do Céu.Teremos outra vez de enfrentar essas mesmas falsas doutrinas. Haverá pessoas que pretendem ter visões. Quando Deus der clara demonstração de que essas visões são dEle, podeis aceitá-las; mas não as aceiteis mediante nenhuma outra prova; pois o povo será mais e mais extraviado nos países estrangeiros e na América do Norte. O Senhor quer que Seu povo proceda como mulheres e homens sensatos.Futuramente deverão surgir enganos de toda espécie, e carecemos de terreno sólido para nossos pés. Carecemos de firmes colunas para o edifício. Nem o mínimo pormenor daquilo que o Senhor tem estabelecido se deve remover. ... Onde encontraremos nós segurança senão nas verdades que o Senhor tem dado nos últimos cinqüenta anos? Review and Herald, 25EV.610.

A Mensagem Triunfante Quando Soar o Alto Clamor

A Verdade Está Prestes a Triunfar

O fim está perto, aproximando-se imperceptivelmente, como o silencioso aproximar de um ladrão de noite. Conceda o Senhor que não fiquemos por mais tempo a dormir como fazem os outros, mas que vigiemos e sejamos sóbrios. A verdade há de em breve triunfar gloriosamente, e todos quantos agora escolhem ser cooperadores de Deus, com ela triunfarão. O tempo é curto; vem logo a noite, em que homem algum pode trabalhar. Testimonies, vol. 9, pág. 135.Conversão Como no PentecosteAproxima-se o tempo em que haverá tantos conversos em um dia como houve no dia de Pentecoste, depois de os discípulos haverem recebido o Espírito Santo. Review and Herald, 29 de junho de 1905.Milhares Ainda Virão Para a LuzMuitos têm deixado o convite evangélico passar desatendido; foram provados e experimentados; mas enormes obstáculos, qual montanhas, pareciam avolumar-se diante deles, obstruindo-lhes o progresso. Por meio de fé, perseverança e coragem, muitos transporão esses entraves e avançarão para a gloriosa luz.Quase inconscientemente, ergueram-se barreiras no caminho reto e estreito; colocaram-se pedras de tropeço na estrada; estas serão afastadas daí. As salvaguardas que falsos pastores têm lançado em torno de seus rebanhos,

tornar-se-ão em nada; milhares virão para a luz, e trabalharão para difundir a luz. Os seres celestes unir-se-ão com os instrumentos humanos. Assim animada, a igreja levantar-se-á e resplandecerá, pondo todas as suas santificadas energias no combate; assim se cumpre o desígnio de Deus; recuperam-se as pérolas perdidas.Os profetas divisaram a distância essa grande obra, e possuídos da inspiração do momento, traçaram a maravilhosa descrição das coisas ainda por acontecer. Review and Herald, 23 de junho de 1895.Muitos Apóstatas Voltarão

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Quando romper realmente sobre nós a tempestade da perseguição, as ovelhas verdadeiras ouvirão a voz do Pastor verdadeiro. Empregar-se-ão abnegados esforços para salvar os perdidos, e muitos dos que se extraviaram do redil voltarão a seguir o grande Pastor. O povo de Deus unir-se-á, apresentando frente unida ao inimigo. ... O amor de Cristo, o amor de nossos irmãos, testificará ao mundo que estivemos com Jesus e dEle aprendemos. Então, a mensagem do terceiro anjo se avolumará num alto clamor, e a Terra inteira será iluminada com a glória do Senhor. Testimonies, vol. 6, pág. 401.Influenciados Pelas PublicaçõesEm breve fará Deus grandes coisas por nós, se nos achegarmos humildes e confiantes aos Seus pés. ... Mais de mil se converterão brevemente em um dia, a maioria dos quais reconhecerá haver sido primeiramente convencida através da leitura de nossas publicações. Review and Herald, 10 de novembro de 1885.Repete-se o Poder de 1844O poder que tão eficazmente sacudiu o povo no movimento de 1844, revelar-se-á outra vez. A mensagem do terceiro anjo sairá, não em um murmúrio, mas com grande voz. Testimonies, vol. 5, pág. 252.

O Alto ClamorDurante o alto clamor, a igreja, ajudada pelas providenciais interposições de seu exaltado Senhor, difundirá o conhecimento da salvação tão abundantemente, que a luz será comunicada a toda cidade e vila. A Terra será cheia do conhecimento da salvação. O poder renovador do Espírito de Deus haverá tão completamente coroado de êxito os intensamente ativos instrumentos, que a luz da verdade presente irradiará por toda parte. Review and Herald, 13 de outubro de 1904.A Causa da DemoraAdiada em MisericórdiaA longa noite de trevas é difícil, mas em misericórdia a manhã é adiada, pois se o Mestre viesse, quantos se achariam desapercebidos! A repugnância que Deus sente de que Seu povo pereça, eis a razão de tão longa tardança. Testimonies, vol. 2, pág. 194.A Obra Poderia já Estar FeitaHouvesse o desígnio de Deus sido cumprido por Seu povo em dar ao mundo a mensagem de misericórdia, e Cristo haveria, antes disto, de ter vindo à Terra, e os santos teriam recebido as boas-vindas à cidade de Deus. Testimonies, vol. 6, pág. 450.Sei que, se o povo de Deus houvesse mantido viva ligação com Ele, se Lhe houvessem obedecido à Palavra, estariam hoje na Canaã celestial. Boletim da Associação Geral, 30 de março de 1903.EV,692-694.

A Terra IluminadaVi raios de luz provindo de cidades e vilas, dos lugares altos e baixos da Terra. A Palavra de Deus era obedecida e, em resultado, havia em cada vila e cidade monumentos seus. Sua verdade era proclamada por todo o mundo. Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 296 e 297.Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo perante elas a Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. Portas se abriam por toda parte à proclamação da verdade. O mundo parecia iluminado pela influência celestial. Testimonies, vol. 9, pág. 126.Mediante Instrumentos Humildes

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Ao chegar o tempo para que ela [a mensagem do terceiro anjo] seja dada com o máximo poder, o Senhor operará por meio de humildes instrumentos, dirigindo a mente dos que se consagram ao Seu serviço. Os obreiros serão antes qualificados pela unção deSeu Espírito do que pelo preparo das instituições de ensino. Homens de fé e oração serão constrangidos a sair com zelo santo, declarando as palavras que Deus lhes dá. Os pecados de Babilônia serão revelados. Os terríveis resultados da imposição das observâncias da igreja pela autoridade civil, as incursões do espiritismo, os furtivos mas rápidos progressos do poder papal - tudo será desmascarado. Por meio destes solenes avisos o povo será comovido. Milhares de milhares que nunca ouviram palavras como essas escutá-las-ão. O Grande Conflito, pág. 606.

Multidões Unir-se-ão aos Exércitos do SenhorVer-se-ão ... muitos correndo de uma parte para outra, constrangidos pelo Espírito de Deus, para levar a luz a outros. A verdade, a Palavra de Deus, é como um fogo em seus ossos, enchendo-os de ardente desejo de esclarecer os que se assentam nas trevas. Muitos, mesmo entre os iletrados, proclamam agora as palavras do Senhor. Crianças são impelidas pelo Espírito a ir e declarar a mensagem do Céu. O Espírito será derramado sobre todos quantos se submeterem a Suas sugestões e, pondo à margem todo o esforço humano, suas regras inibidoras e cautelosos métodos, proclamarão a verdade com a força do poder do Espírito. Multidões receberão a fé e unir-se-ão aos exércitos do Senhor. Review and Herald, 23 de julho de 1895.

Milhares de Vozes Fazem Soar a AdvertênciaServos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro a fim de proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes em toda a extensão da Terra, será dada a advertência. Operar-se-ão prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão aos crentes. Satanás também opera com prodígios de mentira, fazendo mesmo descer fogo do céu, à vista dos homens. Assim os habitantes da Terra serão levados a decidir-se.A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada e agora brotará e frutificará. As publicações distribuídas pelos missionários têm exercido sua influência; todavia, muitos que ficaram impressionados, foram impedidos de compreender completamente a verdade, ou de lhe prestar obediência. Agora os raios de luz penetram por toda parte, a verdade é vista em sua clareza, e os leais filhos de Deus cortam os liames que os têm retido. Laços de família, relações na igreja, são impotentes para os deter agora. A verdade é mais preciosa do que tudo o mais. Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, grande número se coloca ao lado do Senhor. O Grande Conflito, pág. 612.A descida do Espírito Santo sobre a igreja é olhada como estando no futuro; é, porém, o privilégio da igreja tê-la agora. Buscai-a, orai por ela, crede nela. Precisamos tê-la, e o Céu espera para concedê-la. Review and Herald, 19 de março de 1895.

A Chuva SerôdiaPeçam os cristãos. ... com fé a bênção prometida, e ela virá. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi a "chuva temporã", e glorioso foi o resultado. Mas a chuva serôdia será mais abundante. Signs of the Times, 17 de fevereiro de 1914.O Atual Momento de OportunidadeA Obra Para Hoje

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A terceira mensagem angélica está-se avolumando em um alto clamor, e não vos deveis sentir na liberdade de negligenciar o presente dever e ainda nutrir a idéia de que em algum momento, futuramente, sereis objeto de grande bênção, quando, sem nenhum esforço de vossa parte, tiver lugar um maravilhoso reavivamento. ... Hoje deveis ter purificado o vosso vaso, a fim de estar pronto para o orvalho celeste, pronto para os chuveiros da chuva serôdia; pois a chuva serôdia há de vir, e a bênção de Deus encherá toda alma que estiver purificada de toda contaminação. É nossa obra hoje submeter nossa alma a Cristo, para que sejamos preparados para o tempo do refrigério pela presença do Senhor - aptos para o batismo do Espírito Santo. ...Em vez de viver na expectação de um período especial de entusiasmo, cumpre-nos aproveitar sabiamente as oportunidades presentes, fazendo o que precisa ser feito para salvação de almas. Em vez de gastar as faculdades da mente em especulações quanto aos tempos ou às estações que o Senhor estabeleceu pelo Seu poder, e reteve dos homens, devemos submeter-nos ao controle do Espírito Santo, cumprir os deveres presentes, dar o pão da vida, não adulterado pelas opiniões humanas, às almas que estão perecendo pela verdade. Review and Herald, 22 de março de 1892.

Oportunidades Sem PrecedentesNestes dias de viagens, as oportunidades de pôr-se em contato com homens e mulheres de todas as classes e de muitas nacionalidades são muito maiores que nos dias de Israel. As vias de comunicação têm-se multiplicado aos milhares. Deus tem preparado maravilhosamente o caminho. A ação da imprensa, com suas múltiplas facilidades, acha-se ao nosso dispor. Bíblias e publicações em muitas línguas, apresentando a verdade para este tempo, acham-se ao nosso alcance, podendo ser rapidamente levadas a toda parte do mundo.Cumpre-nos dar a última advertência de Deus aos homens, e que diligência deveria ser a nossa em estudar a Bíblia, e nosso zelo em disseminar a luz! EV.692-7012.

Deus Providencia Estas OportunidadesUma crise acha-se precisamente diante de nós. Devemos agora, pelo poder do Espírito Santo, proclamar as grandes verdades para estes últimos dias. Não levará muito tempo para que todos tenham ouvido a advertência e feito sua decisão. Então virá o fim. ... Deus é o grande Obreiro por excelência, e por Sua providência prepara o caminho para que Sua obra se cumpra. Ele provê oportunidades, estabelece esferas de influência e condutos para as atividades. Se Seu povo estiver atento às indicações de Sua providência, e se dispuser a cooperar com Ele, verá cumprido um grande trabalho. Vida e Ensinos, pág. 220.As Crises Nacionais Trazem Despertamento ReligiosoHomens e nações estão sendo hoje testados pelo prumo na mão dAquele que não erra. ...Hoje os sinais dos tempos declaram que estamos no limiar de grandes e solenes eventos. Tudo em nosso mundo está em agitação. Ante nossos olhos cumprem-se as profecias do Salvador, de acontecimentos que precederiam Sua vinda. "E ouvireis de guerras e de rumores de guerras. ... Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares." Mat. 24:6 e 7.O tempo presente é de dominante interesse para todo vivente. Governadores e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, homens e mulheres pensantes de todas as classes, têm fixa a sua atenção nos fatos que se desenrolam em redor de nós. Acham-se a observar as relações tensas e inquietas que existem entre as nações. Observam a intensidade que está tomando posse de todo o elemento terrestre, e

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reconhecem que algo de grande e decisivo está para ocorrer, ou seja, que o mundo se encontra à beira de uma crise estupenda. Profetas e Reis, págs. 536 e 537.

Nosso Dever no Tempo de AdiamentoOs anjos estão agora retendo os ventos da contenda, até que o mundo seja advertido de sua vindoura condenação; uma tempestade, porém, está-se preparando, prestes a irromper sobre a Terra, e quando Deus ordenar a Seus anjos que soltem os ventos, haverá tal cena de conflito que a pena não pode descrever. ...Um tempo de adiamento foi-nos graciosamente concedido por Deus. Todo poder a nós emprestado pelo Céu deve ser empregado em fazer a obra que nos foi designada pelo Senhor em benefício dos que estão a perecer na ignorância. ...O povo de Deus deve fazer poderosa intercessão junto dEle agora em busca de auxílio. E devem pôr todas as suas energias no esforço de proclamar a verdade durante o adiamento que foi concedido. ...Todos os dias nos temos associado com homens e mulheres destinados ao juízo. Cada dia poderá ter sido a linha divisória para alguma alma. Cada dia alguém pode ter tomado a decisão que há de determinar seu futuro destino. Review and Herald, 23 de novembro de 1905.

O Significado do ConflitoNão compreendemos como devemos o grande conflito que vai em andamento entre agentes invisíveis, o conflito entre os anjos fiéis e os infiéis. Bons e maus anjos contendem sobre todo homem. Isto não é uma luta fictícia. Não é um combate simulado esse em que nos empenhamos. Temos de enfrentar adversários poderosíssimos, e cabe-nos a nós decidir quem ganhará. Cumpre-nos procurar nossa força onde os primitivos discípulos encontraram a deles. Signs of the Times, 17 de fevereiro de 1914.

Reavivado o Paganismo; Denuncia-se o Homem do PecadoAo nos aproximarmos do fim do tempo, haverá maiores e sempre maiores demonstrações externas do poder pagão; deuses pagãos revelarão seu assinalado poder e se exibirão diante das cidades do mundo. E este plano já começa a cumprir-se. Por uma variedade de imagens representou o Senhor Jesus a João o caráter ímpio e a influência sedutora dos que se têm distinguido por sua perseguição ao povo de Deus. Todos carecem de sabedoria para pesquisar cuidadosamente o mistério da iniqüidade que aparece tanto na finalização da história da Terra.No próprio tempo em que vivemos, o Senhor chamou Seu povo e encarregou-o de proclamar uma mensagem. Chamou-o para expor a maldade do homem do pecado que fez da lei dominical um poder distintivo, que tem cuidado em mudar os tempos e a lei e em oprimir o povo de Deus que permanece firme para honrá-Lo pela observância do único sábado verdadeiro, o sábado da criação, como sendo santo ao Senhor. Testemunhos Para Ministros, págs. 117 e 118.Os Destemidos Mensageiros de DeusNeste tempo, quando o fim de todas as coisas terrestres está-se aproximando rapidamente, Satanás está fazendo desesperados esforços para enredar o mundo. Está arquitetando muitos planos para ocupar as mentes e distrair a atenção das verdades essenciais à salvação. ...

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A impiedade está alcançando um nível nunca antes atingido, contudo, muitos ministros do evangelho estão clamando: "Paz e segurança." Mas os fiéis mensageiros de Deus devem prosseguir firmemente com sua obra. Revestidos com a armadura do Céu, devem avançar destemida e vitoriosamente, jamais cessando de lutar até que cada alma a seu alcance tenha recebido a mensagem da verdade para este tempo. Atos dos Apóstolos, págs. 219 e 220.

O Rápido e Triunfal Ponto CulminanteO Evangelho Outrora Abalou o MundoMediante a cooperação do Espírito divino, os apóstolos fizeram uma obra que abalou o mundo. O evangelho foi levado a todas as nações numa única geração.Gloriosos foram os resultados que acompanharam o ministério dos apóstolos escolhidos de Cristo. ...Não foi com o seu próprio poder que os apóstolos cumpriram sua missão, mas no poder do Deus vivo. Sua obra não era fácil. Os trabalhos iniciais da igreja cristã foram cercados de dificuldades e amarga aflição. Em sua obra os discípulos encontravam constantes privações, calúnias e perseguições; mas não considerava sua vida por preciosa, e regozijavam-se em ser chamados a sofrer perseguição por Cristo. A irresolução, a indecisão, a fraqueza de propósitos, não encontravam lugar em seus esforços. Estavam prontos para gastar e se deixarem gastar. A consciência da responsabilidade que repousava sobre eles, enriquecia-lhes a vida cristã; e a graça celeste revelava-se nas conquistas que faziam para Cristo. Com a força da onipotência, Deus operava por meio deles para tornar o evangelho triunfante. Atos dos Apóstolos, págs. 593-595.

Um Firmamento de EscolhidosEntre os habitantes do mundo, espalhados por toda a Terra, há os que não têm dobrado os joelhos a Baal. Como as estrelas do céu, que aparecem à noite, esses fiéis brilharão quando as trevas cobrirem a Terra, e densa escuridão os povos. Na África pagã, nas terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na Índia, nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Deus tem em reserva um firmamento de escolhidos que brilharão em meio às trevas, revelando claramente a um mundo apóstata o poder transformador da obediência a Sua lei. Mesmo agora eles estão aparecendo em toda nação, entre toda língua e povo; e na hora da mais profunda apostasia, quando o supremo esforço de Satanás for feito no sentido de que "todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos" (Apoc. 13:16), recebam, sob pena de morte, o sinal de submissão a um falso dia de repouso, esses fiéis, "irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa", resplandecerão "como astros no mundo". Filip. 2:15. Quanto mais escura a noite, com maior brilho eles refulgirão. Profetas e Reis, págs. 188 e 189.

A Igreja TriunfanteA obra está prestes a concluir-se. Os membros da igreja militante que se houverem demonstrado fiéis, tornar-se-ão a igreja triunfante. Carta 32, 1892.E nosso General, que não erra nunca, diz-nos ainda: "Avançai; entrai em novo território; içai o estandarte em toda terra. 'Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.'" Isa. 60:1.É chegado o tempo em que, por intermédio dos mensageiros de Deus, o rolo do livro se abrirá ao mundo. A verdade contida na primeira, segunda e terceira mensagens

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angélicas, tem de ir a toda nação, tribo, língua e povo; ela deve iluminar as trevas de todo continente, e estender-se às ilhas do mar. Não deve haver dilação nessa obra.Nossa divisa deve ser: Para a frente, sempre para a frente! Anjos do Céu irão adiante de nós, a preparar-nos o caminho. Nosso cuidado pelas regiões distantes nunca poderá ser deposto enquanto a Terra inteira não for iluminada com a glória do Senhor. Obreiros Evangélicos, pág. 470. EV.pags 702-707.

Muitos se colocarão ao lado da verdade – O anjos que se une á Terceira Mensagem iluminará a Terra com sua glória. Haverá muitos mesmo nestes vales( na Norte da Itália) onde a obra parece começar com tanta dificuldade, os quais reconhecerão a voz de Deus a lhes falar por meio de Sua Palavra e, saindo da influência do clero, colocar-se-ão ao lado de Deus e da verdade. Não é uma campo fácil de trabalhar, esse, nem é daqueles que apresente resultados imediatos, há, porém, um povo sincero ali, o qual a seu tempo obedecerá.EV pag 424.

"Uni-vos! Uni-vos!"O último grande conflito está diante de nós, mas virá ajuda para todos os que amam a Deus e obedecem a Sua lei, e a Terra, a Terra toda, será iluminada com a glória de Deus. "Outro anjo" descerá do Céu. Este anjo representa o alto clamor, o qual procederá dos que estão-se preparando para clamar poderosamente, com forte voz: "Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável." Apoc. 18:1 e 2.Temos uma mensagem probante para ser transmitida, e sou instruída a dizer para o nosso povo: "Uni-vos! Uni-vos!" Mas não devemos unir-nos com os que apostatam da fé, dando atenção a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. Com coração amável, bondoso e sincero, devemos sair para proclamar a mensagem, não dando atenção aos que se afastam da verdade. Manuscrito 31, 1906.III ME, 412.

Deus enriquecerá o mundo nestes últimos dias proporcionalmente com o aumento da impiedade, se o Seu povo tão-somente se apoderar do Seu dom inestimável e ligar todos os seus interesses aos dEle. Não deve haver ídolos acariciados, e não precisamos temer o que virá, mas entregar o cuidado de nossa alma a Deus, como a nosso fiel Criador. Ele guardará aquilo que for entregue aos Seus cuidados. Carta 74a, 1897. III ME, 339.

A Medição de Deus dos que Andam na Luz que PossuemO Senhor dará Sua mensagem aos que têm andado de acordo com a luz que possuem, e os reconhecerá como sinceros e fiéis, segundo a avaliação de Deus. Esses homens tomarão o lugar daqueles que, tendo luz e conhecimento, não andaram no caminho do Senhor, mas na imaginação de seu próprio coração não santificado.Vivemos agora nos últimos dias, em que a verdade precisa ser proferida, em que por meio de repreensões e advertências ela deve ser dada ao mundo, independente das conseqüências. Se alguns ficarem ofendidos e se afastarem da verdade, devemos ter em mente que havia os que fizeram a mesma coisa no tempo de Cristo. ...As Fileiras não se Tornarão Menores

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Mas haverá homens que aceitarão a verdade, e estes ocuparão os lugares deixados por aqueles que ficaram ofendidos e abandonaram a verdade. ... O Senhor agirá de tal modo que os dissidentes se separarão dos sinceros e leais. ... As fileiras não ficarão menores. Os que são firmes e fiéis preencherão os lugares vagos deixados pelos que ficam ofendidos e apostatam. ...Muitos prezarão a sabedoria de Deus acima de qualquer vantagem terrestre, e obedecerão à Palavra de Deus como a norma suprema. Estes serão conduzidos a grande luz. Estes chegarão ao conhecimento da verdade, e procurarão levar esta luz da verdade aos seus conhecidos que, assim como eles, estão ansiosos pela verdade. Manuscrito 97, 1898.III ME, 422.

Marchar Pela Fé - os Meios VirãoDevemos nós esperar que os habitantes dessas cidades venham ter conosco e digam: "Se quiserem vir a nós e pregar, nós os ajudaremos a fazer isto e aquilo"? Eles não sabem coisa alguma de nossa mensagem. O Senhor quer que façamos nossa luz brilhar diante dos homens para que Seu Espírito Santo comunique a verdade aos sinceros de coração que a buscam.À medida que fizermos esta obra, veremos que os meios fluirão aos nossos tesouros, e teremos recursos com que prosseguir com um trabalho ainda mais amplo e de mais vasto alcance.Não avançaremos pela fé, tal como se tivéssemos milhares de dólares? Não possuímos nem a metade da fé necessária. Façamos nossa parte no sentido de advertir estas cidades. A mensagem de advertência tem de atingir o povo que está prestes a perecer, inadvertido e sem salvação. Como podemos protelar? Ao avançarmos, virão os recursos. Mas temos de avançar pela fé, confiantes no Senhor Deus de Israel.Noite após noite não posso dormir por causa desta responsabilidade que sobre mim pesa em prol das cidades não advertidas. Noite após noite estou orando e buscando idear métodos pelos quais possamos ir a essas cidades e transmitir-lhes a mensagem de advertência. Ora, existe um mundo a ser advertido e salvo, e temos que ir ao Oriente, ao Ocidente, ao Norte e ao Sul, a trabalhar inteligentemente em favor do povo que está ao nosso redor. Ao empreendermos esta obra, veremos a salvação de Deus. Virá incentivo. Manuscrito 53, 1909.EV, 61-62

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