relatório da educação especial-estágio
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FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
Relatório de Estágio Supervisionado em Educação Especial
Maeli Martins da Silva
LOCAL DO ESTÁGIO: Unidade Escolar Sonho Dourado
Teresina- PI
2015
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUÍ
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
Relatório de Estágio Supervisionado em Educação Especial
Maeli Martins da Silva
LOCAL DO ESTÁGIO: Unidade Escolar Sonho Dourado
Relatório apresentado à Faculdade Evangélica do Piauí - FAEPI,Como requisito parcial para obtenção de nota da Disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Especial em Pedagogia, sob a orientação do Prof. Esp. Magno Fernando A. Nazaré
Teresina-PI
2015
1 INTRODUÇÃO
Este Relatório Supervisionado tem como objetivo constatar o
desenvolvimento de atuação e o compromisso com a inclusão dos portadores de
necessidades especiais na Unidade Escolar Sonho Dourado, localizado na cidade
de Carutapera. Além disso, compreender o trabalho de atuação para receber as
crianças especiais do Programa Multifuncional Atendimento Educacional
Especializado - AEE. Constando-se assim, que são atendidas 19 crianças, sendo
realizado atendimento nos turnos matutinos e no vespertino em uma sala
especializada e estruturada adequadamente.
Na escola Sonho Dourado, o corpo estrutural, são divididos em: onze salas
regulares, incluindo a do AEE, três banheiros com um especializado, sendo
composto de uma gestora, uma coordenadora, dois secretários, quatrocentos e
setenta e um aluno no total, três vigias, oito OSDS, uma sala de informática e uma
cantina.
A Escola Sonho Dourado fica localizado na Rua 7 de Setembro e foi
inaugurada no ano de 1987, na Gestão do Ex. Prefeito Adilson Dantas Dourado.
Sendo também ampliada a escola no dia 26 de Abril ano de 1998.
Na sala especializada do AEE, conta-se também com um grande número de
materiais que favorecem o desempenho dos alunos e são administrados pela
professora do programa.
Observa-se que a maioria desses materiais, são confeccionados com
materiais recicláveis, confeccionados a partir de garrafa pet, tampinhas, desenhos
de encaixe fotocopiados, alfabeto móvel, livros de historinhas, computadores e
tablete, etc. são recursos que contribuem para o processo de inclusão educacional.
Nesta ótica, com base na concretização dos trabalhos abordados junto a
gestora e supervisora com os recursos pedagógicos para a inclusão social, é
importante ressaltar o compromisso que a professora tem com a educação
especial.Não se pode falar ou confundir, que este programa é de reforço escolar ou
mera repetição dos conteúdos pragmático. Mas podemos especificar que é um
processo de ampliação e produção de conhecimentos.
Enfatiza-se também que a participação da professora é de toda importância,
nesta atuação de aprendizagem.
Em relação a forma de atendimento, cada criança é atendida
individualmente, o que atende as necessidades de cada aluno por sua
especialidade. Sendo assim, a sala do AEE, atende os alunos de todos os níveis.
Suas deficiências: transtornos e distúrbios de aprendizagem, transtornos de
hiperatividade, deficiências múltiplas, deficiência auditiva.
É sabido que a Declaração de Salamanca, 1994, sobre os princípios e
práticas na área da Necessidades Educativas Especiais: 1ª afirma e reconhece, que
toda criança, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do
sistema regular de ensino e reendossamos a Estrutura de Ação em Educação
Especial, em que, pelo espírito de cujas provisões e recomendações do governo
sejam guiados. 2- Acreditamos que toda criança tem o direito fundamental à
educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de
aprendizagem. Toda criança possui características, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem que são únicas.
Portanto, é importante destacar que não há um único processo de
adaptação curricular válido para qualquer situação ou realidade educativa, cabendo
a cada contexto escolar buscar soluções que melhor atenda a sua comunidade.
Contudo, todo projeto de trabalho deve apontar para a possibilidade de se buscar
novos conhecimentos e recursos, que venham contribuir na inserção dos alunos
com necessidades especiais no espaço escolar.
2 Estágio Supervisionado Na Unidade Escolar Sonho Dourado
É imprescindível ressaltar que a Constituição Federal da República
Federativa do Brasil garante que: Art. 205. “A educação, direito de todos e do Estado
e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”.
Seguindo essa ótica, a Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e bases da
Educação Nacional – 1996. Capítulo V. Da educação especial. Art.58. “Entende-se
por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação
escolar, oferecida, preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos,
portadores de necessidades especiais.
De acordo com a LDB ainda no Art. 58 – § 1º Haverá, quando necessário,
serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender a peculiaridade da
clientela de educação especial. E no § 3º A oferta da educação especial dever
constitucional do Estado, tem início na faixa etária de 0 a 6 anos, durante a
educação infantil.
Partindo dos direitos garantidos em lei, foi desenvolvido um trabalho de
observação na Escola Sonho Dourado, no Município de Carutapera, na rede
municipal. É por meio deste que iniciarei este relatório com base nas deficiências
múltiplas da criançaEsdras Bezerra Freitas, aluno do primeiro ano. Sua
especialidade é a deficiência múltipla. As atividades de contra turno é realizada no
horário das 9: 35 às 11:00 horas, turno matutino do programa multifuncional (AEE).
Observa-se que o aluno apresenta desempenho durante a exploração de
montagem com peças circulares maiores, para formar o corpo de um
animal(cachorrinho). O mesmo monta com cuidado cada peça, mas sua dificuldade
de locomoção é uma barreira para o seu desempenho em encaixar as peças.
A criança gosta de dialogar durante as atividades proporcionadas pela professora
Lucienedos Remédios Teixeira, a mesma relatou que a inquietação dele, faz parte
de sua estrutura corporal, pois em seu movimento não há equilíbrio, por isso tem
sua cadeira adaptada para ele, durante as atividades de escrita e pintura.
Carvalho afirma que:
“(...) expressão adotada para designar pessoas que tem mais de uma deficiência. É uma condição heterogenia que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiência que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social (CARVALHO, 2000, p. 47).”
Segundo a professora, ele desenvolveu-se muito durante o período de sua estadia
no programa do (AEE). Contudo,houve uma reflexão por parte da mesma a respeito
do aluno, de como trabalharia com uma criança com múltipla deficiência.Pois ela
não se segurava direito em sua cadeira, movimentava-se bastante. Assim, com
vários questionamentos, a professora Luciene dos Remédios Teixeira usou a
metodologia para observar seu aluno. Quando colocado no chão, observava os seus
movimentos motores, tanto corporal, quanto em manipulação de objetos concretos
existentes próximo dele. Constatou que o seu desempenho foi concluído e
satisfatório.
Durante a atividade de quebra-cabeça, o aluno observava as peças e encaixava
peça por peça. Esta atividade o proporciona um raciocínio lógico e desenvolve sua
percepção visual que facilita na sua estrutura psíquico e na coordenação fina, por
causa da sua delimitação.
Esta tarefa precisa ser fixada com fita gomada, para que as peças não
saiam dos lugares, facilitando para o aluno um movimento adequado e, dessa
maneira, conseguir completar todas as peças.
Desta forma a professora consegue fazer atividades de escrita com o aluno
Esdras, pelo menos o seu nome e sobrenome. No entanto, o seu cognitivo não é
afetado por causa de sua deficiência, mas sua dicção é afetada um pouco, porém
não impede do aluno evoluir na sua aprendizagem. A única dificuldade que ele tem,
são os movimentos involuntários do seu corpo, que não é controlado. A princípio,
seu movimento era muito rápido, pois tentava pegar os objetos da mesa, mas não
conseguia, porque caiam sempre todos de suas mãos.
Este educando está no programa há dois anos, aperfeiçoando suas técnicas
de aprendizagem. Observa-se que já se teve êxodo durante a sua estadia. A terceira
etapa das atividades de locomoção é a parte mais difícil, pois precisa ter um grande
cuidado para o mesmo não se machucar no chão com o seu movimento rápido. Esta
atividade deixa a criança mais livre para a sua independência de aprendizagem.
Entretanto, a possibilidade de ter a destreza involuntária do corpo, não facilita no
equilíbrio de sua estrutura corporal.
Ao desenvolver as atividades, com bolas amarradas e os números gigantes,
facilitam um bom entendimento de sua atividade concreta. Ao ter o contato com o
chão, a criança se cansa com facilidade, uma vez que o mesmo não tinha estímulos
por parte dos familiares. Foi por isso que a professora constatou a possibilidade
dessa atividade grossa, para que ele pudesse se locomover para todos os lados.
No entanto, a família passa por grandes desafios em educar o filho Esdras,
pois na sua casa, o menino não aceita ser contrariado pelos mesmo. Segundo sua
mãe, ele quer fazer tudo sozinho, sem a ajuda deles. E o tratamento do mesmo está
sendo pelo Sara, uma vez por mês, para estimular seus movimentos.
O aluno fica em êxtase quando a tarefa é com estimulo do corpo, durante as
atividades no chão, o mesmo fica entusiasmado com a ação da professora, porque
sua orientação é bem contagiante, sua paciência com o aluno demonstra uma ação
de cidadania.
Sendo assim, a professora trabalha, incansavelmente, para repassar seus
conhecimentos adquiridos durante sua formação.
Durante todo o estágio supervisionado no processo de aprendizagem a
respeito do aluno, pude vivenciar todo o processo de desenvolvimento do aluno
Esdras, com base no desempenho da professora Luciene dos Remédios Teixeira.
Os materiais trabalhados são de muita importância, pois facilita toda a aprendizagem
de todos os alunos especiais.
Na sala do AEE, também há 19 (dezenove) crianças para o atendimento
individual. Cada aluno tem o seu horário, na parte da manhã e pela tarde, sendo
acompanhadas pela professora.
Dando continuidade ao relato, venho falar sobre a aluna Jeniffer Nunes
Cruz, mesmo com um período muito pouco de observação, recebi o diagnóstico por
parte da professora que sua deficiência é auditiva e a maior dificuldade que a
professora encontra na aluna é a parte de interpretação de texto, pois a mesma não
associa a imagem para produzir texto, isso só ocorre, quando colocados para o
braile, para serem encontradas através de desenhos mudos ou símbolos indicados
pela letra do alfabeto em braile.
Há também o aluno Isaias da Cruz Melo que ainda não foi diagnosticado,
suspeita-se de ser uma criança hiperativa, mas não se sabe ao certo ainda. Outro
fato agravante é a falta de afetividade por parte dos pais.
Percebe-se, dessa forma que o aluno Isaias se encontra com muita
dificuldade durante as atividades abordadas pela professora Luciene, pois a mesma
constatou que o educando não consegue associar as palavras e fazer a leitura, sem
olhar os desenhos referentes.Assim, ao realizar algumas atividades de encaixe com
palavras no desenho correspondente, para avaliar o desempenho do mesmo,
somente foi concluído o êxodo, após a associação do desenho e a letra inicial, junto
as palavras como: navio, sapato, escola, etc. Desta forma o aluno conseguiu
assimilar e concluir seu raciocínio de todas as palavras. O que foi satisfatório para
ele e para a professora presente.
Por outro lado, seu desempenho só ia acontecendo, por causa do interesse
do final, pois se realizasse todas as atividades obrigatórias, teria um momento para
jogar alguns minutos antes do final da aula. Somente assim é que o aluno apresenta
um pouco de interesse na realização das atividades propostas. Pois no início não
queria nada, ficava alheio das atividades da professora, que com dedicação,
conquistou a confiança de seu aluno. Hoje o Isaias é uma criança mudada,
consegue respeitar a comanda da professora Luciene.
Portanto, a professora Luciene dos Remédios Teixeira desenvolve um
trabalho com muita dedicação, responsabilidade e prazer, no entanto, questiona que
não tem uma formação a nível superior em libras e em braile. Tudo o que aprendeu
foi realizado através do curso de capacitação em programas de curso de férias.
Apesar da satisfação em realizar seu trabalho, afirma que sente saudade dos alunos
do turno regular. Dessa forma, percebe-se que há necessidades de um ensino
voltado exclusivamente para a capacitação em níveis superiores referentes a
educação inclusiva.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, para que ocorra o desenvolvimento do trabalho escolar é preciso
considerar uma experiência muito válida, ou seja, repensar nossa prática
pedagógica, direcionando nossa proposta, a partir de discussões, com a certeza da
participação de todos os envolvidos no processo ensino e aprendizagem e da
comunidade, garantindo assim, a gestão democrática e participativa.
Com base nisso nos engajamos nesse trabalho, com a expectativa de
difundir mais e mais a sensibilização dos professores, familiares e demais alunos
que convivem com as crianças com deficiência inseridos na comunidade escolar.
Sendo assim, o movimento de educação inclusiva, atualmente difundido, defende
uma escola que possa entender a todos os alunos, adequando o currículo aos
métodos, materiais de ensino-aprendizagem, enfim, todos os procedimentos
pedagógicos para que seja possível receber uma educação de qualidade no
ambiente integrador da escolar regular. Contudo, é preciso que a escola seja um
exemplo de organização na sociedade, pois é desta forma que garantiremos o
acesso a inclusão social e a verdadeira cidadania.
Finalmente ressaltamos a importância de cumprir as leis que dão
sustentação à inclusão. É preciso colocar em prática o que já está legalmente
garantido, para que a diversidade seja respeitada e valorizada, e assim,
proporcionar a todos os seres humanos, o desenvolvimento integral de suas
capacidades, favorecendo e reconhecendo o direito às diferenças.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, E.N.S. Programas e capacitação de recursos humanos ao Ensino
Fundamental- Deficiência Múltipla. Brasília, SEE SP/ MEC, V.1, 2000.
Lei n°- 9394/96- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- 1996
Lei n°- 8.069- ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. 1990, art. 1°e art. 2°
http://Escolajonathas.blogspot.com.br/ acesso em 11 de abril de 2015.
http://Saladerecursosmultifuncionais.blogspot.com.br/ acesso em 11 de abril de
2015.
http://www.fae.ufmg.br / acesso em 11 de abril de 2015.
http://www.lapeade.com.br / acesso em 11 de abril de 2015.
http://www.planalto.gov.br / acesso em 11 de abril de 2015.
Anexos
1. Qual a importância da sala multifuncional do AEE?
2. De que forma desse-se trabalhar com as crianças do programa?
3. Quem são os responsáveis em diagnosticar as deficiências das crianças
atendidas pelo programa?
Em que parte a família deve ajudar nessa especialidade?
4. Quais as formações adequadas para trabalhar com as crianças especiais?
5. De que forma são confeccionados os materiais que são utilizados na sala do
AEE?
6. Existe cursos de capacitação ofertados pela rede de ensino aos professores
que trabalham no programa do AEE?
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