reformas religiosas - século xvi
Post on 22-Dec-2014
10.725 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
1
REFORMAS RELIGIOSASHISTÓRIA GERAL
Prof.ª Valéria Fernandes
2
PRÉ-REFORMA RELIGIOSA
• John Wyclif e os lolardos – Inglaterra.
• Jan Huss – Boêmia. • O Concílio de Constança
(1414-1418). • Rainha Isabel, a Católica e
o Cardeal Cisneros – Espanha.
• Humanistas como Erasmo de Roterdã.
Jan Huss
Prof.ª Valéria Fernandes
Prof.ª Valéria Fernandes 3
Eu
ropa e
m 1
500
4
“Gostaria que a mais fraca mulher lesse os Evangelhos e as Epístolas de São Paulo [...] Gostaria que essas palavras fossem traduzidas para todas as línguas, afim de que não só os escoceses e irlandeses, como também turcos e sarracenos pudessem lê-las. Anseio que o lavrador as cante para si mesmo quando acompanha o arado, o tecelão as murmure ao som de sua lançadeira, que o viajante iluda com elas a monotonia da jornada.”
Novum Testamentum omne de Erasmo de Roterdã
Prof.ª Valéria Fernandes
5
MOTIVAÇÕES DA REFORMA RELIGIOSA
• Corrupção e despreparo do clero.• Papas que se comportavam como
príncipes seculares e, não, como líderes da igreja.
• Sentimentos nacionais, associados, ou não, a existência de um Estado.
• As críticas dos humanistas.• Uma maior difusão da Bíblia e textos
teológicos graças à invenção da imprensa.Prof.ª Valéria Fernandes
6
REFORMA LUTERANA
• Em 15 de março de 1517, o papa Leão X ofereceu indulgência aos que contribuíssem para a construção da basílica de São Pedro em Roma.
• Lutero e outros teólogos questionam a validade das indulgências.Prof.ª Valéria Fernandes
7
REFORMA LUTERANA
• Lutero, professor na Universidade de Wittenberg, se insurge contra a cobrança das indulgências.
• Em a 31/10/1517, Lutero pregou (*ou não*) as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg.
• As conciliações fracassaram e o Papa Leão X excomungou Lutero em 03/01/1521, na bula "Decet Romanum Pontificem".
Prof.ª Valéria Fernandes
8
REFORMA LUTERANA
• A reforma de Lutero está ligada a ao processo de afirmação nacional alemã.
• Foi apoiada por parte da nobreza e havia o interesse pelas terras da Igreja Católica.
• Lutero não era o único a propor uma reforma, mas seu caso terminou por iniciar a fragmentação da Cristandade.
• Confissão de Augsburgo (1530) → Melanchton.
• Paz de Augsburgo (1555) → “A religião do príncipe é a religião do povo”.
Prof.ª Valéria Fernandes
9
REFORMA LUTERANA
• A Guerra dos Camponeses fomentada pelas idéias anabatistas de Thomas Müntzer tinha por base a idéia de que “os pobres são demasiado infelizes para ter tempo de conhecer a Bíblia e rezar. Nenhuma reforma religiosa é possível sem revolução social”.
• Müntzer e seus discípulos compuseram os 12 Artigos e defendiam entre outras coisas: a livre escolha dos pastores, a abolição da corvéia e dos pequenos dízimos, que os grandes dízimos fossem usados em benefício da comunidade, e que a servidão fosse abolida.
Prof.ª Valéria Fernandes
10
REFORMA LUTERANA
• Lutero termina por defender: Salvação pela graça mediante a fé. A Bíblia na língua do povo → alemão. Comunhão nas duas espécies → pão e
vinho. Cabia ao príncipe escolher os pastores. Sacerdócio universal. Fim do celibato obrigatório. A veneração aos santos não foi abolida. Manteve o batismo infantil.
Prof.ª Valéria Fernandes
11
REFORMA NA SUÍÇA
• A Reforma religiosa na Suíça começou quase ao mesmo tempo que na Alemanha.
• A região também não tinha uma unidade nacional e estava obrigada a enviar soldados para os exércitos de vários países.
• O padre Ulrich Zwinglio começa a pregar em Zurique contra as indulgências e o chamado “evangelho puro” em 1519.
Prof.ª Valéria Fernandes
Zwinglio
12
REFORMA NA SUÍÇA
• Se a pergunta de Lutero era “como eu posso ser salvo?”, a de Zwinglio era “como salvar o meu povo?”.
• Zwinglio era humanista, admirador de Erasmo de Roterdã e pregava que a Bíblia deveria pautar todas as ações das pessoas.
• Ele e Lutero discordavam em vários pontos, especialmente em relação à Eucaristia.
• Zwinglio era contra o envio de soldados suíços para guerras que não eram suas. Isso fez com que Zurique fosse atacada e o reformador morreu em batalha.Prof.ª Valéria Fernandes
Prof.ª Valéria Fernandes 13
OS ANABATISTAS• Chamados de reformadores radicais em alguns livros.• Defendiam o batismo somente os adultos.• Alguns eram pacifistas.• Com as perseguições de católicos e protestantes, o movimento assumiu posturas místicas e participaram de revoltas populares.• Seus descendentes são os atuais menonitas.
Anabatista recebendo o
“terceiro” batismo.
14
JOÃO CALVINO• Calvino nasceu na França
(1509) e recebeu uma sólida formação humanista.
• Sua educação foi patrocinada pelo bispo de sua cidade (Noyon), patrão de seu pai.
• A Reforma na França já estava em andamento quando Calvino nasceu e o reformador teve contato com idéias luteranas e de outros reformistas.
Prof.ª Valéria Fernandes
João Calvino
15
JOÃO CALVINO• Diferentemente de Lutero, não se sabe
quando Calvino rompeu com a Igreja Católica, mas em 1534, ele voltou a sua cidade e abriu mão do dinheiro dado pelo bispo para patrocinar-lhe os estudos.
• A Reforma na França estava condicionada pela vontade do Rei → Se o monarca se sentisse ameaçado em seu poder, havia perseguição.
• Não havia um “perfil” protestante na França. Nobres, burgueses (*como Calvino*), camponeses, todos aderiram à Reforma e eram chamados de huguenotes.
Prof.ª Valéria Fernandes
16
SIGNIFICADO DA PALAVRA HUGUENOTE
A origem da palavra não é clara. Há quem defenda que o termo vem do nome de Besançon Hugues, líder da revolta protestante de Genebra. Bernard Cottret diz que o termo vem de “confederados”, em francês "eidguenot", derivado do suíço-alemão “eidgenossen”, ou “partidário da Reforma”. Já Owen I.A. Roche diz que “huguenote” era uma combinação de dois termos, um flamengo e outro alemão, “eid Genossen” (colegas de juramento), já que as reuniões protestantes eram secretas. Outros afirmam que o termo derive do nome de um lugar no qual os protestantes franceses celebravam o próprio culto; esse lugar era chamado "Torre de Hugon" e se encontra em Tours.
Prof.ª Valéria Fernandes
17
JOÃO CALVINO• Em março de 1536, Calvino publica a 1ª
versão da sua obra mais importante Institutas da Religião Cristã em latim, com dedicatória ao rei da França.
• Com a perseguição, Calvino parte para Estrasbugo, cidade de língua francesa reformada e liderada por Bucero. Chegando em Genebra e é instado por Gulherme Farel a permanecer.
• Genebra nem sempre foi acolhedora para com Calvino, mas foi ali que ele desenvolveu sua reforma religiosa e a cidade se tornou a Jerusalém ou Roma do Protestantismo.
Prof.ª Valéria Fernandes
18
MURO DA REFORMA
Calvino fundou a Universidade de Genebra e o homenageou no Muro da Reforma junto com Theodore Beza, Guilherme Farel e John Knox.Prof.ª Valéria Fernandes
19
JOÃO CALVINO• “Por decreto de Deus, para manifestação
de sua glória, alguns homens são predestinados à vida eterna e outros são predestinados à morte eterna.” → A predestinação é fundamental ao Calvinismo.
• Justificação do trabalho e do lucro; ênfase na auteridade e disciplina; preocupação com a educação.
• A burguesia adere mais ao calvinismo → identificação de classe X identificação nacional.
• Espalhou-se por toda a Europa. Puritanos, presbiterianos, reformados, todos são calvinistas.
Prof.ª Valéria Fernandes
20
REFORMA NA FRANÇA
• Massacre da Noite de São Bartolomeu em 23 e 24 de agosto de 1572.
Prof.ª Valéria Fernandes
21
REFORMA NA FRANÇA
• Houve 8 guerras de religião entre 1562 e 1598.
• O Massacre de São Bartolomeu foi somente o maior (*entre 30 mil e 100 mil mortos*) de vários.
• A nobreza protestante e católica disputava o poder e o apoio do rei.
• A ascensão de Henrique de Navarra e o Edito de Nantes (1598) colocou fim ao conflito.
• Mais tarde, o Cardeal Richilieu fez guerra aos protestantes e diminuiu-lhe os direitos como forma de fortalecer o poder real.
• Por fim, Luís XIV suspendeu o Edito de Nantes.
Prof.ª Valéria Fernandes
22
REFORMA NA INGLATERRA
• Henrique VIII era um dos reis mais católicos da Europa.
• Em 1521, publicou um livro em que atacava as idéias de Lutero, recebendo do papa o título de Defensor Fidei.
• Por questões pessoais (relação com Ana Bolena, a esperança de um herdeiro do sexo masculino), o rei pleiteou junto à Roma a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão.Prof.ª Valéria Fernandes
Evangelho de João traduzido
por William Tyndale.
23
REFORMA NA INGLATERRA
• O rompimento com Roma foi um processo que se estendeu de 1525 até 1534.
• No continente, a ruptura com o catolicismo foi feita por razões teológicas e levada adiante por homens comuns.
• Na Inglaterra, a Reforma esteve condicionada por motivos pessoais e políticos e foi forçada de cima para baixo pelo rei.Prof.ª Valéria Fernandes
Prof.ª Valéria Fernandes 24
25
REFORMA NA INGLATERRA
• Em 1531, Henrique VIII exigiu ser reconhecido pela Igreja como Protetor e único chefe supremo da Igreja e do clero da Inglaterra.
• Pelo Ato de Supremacia, novembro de 1534, o Parlamento reconheceu Henrique VIII como "o único chefe supremo na Terra da Igreja na Inglaterra".
• Durante o governo de Henrique VIII, mosteiros foram destruídos e os bens da Igreja Católica confiscados. Já em termos de teologia e doutrina, a Igreja permaneceu próxima do Catolicismo.
Prof.ª Valéria Fernandes
26
REFORMA NA INGLATERRA
• Eduardo VI (1537-1553) consolidou aproximou a Igreja da Inglaterra do Calvinismo → Livro de Oração Comum (1549).
• Mary I (1553-1558) forçou o retorno ao Catolicismo e a Inquisição se estabeleceu na Inglaterra.
• Elizabeth I (1558 -1603) governou como protestante, mas levou adiante uma política de conciliação, excluindo somente católicos radicais e puritanos. Em 1559, foi reconhecida como Governante Suprema da Igreja e em 1552 foi publicado um novo Livro de Oração Comum.
Prof.ª Valéria Fernandes
Prof.ª Valéria Fernandes 27
• A Invencível Armada foi lançada sobre a Inglaterra por Filipe II, rei da Espanha, em 1588.
28
REFORMA CATÓLICA• Convocado por Paulo III, o Concílio de Trento
(1545-1563) teve existência tumultuada e interrompido diversas vezes.
• Os protestantes participaram de parte do Concílio, pois havia o desejo de conciliação.
• Foi aceito em parte da Itália, em Sabóia, na Polônia, em Portugal, na Espanha, nos Países-Baixos, e na Suíça católica, depois, com reticências, em Veneza. Só foram aceitos na França em 1615. Na Alemanha, o imperador, ligado pelas decisões da dieta de Augsburgo, só ratifica os decretos sobre a fé e o culto.
Prof.ª Valéria Fernandes
29
REFORMA CATÓLICA
• Em 1540, a Ordem foi reconhecida pelo papa.• Combateram a reforma protestante dentro da
Europa e dedicaram-se ao trabalho missionário pelo mundo.
Prof.ª Valéria Fernandes
• Inácio de Loyola fundou em 1534 a ordem dos jesuítas.
• O lema da ordem é "Ad maiorem Dei gloriam" ("Para a maior glória de Deus").
30
REFORMA CATÓLICA• Decisões do Concílio de Trento:
Salvação pela fé e pelas obras. Tradição tinha o mesmo status que a Bíblia. Bíblia e Missa deveriam permanecer em Latim. Criação do Index → Lista dos livros proibidos. Manutenção do celibato dos padres. Proibida a comunhão nas duas espécies. Criação de seminários para a formação de
padres. Bispos deveriam residir nas dioceses. Reativação da Inquisição. Proibição da venda de indulgências.Prof.ª Valéria Fernandes
Prof.ª Valéria Fernandes 31
PONTOS COMUNS A TODOS OS
PROTESTANTES• Sola fide (somente a fé);• Sola scriptura (somente
a Escritura);• Solus Christus (somente
Cristo);• Sola gratia (somente a
graça);• Soli Deo gloria (glória
somente a Deus).
top related