razões do recurso inominado
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Carlos Alexandre Valentim de OliveiraADVOGADO
RAZÕES DO RECURSO
Recorrente: LE MARCHE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE
COSMÉTICOS LTDA
Recorrido: ROMULO MARTINS PETRUY
Processo: 0000564-62.2013.8.16.0014
Origem: 5º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE
LONDRINA/PR
EGRÉGIA TURMA RECURSAL
Colenda Turma.
I - DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO
Consoante os artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95,
cabe recurso inominado da sentença, salvo a homologatória de
conciliação ou laudo arbitral para a Turma Recursal Única do
próprio Juizado Especial.
Data Maxima Venia, a sentença ora combatida julgou
procedente o pedido da exordial, condenando (RESULTADO DA SENTENÇA)
Todavia, o Douto Juízo, não considerou ...
Destarte, ultrapassadas estas questões, pertinente,
portanto, demonstrar os fundamentos que embasam o presente recurso,
por este ser tempestivo.
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II – DA TEMPESTIVIDADE
A expedição de intimação da referida sentença
recorrida foi feita em 28/01/2014 e sua leitura também foi
realizada em 28/01/2014, sendo assim, o último dia para se
apresentar recurso inominado é o dia 07/02/2014 (sexta-feira).
Isto posto, resta tempestivo o presente recurso.
III – SÍNTESE DOS AUTOS
Em congruência ao que dispõe os artigos 102 a 106 do Código de
Processo Civil, ocorre a conexão e continência:
“Artigo 102. A competência, em razão do valor e do território,
poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto
nos artigos seguintes.
Artigo 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for
comum o objeto ou a causa de pedir.
Artigo 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que
há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de
uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
Artigo 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações
propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.
Artigo 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm
a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que
despachou em primeiro lugar.”
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Segundo Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero:
MARINONI, Luiz Guilherme e MITIDIERO, Daniel.
Código de processo civil : comentado artigo por artigo. 5. ed. rev.
e atualizada. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2013. P.
163 a 165.
1. Conexão: A conexão é um nexo de semelhança entre
duas ou mais ações. O artigo em comento limita-se a conceituar
apenas uma espécie de conexão (conexão própria simples objetiva),
não abarcando outros casos de conexão (STJ, 4ª Turma, REsp
309.668/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. em
21.06.2001, DJ 10.09.2001, p. 396). Persiste, no direito
brasileiro, a possibilidade de reconhecer-se a conexão fora dos
casos do art. 103, CPC. Já se decidiu que “a conceituação legal
admite certo grau de maleabilidade no exame dos casos concretos
pelo juiz, à luz do critério da utilidade da reunião dos processos
como forma de evitar a coexistência de decisões judiciais
inconciliáveis sob o ponto de vista prático” (STJ, 1ª Turma, REsp
594.748/RS, rel. Min. Teori Zavascki, j. em 17.08.2006, DJ
31.08.2006, p. 201). A conexão própria simples objetiva verifica-se
quando entre duas ou mais ações há identidade de causa de pedir ou
de pedido (imediato e mediato). O objeto da ação a que alude o
artigo em comento é o pedido.
2. Classificação da Conexão: A conexão pode ser
própria ou imprópria. Há conexão própria quando há semelhança entre
causas ou ações; imprópria, quando existem duas ações ou causas
diferentes, mas que dependem total ou parcialmente da resolução de
questões idênticas. A conexão própria subdivide-se em simples ou
qualificada. A conexão própria simples pode ser subjetiva (art.
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104,CPC) ou objetiva (art. 103, CPC). A conexão própria pode ser
qualificada por acessoriedade (art. 108, CPC), por
prejudicialidade, por reconvenção, por garantia ou por compensação
(art. 109, CPC). Tanto a conexão própria como a imprópria podem dar
lugar à reunião dos processos.
Art. 104, CPC:
Continência: Continência é espécie de conexão.
Trata-se de conexão própria simples subjetiva. Para que se dê a
continência entre duas ou mais ações tem de haver as mesmas partes
e a mesma causa de pedir. O que difere é o pedido que, em uma
delas, é mais amplo, abarcando os pedidos formulados nas outras
ações.
Art. 105:
1. Reunião de Causas: Havendo conexão entre duas ou
mais causas ou ações, o juiz pode ordenar a reunião de ações
propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente. Economiza-se atividade processual, porque pode
haver discussão e instrução conjuntas, ao mesmo tempo em que se
evita a possibilidade de duas ou mais decisões conflitantes. A
conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi
julgado no primeiro grau de jurisdição (Súmula 235, STJ: “A conexão
não determina a reunião dos processos, se um deles já foi
julgado”), justamente porque aí desaparece o duplo desiderato que
anima a conexão. A reunião dos processos pode se dar de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
Art. 106 –
Prevenção: A prevenção fixa a competência em função
de determinado elemento temporal. Correndo em separado ações
conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial,
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considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar (art.
106, CPC). Se as ações conexas correm perante juízes que têm
competência territorial diferente, então a prevenção ocorre em face
da primeira citação válida (art. 219, CPC, conforme STJ, 1ª Seção,
CC 35.507/MG, rel. Min. Luiz Fux, j. em 22.09.2004, DJ 03.11.2004,
p. 121).
2. Primeiro Despacho. O primeiro despacho a que faz
referência o art. 106, CPC, é a primeira manifestação do órgão
jurisdicional no processo, independentemente de seu conteúdo
(contra, já se decidiu que só previne a competência, nos termos do
artigo em comento, o ato do juiz que ordena a citação do demandado,
STJ, 4ª Turma, REsp 217.860/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo
Teixeira, j. em 19.08.1999, p.67).
- EXECUÇÃO SIMULTÂNEA DE UMA MESMA DÍVIDA EM PROCESSOS DISTINTOS. EXTINÇÃO JÁ DECRETADA DE UMA DELAS. REUNIÃO DOS FEITOS REMANESCENTES DETERMINADA. - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. SUBSTABELECIMENTO. OMISSÃO QUANTO À RESERVA DE PODERES. 1. Omisso o substabelecimento a respeito, não se pode presumir que a outorga fora feita sem reserva de poderes, mesmo porque o advogado substabelecente prosseguiu atuando normalmente na causa. 2. Não é lícito ao credor promover concomitantemente execuções distintas para cobrar a mesma dívida. Precedentes do STJ. 3. Por aplicação dos princípios da instrumentalidade das formas e da economia processual, é determinada a reunião das execuções remanescentes, mantidas a penhora e a improcedência dos embargos opostos. 4. Recurso especial conhecido, em parte, e provido parcialmente.
(STJ - REsp: 166075 SP 1998/0015020-0, Relator: Ministro BARROS MONTEIRO, Data de Julgamento: 13/03/2001, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 22/10/2001 p. 326)
03/11/2011 - 10h05DECISÃOÉ impossível usar duas medidas judiciais distintas para obter o mesmo créditoDepois de habilitar seu crédito no inventário do devedor, não é permitido ao credor que execute título extrajudicial contra o codevedor para obter o mesmo crédito. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que extinguiu ação de execução ajuizada pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) a despeito de já ter habilitado o mesmo crédito no inventário.
O Banrisul promoveu ação de execução contra a viúva, com base em escritura de confissão de dívida assinada pelo casal, no valor de pouco mais de R$ 40 mil reais. A executada apresentou exceção de pré-executividade – usada para prevenir prejuízos
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decorrentes de vícios que comprometem a execução –, alegando que o banco já havia ajuizado habilitação do crédito no inventário de seu falecido marido, para cobrar a dívida do espólio.
O juízo de primeiro grau acolheu a exceção de pré-executividade e extinguiu o processo sem julgamento do mérito, por considerar “abusiva a pretensão de execução concomitante do mesmo crédito”. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a sentença. Por isso, o banco recorreu ao STJ argumentando que “a habilitação de crédito e a execução de título extrajudicial possuem natureza diversa”.
De acordo com o ministro relator, Massami Uyeda, a tentativa de cobrança do mesmo crédito por vias distintas não respeita o princípio da menor onerosidade para o executado e, além disso, indica falta de interesse de agir do credor. Há interesse de agir quando a ação, além de buscar algo útil para o autor, é necessária à obtenção do bem pleiteado.
Como, antes da partilha, não havia individualização das cotas pertencentes aos herdeiros, o relator afirmou que naquele momento era dada ao banco “a possibilidade de promover ação de execução (única, ressalte-se), com lastro na escritura de confissão de dívida, em face do espólio, bem como da codevedora”.
No entanto, observou, o banco deixou de se valer dessa via judicial e optou por habilitar o crédito nos autos do inventário, o que foi homologado judicialmente. Com isso, entende o ministro que a finalidade do credor já foi atingida, pois após a habilitação os bens reservados são alienados em hasta pública para pagamento da dívida.
Depois da habilitação de crédito no inventário, não é permitida a utilização de outra ação judicial para obtenção do mesmo crédito. Segundo o relator, a adoção de outra medida judicial é “absolutamente inócua e, mesmo, desnecessária”. A existência de duas execuções concomitantes, segundo o ministro relator, é ilícita. Logo, ante a falta de interesse de agir, o ministro Massami Uyeda reconheceu a carência da ação executiva, no que foi acompanhado pela Terceira Turma.
http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/
engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103727
Nestes Termos,
Pede e espera Deferimento.
Londrina, 03 de Fevereiro de 2014.
CARLOS ALEXANDRE VALENTIM DE OLIVEIRAOAB-PR 56.928
VIVIAN MARTINS SGARBIOAB-PR 63.110
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